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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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UM OLHAR CRÍTICO ATRAVÉS DE IMAGENS SOBRE O CRESCIMENTO E

URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA

Luciano Magalhães Gotfrid1

Cláudia Novaes Deina2

RESUMO

Este artigo refere-se à utilização de imagens locais do Município de Araucária no ensino de Geografia, elas permitem que os alunos vislumbrem as transformações do espaço geográfico ocorridas pela ação dos sujeitos no tempo. O ensino de Geografia no contexto da Educação de Jovens e Adultos deve oportunizar aos educandos o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o contexto onde eles estão inseridos. Portanto, esta proposta de trabalho, fundamentou-se, no uso da imagem como elemento pedagógico para o desenvolvimento da criticidade sobre a paisagem urbana. O objeto da pesquisa foram os espaços turísticos da cidade de Araucária de forma que os alunos através do uso de imagens locais realizaram uma análise crítica do processo de urbanização do município. O entendimento do espaço e das transformações advindas da produção do mesmo são pressupostos essenciais para a compreensão das características urbanas da cidade. A relação entre a área urbana e a área industrial do município distinguem-se por possuírem características bastante específicas, posto que não há aglomerações populacionais no entorno industrial, diferentemente de outras metrópoles. A produção do espaço da cidade de Araucária apresentou pequenos avanços desde a construção da malha viária que interliga o município a capital, o que resultou na construção de diversos empreendimentos imobiliários nos bairros transformando, desta forma a paisagem urbana. Palavras-chave: Imagem; Olhar Crítico; Araucária; Produção do Espaço.

1 Professor PDE – 2013, Professor de Geografia da Secretaria de Estado da Educação – SEED/PR,

Especialista em Geografia e História do Paraná pela Faculdade Bagozzi.. 2 Orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, Professora de Geografia da

Universidade Federal Tecnológica do Paraná - UTFPR, Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia – UFBA.

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1. INTRODUÇÃO

A proposta desse trabalho foi desenvolvida tomando como referencial o

município de Araucária – Paraná. O público participante da pesquisa foram os

alunos do Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos – CEEBJA Araucária,

nível II – Ensino Fundamental.

Atualmente o município de Araucária possui uma população total de 119.123

habitantes conforme censo demográfico do IBGE - 2010, o qual está integrado à

Região Metropolitana de Curitiba – RMC (figura 1), no primeiro planalto paranaense.

O município de Araucária ocupa uma área de 460,85 Km². Situada às margens do

Rio Iguaçu. Apresenta uma altitude média de 897 metros acima do nível do mar, e

está localizado entre as coordenadas geográficas de latitude 25°35'35'' Sul e de

longitude 49°24'37'' Oeste.

O município de Araucária é cortado pela BR-476 - Rodovia do Xisto, via de

interligação da região sudoeste do Paraná, e está a 27 km do centro de Curitiba,

limitando-se com sete municípios da Região Metropolitana de Curitiba – RMC.

O processo de ocupação e urbanização do município de Araucária resultou

de um conjunto de atividades desenvolvidas pela população local ao longo do

tempo, através da sua atuação e interferência, o espaço foi continuamente

transformado, deixando sua marca na história e no registro dessas transformações.

Figura 1: Mapa de localização do Município de Araucária na Região Metropolitana de Curitiba RMC. Fonte: Perfil Municipal, 2001.

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Para abordar a temática proposta utilizou-se a pesquisa qualitativa que como

denomina Moresi (2003, p.08):

Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

A pesquisa bibliográfica decorreu da leitura de livros, artigos e publicações

eletrônicas. A compreensão das transformações geográficas requer a reestruturação

das concepções acerca do espaço geográfico. Os recentes estudos da Geografia

apontam como marco para tais discussões as transformações ocorridas a partir da

Primeira Revolução Industrial ocorrida em meados do século XVIII. Sobre este

ínterim Moreira (2006, p.158) descreve que:

Até o advento da primeira revolução industrial no século XVIII o mundo era um conjunto de realidades espaciais as mais diversas e as sociedades se distribuíam na infinita diversidade espacial dos gêneros de vida das civilizações. Desde então a tecnologia industrial passa a intervir na distribuição unificando em sua expansão a área um após outro esses antigos espaços. Com o advento da segunda revolução industrial que ocorre na virada dos séculos XIX - XX esta intervenção é levada à escala planetária na forma da uniformização dos modos de vida e processamentos produtivos. Os espaços são globalizados em menos de um século sob um só modo de produção que unifica os mercados e os valores, suprime a identidade cultural das antigas civilizações e traz com a uniformidade técnica uma desarrumação sócio-ambiental em escala inusitada.

Contemporaneamente o autor aponta que esta reorganização espacial

ocorre em dois períodos distintos: 1950 e 1970. Até meados de 1950 a Geografia

tinha como elemento basilar a paisagem, a partir dos avanços tecnológicos este

cenário aponta a necessidade de um novo olhar geográfico agora em relação à

intervenção humana sobre o meio. A paisagem deixa de ser um elemento imutável

para constituir-se como umas das características que em outras tantas compõem os

estudos geográficos na atualidade.

A região é então a forma matricial da organização do espaço terrestre e cuja característica básica é a demarcação territorial de limites rigorosamente precisos. O que os geógrafos viam na paisagem era essa forma geral e de longa duração e passaram a concebê-la como uma porção de espaço cuja unidade é dada por uma forma singular de síntese dos fenômenos físicos e humanos que a diferencia e demarca dos demais espaços regionais na superfície terrestre justamente por sua singularidade. Pouco importava se o dito e o visto não coincidissem exatamente. As coisas mudavam, mas o ritmo da mudança era lento. De tal modo que se os geógrafos olhassem a

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paisagem de um lugar e voltassem a olhá-la décadas depois provavelmente veriam a mesma paisagem (MOREIRA, 2006, p.161).

A partir da década de 1970, ocorre uma nova reestruturação do pensamento

geográfico, agora atento às mudanças decorrentes da industrialização e da

globalização. O espaço geográfico passa a ser visto como uma sociedade em rede.

A organização em rede vai mudando a forma e o conteúdo dos espaços. É evidente que a teoria precisa acompanhar a mudança da realidade ao preço de não mais dela dar conta. Uma vez que muda de conteúdo – já que ele é produto da história e a história mudando, muda com ela tudo que produz – o espaço geográfico muda igualmente de forma. [...] Com o desenvolvimento dos meios de transferência (transporte, comunicações e transmissão de energia) característica essencial da organização espacial da sociedade moderna – uma sociedade umbilicalmente ligada à evolução da técnica, à aceleração das interligações e movimentação das pessoas objetos e capitais sobre os territórios – tem lugar a mudança associada à rapidez do aumento da densidade e da escala da circulação. Esta é a origem da sociedade em rede (MOREIRA, 2006, p.163).

O regionalismo perde força sendo substituído gradativamente pelo

globalizado, os espaços são reorganizados conforme a demanda das novas

territorialidades.

Claval (2010) destaca que até 1970, vivia-se a concepção da geografia do

tempo – time geography, cuja característica era estudar os espaços geográficos por

meio de lugares e pessoas que o frequentavam combinando as trajetórias pessoais

com o espaço local.

Tomando estas premissas como iniciais, este trabalho abordou a concepção

de espaço (geográfico e urbano) através do uso de imagens como elemento

mediador do processo de ensino-aprendizagem.

De acordo com Harvey (2006) “a consciência dos moradores urbanos

influencia-se pelo ambiente da experiência, do qual nascem as percepções, as

leituras simbólicas e as aspirações”.

Os elementos que se agrupam dando a configuração espacial de um lugar têm de passar por um estudo aprofundado [...] destrinchar as relações existentes entre esses elementos, tornando os conceitos em realidades empíricas, permitirá que se vislumbre, no tempo e no espaço, a transformação (SANTOS, 2012, p.54).

Para compreender a formação do espaço estudado será necessário analisar

todo o conjunto que compõe o lugar, pois se não forem analisadas como um todo,

não haverá entendimento por parte dos alunos. Temos que levar em consideração

as relações presididas pela história destes espaços, reconhecendo o seu movimento

histórico que o produziu (SANTOS, 2012).

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O interesse em conhecer os motivos que levaram o lugar a chegar ao atual

estado em que ele se encontra é despertado através da observação pelo educando

do espaço onde está inserido e, também a vontade de conhecer ou reconhecer os

processos que desencadearam esta transformação. Conhecer e compreender o

espaço no qual se está inserido tem uma importância significativa para sentir-se

parte do lugar.

Segundo Harvey (2006) “de modo mais apropriado, dever-se-ia considerar a

urbanização um processo social espacialmente fundamentado, no qual um amplo

leque de atores, com objetivos e compromissos diversos, interagem”.

2. BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DO ESPAÇO

O espaço é formado ao longo do tempo por diferentes formas, finalidades e

funções e é a interação das pessoas com este espaço que o transforma

permanentemente (SANTOS, 2004).

É através do estudo da geografia que os alunos desenvolvem conceitos

fundamentais para a leitura do espaço, compreendendo os modos de vivência das

diferentes sociedades e fazendo relações com o seu próprio lugar.

Consideramos que a leitura do mundo é fundamental para que todos nós, que vivemos em sociedade, possamos exercitar nossa cidadania [...] uma forma de fazer a leitura do mundo é por meio da leitura do espaço, o qual traz em si todas as marcas da vida dos homens (CALLAI, 2005, p.228).

A construção e reconstrução do espaço vão se desenvolvendo através de

mudanças impostas pela sociedade. A necessidade de adequação dos lugares para

o desenvolvimento das atividades ligadas à cidade (trabalho, educação, saúde,

segurança, transporte, lazer) vai transformando continuamente estes espaços.

Segundo Santos (2012) “o meio urbano é cada vez mais um meio artificial,

fabricado com restos da natureza primitiva, crescentemente encobertos pelas obras

dos homens”.

Possibilitar aos alunos do CEEBJA – Araucária uma análise em conjunto,

através do uso das imagens antigas e pesquisa in loco contribuiu para melhorar a

aprendizagem dos educandos sobre estes lugares, pois os estudantes fizeram a sua

própria interpretação do espaço, compreendendo os modos de vida da sociedade e

suas relações.

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A urbanização da cidade de Araucária conforme aponta Silva (2006) se

iniciou na década de 1970, primeiramente com a criação do Centro Industrial de

Araucária – CIAR, em 1973, com uma área industrial de 21.437.500 m2, dando

continuidade ao projeto de industrialização da cidade de Curitiba, sendo uma

extensão da denominada Cidade Industrial de Curitiba – CIC.

O processo de industrialização de Araucária tem uma ligação direta com a

inauguração da Refinaria Presidente Getúlio Vargas – REPAR instalada nesta área

em 1973 e inaugurada em 1977.

O funcionamento da Companhia de Celulose e Papel do Paraná (Cocelpa)

inaugurada em 1963 e que se concentrava na área destinada a CIAR também foi

decisiva para o processo de industrialização já que em seus arredores não havia

praticamente área urbana devido ao isolamento do local e também aos agentes

poluidores da indústria.

Em 1981 é criado o primeiro Plano de Desenvolvimento Urbano da cidade

contemplando a área urbana e a área industrial.

A sua execução alinhava-se às estratégias definidas pela Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU), integrante do II PND, que considerava a recém criada Região Metropolitana de Curitiba - RMC uma área urbana a ser controlada, e cujo ritmo de crescimento populacional devia ser acompanhado e disciplinado através do planejamento, para não alcançar o nível de comprometimento então atingido pelos pólos nacionais de São Paulo e Rio de Janeiro. (SILVA, 2006, p.78)

Este planejamento significou para a cidade um desenvolvimento bastante

propicio na área industrial com a instalação de diversas indústrias e com uma

demanda enorme de vagas de empregos, resultando no início de um demorado

processo de urbanização, posto que grande parte dos trabalhadores das indústrias

eram remanescentes da cidade de Curitiba.

O fator urbanização decorrente da industrialização da cidade é caracterizado

como um diferencial da maioria das cidades, expandindo-se do centro para a

periferia, longe do denominado perímetro industrial.

O parcelamento do espaço urbano, principalmente da periferia oportunizou a

criação de vários loteamentos residenciais bastante distantes da área industrial e

com características próprias, preservando neste sentido as características históricas

do centro da cidade.

Tal processo preservou o centro tradicional e o espaço industrial, manifestando-se geograficamente através da localização dos novos loteamentos produzidos. Entre 1970 e 2000, o processo de estruturação do

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espaço urbano no município caracterizou-se pela consolidação de uma nova centralidade, representada pelo CIAR, e pela produção de espaços residenciais populares, representados pelos loteamentos periféricos. (SILVA, 2006, p.82)

Cabe ainda salientar que com a conclusão da BR 476 – Rodovia do Xisto e

reformulação da Avenida das Araucárias nos anos 1980, estradas estas que

interligam Araucária a Curitiba a cidade passou a compor em sua dinâmica um

número cada vez maior de pessoas de outros municípios que vinham apenas

trabalhar nas indústrias, porém este cenário tem mudado devido ao alto custo de

deslocamento e também aos inúmeros congestionamentos em ambas as rodovias.

Cada vez mais as pessoas que trabalham no município e que são de outras regiões

têm procurado imóveis para compra ou locação o que tem resultado na expansão da

periferia e na mudança de perfil dos seus moradores.

Até meados de 2010, a cidade contava apenas com quatro condomínios

residenciais todos localizados na área urbana central, atualmente o mercado

imobiliário tem expandido aceleradamente, vários empreendimentos imobiliários de

grande porte (condomínios residenciais) estão sendo construídos em vários bairros

da cidade mudando o perfil econômico dos bairros, contribuindo para a expansão de

vários outros setores como o comercial e o sistema de ensino privado. O comércio

ainda apresentava características bastante locais, com comércios em geral oriundos

de famílias tradicionais da cidade, a partir da instalação da Loja Havan, outras lojas

de departamento estão se instalando na cidade mudando drasticamente o comércio.

A rede de ensino privada também expandiu-se sendo que até 2012 o

município contava com instituições de pequeno porte, em geral voltadas apara

atender a educação infantil, em 2014 duas novas redes de ensino se instalaram na

cidade todas de renome nacional ofertando desde a Educação Infantil até o Ensino

Médio, sendo que dados levantados em uma rede de ensino que instalou-se aqui em

agosto do corrente ano o diretor colocou que já não há mais vagas para o ano letivo

de 2015 para as modalidades de ensino fundamental e médio.

Conclui-se neste sentido que a urbanização do município de Araucária tem

como marco fundamental o período subsequente ao ano de 2009, quando correu a

expansão do setor imobiliário atingindo outros setores importantes da cidade como o

comércio, a educação e a demanda de vagas na indústria, ressaltando-se ainda a

necessidade de planejamento urbanístico em relação a malha viária urbana e a

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necessidade de expansão do setor alimentício com instalação de novos

supermercados e a necessidade de expansão do setor bancário para atendimento a

nova demanda populacional.

2.1 ARAUCÁRIA – CIDADE SÍMBOLO DO PARANÁ

Na época da colonização do Brasil, a região onde está localizada Araucária,

era habitada por vários grupos indígenas. O que mais se destacou, foi o dos Tinguís,

uma tribo tupi-guarani. A presença desse grupo no local deu origem ao nome

primitivo da região em que se assenta Araucária. Chamavam-na de Tindiquera, que

em tupi-guarani significa pertence aos Tinguís.

A partir da fixação de luso-brasileiros na região dos Tinguís, o processo de

miscigenação entre brancos, africanos e índios teve início. Com o passar do tempo,

a cultura e diferentes hábitos vão se sobrepondo aos primitivos habitantes. Através

de processos de desbravamento e colonização, os luso-brasileiros vão se

apropriando dos territórios indígenas, destruindo o meio ambiente em que estes

viviam, diluindo a cultura nativa e provocando o extermínio dos indígenas que

habitavam a região.

O trabalho dos imigrantes consistia em cultivar a terra e criar gado em

pequena escala, produzindo apenas o suficiente para o sustento das famílias. O

isolamento em que viviam, e a ausência do mercado consumidor, impossibilitavam

qualquer tipo de comércio.

Com a abertura do caminho das tropas entre São Paulo - Rio Grande

surgiram novas oportunidades de empregos e de desenvolvimento do comércio para

os habitantes da região. No Paraná, as tropas passavam por Rio Negro, Lapa,

Palmeira, Ponta Grossa e Castro, levando muitos moradores de Curitiba, Tindiquera

e arredores a se engajarem no referido caminho. A comunicação entre a Lapa e

Registro se realizava através de canoas pelo rio Iguaçu. Motivado por este fato,

surgiu, na região de Tindiquera, um pequeno porto de canoas conhecido como

Passo das Laranjeiras. Foi a partir desse local que se originou o aglomerado de

pessoas e atividades que formariam a Vila de Araucária. Nas imediações do porto,

começaram a residir aqueles que trabalhavam no embarque/desembarque de

canoas ou na travessia de tropas rumo a Palmeira. Também, foram atraídas para o

Passo das Laranjeiras outras famílias residentes em Tindiquera, pois nesse local era

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mais fácil conseguir um emprego junto aos tropeiros ou vender produtos agrícolas

ao contingente de população que circulava na região.

A presença de imigrantes estrangeiros, a partir de 1876, modificou a

paisagem da região de Araucária. A introdução de novas técnicas e novos

instrumentos de trabalho possibilitou um grande desenvolvimento da agricultura e,

também, a exploração comercial da madeira, que teve início a partir do século XIX,

possibilitaram o crescimento econômico da região, com a abertura de mercado para

outras atividades geradoras de emprego para a população como olarias, cerâmicas,

moinhos, fábricas de palhões, massa de tomate, caixas de madeira, linho, fósforo,

balas, bolachas e torrefação de café.

Em 1972, com a instalação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (figura 2),

e em 1973 com a criação Cidade Industrial de Araucária – CIAR, ocorreu um

crescimento bastante acentuado e uma inversão no quadro populacional do

Município, a população urbana passou a superar a rural com a vinda de um

contingente populacional de vários pontos do país, e a economia que se baseava na

agricultura e pecuária, passou a ser predominantemente urbana/industrial.

Figura 2: Refinaria Presidente Getúlio Vargas – Petrobras 1977/2010. Acervo: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

3. APLICAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO

CONTEXTO ESCOLAR

O projeto de intervenção foi desenvolvido no Centro Estadual de Educação

Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA Araucária, que atende as modalidades de

Ensino Fundamental – ciclo II (6º ano ao 9º ano) e Ensino Médio. Especificamente o

CEEBJA-Araucária atende a alunos que estão em distorção idade/serie ou ainda

aqueles estudantes que não concluíram seus estudos em idade adequada. Para

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matricular-se na instituição é necessário ter idade mínima de 15 (quinze) anos para

o Ensino Fundamental e de 18 (dezoito) anos para o Ensino Médio.

O projeto foi aplicado aos alunos do Ensino Fundamental do período

noturno. Embora a turma tenha 21 (vinte e um) alunos matriculados, participaram do

projeto apenas 12 (doze) alunos. Isto se deve a grande rotatividade e desistências

na Educação de Jovens e Adultos.

Figura 3: Faixa etária dos alunos do bloco de Geografia - CEEBJA – Araucária (turno noturno). Fonte: Pesquisa de campo, março de 2014. Autor: Luciano Magalhães Gotfrid

Observa-se a faixa etária dos alunos participantes do projeto (figura 3),

conforme a aplicação dos questionários para os alunos, sendo que no total de 12

(doze) alunos, sendo que 02 (dois) têm idades entre 15 (quinze) e 19 (dezenove)

anos; 03 (três) têm idades entre 20 (vinte) e 24 (vinte e quatro) anos; 01 (um) tem

idade entre 25 (vinte e cinco) e 29 (vinte e nove) anos; 01 (um) tem idade entre 30

(trinta) e 34 (trinta e quatro) anos; 02 (dois) têm idades entre 35 (trinta e cinco) e 39

(trinta e nove) anos e 03 (três) tem idades superior a 40 (quarenta) anos. Portanto,

constata-se que 50% dos alunos tem idades entre 20 (vinte) e 24 (vinte e quatro)

anos e acima dos 40 (quarenta) anos. Estes alunos apesar de morarem em

Araucária eles não percebem o espaço geográfico da cidade de forma crítica, por

isso essa pesquisa serviu para provocar nos alunos uma análise espacial da

realidade de Araucária de modo mais consistente.

Quanto à aplicação das atividades primeiramente foi discorrido acerca do

contexto histórico da cidade, explicando para os alunos os pontos mais relevantes e

Faixa etária

17%

25%

8%8%

17%

25%

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

Acima 40

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conhecidos da cidade. Após esta primeira atividade foi solicitado que os mesmos

realizassem uma pesquisa no Arquivo Histórico da cidade, doravante denominado

Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres (figura 4), onde antes funcionava uma

usina de luz.

Aos alunos foi apresentado em sala de aula um vídeo sobre a construção da

Refinaria Getúlio Vargas – REPAR, discorrendo-se em seguida sobre o impacto

econômico, social e cultural da mesma para o município, já que nos últimos cinco

anos, por conta da manutenção da Refinaria, vários trabalhadores de outras regiões

foram contratados para a realização da obra. Este fato deve-se a especialidade da

mão-de-obra necessária para o serviço, posto que no município não são ofertados

cursos de capacitação que envolvam a área petrolífera, ficando portanto estes

postos de empregos destinados a trabalhadores oriundos de outras regiões do

Brasil.

Após discorrer-se sobre esta temática os alunos realizaram uma pesquisa no

Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres e trouxeram imagens disponíveis no

mesmo, as quais foram selecionadas conforme a relevância apresentada para a

pesquisa. Os alunos apresentaram em sala de aula as imagens coletadas,

descrevendo o contexto histórico de cada imagem e a sua importância para cidade.

Figura 4: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres 1907/2010. Acervo: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Concluída esta etapa do trabalho, os alunos saíram para uma aula de campo

onde visitaram alguns pontos relevantes da cidade e registraram através de imagens

(câmeras fotográficas/celulares) vários pontos visitados. Os alunos apresentaram

estas imagens em sala de aula fazendo um comparativo entre as imagens antigas e

as imagens atuais da cidade, discutindo as principais transformações percebidas e

quais ainda são necessárias para que a cidade desenvolva-se de forma que possa

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atender a todas as necessidades da população, tanto em termos estruturais, como a

necessidade de espaços de lazer, expansão do comércio e oferta de cursos de

capacitação para que os moradores possam atuar nos postos de trabalhos

disponíveis na região industrial da cidade.

Constata-se que a origem dos alunos do CEEBJA de Araucária que

responderam ao questionário, em sua maioria são oriundos de outras cidades,

somente 17% dos entrevistados nasceram em Araucária (figura 5). Isto ocorre

devido ao grande número de pessoas que migram para o município em busca de

melhores oportunidades de emprego, pois com a instalação da Refinaria Presidente

Getúlio Vargas em 1972 foram atraídas para o município várias outras empresas

ligadas a diversos ramos de atividade industrial

Figura 5: Origem dos alunos do bloco de Geografia - CEEBJA – Araucária (turno noturno). Fonte: Pesquisa de campo, março de 2014. Autor: Luciano Magalhães Gotfrid

A maioria dos alunos mora no município há mais de 10 (dez) anos; 04

(quatro) ainda responderam que moram há mais de 20 (vinte) anos e apenas 03

(três) moram há menos de 10 (dez) anos (figura 6). Portanto, percebe-se que o

deslocamento da população de outros lugares para o município de Araucária

ocorreu, em sua maioria, de forma definitiva.

Origem

17%

83%

Araucária

Outros Munícipios/Estados

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Figura 6: Tempo de residência dos alunos do bloco de Geografia – CEEBJA Araucária (turno noturno). Fonte: Pesquisa de campo, março de 2014. Autor: Luciano Magalhães Gotfrid

Verifica-se, que 06 (seis) alunos participantes da pesquisa vieram para o

município à procura de trabalho, sendo que 05 (cinco) vieram com a família e

apenas 01 (um) colocou motivo particular (figura 7). Portanto, o que mais atrai

migrantes para o município são os postos de trabalho ofertados em função do

desenvolvimento industrial, o que contribuiu para promover o processo de

urbanização do município.

Figura 7: Motivo que contribui para a permanência, dos alunos do bloco de Geografia - CEEBJA – Araucária (turno noturno), no município de Araucária. Fonte: Pesquisa de campo, março de 2014. Autor: Luciano Magalhães Gotfrid

Tempo de residência

42%

25%

33%Mais de 10 anos

Menos de 10 anos

Mais de 20 anos

Motivo para permanecer no Município

51%

41%

8%

Trabalho

Família

Particular

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A questão que mais chamou atenção foi a pergunta que solicitou aos alunos

para marcarem os lugares que conhecem ou já visitaram na cidade (figura 12), neste

item percebeu-se que os alunos não conheciam todos os nomes das

localidades/espaços culturais e/ou geográficos da cidade, até mesmo os locais que

estão no entorno da escola não foram reconhecidos pelos alunos, e não há como

não conhecê-los, pois estes espaços fazem parte do cotidiano do aluno. A Praça

Vicente Machado – Praça da Matriz (figura 8), que apenas 09 (nove) alunos

responderam conhecer, fica na rua paralela a escola sendo possível ver-se

nitidamente a Igreja Matriz.

Figura 8: Praça da Matriz 1910/2012. Acervo: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Outra referência pouco conhecida pelos alunos é a Casa do Cavalo Baio

(figura 9), apenas 07 (sete) alunos assinalaram conhecer, quase impossível

deslocar-se até o centro sem passar por esta, já que fica na esquina das duas

principais avenidas da cidade (av. Dr. Vitor do Amaral / Av. Archelau de Almeida

Torres); a Praça São Vicente de Paulo ou Praça do Seminário foi mencionada por

todos os alunos, localizada um pouco mais afastada do centro da cidade, é bem

conhecida por ter uma estação de transferência de passageiros (linha Araucária-

Curitiba) mas, é bastante estranho os alunos terem respondido que não conhecem o

Teatro da Praça, apenas 08 (oito) assinalaram este item, sendo que o Teatro está

localizado na Praça do Seminário, ao lado da estação de ônibus.

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Figura 9: Casa do Cavalo Baio 1950/2005. Acervo: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Os pontos menos mencionados foram o Museu Tingui-Cuera, mencionado

por 05 (cinco) alunos, embora esteja localizado no Parque Cachoeira (figura 10)

conhecido por todos os alunos. Não há um programa de visitação que estimule a

população para conhecê-lo, posto que o seu acervo é oriundo de objetos de famílias

de colonizadores poloneses, não havendo outros tipos de exposição. A Aldeia da

Solidariedade mencionada por apenas 02 (dois) alunos, também está localizada no

Parque Cachoeira e constitui-se como um conjunto de casas de madeira trazidas da

Comunidade de Thomas Coelho na década de 1980, quando ocorreu o início da

construção da Barragem do Passaúna. Apenas 01 (um) aluno alegou que conhece o

Parque das Pontes, constitui-se como um conjunto de Pontes Metálicas (figura 11),

desativadas para passagem sob o Rio Iguaçu, hoje esta estrada é paralela a

Rodovia do Xisto.

Figura 10: Museu Tingüi-Cuera / Parque Cachoeira 1990/2005. Acervo: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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Figura 11: Pontes Metáricas / Parque das Pontes 1945/2010. Acervo: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Entre os pontos não mencionados pelos alunos cabe citar: a Igreja de São

Miguel e o Memorial Polonês Parque Romão Wachowicz, ambos ficam no Bairro

Thomas Coelho3 e, encontram-se, em locais bastante afastados do fluxo da

população em geral.

Figura 12: Pontos turísticos mencionados pelos alunos do bloco de Geografia - CEEBJA – Araucária (turno noturno), no município de Araucária. Fonte: Pesquisa de campo, março de 2014. Autor: Luciano Magalhães Gotfrid

3 O Bairro Thomas Coelho situa-se na saída para Curitiba pela Avenida das Araucárias, ficando a

aproximadamente 17 km da área urbana da cidade.

Pontos Turísticos

16%

13%

21%

14%

9%

21%

4%2%

Praça Vicente Machado/Matriz

Casa do Cavalo Baio

Praça S. Vicente de Paulo/Seminário

Teatro da Praça

Museu Tingui-Cuera

Parque Cachoeira

Aldeia da Solidariedade

Parque das Pontes

Igreja São Miguel

Memorial Polonês

Parque Romão Wachowicz

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir desta pesquisa, pode-se concluir que o papel do professor é

fundamental para despertar em seus alunos o interesse pelo conhecimento e, o

caminho para o êxito desse trabalho é propor aos educandos um olhar mais crítico

sobre o espaço que se constrói em sua volta, proporcionando ao aluno uma

interferência e discussão direta com o professor sobre o espaço que ele percebe

através das imagens, contribuindo para uma nova maneira de olhar a cidade em que

ele está inserido.

Constatou-se que a interação dos alunos com o espaço no qual eles estão

inseridos, contribui fortemente para o seu desenvolvimento educacional e social,

aumentando o interesse em ampliar seus conhecimentos e fortalecer os que já

possuem.

É preciso, assim, ter com o mundo e com a vida uma relação de cumplicidade – ser parte. A vinculação com esse espaço, a sua apropriação e valorização, a consciência dessa ligação, cria no ser humano um sentimento de pertencimento a um lugar. Isso lhe dá identidade (MOTTA, 2003, p.38).

Diante do exposto, os educadores devem propor situações pedagógicas que

favoreçam a curiosidade dos educandos sobre os espaços em sua volta, e

principalmente fazê-los analisar de forma crítica o processo histórico de produção e

reprodução sócio espacial, percebendo as contradições que ocorrem na produção

do espaço, a partir da percepção crítica do locus de produção de sua história de

vida.

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REFERÊNCIAS

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