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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para Identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Dança Criativa: possibilidades de intervenção por meio da Pedagogia Histórico-Crítica no oitavo ano do Ensino Fundamental

Autor: Lisa Marie Czelusniak

Disciplina/Área: Educação Física

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira – Ensino Fundamental, Médio e Normal – Rua Nossa Senhora de Fátima, nº 815, Centro

Município da escola: Irati

Núcleo Regional de Educação:

Irati

Professor Orientador: Debora Gomes

Instituição de Ensino Superior:

Universidade Estadual do Centro-Oeste – Campus Irati

(UNICENTRO)

Resumo:

Mesmo estando presente como conteúdo da Educação Física, o trabalho sistematizado da Dança na escola ainda é pouco evidenciado e isto ocorre, dentre diversos fatores relatados no dia a dia dos professores de Educação Física: pela formação acadêmica muitas vezes não oferecer subsídios necessários para o desenvolvimento deste conteúdo nas aulas de Educação Física; pelo professor sentir-se inseguro em realizar o trabalho pela falta de conhecimentos teóricos metodológicos e vivências práticas; pela escassez de material didático; pelo pouco espaço físico e também pela resistência na realização das atividades por parte dos educandos devido à timidez ou pré-conceitos com relação às questões de gênero, como “Dança é coisa de menina”, “menino tem de jogar futebol”. O objetivo foi produzir um caderno pedagógico com possibilidades de intervenção do conteúdo Dança Criativa, por meio da Pedagogia Histórico-Crítica, no oitavo ano do Ensino Fundamental. A fundamentação teórica está sustentada a partir de Gasparin (2007), Nanni (2003), Ferreira (2005), Paraná (2008), Saviani (1999;2011), Marques (2008), Artaxo e Monteiro (2008) e Verderi (2000).

Palavras-chave: dança criativa; escola; metodologia

Formato do Material Didático:

Caderno Pedagógico

Público:

Este material será implementado na escola acima citada tendo como público alvo educandos do oitavo ano do Ensino Fundamental. Elaborado como subsídio teórico-metodológico, também possibilitará aos professores de Educação Física, utilizá-lo como material didático em suas aulas.

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PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE

CADERNO PEDAGÓGICO - Dança Criativa: possibilidades de intervenção por meio da Pedagogia Histórico-Crítica no oitavo ano

do Ensino Fundamental

LISA MARIE CZELUSNIAK

IRATI 2013

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PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE

CADERNO PEDAGÓGICO - Dança Criativa: possibilidades de intervenção por meio da Pedagogia Histórico-Crítica no oitavo ano do Ensino Fundamental

Caderno Pedagógico apresentado por Lisa Marie Czelusniak, à Secretaria e Estado da Educação do Paraná, por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional. Orientadora: Profa. Ms. DEBORA GOMES

IRATI 2013

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SUMÁRIO

1. IDENTIFICAÇÃO ........................................................................................ 3

2. APRESENTAÇÃO ...................................................................................... 4

3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS .......................................................... 6

4. UNIDADE 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................. 8

4.1 ENSINO FUNDAMENTAL: HISTÓRIA E LEGISLAÇÃO ............................ 8

4.2 PEDAGOGIA HISTÓRICO CRÍTICA.............................................................11

4.3 DANÇA CRIATIVA COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA..............19

5. UNIDADE 2: PLANO DE UNIDADE ............................................................ 34

6. UNIDADE 3: PLANOS DE AULAS ............................................................. 35

6.1 PLANO DE AULA 1 .................................................................................... 35

6.2 PLANO DE AULA 2 .................................................................................... 37

6.3 PLANO DE AULA 3 .................................................................................... 40

6.4 PLANO DE AULA 4 .................................................................................... 45

6.5 PLANO DE AULA 5 .................................................................................... 53

6.6 PLANO DE AULA 6 .................................................................................... 55

6.7 PLANO DE AULA 7 .................................................................................... 56

6.8 PLANO DE AULA 8 .................................................................................... 58

6.9 PLANO DE AULA 9 .................................................................................... 60

6.10 PLANO DE AULA 10 ................................................................................ 62

6.11 PLANO DE AULA 11 ................................................................................ 64

6.12 PLANO DE AULA 12 ................................................................................ 65

6.13 PLANO DE AULA 13 ................................................................................ 81

6.14 PLANO DE AULA 14 ................................................................................ 85

6.15 PLANO DE AULA 15 ................................................................................ 88

6.16 PLANO DE AULA 16 ................................................................................ 91

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 92

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 93

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1. IDENTIFICAÇÃO

Título: Dança Criativa: possibilidades de intervenção por meio da Pedagogia

Histórico-Crítica no oitavo ano do Ensino Fundamental

Autora: Lisa Marie Czelusniak

Disciplina/Área: Educação Física

Escola de implementação do projeto e sua localização: Colégio Estadual Antônio

Xavier da Silveira – Ensino Fundamental, Médio e Normal – Rua Nossa Senhora

de Fátima, nº 815, Centro

Município da escola: Irati-PR

Núcleo Regional de Educação: Irati-PR

Professora Orientadora: Debora Gomes

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Centro-Oeste – Campus

Irati

Resumo:

Mesmo estando presente como conteúdo da Educação Física, o trabalho sistematizado da Dança na escola ainda é pouco evidenciado e isto ocorre, dentre diversos fatores relatados no dia a dia dos professores de Educação Física: pela formação acadêmica muitas vezes não oferecer subsídios necessários para o desenvolvimento deste conteúdo nas aulas de Educação Física; pelo professor sentir-se inseguro em realizar o trabalho pela falta de conhecimentos teóricos metodológicos e vivências práticas; pela escassez de material didático; pelo pouco espaço físico e também pela resistência na realização das atividades por parte dos educandos devido à timidez ou pré-conceitos com relação às questões de gênero, como “Dança é coisa de menina”, “menino tem de jogar futebol”. O objetivo foi produzir um caderno pedagógico com possibilidades de intervenção do conteúdo Dança Criativa, por meio da Pedagogia Histórico-Crítica, no oitavo ano do Ensino Fundamental. A fundamentação teórica está sustentada a partir de Gasparin (2007), Nanni (2003), Ferreira (2005), Paraná (2008), Saviani (1999;2011), Marques (2008), Artaxo e Monteiro (2008) e Verderi (2000). Palavras-chave: dança criativa; escola; metodologia

Formato do material didático: caderno pedagógico

Público Alvo: Este material será implementado na escola acima citada tendo

como público alvo educandos do oitavo ano do Ensino Fundamental.

Elaborado como subsídio teórico-metodológico, também possibilitará aos

professores de Educação Física, utilizá-lo como material didático em suas

aulas.

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2. APRESENTAÇÃO

Sabemos que historicamente a disciplina de Educação Física esteve relacionada

com a Ginástica e, atualmente, na maioria das vezes privilegia o Esporte deixando

de lado os demais conteúdos, o que tem caracterizado as aulas de Educação Física

apenas como “prática esportiva”.

O trabalho com o conteúdo Dança no Ensino Fundamental é escasso, quando

aparece é como uma figura decorativa em festas e apresentações escolares, o que

implica na anulação deste conteúdo para a formação integral do educando.

O presente trabalho visa contribuir para o ensino da Dança no contexto escolar,

tendo em vista que o referido conteúdo está inserido na disciplina de Educação

Física e esta por sua vez, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)

n.º 9.394/96, é componente curricular obrigatório na Educação Básica.

Mesmo estando presente como conteúdo da Educação Física, o trabalho

sistematizado da Dança na escola ainda é pouco evidenciado, e isto ocorre dentre

diversos fatores relatados no dia a dia dos professores de Educação Física: pela

formação acadêmica muitas vezes não oferecer subsídios necessários para o

desenvolvimento deste conteúdo nas aulas de Educação Física; pelo professor

sentir-se inseguro em realizar o trabalho pela falta de conhecimentos teóricos

metodológicos e vivências práticas; pela escassez de material didático; pelo pouco

espaço físico e também pela resistência na realização das atividades por parte dos

educandos devido à timidez ou pré-conceitos com relação às questões de gênero:

“dança é coisa de menina”, “menino tem de jogar futebol”.

Para Brasileiro (2008, p. 523)

[...] hoje é cada dia mais evidente a presença da dança nas escolas, porém ainda marcadamente nos espaços festivos. Apesar de ser caracterizada, nos documentos curriculares, como um conteúdo da arte e da educação física, ou seja, conhecimento a ser ensinado no espaço de formação de crianças e adolescentes, a mesma aparece e desaparece em programas escolares.

Destaca-se ainda que a dança quando presente na escola é trabalhada de

maneira limitada, configurando-se na maioria das vezes como uma mera repetição

de movimentos criados pelo professor e/ou reprodução de movimentos pelos alunos

influenciados pela mídia, ou seja, o trabalho não é sistematizado de maneira que

permita ao educando refletir de maneira crítica sobre esta atividade enquanto

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manifestação da cultura corporal e ainda, possibilitando um processo de

transmissão-assimilação do conteúdo.

Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Educação Física,

[...] é importante que o professor reconheça que a dança se constitui como elemento significativo da disciplina de Educação Física no espaço escolar, pois contribui para desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a expressão corporal, a cooperação, entre outros aspectos. Além disso, ela é de fundamental importância para refletirmos criticamente sobre a realidade que nos cerca, contrapondo-se ao senso comum (PARANÁ, 2008, p. 72).

Sendo assim, a proposta deste trabalho foi elaborar um Caderno Pedagógico

com possibilidades teórico metodológicas para o ensino da Dança no oitavo ano do

Ensino Fundamental, propondo uma organização deste saber escolar de forma que

se possa socializar o conhecimento sistematizado, contribuindo para o

desenvolvimento e aprendizagem do educando como processo de constituição do

mesmo, além de valorizar o diálogo com a cultura da Dança acumulada

historicamente.

Foi escolhido como público alvo educandos do oitavo ano do Ensino

Fundamental, pelo fato deste grupo apresentar de maneira geral um grande

entusiasmo pela prática de atividades que compõe o escopo da Educação Física

(esporte, dança, ginástica, lutas, jogos e brincadeiras), demonstrando maior

aceitabilidade do trabalho com o conteúdo proposto. Além disso, pretende-se

possibilitar o estabelecimento de conceitos, o desenvolvimento da expressão

corporal e também mostrar que a Dança pode ser realizada por todos independente

das diferenças culturais e corporais.

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3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Este Caderno Pedagógico foi elaborado com o objetivo de subsidiar teórica e

metodologicamente os professores de Educação Física da rede estadual de ensino,

e destina-se a educandos do 8º ano do Ensino Fundamental. No entanto as

atividades poderão ser adaptadas e utilizadas aos demais anos.

Na unidade 01, há uma fundamentação teórica abordando: Histórico da

Educação no Brasil e sua legislação até o Ensino Fundamental de Nove anos;

Tendências Pedagógicas utilizadas ao longo desta história; cinco passos da Didática

da Pedagogia Histórico-Crítica de Gasparin; conceito e um breve histórico da Dança

e as características da Dança Criativa, que é o conteúdo básico deste trabalho. Toda

esta fundamentação foi elaborada buscando fornecer suporte teórico para o

professor.

A unidade 02 apresenta o planejamento das aulas, conforme os cinco passos

da Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica de Gasparin (2012), englobando de

forma geral todas as ações a serem desenvolvidas.

As atividades estão descritas na unidade 03, as quais foram distribuídas em

forma de dezesseis planos de aula, estes apresentando: conteúdo, objetivos,

atividades desenvolvidas e a catarse (avaliação).

A opção por dezesseis aulas se deu em virtude do fato de que atualmente na

rede estadual de ensino do Paraná, o oitavo ano do Ensino Fundamental tem duas

aulas semanais de Educação Física, portanto em média cada bimestre possui um

total de vinte aulas. Este Caderno Pedagógico sugere uma organização no conteúdo

distribuída ao longo de um bimestre e as quatro aulas que sobram ficam para

possíveis feriados, reuniões pedagógicas, conselho de classe e/ou adequação de

aulas que poderão durar mais que o previsto.

No primeiro plano de aula é apresentado o conteúdo que será trabalhado, e

realizada uma investigação para verificar o conhecimento sincrético do educando, o

que ele sabe sobre o conteúdo e o que gostaria de saber mais (Prática Social

Inicial). Na sequência dos planos de aula estão distribuídas atividades que irão

desenvolver o conteúdo Dança Criativa, organizadas de maneira a possibilitar uma

vivência baseada nos seguintes passos da Pedagogia Histórico-Crítica:

problematização, instrumentalização e catarse.

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Sendo a escola um local de aprendizagem sistematizado, é papel de o

professor trabalhar em suas aulas atividades que proporcionem ao educando

contato e experiências com o conteúdo Dança, desenvolvendo a capacidade de

criação e o senso crítico. No entanto, para que este trabalho tenha sentido, não

podemos apenas copiar passos prontos de uma dança que está na mídia, é

necessário levar em consideração os componentes da linguagem da dança:

quem/com quem se move; onde se move; o que se move e por que se move.

Nesta perspectiva e voltando a ação para o conteúdo Dança Criativa, foram

elencadas atividades com vistas aos elementos que compõem o ato de dançar, tais

como: expressão corporal; esquema corporal; ritmo; coordenação motora;

lateralidade; orientação espaço-temporal; flexibilidade; fatores do movimento (tempo,

peso, espaço e fluxo); direções; níveis; planos; conceito e história da dança; criação

de movimentos a partir de técnicas específicas (Stomp, Barbatuques) e gêneros

musicais.

O professor poderá aplicar todas as atividades ou escolher aquelas que mais

se adaptam ao seu planejamento ou a realidade de sua escola, podendo

desenvolvê-las em sala de aula, na quadra ou em outro espaço que julgar possível.

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4. UNIDADE 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 ENSINO FUNDAMENTAL: HISTÓRIA E LEGISLAÇÃO

A educação no Brasil teve início após o seu descobrimento com a chegada

dos padres jesuítas, com o objetivo de catequizar as crianças indígenas, os

chamados curumins. Estes aprendiam a ler e escrever concomitantemente com os

princípios de moral e religião cristã.

Segundo Samways (2012), as crianças negras trazidas da África, quando

sobreviviam à longa viagem em condições precárias, ao completarem sete anos de

idade tinham de seguir o mesmo destino de seus pais: a escravidão. Crianças

negras, indígenas e brancas apesar de crescerem juntas não tinham igualdade de

condições.

Nas escolas jesuítas, a educação das crianças brancas mesclava jogos e brincadeiras coletivas com aulas de catecismo. A preocupação pedagógica tinha por objetivos transformá-las em adultos responsáveis. Nessas instituições de ensino, as crianças aprendiam a ler e a contar, além de terem acesso aos manuais de boas maneiras. O currículo centrava-as na consolidação do modelo cristão de vida, nos dogmas e doutrinas da igreja católica, na disciplina, na música, memorização das rezas, procissões e aprendizagem de ofícios. A criança do colonizador era destinada também a aprendizagem da leitura e escrita. Na educação jesuítica brasileira é possível observar o gérmen da Educação Infantil no Brasil (SAMWAYS, 2012, p.52).

Observa-se que a educação das crianças brancas nas escolas jesuíticas

estava voltada para a disciplina, aquisição de boas maneiras e afirmação do modelo

adotado pela igreja católica; preocupados principalmente, com o futuro adulto que

estava se formando naquele momento.

No final do período da Colônia (1500-1822)

[...] e durante o Império (1822-1889), delineia-se uma estrutura de classes, e a educação, além de reproduzir a ideologia, passa a reproduzir também a estrutura de classes. A partir da primeira República (1889-1930), ela passa a ser paulatinamente valorizada como instrumento de reprodução das relações de produção (FREITAG apud BRASIL, 2013, p.21).

Fica evidenciado, que desde o seu surgimento no Brasil com as chegadas

dos jesuítas, a educação assume o papel de atender as necessidades da sociedade

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vigente. As crianças são vistas como o futuro do país e para tanto passam a ser

educadas com vistas à necessidade do mesmo.

No início do século XX, com a vinda de europeus ao Brasil, os movimentos

operários ganham força, levando-os a reivindicar direito como a de cuidados e

educação para os filhos. Nesta sociedade urbano-industrial que se estruturava, a

mulher também foi inserida no mercado de trabalho, aumentando com isso a

demanda de crianças que precisavam de atendimento. Surgem as creches, que

eram os locais onde as mães operárias deixavam seus filhos para serem atendidos

gratuitamente, como uma forma de assistencialismo, sendo as crianças atendidas

nos aspectos de higiene, saúde e alimentação, sem preocupação com o ensino

(SAMWAYS, 2012).

Com a Constituição de 1934, implantou-se a gratuidade e obrigatoriedade do

ensino primário, foram fixadas as cotas para financiamento nas esferas municipais,

estaduais e federais assim como as competências a cada uma delas. Houve a

necessidade de elaboração de um Plano Nacional de Educação para coordenar e

supervisionar as atividades de ensino (BRASIL, 2013).

Após muitas discussões em torno da educação, em 1961 foi sancionada a Lei

nº 4.024/61, para fixar as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a qual

organizava o ensino em: ensino pré-primário (escolas maternais e jardins de

infância); ensino primário de quatro anos, com possibilidades de acréscimo de mais

dois anos para programa de artes aplicadas; ensino médio subdividido em ginasial

de quatro anos e colegial de três anos e ensino superior. Tanto os setores públicos

como o privado tinham o direito de ministrar o ensino em todos os níveis, podendo o

Estado supervisionar a iniciativa particular no oferecimento de serviços

educacionais. Também havia flexibilidade na organização curricular, não

estabelecendo um currículo fixo e único em todo território nacional (BRASIL, 2013).

Em 1971, vigora a Lei nº 5.692/71, onde a escola primária e o ginásio foram

unificados, sendo denominado ensino de 1º grau e a etapa seguinte até então

denominada colegial passou a ser chamada de ensino de 2º grau. O ensino de 1º

grau, com início aos sete anos de idade, passou a ser obrigatório composto de oito

anos, onde as quatro séries iniciais eram atendidas pelo mesmo professor cada uma

e as finais por professores distintos, cada um em sua disciplina, assim como o 2º

grau (BRASIL, 2013).

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A Constituição Federal de 1988 estabelece a educação como direito de todos e dever do Estado, e declara como princípios do ensino não só a igualdade de condições de acesso e permanência, mas a correspondente obrigação de oferta de uma escola com um padrão de qualidade, que possibilite a todos os brasileiros e brasileiras – pobres ou ricos, do sul ou do norte, negro ou branco, homem ou mulher – cursar uma escola com boas condições de funcionamento e de competência educacional, em termos de pessoal, material, recursos financeiros e projeto pedagógico, que lhes permita identificar e reivindicar a “escola de qualidade comum” de direito de todos os cidadão (ARELARO, 2005, p. 1040).

Em 1996, com a aprovação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB) nº 9.394/96, houve mudanças na organização do sistema

educacional, dentre elas: melhoria no financiamento para o ensino; aumento do

número de dias letivos de 180 para 200 (800 horas) e a sinalização de ampliação do

Ensino Fundamental de oito para nove anos, com início aos seis anos de idade, que

foi aprovada em 16 de maio de 2005 pela Lei n º 11.114, e reorganizada em 06 de

fevereiro de 2006 pela Lei nº 11.274, tornando obrigatória a matrícula no Ensino

Fundamental aos seis anos de idade.

O ensino no Brasil, a partir da LDB 9.394/96, ficou dividido em Educação

Básica e Ensino Superior. A Educação Básica é composta por Educação Infantil,

que está dividida por creche (0 a 3 anos) e pré-escola (4 e 5 anos); por Ensino

Fundamental (antigo 1º grau), dividido em anos iniciais (1º ao 5º ano – 6 a 10 anos)

e anos finais (6º ao 9º ano – 11 a 14 anos); e por Ensino Médio (antigo 2º grau) com

duração de três anos (15 a 17 anos). A Educação Básica possui ainda as

modalidades de ensino denominadas: Educação Profissional, Educação Especial,

Educação Indígena, Educação do Campo e Educação de Jovens e Adultos.

O objetivo da ampliação do Ensino Fundamental de nove anos foi o de

resgatar um direito de cidadania, proporcionando a todas as crianças de seis anos o

acesso à escola de forma gratuita e com qualidade, da qual só tinha acesso a classe

mais favorecida economicamente.

[...] essa medida legal de ampliar para nove anos o Ensino Fundamental, deve ser considerada como um avanço no contexto da realidade brasileira, uma vez que democratiza o acesso, dando oportunidades a todos independente da classe social a que pertença (SAVELI, 2008, p.70)

Observa-se que ao propor ações para o Ensino Fundamental, faz-se

necessário compreender como se deu o processo de organização desta etapa da

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Educação Básica, bem como, o caminho percorrido para chegarmos nesta estrutura

atual. Desta maneira poderemos propor ações com vistas ao processo histórico em

torno da escola com a qual vamos atuar.

4.2 PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

A pedagogia histórico-crítica surgiu na década de 80 como uma forma de

superar as tendências não críticas de educação como: a tradicional, a escolanovista,

a tecnicista e a tendência crítico-reprodutivista. Sua principal característica é de que

o trabalho pedagógico parta das experiências e conhecimentos trazidos pelos

alunos, o saber empírico, confrontando-os com o saber sistematizado, sendo o

professor mediador neste processo. É utilizado o método de ensino dialético de

construção de conhecimento: Prática-Teoria-Prática (Práxis), onde o educando após

adquirir novo conceito do conteúdo, tenha novas atitudes na “Prática Social”,

contribuindo para a transformação da sociedade.

A primeira tendência pedagógica a ser implantada na educação brasileira foi a

Pedagogia Tradicional, com início no séc. XIX e término no início do séc. XX, a qual

teve suas raízes com a vinda dos jesuítas para catequizar os índios, sendo que as

escolas jesuíticas utilizavam o Ratio Studiorum, como se fosse uma proposta

pedagógica, tendo como objeto de estudo os costumes e moral religiosa europeia.

Como esta educação não atendia aos interesses do Estado daquela época, o

Marquês de Pombal expulsou os jesuítas, organizando a educação de acordo com

seus interesses e suas necessidades (SAVIANI, 2011).

Nesta concepção o professor autoritário detinha o conhecimento e o aluno

passivo o assimilava; o objetivo da educação era a transmissão de conteúdos

descontextualizados, memorização e reprodução do que foi ensinado; a educação

tinha o papel de converter os súditos em cidadãos, preparando-os intelectual e

moralmente para atender aos interesses da burguesia, estimulando o individualismo

e a competição.

No início do séc. XX, na década de 1920, se torna forte a influência da Escola

Nova, pois a educação não era acessível a todos e iniciou-se um movimento de

críticas à Pedagogia Tradicional, dentre eles do documento “A reconstrução

educacional no Brasil: manifesto dos pioneiros da educação nova” (AZEVEDO et al.,

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1932), organizado por um grupo de educadores renomados do período, o qual

defendia uma educação igual para todos. O escolanovismo se dividiu em duas

vertentes: tendência Liberal Renovada Progressista e a tendência Liberal Renovada

Não-Diretiva. As duas vertentes tinham em comum: o professor como facilitador da

aprendizagem; o aluno como centro do processo ensino aprendizagem, ativo,

pesquisador e responsável pela sua aprendizagem. Esta tendência se inspira numa

concepção filosófica humanista moderna da educação, valorizando muito o aluno e

objetivando a formação de atitudes.

Na década de 1960 a Escola Nova começou a mostrar pontos falhos, pois era

acessível a uma classe dominante e desencadeou uma desvalorização à

transmissão do conhecimento epistemológico, assim, logo foi sendo superada pela

Pedagogia Tecnicista. Saviani (2011, p. 77) afirma que

[...] é na década de 1970 que o regime militar tenta implantar uma orientação pedagógica inspirada na assessoria americana, através dos acordos MEC-Usaid, centrada nas ideias de racionalidade, eficiência e produtividade, que são as características básicas da chamada pedagogia tecnicista.

Houve uma reordenação do processo educativo, não levando em

consideração a especificidade do ato educacional, com neutralidade científica,

valorizando as ciências exatas em face aos conteúdos humanísticos; visando

eficiência e produtividade; e com a função de treinamento/formação para execução

das diferentes tarefas demandadas pelo sistema social, ou seja, disciplinar o

comportamento de acordo com o modelo industrial. É sob esta concepção que surge

a figura do “supervisor educacional”, com a função de supervisionar as ações

docentes e discentes, exatamente como ocorria nas indústrias.

Estas concepções de educação são consideradas não críticas, pois elas

remetem a formação do indivíduo para atender a interesses da camada dominante,

de maneira que os alunos não questionem a forma vigente e não se posicionem

criticamente ao modelo de sociedade.

Muitos educadores não aceitavam este formato da educação tecnicista

imposto pelo governo militar e inicia um movimento de críticas, apoiados na

concepção Crítico Reprodutivista, que se deu ao longo da década de 1970. No

entanto, esta tendência apresentou fragilidades, pois apontava o problema, fazia a

crítica, explicava como se dava o problema, porém não apresentava propostas de

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intervenção prática, ou seja, constatava o problema e o aceitava, pois não havia o

que fazer para mudar a situação. Esta teoria reforçou os interesses da classe

dominante, a burguesia, e não houve possibilidades de transformações, mudanças

em prol da classe trabalhadora (SAVIANI, 2011).

Ainda temos a corrente da Pedagogia Progressista que surgiu na década de

1960, na qual a educação compreendia a realidade histórica-social e tinha o sujeito

como transformador desta realidade. Faz parte desta tendência a Pedagogia

Libertadora de Paulo Freire, a qual ainda é muito utilizada até hoje para a educação

de jovens e adultos. O método de ensino é a partir do diálogo, valorizando os

conhecimentos e experiências de vida dos educandos, trabalhando a partir de temas

geradores com situações problematizadoras e conscientizadoras, contra os métodos

de “educação bancária” (educação que considera o aluno um “cofre”, onde o

professor vai “depositando”o conhecimento). Esta concepção contribui para a

formação do sujeito crítico, autônomo e agente transformador da sociedade.

Assim, diante de um cenário educacional precário, com vistas a atender

interesses da burguesia e da classe dominante, sem considerar a formação integral

do aluno; uma educação que alimenta as desigualdades e não contribui para a

transformação social, surge a concepção Histórico-Crítica da educação com a

intenção de superar as tendências existentes e de formar o aluno crítico, autônomo

e ativo na sociedade.

É nesse contexto que emerge a pedagogia histórico-crítica como uma teoria que procura compreender os limites da educação vigente e, ao mesmo tempo, superá-los por meio da formulação dos princípios, métodos e procedimentos práticos ligados tanto à organização do sistema de ensino quanto ao desenvolvimento dos processos pedagógicos que põem em movimento a relação

professor-alunos no interior das escolas (SAVIANI, 2011, p.101).

Nesta concepção, o educador tem o compromisso político pela educação,

para isso ele deve ter o domínio do conhecimento científico dos conteúdos e

trabalhar de forma sistematizada para que o aluno incorpore este conhecimento;

compromisso político que atenda as necessidades e aos interesses destes alunos.

[...] para ensinar é fundamental que se coloque inicialmente as seguintes perguntas: para que serve ensinar uma disciplina como geografia, história ou português aos alunos concretos com os quais se vai trabalhar? Em que essas disciplinas são relevantes para o

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progresso, para o avanço e para o desenvolvimento desses alunos? (SAVIANI, 2011, p. 65).

Percebe-se a necessidade de o professor possuir competência técnica, ou

seja, ter domínio do conteúdo de sua disciplina, assim como trabalhar com métodos

adequados, por meio do qual o aluno entenda porque determinado conteúdo é

importante para a sua vida e que possa contribuir para o seu desenvolvimento e

atuação na sociedade, cumprindo o que descrevemos anteriormente com o seu

compromisso político, tendo em vista que é

[...] pela mediação da competência técnica que se chega ao compromisso político efetivo, concreto, prático, real. Na verdade, se a técnica, em termos simples, significa a maneira considerada correta de se executar uma tarefa, a competência técnica significa o conhecimento, o domínio das formas adequadas de agir: é, pois, o saber-fazer (SAVIANI, 2011, p.32).

O saber fazer é entendido como o “domínio do conteúdo do saber e dos

métodos adequados para transmitir esse conteúdo do saber escolar a crianças que

não apresentam as precondições idealmente estabelecidas para sua aprendizagem”

(MELLO apud SAVIANI, 2011, p. 33).

O educando apresenta um conhecimento de senso comum, que resolve as

situações-problemas do seu cotidiano, e é na escola que ele vai confrontar este

conhecimento com o saber elaborado, por meio do professor que tem o domínio do

conhecimento sistematizado. Assim, o aluno vai adquirir um novo conhecimento,

devendo ser aplicado para transformar a sua realidade.

“[...] A escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não ao saber fragmentado; a cultura erudita e não a cultura popular [...]. Nesse sentido, ao nos defrontarmos com as camadas trabalhadoras nas escolas, não parece razoável supor que seria possível assumirmos o compromisso político que temos para com elas, sem sermos competentes na nossa prática educativa. O compromisso político assumido apenas no nível do discurso pode dispensar a competência técnica. Se se trata, porém, de assumi-lo na prática, então não é possível prescindir dela (SAVIANI, 2011, p.14 e 32).

Para entendermos como se dá esta corrente pedagógica, buscamos saber a

sua origem, da qual a base filosófica é centrada no materialismo histórico-dialético

de Karl Marx, ou seja, quanto à base teórica da pedagogia histórico-crítica, afirma

Saviani (2011, p. 120), que

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[...] trata-se de uma dialética histórica expressa no materialismo histórico, que é justamente a concepção que procura compreender e explicar o todo desse processo, abrangendo desde a forma como são produzidas as relações sociais e suas condições de existência até a inserção da educação nesse processo.

Nesta concepção que busca compreender como se dá todo o processo

histórico das relações sociais e como transformá-la por meio da educação, é

imprescindível o trabalho com a práxis, que é a articulação entre a teoria e a prática,

pois não há teoria sem a prática e nem o contrário, a prática se alimenta da teoria e

esta mostrará a direção, o encaminhamento para a prática.

A prática é o ponto de partida e o ponto de chegada [...]. À educação, na medida em que é uma mediação no seio da prática social global, cabe possibilitar que as novas gerações incorporem os elementos herdados de modo que se tornem agentes ativos no processo de desenvolvimento e transformação das relações sociais (SAVIANI, 2011, p.120-121).

Tendo em vista a Pedagogia Histórico Crítica, Gasparin (2007) propõe a

“Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica”, na qual apresenta didaticamente os

cinco passos que orientam o trabalho do professor em sala de aula.

Prática Social Inicial (passo um): é a preparação do trabalho pedagógico.

Consiste na leitura da realidade, verificar o que o aluno já conhece sobre

determinado conteúdo. Este conhecimento empírico já é utilizado pelo educando no

seu dia a dia, porém eles ainda não conseguem utilizá-lo para a “prática social”.

Assim cabe ao professor dar acesso ao conhecimento científico por meio do trabalho

pedagógico.

O professor após ter o conhecimento do nível inicial de seus alunos, poderá

planejar suas ações, como irá desenvolver seu trabalho pedagógico com o conteúdo

em questão, para que este educando chegue ao nível superior, sintético. Deve-se

levar em consideração para a formulação dos objetivos duas questões: o que

aprender? Para que aprender? Ou seja, evidenciar o conhecimento científico a ser

apropriado e o seu uso fora da escola (GASPARIN, 2007).

Na prática social inicial devem acontecer dois momentos: anúncio dos

conteúdos, no qual o professor os apresenta com seus objetivos; e a vivência do

cotidiano dos conteúdos, onde o professor irá investigar todo o conhecimento que os

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alunos possuem e dar a eles a oportunidade de expressarem suas curiosidades,

dúvidas, enfim, o que gostariam de saber mais sobre o conteúdo.

As necessidades técnico-científicas-sociais é que definem os conteúdos que

devem ser ensinados e aprendidos, “[...] os alunos não aprendem somente o que

desejam, mas devem apropriar-se do que é socialmente necessário para os

cidadãos de hoje” (GASPARIN, 2007, p. 32).

Problematização (passo dois): é o momento em que se inicia o trabalho

com o conteúdo, consiste no questionamento da prática social e também do

conteúdo. A problematização deve “detectar que questões precisam ser resolvidas

no âmbito da prática social e, em consequência, que conhecimento é necessário

dominar” (SAVIANI, 1999, p.80).

A problematização é o questionamento do conteúdo escolar em face aos

problemas sociais que precisam ser resolvidos no cotidiano dos alunos e das demais

pessoas. Neste momento serão apresentadas e debatidas as razões pelas quais o

conteúdo propriamente dito deve ser apreendido e sua importância para as reais

necessidades sociais.

Os conteúdos escolhidos, em consequência, não partem das necessidades imediatas e locais de cada aluno ou de cada grupo de alunos. As necessidades do aluno, enquanto indivíduo, de um grupo de estudantes ou mesmo de uma escola toda não são critérios definidores do que deva ser ensinado nessa escola para esses educandos (GASPARIN, 2007, p.39).

A questão é mais ampla e deve-se levar em consideração a realidade da

sociedade em que o educando está inserido para que o conteúdo tenha importância

na prática social. “Neste sentido, o eixo articulador do processo ensino

aprendizagem é a realidade social enquanto objeto a ser compreendido e explicado

pelas diferentes áreas do conhecimento, tendo em vista sua transformação”

(BIZERRA apud GASPARIN, 2007, p.41).

O professor além de ter o domínio científico do conteúdo, também deve

atualizá-lo quanto as mais variadas dimensões: sociais, culturais, econômicos,

religiosos, históricos, políticos, etc., que estão presentes na sociedade atual. Este

trabalho exige do educador uma reestruturação se seus conhecimentos, uma nova

forma de estudar e de preparar as suas aulas.

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Todas as questões problematizadoras deverão ser trabalhadas na etapa

seguinte, da Instrumentalização, na qual o educando estará em fase de construção

do conhecimento elaborado.

Instrumentalização (passo três): refere-se à construção do conhecimento

científico do aluno mediado pelo professor. Após a etapa da Prática Social Inicial e a

Problematização, o professor irá utilizar instrumentos e métodos adequados para

que o aluno possa adquirir o conhecimento científico referente ao conteúdo

proposto.

Segundo Gasparin (2007, p.53) “a instrumentalização é o caminho pelo qual o

conteúdo sistematizado é posto à disposição dos alunos para que o assimilem e o

recriem e, ao incorporá-lo, transformem-no em instrumento de construção pessoal e

profissional”.

O professor tem o papel de mediador, pois quando houver o confronto do

conhecimento empírico com o conhecimento científico, ele vai ajudar o aluno a se

apropriar de um novo conceito, por meio de análise, questionamentos, críticas, e

desta forma trazendo o conteúdo para perto da realidade do educando e como este

poderá ser utilizado no seu dia a dia.

Ele atua como mediador, resumindo, valorizando, interpretando a informação a transmitir. Sua ação desenrola-se na zona de desenvolvimento imediato, através da explicitação do conteúdo científico, de perguntas sugestivas, de indicações sobre como o aluno deve iniciar e desenvolver a tarefa, do diálogo, de experiências vividas juntos, da colaboração. É sempre uma atividade orientada, cuja finalidade é forçar o surgimento de funções ainda não totalmente desenvolvidas (GASPARIN, 2007, p.108).

Observa-se que os conceitos espontâneos trazidos pelos alunos à sala de

aula serão aprimorados, aperfeiçoados e transformados em conceitos científicos por

meio da relação dialógica entre educando e educador.

Catarse (passo quatro): é a síntese, o resumo de todo o conteúdo que o

aluno aprendeu e não apenas decorou; é a nova versão do conteúdo aplicado ao

seu cotidiano. O conteúdo deixa de ser conceito espontâneo, empírico, e o aluno

consegue entender que o mesmo sofreu transformações histórico-culturais em favor

de interesses do homem e da sociedade, assim ele poderá utilizá-lo também em

favor de seu crescimento pessoal e profissional.

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A catarse é a demonstração teórica do ponto de chegada, do nível superior que o aluno atingiu. Expressa a conclusão do processo pedagógico conduzido de forma coletiva para a apropriação individual e subjetiva do conhecimento. É o momento de encontro e da integração mais clara e consciente da teoria com a prática na nova totalidade. Os conteúdos tornam-se verdadeiramente significativos porque passam a fazer parte integrante e consciente do sistema científico, cultural e social de conhecimentos (GASPARIN, 2007, p.133).

O professor deverá avaliar se o educando adquiriu um novo conceito sobre o

conteúdo trabalhado na instrumentalização e se o mesmo o utiliza como meio de

transformação social com criticidade e autonomia, se consegue responder as

questões levantadas na problematização. Tradicionalmente, é o momento em que

acontece a avaliação, mas não sob o ponto de vista de atribuição de notas, mas sim

como o momento de verificar o que o aluno aprendeu e quais os pontos ainda

necessitam ser retomados.

Prática Social Final (passo cinco): é a última etapa do processo

pedagógico, é o retorno à Prática Social Inicial, agora com o conhecimento mais

elaborado, adquirido por meio do trabalho de mediação do professor. O educando

terá novas atitudes e se manifestará de forma crítica e autônoma diante da prática

social.

No entanto, se após todo o trabalho pedagógico na perspectiva histórico-

crítica o aluno ao sair da escola reproduzir o que a sociedade e a camada dominante

estabelecem, não agindo de forma a mudar esta realidade social, histórica, cultural e

econômica, de nada adiantou o trabalho desenvolvido com ele. Conforme Saviani

(1999.p.85), essa pedagogia, portanto, “não é outra coisa senão aquela pedagogia

empenhada decididamente em colocar a educação a serviço da referida

transformação das relações de produção”.

Espera-se que os educandos assumam o compromisso social pela

transformação com novas atitudes, ou seja, após adquirir o conhecimento concreto

de determinado conteúdo, utilizá-lo de forma a resolver ou melhorar os problemas

levantados e os que surgirem em seu cotidiano, portanto, a prática social final,

configura-se em ações para além dos muros da escola, sendo este passo da

pedagogia histórico-crítica, na maioria das vezes, não visualizado na dinâmica

escolar.

Esta seção traz à tona a compreensão da metodologia adotada pela Rede

Estadual do Paraná (Pedagogia Histórico-Crítica), portanto, ao propormos uma

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intervenção pedagógica em torno da Dança, como conteúdo da Educação Física,

faremos de maneira que consigamos organizar o trabalho respeitando os cinco

passos expressos acima.

4.3 DANÇA CRIATIVA COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

A Dança caracteriza-se como uma forma de expressão por meio de

movimentos que manifestam história, sentimentos e emoções. É utilizada em

momentos diversos da cultura humana, como celebrações religiosas,

comemorações, festivais, dentre outros. Pode ser realizada com ou sem a utilização

de instrumentos e de música, assim como praticada por qualquer pessoa.

Segundo Nanni (2003, p.07),

As danças, em todas as épocas da história e/ou espaço geográfico, para todos os povos é representação de suas manifestações, de seus “estados de espírito", permeios de emoções, de expressão e comunicação do ser e de suas características culturais. É ela que traduz por meio de gestos e movimentos a mais íntima das emoções acompanhada ou não de música e do canto ou de ritmos peculiares.

Nesse sentido, a dança é uma das artes mais antigas, surgindo como

intervalos nos espetáculos de teatro e música, mas configurando-se numa arte

independente, realizada para além dos palcos teatrais no cotidiano de todos os

povos.

Segundo Barreto (2008, p. 1), dançar é

[...] um dos maiores prazeres que o ser humano pode desfrutar. Uma ação que traz uma sensação de alegria, de poder, de euforia interna e, principalmente, de superação dos limites dos seus movimentos. Algumas pessoas não se importam com o passo correto ou errado e fazem do ato de dançar uma explosão de emoção e ritmo que comove quem assiste.

O surgimento da Dança é atribuído ao período pré-histórico, com os homens

da caverna que a utilizavam como um ritual para afastar qualquer fenômeno que

prejudicasse sua sobrevivência (caça, pesca e alimentos extraídos da natureza), e

ainda, comemorando o sucesso nestas atividades.

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A Dança Milenar 5000 a.C., no Egito, por exemplo, tinha um caráter sagrado e

era executada em homenagem aos deuses, chamadas de Danças Divinas ou

Sagradas. As danças que não eram de caráter sagrado, eram consideradas

profanas, aconteciam por “ocasião dos banquetes em honra aos vivos ou aos mortos

e também para entregar recompensas a funcionários ou por ocasião de elevação de

cargo” (LANGENDONCK, 2010, p.129).

Segundo Langendonck (2010), em 2000 a.C. na Índia, a dança era realizada

para invocação de Shiva (deusa da dança), com movimentos muito elaborados de

pescoço, olhos, boca, mãos, ombros e pés, voltados para uma dança com o corpo

todo que era passada de geração em geração. Nesta perspectiva, não há fronteira

entre a vida material e a vida espiritual, pois para os hindus, corpo e alma não estão

separados. Uma prova disso é que as salas de dança eram construídas ao lado dos

templos de oração.

No século VII a.C. a dança na Grécia, assim como no Egito e na Índia, sempre integrou rituais religiosos, mesmo antes de fazer parte das manifestações teatrais. Os cidadãos gregos, que acreditavam no poder das danças mágicas, usavam máscaras e dançavam para seus inúmeros deuses (LANGENDONCK, 2010, p.130).

De acordo com Nanni (2003), o valor da dança pelo povo grego era atribuído

tanto afirmando a necessária harmonia entre corpo e espírito, quanto destacando

sua ação como atividade física que contribuiria para um corpo bem moldado. Como

parte dos programas militares, também era voltada para o aprimoramento da

agilidade. As danças estavam voltadas a todos os acontecimentos do povo grego

(nascimento, rituais, casamento, guerra, morte, louvação aos deuses, educação,

teatro e outros).

Na Idade Média chamada de Renascimento, a igreja torna-se autoridade e

todas as manifestações corporais foram proibidas, e a dança, quando não realizada

com caráter religioso foi vinculada ao pecado, sendo tratada como dança profana.

Os camponeses para continuar dançando em comemoração à semeadura e colheita,

passaram a utilizar anjos e santos em suas festas, assim, a igreja não interferia em

seus rituais (LANGENDONCK, 2010).

A dança macabra ou dança da morte, marcou os séculos XI e XII, isto

ocorreu, segundo Langendonk (2010), em virtude do surgimento da peste negra e

outras doenças epidêmicas na Europa que causaram muitas mortes. A dança foi

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utilizada então como uma ação de desespero, onde as pessoas dançavam

freneticamente achando que isto espantaria a morte.

Nos séculos XIII e XIV,

A arte dos trovadores, menestréis e jograis, que acontecia nas ruas, entra nos castelos medievais para alegrar as festas. Esses artistas ensinam à nobreza uma dança lenta, a basse dance, assim chamada por causa dos trajes pesados usados pelas castelãs, diferente das roupas usadas pelas camponesas, que lhes possibilitavam pular, rodopiar e dançar a haute dance (LANGENDONCK, 2010, p.132).

A partir do século XV, a dança se projeta amplamente por meio tanto das

danças populares e religiosas já existentes, quanto por meio dos triunfos realizados

quase que exclusivamente por homens em festas da nobreza e dos balés. Com a

participação de algumas damas da corte, foi formado o primeiro corpo de baile,

grupo de bailarinos que realizam movimentos iguais, e dançavam formando nos

salões desenhos geométricos. Neste período surgem também os mestres da dança,

profissionais que passaram a estudar e ensinar a dança de maneira sistematizada

(LANGENDONCK, 2010).

Segundo Langendonck (2010), apesar do avanço, no período de 1669-1700 a

dança ainda estava atrelada aos espetáculos de teatro e música, não sendo uma

arte autônoma. Quem participava desses espetáculos eram ciganos, dançarinos e

acrobatas que divertiam a multidão nos intervalos das peças.

Após esse período, a dança começa se desenvolver como arte independente

do teatro e da música, porém o destaque é dado ao balé valorizando a qualidade

técnica na execução de um conjunto de movimentos pré-estabelecidos. Em 1760,

Jean Jacques Noverre, propõe a superação dos movimentos técnicos do balé,

destacando a necessidade de valorizar a “interpretação de dramas, expressão das

emoções e sentimentos [...]. É o prenúncio da dança criativa, importante para a

Dança/Educação” (NANNI, 2003, p.15).

No século XX, Rudolf Laban a partir de seus estudos em arquitetura,

interessou-se “pela relação entre o movimento humano e o espaço que o circunda”,

com isso, propôs princípios básicos da linguagem corporal, transportando

movimentos do cotidiano realizados automaticamente para a dança moderna de um

modo sistematizado, ou seja, realizando movimentos elaborados com base em

quatro fatores: força (movimento forte e fraco), tempo (movimento rápido e lento),

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espaço (movimento com base no espaço que ocupamos e espaço que nos circunda)

e fluência (movimento livre e controlado) (LANGENDONCK, 2010).

Outra contribuição de Laban para a dança foi a proposição de pensar na

criação de movimentos a partir dos níveis baixo (encerar o chão ou pegar algo em

baixo da cama), médio (arrumar a cama ou sentar-se a mesa) e alto (trocar lâmpada

ou pegar algo no topo da estante), e ainda, realizá-los com base nos planos da porta

(movimento de cima para baixo), da mesa (movimento de um lado para o outro) e da

roda (movimento para frente e para trás).

Pensar o movimento sob outras óticas fez surgir a dança moderna, que

rompeu com algumas questões formais do balé, desvinculando-se do que era

“clássico”. Mas, foi a proposta da dança contemporânea que trouxe uma nova visão

para dança.

A dança contemporânea não impõe modelos rígidos; os corpos dos artistas não têm um padrão preestabelecido, bem com os tipos físicos. São gordos, magros, altos, baixos e de diferentes etnias. A maioria desses trabalhos incorpora novos movimentos e não mais os movimentos convencionais do balé ou das técnicas de dança moderna (LANGENDONCK, 2010, p.152).

Vale destacar, que segundo Verderi (2009, p. 36),

[...] a dança foi uma forma de expressão de vários acontecimentos que marcaram época na humanidade, deu um grande salto e, das paredes limitadas de um teatro, buscou seu espaço no mundo exterior, demonstrando nossas energias, anseios e lutas, abandonou seus valores tradicionais – técnica, diversão e narrativa – e enfrentou as transformações políticas, sociais e morais.

Hoje existem vários tipos de dança e cada região a apresenta com

características específicas. No Brasil, há uma diversidade enorme de ritmos e estilos

de dança: danças folclóricas, danças de salão, dança de rua, samba, funk, rock,

jazz, balé, e muitas outras, que podem ser inseridas no contexto pedagógico da

escola.

Segundo Nanni (2003, p. 132),

A Dança/Educação deverá objetivar como essência a síntese dos objetivos ensino-aprendizagem. Resgatar valores culturais do nosso povo, desenvolver e aprimorar o senso estético, servir de lazer pela atividade lúdica e prazerosa, e trazer benefícios físicos, emocionais e intelectuais, que além de contribuir para a formação da identidade do educando, permita uma leitura mais crítica do mundo.

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A importância desta atividade fica demonstrada na própria história da

educação no Brasil, onde em 1871, no Colégio Abílio, no Rio de Janeiro, a Dança já

era colocada como disciplina do 1º ao 3º ano da instrução primária e do 1º ao 7º da

instrução secundária (SAVIANI, 2007).

Atualmente, a Dança é um conteúdo integrante da disciplina de Educação

Física e esta, por sua vez, conforme a LDB n° 9.394/96 é componente obrigatório do

currículo da Educação Básica. No estado do Paraná, a Dança é tratada como um

dos conteúdos estruturantes das Diretrizes Curriculares de Educação Física, onde

dentre os diversos conteúdos básicos, aparece a Dança Criativa, um tipo de Dança

que não requer técnicas rígidas e pode ser realizada por qualquer pessoa, sendo ele

próprio o criador dos movimentos.

Este termo “Dança Criativa” foi utilizado por Rudolf Laban no início do século

XX, para se contrapor ao Balé Clássico da época que possuía técnicas rígidas e

mecânicas. Isto não significa que a aula seja livre e sem planejamento, pois em uma

de suas obras ele aborda dezesseis temas de movimento que devem ser

trabalhados de forma sistematizada com os educandos. Para ele o educando

deveria se expressar de forma subjetiva por meio da Dança. Desta forma, as aulas

de Dança possibilitam aos educandos experimentar, explorar os gestos, os

movimentos, criando suas Danças por meio de seus corpos e emoções (MARQUES

apud MARQUES, 1997).

A Dança Criativa na escola deve proporcionar a participação de todos os

educandos, enfatizando a criação de movimentos sem preocupação com a técnica,

ou seja, trabalha com a criatividade em torno de movimentos que são transportados

de ações automáticas do dia a dia, para uma ação pensada e com expressão de

sentimentos e emoções.

Neste sentido, Ferreira (2005, p. 19) afirma que, “a Dança Escolar deve

priorizar os movimentos naturais, os aspectos lúdicos do movimento e a expressão

criadora do movimento como fatores de comunicação e de domínio do esquema

corporal”.

O ensino da Dança na escola pode contribuir para que os educandos:

valorizem manifestações culturais; melhorem a sua aprendizagem, uma vez que a

Dança trabalha com a percepção do próprio corpo adquirindo habilidades de leitura

e escrita; ampliem sua capacidade de interação social, conhecendo e respeitando a

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diversidade. Portanto, auxilia no desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo-

social, domínio do esquema corporal, estrutura espacial e orientação temporal

(FERREIRA, 2005).

Ainda, segundo Ferreira (2005), traz muitos outros benefícios: melhora a

autoestima, diminui o estresse, ajuda na circulação sanguínea de todo o corpo e do

cérebro (contribuindo para a aprendizagem), melhora o condicionamento físico, evita

o sedentarismo, aumenta a flexibilidade, fortalece ossos e músculos, enfim, contribui

para a saúde física, mental, emocional e social do educando.

Precisamos educar nossos educandos para que tenham conhecimento e

domínio de seu corpo, entendendo que o mesmo é importante para as ações de seu

dia a dia e para transformar uma realidade. O educador deve adotar uma

metodologia que possa contribuir para a formação do educando crítico e autônomo,

[...] possibilitar autoconhecimento, compreensão de si mesmo e do mundo, prazer, contato com o lúdico e desenvolvimento de consciência crítica, incentivando-o a manifestar suas ideias por meio de um agir pedagógico coerente, para que, a partir daí, ele expresse sua corporeidade e capacidade de adaptação, favorecendo acoplamentos estruturais nessa relação bio-psico-energética (VERDERI, 2009, p.46).

Para que isso ocorra é necessário abandonar métodos tradicionais com

técnicas de movimentos pré-estabelecidos que não contribuem para a exploração de

movimentos naturais e não possibilitam novas descobertas. A partir da

sistematização de conteúdos salutares ao trabalho com a Dança, o professor

possibilita ao educando participar ativamente da construção do conhecimento,

desenvolvendo suas potencialidades, por meio de suas emoções.

O trabalho com coreografias ou repertórios prontos de Dança empobrece o

trabalho nas aulas de Educação Física escolar, assim o educador não deve

preocupar-se com técnicas e quantidades de atividades, mas sim com a qualidade

de suas aulas, onde os educandos possam desenvolver suas potencialidades e

superar seus limites, com prazer, espontaneidade e criatividade. A partir de aulas

nesta perspectiva, são inúmeras as contribuições da Dança na escola.

Como benefício no desenvolvimento social, devemos criar condições para que se estabeleçam relações com as pessoas e com o mundo; no desenvolvimento biológico, o conhecimento de seu corpo e de suas possibilidades; no desenvolvimento intelectual, contribuir para a evolução do cognitivo; e no filosófico, contribuir para o autocontrole,

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para o questionamento e para a compreensão do mundo (VERDERI, 2009, p. 69).

Historicamente a dança trouxe estereótipos como tipo de corpos ideais para

se dançar e locais apropriados para se apresentar cada estilo de Dança. Assim,

houve uma exclusão de pessoas para a prática da dança, uma vez que não se

enquadravam nos critérios pré-estabelecidos. Segundo Marques (2012), este

conceito de corpo para se dançar foi superado na década de 1960, pelo grupo de

coreógrafos Judson Dance Theater de Nova York, que além de transformar o

conceito de movimento da Dança, trouxeram para a Dança cênica corpos cotidianos

sem treinamento ou biotipo específico. “Laban afirmava que todos os corpos são

dançantes, pois todos os seres humanos se movimentam no tempo e no espaço.

Cada pessoa, dizia, tem o potencial de expressar aquilo que escolhe e que seu

movimento permite” (MARQUES, 2012, p. 38).

De acordo com Marques (2012), Rudolf Laban e Margaret H’Doubier trazem

semelhanças em sua forma de pensar a Dança moderna: a busca da autonomia do

sujeito criador. Acreditavam e defendiam a liberdade, a ingenuidade, a

espontaneidade e a naturalidade contida nas Danças das crianças (expressão tão

natural quanto respirar). Assim o ensino da Dança sugerido por estes autores, é

“propor práticas pedagógicas que não ‘invadissem’ a criança, ou que possibilitassem

o desenvolvimento ‘natural’ deste ‘artista que está dentro de cada um’” (p. 65).

Isto não quer dizer que sejam aulas livres sem orientação, mas sim com

presença de atividades que não exijam técnicas “apuradas” e modelos rígidos pré-

estabelecidos, respeitando e incentivando a participação efetiva de todos os

educandos.

Ao ser desenvolvido o conteúdo Dança na escola, deve-se levar em

consideração algumas questões: O que ensinar? De que maneira? Quando? Que

materiais e procedimentos serão utilizados? O que o educando deve aprender?

Esta organização possibilita superar alguns acontecimentos frequentes nas aulas de

Educação Física, relacionados principalmente à falta de conhecimento e

planejamento, o que leva o professor ao trabalhar com o conteúdo da Dança, deixar

os educandos ‘livres’ para dançar a música que quiser – geralmente as que estão na

mídia –, e depois apresentam uma coreografia ‘de reprodução de movimentos.

Segundo Marques (2012), as Danças existentes formam um grande

repertório, sendo importantes fontes de conhecimento, pois traz um recorte de um

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contexto histórico, espaço geográfico, tradições, uma forma de ver e entender o

mundo. No entanto, é necessário que as escolhas deste repertório tenham critérios

que sejam ensinados com amplitude, profundidade e clareza. Ou seja,

problematizar, questionar, criticar, transformar seus componentes, gerar

conhecimento, compreender conceitual e historicamente determinados repertórios e

contextualizá-los nos dias atuais. Faz-se necessário ainda que o educando vivencie

a Dança, conheça os elementos da linguagem que a compõem, para que possam

ser criadores e não apenas reproduzir mecanicamente seus movimentos.

A Dança trabalhada apenas como reprodução de movimentos de um

repertório, torna-se algo insignificante do ponto de vista da formação crítica do

educando, é necessário entender a Dança como linguagem, ler corporalmente os

movimentos contidos nela, e assim agir transformando estes movimentos, o que irá

permitir diferentes leituras de mundo (MARQUES, 2012).

A Dança não é apenas um repertório, ela é uma forma de linguagem, de

expressar sentimentos, de dizer algo, de fazer com que o aluno atue socialmente de

forma crítica, sendo protagonista de sua própria história.

A exploração da criatividade no processo educacional da Dança é muito

importante para formar educandos, que escolham dançar, o que dançar, como

dançar e por que dançar. Assim o educando estará experienciando no corpo a

potência da transformação e desta forma interferindo nas dinâmicas das relações

sociais (MARQUES, 2012).

Diante das contribuições que a Dança pode trazer e da escassez do trabalho

com este conteúdo na escola, optou-se em desenvolver este projeto de intervenção

pedagógica com o conteúdo Dança Criativa, buscando embasamento teórico

metodológico do conteúdo e atividades possíveis de serem trabalhadas nas aulas de

Educação Física.

A sistematização do conteúdo Dança nas aulas de Educação Física, exige do

professor conhecimento histórico e conceitual desta manifestação, e o conhecimento

específico, dentre eles, o relacionado aos fatores que compõem a dança: a música e

o movimento.

4.3.1. Música

A música sempre esteve ligada à vida do homem, na pré-história além dos

instrumentos para emitir o som e formar a música, o homem já cantava para dançar.

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Observamos que um bebê se movimenta ao mínimo de som, e por esse motivo a

música faz parte da proposta educacional, pois dançar com música constitui-se num

elemento motivador, onde o educando canta, dança, movimenta-se e realiza-se.

A música brasileira sofreu influências e transformações, seu conceito varia de

cultura para cultura, pois cada povo tem suas maneiras de se expressar, no entanto,

ela possuiu elementos básicos que precisamos conhecer para adequarmos nossas

atividades em sala de aula: harmonia, melodia e ritmo (VERDERI, 2009).

4.3.1.1 Harmonia

“É a sucessão simultânea e combinada de sons adequados a um ritmo e a

uma melodia. A harmonia realça o sentimento que o compositor expressou ao

compor a música; ela define a melodia e aperfeiçoa o som” (VERDERI, 2009, p. 60).

Para Artaxo (2008, p. 25), “é a combinação simultânea de dois ou mais sons,

é a ciência de combinar notas em um conjunto coerente, sons tocados ao mesmo

tempo, para a percepção do todo. [...] É uma qualidade apenas de audição”.

4.3.1.2 Melodia

“Possibilita que reconheçamos a composição executada. É representada por

figuras e símbolos musicais que determinam o andamento, a tonalidade e a intenção

melódica do compositor” (VERDERI, 2009, p. 60).

[...] a melodia consiste na emissão linear de sons apoiados no ritmo. Uma simples sucessão de sons não constitui melodia, é necessário possuir como característica essencial, a cantabilidade, que nos permite poder cantar uma linha melódica. Toda a melodia é apresentada por combinações de tons altos e baixos, graves e agudos, fortes e fracos, de intensidade alta ou baixa, criando uma variedade imensa de ritmos (ARTAXO, 2008, p. 25).

4.3.1.3 Ritmo

O ritmo está presente em todos os momentos de nossas vidas e em todas as

ações. Todo ser humano possui um ritmo, este deve ser trabalhado e aperfeiçoado

em todas as situações do cotidiano. “São combinações infinitas que possuem

diferentes durações e/ou combinações variadas em diferentes formas de movimento,

alternando com inúmeras formas de repouso” (Verderi, 2009, p. 61).

O ritmo está presente em todas as ações do cotidiano e para que estas sejam

realizadas de maneira correta e eficaz é necessário desenvolver um trabalho de

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aperfeiçoamento, principalmente nas aulas de Educação Física, onde o foco é a

expressão corporal. Segundo Artaxo (2008, p. 11), os objetivos do trabalho com

ritmo são:

Desenvolver a capacidade física do educando; Procurar a descoberta do próprio corpo e de suas possibilidades de movimento; Desenvolver o ritmo natural; Desenvolver a criatividade; Possibilitar o trabalho em grupo, despertando o sentido de cooperação, disciplina, solidariedade, comunicação, liderança, entrosamento e motivação; Reforçar a memória; Estimular a atividade do executante, tornando-a prazerosa; Incentivar a economia do trabalho retardando a fadiga e aumentando os resultados; Aperfeiçoar a coordenação; Despertar a audição; Disciplinar-se.

Ao sistematizar aulas em torno do ritmo, a ação vai muito além do objetivo de

se trabalhar com o conteúdo Dança, pois possibilita uma contribuição salutar no

desenvolvimento integral do educando.

O ritmo tem relação direta entre a percepção do sistema nervoso central

(SNC) e o corpo que executa o movimento, dependendo de como ocorre este

processo de assimilação/execução, os indivíduos são caracterizados, segundo

Artaxo (2008, p.13-14) como:

Rítmico: [...] será sempre harmonioso, ou seja, equilibrado corporalmente. Entretanto, essa graça física não é adquirida e nem desenvolvida, a não ser paralelamente ao sentido rítmico numa experiência corporal, física. [...] Desenvolvendo a educação do sistema neuro-muscular obteremos consciência rítmica através do movimento. Arrítmico: [...] possui completa ausência de ritmo e de harmonia, acrescido à falta de coordenação na concepção do movimento e na sua realização. [...] devemos levar em conta que para se executar um ritmo com precisão, não é suficiente ter compreendido intelectualmente este ritmo e de possuir um aparelho muscular capaz de assegurar a boa execução. É preciso ainda, estabelecer as comunicações rápidas entre o cérebro que percebe e analisa, e o corpo que o executa. Estas comunicações dependem do bom funcionamento do SNC. Não arrítmicos: [...] “sentem dificuldade” em qualquer manifestação rítmica. Essa deficiência provém de: falta de concentração; falta de vontade; falta de atenção; dificuldade de memorização; falta de confiança em si; debilidade muscular; timidez; autoestima baixa.

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Em síntese o educando rítmico, possui ritmo, o arrítmico não possui ritmo em

decorrência da capacidade de comunicação entre corpo e cérebro e o não arrítmico,

não consegue realizar as atividades de ritmo devido a outros fatores que interferem

na realização.

Vale ressaltar que o professor classifica às vezes seu educando como

arrítmico, quando na verdade a dificuldade que o mesmo tem é em relação à

percepção das variações rítmicas determinadas pela melodia da música, ou seja,

diferenciar na mesma música tempos lento, moderado ou acelerado.

O ritmo possui dois fatores que determinam sua variação, a intensidade e a duração, e também uma ordem, a métrica. Intensidade: é a distinção entre forte e fraco. [...] Duração: é quando a intensidade forte ou fraca soa por

determinado tempo. [...] Métrica: é a ordem e a medida do ritmo, representadas pelos

compassos binários, ternários e quartenários e pelas figuras musicais que preenchem esses compassos. O compasso binário é representado pelo número fracionário designado de símbolo musical 2/4 e equivale a dois tempos na frase melódica: o compasso ternário (3/4: tempos) e o compasso quartenário (4/4: quatro tempos) (VERDERI, 2009, p.61-62).

Os movimentos métricos são dirigidos e organizados por comandos externos

de forma mecânica. A métrica é a divisão quantitativa do ritmo, é a medida, mede o

espaço entre os movimentos, ordenando-os (ARTAXO, 2008).

No ritmo, há o elemento primário e regulador que é o Pulso, sendo este a

marcação mais importante de toda a estrutura, repetido constantemente. As

combinações rítmicas de uma música têm sempre como referência, explícita ou

implícita, uma pulsação rítmica constante e regular que são os tempos. A melhor

explicação para o pulso musical: “é aquilo que na música dá vontade de

acompanhar com os pés” (ARTAXO, 2008, p.24).

O ritmo é fundamental para a música, e sua função “é expressar a energia por

meio de acentuações e da alternância de tempos fortes e fracos”. (Artaxo, 2008, p.

23). É o ritmo que determina a forma e a sequência de movimentos.

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4.3.2 Movimento

O movimento está em todo lugar e em todos os seres vivos de qualquer

espécie, é uma forma de sobrevivência, de comunicação, é representado pela

expressão da corporeidade.

Por meio do movimento, podemos expressar o ritmo, dançar a melodia e nos entregarmos na harmonia. Ele é a materialização do corpo na conduta humana e o feixe de onde saem as ações concretas do pensamento. É a partir dele que podemos perceber as primeiras realizações das crianças e a manifestação do desenvolvimento do sistema perceptivo-sensório-motor (VERDERI, 2009, p. 62).

A música e o movimento andam sempre juntos, é quase que impossível ficar

parado ao som de uma música, assim como o movimento de Dança sem música não

libera estímulos espontâneos necessários para realizá-la adequadamente.

Segundo Verderi (2009, p. 63), há quatro fatores que influenciam no

movimento: tempo, espaço, fluência e peso.

4.3.2.1 Tempo

Em uma sequência de movimentos, o tempo é resultante da combinação de unidades de tempo representada pelos símbolos musicais, sendo que estes possibilitam a formação de um compasso musical que pode ser lento, moderado ou rápido. No tempo, encontramos a pausa, que é a interrupção do tempo em um compasso musical; corresponde a um momento de silêncio na música. No movimento, é um momento de estática. A pausa tem a mesma duração da unidade de tempo equivalente. Está associada à métrica, faz parte do compasso ou pode até preencher um compasso inteiro (VERDERI, 2009, p.63).

Segundo Marques (2012, p. 128-129) o tempo “[...] transita entre as

possibilidades de sustentar o movimento, tendo uma característica prolongada, ou

então de agir com urgência: um movimento súbito, repentino. Em termos de

expressividade, o fator tempo se relaciona à decisão de quem dança, diz respeito

também às nossas intuições”.

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4.3.2.2 Espaço

É o trajeto percorrido pelo movimento, onde inicia seu percurso e onde

termina. Dentro do espaço, encontramos a cinesfera, que é o espaço individual do

corpo que se movimenta. Seu limite de alcance é determinado pela extensão ou

flexão dos membros superiores e inferiores, podendo ser com ou sem deslocamento.

Para Marques (2010), espaço diz respeito à atenção e como ela é

direcionada: de forma direta, indireta, focada ou multifocada. Quanto à

expressividade, relaciona-se à atenção de quem dança e também à comunicação.

4.3.2.3 Fluência

Fluência é a liberação (fluência liberada), ou não (fluência controlada), da

energia nos movimentos. É a ligação harmoniosa dos movimentos. É o deixar

acontecer sem inibir a espontaneidade dos movimentos.

A fluência liberada ocorre quando é difícil interromper subitamente um

movimento, enquanto que a fluência controlada ocorre quando o movimento pode

ser interrompido facilmente a qualquer momento.

4.3.2.4 Peso

É a energia do movimento em termos de quantidade da força utilizada para

realizá-lo.

Conforme a força aplicada, a musculatura vai transformando o movimento em

firme/forte ou leve. No que diz à expressividade, o fator peso se relaciona às

intenções e sensações de quem dança (MARQUES, 2012).

Os quadros a seguir auxiliam nos procedimentos das atividades com Dança

na escola, e na criação de outras:

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Quadro 1: Domínios do Comportamento Humano

Desenvolvimento

Cognitivo

Desenvolvimento Motor Desenvolvimento

socioafetivo

Desenvolvimento das

capacidades perceptivas

motoras e conceitos

acadêmicos.

Atividades que proporcionem

aquisição de habilidades motoras,

juntamente com o desenvolvimento

de capacidades físico-motoras.

Formação de um

autoconceito e

sociabilização.

Fonte: VERDERI (2009, p. 71).

Quadro 2: Variação no tempo-espaço, objeto e eixos do movimento

Tempo Espaço Objeto Noções de Movimento

Lento

Moderado

Acelerando

Acelerado

Desacelerando

Direção: frente,

atrás, lado, subindo

e descendo.

Níveis: alto, médio e

baixo.

Planos: sagital,

frontal e horizontal.

Extensões: pequena

e grande.

Corda

Jornal

Bola

Arco

Lençol

Instrumentos

musicais

Sucatas

Outros

Vivenciar movimentos das

articulações da cabeça, cintura

escapular, cintura pélvica,

cotovelo, etc.

Fonte: VERDERI (2009, p. 71).

Quadro 3: Habilidades e capacidades físico-motoras

Velocidade Promover atividade que permita uma sucessão rápida de gestos.

Força

Atividades que possibilite ao músculo vencer uma resistência ou produzir

uma tensão.

Equilíbrio Atividades que promovam equilíbrio dinâmico, estático e recuperado.

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Agilidade Atividades que exijam, em menor tempo possível, que o aluno consiga

mudar o corpo de posição.

Resistência

Atividades aeróbicas, que promovam melhora da capacidade cardiovascular

e respiratória e aumento da capacidade das fibras musculares.

Coordenação Promover movimentos com várias ações musculares em uma sequência de

movimento.

Ritmo Atividades com variação de ritmo (do lento ao rápido).

Flexibilidade Atividades que evidenciem amplitude dos movimentos das diferentes partes

do corpo.

Fonte: VERDERI (2009, p.72).

O movimento é fundamental para a Dança, é necessário compreendê-lo e ter

domínio do mesmo. Segundo Marques (2012), é preciso conhecer o corpo que

dança (o que se move), o espaço que ele cria (onde se move) e as diferentes

dinâmicas de movimento (como se move).

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5. UNIDADE 2: PLANO DE UNIDADE

UNIDADE DE CONTEÚDO: Dança Criativa PRÁTICA SOCIAL INICIAL PROBLEMATIZAÇÃO INSTRUMENTALIZAÇÃO CATARSE PRÁTICA SOCIAL FINAL

Objetivo Geral: Possibilitar a vivência de atividades voltadas para o desenvolvimento e aprimoramento dos elementos que compõem o trabalho com a dança (expressão corporal, esquema corporal, ritmo, coordenação motora, lateralidade, orientação espaço-temporal, flexibilidade e criatividade), a fim de promover o contato com a Dança Criativa enquanto manifestação da cultura presente em nosso cotidiano.

Conteúdo: Elementos da dança Objetivo Específico: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam, vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação à expressão corporal, esquema corporal, ritmo, coordenação motora, lateralidade, orientação espaço-temporal e flexibilidade.

Conteúdo: Conceito e História da Dança Criativa Objetivo Específico: Conhecer o histórico da Dança enquanto manifestação cultural, de forma que os educandos compreendam os aspectos conceituais assim como as características da Dança Criativa.

Conteúdo: Composição Coreográfica Objetivo Específico: Proporcionar momentos de criação de pequenas composições coreográficas, para que os educandos realizem um conjunto de movimentos ritmados e percebam sua capacidade de criação, respeitando os limites e possibilidades de cada um e possibilitando ainda um estímulo à socialização e integração do grupo. Vivência do conteúdo pelos educandos: a) O que já conhecem/sabem? b) O que já vivenciaram? c) O que gostariam de saber/conhecer d) O que gostariam de vivenciar?

Discussão e dimensões a serem trabalhadas: Conceitual: O que é Dança? O que é Dança Criativa? Histórica/ Cultural: Como, onde e por que surgiu a Dança? Operacional: O que precisamos fazer para dançar? Quais são os elementos básicos da Dança?

Ações docentes e discentes. Este trabalho será desenvolvido em forma de: explanação docente, questionamentos aos educandos, registro de respostas, debate, pesquisa, textos, vídeos, atividades práticas individuais e em pequenos e grandes grupos.

☺Síntese Mental do educando por meio das respostas dadas às dimensões trabalhadas na problematização. ☺Produção textual oral e escrita. ☺Auto-avaliação realizada por meio de debates no final das aulas. ☺Organização de sequência de movimentos ritmados. ☺Criação/ organização de atividades. ☺Participação nas atividades. ☺Registro nos quatros níveis intelectuais: memória, compreensão, aplicação e avaliação.

Nova Postura Prática Esperamos com esse conjunto de aulas do caderno pedagógico, que os educandos compreendam o que é Dança Criativa e que para dançar não precisa ser um bailarino, sendo que qualquer pessoa pode dançar. Ações do aluno ☺Pesquisar e ler novos materiais sobre o assunto. ☺Assistir programas de Dança percebendo criticamente o que acontece. ☺Conversar com família/ vizinhos/amigos comentando sobre o conteúdo trabalhado na escola. ☺Participar de atividades com Dança em sua comunidade.

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6. UNIDADE 3: PLANOS DE AULAS

6.1 PLANO DE AULA 1

Conteúdo: Dança Criativa

Objetivos:

Apresentar o plano de unidade a fim de que o educando tome conhecimento

do processo pedagógico que será desenvolvido.

Possibilitar a vivência inicial do conteúdo bem como a reflexão em torno das

questões problematizadoras, possibilitando a percepção em relação ao

processo de síncrese (conhecimento concreto-empírico) em que os

educandos se encontram.

.

Atividade 1 “Plano de Unidade”:

Apresentar o plano de unidade. Poderá ser realizada utilizando Tv Pen drive,

cartaz, planos impressos entregues aos educandos ou outra forma que o professor

achar mais viável.

Atividade 2 “Vivência do Conteúdo pelos Educandos”:

Questionar aos educandos em relação à Dança Criativa:

a) O que já conhecem/sabem?

b) O que já vivenciaram?

c) O que gostariam de saber/conhecer?

d) O que gostariam de vivenciar?

Registro de texto coletivo sobre as respostas dadas levantando a vivência dos

alunos em relação à Dança Criativa.

Atividade 3 “Debate e Registro Baseado nas Questões Problematizadoras”:

Apresentar as questões problematizadoras:

O que é Dança?

O que é Dança Criativa?

Como, onde e por que surgiu a Dança?

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O que precisamos fazer para dançar?

Quais são os elementos básicos da Dança?

Após um debate inicial suscitando a reflexão sobre as questões acima, solicitar

aos educandos que registrem as respostas numa folha individualmente.

Nota: Tanto na atividade 2 como na 3, o professor não deverá explicar o conteúdo de maneira que acabe induzindo as respostas dos educandos, pois o objetivo é justamente o registro e percepção em relação a síncrese (conhecimento concreto-empírico) dos educandos, ou seja, uma sondagem inicial. FONTE: GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 5.ed. Campinas-SP: Autores Associados, 2012.

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6.2 PLANO DE AULA 2

Conteúdo: Elementos da Dança

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao esquema corporal,

ritmo, coordenação motora e orientação espaço-temporal.

Atividade 1 “Explorando a Bexiga”:

O professor distribui uma bexiga para cada educando, solicitando que encham

deixando-a nem muito cheia nem muito murcha. Em seguida, solicita que deitem na

posição decúbito dorsal. Colocar a música “Smoth” do guitarrista Carlos Santana.

Assim a que música começar a tocar:

os mesmos deverão deslizar a bexiga pelo corpo, utilizando-se dos

movimentos de pernas e dos braços, sem prender (segurar) a bexiga;

sem deixar cair a bexiga, os educandos deverão sentar. Nessa posição,

devem procurar fazer que o balão percorra as pernas. Isto deve ser feito

somente com movimento das pernas e do quadril, sem auxílio das mãos;

percorrer a bexiga pelos braços e antebraços também sem auxílio das mãos;

gradualmente sem deixar a bexiga cair, os educandos deverão passar para

posição ajoelhada e depois em pé;

se deslocar pelo ambiente no ritmo na música equilibrando as bexigas nas

partes do corpo solicitada pelo professor: cabeça, rosto, costas, peito,

abdômen, ombro direito, ombro esquerdo, braço direito, braço esquerdo,

antebraço direito, antebraço esquerdo, punho direito, punho esquerdo, palma

da mão direita, palma da mão esquerda, coxa direita, coxa esquerda, peito

do pé direito, peito do pé esquerdo, por fim, o professor pode solicitar que

equilibrem em qualquer parte do corpo que sentiram mais facilidade;

continuar caminhando pelo espaço, agora tocando a bexiga para cima com as

palmas da mão, pode ser somente com a direita, somente com a esquerda e

passando da direita para esquerda/esquerda para direita;

continuar caminhando e iniciar troca de bexigas com os colegas sem deixá-

las cair;

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para finalizar, todos os alunos deverão ir tocando a bexiga até que a

coloquem dentro de um saco de TNT.

FONTE: Adaptado de SÁ, Ivo Ribeiro de; GODOY, Kathya Ayres de. Oficinas de Dança de Expressão Corporal para o Ensino Fundamental. São Paulo: Cortez, 2009. p.40-41.

Atividade 2 “Colchão de Bexigas”:

Com as bexigas dentro do saco de TNT, propor desafios aos educandos:

deitar sobre o colchão de diferentes formas (decúbito dorsal, ventral, lateralmente).

Deixá-los criar outras formas de explorar o material, para que adquiram confiança

em suas movimentações. Utilizar como música de fundo “Once upen a time in Africa”

do filme Madagascar.

FONTE: Adaptado de PARANÁ, Prefeitura Municipal de Curitiba. Caderno Pedagógico: movimento. Secretaria Municipal da Educação. Curitiba: SME, 2009.

Atividade 3 “Tempo e contratempo”:

Explicar que tempo é 1 e contratempo são dois no tempo de 1.

Realizar uma sequência de oito tempos batendo as mãos nas coxas. UMA BOLA

executamos UMA BATIDA NAS COXAS

Realizar uma sequências de 8 contratempos, com palmas. DUAS BOLAS JUNTAS

executamos DUAS PALMAS no tempo de uma (contratempo).

Repetir até que os educandos consigam realizar.

Em seguida fazer de acordo com o mapa (que pode ser desenhado no quadro ou

em cartolina ou ainda colocar na Tv pen drive):

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onde vemos ---- fazemos uma PAUSA.

Realizar com os educandos uma sequência (linha) de cada vez até conseguir fazer

as quatro sequências abaixo:

*Construir frases novas...

**A atividade poderá ser realizada utilizando uma música de fundo, música

esta que tenha um compasso quaternário. Sugestão “Quiddith World Cup”

de Patrick Doyle.

FONTE: Adaptado de ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e pratica. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008. p.80.

Atividade 4 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação.

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6.3 PLANO DE AULA 3

Conteúdo: Elementos da Dança

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao esquema corporal,

ritmo, coordenação motora, expressão corporal, criatividade, memória e orientação

espaço-temporal.

Atividade 1 “Dança da Amizade”:

Inicialmente o professor apresentará a “Dança Circular” utilizando uma

sequência de slides na TV Pen drive. Após a explanação inicial, dispor os

educandos aos pares, em forma de um grande círculo e numerando cada par em 1 e

2, sendo que todos os números 1 deverão estar voltados na mesma direção e vice-

versa no caso dos números 2. Quando iniciar a música “Dança Circular Escocesa”,

pegar na mão direita do colega, segurar cumprimentando e balançar, repetir com a

mão esquerda. Colocar as duas mãos para trás, curvar-se a frente para o lado direito

e depois para o lado esquerdo, intercalando o movimento para a dupla não bater a

cabeça. Entrelaçar os braços, rodar e gritar “hei”, trocar de lado entrelaçando os

outros braços, faz o mesmo movimento de girar e na sequência o número 1 vai para

o próximo par de número dois.

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FONTE: Os slides foram organizados a partir do texto “Danças Circulares”. Disponível em: http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=63. Acesso em agosto de 2013. A “Dança Circular”, é uma atividade aprendida por meio de uma vivência no Curso Geral 3 do Programa PDE 2013.

*Apresentar outros tipos de danças circulares disponíveis no site:

http://dancacircularufabc.wordpress.com/videos-sobre-dancas-circulares/

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Atividade 2 “O passo”:

Execução do Passo (marcação do pulso):

2.1 Dar um passo para frente e para trás, da seguinte forma:

*dar um passo para frente com o pé direito;

* trazer o esquerdo completando o deslocamento;

*dar outro passo para trás com o pé direito

*trazer novamente o esquerdo.

Posição inicial e final: pés unidos

Realizar sem música e depois com a música Zydeko, do espetáculo Quidam, do

Cirque du Soleil.

2.2 Realizar a marcação do passo com transferência do peso do corpo entre os pés

direito e esquerdo. Isso significa que quando pisar com a direita, deve ser levemente

na diagonal e a esquerda também.

Realizar sem música e depois com a música Zydeko, do espetáculo Quidam, do

Cirque du Soleil.

2.3 Os pés marcam o pulso enquanto as mãos batem palmas quando visualizam os

números entre parênteses, exemplo:

1 2 3 (4)

1 (2) 3 4

1 2 (3) (4)

Realizar sem música e depois com a música Zydeko, do espetáculo Quidam, do

Cirque du Soleil.

FONTE: Adaptado de ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e pratica. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008. p.49-53.

Atividade 3 “Desenvolvendo a Expressão Corporal”:

Dividir a turma em grupos de cinco educandos aproximadamente.

Antecipadamente, escrever em pedaços de papel algumas sensações ou estados

afetivos (amor, ódio, frio, calor, fome, alegria, tristeza, etc.). Sortear uma sensação

para cada grupo.

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Colocar uma música de ritmo moderado (Sugestão: música instrumental With

you, Chris Brown); pedir para que todos, ao mesmo tempo, criem movimentos

individuais sobre a sensação que o grupo sorteou;

Dar 5 a 10 minutos para que cada grupo possa montar 3 a 4 movimentos

relativos à sensação que sorteou e depois vá a frente e apresente os passos

para os demais educandos da turma;

Depois de todos se apresentarem, um educando de cada grupo vai à frente e

ensina ao restante da turma os passos de seu grupo. Memorizados todos os

movimentos de todos os grupos, está pronta uma coreografia.

FONTE: Adaptado de FERREIRA, Vanja. Dança Escolar: um novo ritmo para a Educação Física. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. p.48-49

Atividade 4 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação. Também será avaliado a organização de sequência

de movimentos ritmados e a criação/organização de atividades.

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6.4 PLANO DE AULA 4

Conteúdo: Conceito e História da Dança Criativa

Objetivo: Conhecer o histórico da Dança enquanto manifestação cultural, de forma

que os educandos compreendam os aspectos conceituais assim como as

características da Dança Criativa.

Atividade 1 “Explanação de Conceito e Histórico da Dança Criativa”:

Apresentar o conteúdo abaixo na forma de slides elaborado com base no

capitulo de revisão de literatura deste caderno “4.3 Dança Criativa como conteúdo

da Educação Física”, que poderão ser utilizados na TV Pen drive. Antes de iniciar a

explanação o professor entregará para os educandos uma folha com uma linha do

tempo, na qual os mesmos deverão ir registrando os pontos principais que vão

percebendo na explicação do professor. O professor deve problematizar durante a

explanação, de forma que haja uma interação entre o professor e os educandos.

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LINHA DO TEMPO DA HISTÓRIA DA DANÇA

Pré-História:

5000 a.C.:

2000 a.C.:

Séc. VII a.C.:

Idade Média:

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Séc. XI e XII:

Séc. XV:

Séc. XVII:

Séc. XVIII:

Séc. XIX:

Séc. XX:

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Atividade 3 “Catarse”:

Retomar com os educandos os pontos centrais que registraram em sua Linha

do Tempo, de maneira que possa ser verificado o que os mesmos compreenderam

em relação ao histórico da Dança enquanto manifestação cultural. Promover um

debate sobre o que eles já sabiam e o que passaram a conhecer a partir da aula.

Por fim, verificar se compreenderam os aspectos conceituais assim como as

características da Dança Criativa.

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6.5 PLANO DE AULA 5

Conteúdo: Elementos da Dança - Técnica STOMP

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao ritmo,

coordenação motora, expressão corporal e criatividade.

Atividade 1 “Apresentação do grupo STOMP”:

Hoje há diversos grupos de dança que representam coreografias

coordenadas e ritmadas, sempre com o acompanhamento de algum som ou ritmo,

como exemplo temos o grupo Stomp, que mistura música, dança e teatro, utilizando

como referência os movimentos e objetos cotidianos. A ideia é realizar movimentos

com o corpo e objetos utilizados de maneira não tradicional.

O grupo começou nas ruas de Brighton, Inglaterra em 1991. Seus fundadores

foram Luke Cresswell (percussionista) e Steve McNicholas (ator, músico e escritor).

Os elementos utilizados nesta técnica são: tempo, força, espaço e rítmica

corporal. São utilizados instrumentos do dia a dia para criar as coreografias e sons,

como: tubulações, tampas de balde de lixo, rodos, vassouras, baldes, calotas de

carro, caixa de fósforos, bolas, etc.

A projeção do grupo, fez com que seu nome passasse a ser utilizado para

denominar esta técnica.

Estas informações deverão ser explicadas aos educandos. Como sugestão

pode ser feita por meio de explanação e registros no quadro, ou levar material

impresso, ou ainda, apresentar em forma de slides.

FONTE: ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e prática. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008. p.34-35.

Atividade 2 “Apresentação da técnica do grupo STOMP”:

Apresentar os vídeos com as apresentações do grupo Stomp. Disponível em:

http://www.youtube.com. Dentre os vários vídeos disponíveis sugerimos os

seguintes: “Stom Basketball” com bolas de basquete

(http://www.youtube.com/watch?v=zYXUm8 GgPjE), “Stomp Live - Part 1 – Brooms”

com vassouras (http://www.youtube.com/ watch? v=tZ7aYQtIldg), “Stomp Live - Part

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2 – Matchsticks” com caixinhas de fósforos (http://www.youtube.com/watch?

v=93t6bCnAvk4), “Stomp – Suspension” com a apresentação do grupo suspenso

(http://www.youtube.com/watch?v=5NcnP8W7n8o), “Stomp Out Loud – Kitchen” na

cozinha (http://www.youtube.com/watch?v=xpvMvEJEb-8). O professor deverá fazer

uma seleção de no máximo 15 minutos de vídeo.

Atividade 3 “Vivências da técnica do grupo STOMP”:

O professor deverá deixar previamente, materiais organizados para que os

educandos possam explorá-los com base no que ouviram e assistiram. Sugestão de

materiais: bolas, bastões, garrafas de plásticos, latas de tinta vazia, caixa de

fósforos, vassouras, baldes, cones, corda, galão de água... Caso seja viável, o

professor poderá solicitar com antecedência que os educandos providenciem e

tragam para a aula os materiais.

Atividade 4 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre a

vivência: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além das atividades

propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se conseguiram atingir

os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao educando uma auto-

avaliação.

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6.6 PLANO DE AULA 6

Conteúdo: Elementos da Dança - Técnica STOMP

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao ritmo,

coordenação motora, expressão corporal e criatividade.

Atividade 1 “Vivência da técnica do grupo STOMP”:

O professor deverá deixar previamente, materiais organizados para que os

educandos possam explorá-los com base no que ouviram e assistiram na aula

anterior. Sugestão de materiais: bolas, bastões, garrafas de plásticos, latas de tinta

vazia, caixa de fósforos, vassouras, baldes, cones, corda, galão de água. Caso seja

viável, o professor poderá solicitar com antecedência que os educandos

providenciem e tragam para a aula os materiais.

Depois da exploração individual, solicitar que formem grupos de três a cinco

educandos e criem uma sequência de movimentos e sons com os objetos

escolhidos.

Em seguida, cada grupo fará a apresentação. Caso tenha tempo, poderá

possibilitar que cada grupo ensine aos demais a sequência que criou.

Atividade 2 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação.

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6.7 PLANO DE AULA 7:

Conteúdo: Elementos da Dança – Técnica Grupo Barbatuques

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao esquema corporal,

ritmo, coordenação motora, expressão corporal, criatividade e memória.

Atividade 1 “Apresentação do grupo Barbatuques”:

O grupo faz música utilizando apenas ritmos e sons produzidos nos próprios

corpos de seus integrantes, fazendo dele um gerador de ritmos, melodias e

harmonias. Vale tudo, palmas, assobios, dedos estalando, trupes (sapateados),

efeitos de voz.

O mentor do grupo foi Fernando Barbosa (Barba), daí vem a origem o nome

do grupo. Barba iniciou suas pesquisas em 1988, denominando a técnica de

“sintetizador humano”.

No palco o grupo varia de 3 a 13 integrantes e o resultado é espantoso.

Aproximando a música brasileira de elementos da música africana, mediterrânea,

cubana, eletrônica e minimalista, entre outros, o grupo explora o corpo humano. O

trabalho do grupo é uma orquestra orgânica.

Estas informações deverão ser explicadas aos educandos, como sugestão

pode ser feita por meio de explanação e registros no quadro, ou levar material

impresso, ou ainda, apresentar em forma de slides.

FONTE: ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e prática. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008. p.36.

Atividade 2 “Apresentação da técnica do grupo Barbatuques”:

Apresentar os vídeos com as apresentações do grupo Barbatuques.

Disponível em: http://www.youtube.com/barbatuques. Dentre os vários vídeos

disponíveis sugerimos os seguintes: “Música com o corpo”

(http://www.youtube.com/watch? v=d5QAM9GpSq4), “Cadeirada” (http://www.

youtube.com/watch?v=Ghgrc8Mj_-s), “Sambelelê” (http://www.youtube.com/watch?v

=_Tz7KROhuAw), “Meu instrumento, percussão corporal” (http://www.youtube.com/

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watch?v=i-EPUPpUJNo). O professor deverá fazer uma seleção de no máximo 15

minutos de vídeo.

Atividade 3 “Vivência da técnica do grupo Barbatuques”:

A partir do vídeo “Percussão Corporal – Fernando Barba – Parte 1

(http://www.youtube.com/watch?v=pFaWQhzaBJw), realizar os movimentos básicos

de tirar sons do corpo.

Atividade 4 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação.

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6.8 PLANO DE AULA 8:

Conteúdo: Elementos da Dança – Técnica Grupo Barbatuques

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao esquema corporal,

ritmo, coordenação motora, expressão corporal, criatividade e memória.

Atividade 1 “Sequência de sons na roda”:

Dispor os educandos em um círculo, um educando inicia o jogo realizando um

som com qualquer parte do corpo. O educando que está ao lado, deverá fazer o som

que o primeiro fez e criar mais um. O próximo fará então o primeiro, o segundo e

acrescentará mais um e assim sucessivamente o jogo continua até que o último

educando da roda faça o som de todos e depois acrescente o seu.

Caso alguém esqueça algum som, o educando que o propôs poderá

relembrá-lo.

Atividade 2 “Vivência da técnica do grupo Barbatuques”:

Retomar a partir do vídeo “Percussão Corporal – Fernando Barba – Parte 1

(http://www.youtube.com/watch?v=pFaWQhzaBJw), os movimentos básicos de tirar

sons do corpo.

Na sequência, a partir do vídeo Percussão Corporal – Fernando Barba –

Parte 2 (http://www.youtube.com/watch?v=Za5-W5jJp_U), possibilitar aos alunos

que produzam ritmo.

Atividade 3 “Criação de movimentos com sons”:

Solicitar que formem grupos de três a cinco educandos e criem uma

sequência de movimentos com sons do corpo.

Em seguida, cada grupo fará a apresentação. Caso tenha tempo, poderá

possibilitar que cada grupo ensine aos demais a sequência que criou.

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Atividade 4 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação. Também será avaliada a organização de sequência

de movimentos ritmados e a criação/organização de atividades.

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6.9 PLANO DE AULA 9:

Conteúdo: Elementos da Dança – Cup Song (som do copo)

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao ritmo,

coordenação motora e memória.

Atividade 1 “Apresentação da técnica do som do copo”:

Baseado na técnica do grupo “Stomp”, falar do ritmo batida no copo.

Apresentar os dois trechos do filme “A Escolha Perfeita”: Anna Kendrick – Cups

Pitch Perfect’s “When I’m Gone” (http://www.youtube.com/watch?v=cmSbXsFE3l8) e

Pitch Perfect – Becas’s Audition (http://www.youtube.com/watch?v=weqDCGg0GYs)

onde aparecem a técnica e fazer um breve comentário do filme.

Ressaltar que embora a técnica tornou-se popular com o filme, relatos de

profissionais da área, afirmam que já faziam esta brincadeira à 15/20 anos atrás em

grupos de escoteiros.

Atividade 2 “Execução da técnica com o grupo Palavra Cantada”:

Dividir os educandos em grupos de cinco a seis pessoas. Cada um com um

copo de plástico ou acrílico, que deverá ser solicitado na aula anterior. Junto com

vídeo “ABC dos copos do grupo palavra cantada” (http://www.youtube.com/watch?

v=fFo1i8EIS74), executar a técnica inicial. Repetir de duas a três vezes.

Atividade 3 “Execução da técnica Cup Song”:

Cada educando em sua carteira com um copo de plástico realizará a

sequência dos movimentos do “Cup Song” que serão ensinados pelo professor,

passo a passo, conforme descrito abaixo:

Inicia com o copo na mesa, com a “boca para baixo”.

Etapa 01: duas palmas, uma batida no copo;

Etapa 02: uma palma, pega o copo com a mão direita e o remove para a

direita;

Etapa 03: uma palma, colocar a mão direita invertida (com o dedão para

baixo), bate a “boca” do copo na mão esquerda, bate a base do copo na mesa, bate

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a base do copo na mão esquerda e o segura com a mão esquerda, bate mão direita

na mesa e coloca o copo com a mão esquerda na mesa, deixando a “boca” para

baixo.

Repetir com os educandos cada etapa até que aprendam e depois fazer toda

a sequência num ritmo moderado e em seguida mais rapidamente.

Colocar o vídeo com a atriz Mariana Rios, no Programa Caldeirão do Huck

(http://www.youtube.com/watch?v=nv1nK_irDL0) e realizar os movimentos do cup

song no ritmo da música.

Atividade 4 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação.

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6.10 PLANO DE AULA 10:

Conteúdo: Elementos da Dança – Técnicas STOMP e BARBATUQUES com

Paródia

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao ritmo,

coordenação motora, expressão corporal, criatividade e memória.

Atividade 1 “Explicitação e criação de Paródia”:

Explicar aos educandos o que é uma Paródia: mistura da melodia de uma

música conhecida com uma letra diferente, criada pelo autor da paródia.

Para fazer uma boa paródia você precisa formar frases que se encaixem

direitinho na composição verdadeira. Dicas para fazer uma Paródia:

1) Estudar o assunto/tema que pretende elaborar a paródia.

2) Escrever algumas frases sobre o assunto/tema.

3) Escolher alguma música de melodia bem conhecida.

3) Trocar a primeira frase da música encaixando a frase criada.

4) Cantar para ver se precisa mudar algo e assim você irá trocando toda a

letra original da música pela letra que criou para paródia.

Solicitar aos educandos que formem grupos de cinco ou seis pessoas e

elaborem uma paródia de um refrão de música, para a qual o professor poderá

propor uma temática relacionada à disciplina, exemplo: Copa do Mundo, Jogos

Olímpicos, Educação Física, Cultura Corporal de Movimento, Dança, Esportes,

Jogos e Brincadeiras, etc.

Atividade 2 “Paródia com Técnicas de STOMP e BARBATUQUES”:

Depois de criar a paródia de um refrão, deverão inserir ou a técnica do

“STOMP” (tirar sons de objetos cotidianos, exemplos caneta, estojo, carteira...) ou

“BARBATUQUES” (tirar sons do corpo), ou ainda as duas juntas.

Atividade 3 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

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das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação.

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6.11 PLANO DE AULA 11:

Conteúdo: Elementos da Dança – Técnicas STOMP e BARBATUQUES com

Paródia

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação ao ritmo,

coordenação motora, expressão corporal, criatividade e memória.

Atividade 1 “Apresentação da Técnica STOMP e BARBATUQUES com

Paródia”:

Deixar que os grupos relembrem/terminem a criação da paródia com as

técnicas STOMP e BARBATUQUES. Na sequência os mesmos deverão apresentar

aos colegas os seus trabalhos.

Atividade 2 “Paródia dos outros grupos”:

Possibilitar que cada grupo ensine os movimentos (técnicas Stomp e

Barbatuques) que utilizou na sua paródia aos demais grupos.

Atividade 3 “Catarse”:

Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação. Também será avaliada a criação/ organização de

atividades.

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6.12 PLANO DE AULA 12:

Conteúdo: Elementos da Dança – Gêneros Musicais

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação à identificação de

gêneros musicais, sensibilização musical e auditiva, percepção e compreensão das

variações rítmicas, melódicas e harmônicas do universo musical.

Atividade 1 “Definição de Gêneros Musicais”:

O professor fará uma explanação sobre Gêneros Musicais, podendo utilizar

da lousa, TV Pen Drive ou ainda levar material impresso aos educandos.

Gêneros Musicais são categorias que contêm sons musicais que

compartilham elementos em comum. Os gêneros definem e classificam músicas em

suas qualidades. Entre os diversos elementos que concorrem para a definição dos

gêneros pode-se apontar: instrumentação (que instrumentos são mais

frequentemente usados); texto (conteúdo sacro, profano, romântico, idílico, etc.);

função (prelúdio, encerramento, dança ritual, etc.); estrutura (linear, segmentada,

repetitiva, etc.); contextualização (local de interpretação, contextualização

geográfica, contextualização cronológica, contextualização etnográfica, etc).

Existe uma enorme variedade de ritmos, e este acompanhado de uma dança

própria é uma característica que ajuda a definir um estilo. Há vários estilos ou

gêneros musicais cuja identidade está ligada também a outros fatores: dos

instrumentos utilizados à origem étnica e regional (razão pela qual se fala em ritmos

latinos e africanos), ao conteúdo emocional das letras (como o lamento dos blues ou

do fado português) e até ao modo de interpretação (como a improvisação,

característica essencial do jazz). Hoje o que acontece é uma fusão de estilos, os

gêneros musicais estão cada vês mais indefinidos, “é uma característica da própria

música enquanto forma de arte” (ARTAXO e MONTEIRO, 2008, p. 37).

FONTE: FARIA, G. Gêneros Musicais. Publicado em 2011. Disponível em: http://musicagersondefaria.blogspot.com.br /2011/06/generos-musicais.html. Acesso em novembro de 2013. ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e pratica. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008. p. 37.

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Atividade 2 “Identificando o Gênero Musical”:

O professor questionará aos educandos quais são os gêneros musicais que

eles tem conhecimento e anotará em uma lousa. Depois de selecionar várias

músicas de gêneros musicais diversos, deverá apresentá-las aos educandos, uma

de cada vez (aproximadamente 30 segundos), e pedir para que eles anotem em

uma folha qual o gênero musical pertence cada uma delas, numerando-as. Orientá-

los para que identifiquem o gênero a partir da percepção dos instrumentos tocados,

etnia da música, seu pulso, variação rítmica, letra, etc.

OBS.: é preciso ter cuidado na hora de selecionar as músicas, procurando sempre

variar o repertório para não limitar o educando as músicas de que

gostam/conhecem, e também observar as letras das músicas, pois muitas tem

conteúdo inadequado.

Na sequência o professor retomará cada música, fazendo uma análise com

os educandos e explicará o gênero musical a que pertence cada uma. Esta

explanação pode utilizar como recurso slides na Tv Pen drive ou material impresso

entregue aos educandos.

A seguir veremos as características de alguns gêneros musicais mais comuns

em nosso meio:

AXÉ: O Axé, ou axé music, é um gênero musical surgido no estado da Bahia na

década de 1980, durante as manifestações populares do Carnaval de Salvador,

misturando frevo pernambucano, ritmos afro-brasileiros, reggae, merengue, forró,

maracatu e outros ritmos afro-latinos. No entanto, o termo Axé é utilizado

erroneamente para designar todos os ritmos de raízes africanas ou o estilo de

música de qualquer banda ou artista que provém da Bahia. Sabe-se hoje, que nem

toda música baiana é Axé, pois lá há o Samba-reggae, representado principalmente

pelo Bloco Afro Olodum, o Samba de Roda, o Pagode produzidos por algumas

bandas e até uma variação de frevo, entre outros.

A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé e na

umbanda, que significa energia positiva. Expressão corrente no circuito musical

soteropolitano. Soteropolitano é o tratamento gentílico para o nascido em

Soterópolis. Soterópolis foi uma antiga cidade grega, erigida por seu imperador e em

sua homenagem, chamado Sotero. Sotero em latim é mesmo que Salvador. Assim,

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temos sotero + pólis, ambos do grego e não do latim, como muitos pensam. Como o

baianos de Salvador consideram-se um povo especial, em vez de se intitularem

SALVADORENSE, intitulam-se SOTEROPOLITANO.

Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o

país (com a realização de carnavais fora de época, as Micaretas), e fortaleceu-se

como potencial mercadológico, produzindo sucessos durante todo o ano, tendo

como maiores nomes Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Claudia Leitte entre outros.

Os instrumentos típicos do gênero musical de axé são: tambores, atabaque,

pandeiro, guitarra e contrabaixo elétrico.

FONTE: PIRES, T. A origem do axé music. Publicado em 2009. Disponível em: http://www.kboing.com.br/noticias/A-origem-do-Axe-Music+09032317434992.html. Acesso em novembro de 2013.

BLUES: é uma forma musical vocal e/ou instrumental que se fundamenta no uso de

notas tocadas ou cantadas numa frequência baixa, com fins expressivos, evitando

notas da escala maior, utilizando sempre uma estrutura repetitiva.

O gênero surgiu nos Estados Unidos a partir do século XVII, quando os

escravos negros da região sul faziam canções de trabalho nas plantações de

algodão e outras músicas relacionadas à sua fé religiosa (spirituals). O conceito de

"blues" só se tornou conhecido depois do término da Guerra Civil Americana,

período em que passou a representar a essência do espírito da população afro-

americana.

Suas letras, muitas vezes, incluíam sutis sugestões ou protestos contra a

escravidão ou formas de escapar dela.

O blues tem exercido grande influência na música popular ocidental, definindo

e influenciando o surgimento da maioria dos estilos musicais como o jazz, rock and

roll e música country, influenciando também na música pop convencional e até na

música clássica moderna.

Os instrumentos típicos do gênero musical de blues são: guitarra, piano,

harmônica, baixo, bateria, vocal, saxofone, trompete, trombone.

FONTE: AUTOR DESCONHECIDO. Blues. Disponivel em: http://www.brasilescola.com/artes/blues.htm. Acesso em novembro de 2013.

MÚSICA INFANTIL: refere-se à música, geralmente sob a forma de canções, escrita

especificamente para uma audiência infanto-juvenil. Os compositores geralmente

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são adultos. A música para crianças, historicamente, tem tido funções tanto de

entretenimento quanto educativas.

A música para crianças visa frequentemente prover meios divertidos de

ensinar às crianças sobre a cultura delas, outras culturas, bom comportamento, fatos

e habilidades. Originalmente, eram músicas folclóricas, mas há toda uma variedade

de música educativa que tem se tornado crescentemente popular.

FONTE: AUTOR DESCONHECIDO. Música para crianças. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/ M%C3%BAsica_para_crian%C3%A7as. Acesso em novembro de 2013.

JOVEM GUARDA: foi um gênero musical surgido na metade dos anos 1960. Foi o

equivalente nacional ao movimento liderado pelos Beatles, banda inglesa surgida

nos anos 1960, mesclando letras românticas e descontraídas com guitarras

elétricas, ditando um novo comportamento voltado para a juventude: a moda das

calças Saint Tropez, das minissaias, dos cabelos compridos para os rapazes, das

blusas com babados e das gírias como “brotinho”, “é papo firme”, entre outras.

O gênero tem esse nome devido ao programa homônimo que reunia as

maiores estrelas do movimento, como Ronnie Von, Martinha, Eduardo Araújo,

Wanderley Cardoso, Jerry Adriani e as bandas “Os Incríveis”, “Renato e seus Blue

Caps”, “Golden Boys” e “The Fever”. Apresentado por Roberto Carlos, Erasmo

Carlos e Wanderléia (Calhambeque, Tremendão e Ternurinha), fez um grande

sucesso entre o público jovem, impulsionando a venda de produtos relacionados à

marca e estética da Jovem Guarda.

Entre os sucessos da Jovem Guarda estão: “O Calhambeque” (Roberto

Carlos); “Festa de Arromba” (Erasmo Carlos); “Biquíni de Bolinha Amarelinha” (Celly

Campello e Ronnie Cord); “O Bom” (Eduardo Araújo).

FONTE: LEME, M. Apostila de Educação Musical: 9° ano do Ensino Fundamental. Colégio Pedro II. Publicado em 2011. Disponivel em: http://www.portaledumusicalcp2.mus.br /Apostilas/PDFs/9ano_ 00_Apostila%20completa.pdf. Acesso em novembro de 2013.

CLÁSSICA: também chamada de erudita, é música que é fruto da erudição e não

das práticas folclóricas e populares.

A música clássica ou erudita é aquela que foi concebida de 1750 a 1830,

incluindo especialmente as produções de Haydn, Mozart e Beethoven. Delas

nasceram as sinfonias, os quartetos de cordas e os concertos; ela foi responsável

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também pela predominância das composições instrumentais sobre as criações

direcionadas para o estilo coral.

A expressão ‘música clássica’ passou a ser usada a partir de princípios do

século XIX, quando houve a intenção de se transformar a era que inicia com Bach e

vai até Beethoven, em um período de ouro. Atualmente este rótulo é aplicado tanto à

música clássica, no sentido de produção de alto nível, quanto à erudita no todo.

A música clássica frequentemente se distingue pelo amplo uso da que faz de

instrumentos musicais de diferentes timbres e tonalidades, criando um som profundo

e rico, chamados de orquestra (família das cordas, madeiras, metais e percussão, e

eventualmente aparecem saxofone, violão, piano e órgãos).

FONTE: SANTANA, A. L. Música erudita. Disponível em: http://www.infoescola.com/artes/musica-erudita/. Acesso em novembro de 2013.

COUNTRY: A música country é uma mistura de estilos populares originalmente

encontrados no centro sul dos Estados Unidos e nas montanhas dos Apalaches. O

significado da palavra country é campo ou rural.

O termo Country Music começou a ser usado nos anos da década de 1940,

nos Estados Unidos, quando o termo original e precedente, "música caipira" foi

considerado degradante, o novo termo foi abraçado amplamente na década de

1970.

Também os imigrantes franceses e italianos contribuíram na sua formação,

mas suas principais raízes são compostas pelas velhas canções inglesas.

As canções dos escravos, as canções religiosas do Sul dos Estados Unidos,

a dos trabalhadores do campo e as velhas canções inglesas somadas aos

instrumentos rústicos como os de corda Banjo, Mandolin, Rabeca e Violão, e o

Washboard, deram origem a este gênero musical.

Por se tratar de um gênero representado pelos homens do campo é muito

associado a vestes e instrumentos rústicos. Jimmie Rodgers é conhecido como o

"pai" da música country; no sexo feminino, o grande nome é o da famosa cantora

Dolly Parton, que vendeu milhões de discos e é considerada pela crítica

especializada como "a Rainha" da country music, e mais recentemente, Shania

Twain sendo a cantora country com mais discos vendidos no mundo, considerada

por muitos como a Nova Rainha do Country, por ter revolucionada o estilo. A

"capital" da música country é a cidade Nashville, pois é lá onde se encontrava a

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sede de diversas gravadoras do gênero, e onde se realizaram os mais famosos

festivais desse estilo musical.

FONTE: AUTOR DESCONHECIDO. Estilo Musical: country. Disponivel em: http://www.edukbr.com.br/ artemanhas/country.asp. Acesso em novembro de 2011.

ELETRÔNICA: é toda música que é criada ou modificada através do uso de

equipamentos e instrumentos eletrônicos, tais como sintetizadores, gravadores

digitais, computadores ou softwares de composição.

Os sons são produzidos eletronicamente. Algumas das sonoridades obtidas

assemelham-se à voz humana ou às vezes ao som de instrumentos tradicionais.

Por sua história, passou de uma vertente da música erudita (fruto do trabalho

de compositores visionários) a um elemento da música popular, primeiramente

bastante relacionado ao rock e posteriormente discernindo-se como um gênero

musical próprio (principalmente relacionado com a música popular nos sub-estilos

considerados dançantes tais como o techno, acid, house, trance edrum 'n' bass,

funk, desenvolvidos a partir do auge da música disco no final da década de 1970).

FONTE: RODRIGUEZ, G. Origem da música eletrônica. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/ 43699586/Origem-da-Musica-Eletronica. Acesso em novembro de 2013.

FADO: é um estilo musical português, originado em Lisboa. O fado é o símbolo

musical do povo português.

A palavra fado se origina do latim "fatum", que significa destino, o destino de

uma pessoa que não pode ser mudado. O fado é uma forma de canto melancólico

que tem como temas principais o amor incompreendido, o ciúme, a saudade do

passado, a dificuldade da vida e o desgosto.

Os cantores e cantoras de fado normalmente se vestem de preto, as

mulheres usam um xale. Os fadistas fazem de sua voz seu meio de vida; são

pessoas de talento que trabalham duro e fazem o melhor para elevar o prestígio da

música de Portugal em todo o mundo.

Entre os fadistas mais conhecidas estão Maria Severa, Amália Rodrigues,

Carlos do Carmo e o guitarrista Carlos Paredes.

Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) e acompanhado por

guitarra clássica (nos meios fadistas denominada viola) e guitarra portuguesa.

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FONTE: AUTOR DESCONHECIDO. Estilo Musical: fado. Disponivel em: http://www.edukbr.com.br/ artemanhas/fado.asp. Acesso em novembro de 2011.

FORRÓ: o ritmo nasceu do Nordeste e foi apresentado ao sul do país por Luiz

Gonzaga em 1940.

Seu nome deriva de forrobodó, “divertimento pagodeiro”, segundo o folclorista

Câmera Cascudo. Para José Ramos Tinhorão, historiador de música e ritmos

brasileiros forrobodó significa “confusão, desordem”. Trata-se de uma palavra muito

apropriada, completa Tinhorão, “pois forró não é um ritmo, é um baile popular, uma

festa, onde se tocam ritmos diversos como baião, xote, xaxado, maracatu, embolada

e coco” (Revista Veja, 29/04/99) animado pela popular sanfona de oito baixos. Tanto

o pagode (que hoje designa samba) como o forró são festas que foram

transformadas em gêneros musicais.

Os instrumentos que fazem parte de um conjunto de forró são: sanfona,

zabumba e o triângulo; mas existem alguns grupos que incorporam outros

instrumentos musicais.

Luiz Gonzaga do Nascimento (1912-1989) e Jackson do Pandeiro (1919-

1982) foram os precursores do forró, e atualmente temos Zé Dantas, Dominguinhos,

Elba Ramalho, Anastácia, entre outros.

FONTE: ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e pratica. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008. p. 43.

FUNK: o funk é um estilo musical que surgiu através da música negra norte-

americana no final da década de 1960.

A década de 1980 serviu para “quebrar” o funk tradicional e transformá-lo em

vários outros subgêneros, de acordo com o gosto do ouvinte, já que a música nesse

período era extremamente comercial.

O derivado do funk mais presente no Brasil é o funk carioca. Na verdade,

essa alteração surgiu nos anos 1980 e foi influenciada por um novo ritmo originário

da Flórida, o Miami Bass, que dispunha de músicas erotizadas e batidas mais

rápidas. Depois de 1989, os bailes funk começaram a atrair muitas pessoas.

Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas,

posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de

conotação sexual e de duplo sentido.

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FONTE: AUTOR DESCONHECIDO. Funk. Disponível em: http://www.brasilescola.com/artes/funk.htm. Acesso em novembro de 2013.

GOSPEL: a música gospel (do inglês “gospel”, ou seja, “evangelho”) é um gênero

musical de origem afro-americana, nascido nas fazendas de escravos no sul dos

Estados Unidos.

Os escravos cantavam músicas religiosas com mensagens escondidas em

suas letras. As mensagens poderiam conter informações sobre terrenos, quais

estradas e rios evitar e números de homens patrulhando tais estradas e rios. Essas

canções eram cantadas pelos escravos presos, durante a noite, quando se sabia

que havia escravos em fuga a fim de orientá-los rumo ao norte livre. Esse costume

continuou quando os escravos foram libertados invadindo igrejas e templos afro-

americanos por todos os Estados Unidos.

Atualmente é um gênero musical composto e produzido para expressar a

crença individual ou comunitária cristã.

Como outros gêneros de música cristã, a criação, a performance, a influência

e até mesmo a definição de música gospel varia de acordo com a cultura e o

contexto social. A música gospel é escrita e executada por muitos motivos, desde

motivo religioso ou cerimonial até um produto de entretenimento para o mercado

comercial. No entanto, um tema de música gospel é louvor, adoração ou graças a

Deus, Cristo ou o Espírito Santo.

FONTE: AUTOR DESCONHECIDO. Origem da musica gospel. Publicado em 2009. Disponível em: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/a-origem-da-musica-gospel. Acesso em novembro de 2013.

INDIANA: a música é uma parte importante na cultura indiana, prova disso é a

riquíssima variedade de estilos e instrumentos presentes no país. As tradições

criadas em volta desta arte se mantém há séculos. Acredita-se que as origens do

sistema musical hindu remonta ao canto dos hinos védicos (presente nos Vedas,

antigo texto sagrado hindu). O que se tem certeza, em meio às modernas pesquisas

é que a música indiana se desenvolveu dentro de uma interação muito complexa

entre os diferentes povos de diferentes raças e culturas que povoaram o país.

A base da música indiana é o sangeet (algo como cantar com

acompanhamento instrumental) que consiste em música vocal, instrumental e dança.

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Essas três formas, combinadas ou individualmente estão sempre presentes na arte

musical local.

Em algum ponto de meados do século XVIII, o violino entrou no repertório da

música indiana no sul, instrumento que acabou por adaptar-se muito bem às formas

musicais locais.

Instrumentos característicos da música indiana como o sitar o e harmonium

vieram de fontes estrangeiras diversas em épocas diversas e acabaram por se

tornar também símbolos da arte no país. Além destes, o mais conhecido instrumento

de percussão indiano é a tabla, com duas caixas em posições diferentes, sendo a da

direita curvada.

"Pandit" e "Ustad" são títulos honoríficos dados a conhecedores, doutores que

dominam a arte musical na Índia: são chamados de ustad os mestres muçulmanos e

aos hindus é reservado o título de pandit.

FONTE: SANTIAGO, Emerson. Música Indiana. Disponível em: http://www.infoescola.com/musica/musica-indiana/. Acesso em novembro/2013.

LATINA: quase todos os ritmos latinos, com exceção da salsa e do tango, nasceram

da mistura de danças e ritmos herdados da Europa e da África. Essa história

começou na França de Luís XIV (1643-1715). Dos animados bailes promovidos por

ele no Palácio de Versalhes, a contradança francesa - uma espécie de quadrilha que

divertia os nobres da época - foi importada pela corte espanhola e depois rumou

para colônias no Caribe, como Cuba, Haiti e República Dominicana. A outra grande

influência na criação dos ritmos caribenhos veio dos escravos que os colonizadores

traziam da África para a América. Das tribos africanas, dois grandes grupos étnicos

foram especialmente explorados como mão-de-obra: os bantos e os iorubás, que

habitavam regiões onde ficam hoje Nigéria e Camarões. Além da força de trabalho,

os primeiros africanos que chegaram ao Caribe trouxeram seus tambores e danças

religiosas.

No século XVIII, escravos da região começaram a unir essas várias heranças

culturais, criando a contradanza criolla, que misturava a contradança europeia com

instrumentos musicais e expressão corporal de origem africana. A partir de meados

do século XIX, uma das colônias que se destacaram pela riqueza dos novos ritmos

produzidos foi Cuba, que logo se tornaria a principal exportadora de sons e danças

caribenhas. Isso porque, além da variedade rítmica ali desenvolvida, o país também

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atraiu um grande número de turistas dos Estados Unidos até a primeira metade do

século XX. "A cultura popular cubana foi muito divulgada com a ajuda do cinema e

dos americanos antes da revolução que levou Fidel Castro ao poder em 1959. E,

depois disso, passou a ser muito pesquisada", diz a percussionista Glória Cunha, da

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A partir daí, rumba, chá-chá-chá,

merengue e muitos outros estilos latinos se espalharam, elevando a temperatura dos

salões no mundo inteiro.

A América Latina deu ao mundo um banquete de estilos musicais:

1. Tango: o estilo apareceu nos subúrbios de Buenos Aires, por volta de 1880. Sua

origem é a fusão de ritmos hispânicos, como o flamenco, com a milonga, uma dança

que já existia na Argentina e que, por ser extremamente sensual, tinha reputação

duvidosa. Inicialmente alegre, o tango mostrou sua faceta melancólica graças às

tristes canções gravadas pelo ídolo popular Carlos Gardel nas primeiras décadas do

século XX. Sua base musical concentra-se em piano, violino e bandônion (um tipo

de acordeão).

2. Salsa: apesar de ter raízes na ilha de Fidel Castro, a salsa surgiu em Nova York

na década de 1960. Foi o músico porto-riquenho Izzy Sanabria quem teve a ideia de

unir vários ritmos cubanos ao jazz para criar um som que agradasse aos imigrantes

de língua espanhola que viviam nos Estados Unidos. Uma banda de salsa comporta

de 10 a 14 músicos tocando piano, baixo, trompete, saxofone e percussão

variadíssima - enquanto a dança em si usa os mesmos passos da rumba e do

mambo em cadência mais rápida.

3. Merengue: desde 1930, o merengue é reconhecido como ritmo e dança nacionais

da República Dominicana. No entanto, suas origens pertencem também ao Haiti,

onde ele é tocado mais lento. A estrutura musical baseia-se em instrumentos de

corda, como o violão, percussão e acordeão. A dança que sofreu grande influência

africana tem movimentos ritmados dos quadris e da pélvis.

4. Conga: depois de ter nascido como um ritmo para brincar na rua, como no nosso

carnaval, a conga ficou conhecida nos Estados Unidos como dança de salão, com a

ajuda do músico e ator cubano Desi Arnaz. Após conhecer seu auge na década de

1930, o estilo amargou certo esquecimento. Como tantos outros ritmos latinos, seu

ritmo principal vem de instrumentos de percussão, enquanto os passos consistem,

basicamente, em chutes para os lados e pequenos saltos para frente e para trás.

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5. Rumba: criada a partir da influência de ritmos espanhóis e africanos durante a

colonização do país, a rumba foi um dos primeiros estilos musicais latinos a romper

fronteiras e se popularizar nos Estados Unidos, uma trajetória que começou no início

do século XX. Um dos instrumentos mais importantes para marcar o compasso é a

clave, formada por duas peças cilíndricas de percussão batidas uma na outra. Para

dançar rumba é preciso ter boa cintura, pois sua marca registrada é o movimento

acelerado e sacolejante dos quadris.

6. Mambo: descendente direto da rumba, o mambo começou sua expansão

internacional ao ser apresentado aos americanos pelo músico cubano Pérez Prado

na década de 1940. Nos anos 1950, o ritmo conquistou Nova York e era tocado por

band leaders como Tito Puente, Machito e Tito Rodrigues nos clubes mais

sofisticados da cidade. O mambo pode ser dançado separadamente ou por casais -

em dupla, porém, é preciso manter uma ligeira distância para que os quadris possam

acompanhar o ritmo das maracas, um tipo de chocalho.

7. Chá-chá-chá: depois de criado em 1948 pelo violinista cubano Enrique Jorrín, o

estilo foi popularizado na Europa e nos Estados Unidos por um professor de dança

inglês chamado Pierre Margolie. Em uma visita a Cuba, Margolie teve contato com o

ritmo e adotou alguns passos extras do mambo para criar um novo tipo de

coreografia, mais lenta e mais fácil de dançar que o próprio mambo.

FONTE: CRISTINA, Cíntia. Como surgiram os diferentes Ritmos Latinos?. Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-surgiram-os-diferentes-ritmos-latinos. Acesso em: novembro/2013.

MPB: a Música Popular Brasileira (MPB) é um gênero musical que surgiu a partir de

1966. Teve influência de outros ritmos, como o rock e o samba, em um cenário de

miscigenação de culturas. A MPB, além de ter grande relevância como manifestação

estética, tradutora da identidade cultural, apresenta-se como uma forma de

preservação da memória coletiva e como um espaço social privilegiado para as

leituras e interpretações do Brasil.

A MPB é um gênero dentro da totalidade de ritmos oriundos do nosso país.

Muito ampla e difundida, tem em sua história uma variedade imensa de cantores de

sucesso, entre eles Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso e Marisa Monte.

A televisão desempenhou um papel importante para a divulgação da MPB e

de seus novos artistas. O tema Arrastão, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, marcou

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o início da MPB, mostrando uma música de protesto, nacionalista, com

aproximações ao samba tradicional. Nomes como Elis Regina, Gal Costa e Maria

Bethânia marcaram os anos 1980 da Música Popular Brasileira.

Hoje a MPB, já consagrada, amadurece, cresce, amplia-se e incorpora novos

artistas. O perfil inicial marcadamente nacionalista foi integrando elementos de

diversas procedências. Atinge toda população brasileira, todas as classes, raças e

credos, identifica nossa maneira de viver.

Artistas como Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Chico César, Dorival

Caymmi, Elba Ramalho, João Bosco, Lenine, Maria Rita, Milton Nascimento, Nando

Reis, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Tim Maia, Vanessa da Matta, Wilson Simonal e

Zeca Baleiro representam esse gênero musical.

FONTE: AUTOR DESCONHECIDO. Música Popular Brasileira – MPB. Disponível em: http://soulbrasileiro.com.br/main/brasil/musica/mpb-musica-popular-brasileira/mpb-musica-popular-brasileira/. Acesso em: novembro/2013.

ROCK: estilo musical mais popular no mundo ocidental, o Rock ou Rock and Roll

surgiu e se firmou no sul dos Estados Unidos durante a década de 1950, tendo

rapidamente se espalhado por todo o mundo. Embora no início da história do Rock,

o instrumento principal fosse o saxofone, hoje em dia os instrumentos musicais mais

utilizados são a guitarra elétrica, o baixo, a bateria e o teclado.

O Rock surgiu da mistura de três gêneros musicais: Blues, Country e Jazz.

Assim, surgiu o Classic Rock, uma mistura de vários gêneros musicais. Nesse

período do Classic Rock surgiu Elvis Presley, considerado por muitos como o “o rei

do rock”.

No início do século atual, o Rock começou a perder grande parte de seu

espaço para o Pop. Contudo, uma nova vertente do estilo, a qual relaciona o rock

com a diversidade da música surgiu. Assim, se tornou um elemento crucial para os

rockeiros do século XXI a aceitação da heterogeneidade e a exaltação de toda a

história do rock.

FONTE: DANTAS, Tiago. Música Rock. Disponível em: http://www.brasilescola.com/artes/rock.htm. Acesso em: novembro/2013

SAMBA: é um tipo de dança de origem afro-brasileira. De ritmo sincopado

(fortemente marcado), tradicionalmente é tocado com instrumentos de percussão e

tem como base violão e cavaquinho.

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Por influência das orquestras americanas em voga a partir da Segunda

Guerra Mundial, passaram a ser utilizados instrumentos como trombones e

trompetes; e, por influência do choro, flauta e clarineta, que hoje são empregadas

nos bailes de carnaval de salão.

Apesar de conhecido atualmente como expressão musical urbana carioca, o

samba existe em todo o Brasil sob forma de diversos ritmos e danças populares

regionais. A palavra samba vem de semba, do idioma africano quimbundo, e

significa umbigada, dança na qual os participantes tocam-se pela barriga.

O gênero é derivado de danças de roda africana, como o “lundu”, e sobretudo

do “maxixe”, primeira dança brasileira genuína, criada por volta de 1875.

O samba carioca surgiu em 1917, na Praça Onze e desde então tem sofrido

modificações.

Destacam-se no samba, compositores, intérpretes e colaboradores: Noel

Rosa, Beth Carvalho, Dorival Caymmi, Elza Soares, Martinho da Vila, Jorge Aragão,

Nei Lopes, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, entre outros.

FONTE: ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e pratica. 4.ed. São

Paulo: Phorte, 2008. p. 37-38. SERTANEJO: o gênero musical “sertanejo” é totalmente brasileiro. Na verdade, o

sertanejo é uma variação ou uma “urbanização”, se é que podemos assim dizer, da

música caipira, onde são utilizados instrumentos artesanais e típicos do Brasil-

colônia, como a viola, o acordeão e a gaita, algo voltado para o público

extremamente rural do Brasil.

O sertanejo se caracteriza pela melodia simples e melancólica das músicas,

bem semelhante à música caipira, talvez um pouco mais dançante e sem dúvida

mais urbana. Enquanto a música caipira tinha uma temática baseada na vida do

campo, os sertanejos mudaram essa temática para agradar o grande público das

cidades, adotando temas como amor e traição. Ocorreu o cuidado particular em se

evitar o termo “caipira”, visto com preconceito por grande parte da população.

A partir de 1980, houve no Brasil uma grande exploração comercial da música

sertaneja, começando com Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, passando

posteriormente para uma grande quantidade de duplas, tendo seu auge entre os

anos de 1988 e 1990.

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Após esse período, a música sertaneja começou a “esfriar” devido ao

destaque dado na mídia a outros estilos musicais, como pop e funk, porém sempre

continuou bastante presente na região centro-sul do Brasil. Por volta dos anos 2000,

a música sertaneja conquistou novo destaque na mídia por meio do amplo espaço

cedido à nova geração de duplas, como Bruno & Marrone, Edson & Hudson, etc.

Pode-se ainda dividir este gênero musical em alguns sub-gêneros principais:

"Caipira" (ou "Sertanejo de Raiz"), "Sertanejo Romântico" e "Sertanejo Universitário".

FONTE: AUTOR DESCONHECIDO. Sertanejo. Disponível em: http://www.brasilescola.com/artes/ sertanejo.htm. Acesso em: novembro/2013.

VALSA: originária da Áustria é uma música de ritmo ternário ¾, com andamento

rápido (vienense) ou moderado (francesa). A palavra tem origem do alemão

Waltzen, que significa girar ou deslizar e vem de danças camponesas tradicionais

austríacas.

Chega ao Brasil em 1808 com a corte portuguesa, sendo a dança de salão

preferida da elite do Rio de Janeiro até 1845.

Johan Strauss II é considerado o músico mais famoso de toda família Strauss.

Nasceu em Viena (1825), estudou violino e desde seus dezesseis anos compôs

música dançável e cada vez mais popular. Produzia em média duas valsas por mês,

com introdução lenta e as melodias de grande inspiração, mas com os detalhes

harmônicos e orquestrais mais ricos e sutis. Ao morrer (1899), deixou um patrimônio

musical de 479 obras publicadas, sendo destas 200 valsas.

Os compositores brasileiros que se destacam são: Villa Lobos, Carlos Gomes,

Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Tom Jobim, Chico Buarque, entre outros.

FONTE: ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e pratica. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008. p. 39-40.

MÚSICA GAÙCHA: O Rio Grande do Sul (RS) conta com uma música tradicional

típica, que atua como um das principais formas de expressão de sua cultura

artística. Em torno da música, que funciona como suporte, articula-se também a

dança, outra expressão cultural das mais importantes dentro da tradição regionalista

gaúcha.

As raízes da música típica gaúcha do RS foram se articulando pouco a pouco,

com influências étnicas e culturais em que se assenta a região e que,

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constantemente foram acrescidas por novas informações trazidas pelos imigrantes e

migrantes que se assomaram em seu espaço geográfico ao longo do tempo, e por

visitantes nacionais e estrangeiros.

A própria figura mítica do “gaúcho” brasileiro foi muito influenciada na sua

configuração regional, pelas práticas e costumes dos seus equivalentes uruguaios e

argentinos, o que vem refletir também, naturalmente, na música feita no RS, que tem

grande influência da produção musical daquela região.

Cabe salientar que, especialmente com a contribuição advinda da imigração

italiana, o acordeon passou a ocupar um papel central relegando, em certa medida,

a viola, sendo que a música utilizada para a dança passou a ser, em grande parte,

instrumental.

A partir destes elementos, e no longo processo de fusões e de novas

apropriações que continuamente foram ocorrendo, engendrou-se boa parte dos

ritmos/estilos que hoje são tão comuns na chamada música tradicional gaúcha:

chote/xote, vanera/vanerão, rancheira, trova, bugio, chimarrita, milonga, valsa, limpa-

banco (polca), chamamê, etc.

Manteve-se sempre muito forte a produção de música “para dançar”,

especialmente a produzida por inúmeros conjuntos e grupos que incessantemente

percorrem o interior do Estado (e também alguns pontos da Capital) para animar

eventos em salões de dança, galpões, clubes, casas noturnas, etc. Podemos indicar,

dentre os conjuntos tradicionais que animaram/animam os bailes pelo Estado, Os

Garotos de Ouro, Os Filhos do Rio Grande, os Serranos, Garotos do Fandango,

Som Campeiro, Rodeio, Só Fandango, Raízes, Os Farrapos, Os Nativos, Os

Monarcas, Os Guapos, etc.

FONTE: RATNER, Rogério. A música regionalista gaúcha. Disponível em: http://somosdosul.com.br/ index.php/colaboradores-sds/201-rogerio-ratner/359-. Acesso em: novembro/2013.

Atividade 3 “Pesquisar Gêneros Musicais”:

Propor aos educandos (grupos de cinco ou seis pessoas) que pesquisem

durante a semana, outros gêneros musicais que não foram abordados nesta aula e

que tragam esta pesquisa posteriormente, incluindo o nome de uma música para

cada gênero elencado.

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Atividade 4 “Catarse”:

Promover um debate com os educando para verificar o que os mesmos

compreenderam em relação aos gêneros musicais, o que eles já sabiam e o que

passaram a conhecer a partir da aula.

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6.13 PLANO DE AULA 13:

Conteúdo: Elementos da Dança

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação às direções, ao

espaço, a fluência, ao peso, aos níveis e aos planos de movimento.

Atividade 1 “Jornal”:

Em duplas, entregar duas folhas inteiras de jornal uma “colada” na outra,

oferecendo um grande jornal formado por quatro páginas. A dupla deverá ficar em

pé em cima do “quadradão” de jornal e se movimentar livremente ao som de uma

música qualquer, a qual o professor deverá mencionar o gênero que se trata

(sugestão música Titanium de David Guetta, gênero dance). O professor irá pausar a

música por diversas vezes, e em cada vez que isso acontecer a dupla deverá

dobrar, na metade, seu jornal. Todos devem permanecer sobre o jornal, não

podendo sair de cima dele durante a música. A cada dobra, a dupla deve explorar

uma maneira de continuar em movimento sem sair do jornal. A atividade irá

prosseguir até o mínimo de superfície ser oferecida, algumas duplas podem desistir

durante a “jornada”, mas o professor deverá incentivar a determinação para o

educando conseguir resolver o problema, enfatizando este aspecto em detrimento

de outros, como por exemplo, a proximidade corporal que a atividade proporciona. É

um bom momento para desmistificar questões de gênero e sexualidade.

FONTE: Atividade realizada em vivência proposta pela SEED, realizada no ano de 2011, no Núcleo Regional de Educação de Irati.

Atividade 2 “O Carangueijo”:

Inicialmente os educandos devem estar em duplas, sentados, um de costas

para o outro, com os joelhos flexionados e pés apoiados no chão; o professor solicita

que fiquem em pé usando somente a extensão das pernas, sem que encostem as

mãos no chão e, depois, que se sentem novamente flexionando os joelhos. O peso

do corpo deve, constantemente, ficar apoiado nas costas do colega; usando a

mesma dinâmica, devem ficar em pé novamente e realizar deslocamentos para

frente, para trás e para os lados. A atividade pode ser realizada inicialmente sem e

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depois com música, procurando seguir seu ritmo, sugestão música “The Olympic

Spirit” de John Williams, gênero clássico ou música “El Arbi” de Khaled, gênero

árabe.

Essa experimentação pode ser feita em trios ou com maior número de

pessoas.

FONTE: Adaptado de SÁ, Ivo Ribeiro de; GODOY, Kathya Ayres de. Oficinas de dança e expressão corporal para o Ensino Fundamental. São Paulo: Cortez, 2009. p.16.

Atividade 3 “A caixa”:

Esta atividade é feita individualmente e inicia-se com os educandos em pé; o

professor deve solicitar que os educandos se imaginem dentro de uma caixa de

papelão; em seguida, solicita aos educandos que explorem todas as paredes da

caixa; após alguns minutos, o professor diminuirá o tamanho dessa caixa, pedindo

que os educandos flexionem seus joelhos; essa diminuição da caixa ocorrerá

constantemente até que o educando chegue à posição sentada. Desta maneira

explorarão todos os níveis: baixo, médio e alto. Colocar para estimular a exploração

da caixa, como por exemplo a “Conquest Of Paradise” de Vangelis, gênero clássico.

Pode-se variar o objeto no qual o educando se encontra. Por exemplo:

bola, embaixo da mesa...

FONTE: Adaptado de SÁ, Ivo Ribeiro de; GODOY, Kathya Ayres de. Oficinas de dança e expressão corporal para o Ensino Fundamental. São Paulo: Cortez, 2009. p.26.

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Atividade 4 “TA TITI”:

São quatro compassos de execução, 4 tempos de pausa e assim por diante.

Aonde encontrar ..... são PAUSAS. No TA marcaremos somente uma palma e no

TITI bateremos 2 palmas no tempo de uma palma, um contratempo.

TA TA TITI TA

TITI TA TA TA

TITI TITI TITI TA

TITI TITI TITI TITI

pausa 4 tempos

TA TA TA TA

TA TITI TITI TA

TITI TITI TITI TA

..... TITI ..... .....

pausa 4 tempos

TITI ..... TA TTTI

TA TA ..... TA

TITI TITI TITI TA

TA TITI TITI TA

pausa 4 tempos

..... TITI TA TA

..... ..... TA TITI

TITI TA TITI TA

TA TA ..... TITI

pausa 4 tempos

A atividade pode ser realizada com a música “Ho Hey” do grupo The

Lumineers, gênero folk rock. As palmas serão realizadas toda vez que na

música e falado Ho e Hey.

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FONTE: ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e movimento: teoria e prática. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008, p. 79.

Atividade 5 “Debate Final”: Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação.

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6.14 PLANO DE AULA 14:

Conteúdo: Elementos da Dança

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação às direções, ao

espaço, a fluência, ao peso, aos níveis e aos planos de movimento.

Atividade 1 “Siga o Mestre”:

Esta atividade já é bastante conhecida por todos que trabalham na área da

Educação Física, mas neste caso específico, o enfoque está nas orientações a cada

troca de mestre. Inicialmente pede-se que montem grupos de cinco pessoas, de

preferência grupos mistos. Ao som da música, os pequenos grupos deverão

deslocar-se e movimentar-se no espaço tentando repetir o que seu mestre está

propondo, quando a música é trocada, o grupo deverá trocar também o mestre. A

cada troca de música, o professor aproveita para dar algumas sugestões que irão

tornar o trabalho mais elaborado:

Música 1 – deixe o grupo trabalhar livremente e observe como ele se desloca e

ocupa o espaço;

Música 2 – antes de iniciar uma nova música sugerir que o mestre realize

movimentos variando o nível de ocupação espacial, utilizando outros níveis, como o

médio (agachamentos) e o baixo (engatinhar)...; deslocar-se utilizando movimentos

básicos de: saltar, saltitar, andar, correr, rolar, transpor obstáculos,...;

Música 3 – antes de iniciar esta nova música sugerir que o mestre procure explorar o

espaço (todos os cantos da sala, grandes, arquibancadas e obstáculos) e também

os outros grupos;

Música 4 – antes de iniciar esta música sugerir que os grupos explorem de forma

mais dinâmica todos os segmentos corporais (braços, cabeça, troncos, pernas, etc.);

Música 5 – antes de iniciar esta música sugerir que o grupo se desloque utilizando

outras formações (círculos, colunas, filas, grupos, etc.).

* Sugestões de músicas:

1- Por Isso Eu Amo Sem Medo – MC Pilha Malhação – (FUNK)

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2- Pescador de Ilusões – O Rappa (ROCK)

3- Família – Nando Reis (POP)

4- De Todos os Loucos do Mundo – Clarice Falcão (POP)

5- Tempos Modernos – Jota Quest (ROCK)

FONTE: BERTOLINI, Claúdia Mara. Ginástica Geral na Escola: uma proposta pedagógica desenvolvida na rede estadual de ensino. Dissertação. UNICAMP: Campinas, 2005. p. 62-63.

Atividade 2 “Irmãos Siameses”:

Dois a dois andar como se estivessem colados:

1- Mão com mão, variando níveis (baixo, médio e alto);

2- Ombro direito com ombro direito, variando direções;

3- Ombro esquerdo com ombro esquerdo, variando níveis;

4- Costas com costas, variando direções;

5- Palmas das duas mãos, variando níveis e direções.

O professor pode intervir desafiando que:

ocupem todo o espaço da sala;

colem outras partes do corpo como: a cabeça, a barriga, etc.;

um dos dois feche o olho e continue o deslocamento por meio apenas do

contato corporal e da sensibilidade;

formem grupos siameses de 3, 4, ... pessoas;

quando formar octetos o grupo deve levantar uma pessoa;

quando o grupo de qualquer tamanho estiver formado, limitar o número de

pés ou especificar que partes do corpo deverão estar em contato com o solo.

*Sugestões de músicas:

1 - Além do Horizonte – Erasmos Carlos (MPB)

2 - Zen – Anitta (POP)

3 - Amor, Amor – Vanessa (POP)

4 - Na Linha do Tempo – Vitor e Léo (sertanejo)

5 - Dançando na Garoa – Jammil e Uma Noites (POP)

6 - Selva de Pedra – Conexão Baixada (RAP)

FONTE: Adaptado de BERTOLINI, Claúdia Mara. Ginástica Geral na Escola: uma proposta pedagógica desenvolvida na rede estadual de ensino. Dissertação. UNICAMP: Campinas, 2005. p. 138.

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Atividade 3 “Toque nas Costas”:

O professor orienta os educandos a ficarem de pé, parados e em círculo. Os

educandos devem ficar bem próximos a ponto de ficar com as mãos nas costas dos

colegas ao lado (direito e esquerdo); o professor pede a um educando que “toque”

nas costas do colega que está ao lado. O educando que recebeu o toque deve falar

alto o nome de um colega que está na roda; o colega cujo nome foi dito deve “tocar”

nas costas de quem estiver ao seu lado (direito ou esquerdo), sem falar o nome-

somente deve tocá-lo; o colega que recebeu o toque deve falar alto o nome de

alguém que esteja na roda, o qual, por sua vez, tocará as costas do colega que

estiver ao seu lado (direito ou esquerdo); e assim sucessivamente.

É preciso atenção, porque nessa atividade, geralmente quem “toca” nas

costas acaba confundindo-se e falando o nome do colega, e isso não deve

acontecer. Quem “toca, só toca”; quem recebe o toque é que vai chamar o colega!

FONTE: Adaptado de SÁ, Ivo Ribeiro de; GODOY, Kathya Ayres de. Oficinas de Dança de Expressão Corporal para o Ensino Fundamental. São Paulo: Cortez, 2009. p.12.

Atividade 5 “Catarse”: Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação. Avaliar a organização de sequência de movimentos

ritmados e a criação/ organização de atividades.

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6.15 PLANO DE AULA 15:

Conteúdo: Elementos da Dança

Objetivo: Trabalhar com os elementos da Dança para que os educandos conheçam,

vivenciem e explorem seus limites e possibilidades em relação às direções, ao

espaço, a fluência, ao peso, aos níveis e aos planos de movimento.

Atividade 1 “Telefone Sem Fio Rítmico”:

Dispor os educandos em uma única fila. O último da fila executa uma célula

rítmica (sequência) tocando com a mão em concha no ombro do colega da frente.

Esta célula deverá chegar ao primeiro da fila que repetirá com duas canetas batendo

na carteira a mesma marcação que recebeu. O último educando da fila confirmará

se o que foi tocado na carteira com as canetas corresponde à célula rítmica que

passou. O primeiro irá para o final da fila, iniciando uma nova célula rítmica.

FONTE: ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gizele de Assis. Ritmo e Movimento: teoria e pratica. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008. p.77.

Atividade 2 “Movimento Batizado”:

Distribuir os educandos aleatoriamente pelo espaço e solicitar que pelo

menos cinco educandos demonstrem um movimento com quatro tempos. Cada

movimento será batizado com o nome do educando que o propôs. Colocar a música

Berimbau Metalizado – Ivete Sangalo (AXÉ) e solicitar que os educandos caminhem

no ritmo da música, variando os níveis e direções conforme orientações do

professor. Quando o professor falar um dos nomes, todos deverão realizar o

movimento proposto por este educando.

Durante toda a música o professor irá variando os movimentos.

FONTE: GOMES, Debora. Grupo de Estudo: Projeto “O Toque da Expressão”. Irati-PR: UNICENTRO, 2013.

Atividade 3 “Batida na Mão”:

Dispor os educandos em um grande círculo, com as palmas das mãos unidas

lateralmente em nível alto, sendo cada educando é enumerado na ordem crescente.

A atividade tem início com o comando do professor da seguinte forma: bater uma

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palma na frente do corpo e o educando correspondente grita “um”, unir as palmas da

mão na roda; bater uma palma na frente do corpo e o educando correspondente

grita “dois” e assim sucessivamente até o último número. Quando acabar esta

“rodada” todos devem bater uma palma a frente do corpo e outra por baixo das

pernas (direita e depois esquerda), voltar a posição de junção das palmas das mãos

e iniciar uma rodada inversa, ou seja, o último número inicia até chegar no primeiro.

Na sequência realizar a atividade num ritmo mais rápido; somente com os

números pares; somente com os números ímpares. Desafiar os educandos para

criar novas variações.

FONTE: GOMES, Debora. Grupo de Estudo: Projeto “O Toque da Expressão”. Irati-PR: UNICENTRO, 2013.

Atividade 4 “Passando Bambolês”:

Dispor os educandos um grande círculo, com as mãos dadas. Distribuir de

forma aleatória de quatro a seis bambolês de cores distintas, ficando estes

suspensos no pescoço do educando. Colocar a música Fatamorgana – Dissidenten

(ÁRABE) e iniciar a atividade passando os bambolês de um educando para o outro,

todos ao mesmo tempo, sem soltar as mãos, apenas com a ajuda do movimento da

cabeça. Se cair no chão ou encontrar dois bambolês ou mais no mesmo educando,

deve-se parar e iniciar novamente com os bambolês naqueles que iniciam a

atividade. A atividade tem fim quando os bambolês chegam nos educandos que a

iniciaram.

FONTE: GOMES, Debora. Grupo de Estudo: Projeto “O Toque da Expressão”. Irati-PR: UNICENTRO, 2013.

Atividade 5 “Improvisação com Bexigas”:

Colocar a música Drama Da Trilha Sonora do filme “Ensaio sobre a

Cegueira”, grupo Uakiti, cada educando pega uma bexiga e vai controlando-a com a

parte do corpo que o professor falar (cabeça, ombro, cotovelo, mãos, joelho, pés,

etc.). Depois formar duplas e pedir aos educandos para passar a bexiga ao colega

utilizando diferentes partes do corpo, em quatro tempos (quatro partes do corpo),

realizar os mesmos movimentos sem a bexiga. Na sequência o professor solicita aos

educandos para que formem quartetos, e que cada educando escolha dois

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movimentos que mais gostou e montem uma sequência coreográfica de oito

movimentos. Os grupos deverão apresenta o trabalho aos demais colegas.

FONTE: ALVES, Luciana Gomes. Oficina de Dança. I Congresso Brasileiro de Práticas Pedagógicas em Educação Física. Irati-PR: UNICENTRO, 2013.

Atividade 5 “Catarse”: Ao final da aula realizar um debate com os educandos, questionando sobre

as atividades realizadas: o que acharam, se gostaram, o que daria para fazer além

das atividades propostas, se tiveram dificuldades/facilidades em realizá-las, se

conseguiram atingir os objetivos propostos na aula, etc., proporcionando ao

educando uma auto-avaliação. Avaliar a organização de sequência de movimentos

ritmados e a criação/organização de atividades.

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6.16 PLANO DE AULA 16:

Conteúdo: Dança Criativa

Objetivos:

Propor uma reflexão em torno das questões problematizadoras, possibilitando

a percepção em relação ao processo de síntese (conhecimento concreto-

empírico) em que os educandos se encontram.

Atividade 1 “Síntese Mental”:

Realizar a síntese mental dos educandos formalmente, apresentando as

questões problematizadoras:

O que é dança?

O que é dança criativa?

Como, onde e por que surgiu a dança?

O que precisamos fazer para dançar?

Quais são os elementos básicos da dança?

Qualquer pessoa pode dançar? Porque?

Há possibilidade de criar movimentos e sons a partir de técnicas? Quais?

Pedir aos educandos que anotem as questões e as respondam, em uma folha

individualmente para que o professor possa recolher.

Atividade 2 “Debate Baseado nas Questões Problematizadoras”:

Após todos os educandos responderem às questões, o professor iniciará um

debate suscitando a reflexão sobre as questões acima e de como será a atitude dos

educandos com relação à Dança fora da escola.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se que este Caderno Pedagógico contribua para o trabalho docente

na disciplina de Educação Física, e que as atividades propostas de forma

sistematizada venham a colaborar para a formação de um sujeito crítico e autônomo,

que compreenda que a Dança pode ser praticada por todos e em qualquer lugar,

sem exclusão, assim como o professor perceber que é possível realizar o trabalho

com a Dança na escola de maneira sistematizada.

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REFERÊNCIAS

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Prática. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008.

ARELARO, Lisete Regina Gomes. O Ensino Fundamental no Brasil: avanços,

perplexidades e tendências. Educação Sociedade, Campinas-SP, v. 26, n. 92, p.

1039-1066, out. 2005.

AZEVEDO, Fernando de et al. A reconstrução educacional no Brasil: ao povo e

ao governo. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. São Paulo: Nacional,

1932.

BARRETO, Débora. Dança...: ensino, sentidos e possibilidades na escola. 3.ed.

Campinas-SP: Autores Associados, 2008.

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brasil/historia.pdf. Acesso em: 04/04/2013.

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FERREIRA, Vanja. Dança Escolar: um novo ritmo para a Educação Física. Rio de

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GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 4.ed.

Campinas-SP: Autores Associados, 2007.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 5.ed.

Campinas-SP: Autores Associados, 2012.

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LANGENDONCK, Rosana Van. História da Dança. In: TOZZI, M. M. C.; HONÓRIO,

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MARQUES, Isabel A. Interações: crianças, dança e escola. São Paulo: Blucher,

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MARQUES, Isabel A. A Dança Criativa e o mito da criança feliz. R. Min. Educação

Física, Viçosa, v. 5, n. 1, p. 28-39, 1997.

NANNI, Dionísia. Dança-Educação: pré-escola à universidade. 4. ed. Rio de

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Educação Básica: Educação Física. Curitiba-PR: SEED, 2008.

SAMWAYS, Andréia Manosso. Ensino Fundamental de Nove Anos: dimensões

políticas e pedagógicas. Dissertação de Mestrado. Ponta Grossa-PR: UEPG, 2012.

SAVELI, Esméria de Lourdes. Ensino Fundamental de Nove Anos: bases legais de

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SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 32.ed. Campinas-SP: Autores

Associados, 1999.

SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas-SP:

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SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica. 11.ed. Campinas-SP: Autores

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VERDERI, Érica Beatriz L. P. Dança na Escola: uma proposta pedagogica. São

Paulo: Phorte, 2009.