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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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VIVER OS DIREITOS CUMPRINDO OS DEVERES, UM DEBATE NA SALA

DE AULA.

CASSILHA , Deise Assunção 1

RESUMO

O estudo consiste na apresentação de proposta de trabalho no Colégio

Estadual Moysés Lupion, situado em Antonina – PR, construído por um

conjunto de atividades com diferenciadas ações metodológicas que orientaram

o trabalho com os direitos e deveres dos adolescentes e das crianças no

âmbito escolar, baseados em conhecimentos legais. O trabalho está subsidiado

nas leis do Estatuto da Criança e do Adolescente e no Regimento Interno do

colégio de aplicação do trabalho da professora PDE Deise Cristina Assunção.

A intenção do projeto baseia-se no envolvimento da comunidade escolar,

abordando a maior parte dos segmentos, tendo ciência de que cada qual tem

inferência no meio educacional e diversas vezes vêm apresentando processos

de dificuldade de atuação devido a excessivas ausências de cumprimento dos

deveres. O perfil das escolas vem sendo moldado de variadas formas, assim

há a dificuldade em identificar o real motivo das diferentes formas de agir dos

alunos e da sua dificuldade no cumprimento dos deveres, querendo sempre

sobrepor os seus direitos. A clientela, em geral, é desprovida de limitações e

essas deverão ser trabalhadas pelo projeto de forma lúdica e diferenciada,

mesmo tendo a ciência de que os resultados virão a longo prazo, visto que o

trabalho terá início com a proposta da professora PDE , todavia deverá ser um

contínua na instituição de ensino, sendo iniciado com os primeiros anos do

Ensino Médio, mas podendo ser estendido para os outros anos , entendendo-

se que e os problemas são latentes nas mais variadas modalidades de ensino.

Palavras-chave: Direitos, Deveres, ECA, Regimento Escolar, Instituição de

ensino e segmentos da escola.

1Professora de História da Rede Estadual de Educação. Participante do Programa de

Desenvolvimento Educacional. PDE-2013. E-mail:

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1. INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, o perfil das escolas vem moldando-se de forma

diferenciada, não se sabendo delinear o motivo real para tais modificações,

todavia há a certeza de que vários fatores familiares, como a desestruturação ,

o abandono e outros auxiliam na promoção desse processo de formação e

atuação dos alunos nas escolas, e estas acabam por formar uma nova

clientela, inúmeras vezes provida somente de conhecimento dos seus

respectivos direitos de existência e de atuação enquanto considerada criança

e adolescente.

Os alunos das instituições de ensino buscam fazer prevalecer seus

direitos e inúmeras vezes acabam por deturpá-los para benefício próprio, assim

cabendo aos professores enquanto educadores, primar pela efetiva garantia

dos Direitos da Criança e do Adolescente, e paralelamente aos deveres,

garantidos também por lei, fazendo com que exerçam uma cidadania completa,

onde as orientações são claras e específicas, construídas por toda sociedade.

A proposta deste estudo PDE tem por problemática a discussão do

Estatuto da Criança e do Adolescente e o Regimento Interno do Colégio

Estadual Moysés Lupion, situado na Avenida Conde Matarazzo, Penha, no

município de Antonina – PR, local este de lotação da professora PDE Deise

Cristina Assunção, com as implantações de ações que auxiliam o

reconhecimento dos direitos e, em especial, dos deveres dessa clientela

advinda de situações diversas do cotidiano social e familiar.

O trabalho consiste na aplicação de várias etapas do projeto PDE, sendo

efetivados os registros das mesmas.

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2. ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

A historicidade do Estatuto da Criança e Adolescente é importante ser

analisada primeiramente, para que os alunos percebam a construção e o

contexto de criação.

Em 1979 no Brasil, foi instituído um novo Código de Menores (lei 6697

de 10/10/1979) organizado por um grupo de juristas selecionados pelo

governo, para substituir o Código de Menores de anterior, todavia não

representava mudanças expressivas, representava pressupostos e

características que colocavam a criança e o jovem, pobres e despossuídos

como elementos de ameaça à ordem vigente.

O Código atuava no sentido de reprimir, corrigir e integrar os supostos

desviantes de instituições como FUNABEM, FEBEM e FEEM, valendo-se dos

velhos modelos correcionais.

De acordo com a legislação que vigorou no Brasil de 1927 a 1990, o

Código de Menores, particularmente em sua segunda versão, todas as

crianças e jovens tidos como em perigo ou perigosos eram passíveis, em um

momento ou outro, de serem enviados às instituições de recolhimento. Na

prática isto significa que o Estado podia, através do Juiz de Menor, destituir

determinados pais, do pátrio poder através da decretação de sentença de

"situação irregular do menor".

Sendo a "carência" uma das hipóteses de "situação irregular", podemos

ter uma ideia do que isto podia representar em um país, onde já se estimou em

36 milhões o número de crianças pobres.(ARANTES, 1999, p. 258).

A referida repressão em instituição de confinamento começa a provocar

indignações éticas e políticas nos segmentos da sociedade não alienada,

preocupados com a questão dos direitos humanos, tanto pela perversidade de

suas práticas, como pela ineficiência de seus resultados.

Diante do artigo 227 da Constituição da República Federativa do Brasil

(05/10/1998), dizendo:

É dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar a criança e o adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à

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alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a consciência familiar e comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão.

Assim, iniciou-se uma articulação em prol de uma lei que colaborasse

decisivamente para exigibilidade dos direitos constitucionais aos direitos

infanto-juvenis, resultando no Estatuto da Criança e do Adolescente (E.C.A -

Lei 8069/90), sancionado pelo então presidente Fernando Collor, no dia

13/07/1990. Assim, foi expressamente revogado o Código de Menores.

O E.C.A introduziu uma série de mudanças ao trato dado à questão da

Infância no Brasil, mais do que uma simples substituição do termo MENOR

para criança e adolescente, é compreendida uma nova forma de se considerar

a infância e a juventude. Com isso, observa-se uma transformação na condição

sócio jurídica infanto-juvenil, colaborando substancialmente para a conversão

de "menores" em "cidadãos-crianças" e "cidadãos-adolescentes".

A base dessa nova concepção consiste em considerar essa população

não adulta, como sujeitos de direitos, e não como objetos de intervenção,

conforme foi o tratamento a eles dispensando até então; além de representar

um avanço na espera das políticas sociais para a infância à medida que no

Estatuto se institui a ideia de Proteção Integral e como tal, não se limita a

práticas primitivas, nem tão pouco ao atendimento de "menores em situação

irregular", mas refere-se à proteção quanto as direitos fundamentais da criança

e do adolescente (direito ao desenvolvimento físico, intelectual, afetivo, social,

cultural, e etc.).

Como base, analisa-se o artigo 22, do Estatuto da Criança e do

Adolescente ( ECA) é objetivo ao referir-se sobre os deveres dos pais : aos

pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores ,

cabendo-lhes ainda , no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer

cumprir as determinações judiciais.

Com o estudo do Estatuto da Criança e do Adolescente, pressupõe-se

que os pais ou responsáveis despertarão para uma consciência efetiva de seu

dever e que é necessário o seu acompanhamento escolar constante para que

haja um desempenho ideal dos alunos em sala de aula e no convívio social.

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Analisa-se a hipótese de desmistificação de que o ECA veio com a

finalidade de somente direcionar e determinar os direitos, e levar os

adolescentes e as crianças a cometerem erros sem punições.

3. O PAPEL DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS E DOS

ADOLESCENTES.

Torna-se claro que é dever dos pais ou responsáveis legais pelos alunos

das instituições escolares a responsabilidade pela educação, assim não se

pode argumentar que crianças e adolescentes possam fazer o que desejam

sem respeitar a autoridade daqueles que exercem por direito o poder familiar.

O ato de educar é muito amplo, transportando-se além do ato de

sustentar, ultrapassando a questão econômica culminando em questões

afetivas, psicológicas e sociais, que implicam na formação integral do ser como

um pessoa crítica, participativa e valorizada na sociedade.

É perceptível nas reuniões do Colégio Moysés Lupion o comportamento

de diversos pais, quando demonstram que não estão cientes de que o poder

familiar é um exercício constante de cidadania.

Os genitores, por sua vez, têm o encargo inerente à construção da

democracia, visto que o sucesso ou ainda, o fracasso social dos alunos

depende das orientações recebidas.

O desempenho dos responsáveis na educação social dos alunos leva a

obrigação legal impondo limites nas atitudes desses dependentes e

participando ativamente da vida deles para que a instituição de ensino exerça o

seu papel enquanto formadora e promotora do conhecimento científico.

O trabalho de crianças e adolescentes, antes de tudo é o de estudar,

frequentar regularmente as aulas e fazer da educação o seu percurso para

trilhar caminhos de sucesso ao longo da vida adulta.

A Lei 8069/90 evidencia o cumprimento por ordenamento jurídico

vigente, o agir de forma lícita, a idoneidade, a virtude e não o caos, que é

determinado pela anarquia, falta de valores éticos e morais e desrespeito.

Quando o ECA, no seu artigo 1 º , dispõe sobre a proteção integral aos

indivíduos de zero a 18 anos, não vem dizer que eles são tem liberdade de

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fazer tudo e que não necessitem de regras e limitações. Remete a um grande

equívoco de interpretação o qual demonstra-se através do esclarecimento de

Janice Bertoldo:

Faz-se necessário, em primeiro lugar, tentar definir o que se quer dizer quando se pronuncia essa palavra: limites. Palavra esta, por vezes, revestida de muitas interpretações e equívocos. Partindo deste ponto de vista, podem-se destacar questões importantes, e dentre elas o fato de que limites e disciplina ajudam as pessoas a sentirem-se seguras, portanto, estes são necessários. (...) Vale dizer que a ideia de poupar uma criança do trabalho de crescer acaba condenando-a a ser eternamente criança, imatura e despreparada para o convívio e para o exercício da cidadania. Em outras palavras, quando pais não dão limites para seus filhos acabem limitando-os em sua condição infantil, o que impossibilita a passagem à maturidade. (...). As regras são extremamente relevantes para que a criança entre no universo da razão. (...) É importante salientar que, para que isto ocorra, são necessários muitos “nãos” com seus devidos “porquês”, bem como ser paciente e escutar com atenção. Mais tarde, quando a criança for maior, ela respeitará quem lhe ensinou a viver adequadamente dentro das normas sociais. ( 2005, pág. 23)

O amor incondicional é demonstrado quando os pais impõem limites em

seus filhos, visto que a sociedade não tolera crianças e adolescentes

desordeiros, sem regras e que não respeitam as determinações de convenções

sociais e nas instituições de ensino.

Os responsáveis têm o dever moral de educar seus filhos, caso

contrário, estarão sujeitos a ver seus filhos transgredirem a lei, respondendo

automaticamente a um processo em consequência de suas ações negativas.

A instituição de ensino quando se depara com crianças e adolescentes

indisciplinados e infratores há um repensar e uma análise complexa que

remete a uma busca de culpas e excessivas acusações.

Na atualidade, filhos são sujeitos de direitos e de deveres, logo cada

direito corresponde a um dever, portanto determinar uma culpa no ECA pelo

excessivo número de infrações infanto-juvenis é um equívoco de interpretação

e uma ausência de estudo do mesmo.

O estudioso Edson Seda ratifica esse entendimento afirmando:

Quem tem direitos, automaticamente tem deveres. Incluir crianças e adolescentes no mundo do Direito (como sujeitos de Direito, ou em outras palavras, como sujeitos jurídicos) os transforma em sujeitos de direitos e de obrigações (deveres). Esse reconhecimento está na base interdisciplinar da Convenção. É um erro grave de paradigma sequer pensar que no processo de formação (educação) de uma criança se venha a incutir-lhe o sentir e o pensar de que é dotada de

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direitos (aquilo que ela pode exigir dos outros), sem incutir-lhe o pensamento e o sentimento de que é dotada de deveres (aquilo que os demais, a começar por pai e mãe, irmãos e amigos, podem e devem dela exigir) ( 1998, pág. 12)

Desta forma, pode-se perceber que o pensamento ultrapassado, de que

a criança e o adolescente tudo pode determina um grande equívoco.

Torna-se evidente que no ECA, crianças e adolescentes devem ter

deveres tanto quanto direitos e que devem aprender e serem culpados na

proporção das suas respectivas faixas etárias.

Alunos que cometem delitos e infrações sofrem punições podendo,

conforme o caso, perder a liberdade, através de internação no CASE( Centro

de Atendimento Sócioeducativo).

João Batista Costa Saraiva comenta:

O Estado de Direito se organiza no binômio direito/dever, de modo que às pessoas em peculiar condição de desenvolvimento, assim definidas em lei, cumpre ao Estado definir-lhe direitos e deveres próprios de sua condição. A sanção estatutária, nominada medida socioeducativa, tem inegável conteúdo aflitivo (na lição legada por Basileu Garcia) e por certo esta carga retributiva se constitui em elemento pedagógico imprescindível à construção da própria essência da proposta socioeducativa. Há a regra e há o ônus de sua violação. ( 1999, pág. 34)

As crianças sofrem medidas de proteção, tanto quando forem as vítimas,

como quando como vitimizadoras. Adolescentes, apesar de serem

inimputáveis, recebem quando vítimas a proteção pelas medidas insertas nos

artigos 98 a 102 (de proteção) e quando vitimizadores sofrem medidas

socioeducativa, termo complacente para atenuar as punições impostas e

talvez, pela fase de desenvolvimento em que se encontram, severamente

comparando-se às penalidades impostas aos adultos.

Diversas análises são levantadas ao longo dos estudos em especial a de

que se há infratores, existem automaticamente falhas e este fato nos remete a

transtornos, incluindo a ideia de lacuna causada pela indiferença, omissões a

problemas inúmeras vezes sociais e comportamentais.

Crianças e adolescentes são futuros adultos, cidadãos desde esse

momento nos bancos escolares e estes homens irão carregar marcas positivas

ou negativas de sua caminhada escolar.

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A educação tem seu processo inicial no exemplo, os filhos tendem a

repetir padrões de conduta dos seus familiares e essa “espinha dorsal” pode

ser adequada ou não, onde muitas vezes a instituição escolar tem necessidade

de incentivar a superação e mudança de modelos adquiridos, na tentativa de

uma transformação de paradigmas.

O estudioso Augusto Jorge Cury referenda que “bons pais cuidam da

nutrição física dos filhos. (...) Pais brilhantes vão além. Sabem que a

personalidade precisa de uma excelente nutrição psíquica.”

Esclarece-nos, ainda, o mesmo autor:

Bons pais corrigem falhas, pais brilhantes ensinam os filhos a pensar. Entre corrigir erros e ensinar a pensar existem mais mistérios do que imagina nossa vã psicologia. Não seja um perito em criticar comportamentos inadequados, seja um perito em fazer seus filhos refletirem. (...) Educar não é repetir palavras, é criar ideias, é encantar. (...) Uma das coisas mais importantes na educação é levar um filho a admirar seu educador. (2003, pág. 54)

Os pais devem procurar ao máximo fazer com os filhos adquiram de

forma equilibrada uma educação de qualidade e que possa através dela fazer

uma estrutura que será base para toda a sua formação, sendo os genitores e

educadores os agentes principais na busca por esse aprendizado.

O art. 5º do ECA elucida-nos que “... serão punidos na forma da lei

qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.”;

desta forma ao falar-se em ação, pensa-se nas agressões anteriormente

mencionadas, mas com relação à omissão, parece que este termo não está

bem nítido no nosso entendimento, uma vez que omitir é um não agir,

estagnar, ver e fingir que não viu.

Neste contexto ocorre omissão quando se prefere culpar a lei por ser

benéfica demais (e não é), quando é solicitada a redução da imputabilidade,

quando não se enxerga criticamente à realidade social.

No art. 4º, do ECA, afasta a ideia de que enquanto educadores não há

responsabilidade pelos problemas sociais, envolvendo os destinatários desta

Lei, ao referir: “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do

poder público assegurar, com absoluta prioridade, ”. Frisa-se que todos

responsáveis pelo bem-estar das crianças e adolescentes e isto inclui educar e

evitar a exclusão social que castiga, humilha e pune.

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4. REGIMENTO ESCOLAR E ECA NO COLÉGIO ESTADUAL MOYSÉS

LUPION EM ANTONINA, PR.

O Colégio Moysés Lupion, como toda instituição escolar pública tem o

regimento interno, de conhecimento geral, que contempla os direitos e deveres

dos alunos, como anteriormente fazia-se menção o Decreto nº 10.623/77.

O regimento escolar é claro e de conhecimento de todos os alunos para

exigência do comportamento, assim, no início do ano letivo convoca-se uma

reunião com pais e/ou responsáveis e faz-se a apresentação do mesmo para

que todos tenham sapiência de sua existência.

O ato de indisciplina advém do descumprimento destas normas

regimentais e das leis penais vigentes, logo, dependendo da tipologia de

conduta do aluno, poderá haver a caracterização como ato de indisciplina ou

um ato infracional, cada qual com consequências próprias.

Cada criança ou adolescente que pratique um ato infracional deverá, via

lei, ter o encaminhamento executado pelo Conselho Tutelar e Juizado da

Infância e da Juventude, assim tendo o ato ocorrido na instituição escolar, o

responsável que presenciou ou ainda foi envolvido neste deve fazer os

encaminhamentos, sendo eles:

a) Se for praticada por criança, até 12 anos, deve encaminhar os fatos ao

Conselho Tutelar, independente de qualquer providência no âmbito

policial (não há necessidade de lavratura de Boletim de Ocorrência):

b) No caso de ato infracional praticado por adolescente, deve ser lavrado o

Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia, que providenciará os

encaminhamentos ao Ministério Público e Juízo da Infância da

Juventude.

As providências devem ser tomadas, independente das consequências

na área administrativa da instituição escolar. Assim como um adolescente

infrator, este será responsabilizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente,

sem prejuízos das sanções disciplinares impostas pela instituição escolar.

Caso o ato seja indisciplina, praticado pela criança e pelo adolescente a

competência deve ser apreciada pela instituição, sendo a falta disciplinar

apurada pelo Conselho Escolar em reunião específica para deliberação das

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sanções dentre as elencadas no Regimento Escolar após, assegurada ampla

defesa e o contraditório.

A infração disciplinar sempre deve estar prevista no regimento,

obedecendo o princípio da legalidade, conforme estudo assim encontra-se no

Regimento Escolar do Colégio Estadual Moyés Lupion.

A criança infratora fica sujeita às medidas de proteção contidas no artigo

11 do ECA, que implicam em tratamento, através de sua própria família ou da

comunidade, sem que ocorra a privação de liberdade, sendo elas:

I. encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de

responsabilidade;

II. orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III. matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino

fundamental.

IV. inclusão em programa comunitário ou oficial de auxilio à família, a criança e

ao adolescente;

V. requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime

hospitalar ou ambulatorial;

VI. inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e

tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

VII. abrigo em entidade;

VIII. colocação em família substituta.

O adolescente infrator submete-se a um tratamento mais rigoroso, com

medidas sócio-educativas previstas no artigo 112 do ECA, que podem implicar

na provação de liberdade.

As medidas previstas são:

I. advertência;

II. obrigação de reparar o dano;

III. prestação de serviço à comunidade;

IV. liberdade assistida;

V. inserção em regime de semi-liberdade;

VI. internação em estabelecimento educacional;l

VII. qualquer uma das previstas no artigo 101, I ao VI.

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Em todo o caso, as medidas devem ser aplicadas levando-se em

consideração uma relação de proporcionalidade, ou seja, a capacidade do

infrator em cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.

Ao cometer-se um ato indisciplinar, quer pela criança ou adolescente, o

tratamento é o mesmo: a aplicação do regime escolar, com as consequências

nele previstas, todavia algumas regras básicas devem ser observadas:

a) o princípio da legalidade: a punição deve estar inserida no regimento da

escola;

b) a sindicância disciplinar deve proporcionar ampla defesa do aluno, com

ciência de seus genitores ou responsáveis;

c) as punições devem guardar uma relação de proporcionalidade com o ato

cometido, preferindo as mais brandas;

A competência para aplicá-las é do Conselho Escolar , após regular

sindicância para apuração do ato de indisciplina.

Essencial consignar que, na interpretação e aplicação do Estatuto e do

Regimento Escolar, devem-se levar em consideração os fins sociais da norma

e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em

desenvolvimento.

O trabalho de estudo remete a uma aplicação efetiva no Colégio da

conscientização dos deveres contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente

e no Regimento Escolar, promovendo a aplicação da implementação de forma

lúdica e funcional.

4. PROJETO EM AÇÃO

Na aplicação do projeto a Professora PDE Deise Assunção Cassilha,

juntamente com a equipe pedagógica, nas pessoas da Professora Aide Martins

Dutra, Ivelise do Pilar Guimarães Martins, Maria de Lourdes Vengue , Rosa

Amélia Dalariva , Roceleni Palucoski e do diretor John Kennedy Gaspar de

Abreu efetivaram o levantamento das atas dos alunos do 1º ano do Ensino

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Médio, período matutino , e verificaram as infrações cometidas no ano de 2014

, ilustradas no gráfico a seguir.

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Devido aplicabilidade do Projeto ocorrer no ano de 2015, a referida

equipe elaborou o gráfico deste ano , verificando as infrações e dificuldades

comportamentais existentes. No gráfico que segue, demonstra-se a situação

atual dos alunos do 1º ano do Ensino Médio, acabando por constatar diversas

alterações de problemáticas.

Torna-se perceptível que no ano de 2015, diversos problemas tiveram

suas posições invertidas, e ressalva para a questão disciplinar que dera um

salto de 14% para 37%, dado este alarmante.

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Em posse destas informações, ocorreu uma reunião com a equipe que

iniciou o processo de investigação para discussão das ações a serem tomadas

com as referidas turmas, visto que a questão disciplinar se encontrara em alto

índice.

Acordados, equipe pedagógica, professora PDE e direção resolveram

iniciar o processo de aplicação de normas disciplinares , bem como elaborar

possíveis soluções para minimizar a problemática elencada.

O passo inicial, foi a proposta de reunião com os pais dos alunos e os

alunos para que o referido gráfico fosse apresentando .

Assim, a reunião ocorrera com pais, alunos e equipe investigativa, onde

a proposta foi uma apresentação de slides com o gráfico e, na sequencia uma

roda de conversa falando sobre a importância da disciplina na vida cotidiana e

escolar.

As referidas ações foram registradas em atas, juntamente com um termo

de compromisso dos pais e dos alunos, estando cientes de que a problemática

afeta diretamente o desempenho escolar.

Na sequência, a professor a PDE organizou uma comissão de atuação

efetiva para os 1ºs anos do Ensino Médio, responsável pela aplicação de um

trabalho direcionado com o Regimento Interno e algumas leis do ECA ( estatuto

da Criança e do Adolescente.

A comissão, após organizar-se e elaborar o material em síntese,

orientado pela professora PDE, iniciou o trabalho de aplicar uma vez por

semana nas turmas de estudo, onde consistia inicialmente uma elaboração de

roda de conversa sobre os documentos que regem os comportamentos, bem

como penalizam o descumprimento dentro do estabelecimento.

No primeiro momento, os alunos não demonstraram reações e pareciam

estar um pouco desconfortáveis com o assunto, visto que este vem determinar

limites, eixo que, em geral, adolescentes optam pelo descumprimento

acreditando na tese de que não há penalidade, ou se há , é branda.

O trabalho despertou interesse, quando os componentes da comissão e

a professora PDE fizeram a dinâmica de apresentar situações ocorridas, onde

cada grupo de alunos recebia uma situação e pedia-se para que fosse

apresentada uma forma de resolução do caso, acarretando uma penalidade

dentro da instituição.

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Exemplificando :

Situação A

O professor está aplicando uma atividade de Matemática quando de

repente uns alunos começam a jogar bolas de papel mascado no teto. O

professor solicita que ele pare com tal atitude, todavia o aluno continua. A

matéria que está no quadro é sobre equação do 2º Grau, e o professor, não

consegue terminar a explicação nos 50 minutos, pois desperdiçou 30

chamando a atenção do aluno X. Dia seguinte , você é chamado para um

estágio, todavia para passar precisa responder umas questões. Primeira

questão, equação de segundo grau e você não consegue resolver, perdendo o

seu estágio. Qual a sua conclusão sobre esse ato de indisciplina do seu colega

de classe? Qual a penalidade que deve ser executada pela escola?

Situação B

A professora de Arte decidira fazer uma aula-passeio no Museu de

Arqueologia. Chegando no locar específico , um grupo de alunos dispersa da

concentração e entra em uma local proibido, sendo trazidos pelo segurança do

e solicitado a professora que retire toda a sua turma do recinto. Assim, todos

perdem a referida aula e tem que sair do local sem sequer cumprir o objetivo

proposto que era a aquisição de conhecimentos. Chegando na escola , qual a

penalidade que deve ser executada?

Em meio a posição de supostos “ executores das normas”, os alunos

escreveram as mais diversas hipóteses de penalidades, sendo diversas vezes

maior o grau de rigidez do que a instituição aplicaria.

Partindo deste princípio , a comissão e a professora PDE elucidaram e

efetivaram o fechamento da atividade incentivando o respeito ao senso comum

e noção de coletividade, demonstrando que a indisciplina gera inúmeras vezes

problemas para todos os envolvidos no processo de aprendizagem.

Os alunos encontravam-se envolvidos nesse processo de verificação e

aprendizagem quanto a importância de respeitar e cumprir os deveres

elencados no Regimento Interno do Colégio Estadual Moysés Lupion, bem

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como começaram a despertar o interesse pela leitura das leis do ECA, pois ao

longo do trabalho a comissão e a professora PDE efetivaram grupos de

estudos sobre este documento que vem sendo deturpado em sua essência por

muitos que mistificam o referido, reproduzindo a utopia de que só há direitos

que protegem as crianças e adolescentes.

Ao longo da aplicabilidade do trabalho , a professora PDE foi verificando

uma singular mudança comportamental nos alunos, que agora estudavam o

ECA, e debatiam em sala , em diversos momentos até mesmo não pertinentes.

Partindo destas ações , a proposta inicial que era de elaborar um

material impresso pela comissão e pelo professor PDE mudara de molde , e

agora fora elaborada pelos alunos para distribuição para todos o colegiado e

em reuniões de pais e responsáveis.

Em reunião de contra turno a professora PDE , a comissão e os alunos

elaboraram o material impresso de forma lúdica e atrativa, o qual foi distribuído

para todos os alunos do colégio e em uma das reuniões de pais .

Encerrado o projeto com alunos, a professora PDE apresentou em

Reunião Pedagógica agendada no calendário letivo de 2015 a proposta de

inserção no currículo escolar na disciplina de História a temática da cidadania,

onde constará eixos que abordarão o estudo do ECA ( Estatuto da Criança e

do Adolescente) .

A referida proposta foi discutida, e será posteriormente analisada

dependendo de aceitação do colegiado para inserção no Projeto Político

Pedagógico da Escola.

A professora PDE , efetivou ainda a proposta de todo início de ano letivo

ser trabalhado em sala de aula o Regimento Interno do Colégio Estadual

Moysés Lupion, para o conhecimento efetivo de todos, bem como elaboração

de painel informativo contendo direitos e deveres desta instituição no âmbito

dos alunos.

A proposta final consiste na elaboração de um portfólio destas ações do

Projeto PDE da professora Deise Assunção Cassilha com fotos e registros de

dados, para que no decorrer, possam ser analisados os resultados de toda a

trajetória do referido trabalho, visto que tais práticas, caso o colegiado aceite ,

poderão fazer parte do PPP ( Projeto Político Pedagógico) do referido

estabelecimento de ensino.

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Ao término da trajetória, o projeto aplicado despertara interesse nos

alunos e em vários colegas de trabalho, os quais em diversos momentos

abordaram a professora PDE objetivando aplicar em outros anos, bem como ,

nas diferentes modalidades de ensino ofertadas pelo colégio de aplicação.

A proposta não se findou, a continuidade ocorrerá sendo efetivada pela

professora PDE em suas classes futuras, para que haja um reconhecimento da

vida escolar com direitos e deveres, visto que a caminhada da vida é permeada

por limites, exigências e permissões, cada qual com suas consequências.

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REFERÊNCIAS

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arte de governar a infância In: Jacó Vilela, Ana Maria, Jabur, Fábio e

Rodrigues, Hiliana de Barros Conde. ClioPayché: Histórias da Psicologia no

Brasil. Rio de Janeiro: UERJ, NAPE, 1999. Pág. 257.

BERTOLDO, Janice Vidal. Limites – um olhar sobre seu significado. Revista

Saúde Interativa n. 21, ano 4. Santa Maria, RS, setembro/outubro de 2005.

BRASIL, República Federativa do Brasil. Constituição da República Federativa

do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1998.

CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro:

Sextante, 2003.

DEMO, Pedro. Política social, educação e cidadania. 2. ed. São Paulo: Papirus,

1996.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (Lei n.8.069/1990).

Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Presidência da República. Brasília-

DF.2004.

ISHIDA, Valter Kenji. Estatuto da criança e do adolescente – doutrina e

jurisprudência. São Paulo: Atlas, 2004.

LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do

Adolescente. São Paulo: Malheiros, 2005.

PIERRAKOS, Eva e SALY, Judith. Criando união: o significado espiritual dos

relacionamentos. São Paulo: Cultrix, 1993.

REGIMENTO ESCOLAR DO COLÉGIO ESTADUAL MOYSÉS LUPION.

SARAIVA, João Batista da Costa. Adolescente e ato infracional.

Porto Alegre: Livraria do advogado Editora, 1999.

SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente em conflito com a lei: da

indiferença à proteção integral. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.

SÊDA, Edson. Infância e sociedade: terceira via. São Paulo: ADÊS, 1998.

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Notas:

BERTOLDO, Janice Vidal. Limites – um olhar sobre seu significado. Revista

Saúde Interativa n. 21, ano 4. Santa Maria, RS, setembro/outubro de 2005.

p.16-17.

SÊDA, Edson. Infância e sociedade: terceira via. São Paulo: ADÊS, 1998. p.25.

SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente em conflito com a lei: da

indiferença à proteção integral. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.

SÊDA, Edson. Infância e sociedade: terceira via. São Paulo: ADÊS, 1998. p.12

PIERRAKOS, Eva e SALY, Judith. Criando união: o significado espiritual dos

relacionamentos. São Paulo: Cultrix, 1993. p.113.

SEDA, Edson. Infância e sociedade: terceira via. São Paulo: ADÊS, 1998. p.17.

Educação no sentido amplo, não só a escolar, mas também, a moral,

demonstrando a visão crítica do mundo.

Segundo o Código Civil, em seu artigo 186, comete ato ilícito qualquer pessoa

(incluindo crianças e adolescentes) que violar direito e causar dano a outrem,

seja patrimonial ou extrapatrimonial.

LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do

Adolescente. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 24.