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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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UNIDADE DIDÁTICA

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE – SEED - PR

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE-

CAMPUS CASCAVEL

Professora PDE: Andreia Soares Fritsche de Souza Orientador: Professora Ms Marciana Pelin Kliemann

Área de Concentração: Gestão Escolar

OS CONSELHEIROS ESCOLARES E SUAS

ATRIBUIÇÕES: CONSTRUINDO A ESCOLA

DEMOCRÁTICA E CIDADÃ.

CASCAVEL 2014

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA:TURMA - PDE/2014

Título: OS CONSELHEIROS ESCOLARES E SUAS ATRIBUIÇÕES: CONSTRUINDO A ESCOLA DEMOCRÁTICA E CIDADÃ.

Autor ANDREIA SOARES FRITSCHE DE SOUZA

Disciplina/Área (Ingresso PDE)

GESTÃO ESCOLAR

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

COLÉGIO ESTADUAL LUIZ AUGUSTO MORAIS REGO – ENSINO FUNDAMENTAL, MEDIO E PROFISSIONAL

Município da escola TOLEDO

Núcleo Regional de Educação

TOLEDO

Instituição de Ensino Superior

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANA – UNIOESTE – CAMPUS CASCAVEL

Professor Orientador PROFESSORA MS MARCIANA PELIN KLIEMANN

Público Alvo

PROFISSIONAIS DA EDUCACAO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO MUNICIPIO DE TOLEDO

Formato do Material Didático

UNIDADE DIDÁTICA

RESUMO A partir das experiências vividas como educadora nas últimas duas décadas, no que se refere à composição e atuação da instância Colegiada – Conselho Escolar, entende-se seja oportuno desenvolver estudo do resgate da história da criação, implantação e atuação dos Conselhos Escolares na educação paranaense, visto que este é o dispositivo legal que veio fortalecer nas escolas o processo de democratização iniciado no país na década de 80, no entanto mesmo passadas algumas décadas da redemocratização das políticas públicas no país e a extensão destas na prática educacional, encontra-se, ainda, dificuldades no entendimento das reais atribuições do Conselho Escolar, sendo que, inclusive, o Estatuto necessita passar por estudo e reestruturação, pois poucos sabem que o Conselho Escolar é a estrutura representativa que, com o diretor, compõe o núcleo de decisão da escola a fim de propiciar avanços na qualidade do processo ensino aprendizagem. O projeto propõe estudos em grupos com o objetivo criar discussão e posterior possibilidades de aproximar cada vez mais na prática, a atuação do Conselho Escolar com as reais necessidades administrativas e pedagógicas da escola, visando melhoria no processo de ensino e aprendizagem.

Palavras chaves GESTAO ESCOLAR, GESTAO DEMOCRATICA, ATRIBUICOES, PARTICIPACAO

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................... 4

1º GRUPO DE ESTUDOS .................................................................................................................... 6

QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO PARA INICIAR A PESQUISA ................................................. 7

2º GRUPO DE ESTUDOS .................................................................................................................. 11

Conselho Escolar: Noções Conceituais ........................................................................................ 12

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 14

Sites de Pesquisa.................................................................................................................................15

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APRESENTAÇÃO

O trabalho a seguir denomina–se como Unidade Didática e intitula–se como

‘Os conselhos escolares e suas atribuições: construindo a escola democrática e

cidadã. Ela faz parte das atividades previstas do Programa de Desenvolvimento

Educacional do Paraná- PDE, Turma 2014/2015, sob a orientação da Professora Ms

Marciana Pelin Kliemann. A importância desta temática se justifica por ser o Conselho

Escolar o órgão máximo de decisões coletivas da instituição, sendo, então, dele que

advém grande parte das decisões, daí a necessidade de cada conselheiro conhecer

na íntegra o estatuto que os orienta, Assim sendo, aflora a questão: será que todos

os conselheiros conhecem suas atribuições contidas no estatuto que os rege e atuam

conforme sua prescrição?

O referido questionamento deve-se ao fato das dificuldades encontradas

pelos gestores para a escolha e eleição dos membros que queiram participar deste

órgão, que tem como função principal tomar decisões que venham contribuir com o

processo ensino-aprendizagem e a organização de toda a comunidade escolar,

portanto, tem como objetivo, conceituar historicamente a implantação do conselho

escolar, bem como analisar através de resultados de pesquisa efetuada no ano de

2014 (por amostragem) em duas instituições estaduais de ensino sobre o

conhecimentos da comunidade escolar sobre em relação ao conselho escolar bem

como suas atribuições.

Para que o Conselho desenvolva suas atribuições de forma concreta e preciso

verificar como e a atuação do mesmo é necessário que se haja entendimento e

compreensão do trabalho que o mesmo pode e deve desenvolver no âmbito escolar

por meio de reflexão do coletivo sobre a definição do conselho escolar, bem como a

função de cada membro correlatas a sua função.

Segundo MEC, Para que o conselheiro possa exercer bem sua função é

fundamental que conheça:

- o conselho: seu significado e papel; - o papel de conselheiro e o significado da representação; - a escola como organização e seu projeto político-pedagógico; - a legislação educacional básica; - o sistema de ensino (do estado ou do município) princípios e normas; - o significado da participação; a pertença da escola à cidadania.”

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(Conselhos Escolares: Uma estratégia de Gestão Democrática da Escola Pública, 2004, pág. 58 e 59).

O maior objetivo do CE é o de democratizar as ações na/da escola por meio

do trabalho coletivo com a função encontrar e articular estratégias nos processos

pedagógicos com intuito de melhorar a educação, bem como o ensino aprendizagem,

visto que no estado do Paraná o mesmo já está instituído em todas as escolas públicas

estaduais.

Conforme salienta Freire (Apud, Caderno 8, MEC, pág. 7)

Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós, que é de assumir o país democraticamente.

A implementação acontecerá com 04 (quatro) grupos, 1(um) de pedagogos,

1(um) de professores, 1(um) de gestores e 1(um) com os demais segmentos de cada

instituição de ensino. Todos os participantes serão certificados via Curso de Extensão

junto à Unioeste, sendo a carga horária de 16 horas para cada grupo, no qual

acontecerá em 2 (dois) encontros noturnos de 4 (quatro) horas cada e 8 (oito) horas

a distância. A carga horária a distância se faz necessária a fim de possibilitar ao

cursista, visualizar ações e documentos em sua escola para estudar e diagnosticar os

pontos fracos com intuito de aprimorar e sugerir mudanças nas ações de todo

colegiado.

O trabalho foi iniciado no ano de 2014, com pesquisa (por amostragem) feita

com todos os profissionais da educação em 2(duas) instituições de ensino públicas

estaduais, afim de sondagem sobre como é o conhecimento dos mesmos em relação

ao CE, após pesquisa feita e tabulação dos dados coletados iniciaremos já em 2015

com os grupos de estudos propriamente ditos.

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1º GRUPO DE ESTUDOS

No primeiro encontro o objetivo principal é fazer sondagem do conhecimento

dos participantes em relação ao Conselho Escolar e, posteriormente explanação do

histórico, da criação do Conselho Escolar a partir da redemocratização dos pais.

Após deixar bem claro a todos o que realmente é o Conselho Escolar, para

que serve e suas reais atribuições. Cabe salientar que, O papel dos Conselhos é

discutido por Werle (2003, p.60), que ressalta a participação efetiva, afirmando que:

Os Conselhos não existem somente por definições legais, mas na medida em que as pessoas se dispõem a contribuir, para o grupo, a (re) construir a própria escola pública. (...), não existe um Conselho no vazio; ele é o que a comunidade escolar estabelecer, construir e operacionalizar Cada Conselho tem a face das relações que nele se estabelecem. Se forem relações de responsabilidade, de respeito, de construção, então, é assim que vão se constituir as funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras. Ao contrário, se são relações distanciadas, burocráticas, permeadas de argumentos, tais como: “já terminou o meu horário”,” este é o meu terceiro turno de trabalho”,” vamos terminar logo com isto”,” não tenho nada a ver com isso”, com que legitimidade o Conselho vai deliberar ou fiscalizar?!

Com isso, Werle confirma a necessidade de se formar o cidadão para a

participação consciente, integrada, motivada, levando-o a considerar que sua

participação e sua opinião são de suma importância para a concretização dos

objetivos almejados pela instituição. O indivíduo precisa conhecer o seu papel no

colegiado para mudar sua postura diante do importante trabalho. De outra maneira,

agirá como se prestasse apenas “um favor” à escola, desvencilhando-se de qualquer

forma de compromisso.

Em seguida exposição e discussão sobre os resultados da pesquisa (por

amostragem) realizada no ano de 2014, em 2 (duas) Instituições Públicas Estaduais

do Município de Toledo com Diretores e Pedagogos, Professores, Agentes

Educacionais I e Agentes Educacionais II. Conforme modelo a seguir:

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QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO PARA INICIAR A PESQUISA

PDE/2014

Tema: OS CONSELHEIROS ESCOLARES E SUAS ATRIBUIÇÕES:

CONSTRUINDO A ESCOLA DEMOCRÁTICA E CIDADÃ.

1) Função na Instituição de Ensino:.............................................. Idade:....................

2) Formação: ( ) Nível Superior ( )Especialização ( ) Outros

3) Há quanto tempo atua como Educador? ..............................................................,

E nesta instituição de ensino, há quanto tempo está atuando? .................................

4) Atua em mais de uma instituição de ensino?

Sim ( ) Não ( ) Quantas? .............................

5) É concursado?

Sim ( ) Não ( ) há quanto tempo?......................

6) Você sabe qual o órgão de decisão máxima de uma instituição de ensino pública

Paranaense?

Sim ( ) Não ( )

Qual? ..........................................................................................................................

7) Você é membro do Conselho Escolar desta instituição de ensino?

Sim ( ) Não ( )

Que segmento?.............................................................................................................

8) Já leu o Estatuto do Conselho Escolar, legalmente aprovado pelo Núcleo

Regional de Educação?

Sim ( ) Não ( )

9) O Estatuto fica disponível para qualquer um que queira consultá-lo?

Sim ( ) Não ( ) Onde?

.....................................................................................................................................

10) Você sabe, qual as atribuições dos membros do Conselho Escolar?

Sim ( ) Não ( )

11) Na sua opinião, o Conselho Escolar desta Instituição de Ensino é atuante?

Como?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

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........................................................................................................................................

............................................................................................................................

12) O você acha que pode ser feito para que o Conselho Escolar possa se tornar

ainda mais atuante?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

............................................................................................................................

Ainda, como tarefa os participantes farão apreciação/pesquisa no Estatuto do

Conselho Escolar legalmente aprovado pelo Núcleo Regional de Educação,

documento este que foi elaborado a partir do constante no SUBSÍDIOS PARA

ELABORAÇÃO DO ESTATUTO DO CONSELHO ESCOLAR, segunda edição

revisada e atualizada, disponível no Portal da Educação do Paraná.

Ë importante saber que no documento consta:

CAPÍTULO III DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR

Art. 40 - As atribuições do Conselho Escolar são definidas em função das condições reais da escola, da organização do próprio Conselho e das competências dos profissionais em exercício na unidade escolar. Art. 41 - São atribuições do Conselho Escolar I - discutir, aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico da escola; II - analisar e aprovar o Plano de Ação Anual da Escola, com base no seu Projeto Político-Pedagógico; III- criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática na elaboração do Projeto Político-Pedagógico bem como do Regimento Escolar, incluindo suas formas de funcionamento aprovados pela comunidade escolar; IV - acompanhar e avaliar o desempenho da escola face às diretrizes, prioridades e metas estabelecidas no seu Plano de Ação Anual, redirecionando as ações quando necessário; V - definir critérios para utilização do prédio escolar, observando os dispositivos legais emanados da mantenedora e resguardando o disposto no Art. 10 da Constituição do Estado do Paraná, sem prejuízo ao processo pedagógico da escola; VI - analisar e deliberar sobre projetos elaborados e/ou em execução por quaisquer dos segmentos que compõem a comunidade escolar, no sentido de avaliar sua importância no processo educativo; VII - analisar e propor alternativas de solução a questões de natureza pedagógica, administrativa e financeira, detectadas pelo próprio Conselho Escolar, bem como as

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encaminhadas, por escrito, pelos diferentes participantes da comunidade escolar, no âmbito de sua competência; VIII - articular ações com segmentos da sociedade que possam contribuir para a melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem, sem sobrepor-se ou suprimir as responsabilidades pedagógicas dos profissionais que atuam no estabelecimento de ensino; IX - elaborar e/ou reformular o Estatuto do Conselho Escolar sempre que se fizer necessário, de acordo com as normas da Secretaria de Estado da Educação e da legislação vigente; X - definir e aprovar o uso dos recursos destinados à escola mediante Planos de Aplicação, bem como, prestação de contas desses recursos, em ação conjunta com a Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF ou similares; XI - discutir, analisar, rejeitar ou aprovar propostas de alterações no Regimento Escolar pela comunidade escolar; XII - apoiar a criação e o fortalecimento de entidades representativas dos segmentos escolares; XIII - promover, regularmente, círculos de estudos, objetivando a formação continuada dos Conselheiros a partir de necessidades detectadas, proporcionando um melhor desempenho do seu trabalho; XIV - aprovar e acompanhar o cumprimento do Calendário Escolar, observada a legislação vigente e diretrizes emanadas da Secretaria de Estado da Educação; XV - discutir e acompanhar a efetivação da proposta curricular da escola, objetivando o aprimoramento do processo pedagógico, respeitadas as diretrizes emanadas da Secretaria de Estado da Educação; XVI - estabelecer critérios para aquisição de material escolar e/ou de outras espécies necessárias à efetivação da Proposta Pedagógica Curricular da escola; XVII - zelar pelo cumprimento e defesa dos direitos da criança e do adolescente, com base na Lei n. 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente; XVIII - avaliar, periódica e sistematicamente, as informações referentes ao uso dos recursos financeiros, os serviços prestados pela escola e os resultados pedagógicos obtidos; XIX - encaminhar, quando for necessário, à autoridade competente, solicitação de verificação, com o fim de apurar irregularidades da Direção, Direção-auxiliar e demais profissionais da escola, em decisão tomada pela maioria absoluta de seus membros, em Assembleia Extraordinária convocada para tal fim, com razões fundamentadas, documentadas e devidamente registradas; XX - assessorar, apoiar e colaborar com a Direção em matéria de sua competência e em todas as suas atribuições, com destaque especial para: a) o cumprimento das disposições legais; b) a preservação do prédio e dos equipamentos escolares; c) a aplicação de medidas pedagógicas previstas no Regimento Escolar, quando encaminhadas pela Direção, Equipe Pedagógica e/ou referendadas pelo Conselho de Classe; d) comunicar ao órgão competente as medidas de emergência, adotadas pelo Conselho Escolar, em casos de irregularidades graves na escola; XXI - estabelecer anualmente um cronograma de reuniões ordinárias a ser definido, preferencialmente, no Plano de Ação Anual da escola. Art. 42- Para os fins deste Estatuto, considerar-se-ão irregularidades graves: a) aquelas que representam risco de vida e/ou integridade física das pessoas;

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b) aquelas que caracterizem risco ao patrimônio escolar; c) desvio de material de qualquer espécie e/ou recursos financeiros; d) aquelas que, comprovadamente, se configurem como trabalho inadequado, comprometendo a aprendizagem e segurança do aluno.

Seção I Das Atribuições dos Conselheiros

Art. 43 - A ação de todos os integrantes do Conselho Escolar, será sempre com vistas ao coletivo e à qualidade de ensino, evitando-se o trato de questões relativas à defesa de interesses individuais. Art. 44 - A atuação dos Conselheiros será restrita às reuniões do Conselho, ficando vedada sua interferência no trabalho de qualquer profissional ou aluno. Parágrafo Único - Os Conselheiros poderão, individual ou coletivamente, agir junto a órgãos externos, quando tal tarefa lhes for delegada em reunião do Conselho. Art. 45 - São atribuições do Presidente do Conselho: I - convocar, através de Edital e envio de comunicado, todos os Conselheiros, com 72 (setenta e duas) horas de antecedência, para reunião ordinária, em horário compatível com o da maioria destes, com pauta claramente definida na convocatória; II - convocar, sempre que justificadas, reuniões extraordinárias com 48 (quarenta e oito) horas de antecedência e pauta claramente definida; III - planejar, organizar, coordenar e presidir a realização de assembleias e reuniões do Conselho Escolar; IV - diligenciar pela efetiva realização das decisões do Conselho Escolar, tomando medidas que visem a garantir seu bom funcionamento; V - estimular a participação de todos os Conselheiros em todas as reuniões do Conselho Escolar; VI - providenciar as comunicações e divulgações das decisões tomadas pelo Conselho Escolar, que constam em Ata com a assinatura dos presentes; VII - estar inteirado quanto ao andamento do processo pedagógico, acompanhando a implementação do Projeto Político-Pedagógico; VIII - submeter à análise e à aprovação o Plano de Ação Anual da Escola; IX - diligenciar para o efetivo registro das reuniões do Conselho, indicando secretário “ad hoc”; X - desencadear o processo de eleição do Conselho de acordo com o previsto neste Estatuto; XI - encaminhar ao Núcleo Regional de Educação relação nominal dos componentes do Conselho Escolar, seus respectivos suplentes e o prazo de vigência de seu mandato, logo após a sua constituição ou alteração; XII - Encaminhar ao Núcleo Regional de Educação as Atas de eleição de cada segmento, bem como a Ata de posse do Conselho Escolar; XIII - representar o Conselho Escolar, quando designado pelos Conselheiros, para qualquer finalidade; XIV - exercer o voto para fins de desempate, somente quando esgotadas as possibilidades de consenso das deliberações, conforme o § 3º do Art. 36; XV - cumprir e exigir o cumprimento do presente Estatuto. Art. 46 - São atribuições dos Conselheiros: I - cabe aos Conselheiros representar seu segmento discutindo, formulando e avaliando internamente propostas que serão apreciadas nas reuniões do Conselho;

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II - representar seus segmentos, expressando as posições de seus pares, visando sempre a função social da escola; III - promover reuniões com seus segmentos, a fim de discutir questões referentes à organização e ao funcionamento da escola, bem como o encaminhamento de sugestões e proposições ao Conselho Escolar; IV - participar das reuniões ordinárias e extraordinárias sempre que convocados; V - coordenar os seus segmentos, realizando entre seus pares a eleição de representantes do Conselho; VI - divulgar as decisões do Conselho a seus pares; VII - colaborar na execução das medidas definidas no Conselho Escolar, desenvolvendo ações no âmbito de sua competência; VIII - cumprir e exigir o cumprimento do presente Estatuto.”

2º GRUPO DE ESTUDOS

Coleta de dados sobre a análise feita por pelos participantes em relação ao

estatuto legalmente aprovado pelo Núcleo Regional de Educação, após discussões e

leitura das atribuições acima citadas, serão formados grupos de acordo com número

de participantes, nos quais analisaremos coletivamente as seguintes questões com a

finalidade de levar os membros a refletirem sobre sua atuação, e, como podemos

colaborar para um conselho escolar cada vez mais participativo e democrático,

1) De acordo com estudo feito, cite e comente sobre as atribuições do Conselho

Escolar contidas no Estatuto de sua escola.

2) Aponte ações que demonstram que, em sua escola prevalece gestão

democrática ou não.

3) Após nossa trajetória, é possível dizer que o Conselho Escolar de sua escola

funciona?

4) Este grupo de estudo acrescentou seus Conhecimentos? Em que?

5) O que acham que poderia ser acrescentado ou retirado do Estatuto do conselho

escolar?

Concluído o trabalho, cada grupo deverá expor suas ideias aos demais

participantes com a finalidade de comparar o que está posto com a realidade de cada

um em sua prática pedagógica, e, finalmente por meio do coletivo do grupo proporem

mudanças e/ ou sugestões para que realmente os componentes do CE possam então

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atuarem de forma verdadeira com a finalidade de fortalecer o maior e mais importante

propósito, que é o de acompanhar a prática educativa descrita x processo ensino

aprendizagem.

Conselho Escolar: Noções Conceituais

No início da década de 80 os Conselhos Escolares começaram a surgir nas

instituições escolares públicas do Brasil motivados pela necessidade de

redemocratização do país. Era notório que a sociedade civil precisava de uma

reorganização do modelo capitalista da época a fim de acrescentar mecanismos para

envolvimento de mais segmentos organizados em torno da escola. A sociedade

capitalista precisava de outra organização nas atividades e na administração das

Instituições de ensino públicas no país.

A constituição de 1988 foi influenciada pelas manifestações de mudanças da

época, na qual ficou assim decretado em seu Parágrafo único do artigo 1º: “Todo

poder emana do povo, que exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente

nos termos desta Constituição”. O processo de gestão escolar ficou mais evidente

com as mudanças na Constituição Brasileira, a qual oportunizava maior participação

da comunidade nas ações escolares, com intuito de melhorar o ensino aprendizagem

dos educandos, bem como suas ações e comportamentos no interior da escola.

Já a LDB, Lei Nº. 9394/96, mais precisamente em seu artigo 14, legaliza que

os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público

na educação básica. Ainda no inciso II do mesmo art. 14, salienta-se a importância da

participação da comunidade escolar e local nos Conselhos Escolares.

No Estado do Paraná foram criados os Conselhos Escolares através da

publicação da Deliberação 020/91, do Conselho Estadual de Educação,

estabelecendo em seu Artigo 6º que todas as escolas devem ter um órgão máximo de

decisões coletivas, devendo este representar as decisões de toda a comunidade

escolar, sempre reforçando o princípio constitucional da democracia.

A Deliberação nº 020/91 foi revogada pela Deliberação 016/99-CEE, que indica

a importância do Regimento Escolar no que se refere à legitimidade de todas as ações

praticadas no âmbito escolar.

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No ano de 2005 foi aprovada a Resolução 2124/ 05-SEED, apresentando

proposta de reformulação do Estatuto do Conselho Escolar a fim de orientar, analisar

e aprovar o novo Estatuto do Conselho Escolar para a Rede Pública Estadual. Esta

Resolução foi revogada em 2008, hoje é a Resolução nº 4649/2008 de 10 de outubro

de 2008 que dá competência aos Núcleos Regionais de Educação, para análise e

aprovação dos Estatutos do Conselho Escolar dos estabelecimentos de ensino de

Educação Básica do Paraná.

Mesmo passadas algumas décadas da redemocratização das políticas

públicas no país e a extensão destas na prática educacional, encontram-se, ainda,

dificuldades no entendimento das reais atribuições do Conselho Escolar, sendo que,

inclusive, o Estatuto necessita passar por estudo e reestruturação, pois poucos sabem

que o Conselho Escolar é a estrutura representativa que, com o diretor, compõe o

núcleo de decisão da escola a fim de propiciar avanços na qualidade do processo

ensino aprendizagem. Ainda, cabe salientar que o Conselho Escolar deve ser o órgão

colegiado, que representa toda Comunidade Escolar, sendo ele de natureza

deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora.

O Conselho monitora dirigentes escolares, assegurando a qualidade do

ensino. Pode estabelecer metas, planos educacionais, o calendário escolar e a provar

o projeto pedagógico da escola. Segundo Antunes (2002, p.21), “esse colegiado torna-

se não só um canal de participação, mas também instrumento de gestão da própria

escola”. Portanto, é evidente que o Conselho Escolar contribui para que as gestões

escolares tenham a participação de todos na direção das vivencias escolares.

Freire afirma que:

Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democraticamente. (FREIRE apud, MEC/SEB Cadernos do Programa Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Brasília, 2004, vol. 2 – apresentação p.09).

A partir dessa premissa o objetivo é atender às necessidades da instituição,

que são, identificar e reestruturar o conselho escolar no que tange as atribuições de

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cada membro, visto que a maioria não tem conhecimento delas. Assim, o que se

pretende com esta proposta de estudo é tomar como objeto de pesquisa a atuação

dos conselheiros conforme as atribuições definidas para os membros do conselho em

estatuto próprio.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei 9394/96. Brasília,

1996. ANTUNES, Ângela. Aceita um conselho? como organizar o colegiado escolar. São

Paulo: Cortez: instituto Paulo Freire, 2002. BORDIGNON, Genuíno. Conselhos Escolares: uma estratégia de gestão

democrática da educação pública. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica, 2004. BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei nº 9.394/96. Brasília: 1996. Disponível em: <http://http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 23 março de 2013. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Cadernos do Programa Fortalecimento dos Conselhos Escolares. 2004, volumes 1 ao 5. CARVALHO, Elma Júlia Gonçalves de, ... [et al.]. Gestão Escolar/ organização.

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