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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃOPRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: APRENDIZAGEM COLABORATIVA PARA A PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

EM SANEAMENTO URBANO

Autor Sandra Maria Mora

Disciplina/Área (ingresso no PDE)

Ciências

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Monteiro Lobato

Município da escola Cornélio Procópio

Núcleo Regional de Educação

Cornélio Procópio

Professor Orientador Rodrigo de Souza Poletto

Instituição de Ensino Superior

UENP

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Geografia

Resumo

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Trata se de uma seqüência didática coma intenção de subsidiar professores na área de Educação ambiental para se trabalhar o tema Saneamento Urbano do estado do Estado do Paraná no Ensino Fundamental na disciplina de Ciências l, e tem por finalidade a de fazer uma investigação sobre o saneamento urbano em nossa cidade com uma proposta metodológica de aprendizagem colaborativa utilizando equipamentos de mídia para a produção de uma reportagem, com o intuito de esclarecer aos alunos as formas de uso sustentável da água bem como comentar também sobre os processos de distribuição e tratamento da água e coleta e tratamento do esgoto. O rigor da legislação sobre saneamento e sua importância para a saúde

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Palavras-chave ( 3 a 5 palavras)

Saneamento urbano, Educação Ambiental, Aprendizagem Colaborativa

Formato do Material Didático

Seqüência Didática

Público Alvo

(indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)

Ensino fundamental 2ª fase

APRENDIZAGEM COLABORATIVA PARA A PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

EM SANEAMENTO URBANO

APRESENTAÇÃO

O presente trabalho tem como um de seus principais objetivos o de orientar os

professores da rede educacional do estado do Paraná com o intuito de despertar na

comunidade escolar a necessidade urgente de se olhar para o plano diretor de sua

cidade, e de como está acontecendo o saneamento urbano, na acepção de capacitar os

cidadãos não apenas fazer com que o cidadão olhe com horror ou nojo o mau cheiro dos

esgotos expostos, da sujeira ou de doenças causadas, mas sim, com olhar crítico,

buscando descobrir formas e maneiras de cobrar das autoridades melhorias no trato do

saneamento urbano na busca de um ambiente sustentável.

Os serviços de saneamento estão relacionados de forma indissociável à

promoção da qualidade de vida e ao processo de proteção dos ambientes naturais. Nesse

sentido, é preciso desenvolver projetos e ações educacionais que tenham a finalidade de

possibilitar compreensão da questão ambiental e estimular a participação de toda a

população, no enfrentamento dessa questão, e na busca de serviços de saneamento de

qualidade a que todo cidadão tem direito.

Nesse contexto, a Educação Ambiental em Saneamento constitui-se numa

promissora possibilidade de atuação no âmbito educacional formal que busca, por meio

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de ações articuladas, capacitar os educandos de forma crítica e transformadora imbuída

de ações pontuais.

O educador engajado na realidade social deve utilizar formas e modelos

propostos para atingir o objetivo principal que é a aprendizagem significativa. Para a

nossa proposta estamos sugerindo a abordagem metodológica da Aprendizagem

Colaborativa.

.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A forma de ensinarmos a Educação Ambiental numa perspectiva histórica aliada à

abordagem metodológica da Aprendizagem Colaborativa reitera, para nós, um

entendimento desta, como um processo dialético de transformação cultural e social onde

a sociedade num todo participa e constrói um novo movimento social para nos levar a um

novo paradigma social e ambiental baseado no conceito de Kuhn (apud Sorrentino pag,

287).

A educação ambiental trata de uma mudança de paradigma que implica tanto uma revolução científica quanto política. As revoluções paradigmáticas, sejam científicas, sejam políticas, são episódios de desenvolvimento não cumulativo nos quais um paradigma antigo é substituído por um novo, incompatível com o anterior. Já as revoluções políticas decorrem do sentimento que se desenvolve em relação à necessidade de mudança. Tais revoluções não mudam apenas a ciência, mas o próprio mundo, na medida em que incidem na concepção que temos dele e de seu caminho (Kuhn, 1969).

È preciso, a priori, indicar que o formato da proposta de aprendizagem aplicada de

forma colaborativa nos oferece uma gama de estratégias metodológicas essencial à

formação de um sujeito crítico e participativo das questões ambientais da sua

comunidade. A proposta metodológica de aprendizagem colaborativa a que nos referimos

pode ser entendida da forma com que MATTHEWS et al. (p. 4 apud Torres p. 6, 2004)

descreve.

[...], a aprendizagem cooperativa configura-se como um procedimento que possui uma série de técnicas altamente estruturadas psicológica e socialmente, que servem como auxílio aos estudantes no seu trabalho em grupo para a conquista de objetivos educacionais definidos. Por outro lado, a aprendizagem colaborativa é baseada em conceitos mais profundos, que englobam “questões teóricas, políticas e filosóficas tais como a natureza do conhecimento como uma construção social [...]

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As práticas pedagógicas devem oportunizar situações de aprendizagem que

possam despertar a curiosidade do aluno, mobilizando-o para a investigação, a produção

do conhecimento e novas aprendizagens.

Optamos por construir uma seqüência didática que tem a finalidade de orientar e

incentivar a reflexão crítica e atenta sobre as questões relacionadas ao saneamento, e

que também procura instrumentalizar os profissionais envolvidos na busca por ações

qualificadas. O documento deve ser ajustado de acordo com as características regionais e

perfil dos alunos a serem atendidos.

Uma seqüência didática segundo Zabala (pag. 86, 1998) é um modo de organizar

o ensino e, é também entendido como unidade didática.

A preservação do meio ambiente é uma questão urgente, e na área de educação

deve ser considerado como prioridade no currículo de Ciências seguindo a máxima

utilizada na conferencia RIO92 de agir localmente pensando globalmente.

Essa máxima nos remete a introduzir o tema saneamento básico e ciclo da água

juntamente com o trabalho de investigar como se dá a coleta e tratamento do esgoto na

cidade de Cornélio Procópio, incluindo também a captação e tratamento da água, com a

perspectiva de conscientizar os alunos no uso (consumo) sustentável da água tratada,

bem como a importância das ligações do esgoto doméstico às redes de tratamento dele.

Para podermos reaproveitar a água presente no esgoto doméstico faz-se

necessário uma série de procedimentos que deve ser de conhecimento de todo cidadão,

e temos como finalidade a, de promover uma consciência ambiental de sustentabilidade

para “construir sinergias, praticar a cidadania na estruturação dessa nova ordem, que

traga bem-estar, justiça e qualidade de vida para as atuais e futuras gerações”. (PARANÁ.

Cadernos Temáticos, 2008, p.52)

O fato de utilizarmos o modelo de saneamento da cidade onde vivemos nos

remete a uma perspectiva de usarmos uma metodologia de aprendizagem colaborativa

utilizando equipamentos tecnológicos para registro das atividades.

OBJETIVOS DA PRESENTE SEQUENCIA DIDÁTICA

- fazer com que os alunos compreendam a importância do uso racional da água.

- demonstrar através de esquemas como é o funcionamento do tratamento da água e do

esgoto da cidade de Cornélio Procópio

.

-conhecer, através de visitas, todo o sistema de coleta e tratamento de água e esgoto do

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município de Cornélio Procópio.

- construir nos alunos uma visão histórica da importância do saneamento urbano para o

desenvolvimento das comunidades.

SEQUENCIA DIDÁTICA

- encontros teóricos com os alunos onde será repassado o que é saneamento urbano com

atividades em grupos (devem representar através de esquemas como cada grupo imagina

que seja a forma do saneamento urbano da cidade de Cornélio Procópio)

- pesquisa no laboratório de informática sobre qualidade da água

- pesquisa sobre o plano municipal de saneamento básico para formular questões no

intuito de entrevistar o secretário de meio ambiente da cidade.

Para as atividades a seguir cada grupo deve levar equipamentos para filmar o local e

perguntas para o funcionário que nos atender

- visita ao local de captação da água

- visita a SANEPAR (tratamento da água)

- visita ao local de tratamento do esgoto e onde o esgoto é despejado

- gravar e transcrever entrevistas com familiares sobre a qualidade dos serviços prestada

pela SANEPAR

- montar a reportagem no laboratório de informática e gravar em DVD

Para acompanharmos o processo de aprendizagem dos alunos vamos utilizar

um questionário avaliativo onde o aluno relata suas dificuldades e o que ele aprendeu.

Para cada atividade um questionário que fará parte de um portfólio individual

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que será entregues aos pais no final do projeto.

TEXTOS DE APOIO PARA TRABALHAR NOS ENCONTROS TEÓRICOS.

a) Texto 1

Uso Racional da Água

Nos últimos anos a preocupação com a disponibilidade de água no mundo vem

aumentando. Já se pensou que este recurso natural nunca se esgotaria, mas devido à

distribuição geográfica desigual, ao crescimento desordenado da população, ao mau uso

dos recursos existentes e a poluição de rios e lagos, a água boa está ficando cada vez

mais escassa.

De acordo com o World Resources Institute, somente 2,5% da água disponível

no mundo é doce e somente 0 007% desta parcela está em locais acessíveis. Com

números tão pequenos a nossa tarefa deve ser gerenciar os recursos hídricos existentes

de uma maneira racional e reduzindo o desperdício. É preciso evitar impactos causados

pelo homem, como a poluição por resíduos industriais e esgotos, que pioram a qualidade

e reduzem a quantidade de água para o consumo.

A ciência já tem criado diversos dispositivos para auxiliar as pessoas na redução

do consumo de água como torneiras de fechamento automático, válvulas de descarga de

vazão regulável, arejadores de ar para torneiras.

Algumas cidades como Nova York, Los Angeles e Cidade do Mexico já

implantaram leis e políticas com incentivos para o uso de tecnologias de redução do

consumo (http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes23/I-128.pdf).

No Brasil, um exemplo deste tipo de política está em Curitiba: é a Lei municipal

n.º 10.785/2003 que cria medidas que induzem a conservação, uso racional e uso de

fontes alternativas para captação de águas em novas edificações. A lei, de 18 de

setembro de 2003, prevê que novas edificações tenham reservatório para água de chuva,

que pode ser usada para fins que não necessitem de água potável. Além disso, também

prevê a reutilização das águas de tanque, máquina de lavar, chuveiro e banheira para

descarga sanitária.

Além disso, pequenas ações dentro de casa podem fazer a diferença:

- tomar banho durante 5 ao invés de 10 minutos pode economizar de 30 a 60 litros de

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água;

- não jogar lixo no vaso sanitário pode economizar em torno de 6 a 12 litros de água por

descarga. Lembre-se: a bacia sanitária não é lixeira;

- manter a torneira fechada enquanto se escova os dentes, economiza de 3 a 10 litros de

água;

- fazer a barba no espelho ao invés de barbear-se durante o banho pode economizar de

18 a 33 litros de água;

- cada vez que você lava as mãos com a torneira aberta o tempo todo, são gastos 7 litros

de água;

- para escovar os dentes é necessário apenas um copo de água, mas as pessoas que

não fecham a torneira durante a escovação gastam 10 litros;

- uma pessoa que abre a torneira o tempo todo quando lava a louça pode gastar em

torno de 112 litros de água. Se a cuba da pia for fechada e enchida com água, e com essa

água a louça for ensaboada e enxaguada, o consumo de água cai para 10 litros;

- torneiras que gotejam precisam ser consertadas: ela pode desperdiçar de 60 a 16.500

litros por mês, dependendo do vazamento.

Fonte: Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar)

Saneamento básico

O serviço de saneamento do Estado é fornecido pela Companhia de

Saneamento do Paraná, Sanepar, que foi criada pela iniciativa pública, no dia 23 de

janeiro de 1963, exclusivamente para cuidar do setor. A empresa estatal, de economia

mista, tem como maior acionista o governo do Estado, com 60% das suas ações.

Antes da fundação da empresa, o Paraná tinha um baixo índice de distribuição

de água e tratamento de esgoto. Apenas 8,3% da população recebia água tratada e

4,1% era beneficiada pela rede de esgoto. Das 221 sedes municipais existentes na

época, 19 possuíam os serviços de água e esgoto e 37 recebiam somente água tratada.

Atualmente, 344 municípios paranaenses são atendidos. A companhia leva água tratada

a 9 milhões de pessoas, representando 100% da população urbana, e sistema de

esgotamento sanitário a 5,4 milhões de pessoas, o que representa 60% desses

habitantes. Entre 2002 e 2007, o instalamento da rede de água cresceu mais de 11%,

passando de 35.181 km para 15.713, e a de esgoto, cerca de 30%, passando de 39.171

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para 20.519 km. Os volumes faturados de serviço de saneamento somaram,

respectivamente, 460 milhões e 246 milhões de metros cúbicos, ou seja, um aumento de

11% e 107% em relação a 2002.

A companhia paranaense foi a primeira no setor de saneamento da América

Latina a obter o certificado ISO 9002 para um sistema produtor de água em 1997, o

Sistema Itaqui em Campo Largo, devido à sua política de qualidade. Além disso,

também foi a primeira do continente a receber a certificação pelas normas da ISO 14001

para um sistema completo de água e esgoto, em 1999. O certificado é considerado um

dos mais importantes e de maior reconhecimento em todo o mundo na área do meio

ambiente, atestando que o sistema de Foz do Iguaçu é operado de forma

ambientalmente responsável, desde a captação da água para tratamento até a

destinação final do esgoto. Hoje em dia, o serviço é referência internacional, prestando

consultorias, promovendo intercâmbios e parcerias com outras companhias de

saneamento.

Com o intuito de promover a universalização do atendimento sanitário, o Paraná

desenvolve políticas de inclusão social por meio do Programa Tarifa Social, onde

milhares de famílias paranaenses pagam tarifa reduzida pelos serviços. São

beneficiadas pelo projeto as famílias que moram em imóveis com até 70 m² de área

construída, que tenham rendimento de no máximo dois salários mínimos por mês e o

consumo mensal de água que não ultrapasse a 10 metros cúbicos. Em 2008, mais de

271 mil famílias foram beneficiadas pelo programa, pagando ao mês somente R$ 5,00

pela tarifa de água e R$ 2,50 pela tarifa de esgoto.

Fonte: Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar)

b) texto 2

Monitoramento da Qualidade das Águas

A disponibilidade de água, tanto em quantidade como em qualidade, é um dos

principais fatores limitantes ao desenvolvimento regional considerando-se tanto o meio

urbano como o rural. Pelas características do seu ciclo, a quantidade da água no planeta

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tem se mantido aproximadamente constante desde a antigüidade. Por isso, tecnicamente,

ela não está se tornando escassa. O que ocorre é uma carência da água para atender

determinadas demandas que estejam associadas a uma qualidade mínima, respeitada a

sua disponibilidade local.

As causas desta carência são comumente associadas à poluição dos recursos

hídricos e ao direcionamento estratégico de atividades consultivas para regiões onde sua

disponibilidade natural é limitada. Por falta de estudos específicos no passado, mesmo

que a disponibilidade quantitativa no Brasil seja impressionante, a maior parte das regiões

brasileiras vivenciam hoje conflitos pelo uso da água motivados pela heterogeneidade da

sua distribuição espacial, pelo adensamento populacional descontrolado, pela ocupação

desordenada da área de drenagem das bacias hidrográficas, pelo direcionamento

estratégico agro-industrial sem que as outorgas e licenciamentos sejam comparados à

disponibilidade local e à sua capacidade de carga, além dos desperdícios na conservação

do recurso.

Portanto, numa estratégia de sustentabilidade de longo prazo, o problema da

carência dos recursos hídricos deve ser entendido como uma dupla preocupação: a da

quantidade da água, necessária para atender a demandas atuais e futuras, e a da

qualidade, necessária para permitir o seu uso sem o comprometimento das demandas

ecossistêmicas.

Para subsidiar as ações de conservação da qualidade das águas frente a este

quadro, os instrumentos de outorga de uso da água e licenciamento das atividades

potencialmente poluidoras necessitam de fundamentação técnica respaldada na

capacidade assimilativa dos corpos d'água receptores. Para tal estabelecemos um

sistema de monitoramento da qualidade das águas, baseado no conceito de cargas

poluentes, capaz de usar as informações existentes, complementando-as de modo a

adequar a rede de coleta às necessidades de representatividade, seleção de variáveis e

freqüência amostral.

Em relação aos recursos hídricos, o Estado do Paraná está subdividido em 16

bacias hidrográficas. A rede de monitoramento da qualidade das águas é composta por

164 estações em rios, como descrito abaixo:

-Bacia do Cinzas ........................... 5

-Bacia do Iguaçu ............................ 95

-Bacia do Itararé ............................ 2

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-Bacia do Ivaí ................................. 11

-Bacia Litorânea ............................ 13

-Bacias do Paraná .......................... 4

-Bacias do Paranapanema ............... 1

-Bacia do Piquiri ............................. 8

-Bacia do Pirapó ............................. 1

-Bacia do Ribeira ..............................8

-Bacia do Tibagi ..............................16

Para estes pontos, estão disponíveis no Sistema de Informações Hidrológicas –

SIH, dois tipos de informações: parâmetros de qualidade de água e Índices de Qualidade

de Água - IQA. Os diversos parâmetros que qualificam a água vem sendo analisados e

processados, assim como o IQA vem sendo calculado, desde o início dos anos 80.

É através destes parâmetros que os técnicos qualificam a água, definindo assim os

possíveis usos aos quais ela pode servir. Entretanto, a operação de uma rede de

monitoramento de qualidade das águas origina uma grande quantidade de dados

analíticos, sendo difícil sua compilação e apresentação de uma maneira sintética, mais

fácil de ser apreendida pelo público. Esta dificuldade levou ao desenvolvimento, em vários

países, de índices que procuram expressar a qualidade da água de uma maneira global,

sintetizando os resultados dos diversos parâmetros analisados. Um desses índices é o

IQA - Índice de Qualidade das Águas. Ele é uma espécie de nota atribuída à qualidade da

água, podendo variar entre zero e cem.

Projetos com objetivos específicos, como o PNMA - Programa Nacional do Meio

Ambiente, também tem seus dados inseridos no SIH, porém, além disso, possuem

processamento diferenciado das informações, o que permite a geração de produtos

orientados ao atendimento de seus propósitos.

Fonte http://www.aguasparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=9

c) texto 3

Plano Nacional de Saneamento Básico

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Introdução

Com o advento da Lei nº 11.445/07, foi cunhado o conceito de saneamento básico como o

conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água,

esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de

águas pluviais urbanas.

A lei definiu também as competências quanto à coordenação e atuação dos diversos

agentes envolvidos no planejamento e execução da política federal de saneamento básico

no País. Em seu art. 52 a lei atribui ao Governo Federal, sob a coordenação do Ministério

das Cidades, a responsabilidade pela elaboração Plano Nacional de Saneamento Básico

(Plansab).

A questão do planejamento do setor já foi objeto de vários debates e do posicionamento

do Conselho das Cidades que editou a Resolução Recomendada nº. 33, de 1º de março

de 2007,estabelecendo prazos e instituindo um Grupo de Trabalho integrado por

representantes do Governo Federal para o acompanhamento da elaboração do

PLANSAB.

O Grupo de Trabalho Interministerial e o Grupo de Acompanhamento do Conselho das

Cidades (GTI e GA), incumbidos de acompanhar o Plansab, também participaram das

discussões sobre a política e o conteúdo mínimo dos planos de saneamento básico cujas

orientações constam da Resolução Recomendada nº 75 aprovada pelo Concidades.

A esse aspecto, soma-se o compromisso do País com os Objetivos do Milênio das

Nações Unidas e a instituição de 2009 - 2010 como o Biênio Brasileiro do

Saneamento (Decreto nº 6.942/09) , com o propósito de mobilizar para o alcance da meta

de, até o ano de 2015, reduzir pela metade a proporção de pessoas que não contam com

saneamento básico.

Participação do MMA no Plansab

O MMA, por intermédio do Departamento de Ambiente Urbano da Secretaria de Recursos

Hídricos e Ambiente Urbano, integra o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), na

condição de coordenador, na esfera federal, do Programa Nacional de Resíduos Sólidos

do Plano Plurianual 2008-2011. Do GTI participam, além do MMA: a Casa Civil da

Presidência da República, o Ministério da Fazenda, o Ministério do Turismo, a ANA, o

Ministério da Integração Nacional, a CODEVASF, o Ministério da Saúde, a FUNASA, o

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Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a Caixa Econômica Federal, o BNDES

e o Conselho das Cidades sob a coordenação do Ministério das Cidades. Incumbe ao GTI

coordenar a elaboração e promover a divulgação do Plansab.

A título de subsídio, a SRHU/DAU, entre outras ações, promoveu a realização de uma

oficina em 29 de outubro de 2008, em Brasília, DF. O objetivo da oficina foi de extrair os

aspectos fundamentais da problemática dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU para o

planejamento de curto, médio e longo prazo no âmbito do Plano Nacional de Saneamento

Básico.

Pacto pelo Saneamento Básico

Após o lançamento, em dezembro de 2008, do "Pacto pelo Saneamento Básico: mais

saúde, qualidade de vida e cidadania", documento cujo propósito é buscar a adesão e o

compromisso de toda a sociedade em relação aos eixos, estratégias e ao processo de

elaboração do PLANSAB, ingressa-se na fase de elaboração do "Panorama do

Saneamento Básico no Brasil".

O Compromisso pelo Meio Ambiente e Saneamento Básico

Em decorrência do "Pacto pelo Saneamento Básico", o Ministério do Meio Ambiente e o

Ministério das Cidades decidiram firmar o "Compromisso pelo Meio Ambiente e

Saneamento Básico" que consiste em um conjunto de ações em curso ou a serem

estruturadas para atingir metas intermediárias preconizadas pela Lei de Saneamento

Básico até o ano de 2020. Com o objetivo de construir e contribuir para a definição

conjunta de ações e programas de grande relevância para o setor de saneamento, o

"Compromisso" resulta de uma ampla reflexão sobre as tendências e os desafios atuais

do saneamento básico no Brasil.

Articulação Institucional entre o MMA e o Ministério das Cidades

A parceria entre o MMA, por intermédio da SRHU/DAU e da ANA, e o Ministério das

Cidades consolida-se, portanto, por meio dos seguintes processos:

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a) O Ministério do Meio Ambiente é o coordenador do Programa de Resíduos Sólidos do

Governo Federal no PPA 2008-2011 . No GTI, o MMA, por meio da SRHU, responde

pelas questões relacionadas ao tema;

b) O MMA, por meio da SRHU, atua como Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de

Recursos Hídricos, fórum no qual foi criado um Grupo de Trabalho ligado à Câmara

Técnica do Plano Nacional de Recursos Hídricos. A atuação do GT inaugura um

movimento pela integração entre o CNRH e o Conselho das Cidades, representando um

canal capaz de incorporar as expectativas da área de recursos hídricos no Plano Nacional

de Saneamento Básico;

c) O MMA atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Meio Ambiente,

fórum no qual também está prevista a apreciação do Plano Nacional de Saneamento

Básico;

d) A SRHU é responsável pela formulação da Política Nacional de Recursos Hídricos e a

ANA por sua implementação, política que mantém importantes interfaces com a Política

Federal de Saneamento Básico;

e) Dentre as suas atribuições, a ANA , exerce a regulação dos serviços de saneamento

básico, por meio da emissão de outorgas (de uso da água e de lançamento de efluentes)

e dos CERTOHs, assim como da cobrança pelo uso da água.

Fonte http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/instrumentos-da-

politica-de-residuos/plano-nacional-de-saneamento-basico

Texto 4

O Ciclo da Água

• A água está presente no planeta em formas e locais diversos. Na superfície

terrestre (em rios, lagos, mares, geleiras); nos seres vivos (na fauna, flora e vida

humana); em camadas subterrâneas (nos chamados lençóis freáticos e aquíferos); e na

atmosfera (formando nuvens, vapor, chuva, neve etc).

Toda essa água não é estática, mas circula na natureza por meio de fenômenos

que, juntos, caraterizam o Ciclo da Água ou ciclo Hidrológico.

O ciclo hidrológico gera troca contínua de água, movendo-a perpetuamente por

meio dos seguintes processos de transferência:

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- Evaporação (evapotranspiração): com o calor que incide sobre a terra, a água dos

oceanos, rios e outros corpos evapora-se, incluindo a transpiração de plantas terrestres e

animais. Transformando-se em vapor, toda essa água vai para o ar. Devido à influência da

energia solar nesse processo, a evaporação acontece com mais intensidade durante os

períodos mais quentes do dia, e nas zonas mais quentes da Terra.

- Precipitação: o vapor de água do ar condensa-se na atmosfera, formando nuvens e

retornando novamente sobre a terra ou mar em forma de orvalho, chuva, granizo ou neve.

Graças à precipitação, há uma umidade natural no ar que respiramos. Isso pode ser

afetado, por períodos de meses ou anos, quando uma região regista uma deficiência no

seu abastecimento de água.

- Escoamento e infliltração: a água que cai sobre a terra escorre suferficialmente para

áreas mais baixas, abastecendo diretamente os lagos, riachos, rios, mares e oceanos, ou

é absorvida pelo solo, alimentando os chamados lençóis freáticos. O escoamento é

importante para regular a vazão dos rios, distribuindo-a ao longo de todo o ano, evitando,

assim, os fluxos repentinos, que provocam inundações. As inundações ocorrem quando

uma área de terra, geralmente de baixa altitude, é coberta com água acima de sua

capacidade de absorção. É quando um rio transborda dos seus bancos ou por uma

inundação do mar.

O ciclo da água é um dos pilares do funcionamento do nosso planeta, se ele for afetado,

toda a vida na Terra será influenciada.

Fonte: Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar)

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental.

Programa de Modernização do Setor Saneamento (PMSS)

Conceitos, características e interfaces dos serviços públicos de saneamento

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