OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

1. FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Professor PDE/2014Título: Chaplin e Mazzaropi, inspirando a pesquisa e o registro da história local através da Mídia-educação

Autor Simone Aparecida Abreu

Disciplina área (ingresso PDE) História

Escola de implementação do projeto / localização

Colégio Estadual Eng. Michel GPA Reydams – Ensino Fundamental e Médio / Avenida Grécia s/nº - Vila Copel

Município da escola Reserva do Iguaçu-Pr

Núcleo Regional de Educação Guarapuava

Professor Orientador Déa Maria Ferreira Silveira

Instituição de Ensino Superior UNICENTRO – Guarapuava /PR

Relação Interdisciplinar Arte / Geografia

Resumo

A proposta Didático-pedagógica apresentada justifica-se pelanecessidade de oferecer ao aluno uma forma de aprendizagemda disciplina de história menos formal e teórica e sim maissignificativa, vinculada a sua realidade e aos recursostecnológicos atuais.Esse projeto visa mostrar a importância do uso do cinema como fontehistórica e recurso que possibilita diferentes leituras, análises e reflexõescríticas, sendo mais que uma mera ilustração para os conteúdostrabalhados, propondo desenvolver a criticidade dos alunos para quesaibam perceber o que de fato as obras fílmicas desejam comunicar.Trata-se de utilizar o cinema como uma ferramenta motivacional,em especial as obras de Charles Chaplin e Amácio Mazzaropi,gênios que tão bem utilizaram os recursos da sua época pararepresentar a sociedade do seu tempo, buscando despertar noprocesso de aprendizado o interesse pelo conhecimento,pesquisa e registro da história local, valorizando as memóriasatravés da figura dos idosos e assim os alunos produzirão vídeose documentários com a sua leitura de sociedade, otimizando ouso de tecnologias e mídias na aprendizagem através dosprincípios da educomunicação, aliado à mídia-educação naescola.Os procedimentos metodológicos terão como base umapesquisa exploratória, aliada a diversas estratégias didáticas,como uso de imagens antigas, entrevistas, redes sociais, celulares(câmera), laboratório de informática e aulas-passeio.

Palavras - chave História local – cinema – tecnologia – mídia educação educomunicçãoFormato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo 9º ano A - Ensino Fundamental / 2° ano - Ensino médio

“Quero morrer vendo uma porção de gente

rindo em volta de mim”

(Amácio Mazzaropi)

“Pensamos em demasia e sentimos bem

pouco. Mais do que de máquinas, precisamos

de humanidade. Mais do que de inteligência,

de afeição e d o ç u r a . S e m e s s a s

v i r t u d e s , a v i d a s e r á d e v i o l ê n c i a e

t u d o s e r á p e r d i d o ”

( C h a r l e s C h a p l i n )

2- APRESENTAÇÃO

Queridos colegas professores (as)!

Esta Unidade Didática visa o desenvolvimento de uma metodologia de ensino

de História mais estimulante com o intuito de ap rox imar o p rocesso de

aprend izagem ao fasc ín io do c inema, do apara to tecno lóg ico e da

h is tó r ia loca l , to rnando o ens ino de h is tó r ia ma is s ign i f i ca t i vo e

d inâmico , despertando e assegurando a atenção e interesse do aluno durante

atividades previamente planejadas.

É interessante lembrar a colocação de Lambert:

A escola tradicional encontra-se defasada em relação ao aparato tecnológico

à disposição de grande parte da população e, também, por isso, o ensino de

história, como das demais disciplinas, torna-se em “fracasso de bilheteria”

(1990,p.12)

Desse modo, na busca de uma interação entre a escola e o “mundo

tecnológico” tão real e crescente, essa produção pedagógica propõem motivar os

alunos a partir do estudo do cinema como arte e ferramenta didática, em especial

trabalhar com eles a análise das obras fílmicas de Charles Chaplin e Amácio

Mazzaropi, após levá-los a conhecer o que é Mídia-educação e Educomunicação,

conceitos estes que sugerem uma educação aliada aos recursos tecnológicos tão

presentes no cotidiano da escola e da própria vida dos alunos e então após terem

estudado e pesquisado a história local e suas temáticas principais, motivar os alunos

a “retratarem” esse conhecimento em forma de filmes e documentários produzidos

com os seus próprios recursos tecnológicos, ou seja, aparelhos do seu dia a dia,

como celulares, câmeras digitais, tablets e outros e com os quais os adolescentes

em especial demonstram imensa habilidade.

Fazer uso do cinema no ensino, a partir da cinematografia de Chaplin e

Mazzaropi, parte do pressuposto que estes grandes nomes do cinema mundial e

nacional são inspiradores, pois foram extremamente sábios em sua época,

visionários que souberam contar a história da sociedade de sua época de forma

crítica, bem humorada e irônica, dando margens até os dias atuais à

problematizações e debates. É importante ressaltar que quando iniciaram sua

carreira nessa arte, os recursos tecnológicos disponíveis eram mínimos e precários,

no entanto, mesmo assim se tornaram referências pela criatividade e criticidade em

suas obras, e desse modo se pretende suscitar no aluno o anseio por conhecer e

retratar sua própria história, no caso, a história local do município e proximidades

através de produções realizadas por eles mesmos utilizando os seus recursos

tecnológicos disponíveis.

Ao colocar em prática essa produção pedagógica na escola, os principais

objetivos a serem alcançados são:

Levar o aluno a reconhecer a importância de sua própria história, suas

origens, bem como a participação dos seus antepassados no desenvolvimento

social e cultural da localidade, além de suscitar nele a prática cidadã e

consciente;

Fazer com que o aluno perceba o Cinema como fonte histórica e

ferramenta motivacional, aprendendo a analisar criticamente as obras fílmicas e

o que elas de fato querem comunicar inspirados pela cinematografia de Charles

Chaplin e Mazzaropi;

Propor uma forma prazerosa de estudar os conteúdos da disciplina de

História, produzindo vídeos, documentários e fotografias que sintetizam o que

foi compreendido, garantindo uma forma de registro e autonomia por parte do

aluno que passa a produzir materiais;

Conhecer os conceitos de Mídia-educação e Educomunicação e assim

propor a criação de redes de comunicação no ambiente escolar, otimizando o

uso dos recursos tecnológicos e mídias presentes na escola e no cotidiano dos

alunos, como celulares, câmeras digitais, tablets e outros;

Oportunizar à comunidade conhecer mais sobre a sua história, assistindo

apresentações culturais e aúdio-visuais (mostra de filmes, documentários,

fotografias e canções) com as produções elaboradas pelos próprios alunos

como resultado do projeto e que essa prática se torne permanente como parte

do calendário do colégio.

Portanto, a presente produção didático-pedagógica traz como objetivo

principal a abordagem sobre a importância da história local estudada através das

memórias e mídias tecnológicas para a formação da identidade e consciência

histórica dos alunos.

3- Material Didático

Dando início as atividades, será apresentada a temática, a partir de umasondagem sobre os conhecimentos e interesse dos alunos a respeito daspalavras chave que norteiam esse projeto, como:

3.1 Módulo I – O cinema de Chaplin e Mazzaropi como inspiração

Importante saber:

Para Marc Ferro (1976) ”o filme é uma fonte para

entendermos os comportamentos, as visões de mundo, os

valores, as ideologias de uma sociedade ou de um momento

histórico”.

Os filmes possibilitam discutir, rever conceitos e

posturas que estão corporificadas nos personagens (vida,

morte, religião, preconceitos, conflitos), que são próprios dos

seres humanos, mas que só são analisados quando

assistimos a um filme que retrata esses dramas.

Silva afirma :

Os filmes configuram um instrumento eficiente paraviabilizar uma discussão complexa, sutil e fundamental sobreas agruras e os destinos de heróis e personagens principaisdas narrativas e, consequentemente, para a construção dacidadania e da personalidade moral (SILVA, 2007, p.55).

Atividades

1- Os alunos assistirão o documentário sobre a Históriado cinema:

Título: “Cinema, você sabe como tudo começou?”

Link: https://www.youtube.com/watch?v=TcROnX4lADE

2- Será realizada uma pesquisa pelos alunos sobre otema História do Cinema, após realizarão leitura edebate, abaixo segue o texto de apoio:

**************************************************************************************

História do Cinema

Foi no final do século XIX, em 1895, na França, os irmãos Louis e AugusteLumière inventaram o cinema. Na primeira metade deste século afotografia já havia sido inventada por Louis-Jacques Daguerre e JosephNicéphore Niepce, possibilitando esta criação revolucionária no mundo dasartes e da indústria cultural: o cinema.Para se chegar à projeção cinematográfica atual, muitos processos deinvestigação foram feitos em relação aos fundamentos da ciência óptica.Já vem dos primórdios da humanidade a necessidade de registrarmovimentos através de pinturas e desenhos nas paredes. Háaproximadamente sete mil anos atrás, no oriente, os chineses jáprojetavam sombras de diferentes figuras recortadas e manipuladas sobrea parede, um jogo de sombras, próprio do seu teatro de marionetes. Noséculo XV, Leonardo da Vinci realizou trabalhos utilizando a projeção daluz na superfície, criando a Câmara Escura, que era uma caixa fechada,possuindo um orifício com uma lente, local destinado a passagem da luzproduzida pelos objetos externos. A imagem refletida no interior dessa

caixa era a inversão do que se via na realidade. Mais adiante, no séculoXVII, O alemão Athanasius Kirchner criou a Lanterna Mágica, objetocomposto de um cilindro iluminado à vela, para projetar imagensdesenhadas em uma lâmina de vidro.

No século XIX, muitos aparelhos que buscavam estudar o fenômeno dapersistência retiniana foram construídos, este fenômeno é o que mantém aimagem em fração de segundos na retina. Joseph-Antoine Plateau foi oprimeiro a medir o tempo da persistência retiniana, concluindo que umailusão de movimento necessita de uma série de imagens fixas, sucedendo-se pela razão de dez imagens por segundo. Plateau, em 1832, criou oFenacistoscópio, apresentando várias figuras de uma mesma pessoa emposições diferentes desenhadas em um disco, de forma que ao girá-lo,elas passam a formar um movimento.

Criado pelo francês Charles Émile Reynaud o Praxinoscópio foi um inventoimportante para o surgimento do cinema. Este aparelho era um tamborgiratório com desenhos colados na sua superfície interior, e no centrodeste tambor havia diversos espelhos. Na medida em que girava-se otambor, no centro, onde ficavam os espelhos, via-se os desenhos seunindo em um movimento harmonioso. Dentre outros inventos, há oCinetoscópio, inventado por Thomas A. Edison, que consistia em um filmeperfurado, projetado em uma tela no interior de uma máquina, na qual sócabia uma pessoa em cada apresentação. A projeção precisava ser vistapor uma lente de aumento.

Em 1890, Edison projeta diversos filmes de seu estúdio, aos quaisencontra-se “Black Maria”, considerado o primeiro filme da história docinema. É a partir do aperfeiçoamento do Cinetoscópio, que oCinematógrafo é criado pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, na França,em 1895. O cinematógrafo era ao mesmo tempo filmador, copiador eprojetor, e foi considerado o primeiro aparelho realmente qualificado decinema. Louis Lumière foi o primeiro cineasta a realizar documentários emcurta metragem na história do cinema. O primeiro se intitulava “Sortie deL’usine Lumière à Lyon” (Empregados deixando a Fábrica Lumière), epossuia 45 segundos de duração. Neste mesmo ano de 1895, ThomasEdison projeta seu primeiro filme, “Vitascope”.

O americano Edwin S. Porter, apropriou-se dos estilos documentarista dosirmãos Lumière e os de ficção com uso de maquetes, truques ópticos, eefeitos especiais teatrais de Georges Méliès, para produzir “Great Train

Robbery” (O grande roubo do trem), em 1903, um modelo de filme deação, obtendo êxito e contribuindo para que o cinema se popularizasse eentrasse para a indústria cultural.

A indústria cinematográfica atual é um mercado exigente e promissor paradiferentes áreas do saber. Não são apenas os atores e atrizes que brilhamnas cenas que são apresentadas a um público local e internacional, pois arealização de um filme precisa englobar uma equipe de trabalho. Naconstrução e realização de um filme existem os seguintes profissionais: o“roteirista” que escreve a história e as narrativas dos personagens, oumelhor, os diálogos; o “diretor” que tem a função de coordenar, direta e

indiretamente, o trabalho de todas as pessoas envolvidas com o filme, daconcepção à finalização; o “diretor de fotografia”, um profissional de artesvisuais com sensibilidade e competência para decidir como iluminar umacena, que lentes serão melhores para determinados ângulos, o tipo defilme a ser rodado, entre outras atribuições; há quem seja responsável pelatrilha sonora do filme, que é o “compositor musical”, ele é quem ficaresponsável por contribuir para o clima pretendido pelo diretor; O“produtor” é a pessoa ou grupo de pessoas que se encarrega de viabilizara realização do filme, buscando patrocínios e parcerias, e ainda, tratandoda parte burocrática que envolve toda a equipe.

Há também uma equipe de técnicos/especialistas que são fundamentaisjunto aos profissionais já apresentados, que são: o “técnico de efeitosespeciais” cuja tarefa é realizar efeitos visuais e sonoros às cenas jáfilmadas, inclusive utilizando inserção de efeitos posteriores porcomputador; o “técnico de som”, que cuida dos diferentes microfonesdurante as gravações, cuidando para que só haja a captação do que sejulgue essencial; o “operador de câmera” que fica responsável por focar osângulos solicitados pelo diretor; e os “editores” ou “montadores”, quetrabalham numa ilha de edição, juntos com o diretor ou orientados por ummapa organizado pelo próprio diretor, onde se encontra organizados ascenas, os sons, a trilha sonora, entre outros parâmetros qualitativos equantitativos de finalização do filme. Outros profissionaiscomo coreógrafos, figurinistas, e maquiadores são essenciais emdeterminadas produções.

Fonte: Site - Aprendendo Arte**************************************************************************************

3- Conhecendo a vida e as obras dos gênios. Estudode biografias:

a- Biografia de Charles Chaplin:

Introdução Chaplin nasceu em Londres no ano de 1889 e iniciou sua carreira comomímico, fazendo excursões para apresentar sua arte. Em 1913, duranteuma de suas viagens pelo mundo, este grande ator conheceu o cineastaMack Sennett, em Nova York (Estados Unidos), que o contratou paraestrelar seus filmes.

Vida e obras Seu personagem mais famoso foi o vagabundo Carlitos, oprimido eengraçado, este personagem denunciava as injustiças sociais. De formainteligente e engraçada, este grande artista sabia como fazer rir e tambémchorar. Em 1918, no auge de seu sucesso, ele abriu sua própria empresacinematográfica, e, a partir daí, fazia seus próprios roteiros e dirigia seusfilmes. Crítico ferrenho da sociedade, ele não se cansava de denunciar osgrandes problemas sociais, tais como a miséria e o desemprego.

Produziu grandes obras como: O Circo, Rua de Paz e Luzes da Cidade. Pelo filme O Circo, Chaplin ganhou em 1929 seu primeiro OscarHonorário. Adepto ao cinema mudo, o também cineasta, era contra o surgimento docinema sonoro, mas como grande artista que era, logo se adaptou e voltoua produzir verdadeiras obras primas: O Grande Ditador (crítica aofascismo), Tempos Modernos e Luzes da Ribalta. Na década de 1930 seus filmes foram proibidos na Alemanha nazista, poisforam considerados subversivos e contrários a moral e aos bons costumes.Porém, na verdade, representavam uma crítica ao sistema capitalista, àrepressão, à ditadura e ao sistema autoritário que vigorava na Alemanhano período. Mas o sucesso dos filmes foi grande em outros países, sendotraduzido para diversos idiomas (francês, alemão, espanhol, português). Em 1965, publicou sua autobiografia , Minha Vida. Em 1972, CharlesChaplin foi premiado com o Oscar Honorário de melhor trilha sonora pelofilme Luzes da Ribalta.A filmografia de Chaplin é vasta, deixou 81 filmes completos e inúmerosinacabados. Em 1977, o mundo perdeu um dos grandes representantes da história docinema.

Fonte: Site - Sua pesquisa

b- Biografia de Amácio Mazzaropi:

Mazzaropi nasceu em 09/04/1912 no bairro de Santa Cecília, em SãoPaulo. Aos 14 anos, deixou a casa paterna, à revelia dos pais, paraacompanhar o Circo La Paz. Para isso contou com a ajuda do faquir Ferris,que alterou a idade do garoto no documento de identidade. Viajando pelointerior do país, teve a idéia de fazer o papel de caipira. Em 1935, criou asua Companhia de Teatro de Emergência, que atuava no chamadoPavilhão Mazzaropi, um barracão de zinco que montava e desmontava.

Com a Revolução Constitucionalista de 1932 segue-se uma grandeagitação cultural e Mazzaropi estréia em sua primeira peça de teatro,chamada A herança do Padre João. Já em 1935, consegue convencerseus pais a seguir turnê com sua companhia e a atuarem como atores. Até1945, a Troupe Mazzoropi percorre muitos municípios do interior de SãoPaulo, mas não há dinheiro para melhorar a estrutura da companhiaDepois, criou a Trupe Mazzaropi, com repertório fixo. Em 1946, foicontratado pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde trabalhou no programa"Rancho Alegre", dirigido pelo grande Cassiano Gabus Mendes.Convidado pela Vera Cruz, em 1951, fez seu primeiro filme: "Sai daFrente". O primeiro filme que fez foi "Chofer de Praça".

Em 1961, Mazzaropi adquire uma fazenda onde inicia a construção de seuprimeiro estúdio de gravação, que produziria seu primeiro filme emcores, Tristeza do Jeca, que foi também o primeiro filme veiculado natelevisão pela Excelsior, ganhando os prêmios de melhor atorcoadjuvante, Genésio Arruda, e melhor canção.1

Cinco anos mais tarde, lança o filme O Corintiano, recorde de bilheteria docinema nacional. Em 1972 é recebido pelo então presidente da República,o general Emílio Garrastazu Médici, ao qual pede mais apoio ao cinemabrasileiro. Em 1973, produz Portugal, minha saudade, com cenas gravadasno Brasil e em Portugal

No ano seguinte, com "Jeca Tatu", encarnando o personagem criado porMonteiro Lobato, o típico caipira de calças pula-brejo, paletó apertado,camisa xadrez e botinas, conquistou a maior bilheteria do cinema nacional.O sucesso persistiu nas décadas de 1960 e 1970.

Ao todo, Mazzaropi fez 32 longas-metragens, contando histórias queabordavam o racismo, a religião, a política e até a ecologia, comsimplicidade e bom humor, falando "a língua do povo", para o povo que oadorava. Mesmo sendo considerado superficial pela crítica e pela eliteintelectual, deixou uma marca indelével na cultura nacional. Seus filmesainda atraem o público no interior do país e são encontráveis em vídeo eDVD. Faleceu em 13/06/1982 vítima de uma câncer de medula.

Fonte: Site - Wikipédia

*Após a leitura das biografias os alunos deverãoresponder as seguintes questões:

01. Quais dados mais lhe chamou atenção sobre a vida de Charles Chaplin?

_______________________________________________________________

02. Quais dados mais lhe chamou atenção sobre a vida de Mazzaropi?

03. Como Chaplin e Mazzaropi costumavam representar a sociedade de sua época em seus filmes?

04. Cite 5 filmes de Chaplin e 5 filmes de Mazzaropi e a respectiva data de criação?

05. Após esse estudo, aponte quais as semelhanças e divergências entreChaplin e Mazzaropi (em suas vidas e obras).

06. Quais são os filmes considerados clássicos de Chaplin e

Mazzaropi e que temática abordam?

_____________________________________________________

_____________________________________________________

__________________________________________________

____________________________________________________

4- Sessão de Cinema:

*Será organizado na escola um ambiente aconchegante quelembre de fato uma sala de cinema, com direito a pipoca e lanterninha,trazendo a nostalgia das antigas salas de Cinema.

-Os alunos assistirão um filme e três recortes de filmes de Chaplin e assimda mesma forma de Mazzaropi, as obras que serão assistidas na íntegra,tem a função de motivá-los a produzirem vídeo-documentários autorais,possibilitando também uma análise ampla da obra. Já os recortes serãoexibidos, para que os alunos percebam o cinema como possível ferramentapedagógica no aprendizado, levando a problematização e maiorentendimento de conteúdos estudados.

Charles ChaplinFilme na íntegra: Luzes da Cidade (1931) – 1h27m01sLink: https://www.youtube.com/watch?v=2kzggMhjpEo

Filmes / Recortes:

1- Filme Tempos Modernos (1936) – 9m20s

Link: https://www.youtube.com/watch?v=KPgxcat-zYo

2-Filme O grande ditador (1940) – 4m58s

(trecho – O último discurso)

Link: https://www.youtube.com/watch?v=83-vmR4dXuA

3-Filme O garoto (1921) – 8m33s

Link: https://www.youtube.com/watch?v=I-SHYtYIDQk

MazzaropiFilme na íntegra: Lampião o rei do cangaço ( 1962) – 1h42m44sLink: https://www.youtube.com/watch?v=Nc2VYgWaNlY

Filmes/ Recortes:

1- Filme - Jeca contra o capeta – 6m-28s

Link: https://www.youtube.com/watch?v=po9DM00_prw

2- Filme - O Jeca Tatu - 7m-21s

Link: https://www.youtube.com/watch?v=EhyN1i1OBII

3- Filme - O Jeca Macumbeiro – 2m43s

Link: https://www.youtube.com/watch?v=XX64mcX-wOU

5- DEBATE “Chaplin e Mazzaropi como inspiração”

- Para concluir o módulo, será realizado um debate direcionado com os alunos, abordando os seguintes aspectos:

a- Vida e obras:

b- Criatividade e Criticidade:

c- “O olhar de cada um” ... semelhanças e diferenças:

d- Como seria hoje, produzir um filme ou documentárioescolar? Quais as possibilidades e recursos?

3.2 Módulo II – A Mídia-educação e astecnologias no ensino de História

*Neste módulo os alunos conhecerão o conceito de Mídia-Educação e as possibilidades de usar as tecnologias noensino, principalmente na disciplina de história.

Por MÍDIA-EDUCAÇÃO convém entender oestudo, o ensino e a aprendizagem dos meiosmodernos de comunicação e expressão. Todas as maneiras de estudar, aprender eensinar em todos os níveis (...)e em todas ascircunstâncias, a história, a criação, autilização e a avaliação das mídias enquantoartes práticas e técnicas, bem como o lugar queelas ocupam na sociedade, seu impacto social,as implicações da comunicação mediatizada , aparticipação, a modificação do modo depercepção que elas engendram, o papel dotrabalho criativo e o acesso às mídias.(UNESCO, 1984)

Mídia-educação é um processo educativo cuja finalidade épermitir aos membros de uma comunidade participarem,de modo criativo e crítico, ao nível da produção, dadistribuição e da apresentação, de uma utilização dasmídias tecnológicas e tradicionais, destinadas adesenvolver, libertar e também a democratizar acomunicação. (Bazalgette,Bévort & Savino, 1992)

As definições mais atuais de mídia-educação se referem, deum lado, à inclusão digital, ou seja, à apropriação dosmodos de operar estas “máquinas maravilhosas” queabrem as portas do mundo encantado da rede mundial decomputadores, possibilitando a todos se tornaremprodutores de mensagens midiáticas; e, de outro, àsdimensões de objeto de estudo, antiga “leitura crítica” demensagens agora ampliada, e de ferramenta pedagógica,que diz respeito a seu uso em situações de aprendizagem,isto é, à integração aos processos educacionais. SegundoV. Reding, da Comissão Européia, “a mídia-educação éhoje tão necessária ao exercício completo de umacidadania ativa, quanto era, noinício do século 19, o domínio da leitura e da escrita”(disponível em: <www.euromedialiteracy.eu>).

Atividades1- Oficina 1: No colégio, os alunos assistirão a umapalestra com a temática “A Mídia-educação e aEducomunicação otimizando o processo deaprendizagem através da tecnologia”, proferida pelosacadêmicos do curso de Publicidade e propaganda daFaculdade Campo Real – Guarapuava/PR.

2- Oficina 2: Na sala de informática os alunos terãouma palestra e atividade prática sobre o tema “ Aotimização do uso de programas e recursostecnológicos para a elaboração de trabalhos escolares”.

3- Oficina 3: No colégio, os alunos participarão de ummini-curso sobre “Fotografia – a arte de fotografar, o usode recursos e técnicas de restauração” com a fotógrafaprofissional Kamila Camargo (ex aluna do colégio).

4- Oficina 4: Mini curso no colégio, sobre “Otimizaçãono uso das redes sociais e mídias como ferramenta naeducação:

e-mail, facebook, whatsapp, instagran eskype e outras.

3.3 Módulo III – O estudo da história locale as memórias

*Neste módulo os alunos estudarão a importância da histórialocal como origem e identidade através da valorização dasmemórias e como conseqüência, valorizando os idosos. Aindanesse módulo, será apresentado aos alunos os temas quecada grupo deverá pesquisar e produzir um documentário parao encerramento da implementação

História local:O estudo da história local coloca o aluno como um ser realaproxima-o da sua realidade, sua cultura e seus valores.O ensino de História pode desempenhar um papel importantena configuração da identidade ao incorporar a reflexão sobre oindivíduo nas suas relações pessoais com o grupo de convívio,suas afetividades, sua participação no coletivo e suas atitudesde compromisso com classes, grupos sociais, culturais, valorese com gerações passadas e futuras. E assim, as memóriastambém passam a ser valorizadas, analisadas e buscadas,envolvendo dessa forma a figura do cidadão idoso, que carregaem si as marcas da vivência e da história e em suaslembranças guarda uma riqueza de detalhes sobre momentoshistóricos importantes na localidade e região, história essainformal, mas digna de registro como fonte históricaenriquecendo a cultura local. O estudo deixa de ficar preso aoconteúdo do livro didático de forma pronta e acabada, torna oeducando um ser ativo diante do saber e integrado aoprocesso histórico. E nesta linha de pensamento, afirma ahistoriadora Circe Bittencour:

(...) que o ensino de História deve efetivamente superar a abordagem informativa, conteúdista,tradicional, desinteressante e não significativa- para professores e alunos- e que uma daspossibilidades para esta superação é sua problematização a partir do que está próximo, do que éfamiliar e natural aos alunos. Esse pressuposto é válido e aplicável desde os anos iniciais do ensinofundamental, quando é necessário haver uma abordagem e desenvolvimento importante das noçõesde tempo e espaço, juntamente com o início da problematização, da compreensão e explicaçãohistórica e o contato com documento.

Nesse contexto, se faz necessário que os nossos alunosdesenvolvam um outro olhar para a figura do idoso,entendendo melhor essa fase tão importante e rica da vidahumana e ao mesmo tempo tão desvalorizada pelo sensocomum e minimizada em suas potencialidades. E o idoso oupessoa da melhor idade, será uma peça fundamental na buscasobre as informações da história local, ou seja, do município deReserva do Iguaçu, para tanto precisamos ressignificar ashistórias contadas oralmente – as memórias

Atividades1- Os alunos assistirão uma palestra com o título “O

idoso – sua sabedoria, suas possibilidades enecessidades”

2- “Roda de chimarrão com história”: Será organizado ummomento para recebermos vários idosos do município noambiente escolar, uma oportunidade para ouvi-los eaproximar as gerações. Serão recepcionados numambiente aconchegante, para uma roda de chimarrão epinhão cozido, onde poderão relatar suas histórias sobreos tempos antigos do município, além de contar causos elendas. Para encerrar todos participarão de um cafécolonial.

3- Breve aula sobre a histórica local: Será realizado umbreve estudo sobre a História do município de Reserva doIguaçu, com ênfase para duas temáticas, a primeira a serabordada será a origem histórica e desenvolvimento domunicípio e a segunda será sobre a história da UsinaHidrelétrica Segredo, renomeada como Usina HidrelétricaGovernador Ney Braga, pois o próprio colégio estáinserido na vila residencial da usina e a vida de todos osenvolvidos de alguma maneira está ligada a Usina e suahistória.

4- Agora é a hora dos alunos se tornarem historiadorese produtores, mostrando o seu olhar sobre a histórialocal!

* Os alunos receberão orientações de como deverãoproduzir um documentário ou mini filme sobre as temáticas aseguir, utilizando recursos do cotidiano, como câmerasdigitais, celulares e programas de computador, nãoesquecendo que deverão dar ênfase às histórias contadaspelos pioneiros, pelos idosos, indiferente de sua origem ouclasse, valorizando os diferentes segmentos sociais. Estasproduções serão exibidas no término da implementaçãopara toda a comunidade escolar.Os alunos serão divididosem cinco grupos e cada um ficará com uma das temáticas:

a- A história de Reserva do Iguaçu pela voz dospioneiros;

b- Usina Hidrelétrica Segredo, uma história pra sercontada;

c- A História do Colégio Estadual Eng. Michel GPAReydams;

d- A História da Fábrica Trombini;

e- Reserva do Iguaçu em imagens e canções

5- Estabelecendo redes com a comunidade escolar: Coma intenção de colocar em prática o conceito de Mídia-educação, que visa unir a sociedade ao processoeducacional através dos benefícios da tecnologia, com adevida orientação os alunos criarão uma página na redesocial facebook e um grupo na rede social whatsapp, como título “Mexendo no baú... de Reserva do Iguaçu”, ondeos alunos administrarão e divulgarão para que o maior

número de pessoas do município participem eprincipalmente colaborem, postando fotos antigas,documentos e relatos a respeito da história do município.Além de ofertar uma forma de participação ativa dacomunidade, essa atividade também se mostra como umamaneira de criar um banco de dados com as fonteshistóricas conseguidas, principalmente depoimentos e fotos,muitas realmente esquecidas em fundos de baú e gavetas eque merecem serem socializadas e resguardadas.

3.4 Módulo IV – Apresentação das produçõespara a comunidade escolar

*Como conclusão do processo de implementação, haverá umanoite de apresentação para toda a comunidade escolar, com acerimônia intitulada:

“Reserva do Iguaçu em memórias,imagens e canções”

*A cerimônia será composta pelo seguinte roteiro:

1-Apresentação do Hino de Reserva do Iguaçu na voz de alunodo 2º ano do Ensino MédioAbertura com a dramatização “Prosa entre Chaplin e Mazzaropi” e ;

2- Apresentação dos cinco trabalhos realizados pelos alunos ((documentários, mini filmes e exposição de fotos). Antes decada apresentação, alunos farão uma pequena fala expondo os materiais e técnicas utilizadas, além dos desafios que encontraram;

3- Depoimento dos pioneiros (idosos) que contribuíram com asinformações para os trabalhos;

4- Apresentações das canções da terra (músicas locais e regionais que abordam a questão histórica e cultural);

5- Encerramento com a fala e apresentação musical do artista do município - Zé Moraes.

Referências:

AMARAL, Sérgio Ferreira. Internet: novos valores e novoscomportamentos. In: SILVA, Ezequiel Theodoro (Coord). A Leitura nosOceanos da Internet. São Paulo: Cortez, 2003

COLL, César, TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. São Paulo: Ática,2000.

BELLONI, M.L. O que é mídia-educação. Campinas: AutoresAssociados, 2001a.

FERRO, M. Filme: uma contra-análise da sociedade? In: LE GOFF, J.;NORA, P. (Orgs.). História: novos objetos. Trad.: Terezinha Marinho.Rio de Janeiro: F. Alves, 1976. p. 202-203.

FREIRE, Fernanda M. P. A palavra (re)escrita e (re)lida via Internet.

In: SILVA, Ezequiel Theodoro (Coord). A Leitura nos Oceanos da

Internet. São Paulo: Cortez, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,1996, p.53.

LAMBERT, H. M. F. C. Cinema e historiografia: as versões da escravidão. In: História. Franca. UNESP, 1990.

LIMA, Frederico. A sociedade digital: o impacto da tecnologia na

sociedade, na cultura, na educação e nas organizações. Qualitymark

Ed., Rio de Janeiro, 2000, p.9.

MARCUSCHI, L.A. Gêneros Textuais:definição e funcionalidade. In: Dionísio, A., P., MACHADO, A. R. e BZERRA, M.A. (orgs). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002, p.19-36.

MORAN, José Manuel, A integração das tecnologias na

educação em ht t p : / / ww w . ec a . us p . b r / m oran / i nt e gracao. h t m . Acesso

em 08 de julho de 2013.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares

estaduais de língua portuguesa. Curitiba/PR, 2008.p.71.

SILVA, Ezequiel Theodoro (Coord). A Leitura nos Oceanos da

Internet. São Paulo: Cortez, 2003.

SILVA, Roseli Pereira. Cinema e Educação. São Paulo: Cortez, 2007.

. A produção da leitura na escola:

Pesquisas x Propostas. 2.ed. São Paulo: Editora Ática, 2002.