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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

CULTURA CORPORAL: o exercício físico como instrumento no controle da obesidade

Autor: João Lourival Zampieri1

Orientador: Prof. Dr. Wilson Rinaldi2

Resumo O presente estudo aborda a cultura corporal como ferramenta que contribui para a formação do aluno dando enfoque ao exercício físico como instrumento no controle da obesidade. Pois, atualmente, é possível constatar que os adolescentes vivem a mercê de pouca atividade física, bem como há falta de uma orientação profissional sobre uma alimentação adequada e saudável para dar suporte às suas necessidades. Dessa maneira, compreende-se que trabalhar o exercício físico direcionado ao controle da obesidade é uma ação pedagógica que poderá integrar o aluno à mudança de comportamento e à adoção de novos hábitos para a melhoria da qualidade de vida. Seguindo esta linha de pensamento, este estudo foi destinado aos alunos do 2º Ano do Ensino Médio para a compreensão dos efeitos do exercício físico regular na perspectiva da saúde e qualidade de vida. Pois, segundo Polito (2010), nos dias de hoje, cada vez mais as pessoas se encontram afastadas de atividades físicas, o que facilita o sedentarismo bem como aumenta a quantidade de gordura corporal, e, em curto prazo, os efeitos tanto do sedentarismo quanto da obesidade acabam passando despercebidos. Por isso, o grande diferencial na implementação deste trabalho foi atribuído à aplicação da prática de atividades/exercícios físicos regulares para prevenir e amenizar o problema da obesidade. Palavras-chave: Cultura Corporal. Exercício Físico. Qualidade de Vida.

Introdução

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Educação

Física (2008, p.54), “as preocupações com o corpo e com os significados que o

mesmo assume na sociedade constituem um dos aspectos que precisam ser

tratados no interior das aulas de Educação Física [...]”. Por isso, a Cultura Corporal é

apontada como objeto de estudo e ensino da Educação Física, tendo em vista

romper com o caráter tradicional de tratar os conteúdos, para então, associar e

conectar as práticas corporais com maior reflexão e contextualização, abordando

elementos articuladores, tais como: corpo, ludicidade, saúde, mundo do trabalho,

desportivização, técnica e tática, lazer, diversidade e mídia.

E, Saba (2003, p.56) reforça com sua teoria que, tendo a Educação Física a

Cultura Corporal como objeto de estudo, a mesma bem sucedida, “gera resultados

1 Professor de Educação Física da Rede Estadual de Educação do Paraná. 2 Professor Doutor do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

para toda a vida de uma pessoa. Se cumprida a sua missão, ela não fica apenas no

passado, nas lembranças do tempo de escola, mas permanece presente sempre”.

Caparroz (2005, p.69) também afirma que, "a educação física é uma prática

pedagógica que na escola tematiza formas de atividades expressivas corporais [...]

que podemos chamar de cultura corporal".

E, Darido; Sousa Jr. (2007, p.17) esclarecem que, “é preciso ir além e ensinar

o contexto em que se apresentam as habilidades ensinadas, integrando o aluno na

esfera da sua cultura corporal”. Nessa perspectiva, Betti (apud Darido; Sousa Jr.,

2007, p.17) diz que, “não se trata de propor que a educação física na escola se

transforme num discurso sobre a cultura corporal, mas de sugerir que haja uma ação

pedagógica com ela”.

Na realidade, a educação física consolida e aprofunda conhecimentos,

prepara tanto para o trabalho quanto para a cidadania, desenvolve diferentes

habilidades, aprimora o educando como ser humano, implicando a concepção ética,

a autonomia e o pensar crítico, relacionando teoria e prática. Assim sendo, para

Mattos; Neira (2013, p.25), “[...] todo e qualquer projeto de estímulo à atividade física

deve ser proposto pelo professor [...] e incluído na proposta de trabalho na escola”.

Para Saba (2003, p.62), a “Educação Física é autoconhecimento. É o

aprendizado do corpo: você aprendendo sobre ele e com ele, ao longo da vida”.

A cultura do corpo é aqui tratada na sua totalidade a partir do humano, das tensões dialéticas entre razão e sensibilidade, entre intelecto e matéria, atentando para as práticas corporais como meio de educação e diálogo. Essas práticas [...] quando abordadas numa perspectiva educacional de valorização do humano, em suas diferenças e contradições, em suas possibilidades gestuais de intercomunicação, propiciam condições especiais de conhecimento e intervenção [...] (LARA apud GOERGEN, 2010, p.151).

Diante do exposto, Mattos; Neira (2013, p.31) esclarecem que, “a conquista

das competências propostas para o Ensino Médio na área [...] de Educação Física

depende de uma prática educativa que tenha como eixo a formação”, o que é

importante considerar a autonomia e a participação do educando. E é nesse sentido,

que o presente estudo foi implementado na escola com os alunos do 2º ano do

Ensino Médio, com a finalidade de aprofundar conhecimentos do corpo, de forma a

reconhecer a necessidade de valorizar a atividade e/ou exercício físico como recurso

para a melhoria das aptidões físicas e da qualidade de vida, amenizando assim, o

problema da obesidade.

Cultura corporal: reflexões teóricas

Considerando que a educação física contribui no desenvolvimento integral do

educando, podemos então questionar: como trabalhar o exercício físico no controle

da obesidade para a melhora da qualidade de vida dos educandos? A partir desta

questão norteadora, a contribuição maior deste estudo é a prática de

atividade/exercícios físicos regulares tais como caminhada, step, ginástica

localizada, circuito training, entre outros exercícios que auxiliam na prevenção e

combate do problema da obesidade.

O diálogo norteador neste trabalho partiu de leituras de autores

comprometidos com abordagens sobre a cultura corporal, abrangendo a

atividade/exercício físico como instrumento no controle da obesidade, bem como

reflexões e discussões referentes à saúde e qualidade de vida. Nesse sentido, a

preocupação inicial foi a de fazer uma correlação entre a falta de atividade/exercício

físico e a obesidade para que os alunos do 2º Ano do Ensino Médio

compreendessem “os efeitos para a qualidade de vida e, consequentemente, para a

saúde, proporcionados pela prática regular de exercícios físicos [...] (POLITO, 2010,

p.25).

Entretanto, inicialmente, é possível considerar a atividade física e/ou o

exercício físico como recursos naturais que vem se tornando cada vez mais

relevante para a saúde e a melhoria da qualidade de vida. E, segundo Caspersen

(apud Guiselini, 2006, p.23), “define-se atividade física como qualquer movimento

corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, sendo, portanto, voluntário, e

resultando em gasto energético maior do que os níveis de repouso”.

De forma geral, a atividade física envolve qualquer movimento corporal causado por uma contração muscular que resulta num gasto de energia. É entendida como uma característica inerente ao ser humano, com dimensões biológicas e culturais, que tem sido motivo de interesse de pesquisadores, da mídia, da indústria e da saúde pública em todo o mundo, nas últimas décadas (GUISELINI, 2006, p.23).

Regressando aos primórdios da humanidade, é importante ressaltar nas

palavras de Pitanga (2002, p.50-51) que, durante o período pré-histórico, “o homem

dependia de sua força, velocidade e resistência para sobreviver”. Suas permanentes

migrações em busca de morada faziam com que cumprisse longas caminhadas,

assim, corria e saltava, por isso, era um ser ativo fisicamente. Mais tarde, na antiga

Grécia, a atividade física passou a ser concebida na forma de ginástica. Na Europa,

no início do século XIX, surgiu a atividade física escolar na forma de jogos, danças e

ginástica. E, no Brasil, os programas de educação “atividade” física iniciaram com

embasamento em apoios médicos, em busca de formar o indivíduo “saudável” com

uma boa postura e aparência física.

Posteriormente, com a implantação do estado novo, na década de 1930, surge a tendência militar nos programas de atividade física escolar, privilegiando a eugenia da raça. Em seguida, no final da década de 1940, inspirada no discurso liberal da escola-nova a Educação Física iniciou o seu ingresso na área pedagógica. Mais tarde, a partir dos anos 1970, influenciado pelo sucesso de algumas equipes desportivas no exterior, surge a tendência esportiva na Educação Física, em que o pressuposto básico era formar equipes desportivas competitivas. Percebe-se desta forma, que a atividade física relacionada à saúde nunca chegou a ser privilegiada no contexto da Educação Física nacional (PITANGA, 2002, p.51).

Consequentemente, a partir de discussões, análises das ciências humanas e

fundamentos nos pressupostos da pedagogia histórico-crítica, o objeto da Educação

Física passou a ser a Cultura Corporal, que por sua vez, traz como suporte em seu

conceito, “a ideia de seleção, organização e sistematização do conhecimento

acumulado historicamente, acerca do movimento humano, para ser transformado em

saber escolar” (DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA –

EDUCAÇÃO FÍSICA, 2008, p.45).

Entretanto, conforme Pitanga (2002) torna-se essencial a identificação de

determinantes da atividade física que incentivem os indivíduos a adotar a prática

diária da mesma, bem como identificar estratégias para incentivar a adoção de um

estilo de vida ativo fisicamente.

Seguindo esta abordagem, também é importante compreender a definição de

exercício físico, o qual “é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva,

que tem por objetivo, a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da

aptidão física (CASPERSEN apud GUISELINI, 2006, p.32).

Nessas perspectivas, Nahas (apud Guiselini, 2006) também complementa

que, os exercícios físicos têm como finalidade desenvolver a aptidão física, as

habilidades motoras ou a reabilitação orgânico-funcional, tais exercícios

compreendem atividades de níveis moderados ou intensos e são de caráter

dinâmico e também estático.

Diante do exposto, Saba (2003, p.50) lembra que, “nem toda atividade física é

exercício físico”, porém, a atividade física proporciona melhores resultados quando

praticada na forma de exercício físico, este por sua vez, é uma forma de atividade

física com a finalidade de melhoria da aptidão física.

Embora parecidos na sua essência, os termos atividade física e exercício apresentam diferenças. Atividade física é considerada qualquer forma de ativação muscular voluntária, com consequente gasto energético. Assim têm-se como exemplos de atividades físicas: caminhar, correr, varrer a casa, lavar o carro e praticar esportes em geral. Percebe-se que, nesse caso, a atividade física pode ser voltada para o lazer ou trabalho. O exercício físico é a organização e a sistematização da atividade física, inserindo na sua prática o controle de variáveis relacionadas com o volume e a intensidade do esforço. Por exemplo, [...] caminhar 45 min. com velocidade de 6 km/h. Tratando-se de exercícios para finalidades voltadas à saúde e à qualidade de vida, a prescrição é relativamente simples (POLITO, 2010, p.15).

Nesse sentido, Saba (2003, p.50) lembra que, “é o exercício [...] que melhora

a saúde e protege das doenças crônico-degenerativas”, entre elas, a obesidade, a

qual é considerada como fator de risco à saúde, bem como é um assunto ligado à

prática da atividade/exercício físico, assim sendo, o embasamento teórico-prático no

decorrer da implementação na escola foi direcionado ao assunto em questão. Pois,

de acordo com Guiselini (2006), a obesidade é um dos assuntos ligados à prática da

atividade física que, cada vez mais, tem despertado o interesse dos profissionais da

educação física e outras áreas.

Mattos; Neira (2013, p.83) dizem que, a obesidade é definida “como acúmulo

excessivo de gordura corporal, podendo ser causada por alta ingestão alimentar ou

baixa atividade física”, e o excesso de peso na adolescência prenuncia

consequências desfavoráveis para a saúde.

E, Polito (2010, p.15) complementa que, no caso da obesidade e outros

assuntos, “[...] o exercício físico possibilita maiores chances de sucesso” para

alcançar bem estar, saúde e qualidade de vida. Ainda segundo Polito (2010, p.16),

“[...] a melhora da saúde está condicionada ao aumento da qualidade de vida”.

Sendo assim, é possível dizer que, a atividade e/ou exercício físico ajuda a

beneficiar algumas funções, reduzindo a chance de acometimento pela obesidade

ou outra doença, bem como diminuindo as limitações impostas pela doença, caso

ela já esteja evidente.

Com essas premissas, o presente estudo foi implementado na escola com os

alunos do 2º Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Olavo Bilac – E. F. M. de

Ubiratã – Paraná. Todavia, foram atendidos, aproximadamente, 25 (vinte e cinco)

alunos(as), os quais participaram de encontros de reflexão e ação no contexto

escolar, com carga horária de 02 (duas) aulas semanais, perfazendo um total de 32

(trinta e duas) aulas. E, nestes encontros, os alunos obtiveram conhecimentos sobre

a importância que a prática do exercício tem para a saúde e o bem estar que a

mesma proporciona.

Para tanto, foi necessária uma contextualização da relação atividade/exercício

físico e obesidade, devido esta doença acometer a saúde e a qualidade de vida dos

indivíduos desde a mais tenra idade. Assim sendo, este estudo teve como material

didático, a aplicação de Caderno Pedagógico, com uma proposta didática

fragmentada em Unidades, as quais integraram teoria e prática para as devidas

ações que foram realizadas como ferramentas para a aprendizagem dos alunos,

apontando mudanças de hábitos e atitudes em relação à Cultura Corporal, tendo o

exercício físico como instrumento no controle da obesidade.

É preciso ajudar as pessoas a se concretizarem dos obstáculos e superá-los, eliminando as desculpas inconsistentes [...] que promovam e justifiquem o abandono do próprio corpo, que acaba sofrendo as consequências do sedentarismo, da falta de exercício e da alimentação adequada, comprometendo a saúde e o bem estar geral (GUISELINI, 2006, p.137).

Segundo Guiselini (2006), conhecer a importância do exercício físico é um

grande desafio a ser mostrado, e, dentre as principais contribuições da prática do

exercício físico bem orientado, as pessoas precisam saber a relevância de se ter

maior conhecimento a respeito do próprio corpo e desenvolvimento da capacidade

de transformação; é preciso aprender sobre o funcionamento do corpo; e, também

reconhecer a necessidade de se adotar hábitos saudáveis como reeducação

alimentar e prática constante de exercício. O grande objetivo é que as pessoas

mudem seu estilo de vida e ampliem cada vez mais o universo de informações,

incorporando o conhecimento a respeito do próprio corpo e a compreensão da

importância do exercício.

O sujeito que aprende a importância do corpo para a vida e a importância do exercício físico para o corpo saberá criar para si uma rotina saudável, cuidando de seu corpo de forma responsável, consciente e agradável. Este

aspecto da Educação Física é de especial importância nos dias de hoje, visto o crescimento espantoso da obesidade [...] (SABA, 2003, p.62).

Diante disso, Saba (2003) afirma que, os profissionais da Educação Física

mais sintonizados e comprometidos com as novas tendências devem ter como

intenção secreta, mudar a maneira de pensar de seus alunos, interferindo no

comportamento de quem ainda não foi convencido a adotar uma postura saudável

na vida. Para o autor, é preciso contagiar mais e mais os alunos para que eles

tenham vontade de se cuidar, mantendo o corpo vivo e disposto para usufruir as

maravilhas que se pode realizar com o corpo em plena forma.

Com base na teoria de Guiselini (2006), no decorrer da implementação, a

contribuição maior foi a prática de atividade/exercícios físicos regulares que auxiliam

na prevenção e combate do problema da obesidade, para tanto, foram utilizadas

diferentes estratégias de ação, tais como:

a) Exercício aeróbio (caminhada): considerado o mais benéfico para a saúde

[...] por meio de atividades como a caminhada. [...] é também um dos mais indicados

para quem está abandonando o sedentarismo (SABA, 2003, p.106). Nas palavras do

autor, a caminhada é uma espécie de exercício que provoca no corpo uma

adaptação suave e agradável. E, Borges (2014, p.01) também reforça que, a

caminhada “é uma atividade democrática, excelente para socialização, que pode ser

praticada por qualquer pessoa de qualquer idade, desde que alguns cuidados sejam

tomados”.

O condicionamento aeróbio é uma das principais valências físicas relacionadas à qualidade de vida. [...]. Além disso, existe uma relação, comprovada há anos, entre o aumento do condicionamento aeróbio e a diminuição dos riscos de obesidade [...]. O exercício aeróbio é o mais pesquisado na literatura para a saúde e qualidade de vida, sobretudo, quando realizado de forma contínua, pois é de fácil realização, adesão e controle. No início do século passado, alguns estudos já viabilizaram a prescrição do exercício aeróbio para grupos diferenciados de indivíduos: saudáveis, obesos e portadores de doenças crônicas (POLITO, 2010, p.22-28).

Entende-se que, a caminhada é uma das atividades físicas mais simples de

ser praticada, além de colaborar para manter o organismo sadio, favorecer o

emagrecimento, melhorar a autoestima, auxiliar na prevenção e controle da

obesidade e outras doenças afins. É uma prática confiável que aumenta o

condicionamento físico e melhora a saúde e a qualidade de vida.

b) Step: é um exercício que ajuda a gastar energia num tom de brincadeira,

com o objetivo principal de perder peso, todavia, trabalha o conjunto do corpo,

abrangendo glúteos, pernas, abdominais ou ombros, permitindo o reforço de

maneira harmoniosa da massa muscular, envolvendo os membros inferiores e

superiores, com isso tonifica o corpo e o mantém em forma.

c) Ginástica localizada: as aulas de ginástica localizada trabalham toda a

musculatura do corpo, apesar disso, dependendo da aula é possível concentrar os

exercícios em conjuntos específicos, como pernas, braços e abdome. É uma forma

de exercício que ocorre em uma multiplicidade de movimentos simples, muitas vezes

rítmicos, geralmente, feitos sem o uso de equipamentos, e, são designados a

ampliar a força e a flexibilidade corporal com movimentos como flexões e saltos

usando apenas do peso do corpo (ALMEIDA, 2014).

Geralmente, uma aula de ginástica localizada dura cerca de uma hora, tempo suficiente para queimar por volta de 500 calorias, além de beneficiar o condicionamento cardiovascular, fortalecer os músculos, melhorar as habilidades psicomotoras, tais como agilidade, equilíbrio e coordenação, aumentar a capacidade cardiorrespiratória e proporcionar a boa forma. Trata-se de uma atividade que proporciona a quem pratica uma melhora na saúde, estética, beleza, autoestima, bem estar e disposição (ALMEIDA, 2014, p.01).

Todavia, é possível afirmar que, uma das mais tradicionais formas de fazer

exercícios físicos é a ginástica localizada.

d) Circuito training: de acordo com Tubino; Moreira (apud Guilherme; Souza

Júnior, 2006), as pessoas com obesidade, normalmente, apresentam pouca

experiência em exercícios, por isso, o circuito training proporciona maior facilidade

de aprendizagem. E, Dantas (apud Guilherme; Souza Júnior, 2006) lembra que, “o

treino em forma de circuito pode ser praticado mesmo em condições climáticas

desfavoráveis e apresenta resultados em curto prazo.

O circuito é um método de treinamento físico que não treina especificamente uma capacidade física em seu grau máximo e, sim, apresenta uma característica generalizada, mostrando resultados tanto na preparação cardiorespiratória como a neuromuscular (DANTAS; TUBINO; MOREIRA apud GUILHERME; SOUZA JÚNIOR, 2006, p.34).

Para Gettman (apud Guilherme; Souza Júnior, 2006, p.34), “o circuito pode

trabalhar com maior predominância o sistema anaeróbio, ou trabalhar bem o sistema

aeróbio, ou ainda, trabalhar ambos os sistemas em momentos distintos”. Nesse

sentido, Tubino; Moreira (apud Guilherme; Souza Júnior, 2006, p.34) ressaltam que,

“tudo dependerá da montagem do circuito, podendo se adequar de acordo com a

necessidade (objetivo) e gosto do praticante”. Também é importante complementar

que, ao empregar o circuito training nas aulas de Educação Física é possível

trabalhar praticamente todas as partes do corpo, bem como expandir a força

cardiovascular, tendo em vista que, o objetivo é normalmente um preceito físico

geral, porém, é ótimo para quem quer emagrecer, ampliar a força muscular

localizada, resistência e flexibilidade, e ainda, favorecer o sistema cardio

respiratório.

Considerando essas reflexões e ações, o presente estudo encontrou

respostas para a problematização inicial, bem como foi possível alcançar resultados

positivos e satisfatórios através dos objetivos almejados, vinculando teoria e prática

para uma aprendizagem significativa. Pois, trabalhar a Cultura Corporal nas aulas de

Educação Física auxiliou na compreensão dos alunos sobre a importância da prática

da atividade/exercício físico como instrumento no controle da obesidade.

Resultados práticos

Segundo Medina (apud Castellani Filho, 2008, p.11), “a prática sistemática de

atividades físicas é decorrente, sem dúvida, de certo crescimento urbano, e,

sobretudo, do processo de industrialização”, assim, essa prática adquiriu imediações

especiais, e, num panorama educacional mais amplo, a Educação Física foi sendo

cada vez mais desenvolvida e beneficiada como uma necessidade indispensável

aos povos civilizados.

Numa interpretação crítica nessa área do conhecimento humano, Castellani

Filho (2008) propõe uma prática transformadora para a Educação Física no Brasil.

E, num diálogo sobre a construção humana como corpo, Soares (2007)

ressalta que, é possível propor múltiplos pontos, estabelecendo analogias

científicas, biológicas, sociais, culturais e históricas em torno da temática do corpo,

visando ultrapassar a idéia expressa em si.

Neste cenário, Camargo (apud Soares, 2007, p.03) contribui com sua

concepção esclarecendo que, “hoje a Educação Física busca no movimento corporal

uma forma de libertação do homem [...]”.

Partindo desses pressupostos, o presente estudo foi elaborado para o

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria da Educação do

Estado do Paraná – SEED e apresenta ações de implementação na escola com os

alunos do 2º Ano do Ensino Médio. A proposta teve como enfoque o assunto

intitulado “Cultura corporal: o exercício físico como instrumento no controle da

obesidade”. E, sabe-se que, “o termo cultura, parece definitivamente fazer parte da

educação física, fato impensável há duas décadas e que sugere, no mínimo, que as

ciências humanas têm influenciado a área” (DAOLIO, 2007, p.01).

Entende-se também que, a Cultura Corporal é apontada como objeto de

estudo e ensino da Educação Física, tendo em vista romper com o caráter

tradicional de tratar os conteúdos, para então, associar e conectar as práticas

corporais com maior reflexão e contextualização, abordando elementos

articuladores, tais como, corpo, ludicidade, saúde, técnica, tática, lazer, entre outros.

[...] cultura é o principal conceito para a educação física, porque todas as manifestações corporais humanas são geradas na dinâmica cultural, desde os primórdios da evolução até hoje, expressando-se diversificadamente e com significados próprios no contexto de grupos culturais específicos. O profissional de educação física não atua com o corpo ou com o movimento em si, não trabalha com o esporte em si, não lida com a ginástica em si. Ele trata do ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas com o corpo e ao movimento humanos [...] (DAOLIO, 2007, p.02-03).

Seguindo esta abordagem de Daolio (2007), quando se pensa a educação

física a partir de referenciais das ciências humanas, é necessário discutir o conceito

de cultura, isso torna possível considerar o corpo e vê-lo como produtor e expressão

dinâmica de cultura. Nesse contexto, Gueertz (apud Daolio, 2007, p.07) reforça que,

“a cultura é a própria condição de vida de todos os seres humanos. É produto das

ações humanas, mas é também processo contínuo pelo qual as pessoas dão

sentido às suas ações”. Isso evidencia a possibilidade de ampliar sobremaneira o

olhar sobre a educação física e sobre o olhar desta em direção ao ser humano, em

que a dimensão cultural seja característica da dinâmica humana.

Considerando todos esses critérios, acredita-se que, a educação física

pensada e trabalhada em suas várias manifestações e numa perspectiva

cultural/corporal, torna-se uma área do conhecimento mais dinâmica, original e

plural, com expressões para diferentes contextos, o que faz avançar, em estudos e

reflexões sobre a estética, a beleza, a subjetividade, a expressividade e outros

aspectos afins, os quais incluem a dinâmica cultural intrínseca à condição humana.

Pois, como assegura Daolio (apud Daolio 2007, p.10), “qualquer abordagem de

Educação Física que negue esta dinâmica cultural [...] correrá o risco de se

desumanizar”.

Unificando essas contribuições e frente às mudanças culturais, sociais,

políticas e econômicas das últimas décadas, é possível constatar que, um novo

paradigma deve surgir na educação e para o professor de educação física, onde

haja uma nova organização de trabalho, incluindo, por exemplo, a cultura corporal

com diferentes metodologias que possa auxiliar os educandos no processo de

aprendizagem. Pois, a prática educacional deve estar sempre adequada à realidade

do mundo, como estabelece a Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9.394/96.

Partindo dessas premissas, a implementação na escola partiu de material

didático com práticas voltadas à cultura corporal aplicadas nas aulas de Educação

Física. As ações foram distribuídas em três Unidades, numa perspectiva teórico-

prática, as quais podem ser constatadas a seguir.

1) A cultura corporal na educação física

Segundo Daolio (2007, p.13-90), “[...] a dimensão cultural é central para a

educação física”, assim sendo, “cultura corporal, cultura de movimento, cultura física,

cultura corporal de movimento, cultura motora, a ‘cultura’ tornou-se nos últimos anos

a principal categoria conceitual da área de educação física no Brasil”.

Hoje a Educação Física é entendida como uma área de conhecimento da Cultura Corporal de movimento e deve cuidar do corpo não como algo mecânico, visando apenas o desenvolvimento do aspecto físico, independentemente dos demais, como era anteriormente, décadas atrás, mas sim, na perspectiva de sua relação com os outros sistemas: o mental, o emocional, o estético, o religioso, entre outros (RIBEIRO NETO, 2013, p.01).

Entretanto, “a questão cultural é essencial para o desenvolvimento humano,

pois os aspectos culturais ultrapassam fronteiras e necessitam ser decifrados como

teias de significados que obtêm sentidos próprios” (MONTEIRO; SOUZA, 2008,

p.01).

A partir desse contexto, num primeiro momento, os alunos foram

questionados oralmente sobre a cultura corporal e outros aspectos afins, e os

resultados demonstraram que, alguns alunos já traziam um conhecimento prévio do

assunto, bem como sobre algumas práticas e manifestações mediante a cultura

corporal. Assim também, deram um grau elevado de importância da cultura corporal

no contexto da disciplina de educação física, relacionando-a com a saúde.

Após discussão, reflexão e análise dos questionamentos, os alunos assistiram

a um vídeo sobre a Cultura Corporal, com abordagem sobre a importância da

Educação Física para a formação do cidadão e o paradoxo que a disciplina enfrenta

atualmente. A partir do vídeo houve diálogo, discussão, debate, pesquisa, entre

outros. Isso ajudou a valorizar a concepção de ensino, de aprendizagem

(internalização) e de avaliação, permitindo tanto ao professor quanto ao aluno a

conscientizar-se da necessidade de transformação e (re)construção do

conhecimento (PARANÁ, 2008).

E, para Darido e Souza (2007, p.20), a utilização de vídeos “é um recurso

importante na educação física, desde que permita estabelecer relações com os

temas que estão sendo abordados em aula”.

Dando continuidade, os alunos realizaram uma pesquisa em livros, revistas,

enciclopédias e internet sobre a cultura corporal como ferramenta contribuinte para a

própria formação, servindo para o enfrentamento da transformação da realidade

social em que eles se encontram inseridos. A partir daí, os alunos refletiram do

conhecimento técnico em favor de uma formação humanista.

Como ressalta Paraná (2008), a escola deve ser o espaço do confronto e

diálogo entre os conhecimentos sistematizados (técnicos/científicos) e os

conhecimentos do cotidiano (popular), nesse sentido, os alunos pesquisaram,

analisaram, refletiram e compararam os diferentes conhecimentos existentes acerca

da cultura corporal para compreendê-la em sua complexidade. Com isso, os alunos

puderam apontar na direção da totalidade do conhecimento e sua relação com o

cotidiano, tendo em vista que, a pesquisa é um grande instrumento na construção do

conhecimento e da aprendizagem.

Por meio da pesquisa o aluno tem possibilidade de descobrir um mundo diferente, coisas novas, curiosidades. Dessa forma, o professor tem a incumbência de gerenciar e orientar os seus alunos na busca de informações, sua função é disponibilizar referências bibliográficas, oferecendo melhores condições de desenvolvimento da pesquisa. Além de atuar na orientação da construção de textos a partir do material da pesquisa, o professor deve ensinar como retirar as partes mais importantes do conteúdo pesquisado. Outro ponto de grande relevância que o educador

deve abordar é a conscientização de que uma pesquisa não é uma mera cópia e sim uma síntese de um conjunto de informações (FREITAS, 2014, p.01).

A partir desse pressuposto, a pesquisa no decorrer desta atividade se

direcionou a formar sujeitos críticos, reflexivos e curiosos acerca do que se passa na

atualidade a respeito da cultura corporal, e, por meio dessa busca, o conhecimento

foi construído passo a passo pelos próprios alunos. Assim, foi dada importância à

pesquisa como princípio educativo na prática pedagógica tanto no processo de

ensinar quanto no de aprender. Pois, como afirma Freiberger e Berbel (2010, p.208)

“pensar o desafio de educar pela pesquisa, [...] justifica-se pela necessidade de uma

educação que contemple a articulação entre teoria e prática, voltada para a

(re)construção de conhecimentos e que vá além da instrução [...].

“A aula que apenas repassa conhecimento, ou a escola que somente se

define como socializadora de conhecimento, não sai do ponto de partida, e, na

prática, atrapalha o aluno, porque o deixa como objeto de ensino e instrução”

(DEMO apud FREIBERGER; BERBEL, 2010, p.208-209).

Nesse contexto, cabe à escola formar pessoas com condições para atuar em uma sociedade cada vez mais complexa e defendemos que a educação pela pesquisa pode ser um meio de promover, no sujeito, aprendizados que possibilitem o ‘desenvolvimento da autonomia intelectual, da consciência crítica’ (DEMO, 2003, p.86), envolvendo também a capacidade de questionamento e de intervenção crítica na sua realidade (FREIBERGER; BERBEL, 2010, p.208-209).

Considerando essas dimensões teóricas, é importante complementar que,

vive-se uma era de tecnologia utópica e dinâmica, onde os conhecimentos e as

informações são processados de forma rápida e instantânea a cada minuto, em

função das novas descobertas científicas. E, isso propõe desafios, exigindo dos

indivíduos, a capacidade para pesquisar e criar soluções, bem como exige

autonomia e novas posturas em relação a diferentes assuntos. Por isso, a

“educação centrada no mero repasse de conteúdos escolares parece não atender

suficientemente às necessidades do mundo atual”, é preciso haver pesquisa.

A ênfase dada ao trabalho com pesquisa sobre a cultura corporal foi reforçada

com a atividade “painel de notícias e painel de reportagens”, em que a turma foi

dividida em dois grupos para a elaboração dos painéis. Os alunos buscaram notícias

em jornais, revistas e também na internet, sobre o conteúdo estudado. Isso reforçou

a aprendizagem dos alunos tornando-a mais prazerosa e significativa, tendo em

vista que, os conteúdos abordados estavam de acordo com a capacidade cognitiva e

a prática social do aluno, colocando-o de frente com seu próprio conhecimento e

com possibilidades enquanto sujeito histórico, de forma sistematizada e

metodológica, visando suprir as suas expectativas. Pois, na área de educação física

escolar há muitas discussões sobre os conteúdos que devem ser trabalhados, e o

ponto-chave é o sujeito como ser histórico e culturalmente desenvolvido de uma

maneira íntegra e única.

Nesse sentido, entende-se que, compete à educação física “dar tratamento

pedagógico aos temas da cultura corporal, reconhecendo-os como dotados de

significado e sentido, porquanto construídos historicamente” (CASTELLANI FILHO

apud SILVEIRA; FERNANDES PINTO, 2001, p.139).

Diante do exposto, entende-se que, o importante é trabalhar a partir da

realidade social vivida pelos alunos e dela extrair conceitos, curiosidades e

incertezas que sirvam de embasamento para o estudo e a construção de um

conjunto de conhecimentos e vivências que expliquem e tragam significado às

práticas corporais dentro e fora da escola.

2) Obesidade: um fator de risco à saúde

Segundo Mattos; Neira (2013, p.83), a obesidade é definida “como acúmulo

excessivo de gordura corporal, podendo ser causada por alta ingestão alimentar ou

baixa atividade física”, e o excesso de peso na adolescência prenuncia

consequências desfavoráveis para a saúde. Dessa maneira, a obesidade é

considerada como fator de risco à saúde, bem como é um assunto ligado à prática

da atividade/exercício físico. Pois, de acordo com Guiselini (2006), a obesidade é um

dos assuntos ligados à prática da atividade física que, cada vez mais, tem

despertado o interesse dos profissionais da educação física e outras áreas.

A partir deste universo teórico, foram trabalhadas diferentes imagens no

contexto da sala de aula através de slides, assim, os alunos realizaram a leitura de

imagem. Além disso, fizeram a (re)construção do conhecimento voltado ao diálogo e

à discussão crítica e reflexiva sobre o que vem a ser a obesidade e seus prejuízos à

saúde. Também entenderam as consequências e riscos da obesidade, e sobre a

importância de se ter mais qualidade de vida. E, ainda, pautados no critério de

Guiselini (2006) quando diz que a obesidade é um dos assuntos ligados à prática da

atividade física, os alunos se colocaram como protagonistas da realidade atual em

que estão inseridos, para a prática de hábitos saudáveis no combate à obesidade.

Após a apresentação e estudo dos slides, a turma foi dividida em três grupos,

cada qual com um assunto para pesquisa, qual seja: a) Obesidade; b) Educação

Alimentar; c) Vida Saudável. A partir desses assuntos, cada grupo buscou diferentes

metodologias, criando seu trabalho e apresentando em sala de aula. Nesta atividade

houve um intenso processo de buscas, criações e discussões coletivas para

fundamentação, vinculando teoria e prática para torná-la aprendizagem significativa.

A leitura de imagem dispõe de apresentação de critérios de sentido e

organização, relacionando o conhecimento técnico/científico com as orientações

para a vida como prática social, além de servir também para a organização do saber

escolar na área de conhecimento da educação física. E, como esclarece Paraná

(2008), nessa práxis, os professores participam ativamente da constante construção

ensino-aprendizagem e se fundamentam para organizar o trabalho pedagógico a

partir dos conteúdos estruturantes de sua disciplina. Essa argumentação chama a

atenção para a importância da práxis no processo pedagógico, o que contribui para

que o conhecimento ganhe significado para o aluno, de forma que aquilo que lhe

parece sem sentido, seja problematizado e apreendido.

3) O exercício físico na melhoria da qualidade de vida

Para a motivação e interesse dos alunos mediante o conhecimento sobre a

importância que a prática do exercício tem para a saúde e o bem estar que a mesma

proporciona, foram trabalhadas diversas atividades em vários momentos até que se

encerrassem as horas/aulas previstas para a implementação da proposta

pedagógica na escola. Todavia, a princípio, foi trabalhada a atividade de caminhada

com os alunos, pois, de acordo com Borges (2014), caminhar é uma atividade que

exige alguns cuidados, os quais se direcionam ao alongamento, o qual é essencial

tanto antes da prática dos exercícios para o aquecimento dos músculos como depois

para evitar dores.

Os exercícios de alongamento para caminhada devem ser feitos antes da caminhada porque eles preparam os músculos e as articulações para o exercício e melhoram a circulação sanguínea, mas eles também devem ser

realizados logo depois da caminhada porque eles ajudam a retirar o excesso de ácido lático dos músculos, diminuindo a dor que pode surgir após o esforço físico. Os exercícios de alongamento para caminhada devem ser feitos com todos os grandes grupos musculares, como pernas, braços e pescoço, com duração de pelo menos 20 segundos (PINHEIRO, 2014, p.01).

E, Borges (2014) continua esclarecendo que, a roupa também deve ser

adequada e confortável, preferencialmente, em tecidos de algodão e o tênis

apropriado com um solado que amorteça os impactos no joelho e tornozelos. Ainda,

para uma caminhada saudável, deve-se começar com passadas moderadas e, um

tempo de 45 minutos no início. A frequência deve ser de quatro a cinco vezes na

semana no mínimo, para melhora de peso e condicionamento físico, porém, o ideal,

sete vezes na semana.

Considerando os critérios de Borges (2014) e Pinheiro (2014), os alunos

foram direcionados à caminhada cumprindo regras para o alongamento, antes e

depois da caminhada. Consequentemente, os alunos iniciaram a caminhada

lentamente e depois de cinco minutos aumentaram o ritmo. Nos últimos dez minutos

de caminhada, diminuíram o ritmo, e aumentaram o tempo progressivamente, sendo

que, a caminhada teve duração de trinta minutos cada vez.

Ao dar início às aulas de Step, os alunos corrigiram a postura e alinhamento

corporal durante a aula, mantendo a cabeça ereta, ombros relaxados e para trás

alinhados ao quadril; os joelhos relaxados em semi-flexão, alinhados aos pés e

tornozelos; e, abdômen contraído e glúteo contraído. As aulas tiveram variações de

passos aliada à música, isso tornou a aula muito interessante, motivadora e

animada, pois, os alunos fizeram diferentes coreografias.

Seguindo para a ginástica localizada, de acordo com Lima (2014), a ginástica

é uma forma de exercícios físicos classificada em duas modalidades, as

competitivas e não competitivas. E, muitas vezes, a ginástica é procurada para

quem quer melhorar o corpo, emagrecer ou até mesmo fortalecer os músculos, bem

como melhorar o aperfeiçoamento mental em forma de relaxar a mente. Partindo

desta abordagem, a ginástica localizada foi trabalhada com os alunos na modalidade

não competitiva para o alcance de algumas qualidades físicas, como a resistência

muscular localizada, força, flexibilidade, e outras.

A divisão utilizada para as aulas de ginástica localizada aconteceu de acordo

com os critérios de De Paoli (2004), abrangendo o aquecimento com duração de

aproximadamente cinco minutos e composto por exercícios de pré-aquecimento

musculares de baixa intensidade e alongamentos. Para a parte principal, foram

trabalhados os grandes grupos musculares, com duração de aproximadamente vinte

a trinta minutos caracterizando-se pela alta intensidade e aumento significativo dos

parâmetros fisiológicos. Os exercícios de solo direcionaram-se para o abdômen,

glúteos e adutores, utilizando-se caneleiras para aumentar a intensidade do esforço,

com duração média de dez a quinze minutos. E para relaxamento e volta à calma,

foram realizados exercícios de alongamento de leve intensidade e baixa amplitude

articular com duração média de cinco a dez minutos obedecendo a uma

desaceleração gradual dos parâmetros fisiológicos, tais como a frequência cardíaca.

E, para fechamento da carga horária da implementação foi trabalhado o

circuito training, onde os alunos realizaram uma série de exercícios complementares,

mantendo o ritmo cardíaco alto, enquanto melhoravam a capacidade de

coordenação corporal. O treino de circuito implicou numa série de exercícios feitos

sucessivamente, com as devidas repetições, passando logo para outro sem

qualquer intervalo até terminar o circuito.

Considerações finais

Abordando a cultura corporal como ferramenta que contribui para a formação

do aluno dando enfoque ao exercício físico como instrumento no controle da

obesidade, foi possível constatar que os adolescentes vivem a mercê de pouca

atividade física, além da falta de uma orientação profissional sobre uma alimentação

adequada e saudável para dar suporte às suas necessidades. Nesse sentido,

trabalhar o exercício físico para o controle da obesidade é uma ação pedagógica

que ajuda a integrar o aluno à mudança de comportamento e à adoção de novos

hábitos para a melhoria da qualidade de vida. Contudo, um grande diferencial é

trabalhar nas aulas de Educação Física a prática de atividades/exercícios físicos

regulares para prevenir e amenizar o problema da obesidade.

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