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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
MORGANA AZZI
OS CURSOS DE GRADUAÇÃO COM A TÍTULAÇÃO DE BACHAREL EM
TURISMO E/OU HOTELARIA DA GRANDE FLORIANÓPOLIS: UM ESTUDO
SOBRE A MATRIZ CURRICULAR.
São José
2007
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MORGANA AZZI
OS CURSOS DE GRADUAÇÃO DE TURISMO E/OU HOTELARIA DA GRANDE
FLORIANÓPOLIS: UM ESTUDO SOBRE A MATRIZ CURRICULAR.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação São José.
Orientadora: Msc.Renata Silva.
São José
2007
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MORGANA AZZI
OS CURSOS DE GRADUAÇÃO DE TURISMO E/OU HOTELARIA DA GRANDE
FLORIANÓPOLIS: UM ESTUDO SOBRE A MATRIZ CURRICULAR.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título
de Bacharel em Turismo e Hotelaria, da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação
São José e examinado pelos seguintes Professores:
________________________
Professora Msc. Renata Silva
________________________
Professor
Membro Examinador
_________________________
Professor
Membro Examinador
4
Dedico esse trabalho a minha
família e em especial ao meu Pai Pedro
Paulo Azzi, que mesmo não estando mais
aqui comigo, pude sentir sua presença
dando-me força e carinho para a
concretização deste sonho, afinal foi ele
quem primeiramente me deu força pra
fazer o curso de Turismo e Hotelaria, e
hoje devo isso a ele.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela vida, e por estar ao meu lado em todos os
momentos da minha vida, sem ele não sou nada.
A família e minha Mãe Vera Lucia Marcelino Azzi, pelo amor, pela força,
compreensão, principalmente pela educação correta para que eu me tornasse a pessoa que sou,
pela oportunidade de estudar e por agüentar as minhas impaciências e crises de stress
emocional.
Ao meu irmão Wellington Augusto Azzi, pelo amor, pela torcida, pela compreensão e
por estar sempre ao meu lado.
A Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, produtora de conhecimentos e pela
oportunidade concebida.
A minha Orientadora Renata Silva, pela amizade, pelo carinho e dedicação, agradeço a
ela por toda a minha formação na universidade e fora dela também, aprendi muito com ela.
A Coordenadora do Curso Bianca Oliveira Antonini, pela força e por estar sempre a
disposição me ajudando na realização deste trabalho. E a todos os professores que de certa
forma contribuíram para minha formação Profissional.
Em especial aos meus colegas de trabalho da Secretaria Acadêmica da Univali,
Claudia, Elisete, Elenice, Gisele Abdala, Gisele Devéns, Josiane e Fernando pela paciência e
compreensão.
A minha Amiga Helen Basso Gomes, pela amizade, carinho e principalmente pela
força e ajuda nos momentos de crises.
Agradeço as minhas amigas Bruna, Flavia, Rejane, Vivian, Wanessa, e a prima Jô,
pelo apoio, torcida, compreensão e pela força. Obrigada e saibam que eu amo muito vocês.
As minha amigas Beatriz, Daniela e Gisele, por todos esses anos de amizades e que
estão comigo em mais uma etapa importante .
Sei que não devo ter colocado todas as pessoas a quem deveria agradecer, mas aqueles
que não citei e que estiveram me acompanhando tenham certeza que de algumas forma
contribuíram para o meu desenvolvimento tanto pessoal quanto profissional.
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É melhor atirar-se à luta em busca de dias
melhores, mesmo correndo o risco de perder
tudo, do que permanecer estático, como os
pobres de espírito, que não lutam, mas também
não vencem, que não conhecem a dor da
derrota, nem a glória de ressurgir dos
escombros. Esses pobres de espírito, ao final
de sua jornada na Terra não agradecem a Deus
por terem vivido, mas desculpam-se perante
Ele, por terem apenas passado pela vida.
Bob Marley
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TÍTULO: OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM TURISMO E/OU HOTELARIA DA
GRANDE FLORIANÓPOLIS: UM ESTUDO SOBRE A MATRIZ CURRICULAR.
ÁREA DE PESQUISA: Ciências Sociais Aplicadas
SUB-ÁREA: Turismo e Hotelaria
RESUMO:
O Turismo além de ser uma das atividades de maior crescimento entre os setores da economia
mundial mostra-se envolvidas em outras áreas como a Ciências Sociais.Com base nisso, e
com o grande aumento das IES – Instituições de Ensino Superior, que oferecem o curso de
Turismo e/ou Hotelaria, necessitou-se saber sobre o que está disponível para os acadêmicos
de Graduação das IES localizadas na Grande Florianópolis. Diante disto o objetivo da
pesquisa será analisar os Cursos de Graduação de Turismo e/ou Hotelaria na Grande
Florianópolis em Santa Catarina, identificando a matriz curricular oferecida na formação do
acadêmico. A partir da identificação das IES, segue a pesquisa da Matriz Curricular de cada
uma delas, e em seguida fez-se uma análise comparativa para observar o que cada uma delas
oferece e de que forma são oferecidas. Foram observadas as semelhanças e as diferenças das
Matrizes curriculares das IES. Identificaram-se os cursos de Graduação nas Faculdades
Integradas ASSESC – Associação de Ensino de Santa Catarina, com Turismo ou Hotelaria, na
Estácio de Sá com Turismo e na Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, com Turismo e
Hotelaria. Os tipos de pesquisas utilizados foram: quanto a natureza básica, a abordagem do
problema é qualitativa, quanto ao objetivo são de cunho exploratório e nos procedimento
técnicos da pesquisa são bibliográfica e documental.A análise dos resultados mostra que
foram identificadas três IES e que cada uma apresenta basicamente a mesma matriz curricular
o que muda é em que semestre a disciplina é ministrada.
Palavras-Chave: Matriz Curricular. Graduação. Hotelaria. Turismo.
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LISTA DE QUADROS Quadro 01 - Propostas de diretrizes curriculares 13 Quadro 02 - Tipos de turismo 24 Quadro 03 - Cronograma de atividades da pesquisa 45 Quadro 04 - Disciplinas oferecidas pelas IES 1º Semestre. 49 Quadro 05 - Disciplinas oferecidas pelas IES 2º Semestre. 50 Quadro 06 - Disciplinas oferecidas pelas IES 3º Semestre. 51 Quadro 07 - Disciplinas oferecidas pelas IES 4º Semestre. 53 Quadro 08 - Disciplinas oferecidas pelas IES 5º Semestre. 54 Quadro 09 - Disciplinas oferecidas pelas IES 6º Semestre. 56 Quadro 10 - Disciplinas oferecidas pelas IES 7º Semestre. 57 Quadro 11 - Disciplinas oferecidas pelas IES 8º Semestre. 59 Quadro 12 - Disciplinas práticas por semestre 61 Quadro 13 – Número de horas das aulas práticas 61 Quadro 14 – Número de disciplinas pré - requisitos 62 Quadro 15 - Estrutura administrativa do campus São José. 76 Quadro 16 - Número de funcionários técnico-administrativo. 77 Quadro 17 - Número de professores e funcionários por campi. 77 Quadro 18 - Equipamentos da secretaria acadêmica. 80
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SUMÁRIO
PARTE I – Projeto de Pesquisa
RESUMO 6 LISTA DE QUADROS 7 1. INTRODUÇÃO 11 1.1 Contextualização 11 1.2 Definição do problema 15 1.3 Justificativa 18 2. OBJETIVOS 19 2.1 Objetivo geral 19 2.2 Objetivo específico 19 3. METODOLOGIA APLICADA 20 3.1 Turismo 20 3.1.1 Histórico 20 3.1.2 Conceitos e definições 22 3.1.3 Tipologia 24 3.2 Hotelaria 25 3.2.1 Historia da hotelaria 25 3.2.2 Conceitos e definições 27 3.2.3 Tipologia 28 3.3 Educação 29 3.3.1 História da educação 29 3.3.2 Níveis de escolaridade 31 3.3.3 Graduação 32 3.3.4 Matriz curricular 32 3.3.5 Formação profissional 39 3.3.6 O mercado de trabalho e o profissional em turismo e/ou hotelaria 40 4. RESULTADOS DA PESQUISA 42 4.1 Procedimentos metodológicos 42 4.1.2 População e amostragem 43 4.1.2 Coleta de dados 43 4.1.3 Análise e interpretação dos resultados 44 4.2 Plano de trabalho 44 4.2.1 Etapas 44 4.2.2 Cronograma 45 4.3 Análise da pesquisa 45 4.3.1 Instituições de ensino superior de graduação em turismo e/ou hotelaria 45 4.3.2 Matriz curricular 48 4.3.2.1 Análise semestral da matriz curricular 48 4.3.2.2 Análise geral das matrizes curriculares 60 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 63 6. REFERÊNCIAS 65
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SUMÁRIO
PARTE II - Relatório de Estágio Supervisionado
1. IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO 70 1.1 Dados da empresa 70 1.2 Dados do aluno 70 2. JUSTIFICATIVA 71 3. OBJETIVOS 73 3.1 Objetivo geral 73 3.2 Objetivos específicos 73 4. DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 74 4.1 Evolução histórica da organização 74 4.2 Infra-estrutura física atual 75 4.3 Infra-estrutura administrativa 76 4.4 Quadro de recursos humanos 77 4.5 Serviços prestados 77 5. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR SETORES 79 5.1 Secretaria acadêmica da Univali São José 79 5.1.1 Funções do setor 79 5.1.2 Infra-estrutura do setor 80 5.1.3 Atividades desenvolvidas pela acadêmico na secretaria acadêmica . 80 5.1.4 Conhecimentos técnicos adquiridos 81 5.1.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas 82 6. ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 83 7. REFERÊNCIAS 84 8. ASSESSORIAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS 85 9. ANEXOS 86 9.1 Programa de estágio 86 9.2 Declaração final de estagio 87 9.3 Avaliação de desenvolvimento acadêmico 88
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PARTE I
Projeto de Pesquisa
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1. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
A educação sempre esteve presente na vida da sociedade, até os dias de hoje muito
tem se adaptado no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas
características impostas em todos os países do mundo, que é a de manter o "status quo" para
aqueles que freqüentam os bancos escolares. (PEDAGOGIA EM FOCO, 2007).
Cada vez mais estão sendo procurados e oferecidos cursos de Graduação uma vez que
a qualificação é exigida pelo mercado de trabalho, situação essa imposta pelos consumidores
que necessitam cada vez mais a satisfação nos produtos oferecidos. É cada vez mais nítido
que estão surgindo cursos de graduação em todo o Brasil, onde são oferecidos cursos com as
qualificações específicas e direcionadas. Esses cursos direcionados levam a profissionais mais
focados nas atividades que desejam desempenhar e com a possibilidade de adquirirem
conhecimentos realmente necessários.
Dentro deste contexto verifica-se que a interdisciplinaridade1 faz-se sempre presente e
pode-se perceber que o Turismo e/ou hotelaria são sub-áreas dentro das ciências sociais que
envolvem conhecimentos adquiridos de diversas disciplinas como: Sociologia, Economia,
Administração, entre outras, isso faz com que o turismo seja uma área multidisciplinar
podendo muitas vezes oferecer os serviços dos graduados a diversos setores da economia.
Hoje são oferecidos inúmeros cursos de Turismo e/ou Hotelaria que visam o
aperfeiçoamento do acadêmico para que o mesmo consiga ter uma visão da atividade como
um todo, para que o mesmo consiga trabalhar nas mais diversas áreas relacionadas a esse
setor.
Pode-se verificar que o turismo é um dos setores da economia que mais tem crescido
nos últimos anos. Como mostra Pavan (2007):
O turismo, como um dos setores que mais cresce no mundo, precisa ser tratado, cada vez mais, com a importância que merece, como é feito com os demais
1 Interdisciplinaridade é um processo de ensino-aprendizagem, onde discutem-se as aulas integradas como um dispositivo interdisciplinar que provoca o contato de disciplinas, fazendo com que professores e alunos percebam as interfaces entre os saberes indispensáveis à formação do turismólogo. Neste âmbito são observadas as ênfases temáticas do curso de Turismo e Hotelaria, as disciplinas complementares e a necessidade de integração para a formação da matriz curricular interdisciplinar. Bianca Oliveira Antonini, coordenadora do curso de Turismo e Hotelaria da Univali São José.
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segmentos econômicos no Brasil. Em boa hora, o Brasil vem se recuperando no ranking internacional de países receptores de turistas. Começa a crescer também a movimentação de viagens turísticas internas. Nos últimos três anos, mais de 50 milhões de pessoas viajaram pelo território nacional, gerando uma movimentação econômica que, somada às visitas internacionais, já chega a 4% do PIB e é responsável por 6 milhões de empregos diretos, representando quase 8% do total da população brasileira ocupada.
A amplitude da atividade turística, e a sua interdisciplinaridade possibilita a ligação
dessas atividades a várias outras. Em conseqüência dessa grande variedade de assuntos e
temas pertinentes ao turismo, a definição exata do que é o turismo, ainda é discutida por
muitos estudiosos. Sendo que cada autor acaba elaborando a sua própria definição que na sua
grande maioria são bastante semelhantes. Vale ressaltar que por esse motivo nenhuma das
definições pode ser considerada errada ou correta, nem completa ou incompleta, mas sim que
são diferentes formas de analisar o turismo.
Segundo Arrillaga (1976) até agora não se chegou a uma definição do turismo que
tenha sido aceita universalmente. Entretanto a elementos para a conceituação de turista como
é mencionado por Castelli (1984):
a.- Pessoa que se translada, que viaja, que efetua um deslocamento de um lugar geográfico a outro, b.- temporalidade do traslado: permanência fora do domicilio principal, desde que a duração da mesma seja temporária; c.- o turismo é uma atividade sem fins lucrativos por parte do turista. O turista é unicamente consumidor, as exceções neste ponto são o turismo de congressos e turismo de negócios; d.- o turismo refere-se tanto aos estrangeiros como aos nacionais.
Já na Hotelaria verifica-se que paralelamente, de acordo com a Associação Brasileira
de Indústrias e Hotéis - ABIH, a indústria hoteleira têm uma receita bruta anual em torno de
US$ 2 bilhões, com uma arrecadação de mais de US$ 400 milhões em impostos e taxas,
mostrando assim a importância desta atividade para o incremento do PIB nacional. (ABIH,
2007).
Com a indústria do turismo em alta, a concorrência entre as empresas prestadoras de
serviços turísticos é cada dia mais acirrada, não sendo diferente no segmento hoteleiro, onde a
qualidade dos serviços prestados é cada vez mais levada em consideração pelos
consumidores. “No mercado altamente competitivo do turismo, o fator “qualidade é o único
critério que se impõe de maneira natural para determinar o êxito ou o malogro dos produtos e
serviços”. (BENI, 2003, p.157)
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Atualmente uma termologia que vem sendo bastante discutida por profissionais do
segmento turístico hoteleiro é a hospitalidade que está diretamente ligada ao ato de acolher e
prestar serviços a qualquer indivíduo que esteja fora do seu local de origem, neste sentindo
não só na hotelaria se encaixa nesse contexto, mas como em todos os setores turísticos que um
turista venha a utilizar no período em que está distante de sua residência. Deve-se ressaltar
que isso poder ser considerado como proporcionar ao cliente uma infra-estrutura adequada e
serviços de qualidade, reportando o hóspede ao aconchego de seu lar. As tendências para a
educação do século XXI focalizam a necessidade de preparação do ser humano para a vida na
sociedade atual. Perrenoud (2000) define competência como “a faculdade de mobilizar um
conjunto de recursos cognitivos – como saberes, habilidades e informações – para solucionar
com pertinência e eficácia uma série de situações”.
Partindo dessa definição, construir competências no turismo significa preparar o
indivíduo para que o mesmo participe de forma mais ativa na sociedade em que está inserido.
Ferreira (2004, p. 4), apresenta um quadro onde a mesmo compara as oito propostas de
competências que Perrenoud diz serem necessárias, em relação ao Modelo de Enquadramento
das Propostas de Diretrizes Curriculares:
Perrenoud Modelo de Enquadramento das Propostas
de Diretrizes Curriculares
Saber identificar, avaliar e valorizar suas
possibilidades, seus direitos, seus limites e
suas necessidades;
Internacionalização de valores de
responsabilidade social, justiça e ética
profissional;
Formação humanística e visão global que o
habilite a compreender o meio social em
seus aspectos, político, econômico e
cultural onde está inserido e a tomar
decisões em um mundo diversificado e
interdependente;
Capacidade de compreensão da
necessidade do contínuo aperfeiçoamento
profissional e do desenvolvimento da
autoconfiança.
Saber gerenciar e superar conflitos; Capacidade para a resolução de problemas
macro e micro pertinentes à prestação de
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serviços turísticos.
Saber analisar situações, relações e campos
de força de forma sistêmica;
Competência para implantar resoluções
alternativas e inovadoras, bem como
capacidade crítica, reflexiva e criativa.
Saber formar e conduzir projetos e
desenvolver estratégias, individualmente
ou em grupo – lidar com relacionamentos;
Interesse e estímulo para o
desenvolvimento na área da docência e
pesquisa.
Saber cooperar, agir em sinergia, participar
de uma atividade coletiva e partilhar
liderança;
Competência para empreender, analisando
criticamente as organizações, antecipando
e promovendo suas transformações.
Saber construir e estimular
organizações e sistemas de ação coletiva
do tipo democrático;
Capacidade de atuação nos diversos setores
do mercado turístico e em todas as áreas
concernentes à profissão.
Saber conviver com regras, servir-se delas
e elaborá-las;
Capacidade para planejar, organizar,
implantar e gerir programas de
desenvolvimento turístico de destinações e
empreendimentos turísticos.
Saber construir normas negociadas de
convivência que superem as diferenças
culturais.
Formação técnica e científica para atuar no
planejamento e na gestão de empresas
turísticas, além de desenvolver atividades
específicas da prática profissional em
consonância com as demandas mundiais,
nacionais e regionais.
FONTE: Ferreira, 2004
QUADRO 01 – PROPOSTAS DE DIRETRIZES CURRICULARES
Qualquer curso de graduação precisa oferecer uma boa matriz curricular para que o
profissional atinja seus objetivos, como é o caso do turismo e/ou hotelaria em função da sua
interdisciplinaridade e da ampla gama de serviços prestados. Dessa forma faz-se necessária
que os profissionais de turismo e/ou hotelaria como de todas as outras áreas obtenham o
conhecimento a fim de poder trabalhar a atividade turística como um todo.
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1.1 Definição do problema
Os cursos de turismo no Brasil surgiram na década de 1970, a partir do modelo de
cursos já implantados em outros países. “O primeiro currículo para cursos de turismo foi
elaborado pelo Professor Domingo Hernandez Peña, após um levantamento realizado em
escolas européias e adaptado à realidade brasileira”. (MATIAS, 2002, p. 3).
A partir de então era evidente a necessidade de uma determinação que pudesse dar um
maior embasamento a área do turismo.
Legalmente “o primeiro curso superior de turismo no país passou a existir a partir do
Parecer n. 35/71, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), elaborado pelo relator
Conselheiro Roberto Siqueira Campos e aprovado em 28/01/71”. (MATIAS, 2002, p. 3).
O Parecer n. 35/71 deu origem à Resolução s/n de 28/01/71, do Conselho Federal de
Educação, que fixou o conteúdo mínimo e a duração do curso superior de turismo.
O Professor Luiz Gonzaga Godoi Trigo, bacharel em turismo, licenciado em Filosofia,
mestre em Filosofia e doutor em Educação, analisa tanto o crescimento do fenômeno turístico
na sociedade como a necessidade de formação de mão-de-obra no setor, no livro “A sociedade
pós-industrial e o profissional de turismo” Em 1996, em virtude do crescimento do interesse
nessa área pela mídia e por profissionais, passou a contar com cinco alunos/vaga. A PUC-
Campinas oferece “o curso de turismo foi o quinto curso mais procurado entre os 39 da
universidade, consolidando o aumento da procura com uma tendência mercadológica
consistente e duradoura” (TRIGO, 1998, p. 169). Ou seja, com a percepção do mercado
educacional por essa significativa procura por cursos de turismo, outras entidades começaram
a se mobilizar e houve uma explosão dos cursos de turismo e/ou hotelaria no Brasil.
O Brasil é um país com um enorme potencial turístico, devido à diversidade cultural e
principalmente pelas belezas naturais do imenso território, sendo que todos esse potencial
ainda não é explorando em sua totalidade, então, as possibilidades de expansão do setor são
enormes. Além do que é explorado atualmente, sabe-se que ainda há muitos atrativos a serem
explorados, e o que atualmente há disponível aos turistas, ainda podem ser mais organizados,
e explorados eficientemente.
Assim como Brasil, o estado de Santa Catarina também é repleto em atrativos e
recursos a serem explorados. Pode-se dizer que o estado é privilegiado por suas belas praias,
serras onde é possível ver neve, um interior com muita história e culturalmente rico.
A Grande Florianópolis é conhecida por suas belas praias, e como a capital turística do
Mercosul, atrai milhares de turistas durante o ano todo, principalmente durante o verão,
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tornando-se a 2ª cidade brasileira mais visitada por turistas estrangeiros. (EMBRATUR.
2007).
A partir do desenvolvimento acelerado do turismo em Florianópolis, e também em
toda a sua região metropolitana, o mercado sentiu necessidade de profissionais qualificados,
sendo assim no ano de 1987 a cidade teve a instalação do primeiro curso para formação de
profissionais qualificados para atender e ajudar o desenvolvimento do turismo na região que
foi a Faculdades Integradas ASSESC – Associação de Ensino de Santa Catarina.
Atualmente na região da grande Florianópolis são oferecidos 3 (três) Cursos de
Graduação bacharelado em turismo e/ou Hotelaria que são:
• Faculdades Integradas Assesc – Associação de Ensino de Santa Catarina, que possui os
Cursos de Turismo ou Hotelaria;
• Faculdades Estácio de Sá, que possui o curso de Turismo;
• Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, que possui o curso de Turismo e
Hotelaria.
Apesar das opções aos interessados, muitas ficam a dúvida sobre o que cada curso
oferece, qual instituição escolher, e ainda também é preciso conhecer quais são as reais
necessidades que um profissional tem ao buscar uma graduação. Já que apesar de haver
disponibilidade de informações percebeu-se a falta de uma análise comparatória dos cursos,
podendo assim facilitar entendimento do que cada curso oferece e o que cada curso propõe.
Vale ressaltar que esta pesquisa busca verificar os cursos de graduação que formam o
acadêmico em bacharel em turismo e/ou hotelaria, neste sentido as Instituições como a
Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL entre outras ficam de fora da pesquisa pois
apesar de serem graduação não dão a titulação de bacharelado para o acadêmico após o fim do
curso.
Com a percepção dessa necessidade, a pesquisa tem as seguintes perguntas a serem
respondidas.
Quais abordagens são feitas nas matrizes dos cursos de graduação bacharelado em
Turismo e/ou Hotelaria na Grande Florianópolis?
Quais áreas são enfatizadas em cada semestre/ano na formação do aluno?
1.3 Justificativa
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O Projeto Político Pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional,
com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente, é também, um
projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os
interesses reais e coletivos da população majoritária.
“Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da efetivação da intencionalidade da
escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e
criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características
necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade”.(MEC, 2007).
Sendo assim o projeto político pedagógico de uma IES (Instituição de Ensino
Superior) deve refletir, não só sua realidade, como também a preocupação em atender às
expectativas dos alunos, por meio de um corpo docente qualificado, estrutura física adequada
às necessidades do curso e a participação dos alunos em projetos sociais.
O que pode ser claramente percebido por todos é que na grande Florianópolis a
competição entre as IES com o objetivo de captar alunos, tem levado a uma queda brusca dos
preços das mensalidades, isso relativamente deixa dúvidas aos alunos se com isso a qualidade
e do que está sendo oferecido condiz com a realidade do que um acadêmico deve aprender, e
ainda se para as IES a questão monetária vem antes da oferta de cursos com qualidade. Muitas
vezes, nessas circunstâncias, leva-se a pensar se o Projeto Político Pedagógico pode ser
comprometido, gerando assim, uma falsa sensação de se garantir o futuro do curso. Enquanto
na verdade é a formação profissional que está sendo diretamente comprometida.
“O bacharel em turismo, em virtude de sua formação e das exigências de mercado,
necessita transitar por todas as funções da administração, quais sejam: Planejar, Organizar,
Dirigir/ Liderar e Controlar.” (LEMOS, 2002, p.99)
Um dos fatores que garante a qualidade do que está sendo oferecido de conteúdo nos
cursos superiores de turismo e/ou hotelaria, são os esforços do MEC (Ministério da Educação)
em exigir uma matriz curricular com um conteúdo mínimo que as IES devem seguir para
serem reconhecidas, dessa forma isso leva as IES a buscarem a adaptação do conteúdo
programático para que a mesma tenha uma estrutura de acordo com a exigida pelo MEC.
Mesmo assim com todos esse empenho do MEC em exigir uma matriz curricular com
um conteúdo mínimo, Matias (2002, p. 5), aponta de forma geral como sendo os principais
problemas encontrados para a formação do Bacharel em Turismo:
1- Seleção do corpo docente, no início dos primeiros cursos, pois não havia professores especializados nessa área no Brasil;
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2- Falta de conscientização do próprio aluno do que é o curso de turismo e do que ele esperava do mesmo; 3- A inexistência de bibliografia nacional sobre o assunto, bem como de traduções e/ ou dificuldades em importar obras estrangeiras; 4- Um currículo mínimo humanístico e pouco profissionalizante; 5- A falta de adequação das disciplinas com seus respectivos conteúdos e programas; 6- A falta de padronização dos cursos, permitindo a existência de cursos de três e quatro anos de duração.
Diante do exposto fica cada vez mais claro que a aluno ao ingressar numa Instituição
de Ensino deve saber o enfoque e as proposta que serão oferecidas pela mesma, pois o
acadêmico entra numa Instituição com o intuito de estudar para poder dedicar-se ao trabalho
durante toda a sua vida na área escolhida, desta forma a Instituição tem que deixar claro uma
das principais características do curso de Turismo e/ou Hotelaria, pois como já foi abordado
anteriormente, a multidisciplinaridade muitas vezes poderá levar os interessados a não
compreender corretamente o que irão aprender e nem qual será efetivamente sua formação, e
ainda após o ingresso se decepcionar com o curso.
Por isso é que cada Instituição deve deixar claro a sua proposta e qual foco a seguir
para que não haja uma desavença entre o que o acadêmico espera e o que a Instituição de
Ensino irá oferecer. Essa interdisciplinaridade que deve ser esclarecida aos acadêmicos, para
que o mesmo compreenda que a formação de um profissional de turismo e/ou hotelaria nada
mais é que o aprendizado ao conteúdo de outras áreas de conhecimentos, mas com um
enfoque para a área escolhida, e que apesar disso as disciplinas ministradas possuem seus
próprios conceitos, definições e métodos.
A interdisciplinaridade, nesse contexto, surge como uma forma de auxiliar a
compreensão desses estudos, pois o acadêmico precisa de uma base para que consiga definir
qual área ira atuar e em qual direção seguir.
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2. OBETIVOS
2.1- Objetivo geral
Analisar os Cursos de Graduação Bacharelado em Turismo e/ou Hotelaria na Grande
Florianópolis em Santa Catarina, identificando a matriz curricular oferecida na formação do
acadêmico.
2.2- Objetivos específicos
Identificar as Instituições de Ensino Superior que possuem graduação que formem o
acadêmico bacharel em Turismo e/ou Hotelaria na Grande Florianópolis;
Comparar a Matriz Curricular e carga Horária de cada Instituição;
Verificar as áreas enfatizadas em cada semestre/ ano que são oferecidas pela IES.
21
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Turismo
3.1.1 Histórico
As viagens sempre estiveram presentes na vida dos homens. Desde os mais antigos
registros até as mais atuais formas de documentar a história, temos expostos vários motivos
que obrigavam o homem a se deslocar.
O turismo tem origem no século XIX, quando o inglês Thomas Cook, em 1841,
organizou uma viagem de um dia partindo de Lancaster para Loughborug, reunindo 570
pessoas que iriam participar de um congresso antiálcool e cobrou pelos seus serviços.
Tornando-se assim o primeiro agente de viagens do mundo criou as viagens em grupos,
iniciando a primeira e maior agência de viagens de todos os tempos.(ABIH, 2007).
A grande arrancada de Cook se deu em 1841, quando organizou o primeiro tour de
viagem em larga escala, conduzindo 500 pessoas para Leicester. Thomas Cook também foi o
primeiro a usar campanhas publicitárias e de marketing para captar clientes. A empresa de
Cook tornou-se uma das primeiras empresas internacionais a ganhar o reconhecimento da
marca. Cook tornou acessível à viagem e o turismo, as pessoas da classe trabalhalista e da
classe média, padronizando-os e produzindo-os em massa e o turismo acabou assemelhando à
produção fordista2. (DESVENDAR.COM, 2007).
O desenvolvimento da atividade turística no Brasil é matéria um tanto recente e data a
partir de 1920. Mas é efetivamente em 1923 com a criação da Sociedade Brasileira de
Turismo, com a implantação do famoso Touring Club que chega com força no Brasil.
Em 1945 foi aprovada a Carta das Nações Unidas que estabeleceu a Organização das
Nações Unidas. Com o advento da ONU, o turismo passou a desempenhar papel deveras
importante, sendo visto como forma de intercâmbio cultural, tendo ficado, em primeiro plano,
a cargo da UNESCO a seara turística, sendo posteriormente criada em 1975 a
OMT.(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2007).
Em 1949, nasce a FFTP – Féderation Française de Tourisme Populaire, em
conformidade com a política européia de reconstrução da indústria e intercâmbio entre as
2 Termo relacionado a produção de automóveis em escala na empresa de Henry Ford
22
nações. Ainda em 1949 foi vendido o primeiro pacote aéreo e, já em 1957, o turismo aéreo
tornava-se o preferido em detrimento do turismo náutico, tendo em vista o tempo de
deslocamento e também pela introdução das tarifas turísticas e econômicas pelas empresas
aéreas.
Em 1955, André Siegfried, professor da Université de Paris, estudava a importância
dos assuntos pertinentes ao turismo e ao direito observando que o turismo organizado do
século XX, enquanto herdeiro da rapidez e democracia, seguiu diversas fases de evolução,
valorando-se o período administrativo, com relevantes aspectos jurídicos.
Em 1956, foi realizado em Berna o primeiro congresso internacional do turismo
social. Deste congresso surgiu um projeto de lei que seria ratificado posteriormente por mais
de 20 países europeus e Estados Unidos, no qual era estabelecido as férias pagas de três
semanas.
Na década de 60 surgiram as primeiras operadoras turísticas, com pacotes partindo do
norte europeu, Escandinávia, Alemanha Ocidental para a costa do Mediterrâneo.
Na década de 70, a preocupação com o meio ambiente tornou-se evidente, sendo
necessário o cuidado e a preservação dos recursos naturais. Ao mesmo tempo surgiram as
primeiras discussões sobre a poluição no turismo.
Em 1975 a pouco eficiente União Internacional dos Organismos Oficiais do Turismo
foi sucedida pela OMT, com sede em Madrid e chancela da ONU,
A Poluição por turismo foi elevantada dado às diversas depredações ocorridas em patrimônios históricos em toda a Europa. Hoje o turismo é uma das áreas que mais preservam e zelam pelos patrimônios da humanidade[...] (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2007).
A década de 80 foi permeada pelo veloz desenvolvimento do turismo em todo o
mundo. A consolidação dos “Chèques-vacances”3. Em 1982, a edição da revista de
jurisprudência sobre turismo “Tourisprudence” e diversas obras jurídicas sobre o turismo
foram escritas na França. (Instituto Brasileiro de Ciências e Direito do Turismo, 2007).
Após a criação dos órgãos sociais como o Conselho Nacional de Turismo (CNTur) e o
Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) através do Decreto-Lei nº 55/66, desenvolveu-
se a Política Nacional de Turismo (PNT) e o turismo no Brasil começa a ser reconhecido com
uma atividade que estava sendo capaz de contribuir para a diminuição dos desníveis sociais e
econômicas das regiões que já estavam desenvolvendo o turismo.
3 São títulos de créditos comprados junto ao banco ou agências de viagem que são equivalentes à moeda do local de destino. Esta foi a primeira versão do modelo reconhecido mundialmente sob o nome de Traveller check.
23
No Brasil, a indústria do turismo só passou a ser vista como potencial geradora de
renda e empregos na metade dos anos 90. Após pesquisa realizada pela EMBRATUR foi
constatado que a atividade turística atingia 52 setores diferentes da economia.
Turismo, assim sendo, é hoje muito mais do que uma atividade econômica é sim, um
fenômeno social, característico da sociedade pós-industrial, que está presente na vida de todos
que participam dela, mesmo na diferença de classes, grupos, etnias, nações.(REVISTA
TURISMO, 2007).
O turismo no Brasil ainda caminha a passos curtos e precisa ser avaliado e planejado
de forma que possa competir por igual com outros países que não possuem a dimensão de
recursos disponíveis, mas por questão de gestão e profissionalismo estão no patamar dos
países mais requisitados turisticamente.
3.1.2 Conceitos e definições
O motivo das pessoas viajarem apenas foi estudado cientificamente após a Segunda
Guerra Mundial, quando o movimento turístico começou a ganhar força econômica e a
estruturar suas dimensões atuais.
A palavra tour, em francês, significa apenas “movimento circular”, em linguagem
figurada. Com ele os ingleses, no começo do século XVIII, formaram tourism, tourist.
Portanto, deve-se aos ingleses o sentido atual do termo. Destaca ainda três tendências para as
definições de turismo: a econômica, a técnica e a holística. (BENI 2003, p.37).
Na década de 50, as pesquisas apontavam o prestígio social (status) como a motivação
principal para as viagens turísticas, demonstrado pela distância viajada, os cartões postais
enviados e o bronzeado apresentado na volta. Atualmente, este fator ainda aparece na
motivação pelas viagens turísticas, porém tem sido superado pela necessidade de
distanciamento do cotidiano como, recompensa para o dia-a-dia estressante e cansativo.
Segundo De la Torre (1992, p.19):
O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.
24
Encontram-se referências ao turismo na literatura desde o século XIX, mas foi só a
partir da Segunda Guerra Mundial que se desenvolveu o seu conhecimento de um ponto de
vista científico. Esse desenvolvimento acompanhou o surgimento e crescimento do turismo de
massa. De acordo com Santos e Grisi (apud Krippendorf, 1989):
O turismo de massa, no entendimento de Krippendorf (1989), ou seja, o deslocamento de várias pessoas para o mesmo lugar e época do ano, promove um grande fluxo de pessoas que contribuem para a agressão do patrimônio sociocultural das comunidades e, principalmente, da natureza local.
No Brasil há muitos estudos específicos sobre turismo, principalmente sobre a ligação
entre o turismo com outras disciplinas da área de ciências humanas, onde grande parte dos
textos que se propõem a analisar o turismo fica restrita as áreas de estudo como administração
de empresas ou economia, geografia ou sociologia do lazer.
Sob um conceito histórico, Trigo (2001) afirma que os grandes movimentos turísticos
surgiram no século passado, no século XIX, à medida que o capitalismo se desenvolvia,
principalmente na Europa Ocidental e na América do Norte. O desenvolvimento tecnológico
da época, em especial no setor de transportes, também contribuiu para o fenômeno.
A partir da Primeira Guerra Mundial houve um pequeno crescimento do turismo, mas
que logo em seguida foi interrompido pelo confronto. É durante este período, em 1911, que
surge a primeira definição de turismo, dada pelo austríaco Schullern, (apud Barreto 1911):
“Turismo é o conceito que compreende todos os processos, especialmente os econômicos, que
se manifestam na chegada, na permanência e na saída do turista de um determinado
município, país ou estado”. Como se observa, apesar de citar o movimento de pessoas
(turistas) e, portanto admitir a existência de um processo social, a visão econômica é a que
mais interessa aos estudiosos da época.
Já com o fim da Primeira Guerra Mundial, o fenômeno volta a crescer, dando início ao
turismo de massa, que Pellegrini (1993), define como “aquele cujo fluxo ultrapassa os limites
da capacidade de recepção de um local em determinado tempo”. Já Barreto (1995), entende
esse mesmo tipo de turismo conforme o tamanho da demanda, ou seja, em locais onde a
demanda para visitação é alta, tem-se um turismo de massa. Em 1929 o turismo sofre
novamente uma retração, devido à crise da Bolsa de Valores de Nova York. É nesta data que
nasce o Centro de Pesquisas Turísticas da Faculdade de Economia da Universidade de Berlim,
originando uma corrente de pensamento no turismo denominada Escola de Berlim. Andrade
(1999), onde surgem novas definições de diversos autores, citados por Barreto(1999).
25
Neste trabalho, considerou-se a mais abrangente e conhecida das definições acerca do
“fenômeno turístico”, feito pela Organização Mundial de Turismo. A OMT considera que: "O
Turismo compreende as atividades realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas em
lugares diferentes do seu entorno habitual por um período consecutivo inferior a um ano, por
lazer, negócios ou outros". Assim, o importante é o deslocamento para um local – não
importando a distância, que não seja habitual – desconsiderando estudantes ou trabalhadores
de cidades próximas que façam o percurso cotidianamente, não permanecendo mais do que
um ano – excluindo imigrantes, independente do motivo – abarcando desde negócios e saúde
até religião, lazer, entre outros.
3.1.3 Tipologia
Com base na grande diversidade das motivações que levam as pessoas a se
deslocarem, tem-se uma série de tipologias que ajudam na compreensão do objetivo de cada
viajante.
Na área do Turismo pode-se destacar os tipos de Turismo como:
Turismo Religioso Turistas que se destinam a centros religiosos motivados pela fé.
Turismo de Negócios Deslocam-se a fim de efetuarem transações e atividades
profissionais.
Turismo de Aventura Deslocamento em espaços naturais, motivados pela atração
exercida pelo desconhecido.
Ecoturismo Deslocamento a espaços naturais delimitados e protegidos pelo
estado ou controlados em parcerias com associações locais e
ONGs.
Turismo Rural Integração do visitante juntamente com o modo de vida
campesino.
Turismo Gastronômico Apreciação de Pratos regionais entre outros.
Turismo de Eventos O deslocamento de pessoas com interesse em participar de
eventos focados na parte técnica, cientifica ou profissional,
cultural. Tendo como principais sub-categoria o Turismo de
congresso e o Turismo de convenção.
FONTE: Produzido pela autora, 2007.
QUADRO 02 – TIPOS DE TURISMO.
26
Vale ressaltar que os tipos de turismo acima apresentados estão entre os mais
conhecidos, entretanto as terminologias usadas pelos estudiosos ou escritores do turismo,
surgem a cada dia, sendo esta uma conseqüência da evolução da segmentação turística.
3.2 Hotelaria
3.2.1 História da hotelaria
Não se sabe exatamente quando e como surgiu a atividade hoteleira no mundo. Mas,
os indícios levam a crer que esta atividade tenha se iniciado em função da necessidade natural
que os viajantes têm em procurar abrigo, apoio e alimentação durante suas viagens.
A evolução da hotelaria sofreu grande influência dos gregos e especialmente dos
romanos, que tendo sido ótimos construtores de estradas, propiciaram a expansão das viagens
por todos os seus domínios e, conseqüentemente, o surgimento de abrigos para os viajantes.
De acordo com a ABIH - Associação Brasileira de Indústrias e Hotéis (2004):
[...] a primeira notícia sobre a criação de um espaço destinado especificamente à hospedagem vem de alguns séculos antes da era cristã, quando na Grécia Antiga, no santuário de Olímpia, eram realizados os jogos olímpicos. Para esses eventos, foram construídos o estádio e o pódio, onde se homenageavam os vencedores e ficava a chama olímpica. Mais tarde foram acrescentados os balneários e uma hospedaria, com cerca de 10 mil metros quadrados, com o objetivo de abrigar os visitantes. Essa hospedaria teria sido o primeiro hotel que se tem notícia.
Como naquela época os meios de transportes não percorriam mais do que 60
quilômetros diários, as viagens quase sempre duravam alguns dias. Disso resultou o estímulo
à criação das hospedarias em Roma.
De início um serviço informal, essa hospitalidade dispensada pelos religiosos tornou-
se, mais tarde, uma atividade organizada, com a construção de quartos e refeitórios separados,
e monges dedicados ao atendimento dos viajantes. Posteriormente, foram construídos prédios
próximos aos monastérios, destinados exclusivamente aos hóspedes dando origem às
pousadas.
No século XII, as viagens na Europa voltavam a se tornar mais seguras, e
rapidamente as hospedarias se estabeleceram ao longo das estradas. Aos poucos, diversos
países implantavam leis e normas para regulamentar a atividade hoteleira, especialmente a
França e a Inglaterra.(ABIH, 2007).
27
A França, por exemplo, já dispunha de leis reguladoras dos estabelecimentos e dos
serviços hoteleiros no ano de 1254 (século XIII), enquanto na Inglaterra isso aconteceu em
1446 (século XV). No ano de 1514 (século XVI), os hoteleiros de Londres foram
reconhecidos legalmente, passando de hostelers (hospedeiros) para innnholders (hoteleiros).
(SEBRAE, 2007).
Em 1589, foi editado pelos ingleses o primeiro guia de viagens de que se tem notícia,
definindo de modo claro os diferentes tipos de acomodações disponíveis para viajantes a
negócio ou passeio. (ABIH, 2007).
“César Ritz, suíço, filho de camponeses, construiu em 1870 o primeiro
estabelecimento hoteleiro em Paris, considerado um marco inicial da hotelaria planejada. As
inovações foram o banheiro privativo em cada quarto e a uniformização dos funcionários”.
(RODRIGUES, 2007).
No final do século XIX, os hóspedes tinham se tornado mais exigentes e surgiram
então hotéis de grande luxo, como os famosos Savoy, Claridge, Carlton entre outros. Por volta
de 1889, o hoteleiro César Ritz abre em Londres o Hotel Savoy, estabelecimento que marca o
nascimento de um novo conceito hoteleiro. O Savoy, considerado o primeiro hotel europeu de
luxo, apresenta uma série de inovações, tais como: iluminação elétrica, quartos com casa de
banho, um boletim informativo em diferentes idiomas destinado aos seus hóspedes, etc.
(ABIH, 2007).
A evolução na sociedade criou a necessidade de viajar mais, uns a negócios, outros a
turismo, outros por motivos religiosos. Pode-se assim afirmar que o desenvolvimento da
hotelaria se liga historicamente ao ato de viajar, conseqüentemente à existência de uma boa
rede de comunicações.
Segundo Ansarah (2001) com a descoberta de que o turismo poderia vir a ser grande
gerador de empregos e fator decisivo no desenvolvimento de regiões, a hotelaria, teve de se
adaptar às novas exigências do mercado para melhor atender a seus clientes, sendo que as
melhorias na prestação dos serviços são acompanhadas pela criação de novos serviços,
modernização de processos, informatização, profissionalização de pessoas, e pode-se dizer
que essa evolução é só o começo.
Com a criação da EMBRATUR em 1966, junto com a Fungetur (Fundo Geral de
Turismo), promove-se uma nova fase na hotelaria do Brasil, pois são órgãos que atuam
através de incentivos fiscais na implantação de hotéis.
28
Durante os anos de 60 e 70, vêm para o Brasil as redes hoteleiras internacionais,
trazendo uma nova orientação na oferta hoteleira, novos padrões de preços e serviços. (ABIH,
2007).
A história da Accor inicia em 1976, quando o grupo trouxe para o Brasil o Ticket
Restaurante, em pouco tempo sinônimo de sua categoria. No mesmo ano, foram instaladas a
GR, na área de restaurantes industriais, e o Novotel. Atende a 60.000 empresas-clientes e
cerca de 5 milhões de usuários, por meio de marcas líderes em seus segmentos (Sofitel, Ibis e
Formule 1, Ticket, Incentive House e GRSA). Entre suas empresas parceiras estão as
corporações mundiais Brascan, Espírito Santo, Compass, Club Méditerranée e Alexander
Forbes. A Accor está presente em 140 países com 168.000 colaboradores. É líder europeu e
um dos maiores grupos mundiais de viagens, turismo e serviços corporativos, com duas
grandes atividades internacionais: Accor Hotels - com mais de quatro mil hotéis (470 mil
apartamentos) em 92 países, além de cassinos, agências de viagens e restaurantes; a Accor
Services - voltada ao mercado corporativo, atende 21 milhões de pessoas em 35 países com
um vasto portfólio de serviços, que incluem soluções para a produtividade das empresas e o
bem-estar dos trabalhadores. (ABIH, 2007).
A primeira imagem de um hotel padrão cinco estrelas é formada por espaços luxuoso,
ricos em espelhos, cristais, tapetes e gente bem vestida circulando em meio a funcionários
impecáveis e gentis. Esta imagem é resultado de um conceito de hotel que nasceu com a
industrialização e com as estradas de ferro, que favoreceram as viagens de uma grande massa.
Hoje, a tendência mundial da segmentação hoteleira é a conseqüência relacionada aos
diferentes tipos de turismo e ao diferentes tipos de necessidade da clientela e ainda a
tendência da administração hoteleira que tem procurado identificar antecipadamente como
será o hóspede do futuro: quem é ele, do que gosta, o que deseja, ou seja, ter uma base do
perfil do cliente que irá atrair ou que deseja atrair a fim de superar as expectativas do mesmo.
3.2.2 Conceitos e Definições
Assim como a tendência do turismo é a segmentação a hotelaria acompanha o ritmo,
oferecendo diferentes tipos de hospedagem, essa tendência é recente já que de uma forma
geral “O hotel pode ser definido como sendo uma edificação que, mediante o pagamento de
diárias oferece alojamento à clientela indiscriminada” (CASTELLI, 992 p.52).
29
A definição francesa estabelece que “hotel de turismo é um estabelecimento comercial de alojamento classificado, que oferece habitações ou apartamentos mobiliados, em aluguel, seja a uma clientela de passagem ou em permanência, que se caracteriza por um aluguel, mas que não o constitui como domicílio”. A definição oficial brasileira de hotel é “um estabelecimento comercial de hospedagem, que oferece aposentos mobiliados, com banheiro privativo, para ocupação eminentemente temporária, oferecendo serviço completo de alimentação, além dos demais serviços inerentes à atividade hoteleira.
Entretanto mesmo com essas definições básicas além da segmentação um dos
principais objetivos da conquista do hóspede é a excelência no atendimento.
Segundo Serson (1999), a excelência em hotelaria está basicamente associada à
questão do serviço e da hospitalidade. Não adianta apresentar e demonstrar belas instalações
aliadas ao que há de mais moderno em termos de tecnologia, se o hotel não estiver
apresentando um bom nível de serviços.
Colaborando com esta idéia Petrocchi (2002) afirma que não importa a localização, a
proposta ou a dimensão do hotel, em qualquer empreendimento a qualidade nos serviços deve
prevalecer. Portanto, um pequeno hotel pode ter elevada qualidade ancorado na prestação de
serviços e hospitalidade, dentro de sua dimensão e proposta de produto, o que lhe
proporcionará o seu fortalecimento no mercado hoteleiro ao qual está inserido.
3.2.3 Tipologia
As empresas de turismo são classificadas de acordo com o tipo de serviço que prestam
e desse modo os hotéis fazem parte do grupo de hospedagem.
As empresas hoteleiras podem ser classificadas, quanto ao seu tamanho, em pequenas,
médias e grandes, de acordo com o tipo de apartamento, o número de leitos ou a receita anual.
Segundo o Conselho Nacional do Turismo pequeno empresa é aquela com receita bruta anual
média inferior a R$ 10.000 e média é aquela com receita bruta superior ao limite acima e
inferior a R$ 25.000. (EMBRATUR, 2007).
Segundo o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), os meios de hospedagem são classificados em: (H)HOTEL: Localização preferencialmente urbana, normalmente com vários pavimentos (partido arquitetônico vertical), oferece hospedagem e alguma estrutura para lazer e são locais turísticos, normalmente fora do centro urbano,negócios; (P) POUSADA é o do meio sua construção arquitetônica é horizontal; (HH) HOTEL HISTÓRICO urbano ou rural, em prédios, locais ou cidades históricas e por fim temos o (HL) é o que possui áreas, instalações, serviços e equipamentos HOTEL DE LAZER próprios para o lazer. Localizado em áreas rurais ou fora do centro urbano (aqui se incluem os empreendimentos denominados Resorts). (CASTELLI , 1984).
30
Quando a sua tipologia pode-se defini-la algumas como:
HOTÉIS EXECUTIVOS: Geralmente são empresas, atendendo suas necessidades nas
viagens de negócios, treinamentos e reuniões de seus executivos. Sua localização
normalmente é nos centros das cidades, próximos de aeroportos e rodoviárias, centro
comercial, que possa facilitar ao hóspede o local desejado.
LAZER ou SAÚDE: Hotéis voltados principalmente para as famílias, e a quem busca
diversão. Sua localização é em praias, campo, montanha, estância hidromineral, etc.
CASSINOS, SPA, RESORT, ETC: Finalidade-entretenimento, recuperar energia,
terapêutico.
Hotel Fazenda: Estabelecimento comercial de hospedagem situado em propriedades
rurais e/ou antigas fazendas, voltado a pratica de atividades recreacionais campestres e
contato com a natureza.
Essas classificações servem para assegurar ao cliente a qualidade dos serviços, o grau
de conforto e a oportunidade de escolha antecipada do tipo e categoria de serviço que deseja
consumir, assim como para as outras empresas do mesmo ramo uma posição com referencia
as outras empresas, desta forma incentivando a competitividade e a constante busca da
melhora dos serviços prestados sendo o cliente o principal beneficiado.
3.3 Educação
3.3.1 História da educação
Temos como primeiras informações sobre a história da educação do Brasil com a
chegada dos Jesuítas em 1549, eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a
religiosidade européia; trouxeram também os métodos pedagógicos que foram utilizados por
210 anos quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos
jesuítas por Marquês de Pombal.
Com a expulso dos jesuítas de Portugal e de suas colônias (28 de janeiro de 1759) seus colégios foram fechados e reformados, passando para controle da administração civil.Esse controlo pretendia imprimir um caráter moderno, de acordo com as novas necessidades burocráticas e voltado para a formação dos nobres. (NORONHA, 1998, p 45).
31
O sistema revolucionário que estava sendo aplicado no Brasil durou até o ano de 1808
quando a corte portuguesa voltou para Portugal, sendo que neste mesmo ano foi criada a
Academia Real da Marinha. A partir disto outras escolas de ensino especifico foram surgindo
pelo país.Entretanto como firma Noronha (apud RIBEIRO, 1989):
[...] seria bom ressaltar, em primeiro lugar, que a expressão” curso “não dá idéia precisa, uma vez que, em verdade, muitos correspondiam a aulas, como as de economia, anatomia etc. Em segundo lugar que, pelas condições imediatistas a que teve de se subordinar, quase que exclusivamente se condicionou o prosseguimento de tais estudos conforme duas tendências que,de determinado ponto de vista, foram prejudiciais ao seu pleno desenvolvimento. Tais são: organização isolada (não universitária) e preocupação básica profissionalizante.
Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras,
mas a vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para preparar
terreno para sua estadia no Brasil D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e
Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e sua iniciativa mais marcante em termos de
mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente "descoberto" e a
nossa história passou a ter uma complexidade maior.(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. 2007).
A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Basta ver que
enquanto nas colônias espanholas já existiam muitas universidades, sendo que em 1538 já
existia a Universidade de São Domingos e em 1551 a do México e a de Lima, a nossa
primeira Universidade só surgiu em 1934, em São Paulo. Por todo o Império, incluindo D.
João VI, D. Pedro I e D. Pedro II, pouco se fez pela educação brasileira e muitos reclamavam
de sua qualidade ruim. Com a Proclamação da República tentou-se várias reformas que
pudessem dar uma nova guinada, mas se observarmos bem, a educação brasileira não sofreu
uma processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos
de modelo. (DESVENDAR.COM, 2007).
A partir da proclamação da republica em 1889 adotou-se um modelo político
americano que se baseava no sistema presidencialista, onde pode-se perceber o influência da
filosofia positivista.(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. 2007).
No ano de 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e em 1931, o
governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades
brasileiras ainda inexistentes. Estes Decretos ficaram conhecidos como "Reforma Francisco
Campos". (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. 2007).
Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos
do ensino, dentre eles pode-se colocar os decretos lei e em conseqüência a valorização do
32
ensino profissionalizante. Neste mesmo período o ensino ficou dividido como sendo em cinco
anos de curso primário, quatro de curso ginasial e três de colegial, podendo ser na modalidade
clássico ou científico. O ensino colegial passou a ser ensino superior, focando-se assim para a
formação geral.
Com o Fim do Estado Novo na década que vai de 40 a 60, com a adoção de uma nova
Constituição na área da educação determina-se à obrigatoriedade no ensino primário.
Neste mesmo período o então Ministro Clemente Mariani cria uma comissão com o
objetivo de elaborar um anteprojeto de reforma geral da educação nacional. Esta comissão
dividiu-se em: uma para o Ensino Primário, uma para o Ensino Médio e outra para o Ensino
Superior. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. 2007).
Em 1962 é criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de
Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire.
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. 2007).
Ao fim do Regime Militar aos dias de hoje, o que se pode destacar na área da
educação, foi o trabalho do economista e Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo
no início de sua gestão, através de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de
Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, ligado ao Ministério da Educação e
Cultura. Esta mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político.Apesar de todo
esses processo, a educação brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da
qualidade. O que pode-se notar, por dados oferecidos pelo próprio Ministério da Educação, é
que os estudantes não aprendem o que as escolas se propõem a ensinar. Somente uma
avaliação realizada em 2002 mostrou que 59% dos estudantes que concluíam a 4ª série do
Ensino Fundamental não sabiam ler e escrever.
3.3.2 Níveis de Escolaridade
Atualmente os níveis de escolaridades podem ser divididos em três etapas, sendo a
terceira que compreendem os mais elevados níveis de graduação. (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO. 2007).
Convém lembrar que dentre todos os níveis de ensino apresentado o principal foco da
pesquisa em questão é o estudo do nível superior de graduação, especificamente relacionados
aos cursos formadores de bacharéis em Turismo e/ou Hotelaria, focados em Universidades da
Grande Florianópolis.
33
1 Ensino Fundamental: De 1 ª a 8ª serie.
2 Ensino Médio: de 1ª a 3ª serie
3 Ensino Superior:
• Tecnólogo
• Graduação;
• Licenciatura;
• Especialização;
• Mestrado;
• Pós Graduação;
• Doutorado e
• PHD.
3.3.3 Graduação
São cursos que preparam para uma carreira profissional podendo estar ou não
vinculado a conselhos específicos. São os mais tradicionais e conferem diploma com o grau
de Bacharel ou título específico (ex.: Bacharel em Física), Licenciado (ex.: Licenciado em
Letras), Tecnólogo (ex.: Tecnólogo em Hotelaria) ou título específico referente à profissão
(ex: Médico). O grau de Bacharel ou o título específico referente à profissão habilitam o
portador a exercer uma profissão de nível superior. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. 2007).
É possível obter o diploma de Bacharel cumprindo os currículos específicos de cada
uma destas modalidades, como é exigido pelo MEC.
3.3.4 Matriz Curricular
Como referência para a pesquisa que será apresentada foram analisadas as matrizes
curriculares das Instituições de Ensino Superior da Grande Florianópolis que oferecem a
titulação de bacharel.
Segundo o Ministério da Justiça, a definição de Matriz Curricular é:
34
O termo “matriz” suscita a possibilidade de um arranjo não linear de elementos que podem representar a combinação de diferentes variáveis. Isto significa que a Matriz Curricular Nacional expressa um conjunto de componentes a serem “combinados” na elaboração dos currículos específicos ao mesmo tempo em que oportuniza o respeito às diversidades regionais, sociais, econômicas, culturais e políticas existentes no país. Possibilitando ainda a utilização de referências nacionais que possam traduzir “pontos comuns” que caracterizem a formação em Direito do Consumidor pretendida nas diversas regiões brasileiras.
A estrutura curricular dos cursos de turismo foi evoluindo e se adaptando ao longo do
tempo. Em 29 de janeiro de 1971, a Resolução s/n do MEC que fixou o conteúdo mínimo do
curso e a duração do curso superior de turismo, definiu os seguintes parâmetros:
Art. 2º - O currículo do curso compreenderá no mínimo, as seguintes matérias e
atividades:
a) Matérias
Sociologia;
História do Brasil;
Geografia do Brasil;
História da Cultura;
Estudos Brasileiros;
Introdução à Administração;
Noções de Direito;
Técnica Publicitária;
Planejamento e Organização do Turismo.
b) Estágio em entidades oficiais e privadas de Turismo e/ou Hotelaria.
Art. 6º - A duração mínima do curso será de 1.600 horas, as quais serão integralizadas
em dois e no máximo quatro anos.
Art. 7º - Ao organizar o currículo pleno, a instituição responsável poderá desdobrar as
matérias do currículo mínimo e acrescentar disciplinas complementares. (MATIAS, 2002,
p.13)
Preocupada com estrutura dos currículos dos cursos de turismo e/ou hotelaria, a
Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR), em 1978, delegou à Escola de Comunicação
e Artes (ECA), a discussão sobre o tema. A finalidade da discussão sobre a estrutura
curricular era justamente de se ter um currículo pleno a ser disciplinado pelo MEC.
Grande parte dos cursos oferecidos à época compareceu ao seminário realizado sob a
coordenação do Professor Dr. Mario Carlos Beni. Dessa discussão surgiram duas vertentes: a
35
da ECA-USP, com uma linha mais filosófica e mais acadêmica do turismo e a da Anhembi
Morumbi, com uma estrutura mais voltada ao mercado. (ANSARAH, 2002).
Em 1981, criou-se uma Comissão de Currículos e Programas, em Porto Alegre,
durante o Encontro Nacional dos Bacharéis em Turismo (EMBRATUR, 2007), com o
objetivo de discutir a questão da estrutura dos cursos de turismo.
A partir das discussões realizadas, foi elaborada a proposta para um novo currículo
mínimo com habilitações que substituíssem o de 1971 e encaminhado ao Conselho Federal de
Educação. O currículo apresentado foi:
a) Matérias do Currículo Mínimo
Sociologia;
História;
Geografia;
Administração;
Direito;
Ciências e Técnicas da Comunicação;
Planejamento e Organização do Turismo;
Estatística;
Metodologia Científica;
Economia;
Psicologia;
Antropologia;
Contabilidade.
b) Habilitações
Administração de Empresas Turísticas;
Planejamento do Turismo;
Animação Turística.
c) Objetivo das Habilitações
Administração de Empresas Turísticas – formar profissionais para o exercício da
administração de Empresas Turísticas, quer públicas, quer privadas.
Planejamento do Turismo – formar profissionais para atuar em assessorias e para
elaborar o planejamento da atividade turística e de lazer em nível de macroplanejamento de
núcleos receptores e emissores urbanos e rurais.
36
Animação Turística – formar profissionais para atuar nas atividades de animação
ligadas ao lazer, recreação e turismo, dando ênfase aos agentes culturais e guias de turismo,
distintos daqueles formados em nível de 2º grau. (MATIAS, 2002, p.14).
A EMBRATUR, que havia sido criada pelo Decreto Lei número 55 de 18/11/1966,
tinha no período militar um importante papel no desenvolvimento turístico do país (DIAS,
2003, p.130), opinando em todas as ações referentes ao setor inclusive a educação, motivo
pelo qual também participou da avaliação do currículo proposto. Ao receber a proposta acima,
de currículo mínimo com habilitações decidiu ouvir empresários e profissionais da área antes
de opinar sobre o assunto. Após essa consulta, a EMBRATUR sugeriu algumas alterações
para que houvesse a adoção de um currículo com matérias básicas e profissionais. Por ser,
nesse momento, o indutor do desenvolvimento do turismo como citado anteriormente, a
(EMBRATUR, 2007) sugeriu um currículo mínimo, com forte apelo às disciplinas ligadas ao
desenvolvimento econômico, como mostrado a seguir:
a) Matérias Básicas
Matemática;
Estatística;
Contabilidade;
Teoria Econômica;
Metodologia Científica;
Planejamento e Organização do Turismo;
Legislação Aplicada;
Mercadologia;
Psicologia;
b) Habilitações Alternativas
1ª Opção – Hotelaria
Organização Hoteleira e Técnicas Operacionais;
Administração Hoteleira;
Administração Financeira e Orçamento;
Mercadologia Aplicada;
Prática – Estágio.
2ª Opção – Agenciamento e Transporte
Produção e Organização de Serviços Turísticos;
Administração Aplicada;
Administração Financeira e Orçamento;
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Mercadologia;
Prática – Estágio.
3ª Opção – Planejamento
Sociologia;
Organização de Turismo Interno e Externo;
Infra-estrutura Turística;
Equipamento Turístico;
Elaboração e Análise de Projetos;
Prática – Estágio. (MATIAS, 2002, p.15-6).
Para essa proposta, o curso teria duração mínima de quatro anos, para qualquer das
opções escolhidas e uma carga mínima de 2.700 horas. O Estágio teria duração de 10% da
carga horária total, ou seja, 270 horas.
Nos anos seguintes, novas discussões e novas propostas foram elaboradas, fomentadas
principalmente nos encontros dos bacharéis de turismo – ENBETUR anualmente, que trazia a
questão da estrutura curricular para esses eventos. Em 1995, a Associação Brasileira dos
Bacharéis em Turismo (ABBTUR) formulou um novo currículo mínimo, com matérias e
disciplinas diversificadas, partindo de um tronco comum:
Sociologia;
História do Brasil;
Geografia do Brasil;
História da Cultura;
Patrimônio Turístico;
Introdução à Administração;
Noções de Direito;
Técnicas Publicitárias;
Planejamento e Organização do Turismo.
Matérias ou disciplinas eletivas:
Psicologia;
Língua Estrangeira;
Economia;
Realidade Socioeconômica e Política Regional;
Teoria Geral de Sistemas e Métodos de Pesquisa em Turismo;
Filosofia;
Língua Portuguesa;
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Meio Ambiente;
Relações Humanas.
As ênfases sugeridas foram:
Agenciamento;
Alimentos e Bebidas;
Eventos;
Hotelaria e Meios de Hospedagem;
Lazer e Recreação;
Planejamento Turístico;
Transportes. (MATIAS, 2002, p.17-8).
Ainda em 1995, a Associação Brasileira de Dirigentes de Escolas de Turismo e/ou
Hotelaria (ABDETH) promoveu discussões com o objetivo de revisar e atualizar o currículo
mínimo de turismo. A ABBTUR e a ABDETH, promoveram em conjunto discussões em
nível nacional e, em 1996, encaminharam a proposta de novo currículo mínimo para a
Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação e Desporto (SESU – MEC). A
proposta apresentada tinha as seguintes características:
a) Carga horária mínima de 3.000 horas/aula.
b) O tempo de duração do curso será de quatro anos e no máximo de sete.
c) A distribuição da Estrutura Curricular será:
Formação Básica 25% (750 horas/aula)
Formação Profissional 45% (1.350 horas/aula)
Formação Complementar 20% (600 horas/aula)
Estágio 10% (300 horas/aula)
d) Matérias de Formação Básica:
Sociologia;
Geografia;
História;
Administração;
Economia;
Direito;
Estatística;
Metodologia Científica;
Psicologia.
Matérias de Formação Profissional:
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Planejamento e Organização do Turismo (POT);
Teoria Geral do Turismo (TGT);
Marketing;
Eventos;
Lazer;
Hospedagem;
Alimentos e Bebidas (A&B);
Agenciamento;
Transportes;
Informática;
Contabilidade;
Língua Estrangeira.
f) Matéria de Formação Complementar:
Antropologia;
Língua Portuguesa;
Matemática. (MATIAS, 2002, p.18-9).
Então, todos os cursos superiores eram avaliados pelo MEC por meio de “consultores
ad hoc, designados pela SESU, para avaliar in loco as condições institucionais e de oferta de
cursos superiores”. Os cursos de turismo e/ou hotelaria estavam subordinados à Comissão de
Especialistas de Administração, a qual não possuía nenhum representante da área de turismo.
Em 1996, a SESU – MEC, convidou pela primeira vez para integrar a CEA 13, um bacharel
em turismo, o Professor Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo, com o objetivo de permitir a
participação dos egressos dos cursos de turismo nas discussões sobre a educação em turismo
e/ou hotelaria e colaborar com isso, no período seguinte, principalmente de 1998 a 2000, a
discussão sobre a estrutura do curso de turismo se ampliou e outras propostas foram
elaboradas, inclusive as Propostas para as Novas Diretrizes Curriculares dos Cursos
Superiores de Turismo, em 1998. Nesse momento, a gestão da Comissão estava a cargo da
Professora Dra. Marília Ansarah.
No ano 2000 o turismo obteve uma vitória passando a ter uma Comissão de
Especialistas em Turismo, que revisou o Manual de Orientação para Avaliação “in loco” das
Condições de Autorização dos Cursos de Turismo e Hotelaria, gerando em 2001 o Manual de
Orientação para Avaliação “in loco” das Condições de Reconhecimento dos Cursos de
Turismo e/ou Hotelaria. Integraram essa comissão pioneira os Professores: Luiz Gonzaga
Godoi Trigo, Mirian Rejowski e Miguel Bahl, todos bacharéis em turismo.
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Em 2004, o Conselho Nacional de Educação (CNE) e a Câmara Especial de Educação
(CES) aprovaram por unanimidade o Parecer 329/2004, que estabelece a carga horária
mínima dos cursos de graduação, bacharelados na modalidade presencial. De acordo com esse
Parecer, a carga horária mínima do curso de turismo foi estabelecida em 2.400 horas, sendo o
Estágio e as Atividades Complementares Portaria nº 2.297, de 08 de novembro de 1999, que
dispõe sobre a constituição de comissões e procedimentos de avaliação e verificação de cursos
superiores.
A partir de todas as informações descritas, percebe-se que as discussões analise
estudos e descobertas relacionados a matriz curricular para os cursos de Turismo e/ou
hotelaria são de suma importância, já que o assunto é de interesse dos maiores e melhores
órgão de turismo do Brasil, assim como, o assunto é um tema muito discutido em grandes
eventos relacionados a área, e ainda conta com o apoio e participação de grandes nomes
relacionados ao turismo.
Mais uma vez, o que foi observado leva a crer que tanto estudiosos, governantes e
órgão responsáveis pelo turismo e/ ou hotelaria estão cientes da necessidade de uma
padronização dos conteúdos que devem ser oferecidos pelas IES. Em conseqüência disso
pode-se ainda concluir que a padronização ou a obrigatoriedade de determinados conteúdos a
segurará a formação de profissionais realmente instruídos sobre os principais assuntos ligados
ao turismo e/ou hotelaria.
3.3.4 Formação profissional
O conceito de formação profissional e sua aplicação prática variou através da história
na medida em que tanto o mercado trabalhista, como a tecnologia e as formas de organizar o
trabalho e a produção foram modificando. A Organização Internacional do Trabalho (OIT)
definiu-a já em 1939 como "a expressão que designa todos os modos de formação que
permitam adquirir ou desenvolver conhecimentos técnicos e profissionais, já se proporcione
esta formação na escola ou no lugar de trabalho" definição que se foi enriquecendo com o
passo do tempo até transformar-se num fator de importância ante a chegada de novas formas
de organizar e gerir a produção e o trabalho. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. 2007).
A formação profissional possui um componente didático, ao igual que outras formas
de educação, mas com uma ênfase mais marcada nos aspectos técnicos e tecnológicos. Tem
uma preocupação comparativamente maior do que outras formas de educação pelos vínculos
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entre conteúdos e métodos de dita formação por um lado, e as mudanças que se operam no
mundo da produção e o trabalho pelo outro.
Dessa forma percebe-se a importância da formação profissional, como fator
modificador do mercado de trabalho e na qualidade dos serviços prestados. Contudo sabe-se
que o diploma passa a não significar necessariamente uma garantia de emprego, mas ao
menos leva a crer que esta diretamente ligada à qualificação pessoal; as competências técnicas
deverão estar associadas à capacidade de decisão, de adaptação a novas situações.
Ruschmann, (1989) ressalta:
O profissional tem para si a responsabilidade de importantes parcela da “felicidade das pessoas”, portanto a satisfação do turista é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento ou atuação, as maiores oportunidades de sucesso serão dos profissionais conscientes dessa premissa.
A formação profissional é um aliado ao que o mercado diz ser o perfil do profissional
no ambiente empresarial aliado ao seu conhecimento obtido em um curso de graduação.
O profissional será valorizado na medida da sua habilidade para estabelecer relações e
de assumir liderança. Para Drucker (1997, p. 47) “os principais grupos sociais da sociedade do
conhecimento serão os trabalhadores do conhecimento”, pessoas estas que são capazes de
colocar conhecimentos para aumentar a produtividade e gerar inovação.
3.3.5 O mercado de trabalho e o profissional em turismo e/ou hotelaria
O mundo globalizado da sociedade do conhecimento trouxe mudanças significativas
ao mundo do trabalho, o trabalhador deverá ser um sujeito criativo, crítico e pensante,
preparado para agir e se adaptar as mudanças dessa sociedade mutante.
Tem-se que o profissional em Turismo e/ou Hotelaria busca qualificar-se para poder
oferecer ao mercado de trabalho mais do que o conhecimento obtido na universidade, mas sim
estar conectado com o perfil da atividade que irá desempenhar.
Ansarah (2002) define:
Para trabalhar no setor de turismo, é indispensável que o profissional queira servir, pois o sentido principal da profissão, é a prestação de serviços. Esta atividade envolve um cuidado especial com o turista, a fim de que este seja tratado com respeito, dignidade, cortesia e consideração. Para atender estes objetivo, é imperioso que o bacharel em turismo/hotelaria tenha aptidão para a atuação no mercado, incluindo: Disposição para a profissão, qualidades comportamentais e conhecimentos técnicos.
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Esta tentativa dos profissionais em turismo e/ou hotelaria de se encaixarem dentro do
perfil que o mercado exige para o profissional torna-se uma tarefa ainda mais complexa, em
comparação a profissionais de outras áreas. Como exemplo pode-se citar um estudante de
economia, onde a sua formação está diretamente ligada a área de exatas, enquanto o jovem de
turismo e/ou hotelaria se depara com um amplo mercado e uma diversidade de atividades que
ele pode vir a desempenhar inclusive num cargo de um economista. Assim, a universidade
possui a missão de refletir sobre sua essência, o ser humano, em sua totalidade. E a
Orientação educacional, por sua vez, auxilia o ser humano a desenvolver-se nas áreas pessoal,
acadêmica e vocacional. (SILVA, 1999, p. 197)
Isto mostra a relevância de que o acadêmico venha a conhecer as matrizes curriculares
da Faculdade dos cursos de Turismo e/ou hotelaria para que o mesmo não venha
posteriormente vir a se frustrar com o ensino que será lhe oferecido e em conseqüência entra
para o mercado de trabalho despreparado, desmotivado e sem expectativa de crescimento na
área.
Em contra partida espera-se que os profissionais que irão atuar na área de turismo e/
ou hotelaria saibam a necessidade de uma busca previa do que realmente ele poderá vir a ser
após obter a sua formação profissional e assumir as responsabilidades que o mercado de
trabalho exige atualmente.