os caminhos da pesquisa cientifica
TRANSCRIPT
Os Caminhos da Pesquisa Científica:Fundamentação, Produção e Difusão do
ConhecimentoJânio Jorge Vieira de Abreu
2
Os caminhos da pesquisa científica
3
UESPI/NEAD Letras Espanhol
UAB – UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASILUESPI – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍNEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIALICENCIATURA PLENA EM LETRAS ESPANHOL
UESPI2010
OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA:FUNDAMENTAÇÃO, PRODUÇÃO E DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO
Jânio Jorge Vieira de Abreu
4
Os caminhos da pesquisa científica
Abreu, Jânio Jorge Vieira de Os caminhos da pesquisa científica: fundamentação,produção e difusão do conhecimento / Jânio Jorge Vieira Abreu– Teresina: UAB/UESPI, 2010. 55f.
120p. (Especialização em Gestão Pública)
ISBN: 978-85-61946-12-8
1. Especialização em Gestão Pública - ensino. I. Título.
CDD: 460.7
A162c
5
UESPI/NEAD Letras Espanhol
Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva
Vice-presidente da RepúblicaJosé Alencar Gomes da Silva
Ministro da EducaçãoFernando Haddad
Secretário de Educação a DistânciaCarlos Eduardo Bielschowsky
Diretor de Educação a Distância CAPES/MECCelso José da Costa
Governador do PiauíWilson Nunes Martins
Secretária Estadual de Educação e Cultura do PiauíMaria Pereira da Silva Xavier
Reitor da UESPI – Universidade Estadual do PiauíProf. Carlos Alberto Pereira da Silva
Vice-reitor da UESPIProf. Nouga Cardoso Batista
Pró-reitor de Ensino de Graduação – PREGProf. Manoel Jesus Memória
Coordenadora da UAB-UESPIProf. Bárbara Olímpia Ramos de Melo
Coordenador Adjunto da UAB-UESPIProf. Marivaldo de Oliveira Mendes
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação – PROPProf. Isânio Vasconcelos de Mesquita
Pró-reitora de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários – PREXProf. Francisca Lúcia de Lima
Pró-reitor de Administração e Recursos Humanos – PRADProf. Acelino Vieira de Oliveira
Pró-reitor de Planejamento e Finanças – PROPLANProf. Raimundo da Paz Sobrinho
Coordenador do curso de Licenciatura Plena em Letras Espanhol – EADProf. Omar Mário Albornoz
6
Os caminhos da pesquisa científica
EdiçãoUAB - FNDE - CAPESUESPI/NEAD
Diretora do NEADProfª. Dra. Bárbara Olímpia Ramos de Melo
Coordenador AdjuntoProf. M.Sc. Raimundo Isídio de Sousa
Coordenadora do Curso de LicenciaturaPlena em Letras – EspanholProf. Esp. Omar Mario Albornoz
Coordenador de T utoriaProf. Esp. Omar Mario Albornoz
Coordenação de Produção de MaterialDidáticoProf. Esp. Marivaldo de Oliveira Mendes
Autores do FascículoProfº M. Sc Jânio Jorge Vieira de Abreu
Material para fins educacionais
Distribuição gratuita aos cursistas UAB/UESPI
UAB/UESPI/NEAD
Campus Poeta Torquato Neto (Pirajá),
NEAD, Rua João Cabral, 2231, bairro
Pirajá, Teresina (PI). CEP: 64002-150,
Telefones:
(86) 3213-5471, 3213-7398
(ramal 294).
http://ead.uespi.br
E-mails:
RevisãoProfª. M.Sc. Teresinha de Jesus FerreiraProfª. M.Sc. leonildes Pessoa Facundes
Editoração EletrônicaGiselle da Silva CastroProf. Esp. Roberto Denes Quaresma Rêgo
7
UESPI/NEAD Letras Espanhol
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 09
UNIDADE 1
1 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA: ASPECTOS
CONCEITUAIS ................................................................................................ 15
1.1 CIÊNCIA: ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS .................... 24
1.2 ATIVIDADES ............................................................................................... 29
UNIDADE 2
2 EPISTEMOLOGIA DA PESQUISA E DO TRABALHO CIENTÍFICO .... 35
2.1 PESQUISA CIENTÍFICA.............................................................................. 35
2.2 PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITUAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO,
CLASSIFICAÇÃO E METODOLOGIA................................................................................................39
2.3 CLASSIFICAÇÃO / TIPOS DE PESQUISA................................................. 43
2.4 CARACTERIZAÇÃO E FORMA DE ABORDAGEM QUALITATIVA NA
PESQUISA SOCIAL ......................................................................................... 45
2.5 ROTEIRO DE ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE
PESQUISA ....................................................................................................... 53
2.6 ATIVIDADES ............................................................................................... 59
UNIDADE 3
3 O COMPORTAMENTO DO PESQUISADOR NO CAMPO DE PESQUISA . 63
3.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS..........................................................63
3.2. A ANÁLISE DE DADOS NA PRODUÇÃO DA MONOGRAFIA ................... 71
3.3 ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE UMA MONOGRAFIA EM DOIS OU TRÊS
CAPÍTULOS ..................................................................................................... 74
3.4 ATIVIDADES .............................................................................................. 85
8
Os caminhos da pesquisa científica
UNIDADE 4
4 A ORIENTAÇÃO DA ABNT PARA REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO GRÁFICA
DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO..... ........................................ 87
4.1 ELEMENTOS QUE COMPÕEM A ESTRUTURA DE UMA MONOGRAFIA...90
4.2 ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO ORAL DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO
CURSO ....................................................................................................... ....104
4.3 FICHA DE AVALIAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA.............................. 107
4.4 ATIVIDADES ............................................................................................ 109
CONCLUSÕES REFLEXIVAS ........................................................................111
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 113
9
UESPI/NEAD Letras Espanhol
APRESENTAÇÃO
Neste início de milênio, ampliou-se ainda mais o papel da
pesquisa para a solução dos problemas da gestão pública, para o
desenvolvimento das pessoas e das comunidades nacionais e
internacionais. A ciência celebra importantes descobertas e
avanços tecnológicos, definindo novas exigências para a vida em
sociedade. Mas, apesar de todos os esforços, os progressos
científicos da humanidade ainda não explicam o fenômeno das
epidemias mundiais, regionais, da exclusão social, do desemprego
crescente, a interdependência e desequilíbrio entre nações,
regiões, povos, enfim, a diversidade de problemas sociais do
mundo moderno.
Nos últimos anos, a gestão pública tem sido pauta das
importantes discussões mundiais, as culturas regionais transpõem
barreiras e se expressam para o mundo, a economia se globaliza,
aumentam os fóruns políticos internacionais, reorienta-se a gestão
do serviço público, a humanidade está mais consciente, mas nosso
planeta está ameaçado pela degradação acelerada do meio
ambiente e pela utilização irracional dos recursos naturais. É
necessário haver conciliação entre progresso material e eqüidade,
entre as relações internacionais e diversidades culturais, entre
respeito à condição humana e à natureza. Necessitamos reeducar
a vida em nosso planeta e a gestão pública assume cada vez mais
um papel fundamental.
Na sociedade brasileira, vivemos um momento de rápidas
transformações sociais, econômicas, tecnológicas e políticas ao
mesmo tempo em que as mudanças e os resultados na gestão
dos serviços públicos ainda transcorrem lentamente. No Brasil, há
uma economia que surpreendentemente se moderniza, mas só aos
10
Os caminhos da pesquisa científica
poucos, o país alcança a independência, pois ainda importa muitas
tecnologias, ainda possui um desenvolvimento cultural inibido por
não oferecer um sistema educacional e de formação gestora capaz
de fortalecê-la para o desenvolvimento auto-sustentável. Ao lado
deste progresso diferenças sociais, o ritmo de trabalho, a má
alimentação, o stress etc. e a emergência dos problemas da
sociedade contemporânea constituem um campo fértil para as
ciências da saúde, uma problemática de estudo para os cursos de
gestão pública, nos quais, não só os profissionais da área, mas
também bacharelados e bacharelandos em geral, no campo de
trabalho – a saúde pública- não encontram sempre apenas novos
horizontes, mas também velhos e grandes desafios.
No mundo onde o conhecimento tornou-se elemento de
primeira importância, inclusive, como condição para a inclusão
social e como conquista da cidadania, integramos uma estrutura
social contraditória, que ainda elitiza culturalmente uma minoria e
nega o saber e a saúde pública de qualidade à maioria. Assim,
socializar o saber é de nossa competência, dever e função social
para estender e compartilhar um patrimônio que pertence a todo o
conjunto da sociedade.
Respeitadas as limitações e dificuldades estruturais pelas
quais atravessa a universidade pública no Brasil, este livro procura
contribuir para os cursos de especialização em Gestão Pública, a
partir da identificação de problemas e investigação de fenômenos
em saúde, para encontrar respostas, e, sobretudo, desmitificar a
pesquisa acadêmica e a extensão universitária no campo da gestão
pública em saúde acreditando que a atitude de pesquisa propicia
aos alunos e professores promoverem para si e para a comunidade
em geral o ideal de ser sujeito na história e na realidade a que se
propõe conhecer, pois busca a superação das condições atuais
11
UESPI/NEAD Letras Espanhol
de reprodução do conhecimento.
Neste sentido, apresentamos um texto estruturado em
quatro unidades através dos quais, procuramos sistematizar, entre
outros aspectos: os conceitos básicos dos diversos tipos de
conhecimento; os procedimentos teórico-metodológicos do
conhecimento científico; a metodologia de estudo e de investigação
científica, incluindo desde os conceitos fundamentais das principais
correntes do pensamento contemporâneo que influenciam a prática
investigativa, a classificação e caracterização dos tipos de
pesquisa até a conceituação de métodos, técnicas, instrumentais
e os procedimentos teórico-práticos no campo da pesquisa.
Além disso, o texto traz os passos para produção de uma
monografia de conclusão de curso incluindo a aplicação das normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT para o
trabalho científico. O objetivo do texto é mostrar as possibilidades
de desenvolvimento da pesquisa através de uma caminhada
simples, porém ininterrupta, prazerosa e resistente para uma vida
acadêmica necessariamente investigativa.
Profº MSc Jânio Jorge V ieira de Abreu
12
Os caminhos da pesquisa científica
13
UESPI/NEAD Letras Espanhol
UNIDADE 1MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA
CIENTÍFICA
OBJETIVO
• Possibilitar ao aluno a compreensão dos conceitos e categorias básicas do
conhecimento científico e de outros tipos ou formas de conhecimento
caracterizando, sobretudo, a tipologia do saber científico.
14
Os caminhos da pesquisa científica
15
UESPI/NEAD Letras Espanhol
1 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA
1.1 ASPECTOS CONCEITUAIS
Um dos principais problemas para alunos e professores
se inserirem no processo sistemático e contínuo da investigação
científica e extensão dos resultados é a falta de orientação
adequada e oportuna a partir dos primeiros momentos da vida
escolar. Isto faz com que a comunidade acadêmica crie resistência
e até indisposição para a iniciação cientifica e continuidade na
prática investigativa. Além disso, muitos pesquisadores (FREIRE,
1998); (GIL, 2002); (MINAYO, 1994); (SEVERINO, 2002);
(TRIVIÑOS, 1987) entre outros, defendem que o pesquisador, por
coerência, por disciplina, deve ligar a apropriação de qualquer ideia
à sua concepção de mundo, em primeiro lugar, e, em seguida,
inserir essa noção no quadro teórico específico que lhe serve de
apoio para o estudo dos fenômenos sociais. E esta é uma
habilidade que não se adquire em pequenas e isoladas
experiências na academia. Exige um processo de escolarização
para a pesquisa.
A indisciplina a que me refiro é definida por Triviños (1987,
p. 15) como sendo:
[...] ausência de coerência entre os suportes teóricosque, presumivelmente, nos orientam e a prática socialque realizamos. Confusamente nos movimentamosdominados por um ecletismo que revela, ao contráriodo que se pretende, nossa informação indisciplinadae nossa fraqueza intelectual. [...] A mistura decorrentes de pensamento, as citações avulsas forade contexto etc., não só desse tipo de criatividadeintelectual mencionados, mas também, de textos quecirculam nos meios pedagógicos etc., são facilmentedetectáveis por quem costuma trabalhar dentro doslimites de uma linha definida de ideias.
16
Os caminhos da pesquisa científica
Neste sentido, o pesquisador, por coerência, por disciplina,
deve ligar a apropriação de qualquer ideia à sua concepção de
mundo, em primeiro lugar, e, em seguida, inserir essa noção no
quadro teórico específico que lhe serve de apoio para o estudo
dos fenômenos educacionais e/ou sociais.
As razões que explicam esta falta de disciplina em na
organização do pensamento, na prática de pesquisa ou de
investigação que poderia resultar numa produção científica sólida,
é de natureza múltipla, mas podemos citar exemplos fundamentais.
Primeiramente ela é de natureza histórica e se manifesta de
diversas maneiras. Triviños (1987) e Severino (2002) denunciam o
limitado desenvolvimento do espírito crítico fruto de uma estrada
estreita e única no estudo do pensamento científico.
A segunda razão se deve à constatação da carência da
prática investigativa e da confusão, mistura ou ecletismo que guia
a maioria das experiências de pesquisas por nós observadas.
Estas experiências constituem num conjunto de ideias sem a amarra
de conceitos centrais orientadores. Alem disso, nossas
universidades são carentes, em muitos casos, até mesmo deste
nível de prática na produção de conhecimentos.
Um terceiro aspecto que, inclusive, é inquietação de
autores de outros campos de conhecimento além da metodologia
da pesquisa científica, é a dependência cultural em que vivemos
historicamente cuja condição é limitada a um único centro
propagador. É uma cultura que nos torna obrigados a sobrevivência
intelectual através de um modelo de ciência cuja técnica é
submetida a uma força maior – o modelo econômico.
Outro fator determinante no problema da produção
científica nas academias está relacionado à formação literária dos
estudantes que não praticaram a produção de textos desde os
17
UESPI/NEAD Letras Espanhol
primeiros anos escolares. As dificuldades de compreensão dos
livros-textos impossibilitam aos alunos e até professores o exercício
da pesquisa e da produção de relatórios ou monografias,
dissertações e teses. Estes e outros fatores têm resultado numa
legião de pseudo-cientistas que se caracterizam como inábeis,
resistentes e indispostos à investigação científica.
Qual é a consequência desta realidade das academias
de ciências humana, sociais etc.? Alunos e professores estudam
apreendendo conteúdos hierarquizados através de conceitos
isolados tornando-os alheios à realidade social.
Para nós professores a situação é bastante grave. É
necessário que tenhamos clareza na busca, na criação e,
sobretudo, na exposição do que, muitas vezes consideramos
“verdades”, as nossas e a de outros estudiosos. Elas nem sempre
são verdadeiramente nossas e, podem estar mais distantes ainda
das verdades dos nossos alunos. Se, como Paulo Freire nos alerta
“não devemos estar demasiadamente certo das nossas certezas”,
na formação acadêmica frágil que temos reinará muito mais ainda
a dúvida das verdades científicas que produzimos. Elas dificilmente
correspondem aos interesses majoritários da comunidade
acadêmica. Neste sentido faz-se necessário a compreensão do
que vem a ser o conhecimento, sua tipografia, a forma como o
produzimos, sobretudo o conhecimento científico.
O que vem a ser conhecimento? Para Ana Maria Garcia
(apud HÜHNE, 2002) se buscamos a palavra francesa
connaissance, podemos observar que conhecimento significa
nascer (naissance) com, sendo que os seres humanos se
distinguem dos outros seres exatamente pela capacidade de
conhecer. Diferentemente dos outros animais, os humanos são os
únicos seres que possuem razão, capacidade de raciocinar, e ir
18
Os caminhos da pesquisa científica
além da realidade imediata; são os seres que superam a
animalidade com a racionalidade. Assim, os humanos ao entrarem
em contato com a realidade imediatamente apreendem essa
realidade em relação ao seu eu, à sua cultura, à sua história. Os
homens interpretam a realidade e se mostram nesta interpretação.
Aí, eles dizem da realidade e dizem de si mesmo. E quando dizem
eles nascem como seres pensantes juntamente com aquilo que
eles pensam e conhecem. E nessa relação se estrutura o
conhecimento humano. À medida que esse processo, que é
histórico, desenvolve-se, os homens se afirmam à parte dos outros
animais e seres. E, assim, os homens se conhecem e se elaboram.
Desse modo, o conhecimento é uma forma de estar no mundo. E o
processo do conhecimento mostra aos homens que eles jamais
são alguma coisa pronta, mas, estão sempre nascendo de novo,
quando têm a coragem de se mostrarem abertos diante da
realidade.
Isso nos mostra que o conhecimento é algo inerente à
existência humana e em qualquer organização social existem
possibilidades de conhecer ou maneiras de produzi-lo, pois ele é
produzido a partir da atividade social. Não existe produção “inata”
ou “natural”, toda ela depende da articulação “artificial”, de inúmeros
fatores e relações concretas.
O ser humano, como qualquer vivente, necessita adaptar-
se ao meio para garantir a sua sobrevivência. Para isso precisa
satisfazer desde as suas necessidades básicas (alimentação,
procriação) até as necessidades criadas pela convivência com os
outros. O homem deve então atuar para dominar e intervir na
natureza e em sua relação com os outros homens. Dominar e intervir
significa saber que pode fazer, isto é, significa “produzir”
conhecimentos. A produção de conhecimentos se dá desde as
19
UESPI/NEAD Letras Espanhol
relações mais simples e empíricas do homem com a natureza e
com o social até suas atividades e práticas mais complexas. Ela é
uma dimensão da produção real dos homens na história. Nesse
sentido, corresponde à aquisição de consciência.
Mas o que vem a ser, em síntese, a consciência? Para
Dirce Eleonora Nigro Solis (apud HÜHNE, 2002) é o atributo do
ser consciente, que no nível das ideias significa um conjunto
estruturado de conceitos que tem por finalidade dá conta da
totalidade do real. A consciência representa abstrata e
sinteticamente, no nível de ideias, a realidade concreta. A
consciência distingue-se, portanto, da realidade, ou melhor, está
situada num outro nível que o do real, sendo, antes, seu produto.
Desta forma, os homens existem em condições reais determinadas
e, então, pensam.
Neste sentido, o ser humano em uma determinada
realidade, desde a mais simples à mais complexa forma de vida
social elabora conceitos a partir de sua forma concreta de vida, o
que nos faz, enquanto seres humanos, apresentar diversas formas
de conhecer e interpretar a realidade.
1.1.1 Tipos de conhecimento
É importante salientar que o saber não se adquire por
compartimentos estanques, conforme uma rígida ordem de
sucessão. Se é lícito admitir que a evolução da sociedade humana
determina mudanças na tipologia do saber, tal transformação deve
ser vista em termos de predominância de um modo sobre outro,
nunca como exclusividade. Assim, apenas de forma geral podemos
dizer que a Era Antiga se caracterizou pelo predomínio do saber
mítico e artístico, enquanto a Era Moderna aprimorou o
20
Os caminhos da pesquisa científica
conhecimento filosófico e científico (SALVATORE D’ ONOFRIO,
2000).
Assim, podemos apresentar diversas formas ou tipos de
conhecimento que expressam como os seres humanos em
diferentes sociedades e em períodos históricos diversos
interpretaram a sua realidade.
1.1.1.1 Conhecimento mítico
O conhecimento mítico se manifesta através de uma
narrativa de significação simbólica, geralmente ligada à
cosmologia e relativa a deuses encarnadores das forças da
natureza e/ou de aspectos da condição humana; é representação
de fatos ou personagens reais, exagerados pela imaginação
popular, pela tradição, etc. Ideia falsa correspondente na realidade;
imagem simplificada, não raro ilusória, da pessoa ou de
acontecimento, elaborada ou aceita pelos grupos humanos, e que
tem significativo papel em seu comportamento; coisa inacreditável;
irreal, utopia;
O homem, desde que descobriu sua faculdade cognitiva,
buscou uma resposta para suas dúvidas existenciais, querendo
saber sobre a origem do universo e de si próprio, sobre o porquê
do sofrimento e da morte. A religiosidade é um exemplo de
manifestação do conhecimento mítico. Considerando a palavra
religião em seu significado etmológico, implica a crença de uma
“ligação” entre o mundo natural, visível e um pressuposto mundo
sobrenatural, invisível. É muito difícil encontrar um agrupamento
humano, primitivo ou civilizado, que não acredite numa força
misteriosa, considerada criadora do universo, a que se deve prestar
culto. O tipo de religião varia conforme as sociedades e as épocas.
21
UESPI/NEAD Letras Espanhol
Politeísmo, Monoteísmo e Panteísmo são os macrogêneros que
agrupam uma infinidade de crenças.
1.1.1.2 Conhecimento empírico
Do grego empeirikós, o conhecimento empírico é o tipo
de conhecimento proveniente apenas da experiência do dia-a-dia,
da observação dos fenômenos da natureza, das sensações que o
contato com o mundo exterior estimula em nós. Originário do senso
comum constitui um conjunto de opiniões tão geralmente aceitas
em época determinada que as opiniões contrárias aparecem como
aberrações individuais.
1.1.1.3 Conhecimento filosófico
Para D’ Onofrio (2000) o conhecimento filosófico origina-
se do grego Philo (amante) e Sophia (sabedoria), a filosofia tenta
suplantar o princípio da autoridade, sustentáculo próprio do saber
teológico, pela razão ou pensamento reflexivo. Filósofo, portanto,
conforme o sentido etmológico é o homem que ama o saber no
sentido geral, aquele que procura respostas para os
questionamentos fundamentais da existência, não por meio da
crença numa revelação transcendental, mas mediante o raciocínio
lógico.
De onde se originou o cosmos? Existe outra vidaapós a morte? Matéria e espírito são inseparáveis?Além da aparência, existe uma essência das coisas?O que é a consciência, a razão, a verdade? Qual é ofundamento do sentimento ético? A felicidade resideno exercício do livre arbítrio, satisfazendo os instintosindividuais, ou na observância dos preceitos sociais?(D’ ONOFRIO, 2000, P. 14).
22
Os caminhos da pesquisa científica
O conhecimento filosófico é o estudo realizado com a
intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade,
no sentido de apreendê-la na sua inteireza, é a razão, a sabedoria.
1.1.1.4 Conhecimento artístico
A arte é uma forma de conhecimento da realidade, como
a Filosofia e todas as ciências. Admirar um tempo ou um quadro,
ler um poema ou um romance, assistir um filme ou uma peça teatral,
ouvir uma sinfonia ou uma canção, tudo isso importa em captar
uma parcela de sentido do mundo que cada obra de arte tem dentro
de si. Alcançar um saber é a finalidade primordial de qualquer
atividade humana.
O que diferencia a aprendizagem científica da artística é
apenas o meio utilizado: enquanto os vários tipos de conhecimento
científico (matemático, físico, químico, biológico etc.) se servem
da observação e da comprovação, as várias formas de artes
(literatura, pintura, cinema, teatro, etc.) têm como meio de
expressão a fantasia, a imaginação. O que irmana todas as artes
é o recurso à ficção. Ficcional, cognato de fictício, pode significar
inexistente, falso, mentiroso, além de imaginário, fantasioso. A arte
seria, portanto, uma bela mentira, tanto que Fernando Pessoa,
usando a figura do paradoxo, peculiar de seu estilo, chama o poeta
de “fingidor” no poema “Autopsicografia” de seu cancioneiro.
1.1.1.5 Conhecimento científico
Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos sobre
um determinado objeto, em especial obtidos mediante a
observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Consiste
na soma de conhecimentos práticos que servem a um determinado
23
UESPI/NEAD Letras Espanhol
fim. Processo pelo qual o ser humano se relaciona com a natureza
visando dominá-la em seu benefício
O étimo latino scientia (ciência, saber) deu origem a vários
cognatos na língua portuguesa: ciente, discente, docente, cientista,
científico, cientificar, cientismo. Num sentido amplo, portanto, a
palavra ciência diz respeito a qualquer tipo de saber. Por isso,
falamos de ciências físicas, biológicas, humanas, sociais etc. Na
Antiguidade Greco-romana não havia muita distinção entre as várias
atividades do espírito: era chamado de “sábio” aquele que sabia
das coisas. Assim, por exemplo, Aristóteles, além de tratar de
filosofia, escreveu obras sobre poética, estética, ética, política,
retórica, física, astronomia, zoologia. Ainda na Renascença, é
encontrável o homem com um saber enciclopédico. Haja vista
Leonardo da Vinci (1452-1519) que, além do artista imortal da
cultura, foi também poeta, arquiteto, escultor, engenheiro,
cartográfico, geólogo, botânico, físico, tendo inventado maquinarias
que o tornaram precursor da aviação, da hidráulica, da óptica, da
acústica.
Num sentido estrito, o termo científico relaciona-se ao
estudo da natureza física, visando à compreensão de seus
fenômenos, a sua classificação e à denominação dela por parte
do homem e em seu benefício, usando métodos rigorosos de
investigação. O conhecimento científico pretende suplantar, quer o
princípio da autoridade, próprio do saber religioso, quer o
pensamento abstrato que se serve apenas da razão, peculiar do
saber filosófico, na tentativa de alcançar a distinção entre o
verdadeiro e o falso por meio de uma comprovação irrefutável.
24
Os caminhos da pesquisa científica
1.2 CIÊNCIA: ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS
Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos sobre
um determinado objeto, em especial obtidos mediante a
observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Soma
de conhecimentos práticos que servem a um determinado fim.
Processo pelo qual o ser humano se relaciona com a natureza
visando dominá-la em seu benefício
No entanto, o saber científico não se constitui em verdade
absoluta. Como explica Hilton Japiassu (2006, apud HÜHNE, 2002,
p. 32):
do ponto de vista epistemológico, nenhum ramo dosaber possui a verdade. Esta não se deixa aprisionarpor nenhuma construção intelectual. Uma verdadepossuída não passa de um mito, de uma ilusão oude um saber mumificado. Face à verdade, devemospadecer de profunda insegurança. É preciso quemorra a ilusão do porto seguro. [...] Ao invés devivermos das evidências e das teorias certas, comose fôssemos proprietários da verdade, precisamosviver de aproximações da certeza e da verdade.Porque somos seus pesquisadores e não seusdefensores. A este respeito torna-se imprescindíveluma opção crítica. Esta só pode surgir da incertezadas teorias estudadas. [...] Aqui se trata apenas derevelar os limites do conhecimento, nunca de negarsua possibilidade.
Assim, apresentamos diversos conceitos de ciência no
sentido de aprofundar mais sobre o que significa a verdade científica
tendo em vista que cada concepção está relacionada à uma corrente
do conhecimento científico
Marconi e Lakatos (2010) apresentam diversos conceitos
de ciência que contribuem para compreender como se constitui
este campo de conhecimento na visão de outros pesquisadores.
25
UESPI/NEAD Letras Espanhol
As autoras acima referidas apresentam alguns conceitos
semelhantes, mas mostram divergências entre outros. Um exemplo
de concepções divergentes por elas apresentada é a seguinte
“ciência é a atividade que se propõe a demonstrar a verdade dos
fatos experimentais e suas aplicações práticas” em relação a
afirmação de que a ciência “caracteriza-se pelo conhecimento
racional, sistemático, exato, verificável e, por conseguinte, falível”.
Considerando o termo “falível” apresentado neste último conceito
pode-se afirmar a divergência em relação à “verdade dos tatos”
no primeiro conceito. No entanto, a maioria dos conceitos
apresentados, não só neste manual, mas em outros estudos de
metodologia do trabalho científico apresentam significados
semelhantes, como exemplo dos que são apresentados a seguir
pelas autoras acima citadas:
Conhecimento sistemático dos fenômenos danatureza e das leis que o regem, obtido pelainvestigação, pelo raciocínio e pela experimentaçãointensiva; Conjunto de enunciados lógica ededutivamente justificados por outros enunciados;Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais,metodicamente demonstradas e relacionadas comobjeto determinado; Corpo de conhecimentosconsistindo em percepções, experiências, fatoscertos e seguros. Estudo de problemas solúveis,mediante método científico. Forma sistematicamenteorganizada de pensamento objetivo (p. 21)
Consideramos mais precisa a definição de que “a ciência
é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao
sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser
submetido à verificação” (TRUJILLO 1974, p. 8 apud MARCONI &
LAKATOS, 2010, P. 21).
Um conceito mais abrangente e que integraria
divergências e convergências teóricas sobre a ciência seria o de
26
Os caminhos da pesquisa científica
que “a ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos
ou prováveis, obtidos metodicamente sistematizados e verificáveis,
que fazem referência a objetos de uma mesma natureza” (ANDER-
EGG, 1975, p. 15 apud MARCONI & LAKATOS, 2010, P. 21)
Para facilitar a compreensão de tais conceitos
apresentamos a explicação de algumas das categorias principais
que compõem cada um deles:
Conhecimento racional – que tem exigências demétodo e está constituído por uma série de elementosbásicos, tais como sistema conceitual, hipóteses,definições; diferencia-se das sensações ou imagensque se refletem em um estado de ânimo, como oconhecimento poético, e da compreensão. Certo ouprovável – já que não se pode atribuir à ciência acerteza indiscutível de todo o saber que a compõe.Ao lado dos conhecimentos certos, é grande aquantidade dos prováveis. Antes de tudo, toda leiindutiva é meramente provável, por mais elevada queseja sua probabilidade; Obtidos medodicamente –pois não se os adquire ao acaso ou na vida cotidiana,mais mediante regras lógicas e procedimentostécnicos; Sistematizadores – não se trata deconhecimentos dispersos e desconexos, mas de umsaber ordenado logicamente, constituindo um sistemade ideias (teoria); Verificáveis – Pelo fato de que asafirmações que não podem ser comprovadas ou quenão passam pelo exame de experiência, não fazemparte do âmbito da ciência, que necessita, paraincorporá-las, de afirmações comprovadas pelaobservação; Relativos a objetos de uma mesmanatureza – objetos pertencentes a determinadarealidade, que guardam entre si certos caracteres dehomogeneidade.
Qualquer definição de ciência é conseqüência de um
modelo de produção do conhecimento científico. Neste sentido os
conceitos estão relacionados ao método que significa o modo como
se faz ciência. Para isso é necessário apresentar o conceito de
método científico, pois é o método que ajuda a compreender o
27
UESPI/NEAD Letras Espanhol
processo de investigação. Para Hegenberg, (1976:II, p. 115)
“método é o caminho pelo qual se chega a determinado resultado,
ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de
modo refletido e deliberado. Marconi e Lakatos (2010) ressaltam
que método é uma forma de selecionar técnicas, forma de avaliar
alternativas para ação científica... Assim, enquanto as técnicas
utilizadas por um cientista são frutos de suas decisões, o modo
pelo qual tais decisões são tomadas depende de suas regras de
decisão. Métodos são regras de escolhas; técnicas são as próprias
escolhas.
Reserva-se a palavra método para significar o traçado
das etapas fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra técnica
significa os diversos procedimentos ou a utilização de diversos
recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas
etapas do método. Diríamos que a técnica é a instrumentação
específica da ação, e que o método é mais geral, mais amplo,
menos específico. Por isso, dentro das linhas gerais e estáveis do
método, as técnicas variam muito e se alteram e progridem de
acordo com o progresso tecnológico, naturalmente. Como já foi
explicitado, não há modelo de ciência, e conseqüentemente de
método científico pronto e acabado, pois depende da concepção
ou da corrente de pensamento. Grande parte das experiências de
pesquisa são provenientes ou influenciadas pelo método dedutivo
e método indutivo.
Os aspectos relevantes dos métodos indutivo e dedutivo
são divergentes: o primeiro, parte da observação de alguns
fenômenos de determinada classe para “todos” daquela mesma
classe, ao passo que o segundo parte de generalizações aceitas,
do todo, de leis abrangentes, para casos concretos, partes da
classe que já se encontram na generalização.
28
Os caminhos da pesquisa científica
Método dedutivo significa que “o pensamento é dedutivo
quando, a partir de enunciados mais gerais dispostos
ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega-se a uma
conclusão particular ou menos geral”. Já o método indutivo “é um
processo de raciocínio inverso ao processo dedutivo. Enquanto a
dedução parte de enunciados mais gerais para chegar a conclusão
particular ou menos geral, a indução caminha do registro de fatos
singulares ou menos gerais para chegar a conclusão desdobrada
ou ampliada em enunciado mais geral” (RUIZ, 2008, p. 138-139).
Assim, temos duas escolas em confronto: empirismo
versus racionalismo. As duas admitem a possibilidade de alcançar
a verdade manifesta, só que as fontes do conhecimento, os pontos
de partida de uma e de outra escola são opostos: para o empirismo,
são os sentidos, a verdade da natureza, livro aberto em que todos
podem ler; para o racionalismo, a veracidade de Deus que não
pode enganar e que deu ao homem a intuição e a razão. Em resumo
tem o conhecimento sua origem nos fatos ou na razão? Na
observação ou em teorias e hipóteses?
Quanto ao ponto de chegada, ambas as escolas estão
concordes: têm como base a formulação de leis ou sistemas de
leis para descrever, explicar e prever a realidade. Assim, a
discussão versa sobre o ponto de partida e o caminho a seguir
para alcançar o conhecimento.
Concluindo, a indução afirma que, em primeiro lugar, vem
a observação dos fatos particulares, e depois as hipóteses a
confirmar, a dedução, como veremos no método hipotético-
dedutivo, defende o aparecimento em primeiro lugar, do problema
e da conjectura que serão testados pela observação e
experimentação. Há, portanto, uma inversão de procedimentos.
Cada ciência particular ocupa-se de analisar um só campo
29
UESPI/NEAD Letras Espanhol
da realidade. Em outras palavras, cada disciplina científica
especializa-se na análise de um só setor do universo com a
finalidade de entender a fundo os elementos e as relações que o
constroem e que determinam seu comportamento e
desenvolvimento.
Para tal fim, o método científico se utiliza de múltiplas
técnicas particulares e um léxico ou vocabulário especial. Aprender
sobre uma ciência significa, portanto, não somente aprender o uso
do método científico e de suas técnicas particulares, mas também
a linguagem ou discurso específico de conceitos e conhecimentos
que emprega (HEINZ DIETERICH, 1999).
Assim, é fundamental a identificação das principais
correntes de pensamento originaram o conhecimento científico que
produzimos na atualidade, o que significa identificar conceituar e
caracterizar a epistemologia da pesquisa e do trabalho científico
inserindo, pois o desenvolvimento de um estudo está sempre
inserido em um paradigma científico através do qual é possível
proceder a um processo investigatório.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Produzir um resumo do capítulo 2 do livro “Manual de
metodologia da pesquisa científica” de Hortência de Abreu
Gonçalves.
Veja exemplo de como fazer o resumo...
GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de metodologia da
pesquisa científica . São Paulo: Avercamp, 2005, p.142.
30
Os caminhos da pesquisa científica
O texto de Gonçalves (2005) faz a conceituação e
caracterização da ciência e do método científico apresentando
suas diversas concepções ao longo da história da produção do
conhecimento. Uma delas reproduzida por Trujillo (1994) é de que
ciência é todo um conjunto de atividades racionais capazes de
serem submetidas a verificação.
Neste sentido mostra que a ciência moderna nasceu na
Renascença e por exigência da nova sociedade mercantilista
adquire novos métodos e características tais como: conhecimento
pelas causas; profundidade e generalidade de suas conclusões;
finalidade teórica e prática; método e controle; exatidão, aspecto
social, etc. É uma nova concepção que possibilita a construção do
conhecimento pautado na objetividade, a busca de evidências,
espírito indagador [...] (REY, 1998 & RUIZ, 2002 apud GONÇALVES,
2005, p. 19)
Para Gonçalves (2005), é o espírito científico que deve
proporcionar ao pesquisador o desejo de conhecer os fenômenos
e o mundo em que vive guiando-o com indagações fundamentais:
o que, por que, para que, como e onde pesquisar, pois são estas
perguntas que caracterizam o fazer científico possibilitando o estudo
da realidade.
Obs.: Nesses três parágrafos resumimos seis páginas
do texto (página 15-21)
2 – Produzir uma síntese do capítulo 1 deste livro. Para
esta atividade considere a orientação abaixo:
a) O que é síntese?
Sintetizar significa: condensar, encurtar, reduzir, resumir,
sumariar, tornar sintético. A síntese de um texto se baseia no
31
UESPI/NEAD Letras Espanhol
levantamento e exposição, em geral em bloco único, das suas
ideias principais.
ETAPAS
1) Leia rapidamente o todo o texto;
2) Enquanto lê o texto procure responder à pergunta: De
que trata o texto?
3) A resposta à pergunta acima será o tema / assunto
abordado no texto;
4) Releia o texto e sublinhe, a lápis, as suas ideias
principais e detalhes mais importantes;
5) Identifique e anote as palavras que ofereçam
dificuldades de compreensão do significado e/ou aquelas menos
comuns diante do seu domínio vocabular e pesquise no dicionário
e/ou enciclopédia o significado etimológico e contextual;
6) Faça um esquema da síntese em que conste:
A) Tema: resposta à primeira pergunta feita quando
procedida a primeira leitura do texto;
B) Ideias básicas: aquelas sublinhadas durante a segunda
leitura do texto;
C) Conclusão
7) Sintetize, com suas palavras, em parágrafo único, as
ideias do esquema;
8) Releia, revise e passe a limpo sua síntese.
Obs.: vamos elaborar agora, passo a passo, a síntese
do texto indicado?
32
Os caminhos da pesquisa científica
33
UESPI/NEAD Letras Espanhol
UNIDADE 2EPISTEMOLOGIA DA PESQUISA E DO
TRABALHO CIENTÍFICO
OBJETIVOS
• Permitir ao aluno o conhecimento e abordagem qualitativa na pesquisa social
identificando a epistemologia e os principais tipos e métodos de pesquisa.
• Introduzir o aluno inicialmente na elaboração de projetos e no desenvolvimento
do processo investigatório.
34
Os caminhos da pesquisa científica
35
UESPI/NEAD Letras Espanhol
2 EPISTEMOLOGIA DA PESQUISA E DO TRABALHO
CIENTÍFICO
2.1 A PESQUISA CIENTÍFICA
A pesquisa científica surge a partir de fatos e fenômenos
que acontecem na realidade, independentemente de haver ou não
quem os conheça, mas, quando existe um observador, a percepção
que ele tem do fato é que se chama fenômeno, podendo inclusive
ser observado de variadas formas dependendo do paradigma do
pesquisador. De acordo com Kuhn (1970, p. 232), o paradigma é
uma espécie de teoria formada por leis, conceitos, modelos,
analogias, valores e regras para a avaliação de teorias e a
formulação de problemas. (GONÇALVES, 2005).
Dessas considerações, emerge o método científico, que
considerando outros conceitos apresentados neste texto, significa
“um conjunto de processos mediante os quais se torna possível
chegar ao conhecimento de algo”, acrescentando-se, ainda, que
trata-se de um conjunto de processos que o espírito humano deve
empregar na investigação e demonstração da verdade” (CERVO;
BERVIAN, 1996 apud SOARES, 2003, P. 14).
Os principais modelos de produção do conhecimento
através dos quais se ramificam diversas correntes e métodos
científicos são: o positivismo, a fenomenologia e o materialismo
histórico dialético.
POSITIVISMO
Considerando a origem etimológica do termo “positivo”,
tem o significado do que existe, que é real, palpápel, concreto,
36
Os caminhos da pesquisa científica
factual. O positivismo constitui a corrente filosófica que ainda
atualmente mantém o domínio intelectual no seio das Ciências
Sociais e também na relação entre ciências sociais, Medicina e
Saúde. As teses básicas do positivismo podem ser assim
resumidas: (1) A realidade se constrói essencialmente naquilo que
nossos sentidos podem perceber; (2) As Ciências Sociais e as
Ciências Naturais compartilham de um mesmo fundamento lógico
e metodológico, elas se distinguem apenas no objeto de estudo;
(3) Existe uma distinção fundamental entre fato e valor: a Ciência
se ocupa do fato e deve buscar se livrar do valor.
A hipótese central do positivismo sociológico é de que a
sociedade humana é regulada por leis naturais que atingem o
funcionamento da vida social, econômica, política e cultural de seus
membros. Portanto, as ciências sociais, para analisar determinado
grupo ou comunidade, têm que descobrir as leis invariáveis e
independente de seu funcionamento.
Daí decorre que os métodos e técnicas para se conhecer
uma sociedade ou determinado seguimento dela são da mesma
natureza que os empregados nas ciências naturais. E ainda mais,
da mesma forma que as ciências naturais propugna um
conhecimento objetivo, neutro, livre do juízo de valor, de implicações
político-sociais (o que se pode colocar também em questão no
debate aberto a respeito dessas ciências) também as ciências
sociais devem buscar para a sua cientificidade, este “conhecimento
objetivo”. Noutras palavras o cientista social deve se comportar
frente a seu objetivo de estudo – a sociedade, qualquer seguimento
ou setor dela – livre de juízo de valor, tentando neutralizar para
conseguir objetividade na sua própria visão de mundo. Na prática,
a postura positivista advoga uma ciência social desvinculada da
posição de classe, dos valores morais e das posições políticas
37
UESPI/NEAD Letras Espanhol
dos cientistas, e acredita nisso. Denomina-se “pré-juízo”, “pré-
conceito”, “pré-noções” ao conjunto de valores e opções político-
ideológico do pesquisador, limites a serem transpostos para quem
ele faça ciência (DURKHEIM: 1978, 46).
FENOMENOLOGIA
Fenomenologia foi um termo criado no século XVIII pelo
filósofo J. H. Lambert (1728-1777), designando o estudo puramente
descritivo do “fenômeno tal qual este se apresenta à nossa
experiência. Hegel emprega o termo em sua Fenomenologia do
espírito (1807) para designar o que denomina de ciência da
experiência da consciência”, ou seja, o exame do processo dialético
de constituição da consciência desde o seu nível mais básico, o
sensível, até as formas mais elaboradas da consciência de si, que
levariam finalmente à apreensão do absoluto.
Corrente filosófica fundada por E. Husserl, visando
estabelecer um método de fundamentação da ciência e de
constituição da filosofia como ciência rigorosa. O projeto
fenomenológico se define como uma “volta às coisas mesmas”,
isto é, aos fenômenos, aquilo que aparece à consciência, que se
dá como seu objeto intencional. O conceito de intencionalidade
ocupa um lugar central na fenomenologia, definindo a própria
consciência como intencional, como voltada para o mundo: “toda
consciência é consciência de alguma coisa” (HUSSERL).
A teoria do conhecimento é, como o seu nome indica, uma
teoria, isto é, uma explicação ou interpretação filosófica do
conhecimento humano. Mas, antes de filosofar sobre um objeto, é
necessário examinar escrupulosamente esse objeto. Uma exata
observação e descrição do objeto devem preceder qualquer
38
Os caminhos da pesquisa científica
explicação ou interpretação. É necessário, pois, no nosso caso,
observar com rigor e descrever com exatidão aquilo a que
chamamos conhecimento. Este método chama-se fenomenológico.
Aspira a apreender a essência geral no fenômeno concreto.
(JOHANNES HESSEN)
MARXISMO
A obra de Marx é coerente com o princípio básico de sua
metodologia de investigação científica: tem a marca da totalidade.
Por isso mesmo, uma das polêmicas sobre a construção de seu
trabalho para as Ciências Sociais se deve ao fato da dificuldade
de catalogá-la como filosofia, história, economia, sociologia ou
antropologia. Esse caráter de abrangência, que tenta, a partir de
uma perspectiva histórica, cercar o objeto de conhecimento através
da compreensão de todas as suas medições e correlações,
constitui a riqueza, a novidade e a propriedade da Dialética
marxista para a explicação do social. Goldmann (1980) atribui esse
caráter cientificamente totalizante da obra de Marx às grandes
questões que ele se coloca no plano teórico e de como as vinculam
à utilidade e às necessidades humanas.
Constitui uma tarefa gigantesca e profunda a aproximação
do pensamento de Marx e dos marxistas que tentam refletir sobre
o homem e a sociedade. Como nosso escopo específico neste
trabalho se refere à compreensão das correntes de pensamento e
metodológicas que têm influído nas análises e nas práticas do setor
saúde, é por esse veio que analisaremos o marxismo. Daremos
ênfase à sua abordagem, que é dialética, das relações entre o
individuo e a sociedade, entre as ideias e a base material, entre a
realidade e a sua compreensão pela ciência e às correntes que
39
UESPI/NEAD Letras Espanhol
enfatizam o sujeito histórico e a luta de classes.
Dentro da perspectiva marxista como sociologia do
conhecimento, os princípios fundamentais que explicam o processo
de desenvolvimento social podem ser resumidos nos termos:
materialismo histórico e materialismo dialético.
Enquanto o materialismo histórico representa o caminho
teórico que aponta a dinâmica do real na sociedade, a dialética
refere-se ao método de abordagem deste real. Esforça-se para
entender o processo histórico em seu dinamismo, provisoriedade
e transformação. Busca aprender a prática social empírica dos
indivíduos em sociedade (nos grupos e classes sociais) e realizar
a crítica das ideologias, isto é, do imbricamento do sujeito e do
objeto, ambos históricos e comprometidos com os interesses e as
lutas sociais do seu tempo. Como se pode perceber, esses dois
princípios estão profundamente vinculados, naquele sentido já
advertido (e citado anteriormente) por Lênin: “o método é a própria
alma do conteúdo” (MINAYO, 1994).
Aqui se faz necessária a compreensão da especificidade
do método das ciências sociais, e isso nos conduz à pergunta
específica sobre o conceito de pesquisa e a metodologia de
investigação neste campo de conhecimento.
2.2 PESQUISA CIENTÍFICA: CONCEITUAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO,
CLASSIFICAÇÃO E METODOLOGIA
Pesquisa é o ato pelo qual procuramos obter conhecimento
sobre alguma coisa. Procedimento racional e sistemático que tem
como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são
propostos (GIL, 2007). Entende-se por Pesquisa , a atividade
básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade.
40
Os caminhos da pesquisa científica
É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define
um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma
atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se
esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.
O termo pesquisa social tem uma carga histórica e, assim
como as teorias sociais, reflete posições frente à realidade,
momentos do desenvolvimento e da dinâmica social, preocupações
e interesses de classes e de grupos determinados. Enquanto prática
intelectual reflete também dificuldades e problemas próprios das
Ciências Sociais e a sua relativa juventude para delimitar métodos
e leis específicas.
Entendemos por Metodologia o caminho e o instrumental
próprios de abordagem da realidade. Neste sentido, a metodologia
ocupa lugar central no interior das teorias sociais, pois ela faz parte
intrínseca da visão social de mundo veiculada na teoria. Em face
da didática, por exemplo, o método é o próprio processo de
desenvolvimento das coisas. “O método não é a forma exterior, é a
própria alma do conteúdo porque ele faz a relação entre o
pensamento e a existência e vice-versa” (LÊNNIN, 1955, p. 148
apud MINAYO, 1994, p. 22).
Da forma como tratamos a metodologia neste trabalho,
ela inclui as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de
técnicas que possibilitam a apreensão da realidade e também o
potencial criativo do pesquisador.
Enquanto abrangência de concepções teóricas de
abordagem, a ciência e a metodologia caminham juntas. Elas
encaminham para a prática as questões formuladas abstratamente.
Seu endeusamento e reificação conduzem ao empirismo tão
freqüente ainda nas ciências sociais. Mas o contrário, isto é, a
excessiva teorização e a pouca disposição de instrumentos para
41
UESPI/NEAD Letras Espanhol
abordar a realidade, provenientes de uma perspectiva pouco
heurística, conduzem a divagações abstratas ou pouco precisas
em relação ao objeto de estudo.
Se a teoria, se as técnicas são indispensáveis para a
investigação social, a capacidade criadora e a experiência do
pesquisador jogam também um papel importante. Elas podem
relativizar o instrumental técnico e superá-lo pela arte. Esta
qualidade pessoal do trabalho científico, verdadeiro artesanato
intelectual que traz a marca do autor, nenhuma técnica ou teoria
pode realmente suprir. É em parte o que Wright Mills denomina
“imaginação sociológica” e consiste na capacidade pessoal do
pesquisador de fazer, das preocupações sociais, questões públicas
e indagações perscrutadoras da realidade. E em parte é a
capacidade de perceber através das questões específicas
levantadas, as correlações multilaterais e sempre mutáveis que
cercam a realidade objetiva dentro dos limites da “consciência
possível”. Trata-se de um imbricamento entre a habilidade do
produtor, sua experiência e seu rigor científico.
Antes de mais nada, responda a uma pergunta: Além de
uma nota de avaliação, o que a pesquisa representa para você?
Uma resposta, que muitos poderão considerar idealista, é que a
pesquisa oferece o prazer de resolver um enigma, a satisfação de
descobrir algo novo, algo que ninguém mais conhece, contribuindo,
no final, para o enriquecimento do conhecimento humano. Para o
pesquisador iniciante, no entanto, existem outros benefícios, mais
práticos e imediatos. Em primeiro lugar, a pesquisa o ajudará a
compreender o assunto estudado de um modo muito melhor do
que qualquer outro tipo de trabalho.
A longo prazo, as técnicas de pesquisa e redação, uma
vez assimiladas, capacitarão o pesquisador a trabalhar por conta
42
Os caminhos da pesquisa científica
própria mais tarde, pois, a final coletar informações organizá-las
de modo coerente e apresentá-las de maneira confiável e
convincente são habilidades indispensáveis, numa época
apropriadamente chamada de “era da informação”. Em qualquer
campo de conhecimento, você vai precisar das técnicas que só a
pesquisa é capaz de ajudá-lo a dominar, seja seu objetivo o projeto,
ou a linha de produção. (W. C. BOOTH; G. G. COLOMB; J. M.
WILLIAMS, 2000).
O ATO DE PESQUISAR (CARACTERIZAÇÃO)
a) Criação de um corpo de conhecimentos sobre um certo
assunto, deve apresentar características específicas;
b) Não buscamos com ele qualquer conhecimento, mas
um conhecimento que ultrapasse nosso entendimento imediato na
explicação ou na compreensão da realidade que observamos;
c) Fazemos pesquisa tentando elaborar um conjunto
estruturado de conhecimentos que nos permita compreender em
profundidade aquilo que, à primeira vista, o mundo das coisas e
dos seres humanos não nos revela;
d) A pesquisa percorre caminhos que nos parecem,
segundo critérios, mais seguros para construir uma compreensão
aproximada dos seres humanos, da natureza, das relações
humanas, da sociedade, etc.;
e) Cada pesquisador com seu problema deve criar seu
método e seu referencial de segurança;
f) Não há um modelo de pesquisa científica, como não há
“o” método científico para o desenvolvimento da pesquisa;
g) O conhecimento científico se faz por uma grande
variedade de procedimentos e grande criatividade do pesquisador
43
UESPI/NEAD Letras Espanhol
de realizar seus estudos;
h) O mais importante são os dados de que nos servimos
na geração de conhecimento e que proporcione a compreensão
do problema;
i) Estes conhecimentos são sempre determinados sob
certas condições ou circunstâncias, dependendo do momento
histórico, de contextos, das teorias, dos métodos, das técnicas que
o pesquisador escolhe para trabalhar.
PROCEDIMENTOS GERAIS PARA A PRODUÇÃO DO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO / PROJEÇÃO:
a) Propor e definir um tema conscientizando-se de um
problema, torná-lo significativo e delimitá-lo;
b) Justificar;
c) Apresentar os objetivos;
d) Elaborar hipótese(s) tendo consciência de sua natureza
provisória;
e) Procurar o referencial;
f) Desenvolver uma metodologia de estudo coerente com
a temática;
g) Traçar um cronograma de investigação e um esquema
de explicação significativo;
h) Analisar, avaliar e interpretar os dados considerando os
objetivos e às hipóteses;
i) Apresentar as conclusões e proposições reflexivas.
2.3 CLASSIFICAÇÃO/TIPOS DE PESQUISA
As pesquisas podem ser classificadas com base em
44
Os caminhos da pesquisa científica
diversos critérios, entre outros podemos classificá-las em relação
a seus objetivos e aos procedimentos técnicos utilizados. Com
relação aos objetivos, refere-se ao aprofundamento que se dá no
processo investigatório. Para Antonio Carlos Gil (2007) é possível
classificá-las em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e
explicativas.
2.3.1 Pesquisas exploratórias
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito
ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm
como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta
de intuições.
2.3.2 Pesquisas descritivas
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou, então o estabelecimento de relações entre variáveis.
Uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário
e a observação sistemática.
Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que
têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua
distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade,
estado de saúde física e mental etc. Outras pesquisas deste tipo
são as que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos
públicos de uma comunidade, as condições de habitação de seus
habitantes, o índice de criminalidade que aí se registra, etc. Outro
45
UESPI/NEAD Letras Espanhol
tipo de pesquisa deste grupo são aquelas que levantam opiniões,
atitudes e crenças de uma população.
2.3.3 Pesquisas explicativas
Essas pesquisas têm como preocupação central identificar
os fatores que determinam ou que contribuem para ocorrência dos
fenômenos . Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das
coisas. Por isso mesmo, é o tipo mais complexo e delicado, já que
o risco de cometer erros aumenta consideravelmente.
Pode-se dizer que o conhecimento científico está
assentado no nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos.
Isso não significa, porém, que as pesquisas exploratórias e
descritivas tenham menos valor, porque quase sempre constituem
etapa prévia indispensável para que se possa obter explicações
científicas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de
outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que
determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente
descrito e detalhado.
2.3.4 Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum
tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos
estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas
bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas,
46
Os caminhos da pesquisa científica
que se propõem à análise das diversas posições acerca de um
problema, também costumam ser desenvolvidas quase
exclusivamente mediante fontes bibliográficas. Entre outros
aspectos que caracterizam este tipo de pesquisa estão os
seguintes:
• Material elaborado, desenvolvido por outros autores;
• Livros (leitura corrente e leitura de referência);
• Publicações periódicas;
• Vantagens da pesquisa bibliográfica.
2.3.5 Pesquisa documental
A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa
bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza
das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza
fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre
determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais
que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda
podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa.
O desenvolvimento da pesquisa documental segue os
mesmos passos da pesquisa bibliográfica. Apenas cabe
considerar que, enquanto na pesquisa bibliográfica as fontes são
constituídas sobretudo por material impresso localizado nas
bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais
diversificadas e dispersas.
Há, de um lado, os documentos “de primeira mão”, que
não receberam nenhum tratamento analítico. Nesta categoria, estão
os documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e
instituições privadas, tais como associações científicas, Igrejas,
sindicatos, partidos políticos, etc. Incluem-se aqui inúmeros outros
47
UESPI/NEAD Letras Espanhol
documentos como cartas pessoais, diários, fotografias, gravações,
memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc.
2.3.6 Pesquisa de levantamento
As pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação
direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo
significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em
seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se
correspondentes aos dados coletados.
Quando o levantamento recolhe informações de todos os
integrantes do universo pesquisado tem-se um censo. Pelas
dificuldades materiais que envolvem sua realização, os censos só
podem ser desenvolvidos pelos governos ou por instituições de
amplos recursos são extremamente úteis, pois proporcionam
informações gerais acerca das populações que são indispensáveis
em boa parte das investigações sociais.
Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos
os integrantes da população estudada. Antes seleciona-se
mediante procedimento estatístico, uma amostra significativa de
todo o universo, levando em consideração a margem de erro, que
é obtida mediante cálculos estatísticos.
Os levantamentos por amostragem gozam hoje de grande
popularidade entre os pesquisadores sociais, a ponto de muitas
pessoas chegarem mesmo a considerar pesquisa e levantamento
social a mesma coisa. Na verdade, o levantamento social é um
dos muitos tipos de pesquisa social, que, como todos os outros,
apresenta vantagens e desvantagens.
48
Os caminhos da pesquisa científica
Entre as principais vantagens entre os levantamentos estão:
a) Conhecimento direto da realidade: à medida que as
próprias pessoas informam acerca de seu comportamento, crenças
e opiniões, a investigação torna-se mais livre de interpretações
calculadas no subjetivismo dos pesquisadores;
b) Economia e rapidez: desde que se tenha uma equipe
de entrevistadores, codificadores e tabuladores devidamente
treinados, torna-se possível a obtenção de grande quantidade de
dados em curto espaço de tempo. Quantos dados são obtidos
mediante questionários, os custos tornam-se relativamente baixos;
c) Quantificação: os dados obtidos mediante
levantamento podem ser agrupados em tabelas, possibilitando sua
análise estatística. As variáveis em estudo podem ser quantificadas,
permitindo o uso de correlações e outros procedimentos
estatísticos. À medida que os levantamentos se valem de amostras
probalísticas, torna-se possível até mesmo a margem de erros dos
resultados obtidos.
Entre as principais limitações dos levantamentos estão:
a) Ênfase nos aspectos perceptivos: os levantamentos
recolhem dados referentes à percepção que as pessoas têm
acerca de si mesmo. Ora a percepção é subjetiva, o que pode
resultar em dados subjetivos, o que pode resultar em dados
distorcidos. Há muita diferença entre o que as pessoas fazem ou
sentem e o que elas dizem a esse respeito. Existem alguns
recursos para contornar este problema. É possível em primeiro lugar,
omitir as perguntas que sabidamente a maioria das pessoas não
sabe ou não quer responder. Também se pode mediante perguntas
indiretas, controlar as respostas dadas pelo informante. Todavia,
esses recursos, em muitos casos são insuficientes para sanar os
problemas considerados;
49
UESPI/NEAD Letras Espanhol
b) Pouca profundidade no estudo da estrutura e dos
processos sociais: mediante levantamentos, é possível a obtenção
de grande quantidade de dados a respeito dos indivíduos. Como,
porém, os fenômenos sociais são determinados, sobretudo, por
fatores interpessoais e institucionais, os levantamentos mostram-
se poucos adequados para a investigação profunda desses
fenômenos;
c) Limitada a apreensão do processo de mudança: o
levantamento, de modo geral, proporciona visão estática do
fenômeno estudado. Oferece, por assim dizer, uma espécie de
fotografia de determinado problema, mas não indica suas
tendências à variação e muito menos às possíveis mudanças
estruturais.
2.3.7 Pesquisa de campo
O estudo de campo apresenta muitas semelhanças com o
levantamento. Distingue-se, porém, em diversos aspectos. De
modo geral, pode-se dizer que o levantamento tem maior alcance
e o estudo de campo, maior profundidade. Em termos práticos,
podem ser feitas duas distinções essenciais. Principalmente, o
levantamento representativo de universo definido e oferecer
resultados caracterizados pela precisão estatística. Já o estudo
de campo procura muito mais o aprofundamento das questões
propostas do que a distribuição das características da população
segundo determinadas variáveis. Como consequência, o
planejamento do estudo de campo apresenta maior flexibilidade,
podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam formulados ao
longo da pesquisa.
Outra distinção é que, no levantamento, procuram-se
50
Os caminhos da pesquisa científica
identificar as características dos componentes do universo
pesquisado, possibilitando a caracterização precisa de seus
componentes. Dessa forma, o estudo de campo tende a utilizar
muito mais técnicas de observação do que de interrogação.
O estudo de campo constitui o modelo clássico de
investigação no campo da Antropologia, onde se originou. Nos dias
atuais, no entanto, sua utilização se dá em muitos outros domínios,
como no da Sociologia, da Educação, da Saúde Pública e da
Administração.
Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade,
que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma
comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para
qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é
desenvolvida por meio da observação direta das atividades do
grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas
explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses
procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais
como a análise de documentos, filmagem e fotografias.
No estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte
do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada importância de o
pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a
situação de estudo. Também se exige do pesquisador que
permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois somente
com essa imersão na realidade é que se podem entender as regras,
os costumes e as conversões que regem o grupo estudado.
O estudo de campo apresenta algumas vantagens em
relação principalmente aos levantamentos. Como é desenvolvido
no próprio local em que ocorrem os fenômenos, seus resultados
costumam ser mais fidedignos. Como não requer equipamentos
especiais para a coleta de dados, tende a ser bem mais econômico.
51
UESPI/NEAD Letras Espanhol
E como o pesquisador apresenta nível maior de participação, torna-
se maior a probabilidade de os sujeitos oferecerem respostas mais
confiáveis.
O estudo de campo apresenta, no entanto, algumas
desvantagens. De modo geral, sua realização requer muito mais
tempo do que um levantamento. Como, na maioria das vezes, os
dados são coletados por um único pesquisador, existe risco de
subjetivismo na análise e interpretação dos resultados da pesquisa.
2.3.8 Estudo de caso
O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa
amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste
no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de
maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa
praticamente impossível mediante outros delineamentos já
considerados.
Nas ciências biomédicas, o estudo de caso costuma ser
utilizado, tanto como estudo-piloto para esclarecimento da pesquisa
em seus múltiplos aspectos ,quanto para descrição de síndromes
raras. Seus resultados, de modo geral, são apresentados em
aberto, ou seja, na condição de hipóteses, não de conclusões.
Nas ciências, durante muito tempo, o estudo de caso foi
encarado como procedimento pouco rigoroso, que serviria apenas
para estudo de natureza exploratória. Hoje, porém, é encarado
como o delineamento mais adequado para investigação de um
fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, onde os limites
entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos (YIN,
2001).
52
Os caminhos da pesquisa científica
2.3.9 Pesquisa-ação
A pesquisa-Ação pode ser definida por Michael Thiollent
(1985, P. 14) como:
[...] um tipo de pesquisa com base empírica que éconcebida e realizada em estreita associação comuma ação ou com a resolução de um problemacoletivo e no qual os pesquisadores e participantesrepresentativos da situação ou do problema estãoenvolvidos de modo cooperativo ou participativo.
A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia.
Em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação
por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema, a
pesquisa-ação tende a ser vista em certos meios como desprovida
da objetividade que deve caracterizar os procedimentos científicos.
A despeito dessas críticas, vem sendo reconhecida como muito
útil, sobretudo por pesquisadores identificados por ideologias
“reformistas” e “participativas”.
2.3.10 Pesquisa participante
A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação,
caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das
situações investigadas. Há autores que empregam as duas
expressões como sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação geralmente
supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional,
técnico ou outro (THIOLLENT, 1985). A pesquisa participante, por
sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciência
dominante.
Esta última tende a ser vista como uma atividade que
53
UESPI/NEAD Letras Espanhol
privilegia a manutenção do sistema vigente e a primeira como o
próprio conhecimento derivado de senso comum, que permitiu ao
homem criar, trabalhar, e interpretar a realidade sobretudo a partir
dos recursos que a natureza lhe oferece.
A pesquisa participante envolve posições valorativas
derivadas, sobretudo do humanismo cristão e de certas concepções
marxistas. Tanto é que a pesquisa participante suscita muita
simpatia entre os grupos religiosos voltados para a ação
comunitária. Além disso, a pesquisa participante mostra-se
bastante comprometida com a minimização da relação entre
dirigentes e dirigidos e por essa razão tem-se voltado sobretudo
para a investigação junto aos grupos desfavorecidos, tais como
os constituídos por operários, camponeses, índios etc.
2.4 CARACTERIZAÇÃO E FORMA DE ABORDAGEM
QUALITATIVA NA PESQUISA SOCIAL
• A fonte direta dos dados é o ambiente natural;
• Descritiva;
• Interesse mais pelo processo e menos pelo resultado ou
produto;
• Tendência à análise indutiva;
• Maior importância ao significado;
• O nível ou grau de cientificidade da abordagem qualitativa;
• A possibilidade de generalização dos resultados na
abordagem qualitativa;
• A interferência do investigador na análise dos resultados;
• A interferência da presença do investigador no ambiente
natural de pesquisa.
54
Os caminhos da pesquisa científica
CONCEITOS-CHAVE DE DIFERENCIAÇÃO ENTRE
ABORDAGEM QUALIT ATIVA E QUANTITATIVA
ABORDAGEM QUALIT ATIVA ABORDAGEM QUANTIT ATIVA
Fonte: Robert Bogdan e Sari Biklen (1994).
2.5 ROTEIRO DE ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO
PROJETO DE PESQUISA
Projeto de pesquisa – o que é?
• Plano de desenvolvimento para responder a uma ou mais
indagações a cerca de um fenômeno natural ou social, no
sentido de descrever e/ou explicar uma situação ou comprovar
determinada hipótese;
• Estratégia lógica de um estudo;
Dados qualitativos/Escola deChicagoEtnografia/observação participanteEntrevista abertaTrabalho de Campo/FenomenológicoInteração simbólica/culturaHistóriaConceitos revisáveisPerspectiva interior/história de vidaPlano progressivo e flexívelSignificado / processoCompreensão / PráticoDescrição da realidadeBreve revisão de literaturaAmostragem pequenaEmpatia e contato intenso com ossujeitosÊnfase na confiança / amizadeAnálise dos dados indutiva/analítica
Dados quantitativos/PositivistaExperimental/Observação estruturadaEntrevista estruturadaLaboratório/ComportamentalismoEmpírica/ética/uncionalismoEconomiaDefinição de conceitosPerspect. ext./informaçõescontroladasPlano formal e predeterminadoVariável / validadeHipóteses / operacionalizaçãoDescrição estatística / prediçãoExtensa revisão de literaturaAmostragem amplaCiscunscrição / distância
Neutralidade / indiferençaDedutiva
55
UESPI/NEAD Letras Espanhol
Elementos ou etapas do projeto de pesquisa
a) Tema da pesquisa (o que?):
• Assunto a ser estudado, campo de conhecimento,
temática da pesquisa, o tema constitui-se em uma abordagem geral
do assunto.
b) Delimitação do tema:
• O objeto de estudo, um enfoque ou aspecto a partir do
todo ou do tema. Deve focalizar, o fenômeno, o experimento, o
espaço geográfico, o tempo histórico do estudo para delimitar e
aprofundar mais o real.
c) Definição do(a) problema/tização da pesquisa:
• No texto, pode constar em folha separada, na justificativa
ou na página dos objetivos:
• É a dificuldade (teórica ou prática) vivida. A principal
indagação. A dúvida original.
d) Formulação de Hipóteses:
• Explicações provisórias a serem testadas mediante os
estudos ou dados teóricos e empíricos da pesquisa;
• Na pesquisa em Ciências Sociais, Humanas, Educação,
etc, muitos pesquisadores questionam as hipóteses.
e) Questões ou perguntas norteadoras:
• Podem substituir a problematização a ser colocada no
projeto a partir do problema principal como perguntas secundárias
em relação ao problema principal.
56
Os caminhos da pesquisa científica
f) Justificativa (por que devo pesquisar este assunto?):
• O que originou a ideia, como você chegou a este objeto
de estudo;
• Explicação dos motivos que justificam a pesquisa;
• Relação do tema ou problema com o contexto social ou
com a comunidade;
• Relevância e contribuição social, técnica e profissional;
• Viabilidade de realização do trabalho (as condições para
concretizá-lo – cientificamente, tecnicamente e cronologicamente).
g) Objetivos:
Para que e as ações investigativas na operacionalização
da pesquisa;
Objetivo geral:
• O que se pretende alcançar com a realização da
pesquisa;
• Quais os propósitos do estudo? Onde você deseja
chegar?
Objetivos específicos:
• Os passos, ações ou aspectos que se pretende estudar,
compreender, explicar para alcançar o objetivo geral.
h) Referencial teórico ou pressupostos teóricos:
• Estudos da corrente teórica (assuntos relacionados ao
tema em estudo) que darão suporte à pesquisa;
• É a apresentação e análise dos estudos de autores/
pesquisadores e do que eles estão discorrendo ou discutindo sobre
o assunto – a conceituação, demonstração ou explicação dos
conteúdos;
• São estes autores ou estudos que auxiliarão o
57
UESPI/NEAD Letras Espanhol
pesquisador na análise e interpretação dos dados coletados e/ou
observados na pesquisa – categorização e conclusões.
i) Metodologia:
• O caminho percorrido, como fazer , com que fazer e a
explicação de cada decisão tomada;
• Caracterização do estudo, procedimento de análise,
enfoque e/ou abordagem dos dados;
• Pesquisa experimental – técnica de análise, amostragem,
variáveis, etc.
• Pesquisa de campo? - definição do universo; definição
da amostra; escolha e caracterização dos sujeitos; construção dos
instrumentos de coleta de dados. Isto é dizer como serão coletados
os dados;
• Pesquisa bibliográfica? – seleção das referências,
informações, onde serão encontradas, que tipo, metodologia de
coleta e análise de informações;
• Pesquisa Documental? Estudo de Caso? Etc. Que caso,
que fontes, que documentos.
j) Cronograma de execução da pesquisa:
Quando a pesquisa será realizada, as etapas de
realização, planejamento de atividades do(a) pesquisador/a).
l) Custo orçamentário da pesquisa: (recursos
financeiros, materiais e humanos para a pesquisa).
m) Referências
Obras, documentos ou quaisquer fontes consultadas e
citadas no texto.
58
Os caminhos da pesquisa científica
2.6 ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Como avaliação desta unidade deve ser feito um ensaio da
elaboração do pré-projeto de pesquisa utilizando-se do conteúdo
e orientação do texto:
a) Apresent ar o tema
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
b) Delimitação do tema
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
c) Problema ou problematização (em forma de pergunta(s) a
ser(em) respondida(s) pela pesquisa – questão ou questões
norteadoras da pesquisa)
____________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
d) Hipótese/s (considerando estudos exploratórios ou simples
constatações já é possível aventar resposta(s) para a(s) pergunta(s)
norteadora(s)?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
e) Objetivo geral (o que se pretende alcançar com o estudo)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________
59
UESPI/NEAD Letras Espanhol
f) Objetivos específicos (passos ou ações de pesquisa a serem
desenvolvidas para alcançar o objetivo geral)
______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
g) Justificativa (porque a pesquisa deve ser realizada, relevância
acadêmica e/ou social)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
h) Referencial teórico (campo de conhecimento, autores/
pesquisadores com conceituação básica necessária á
compreensão do fenômeno pesquisado).
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
i) Metodologia ( local de realização da pesquisa, tipo de pesquisa,
colaboradores ou participantes, instrumental e/ou técnicas utilizados
na coleta dos dados).
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
60
Os caminhos da pesquisa científica
j) Cronograma de execução (considere as atividades já
realizadas)
OBS.: Se a elaboração do seu pré-projeto foi feita considerando
este roteiro, preencha-o com os elementos principais do mesmo e
devolva-o com folha anexa acrescentando os seguintes dados:
nome completo e sem abreviaturas; telefones e endereços
eletrônicos; tempo disponível, além do horário normal de aulas, para
discutir a pesquisa com o professor da disciplina e suas principais
dificuldades para realizar seu estudo e produzir a monografia!
Levantamento de fontesbibliográficas e/ou documentais
Encontro com o orientador paraanálise e discussão do projeto
Produção do capítulo 1 damonografia
Elaboração do instrumental depesquisa
Visita ao campo de pesquisapara aplicação do instrumental
Análise, sistematização dosdados e redação
Sistematização e redação
Revisão da primeira versão damonografia
Entrega da versão damonografia para a bancaexaminadora
Apresentação final
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
ATIVIDADES DE PESQUISA
ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
61
UESPI/NEAD Letras Espanhol
UNIDADE 3O COMPORTAMENTO DO PESQUISADOR NO
CAMPO DE PESQUISA
OBJETIVOS
• Subsidiar a inserção do aluno no campo de pesquisa orientando o
comportamento do pesquisador iniciante para que a produção de dados seja
a mais fidedigna possível à realidade do fenômeno pesquisado e o estudo
possa atingir os objetivos pretendidos.
• Orientar o aluno à sistematização de dados e produção passo a passo do
trabalho de conclusão do curso.
62
Os caminhos da pesquisa científica
63
UESPI/NEAD Letras Espanhol
3 O COMPORTAMENTO DO PESQUISADOR NO CAMPO DE
PESQUISA
3.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
A qualidade do trabalho de campo passa pelo
estabelecimento de relações, o que exige do pesquisador o
conhecimento prévio e necessário de instrumentais básicos que
proporcionem a construção de relações de confiança entre o
investigador e os colaboradores envolvidos no estudo.
O campo das ciências sociais permite a utilização de
diversos instrumentos de coleta de dados que devem ser aplicados
de acordo com a problemática de pesquisa, os objetivos propostos
e habilidade do pesquisador. Considerando a finalidade de uma
investigação científica, a construção ou escolha de um instrumental
de pesquisa deve significar, em qualquer estudo, o desvelamento
mais fidedigno possível de uma realidade ou um fenômeno. No
entanto, o instrumental mais comum na investigação qualitativa no
campo das ciências sociais é composto por: questionários,
entrevistas, análise de documentos, observação participante e
outros. A construção destes instrumentos deve está estreitamente
relacionada aos objetivos do estudo.
Considerando os desafios que os pesquisadores iniciantes
encontram para inserção no campo de pesquisa, apresentamos
neste texto algumas orientações que podem facilitar o processo
de investigação (BOGDAN e BIKLEN, 1994). Em primeiro lugar
devemos considerar alguns aspectos, entre eles:
a) O trabalho de campo refere-se a:
Estar dentro do mundo do sujeito;
64
Os caminhos da pesquisa científica
Não fazer uma paragem, mas uma visita;
Não se comportar como alguém que sabe tudo, mas como
quem quer aprender;
Não dever querer ser como eles, mas saber o que é ser
como eles;
Trabalhar para ganhar a aceitação do sujeito não como
um fim em si, mas porque isto abre a possibilidade de prosseguir
os objetivos da investigação.
b) Paro os investigadores qualitativos o ambiente ou
campo de pesquisa deve ser o mais natural possível:
Maior tempo com os sujeitos – relação menos formal;
Objetivo do investigador – aumentar a naturalidade dos
sujeitos;
Estimulá-los à revelação e à confiança;
Investigação naturalista;
Registra de forma não intrusiva os acontecimentos;
Participar das suas atividades, mas sem o objetivo de
prestígio ou competir conhecimento;
Compreende o modo de pensar do sujeito, mas não deve
pensar como ele;
Deve ser empático e, simultaneamente reflexivo.
c) Como obter acesso ao campo:
Entrada discreta;
Fazer uma sondagem antes para obter informações sobre
o acesso;
Os documentos ou fontes arquivistas só serão acessíveis
em muitas instituições a pessoas de confiança da direção;
65
UESPI/NEAD Letras Espanhol
d) Como abordar a questão da autorização?
O estudo pode ser feito com autorização, sem autorização
e apesar da autorização? Nenhum estudo científico, especialmente
envolvendo pessoas, deve ser feito sem autorização;
A quem recorrer? Respeite a hierarquia, mas não
desprestigie os colaboradores mais humildes e mais simples;
Investigação dissimulada? Sem a devida apresentação
dos objetivos torna-se perigoso para ambas as partes;
Há pesquisadores que se candidatam ao emprego para
desenvolver investigação;
Para os investigadores inexperientes – abordagem
objetiva – explicitar interesses para obter cooperação;
A negociação é fundamental, pois é ela que pode permitir
o cesso livre a todas as pessoas;
No papel de professor da instituição torna-se emblemático
entrevistar um gestor sobre determinadas questões que envolvem
os funcionários;
A mentira traz problemas de consciência e constitui-se em
ofensa;
Um falso papel na investigação torna-se embaraçoso ou
até trágico para a relação pesquisador-sujeito ou colaborador;
Evitar a investigação subordinada a uma carga de trabalho;
A maneira mais adequada para adentrar ao campo e
desenvolver o estudo, dependerá de quem você é, do que pretende
estudar e do que pretende conseguir;
e) Os sistemas de ensino são sempre diferentes, há
exigências diferentes para conceder autorização. Quais os
procedimentos?
A apresentação de uma pessoa com autoridade na
66
Os caminhos da pesquisa científica
hierarquia junto às autoridades superiores é fundamental;
Peça informação a terceiros ou até telefonando para a
secretaria da instituição sem solicitar de imediato a autorização,
mas procurando saber como proceder;
Procure identificar alguém receptivo e pronto a ajudar;
Se for estudar o comportamento de um funcionário, deverá
contactá-lo antes da direção ou do gestor;
Só no caso de projetos externos àquele setor de trabalho
e subsidiados deve-se dirigir diretamente e primeiramente às
instâncias superiores;
Raramente é concedida uma autorização a nível superior
sem ter lugar uma consulta aos níveis inferiores
Será útil para a sua investigação fazer com que os outros
sintam que o ajudarão;
A posição dos investigadores qualitativos é sempre muito
particular para negociar a sua entrada já que a maioria das pessoas
não está familiarizada com este tipo de abordagem;
Uma apelação ao apoio para um estudo informal (não
controlado) poderá gerar a oportunidade de negociação para o
estudo sistematizado;
Colocar-se mais na posição de estudante do que de
investigador;
Nos primeiros contatos, a explicação deve ser pouco
elaborada para ganhar confiança;
Evitar que os possíveis colaboradores considerem o estudo
sufocante;
Evitar colocar-se na posição de tutor de funcionários para
diminuir o controle do pessoal da instituição sobre seu tempo e
sua mobilidade
Muitas autorizações são sucessivas a determinados
67
UESPI/NEAD Letras Espanhol
espaços e grupos à medida que surgem novas categorias ou
questões de estudo. Assim, a autorização ou as facilidades de
acesso ao campo devem ser constantemente conquistadas.
f) Possíveis perguntas dos sujeitos e os
procedimentos do pesquisador:
O que o(a) Sr(a) vai fazer exatamente? Qual deve ser
o procedimento do pesquisador:
Ser honesto;
Não fornecer detalhes na explicação;
Evitar uma linguagem técnico-científica na explicação;
Mostre humildade e necessidade de aprendizagem com
os colaboradores sem ser demasiadamente solícito;
Mostre que a investigação evoluirá com o tempo.
Irá causar perturbação?
Há sempre receio das pessoas de que o pesquisador
interfira em sua rotina de trabalho;
Convença-se de que o sucesso deste tipo de trabalho
depende da não-perturbação;
Assegure-lhes de que não fará exigências excessivas;
Partilhe a intenção de submeter os seus horários aos deles
e de que atenderá às suas exigências;
O que é que vai fazer com os resultados?
A maioria das pessoas receia uma publicidade negativa
ou uma utilização política da informação recolhida;
Portanto, partilhe com os sujeitos o modo como tenciona
usar o material; assegure-lhes mostrar os resultados antes da
publicação; assegure-lhes de que não utilizará o nome e de que
disfarçará o local; utilize o primeiro momento como experiência
piloto e dê oportunidade para que os sujeitos lhes conheçam melhor.
Por que nós?
68
Os caminhos da pesquisa científica
Se o motivo da escolha é positivo, apresente-o; se o motivo
da escolha é negativo, apresente-o, mas com muito cuidado e
elegância destacando o que tem de positivo no grupo ou no setor
de trabalho.
Quais são os benefícios do estudo?
A maior parte dos conselhos das instituições sente-se no
direito de que haja um retorno para a mesma já que ofereceram
algo;
Tente não prometer o que não pode cumprir;
Não prometa mostrar as notas de campo, pois pode limitar
sua recolha de dados;
Não prometa trabalho na instituição ou setor em troca de
acesso.
g) Os primeiros dias no campo de pesquisa
Todo aluno pesquisador deve estar preparado para sentir-
se atrapalhado ou deslocado em seu primeiro dia de estudo;
Ser-se investigador só se desenvolve aos poucos e na
prática de participante-observador;
h) Sugestões para tornar os seus primeiros dias no
campo menos doloroso:
Não interprete o que acontece como uma ofensa pessoal;
Na primeira visita tente arranjar alguém que o apresente;
O primeiro dia não tente fazer muito;
No primeiro dia visite a instituição por pouco tempo e o
utilize para um panorama geral do ambiente;
Faça poucas perguntas (gerais) e permita que os sujeitos
falem mais que você;
Procure cumprimentar as pessoas que passarem por você
69
UESPI/NEAD Letras Espanhol
nos corredores;
i) O contínuo participante/observador
Nos primeiros dias, o investigador fica, regra geral, um
pouco de fora esperando que o aceitem;
A participação em excesso pode provocar no pesquisador
a perda do foco;
Não atue como gestor nem como auxiliar dele, você deve
ser um observador;
Se o estudo envolver crianças o pesquisador não pode
assumir o papel de condução das conversas delas como
normalmente os adultos fazem;
As crianças poderão olhar para os adultos de diversos
modos (podem procurar aprovação ou inibir-se);
O comportamento deve ser de amizade;
As crianças têm dificuldades de aceitarem os adultos como
iguais, toleram como membro do grupo;
Seja discreto ao apresentar-se e ao portar-se diante das
pessoas no campo de pesquisa.
j) A investigação em contextos educativos em
conflitos
Evite o envolvimento em qualquer tipo de conflito num setor
de trabalho em que esteja pesquisando;
As pessoas sempre procuram apoio em alguém para
amenizar suas angústias, mas o seu papel é de pesquisador ou
participante observador e não de conselheiro;
Não tome partido por nenhuma pessoa ou grupo nos
ambientes em conflito;
Diante dos desabafos ou procura de apoio, apenas ouça,
70
Os caminhos da pesquisa científica
pois a outra parte não o aceitará caso tome partido e isso só
prejudicará seu estudo.
k) O tempo de uma sessão de observação
Independentemente do tempo decorrido no expediente de
trabalho de um setor ou grupo, não ultrapasse duas horas de
observação;
Se for necessário divida o expediente em mais de uma
seção por dia, mas não fique muito tempo em uma só sessão de
observação.
l) Entrevistas:
O tempo para realização de uma entrevista deve ser, no
máximo, de 30 minutos;
Para colher os dados com sucesso, cuidado com as
respostas que exigem exploração ou explicação;
Como proceder diante de respostas que exijam maior
clareza na explicação:
A Senhora poderia me explicar que tipo de funcionário era
no...?
Era bom gestor?
Uma atividade que pode acontecer em meio à aplicação
de outros instrumentos de pesquisa
Expressões faciais conduzem a entrevista;
O que quer dizer com isso?
Pode explicar melhor?
Não tenho certeza se estou a seguir o seu raciocínio! Ilustre
um exemplo?
71
UESPI/NEAD Letras Espanhol
3.2 A ANÁLISE DE DADOS NA PRODUÇÃO DA MONOGRAFIA
Os dados são o material expresso nas entrevistas,
questionários, notas de campo, diários de campo, caderno de
pesquisa, etc. A análise de dados é o processo de busca e de
organização sistemática de transcrições de entrevistas, de notas
de campo e de outros materiais acumulados com o objetivo de
apresentar os resultados e/ou conclusões da investigação. A análise
envolve o trabalho com os dados, a sua organização, divisão em
unidades manipuláveis, síntese, procura de padrões, descoberta
dos aspectos importantes e a decisão sobre o que vai ser
transmitido aos outros no texto;
A análise de dados leva o conteúdo pesquisado e o
pesquisador das páginas de descrições vagas até aos produtos
finais. Os produtos finais da investigação são apresentados como
planos de ação, em comunicações diversas, em artigos, em
monografias, em livros, etc; Na primeira experiência, a tarefa de
análise e interpretação de dados pode representar para o/a
investigador/a o seguinte: “E agora, o que eu faço”? Continuidade
ou pausa? Depende da experiência, do tempo disponível e do
material colhido; um trabalho monstruoso e irrealizável; ansiedade
e uma sensação de perda de tempo.
Assim, o momento para iniciar a análise durante a coleta
de dados deve ser de acordo com a experiência do/a pesquisador/
a, mas apresentamos alguns procedimentos que podem nortear a
prática de pesquisa do investigador iniciante ou com pouca
experiência no campo da pesquisa científica.
a) Procedimentos para análise dos dados:
Inicie a análise do mais amplo para o mais restrito;
72
Os caminhos da pesquisa científica
Deve haver decisão e eleição de aspectos relevantes para
o estudo;
A recolha de dados deve aprofundar e não alargar no
assunto para que a análise seja facilitada;
Procure um trabalho com temática semelhante ou com
problemática aproximada para servir de modelo;
b) Análise após a recolha de dados:
Que instrumentos serviram à coleta dos dados:
Questionários? Entrevistas? Observação? Análise de
documentos? Notas de campo? Outros?
Reveja todo o material e organize os dados semelhantes
(mesmo em questionários e entrevistas);
Identifique categorias de análise ou codificação (a partir
do destaque ou repetição de palavras, frases, padrões de
comportamentos, formas de pensamento e acontecimentos);
Crie títulos para cada grupo de informações semelhantes,
constituindo um pré-sumário e proceda à escrita utilizando-se da
análise e seguindo o sumário previamente elaborado.
UM MODELO DE DOCUMENTAÇÃO PARA ACESSO AO CAMPO
Entre outros tipos de documentos o ofício pode ser utilizado
para solicitar autorização de dirigentes na coleta de dados. Ex.:
GOVERNO DO ESTADO DO PIAUI
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI – UESPI
CURSO:
DISCIPLINA:
73
UESPI/NEAD Letras Espanhol
Ofício Circular s/nº / 2010 Teresina (PI), 03 de
novembro de 2010.
À(o) sr(a). Gestor(a) do (a)_______________________
Senhor(a) Gestor(a),
Apresentamos o(a) estudante pesquisador(a)
___________________________ Matrícula UESPI nº _________,
regularmente matriculada(o) no Curso de Especialização em
_________________________________________________,
para o(a) qual solicitamos de V. Sa. autorização / acesso aos
arquivos e/ou dependências desta instituição para realização de
um estudo sobre_____________________________________
A escolha do referido tema nos conduz a uma investigação
científica cujo desenvolvimento consideramos relevante para a
comunidade e para concretizá-la necessitamos realizar os
seguintes procedimentos: aplicar questionários e/ou realizar
entrevistas com professores, alunos, funcionários, coordenadores,
gestores, etc.; fazer observações na instituição; produzir oficinas e
outras informações ou atividades pertinentes e coerentes com o
trabalho de pesquisa.
Contamos com a colaboração de V. Sa. pois nossa
pesquisa tem como objetivo tornar a Universidade uma parceira
na discussão e compreensão do processo educativo e para o bom
desempenho do trabalho garantimos total discrição dos
colaboradores do estudo.
74
Os caminhos da pesquisa científica
Aguardamos encaminhamentos satisfatórios,
Atenciosamente,
Profº MSc Jânio Jorge Vieira de AbreuPROFESSOR ORIENTADOR
Mat. UESPI Nº 157143-5
Ilmo(a). sr(a).
Gestor(a) do (a) _______________________
Dr __________________________________
Teresina – Piauí
3.3 ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE UMA MONOGRAFIA EM
DOIS OU TRÊS CAPÍTULOS
a) Não consideramos o roteiro aqui apresentado um
manual obrigatório para pesquisa e produção da monografia de
conclusão do curso, porém ao optar por outra orientação, alunos e
professores devem assumir total responsabilidade pela aprovação
final do mesmo;
b) O texto deve ser composto por dois ou três capítulos,
respeitados os seguintes aspectos: coerência na extensão e
distribuição de conteúdos, a temática em estudo, o nível de
aprofundamento da investigação, a metodologia de estudo e a
estruturação necessária para abordagem do conteúdo em
discussão;
c) Nenhuma das partes do texto monográfico: elementos
pré-textuais, textuais e pós-textuais apresentados em cada nível
da produção da monografia (no texto parcial ou concluído) pode
ser improvisado, mas sempre atualizados de acordo com as
75
UESPI/NEAD Letras Espanhol
normas da ABNT;
d) De inicio procure criar uma proposta de sumário para o
texto, com títulos primários, secundários e/ou terciários (seções
numeradas) como representação dos textos/conteúdos que
comporão a estrutura da monografia;
e) Nesse momento, é necessário aprofundar os estudos
bibliográficos e documentais de sua temática de pesquisa
focalizando os assuntos de interesse da monografia;
f) Os títulos e subtítulos acima citados devem focalizar a
temática e conteúdos específicos da discussão e também a
problemática referente ao objeto de estudo;
g) O texto de introdução geral ao TCC deve ser produzido
somente após a conclusão da monografia;
h) No primeiro capítulo, pode ser apresentado o campo de
pesquisa e o percurso metodológico de forma fundamentada; no
segundo capitulo deve ser aproveitado o referencial teórico do pré-
projeto de pesquisa e pode ser feita a contextualização,
conceituação e explicação teórica do tema e no terceiro capítulo
pode ser explorado os achados do campo com uma análise dos
dados e discussão com os autores que compõem a base teórica;
i) Além de títulos coerentes com o conteúdo focado, deve
haver aprofundamento na discussão para que o texto corresponda
aos títulos ou subtítulos propostos;
3.3.1 Roteiro de orientação para produção do primeiro
capítulo da monografia
a) Prosseguindo o texto descreva o percurso metodológico
da pesquisa (poderá criar, além dos títulos obrigatórios, criar
também subtítulos ou não);
76
Os caminhos da pesquisa científica
b) Neste texto do percurso metodológico inicie a redação
apresentando a metodologia da pesquisa (poderá aproveitar o texto
da metodologia do projeto). Em seguida faça uma análise geral
dos dados de identificação dos sujeitos (denominando-os:
interlocutores, colaboradores ou co-pesquisadores) Identificação
do campo de investigação (ex.: perfil da instituição ou outro setor
escolhido para investigação, perfil dos colaboradores ou
interlocutores da pesquisa etc.);
c) Este primeiro texto, após a introdução geral da
monografia, pode ser produzido a partir dos dados colhidos no
item I do questionário de identificação e nele deve ser apresentado
os dados da vida profissional dos co-pesquisadores ou da
instituição fornecidos nas entrevistas ou através de observação,
análise de documentos, etc. Sugestão de título: “Os caminhos da
pesquisa”; “O campo de pesquisa”, etc. Sugestão de subtítulo: “Perfil
dos colaboradores”; “Descrição do Programa ...” etc.
d) Os dados referentes ao percurso metodológico (tipo de
pesquisa, método, técnicas de coleta dos dados, instrumentais,
etc) devem ser conceituados de acordo com um autor e justificados
através de referências científicas.
3.3.2 Roteiro de orientação para produção do segundo
capitulo da monografia
a) Inicie o texto do Capítulo 2, situando a temática na
academia científica, comunidade escolar ou profissional (como está
sendo discutido, como se apresenta, etc.);
b) Em seguida, faça a apresentação dos principais autores
e documentos (autoria pessoal, autoria entidade ou corporativa,
documentos em co-autoria ou individual, etc.) com suas respectivas
77
UESPI/NEAD Letras Espanhol
contribuições. Além disso, apresente a abordagem teórica, linha
de pesquisa ou campo de conhecimento de cada autor ou
referência. Nesta apresentação, coloque somente: autoria, ano da
publicação e a principal contribuição (em parágrafos normais).
c) Apresente um recorte histórico para a discussão do
conteúdo, seja ele numérico ou literal e justifique-o;
d) Faça um resgate histórico dos estudos, teorias,
postulados, princípios, etc, que abordam a temática;
e) A história do tema deve ser produzida incluindo
significados ou explicação dos termos, sentenças, expressões
literais ou numéricas, conceitos ou concepções fundamentais que
sustentam a temática em estudo situando-os em cada momento
histórico;
f) Evite descontinuidade ou salto na historicidade do tema,
pois as ideias expostas devem apresentar seqüência lógica e
coerência textual;
g) Procure situar a temática em estudo a nível mundial,
nacional, regional e local (Como se discute o tema na academia
internacional – obras, fóruns, etc., como é abordado no sistema
brasileiro, como a discussão chega ao Piauí, Teresina, etc. ou a
comunidade teresinense é quem aprofunda mais os estudos do
tema);
h) É importante lembrar que a legislação ou conselhos
nacionais, regionais brasileiros oferecem diretrizes de forma direta
ou indireta a todas as temáticas ou à academia da área, portanto,
todos os textos devem oferecer amparo legal à discussão do tema;
i) Focalizar as concepções e práticas da temática na
comunidade que oferecem os serviços da área. Para isso considere
as referências ou autores e documentos pesquisados;
j) Procurar discutir com os documentos, autores, etc, as
78
Os caminhos da pesquisa científica
ideias, concepções e práticas apresentadas nos estudos que
compõem a base teórica evitando mera aceitação do que é
colocado sobre o assunto.
k) A abordagem do conteúdo no texto pode contemplar a
seguinte estrutura:
a) A introdução ao capítulo 2 (não é a introdução de todo o
texto da monografia) deve contemplar os itens “a”. “b” e “c” desta
segunda parte do roteiro;
b) Desenvolvimento do capítulo 2 – contemplar os itens do
intervalo da letra “d” a letra “j” desta segunda parte do roteiro;
c) Conclusão do capítulo – retomar resumidamente à
discussão dos itens anteriores e apresentar suas próprias reflexões
ou posicionamento crítico a cerca do tema;
l) Cada texto deve ser estruturado com introdução,
desenvolvimento e conclusão. Além disso, deve ser evitado: títulos
ou subtítulos soltos e sem conteúdo, parágrafos muito curtos,
excesso de citações e desrespeito às normas da ABNT atual;
m) Ao final de cada texto ou seção deve haver conexão
entre o assunto do texto que termina e o assunto do texto que segue;
n) Qualquer sigla apresentada no desenvolvimento,
independente da existência de lista de siglas no trabalho, deve ser
colocada por extenso à primeira vez que for citada no texto;
o) Os termos técnicos ou expressões com linguagem
específica do assunto do tema e que podem ser desconhecidos
da maioria dos leitores, precisam ser explicados em notas de
rodapé à primeira vez que aparecerem no texto;
p) Evitar termos ou expressões imprecisas. Ex.: estudos
recentes; alguns estudos; no passado; antigamente; nos dias de
hoje; muitos autores; naquela época, etc;
q) Evitar a colocação de expressões em caixa alta (exceto
79
UESPI/NEAD Letras Espanhol
as siglas) ou qualquer grifo sem justificativa;
r) Não colocar títulos de obras ou documentos em citações
no texto;
s) Em citações no texto coloca-se somente e
obrigatoriamente: autor, ano, página do conteúdo citado
(preferencialmente sequenciados e separados apenas por vírgulas);
t) Nomes de autores em citações no texto (nome completo
na primeira vez em que for citado e se for entre parênteses o
sobrenome do autor deve ficar em caixa alta);
u) Na redação do texto, deve ser utilizada uma linguagem
técnico-científica evitando expressões do senso comum. Ex: deixa
a desejar; comenta; diz; fala; etc.
v) O texto produzido deve apresentar lista de referências
no final de acordo com as normas da ABNT atual;
w) Para contemplar o roteiro acima na proposta de um
capítulo é necessário um texto de no mínimo 12 laudas;
x) Não aceitamos cópia de monografias com estudos de
temáticas semelhantes. Evitar colagens e ideias incoerentes com
sua temática na produção do texto. Procure discutir com os autores
ou analisar criticamente o que eles afirmam sobre o assunto nas
obras que discutem seu tema de pesquisa;
y) Os textos devem ser apresentados ao orientador sempre
digitados, impressos e com a devida correção entre autor e
digitador.
3.3.3 Roteiro para produção do terceiro capítulo da
monografia
a) Se o segundo capítulo contempla uma explicação ou
até a tentativa de estado da arte da temática estudada, com sua
80
Os caminhos da pesquisa científica
conceituação, contextualização, etc (mais teórico), o terceiro
capítulo deve contemplar mais a parte empírica que significa o
estudo no campo de pesquisa, a exploração ou análise dos dados
e apresentação concreta do fenômeno e da realidade pesquisada;
b) Visitar as instituições públicas, privadas ou outros
setores escolhidos como campo de pesquisa para, devidamente
documentado/a, iniciar a aplicação de seus instrumentos de coleta
dos dados;
c) O referido estudo e campo é uma oportunidade para o
pesquisador confrontar conceitos, significados e conclusões dos
autores com a realidade. Isto deve ser feito estabelecendo um
confronto entre autores, documentos e dados fornecidos pelos
colaboradores. A produção e sistematização dos referidos dados
constitui-se no texto do 3º capítulo da monografia;
d) O 3º capítulo da monografia, assim como o primeiro e
segundo, deve ser produzido considerando os objetivos propostos
(geral e específicos);
e) O pesquisador após a elaboração e aplicação dos
instrumentos de coleta de dados (questionários, entrevistas, roteiro
de observação, roteiro para análise de documentos, formação de
grupos de colaboradores, identificação de participantes, grupos
focais, fichas, fontes arquivistas, etc), deve analisar os dados
colhidos e, considerando os objetivos e aspectos contemplados,
estruturar o texto do capitulo.
f) Para iniciar o capítulo coloque o título e inicie a redação
com uma introdução geral ao capítulo (apresentando reflexões
introdutórias sobre a inserção da temática no campo de pesquisa);
g) Analise o instrumental utilizado na coleta dos dados e
inicie a interpretação dos dados por aspecto, pois assim poderá
contemplar os dados colhidos em quaisquer dos instrumentais
81
UESPI/NEAD Letras Espanhol
utilizados ou até em mais de um tipo ao mesmo tempo;
h) Cada pergunta ou aspecto do instrumental pode gerar
uma seção de texto;
i) Prosseguindo na análise dos dados procure identificar
as respostas (objetivas ou subjetivas), comentários, informações,
práticas, depoimentos que compartilham ou não ideias;
j) A redação a partir da análise dos dados deve contemplar
conteúdos ou respostas semelhantes, convergentes, divergentes,
os silêncios, falas, etc.;
k) Deste conteúdo, tanto os dados que convergem entre
si, quanto os dados que divergem devem ser motivo de inferências
(análises, constatações, proposições, etc);
l) Assim, a primeira seção de texto do terceiro capítulo
pode ser produzida a partir das primeiras respostas dos
questionários, entrevistas ou aspectos observados e analisados
através de outros instrumentos. Ex. de títulos ou subtítulos:
• A metodologia de estudo do curso de Gestão pública
municipal da UAB/UESPI;
• O que significa saúde pública para os professores
universitários;
• O que é ser um gestor público.
• A ética na gestão pública dos hospitais de _____;
• A prática avaliativa dos professores do curso de gestão
em saúde - UAB;
• Quem evade e permanece na Universidade Aberta do
Brasil; etc.;
• A prática gestora em saúde pública no hospital ______;
• O financiamento da saúde pública no município
de._____;
• Quem são os gestores em saúde da Fundação _______”;
82
Os caminhos da pesquisa científica
• A prática em saúde pública dos agentes comunitários
de saúde da zona Sul de Teresina (PI).
m) O segundo texto deve ser produzido a partir do item
seguinte dos questionários, entrevistas ou de um terceiro tema
escolhido na revisão geral dos dados;
n) Se houver um terceiro ou quarto texto no capítulo três
deve prosseguir a partir dos dados colhidos quaisquer que sejam
os instrumentos utilizados na coleta de dados. Assim, cada questão,
grupo de questões ou tema deve inspirar um título e uma seção de
texto;
o) Vale ressaltar que, os textos podem ser produzidos a
partir de uma só pergunta ou aspecto analisado ou um grupo de
perguntas ou de aspectos analisados e observados no campo,
sejam eles semelhantes, divergentes ou complementares entre si
na discussão do tema em estudo;
p) Assim, a produção de cada texto deve contemplar a
análise das respostas de questionários, entrevistas, depoimentos
ou dados da observação e o confronto ou discussão com autores,
e ainda dos documentos que dão sustentação teórica ou
documental à temática;
q) A discussão referida acima deve ser no sentido de
analisar, comparar os dados empíricos com outros estudos; mostrar
discordância, compartilhamento ou concordância de ideias e,
sobretudo, o que se constata com a investigação.
3.3.4 Introduzindo e concluindo a monografia
Os textos de introdução e conclusão do trabalho devem
ser as últimas partes da monografia a serem escritas ou revisadas.
83
UESPI/NEAD Letras Espanhol
INTRODUÇÃO
Parte inicial do texto, na qual é feita uma apresentação
delimitada do assunto abordado na monografia juntamente com
sua justificativa, problema de pesquisa, objetivos, situação da
discussão, apresentação da estrutura do texto da monografia e a
relevância do trabalho para a área em que se insere.
A introdução geral da monografia é um texto no qual se
pode aproveitar parte do conteúdo do projeto de pesquisa,
mudando apenas o tempo verbal, pois o projeto constitui um
planejamento futuro e após o seu desenvolvimento, com a
monografia estruturada, deve-se utilizar uma linguagem de algo que
foi provisoriamente concluído. Assim, utilizam-se na introdução os
seguintes elementos do projeto: justificativa, problema ou
problemática, hipóteses e objetivos.
CONCLUSÃO
Parte final do texto, na qual se apresenta um resumo dos
aspectos essenciais do desenvolvimento e, sobretudo, as
conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses propostas
pelo autor bem como as recomendações ou proposições/ações
julgadas necessárias a partir das descobertas.
OBS. 01 - A quantidade de páginas do texto monográfico
está relacionada a diversos aspectos: ao conteúdo do tema em
estudo; à coerência e coesão textual; à capacidade de síntese do
(a) pesquisador (a) e, sobretudo, do aprofundamento dado ao
assunto pesquisado. No entanto, coloca-se como estimativa para
a parte textual deste nível de produção científica, um volume entre
35 e 55 laudas.
OBS. 02 - Todo o texto da monografia deve ser produzido
de acordo com as normas da ABNT.
84
Os caminhos da pesquisa científica
3.4 ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
01 – Produzir uma resenha deste livro. O texto seguinte contém
uma orientação cuidadosa para o desenvolvimento desta atividade.
Caro(a) aluno(a),
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT, a resenha é o mesmo que resumo crítico ou recensão.
Alguns autores e, às vezes, alguns de nós professores,
incorretamente, classificamo-la como resenha crítica, o que nos
parece redundante em relação à norma citada. É o que afirma
também Jorge Leite de Oliveira (2005, p. 105), um pesquisador
credenciado na produção de textos acadêmicos.
João Bosco Medeiros (2003, p. 158-159) afirma que
resenha é um relato minucioso das propriedades de um objeto ou
de suas partes constitutivas; é um tipo de redação técnica que inclui
variadas modalidades de textos: descrição; narração e dissertação.
Concordo com Medeiros (2003). Na produção de uma
resenha precisamos atingir este nível. Vejamos: descrevemos,
pois fazemos uma descrição física das propriedades e/ou da
estrutura da obra. Fazemos também uma narração quando
relatamos as credenciais do autor, apresentamos as conclusões e
metodologia empregada, expomos o quadro de referências em
que o autor se apoiou. Além disso produzimos ainda uma
dissertação quando avaliamos, analisamos com a propriedade
de conhecedor da obra e dizemos, inclusive, a quem se destina a
mesma, qual a contribuição e qual a relevância do conteúdo, etc.
A conceituação acima demonstra que a produção de uma
resenha se constitui num trabalho de alto nível e, como todo texto
científico, uma produção completa – a redação por excelência.
Considerando as dificuldades que muitos de nós
85
UESPI/NEAD Letras Espanhol
acumulamos com pouca produção de textos e de leituras e até
pelas equivocadas e precárias orientações que recebemos para
a produção e publicação de textos acadêmico-científicos,
necessitamos adotar alguns procedimentos simples na orientação
de produção de resenhas e de outros textos científicos.
Um primeiro conselho seria iniciar a resenha pela
elaboração de um resumo, acrescentando a este, depois ou
simultaneamente, uma apreciação crítica do conteúdo e estrutura
da obra resumida. Devemos ressaltar que não podemos criticar
algo sem conhecer bem o objeto ou sujeito da crítica. Assim, o
procedimento inicial de quem se propõe a criticar algo é estudá-lo
cuidadosamente.
Analisar e conhecer bem aquilo sobre o que vamos falar
ou escrever é condição fundamental para exercer a crítica, pois,
do contrário, corremos o risco de praticar injustiças com os autores
e produzirmos equívocos para os leitores e para nós mesmos.
Um procedimento que contribui muito para a habilidade
da redação é a leitura diária de jornais, revistas (editoriais, colunas
de opinião, etc) e especialmente a prática de leitura e de escrita
de textos acadêmicos, de resenhas, etc.
Seguindo esta orientação podemos oferecer os elementos
básicos para a estruturação de uma resenha:
Referência bibliográfica: autor. título da obra em negrito. nº
da edição se for a partir da segunda, local de publicação: editora,
ano e nº de páginas;
Biografia e/ou credenciais da autoria: breve apresentação
do(a) autor(a) focalizando, especialmente, o currículo profissional;
Resumo da obra:
1. Deve iniciar com uma breve exposição sobre o assunto
geral da resenha. Isto significa expressar no primeiro e/ou único
86
Os caminhos da pesquisa científica
parágrafo (com recuo ou sem recuo) como a estrutura da obra se
apresenta; como o conteúdo se apresenta (metodologia da escrita,
etc.);
2.Em seguida, pode iniciar destacando as ideias básicas
ou ideias que estruturam o texto (lembre-se!: um resumo do resumo
resumido). O leitor de sua resenha deve perceber a importância
de adquirir ou não a obra. Isto não significa conhecê-la
detalhadamente a partir da leitura de sua resenha;
3.Expor resumidamente os resultados alcançados pelo
autor da obra e informar qual teoria serve de apoio às ideias do
mesmo;
4.Fazer a apreciação crítica destacando: o estilo do autor
(objetivo, conciso), se as ideias são originais, claras e coerentes e
ainda em qual corrente filosófica ou escola de pensamento ele mais
se insere (Positivista; Fenomenológica; Dialética). É um Idealista,
Realista, etc.
5.Indicar a clientela ou público a quem a obra se destina, a
quem ela é útil (alunos, professores, pesquisadores, especialistas
de quais cursos ou áreas?)
O trabalho científico é assim, exige sistematização das
ideias, orientações e normas. O leitor de seu texto – a resenha
precisa distinguir entre suas ideias e as ideias do autor da obra
resenhada. Não esqueça de fazer as devidas citações e uma
apreciação crítica que contemple: estrutura do texto, linguagem
utilizada pelo autor da obra e, especialmente, contribuições e
relevância do conteúdo para sua formação e para a comunidade
acadêmica.
Esta orientação é para o texto científico de uma resenha
publicável em revistas científicas, etc., mas façamos o que estiver
dentro das nossas possibilidades e limitações.
87
UESPI/NEAD Letras Espanhol
UNIDADE 4A ORIENTAÇÃO DA ABNT PARA REDAÇÃO E
APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO DECONCLUSÃO DE CURSO
OBJETIVOS
• Habilitar o aluno ao conhecimento e aplicação da ABNT no texto científico
escrito e apresentação oral do trabalho de conclusão do curso.
• Possibilitar ao aluno, além das normas para produção e apresentação gráfica
do texto científico, a compreensão dos procedimentos de difusão e avaliação
do conhecimento científico.
88
Os caminhos da pesquisa científica
89
UESPI/NEAD Letras Espanhol
4 A ORIENTAÇÃO DA ABNT PARA REDAÇÃO E
APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO
Nesta unidade, trazemos uma orientação para aplicação
das Normas da ABNT no texto científico contemplando a parte
gráfica dos principais tipos de trabalhos conclusão de cursos,
especialmente, as monografias que comumente oferecem maior
desafio a professores orientadores e alunos orientandos na
sistematização, redação e apresentação final dos referidos
trabalhos.
Quando se trata da ABNT, é importante ressaltar que os
manuais podem apresentar pequenas divergências, pois, no
referido documento há normas que facultam regras e outras
interpretativas, o que possibilita aos manuais trazerem pequenas
divergências e até confundir o aluno ou orientador na redação e
apresentação de textos científicos. Diante disso, aconselhamos
que alunos e professores devem seguir o manual ou orientador
que tenha sido credenciado ou recomendado pela instituição à
qual o curso está vinculado como documento de orientação para
elaboração e apresentação gráfica do trabalho.
Inicialmente, apresentamos as recomendações para
estrutura da monografia, em seguida trazemos aspectos
redacionais e concluiremos com as normas para referências e
recomendações para apresentação final e avaliação do texto
monográfico.
90
Os caminhos da pesquisa científica
4.1 ELEMENTOS QUE COMPÕEM A ESTRUTURA DE UMA
MONOGRAFIA
ESTRUTURA ELEMENTO
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
ELEMENTOS TEXTUAIS
ELEMENTOS PÓS -TEXTUAIS
Observação para as seguintes medidas: Times New
Roman ou Arial; letra 12; margens: S-3, I-2, E-3 e D-2; espaço entre
linhas 1,5 para todo o texto. Espaço entrelinhas simples: natureza
do projeto (folha de rosto); legendas das ilustrações e das tabelas;
resumo; abstract; notas de rodapé; citações diretas com mais de
3 linhas; referências . A separação entre uma referência e outra na
lista ao final do trabalho é feita com dois espaços simples.
Ficha catalográfica (verso da folha de rosto)Errata (opcional)Folha de aprovação (obrigatória)Dedicatória(s) (opcional)Agradecimentos (opcional)Epígrafe (opcional)Resumo em Língua V ernácula (obrigatório)Resumo em língua estrangeira (obrigatório)Lista de ilustrações (opcional)Lista de tabelas (opcional)Lista de abreviaturas e siglas (opcional)Lista de símbolos (opcional)Sumário (obrigatório)
Introdução (obrigatória)Desenvolvimento (obrigatório)Conclusão (obrigatória)
Referências (obrigatório)Glossário (opcional)Apêndice(s) (opcional)Anexos (opcional)Índice(s) (opcional)
Capa (obrigatória)Lombada (opcional)Folha de rosto (obrigatória)
91
UESPI/NEAD Letras Espanhol
PAGINAÇÃO – ABNT (NBR 14.724):
• Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto,
devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas;
• A numeração é colocada a partir da primeira folha da
parte textual (introdução), em algarismos arábicos, no canto superior
direito da folha;
• Havendo apêndice e anexo, as suas folhas devem ser
numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar
segmento à do texto principal;
• As páginas que antecedem o texto são numeradas, com
algarismos romanos minúsculos, na margem inferior da página e
centralizados.
CONJUGAÇÃO VERBAL NO TEXTO:
• O mais indicado é o uso do verbo na forma impessoal;
Exemplo: utilizaram-se os dados; elaborou-se; selecionou-
se; conclui-se que...
• O uso do verbo na primeira pessoa (singular ou plural)
deve ser evitado:
Exemplo: utilizei/utilizamos; elaborei/elaboramos;
selecionei/ selecionamos; conclui/concluímos...
CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA OS ELEMENTOS
TEXTUAIS DO TCC (INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E
CONCLUÇÃO)
INTRODUÇÃO
• Parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação
92
Os caminhos da pesquisa científica
do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos
necessários para situar o tema do trabalho;
• Aqui não é aconselhável antecipar conclusões.
DESENVOLVIMENTO
• Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada
e pormenorizada do assunto;
• Divide-se em seções e subseções que variam em função
da abordagem do tema, da metodologia da pesquisa e da escrita;
• É a parte mais importante do trabalho, onde é exigido
raciocínio lógico, fidelidade à temática em estudo, coesão e
coerência textual e clareza na exposição.
CONCLUSÃO
• Parte final do texto, na qual se apresentam as conclusões
correspondentes aos objetivos ou hipóteses;
• O autor de um trabalho de pesquisa pode apresentar,
além das conclusões, recomendações (ações de intervenção)
julgadas necessárias a partir das conclusões obtidas;
• As conclusões devem ser fundamentadas nos resultados
e nas discussões apresentadas ao longo do trabalho, e contém
deduções lógicas, claras e concisas.
OBS.: Todos os p arágrafos do texto devem ficar com
recuo de 2 cm da margem esquerda
CITAÇÕES NO TEXTO (NBR 10.520): SISTEMA AUTOR-DATA
• Menção de uma informação extraída de outra fonte;
• Citação de citação – citação direta ou indireta de um
texto em que não se teve acesso ao original;
Citação direta – transcrição textual dos conceitos do(a)
93
UESPI/NEAD Letras Espanhol
autor(a) consultado(a). Exemplo no item “4.4.”
Citação indireta – transcrição livre das ideias do autor
consultado. Ex.:
• O estudo de Antonio Nóvoa (1987) destaca que a palavra
profissão nos séculos XVII e XVIII, abarcava um conjunto de
significados laicos e religiosos dentre os quais as atividades de
ensinar parecem ser um dos melhores exemplos.
As citações diretas de até três linhas podem ser inseridas
no próprio parágrafo, entre aspas. Ex.:
• Os estudos de Michel W. Apple (1988, p. 15) sobre o
magistério feminino mostram a prática docente como “um processo
de trabalho, articulado às mudanças, ao longo do tempo, na divisão
sexual do trabalho e nas relações patriarcais e de classe”. Essas
relações possibilitam que o trabalho docente...
AS CITAÇÕES DIRETAS COM MAIS DE TRÊS LINHAS:
• Aparecem em parágrafo separado, com tamanho de letra
menor que as letras do texto;
• Espaços entre linhas simples, com recuo de 4 cm da
margem esquerda do texto e com dois espaços entre os parágrafos
anterior e posterior. Ex.:
Essas antigas profissões têm origem no mundo pré-
industrial em que os poucos profissionais existentes estavam a
serviço de Deus ou do Rei. Apenas as classes aristocráticas tinham
acesso às profissões. E este fato não se justificava pela posse de
um corpo de saberes (o que passa a acontecer mais tarde), mas,
sobretudo, pela condição social e tradição familiar:
94
Os caminhos da pesquisa científica
No século XIX as profissões liberais tornam-se tãofortalecidas que parecem não mais configurar umaforma de ocupação, mas o modelo por excelênciadas profissões. Este estado de coisa começa amodificar-se em meados do século XX,acompanhando a transformação do capitalismoconcorrencial em capitalismo monopolista. Osurgimento no século XX, [...], de grandesorganizações burocráticas estatais e privadas vaicontribuir decisivamente para as mudanças nasprofissões. O modelo de médicos e advogadosisolados, exercendo suas atividades liberais, ésubstituído pelo dos economistas, engenheiros earquitetos, trabalhando no seio de grandesorganizações (NÓVOA, 1987, p. 36-37, grifo do autor).
OBS.: [...] supressão; [ ] interpolações, comentários ... ;
Ênfase ou destaque no texto: grifo, negrito, itálico ...;
Grifo nosso; grifo do autor; tradução nossa...
NAS CITAÇÕES EM QUE HÁ COINCIDÊNCIA DE
SOBRENOMES DOS AUTORES ACRESCENTAM-SE AS
INICIAIS DE SEUS PRENOMES:
(SOUSA, D., 2003, P.123); (SOUSA, E., 2003, P. 103)
OBS.: Se mesmo assim existir coincidência, colocam-se
os prenomes por extenso (SOUSA, Eliane, 2004, P. 127)
CITAÇÃO DE DIVERSAS OBRAS DE UM MESMO
AUTOR PUBLICADAS NO MESMO ANO:
• Michel Foucault (1979a, p. 170); Michel Foucault (1979b,
p. 81)
CITAÇÕES DE DADOS OBTIDOS POR INFORMAÇÃO
95
UESPI/NEAD Letras Espanhol
ORAL (debates, conferências, comunicações etc.)
• Indicar, entre parênteses, a expressão “informação verbal”;
• Utilizar notas de rodapé
NOTAS DE RODAPÉ (NBR 10.520 / 2002)
• São indicações, observações ou aditamentos que o autor
faz ao texto;
• São digitadas (NBR 14.724)1 dentro das margens, ficando
separadas do texto por um filete de linha de 3cm a partir da margem
esquerda;
• O texto das notas de rodapé deve ter espaço simples
entre linhas e letra tamanho 10;
• As Notas de Rodapé são informações que não foram
incluídas no texto, por quebrarem a seqüência do mesmo.
• As notas de rodapé são simbolizadas por *, §, ,ou em
algarismos arábicos quando o texto exigir mais de uma nota: 1, 2,
3...
AS CITAÇÕES DO MESMO AUTOR E MESMA OBRA
SUBSEQUENTES NO TEXTO PODEM SER REFERENCIADAS
DE FORMA ABREVIADA:
Idem – mesmo autor – Id.;
______________________
FOUCAULT, 1979, P. 120.
Id., 2000, p. 225.
Ibidem – na mesma obra – Ibid.;
96
Os caminhos da pesquisa científica
______________________
SAVIANI, 2000, P. 174
Ibid., p. 190.
Confira – Cf.; Obra citada – op. cit.
Apud – citado por, conforme, segundo (pode ser utilizada
dentro e fora do texto):
Segundo Silva (2000 apud ABREU, 2003, P. 55) a
educação...
O discurso e a temática da inclusão para os dirigentes do
sistema educacional brasileiro “é parte de uma
política...”(MARQUES, 2002, P. 123 apud DIAS, 2004, P. 146-147).
CITAÇÕES NA LISTA DE REFERÊNCIAS (ABNT-NBR
14.724 / 2002 e 6.023 / 2000)
Com um autor
• Entrada pelo último sobrenome do autor em letras
maiúsculas; seguido de vírgula e do(s) prenome(s) e sobrenome(s);
ponto; título da obra em negrito; dois pontos e subtítulo se houver;
número de edição se for a partir da segunda; local; dois pontos;
editora; ano da publicação; número de páginas.
• ALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz. Nordestino:
uma invenção do falo – Uma história do gênero masculino
(Nordeste – 1920/1940) . Maceió: Catavento, 2003, 256 p.
• FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder . Tradução:
Roberto Machado. 16ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979, 295 P.
Obs.: nomes de autores terminados com filho, Junior ,
neto; a entrada deve ter , além do último sobrenome, o
97
UESPI/NEAD Letras Espanhol
sobrenome que o antecede.
Com dois autores
• A entrada deve ser feita pelo nome do primeiro autor que
aparece na publicação, seguido de ponto e vírgula e do nome do
segundo autor, seguido dos outros elementos.
• SOUSA, Valquíria Alencar de; CARVALHO, Maria Eulina
de. Por uma educação escolar não-sexista . João Pessoa:
Editora Universitária/UFPB, 2003. 127 p.
Com três ou mais autores
• PARO, V.H.; FERRETI, C.J.; VIANNA, C.P.; SOUZA, D.T.
Escola de tempo integral: desafio para o ensino público . São
Paulo, Cortez, 1988.
Obs.: Pode ser com indicação completa só do primeiro
autor:
• PARO, V.H. et al. Escola de tempo integral: desafio
para o ensino público . São Paulo, Cortez, 1988.
Autor repetido na lista de referências bibliográficas
• ALMEIDA, Miguel Vale de. Senhores de si: uma
interpretação antropológica da masculinidade . Lisboa: Fim de
Século, 1995. 264 p.
• ________. Gênero, masculinidade e poder: revendo
um caso do sul de Portugal . Anuário antropológico/95. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996, p. 161 – 189.
Título e autor repetidos
• ________.________. 3. ed. São Paulo: Ed. Vozes, 2002,
235 p.
98
Os caminhos da pesquisa científica
Autores corporativos (entidades coletivas,
governamentais, públicas, particulares, etc).
• BRASIL. Ministério da Indústria e Comércio. Secretaria
de Tecnologia Industrial. Indústria de não ferrosos: p anorama
atual e previsões . Brasília, D.F., 1974.
• ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Dengue
hemorrágico: diagnóstico, tratamento e controle . Genebra,
1987.
Com indicação de responsabilidade intelectual
(organizador , coordenador , editor , etc.)
• SOARES, I.O., (Org.). Para uma leitura crítica da
publicidade . São Paulo, Paulinas, 1988.
• PINHO, D.B., (Coord.). Manual da economia . São
Paulo: Saraiva, 1988.
• BERKOW, R., (Ed.). Manual Merck de medicina :
diagnóstico e tratamento . 15.ed. São Paulo, Roca, 1989.
Com indicação de tradutor
• FOSKETT, A.C. A abordagem temática da informação .
Trad. de Antonio Agenor Briquet de Lemos. São Paulo: Polígono,
1973.
• FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder . Tradução:
Roberto Machado. 16ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979, 295 P.
Referência de um capítulo de livro, quando o autor
do capítulo não é o autor do livro
• ALVES, Branca Moreira. Feminismo e marxismo . IN:
FIGUEIREDO, Eurico de Lima, (Org.) et all. Por que Marx? Rio de
99
UESPI/NEAD Letras Espanhol
Janeiro: Edições Graal, 1983. p. 51-61.
Referência de um capítulo de livro, quando o autor
do capítulo é tambem o autor do livro
• ULIVI, Lucia Ubani. A esquerda hegeliana . In: ______.
História da filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 1999, p.
61-76.
PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS CONSIDERADAS NO
TODO (coleção)
• REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA . Rio de
Janeiro, IBGE, 1939.
• CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO . Brasília, v.18, n.1, jan./jun.
1989.
Números especiais, suplementos, etc.
• REVISTA POLITÉCNICA. 50 anos de Minas e
Metalurgia: 1939-1989 . São Paulo, v.84, n.202, nov. 1989. Edição
especial.
• REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA. Educação e
aliment ação do pré-escolar . São Paulo, v.15, dez. 1981.
Suplemento.
ARTIGOS DE JORNAIS
• Autor(es) do artigo; 2. Título do artigo; 3. Título do jornal;
4. Local da publicação; 5. Data, dia, mês e ano; 6. Número ou título
do caderno, seção, suplemento; 7. Página(s) do artigo.
Exemplo:
• MARCOS, Prado. Brasil alfabetizado ganha sede
100
Os caminhos da pesquisa científica
própria . Jornal Meio Norte, Teresina, 13 março, 2006. Caderno
Cidades, p. B/3
• CARDIERI, T.; BRAUNE, P. Negociação: uma arte
essencial . Folha de S. Paulo, São Paulo, 1 mar. 1990. p.F-2.
• MAGYAR, Vera. E não é só Freud que explica . Jornal
da Tarde, São Paulo, 29 out. 1989. p.6.
REFERÊNCIA DE INTERNET (MEIO ELETRÔNICO – NBR
6.023 / 2000) – Artigo, matéria, reportagem publicados em
periódicos, jornais e outros.
• SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro,
nov. 1988. Seção Ponto de Vista. Disponível em http://
www.brasilnet.com.br/contexts/brasilrevistas. Htm. Acesso em: 28
nov. 1988.
• ASPIS, Renata P. L. Avaliar é humano, avaliar humaniza.
<http://www.cbfc.com.br/reflexão.htm> Acesso em: 20 dez 2001.
• GT-CURRÍCULO/ANPED<http://www.urfgs.br/faced/
gtcrric>. Acesso em: 23 jun 2000.
REFERÊNCIA DE ENTREVISTAS PUBLICADAS
• LATTES, César. História da Ciência . Campinas, SP,
1997, Superinteressante, ano 11, nº 5, p. 36-37, maio 1997,
entrevista concedida a Omar Paixão.
REFERÊNCIA DE ENTREVISTA NÃO PUBLICADA
• OTERO, R. Entrevista concedida a Kalil Mussa. Curitiba.
30 set. 1999.
DISSERTAÇÕES, TESES, ETC.
• CARVALHO, José Carlos de Paula. Antropologia das
101
UESPI/NEAD Letras Espanhol
organizações e educação: um ensaio holonômico . São Paulo,
1988. 287p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Educação,
Universidade de São Paulo.
• BARROS, Eduardo Judas. Relações públicas no
Terceiro Mundo . São Paulo, 1988. 174p. Tese (Doutorado) -
Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo.
• MARTINS, Carlos Roberto. Imagem da escola: um
estudo de atitudes entre estudantes universitários . Piracicaba,
1988. 274p. Tese (Livre Docência) - Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.
• MORGADO, M.L.C. Reimplante dentário . São Paulo,
1990. 51p. Monografia (Curso de Especialização) - Faculdade
de Odontologia, Universidade Camilo Castelo Branco.
EVENTOS CIENTÍFICOS (Congressos, Seminários,
Simpósios, etc.)
Considerados no todo
• SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 5., Porto Alegre, 1987. Anais. Porto Alegre,
Biblioteca Central da UFRGS, 1987. 2v.
• CONGRESSO NACIONAL DE BIBLIOTECÁRIOS
ARQUIVISTAS E DOCUMENTALISTAS, 3.; ENCONTRO
INTERNACIONAL DE BIBLIOTECÁRIOS DE LÍNGUA
PORTUGUESA, 1., Lisboa, 1990. Actas. Lisboa, Associação
Portuguesa de Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas, 1990.
v.1.
Trabalho apresent ado e publicado em Anais
• MACEDO, N.D. Conceitos e diretrizes para o serviço de
102
Os caminhos da pesquisa científica
referência; primeiros passos para sua discussão. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 4, Campinas,
1985. Anais. Campinas, UNICAMP, 1985. p.239-53.
Trabalho apresent ado e divulgado como artigo
• VARGAS, M. Disciplinas humanísticas na Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo. Revista da Sociedade
Brasileira de História da Ciência, n.3, p.169-71, 1989. Número
especial. /Apresentado ao 2. Seminário Latino-Americano sobre
Alternativas de Ensino da História da Ciência e da Tecnologia, São
Paulo, 1987.
• BARBIERI, Iris. Participação dos Estados e Municípios
nas receitas tributárias e no ensino. Ciência e Cultura, v.41, n.7,
p.131, 1989. Suplemento. /Apresentado à 41. Reunião Anual da
SBPC, Fortaleza, 1989 - Resumo/
DOCUMENTOS LEGISLATIVOS*
Legislação
• BRASIL, Leis etc. Estatuto dos funcionários públicos
civis da União, lei n.1711 de 28 de outubro de 1952. 3.ed. São
Paulo, Atlas, 1981.
• BRASIL, Leis etc. Lei nº 7.679 de 23 de novembro de
1988. Dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em períodos
de reprodução. Diário Oficial da União, Brasília, D.F., 05 dez. 1988.
Seção 1, p.10.
• BRASIL, Leis etc. Lei nº 7960 de 21 de dezembro de
1989. Dispõe sobre prisão temporária. Lex: Coletânea de
Legislação e Jurisprudência, Brasília, v.53, n.36, p.1029, 1989.
• SÃO PAULO (Estado). Leis etc. Decreto nº 31.425 de
19 de abril de 1990. Dispõe sobre o funcionamento das repartições
103
UESPI/NEAD Letras Espanhol
públicas estaduais no dia 30 de abril de 1990. Diário Oficial do
Estado, São Paulo, 20 abr. 1990. Seção 1, p.1.
• BRASIL. Senado Federal. Resolução nº 81 de 11 de
dezembro de 1989. Suspende a execução de expressões contidas
no Decreto-Lei nº 1089, de 2 de março de 1970. Lex: Coletânea
de Legislação e Jurisprudência, São Paulo, v.53, n.35, p.955, 1989.
• BRASIL. Presidência da República. Secretaria do Meio
Ambiente. Portaria nº 568 de 16 de abril de 1990. Retifica a portaria
nº 577390-p de 11 de abril de 1990. Diário Oficial da União,
Brasília, 19 abr. 1990. Seção 2, p.1858.
Constituição
• BRASIL. Constituição, 1988. Constituição da República
Federativa do Brasil, 1988. São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais,
1989.
• BRASIL. Constituição, 1988. Constituição da República
Federativa do Brasil: 3º parágrafo do artigo 192. Revista de Direito
Público, São Paulo, v.31, n.88, p.173, 1988.
Filmes
• A SEMANA de 22 (filme) Direção de Susana do Amaral
Resende. São Paulo, ECA/USP, 1970. 14min. bp. son. 35mm.
• STANDAR OIL COMPANY. Cidade lar (filme) EUA, 1970.
14min. color. son. 16mm.
Vídeo
• OS PERIGOS do uso de tóxicos (filme-vídeo) Produção
de Jorge Ramos de Andrade; coordenação de Maria Isabel
Azevedo. São Paulo, CERAVI, 1983. 1 cassete VHS, 30 min.
104
Os caminhos da pesquisa científica
color. son.
• SALES, João Moreira. América (filme-vídeo). Brasil,
1956. 1 cassete VHS, 120 min. color.
Transp arências
• O QUE ACREDITAR em relação à maconha
(transparência) São Paulo, CERAVI, 1985. 22 transparências (2
superposições soltas) color. 25 x 20 cm.
4.2 ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO ORAL DO TRABALHO DE
CONCLUSÃO DO CURSO
INICIAR COM O CABEÇALHO CENTRALIZADO
TITULO DO TRABALHO:
AUTOR (A) DO TRABALHO:
1. JUSTIFICATIVA (somente fala)
2. PROBLEMA (por escrito/fala)
3. OBJETIVOS:
3.1. GERAL: (por escrito/fala)
3.2. ESPECÍFICOS: (por escrito/fala)
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: (por escrito/fala)
Autor (ano); Autor (ano) ... e principal contribuição de cada um(a)
5. METODOLOGIA OU PERCURSO METODOLÓGICO: (por
escrito e em tópicos/fala)
6. ESTRUTURA DO TEXTO:
105
UESPI/NEAD Letras Espanhol
6.1. TÍTULO DO CAPÍTULO I (por escrito e em tópicos/fala)
Itens com as ideias-chave ou desenvolvimento de cálculos, inclusive
citações de autores.
a. TÍTULO DO CAPÍTULO II (por escrito e em tópicos/fala)
Itens com as ideias-chave do texto, inclusive com depoimentos,
demonstrações de práticas, tabelas e ilustrações (se houver).
b) CONCLUSÕES (por escrito e em tópicos/fala)
Colocar aqui em itens as conclusões que alcançou com a pesquisa
e, se for o caso, colocar também as proposições para intervenção
na realidade pesquisada.
OBS.: Lembre-se! O tempo de apresentação é de 20
minutos, utilizando-se entre 12 e 16 slides ou demonstração em
quadro formicado ou lousa eletrônica. Para slides utiliza-se letra
tamanho entre 20 e 28 e para retro-projetor letra 18, fonte Times
New Roman ou Arial.
PROFESSORES E ALUNOS EM LABORATÓRIO DE
PESQUISA NA UESPI PARA APRESENTAÇÃO DE
MONOGRAFIAS DE CONCLUSÃO DE CURSO
106
Os caminhos da pesquisa científica
FONTE: Arquivos do Programa “Caminhos da Pesquisa-Ação” – PREX/UESPI
107
UESPI/NEAD Letras Espanhol
4.3 FICHA DE AVALIAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
CURSO:
DICISCIPLINA:
PROFESSOR: MsC JÂNIO JORGE VIEIRA DE ABREU
Ficha de avaliação da banca examinadora
ALUNO(A):
____________________________________________________________
TÍTULO DO TRABALHO:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
PROFESSOR(A) AVALIADOR(A)
_______________________________________________________________
A) TRABALHO ESCRITO (de 0,0 a 06 pontos)
1. Apresentação gráfica: uso e aplicação das normas da ABNT
(elementos: pré-textuais, textuais e
pós-textuais):
VALOR MÁXIMO 1,0 __________________
2. Escolha e apresentação do tema; adequação dos objetivos;
referencial teórico e metodologia adotada na pesquisa:
VALOR MÁXIMO 3,0 __________________
108
Os caminhos da pesquisa científica
3. Estrutura do texto: estrutura lógica das ideias expostas no
desenvolvimento do trabalho; coerência e coesão textual
VALOR MÁXIMO 2,0 __________________
TOTAL ALCANÇADO NO TRABALHO ESCRITO
_________________________________________
B) APRESENTAÇÃO (de 0,0 a 04 pontos)
1. Recursos utilizados (valor máximo 0,5)
________________________
2. Distribuição e dosagem do conteúdo na exposição (valor
máximo 1,0) _________________
3. Domínio do conteúdo, capacidade de síntese, segurança na
exposição e desenvoltura oral
(valor máximo 2,5) ____________________
TOTAL ALCANÇADO NA APRESENTAÇÃO________________
C) 0,0 à 6,9 = Insuficiente; 7,0 à 7,9 = Suficiente.; 8,0 à 8,9 = Bom;
9,0 à 9,9 = Muito Bom ; 10,0 = Pleno
C) NOTA OU CONCEITO GERAL ALCANÇADO ____________
Teresina (PI), ________ / __________________ / ________
Assinatura do(a) Professore(a)
________________________________________________________________
109
UESPI/NEAD Letras Espanhol
4.3 ATIVIDADES
1. Consultar as normas da ABNT vigente e, considerando sua
temática de estudo, apresentar um modelo para os seguintes
elementos pré-textuais (1,5 pontos):
a) Capa da monografia;
b) Folha de rosto da monografia;
c) Folha de Aprovação da monografia;
d) Expor os aspectos do texto que devem compor o resumo da
monografia;
e) Uma proposta de sumário para sua monografia.
2. Considerando os elementos textuais da monografia, apresente
os aspectos a serem contemplados na introdução, no
desenvolvimento e nas conclusões do texto monográfico (1,0
ponto).
4. Considerando o estudo integral de uma obra, apresentar 02
exemplos de referências em lista de final de texto utilizando uma
obra com autoria individual e uma obra em co-autoria com mais
de dois autores (1,0 ponto).
5. Considere o estudo parcial (artigo ou capítulo) de uma obra
publicada em coletânea e apresente um exemplo de referência
em lista de final de texto (0,5 ponto):
6. Apresente dois exemplos de referências na lista considerando
os seguintes documentos legislativos: uma lei e uma constituição
nacional ou regional (1,0 ponto).
110
Os caminhos da pesquisa científica
7. Apresentar um exemplo de referência na lista para os
seguintes documentos: um texto consultado em meio eletrônico;
um texto consultado em anais de eventos científicos; um texto
consultado em revistas temáticas e um texto consultado em
jornais do Piauí ou Brasil (1,5 ponto).
8. Considerando as citações no texto da monografia, apresentar
exemplos das seguintes situações: uma citação direta com até 3
linhas; uma citação direta com mais de 3 linhas e uma citação
indireta (1,5 ponto).
9. Consulte a ABNT vigente e apresente os seguintes conceitos:
Nota de Rodapé; conclusões; Apêndices e Anexos (1,0 ponto).
10. Considerando a apresentação gráfica do texto da
monografia, apresente o espaço e tamanho recomendado pela
ABNT vigente para os seguintes elementos (1,0 ponto):
a) Margens: Superior ______ ; Inferior ______; Esquerda _____;
Direita _____;
b) Recuo de parágrafos: _______; Fonte e tamanho da letra
_________________
c) Espaço entrelinhas: no texto normal _______; na natureza do
trabalho ______; no resumo ______; na nota de rodapé _____;
nas citações diretas com mais de 3 linhas ______; e na lista de
referências ________.
111
UESPI/NEAD Letras Espanhol
CONCLUSÕES REFLEXIVAS
A tradição cultural brasileira privilegia a condição da
Universidade como lugar de ensino, entendido e, sobretudo
praticado como transmissão de conhecimentos. Mas apesar da
importância dessa função, em nenhuma circunstância pode-se
deixar de entender a Universidade igualmente como lugar priorizado
da produção do conhecimento e, conseqüentemente, como lugar
de pesquisa e extensão. Este problema já vem sendo denunciado
por alguns pesquisadores. Severino (2002) coloca como a principal
causa do fraco desempenho do processo de ensino/aprendizagem
do ensino superior brasileiro, uma enviesada concepção teórica.
Além desse, outro fator denunciado por inúmeros pesquisadores,
é a equivocada postura prática, em decorrência da qual se pretende
lidar com o conhecimento sem se construí-lo efetivamente.
Neste livro, defendemos que o exercício acadêmico, tanto
de professores/ras quanto de alunos/nas, no ensino à distância ou
presencial, seja pautado por uma atitude sistemática de pesquisa,
a ser traduzida e realizada por meio de procedimentos
metodológicos e técnicos, epistemologicamente fundamentados.
Assim, deixaremos de falsear o ensino e aprendizagem e,
conseqüentemente, deixaremos de ser profissionais reprodutores
de estudo e de conhecimentos e passaremos a ser recriadores e
descobridores da novidade. A recriação é o produto da síntese
que resulta da relação entre as referências e as experiências
próprias para construção de algo novo. Temos que pesquisar. Temos
que ter os nossos textos. Temos que ter as nossas próprias
mensagens. Podemos e devemos também ser lidos e considerados
na academia e isso só se faz com pesquisa, com descobertas,
com reflexões conclusivas.
112
Os caminhos da pesquisa científica
Ao invés de uma experiência teórica de uma disciplina ou
um curso de curta duração em que os participantes assimilem
conceitos passageiros e desvinculados de sua realidade
acadêmica, esperamos um aprendizado reflexivo, que as pessoas
se encontrem como pesquisadores ou se façam e refaçam no
processo. A ideia é dar ênfase à necessidade da inquietação
natural ou de propiciar a decisão ontológica e gnosiológica do
investigador.
O privilégio cultural que conquistamos em um curso de pós-
graduação, deve se revestir de um compromisso com os estudos
para produção e difusão do conhecimento. E a vida acadêmica,
com seus momentos difíceis e felizes, na convivência ou na
divergência de práticas e de pensamentos, é um espaço, não único,
mas privilegiado, para conduzirmos um processo de aprendizagem
que proporcione nossa própria mudança.
Estejamos conscientes do confronto com uma realidade
que desafia nossa sapiência, mas que é o sentido de nossa
trajetória – estudar, aprender, pesquisar, descobrir, difundir
conhecimentos em busca da excelência humana. A nossa tarefa é
fazer da ciência um caminho de libertação.
Neste sentido, respeitadas as boas iniciativas já existentes
em outras universidades ou faculdades e considerando a prática
de pesquisa já efetivada em nossa própria instituição ou nosso
meio acadêmico da Universidade Estadual do Piauí, esperamos
contribuir com mais uma experiência que possa oferecer
oportunidades de investigações sistemáticas e qualitativas no
sentido de habilitar o profissional para a pesquisa social.
113
UESPI/NEAD Letras Espanhol
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR15287; 14724: informação e documentação – projeto depesquisa – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio deJaneiro, 2005, 9 p.
_________. NBR 6023: informação e documentação –referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2002, 24 p.
_________. NBR 10520: informação e documentação –citações em documentos – apresentação. Rio de Janeiro. 2002,7 p.
BAUER, Maritin W. e GASKE, George (editors). Pesquisaqualitativa com texto, imagem e som : um manual prático.Tradução: Pedrinho A. Guareschi. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
2002, 516 p.
BOGDAN, Robert C. e BIKLEN, Sari Knoop. Investigaçãoqualitativa em educação . São Paulo: Porto Editora, 1994.
BOOTH; W. C.; COLOMB, G. G.; WILLIAMS, J. M. A arte dapesquisa. Tradução: Enrique A. Rego Monteiro. São Paulo:Martins Fontes, 2000.
DIETERICH, Heinz. Novo guia para a pesquisa científica .Tradução: Eliete Ávila Wolff. Blumenau: Editora da FURB, 1999.
D’ ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual .2 Ed. São Paulo: Atlas, 2000.
FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualit ativa. Trad.:Sandra Netz. 2 Ed, Porto Alegre: Bookman, 2004, 312 p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa .
114
Os caminhos da pesquisa científica
São Paulo: Atlas, 2002.
GATTI, Bernadete Angelina. Grupo focal na pesquisa emciências sociais e humanas . Brasília: Líber Livro Editora, 2005,77 p. (Série Pesquisa em Educação).
GOLDEMBERG, Mirian. A arte de Pesquisar: como fazerpesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro:Record, 2004.
GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Metodologia daPesquisa Científica : São Paulo: Avercamp, 2005, 142 p.
HÜHNE, Leda Miranda (org.). Metodologia científica : cadernode textos e técnicas. 5 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002, 268p.
JAPIASSU, Hilton & MARCONDES, Danilo. Dicionário básicode filosofia . 4 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2006.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria.Metodologia científica : ciência e conhecimento científico,métodos científicos, teoria, hipóteses e variáveis ... 5 ed. SãoPaulo: ATLAS, 2010.
_______. Metodologia do trabalho científico : procedimentosbásicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações etrabalhos científicos. 7 ed. São Paulo: ATLAS, 2009.
_______. Técnicas de pesquisa : planejamento e execução depesquisas, amostragem e técnicas de pesquisa, elaboração,análise e interpretação de dados. 7 ed. São Paulo: ATLAS,2008.
MINAYO, Maria Cecília de Sousa. O desafio do conhecimento :pesquisa qualitativa em saúde. 3 ed. São Paulo: HUCITEC –ABRASCO. 1994.
115
UESPI/NEAD Letras Espanhol
OLIVEIRA, Jorge Leite de. Texto acadêmico : técnicas de
redação e de pesquisa científica. Florianópolis: Vozes, 2005.
RICHARDSON, Roberto Jarry. (et al) Pesquisa social: Métodose técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
ROSA, Maria Virgínia de Figueiredo Pereira do Couto &ARNOLDI, Marlene Aparecida Gonzalez Colombo. A entrevist ana pesquisa qualitativa: mecanismos para validação dosresultados. Belo Horizonte: Autêntica, 2006, 112 p.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica : guia para eficiêncianos estudos. 6 Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
THIOLLENT, Michael. Metodologia da Pesquisa-Ação . 15 Ed.São Paulo: Cortez, 129 p.
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciênciassociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas,1987, 175 p.
116
Os caminhos da pesquisa científica
Profº MSc Jânio Jorge V ieira de Abreu
Cursou Licenciatura Plena em
Pedagogia pela Universidade Federal do
Piauí; Especialização em Supervisão
Escolar pela Universidade Federal do
Piauí e Mestrado em Educação pela
Universidade Federal do Piauí.
Atualmente é Professor Assistente Nivel II em Regime de
Dedicação Exclusiva da Universidade Estadual do Piauí – UESPI,
lotado na Unidade Universitária do Campus Clóvis Moura onde atua
na área de Educação com ênfase na Pesquisa Educacional,
Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação e Fundamentos
Epistemológicos da Pedagogia.
Entre outras atividades, idealizou e desenvolve atualmente
o Programa de Pesquisa e Extensão “Caminhos da Pesquisa -
Ação” em colaboração com um grupo de estudantes de graduação
do Campus Clóvis Moura - UESPI. É membro do Comitê Interno
de Pesquisa da UESPI; Foi membro da Comissão Permanente
para Realização de Concursos Públicos para o Quadro de
Professores Efetivos da UESPI; participou da Comissão para
revisão do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI e
elaboração do Projeto Político Institucional - PPI da UESPI em 2010;
De novembro de 2009 a janeiro de 2010 assumiu a Assessoria
Pedagógica do Núcleo de Educação a Distância e Universidade
Aberta do Brasil – UESPI;
No período de dezembro de 2004 a dezembro de 2009
participou como representante da UESPI do Projeto de Intercâmbio
117
UESPI/NEAD Letras Espanhol
Brasil/Itália, uma parceria com a Universidade Federal do Piauí e
Universidade de Estudos de Verona – Itália, cujo trabalho lhe
proporcionou a experiência de missões de pesquisa nacionais e
internacionais com Decreto Governamental e carta de apresentação
do então Governador do Estado do Piauí. Entre as missões
realizadas: três congressos no Centro de Formação de
Professores da Universidade de Estudos de Verona – Itália, onde
fez exposições sobre experiências de pesquisas desenvolvidas
em comunidades de classes populares de Teresina (PI) e fez
intercâmbio com pesquisadores de universidades italianas,
argentinas, paquistanesas etc. e ministrou palestra sobre o
processo de escolarização das classes populares brasileiras.
Na Europa participou e ministrou oficinas no Master da
UNIVR – Itália e fez visitas a instituições educativas e Centros de
Cultura de Roma, Florência, Veneza e Verona - Itália. Participou de
um encontro protocolar com uma educadora de línguas em Basiléa
– Suíça e apresentou e publicou trabalhos em diversos eventos
dos Programas de Pós-Graduação de Universidades Brasileiras,
entre elas: UFMA, UFS, UFPB, UFRN, UFPI, UNB e outras. Publicou
diversos trabalhos, inclusive em livros. Atualmente, além das
atividades docentes, coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisa-
Ação Social e Educativa – NEPASE vinculado ao Programa
Caminhos da Pesquisa-Ação – PREX-UESPI e o Curso de
Especialização em Docência do Ensino Superior do Campus
Clóvis Moura – UESPI.
118
Os caminhos da pesquisa científica
119
UESPI/NEAD Letras Espanhol
AVALIAÇÃO DO LIVRO
Prezado(a) cursista:
Visando melhorar a qualidade do material didático, gostaríamos querespondesse aos questionamentos abaixo, com presteza e discernimento.Após, entregue a seu tutor esta avaliação. Não é necessário identificar-se.
Unidade:____________ Município: _________________
Disciplina:___________ Data: ____________________
1. No que se refere a este material, a qualidade gráfica está visualmente
clara e atraente
( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM
2. Quanto ao conteúdo, está coerente, contextualizado à sua prática de
estudos
( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM
3. Quanto às atividades do material, estão relacionadas aos conteúdos
estudados e compreensíveis para possíveis respostas.
( ) ÓTIMO ( ) BOM ( ) RAZOÁVEL ( ) RUIM
4. Coloque abaixo suas sugestões para melhorar a qualidade deste e de
outros materiais.
____________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
120
Os caminhos da pesquisa científica
9 788561 608637