os benefÍcios da atividade fÍsica regular na prevenÇÃo ou reduÇÃo da … · 2020-07-01 ·...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES Patricia Nogueira de Souza OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NA PREVENÇÃO OU REDUÇÃO DA GORDURA VISCERAL NA MENOPAUSA Rio de Janeiro 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA

IBMR – LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

Patricia Nogueira de Souza

OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NA

PREVENÇÃO OU REDUÇÃO DA GORDURA VISCERAL NA

MENOPAUSA

Rio de Janeiro

2017

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PATRICIA NOGUEIRA DE SOUZA

OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NA

PREVENÇÃO OU REDUÇÃO DA GORDURA VISCERAL NA

MENOPAUSA

Monografia apresentada ao IBMR – Laureate

International Universities como requisito para

obtenção do grau de Bacharel em Educação Física.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Mauro Moraes Macedo

Rio de Janeiro

2017

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PATRICIA NOGUEIRA DE SOUZA

OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NA PREVENÇÃO OU

REDUÇÃO DA GORDURA VISCERAL NA MENOPAUSA

Monografia apresentada ao IBMR – Laureate

International Universities como requisito para

obtenção do grau de Bacharel em Educação Física.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Mauro Moraes Macedo

Aprovada em __ de ___________ de 2017

Grau obtido _____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Prof.

___________________________

Prof.

___________________________

Prof.

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DEDICATÓRIA

Aos meus tios, Manoel Correia e Marlene Correia,

grandes incentivadores e, acima de tudo, amigos.

IN MEMORIAN

Aos meus avós maternos, José Nogueira e Maria

José, pelos ensinamentos relevantes para minha

formação moral e pelo relacionamento de amor e

respeito que lapidaram minha vida.

À minha mãe Marinete Nogueira, pelo amor

incondicional alicerçado na admiração, respeito,

confiança e no orgulho que fizeram parte da nossa

história.

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AGRADECIMENTOS

Ao Deus de Israel pela força espiritual.

Ao Professor Dr. Mauro Moraes Macedo, pela colaboração como orientador desse trabalho de

conclusão de curso.

À professora Luciere Souza que me auxiliou no aprimoramento final desse trabalho.

Ao meu querido marido, Márcio Sales, pelo incentivo e compreensão por todos os momentos de

ausência na dedicação aos estudos.

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“A única maneira de descobrir os

limites do possível está em aventurar-

se um pouquinho pelos cenários do

impossível.”

Arthur Clarke (1912 – 1987)

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RESUMO

Souza, P.N. Os benefícios da atividade física regular na prevenção ou redução da gordura

visceral na menopausa. 2017. 48 folhas. Monografia- IBMR- Laureate International Universities.

Rio de Janeiro, 2017.

Neste estudo, o autor pretendeu aprender sobre as modificações hormonais durante a

menopausa que implicam redução de massa corporal magra e aumento de tecido adiposo total e

visceral. Essas mudanças contribuem para potencializar os riscos de essas mulheres

desenvolverem as doenças da inatividade, caracterizadas por um conjunto de patologias, que

podem afetar o bem-estar da mulher e até levar a óbito. O método utilizado foi estudo descritivo

de revisão integrativa da literatura utilizando-se artigos científicos atualizados, pesquisados nas

bases de dados da PUBMED, SCIELO, BIREME E MEDLINE, de março de 2008 até junho de

2017.

Considerando-se essas alterações preocupantes, o presente estudo tem por objetivo mostrar como

a prevalência da atividade física regular seria eficiente na prevenção ou redução da gordura

visceral sendo um recurso para reduzir os riscos cardiovasculares na menopausa.

Palavras-chave: Atividade física. Gordura visceral. Menopausa.

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ABSTRACT

Souza, P.N. The benefits of a regular physical activity in the prevention or reduction of the

visceral fat during menopause 2017. 48 folhas. Monografia- IBMR- Laureate International

Universities. Rio de Janeiro, 2017.

The aim of the author was to investigate about the hormonal changes during the menopause

that involves the lean body mass reduction and the increase of the total body fat and visceral fat.

These changes contribute to enhance the risks of those women to develop physical inactivity

diseases, characterized by a group of diseases, that could affect the woman’s well-being and lead

them to death. The method used was the descriptive study of literature integrative review by means

of updated cientific articles, researched on database of PUBMED, SCIELO, BIREME E

MEDLINE held between March 2008 to June 2017. Due to these alarming facts, this study intends

to show how the regular physical activity would be effective in the prevention or reduction of the

visceral fat working as a resource to reduce the cardiovascular risks in menopause.

Key words: Physical activity. Visceral fat. Menopause.

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LISTA DE FIGURAS

As principais glândulas endócrinas ...................................................................................... 18

Circunferência da cintura ......................................................................................................24

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Impacto de um programa de exercido físico na adiposidade e na condição muscular

de mulheres pós-menopáusicas .................................................................................................... 32

Quadro 2 – Prática de atividade física e composição corporal em mulheres na menopausa ...... 33

Quadro 3 – Associação entre o nível de atividade física e a área de gordura visceral em mulheres

pós-menopáusicas ......................................................................................................................... 34

Quadro 4 – Efeito de um programa de treinamento funcional de curta duração sobre a composição

corporal de mulheres na pós-menopausa ...................................................................................... 34

Quadro 5 – Effect of combined aerobic and resistance training in body composition of obese

postmenopausal women ............................................................................................................... 35

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AAV – Área de adiposidade visceral

AF – Atividade física

AFC – Atividade física de caminhada

AFM – Atividade física moderada

AGV – Área de gordura visceral

CG – Control group (grupo de controle)

Counts – Medida arbitrária (quanto maior o número de counts, maior o nível da atividade física)

CT – Combined training (treinos combinados)

DAC – Doença arterial coronariana

DNA – Ácido desoxirribonucleico

DP – Desvio padrão

EPOC – Consumo excessivo de oxigênio pós-exercício (elevated post-exercise oxygen

consumption)

FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

FFM – Fat-free mass (massa isenta de gordura)

FM – Fat mass (massa gorda)

FSH – Hormônio Folículo-estimulante

GE – Grupo de exercício

GnRH – Hormônio de liberação das gonadotrofinas

GT – Grupo treinamento

HDL – Lipoproteína de alta densidade

HDL-C Colesterol de lipoproteína de alta densidade

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC – Intervalo de confiança

ICO – Insuficiência cardíaca obstrutiva

IMC – Índice de massa corporal

IPAC – International Physical Activity Questionnaire (Questionário internacional de atividade

física)

LAN – Anaerobic threshold (limiar anaeróbico)

LDL – Lipoproteína de baixa densidade

LDL-C – Colesterol de lipoproteína de baixa densidade

LH – Hormônio luteinizante

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MET – Equivalente metabólico

MG – Massa gorda

MIG – Massa isenta de gordura

MME – Massa muscular esquelética

mmHg – milímetros de mercúrio

Mod+Vig – Soma das atividades moderada e vigorosa

MR – maximum repetitions (repetição máxima)

n – Número de elementos na amostra

1MR – one maximum repetitions (uma repetição máxima)

OMS – Organização Mundial da Saúde

OR – Odds ratio

p – Nível de significância estatística

P – Peso

PTH – Hormônio da paratireoide

RM – Repetições máximas

RML – Resistencia Muscular Localizada

SBME – Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte

SD – Standard-deviation (desvio padrão)

TF – Trunk fat (gordura de tronco)

TH – Terapia hormanal

TMB – Taxa metabólica basal

TRH – Terapia de reposição hormonal

VO2max – Consumo máximo de oxigênio

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 16

2.1 Objetivo geral ....................................................................................................................... 16

2.2 Objetivos específicos ............................................................................................................. 16

3. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................ 17

3.1 Sistema hormonal ................................................................................................................... 17

3.1.1 Natureza dos hormônios ...................................................................................................... 17

3.1.2 Sistema hormonal feminino ................................................................................................. 19

3.2 Climatério ................................................................................................................................20

3.2.1 Alterações fisiológicas do estado reprodutivo para o não reprodutivo ............................... 20

3.2.2 Complicações na pós-menopausa ........................................................................................ 22

3.3 Adiposidade central (AC) ou Gordura visceral (GV) ............................................................ 23

3.3.1 Terminologia e classificação de sobrepeso e obesidade ...................................................... 23

3.3.2 Síndrome metabólica riscos cardiovasculares .................................................................... 24

3.4 Atividade física regular .......................................................................................................... 26

3.4.1 Tipos de atividades físicas e seus benefícios ...................................................................... 26

3.4.2 Adaptações fisiológicas que podem reduzir riscos de DAC ............................................... 29

4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 30

4.1 Critério de elegibilidade .......................................................................................................... 30

4.2 Bases de dados consultados .................................................................................................... 30

4.3 Critérios de inclusão ............................................................................................................... 30

4.4 Critérios de exclusão ............................................................................................................... 30

4.5 Estratégia de busca .................................................................................................................. 31

5. RESULTADOS ....................................................................................................................... 32

6. DISCUSSÃO ........................................................................................................................... 37

7.CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 45

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1. INTRODUÇÃO

A população feminina aumentou sua expectativa de vida ao nascer de 70,9 para 76,4 anos,

de 1991 a 2007, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entretanto, os principais fatores que afetam os riscos de saúde são as doenças crônicas

determinadas por problemas genéticos, estilo de vida, meio ambiente e o próprio envelhecimento

como a doença de Alzheimer, osteoartrite, osteoporose, obesidade e incontinência urinária

(MARQUES et al, 2011).

Sempre foi destinada atenção especial em relação à menopausa e às consequências da

insuficiência estrogênica pós-menopáusica em curto prazo (sintomas vasomotores), em médio

prazo (fenômenos atróficos) e em longo prazo (doença cardiovascular, osteoporose, aterosclerose).

Mais recentemente, muitos esforços têm sido realizados para melhorar a compreensão do que

acontece durante os anos que precedem a menopausa, ou seja, principalmente aquele período mais

próximo dela, que se inicia com as primeiras alterações da função ovariana e termina com a

menopausa (conhecido como peri menopausa).

A taxa de doença cardiovascular representa 36% de todas as mortes em mulheres associadas

a fatores de risco como tabagismo, hipertensão, histórico familiar e hiperlipidemia, porém,

observamos um aumento significativo do risco de doença cardiovascular relacionado apenas a um

efeito endocrinológico, a menopausa (KAUFFMAN, 2001).

Estudos epidemiológicos apontam que as doenças cardiovasculares seriam uma causa

relativamente rara de morte, na ausência dos principais fatores de risco (BEHAGOLE et al, 2001).

O estudo dos fatores de risco está relacionado com a presença e a intensidade do desenvolvimento

futuro da doença através da elaboração de escores de risco, permitindo estimar a probabilidade de

desenvolver uma determinada doença cardiovascular em um intervalo de tempo definido. Os

escores de risco, além de úteis na previsão de um evento cardiovascular, têm o objetivo de auxiliar

na sua prevenção e redução de incidência em indivíduos e populações (KANNEL e WILSON,

1997).

Os fatores de risco para as doenças cardíacas podem ser classificados como não

modificáveis: sexo, idade e hereditariedade, e há os que podem ser prevenidos, controlados e

modificáveis, incluindo neste grupo diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, estresse,

obesidade, tabagismo e sedentarismo (FERREIRA e PÓVOA, 1999). A presença dos fatores de

risco cardiovascular ocorre mais comumente na forma combinada (WILSON et al, 1999).

Além da predisposição genética, fatores ambientais podem contribuir para uma agregação

dos fatores de risco cardiovascular em famílias com estilo de vida pouco saudável (KNUIMAN et

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al, 1996). Em amostra da nossa população, a combinação dos fatores de risco em indivíduos

hipertensos parece variar com a idade, predominando a inatividade física, o sobrepeso, a

hiperglicemia e a dislipidemia. A obesidade aumenta a prevalência da associação de múltiplos

fatores de risco (VANHALA et al, 1998).

O sedentarismo aumenta a incidência de hipertensão arterial. Indivíduos sedentários

apresentam risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão que os ativos (FAGARD,

2005). O exercício aeróbio apresenta efeito hipotensor maior em indivíduos hipertensos que

normotensos (WHELTON et al, 2002). O exercício resistido possui efeito hipotensor semelhante,

mas menos consciente (CORNELISSEN e FAGARD, 2005).

O estresse mental ou emocional é um dos maiores problemas das sociedades modernas.

Em uma situação de estresse, o organismo humano redistribui suas fontes de energia, antecipando

uma agregação iminente. Esse mecanismo de adaptação é vantajoso se realmente houver perigo

iminente. Entretanto, se esse estado persistir por muito tempo, o dano será inevitável (LOURES et

al, 2002).

O sistema cardiovascular possui ampla participação na adaptação ao estresse, sofrendo por

isso as consequências da sua exacerbação (LOURES et al, 2002; KRANTZ e MANUCK, 1984).

Esse sistema participa ativamente das adaptações ao estresse, estando, portanto, sujeito às

influencias neuro-humorais. As respostas cardiovasculares resultam principalmente em um

aumento da frequência cardíaca, da contratilidade, debito cardíaco e pressão arterial (KRANTZ e

MANUCK, 1984).

A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo

para doença cardiovascular. A hipertensão apresenta custos médicos e socioeconômicos elevados

decorrentes principalmente das suas complicações, tais como: doença cerebrovascular, doença

arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca obstrutiva (ICO), insuficiência renal crônica e

doença vascular de extremidades (V DIRETRIZES BRASILEIRAS..., 2006). Há inquéritos de

base populacional realizados em algumas cidades do Brasil que apontam alta prevalência.

Utilizando-se o critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial (menor/igual 140/90 mmHg),

as taxas de prevalência na população urbana adulta brasileira em estudos selecionados variam de

22,3% a 43,9% (FREITAS et al, 2001).

As doenças cardiovasculares estão na lista das doenças que mais causam mortalidade na

sociedade moderna. O desenvolvimento tecnológico e a experiência acumulada com o tratamento

clínico e cirúrgico colaboram não só para a diminuição da mortalidade, mas também para melhora

da qualidade de vida dos pacientes com doença coronária (SANTOS FILHO, 2000). Todavia, a

falta de programas intensos de informações e prevenções, intervindas para o controle dos

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chamados fatores de risco, exerce um papel fundamental para a prevalência e a incidência das

doenças cardiovasculares (FERREIRA e POVOA, 1999).

Os distúrbios cardiovasculares tornaram-se um dos grandes males deste século no Brasil

e na maioria dos países desenvolvidos (PARRY et al, 2007). A doença coronariana é a maior causa

de mortalidade no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo a

segunda no Brasil. Dados da OMS mostram que a maior causa mortis individual é a doença

coronariana (12,4%), seguida por acidente vascular cerebral (9,1%) perfazendo 21,5% do total.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (MICHELOZZI et al, 2009), o aparelho

circulatório foi responsável por 31,46% dos óbitos, sendo a maior das causas superior à soma das

duas seguintes (neoplasias e causas externas) (BASU, 2009).

Este trabalho pretende estudar as alterações endócrinas que acompanham o quadro de

depleção folicular na menopausa que levam a várias sintomatologias durante o climatério

atribuídas a baixa do estrogênio com importante repercussão na qualidade de vida feminina.

Ressalta-se que existe um consenso na literatura de que o estrogênio endógeno produzido

particularmente pelos ovários exerce efeitos protetores no processo da aterosclerose. Em

contrapartida, a deficiência estrogênica tem sido considerada um fator relevante e de grande

preocupação na etiopatogenia das doenças cardiovasculares, tornando um assunto relevante ao

estudo proposto.

Diante deste contexto preocupante, o objetivo desta pesquisa é realizar uma revisão literária

a fim de verificar como a prática de atividade física pode influenciar na prevenção ou redução da

gordura de tronco proveniente de um efeito endócrino conhecido por hipoestrogenia menopáusica.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Identificar como a prevalência de atividade física pode prevenir ou reduzir o risco

cardiovascular em mulheres na menopausa.

2.2 Objetivos específicos

- Identificar quais as causas de aumento do tecido adiposo total e visceral na menopausa;

- Relacionar a redução do estrogênio com o surgimento de doenças cardiovasculares;

- Comprovar que a prática de atividade física resulta em qualidade de vida na menopausa

ao contribuir para a redução do tecido adiposo intra-abdominal.

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3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Sistema Hormonal

3.1.1 Natureza dos hormônios

Desde os primórdios da humanidade sabe-se que a comunicação é essencial para a

sobrevivência do ser humano. O corpo humano pode ser considerado como um microuniverso,

formado por aproximadamente 100 trilhões de células sendo estas formadoras de tecidos, órgãos

e sistemas. Deste microuniverso a célula é a unidade funcional.

A comunicação entre os 100 trilhões de células que compõem o organismo é mediada pelos

hormônios, que são substancias químicas sintetizadas e secretadas nos líquidos corporais por uma

célula ou por um grupo de células (glândulas endócrinas). São mensageiros químicos distintos que

podem atuar na mesma célula que o secretou (comunicação autócrina), podem ser secretados para

o líquido intersticial e exercerem sua ação em células vizinhas às que o secretou (comunicação

parácrina), ou podem ainda ser secretados para a corrente circulatória e exercerem sua ação em

células distantes das que secretou (comunicação endócrina).

Os hormônios constituem um grupo heterogêneo de substâncias apresentando em comum

duas propriedades igualmente importantes: em primeiro lugar o seu elevado poder de difusão e,

paralelamente, a capacidade de atuar em quantidades mínimas (LINHARES, 2000).

O Sistema Endócrino é composto de várias glândulas localizadas em diferentes órgãos

(figura 18-1). As glândulas endócrinas atuam na regulação das atividades do corpo por meio de

hormônios, que são considerados mensageiros químicos, tais glândulas, não possuem ductos e

secretam substâncias internamente, liberando hormônios diretamente na corrente sanguínea para

atingir seus respectivos órgãos-alvo (SPENCE, 1991).

As principais glândulas endócrinas são a hipófise, a tireoide, as paratireoides, as adrenais

(suprarrenais), o pâncreas e as gônadas. Além dessas, existem a glândula timo, o trato

gastrintestinal e a placenta, que por terem células produtoras de hormônios, desempenham

atividades endócrinas.

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Figura 1 – As principais glândulas endócrinas

FONTE: (ALEXANDER, 1991)

Os hormônios são responsáveis pelas adaptações homeostáticas, crescimento,

desenvolvimento e reprodução. A célula ou o tecido alvo são capazes de processar essa informação

por apresentarem receptores específicos localizados na membrana plasmática, no citoplasma ou

no núcleo onde estes hormônios irão se fixar. Hormônios cujos receptores estão localizados na

superfície celular como por exemplo, hormônios peptídicos, catecolaminas e eicosanoides,

transmitem sua informação através de mensageiros químicos, que em geral envolvem a ativação

da adenilil-ciclase, guanilil-ciclase, fosfolipase C, fosfolipase A2, tirosina quinase e outros

hormônios endócrinos. Já os hormônios esteroides e derivados do aminoácido tirosina atuam em

receptores localizados no citoplasma ou núcleo celular. O complexo hormônio-receptor liga-se a

elementos de resposta específicos localizados no ácido desoxirribonucleico (DNA) celular,

alterando desta forma a transcrição gênica.

As alterações que ocorrem no organismo com o passar do tempo promovem a cessação da

síntese e da secreção de alguns hormônios essenciais para o perfeito funcionamento do organismo.

Em mulheres. essas alterações fisiológicas são bem definidas.

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3.1.2 Sistema hormonal feminino

O sistema hormonal feminino é constituído por três hierarquias de hormônios secretados

pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovários: hormônio de liberação das gonadotrofinas (GnRH),

secretado pelo hipotálamo (atua em receptores localizados na membrana celular); hormônio

luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH), secretados pelas células gonadotróficas

da adenohipófise (atuam em receptores de membrana); estrogênio e progesterona, secretados pelos

ovários (atuam em receptores citoplasmáticos ou nucleares). Estes hormônios são secretados em

taxas diferentes durante o ciclo sexual feminino.

Os anos reprodutivos da mulher caracterizam-se por alterações rítmicas mensais das taxas

de secreção dos hormônios femininos e por alterações correspondentes nos ovários e órgãos

sexuais. Este padrão rítmico é chamado de ciclo sexual feminino, e depende da complexa rede de

comunicação entre hipotálamo, hipófise e ovários.

A puberdade feminina, entre 11 e 16 anos, culmina com o início do ciclo menstrual. Nesse

período, a hipófise anterior sofre ação do hormônio hipotalâmico (GnRH) que estimula a produção

progressiva e cíclica de hormônios gonadotróficos, como FSH e LH, que irão estimular as células-

alvo ovarianas a sintetizarem estrogênio e progesterona, a partir do colesterol derivado do sangue.

Estrógeno e progesterona também atuam sobre hipotálamo e adenohipófise alterando a secreção

de GnRH, LH e FSH. Pequenas quantidades de estrogênio e de progesterona são também

sintetizadas pelo córtex da glândula suprarrenal (GUYTON, 1989).

No plasma feminino, podem ser detectados três tipos de estrogênios: o beta-estradiol, a

estroma e o estriol, sendo o beta-estradiol o principal estrogênio sintetizado pelos ovários. A

progesterona, que também é encontrada no plasma feminino, é o hormônio mais importante das

progestinas. Esses hormônios possuem vários órgãos alvos, em que exercem seus efeitos.

O estrogênio estimula a maturação da vagina, útero e tubas uterinas na puberdade, bem

como o desenvolvimento das características sexuais secundárias. Estimula o crescimento dos dutos

e alvéolos mamários e é responsável pelo crescimento acelerado e pelo fechamento das epífises

dos ossos longos que ocorre na puberdade. O estrogênio também possui efeitos metabólicos

importantes tais como manter a estrutura da pele e dos vasos sanguíneos nas mulheres e diminuir

a taxa de reabsorção dos ossos ao antagonizar o efeito do hormônio da paratireoide (PTH) sobre

os ossos. Além disso, atua no aumento da coagulabilidade do sangue, elevando os níveis dos

fatores II, VII, IX, X e diminuindo os níveis da antitrombina III (anticoagulantes endógenos). O

aumento dos níveis do plasminogênio e uma diminuição à adesividade das plaquetas também tem

sido reportado. O estrógeno também altera a composição dos lipídeos plasmáticos, aumentando as

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lipoproteínas de alta densidade (HDL) e reduzindo as lipoproteínas de baixa densidade (LDL),

reduz ainda os níveis plasmáticos de colesterol e aumenta os níveis de triglicerídeos.

A progesterona promove alterações secretoras no útero e trompas de Falópio. Nas mamas

promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos, e tem efeito aumentando a atividade do

catabolismo protéico (GUYTON, 1989).

Ao longo de toda vida reprodutiva de uma mulher, cerca de 400 folículos ovarianos vão

passar pelo processo de amadurecimento, sendo que os demais se tornam atrésicos. Por volta dos

45 anos de idade, apenas alguns folículos primordiais restam para serem estimulados pelo FSH e

LH, e a produção de estrogênio e de progesterona pelos ovários decresce na medida em que o

número de folículos primordiais se aproxima de zero. Consequentemente, os ciclos menstruais

tornam-se geralmente irregulares e a ovulação deixa de ocorrer durante muitos desses ciclos. Esse

período é denominado menopausa.

Durante a menopausa, a mulher sofre alterações fisiológicas e emocionais acentuadas, tais

como: redução da secreção do muco vaginal, atrofia gradual do epitélio vaginal e uretral, alterações

cardiovasculares, ansiedade, depressão, etc., (BASSAN, 1999). Dentre estas destacaremos as

alterações cardiovasculares que ocorrem devido à diminuição ou ausência da secreção dos

hormônios ovarianos, principalmente do estrogênio.

3.2 Climatério

3.2.1 Alterações fisiológicas do estado reprodutivo para o não reprodutivo

A evolução da expectativa de vida da mulher no Brasil vem aumentando consideravelmente

segundo dados do IBGE, entretanto o grande desafio para esse grupo tem sido o de prevenir as

doenças crônicas determinadas pelos fatores genéticos, estilo de vida, meio ambiente e o próprio

envelhecimento (MARQUES et al, 2011).

O envelhecimento é um fenômeno fisiológico pois ocorre com todo ser humano e

caracteriza-se por ser um processo progressivo. Em outras palavras, o envelhecimento não é

patológico e, portanto, não necessariamente acompanha o envelhecimento. Nesse caso o

organismo deixa de ser autossuficiente para as tarefas cotidianas, como ir ao banheiro, por

exemplo, (FREITAS et al, 2009).

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No processo de envelhecimento ocorrem alterações nos diversos sistemas, que variam de

indivíduo para indivíduo, podendo depender de fatores como hábitos de vida e herança genética.

Mas ao se pensar numa medida que fizesse envelhecer menos (ganho de qualidade no processo

natural de envelhecimento), torna-se evidente que os hábitos de vida são variáveis e que podem

ser controlados uma vez que a genética é determinada através de herança (VENANCIO, 2013).

Hoje, sabe-se que o processo de envelhecimento normal não é uniforme, ou seja, os vários

tecidos biológicos possuem diferentes velocidades de envelhecimento, parecendo este fenômeno

ser determinado, basicamente, pela hereditariedade (FREITAS et al, 2009).

Diante destes fatores torna-se relevante uma abordagem multidisciplinar composta por

fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos a fim de promover saúde e

qualidade de vida para mulheres climatéricas (MARQUES et al, 2011).

O climatério é um acontecimento fisiológico na vida da mulher conhecido por tempo de

transição do estado reprodutivo para o estado não reprodutivo, porém essa modificação abrange

vários outros processos simultaneamente em diferentes órgãos e sistemas, confirmando que os

efeitos causados pela baixa de estrogênio são diferentes em cada mulher. Ao ocorrer essa supressão

ovariana, os receptores estrogênicos do tipo Alfa e Beta que existem em diversas concentrações

na pele, nos vasos, no coração, nos ossos, no cérebro, na mama, no útero, na vagina, na bexiga e

na uretra, começam a produzir de intensidade e formas variadas os sinais e sintomas pertinentes

ao quadro de menopausa (FREITAS et al, 2011).

No manual de orientação da FEBRASGO (1995) – Federação Brasileira das Associações

de Ginecologia e Obstetrícia – o climatério está descrito como a fase da vida da mulher na qual

ocorre a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, sendo que a menopausa equivale

à última menstruação. E a síndrome climatérica é representada pelo elenco de sintomas que se

manifesta neste período.

Ainda conforme o manual, o Brasil encontra-se em transição demográfica, com queda das

taxas de mortalidade e de natalidade e, consequentemente, alteração da estrutura populacional em

direção a um maior contingente de adultos. Desta forma, considera-se que a camada populacional

de climatéricas necessitando de assistência adequada neste período está em elevação.

Conforme mencionado por Aldrighi, Hueb e Aldrigui (2000), tendo em vista a maior

longevidade feminina, assume papel de destaque o estudo do climatério, pois o mesmo já não

corresponde somente ao término da vida reprodutiva, uma vez que praticamente um terço da vida

feminina será vivido após a menopausa. A longevidade é ambígua porque, embora desejada, é

também preocupante, tendo em vista as comorbidades que estão associadas ao envelhecimento.

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22

3.2.2 Complicações na pós-menopausa

De acordo com a Sociedade Internacional de Menopausa (1999) o climatério divide-se em

períodos tais como pré-menopausa, que inicia após os 40 anos em mulheres que tiveram seus ciclos

regulares e associa-se a presença da diminuição da fertilidade; perimenopausa ou transição

menopausal, fase em que os ciclos são irregulares e há alterações hormonais; e pós-menopausa

que inicia um ano após o último período menstrual.

Na menopausa o ovário não consegue mais responder aos hormônios hipofisários,

foliculoestimulante (FHS) e luteinizante (LH) cessando a produção de estrogênio e progesterona,

porém as principais consequências da menopausa estão atreladas a hipoestrogenia ocasionando

sintomas vasomotores, atrofia urogenital, osteoporose, doença cardiovascular, câncer, declínio

cognitivo e problemas sexuais, conforme (MARQUES et al, 2011).

À medida que os seres humanos vão envelhecendo, suas artérias coronarianas (que irrigam

o próprio miocárdio) vão ficando cada vez mais estreitas devido à formação de placas de gorduras

ao longo da parede interna da artéria, geralmente chamada de aterosclerose. Quando esse processo

envolve as artérias coronárias denomina-se como doença arterial coronariana (DAC),

contabilizando 53% das mortes por doenças vasculares que afetam os norte-americanos

anualmente (KENNEY et al, 2013).

Segundo Marques et al (2011), as mulheres manifestam os mesmos fatores de risco para

doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, tabagismo, diabetes mellitus, obesidade, vida

sedentária, hiperlipidemia, estresse e história familiar quando comparadas aos homens. No

entanto, existe um consenso na literatura de que os estrogênios endógenos exercem um efeito

protetor contra a progressão da aterosclerose em virtude da proteção cardiovascular por

mecanismos de vasodilatação independentes do endotélio, por atividade antioxidante, por inibição

do crescimento e por migração do músculo vascular evitando a estenose na íntima da artéria.

Essa deficiência estrogênica no período pós-menopáusico tem sido um fator relevante na

etiopatogenia das DAC. Dessa forma, parece que o estrogênio tem efeito protetor em relação ao

vaso, e que com o avançar do período climatérico esse efeito torna-se perdido (MARQUES et al,

2011).

Kauffman (2001) relata que a idade e as condições pós-menopáusicas são consideradas

fatores de risco nas mulheres devido aos efeitos do climatério no sistema cardiovascular que

incluem: vaso reatividade que é um desvio da vasodilatação para vasoconstrição normal das

artérias e arteríolas, coagulação devido aos níveis elevados de fibrinogênio que favorecem a

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agregação plaquetária, e o perfil lipídico onde se observa o aumento de lipoproteína de baixa

densidade, colesterol e lipoproteína A como também o acumulo e o depósito de colesterol na aorta.

Devido ao fato de a menopausa apresentar impactos significativos na composição corporal,

caracterizadas pelo aumento de peso e pela adiposidade, principalmente a central, além do quadro

de hipertrofia, torna-se importante a adoção de estratégias para atenuar os fatores resultantes da

menopausa na senescência (NEVES et al, 2014).

Essa atenuação dos ganhos de adiposidade e a conservação dos componentes de massa

isenta de gordura por meio do exercício, associadas à implementação de outras mudanças no estilo

de vida da mulher menopáusica, corroboram com a prevenção ou com a redução da doença

cardiovascular e consequentemente para potencializar condicionamento físico (ROCHA et al,

2012).

Os recursos alternativos como atividade física, acupuntura, uso de fitormônios e drogas

homeopáticas têm estado cada vez mais em evidência para melhorar os sintomas das mulheres no

período pós-menopausa (MARQUES et al, 2011).

3.3 Adiposidade central (AC) ou gordura visceral (GV)

3.3.1 Terminologia e classificação de sobrepeso e obesidade

Segundo Kenney et al (2013), entende-se por sobrepeso um peso corporal que excede ao

peso normal com base na altura e porte físico, e a obesidade refere-se à presença excessiva de

gordura no corpo que para mulheres significa ter mais de 35% de gordura corporal.

O Índice de Massa Corporal (IMC) é o padrão clínico de referência para estimativa de

obesidade. Em 1997, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou uma tabela de classificação

do sobrepeso e obesidade por IMC, circunferência da cintura e risco associado da doença

(KENNEY, 2013).

O IMC de uma pessoa é calculado da seguinte forma: peso corporal em quilogramas pelo

quadrado da altura em metros. Exemplos de valores para IMC de 25,0 a 29,9 correspondem a

sobrepeso e de valores de 30,0 ou mais correspondem à obesidade (ROCHA & GUEDES, 2013).

Segundo Rocha e Guedes (2013 apud DBHA, 2002), a medida da circunferência da cintura

serve de base para avaliar os riscos de doenças relacionadas ao excesso de gordura. Os valores

superiores a 102 cm para os homens e 88 cm para as mulheres (DBHA, 2002), aumentam

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sensivelmente os riscos de doenças metabólicas que favorecem as doenças cardíacas (ROCHA &

GUEDES, 2013).

Figura 2 – Circunferência da cintura

FONTE: (ROCHA & GUEDES, 2013)

3.3.2 Síndrome metabólica riscos cardiovasculares

A quantidade de gordura localizada na região abdominal vem sendo utilizada como um

importante preditor de risco metabólico e cardiovascular pela excessiva produção de ácidos graxos

livres na região abdominal visceral, os quais são distribuídos por meio da circulação portal

expondo o fígado a elevadas concentrações de gordura, reduzindo a remoção hepática de insulina

e resultando em hiperinsulinemia periférica consequentemente causando o diabetes mellitus. Além

disso, pode causar distúrbios nas concentrações de lipídeos plasmáticos, bem como a hipertensão

arterial (PITANGA et al, 2012).

Segundo Kenney et al (2013), a síndrome metabólica é o termo usado para estabelecer uma

relação entre DAC, hipertensão, lipídeos sanguíneos anormais, diabetes tipo 2 e obesidade

abdominal, além da resistência à insulina e a hiperinsulinemia.

Para compreender a hipertensão arterial é necessário entender a pressão arterial. A cada

batimento cardíaco, o coração bombeia o sangue em direção aos outros órgãos. Neste processo, o

coração exerce uma pressão sobre as artérias – os vasos que distribuem o sangue que sai do

coração. A pressão exercida sobre as artérias recebe o nome de pressão arterial, que é mais alta

durante a contração cardíaca (sístole), período em que o coração ejeta o sangue com grande

pressão. Durante esta fase pode-se aferir na aorta a pressão sistólica, que corresponde à pressão

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arterial máxima. Após a contração, o coração relaxa (diástole), a artéria se retrai e a pressão arterial

nessa fase, quando aferida, corresponde ao valor de pressão diastólica, ou seja, a pressão arterial

mínima. Os valores de pressão sistólica e pressão diastólica considerada normal para um adulto

jovem são respectivamente120 mmHg e de 80 mmHg.

O coração, por ser uma bomba pulsátil, faz com que o sangue chegue às artérias de forma

incontínua caracterizando a pressão de pulso. O valor da pressão de pulso é obtido pela diferença

entre a pressão sistólica e a pressão diastólica: a pressão sistólica mais 1/3 da pressão diastólica

fornece o valor da pressão arterial média, que tende a empurrar o sangue através do sistema

circulatório sistêmico, que em um adulto jovem normal é de aproximadamente 96 mmHg.

À medida que se envelhece a proporção de colágeno nas artérias aumenta, diminuindo a

complacência dos vasos e levando ao aumento da pressão arterial (BERNE & LEVY, 1993).

Em indivíduos jovens, o aumento da pressão arterial é compensado pela complacência, que

permite que as artérias se distendam aumentando seu diâmetro, diminuindo a resistência vascular

e evitando assim que os valores pressóricos permaneçam aumentados. Se a pressão arterial

diminuir, a complacência permite que as artérias se retraiam diminuindo seu diâmetro, aumentando

a resistência vascular e evitando desta forma que os valores pressóricos permaneçam diminuídos

(GUYTON, 1989).

Apesar de todo este conhecimento científico sobre a ação do estrogênio no sistema

vascular, os mecanismos que induzem a elevação da pressão arterial em mulheres durante a

menopausa ainda não estão completamente claros. Estudos feitos por Bassan (1999) parecem

indicar que há uma elevação pequena e progressiva principalmente na pressão sistólica, levando

em conta a ação que o estrogênio tem sobre os vasos.

Nas últimas três décadas, houve grande insistência em se alertar para o perigo representado

pelo uso de estrogênios sobre a pressão arterial e complicações cardiovasculares. Havia realmente

razões para tal, quando se constatou que o uso indiscriminado de anticoncepcionais de alta

dosagem elevava a pressão arterial (predominantemente sistólica) e provocavam sérias

complicações cardiovasculares. As mulheres com mais de 35 anos e fumantes eram as mais

expostas a estes riscos. Apesar da redução gradual e progressiva da dose de estrogênios e

progestágenos sintéticos nestas preparações, mantendo ainda seu efeito contraceptivo, as doses

utilizadas para este fim são ainda muito superiores àquelas necessárias para a reposição hormonal

fisiológica na menopausa (ALMEIDA, 1997).

Tais fatos levaram muitos médicos a acreditarem que qualquer dose de estrogênio poderia

ter efeitos adversos sobre a pressão arterial. Esse parece não ser o caso para a terapia de reposição

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hormonal (THR), uma vez que esta não induz aumento na pressão arterial e portanto não é

contraindicada em mulheres hipertensas.

As lipoproteínas são transportadoras de lipídeos sanguíneos, merecendo uma máxima

atenção a DAC por haver duas classes de lipoproteínas de máxima relevância: a lipoproteína de

baixa intensidade (LDL) e a lipoproteína de alta intensidade (HDL). Altas taxas de colesterol de

lipoproteínas de baixa intensidade (LDL-C) e baixas taxas de colesterol de lipoproteínas de alta

densidade (HDL-C) expõem o indivíduo a riscos extremamente altos de sofrer ataque cardíaco

com idade inferior a 60 anos (KENNEY et al, 2013).

Segundo Kenney et al (2013), a obesidade tem um papel importante na ocorrência do

diabetes tipo 2, doença resultante da ineficácia da insulina em facilitar o carreamento da glicose

para o interior da célula devido ao comprometimento da ação da secreção da insulina, à produção

excessiva da glicose hepática ou pelos dois motivos. Associado aos fatores supracitados, em

indivíduos obesos, as células-beta pancreáticas se tornam menos reativas aos estímulos provocados

pelas altas concentrações de glicose no sangue.

É de suma importância para a mulher diagnosticar a fase inicial da menopausa que é

caracterizada pela baixa do estradiol e pela alta do hormônio folículo estimulante. A intervenção

precoce pode prevenir algumas doenças oriundas da hipoestrogenia melhorando a qualidade de

vida. Exercícios aeróbios têm benefícios relevantes na prevenção e tratamento das doenças

coronarianas, pela possibilidade de alcançar os níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL)-

colesterol, manter a manutenção de peso e controlar a pressão sanguínea (DELISA, 2002).

3.4 Atividade física regular

3.4.1 Tipos de atividades físicas e seus benefícios

Segundo Marques et al (2011), conceitualmente, atividade física é todo movimento do

corpo realizado pela musculatura esquelética que resulta em algum gasto energético e, para que

possa surtir efeitos positivos sobre a saúde, deve ser realizada dentro de alguns parâmetros que a

ciência delimitou. Nesse sentido, entende-se que a atividade física deve ser realizada com

frequência, duração e intensidades adequadas a fim de alcançar o objetivo pretendido. Dessa

forma, o termo exercício físico representa uma das formas de atividade física que é considerada

planejada e não como atividade física habitual, que são aquelas que envolvem as atividades do lar.

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A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) estabelece que qualquer indivíduo

deve realizar uma atividade física regular, ou seja, exercício físico, que contemple

condicionamento cardiorrespiratório, composição corpórea, flexibilidade, resistência e força

muscular e sua duração, frequência e intensidade do exercício.

Vale ressaltar que a elaboração de um programa de atividade física deve levar basicamente

em consideração o preparo para que a pessoa possa cumprir suas necessidades básicas diárias

(necessidades impostas pelo cotidiano), ou seja, tentar impedir que o idoso perca a sua saúde física

e mental. Antes de se iniciar a prática de exercício físico é necessário que seja feita uma avaliação

médica. Sabe-se que o tipo de atividade física ideal envolve variáveis tais como atividade mais

adequada, frequência e intensidade de trabalho. É determinada por variáveis que vão desde os

hábitos de vida tais como fumo, tipo de alimentação, presença ou não de atividade física atual ou

pregressa etc., até os fatores geneticamente herdados (ROCHA e GUEDES, 2013).

A atividade física é importante para manutenção e perda de peso porque há queima de

calorias durante e após o treinamento físico, conhecido como consumo excessivo de oxigênio pós-

exercício (elevated post-exercise oxygen consumption – EPOC) (KENNEY et al, 2013).

Tendo como objetivo final a melhora ou manutenção da qualidade de vida relacionada à

saúde deve-se então escolher as capacidades físicas que sejam pré-requisitos básicos (capacidades

mais importantes) para a conquista do objetivo final. Para isso, Barbanti (1990) sugere:

resistência cardiorrespiratória (resistência aeróbica);

flexibilidade;

força ou resistência muscular localizada (RML).

Ainda neste contexto, o autor, sugere a composição corporal, embora sendo importante

ressaltar que a composição corporal não é uma capacidade física e sim apenas uma adaptação

fisiológica (DANTAS & VALE, 2008).

Segundo Buonani et al (2013), a prática de atividade física tem sido considerada uma

grande estratégia na prevenção do Diabetes Mellitus, que é um fator de risco para doença

cardiovascular, além de ser uma das maiores responsáveis por mortes em populações ocidentais.

Um fator muito preocupante é que, infelizmente, verifica-se que a maioria das mulheres na

menopausa não pratica atividade física suficiente para manutenção ou melhora da saúde. Com o

avanço da idade esse problema só tende a piorar pois na medida em que elas não se exercitam,

aumentam as chances de comprometer até as suas atividades habituais devido às alterações

fisiológicas causadas pelo envelhecimento e as causadas pela menopausa (MARQUES et al,

2011).

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Segundo Neves et al (2014), a atividade física pode influenciar positivamente sobre a perda

óssea e muscular, atenuando o aumento de massa gorda e potencializando o ganho de massa

muscular. Protocolos de treinamento resistido e aeróbios têm capacidade para provocar essas

alterações.

Segundo Rocha et al (2012), protocolos de exercício que envolvam treino cardiovascular

e treino de força muscular podem apresentar mudanças significativas na adiposidade abdominal.

Há estudos comprovando que o treino de força associado ao exercício cardiovascular de

intensidade moderada a vigorosa, são capazes de ativar enzimas oxidativas mitocondriais e

favorecer a síntese proteica.

Segundo Tairova (2011 apud Macedo & Colaboradores, 1987), as mulheres com idade

entre 60 e 69 anos e entre 70 e 81 anos, praticantes de atividades físicas regulares, tendiam a

apresentar melhor capacidade cardiorrespiratória (maiores volumes de VO2 máx.) quando

comparadas a mulheres na mesma faixa etária porém sedentárias.

Resultados foram mostrados por Rolin & Forti (2004), reforçando que a prática regular de

atividade física deveria ser uma das principais intervenções em saúde pública nas fases do

envelhecimento, tendo em vista sua associação com menores taxas de morbidade e mortalidade,

além de proporcionar melhoras nos aspectos psicológicos e sociais.

Segundo Kenney (2013), para manter o condicionamento muscular é fundamental evitar o

sedentarismo. Por outro lado, para aumentar a força, a potência e a resistência. deve-se considerar

os protocolos de treinamento de força que favoreçam respostas neuromusculares consideráveis.

O processo de hipertrofia explicado por Chandler & Brown (2009) envolve um aumento

da secção transversa das fibras musculares por meio de fatores conhecidos como:

sobrecarga: para ocorrer uma adaptação muscular, a resistência deve ser maior do que a

adaptação muscular prévia;

recrutamento muscular: o maior número de fibras musculares deve ser recrutado no

exercício;

ganho de energia: uma quantidade suficiente de proteína e carboidratos deve ser ingerida

ao praticar exercícios.

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3.4.2 Adaptações fisiológicas que podem reduzir riscos de DAC

Na hipertrofia cardíaca induzida pelo exercício, o músculo cardíaco (miocárdio), assim

como o músculo esquelético, sofre adaptações morfológicas resultantes de treinos de resistência

crônicos.

Tais modificações são positivas pois favorecem uma melhor contratilidade muscular;

aumentam a capacidade de circulação coronariana geral e de todas as regiões cardíacas; promovem

uma maior biodisponibilidade de óxido nítrico para o funcionamento eficaz do endotélio; exercem

um efeito anti-inflamatório relevante no combate à aterosclerose e potencializam a circulação

colateral cardíaca para evitar casos de bloqueio das artérias coronarianas principais (KENNEY et

al, 2013).

As adaptações cardiovasculares explicadas por Fleck & Kraemer (2006) ratificam que o

treinamento de força de acordo com a intensidade e volume aplicados nos exercícios são capazes

de promover adaptações consideráveis na massa muscular cardíaca.

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Critério de elegibilidade

Para o presente trabalho foram selecionados estudos que investigaram se a prática de

atividade física seria eficiente para prevenção ou redução da adiposidade, principalmente na região

do tronco, causada pela hipoestrogenia na menopausa, sendo primordial para reduzir os riscos de

doença cardiovascular aumentando a qualidade e a expectativa de vida nessas mulheres. Foram

aceitos estudos em Língua Portuguesa publicados no período de março de 2008 até junho de 2017.

4.2 Bases de dados consultados

Para a composição da presente pesquisa foi realizado um levantamento bibliográfico nas

bases de dados multidisciplinares e nas bases específicas da área da saúde Scientific Eletronic

Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências

da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (Medline/Pubmed).

4.3 Critérios de inclusão

A seleção dos estudos foi feita a partir da literatura atual baseada em livros especializados

e artigos indexados em periódicos publicados nos últimos cinco anos, bem como os sites

acadêmicos de busca. Dentre os 63 (sessenta e três) artigos selecionados, 22 (vinte e dois) eram

elegíveis para o estudo e 17 (dezessete) foram excluídos. Após a verificação dos critérios propostos

para a pesquisa bibliográfica foram selecionados 05 (cinco) artigos que se mostraram relevantes,

publicados entre agosto de 2012 a março de 2015.

4.4 Critérios de exclusão

- (05) Artigos científicos nos demais idiomas;

- (02) Estudos realizados com animais;

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- (10) Estudos científicos pertinentes à osteoporose na menopausa.

4.5 Estratégia de busca

A coleta de dados foi feita a partir da busca pelo tema nas respectivas plataformas com os

seguintes descritores: “atividade física” and “menopausa” (DeCS) e “exercise” and “menopause”

(Mesh).

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5. RESULTADOS

Dentre os 63 (sessenta e três) artigos científicos selecionados, dentro do quantitativo do

PUBMED foram selecionados apenas 10 (dez), no SciELO apenas 15 e no LILACS apenas 38

(trinta e oito).

Ao retirar os artigos que não foram aceitos para esta revisão, restaram 22 (vinte e dois)

artigos, dentre os quais 05 (cinco) foram incluídos na revisão.

Quadro 1: Impacto de um programa de exercido físico na adiposidade e na condição muscular

de mulheres pós-menopáusicas.

Procedência (base de dados) SciELO

Autores Rocha et al

Título Impacto de um programa de exercido físico na adiposidade e na condição

muscular de mulheres pós-menopáusicas

Periódico Revista Brasileira Ginecologia Obstétrica 34 (9); 414-9, 2012

Descrição do

estudo

Objetivos

Avaliar os efeitos de um programa exercícios sobre:

massa gorda (MG); área de adiposidade visceral (AAV);

e massa muscular esquelética (MME)

Métodos

Estudo randomizado

Amostra: 169 mulheres (56,8 ± 6,4 anos)

Grupo de experimental. (GE n = 91)

Grupo controle (GC = 78)

Atividades

GE: 12 meses STEP, musculação e flexibilidade:

- 3 sessões/semanais/60 min

Técnica da bioimpedância octopolar InBody 720 e método registro

alimentar para aval:

-Taxa metabólica basal (TMB) e composição corporal

Determinou-se taxa de modificação (D)-das variáveis.

Teste t de Student

- comparação dos valores médios respeitando grau de significância

estatística 5%

Resultados

Em termos absolutos:

GC aumentou (p<0,01) a MG (0,9%) e a AAV (3,9 cm²) e apresentou

piora da condição muscular (-1,06%), com reflexos na TMB (-27,9

kcal/dia).

Foram identificadas diferenças (p≤0,05) entre o GE e o GC para a Δ% MG

(-4,2%), ΔAAV (-4,0 cm²), ΔMME (3,09%), ΔIMME (0,03%) e ΔTMB

(2,9%)..

DP: desvio-padrão

n: número de elementos da amostra

*p<0,01

GE: grupo experimental

GC: grupo controle

Δ: taxa de modificação

p: nível de significância estatística

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Quadro 2: Prática de atividade física e composição corporal em mulheres na menopausa

Procedência (base de dados) SciELO

Autores

Buonani et al

Título Prática de atividade física e composição corporal em mulheres na

menopausa

Periódico Revista Brasileira Ginecologia Obstétrica 35 (4); 153-8, 2013

Descrição do

estudo

Objetivos

Analisar a relação entre:

- Prática de atividades física e composição corporal em mulheres na

menopausa

Métodos

Estudo de Delineamento Transversal

Participaram do estudo: 62 mulheres com 50 anos ou mais (61,2 ± 7,6

anos), na menopausa.

Acelerômetro

Avaliou a prática de atividade (minutos na semana e counts).

Absortimetria de raios X de dupla energia

Mensurou a massa magra e massa gorda total e de tronco expressas em

valores percentuais.

Correlação de Spearman e de Pearson

Avaliou a relação entre as variáveis de composição corporal e a atividade

física.

Teste t independente e Mann-Whitney.

Realizou as comparações entre grupos (de acordo com a prática de

atividade física e idade)

Resultados

O grupo de idade igual ou inferior a 59 anos:

Apresentou maiores médias de atividade física total em counts (3.572.435

versus 2.843.840) e minutos por semana de atividade física moderada-

vigorosa (273 minutos versus 156 minutos).

As mulheres que acumularam 150 minutos ou mais de atividade física

moderada-vigorosa:

Apresentaram valores inferiores de massa gorda total (43,8 versus 47,2

kg/m2), valores superiores de massa corporal magra (53,8 versus 49,6 kg)

e IMC reduzido (27,7 versus 30,46 kg/m²) quando comparadas àquelas

com menos de 150 minutos de atividade física na semana. Apenas o tempo

em atividades moderadas apresentou correlação negativa com o percentual

de gordura total (r = -0,26, p<0,05); já atividade física total em counts

correlacionou-se com o percentual de massa magra (r = 0,30), percentual

de gordura total (r = -0,32), gordura de tronco (r = -0,29), e IMC (r = -

0,32), todas as correlações apresentaram significância estatística de

p<0,05.

Teste t de Student;

Teste de Man-Whitney;

Valores entre parênteses estão expressos em mediana e (intervalo interquartil);

Mod + Vig: Soma das atividades moderada e vigorosa;

min/sem: minutos por semana;

IMC: índice de massa corporal

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Quadro 3: Associação entre o nível de atividade física e a área de gordura visceral em mulheres

pós-menopáusicas

Procedência (base de dados) SciELO

Autores Pitanga et al

Título Associação entre o nível de atividade física e a área de gordura visceral em

mulheres pós-menopáusicas

Periódico Revista Brasileira Medicina Esporte vol. 20, nº4-jul/ago, 2014.

Descrição do

estudo

Objetivos

Verificar a associação entre a caminhada e a atividade física de moderada

intensidade com a área de gordura intra-abdominal em mulheres pós-

menopáusicas

Métodos

Estudo de Análise Estatística

Programa “Menopausa em Forma”

A amostra foi composta por 239 mulheres com média de idade de 57,4 ±

6,6 anos

Análise da atividade física

Foi utilizado o IPAQ versão longa. Consideraram-se os valores de 1.601

kcal/semana na caminhada e 2.283 kcal/semana na atividade física de

moderada intensidade como suficientes para prevenção do excesso de

gordura intra-abdominal.

Utilizou-se a análise de regressão logística para estimar a odds ratio (OR),

com intervalo de confiança de 95%.

Resultados

Após análise multivariada observou-se que a caminhada ofereceu proteção

contra o excesso de gordura intra-abdominal, principalmente nas mulheres

com períodos menstruais regulares:

OR = 0,22 (0,08 – 0,62) e que não fazem reposição hormonal, OR = 0,05

(0,01 – 0,49).

Já o nível de atividade física de intensidade moderada ofereceu proteção

contra a gordura intra-abdominal independentemente da reposição

hormonal ou dos períodos menstruais regulares, OR = 0,37 (0,14 – 0,66).

OR: Odds ratio

IC: intervalo de confiança

IPAQ: Questionário internacional de atividade física

Quadro 4: Efeito de um programa de treinamento funcional de curta duração sobre a composição

corporal de mulheres na pós-menopausa

Procedência (base de dados) SciELO

Autores Neves et al

Título Efeito de um programa de treinamento funcional de curta duração sobre a

composição corporal de mulheres na pós-menopausa

Periódico Revista Brasileira Ginecologia Obstétrica 36 (9); 404-9, 2014

Descrição do

estudo

Objetivos Avaliar o efeito de 8 semanas de treinamento funcional sobre a

composição corporal de mulheres na pós-menopausa.

Métodos

Ensaio Clínico

Participaram do estudo 38 mulheres na menopausa, em dois grupos:

Grupo Treino (GT) e Grupo Controle (GC).

Idade 60,7 ± 6,0 anos – 54,7 e 66,7

GT (n=21)

Realizaram, por um período de 8 semanas, um programa de exercícios

físicos, com frequência de 3 vezes/semana, em dias não consecutivos, e

duração de 90 minutos por sessão. Pelo mesmo período,

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Pelo mesmo período GC (n=17)

Não realizaram nenhum tipo de atividade física sistematizada

Momento inicial da pesquisa e após 8 semanas

Todas as participantes foram avaliadas pelos mesmos avaliadores

treinados.

Absortiometria de raios X de dupla energia (DEXA)

Responsável pela a análise da composição corporal que permite estimá-la

no todo e por segmento.

GT

Realizou um programa de exercícios físicos funcionais, 3 dias da semana

(não consecutivos), com sessões compostas por 11 estações de exercícios

desenvolvidas em formato de circuito.

Propostas dos exercícios realizados:

Desenvolver as seguintes capacidades: força, agilidade, coordenação e

propriocepção, e eram seguidos de exercício aeróbio (caminhada)

Teste Shapiro-Wilk

Verificou normalidade dos dados verificada (p<0,05), procedeu-se:

Teste t de Student

Para amostras independentes para verificação de possíveis diferenças em

variáveis de composição corporal e antropométricas entre grupos nos dois

momentos da intervenção (pré e pós-teste).

Software SPSS, v. 17.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA)

Responsável por todas as análises que resultou num valor de significância

estabelecido em 5%.

Resultados

No momento inicial nenhuma diferença significante foi observada entre as

variáveis de composição corporal, antropométricas e idade, indicando

homogeneidade dos grupos.

Após 8 semanas de treinamento, foram observadas diferenças

significativas entre o GT e o GC quanto à gordura de tronco – GC = 0,2 ±

0,7 e GT = -0,4 ± 0,5;

Gordura corporal total (kg) GC = 0,2 ± 1,3 e GT = -0,7 ± 0,8 e Peso total –

GC = 0,4 ± 1,4 e GT = -0,6 ± 1,1. A variável percentual de gordura total

apresentou redução nos valores absolutos, porém sem significância, GC =

0,1 ± 1,5 e GT = -0,8 ± 1,5.

IMC: índice de massa corporal

DP: desvio-padrão

Quadro 5: Effect of combined aerobic and resistance training in body composition of obese

postmenopausal women

Procedência (base de dados) SciELO

Autores Rossi et al

Título Efeito do treinamento aeróbico e resistência combinados na composição

corporal de mulheres obesas pós-menopáusicas

Periódico Motriz Rio Claro, v.21 n.l, p.61-67, Jan/Mar, 2015

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Descrição do

estudo

Objetivos

O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de 16 semanas de

treinamento aeróbio e resistido combinados na composição corporal de

mulheres na pós-menopausa.

Métodos

Análise Estatística Descritiva

As participantes foram divididas em dois grupos: grupo treinamento (GT,

n = 37) e grupo controle (GC, n = 18). A gordura de tronco, massa gorda,

percentual de gordura e massa livre de gordura foram estimadas pelo

DEXA. O recordatório alimentar de 24 h foi realizado três dias não

consecutivos para controle alimentar.

O protocolo de treinamento consistiu de 50 minutos de treinamento

resistido seguido por 30 minutos de treinamento aeróbio.

Após 16 semanas de treinamento diferenças foram observadas na gordura

de tronco (GC = 0,064 x GT= -0,571 Kg; p – valor = 0,020), massa gorda

(GC = -0,088 x GT = -1,037 Kg; p – valor = 0,020) e massa livre de

gordura (GC = -0,388 x GT = 1,049 Kg; p – valor = 0,001). Assim, 16

semanas de treinamento aeróbio e resistido combinado em mulheres

obesas na pós-menopausa é efetivo em aumentar a massa livre de gordura

e reduzir adiposidade total e abdominal

Resultados

A idade de referência das participantes foi 61,2 ± 6,0

(GT: 60,5 ± 6,0; GC 62,6 ± 5,9; p – valor = .230).

Na fase inicial, todas as variáveis foram similares entre os grupos (Tabela

2)

Após 16 semanas de intervenção:

*Ocorreram diferenças estatísticas significantes

Entre GT e GC para TF

(GC = 0,064 (95% CI = -0,06; 0,36) e GT = -0,571 (95% CI = -0,99; -

0,37); p – valor = 0,20);

MG (GC = 0,088 (95% CI = -1,07; 0,54) e

GT = -1,037 (95% CI = -1,83; -0,81); p – valor = .020) e

FFM (GC= -0,388) 95% CI = -1,28:-011) e

GT = 1,049 (95% CI = 0,57; 1,34); P = 001 (figura 2).

Quando as mudanças no peso foram analisadas, não houve diferença

significante observada entre os grupos.

GT: grupo de treinamento

GC: grupo de controle

MG: massa gorda

FFM: massa magra

SD:desvio-padrão

TF: gordura visceral

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6. DISCUSSÃO

Ao término do estudo, percebeu-se que a atividade física regular na menopausa demonstrou

ser um recurso estratégico para o processo de diminuição dos níveis de adiposidade total e central,

oriundos da redução do estrogênio, contribuindo para melhores resultados de massa magra e sendo

fatores relevantes na prevenção de doenças metabólicas e cardiovasculares por minimizar esses

riscos, contudo mais estudos e experimentos devem ser realizados.

A inclusão dessa atividade na prevenção ou redução da adiposidade intra-abdominal

justifica-se porque esse tipo de gordura contribui para o desenvolvimento das doenças da

inatividade física ou do sedentarismo. Essas patologias são capazes de desencadear diabetes

mellitus do tipo 2, doenças cardiovasculares, depressão, demência, doença de Alzheimer e a

manifestação de determinado tipo de câncer, confirmando a relevância dessa atividade para

mulheres menopáusicas.

Os artigos em lide demonstraram medidas comparativas por meio de resultados em gráficos

e tabelas com mudanças de percentual favorável aos treinamentos físicos sistemáticos em mulheres

menopáusicas, e em diferentes faixas etárias que participaram de uma proposta de exercício físico

envolvendo treinamentos aeróbios, treinamentos de força, treinamentos combinados e

treinamentos funcionais de intensidade, volume e duração diversificados.

Em todos os estudos apresentados, foram selecionadas mulheres com idade acima de 50

anos e menor que 70 anos, obesas, na menopausa, sedentárias e predispostas a participar de estudos

randomizados, de delineamento transversal, ensaio clínico, análise descritiva e de análise

estatística que integram os projetos sobre menopausa com foco na redução da gordura de tronco e

da gordura total. Tais critérios foram estabelecidos a fim de avaliar se a atividade física

sistematizada poderia trazer resultados consideráveis sobre esse tipo de adiposidade e promover

saúde.

Em pesquisa realizada por Rocha et al (2012), 169 mulheres entre 50,4 a 63,2 anos

participaram de um estudo randomizado onde as participantes foram divididas em dois grupos. O

grupo de exercício (GE) foi submetido a 12 meses de exercícios de treinos aeróbios, treinos de

força e treinos de flexibilidade, associados a métodos de registro alimentar.

Para essa proposta o programa de exercício aeróbio foi baseado num intervalo de tempo de

20 a 25 minutos de step (2 vezes por semana, 50 a 85% da frequência cardíaca de reserva). Os

passos padronizados do step foram acrescentados progressivamente a partir da terceira semana de

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treino, como também o aumento da intensidade a cada três semanas. O ritmo dos exercícios

ocorreu numa frequência de 118 e 122 batimentos cardíacos/min, sendo controlada por

frequencímetros.

O programa de treino de força muscular constou de aparelhos de musculação e pesos livres

de 4 a 5 exercícios por sessão (02 séries de 08 a 12 repetições a 70 a 80% de 1 RM - repetição

máxima). Resultados apontaram que no primeiro mês de exercício, considerando período de

adaptação, foram prescritas séries (1 série de 15 repetições) de 40 a 50% de 1 RM com carga

reavaliada a cada 6 semanas, conforme à saúde das participantes.

O treino de flexibilidade incluiu alongamentos estáticos (3 a 4 repetições de 10 a 30

segundos por alongamento) 1 vez/semana em substituição aos treinos de força e aeróbios.

Já no outro grupo denominado grupo controle (GC), as participantes realizaram um nível

habitual de atividade física e, após o término do estudo (48 semanas), foram incluídas num

programa de exercício especializado.

Os resultados comprovaram que os protocolos de exercícios envolvendo treino

cardiovascular e de força muscular foram capazes de modificar, nos dois grupos, as taxas % de

massa gorda (MG) e da área da adiposidade visceral (AAV) com melhores resultados de massa

gorda relativa e ligeira redução dos níveis de adiposidade intra-abdominal, no grupo experimental

(GE).

Quanto ao treino combinado de intensidade moderada, observou-se relevância para essas

mulheres devido a capacidade de ativar enzimas oxidativas nas mitocôndrias e favorecer a síntese

proteica.

Destaca-se ainda a importância do estudo randomizado, do número elevado de elementos

da amostra e do período de intervenção de 12 meses, tornando-se um ponto fundamental para

analisar como a atividade física é capaz de atenuar níveis de adiposidade total e central e melhorar

as perdas musculares decorrentes da menopausa e do envelhecimento beneficiando a saúde. Os

resultados em termos absolutos foram: GC aumentou (p<0,01) a MG (0,9%) e a AAV (3,9 cm²) e

apresentou piora da condição muscular (-1,06%), com reflexos na TMB (-27,9 kcal/dia).

Foram identificadas diferenças (p≤0,05) entre o GE e o GC para a Δ% MG (-4,2%), ΔAAV

(-4,0 cm²), ΔMME (3,09%), ΔIMME (0,03%) e ΔTMB (2,9%). Percebeu-se pelos resultados que

os dois grupos exibiram diferenças significativas conforme variáveis, sugerindo uma atenuação

nos níveis de adiposidade total e central e em nível de perda muscular.

Em estudo realizado por Buonani et al (2013), 62 mulheres entre 50 e 68 anos, com

percentual de gordura maior ou igual a 35, sedentárias e sem uso de tratamento hormonal,

participaram de um estudo de delineamento transversal em que utilizaram equipamentos como o

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acelerômetro para mensurar a prática de atividade física quantificada em nº de counts. Esses

resultados eram proporcionais ao nº de atividades físicas. Outro aparelho conhecido por

absortimetria de raio X de dupla energia, foi utilizado também para antropometria e composição

corporal.

A amostra foi estratificada de acordo com os minutos de atividade física (AF) moderada e

vigorosa/semana, por mulheres que não praticavam 150 minutos de AF moderada a vigorosa/

semana, e por aquelas que praticavam. Quanto aos grupos, não houve diferença significativa para

variáveis de composição corporal, mas, em contrapartida, o grupo de faixa etária menor que 60

anos apresentou valores superiores de total em counts referente a AF de moderada a vigorosa e em

anos.

Os percentuais de gordura de tronco e IMC, respectivamente, entre mulheres que

acumularam 150 minutos de AF moderada-vigorosa/sem e entre aquelas que não acumularam, as

participantes com maior número de minutos apresentaram uma melhor composição corporal, ou

seja, menores valores de gordura e maiores valores de massa magra. Ao comparar a gordura de

tronco, não houve diferença significativa, porém, mulheres que mostraram maiores níveis de

atividade de AF tiveram menores percentuais de gordura total e de tronco, melhor percentual de

IMC e de massa magra.

Os resultados encontrados apontam que mulheres com 150 ou mais minutos de atividade

física moderada-vigorosa, exibiram valores inferiores de massa gorda total (43,8 versus 47,2

kg/m2), valores superiores de massa corporal magra (53,8 versus 49,6 kg) e IMC reduzido (27,7

versus 30,46 kg/m²), quando comparadas àquelas com menos de 150 minutos de atividade física

na semana.

Esses resultados comprovam que a prática de atividade física regular pode atenuar a

adiposidade oriunda do envelhecimento e principalmente da menopausa. Aquelas de intensidade

moderada a vigorosa, acima de 150 minutos/sem, parece ser a melhor para redução de gordura

corporal, porém há necessidade de melhor aprofundamento de estudos prospectivos para confirmar

esses achados.

Pitanga et al (2014), utilizando o método de análise estatística, verificou a associação entre

a caminhada e a atividade física de moderada intensidade com a área de gordura intra-abdominal

em mulheres pós menopausa. Nesse estudo, participaram 239 mulheres entre 57 e 64 anos,

participantes de um programa chamado “Menopausa em Forma”. Para analisar a atividade física,

utilizou-se o IPAQ versão longa (International Physical Activity Questionnaire - Questionário

internacional de atividade física), que considerou valores de 1.601Kcal/semana na caminhada e

2.283 kcal/semana em atividades físicas de moderada intensidade como suficientes para prevenção

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do excesso de gordura intra-abdominal, por meio de uma análise de regressão logística para estimar

odds ratio (OR) com intervalo de confiança de 95%.

A atividade física realizada foi avaliada pelo IPAQ, levando em conta a frequência e

duração dessas atividades realizadas por mais de dez minutos contínuos durante a última semana

e abrangendo quatro domínios (trabalho, meio de transporte, doméstico e lazer). Cada um desses

domínios foi expresso em minutos/semana x frequência semanal e duração das atividades

realizadas. Para calcular o gasto energético, multiplicou-se o dispêndio de energia conforme

atividade realizada considerando a duração e frequência semanal no tempo estimado em

(min/sem). Os dados do IPAQ foram convertidos para equivalente metabólico (METs). O produto

do valor de METs de AF pela duração e frequência resultou no gasto calórico METs-min/sem,

conforme a fórmula para conversão de METs em kcal/sem ( METs-MIN/SEM X (PESO-Kg)/60).

No presente estudo, a atividade física foi categorizada de acordo com os pontos de corte

em recente publicação que versa sobre a quantidade de atividade física para prevenção do excesso

de gordura visceral em mulheres pós-menopáusicas, com valores de caminhada: <1.601 kcal/sem

= 0; e >= 1,601 = 1; Atividade física moderada: < 2.283kcal/sem = 0; e >= 2.283 kcal/sem = 1.

O resultado da prática de atividade física de intensidade moderada computou melhores

respostas e demonstrou que os níveis mais elevados de atividade física (AF) de caminhada e de

AF moderada estão inversamente associados com AGV em mulheres pós- menopáusicas.

Foi revelado ainda que a AFM maior ou igual a 2.283 kcal e AFC maior ou igual a 1.601

kcal/sem (está última apenas em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem terapia

hormonal) estão associados a uma melhor taxa de AGV.

Ressalta-se que a espectroscopia por ressonância magnética e a imagem por ressonância

magnética, são métodos padrão na avaliação de massa gorda, e que os pontos negativos da pesquisa

foram a necessidade do recrutamento de uma amostra mais representativa e de outras

metodologias.

Em 2014, estudo realizado por Neves et al (2014) sobre método de ensaio clínico, consta

de 38 mulheres na menopausa entre 60,7±6,0 anos que foram divididas em dois grupos: grupo

treino (GT) e grupo controle (GC)

O primeiro grupo (GT) realizou em oito semanas um programa de exercícios físicos, 3x por

semana, em dias intercalados com duração de 90 minutos por sessão. O outro grupo (GC) não

realizou nenhuma atividade física sistematizada.

Os exercícios propostos foram os funcionais (onze estações de circuito) com o objetivo de

ganho de força, agilidade, coordenação e propriocepção, associados a uma proposta de exercício

aeróbio (caminhada).

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No momento inicial, as variáveis de composição corporal, antropométricas e de idade

não apresentaram diferenças relevantes. Contudo, após oito semanas de treinamento, foram

observados resultados significativos entre os dois grupos referentes à gordura de tronco, gordura

corporal total e no peso total.

O GT realizou protocolos de exercícios físicos funcionais, 3x por semana, intercalados com

sessões de onze estações (formato circuito) com 3 repetições no circuito completo, intervalo de 30

segundos entre cada estação seguido de caminhada entre 15 e 30 minutos.

Após duas semanas de adaptação foi proposta como tempo fixo a referência de 40 segundos

em cada exercício durante as quatro primeiras semanas. Posteriormente, aumentou-se o tempo nas

estações para 50 segundos. Esses exercícios tinham a finalidade de desenvolver capacidades de

força, agilidade, coordenação e propriocepção, associado ao exercido aeróbio.

O protocolo de atividades nesse estudo apresentou no primeiro momento ausência de

diferenças de variáveis de composição corporal, porém, após oito semanas de treino, o valor da

gordura de tronco em ambos os grupos mostrou redução significativa, comprovando que o

treinamento funcional no formato de circuito pode melhorar a composição corporal de mulheres

na pós-menopausa. Quando se observa o valor da gordura do tronco em kg (GT=-0,4±0,5 versus

GC=0,2±0,7; p=0,007) e em percentual (GT=-0,7±0,8 versus GC=0,2±1,3; p=0,01), ambos os

parâmetros mostraram redução significativa entre os casos do GT em relação ao do GC.

Rossi et al (2015), teve como objetivo verificar resultados por meio de análise estatística

descritiva sobre os efeitos de 16 semanas de treinamento aeróbio e resistido (conhecidos como

treinos combinados) na composição corporal de mulheres em pós-menopausa. Numa amostra de

197, apenas 55 mulheres completaram 16 semanas de treinamento combinado e foram divididas

em grupo treinamento (GT) e grupo controle (GC).

O protocolo de treinamento consistiu em 50 minutos de exercidos resistido seguido de 30

minutos de treinamento aeróbio e após 16 semanas os resultados foram: (GC= 0,064 x GT= -0,571

Kg; p-valor= 0,020), massa gorda (GC= -0,088 x GT= -1,037 Kg; p-valor= 0,020) e massa livre

de gordura (GC= -0,388 x GT= 1,049 Kg; p-valor=0,001), comprovando que nesse período as

atividades foram efetivas para reduzir adiposidade central e abdominal.

O protocolo de exercícios para o grupo treinamento (GT) foi distribuído da seguinte forma:

exercitar-se 3x por semana, em dias não consecutivos, 90 minutos, sendo 5 minutos para

aquecimento, 50 minutos de treino de resistência, 30 minutos de treino aeróbio e 5 minutos de

alongamento final respeitando a adaptação de duas semanas. Posteriormente, ocorreu o teste de

repetição máxima para flexão e extensão de joelhos, supino, flexão e extensão de cotovelo,

elevação lateral de ombros com halteres e exercícios abdominais.

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Segundo Rossi (2015 apud Mcardle et al, 2008) os exercícios aeróbios foram estabelecidos

pelo limiar anaeróbio, Protocolo de Chassain, (1986). Numa pista de corrida oficial com marcas

de 50 metros, testes foram executados para ajustar a intensidade no momento inicial, e após oito

semanas de treinamento se deu novo teste para ajustar a intensidade que foi monitorada através do

tempo necessário para atingir 400 metros (1 volta na pista), com frequência cardíaca estimada em

torno de 70% de batimentos cardíacos.

O exercício de treinamento de resistência consistiu de quatro fases progressivas:

- Fase 1: 1ª a 4ª semana (15 repetições a 65% do RM, 3 sessões por exercício, intervalo 60-90 seg.

entre os exercícios);

- Fase 2: 5ª a 8ª semana (12 repetições a 70% do RM, 3 sessões por exercício, intervalo 60-90 seg.

entre os exercícios);

- Fase 3: 9ª a 12ª semana (10 repetições a 75% do RM, 3 a 4 sessões por exercício, intervalo de 60

a 90 seg. entre os exercícios );

- Fase 4: 13ª a 16ª semana (8 repetições, 80% do RM, 3 a 4 sessões, intervalo de 60 a 90 seg. entre

os exercícios)

O resultado na fase inicial apresentou variáveis similares entre os grupos, porém após 16

semanas houve diferenças estatísticas significantes entre o grupo treinamento (GT) e o grupo

controle (GC) em relação à gordura de tronco, massa gorda e massa magra, conforme especificado:

(GC = 0,064 (95% CI = -0,06; 0,36) e GT = -0,571 (95% CI = -0,99; -0,37); p – valor = 0,20); MG

(GC = 0,088 (95% CI = -1,07; 0,54) e GT = -1,037 (95% CI = -1,83; -0,81); p – valor = .020) e

FFM (GC= -0,388) 95% CI = -1,28:-011) e GT = 1,049 (95% CI = 0,57; 1,34); P = 001.

Esse tipo de exercício, proposto em mesmas sessões por um período sistemático

relativamente pequeno, conseguiu ser eficaz ao aumentar a massa magra e ao diminuir a massa

gorda nessas mulheres pós- menopáusicas, merecendo atenção por ser um recurso para melhorar

o estado de saúde e evitar desordens pertinentes ao sedentarismo.

Segundo Buonani et al (2013), a prática de atividade física tem sido considerada uma

grande estratégia na prevenção do Diabetes Mellitus que é um fator de risco para doença

cardiovascular, além de ser uma das maiores responsáveis por mortes em populações ocidentais.

Segundo Rocha et al (2012), protocolos de exercício que envolvam treino cardiovascular e de

força muscular, podem apresentar mudanças significativas na adiposidade abdominal

comprovando que é o treino de força associado ao exercício cardiovascular de intensidade

moderada a vigorosa ativa enzimas oxidavas nas mitocôndrias e favorece a síntese proteica.

Baseado no tema em pauta, os estudos enfatizaram que a ação do estrogênio exerce efeito

cardioprotetor nas mulheres por ter ação vasodilatadora e por auxiliar no perfil lipídico. Partindo

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do princípio que a menopausa reduz a produção desse hormônio, estudos sobre o assunto devem

cada vez mais ser incentivados devido a alta incidência de mortes oriundas de problemas

cardiovasculares. Além disso, deve-se pesquisar também sobre os benefícios e resultados da

atividade física regular como uma estratégia não farmacológica eficaz na prevenção e tratamento

da obesidade.

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7. CONCLUSÃO

Ao término desse estudo concluiu-se que os resultados encontrados na pesquisa

comprovam que a atividade física regular em mulheres na menopausa é uma estratégia importante

para mitigar a predisposição ao ganho de peso resultante da hipoestrogenia e agravado pelo

sedentarismo com alterações nítidas da composição corporal, sendo eficaz para melhorar os

problemas de saúde ocasionados por esses fatores. Entretanto, frente a essa situação preocupante,

há necessidade de maiores estudos e pesquisas para atualização e descoberta de novos dados

científicos.

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reposição hormonal cardiovascular. Separata de: LILACS, Rio de janeiro, v. 72, 1999.

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