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Os Afrontamentos imperiais: O domínio da Europa sobre o Mundo nas vésperas da primeira Guerra Mundial

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Page 1: Os afrontamentos imperialistas- 11ºF

Os Afrontamentos imperiais:O domínio da Europa sobre o Mundo nas

vésperas da primeira Guerra Mundial

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Os afrontamentos imperialistas:

O domínio da Europa sobre o Mundo nas vésperas da primeira Guerra Mundial

Grupo de Trabalho:

Carolina Rebelo

Joana Martins

Letícia Costa

Rita Ferreira

Disciplina:

História A

Docente:

Carla Susana Teixeira

Canidelo, 2010/2011

Índice

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Escola Secundária Inês de Castro

Page 3: Os afrontamentos imperialistas- 11ºF

Introdução...................................................................................4

O século XIX: um século de profundas transformações..............................5

O século XIX em Portugal: Um país em lento processo de modernização

e mutação ..............................................................................................7Europa dominadora do Mundo: Breve preambulo.........................13

A Europa dominadora do mundo na passagem do séc. XIX para o séc. XX: A iniciativa europeia e as suas causas......................................................14

Imperialismo: Uma nova forma de colonização.....................................18

A partilha de África: Da conferência de Berlim ao Ultimato Inglês. 19

As origens da Primeira Guerra: O clima de paz armada............................22

Esquema síntese ...................................................................................33

Conclusão..................................................................................35

Bibliografia................................................................................................36

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Page 4: Os afrontamentos imperialistas- 11ºF

Introdução

No âmbito da disciplina de História A, foi-nos apresentada, pela professora Carla Susana Teixeira, uma proposta para a realização de um trabalho, que irá substituir um dos testes. Este trabalho assenta num dos temas abordados pelo nosso manual: “Cadernos de História, A6” - Evolução democrática, nacionalismo e imperialismo.

Sendo este o tema geral, estava ramificado em cinco subtemas, de entre os quais, a nossa escolha incidiu sobre a segunda opção: “ Os afrontamentos imperialistas: o domínio da Europa sobre o Mundo nas vésperas da primeira Guerra Mundial”.

Escolhemos este tema, uma vez que a hegemonia da Europa sobre o Mundo foi como um traçar de caminho para a primeira Guerra Mundial – o que para nós, foi, sem dúvida, uma dos momentos mais marcantes da história do Mundo, pois mudou o seu rumo, com a queda de uma série impérios europeus, conduzindo a uma reorganização do mapa geopolítico da Europa e do Médio Oriente.

A organização deste trabalho será apresentada da seguinte forma: inicialmente, faremos uma introdução ao século XIX e as inovações características dessa época; de seguida, serão apresentadas as causas da supremacia e expansão europeias; em terceiro lugar, será feita uma abordagem, à célebre, conferência de Berlim, e dai uma apresentação da posição de Portugal perante as colónias africanas – mapa cor-de-rosa; finalizando, serão colocadas em evidência as causas da primeira Guerra Mundial.

Resumindo, com este trabalho pretendemos demonstrar que a revolução industrial, foi, não só, impulsionadora de uma série de inovações e modernizações, mas também esteve na base do imperialismo e do colonialismo, e por conseguinte, esteve na origem da primeira Guerra Mundial.

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O século XIX:

Um século de profundas transformações

O século XIX foi um século repleto de mudanças, inovações, evoluções, modernizações. Podemos mesmo dizer, que o século XIX foi a época em que se deu a quebra abrupta, entre o antigo, o confinado, o retrógrado e o novo, o livre, o hodierno.

No decorrer da primeira metade do século XIX ocorreram uma série de revoluções liberais, que colocaram termo ao Antigo Regime. Foi assim, que um pouco por toda a parte, se extinguiram os privilégios e as regalias característicos dos governos absolutistas. Sendo que, em lugar desse regime tirano, se ergueu o liberalismo, que implantou novas ideias de liberdade, de igualdade e de fraternidade.

Lançaram-se, então, os novos alicerces da vida política moderna, que assentavam na liberdade de expressão, de reunião e de associação. Em certos países, como na Inglaterra e em Portugal, as democracias liberais praticavam o rotativismo – alternância de dois partidos no poder.

Foi também neste século de metamorfoses, que se registaram os progressos ao nível da economia.

Nos finais do século XVIII, inícios do século XIX, resultante da revolução agrícola, da acumulação de capitais e de um amplo mercado, processou-se, na Inglaterra, a primeira revolução industrial. Nesta fase inicial da revolução, as indústrias com maior destaque foram: a indústria têxtil, com o aparecimento do tear mecânico, e a indústria metalúrgica, com o aparecimento da máquina a vapor.

Com o aumento significativo da produção, possibilitado pela mecanização da etapa inicial da revolução industrial, deu-se, conjuntamente a revolução dos transportes e o desenvolvimento da banca. Desta forma, nos finais do século XIX, já tinham emergido uma série de inovações, que deram início à utilização de novas fontes de energia (electricidade e petróleo) e novos metais (alumínio e aço), que permitiram o surgimento de novas indústrias (siderurgia, química e material electrónico). Foi, então, que com a crescente concentração de empresas, com a formação de grupos financeiros e financiamentos da banca, se implantou o capitalismo financeiro. Registando-se a segunda revolução industrial.

Todas estas reformas quer a nível político, quer a nível económico e industrial, conduziram a uma série de alterações a nível social.

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Apoiada pelas revoluções liberais a burguesia tomou posse do poder político, anulando, completamente, os poderes das classes ultrapassadas – clero e nobreza.

À sociedade de ordens do Antigo Regime, sucedesse a sociedade de classes. Neste novo sistema social, as pessoas destacavam-se pelas suas qualidades individuais e pelo lugar que ocupavam no processo de produção, e não pelos seus títulos e nascimento.

No entanto, tal como na era do Absolutismo, as discrepâncias sociais, não foram, de todo, extintas. Uma vez que, nas camadas inferiores da sociedade, continuava a situar-se um grupo desfavorecido – o proletariado. Esta classe vivia em condições deploráveis, ora de vida ora de trabalho; o que acabou por levar a um forte descontentamento por parte da mesma, que reivindica melhores condições de vida, através de agitações sociais (greves e manifestações). Criando o Sindicato – órgão defensor dos interesses e direitos dos operários.

Numa sociedade de grandes progressos científicos e técnicos; numa época de tantas agitações e mudanças era necessário, que as correntes literárias e artísticas reflectissem os problemas e anseios desse tempo – o Romantismo exaltou o sentimento e exprimiu a defesa dos valores nacionalistas e liberalistas; por outro lado, o Realismo retratou a sociedade de uma forma mais objectiva e autêntica, criticando os exageros e defeitos da mentalidade burguesa.

Devido, também, à técnica surgiram na arquitectura as construções artísticas em ferro – edifícios ou caminhos-de-ferro.

Na pintura criou-se uma nova expressão – Impressionismo. Este novo movimento, valorizava a cor e a luz, mais que o desenho.

Resumindo vivia-se na Europa a, tão célebre, Belle Époque; um período repleto de prosperidade e acalmia.

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O século XIX em Portugal:

Um país em lento processo de modernização e mutação

No decorrer do século XIX, Portugal ultrapassava um ambiente político-administrativo atribulado, devido às invasões francesas, à revolução liberal, às guerras civis e às quedas sucessivas de governos. Até que em 1834 o Liberalismo finalmente instaurou-se.

Esta inconstância política reflectiu-se em todos os outros sectores, e não apenas no político: os progressos económicos foram diminutos, devido às reduzidas modernizações da agricultura e da incipiente mecanização da indústria.

Foi, então, com o triunfo do liberalismo, que surgiram uma série de medidas que colocaram fim ao Antigo Regime. Um dos exemplos destas medidas foi a legislação de Mauzinho da Silveira e de António de Aguiar, que desencadeou o predomínio de uma nova classe social – a burguesia:

«liberalização da economia e reorganização dos serviços estatais do “Portugal novo e liberal».

Nos finais da segunda metade do século XIX, surgiu uma nova etapa na vivência política nacional – a Regeneração. Esta foi possível graças ao crédito estrangeiro e ao empenhamento de grandes governantes, que conduziu a um crescimento económico, considerável. A agricultura desenvolveu-se, os meios de comunicação e de transporte desenvolveram-se, o sector bancário e comercial sofreram um incremento acentuado e, por fim, a indústria desenvolveu-se, lenta e dificilmente.

A acompanhar as mudanças políticas e económicas, existiram, também, alterações sociais. A burguesia era agora a detentora do capital, visto que controlava os negócios, e era similarmente uma classe nobilitada, pois à fusão com a velha aristocracia, concedia-lhes títulos.

Estas alterações possibilitaram o aparecimento de uma nova classe social, a classe média, que não tinha contacto com o meio de produção manual, nem era controladores dos grandes meios de produção. Eram uma classe com estudos e valores, que trabalhavam, nos novos serviços, emergentes devido às necessidades que caracterizavam está sociedade oitocentista

Por outro lado, numa situação muito inferior, encontrava-se o proletariado, que vivia em condições deploráveis, quer de vida, quer

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de trabalho. Era esta a casta da sociedade destinada a suportar as classes superiores, sobretudo a burguesia. Visto que estes eram os possuidores da força de trabalho, de que os capitalistas tanto necessitavam.

Os últimos anos do século foram, sem dúvida, muito complicados para a monarquia constitucional, com o descrédito do regime. Este desmérito foi impulsionado por vários factores, tai como: a submissão do país aos interesses colónias britânicos; os gastos da família real; o poder da igreja; a instabilidade política e social; o sistema de alternância de dois partidos; a ditadura de João Franco e a incapacidade de acompanhar a evolução e de se adaptar à modernidade. Tudo isto conduziu à implantação da República, em 1910.

Fig.1 O clero e a Nobreza esmagam o povo na sociedade absoluta

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Fig. 2 A estrutura da sociedade de Classes

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Documento 1: A Obra da Revolução Francesa

“Como todos os acontecimentos, a revolução teve os seus traços únicos (…)

Por toda a parte onde as ideias revolucionárias foram aplicadas houve redefinição: a propriedade da terra foi despojada dos seus traços feudais e do direito aristocrático de progenitura. As pretensões da monarquia e dos poderes hereditários aposto à soberania do Povo. Para substituir o súbdito os revolucionários consideraram o cidadão (…). Eles reclamaram a liberdade de pensamento, de expressão, de religião, de associação e de empresas de todas as espécies, incluindo as empresas económicas. Contra as antigas formas de descriminação, fizeram da igualdade e da solidariedade, um ideal e sonharam a fraternidade com todos os que se lhes unissem.”

Robert Palmer, 1789 – As revoluções da liberdade e da igualdade, 1968

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Fig.3 Evolução da Revolução industrial

Fig.4 Fábrica do século XIX

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Documento 2: Poema ilustrativo do Romantismo

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.E eu n'alma – tenho a calma,

A calma – do jazigo.Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.E a vida – nem sentidaA trago eu já comigo.Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te queroDe um querer bruto e feroQue o sangue me devora,

Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.Quem ama a aziaga estrela

Que lhe luz na má horaDa sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,De mau, feitiço azado

Este indigno furor.Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tantoQue de mim tenho espanto,

De ti medo e terror...Mas amar!... não te amo, não.

Almeida Garrett

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Documento 3: Excerto ilustrativo do realismo

"Mas esse ano passou, outros anos passaram. Por uma manhã de Abril, nas vésperas de Páscoa, Vilaça chegava de novo a Sta. Olavia. Não o esperavam tão cedo; e como era o primeiro dia bonito dessa primavera chuvosa os senhores andavam para a quinta. O mordomo, o Teixeira, que ia já embranquecendo, mostrou-se todo satisfeito de ver o Sr. administrador com quem às vezes se correspondia, e conduziu-o à sala de jantar onde a velha governante, a Gertrudes, tomada de surpresa, deixou cair uma pilha de guardanapos e para lhe saltar ao pescoço".

Eça de Queirós, Os Maias

Documento 4: O significado da legislação de Mouzinho Da Silveira

“Porém acabar com o velho, o feudal [termo do próprio Mouzinhop], e criar o novo, o moderno, exige a conceptualização do novo, em termo de princípios gerais. E Mouzinho tem-nos.

Apresente-mos alguns: a prossecução do bem comum, com a garantia de liberdade do cidadão e protecção do mesmo contra os abusos do poder (…); a separação do poder espiritual e do poder temporal (…); a institucionalização da repressão policial como forma de reprimir divergências, relativamente à vontade colectiva dos cidadãos expressa na lei (…); a liberdade de organização das actividades económicas, da agricultura ao comércio, da produção ao consumo. (…) A explicação formal do principio da igualdade de tratamento dos cidadãos pela administração pública. (…)”

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Documento 5: Instabilidade da primeira República

“ A 14 de Maio de 1917 iniciaram-se, por toda a cidade assaltos a mercearias e armazéns em que houvesse alguma coisa para comer. Proclama-se, então, o Estado de sítio e o governo da cidade é entregue ao comando militar, mas isso não evita que, durante três dias, estoirem bombas, se ataque a forma armada, se levantem e que, enfim, campeie a desordem, o roubo o assassinato.

Outros factores enfraqueceram os governos republicanos nos anos vinte: a greve dos correios e do telégrafo, os decretos relativos às dívidas do Estado (…) e as maiorias parlamentares de apoio ao governo eram cada vez menos forte.”

Teófilo Braga, Sidónio Pais e o seu Consulado Afonso Costa, Diário

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Fig. 5 La Belle Époque

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A Europa Dominadora do Mundo

Breve Preambulo

A história do século XIX é, sobretudo, europeia, uma vez que se fala, quase exclusivamente, do desenvolvimento histórico deste continente, em detrimento da história dos outros territórios. No entanto, este foco na história europeia deveu-se, principalmente, a dois grandes acontecimentos que decorreram na Europa.

Por um lado, tiveram lugar na Europa as mais decisivas mudanças, as que, realmente, provocaram alterações na sociedade, as que, efectivamente, alteraram a vivência humana; é similarmente na Europa, que imergem as grande correntes de ideias, que surgem as grandes revoluções económicas, a nova experiencia política – em grande parte, mudanças deliberadas pela Revolução Industrial. A história nesta região decorre a um ritmo muito mais acelerado do que nos outros continentes, que À vista desta grande potência, parecem, praticamente, estagnados, quase como adormecidos para a evolução.

Por outro lado, o que se passa abrange o mundo todo, todavia o contrario não se verifica, no que concerne a esta era. Ao, falarmos do continente europeu, somo impulsionados a falar, de outros continentes, como é o caso de África e da América – países atingidos pelos acontecimentos europeus.

Dizemos, então que a Europa do século XIX, não era, de todo, isolada. Pois o seu domínio sobre as mudanças, as inovações, as modernizações: transcendeu os limites fronteiriços do continente, alcançando o domínio sobre outros continentes. Indo mais longe, devemos mesmo afirmar, que esse domínio se alargou à quase totalidade do Globo.

Aprontando, esta colonização imperial da Europa sobre o mundo, exigiu a criação de grande exércitos, que funcionassem como elementos de expansão e defesa. No entanto, estes exercícios revelaram-se um erro; uma vez que, o nacionalismo e as rivalidades entre as potências imperialistas, geraram sucessivas crises. Tendo lugar em 1914, a crise que pôs termo a mais de meios século de reinado absoluto.

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A Europa e o Mundo na passagem do século XIX para o século XX

A iniciativa europeia e as sua causas

O mundo sofreu uma mutação massiva durante o século XIX. Essa mutações ocorreram, mais significativamente, na economia, na sociedade, na ciência e na técnica e foram resultantes, na sua grande maioria, da revolução industrial.

As fábrica e as cidades, os grande pólos atractivos da população – devido às supostas, melhores condições de vida e à grande ofertas de postos de trabalho – passaram a atrair as populações rurais, desencadeando alterações nos modos de vida. A industrialização, o urbanismo e a construção de redes de caminhos-de-ferro, provocaram, também, grandes alterações nas paisagens.

Foram estas inovações que conduziram à expansão transfronteiriça europeia. O facto de a Europa não se confinar às suas fronteiras, de a sua influencia ultrapassar os limites geográficos, de se lançar ao encontro do mundo, tomando a decisão de estabelecer relações duradouras entre os variados continentes, constituindo um fenómeno invulgar.

Ora, se esta decisão parece, à primeira vista, ser algo natural, não o é. Esta ocupação mundial, não foi obra do acaso, ou de uma fatalidade; muito pelo contrário, existiam vários factores, que poderiam ter funcionado como um entrave a esta expansão.

A nível mundial a Europa estava longe de ser o continente mais vasto, sendo que os mais amplos seriam a Ásia, a África e a América. Por outro lado, a Europa não era, e modo algum, a região mais populosa, visto que no século XVIII, cerca de metade da humanidade habitava na Ásia. Deste modo, era de prever que as vagas de emigração seriam provenientes da Ásia, mas não foi isso que sucedeu. Se falarmos do impulso da hierarquia, verificamos que, também, não jogava a favor da Europa, pois não eram a civilização mais antiga. Neste factor, eram avassalados pela China, Índia e Egipto – civilizações mais antigas. Assim, ao julgarmos estes factores

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que tiveram de existir outros condicionantes, que permitissem o domínio europeu sobre o mundo.

Desta forma, a hegemonia da Europa sobre o mundo no decorrer do século XIX, para o século XX, foi impulsionada pela sua superioridade em vários níveis: politico, económico, financeiro, demográfico e cultural.

A nível político a hegemonia acontecia, pois maior parte dos continentes conheciam-se sobre o domínio colonial de potências europeias – Inglaterra, França, Alemanha, Portugal, Bélgica e Espanha. O continente africano era quase na sua totalidade, ocupado por colónias francesas, italiana, espanholas, portuguesas, inglesas, belgas e alemãs; a Ásia estava, similarmente, na sua maioria, sob domínio europeu: os ingleses eram os grandes senhores da Índia; a Rússia assenhorou-se da Sibéria e do Turquestão; o sudoeste asiático era repartido por ingleses, franceses e holandeses; praticamente, só o Japão e a China eram autónomos.

A primazia económica e financeira derivava do facto de se situarem na Europa, as maiores potências mundiais – Inglaterra, França e Alemanha. A Europa – principalmente a Inglaterra – por si só detinha o título de “comerciante do Mundo”, uma vez que lhe pertenciam as mais desenvolvidas companhias de transporte, através dos quais controlavam o comércio mundial; os europeus – essencialmente os ingleses – eram “os banqueiros do mundo”, pois controlavam o sistema de movimentos capitais, investindo esses capitais em todas as actividades lucrativas que os continentes apresentassem: há que mencionar, ainda, que grande parte da produção industrial mundial era também europeia – “fábrica do mundo”.

A supremacia demográfica era patente. Apesar das reduzida dimensões espaciais, Portugal tinha, em 1914, cerca de 25% da população mundial, o que a tornou a maior fornecedora de emigrantes, que iriam povoar os outros continentes – difundindo a civilização e influências europeias; não se pode deixar de mencionar, que tendo em conta o seu tamanho, a Europa detinha os maiores centros urbanos mundiais.

Finalmente, a preponderância cultural. Esta era, sem dúvida a mais visível de todas as hegemonias, e era igualmente a que, após o fim da dominação europeia, estava mais cravada nos locais ocupados, permanecendo em alguns até aos dias de hoje. Assim, verificou-se que até 1914, as inovações e invenções técnicas foram

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sempre de origem europeia; foi, de igual modo, neste ano que se conceberam vários prémios Nobel da ciência neste continente “superior”; as universidades e as academias literárias atraiam estudantes e artistas de todo o mundo; a literatura, a filosofia e as artes europeias impunham-se por toda a parte, assim como o vestuário e os modos de vida. Imitar a Europa, foi nessa época, um sinal de civilização entre as elites do continente.

Ora, a corrida para a ocupação territorial mundial, não foi apenas impulsionada pela supremacia europeia. Claramente, que se não fosse soberana, poderosa e mandatária em relação aos outros continentes, a Europa não teria conseguido levar a cabo uma ocupação tão proeminente do globo terrestre. Porém, não foi só o seu poder em todos os sectores da vida social, económica e cultural, que lhe deu a vontade de progredir com uma ocupação territorial tão vasta.

Como já falamos posteriormente, os século XIX foi uma era de inovações e invenções, que incentivaram o desenvolvimento industrial – aparecendo uma série de fábricas, que produziam em massa, para um consumo em massa e que, por conseguinte, gastavam quer capital quer matérias-primas em massa; e o êxodo rural – que conduziu toda a população direcção às cidades, com a ilusão de conquistarem melhores condições de vida, uma vez que as cidades eram, agora centros urbanos luxuosos, e grandes fornecedores de empregos, no entanto, quando chegavam à cidade deparavam-se com trabalhos mal pagos e desumanos e com “secções” mais pobres e degradadas das cidades, reservadas, especialmente para eles. Sintetizando, as economias desenvolveram-se, os modos de vida alteraram-se e o consumo aumentou.

Posto isto, as mudanças necessitavam de ser enfrentadas. E é isso mesmo, que as grandes potências vão fazer, vão desenvolver as suas economias da seguinte forma: vão direccionar a sua expansão extra-nacional, para a obtenção de matérias-primas a baixos custos para a indústria, de modo a conseguir custos de produção mais baixos e lucros mais altos; vão procurar novos mercados, para os quais possam escoar os excedentes de produção industrial, uma vez que com as noivas fábricas industrias, existia uma produção em massa, que acabava por ser exagerada. É certo que também havia um consumo em massa, todavia, esses consumistas acabavam por não ser suficientes, pois uma grande parte da população fazia parte do proletariado e não tinha poder de compra; procuravam novas possibilidades de investir capitais na criação de indústrias e na

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construção de infra-estruturas. Se não existia nos continentes mais pobres este tipo de avanços, acabaria por ser uma mais-valia, para quem introduzisse no “submundo” esse progressos.

Se por uma lado existiam motivações económicas, por outros causas de carácter mais politico e cultural, tais como: o reforço militar e estratégico de cada potência, que pretendia reafirmar o poder de cada uma, e que acabou por conduzir a desavenças entre as mesmas; a possibilidade de, pela ocupação de novas áreas, criar melhores condições de vida a uma população europeia, que crescia desmesuradamente e sobrelotava os centros urbanos, acabando por optar pela emigração, em busca de melhores condições de vida e de trabalho; finalmente, a ideia de superioridade da raça branca – o racismo – que justificava a “missão civilizadora” dos europeus em relação a outros povos que consideravam menos desenvolvidos ou mesmos inferiores. Está última terá sido a “desculpa” que os europeus usaram para a dominação mundial. Já que eram um povo civilizado, queriam espalhar a sua palavra ao povos inferiores, impondo-lhes a sua religião, educação, instituições e cultura.

Concluindo, foi devido a esta supremacia europeia e a estas causas expansionistas, que a Europa desenvolveu uma política expansionista, que visava uma segunda fase do colonialismo e um imperialismo férreo.

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Imperialismo

Uma nova forma de colonização

Assistiu-se a uma primeira fase do colonialismo europeu entre os séculos XV e XVIII. Nesta fase vários países europeus – Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França – compuseram grandes impérios coloniais. Porém, a partir do século XVIII, o colonialismo europeu, espelhava um recuo, devido, inicialmente, à independência dos EUA e, posteriormente, com a independência das colónias espanholas da América Centra e do Sul.

Todavia, no século XIX, ao celerado crescimento do capitalismo industrial e financeiro fez com que os países mais industrializados não só alargar os seus territórios coloniais – colonialismo: domínio político, económico, militar e cultural de um Estado sobre uma população indígena com cultura diferenciada. É portanto a este esforço de expansão territorial e de domínio económico e político, que se dá a designação de imperialismo – domínio político, económico, militar ou cultural de um Estado sobre outros Estados ou territórios. O imperialismo é visto como uma nova fase do colonialismo.

O imperialismo europeu manifestou-se, essencialmente, pela ocupação de novas colónias na África e na Ásia – dois dos mais ricos continentes de século imperialista. No, entanto, as colossais potências foram mais além, pois também se instalaram em países, que, supostamente, são politicamente independentes, mas economicamente subdesenvolvidos – protectorados. Nestes países, não se verifica o mesmo domínio que nas colónias – domínio político directo – e por isso, a Europa capitalista colocava no poder alguém da sua inteira confiança, de modo a explorar as riquezas naturais, a mão-de-obra e os mercados.

Posto isto, há que salientar que existiam ainda dois outros tipos de ocupação territorial, característicos desta forma de colonização: os domínios, com uma significativa implantação de população branca, que gozavam de um grande autonomia; e as colónias, espalhadas por todo o mundo e administradas directamente pela metrópole, ou pelos seus funcionários enviados. Esta ultima, terá sido a mais apelativa ao longo desta época imperialista, pois era mais vantajosa para a potência ter o domínio completo sobre uma área. Dois exemplos máximos de metrópoles imperialistas são Inglaterra e França. Por

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outro lado, temos exemplos menos significativos, como é o caso da Alemanha, que ao entrar tardiamente nesta corrida territorial, teve de se conforma com alguns domínios em África e no Pacifico; o caso da Bélgica, que conseguiu uma grande colónia no continente africano; por fim, o caso de Portugal, Holanda e Espanha que conseguiram manter alguns territórios que tinham ocupado durante a primeira fase da colonização.

A partilha de África

Da conferência de Berlim ao Ultimato Inglês

Na segunda metade do século XIX as rivalidades entre as principais potências europeias acentuaram-se pelo domínio de África. Este continente que, outrora fora o mais valorizado mercado de escravos negros, era agora – devido à gradual abolição da escravatura – de igual modo, o continente mais procurado, todavia por outros motivos. A busca de áreas de influência africana era agora originada, essencialmente, pela procura de matéria-prima necessárias à indústria europeia.

Assim, realizaram-se por esta altura, uma séries de viagens de exploração pelo interior do continente africano – uma vez que as zona já exploradas e colonizadas estavam localizadas, sobretudo no litoral. As primeiras explorações foram as inglesas, com Livingstone e Stanley e pretendiam abrir caminho à civilização.

Estas viagens avivaram o interesse da potências europeias por este continente, pois revelaram muitas riquezas, até então desconhecidas, e permitiram o domínio das terras interiores – possuir uma colónia com todas as riquezas africanas, seria a derradeira mais-valia, para qualquer uma da potências europeias. Assim, dizemos que esta expedições ao coração de África tiveram incentivos de carácter: politico, geográfico - científico e económico.

Portugal teve também necessidade de afiançar a posse do interior de Angola e Moçambique, patrocinando a viagem de alguns exploradores, como Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens.

A possessão dos territórios africanos desencadeou grandes rivalidades entre as sumptuosa potências europeias. Numa tentativa de cessar estas disputas, o chanceler alemão Bismarck propôs a reunião dos países com interesse naqueles países. Realizou-se, então, neste contexto a conferência de Berlim (1884/1885), onde se definiram as fronteiras das colónias africanas, verificando-se uma

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autêntica partilha de África. Estabeleceu-se, ainda, um novo direito colonial, que estabelecia uma nova ordem de ocupação territorial: só a ocupação efectiva de um território e a sua exploração económica justificavam a sua ocupação; sucede-se, o fim do direito histórico, concedido pela descoberta da terras. Desta forma, houve uma escolha, que apadrinhava os interesses das potências mais poderosas, em detrimento dos das mais débeis. Sendo, Portugal a potência mais prejudicada, uma vez que não disponha dos meios necessários para a ocupação efectiva das colónias – não tinha os meios demográficos, pois não era um país com grande densidade populacional; e, por outro lado, Portugal estava perante um grande retardamento industrial, o que o deixava, desde logo, uma passo atrás das outras potências.

Contrariamente, a Portugal, a Inglaterra foi a grande vitoriosa da Conferência de Berlim – tornou-se possessora de uma imenso território, que se entendia do Cairo ao Cabo. Seguindo-se-lhe a França, que assegurou, similarmente, um grande domínio territorial em África – ficou com as sua colónias da África ocidental francesa. As restantes colónias africanas eram repartidas entre Itália, Alemanha, Bélgica, Portugal e Espanha.

Após o fim da Conferência de Berlim, Portugal, tenta reafirma o seu poder em África, para tal proporcionou novas expedições ao interior do continente. Estas expedições eram direccionadas às bacias do rios Quando-Cubando e Zambeze. Aquando dos regresso dos exploradores, em 1886, realizou-se, o tão célebre, mapa cor-de-rosa. Este mapa assinala a cor-de-rosa, como o próprio nome indica, a pretensão de Portugal, em ligar a Costa Ocidental de África (Angola) à costa oriental (Moçambique).

Contudo, este mapa suscitou uma grande problema, uma vez que o desejo dos portugueses colidia com o interesse do ingleses no território – ambicionavam ligar o Cabo (África) ao Cairo (Egipto) através da construção de uma via-férrea – pelo que, em 1890, Inglaterra enviou um ultimato ao governo português. Neste documento exigia-se a retirada imediata das forças militares portuguesas localizadas na região de Chire e nas terras dos Macololos e dos Machonas – estas populações, influenciadas pelos ingleses, revoltaram-se contra os portugueses. Neste documento, estava, ainda, declarado que em caso de Portugal não obedecer à ordem de retirada das respectivas terras, a Grã-Bretanha cortaria relações diplomáticas com o país, podendo mesmo recorrer à força.

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Portugal acabava por ceder ao ultimato, deixando a descoberto duas revelações, por um lado, a fragilidade da colonização portuguesa na África e, por outro lado, o grande poder politico de Inglaterra.

Todavia, esta desistência acendeu a réstia de pólvora, que levou a uma grande hostilidade de largos sectores da população portuguesa contra Inglaterra e contra o Rei de Portugal da época – D. Carlos.

O ultimato Inglês foi visto como a derradeira humilhação de Portugal e esteva na origem da queda da monarquia portuguesa, que se verifica vinte anos depois.

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As origens da Primeira Guerra

O clima de paz armada

Nos inícios do século XX a Europa descobria-se no auge do seu domínio. Era, porém, um continente deveras dividido, repleto de contrastes políticos e sociais.

A ocidente, reinavam as democracias liberais – tratava-se de regimes políticos parlamentarmente apoiados numa burguesia poderosa e influente.

Por outro lado, a Europa Central e Ocidental, continuava refreada por regimes autoritários: os impérios Russo, Austro-húngaro e Alemão. Todos eles continuavam a recusar, uns mais que outros, a democracia liberal; sendo que os seus monarcas estavam, sobretudo, apoiados no exército e numa aristocracia de grandes proprietários. Todavia, existiam, nestes regimes ditatoriais, a burguesia e operariado, que não findavam de exigir maior participação na vida política.

Além da divisões políticas, conjugavam-se na Europa perigosas tensões entre as grandes potências, provocadas sobretudo pela rivalidade económica.

Os alemães viam os ingleses como sues grandes rivais. O grande desenvolvimento económico da Alemanha desencadeou uma tenebrosa competição imperialista deste país contra a Inglaterra e França. Esta competição tinha objectivos, muito bem delineados, pretendia-se: a posse dos melhores dos melhores mercados e o domínio das áreas mais ricas em matérias-primas – essencialmente nas colónias de África e Ásia.

A juntar a tudo isto, existiam ainda outras fortíssimas causas de antagonismo na Europa, como as disputas territoriais e reivindicativas nacionalistas, nomeadamente: a França pretendia recuperar a Alsácia e Lorena, que haviam sido ocupadas pela Alemanha depois da guerra franco-prussiana de 1870; a Polónia dividia-se entre a Rússia, a Áustria e a Alemanha, no entanto, pretendia tornar-se de novo um Estado autónomo; a Itália ambicionava territórios que considerava seus, mas que estavam integrados no Império Austro-Húngaro, e pretendia também ocupar novas terras de África; e, por fim, na Península Balcânica, vários povos, com o apoio da Rússia, tinham-se

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libertado do Império Turco, mas outros continuavam sobre o domínio do Império Austro-Húngaro.

Principalmente, a partir de 1910, surgia por toda a Europa o nacionalismo. A imprensa, a escola, as canções populares, não só aclamavam o patriotismo e as virtudes nacionais, como incitavam o ódio contra as potências rivais.

Assim, todas as rivalidades europeias conduziram à formação de alianças políticas e militares. A Alemanha aliada ao Império Austro-Húngaro a à Itália, forma a Tríplice Aliança. Como, refutação a esta organização, a França, a Rússia e a Inglaterra, aliam-se e constituem a Triple Entente.

Apesar de não estar instalada a guerra, o facto de estarem dois blocos formados, conduziu a uma corrida ao armamento. Desta forma, a guerra parecia inevitável, nos inícios do século XX. A paz vivida nesta época era já uma paz armada – qualquer incidente poderia eclodir num conflituo de proporções gigantescas.

Posto isso, foi no Verão de 1914, que um estudante de Sérvia, matou o herdeiro ao trono austríaco – arquiduque Francisco Fernando – em Sarajevo.

Por conseguinte o império Austro-Húngaro, declarou guerra à Sérvia, o que levou a Rússia a mobilizar as suas tropas. A partir dai o sistema de alianças fez o resto: a Alemanha abriu guerra com a Rússia e com a França; em seguida, a Inglaterra e, posteriormente, o Japão declaram guerra à Alemanha. E foi deste modo, nesta conjuntura política e económica, que deflagrou a PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.

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Fig.6 Inglaterra uma das maiores potências mundiais

Fig. 7 A preponderância da Europa no Mundo, inícios do século XX

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Documento 6: À conquista do Mundo

“Entre todas as realizações, as mais numerosas, as mais surpreendentes, as mais fecundas couberam a uma parte bastante restrita da humanidade e a um território bem pequeno relativamente ao conjunto das terras habitáveis. A Europa foi esse lugar privilegiado; o Europeu, o autor desses privilégios. (…)

De súbito, a diferença do poder e de saber científico entre a Europa e o resto do planeta torna-se tão grande que a Europa precipita-se para fora de si própria: parte à conquista do Mundo. (…) Por toda a parte onde o espírito europeu domina, vê-se aparecer o máximo de ambição, o máximo de trocas. Este conjunto de máximos é a Europa, é a imagem da Europa.”

Paul Valéry, Variétés (1924)

Documento 7: Colonizar para vender

“ A política colonial é filha da política industrial. Para os Estados ricos, onde os capitais se acumulam e onde a produção cresce continuamente (…), a expansão é absolutamente indispensável. Sem ela não há prosperidade, nem investimentos de capitais, nem empregos (…). Ora, os mercados Europeus estão saturados; é necessários, portanto, encontrar consumidores noutras partes do mundo.”

Jules Ferry, Tonkin e a Mãe Pátria (1890)

Documento 7: Colonialismo e civilização

“Raças superiores! Raças inferiores! Por mim, rebato totalmente essa ideia (…). Não, não há qualquer direito das nações ditas superiores em relação às ditas inferiores. Não tentemos disfarçar a violência sob o nome de hipocrisia de civilização. A conquista é o abuso puro e simples da força que dá a civilização científica sofre as civilizações mais rudimentares, para se apropriar do homem, torturá-lo, extrair toda a energia que nele há, em proveito do pretenso civilizador.”

Clemenceau, Discurso de 30 de Julho de 1885

Documento 8: O perigo Amarelo

“ A indústria moderna desenvolve-se no Japão cada vez mais (…). Para isso contribuiu a intervenção do Estado, através de subsídios às indústrias novas, do desenvolvimento dos meios de transporte, dos correios, dos telégrafos.

A causa essencial deste brilhante crescimento está, porém, no preço extremamente baixo dos salários: pagando muito pouco de mão-de-obra, as indústrias japonesas podem concorrer com as indústrias estrangeiras, até nos mercados mais longínquos. Começa já a vislumbrar-se uma ameaça: é o perigo amarelo na sua forma económica.

Fallex e Mairé, As grandes potências do mundo (1913)

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1890 1900 1913EUA 62.6 75.9 97.3Alemanha 49.2 56.0 66.9Japão 39.9 43.8 51.3França 38.5 38.9 39.7Grã-Bretanha

37.4 41.1 45.6

Documento9: Quadro ilustrativo da população das principais potências mundiais

Documento 12: Do colonialismo ao imperialismo

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Documento 10: Interesses coloniais das potências europeias

“Afirmo que esta politica colonial em três ordens de ideias: económicas, humanitárias e patrióticas.

As colónias são, para os países ricos, um lugar vantajoso para o investimento de capitais (…). Senhores, um outro tipo de ideias é o lado humanitário da questão colonial. È preciso dizer abertamente que as raças superiores têm direitos sobre as raças inferiores, porque têm o dever de as civilizar.”

Julles Ferry (1885)Documento 11: A ideologia colonialista nos finais do século XIX

“ A colonização é a força expansionista de um povo, é o seu poder de reprodução, é a sua dilatação e a sua multiplicação através dos espaços; é a submissão do Universo, ou uma grande parte, à sua língua, aos seus costumes, às suas ideias e às suas leis. Um povo que coloniza é um povo que lança as bases da sua grandeza e supremacia no futuro. (…)

O povo que mais coloniza é o primeiro povo; se não é hoje, é amanhã.”

Paul Leroy-Beaulieu (1874)

Controlo e reforço dos mercados

nacionaisProdução em

massa

Concorrência entra as potências capitalistasNacionalismos e aplicação das

novas áreas de influênciaColonialismoImperialismo

Documento 13: Colonialismo Inglês

“ Quanto à questão colonial, assistimos a um simples alargamento normal da raça inglesa para outras terras, na maior parte do casos tão escassamente povoadas que os nossos povoadores se apoderam delas sem conquista. (…)

Essa expansão cria não propriamente um império mas sim um enorme Estado.

John Steeley, 1883

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Fig.8 Impérios coloniais Europeus

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Fig.9 Ilustração às explorações feitas ao coração de África nos finais do século XIX, neste caso David Livingstone

Fig.10 Viagens feitas, neste caso pelos Portugueses, ao interior de África na segunda metade do século XIX

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Fig.11 Conferência de Berlim 1884-1885

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Documento 14: Os interesses das potências coloniais pelo continente Africano

“Artº1 – O comércio de todas as nações gozará duma completa liberdade (…).

Artº35 – As potências signatárias da presente Acta reconhecem a obrigação de assegurar, nos territórios por ela ocupados nas costas do continente africano, a existência de uma autoridade suficiente para fazer respeitar direitos e, se for caso disso, a liberdade do comércio e do trânsito nas condições em que ela for estipulada.”

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Fig.12 Partilha de África

Fig.13 O mapa cor-de-rosa

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Fig.14 Caricatura do Ultimato Inglês a Portugal

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Fig.15 Causas da Primeira Guerra Mundial

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Fig.16 Politica de Alianças

Fig.17 Pretexto para o deflagrar da Primeira Guerra Mundial

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Esquema síntese

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Hegemonia Europeia

Causas da supremacia:

Hegemonia política;

Hegemonia económico-financeira;

Hegemonia demográfica;

Hegemonia cultural;

Causas da supremacia:

Hegemonia política;

Hegemonia económico-financeira;

Hegemonia demográfica;

Hegemonia cultural;

Causa da expansão:

Matérias-primas mais baratas;

Mercados para escoar excedentes;

Investimento de capitais

Reforçar do poder militar e estratégico;

Superioridade da raça branca

Criar melhores condições de vida para os emigrantes;

Causa da expansão:

Matérias-primas mais baratas;

Mercados para escoar excedentes;

Investimento de capitais

Reforçar do poder militar e estratégico;

Superioridade da raça branca

Criar melhores condições de vida para os emigrantes;

Colonialismo & Imperialismo

Expedições ao coração de África: procurando novos territórios mais ricos para colonizar

Conferência de Berlim:

Partilha de África: colónias mantidas por quem tem possibilidade para isso, desacreditando o direito por conquista;

País vitorioso: Inglaterra

País prejudicado: Portugal

Conferência de Berlim:

Partilha de África: colónias mantidas por quem tem possibilidade para isso, desacreditando o direito por conquista;

País vitorioso: Inglaterra

País prejudicado: Portugal

Mapa Cor-de-Rosa

Mapa Cor-de-Rosa

Ultimato InglêsUltimato Inglês

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Competitividade entre as potências & reivindicações territoriais

Competitividade entre as potências & reivindicações territoriais

Primeira Guerra Mundial

1914

Primeira Guerra Mundial

1914

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Conclusão

Chegado o final deste trabalho, é chegada também a altura de fazermos um comentário conclusivo sobre o trabalho. Assim, podemos dizer que foi um trabalho muito intenso, na medida que para além de ser um tema um pouco extenso, apanhou o último período de aulas, que foi um pouco curto, acabando por criar um pequeno problema de tempo.

No entanto, foi o trabalho de história que mais gostamos de fazer, pois constatamos, uma vez mais, que a Europa não é racista apenas nos dias de hoje, sempre o foi. Principalmente, durante a época do imperialismo. Gostamos, também de realizar este projecto, porque a sua execução conduziu-nos às causas da Primeira Guerra, que vai ser o conteúdo abordado no início do próximo ano. Sendo que assim vamos com preparação prévia desse tema.

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Bibliografia

DINIZ, Maria Emília, História Nove, Lisboa Editora, Lisboa, 2007, páginas 11-17

MOREIRA, Aníbal Barreira Mendes, Edições ASA, Lisboa, 2008, páginas 12-23

PINTO, Ana Lídia, Cadernos de História6, Porto Editora, Porto, 2010, páginas 15-25

RÉMOND, René, Introdução à História do Nosso Tempo, Éditions du Seuil, 2003, páginas 254-272

LIVRE, Wikipédia, Hegemonia da Europa no século XIX, 21 de Maio de 2010

GOOGLE, Hegemonia Europeia, 21 de Maio de 2010

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