oriente médio

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Oriente Médio O Oriente Médio, região situada entre o extremo Oriente e Ocidente tendo como referência o Mar Mediterrâneo, inclui os países costeiros do Mediterrâneo Oriental (da Turquia ao Egito), a Jordânia, Mesopotâmia (Iraque), Península Arábica, Pérsia (Irã) e geralmente o Afeganistão. A condição de área de passagem entre a Eurásia e a África, de um lado, e entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico de outro, favoreceu o comércio de caravanas que enfraqueceu-se posteriormente em proveito das rotas marítimas, renovadas pela abertura do canal de Suez em 1869. Logo após a Primeira Guerra Mundial, a região já era a maior produtora petrolífera do mundo e, por isso, despertava o interesse das grandes potências, tornando-se objeto de rivalidades e conflitos internacionais. Além da economia baseada no petróleo e das fortes desigualdades sociais, a região também apresenta problemas nas uniões tribais e étnicas, na fragilidade das estruturas de governo e, sobretudo, na centralização islâmica da vida política. A maioria dos Estados do Oriente Médio surgiram sob influência do imperialismo franco-britânico, com a queda do Império Turco-Otomano após a I Guerra Mundial, assim, a maior parte da região seria dividida em protetorados. A Palestina, a Transjordânia (atual Jordânia), o Egito, o Iraque e a Pérsia (atual Irã) ficaram sob domínio da Inglaterra e a Síria e o Líbano tornaram-se protetorados franceses. Essa divisão obedeceu aos interesses das potências, que não levaram em conta os problemas específicos da região como as minorias étnicas e religiosas. Após a Segunda Guerra Mundial, os países do Oriente Médio tentaram relegar a religião somente à esfera privada, através do nacionalismo pan-arabista, cujo maior líder foi o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser. Na década de 1970, as massas urbanas e a classe média se afastaram do nacionalismo, adotando o fundamentalismo islâmico, que consolidou-se como ideologia dominante nas últimas décadas do século XX, principalmente após a Revolução Iraniana de 1979 e a ascensão do Talibã ao poder no Afeganistão. O Oriente Médio permanece uma das áreas mais instáveis do mundo, devido a uma série de motivos que vão desde a contestação das fronteiras traçadas pelo colonialismo franco-britânico, à posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados são dependentes de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial; até a proclamação do Estado de Israel na Palestina em 1948, o que de imediato provocou uma série de conflitos conhecidos como as guerras árabes- israelenses, entre eles a guerra de independência de Israel, a Guerra dos Seis Dias, a Guerra de Suez e a Guerra do Yom Kippur Conflito Israel X Palestina. Os conflitos que hoje assolam o Oriente Médio têm diferentes motivos. O principal deles diz respeito ao território: israelenses e palestinos lutam para assegurar terras sobre as quais, segundo eles, têm direito milenar. Outra questão diz respeito à cultura e à imposição de valores ocidentais às milenares tradições orientais. Pode-se ainda mencionar o fator econômico - talvez o preponderante: potências capitalistas desejam estabelecer um ponto estratégico na mais rica região petrolífera do planeta. E ainda existe a questão política. As tensões perduram há séculos. Expulsos da Palestina pelos romanos já no século 1 da Era Cristã, os judeus acalentaram durante séculos o sonho de retornar à "Terra Prometida", enfrentando todo tipo de discriminação e perseguição. Todavia, o território, durante sua ausência, foi ocupado por outros povos que, igualmente, sentem-se no direito de nele permanecer de modo autônomo. Durante o domínio britânico sobre a região, os ingleses permitiram a compra de terras na Palestina por ricos judeus de todo mundo que começaram a reocupar a região. Essa maciça migração de judeus para a Terra Santa chamou-se Sionismo, em referência à Colina de Sion, em Jerusalém. Os ingleses após a Primeira Guerra Mundial, comprometeram-se a ajudar os judeus a construir um Estado livre e independente em território palestino, buscando, assim, enfraquecer os árabes e conquistar vantagens econômicas na região. Entre os anos 1930 e 1940, intensificou-se consideravelmente a imigração judaica para a Palestina. O descontrolado ingresso de judeus na Palestina acarretou sérios problemas já às vésperas da Segunda Grande Guerra: as áreas de assentamento judeu e palestino não foram delimitadas e grupos de características étnicas e religiosas tão diferentes tiveram que compartilhar o mesmo território, de onde resultam graves hostilidades entre ambos. Com o holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra, a opinião pública, sensibilizada com os sofrimentos dos judeus, concordou com a criação de um Estado judeu na Palestina. A recém-criada Organização das Nações Unidas estabeleceu que a solução para os problemas do Oriente Médio seria sua prioridade, com a anuência dos Estados Unidos e da Inglaterra, interessados em estabelecer um aliado na região, já que não confiavam nos Estados árabes que a cercavam. Os palestinos, por sua vez, também almejavam a criação de um Estado independente em território palestino e, para isso, contavam com o apoio dos países árabes. Em 1947, a ONU estabeleceu a divisão do território palestino entre judeus, que ocupariam 57% das terras com seus 700 mil habitantes, e palestinos, cuja população de cerca de 1,3 milhão de habitantes ocuparia os restantes 43% do território. Com a retirada das tropas britânicas que ocupavam a região, começou, em 1948, uma guerra entre Israel e a Liga Árabe, criada em 1945 e que reunia Estados Árabes que procuravam defender a independência e a integridade de seus membros. A guerra foi liderada pela Jordânia e pelo Egito. Israel venceu o conflito e ocupou áreas reservadas aos palestinos, ampliando para 75% o domínio sobre as terras da região. O Egito assumiu o controle sobre a Faixa de Gaza e a Jordânia criou a Cisjordânia. Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser declarou guerra a Inglaterra, França e Israel com o objetivo de assumir definitivamente o controle sobre o canal de Suez, em mãos europeias desde sua construção. Para isso contou com o apoio da União Soviética, país que, no contexto da Guerra Fria, apoiava todas as iniciativas de libertação nacional a fim de conquistar aliados para o bloco socialista. Durante o conflito, Israel ocupou a Península do Sinai, mas, devolveu-a logo em seguida, devido à pressão norte-americana.

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Page 1: Oriente médio

Oriente Médio

O Oriente Médio, região situada entre o extremo Oriente e Ocidente tendo como referência o Mar Mediterrâneo, inclui os países costeiros do Mediterrâneo Oriental (da Turquia ao Egito), a Jordânia, Mesopotâmia (Iraque), Península Arábica, Pérsia (Irã) e geralmente o Afeganistão. A condição de área de passagem entre a Eurásia e a África, de um lado, e entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico de outro, favoreceu o comércio de caravanas que enfraqueceu-se posteriormente em proveito das rotas marítimas, renovadas pela abertura do canal de Suez em 1869. Logo após a Primeira Guerra Mundial, a região já era a maior produtora petrolífera do mundo e, por isso, despertava o interesse das grandes potências, tornando-se objeto de rivalidades e conflitos internacionais. Além da economia baseada no petróleo e das fortes desigualdades sociais, a região também apresenta problemas nas uniões tribais e étnicas, na fragilidade das estruturas de governo e, sobretudo, na centralização islâmica da vida política. A maioria dos Estados do Oriente Médio surgiram sob influência do imperialismo franco-britânico, com a queda do Império Turco-Otomano após a I Guerra Mundial, assim, a maior parte da região seria dividida em protetorados. A Palestina, a Transjordânia (atual Jordânia), o Egito, o Iraque e a Pérsia (atual Irã) ficaram sob domínio da Inglaterra e a Síria e o Líbano tornaram-se protetorados franceses. Essa divisão obedeceu aos interesses das potências, que não levaram em conta os problemas específicos da região como as minorias étnicas e religiosas. Após a Segunda Guerra Mundial, os países do Oriente Médio tentaram relegar a religião somente à esfera privada, através do nacionalismo pan-arabista, cujo maior líder foi o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser. Na década de 1970, as massas urbanas e a classe média se afastaram do nacionalismo, adotando o fundamentalismo islâmico, que consolidou-se como ideologia dominante nas últimas décadas do século XX, principalmente após a Revolução Iraniana de 1979 e a ascensão do Talibã ao poder no Afeganistão. O Oriente Médio permanece uma das áreas mais instáveis do mundo, devido a uma série de motivos que vão desde a contestação das fronteiras traçadas pelo colonialismo franco-britânico, à posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados são dependentes de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial; até a proclamação do Estado de Israel na Palestina em 1948, o que de imediato provocou uma série de conflitos conhecidos como as guerras árabes-israelenses, entre eles a guerra de independência de Israel, a Guerra dos Seis Dias, a Guerra de Suez e a Guerra do Yom Kippur

Conflito Israel X Palestina.

Os conflitos que hoje assolam o Oriente Médio têm diferentes motivos. O principal deles diz respeito ao território: israelenses e palestinos lutam para assegurar terras sobre as quais, segundo eles, têm direito milenar. Outra questão diz respeito à cultura e à imposição de valores ocidentais às milenares tradições orientais. Pode-se ainda mencionar o fator econômico - talvez o preponderante: potências capitalistas desejam estabelecer um ponto estratégico na mais rica região petrolífera do planeta. E ainda existe a questão política. As tensões perduram há séculos. Expulsos da Palestina pelos romanos já no século 1 da Era Cristã, os judeus acalentaram durante séculos o sonho de retornar à "Terra Prometida", enfrentando todo tipo de discriminação e perseguição. Todavia, o território, durante sua ausência, foi ocupado por outros povos que, igualmente, sentem-se no direito de nele permanecer de modo autônomo. Durante o domínio britânico sobre a região, os ingleses permitiram a compra de terras na Palestina por ricos judeus de todo mundo que começaram a reocupar a região. Essa maciça migração de judeus para a Terra Santa chamou-se Sionismo, em referência à Colina de Sion, em Jerusalém. Os ingleses após a Primeira Guerra Mundial, comprometeram-se a ajudar os judeus a construir um Estado livre e independente em território palestino, buscando, assim, enfraquecer os árabes e conquistar vantagens econômicas na região. Entre os anos 1930 e 1940, intensificou-se consideravelmente a imigração judaica para a Palestina. O descontrolado ingresso de judeus na Palestina acarretou sérios problemas já às vésperas da Segunda Grande Guerra: as áreas de assentamento judeu e palestino não foram delimitadas e grupos de características étnicas e religiosas tão diferentes tiveram que compartilhar o mesmo território, de onde resultam graves hostilidades entre ambos. Com o holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra, a opinião pública, sensibilizada com os sofrimentos dos judeus, concordou com a criação de um Estado judeu na Palestina. A recém-criada Organização das Nações Unidas estabeleceu que a solução para os problemas do Oriente Médio seria sua prioridade, com a anuência dos Estados Unidos e da Inglaterra, interessados em estabelecer um aliado na região, já que não confiavam nos Estados árabes que a cercavam. Os palestinos, por sua vez, também almejavam a criação de um Estado independente em território palestino e, para isso, contavam com o apoio dos países árabes. Em 1947, a ONU estabeleceu a divisão do território palestino entre judeus, que ocupariam 57% das terras com seus 700 mil habitantes, e palestinos, cuja população de cerca de 1,3 milhão de habitantes ocuparia os restantes 43% do território. Com a retirada das tropas britânicas que ocupavam a região, começou, em 1948, uma guerra entre Israel e a Liga Árabe, criada em 1945 e que reunia Estados Árabes que procuravam defender a independência e a integridade de seus membros. A guerra foi liderada pela Jordânia e pelo Egito. Israel venceu o conflito e ocupou áreas reservadas aos palestinos, ampliando para 75% o domínio sobre as terras da região. O Egito assumiu o controle sobre a Faixa de Gaza e a Jordânia criou a Cisjordânia. Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser declarou guerra a Inglaterra, França e Israel com o objetivo de assumir definitivamente o controle sobre o canal de Suez, em mãos europeias desde sua construção. Para isso contou com o apoio da União Soviética, país que, no contexto da Guerra Fria, apoiava todas as iniciativas de libertação nacional a fim de conquistar aliados para o bloco socialista. Durante o conflito, Israel ocupou a Península do Sinai, mas, devolveu-a logo em seguida, devido à pressão norte-americana.

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Organização para a Libertação da Palestina (OLP) Para defender a luta palestina no sentido da criação de um Estado autônomo, foi criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964, tendo como líder Iasser Arafat. Nas fileiras da OLP, surgiu o Al Fatah, braço armado da organização que prega a luta armada e o terrorismo para destruir Israel. A OLP só recentemente foi reconhecida por Israel como representante dos interesses palestinos na questão territorial. Até então, quando havia negociações de paz, seus membros ingressavam em delegações de países árabes como Egito e Jordânia. Em 1967, novo conflito eclodiu entre árabes e israelenses. Após a retirada das tropas da ONU que guardavam a fronteira entre Egito e Israel, soldados israelenses avançaram sobre a Península do Sinai, a Faixa de Gaza e as colinas de Golã. As sucessivas ocupações de Israel sobre áreas de população palestina obrigaram-na a refugiar-se em países vizinhos - sobretudo ao sul do Líbano - onde passaram a viver em condições subumanas, acarretando problemas para esses países. Além disso, a partir do sul do Líbano, a OLP, passou a bombardear alvos israelenses na Galileia, levando o Exército de Israel a realizar violentas operações de represália contra o território libanês a partir de 1972. A OLP adotou o terrorismo como estratégia de luta contra Israel que, por sua vez, com amplo apoio das potências ocidentais, desenvolvia respeitável aparato bélico. Como resposta às invasões israelenses de 1967 e a guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão) de 1973, Egito e Síria desfecharam ataque simultâneo a Israel que revidou prontamente, vencendo as forças agressoras. Nas áreas que iam sendo ocupadas por Israel, principalmente em Gaza e na Cisjordânia, surgiram colônias judaicas protegidas por soldados israelenses. A estratégia visava consolidar o domínio sobre o território. Atualmente, mais de 170 mil judeus vivem em assentamentos nos territórios ocupados por Israel. Acordos de paz Quando o presidente Anuar Sadat assumiu a presidência do Egito, assumiu uma postura de distanciamento da União Soviética e de aproximação dos Estados Unidos. Daí resultaram conversações de paz entre egípcios e israelenses que resultaram num acordo formalizado em Camp David, em 1979. Assinaram o acordo, sob os olhos do presidente norte-americano Jimmy Carter, o presidente egípcio, Sadat, e o primeiro-ministro israelense, o ultra-direitista, Menahem Begin. O acordo previa que Israel devolveria o Sinai para o Egito até 1982 e que em Gaza e na Cisjordânia nasceria uma "autoridade autônoma", da qual a OLP não participaria, e que governaria essas regiões por 5 anos, até a retirada definitiva de Israel. O acordo não agradou nem aos judeus instalados nas colônias do Sinai, de Gaza e da Cisjordânia, nem muito menos aos árabes que esperavam maiores concessões por parte dos israelenses. Por isso, Sadat, considerado por muitos, traidor da causa árabe no Oriente Médio, foi assassinado em 1981. Intifada Na década de 1980, as negociações sobre o futuro do Oriente Médio não avançaram. De um lado, os árabes iniciam a Intifada, rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento e morte de quatro palestinos por um caminhão do exército israelense, em 1987. Adolescentes, munidos de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados de Israel e o levante se alastrou. A repressão israelense foi brutal. Desde então, os choques entre palestinos e colonos nas áreas de ocupação israelense têm sido frequentes. Em 1992, porém, a eleição de Itzhak Rabin, membro do Partido Trabalhista, para Primeiro Ministro de Israel, favoreceu a retomada das conversações de paz entre árabes e israelenses. Simultaneamente, Arafat, enfraquecido pelas dissidências internas a OLP, já adotava uma postura menos belicista e mais conciliadora. A disposição de ambos levou-os, em 1993, a um encontro em Oslo, onde ficou decidido que, de forma gradual, Israel devolveria a Faixa de Gaza (área pobre onde se espremem 800 mil palestinos) e de Jericó, na Jordânia, para a administração direta e autônoma dos palestinos, apesar dos cerca de 100 mil colonos judeus ali instalados permanecerem protegidos pelo exército israelense. Ao acordo, opuseram-se as facções palestinas hostis a Arafat, alegando que as concessões de Israel eram pequenas frente aos desejos dos palestinos, e os israelenses que habitam as regiões a serem devolvidas. Em 4 de novembro de 1995, durante um comício pela paz na Praça dos Reis, em Tel Aviv, um estudante judeu de 27 anos, membro de uma organização paramilitar de extrema direita, assassinou Itzhak Rabin. As negociações de paz não avançaram depois da eleição de Benjamin Netanyahu, do Likud, partido de direita israelense, para o cargo de primeiro ministro. Netanyahu não estava disposto a fazer concessões aos palestinos. Todavia, em 1999, realizaram-se eleições gerais em Israel e o Partido Trabalhista, representado agora por Ehud Barak, foi reconduzido ao poder, reabrindo as negociações de paz para a região. O grande obstáculo nesse momento é decidir sobre a situação de Jerusalém, cidade sagrada tanto para judeus quanto para muçulmanos. Todavia, em setembro de 2000, um episódio marcaria o acirramento das tensões entre palestinos e israelenses, quando Ariel Sharon, líder do Partido Conservador e principal expoente do conservadorismo judeu, "visitou" a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém. O ato pareceu uma forte provocação aos árabes e deu início à "nova intifada". Ataques terroristas e confrontos diretos entre palestinos e israelenses tornaram-se cada vez mais frequentes, ameaçando perigosamente as conversações de paz. A situação, porém, tornou-se mais violenta quando, no início de 2001, o mesmo Ariel Sharon foi eleito Primeiro Ministro de Israel, revelando o sentimento dominante entre os israelenses de não retomar as negociações para a criação do Estado Palestino enquanto durar a intifada. Diante da violência dos atentados terroristas promovidos pelo Hamas e pelo Hezbolah, grupos extremistas árabes que pregam o extermínio dos judeus, as ações do exército israelense também têm sido cada vez mais cruéis, atingindo, inclusive, a população civil das regiões dominadas.

Guerra do Golfo

A Guerra do Golfo, também chamada Primeira Guerra do Golfo (em relação à Guerra do Iraque, também chamada Segunda Guerra do Golfo), foi um conflito militar iniciado a 2 de agosto de 1990 na região do Golfo Pérsico, com a invasão do Kuwait por tropas do Iraque. Esta guerra envolveu uma coalização de forças de países ocidentais liderados pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha e países do Médio Oriente, como a Arábia Saudita e o Egito, contra o Iraque.

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Foi marcada pelo início da correspondência jornalística nas linhas de frente do combate ao vivo, com a primazia da rede americana CNN. A guerra também ganhou a alcunha de Guerra do Video Game após a conhecida difusão diária de imagens a bordo de aviões-bombardeiro americanos durante a Operação Tempestade no Deserto. Causas da Guerra

Em julho de 1990, Saddam Hussein, então presidente do Iraque, acusou o Kuwait de causar a queda dos preços do petróleo e retomou antigas questões de limites territoriais, além de exigir indenizações. Como o Kuwait não cedeu, em 2 de agosto de 1990, tropas iraquianas invadiram o Kuwait, com a exigência do presidente Saddam Hussein de controlar seus vastos e valiosos campos de petróleo. Este acontecimento provocou uma reação imediata da comunidade internacional. Os bens do emirado árabe foram bloqueados no exterior e a ONU condenou a invasão. Dois dias após a invasão (4 de agosto), cerca de 6 mil cidadãos ocidentais foram feitos reféns e conduzidos ao Iraque, onde alguns deles foram colocados em áreas estratégicas. Nesse dia, o Conselho de Segurança da ONU impôs o boicote comercial, financeiro e militar ao Iraque. Em 28 de agosto, Saddam respondeu a essa decisão com a anexação do Kuwait como a 19ª província do Iraque. Perante o desenvolvimento do conflito, a ONU, em 29 de novembro, autorizou o uso da força, caso o Iraque não abandonasse o território do Kuwait até 15 de janeiro de 1991. Uma coalizão de 29 países, liderada pelos Estados Unidos foi mobilizada. A atividade diplomática intensa fracassou, e em 17 de janeiro de 1991 um massivo ataque aéreo foi iniciado. Do conjunto de nações participantes, destacam-se os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França, a Arábia Saudita, o Egito e a Síria. Quase no limite do prazo dado pela ONU para a retirada do Kuwait, o Irã e a União Soviética fizeram um último esforço pela paz Revolução Iraniana: ocorrida em 1979, transformou o Irã - até então comandado pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi - de uma monarquia autocrática pró-Ocidente, em uma república islâmica sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini. Para efeito de análise histórica, a Revolução Iraniana é dividida em duas fases:

na primeira fase, houve uma aliança entre grupos liberais, grupos de esquerda e religiosos para depor o xá;

na segunda, frequentemente chamada Revolução Islâmica, viu-se a chegada dos aiatolás ao poder.

Causas da Revolução Iraniana A impopularidade do regime dos xás: o xá foi obrigado a promover a revolução branca, pressionado pelas potências ocidentais(Reino Unido, Estados Unidos). A cultura ocidental estava penetrando no Irã na mesma proporção da opressão do regime político.

Repressão política executada pelo Savak que empregava censura e recorreria a prisões, tortura de dissidentes, assassinatos de opositores ao regime implantado pelo xá Pahlevi.

Os problemas do regime: a pobreza e a inflação, resultado das ações do xá Reza Pahlevi, foram objetos de programa econômico do governo, porém sem sucesso.

O crescimento da rivalidade islâmica que se opôs a ocidentalização do Irã e viu em Aiatolá Khomeini um promotor da Revolução.

A subestimação do movimento islâmico do Aiatolá Khomeini pelo xá - que pensavam que eles seriam uma ameaça menor - e pelas medidas antissecularistas de Pahlevi - que pensavam que os pró-Khomeini poderiam ser menosprezados.

A situação pré-revolucionária no Irã A população mais pobre do país tendia a ser o segmento mais fervorosamente religioso e o menos ocidentalizado. Os pobres viviam predominantemente no campo, ou habitavam favelas das grandes cidades, especialmente de Teerã. Eles desejavam o retorno aos valores básicos do islamismo, em oposição aos esforços modernizadores do regime, cujas promessas de progresso lhes soavam falsas, e baseadas no crescente distanciamento entre os mais ricos e os mais pobres. À medida que a classe média urbana se educava e se expunha aos valores ocidentais, parte dela passou a enxergar o regime do xá como parte do problema. Além disso, após sua restauração em 1953, a posição do xá tornou-se particularmente perigosa. Isto em grande parte devido aos seus fortes laços com o Ocidente, a corrupção interna, as reformas impopulares e a natureza despótica de seu regime, especialmente a repressão da polícia política, conhecida como Savak. No início da década de 1970 o preço do petróleo cresceu rapidamente, e o descontentamento com a corrupção, os gastos supérfluos e a violenta repressão aumentaram. A decadência interna foi bem ilustrada com a comemoração dos 2500 anos da fundação do Império Persa, ocorrida em outubro de 1971 em Persépolis, com três dias de celebrações a um custo total de US$ 300 milhões. Dentre as extravagâncias havia 1 tonelada de caviar preparada por 200 chefs vindos diretamente de Paris. Enquanto isto, muitos no país sequer tinham comida ou moradia decente. À medida que a desigualdade crescia, os protestos por mudanças aumentavam. Até mesmo elementos pró-ocidentais no Irã se incomodaram com a crescente autocracia e a crescente repressão da polícia secreta. Muitos deixaram o país antes da revolução, enquanto outros começaram a se organizar. Ao mesmo tempo, um movimento populista passou a se organizar nas mesquitas, através de sermões que denunciavam a maldade do Ocidente e dos valores ocidentais. O choque entre uma crescente população jovem e um regime que não oferecia nem os avanços de um estado moderno, nem a estabilidade de uma sociedade tradicional, criaram as condições para uma revolução. Protestos e revolução Em 1977, após pressões por direitos humanos feitas pelo então presidente norte-americano Jimmy Carter (que ameaçou embargar o suprimento de armas), o regime do xá fez concessões, libertando 300 prisioneiros políticos, relaxando a censura e reformando o sistema judicial. Este relaxamento conduziu ao aumento de protestos da oposição e escritores passaram a reivindicar a liberdade de pensamento. Ao mesmo tempo, a política de reforma agrária implementada pelo xá sob pressão da administração Carter enfureceu os mulás (líderes religiosos), que declararam uma guerra santa ao xá. Regresso de Ruhollah Khomeini ao Irão/Irã, chegada ao aeroporto de Mehrabad em Teerão ou Teerã. Em 1978 uma série de protestos, iniciada com um ataque à figura de Khomeini na imprensa oficial do país, criou um ciclo ascendente de violência, até que, em 12 de dezembro daquele ano, cerca de 2 milhões de pessoas inundaram as ruas de Teerã para protestar contra o xá. O exército começou a se desintegrar, à medida que os soldados se recusaram a atirar nos

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manifestantes e passaram a desertar. O xá concordou em introduzir uma constituição mais moderada, porém já era tarde para isto. A maioria da população já era leal a Khomeini e, quando ele pediu o fim completo da monarquia, o xá foi forçado a abandonar o país, a 16 de janeiro de 1979. O xá, antes de se sair do Irã, nomeou para primeiro-ministro Shapour Bakhtiar, mas este esteve no poder apenas 36 dias (suprimiu os jogos de cassino, a Savak, mas faltava-lhe o apoio popular). Ruhollah Khomeini não queria colaboração com ele, porque o considerava como um traidor e um colaboracionista. Bakhtiar, vendo que era impossível ter qualquer peso político (os funcionários impediram a sua entrada no edifício governamental por ordem de Khomeini), saiu do país e refugiou-se em Paris. Khomeini retornou da França em 1 de fevereiro convidado pela revolução antixá que prosseguia e rapidamente afastou os elementos mais moderados, criando uma república islâmica onde se tornou o líder supremo. Muitos dos costumes ocidentais (vestuário ocidental, minissaia, maquiagem/maquilhagem, música ocidental, jogo, cinema etc.) foram proibidos pelo novo regime que considerava que corrompiam a juventude iraniana. Foram reintroduzidos os castigos corporais para quem violasse os preceitos da sharia (sexo fora do casamento, adultério, consumo de álcool etc.) e a pena de morte foi aplicada não só nos defensores do xá (sobretudo ministros e militares do anterior regime), como também em prostitutas, homossexuais, marxistas e membros de outras igrejas Gauerra Irã X Iraque

Foi um conflito militar entre o Irã e o Iraque entre 1980 e 1988. Foi o resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. Os Estados Unidos, cujo presidente era Ronald Reagan, apoiavam o Iraque. Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irã cerca de 518 quilômetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irã cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência. Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Shatt-al-Arab (que controla o porto de Bassora), a reapropriação de três ilhas no estreito de Ormuz (tomado pelo Irã em 1971) e a cessão de autonomia às minorias dentro do Irã, o exército iraquiano, em 22 de Setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irã e, contando com o elemento surpresa, avançou no território iraniano. O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerã e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irã infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo. Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela ex-URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita, também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o regime de Teerã. O Irã estava isolado internacionalmente, pois considerava os EUA e a ex-URSS igualmente como inimigos. Como vantagem, o Irã contava apenas com uma população bem superior O esforço de guerra do Iraque era financiado pela Arábia Saudita, pelos Estados Unidos, enquanto o Irã contava com a ajuda da Síria e da Líbia. A União Soviética que vendia armas inicialmente mais para o Iraque, passa a vender mais equipamento militar para o Irã, conforme cresceu o apoio americano ao Iraque. Durante todo o conflito o Brasil foi um dos países ocidentais que vendeu armas para o Iraque em troca de petróleo. Donald Rumsfeld, em 1983, viaja como enviado especial dos EUA ao Oriente Medio, no Governo Reagan, para reforçar o

apoio ao governo iraquiano de Saddam Hussein, na guerra Guerra Irã-Iraque. Posteriormente Rumsfeld veio a ocupar o cargo de

Secretario de Defesa dos EUA, durante o Governo Bush.

Mas, em meados da década de 1980, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irã de fazer o mesmo (1987-1988). O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz . No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irã, não. Em Agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irã levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto. Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irã. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de 1,5 milhão de vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irã. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em Setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.

2ª Guerra do Golfo

A Guerra do Iraque também referida como Ocupação do Iraque ou Segunda Guerra do Golfo, ou Terceira Guerra do Golfo ou ainda como Operação Liberdade do Iraque (em inglês: Operation Iraqi Freedom), foi um conflito que começou a 20 de Março de 2003 com a invasão do Iraque, por uma coalizão militar multinacional liderada pelos Estados Unidos. Formalmente, foi encerrado a 15 de dezembro de 2011. O principal motivo para a guerra oferecido pelo ex-presidente norte-americano George W. Bush, pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, e os seus apoiantes foi de que o Iraque estava desenvolvendo armas de destruição maciça. Estas armas, argumentava-se, ameaçavam a segurança mundial. No discurso do estado da União de 2003, Bush defendeu que os Estados Unidos não poderiam esperar até que a ameaça do líder iraquiano Saddam Hussein se tornasse iminente. Para justificar a guerra, alguns responsáveis norte-americanos referiram também que havia indicações de que existia uma ligação entre Saddam Hussein e a Al-Qaeda. Apesar disso não foram encontradas provas de nenhuma ligação substâncial à Al-Qaeda, ou armas de destruição em massa. A guerra começou a 20 de Março de 2003, quando forças majoritariamente americanas e britânicas, apoiadas por pequenos contingentes da Austrália, da Dinamarca e da Polônia invadiram o Iraque. A invasão levou pouco tempo até à derrota e à fuga de Saddam Hussein. A coligação liderada pelos americanos ocupou o Iraque e tentou estabelecer um governo democrático; no entanto falhou na tentativa de restaurar a ordem no páis. A instabilidade levou a um conflito assimétrico sectário com a insurgência iraquiana, levando a uma violenta guerra civil entre muitos iraquianos sunitas e xiitas e as operações da Al-Qaeda no Iraque. Como resultado do seu fracasso em restaurar a ordem, um número crescente de países retiraram as suas tropas do Iraque. As causas e consequências da guerra mantêm-se controversas.

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No dia 15 de dezembro de 2011, os Estados Unidos anunciaram formalmente através de uma cerimônia de passagem de comando de tropas em Bagdá o fim da guerra no Iraque. Um novo governo iraquiano emergiu e uma certa estabilidade política e economica tomou conta da nação, porém a violência por parte de grupos extremistas continuou mesmo após a saída das forças da coalizão internacional. A estimativa do total de pessoas mortas na guerra diverge de fonte para fonte, com os números variando de 100 000 a até 500 000 fatalidades. A Primavera Árabe

Primavera Árabe como é conhecida internacionalmente, é uma onda revolucionária de manifestações e protestos que vêm ocorrendo no Oriente Médio e no Norte da África a partir de18 de dezembro de 2010. Os moviamentos na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia e na Síria; também houve grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Omã e Iémen e protestos menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental. Os protestos têm compartilhado técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais, como Facebook, Twitter e Youtube, para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e censura na Internet por partes dos Estados. As redes sociais desempenharam um papel considerável nos recentes movimentos contra a ditadura nos países árabes. A propagação do movimento conhecido como Primavera Árabe, que começou em 2010 na Tunísia, para todo o Norte da África e Oriente Médio não teria sido a mesma sem os recursos proporcionados pela internet. Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano, Mohamed Bouazizi, ateou fogo ao próprio corpo como forma de manifestação contra as condições de vida no país que morava. Ele não sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria vida, daria consequência ao que, mais tarde, viria a ser chamado de Primavera Árabe. Protestos se espalharam pela Tunísia, levando o presidente Zine el-Abdine Ben Ali a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois. Ben Ali estava no poder desde novembro de 1987. O termo Primavera Árabe, como o evento se tornou conhecido, apesar de ter-se iniciado durante o inverno do hemisfério norte, é uma alusão à Primavera de Praga. Começou com os primeiros protestos que ocorreram na Tunísia em 18 de Dezembro de 2010, após a auto-imolação de Mohamed Bouazizi, em uma forma de protesto contra a corrupção policial e os maus tratos. Com o sucesso dos protestos na Tunísia, uma onda de instabilidade atingiu a Argélia, Jordânia, Egito e o Iêmen, com as maiores, mais organizadas manifestações que ocorrem em um "dia de fúria". Os protestos também têm provocado distúrbios semelhantes fora da região. No Egito, o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de Fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos em massa, terminando seu mandato de 30 anos; e na Líbia, o presidente Muammar al-Gaddafi, morto em tiroteio após ser capturado no dia 20 de outubro e torturado por rebeldes, arrastado por uma carreta em público, morrendo com um tiro na cabeça. Durante este período de instabilidade regional, vários líderes anunciaram sua intenção de renunciar: o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, anunciou que não iria tentar se reeleger em 2013, terminando seu mandato de 35 anos. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir também anunciou que não iria tentar a reeleição em 2015, assim como o premiê iraquiano, Nouri al-Maliki, cujo mandato termina em 2014, embora tenha havido manifestações cada vez mais violentas exigindo a sua demissão imediata. Protestos na Jordânia também causaram a renúncia do governo, resultando na indicação do ex-primeiro-ministro e embaixador de Israel, Marouf Bakhit, como novo primeiro-ministro pelo rei Abdullah. A volatilidade dos protestos e as suas implicações geopolíticas têm chamado a atenção global com a possibilidade de que alguns manifestantes possam ser nomeados para o Prêmio Nobel da Paz de 2011.

Argélia

Governo derrubado

Desordem civil sustentada e

mudanças governamentais

Protestos e mudanças

governamentais

A revolução democrática árabe é considerada a primeira grande onda de protestos democráticos do mundo árabe no século XXI. Os protestos, de índole social e, no caso da Tunísia, apoiada pelo exército, foram causados por fatores demográficos estruturais, condições de vida duras promovidas pelo desemprego, ao que se aderem os regimes corruptos e autoritários revelados pelo vazamento de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos divulgados pelo Wikileaks. Estes regimes, nascidos dos nacionalismos árabes dentre as décadas de 1950 e 1970, foram se convertendo em governos repressores que impediam a oposição política credível que deu lugar a um vazio preenchido por movimentos islamistas de diversas índoles. Outras causas das más condições de vida, além do desemprego e da injustiça política e social de seus governos, estão na falta de liberdades, na alta militarização dos países e na falta de infraestruturas em lugares onde todo o beneficio de economias em crescimento fica nas mãos de poucos e corruptos. Estas revoluções não puderam ocorrer antes, pois, até a Guerra Fria, os países árabes submetiam seus interesses nacionais aos do capitalismo estadunidense ou do comunismo russo. Com poucas exceções, até a Guerra Fria, maiores liberdades políticas não eram permitidas nesses países. Diferentemente da atualidade, a coincidência com o amplo processo da globalização, que difundiu as ideias do Ocidente e que, no final da primeira década do terceiro milênio, terminaram tendo grande presença as redes sociais, que em 2008 se impuseram na internet. Esta, por sua vez, se fez presente na década de 2000, devido aos planos de desenvolvimento da União Europeia. A maioria dos protestantes são

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jovens (não em vão, os protestos no Egito receberam o nome "Revolução da Juventude"), com acesso a Internet e, ao contrário das gerações antecessoras, possuem estudos básicos e, até mesmo, graduação superior. O mais curioso dos eventos com início na Tunísia foi sua rápida difusão por outras partes do mundo árabe. Por último, a profunda crise do subprime de 2008 na qual foi muito sentida pelos países norte-africanos, piorando os níveis de pobreza, foi um detonador para a elevação do preço dos alimentos e outros produtos básicos. A estas causas compartilhadas pelos países da região se somam outras particulares. No caso da Tunísia, a quantidade de turistas internacionais e, em especial, os europeus que recebia, promoveu maior penetração das ideias ocidentais; ademais, o governo da Tunísia é um dos menos restritivo. Grupos Terroristas: Al Quaida As origens da Al Qaida podem ser traçadas a partir da invasão soviética ao Afeganistão, na qual vários não-afegãos, lutadores árabes se uniram ao movimento anti-russo formado pelos Estados Unidos e Paquistão. Osama bin Laden, membro de uma abastada e proeminente família árabe-saudita, liderou um grupo informal que se tornou uma grande agência de levantamento de fundos e recrutamento para a causa afegã. Esse grupo canalizou combatentes islâmicos para o conflito, distribuiu dinheiro e forneceu logística e recursos, para as forças de guerra e para os refugiados afegãos. Depois da retirada soviética do Afeganistão em 1989, vários veteranos da guerra desejaram lutar novamente pelas causas islâmicas. A invasão e ocupação do Kuwait pelo Iraque em 1990 levou o governo estado-unidense à decidir enviar suas tropas em coligação para a Arábia Saudita, com o suposto intuito de expulsar as forças iraquianas daquele país. A Al-Qaeda era fortemente contra o regime de Saddam Hussein, Saddam era acusado pelos fundamentalistas muçulmanos de ter tornado o Iraque um Estado laico. Bin Laden ofereceu os serviços dos seus combatentes ao trono saudita, mas a presença de forças "infiéis" em território islâmico sagrado - era uma luta entre islâmicos - foi visto por bin Laden como um ato de traição. Então, decidiu opôr-se aos Estados Unidos e aos seus aliados. A Al-Qaeda considerou os Estados Unidos como opressivos contra os muçulmanos, citando o apoio estado-unidense à Israel nos conflitos entre palestinianos e israelitas, a presença militar estado-unidense em vários países islâmicos (particularmente Arábia Saudita) e posteriormente a invasão e ocupação do Iraque em 2003. Osama bin Laden era e Ayman al-Zawahiri é membro seniore do conselho da Al-Qaeda e considera-se que possuem contatos com algumas outras células da organização. Organização e estrutura

Em comunicados formais, Osama Bin Laden preferia usar o termo Frente Internacional pelo Jihad contra os Judeus e Cruzados como nome para o grupo, em vez do termo mais famoso Al-qaeda. Embora o uso do nome Al-Qaeda fosse anterior, só em 2001 foi formalmente usado enquanto denominação do grupo, quando o governo estado-unidense decidiu perseguir ou tornar pública a perseguição a Bin Laden. Bin Laden em pessoa é provavelmente a melhor fonte para a origem do rótulo Al-Qaeda. Falando em 2001, ele citou: O nome 'Al-Qaeda' foi estabelecido há muito tempo atrás por conveniência. Abu Ebeida El-Banashiri liderou os campos de treino para os nossos mujahidin contra o terrorismo russo. Nós costumávamos chamar o campo de treino Al-Qaeda. E o nome ficou. A inspiração filosófica da Al-Qaeda vem dos escritos de Sayyid Qutb, um pensador proveniente da Irmandade Muçulmana, cujos textos inspiraram a maioria dos principais movimentos militantes islâmicos hoje activos no Médio Oriente. O autor defende uma revolução islâmica armada para a sobreposição de todos os regimes não guiados pela lei islâmica, e reitera a expulsão de milícias e empresas ocidentais de todos os países muçulmanos.. A Al-Qaeda acredita que os governos ocidentais e, particularmente, o governo estado-unidense, agem contra os interesses dos muçulmanos. As suas faltas, segundo o grupo, incluem:

provisão de apoio económico e militar a regimes opressores dos muçulmanos (por exemplo, o suporte estado-unidense a Israel);

o veto da Organização das Nações Unidas em relação a sanções propostas contra Israel;

tentativas de influenciar os assuntos de governos e comunidades islâmicas;

suporte directo, através de armas ou empréstimos, a regimes árabes anti-islâmicos

presença de tropas em países islâmicos, especialmente na Arábia Saudita;

a invasão do Iraque em 2003 (independentemente de supostos confrontos entre Saddam e a Al-Qaeda). Para além dos ataques de 11 de Setembro de 2001 ao World Trade Center em Nova Iorque e ao Pentágono em Washington, crê-se que a Al-Qaeda esteve envolvida nos seguintes ataques:

embaixada americana em Nairobi, Quénia, em 7 de agosto de 1998;

embaixada americana em Dar es Salaam, Tanzânia, também em 7 de agosto de 1998;

bombardeiro USS Cole, atracado no Iêmen, em 12 de outubro de 2000;

ataques ao metrô de Londres, em 7 de julho de 2005. A Al-Qaeda teve seu embrião na Maktab al-Khadamat (MAK), uma organização formada por Mujahidin que lutavam para instalar um estado islâmico durante a Guerra Soviética do Afeganistão nos anos 1980. A organização foi inicialmente financiada pela CIA. Osama bin Laden foi um dos fundadores da MAK, juntamente com o militante palestino Abdullah Yusuf Azzam. O papel da MAK era angariar fundos de tantas fontes quanto possível (incluindo doações de todo o Oriente Médio), para treinar pessoas de todo o mundo para a guerra de guerrilha e para transportar os combatentes para o Afeganistão. A MAK foi custeada em sua maioria com doações de milionários islâmicos, mas também foi abertamente auxiliada pelos governos do Paquistão e Arábia Saudita, e indiretamente pelos Estados Unidos, que direcionou grande parte de seu apoio através do serviço de inteligência paquistanês ISI (sigla para Inter-Services Intelligence). Durante a segunda metade dos anos 1980 a MAK era um grupamento relativamente pequeno no Afeganistão, sem combatentes afiliados, apenas concentrando suas atividades no levantamento de fundos, logística, habitação, educação, auxílio a refugiados, recrutamento e financiamento de outros mujahidin. Depois de uma longa e cara guerra que durou nove anos, a União Soviética retirou suas tropas do Afeganistão em 1989. O governo socialista afegão de Mohammed Najibullah foi rapidamente destituído em favor de partidários dos mujahidin. Com a falta de acordo dos mujahidin na escolha de uma estrutura governamental, sua anarquia sofreu as consequências de constantes mudanças no controle de territórios problemáticos, sucumbindo sob alianças insurgentes e discórdias entre líderes regionais. Após os ataques de 11 de setembro atribuídos por autoridades à Al-Qaeda, os Estados Unidos começaram a constituir forças militares e a se preparar para atacar o Afeganistão (cujo governo protegia a organização de bin Laden) como resposta. Nas

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semanas que precederam a invasão dos norte-americanos, o Talibã ofereceu por duas vezes entregar bin Laden para um país neutro para que fosse julgado, com a condição que os Estados Unidos provassem a culpa de bin Laden nos ataques. Os Estados Unidos, entretanto, se recusaram e logo depois invadiram o Afeganistão, e, junto com a Aliança Afegã do Norte, depuseram o governo Talibã. Como resultado desta invasão, os campos de treinamento do Talibã foram destruídos e muito da estrutura de operação atribuída à Al-Qaeda foi desmantelada, apesar da forte resistência que permaneceu no país e do fato de seus líderes principais, incluindo bin Laden, não terem sido capturados. O governo norte-americano agora afirma que dois terços dos principais líderes de toda Al-Qaeda de 2001 estão sob sua custódia (incluindo Ramzi bin al-Shibh, Khalid Sheikh Mohammed, Abu Zubaydah, Saif al Islam el Masry, e Abd al-Rahim al-Nashiri) ou mortos (incluindo Mohammed Atef), apesar de alertar que a organização ainda existe e batalhas entre as forças dos Estados Unidos e o Talibã ainda continuam. Fatah ou Al-Fatah literalmente: "Movimento de Libertação Nacional da Palestina"), é uma organização política e militar, fundada em 1959 pelo engenheiro Yasser Arafat e Khalil al-Wazir (Abu Jihad), e outros membros da diáspora palestina, como Salah Khalaf e Khaled Yashruti. É a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma confederação multipartidária. Pode ser definido como um partido de centro-esquerda no contexto da política palestina. É essencialmente nacionalista e Laico. O partido é menos radical que o Hamas e atualmente prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. Esta é uma das principais razões de sua aceitação internacional. Organização para a Libertação da Palestina: OLP- É. uma organização política e paramilitar tida pela Liga Árabe desde outubro de 1974 como a "única representante legítima do povo palestino." Fundada durante um encontro de 422 figuras nacionais palestinas em Jerusalém, em maio de 1964, depois de uma decisão anterior da Liga Árabe, sua meta era a liberação da Palestina através da luta armada. O estatuto original da OLP, promulgado em 28 de maio do mesmo ano, declarou que a "Palestina, com as fronteiras que existiam no tempo do Mandato Britânico, é uma unidade regional integral" e procurava "proibir a existência e a atividade" do sionismo. Também advoga o direito de retorno e a autodeterminação dos palestinos. O Estado palestino não é mencionado, embora em 1974 a organização tenha passado a reclamar um Estado independente no território do Mandato Britânico. O grupo utilizou-se de táticas de guerrilha para atacar Israel a partir de suas bases na Jordânia, Líbano e Síria, assim como de dentro da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. A OLP foi considerada tanto pelos Estados Unidos quanto por diversos outros países ocidentais como uma organização terrorista, até a Conferência de Madri, em 1991, e por Israel até 1993, pouco antes dos acordos de Oslo. Em 1988 a OLP passou a apoiar oficialmente uma solução bi-estatal, com israelenses e palestinos vivendo lado a lado, de acordo com certas exigências específicas tais como fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado palestino, e conceder aos palestinos o direito ao retorno às terras ocupadas por palestinos antes das guerras de 1948 e 1967 com Israel.

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Em 1993 o então presidente da OLP, Yasser Arafat, reconheceu o Estado de Israel numa carta oficial ao primeiro-ministro daquele país, Yitzhak Rabin. Em resposta à iniciativa de Arafat, Israel reconheceu a OLP como a representante legítima do povo palestino. Arafat foi presidente do Comitê Executivo da OLP de 1969 até a sua morte, em 2004. Foi sucedido no cargo por Mahmoud Abbas (também conhecido como Abu Mazen). Hamas "Movimento de Resistência Islâmica") uma organização palestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica, um partido político e um braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. É o mais importante movimento fundamentalista islâmico da Palestina.

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Em janeiro de 2006 o Hamas venceu as eleições parlamentares na Palestina, ganhando 76 dos 132 assentos no Parlamento Palestino, enquanto o Fatah conseguiu 43. Após a vitória eleitoral do Hamas, conflitos violentos e não violentos ocorreram entre o Hamas e o Fatah. 12 palestinos morreram e mais de 100 ficaram feridos. Depois da Batalha de Gaza, em junho de 2007, o Hamas perdeu suas posições na Autoridade Palestina na Cisjordânia, sendo substituído por integrantes do Fatah e independentes. O Hamas, por sua vez, expulsou o Fatah e manteve o controle de Gaza. O Hamas é considerado como organização terrorista pelo Canadá, União Europeia, Israel, Japão e Estados Unidos. A Austrália e o Reino Unido consideram como organização terrorista somente o braço militar da organização - as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. Outros países, como a África do Sul, a Rússia, a Noruega e o Brasil não consideram o Hamas como organização terrorista. Na Jordânia, o Hamas tinha uma presença forte até o final da década de 1990, o que causava atritos entre o governo jordaniano e Israel. O rei Abdullah fechou a sede do Hamas na Jordânia e expulsou seus líderes. Em maio de 2011, o líder do Hamas Ismail Haniya condenou a operação norte-americana que matou Osama bin Laden, responsável pelos Ataques de 11 de setembro de 2001, denominando bin-Laden de "guerreiro sagrado", e a operação como um "assassinato". A Jihad Islâmica da Palestina

É um grupo militante palestino, considerado um grupo terrorista pelos governos dos Estados Unidos , da União Europeia , do

Reino Unido , do Japão , da Austrália e de Israel. O grupo prega a destruição do Estado judeu e a constituição de um Estado

Islâmico na Palestina . A Jihad Islâmica da Palestina executou vários ataques terroristas.

Hizbollah ou Hezbollah É uma organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano. É uma força significativa na política libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar escolas, hospitais e serviços agriculturais para milhares de xiitas libaneses. É considerado um movimento de resistência legítimo por grande parte do mundo islâmico e árabe. O grupo, no entanto, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, Argentina , Israel, Canadá e pelos Países Baixos. O Reino Unido colocou a sua ala militar na lista de organizações terroristas banidas no país, enquanto a Austrália considera parte de sua estrutura militar, a Organização de Segurança Externa, uma organização terrorista. Em 2013, a União Europeia adicionou o braço armado do Hezbollah a lista de organizações que considera como terroristas. O Hizbollah surgiu inicialmente como uma milícia, em resposta à invasão israelense do Líbano de 1982, também conhecida como Operação Paz para a Galileia, e continuou a resistir contra a ocupação israelense do Líbano por toda a Guerra Civil Libanesa. Seus líderes se inspiraram nas ideias do aiatolá Khomeini, e suas forças foram treinadas e organizadas por um

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contingente da Guarda Revolucionária Iraniana. O manifesto de 1985 publicado pelo Hizbollah listava suas três metas principais como "colocar um fim a qualquer entidade colonialista" no Líbano, levar os Falangistas à justiça "pelos crimes que perpetraram", e estabelecer um regime islâmico no país. Recentemente, no entanto, o Hizbollah vem fazendo poucas menções a respeito da fundação de um Estado islâmico, e não tem mais feito alianças seguindo tendências religiosas. Os líderes do partido são responsáveis, no entanto, por diversas declarações pedindo pela destruição do Estado de Israel, ao qual se referem como a "entidade sionista", "construída sobre terras arrancadas das mãos de seus proprietários." O partido, que começou apenas como uma pequena milícia, já se transformou numa organização que tem assentos no parlamento libanês, uma rádio e uma estação de televisão via satélite, além de diversos programas de desenvolvimento social. O Hizbollah mantém um forte apoio entre a população xiita do Líbano, e conquistou algum apoio entre o resto da população do país, incluindo sunitas, drusos e cristãos, na sequência da Guerra do Líbano de 2006, e conseguiu mobilizar protestos de centenas de milhares de pessoas

18 Juntamente com outros grupos políticos do país, o Hizbollah iniciou os protestos

políticos do Líbano de 2006-2008, em oposição ao governo do primeiro-ministro Fuad Siniora.19

Disputas posteriores envolvendo a manutenção pelo Hizbollah de sua rede de telecomunicações levaram a disputas, e militantes da oposição, liderados pelo partido, tomaram o controle de diversos bairros de Beirute Ocidental, anteriormente ocupados por milicianos do Movimento do Futuro, leais a Siniora; as áreas foram entregues então ao exército libanês. Finalmente, com base no Acordo de Doha, o Hizbollah recebeu o poder de veto no parlamento libanês; além disto, formou-se um governo de unidade nacional, no qual o partido tem um ministro, e controla onze dos trinta assentos existentes. O Hizbollah recebe ajuda financeira do Irã e da Síria, além de doações de libaneses e de outros xiitas pelo mundo.

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O partido também ganhou uma força militar significante nos últimos anos. Apesar de uma certificação de junho de 2008, pelas Nações Unidas, de que Israel havia se retirado de todo o território libanês,

25 em agosto daquele ano o novo gabinete de governo do Líbano

aprovou uma proposta que assegura a existência do partido como uma organização armada, e garante o seu direito de "liberar ou recuperar terras ocupadas." Desde 1992 a organização é chefiada por Hassan Nasrallah, seu secretário-geral. Atualmente goza de certa popularidade no mundo muçulmano xiita por ter assumido a responsabilidade de levar Israel a deixar o sul do Líbano em Junho de 2000. Sendo porém duramente criticado por governos sunitas e da irmandade muçulmana de diversos países por estar envolvido na guerra civil Síria. Em Bahrain, o ministro do Exterior descreveu o chefe da Hezbollah como terrorista e o presidente do Egito pediu que o Hezbollah pare sua agressão ao povo sirio. O Hezbollah parece estar se espalhando pelo mundo, sendo inclusive acusado pelos EUA de ter membros venezuelanos. Envolvimento na guerra civil da Síria Na guerra civil síria, o Hizbollah está participando ativamente na luta, combatendo ao lado das forças do governo do presidente Bashar al-Assad. Em 27 de maio, forças da milícia Hezbollah estariam encabeçando uma ofensiva do governo sírio ao leste da área de Ghouta. A milícia libanesa, que apoia o regime ditatorial sírio liderado pela família Al-Assad, teriam tomado nove cidades na área de Al-Murj, perto do bairro de Ghouta. Em junho, tropas de elite do Hezbollah ajudaram as forças do regime sírio a conquistar a cidade estratégica de al-Qusair. Os líderes sunitas da aliança 14 de Março e outras figuras libaneses proeminentes pediram ao Hezbollah para acabar com o seu envolvimento na Síria e disse que estão colocando o Líbano em risco. Subhi al-Tufayli , ex-líder do Hezbollah, disse que "o Hezbollah não deve ser a defesa do regime criminoso que mata o seu próprio povo e que nunca disparou um tiro em defesa dos palestinos ". Ele disse que "os combatentes do Hezbollah que estão matando crianças e aterrorizando as pessoas e destruindo casas na Síria iráo para o inferno". Mapas Oriente Médio e Norte da África

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