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COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ARAH – SETOR DE HIGIENE, SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO JÚNIO APARECIDO SANTANA ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE CAMPO – ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E FERRAMENTAS PARA USO NAS MATAS SÃO PAULO – SP 2012

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Este trabalho apresenta os processos das atividades de trabalhadores que façam vistoria em matas, com a proposta de identificar os riscos a que estão expostos; verificar se nas Legislações Brasileiras há proibição para o uso de facões e como as empresas administram estas questões. Serão especificados Equipamentos de Proteção Individual e ferramentas utilizadas neste tipo de serviço.A metodologia utilizada baseou-se em pesquisas à literaturas e sites. Entre os riscos identificados quando se faz trilha, destacam-se os de acidentes (cortes, ferimentos, quedas e animais peçonhentos), ergonômicos (esforço excessivo), biológicos (contato com agentes biológicos patogênicos) e físicos (temperaturas extremas, intempéries, umidade excessiva, etc.).

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Page 1: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ARAH – SETOR DE HIGIENE, SEGURANÇA E

MEDICINA DO TRABALHO

JÚNIO APARECIDO SANTANA

ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE CAMPO – ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL E FERRAMENTAS PARA USO NAS MATAS

SÃO PAULO – SP 2012

Page 2: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ARAH – SETOR DE HIGIENE, SEGURANÇA E

MEDICINA DO TRABALHO

JÚNIO APARECIDO SANTANA

ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE CAMPO – ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL E FERRAMENTAS PARA USO NAS MATAS

Trabalho apresentado ao Setor de Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho – ARAH – da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB.

Orientador: Eng. Telmo Luiz Bruson –

ARAH.

SÃO PAULO 2012

Page 3: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

RESUMO

Este trabalho apresenta os processos das atividades de trabalhadores que façam

vistoria em matas, com a proposta de identificar os riscos a que estão expostos;

verificar se nas Legislações Brasileiras há proibição para o uso de facões e como as

empresas administram estas questões. Serão especificados Equipamentos de

Proteção Individual e ferramentas utilizadas neste tipo de serviço.

A metodologia utilizada baseou-se em pesquisas à literaturas e sites. Entre os riscos

identificados quando se faz trilha, destacam-se os de acidentes (cortes, ferimentos,

quedas e animais peçonhentos), ergonômicos (esforço excessivo), biológicos

(contato com agentes biológicos patogênicos) e físicos (temperaturas extremas,

intempéries, umidade excessiva, etc.).

Palavras-chave: Florestas, Campings, Trilhas, Saúde do Trabalhador; Saúde

Ocupacional; Acidentes do Trabalho; Especificação Técnica.

Page 4: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

ABSTRACT

This paper presents the procedures of the activities of workers when surveying in

forests, with the proposal to identify the risks they are exposed to; verify that in the

Brazilian Legislation there is no prohibition on the use of knives and how companies

manage these issues. Personal Protective Equipment and tools used in this type of

job will be specified.

The methodology used was based on the literature and research sites. Among the

identified risks when doing track, stand out of accidents (cuts, sores, falls and

poisonous animals), ergonomic (strain), biological (contact with pathogenic biological

agents) and physical (temperature extremes, weather, excessive moisture, etc.).

Keywords: Forests, Camping, Hiking, Occupational Health, Occupational Health,

Accident, Technical Specification.

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus que me abençoou com mais este êxito em minha vida, a meus familiares e à Orientadora de Estágio – Wanderlea Pinheiro Cordeiro – que sempre me apoiaram durante o estágio nesta CIA.

Page 6: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que nos ajudaram na elaboração deste trabalho; em especial ao Adv. Guilherme Nunes da Silva e o orientador deste trabalho – Eng. Telmo Luiz Bruson.

Page 7: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

“Não suporto falsidade e mentira, a verdade pode machucar, mas é sempre mais digna.”

Charles Chaplin.

Page 8: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................ 09

2 - O TRABALHO FLORESTAL .................................................................. 10

2.1 - Planejamento e Organização do Trabalho Florestal ......................... 10

2.2 - Planejamento e Inspeção da Área de Trabalho ................................ 10

2.3 - Organização do Trabalho ................................................................. 11

3 - SEGURANÇA E SAÚDE NAS MATAS .................................................. 13

3.1 - Dicas de caminhadas em matas e florestas ..................................... 13

3.2 - Proteção contra as intempéries e os perigos biológicos ................... 14

3.3 - Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos em Florestas .. 14

4 - INSTRUMENTOS DE CORTE ................................................................. 15

4.1 - Definição de Arma Branca............................................................ 15

4.2 - Legislação .................................................................................... 15

4.3 - Dicas para uso de terçados .......................................................... 16

5 - ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE FERRAMENTAS ................................ 18

5.1 - Facão ............................................................................................... 18

6 - ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇ ÃO INDIVIDUAL .......................................................................................................... 19

6.1 - Proteção para cabeça, rosto e nuca ................................................. 19

6.1.1 - Touca Árabe com Boné ............................................................. 19

6.1.2 - Óculos de Proteção ................................................................... 19

6.2 - Proteção para membros superiores ................................................. 19

6.2.1 - Luva .......................................................................................... 19

6.2.2 - Mangote .................................................................................... 19

6.3 - Proteção para membros inferiores ................................................... 20

6.3.1 - Perneira + Sapato de Proteção ................................................. 20

6.3.1.1 - Equipamento: Perneira ...................................................... 20

6.3.1.2 - Equipamento: Calçado tipo Botina ..................................... 20

6.3.2 - Calçado tipo Bota ...................................................................... 20

Page 9: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

7 - CONCLUSÃO .......................................................................................... 22

8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 23

Page 10: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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1- INTRODUÇÃO.

As operações florestais utilizam métodos diversos de trabalho que

envolvem várias tarefas diferentes. Neste trabalho não é, pois, possível dar uma

descrição exaustiva dos requisitos de segurança para todos os tipos de variáveis

encontradas, nem seletiva, nem detalhadamente. Por essa razão, os métodos que

se indicam foram escolhidos com base em métodos e técnicas de uso corrente em

todo mundo e de acordo com as atividades que acarretam os maiores riscos para a

segurança e saúde dos trabalhadores florestais.

Métodos de trabalho que se afastem parcial ou totalmente dos descritos

neste código de práticas podem ser utilizados se uma autoridade competente os

aprovarem ou se os empregadores demonstrarem que tais métodos possuem um

grau aceitável de segurança e de proteção da saúde. (FUNDACENTRO, 2005).

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2 - O TRABALHO FLORESTAL.

O trabalho no setor florestal envolve mão de obra especializada e não

especializada.

A exploração dos produtos da floresta consiste não apenas do corte da

madeira, mas também da extração de outros produtos como óleos, cipós, folhas,

frutos, etc.

Os trabalhadores do setor florestal representam o elo mais fraco nessa

cadeia produtiva. Muitos trabalhadores são submetidos a condições precárias e por

vezes até ilegais de trabalho, que começam na contratação (quando são, por

exemplo, aliciados por um intermediário também chamado de “gato”)...

(FUNDACENTRO, 2005).

2.1 - Planejamento e Organização do Trabalho Flores tal.

Todas as atividades florestais deveriam ser planejadas e organizadas

rigorosamente, com antecedência, visando a sua plena eficácia e à obtenção de um

bom nível de segurança e do devido controle do trabalho em curso.

Deveria se determinar, antes de começar o trabalho, a infraestrutura

necessária, levando-se em conta a localização atual, as possibilidades de circulação

por caminhos e estradas e a necessidade de dispor de instalações complementares.

A infraestrutura deveria ser planejada em função dos meios necessários para o

transporte de pessoal, materiais e produtos.

Deveriam ser planejados minuciosamente os procedimentos e as rotas de

evacuação para os casos de emergência.

Deveriam ser proporcionados e mantidos em bom estado meios

apropriados de transporte de pessoal, ferramentas, máquinas e material até a área

de trabalho e desde ela. (FUNDACENTRO, 2005).

2.2- Planejamento e Inspeção da Área de Trabalho.

A diversidade de lugares nos quais se realizam operações florestais

suscita várias situações diferentes, pelo que é indispensável dedicar uma atenção

Page 12: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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preferencial à segurança. É essencial a avaliação dos fatores ambientais que têm

um impacto sobre a segurança como parte do processo de planejamento.

Antes de começar as operações florestais em uma nova área de trabalho,

uma pessoa designada pela direção deveria avaliar os riscos com o objetivo de

determinar as características prejudiciais para a segurança e saúde. Deveriam ser

registrados tanto os perigos naturais como os advindos da ação humana. Ao avaliar

os riscos, dever-se-iam considerar em particular:

a) a topografia do terreno;

b) os métodos de trabalho e os equipamentos que serão utilizados;

c) as árvores perigosas, tais como árvores mortas em pé, tóxicas ou

podres e outros perigos existentes na área de trabalho;

d) as consultas com os responsáveis sobre a madeira em pé, morta ou

com seiva, que possam ser conservadas como habitat natural;

e) a rede elétrica ou telefônica, as estradas, trilhas ou qualquer outra

infraestrutura.

Deveriam ser indicados os perigos localizados em um mapa da área e no

próprio terreno, por exemplo, com uma faixa ou uma barreira, quando for possível.

(FUNDACENTRO, 2005).

2.3- Organização do Trabalho.

Deveriam ser definidas claramente as tarefas e as incumbências dos

trabalhadores e dos supervisores.

Deveriam ser dadas instruções claras aos trabalhadores,

preferencialmente por escrito, ou pelo menos verbalmente, sobre o seguinte:

a) descrição da tarefa;

b) localização da área de trabalho;

c) ferramentas e máquinas necessárias;

d) riscos localizados e medidas de segurança pertinentes;

e) equipamento de proteção individual necessário;

f) informação sobre os procedimentos de resgate na eventualidade de um

acidente que exija evacuação;

Page 13: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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g) necessidade de manter-se em contato com outros trabalhadores,

inclusive com os empreiteiros.

Os métodos de trabalho, as ferramentas e o maquinário deveriam ser

seguros e adequados aos princípios ergonômicos. Se existirem vários métodos de

trabalho possíveis, deveria ser escolhido o que implique menores riscos para a

segurança e saúde.

Deveriam ser estimulados os membros de um mesmo grupo de

trabalhadores a se revezar em seu trabalho, ensinando-os, com tal fim, a realizar

tarefas diferentes e adotando medidas de organização para reduzir as posturas

difíceis e prolongadas de trabalho.

Se as condições de segurança forem agravadas em uma operação devido

às intempéries ou à escuridão, o trabalho deverá ser suspenso até que seja possível

retomar a operação com toda segurança.

Se for inevitável trabalhar às escuras, o local de trabalho deverá ser

iluminado de modo tal que se mantenham as condições normais de segurança.

(FUNDACENTRO, 2005).

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3- SEGURANÇA E SAÚDE NAS MATAS.

3.1- Dicas de caminhadas em matas e florestas.

Antes de iniciar uma trilha, é muito importante saber aonde ir, como ir e

com quem ir, ou seja, planejar a atividade e, de preferência, procurar um profissional

para guiar o seu passeio.

Procurar conhecer o local através de mapas e informações de amigos e

moradores da região.

Lembrar-se que, para fazer caminhada em matas e florestas não é

necessário ser um atleta, mas é preciso estar bem de saúde e respeitar suas

limitações.

Fazer um desenho do roteiro para não se perder no meio da mata.

Obter, com antecedência, todas as informações meteorológicas, dentre as

quais a temperatura do dia e previsão de chuva, para não ser surpreendido.

Se a pessoa for principiante, deve fazer caminhadas em trilhas com

terrenos menos abruptos, sem muitas subidas e descidas íngremes.

Não pensar que, por já ter feito uma determinada trilha, a pessoa a

conhece bem. Pode haver surpresas.

Durante as trilhas é importante tomar cuidado para não se perder; ter

muita atenção nas bifurcações, principalmente se a mata for fechada.

Deve-se conhecer como é o percurso, o grau de dificuldade e o tempo de

duração. Dessa forma, evitar iniciar uma caminhada com percurso prolongado à

tarde, pois no interior da floresta escurece mais cedo do que nos cumes das

montanhas e a pessoa poderá ficar no meio do trajeto na escuridão.

Nas descidas muito íngremes é melhor descer de frente para o morro,

apoiando-se em árvores ou em raízes, olhando cuidadosamente para ver onde pisa.

Para evitar quedas nas subidas, prestar atenção no pé que serve de apoio.

Alguns itens a seguir, são importantes que sejam portados por uma

pessoa durante uma caminhada em uma trilha. São eles: um recipiente para água

(no mínimo 2 litros); uma mochila pequena para levar lanches, frutas e barras de

Page 15: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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cereal; estojo de primeiros socorros; uma lanterna (com pilha extra); sacos plásticos

para depositar o lixo e telefone celular. (GSFMA).

3.2- Proteção contra as intempéries e os perigos bi ológicos.

As operações florestais geralmente são realizadas em condições que

expõem os trabalhadores a intempéries e perigos biológicos. Em tais condições,

deverá ser dada especial atenção para:

a) prevenção contra a fadiga causada pelo calor;

b) proteção dos trabalhadores contra excessiva exposição à radiação

ultravioleta;

c) proteção dos trabalhadores contra a chuva, os relâmpagos, a neve e as

baixas temperaturas;

d) redução, ao mínimo, do desconforto devido a mordeduras ou picadas

de insetos, sempre que possível.

Deverá ser fornecida aos trabalhadores roupa adequada que os protejam

dos raios ultravioletas e contra outras intempéries. Procede assinalar que uma

camisa de algodão normal, apesar de adequada para o calor, não protege

suficientemente contra essas radiações. Devem-se usar, também, filtros solares.

Deverá ser fornecido aos trabalhadores repelente de insetos eficaz,

quando necessário. Ao escolher e empregar tal produto, será conveniente se

lembrar de que a aplicação de tais substâncias por um longo tempo pode provocar

uma grave irritação da pele e dos olhos, em particular se a luz solar for intensa.

(FUNDACENTRO, 2005).

3.3- Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos em Florestas.

• Não andar descalço em matas ou plantações; usar botas que protejam até os

joelhos;

• Usar luvas de raspa de couro para trabalhar com lenha, materiais de

construção, etc.;

• Não mexer em buracos;

• Não manusear serpentes, por mais inofensivas que elas possam parecer.

(CASTRO, Erika M. de).

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4- INSTRUMENTOS DE CORTE.

Inventados há milhares de anos, os instrumentos de corte sempre foram

usados para facilitar a vida do Homem. Em acampamentos, é sempre bom ter um

canivete ou uma faca para alguma eventualidade. Normalmente são utilizados

instrumentos de grande porte, tais como o facão e a machadinha. No acampamento,

ou dentro do mato, podem-se portar faca, facão ou machadinha na cintura, quando

necessários. Em atividades na cidade, nunca usá-los na cintura; no máximo um

canivete. Além de ser proibido por lei, é perigoso para o usuário e para as pessoas

ao seu redor. (Base Escoteira).

Se houver a necessidade, no descascamento manual de árvores, deverão

ser empregadas ferramentas especiais, já que reduzem o volume de trabalho em

comparação com um facão ou outra ferramenta não destinada para tal fim.

(FUNDACENTRO, 2005).

Conforme o Manual do Técnico Florestal, o terçado (facão) é material

necessário durante a demarcação das trilhas.

Segundo a Base Escoteira, os facões têm a lâmina comprida, o que

facilita a abertura de pequenas trilhas em mata fechada. Mas ao manusear um facão

deve-se ter bastante cuidado, uma vez que, por sua lâmina ser muito comprida ela

pode quicar e voltar contra o corpo do usuário. Os casos de acidentes mais comuns

ocorrem na região das pernas.

4.1- Definição de Arma Branca.

Designa-se arma branca um objeto que possa ser utilizado

agressivamente, para defesa ou ataque, mas cuja utilização normal é outra,

geralmente para o trabalho. Machados, facas e martelos são armas brancas; já

outras armas como pistolas e rifles, por exemplo, não se incluem nessa categoria,

pois a sua finalidade primária é ferir. (Wikipedia)

4.2- Legislação.

Conforme a Portaria Nº 3.214, de 08 de Junho de 1978, que aprova a

Norma Regulamentadora 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,

Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura – item 31.11, o empregador

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deve disponibilizar, gratuitamente, ferramentas adequadas ao trabalho e às

características físicas do trabalhador, substituindo-as sempre que necessário.

As ferramentas devem ser:

a) seguras e eficientes;

b) utilizadas exclusivamente para os fins a que se destinam;

c) mantidas em perfeito estado de uso.

Os cabos das ferramentas devem permitir boa aderência em qualquer

situação de manuseio, possuir formato que favoreça a adaptação à mão do

trabalhador e ser fixados de forma a não se soltar acidentalmente da lâmina.

As ferramentas de corte devem ser:

a) guardadas e transportadas em bainha;

b) mantidas afiadas.

4.3- Dicas para uso de terçados.

Todas as ferramentas de corte requerem cuidados especiais:

• Mantenha-as sempre limpas, secas e afiadas;

• Para manter os instrumentos limpos depois de uma viagem, lave-os bem,

depois lubrifique as partes de aço. No caso dos canivetes pode ser usado

óleo de spray para tirar a sujeira interna;

• Para lubrificar podem ser usados vários tipos de óleos, uma opção é

vaselina sólida que faz menos sujeira;

• Se elas ficam pelo chão, ou enterradas no solo, a umidade e a sujeira

acabam com elas;

• Se ficam esquecidas à noite, a chuva e o orvalho podem enferrujá-las,

além de que alguém pode se machucar nelas;

• Se ficam perto do fogo, o calor destempera o aço, tornando a lâmina

imprestável;

• Quando terminar o trabalho, coloque a ferramenta limpa e afiada na

bainha ou estojo;

• Limpe bem a lâmina antes de guardar na bainha ou estojo, porque depois

de sujar a bainha por dentro, ela é que suja a ferramenta. Sempre que a

ferramenta não estiver em uso, deixe-a na bainha;

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• Não use a faca, ou canivete, para abrir latas, pois isto estraga a lâmina e

pode causar acidentes;

• Não martele as ferramentas. Se você não está conseguindo cortar, talvez

seja porque não está sendo usada a ferramenta adequada.

Além destas questões de segurança, cuidar da manutenção das

ferramentas também significa economia, pois assim elas podem durar bem mais

tempo e prestar bons serviços. (Base Escoteira).

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5- ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE FERRAMENTAS.

5.1 - Facão.

Lâmina em aço carbono 20" com fio liso.

Cabo de polipropileno fixado por rebites de alumínio.

Dimensões do Produto: Comprimento X Largura X Altura (645x66x24

mm). (Tramontina).

Page 20: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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6- ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.

6.1 - Proteção para cabeça, rosto e nuca.

6.1.1 - Touca Árabe com Boné.

• Touca Árabe - Aba e fechamento frontal em velcro;

• Confecionada em Algodão. (PROTESHOP).

6.1.2 - Óculos de Proteção.

Óculos de Proteção com Lente Incolor de Visão Panorâmica e Periférica.

Fazer solitação através da MME 3.6.01.0094-4 .

6.2 - Proteção para membros superiores.

6.2.1 - Luva.

• Descrição do Equipamento: Crilicana Com Cabo;

• CA – Certificado de Aprovação: 10441;

• Luva de Segurança confeccionada em grafatex atoalhado de poliéster,

reforço externo em grafatex no polegar e indicador com alma-de-aço, tira

de lona entre os dedos polegar e indicador, dorso e punho com elástico

para ajustes, palma, face palmar dos dedos e punho com forro em não

tecido;

• Proteção das Mãos do Usuário Contra Agentes Abrasivos, Escoriantes,

Cortantes e Perfurantes;

• Observação: A luva de segurança referência “Crilicana Com Cabo” obteve

resultado de níveis de desempenho 4242, onde: 4 - Resistência à

abrasão; 2 - Resistência ao corte por lâmina; 4 - Resistência ao

rasgamento; 2 - Resistência à perfuração por punção. (EMPREGO,

Ministério do Trabalho e – MTE – Consulta do Certificado de Aprovação).

6.2.2 - Mangote.

• Mangote de Segurança tricotado em quatro fios de aramida;

• CA – Certificado de Aprovação: 28.918;

Page 21: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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• Aprovado para: Proteção do braço e antebraço do usuário contra agentes

abrasivos, escoriantes, cortantes e perfurantes. (EMPREGO, Ministério do

Trabalho e – MTE – Consulta do Certificado de Aprovação).

6.3 - Proteção para membros inferiores.

6.3.1 – Perneira + Sapato de Proteção.

6.3.1.1 - Equipamento: Perneira.

• Nome Produto: Perneira com 02 (duas) Talas de Aço ou PVC com Velcro;

• Aplicação: Proteger o usuário contra lesões provocadas por materiais e

ou objetos cortantes, escoriantes, perfurantes, picadas de animais

peçonhentos e névoas de aplicação de defensivos agrícolas;

• Especificação: Perneira confeccionada em material sintético com 4mm de

espessura, duas talas de aço e ou PVC rígido na parte lateral (para

sustentação da mesma) fixadas por meio de rebites e presas por meio de

costura (solda eletrônica) com fechamento em velcro ajustável;

• Cor: Diversas;

• Tamanho: Único.

6.3.1.2 – Equipamento: Calçado tipo Botina.

Botina de Segurança c/ Solado de Borracha Nitrílica - biqueira de

polipropileno.

Calçado de segurança tipo botina, modelo derby, fechamento em

atacador, confeccionado em couro curtido ao cromo, palmilha de montagem em não

tecido montada pelo sistema strobel, sem biqueira de aço, solado de borracha

resistente ao óleo combustível, para uso eletricista.

• Nos tamanhos 33 ao 46;

• Modelo unissex.

Fazer solitação através da MME 3.6.05.0203-1 .

6.3.2. – Calçado tipo Bota.

• Descrição do Equipamento: Calçado de segurança tipo bota, com

fechamento em zíper, confeccionado em couro curtido ao cromo, palmilha

Page 22: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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de montagem em fibras antiperfurantes, biqueira de composite, solado em

poliuretano bidensidade injetado diretamente ao cabedal, resistente a

passagem de corrente elétrica;

• CA – Certificado de Aprovação: 18055;

• Tamanho: 33 ao 47;

• Laudo Aprovado Para: proteção dos pés do usuário contra impactos de

quedas de objetos sobre os artelhos e contra agentes abrasivos,

escoriantes, perfurantes e contra choques elétricos;

• Observação: I) Ensaiado para proteção contra impacto no nível de

energia de no mínimo 200 J e contra a carga de compressão de no

mínimo 15 KN. (EMPREGO, Ministério do Trabalho e – MTE – Consulta

do Certificado de Aprovação).

• Conservação e Higienização:

� Armazenar em local limpo, livre de poeira e umidade;

� Se molhado, secar a sombra;

� Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros.

(FUNDACENTRO).

Page 23: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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7- CONCLUSÃO.

A Norma Regulamentadora 31 – NR 31 – Segurança e Saúde no

Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

menciona que não é proibida a utilização de facões ou outras ferramentas de corte

para os devidos fins, como por exemplo: uma tesoura para cortar papel, uma faca

para cortar carne e outros alimentos, o Facão para cortar os vegetais a fim de abrir

trilhas. Assim, é crime usá-las com o intuito de ferir outro indivíduo.

Com isso, os Gerentes dos setores que realizam atividades com este tipo

de ferramenta, devem orientar quanto ao uso delas e dos Equipamentos de

Proteção Individual.

A Perneira e Botina de Proteção foram especificadas, com o objetivo de

diminuir o risco de animais peçonhentos e o facão atingirem os membros inferiores.

O chapéu com a aba traseira reduz a exposição do trabalhador à radiação

solar, evitando queimaduras. A aba traseira impede que ciscos, animais

peçonhentos e insetos caiam por dentro da camisa.

É muito importante planejar a realização de cada trabalho. Quando

programamos cada atividade, ganhamos tempo e conseguimos chegar aos objetivos

esperados da melhor maneira possível, sem prejuízos aos trabalhadores,

empregadores e Meio Ambiente.

Page 24: Orientações para Profissionais de Campo - Especificação Técnica de EPI(s) e Ferramentas para uso nas Matas

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8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO). Segurança e saúde no trabalho florestal: código de práticas da OIT. São Paulo: 2005. Organização e tradução: Rosa Yasuko Yamashita, Peter Poschen e André Giacini de Freitas. Título original: Safety an health in forestry work: An ILO code of pratices, 1998. 172 p. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/PUBLICACAO/l/Trabalho%20Florestal.pdf> Acesso em: 11 jul. 2012.

ESCOTEIRA, Base. Facão e machadinha. Disponível em: <http://escoteiros.wikia.com/wiki/Fac%C3%A3o_e_machadinha> Acesso em: 26 jul. 2012.

ROTH, Patricia; MIRANDA, Patricia Nakayama; MONTEIRO, Elane Peixoto; OLIVEIRA, Renato da Silva. Manual do Técnico Florestal. Rio Branco, AC,: Design Grafico Guilherme K. Noronha, 2009. 260p. il. Disponível em: <http://www.portal.ufra.edu.br/attachments/1026_MANUAL%20DO%20T%C3%89CNICO%20FLORESTAL.pdf> Acesso em: 27 jul. 2012.

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