Órgão informativo da coordenação do curso de pedagogia da ... · ção, exclusivamente, na tv...

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primeiro contato da maioria dos O estudantes com o mercado de trabalho na área escolhida como prossão, geralmente é o estágio, seja ele obrigatório ou não. É por meio desse perío- do de conciliação entre estudo e trabalho que o futuro prossional pode adquirir conhecimento e desenvolver talentos que serão diferenciais no mercado de trabalho. Os programas de estágio no Brasil são regi- dos pela Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, que atualizou a relação e a integração empresa/escola no processo de estágio. A lei atual está sobreposta às demais que já tiveram validade do país. LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008. Dispõe sobre o estágio de estu- dantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências (NOVA CARTILHA ESCLARECEDORA DA LEI DE ESTÁGIO, 2008, p. 7). Sabendo-se da importância legal do estágio e conhecendo-se a atualização da legislação, é possível conceituar que a rela- ção de trabalho do estagiário não é regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, e sim pela lei própria que é ampla- mente divulgada por meio da Nova Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio (2008), elaborada pelo Governo Federal quando houve a atualização da Lei. A Cartilha dene estágio como: Art. 1º Estágio é ato educativo escolar supervisio- nado, desenvolvido no ambiente de traba- lho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam fre- RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE ESTAGIÁRIOS REMUNERADOS NA TV MIRANTE, EM IMPERATRIZ – MARANHÃO F CO Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação Santa Terezinha ISSN 2317-1057 Editora: MsC Luciléia Lima Freire | Diagramação: MsC Luciléia Lima Freire Equipe de apoio: Antônio de Pádua Silva Pereira, Cláudia Renata Boni Cadore, Conceição de Maria Botelho Martins. CONSELHO EDITORIAL MsC. Roza Maria Soares da Silva MsC. Kleber Alberto L. de Sousa MsC. Renato Cadore pedagogico Vol 8, Ed. 2, Agosto e setembro de 2017 Edgar Morin ensina, em sua obra Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro, que “a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e ilusão”, nesse caso, a função das Instituições de Ensino Superior do Século XXI é oferecer um trabalho de qualidade, voltado para a formação acadêmica que supere o erro e a ilusão ao buscar o conhecimento. Oferecer uma educação de qualidade é ter o compromisso com a formação do cidadão, do prossional, em prol do desenvolvimento da socieda- de. É isso que a Faculdade de Educação Santa Terezinha- FEST oferece pelo trabalho de qualida- de do seu quadro docente, os quais estão sempre realizando práticas de pesquisa e produção, levando aos acadêmicos um conhecimento cientíco. EDITORIAL RELATO DE EXPERIÊNCIA: MINICURSO DE REGRAS ORTOGRÁFICAS E A PRODUÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO NA XIII JAFEST 05 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE ESTAGIÁRIOS REMUNERADOS NA TV MIRANTE, EM IMPERATRIZ- MARANHÃO 01 NESTA EDIÇÃO 1 Mônica Barbosa Brandão DIVERSIDADE E RESPEITO ÀS DIFERENÇAS 07

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Page 1: Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da ... · ção, exclusivamente, na TV Mirante, em Imperatriz. Sabendo-se que o recrutamento é a primeira fase do processo,

primeiro contato da maioria dos

Oestudantes com o mercado de

trabalho na área escolhida como

prossão, geralmente é o estágio, seja ele

obrigatório ou não. É por meio desse perío-

do de conciliação entre estudo e trabalho

que o futuro prossional pode adquirir

conhecimento e desenvolver talentos que

serão diferenciais no mercado de trabalho.

Os programas de estágio no Brasil são regi-

dos pela Lei 11.788, de 25 de setembro de

2008, que atualizou a relação e a integração

empresa/escola no processo de estágio. A

lei atual está sobreposta às demais que já

tiveram validade do país.

LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO

DE 2008. Dispõe sobre o estágio de estu-

dantes; altera a redação do art. 428 da

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT,

aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º

de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de

dezembro de 1996; revoga as Leis nos

6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de

23 de março de 1994, o parágrafo único do

art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro

de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória no

2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá

outras providências (NOVA CARTILHA

ESCLARECEDORA DA LEI DE ESTÁGIO,

2008, p. 7).

Sabendo-se da importância legal do

estágio e conhecendo-se a atualização da

legislação, é possível conceituar que a rela-

ção de trabalho do estagiário não é regida

pela Consolidação das Leis do Trabalho,

CLT, e sim pela lei própria que é ampla-

mente divulgada por meio da Nova

Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio

(2008), elaborada pelo Governo Federal

quando houve a atualização da Lei. A

Cartilha dene estágio como: Art. 1º

Estágio é ato educativo escolar supervisio-

nado, desenvolvido no ambiente de traba-

lho, que visa à preparação para o trabalho

produtivo de educandos que estejam fre-

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE ESTAGIÁRIOS REMUNERADOS NATV MIRANTE, EM IMPERATRIZ – MARANHÃO

F CO

Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação Santa Terezinha

ISSN 2317-1057

Editora: MsC Luciléia Lima Freire | Diagramação: MsC Luciléia Lima Freire Equipe de apoio: Antônio de Pádua Silva Pereira, Cláudia Renata Boni Cadore, Conceição de Maria Botelho Martins.

CONSELHO EDITORIALMsC. Roza Maria Soares da SilvaMsC. Kleber Alberto L. de SousaMsC. Renato Cadore

pedagogicoVol 8, Ed. 2, Agosto e setembro de 2017

Edgar Morin ensina, em sua obra Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro, que “a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e ilusão”, nesse caso, a função das Instituições de Ensino Superior do Século XXI é oferecer um trabalho de qualidade, voltado para a formação acadêmica que supere o erro e a ilusão ao buscar o conhecimento. Oferecer uma educação de qualidade é ter o compromisso com a formação do cidadão, do prossional, em prol do desenvolvimento da socieda-de. É isso que a Faculdade de Educação Santa Terezinha- FEST oferece pelo trabalho de qualida-de do seu quadro docente, os quais estão sempre realizando práticas de pesquisa e produção, levando aos acadêmicos um conhecimento cientíco.

EDITORIAL

RELATO DE EXPERIÊNCIA: MINICURSODE REGRAS ORTOGRÁFICAS E APRODUÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO NAXIII JAFEST

05

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DEESTAGIÁRIOS REMUNERADOS NATV MIRANTE, EM IMPERATRIZ-MARANHÃO

01

NESTA EDIÇÃO

1Mônica Barbosa Brandão

DIVERSIDADE E RESPEITO ÀSDIFERENÇAS

07

Page 2: Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da ... · ção, exclusivamente, na TV Mirante, em Imperatriz. Sabendo-se que o recrutamento é a primeira fase do processo,

quentando o ensino regular em ins-

tituições de educação superior, de

educação prossional, de ensino

médio, da educação especial e dos

anos nais do ensino fundamental,

na modalidade prossional da

educação de jovens e adultos. § 1º O

estágio faz parte do projeto peda-

gógico do curso, além de integrar o

itinerário formativo do educando.

§ 2º O estágio visa ao aprendizado

de competências próprias da ativi-

dade prossional e à contextuali-

zação curricular, objetivando o

desenvolvimento do educando

para a vida cidadã e para o traba-

lho. Art. 2º O estágio poderá ser

obrigatório ou não-obrigatório,

conforme determinação das dire-

trizes curriculares da etapa, moda-

lidade e área de ensino e do projeto

pedagógico do curso (NOVA

CARTILHA ESCLARECEDORA DE

LEI DE ESTÁGIO, 2008, p. 7).

Conhecendo-se a denição

do Ministério do Trabalho e

Emprego do Brasil, por meio da

cartilha, esta pesquisa cientíca

foca no programa de estágio não

obrigatório da TV Mirante, em

Imperatriz – MA, ou seja, analisan-

do-se o processo de recrutamento

e seleção de estagiários que rece-

bem remuneração (Nova Cartilha

Esclarecedora sobre a Lei de

Estágio, 2008).

Para consolidar a relação de

estágio é feito o registro do docu-

mento por meio do Termo de

Compromisso de Estágio, que de-

ne valor de remuneração, carga

horária (que não pode exceder 6

horas diárias), além das obrigações

gerais sobre ambiente de trabalho,

função e seguro contra acidentes

em favor do estagiário. O Termo

também dene as obrigações do

estagiário, como diz a Nova

Cartilha Esclarecedora sobre Lei

de Estágio (2008, p. 14): “Art. 16: O

termo de compromisso deverá ser

rmado pelo estagiário ou com seu

representante ou assistente legal e

pelos representantes legais da par-

te concedente e da instituição de

ensino”.

A partir da conceituação,

pode-se armar que todas as par-

tes envolvidas na assinatura do

Termo de Estágio podem desen-

volver-se a partir do ponto de vista

de identicação e busca constante

por crescimento prossional na

empresa e de, forma individual,

dos colaboradores, entre eles e os

estagiários.

O número máximo de esta-

giários em relação ao quadro de

pessoal das entidades concedentes

de estágio deverá atender às

seguintes proporções: I – de 1 (um)

a 5 (cinco) empregados: 1 (um)

estagiário; II – de 6 (seis) a 10 (dez)

empregados: até 2 (dois) estagiári-

os; III – de 11 (onze) a 25 (vinte e

cinco) empregados: até 5 (cinco)

estagiários; IV – acima de 25 (vinte

e cinco) empregados: até 20% (vin-

te por cento) de estagiários (NOVA

CARTILHA ESCLARECEDORA DA

LEI DE ESTÁGIO, 2008, p. 13).

Analisando-se o que deter-

mina a lei, a empresa Grupo

Mirante, em Imperatriz – MA, atu-

almente, se enquadra no quesito IV

e tem hoje um número geral de cin-

co estagiários remunerados na

empresa, em diferentes setores.

Dayanne Ramos, analista de

Gestão de Pessoas do Grupo

Mirante, “o número de contrata-

ções de estagiários, primeiramen-

te, segue o que diz a lei, mas tam-

bém é levada em consideração a

necessidade da empresa em cada

departamento”. O processo de

recrutamento e seleção de pessoas

é fundamental para o todo o desen-

volvimento das atividades da

empresa, bem como seu valor e

sucesso diante do mercado em

cada seguimento.

Ao colocarmos organização

e pessoas lado a lado, podemos veri-

car um processo contínuo de

troca de competências. A organi-

zação transfere seu patrimônio

para as pessoas, enriquecendo-as e

preparando-as para enfrentar

novas situações prossionais e

pessoais, na organização ou fora

dela. As pessoas, ao desenvolverem

sua capacidade individual, trans-

ferem para a organização seu

aprendizado, capacitando-a a

enfrentar novos desaos (DUTRA,

2016, p. 51).

Sabe-se que o processo de

recrutamento e seleção começa

com uma necessidade a ser suprida

pela empresa. Dene Ferreira

(2014), que “o processo de R&S

começa quando o gestor sinaliza a

necessidade de contratação de

uma pessoa, quer seja por aumento

de quadro ou por desligamento de

um empregado atual, que gere a

necessidade de uma substituição”.

O Grupo Mirante é compos-

to por emissoras de televisão, ali-

adas à Rede Globo, em São Luís,

Imperatriz, Balsas, Santa Inês e

Caxias e possui ainda emissoras de

rádio e portal de notícias na inter-

net, em São Luís e Imperatriz.

Todo o processo de recrutamento

e seleção, seja de estagiários ou

não, começa em cada cidade e é

encaminhado para o desenvolvi-

mento por meio do setor de Gestão

de Recursos Humanos que ca em

São Luís.

Neste trabalho é analisado o

processo de recrutamento e sele-

F COpedagogico02

Page 3: Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da ... · ção, exclusivamente, na TV Mirante, em Imperatriz. Sabendo-se que o recrutamento é a primeira fase do processo,

ção, exclusivamente, na TV

Mirante, em Imperatriz. Sabendo-

se que o recrutamento é a primeira

fase do processo, a análise começa

por este ponto. Chiavenato (2014,

p. 101) defende que “o recrutamen-

to – tal como ocorre no processo de

comunicação - é um processo de

duas mãos: comunica e divulga

oportunidades de empregos, ao

mesmo tempo que atrai os candi-

datos para o processo de seleção”.

Segundo a analista de RH,

Dayanne Ramos, o recrutamento

de estagiários ocorre com o auxílio

do Centro de integração empresa-

escola, o Ciee, que tem uma parce-

ria com a empresa. O Centro é uma

instituição lantrópica, mantida

por empresários brasileiros há

mais de 50 anos, que ajuda na inte-

gração de jovens estudantes ao

mercado de trabalho por meio do

estágio, segundo o site da institui-

ção.

De acordo com Manuela

Barnardino, assistente de atendi-

mento às empresas no Ciee, em

Imperatriz – MA, “são disponibili-

zadas chas cadastrais para que

estudantes possam fazer o cadas-

tro”. Essas chas formam um ban-

co de talentos. Chiavenato (2014,

p. 109) dene dizendo que “é um

banco de dados que pode catalogar

candidatos que se apresentam

espontaneamente ou que não

foram considerados em recruta-

mentos anteriores. ”

No banco de talentos do

Ciee para recrutamento e encami-

nhamento para o programa de está-

gio na TV Mirante estão estudan-

tes de Comunicação Social –

Jornalismo, curso oferecido na

U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o

M a r a n h ã o - U F M A , e m

Imperatriz, que tomam conheci-

mento sobre a vaga diretamente na

universidade.

Essa modalidade de recruta-

mento é defendida por Ferreira

(2014, p. 46) que diz que “outra

maneira de divulgar vagas existen-

tes é por meio da realização de

palestras em universidades ou ins-

tituições de ensino, principalmen-

te quando o objetivo é atrair candi-

datos mais juniores, estagiários e

trainees”.

O passo seguinte é a seleção

e esse processo é realizado pela TV

Mirante. Dayanne Ramos, analista

de RH, elenca as regras utilizadas:

“nessa etapa, propriamente dita,

fazemos a aplicação dos testes psi-

cológicos, teste de português e

redação e dinâmicas de grupo”. A

aplicação dos testes é feita na TV

Mirante, em Imperatriz, assim

como a dinâmica de grupo. Todo o

processo é guiado pelo setor de

Recursos Humanos, que ca em

São Luís, mas um representante do

setor administrativo, orientado

pelo setor de RH, aplica os questi-

onários, em Imperatriz, seguindo

um mesmo padrão.

Ferreira (2014, p. 79) garante

que os testes psicológicos “costu-

mam ser utilizados em processos

seletivos quando se quer identi-

car aptidões, prever comporta-

mentos de candidatos com deter-

minados ambientes ou revelar

características de caráter e tempe-

ramento”. A função do estagiário

na TV Mirante é, acima de tudo,

contribuir com a produção de notí-

cias. Entendo esse requisito bási-

co, ter o domínio da Língua

Portuguesa é essencial.

Para se certicar que o can-

didato tem esse domínio são apli-

cados os testes de Português e da

Redação. Ferreira (2014, p. 76) con-

rma o que defende o RH da

empresa: “ as provas de conheci-

mentos são indicadas quando se

deseja comprovar se os candidatos

detém os conhecimentos exigidos

para o cargo”.

Nessa primeira fase da sele-

ção, a última etapa é a dinâmica de

grupo. De acordo com informações

da analista de RH da empresa, a

dinâmica, basicamente, é uma apre-

sentação geral dos candidatos e

suas expectativas na prossão.

Ferreira (2014, p. 81) defende a téc-

nica: “as simulações ou dinâmicas

de grupo possibilitam uma avalia-

ção do candidato como compo-

nente de um grupo, a m de anali-

sar e diagnosticar seus comporta-

mentos como um ser social”.

Os melhores candidatos que

passam pela primeira fase, seguem

para a segunda. Dayanne Ramos

resume: “os candidatos aprovados

na etapa citada acima seguem para

a próxima etapa, a entrevista por

competência.” A entrevista segue o

roteiro já denido.

A entrevista é a técnica mais

utilizada e tem grande inuência

na decisão nal. Pode ser realiza-

da de forma estruturada, com um

roteiro pré-estabelecido, ou de for-

ma livre, quando não existe um

roteiro a ser seguido. Apresenta

como vantagem o contato direto

com os candidatos, porém deve-se

tentar controlar a subjetividade

inerente ao processo para conse-

g u i r u m m e l h o r r e s u l t a d o

(FERREIRA, 2014, p. 91).

Depois de todo o processo de

seleção, os melhores candidatos

seguem para a análise do gestor da

TV Mirante, em Imperatriz: “A eta-

pa seguinte é com o gestor. Ele vai

entrevistar os candidatos escolhi-

dos pelo RH e vai escolher um”.

03F COpedagogico

Page 4: Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da ... · ção, exclusivamente, na TV Mirante, em Imperatriz. Sabendo-se que o recrutamento é a primeira fase do processo,

Como é parte do processo, a

entrevista nal, feita pelo gestor,

também é defendida por Ferreira

(2014, p. 106). Sabendo-se dessa

prática comum nos processos, o

autor pondera que “é importante,

então, que a área de Gestão de

Pessoas proporcione a capacitação

dos gestores em como atuar no pro-

cesso”.

Em Imperatriz, o gestor da

TV Mirante é Antonio Filho que

garante que “o departamento de

Jornalismo do Grupo Mirante, em

Imperatriz, segue a política inter-

na da empresa para o recrutamen-

to e seleção de estagiários. Há um

padrão para escolher quem atende

melhor as exigências do departa-

mento”.

Conhecendo-se a prática

utilizada na TV por meio dos fun-

cionários entrevistados, percebe-

se a concordância entre o processo

de recrutamento e seleção da

empresa com as denições de auto-

res sobre técnicas fundamentais

no processo.

O tipo de pesquisa adotada

para a produção deste artigo foi

teórica. Costa e Costa (2009, p.

132) defendem que “esse tipo de

pesquisa é orientado no sentido de

se reconstruir teorias, quadros de

referência, condições explicativas

da realidade”. Entendo-se que a

pesquisa teórica visa à análise e

possíveis reconstruções da reali-

dade, a pesquisa descritiva contri-

bui para se chegar a essa nalida-

de. Trata-se de uma pesquisa cujo

m é expor e caracterizar um fenô-

meno ou uma determinada popu-

lação. Durante o estudo, o investi-

gador utiliza instrumentos de cole-

ta padronizada de dados, como

questionários ou formulários de

observação sistemática, no intuito

de descrever os acontecimentos e

estabelecer relações entre as variá-

veis (BRASILEIRO, 2013, p. 45).

Para a produção dessa pes-

quisa foram realizadas leituras de

livros e análises de outros docu-

mentos, como a Lei 11. 788/ 2008,

que é a lei de estágio no Brasil.

Tendo-se esse trabalho, Costa e

Costa (2009, p. 133) garante que

houve a pesquisa bibliográca: “é

aquela realizada em livros, jornais,

etc. Ela é básica para qualquer tipo

de pesquisa.”

Foram feitas também entre-

vistas por telefone, e-mail e de for-

ma presencial na empresa analisa-

da, a m de coletar mais dados que

foram considerados fundamentais

para a construção do trabalho.

Brasileiro (2013, p. 46) chama essa

ação de levantamento: “Nela, o pes-

quisador interroga diretamente os

sujeitos identicados na pesqui-

sa”. Esta pesquisa foi idealizada a

partir da observação direta da auto-

ra do artigo, que trabalha, como

Chefe de reportagem, editora-

chefe e apresentadora, no mesmo

ambiente onde é realizado o traba-

lho de recrutamento e seleção de

estagiários, na TV Mirante, em

Imperatriz – MA. Por esse motivo,

também pode-se denir que, na

produção deste trabalho, houve

uso da pesquisa etnográca. Esse

tipo de pesquisa é determinado

por Brasileiro (2013, p. 47) como:

“originada das pesquisas em ciên-

cias sociais, a pesquisa etnográca

baseia-se na inserção do pesquisa-

dor no ambiente pesquisado, per-

manecendo nele o tempo sucien-

te para conhecer os sujeitos com

profundidade”

Por m, a partir de tais de-

nições, é possível armar que a

pesquisa foi elaborada sob a abor-

dagem qualitativa. Costa e Costa

(2009, p. 129) acreditam que “a qua-

litativa se preocupa com uma reali-

dade que não pode ser quantica-

da. Ela trabalha com o sujeito dos

sujeitos (crenças, valores, atitu-

des, etc). Esta abordagem também

pode trabalhar com dados, porém

o tratamento não deve envolver

estatística avançada.”

Pretendeu-se com este tra-

balho mostrar a importância de

um processo de recrutamento e

seleção eciente e ecaz, partindo

do pré-suposto de que as organiza-

ções são feitas por meio do traba-

lho das pessoas e, por isso, geri-las

de forma correta, desde a contrata-

ção, pode fazer diferença para o

desenvolvimento pessoal e pros-

sional de cada colaborador.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego.

Nova Cartilha Esclarecedora da Lei de

Estágio: Lei 11.788, de 25 de setembro de

2008. Brasília, 2008.

BRASILEIRO, Ada Magaly Matias. Manuel

de produção de textos acadêmicos e cientí-

cos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

Centro de Integração Empresa-Escola, esta-

giários e aprendizes. Disponível em: www.ci-

ee.org.br/PORTAL/institucional. Acesso em

18 de fevereiro de 2017.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de

Pessoas: o novo papel dos Recursos

Humanos nas organizações. 4 ed. Barueri, SP:

Manole, 2014.

COSTA, Marco Antonio F. da; COSTA, Maria

de Fátima Barrozo da. Metodologia da

Pesquisa: conceitos e técnicas. 2 ed. Rio de

Janeiro: Interciência, 2009.

DUTRA, Joel Sousa. Gestão de Pessoas: mode-

lo, processos, tendências e perspectivas. 2 ed.

São Paulo: Atlas, 2016.

FERREIRA, Patricia Itala. Atração e seleção

de talentos. Org: Andrea Ramal. Rio de

Janeiro: LCT, 2014..

 

04 F COpedagogico

1 Graduada em Comunicação Social –Jornalismo UFMAMBA em Gestão de Pessoas e Coaching-INESPOLíder Coach e professora de graduação epós-graduação Latu Senso

Page 5: Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da ... · ção, exclusivamente, na TV Mirante, em Imperatriz. Sabendo-se que o recrutamento é a primeira fase do processo,

Este relato de experiência se

refere a um trabalho desen-

volvido com o uso das regras

ortográcas voltadas para a escrita do

texto cientíco, realizado em um

minicurso ofertado na XIII Jornada

Acadêmica da FEST – JAFEST, no

turno noturno. As autoras deste rela-

to são professoras nesta instituição,

atuando nas disciplinas de Língua

P o r t u g u e s a , A l f a b e t i z a ç ã o e

Letramento, Fund. Teó. e Metod. da

Língua Portuguesa e da Geograa,

Tecnologia aplicada à Educação,

Introd. à Pedagogia e Educação

Ambiental.

A XIII Jornada Acadêmica da

FEST – JAFEST, foi realizada nos dias

9, 10 e 11 de maio de 2017, o minicurso

aconteceu nos dias 9 e 10, sendo que

cada dia teve 3 horas de duração, no

período das 19h00 às 22h00, totali-

zando 6 horas de evento. A ideia de

realizar este minicurso neste evento

surgiu a partir da observação sobre as

diculdades enfrentadas por acadê-

micos no momento de produzir um

texto cientíco, os quais muitos

sabem o que querem produzir e con-

textualizar, mas não conseguem

expressar no papel seus pensamentos.

Essas observações foram feitas

pelas professoras da FEST MsC

Luciléia Lima Freire, MsC Maria

Telma Leite Rocha, professora Esp.

Paola Efelli Rocha de Sousa Lima e

por Weslley Lima Freire, professor

Esp. de cursos preparatórios para o

Exame da OAB e egresso do curso de

Direito da FEST. Estes mesmos pro-

fessores foram autores do projeto e da

realização do “Minicurso: regras orto-

grácas e a produção do texto cientí-

co”. O objetivo principal desse mini-

curso foi possibilitar ao acadêmico

uma atualização sobre a nova ortogra-

a do país.

Desse modo, o minicurso apre-

sentou mudanças que ocorreram na

gramática; discussão acerca dessas

mudanças e o uso da nova ortograa

na literatura brasileira, tendo a preo-

cupação de apresentar aos acadêmi-

cos o uso das normas da escrita culta e

cientíca, bem como os demais

conhecimentos sobre o tema traba-

lhado para que possam escrever cor-

retamente com coesão e coerência.

É sabido que o tempo em sala

de aula é reduzido e não permite um

trabalho de forma aprofundada volta-

do para a explicação detalhada sobre

regras de produção textual de acordo

com as normas cientícas da lingua-

gem escrita. O ensino da escrita é o

tópico principal do ensino da discipli-

na de Língua Portuguesa nas institui-

ções de ensino (CREMASCHI, 2014).

Essa tem sido uma preocupação naci-

onal devido ao baixo índice de aprova-

ção e os erros grotescos no Exame

Nacional do Ensino Médio-ENEM,

essa realidade não é diferente no

Ensino Superior. Assim, «a escola é

talvez o único lugar onde se escreve

muitas vezes sem motivo...»

Certas atividades da escola

representam um puro exercício de

escrever. Na alfabetização isso pode

trazer problemas sérios para certos

alunos. Estamos tão acostumados a

ler e escrever na nossa vida diária, que

não percebemos que nem todos lêem e

escrevem como nós, mesmo os que

vivem bem próximo. Em muitas famí-

lias de classe social baixa, escrever

pode se restringir apenas a assinar o

próprio nome ou, no máximo, a redi-

gir lista de palavras e recados curtos»

(GAGLIARI, 2007, p. 101).

Portanto, o ato de escrever é

algo muito mais complexo do que se

pode julgar e, na maioria das vezes, a

diculdade na escrita é um problema

que veio de uma alfabetização realiza-

da de maneira incorreta, arcaica, fora

dos padrões construtivistas de ensi-

no, sem signicado, colocando, assim,

bloqueios na mente do sujeito.

Para se escrever bem é preciso

que haja uma motivação, essa motiva-

ção tem que partir do próprio sujeito,

ninguém pode fazer isso por ele, mas o

professor tem o papel de desenvolver

isso no aluno. Dessa forma, «ninguém

05F COpedagogico

RELATO DE EXPERIÊNCIA: MINICURSO DE REGRAS ORTOGRÁFICASE A PRODUÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO NA XIII JAFEST

1Luciléia Lima Freire2Paola Efelli Rocha de Sousa Lima

Page 6: Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da ... · ção, exclusivamente, na TV Mirante, em Imperatriz. Sabendo-se que o recrutamento é a primeira fase do processo,

escreve ou lê sem motivo, sem motiva-

ção. É justamente por isso que, em cer-

tas culturas, o uso da escrita se apre-

senta como algo secundário e dispen-

sável mesmo e, em outras, como abso-

lutamente imprescindível. [...] todos

necessitam de um modo ou de outro

saber lê certas coisas, mas o número

cai enormemente quando se conta

quem necessita produzir a escrita na

proporção do que lê. Muitas pessoas

podem até ler jornal todos os dias, mas

e s c r e v e m m u i t o r a r a m e n t e »

(GAGLIARI, 2007, p. 102).

Não cabe às Faculdades preen-

c h e r a s l a c u n a s d o E n s i n o

Fundamental e Médio, mas o profes-

sor pode despertar nos alunos, que

apresentem diculdade em escrever,

o interesse necessário para que desen-

volvam a escrita cientíca. Dessa

forma, esses acadêmicos farão mais

produções, mais leituras e serão mais

desenvolvidos no meio acadêmico.

Mas, para que isso aconteça, a

produção e leitura de textos devem

estar inseridas na rotina do acadêmi-

co. Após a leitura de um trecho de um

romance, de um poema, de um texto

cientíco, após um debate ou uma

apresentação oral, o aluno vai se sentir

mais empolgado para escrever sobre

aquele assunto (CÂMARA JR, 1980).

A estrutura do texto cientíco

é basicamente a forma como o autor

organiza os fatores que utiliza na pro-

dução, da primeira à última página. É

a ordenação coesa e coerente dos com-

ponentes textuais e dos assuntos no

decorrer do texto. É a forma como

ocorre a estruturação das partes

durante a composição textual

(TEIXEIRA, 2008).

A linguagem passou e passa por

modicações ao longo da história, e

ganha novos dialetos à medida que a

sociedade evolui e as comunidades

interagem entre si, tornando comum

determinadas palavras oriundas de

suas culturas. Assim sendo, é preciso

que professores e acadêmicos estejam

sempre atualizados conforme a nor-

ma contemporânea da língua culta, a

m de evitar possíveis arcaísmos. Por

isso, é muito importante a participa-

ção da comunidade acadêmica em

minicursos, palestras e congressos

que envolvam a língua materna do

país e o seu processo de evolução no

contexto social.

Observa-se que a diculdade

de escrita é uma realidade presente no

meio acadêmico, por isso, vale desta-

car que um grande número dos acadê-

micos apresenta diculdade para

redigir qualquer tipo de texto e, tra-

tando-se do texto cientíco a situação

é ainda mais preocupante, assim, com

a realização desse minicurso buscou-

se contribuir para o desenvolvimento

da habilidade de produção dos acadê-

micos da FEST.

O minicurso foi dividido em

dois dias de realização e contou com a

participação de acadêmicos dos cur-

s o s d e C i ê n c i a s E c o n ô m i c a s ,

Pedagogia, Direito e Teologia. Todo o

conteúdo foi minuciosamente expli-

cado por meio de slides, os quais

foram apresentados de modo dinâmi-

co tanto com textos especícos colo-

cados em tópicos, como com imagens

de charges e tirinhas para inferir um

diálogo com palavras da linguagem

culta e popular, para que os partici-

pantes pudessem perceber as diferen-

ças de falas e textos.

Durante todo o minicurso, os

acadêmicos zeram intervenções nas

explicações para fazer perguntas em

relação a determinado contexto da

fala e escrita, expondo suas dúvidas.

Acredita-se que exposição dialogada

do conteúdo é uma abordagem que

possui um elevado nível de assimila-

ção, pois admite que os acadêmicos

atuem e participem da aula com suas

experiências de vida, bem como com

suas dúvidas, contribuindo e enrique-

cendo o conteúdo ministrado.

Ao nal do minicurso os acadê-

micos conseguiram entender como

deve ser redigida a ortograa na pro-

dução do texto cientíco com autono-

mia e segurança, também entenderam

normas essenciais do tema, como cla-

reza, pontuação, coerência, coesão,

objetividade, vocabulário e expres-

sões adequadas que devem ser utiliza-

das no texto cientíco.

Além disso, todo o material uti-

lizado no minicurso foi enviado para

os e-mails dos acadêmicos participan-

tes a m de que possam recorrer ao

material sempre que surgir alguma

dúvida com relação à produção do

texto cientíco. Desse modo, o resul-

tado do minicurso foi satisfatório pelo

fato da contemplação do seu objetivo

principal, bem como pela oportunida-

de dada aos acadêmicos em conhecer

e entender a forma cientíca de pro-

dução de texto.

O planejamento das aulas teve

como referência autores que abordam

o tema, mas principalmente, do livro

com título Português Corporativo, de

Rosângela Cremaschi (2014), dos qua-

is vericou-se a importância do con-

teúdo e da interligação dos temas (fer-

ramentas) e, assim, estabeleceu-se a

ordem lógica das apresentações

visando potencializar, ao máximo, a

oportunidade de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

CAGLIARI, Luís Carlos. Elementos de

fonética do português brasileiro. São

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[...] todos necessitam, de um

modo ou de outro, saber lê certas

coisas, mas o número cai

enormemente quando se conta

quem necessita produzir a

escrita na proporção que lê.

(GAGLIARI 2007)

Page 7: Órgão Informativo da Coordenação do Curso de Pedagogia da ... · ção, exclusivamente, na TV Mirante, em Imperatriz. Sabendo-se que o recrutamento é a primeira fase do processo,

Paulo: Paulistana, 2007.

CAMARA JR., J. J. M. Princípios de

linguística geral. 6. ed. Rio de Janeiro:

Padrão, 1980.

CREMASCHI, Rosângela. Português

Corporativo. Rio de Janeiro: Hunter,

2014.

TEIXEIRA, Gilberto J. W. Artigo

Cientíco: orientações para sua ela-

boração. 2008. Disponível em:

<http://www.serprofessoruniversitar

io.-

pro.br/ler.php?modulo=21&texto=133

4>. Acesso em: 11/03/2017.1 Professora Mestre em Ensino do Curso dePedagogia da Faculdade de EducaçãoSanta Terezinha - FEST2 Professora Esp. da Faculdade de EducaçãoSanta Terezinha-FEST

07F COpedagogico

O Brasil é um país no qual se

impera a diversidade social

e cultural e a pluralidade

étnica e racial resultado da mistura

dos povos europeu, o negro africano e

o indígena, e toda uma diversidade

cultural. Esses povos, viveram um pro-

cesso gradual de mestiçagem, e como

meio de sobrevivência foram obriga-

dos a aprender a conviver com as dife-

renças culturais biológicas e sociais,

no processo de colonização do Brasil.

A respeito desse processo de

colonização, Hoebel; Frost (2006, p.

22) sinaliza: “a humanidade é uma. As

civilizações, muitas”, ou seja, a histó-

ria da humanidade não conseguiu har-

monizar-se em um processo civiliza-

tório, e fortaleceu um processo etno-

cêntrico que promoveu uma hierar-

quia entre as culturas, supervalori-

zando umas em detrimento de outras.

A mobilidade social anunciada por

Gilberto Freyre em sua obra Casa

Grande e Senzala (1933), onde todos

teriam seu espaço na sociedade apesar

das diferenças étnicas culturais, não

aconteceu e aumentou o fosso cultu-

ral, social, econômico na história do

povo brasileiro.

Diante dessa conjuntura, urge a

necessidade de inserir na escola, a dis-

cussão sobre a diversidade e o respei-

to às diferenças, considerando que ela

é o espaço que abriga a diversidade, e

para tanto, precisa aprender a convi-

ver com as diferenças em um país mul-

ticultural, conforme Montagner

(2010, p 16): A diversidade está pre-

sente na sociedade brasileira sem fron-

t e i r a s , l i m i t e s o u r e s t r i ç õ e s .

Diversidades de gênero, raça/ etnia,

todas juntas: este é o Brasil. Pensar na

sociedade brasileira, portanto, impli-

ca considerar e planejar ações para a

diversidade. Dentro dessa perspecti-

va, o Estado brasileiro já começa a

construir uma nova organização de

suas estruturas para incluir e tratar a

diversidade não como tema isolado,

mas como parte integrante das políti-

cas públicas.

Mas, eis o grande desao

exposto por Gusmão (2000, p. 16): “a

escola tem sido o veículo de projeção

de padrões e modelos que impedem o

verdadeiro conhecimento, privilegi-

ando um conhecimento dado e assi-

milado pela ordem institucional, nem

sempre percebido pelos agentes soci-

ais que conduzem o processo educati-

vo”. Com base nesta reexão, remete-

se aos estereótipos criados no seio da

sociedade e aplicados na sala de aula

aos ditos diferentes, negros, asiáticos,

indígenas, etc.

Portanto, vivenciar os pilares

da educação, Aprender a conhecer,

Aprender a fazer, Aprender a conviver

e Aprender a ser, é uma necessidade,

partindo da premissa que “a plurali-

dade cultural de grupos étnicos, soci-

ais ou culturais necessita ser pensada

como matéria-prima da aprendiza-

gem, porém nunca como conteúdo de

dias especiais, datas comemorativas

ou momentos determinados em sala

de aula” (GUSMÃO, 2000, p. 19), mui-

to embora, sejamos descendentes de

uma cultura onde:

Aprendemos, desde criança, a

olhar, identicar e reconhecer a diver-

sidade cultural e humana. Contudo,

como estamos imersos em relações de

poder e de dominação política e cultu-

ral, nem sempre percebemos que

aprendemos a classicar não somente

como uma forma de organizar a vida

social, mas também como uma manei-

ra de ver as diferenças e as semelhan-

ças de forma hierarquizada e dicotô-

mica: perfeições e imperfeições, bele-

za e feiúra, inferiores e superiores.

Esse olhar e essa forma de racionalida-

de precisam ser superados (GOMES,

2012. p.4).

Mas, para que essa mudança

aconteça, faz-se necessário uma mobi-

lidade de vários segmentos da socie-

dade em prol do respeito às diferen-

ças. No Brasil, a legislação vigente tem

procurado a part i r das Ações

Armativas agilizar essa mudança,

uma das mais atuais, muito embora, já

1Veríssima Dilma Nunes Clímaco

DIVERSIDADE E RESPEITO ÀS DIFERENÇAS

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Rua Perimetral Castelo Branco, 116 - Pq. Anhanguera - Imperatriz/MAwww.fest.edu.br 99.2101-0880

.tenha se passado mais de uma déca-

da de sua elaboração é a Lei de nº

10.639/2003, que “torna obrigatório

nos estabelecimentos de ensino fun-

damental e médio, ociais e particu-

lares o ensino sobre História e

Cultura Afro-Brasileira” (BRASIL,

2004, p. 35), e busca fortalecer a edu-

cação para as relações étnico-raciais.

Almeja-se que, a aplicabilida-

de dessa lei possa provocar outro

olhar para casos de discriminação

que acontecem na escola, como o que

descreve-se a seguir, a partir de um

relato que revela um episódio da his-

tória de vida de uma professora

negra: «ainda em Bacabal-MA, na

casa de parentes estudou até o 5º

ano. Coloca a experiência de que

quando chegaram à escola, nessa

cidade, os alunos gritaram vaiando:

“ei escureceu! ”, o pai cou muito

triste e disse: “Minha lha não quero

que você que aqui nesta escola os

meninos vão humilhar você, isso é

porque nós somos negros”. Queria

levá-la de volta, mas a vontade de

estudar era tão grande que conven-

ceu o pai que poderia enfrentar a situ-

ação» (CLÌMACO; ROCHA, 2012, p.

84).

Essa situação de preconceito,

discriminação é constante nos espa-

ços educacionais, daí a importância

da discussão sobre a diversidade e

respeito às diferenças, na certeza de

que os direitos humanos possam ser

contemplados de modo mais signi-

cativo nas relações humanas e em

especial nas escolas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação das Relações

Étnico –Raciais e para o Ensino de

História e Cultura Afro-Brasileira e

Africana. Brasília: MEC, 2004.

CLÍMACO, Veríssima Dilma Nunes.

R O C H A , M i l e n e V i e i r a S a n t o s .

I n c i d ê n c i a s d a c u l t u r a a f r o e m

Imperatriz-MA. Imperatriz: Ethos,

2012.

GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-

raciais, educação e descolonização dos

currículos, In: Currículo sem Fronteiras,

v.12, n.1, pp. 98-109, Jan/Abr 2012.

Disponível em: www.curriculosemfron-

teiras.org

GUSMÃO, Neusa Maria Mendes.

Desaos da diversidade na escola. In:

Revista Mediações. Londrina, v.5, n.2,

p.9-28, jul./dez.2000.

HOEBEL, E. Adamson; FROST, Everett

L. Antropologia social e cultural. São

Paulo: Cultrix, 2006.

MONTAGNER, Paula et al. Diversidade

e capacitação em escolas de governo:

mesa-redonda de pesquisa-ação.

Brasília: ENAP, 2010.

1 Pedagoga, Mestra em Ambiente eDesenvolvimento. Professora da disciplinaHistória e Cultura Afrobrasileira e Africana.