organon arte de curar escritos menores.txt

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http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 O Organon da Arte de Curar, em Escritos Menores Francisco Eratstenes da Silva [email protected] Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 1 mais de 71.000 palavras do original, para aproximadamente pouco mais de 30.000 mais de 71.000 palavras do original, para aproximadamente pouco mais de 30.000 produzir outros. http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 Apresentao A inteno de preparar este trabalho surgiu quando, estudando as mais recentes escolas e autores em Homeopatia, tais como a Homeopatia Previsvel, Scholten, Mangialavori e Rajan Sankaran, surgiram questionamentos que me levaram a retornar obra bsica de nossa doutrina, o Organon, para fixar melhor as orientaes de Hahnemann. Lembrei do incio de meus estudos em Homeopatia, quando sinceramente, achei o Organon um pouco confuso de entender, pelos que comeam o seu estudo, talvez pela inovao, traduo ou mesmo a forma de exposio. Resolvi fazer uma releitura de seus pargrafos, e, quando possvel, tirar apenas a mensagem principal de cada pargrafo. A idia foi apenas de facilitar a leitura, nunca a de substituir a obra original. Assim, alguns artigos ficaram bem diminudos enquanto outros foram mantidos em sua quase totalidade; mesmo assim conseguimos resumir de um total de neste meu Organon, em Escritos Menores. Alis, essa foi a justificativa de utilizar este outro ttulo de nossa literatura homeoptica, para definir bem o objetivo principal do meu trabalho. Finalizando, a disponibilizao do Organon em meio eletrnico, diminui os custos de uma obra impressa e possibilita uma integrao entre o tradicional com o tecnolgico. Se o Organon for conhecido pelo maior nmero de pessoas possvel, e os seus ensinamentos forem aproveitados para uma melhor compreenso do binmio sade-doena, ento terei atingido o meu objetivo nesse trabalho e maior estmulo para Mdico Homeopata Francisco Eratstenes da Silva Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 2 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 1. A mais alta e nica misso do mdico restabelecer a sade nos doentes, que o que se chama curar (*). (*) Sua misso no fazer idias e hipteses vazias sobre a essncia ntima do processo vital e as origens da doena no interior do organismo, nem explicaes a respeito dos conhecidas para os leigos e um modo abstrato de expresses de aparncia muito erudita fenmenos mrbidos e sua causa imediata, sempre oculta a ns etc.. Usa palavras no a fim de impressionar os ignorantes. Basta desses devaneios (chamados medicina terica); O necessrio agir, isto , a ajudar e curar realmente. 2. O ideal mximo da cura o restabelecimento rpido, suave e duradouro da sade, ou a remoo da doena em toda a sua extenso, da maneira mais curta, mais segura e menos nociva, agindo por princpios facilmente compreensveis. 3. Se o mdico percebe claramente o que h para ser curado nas doenas, isto , em percebe o que curativo nos medicamentos, isto , em cada medicamento em particular cada caso individual de doena (conhecimento da doena, indicao), se ele tambm (conhecimento das virtudes medicinais); se sabe adaptar, de acordo com princpios bem definidos, o que curativo nos medicamentos, ao que considerou sem dvida patolgico Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 3 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 no paciente; se sabe adapt-lo, tanto a respeito da convenincia do medicamento mais medicamento indicado), como a respeito da maneira exata de sua preparao e apropriado quanto ao seu modo de ao no caso de que se trata (escolha do remdio, quantidade (dose certa), e do perodo apropriado de sua repetio; se, finalmente, conhece os obstculos ao restabelecimento em cada caso, e sabe remov-los de modo que a cura seja durvel: ento ele saber agir de maneira racional e profunda, e ento ele ser um verdadeiro mdico. 4. Ele igualmente um conservador da sade, se conhece as coisas que a perturbam, causam e mantm a doena, e sabe afast-las do homem so. 5. No auxilio da cura servem ao mdico os dados detalhados da causa ocasional mais provvel da doena aguda, bem como os momentos mais significativos na histria inteira da doena crnica, para encontrar a sua causa fundamental, na maioria dos casos devida a um miasma crnico. Ele deve considerar a constituio fsica do paciente (especialmente do paciente crnico), seu carter normal e intelectual, suas ocupaes, seu modo de vida e hbitos, suas condies sociais e domsticas, sua idade e funo sexual etc... 6. O observador sem preconceitos, no faz argumentaes metafsicas que a experincia no possa confirmar. Ele deve considerar apenas sinais e sintomas que so perturbaes do antigo estado so do paciente, os quais este mesmo sente, as pessoas de seu ambiente percebem e o prprio mdico nele observa, Todos esses perceptveis representam a doena em toda a sua extenso, i.e., formam, juntos, o quadro verdadeiro e nico que se pode imaginar da doena. (*) Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 4 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 (*) No compreendo, portanto, como podia vir aos mdicos idia de procurar e querer escondido e desconhecido, sem cuidarem dos sintomas e dirigirem a cura de acordo com encontrar, cabeceira do doente o que devia ser curado na doena, apenas no interior eles; como, podia surgir essa idia com a pretenso arrogante e ridcula, de que se pode restabelecer, com medicamentos (desconhecidos!), as alteraes do invisvel interior sem considerar atentamente os sintomas, e que a isso se chama curar completa e racionalmente. 7. Nas doenas, nada se pode perceber alm de sinais mrbidos. Deve-se afastar a causa que a provoque ou sustente (causa occasionalis) (*); achando-se na presena de um possvel miasma, e em circunstncias acessrias (5), somente os sintomas devem orientar na escolha dos meios para a cura. A totalidade dos sintomas, deve ser o principal e nico meio pelo qual a enfermidade mostra o medicamento de que necessita, e o nico meio que determina a escolha do medicamento mais apropriado; a totalidade (**) dos sintomas deve ser a nica coisa que ele deve ver em cada caso de doena, e afastar pela sua arte. (*) Entende-se que todo mdico inteligente afastar, primeiramente, a causa; assim, o mal-estar em geral cessa espontaneamente. Ele remover do quarto flores cujo perfume forte provoca desmaio e acidentes histricos; da crnea, o corpo estranho que causa inflamao do olho; de um membro ferido, retirar o aparelho muito apertado que ameaa causar gangrena, e aplicar um mais adequado; descobrir a artria ferida causadora do desmaio e far ligaduras; procurar remover, pelo vmito, bagas de beladona ingeridas etc.; extrair substncias estranhas que tenham penetrado orifcios do corpo, triturar o clculo vesical, abrir o nus imperfurado do neonato etc. (**) Em todas as pocas, a velha escola procurava combater, e, se possvel, suprimir nas doenas um s dos sintomas (tratamento sintomtico) provocando muitos inconvenientes. Esse procedimento foi tanto mais repreensvel, porque trataram Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 5 nos Hufeland, o afirma com as palavras (veja "A Homeopatia", pag. 27 linha 19): "A Hufeland, o afirma com as palavras (veja "A Homeopatia", pag. 27 linha 19): "A talvez tivesse ficado ainda em qualquer canto do interior do corpo, para, de repente, na http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 determinado nico sintoma apenas com um remdio oposto (de maneira enantioptica e paliativa), e aps curto alvio, o sintoma reaparecia pior que antes. 8. No se pode provar que, ao serem removidos todos os sintomas de uma enfermidade, ainda possa restar qualquer outra coisa alm da sade. (*). (*) Se a sade foi recuperada, pode-se presumir, que a doena esteja ainda presente no interior, sem com isso faltar ao bom-senso? Entretanto, o antigo chefe da velha escola, homeopatia pode remover os sintomas, mas a doena fica." -Afirmou-o, em parte por desgosto pelos progressos da homeopatia, em benefcio da humanidade, e em parte porque tem ainda conceitos bem materiais da doena, que ele ainda no julga um modo de ser do organismo alterado pela fora vital doente, mas sim uma coisa material que melhor sade, e vontade, irromper com a sua presena material. 9. No estado de sade, a fora vital mantm todas as atividades em harmonia e o esprito pode alcanar os mais altos fins da existncia. 10: O organismo, sem a fora vital, no capaz de ter sensaes, funes, nem autoconserva(*). (*) Ele est morto e submisso apenas ao poder do mundo fsico exterior; apodrece e se dissolve novamente em seus componentes qumicos. 11. Na doena, a fora vital inicialmente afetada, de forma dinmica (resultante de energia) (*), permitindo ao corpo manifestar as sensaes desagradveis em forma de Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 6 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 sintomas. Da mesma forma age o remdio homeoptico na fora vital, cada um, com as suas caractersticas especficas, e no com as de outros medicamentos. A ao dinmica, no material, e quanto menor a matria e melhor dinamizada, maior ser o (*) O que influncia dinmica -fora dinmica? Verificamos que a nossa terra, por uma fora secreta, invisvel, conduz a lua em torno de si, dentro de 28 dias e algumas horas, e que a lua levanta em mars, alternadamente, em horas fixas, os nossos mares do norte e os abaixa novamente em horas fixas, ao refluxo (deduzindo-se alguma diferena na lua cheia e na nova). Vemos isso e ficamos admirados, pois nossos sentidos no percebem como tal acontece. Aparentemente, isso no acontece por meio de invenes materiais ou realizaes mecnicas, como as obras do homem. E vemos ao nosso redor muitos outros acontecimentos, como resultado do efeito duma substncia culto, experimentado na comparao e na abstrao, capaz de formar para si alguma sobre outra, sem reconhecermos um nexo perceptvel entre causa e efeito. S o homem idia supersensorial suficiente para manter distante, nos seus pensamentos, tudo que material ou mecnico na concepo de tais conceitos; ele chama tais efeitos de dinmicos, virtuais, i.e., efeitos que resultam da energia e ao puras, especficas, absolutas, duma substncia sobre outra. Assim, por exemplo, a ao dinmica das influncias morbficas no homem so como a fora dinmica dos medicamentos ao princpio vital, para a restaurao da sade: no outra coisa seno infeco, e de nenhum modo material, de nenhum modo mecnica, como o a fora dum m que atrai um pedao de ferro ou ao. V-se que o pedao de ferro atrado por um plo do m; porm, como isso acontece no se v. Essa fora invisvel do m no precisa, para atrair o ferro, de nenhum meio auxiliar mecnico (material), de nenhum gancho ou alavanca; ela atrai e age sobre o pedao de ferro ou agulha de ao por meio de pura fora prpria, imaterial, invisvel, espiritual, i.e., dinamicamente, e comunica da mesma maneira invisvel, dinmica, a agulha de ao a fora magntica; a agulha de ao tornase magntica j distncia, sem ser tocada pelo m, e magnetiza outras agulhas de ao Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 7 seu efeito. http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 com a mesma propriedade magntica (dinamicamente) que recebeu, antes, do m, s, no tocada por ela, a varola, ou o sarampo, de maneira invisvel (dinamicamente) precisamente como uma criana com varola ou sarampo comunica, criana vizinha, i.e., infecta-a a distncia, sem que qualquer material da criana infectante passe ou possa passar quela outra tampouco como qualquer material do plo do m pudesse chegar agulha de ao. Uma influncia puramente imaterial, especfica, comunicou criana a varola ou o sarampo, da mesma maneira como o m comunicou a propriedade magntica agulha vizinha. E de modo semelhante, deve-se considerar o efeito dos medicamentos no homem vivo. As substncias naturais que se apresentam como medicamentos, so medicamentos desde que possuam a fora (cada um uma prpria especfica) de alterar o estado do homem pela influncia imaterial, dinmica (por meio da fibra sensitiva viva) sobre o princpio vital imaterial que controla a vida. A propriedade medicinal daquelas substncias naturais a que chamamos de animal; s a esse princpio vital imaterial estende-se a sua influncia (dinmica) medicamentos refere-se apenas sua fora de causar alteraes no estado de vida imaterial alteradora do estado; assim como a vizinhana dum plo magntico pode comunicar ao ao s fora magntica (e isso por uma espcie de contgio), mas no outras propriedades (por exemplo, mais dureza ou ductilidade etc.). E assim, cada substncia medicinal especial altera, por uma espcie de infeco, o estado do homem de maneira peculiar, exclusivamente sua, e no de maneira peculiar a outro medicamento, to certo quanto proximidade duma criana com varola comunicar a uma criana s s a varola, e no o sarampo. Essa ao dos medicamentos sobre o comunicao de partes materiais da substncia medicamentosa. Muito mais fora melhor dinamizados -em que pode haver, de acordo com clculos, apenas to pouca substncia material que sua pequenez no pode ser imaginada, nem concebida pela curadora manifesta-se, num caso mrbido apropriado, pela menor dose dos remdios mente mais aritmtica -do que por doses grandes do mesmo remdio em substncia. nosso estado ocorre dinamicamente, como por infeco, completamente sem Aquela pequenssima dose pode, portanto, conter, quase inteiramente, a fora medicinal Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 8 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 imaterial pura, livremente desenvolvida, e realizar, apenas dinamicamente, tantas mesmo em doses altas. No nos tomos corpreos desses medicamentos altamente aes quantas nunca podiam ser obtidas pela substncia medicinal bruta, tomadas dinamizados, nem na sua superfcie fsica ou matemtica (com que as foras maiores dos medicamentos dinamizados so interpretados, como ainda bastante materiais, mas em vo), que se encontra a fora medicinal, mas uma fora medicinal, especfica, liberada da substncia medicinal, que jaz invisvel no glbulo umedecido ou na sua soluo, a qual age dinamicamente sobre o organismo inteiro, j em contato com a fibra animal viva (sem, porm, comunicar-lhe qualquer matria, por mais atenuada que seja) e age tanto mais fortemente quanto mais livre e imaterial ela se tornou por meio da dinamizao. (270). to impossvel, em nossa idade, notvel pela sua riqueza em pensadores, imaginar a fora dinmica como algo de no-corpreo, visto vermos, diariamente, fenmenos que no se podem explicar de qualquer outro modo! Se material entrou em nosso estmago, que o obrigou a esse movimento peristltico? No olharmos para algo repugnante e sentirmos vontade de vomitar, por acaso um vomitivo foi unicamente o efeito dinmico do aspecto repugnante sobre a sua imaginao? E se levantarmos os braos isso ocorre por meio dum instrumento material visvel? No unicamente a fora dinmica, imaterial de nossa vontade que os levanta? 12. As doenas so o resultado de alteraes na fora vital (*), e sinais e sintomas expressam, ao mesmo tempo, toda a mudana interna, isto , toda a perturbao mrbida do dinamismo interno e so reveladores de toda a doena; alm disso, o desaparecimento, pelo tratamento, de todos os fenmenos mrbidos e de todas as da sade de todo o organismo. alteraes mrbidas que diferem das funes vitais no estado de sade, necessariamente acarreta o restabelecimento da integridade do princpio vital e, portanto, a recuperao (*) Como a fora vital faz com que o organismo revele sintomas mrbidos, no seria til para o mdico saber o como e o porqu (e jamais ele o saber). Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 9 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 . 13. Por isso, a doena (que no constitui objeto da cirurgia), considerada pelos alopatas como algo separado do organismo e de sua fora vital animadora, e oculta em seu interior, como se fosse algo de natureza to sutil; isso um absurdo (*) somente imaginado por mentes materialistas. (*) Material peccans! 14. No h nada que seja curvel que no se revele atravs dos sintomas. 15. O organismo animado pela fora vital e esta no existe sem o organismo, constituindo uma unidade. 16. A fora vital s pode ser afetada por foras dinmicas, tanto quando agredida, quanto quando harmonizada pelo remdio dinmico (*). (*) Vide nota do 11. 17. Na cura efetuada pela remoo da totalidade dos sinais perceptveis da doena remove-se ao mesmo tempo a alterao interna do princpio vital (*); lgico que o mdico s tem de remover a totalidade dos sintomas para remover tambm o transtorno mrbido da fora vital, a totalidade da doena (**). Assim aniquilada a doena, restabelece-se a sade e esse o mais elevado objetivo do mdico que conhece o verdadeiro escopo de sua misso, que no consiste em falatrios que soam a erudio, mas em dar auxlio ao doente. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 10 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 (*) Molstias gravssimas podem ser produzidas por distrbios suficientemente srios sonho premonitrio, uma fantasia supersticiosa ou a solene predio de que a morte da fora vital resultantes da imaginao, e tambm curadas da mesma maneira. Um que no ocorreria sem a produo simultnea da alterao interna (correspondente ao estado observado externamente). Em tais casos, todos os sintomas mrbidos de morte prxima dissipam-se por causa idntica, por um ardil engenhoso, pela persuaso em sentido contrrio, e a sade restabelece-se subitamente, o que no aconteceria sem a remoo, mediante esse remdio moral, da alterao mrbida interna e externa, que acarretou o perigo de morte. (**) S assim que Deus, o Preservador da humanidade, pde revelar Sua sabedoria e mostrando ao mdico o que ele teria de remover nas doenas. Mas, o que pensaramos bondade em relao cura das doenas a que o homem est sujeito na sua vida terrena, de Sua sabedoria e bondade, envolvesse Ele em mstica obscuridade o que se deva curar nas doenas (como o assevera a escola dominante de medicina, que afirma possuir sobrenatural viso da natureza ntima das coisas), encerrasse e ocultasse Ele bem no fundo e assim impossibilitasse ao homem conhecer acuradamente a doena e conseqentemente o impossibilitasse de cur-la? 18. Na totalidade dos sintomas devero ser consideradas as modalidades que os acompanham (5); a soma desses sintomas e condies em cada caso individual de molstia deve ser a nica indicao a nos guiar na escolha de um remdio. 19. Os remdios tem a capacidade de modificar o estado de sade. ocorrer em certo dia ou certa hora, podem produzir todos os sinais de doena incipiente e em progresso, de morte prxima ou a prpria morte, na hora anunciada, o Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 11 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 20. O poder do medicamento homeoptico s pode ser descoberto pela experimentao. 21. O princpio curativo dos medicamentos no em si perceptvel; nada pode ser observado, a no ser o poder de causar alteraes distintas no estado de sade do corpo humano, e especialmente do indivduo so, e de nele excitar diversos sintomas mrbidos definidos; os medicamentos s podem manifestar a sua capacidade curativa mediante seu poder de alterar o estado de sade dos homens. Os fenmenos mrbidos produzidos pelos medicamentos no corpo sadio, so a nica indicao possvel de seu poder curativo. 22. O remdio produz um estado mrbido artificial em pessoas sadias e remove o estado mrbido natural no enfermo. Outra forma de tratamento com os remdios alopticos, cujos sintomas no tm relao patolgica direta com o estado mrbido, nem semelhante nem oposta, mas diferente dos sintomas da doena. Outras formas como cirurgias inadequadas, drenagens, etc... utilizadas com o objetivo de imitar a natureza, debilitam o organismo e no considera que a fora vital instintiva e nointeligente, por conseguinte no cura o organismo. 23. A doena no pode ser tratada com remdios com sintomas opostos aos seus, como se d com o tratamento enantiopatico, antiptico ou paliativo, que aps alivio transitrio, retorna mais intensamente. 24. No resta, assim, nenhum outro mtodo de emprego de medicamentos, a no ser o homeoptico, pelo qual procuramos, para a totalidade dos sintomas do caso de doena, Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 12 que se aproxima! -Em ambientes repletos de odores ftidos, com que que se costuma Por uma fora semelhante, mas muito mais forte agindo no nervo tico, o brilho do dia que se aproxima! -Em ambientes repletos de odores ftidos, com que que se costuma Por uma fora semelhante, mas muito mais forte agindo no nervo tico, o brilho do dia excessivamente alegre. Os povos como o alemo, que durante sculos e sculos mergulharam cada vez mais fundo em apatia material e degradante servido, devem ser alegria exagerada so removveis tomando-se caf, que produz um estado de esprito http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 um remdio que, dentre todos os outros, tenha o poder de produzir um estado mrbido artificial o mais semelhante ao caso de doena em questo. 25. Todos os remdios curam, sem exceo, aquelas molstias cujos sintomas mais se assemelham aos seus, sem deixar de curar nenhuma. 26. Uma afeo dinmica mais fraca extinta de modo permanente por outra mais forte, quando esta ltima (embora de espcie diferente) seja semelhante primeira em suas manifestaes (*). (*) Assim se curam tanto as afeces fsicas como os males morais. Como que nas primeiras horas da madrugada o brilhante Jpiter desaparece da vista do observador? semelhante, mas muito mais intenso! No h msica nem doces que, agindo nos nervos de outros sentidos, possam curar este mal-estar olfativo. Como que o soldado aliviar os nervos olfativos ofendidos? Com rap, que afeta o sentido do olfato de modo destramente abafa os gritos de que est sendo punido aos ouvidos dos assistentes? Pelas notas agudas da flauta misturadas com o rufar do tambor! E o rugido distante do canho do inimigo que enche de medo seu exrcito? Com fortes batidas do grande tambor! Pois nem a um nem a outro serviria a distribuio de belos uniformes ou reprimenda ao regimento. Do mesmo modo, o luto e a dor sero apagados da mente por outra causa ainda mais forte de dor, mesmo que seja mera fico. Os inconvenientes da calcados ainda mais fundos no p pelo conquistador ocidental at que sua situao se torne intolervel; assim, sua baixa opinio de si prprios foi levada ao mximo e Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 13 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 removida; podem outra vez viver dignamente como homens, e assim, pela primeira vez, erguerem suas cabeas como alemes. 27. O poder curativo dos medicamentos depende de seus sintomas, semelhantes aos da doena, mas superiores em fora (12-26), de modo que cada caso individual de doena eliminado apenas por um remdio capaz de produzir no organismo humano, da maneira mais completa e semelhante, a totalidade dos seus sintomas, que so, ao mesmo tempo, mais fortes que a doena. 28. Como esta lei natural de cura se manifesta em cada experincia pura e em cada verdadeira observao no mundo, esse fato acha-se conseqentemente firmado; pouco importa qual seja a explicao cientfica de como ele ocorra. 29. Ao ser administrado o remdio homeoptico, desaparece a sensibilidade da doena dinmica natural (mais fraca). A doena no mais existe para o princpio vital agora ocupado e governado somente pela afeco da doena artificial mais forte. O remdio tendo uma ao mais curta, logo ser eliminado, diferente da doena natural que mais longa. As curas de molstias de muitos anos de durao, pela varola e sarampo (que se fazem sentir por apenas algumas semanas), so processos de carter semelhante. 30. O corpo humano parece ser muito mais fortemente afetado em seu estado de sade por meio de medicamentos (em parte, porque regulamos a dose de acordo com a nossa vontade) do que por estmulos mrbidos naturais.. 31. Os agentes nocivos, no podem afetar morbidamente a sade do homem, incondicionalmente; o homem adoece apenas quando estiver suscetvel, da no Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 14 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 produzirem molstias nem em todos, nem sempre. As doenas no so apenas, agente patognico material: as doenas so alteraes dinmicas da vida. perturbaes mecnicas ou qumicas do corpo fsico, elas no dependem apenas dum 32. Os medicamentos agem de forma diferente: eles agem sempre, em todas as circunstncias e em todos os homens, produzindo os seus sintomas peculiares, podendo ser percebido distintamente em cada caso. 33. Todo organismo humano tem maior suscetibilidade de ter seu estado de sade perturbado por poderes medicinais, do que por agentes nocivos e miasmas infecciosos. Em 1801, durante uma epidemia da escarlatina lisa de Sydenham, Hahnemann utilizou a Belladonna, cuja ao semelhante e mais forte que a doena original evitou o desenvolvimento da escarlatina nas crianas que ainda no tinham contrado a doena. 34. A cura de molstias naturais ocorre pela capacidade que os medicamentos tm de produzir uma molstia artificial no homem so, semelhante da molstia natural, porm em maior intensidade, restaurando assim a fora vital alterada e extinguindo a molstia natural. As doenas no podem ser curadas, nem pela prpria natureza nem pela influncia de nova doena diferente, por mais forte que seja, e nem tampouco pode ser curada por tratamento mdico com drogas que sejam incapazes de produzir um estado mrbido semelhante no organismo so. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 15 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 35. Nem mesmo a natureza capaz de remover uma doena dessemelhante, por outra no homeoptica, ainda que mais forte; tampouco o uso no-homeoptico de medicamentos, mesmo os mais fortes, capaz de curar doena dessemelhante. 36. Quando duas doenas no semelhantes existem ao mesmo tempo no ser humano e forem de fora igual, ou ainda, se a mais antiga for mais forte, a nova molstia ser repelida do corpo pela anterior. 37. Um mal crnico antigo no ser curado se tratado de acordo com o mtodo aloptico comum, isto , com medicamentos incapazes de produzir em indivduos sos um estado de sade semelhante doena; quando esses remdios forem enrgicos produziro outras doenas mais perigosas. 38. Quando a nova doena no-semelhante for mais forte, a doena mais antiga, sendo mais fraca, ser suspensa temporariamente, at que a mais forte seja curada, quando ento a mais antiga volta a se manifestar. 39. O uso de um tratamento alopatico agressivo, em uma doena crnica, cria uma doena artificial dessemelhante da original, apenas suprimindo a original que sempre retorna. 40. Duas ou mais molstias cronicas no semelhantes podem existir ao mesmo tempo no organismo, cada uma delas ocupando os rgos que mais se adaptam a elas, formando uma molstia mais complexa de ser tratada, pois duas molstias no semelhantes no podem curar-se mutuamente. Se duas doenas agudas no semelhantes Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 16 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 atingem o organismo, geralmente uma suspende a outra, porm, em raros casos, podem ocorrer simultaneamente na mesma parte do organismo. 41. As complicaes produzidas pelo tratamento aloptico inadequado so mais freqentes que as associaes de molstias naturais. O uso prolongado de drogas alopticas associadas doena natural, produzem ento uma doena dupla, que dificulta ainda mais a cura. 42. A complicao da associao de molstias ocorre apenas quando elas no apresentam semelhana entre si. 43. A natureza mostra como devemos curar: na associao de duas molstias semelhantes, a segunda sendo mais forte que a primeira, remove-a completamente. 44. Duas molstias semelhantes no podem repelir-se, interromper-se mutuamente ou mesmo existirem ao mesmo tempo, formando uma molstia mais complexa. 45. Duas molstias diferentes em espcie, mas semelhantes em seus efeitos, anulam-se quando se encontram no organismo, a mais forte vencendo a mais fraca, que por sua semelhana de ao, afeta exatamente as mesmas partes do organismo anteriormente afetadas pela irritao mrbida mais fraca. O princpio vital ento no poder mais sentir a mais fraca. O princpio da vida, da por diante, afetado somente, e apenas temporariamente, pelo poder morbfico novo, semelhante, contudo mais forte. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 17 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 46. Certas doenas so curadas naturalmente por outras, de forma homeoptica, por apresentarem sintomas semelhantes, pois so geralmente as mesmas, apenas com nomes diferentes, surgindo do mesmo miasma. 47. Nada mais poderia ensinar ao mdico, de maneira mais simples e convincente que o acima exposto, qual o tipo de medicamento que ele deveria escolher a fim de curar de modo seguro, rpido e permanente, de acordo com o processo que se realiza na natureza. 48. Nem pela ao da natureza, nem pela ao medicamentosa, de efeitos no semelhantes, pode-se realizar a cura, por mais forte que essa ao seja. Somente com um agente semelhante em seus sintomas, e de efeito mais forte que a molstia que queremos curar, poderemos agir de acordo com as leis da natureza. 49. Poderamos conhecer mais curas homeopticas naturais se houvessem mais observaes voltadas para esse principio de semelhana. A natureza tambm mostrou poucas molstias homeopticas auxiliares. 50. A natureza pode realizar curas atravs de doenas semelhantes, porem elas so poucas, podem oferecer riscos e no podem ser manipuladas de forma a serem atenuadas, como podemos conseguir com o remdio homeoptico. 51. A lei dos semelhantes torna-se bvia em virtude dos fatos; a disponibilidade de grande numero de substancias homeopticas torna possvel ao em muitas doenas, sem a agresso ao organismo observada nos outros tratamentos; aps a ao Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 18 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 medicamentosa na fora vital, no restar outra doena a ser tratada; a cura se dar por uma transio calma, imperceptvel, porem rpida, da doena ao estado de sade. 52. H somente dois mtodos principais de cura: o homeoptico baseado na observao da natureza seguido de experimentao pura (nunca usado intencionalmente antes de Hahnemann) e o mtodo heteroptico ou aloptico, que age por outros princpios. Cada um se ope ao outro, e no podem ser usados aleatoriamente, sendo essa pratica considerada um crime Homeopatia. 53. A verdadeira arte de curar baseada na lei eterna e infalvel da natureza, sendo por isso o nico mtodo correto para o tratamento suave, rapido e duradouro. 54. O mtodo aloptico usou muitas coisas imprprias (alloea) contra as doenas, em cada poca utilizando um sistema novo de tratamento; misturando diversos remedios em receitas a serem repetidas muitas vezes, chamava isso de Medicina Racional. Tentou ao longo do tempo remover a matria nociva (matria pecans) do doente, baseado apenas em suposies arbitrrias, fazendo uso de sedenhos, sangrias, emticos, purgativos, emplastros, fontanelas e cautrios. As molstias eram consideradas condies que reapareciam de modo mais ou menos semelhantes. 55. Em pouco tempo o pblico convenceu-se de que os sofrimentos dos doentes s vezes obtido com remdios empiricamente descobertos (cuja ao satisfatria instantnea evidente ao paciente) e isto at certo ponto, servia para manter-lhes o aumentavam com o uso de cada um desses mtodos de cura, quando esses eram seguidos risca. H muito tempo esses mdicos alopatas teriam desaparecido, no fosse o alvio crdito. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 19 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 56. Galeno utilizou o mtodo aloptico (antiptico) baseado no princpio contraria contrariis. Um terceiro mtodo de tratamento foi o da Isopatia, utilizando para curar determinada doena o mesmo princpio contagioso que a produziu (per idem), porm ainda assim altamente potencializado. A vacina e a doena que pretende prevenir so somente semelhantes, no so a mesma doena, no possuem os mesmos sintomas e, portanto no so homeopticas. Algumas molstias peculiares aos animais podem fornecer remdios para molstias humanas semelhantes, aumentando o estoque de remdios homeopticos. O uso da matria morbifica humana para tratar a mesma enfermidade no pode resultar em cura e sim agravao da molstia. 57. O tratamento aloptico traz o alivio apenas temporrio de sintomas isolados, no da patologia completa, sendo tambm limitado pelo menor nmero de medicamentos conhecidos em sua ao primria. 58. Nas doenas crnicas, com o tratamento aloptico de sintomas isolados, aps a melhora temporria destes, segue-se a agravao da doena em sua totalidade. O alopata ento explica a agravao pela malignidade da doena original ou pelo surgimento de outro mal. 59. As doenas crnicas jamais foram tratadas com remdios antagnicos, sem que uma recada com agravao fosse observada posteriormente, devido ao secundaria. 60. Para vencer a limitao do tratamento aloptico utilizam-se doses crescentes do remdio, verificando-se novas supresses passageiras, com agravao posterior ou Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 20 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 frequentemente tornando a enfermidade incurvel. Broussais combateu a mistura de o sangue era a causa de seus males), uso da soluo de goma-arbica (Eau de Gomme) e drogas em receitas e introduziu o seu sistema fisiolgico atravs das sangrias (para ele jejum de fome, provocando diminuio das queixas s custa da debilidade do paciente. 61. A grande verdade: a verdadeira arte de curar deve ser encontrada no oposto exato do tratamento antiptico, atravs da semelhana dos sintomas e das doses diminutas. 62. A comparao do tratamento paliativo, antiptico, bem como a eficcia do oposto, o tratamento homeoptico, feita pelos fatos seguintes, concluses de diversas observaes, que ningum antes de mim havia percebido, embora sejam to evidentes e palpveis, e de importncia infinita para a arte de curar. 63. Cada medicamento afeta mais ou menos a fora vital e causa certa alterao na sade do individuo por um perodo mais longo ou mais curto. Essa ao inicial chamada AO PRIMRIA, e, embora tendo a participao da fora vital, mais dependente do medicamento. A AO SECUNDRIA uma REAO automtica da fora vital ao medicamentosa. 64. Durante a ao primria, a fora vital comporta-se passivamente, submetendo-se atuao medicamentosa, para logo em seguida reagir, produzindo exatamente o estado oposto do medicamento (ao secundria), se houver este oposto, em grau to elevado e proporcional sua energia. Se no houver o estado exatamente oposto ao da ao primaria, a resposta da fora vital ser indistinta, procurando extinguir a alterao que nela a medicao provocou. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 21 fora vital reagir, com uma ao secundaria necessria para a recuperao do estado como medida preliminar, estimular a irritabilidade e a sensibilidade com um paliativo, http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 65. Acontece sempre da mesma forma, aps a ao primria de um medicamento, que produz em grandes doses, grande modificao na sade de uma pessoa sadia, produz-se o seu oposto exato (quando for possvel), como ao secundria da nossa fora vital. 66. O medicamento homeoptico no produzir inicialmente uma ao secundaria no corpo so, produz sim uma ao primria, perceptvel ao observador atento. A seguir a normal. 67. Somente em casos de maior urgncia, quando h perigo de vida, aconselhvel, pois no h nenhuma doena a ser removida, e sim a supresso da fora vital sadia. minerais, "hepar sulphuris", para venenos metlicos, caf, cnfora e ipecacuanha para envenenamento por pio, etc. Um remdio homeoptico no pode ser considerado como Como exemplos temos vrios antdotos de envenenamento sbitos: lcalis para cidos escolhido erradamente por no atingir um certo numero de sintomas, menos importantes de um caso de doena, se consegue vencer, por semelhana, os demais sintomas, mais fortes, caractersticos e peculiares do caso; os demais sintomas tambm sero vencidos aps o trmino do perodo de ao do medicamento, sem retardarem a cura. 68. Aps a ao homeoptica eficaz, restar temporariamente certa quantidade medicinal no organismo, mas, em virtude da diminuta dose, a fora vital no empregar grande esforo para voltar ao seu estado de normalidade. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 22 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 69. No tratamento aloptico ocorre exatamente o oposto. O medicamento aloptico, assim como o homeoptico, atinge exatamente o mesmo ponto afetado no organismo; o aloptico, somente como um oposto, logo deixando de ser notado pelo princpio vital, de modo que no primeiro perodo da ao do remdio aloptico, a fora vital no percebe nada de desagradvel em qualquer dos dois (nem no sintoma da doena, nem no do medicamento), por parecerem ambos neutralizados. Esse efeito logo desaparece espontaneamente, deixando a molstia continuar como estava, porm obrigando a fora vital a produzir uma condio oposta e aumentada a esse medicamento aloptico, tanto pior quanto maior forem as doses subseqentes utilizadas. No ser humano no podem ocorrer neutralizaes permanentes de sensaes antagnicas, somente ser possvel a remoo mtua de sensaes semelhantes. 70. Tudo o que deve ser curado no paciente est representado em sua totalidade sintomtica. A doena s pode ser curada por medicamento que produza sintomas crnicas ineficaz; mesmo na natureza, uma doena no pode ser curada por outra doena no semelhante, por mais forte que seja a doena mais nova. O terceiro mtodo semelhantes no homem so; o tratamento aloptico paliativo, e em caso de doena de tratamento o homeoptico que emprega contra a totalidade sintomtica de uma doena, o remdio homeoptico capaz de produzir os sintomas mais semelhantes possveis no homem so, quando dado em doses convenientes, pela perturbao semelhante e mais forte do principio vital. 71. Os trs pontos para curar: determinar o que necessrio saber para realizar a cura; como adquirir o conhecimento necessrio para fazer a cura (atravs das patogenesias); saber o mtodo mais conveniente para tratar. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 23 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 72. As doenas podem ter uma durao rpida (agudas) ou vo se desenvolvendo lentamente, sendo o princpio vital incapaz de extingui-la (as doenas crnicas, causadas por um princpio infeccioso chamado de miasma crnico). 73. As doenas agudas podem atingir o homem individualmente, atravs de etiologias a que estava predisposto. Na realidade, as doenas agudas so geralmente apenas uma exploso passageira de Psora latente, que volta espontaneamente a seu estado latente se as molstias no foram de carter demasiado violento e foram logo dissipadas. Podem em certos casos atacar esporadicamente varias pessoas ao mesmo tempo (epidemicamente), quando essas so susceptveis. Surge febre, em cada caso de natureza peculiar, e por terem a mesma origem, possuem um quadro clinico idntico, que se no forem tratados evoluem em pouco tempo para a morte ou para o restabelecimento. Podem ser os miasmas agudos peculiares que retornam da mesma maneira e atacam as pessoas apenas uma vez na vida ou os que reaparecem frequentemente de modo muito e que foi tratada com Acnito; com sintomas semelhantes ocorreu a febre escarlate, de natureza epidmica e que foi tratada com Beladona. Depois surgiu uma febre eruptiva semelhante. Em 1801 ocorreu uma espcie de prpura miliaris, de natureza espordica onde nenhum dos dois remdios foi adequado. 74. Entre as doenas crnicas naturais, tambm encontramos as artificialmente produzidas pelo uso de remdios alopticos, sangrias, cautrios, etc..., que enfraquecem a fora vital, ou a levam a produzir alteraes internas ou externas, como compensaes para evitar a morte. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 24 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 75. O tratamento aloptico o que mais provoca doenas crnicas, e quando estas j se encontram em estado adiantado, praticamente impossvel descobrir remdios para a sua cura. 76. Somente para as doenas naturais, a homeopatia pode ter benefcios; quando o organismo foi muito agredido por tratamentos alopticos prolongados, a prpria fora vital deve remediar tais danos, devendo ser ajudada na erradicao dos miasmas presentes. 77. No podem ser chamadas verdadeiramente de doenas crnicas aquelas provocadas pelas pessoas que se expem continuadamente a influncias nocivas evitveis, que se habituam a abusar de lquidos, de alimentos nocivos, as que se entregam as dissipaes de muitos tipos, as que se privam por muito tempo de coisas necessrias para o sustento da vida, ou que residem em locais insalubres, principalmente em lugares pantanosos, as que habitam em stos, pores ou outras moradias fechadas, as que se privam de exerccio ou de ar puro, as que foram o corpo ou a mente, que vivem em constante preocupao etc. Esses estados de falta de sade desaparecem espontaneamente com um mtodo de vida mais sadio, desde que no haja latente no corpo, nenhum miasma crnico. 78. As verdadeiras doenas crnicas naturais so as que tm origem em um miasma crnico. Quando evoluem naturalmente ou no so combatidas pelos remdios e fsicos. Durante os primeiros anos de vida as doenas crnicas podem passar especficos para elas, vo sempre agravar, no importando os melhores regimes mentais despercebidas, mas com o passar dos anos e aps acontecimentos adversos elas retornam e evoluem rapidamente. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 25 excrescncias em forma de couve-flor), a psora tambm se revela, aps o trmino da excrescncias em forma de couve-flor), a psora tambm se revela, aps o trmino da nome da doena no deve influenciar no tratamento, que deve ser institudo de acordo clnico, para se fazer entender em poucas palavras, devemos caracteriz-lo de forma coletiva, explicando que UM TIPO (espcie, forma) de sarampo, amigdalite, etc. O http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 79. Inicialmente apenas a sfilis foi conhecida como doena miasmtica crnica, e a sicose (ou mal condilomatoso), no foi reconhecida, pois se pensava que tratando as excrescncias da pele, o doente ficaria curado. 80. (O miasma crnico da psora incalculavelmente maior e mais importante que os da sfilis e da sicose; enquanto a sfilis mostra-se pelo cancro venreo e a sicose pelas infeco interna de todo o organismo, por uma erupo cutnea, que consiste, s vezes, de pequenas vesculas acompanhadas de prurido forte e voluptuoso, com odor caracterstico. A Psora a nica causa fundamental de todas as demais molstias que recebem os mais variados nomes. Hahnemann passou 12 anos pesquisando a psora, a qual denominou de monstro de mil cabeas, pelas suas mais diversas formas de apresentao. Publicou suas observaes no livro As Doenas Crnicas (5 vols. Dresden, Arnold. 1828,1830 (2a edio, Dusseldort, Schaub)). Antes disso tratava as antipsricos, com resultados mais completos. doenas crnicas como males isolados e depois utilizou mais especificamente os 81. A passagem do agente infeccioso por geraes sucessivas, tendo encontrado nessas geraes, circunstancias as mais variadas possveis, permitiu compreendermos como as doenas crnicas manifestam-se diferentemente (sintomas secundrios da psora) e foram chamadas por nomes diversos. Quando for necessrio referir-se a um quadro com a totalidade dos sintomas de cada indivduo. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 26 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 82. No tratamento das doenas crnicas, devemos considerar que os sintomas vm evoluindo por muito tempo, o que torna mais difcil a sua identificao, diferentemente das doenas agudas, cujos sintomas caractersticos tornam-se rapidamente evidentes, necessitando de menos perguntas na consulta. 83. Para individualizar uma doena crnica, o mdico deve investigar o necessrio em cada caso, ter ausncia de preconceitos, sentidos perfeitos, ateno na observao e fidelidade no traar o quadro da doena. 84. O mdico, no incio do exame, avisa que devem falar devagar, de modo que possa escrever as partes importantes da histria clnica, escrevendo com preciso nas prprias expresses empregadas por eles. Mantm-se calado e evita interromp-los, a no ser que lembraro exatamente o que teriam dito a princpio, sem a interrupo. divaguem, pois cada interrupo corta a ordem de idias dos narradores, que no O paciente ento descreve a evoluo de seus sofrimentos ou os que o acompanham relatam as suas queixas ou o que nele observaram; o mdico deve utiliza todos os seus sentidos para perceber o que h de alterado no paciente. 85. O mdico abre uma nova linha a cada circunstncia encontrada; os sintomas so anotados separadamente, uns debaixo dos outros, podendo acrescentar outras coisas a eles, que tenha sido primeiro relatado de modo vago e depois expostos de modo mais claro. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 27 suspensos durante muitos dias, surgir forma original da doena, e so especialmente http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 86. Quando os narradores terminam o que tinham a dizer, o mdico retorna a cada sintoma e obtm informaes mais precisas sobre ele, lendo os sintomas na ordem em que lhe foram relatados e procurando obter mais detalhes. 87. No se devem fazer perguntas ao paciente sugerindo a resposta, de modo que s se obtenham respostas sim ou no, pois o paciente ser sugestionado, resultando num quadro falso da molstia, e, portanto, tratamento inadequado. 88. Quando o paciente no comentou sobre as diversas funes do corpo ou de seu estado mental, o paciente dever ser estimulado para que possa falar mais sobre elas, empregando expresses gerais. 89. Se o mdico acha que ainda no obteve todas as informaes necessrias, dever fazer perguntas mais precisas sobre as alteraes encontradas, de forma a caracterizlas. 90. Ao final o mdico deve ento escrever o que ele prprio observou no paciente e verificar o quanto disto era peculiar ao paciente em seu estado normal. Quando o paciente estiver utilizando vrios medicamentos, estes no permitiro traar um quadro puro de doena, pelos sintomas da droga adicionados, mas aps terem sido esses sintomas originais os que o mdico deve anotar. Quando a doena for de carter crnico, e o paciente estiver tomando medicamentos at a consulta, o mdico pode deix-lo alguns dias sem medicao, ou no intervalo administrar-lhe algo de natureza no-medicinal e adiar o exame mais completo dos sintomas mrbidos. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 28 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 91. Os sintomas do paciente durante uma srie de medicamentos no permitem um quadro puro de doena; os sintomas sofridos antes do uso dos medicamentos, ou aps terem sido suspensos durante muitos dias, do idia verdadeira da forma original da doena, e so especialmente esses os que o mdico deve notar. Quando a doena for de carter crnico, e o paciente estiver tomando medicamentos at a poca em que for visitado, o mdico pode muito bem deix-lo alguns dias sem medicao, ou no intervalo administrar-lhe algo de natureza no-medicinal e adiar para mais tarde o exame mais completo dos sintomas mrbidos, a fim de poder apreender em sua pureza os sintomas permanentes contaminados da afeco antiga e formar um quadro fiel da doena. 92. Nas doenas agudas, cuja gravidade no permite a demora de atendimento, observaremos a condio atual, embora alterada por medicamentos, e se no pudermos discernir quais os sintomas que estiveram presentes antes do seu emprego, tomamos o conjunto atual e obtendo-se um quadro clnico completo, utilizaremos o remdio mais adequado. 93. Quando uma causa for evidente, o paciente ou acompanhantes podem dar essa informao, porm quando a mesma tem carter desagradvel, e eles no falam espontaneamente, o mdico pode deduzir guiando as suas perguntas ou tomar informaes particularmente. 94. Nas doenas crnicas, devem ser pesquisadas as situaes peculiares do paciente como ocupao, vida familiar, dieta, etc... a fim de identificar e remover, anormalidades que possam provocar ou manter a cronicidade da doena. Nas doenas da mulher muito importante avaliar condies como gravidez, esterilidade, desejo sexual, partos, abortos, lactao, o estado de sua menstruao e as leucorrias. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 29 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 95. Nas doenas crnicas a investigao dos sintomas deve ser feita com o mximo critrio; os menores detalhes devem ser observados, pois so os mais caractersticos e os que menos se assemelham ao de molstias agudas; no entanto os pacientes ficaram to habituados ao seu longo sofrimento, que prestam pouca ou nenhuma ateno aos sintomas de menor importncia, no acreditando que essas variaes de seu estado de sade possam ter alguma relao com a sua enfermidade principal. 96. Os hipocondracos e outros indivduos de grande sensibilidade, descrevem os seus sofrimentos com expresses exageradas (sintomas a serem considerados na totalidade) para induzir o mdico a lhes receitar remdios, porem no esto inventando como ocorre com os dementes ou os que mentem voluntariamente. 97. Alguns pacientes deixam de informar certos sintomas, achando que no so importantes, ou os descrevem em termos vagos. 98. Devemos escutar principalmente a descrio dos sintomas feita pelo paciente, pois as descries feitas pelos acompanhantes geralmente no expressam exatamente o que o paciente sente. Em todas as doenas, e especialmente nas crnicas, devemos investigar o caso completa e precisamente, o que requer cuidado, conhecimento da natureza humana e muita pacincia. 99. Na investigao das doenas agudas o mdico tem menos para investigar, pois as alteraes da sade ainda esto frescas na memria do paciente e ele as relata mais facilmente. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 30 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 100. Na investigao das doenas epidmicas ou espordicas, no to importante saber se j existiram doenas com o mesmo nome. O mdico deve analisar o quadro puro da doena atual, como se fosse algo novo e investig-la completamente, sem jamais conjecturar. Deve examinar todas as suas fases, pois cada doena , em muitos aspectos, exclusiva, diferente das epidemias anteriores, com exceo das epidemias contagiantes. 101. No primeiro caso de uma epidemia, pode-se no ter um quadro completo da doena. O exame cuidadoso dos casos seguintes poder fornecer as informaes necessrias para a escolha do remdio adequado. 102. O acompanhamento de diversos casos fornecer os sintomas globais da epidemia; os sintomas gerais ficam mais definidos e os sintomas peculiares destacam-se, caracterizando o quadro completo da doena. A totalidade sintomtica somente ser obtida com o exame dos pacientes de constituies diferentes. 103. Os casos crnicos devem ser investigados quanto totalidade dos sintomas, de forma mais detalhada do que nos casos agudos. Os sintomas da doena crnica miasmtica, especialmente a Psora, sero obtidos aps o exame de diversos casos semelhantes, a fim de se achar o remdio antipsrico adequado. 104. Quando conseguimos a totalidade sintomtica de qualquer doena, teremos completado a parte mais difcil do trabalho mdico e um guia a seguir durante o tratamento, para saber qual o efeito do medicamento e as mudanas ocorridas no estado do paciente. Em um novo exame do paciente ele s precisar riscar da relao os Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 31 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 sintomas que apresentaram melhora, marcar os que permanecem e acrescentar os novos que possam haver surgido. 105. A segunda parte do trabalho do mdico o de conhecer o poder patogentico das drogas, para escolher aquela droga que possua o conjunto de sintomas artificiais semelhantes totalidade dos sintomas das doenas naturais. 106. Devemos conhecer todos os efeitos patogenticos de cada um dos diversos medicamentos (todos os sintomas e alteraes mrbidas provocados no indivduo sadio, durante a experimentao). 107. Ao administrarmos medicamentos nas pessoas doentes, mesmo que um de cada vez, pouco ou nada se observar dos sintomas puros das drogas, pois as alteraes a serem esperadas no estado de sade misturam-se com os sintomas do doente. 108. H apenas um meio de determinar com preciso os efeitos peculiares dos medicamentos na sade dos indivduos. O modo mais natural de atingir este objetivo experimentalmente administrar nas pessoas sadias cada medicamento, em doses moderadas, para determinar as mudanas, sintomas e sinais de sua influncia na sade fsica e mental. pensou nesse modo to natural, to absolutamente necessrio e o nico meio genuno de experimentar medicamentos para determinar seus efeitos puros e peculiares, (*) Nenhum mdico, que eu saiba, durante os ltimos dois mil e quinhentos anos, perturbando a sade do homem, a fim de aprender o estado mrbido, que cada medicamento capaz de curar, exceto o grande e imortal Albrecht Von haller. S ele, Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 32 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 alm de mim, viu a necessidade disso (vide o Prefcio da Pharmacopeia Helvet., Basil, ulla miscela; odoroque et sapore ejus exploratis, exigua illius dosis ingerenda et 1771, fol., p. 12): Nempe primum incorpore sano medela tentanda est, sine peregrina adomnes; quae inde contingunt, affectiones, quis pulsus, quo calor, quae respiratio, quaenam excretiones, attendendum. Inde ad ductum phaenomenorum, in sano obviorum, transeas ad experimenta in corpore aegroto", etc. Mais ningum, nem um s mdico, atentou para essa valiosa sugesto, ou seguiu-a. 109. Fui o primeiro a descobrir este caminho, que tenho seguido com uma perseverana que s pode ser devida, e mantida, por uma perfeita convico da grande verdade, cheia de tantas bnos para a humanidade, a de que somente pelo emprego homeoptico dos medicamentos (*) que a cura segura dos males humanos se torna (*) possvel que possa haver outro mtodo melhor, verdadeiro, de curar doenas possvel (**). dinmicas (isto , todas as doenas no estritamente cirrgicas) alm da homeopatia. Os que imaginam haver outros modos de curar, alm desse, no puderam apreciar os fundamentos da homeopatia, nem pratic-la com cuidado suficiente, nem puderam ler ou ver casos de curar homeopticas corretamente realizadas; nem, por outro lado, puderam discernir a falta de base de todos os meios de tratamento aloptico, ou seus maus efeitos, se, com tal indiferena, considerarem a verdadeira arte de curar como iguais aos meios danosos de tratamento, ou alegarem que os ltimos so auxiliares da homeopatia, que no podem dispensar, os meus verdadeiros seguidores, conscienciosos, homeopatas puros, vitorioso, quase infalvel, poderiam esclarecer essas pessoas. (**) O primeiro fruto desse trabalho, to perfeito quanto ento podia ser, registrei-os no Fragmenta do viribus medicamentorum positivis, sive in sano corpore humano observatis, vol. I e II, Leipzig, 1805. Os frutos mais maduros, na Matria Mdica Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 33 os com seu tratamento e http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 Pura, vol., I e II, 3" edio, 1883; vol. III e IV, 2" edio, 1825; vol, 2'' edio 1826 e vol. VI 2", edio 1827; e na 2", 3" e 4'' parte das Doenas Crnicas, 1828, 1830, Dresde; 2'' edio, com uma quinta parte, Dsseldorf, 1835-1839. 110. As leses observadas por autores anteriores, resultantes de substncias medicinais ingeridas por pessoas sadias em grandes doses, por engano, ou a fim de produzir a morte, nelas ou em outras pessoas, ou sob quaisquer outras circunstncias, aproximavam-se muito de minhas observaes ao experimentar as mesmas substncias em mim prprio ou em indivduos sos. Nenhum desses observadores jamais sonhou que os sintomas que registraram apenas como provas de carter nocivo e txico dessas substncias fossem revelaes seguras do poder dessas drogas, de extinguir pela cura, sintomas semelhantes que ocorrem em molstias naturais, que estes seus fenmenos patolgicos fossem indcios certos de sua ao curativa homeoptica, e que o nico meio possvel de determinar seus poderes medicinais observar as mudanas do estado de puros, peculiares dos medicamentos disponveis para a cura da doena no devem ser apreendidos por especulaes engenhosas apriorsticas, nem pelo cheiro, gosto ou sade que os medicamentos so capazes de produzir no organismo so; pois os poderes aparncia das drogas, nem por sua anlise qumica, nem ainda pelo emprego de diversos deles de uma vez em uma mistura (receita), nas doenas. 111. As observaes feitas sobre os efeitos puros dos medicamentos esto de acordo com leis fixas e eternas da natureza, proporcionando resultados dignos de confiana. 112. As doses excessivas dos medicamentos alopticos produzem no organismo reaes opostas das que surgiram inicialmente, no no incio de sua ao, mas bem depois. Estes sintomas, o oposto exato da ao primria (63), so a reao da fora vital do Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 34 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 organismo, sua ao secundria (62-67). Raramente foram feitas experincias com foram feitas nenhuma experincia anterior. No processo curativo homeoptico o doses moderadas em organismos sos; em relao s doses pequenas, absolutamente no organismo vivo reage to-somente o necessrio para restabelecer a sade (67). 113. As nicas excees so os medicamentos narcticos, pois eles, em sua ao primria, removem, s vezes, a sensibilidade e sensaes, s vezes a irritabilidade. Ocorre freqentemente que em sua ao secundria, mesmo com doses moderadas experimentais, obtm-se uma sensibilidade maior (e uma maior irritabilidade). 114. Com exceo dessas substncias narcticas, nas experincias feitas com doses moderadas de medicamentos em organismos sos, observamos somente sua ao primria (os sintomas com os quais o medicamento perturba a sade do ser humano e desenvolve nele um estado mrbido de durao maior ou menor). 115. Em certos medicamentos, surgem sintomas que parcialmente, ou sob certas condies, so diretamente opostos aos outros sintomas que apareceram anterior ou posteriormente, no entanto, no devem ser considerados como ao secundria verdadeira, pois somente representam o estado alternante dos diversos paroxismos da ao primria; so chamadas aes alternantes. 116. Em muitos indivduos os remdios produzem sintomas com maior freqncia, em outros menos, e em apenas poucas pessoas, somente pouqussimos sintomas so produzidos. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 35 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 117. Os poucos indivduo que manifestam pouqussimos sintomas nas (pessoas que apesar de sadios sob certos aspectos, possuem tendncia a alterar a sua experimentaes patogenticas, reagem dessa forma devido s chamadas idiossincraisas sade por fatores que parecem no atingir outros indivduos): Algumas pessoas tendem a desmaiar com o cheiro de rosas e cair em outros estados mrbidos, s vezes perigosos, ao provarem mexilhes, caranguejos ou barbo; ao tocarem as folhas de algumas espcies de sumagre etc. A incapacidade de produzir uma impresso em todos apenas aparente. So necessrias duas coisas para produzirem alteraes mrbidas na sade do homem: a substncia e a fora (ou princpio vital). Nas idiossincrasias, a substncia tem a capacidade de impressionar a todos os organismos humanos, embora somente um pequeno nmero deles venha a manifestar as alteraes mrbidas. 118. Cada medicamento apresenta aes especficas no organismo humano, que no so produzidas exatamente da mesma maneira por qualquer outro medicamento diferente. Este fato foi tambm percebido pelo estimvel A. V. Haller, que diz (Prefcio da sua Hist. stirp. helv.) "Latet immensa virium diversitas in iis ipsis plantis, quarum facies externas dudum novimus, animas quasi et quodcunque caelestius habent, nondum perspeximus". 119. Assim como as plantas, animais e minerais tm a suas caractersticas prprias(*) que as fazem diferentes entre s, tambm cada um desses reinos diferem em seus efeitos patogenticos e teraputicos(*). possam ser usados, um no lugar de outro. (*) Quando conhecemos os efeitos de uma substancia isoladamente na sade humana, percebemos que no pode haver, do ponto de vista mdico, outros medicamentos que Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 36 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 (**) Nenhum mdico em s consciencia, pode usar no tratamento de doenas, qualquer substncia medicinal, a no ser aquela que experimentou e observou a sua ao positiva sobre a sade de indivduos sos. O verdadeiro mdico no pode deixar de descurado pelos mdicos, em todos os tempos. At agora, os mdicos tm receitado s cegas medicamento cujo valor desconhecido, e que jamais foram experimentados em relao sua ao dinmica pura, muito variada e altamente importante, na sade do homem; e, alm disso, misturaram diversos desses medicamentos desconhecidos que diferiam tanto entre si, em uma nica frmula, deixando que o acaso determinasse que efeito seria produzido no paciente. 120. Os medicamentos devem ser cuidadosamente distinguidos uns dos outros, ou seja, testados por meio de experincias puras e cuidadosas no organismo so, para que seus poderes e efeitos reais sejam determinados, a fim de se obter um conhecimento exato deles. 121. As substncias fortes, hericas, podem, mesmo em pequenas doses, produzir alteraes na sade at em pessoas robustas. As de menor poder devem ser dados em quantidades consideravelmente maiores. Para observar a ao dos remdios mais fracos, as pessoas em que se fazem as experincias devem ser livres de doenas, e, alm disso, delicadas, irritveis e sensveis. 122. Nesses experimentos, no se devem empregar outros medicamentos a no ser os que se conhecem perfeitamente, e os de cuja pureza, legitimidade e energia estamos inteiramente certos. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 37 fazer tal experincia, para que possa obter esse conhecimento essencial dos medicamentos que so indispensveis para a cura, conhecimento esse at agora quanto possvel (**). com o maior cuidado, possuem algumas qualidades medicinais perturbadoras) devem ser evitadas. As bebidas devem ser as mais usualmente tomadas, as menos estimulantes quanto possvel (**). com o maior cuidado, possuem algumas qualidades medicinais perturbadoras) devem ser evitadas. As bebidas devem ser as mais usualmente tomadas, as menos estimulantes http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 123. Cada um desses medicamentos deve ser tomado em estado perfeitamente simples, e isento de artifcios; as plantas naturais devem ser na forma de sumo recentemente extrado, misturado com um pouco de lcool para evitar que se estraguem; no caso das substncias vegetais exticas, em p, ou em tintura, so preparadas com lcool quando frescas, e depois misturadas com um pouco de gua; os sais e gomas, devem ser dissolvidos em gua antes de serem tomados. Se a planta s puder ser obtida seca, e seus poderes forem naturalmente fracos, deve-se usar uma infuso dela, cortando a erva em pequenos pedaos e derramando neles gua fervente, de modo que se extraiam suas partes medicinais; imediatamente aps o seu preparo ela deve ser ingerida enquanto estiver ainda quente, visto que todos os sucos vegetais e todas as infuses aquosas de ervas, sem o acrscimo de lcool, fermentam muito rapidamente e decompem-se, perdendo, desse modo, todas as suas propriedades medicinais. 124. Para estes experimentos cada substncia medicinal deve ser empregada isolada e ingerir nada mais de natureza medicinal no mesmo dia, nem nos dias subseqentes, perfeitamente pura, sem misturar-se com qualquer outra substncia estranha, e sem se nem durante todo o tempo em que quisermos observar os efeitos do medicamento. 125. Durante todo o tempo do experimento, a dieta deve ser controlada rigorosamente, puramente nutritiva e simples, destituda de coisas picantes, vegetais verdes (*), razes e todas as saladas e sopas de ervas (que, mesmo quando preparadas Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 38 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 (*) Ervilhas verdes, feijes verdes franceses, batatas cozidas, e, em todos os casos, cenouras, so permitidos, sendo os menos medicinais dos vegetais. (**) A pessoa que est sendo submetida ao experimento no deve estar habituada a tomar vinho, aguardente, caf ou ch puro, ou deve ter se abstido do uso dessas bebidas nocivas durante um perodo considervel antes da experincia, algumas das quais so estimulantes, ao passo que outras so medicinais. 126. A pessoa que est provando o medicamento deve ser digna de toda a confiana e conscienciosa; durante todo o tempo da experincia deve evitar trabalho fsico ou mental excessivo, qualquer forma de dissipao ou paixes perturbadoras; no dever ter afazeres urgentes para distrair-lhe a ateno; deve devotar-se a auto-observao cuidadosa e no se perturbar enquanto estiver assim ocupada; seu organismo deve estar, no que para si, um bom estado de sade; e deve possuir um mnimo de inteligncia para exprimir e descrever suas sensaes em termos precisos. 127. Os medicamentos devem ser experimentados tanto em pessoas do sexo masculino como nas de sexo feminino, a fim de revelarem as alteraes que produzem na esfera sexual. 128. As observaes mais recentes tm demonstrado que as substncias medicinais, poderes que esto ocultos; o mesmo no ocorre quando so grandemente diludas, solues essas que so potencializadas mediante triturao e agitao adequadas; por meio dessas simples manipulaes, os poderes que, em seu estado bruto, estavam quando tomadas em estado bruto pelo experimentador, no apresentam todos os seus ocultos, sero trazidos atividade em grau muito elevado. Assim consideramos que melhor investigar os poderes mesmo das substncias julgadas fracas, e o plano que Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 39 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 adotamos consiste em dar-se ao experimentador, em jejum, de quatro a seis glbulos por dissolvidas em uma quantidade maior ou menor de gua, e misturadas, prosseguindo-se dia, da trigsima potncia de tal substncia, umedecidas com um pouco de gua ou 129. Se os efeitos resultantes de tal dose forem apenas fracos, devem-se tomar mais uns glbulos todos os dias, at que se tornem mais claros e fortes as alteraes de sade mais visveis, pois nem todas as pessoas so afetadas no mesmo grau por um mesmo medicamento; ao contrrio, h uma grande diversidade nisso, de maneira que, s vezes, um indivduo aparentemente dbil pode ser pouco ou nada afetado por doses moderadas de um medicamento que se sabe ser de grande poder, ao passo que fortemente afetado por outros muito mais fracos. E, por outro lado, h pessoas muito robustas que experimentam sintomas mrbidos de grande intensidade em conseqncia de um medicamento aparentemente fraco, e apenas sintomas ligeiros em resultado de medicamentos mais fortes. Assim, como isto no se pode saber com antecedncia, aconselhvel iniciar sempre com uma dose muito pequena da droga, e, quando convier, aumentar a dose de dia para dia. 130. Se no incio a primeira dose administrada tiver sido suficientemente forte, ganha-se a vantagem de que o experimentador aprenda a ordem de sucesso dos sintomas e possa anotar com preciso o perodo em que cada um ocorreu, o que de grande valia para se ter um conhecimento do gnio do medicamento, pois ento a ordem desde que o experimentador seja adotado de sensibilidade bastante delicada, e preste a das aes primrias, bem como a das aes alternantes, observada de forma mais precisa. Mesmo uma dose moderada, muitas vezes, suficiente para o experimento, devida ateno as suas sensaes. A durao da ao de uma droga s pode ser determinada comparando-se diversos experimentos. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 40 durante vrios dias. dos fenmenos ou ao da droga, ento o melhor administrar a substancia durante dos fenmenos ou ao da droga, ento o melhor administrar a substancia durante mais peculiar e caracterstico em cada sintoma. mediante outra ao do organismo, bem como observar a que hora do dia ou da noite ocorre geralmente, de forma mais aguda, pelo que se tornar mais patente o que for http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 131. Quando for necessrio dar o medicamento por vrios dias seguidos em doses crescentes, para experincia, aprenderemos com isso os diversos estados mrbidos que este medicamento capaz de produzir de modo geral, mas no descobrimos sua ordem de sucesso; a dose subseqente, muitas vezes, elimina um ou outro dos sintomas causados pela dose anterior ou desenvolve um estado oposto; tais sintomas devem ser registrados entre parnteses, para ressaltar sua ambigidade, at que experincias subseqentes, mais puras, mostrem se no h uma reao no organismo ou uma ao secundria, ou mesmo uma ao alternante desse medicamento. 132. Quando o objetivo for apenas determinar os sintomas propriamente ditos, especialmente os de uma substncia medicinal fraca, sem relao ordem de seqncia diversos dias seguidos, aumentando-se a dose dia a dia. Desse modo a ao de um medicamento desconhecido, mesmo que seja de natureza muito fraca, ser revelada, principalmente se experimentada em pessoas sensveis. 133. Ao experimentar qualquer sensao particular em virtude do medicamento, necessrio assumir diversas posies enquanto ela perdurar, e observar se, movendo a parte afetada, caminhando pelo quarto ou ao ar livre, levantando-se, ou deitando-se, o sintoma aumenta, diminui ou desaparece, e se retorna ao tomar outra vez a posio em que primeiro se observou; se alterado ao comer, beber, falar, tossir, espirrar, ou Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 41 nem no mesmo experimento, sendo que alguns ocorrem em uma pessoa, ao mesmo tempo, e em outras, num segundo ou terceiro experimento; em outra pessoa aparecem nem no mesmo experimento, sendo que alguns ocorrem em uma pessoa, ao mesmo tempo, e em outras, num segundo ou terceiro experimento; em outra pessoa aparecem http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 134. Todas as influncias externas, e principalmente os medicamentos, possuem a propriedade de produzir na sade uma espcie de alterao peculiar; porm, nem todos os sintomas peculiares a um medicamento aparecem em uma s pessoa, nem de uma vez, alguns outros sintomas, mas de tal maneira que provavelmente alguns dos fenmenos so observados na quarta, oitava ou dcima pessoa, os quais j haviam aparecido na segunda, sexta ou nona, e assim por diante; alm disso, podem no repetir-se na mesma hora. 135. A totalidade dos sintomas que um medicamento capaz de produzir s pode ser completada mediante numerosas observaes em pessoas adequadas de ambos os sexos e diferentes constituies. S podemos ter certeza de que um medicamento foi inteiramente experimentado em relao a seus poderes puros de alterar a sade do ao, e quase sempre verificarem os mesmos sintomas j observados pelos outros. homem, quando os experimentadores posteriores pouco podem notar de novo em sua 136. Um medicamento quando experimentado em pessoas sadias, pode no manifestar em uma pessoa todas as alteraes da sade que capaz de causar. Estas manifestaes iro ocorrer quando for administrado a diversos indivduos, devido a suas diferentes constituies fsicas e mentais; existe no medicamento a tendncia de excitar esses sintomas em todos os seres humanos, de acordo com lei eterna e imutvel da natureza: todos os efeitos so desenvolvidos, em todos os indivduos, se for administrado quando estiverem com um estado mrbido que apresente sintomas semelhantes, mesmo em dose muito pequena, quando homeopaticamente escolhido, produzindo no paciente um estado artificial muito semelhante doena natural, que rpida e permanentemente (homeopaticamente) o cura de sua doena original. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 42 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 137. Quanto mais moderadas forem as doses de medicamento empregadas nas experimentaes, dentro de certos limites, e se procuramos facilitar a observao pela escolha de uma pessoa amante da verdade, moderada, de sentimentos delicados e que possa dispensar o mximo de ateno s sensaes que experimenta, mais distintamente se desenvolvem os efeitos primrios, e somente os que valem a pena serem conhecidos e ocorrem sem qualquer mistura de efeitos secundrios. Quando doses excessivas so empregadas, surgem, ao mesmo tempo, diversos efeitos secundrios e tambm os efeitos primrios vm em tal confuso, e com tal impetuosidade, que nada pode ser observado com preciso; considere tambm o perigo que os acompanha. 138. Todas as alteraes na sade do experimentador, durante a ao de um medicamento (desde que satisfeitas as condies acima (124-127), derivam somente do medicamento, e devem ser anotadas como pertencendo a ele, muito embora com grande antecedncia o experimentador tenha observado a ocorrncia de fenmenos semelhantes em si prprio. Seu reaparecimento durante a experincia com o medicamento demonstra que esse indivduo especialmente predisposto a ter os sintomas nele despertados. Os sintomas no surgem espontaneamente enquanto o medicamento que tomou est exercendo influncia na sade de todo o organismo, sendo, porm, produzidos pelo medicamento. 139. Quando o mdico no realiza em si prprio a experimentao, mas o faz em outra surgiu, e, se perdurar por um tempo considervel, o perodo de sua durao. O mdico pessoa, esta deve anotar com preciso as alteraes na sua sade no momento de sua ocorrncia, mencionando, aps a ingesto da droga, o tempo em que cada sintoma rev o relatrio na presena do experimentador aps o trmino do experimentado ou, se o experimento durar muitos dias, ele o faz todos os dias, enquanto estiver tudo fresco Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 43 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 em sua memria, a fim de inquiri-lo a respeito da natureza exata de cada uma das alteraes que o experimentador sugerir (*). circunstncias, e de anotar os detalhes mais precisos assim obtidos, ou de efetuar as (*) Aquele que revela ao mundo mdico os resultados de tais experimentos torna-se assim responsvel pela integridade do experimentador e pelas suas declaraes, o que justo, pois o bem-estar da humanidade sofredora acha-se aqui em jogo. 140. Quando a pessoa no pode escrever, ela deve informar diariamente ao mdico todas as alteraes na sua sade e essa informao anotada como autntica. A narrao da pessoa deve ser voluntria, no dever admitir-se nada conjectural nem obterem-se respostas sugeridas por perguntas, tudo devendo ser estabelecido com o cuidado que aconselhei acima (84-99). 141. Os melhores experimentos so os que o mdico realiza em s mesmo, quando ele saudvel, sensvel, cuidadoso e sem preconceitos, pois ele saber com a maior segurana as coisas que experimentou em si mesmo (*). (*) Os experimentos feitos pelo mdico em si tm para ele outras vantagens: as alteraes no seu estado de sade tornam-se para ele um fato indiscutvel; melhora a compreenso de suas prprias sensaes, seu modo de pensar, e sua disposio (o fundamento da verdadeira sabedoria), treinando para ser um bom observador, pois as observaes que fazemos em terceiros no so to interessantes quanto as que fazemos em ns prprios (aqueles que observam terceiros devem sempre temer que o com as expresses apropriadas), fica sempre em dvida se foi ou no enganado, pelo experimentador no sentiu exatamente o que disse, ou que no descreveu suas sensaes menos at certo ponto. Esses obstculos ao conhecimento da verdade, que no podem ser jamais inteiramente vencidos, cessam inteiramente quando fazemos os experimentos Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 44 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 em ns mesmos. Aquele que realiza esses experimentos em si sabe com certeza o que outros remdios. O mdico torna-se mais prtico na arte de observar. No imagine que sentiu, e cada experimento um novo incentivo para que investigue os poderes de essas ligeiras indisposies causadas pela patogenesia, podem ser prejudiciais sade. A experincia tem demonstrado o contrrio, que o organismo do experimentador tornase, em virtude desses freqentes ataques sua sade, ainda mais apto a repelir todas as influncias externas danosas sua constituio fsica e ele se tornar mais saudvel, como a experincia o tem demonstrado. 142. Distinguir os sintomas (*) do medicamento dos da doena primitiva, especialmente das doenas crnicas, que permanecem com freqncias inalteradas, assunto que pertence a mais elevada arte do julgamento, e deve ser deixado exclusivamente para os mestres da observao. (*) Sintomas esses que, durante todo o curso da molstia, tenham sido observados somente muito antes, ou nunca antes, conseqentemente doenas novas, pertencentes ao medicamento. 143. Quando tivermos feito as patogenesias de diversos medicamentos, formaremos uma Matria Mdica confivel (*), um livro da natureza onde se encontra o registro da ao de medicamentos. (*) Se confiamos a patogenesia para pessoas desconhecidas e que so pagas por esse trabalho, os resultados no sero sempre confiveis, podendo comprometer o trabalho anterior feito pelos mdicos homeopatas. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 45 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 144. Deveremos excluir da matria mdica obtida dessa forma tudo quando for conjectura; tudo deve ser a linguagem pura da natureza, cuidadosa e honestamente interrogada. 145. Conhecendo um maior numero de patogenesias com preciso, poderemos descobrir um remdio homeoptico, para cada um dos estados mrbidos infinitamente numerosos existentes na natureza (*). Restam apenas algumas doenas, para as quais no se pode encontrar, entre os at agora experimentados (**), um remdio homeoptico razoavelmente adequado. (*) Primeiramente (h cerca de quarenta anos), eu era o nico que havia tornado a experimentao dos poderes puros dos medicamentos a mais importante de minhas ocupaes. Desde ento, tenho sido auxiliado nisso por alguns jovens observadores, que realizaram experimentos em si prprios, e em cujas observaes fiz revises de carter crtico; aps isto, alguns outros realizaram certos trabalhos dessa espcie. Mas o que no poderemos realizar, quando muitssimos observadores precisos e dignos de verdadeira matria mdica, mediante cuidadosas experincias em si mesmos? -A arte de confiana tiverem prestado os seus servios, assim enriquecendo esta, a nica e curar aproximar-se-, ento em certeza, das cincias matemticas. (**) Vide a segunda nota dos 109. 146. O verdadeiro mdico empregar medicamentos que foram experimentados em indivduos sos. 147. Nas patogenesias encontraremos a maior semelhana totalidade dos sintomas de uma determinada doena natural, e esse remdio ser o mais adequado, o mais homeopaticamente certo para a doena. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 46 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 148. A doena natural nunca deve ser considerada como matria nociva situada em algum ponto interno ou externo do homem (11-13), mas sim como algo produzido por um agente nocivo imaterial que, como uma espcie de infeco (nota do 11), produz perturbaes no princpio vital, traduzidas pelos sintomas da doena; quando o agente nocivo for removido pelo remdio homeoptico, o qual excede em energia a doena natural semelhante (33, 279), mesmo nas doses mnimas, ento perde-se a influncia do agente nocivo original sobre o princpio vital e a sade voltar. Se a doena natural for aguda ento a recuperao ser em poucas horas. Quando for uma doena crnica, ela ceder um pouco mais tarde, com todos os sinais de desconforto, mediante o uso de diversas doses do mesmo medicamento, mais potencializado, ou aps a seleo cuidadosa (*) de um ou outro remdio homeoptico mais semelhante; o restabelecimento novamente libertado, capaz de continuar a vida do organismo, em pleno gozo da sade. ocorrer em transies imperceptveis, freqentemente rpidas e o princpio vital ser cada estado mrbido, um trabalho que apesar da existncia de livros que tentam facilita-lo, ainda requer o estudo das prprias fontes originais, alm de uma grande (*) A busca laboriosa da seleo do medicamento homeoptico mais conveniente para dose de critrio e fora da vontade. Aqueles que no so verdadeiros homeopatas e empregam remdios de forma e aparncia homeopticas, o fazem de qualquer maneira (quidquid in buccam venit), e quando o remdio inadequado no propicia alvio imediato, em vez de porem a culpa em sua ignorncia e relaxamento, atribuem-na homeopatia, acusando-a de grande imperfeio Eles compensam a ineficincia do medicamento, que mal chega a ser semi-homeoptico, mediante o emprego de meios por diante; se o paciente se restabelecer eles exaltam essas virtudes, alegando que no alopticos, que para eles so muito mais prticos, uma ou mais dzias de sanguessugas aplicadas nas partes afetadas e incuas sangrias, num mximo de oito onas, e assim tivesse sido isso o paciente no teria se restabelecido. Se o paciente morrer procuram consolar os amigos dizendo que "eles prprios so testemunhas de que todos os meios Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 47 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 concebveis haviam sido empregados para tentar a cura do falecido." Quem os chamaria adoecerem. de mdicos homeopatas? A sua recompensa ser ser tratado da mesma maneira quando 149. As doenas crnicas e principalmente as complicadas, necessitam para a sua cura, um tempo proporcionalmente maior. Quando a doena crnica associada com a discrasia medicinal crnica provocada pela no-arte aloptica, necessrio um tempo ainda maior para a sua cura, sendo muitas vezes mesmo incurvel, em conseqncia de roubo vergonhoso do vigor e lquidos vitais do paciente (sangrias, purgativos, etc.) ou pelo uso prolongado de grandes doses de medicamentos de ao violenta, administrados com base em teorias vazias e errneas de sua pseudo-utilidade, tambm na prescrio de banhos minerais inadequados etc. 150. Quando o paciente apresenta sintomas insignificantes e recentes, o mdico no deve considerar isto como uma doena plenamente desenvolvida que necessite assistncia mdica sria. Uma ligeira alterao na dieta e regime geralmente suficiente para terminar tal indisposio. 151. Quando o paciente apresentar alguns sintomas violentos, a investigao mostrar outros sintomas que, embora mais ligeiros, daro um quadro completo da enfermidade. 152. Tanto quanto pior for uma doena aguda, mais numerosos e intensos sero os sintoma e poderemos encontrar um medicamento adequado para ela, se houver um nmero suficiente de remdios conhecidos. Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 48 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 153. Na busca do remdio especfico homeoptico deve-se ter em mente exclusivamente os sinais e sintomas (*) da doena que forem mais fortes, singulares, incomuns e peculiares (caractersticos), pois principalmente e quase que s estes que utilizaremos na relao dos sintomas do medicamento a ser escolhido. Os sintomas mais gerais e indefinidos como perda de apetite, dor de cabea, debilidade, sono inquieto, sensao de desconforto, etc., no so os mais importantes, quando so de carter vago e indefinido, se no puderem ser descritos com mais detalhes, pois sintomas da natureza assim geralmente so observados em quase todas as doenas, e em quase todos os medicamentos. (*) O Dr. Voa Bonninghausen, pela publicao dos sintomas caractersticos de medicamentos homeopticos, em seu repertrio, prestou um grande servio agora editado pela terceira vez sob o ttulo: "Grand Manuel". homeopatia, bem como o Dr. G. H. G. jahr, em seu manual dos principais sintomas, 154. O medicamento homeoptico especfico para uma determinada doena aquele que, na patogenesia, apresentar em sua relao de sintomas caractersticos, o maior nmero e semelhana de sintomas dessa doena, e se no for de durao muito longa, ser geralmente removida e extinta com a primeira dose, sem qualquer perturbao considervel. 155. Somente os sintomas do medicamento que correspondem aos sintomas da doena, so chamados a agir, os primeiros ocupando o lugar dos segundos (mais fracos) nas sensaes do principio vital removendo-os em seguida; os outros sintomas do medicamento homeoptico, que amide so muito numerosos, no sendo de forma alguma aplicveis ao caso da doena em questo, no desempenham qualquer papel. O paciente, melhorando de hora em hora, no os sente, porque a dose pequenssima Organon da Arte de Curar em Escritos Menores -Francisco Eraststenes da Silva 49 http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/livro.aspx?l=29 Inserido em 15/12/2008 necessria para o uso homeoptico demasiadamente fraca para produzir os outros acham livres de doena, conseqentemente s os sintomas homeopticos podem agir nas sintomas do medicamento que no so homeopticos ao caso, nas partes do corpo que se partes do organismo que j se acham muito irritadas e excitadas, de modo que o princpio vital doente possa reagir somente a uma doena medicinal semelhante, embora mais forte, pelo que se extingue a doena original. 156. No h quase nenhum medicamento homeoptico por mais adequadamente escolhido que no produza, em pacientes muito irritveis e sensveis, pelo menos algum sintoma novo e ligeiro, enquanto perdurar o seu efeito, pois quase impossvel que o medicamento e a doena cubram sintomaticamente um ao outro. Em circunstncias normais esta diferena sem importncia ser facilmente eliminada pela atividade potencial (autocracia) do organismo, e no perceptvel por pacientes que no sejam excessivamente delicados; o restabelecimento prossegue, apesar disso, em direo ao fim almejado da cura perfeita, se no for disso impedido pela ao de influncias medicinais heterogneas sobre o paciente, por erros de regime, ou pela excitao das paixes. 157. O remdio homeopaticamente selecionado remove suavemente a doena aguda sem manifestar seus outros sintomas no homeopticos (sem produzir novos e srios distrbios); geralmente durante a primeira ou nas primeiras horas, pode ocorrer um ligeiro agravamento dos sintomas, quando a dose no tiver sido suficientemente durar muitas horas. parece ao doente ser uma agravao de sua prpria doen