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Organização:

PET-Filosofia UFBA

Apoio:

Diretório Acadêmico do curso de Filosofia UFBA

Departamento de Filosofia UFBA

Colegiado de Filosofia UFBA

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Comissão Organizadora:

Prof. Dr. Jarlee Oliveira Silva Salviano

Germano Aparecido Dansiger Neto

Walter Andrade Almeida Sobrinho

Felipe de Jesus Santos

Lucas Silva de Souza

Cleiton Silva Souza

Marcelo Barreto dos Santos

José Silvano Silva Rios Júnior

Paulo Sérgio Rezende de Andrade Júnior

Magno Ferreira de Jesus

Daija Diniz de Marcelo

APRESENTAÇÃO

O seminário da graduação de Filosofia chega à sua X edição e é com grande

satisfação que anunciamos tal feito. Durante esses anos mantivemos acesa a chama

daquela que é a característica mais própria da nossa atividade: o diálogo, lúcido, racional

e democrático. É uma enorme conquista, pois também demonstramos assim que a

Filosofia não se encerrou no tempo, nem ficou limitada a um espaço, mas sim que está

sempre a se renovar.

Fruto da salutar parceria entre o Diretório Acadêmico (DAFIL) e o Programa de

Educação Tutorial (PET), o Seminário significa a consolidação dos esforços intelectuais

dos graduandos no tratamento de problemas filosóficos. É o palco do conhecimento e está

sempre a disposição para novos atores. E dizemos atores, pois essa atividade não é feita

sendo espectador. Acreditamos no filósofo que faz -e que se faz, como os melhores atores.

E tanto mais verossímil quanto mais rica torna-se essa analogia a medida em que

percebemos o caráter público dessas duas atividades. Pois uma grande peça não é aquela

que é vista por poucos - que se julgam os “melhores” ou “iluminados” – mas sim as que

obtém a aprovação de uma maioria, que a aprecia e reconhece seu valor e importância.

De igual modo, acreditamos também no uso público da razão. O filósofo se expõe,

argumenta e se justifica frente a uma comunidade de iguais. É disso que se trata um

diálogo. E por esse motivo a nossa plateia será sempre maior que a de qualquer peça

teatral, pois para o ingresso nas questões que caracterizam o fazer filosófico somente é

preciso o exercício daquilo que nos é mais próprio: a razão.

Concluímos essa pequena mensagem com votos de esperança. Uma esperança

renovada por percebermos o enorme potencial que temos para produzirmos um saber

genuíno. E se é verdade que um texto filosófico contém sempre um imperativo disfarçado,

devemos confessar que também procedemos assim, mas nos justificamos na medida em

que o único bem que visamos é desenvolvimento intelectual de toda a comunidade

filosófica. Portanto, façamos Filosofia!

Salvador, Novembro de 2015

PROGRAMAÇÃO

TERÇA-FEIRA, 03 DE NOVEMBRO

13:00 – Credenciamento

14:00 – Abertura: Palestra com o Prof. Dr. Pablo Zunino (UFRB): “Intuição e criação: a

filosofia como ato de resistência”

COMUNICAÇÕES EM ANTIGA & FILOSOFIA DA MATEMÁTICA

Mediador(a): Vivian Val (UFBA)

15:00 - O papel do diagrama em Euclides e Hilbert - Jean Marcelo Faraoh (UFBA)

Orientador(a): Prof. Dr. Abel Lassalle Casanave (UFBA)

15:30 - Sobre o conhecimento do akratès - Aline Valéria Ramos (UFBA)

Orientador(a): Profª. Drª.Juliana Aggio (UFBA)

16:00 - A definição do prazer no II Tratado do prazer - Tatiana Souza Correia (UFBA)

Orientador(a): Profº. Drª. Juliana Aggio (UFBA)

16:30 - Thiago da Mata (UFBA) - O mundo inteligível de Platão e Plotino: algumas

aproximações e diferenças

Orientador(a): Prof. Dr. Lourenço Leite (UFBA)

QUARTA-FEIRA, 04 DE NOVEMBRO

COMUNICAÇÕES EM FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

Mediador(a): A definir

14:00 - A intuição categorial como gênese dos juízos – Luciana Mota (UFBA)

Orientador(a): Prof. Drª. Acylene Maria Cabral Ferreira.

14:30 - O conceito de aura na filosofia de Walter Benjamin – Cleiton Souza (UFBA)

Orientador: Prof. Ricardo Calheiros (UFBA)

15:00 - Discurso sobre o amor de Aristófanes no Banquete de Platão: Uma crítica

Foucaultiana a partir da teoria do queer, de Judith Butler - Carlos Eduardo Gomes

Nascimento (UFBA)

Orientador(a): Prof. Ricardo Calheiros (UFBA)

15:30 – A Importância do conceito de “Jogos de Linguagem” nas investigações

filosóficas: uso, exemplo e nomeações - Livia Karla Lima Leite (UEFS)

Orientador(a): Prof. Dr. Wagner Teles de Oliveira (UEFS)

16:00 - Notas sobre o conceito A-COM-TECER a partir do tema Geschichtlichkeit em

Heidegger - Leonardo Victor De Souza Santos Silva (UNEB)

Orientador(a): Profª. Drª Rosane Meira Vieira de Jesus (UNEB)

QUINTA-FEIRA, 05 DE NOVEMBRO

COMUNICAÇÕES EM FILOSOFIA MODERNA

Mediador(a): Bruna Frascolla (UFBA)

14:00 - Ideia como um conceito da razão em Kant - Breve introdução à obra Crítica da

Razão Pura – Luciene Braga (UEFS)

Orientador(a): Prof. Dr. Charliston Pablo do Nascimento (UEFS)

14:30 – O problema da consciência em Descartes - Tassio Bruno Ferreira Silva (UFBA)

Orientador(a): Prof. Dr. Waldomiro José Da Silva Filho (UFBA)

15:00 - O Corpo enquanto ponto de partida do conhecimento: uma introdução à

metafísica imanente de Schopenhauer - Bruno Silva dos Santos (UFBA)

Orientador(a): Prof. Dr. Jarlee Oliveira Silva Salviano (UFBA)

15:30 - Mesa de encerramento: Impactos das atividades de extensão na graduação

17:00 - Coffee break

RESUMOS

Aline Valéria Ramos (UFBA): “Sobre o conhecimento do akratès” -

Orientador(a): Profª. Drª.Juliana Aggio. (UFBA)

Resumo:

Agir contrário àquilo que sabe ser o melhor é o que Aristóteles define como akrasia, e a

possibilidade de existir algo como a falta de autocontrole é preservada desde que o

indivíduo conheça a regra moral, delibere em vista de um fim que obedece a reta razão,

mas por estar sob a ação da paixão (pathos) que impede o seu julgamento, age

contrariando o seu princípio racional, de modo a torná-lo um incontinente (akratès).

Na tentativa de refutar o ponto de vista socrático, de que a akrasia não seria possível uma

vez que ninguém conhecendo poderia agir contrário ao que diz saber, Aristóteles se

propôs a demonstrar no capítulo 3 do livro VII da Ética Nicomáquea, que há, sim, um

sentido em que é possível saber o que deve ser feito e agir com descontrole, de modo a

tornar o seu conhecimento inoperante diante de apetites fortes, qual seja possível a

akrasia.

No entanto, a dificuldade recai sobre a questão da crença fundamental de que os homens

sempre desejam seu próprio bem-estar ou felicidade, e que parece impossível supor que

alguém, conhecendo, pudesse de forma deliberada prejudicar a si mesmo. Deste modo, o

objetivo desta comunicação é demonstrar como ocorre a akrasia, isto é, demonstrar o

modo como o incontinente pode conhecer, deliberar em vista da razão e ainda assim agir

contrário ao seu conhecimento.

Bruno Silva dos Santos (UFBA): “O Corpo enquanto ponto de partida do conhecimento:

uma introdução à metafísica imanente de Schopenhauer”

Orientador(a): Prof. Dr. Jarlee Oliveira Silva Salviano (UFBA)

Resumo:

Na teoria do conhecimento Schopenhauriana o corpo humano se encontra em uma

posição distinta em relação aos outros objetos na natureza. Além de ser a expressão mais

complexa da Vontade nouménica e a única objetivação dessa Vontade que produz

conhecimento através de conceitos, é também através de uma intuição mais íntima desse

corpo, e da condição dele mesmo como objeto imediato, que o filósofo vai elaborar a

possibilidade e o ponto de partida para sua metafísica imanente. Mesmo visando uma

futura compreensão mais profunda no que confere a sua teoria do conhecimento, está

comunicação pretenderá, porém, uma introdução em que partes fundamentais do

pensamento orgânico do filósofo se esclareçam de modo a se configurar como uma base

sólida para um posterior desenvolvimento de outras abordagens. Para isso, se buscará

elucidar noções e teorias introdutórias da teoria do conhecimento e da metafísica do autor

de “O mundo como vontade e como representação” no que se refere a sua noção de corpo

e a função exercida por este. E Sinalizando, sempre que possível, sucintas

problematizações principalmente as que giram em torno da chamada “Aporia do princípio

de razão” e do caráter híbrido da fronteira entre realismo fisiologicista e o idealismo que

se encontra na obra do filósofo.

Carlos Eduardo Gomes Nascimento (UFBA) - “Discurso sobre o amor de Aristófanes

no Banquete de platão: Uma crítica Foucaultiana a partir da teoria do ‘queer’, de Judith

Butler” - Orientador(a): Prof. Ricardo Calheiros (UFBA)

Resumo:

Pretende-se debater a proposta da reflexão filosófica sobre a aphrodisia de Foucault por

meio da estética e ética como prática de vida, que vem influenciando a construção de

novas ideias sobre a substância ética como sugere a teoria do queer, que tem como uma

das principais representantes a filósofa norte-americana Judith Butler, quando observou

que o modelo de gêneros foi criado para normatizar e hierarquizar as relações humanas,

por uma moral da sexualidade, a fim de controlar politicamente os sujeitos que as seguem

de maneira ritualizada da cultura em uma ideia binária de gênero, homem e mulher,

associada ao paradigma biológico do sexo, macho e fêmea. Com efeito, a reflexão

filosófica do amor no Banquete de Platão apresenta tema que debate a moral sobre a

sexualidade segundo o discurso poético de Aristófanes, através da existência do terceiro

sexo como ser estranho, excêntrico e, por vezes, ridículo, diferente da relação binária

homem e mulher, que cria uma substância ética por modo de vida que desafia o para o

paradigma moral e político instituído pelo discurso dos deuses. Com isso, a presente

comunicação apresenta uma reflexão sobre a aphrodisia na genealogia ética do sujeito,

segundo a sexualidade que foi tratada e “curada” por diversos discurso de verdade e saber

na modernidade, a partir da crítica foucaultiana de Judith Butler sobre a constituição do

sujeito em desejos e prazeres dentro do campo de atuação do poder, político ou jurídico

no século XXI.

Cleiton Souza (UFBA): “O conceito de aura na filosofia de Walter Benjamin”

Orientador(a): Prof. Ricardo Calheiros (UFBA)

Resumo:

O presente texto tem por objetivo principal, realizar uma análise referente ao conceito de

aura na Filosofia de Walter Benjamim. A aura nunca revela a sua natureza, mas traz

consigo características imprescindíveis como o distanciamento e a proximidade, a

autenticidade e unicidade, destacando-se sua condição de exemplar único enquanto obra

de arte, que oferece um pertencimento necessário, promovendo um vínculo capaz de

transfigurar a realidade. O conceito de aura passou por algumas transformações, mas o

repouso nas obras de arte permaneceu sendo seu atributo principal, mesmo depois de

passar do campo religioso para o estético. As características centrais da aura

permaneceram não sendo superadas, porém, terminaram por adaptar-se às mudanças

técnicas, adaptação essa que ocorreu em torno da industrialização, ponto muito

importante para a produção cultural no século XX. Benjamim vai destacar a

impossibilidade da restruturação da experiência aurática apontando um enfraquecimento

para a recepção dessa mesma experiência, ao passo que aumentava a dinâmica nas

cidades, aumentava também a distância do sujeito com o objeto artístico, tudo isso porque

a percepção dos indivíduos estava modificada.

Jean Marcelo Faraoh (UFBA): “O papel do diagrama em Euclides e Hilbert”

Orientador(a): Prof. Dr. Abel Lassalle Casanave. (UFBA)

Resumo:

A concepção homogênea de demonstração geométrica corresponde à seguinte definição:

uma demonstração é uma sequência de passos tal que cada um deles é ou bem um axioma

ou se segue de fórmulas anteriores na sequência por uma regra de inferência. Enquanto

que a concepção heterogênea de demonstração não corresponde de forma absoluta a essa

definição, devido principalmente à utilização do diagrama como um de seus passos. Na

geometria, há dois autores que utilizam esses dois estilos de prova: David Hilbert no livro

Fundamentos da Geometria, Euclides no livro Os Elementos. Na demonstração

heterogênea, o diagrama pode possibilitar um passo da demonstração, diferentemente da

demonstração homogênea, em que o diagrama apenas possui um papel psicotécnico, ou

seja, apenas serve para ajuda na compreensão da demonstração a situação. A explicação

de alguns exemplos permitirá neste trabalho distinguir entre ambos os tipos de

demonstrações. Na seção 1, analisaremos a concepção homogênea de demonstração e na

seção 2, a concepção heterogênea.

Leonardo Victor De Souza Santos Silva (UNEB): “Notas sobre o conceito A-COM-

TECER a partir do tema Geschichtlichkeit em Heidegger” -

Orientador(a): Profª. Drª Rosane Meira Vieira de Jesus (UNEB)

Resumo:

O presente artigo pretende ampliar a compreensão do conceito de a-com-tecer. Esse termo

de base filosófica foi cunhado por Inês Carvalho e recebe uma nova grafia na tese em

educação de Rosane Vieira. O estudo encontra aproximações desse termo com o

pensamento proposto por Martin Heidegger. O sentido dado pelo pensador da floresta

negra ao tema da Geschichtlichkeit é o fio condutor. Presente na raiz da palavra através

do radical Geschehen, o a-com-tecer se articula enquanto destinação do ser. Adentrando

nos fundamentos ontológicos, percebe-se o terreno que o conhecimento é constituído. O

modo de compreensão é comunicado enquanto legado não enunciativo.

Livia Karla Lima Leite (UEFS): “A Importância Do Conceito De ‘Jogos De

Linguagem’ nas investigações filosóficas: uso, exemplo e nomeações”

Orientador(a): Prof. Dr. Wagner Teles de Oliveira (UEFS)

Resumo:

Nas Investigações Filosóficas o conceito de “jogos de linguagem” assume tamanha

relevância para sua metodologia argumentativa em relação à Linguagem, que o filósofo

utiliza de vários exemplos de “uso”, de jogos, regras e nomeações para justificar o

conceito. Deste modo, Wittgenstein faz menção a aspectos como a pronúncia, o tom e até

mesmo as expressões que desempenham em cada “jogo de linguagem”, aonde, mesmo

expressões de características interrogativas ou exclamativas, determinadas segundo a sua

“forma gramatical” assumem outro significado a depender de como se empregue estes

aspectos. Portanto, a noção de “jogos de linguagem” permeará a análise da mudança

pragmática da linguagem nas Investigações no que cerne ao “uso” e a sua possibilidade

de determinar a essência das coisas, e das palavras, que por assim dizer são reconduzidas

“de seu emprego metafísico para o seu emprego cotidiano”. Por sua vez, a analogia da

linguagem enquanto um “jogo” presume que ela pode ser configurada de diversos modos,

que as regras ainda que estabelecidas, podem ser sempre reconfiguradas, pois não são as

regras que a regula, mas a possibilidade de se estabelecer “jogos” a serem jogados.

Assim, as atividades humanas servem para ligar nossa língua (ou fragmento de língua

com o mundo), e esta ideia é dada a partir da noção de “jogos de linguagem” de

Wittgenstein na qual aponta um caminho para se apreciar a semântica da palavra tanto

numa abordagem lógica quanto linguística. A condição de sentido não pode ser definida

de maneira categórica como acontecia anteriormente, ela é tão flutuante quanto às

atividades. Logo, Os “jogos de linguagem” tornam-se a ponte entre a linguagem e a

realidade, enquanto atua como “elo semântico” dessa relação entre linguagem e realidade

sob o prisma das atividades humanas.

Palavras-chaves: Wittgenstein, Jogos de linguagem, condição de sentido.

Luciana Mota (UFBA): “A intuição categorial como gênese dos juízos”

Orientador(a): Profª. Drª. Acylene Maria Cabral Ferreira.

Resumo:

O presente trabalho pretende esclarecer determinados aspectos do conceito de Intuição

categorial, mostrando como este funda os juízos e constitui o lugar da verdade. Para tal,

devemos fazer uma introdução à doutrina das intencionalidades, fundada por E. Husserl

e em seguida fazer um contraponto com a teoria do conhecimento moderna, sobretudo

Cartesiana.

Luciene Braga (UEFS): “Ideia como um conceito da razão em Kant” - Breve introdução

à obra Crítica da Razão Pura

Orientador: Prof. Dr. Charliston Pablo do Nascimento (UEFS)

Resumo:

Kant elabora a sua teoria sobre conceitos que não têm referência empírica, conceitos

puros da razão ou ideias na obra Crítica da Razão Pura. Ele analisa como funciona a

faculdade de conhecer do homem e organiza uma “Arquitetônica da faculdade de

conhecer” distinguindo três modos de articular o conhecimento, a saber: a intuição

(sensibilidade), o entendimento (categorias) e a razão (ideias). Os três modos trabalham

com conceitos a priori, mas só os dois primeiros em estreita relação com a experiência.

Para o filósofo, a intuição e o entendimento são os dois elementos que constituem o

conhecimento, onde ele afirma que “pensamentos sem conteúdos são vazios, intuições

sem conceitos são cegas”. A razão não teria referência com o empírico, no entanto é na

razão que se encontra a possibilidade de ampliação dos conhecimentos. Os conceitos

puros, sem referência empírica, encontrados na razão, que sistematizam e proporcionam

uma maior ampliação possível para o conhecimento, são denominados de ideias e estas

ideias, diz Kant, “jamais terão um referente empírico que lhes correspondam

adequadamente, pois se referem a entes da razão, e nunca a realidades empíricas (nem

mesmo em hipóteses)”. Objetivamos, com esta apresentação, falar, de modo breve, sobre

o conceito de ideia, em Kant, tendo como referência trechos da obra Crítica da Razão

Pura.

Tassio Bruno Ferreira Silva (UFBA): “O problema da consciência em Descartes” -

Orientador (a): Prof. Dr. Waldomiro José Da Silva Filho (UFBA)

Resumo:

Este texto tem como por objetivo fazer uma demonstração do problema a que se coloca,

a saber, se é possível afirmar com certa razoabilidade (de forma razoável) que há a

capacidade de consciência no ser humano. Para tanto, foi utilizado as “Meditações

Metafisicas” de Renê Descartes, tendo em vista como principal base para os fundamentos

do mesmo, o comentador Harry Frankfurt, com seu livro “Demons, Dreamers e Madmen,

the Defense of Reason in Descarte's Meditation”, o qual ora comenta as Meditações.

Ou seja, se o homem (pessoa) em condições normais é capaz de assentir às descobertas

de sua investigação de forma “clara e distinta”. Tomemos aqui a proposição “clara e

distinta”, no sentido de “assentir de forma razoável” ou “de assentir razoavelmente”.

Deste modo, após fazer a análise da noção de consciência em Descartes, se faz uso de

pequenas arguições de outros filósofos e de suas noções próprias de consciência e

autoconhecimento, para demonstrar a relevância do tema para a história da filosofia, em

especial à epistemologia.

Tatiana Souza Correia (UFBA): “A definição do prazer no II Tratado do prazer” -

Orientador(a): Profº. Drª. Juliana Aggio. (UFBA)

Resumo:

Na Ética Nicomaquéia há dois momentos que Aristóteles trata da natureza do prazer, no

livro VII (capítulos 11-14) temos o I Tratado do prazer e no livro X (capítulos 1-5) temos

o II Tratado do prazer. O objetivo deste texto é analisar o conceito de prazer apresentado

no II Tratado do prazer, assim, pretende-se demonstrar que neste tratado Aristóteles

apresenta uma definição do prazer mais precisa, mais elaborada e independente das

opiniões anti-hedonistas que julgam o prazer como o mal. Como Aristóteles já assegurou

no I Tratado que o prazer é um bem, no II Tratado não vemos uma preocupação em refutar

a concepção anti-hedonista. No livro X, parece que sua preocupação é evitar que o prazer

seja afirmado como o Bem Supremo, visto que, tanto o prazer quanto a eudaimonia são

atividades desimpedidas, por isso, neste tratado, o alvo de suas refutações é a opinião

hedonista de Eudoxo de que o prazer é o bem. A definição do prazer no II Tratado é dada

a partir da distinção entre movimento e atividade, visto que, para Platão o prazer é um

movimento e um vir a ser e, para Aristóteles, o prazer é uma atividade. No livro VII, ele

já define o prazer como uma atividade, mas não estabelece que tipo de atividade seja o

prazer. No livro X, ele define o prazer como uma atividade que acompanha outra

atividade, por isso, a definição do prazer vai muito além desta distinção entre movimento

e atividade; pois, definir o prazer como uma atividade acompanhante de outra atividade

permite classificar o prazer em espécies, tendo em conta, que cada atividade tem o seu

prazer próprio. O ponto chave dessa definição e seu maior avanço se diz na distinção que

ele faz dos prazeres em espécie; pois, assim é possível delimitar a qualidade do prazer de

acordo com a qualidade de suas atividades correspondentes, visto que, há diferentes

espécies de atividades e, portanto, diferentes espécies de prazer.

Thiago da Mata (UFBA): “O mundo inteligível de Platão e Plotino: algumas

aproximações e diferenças”

Orientador(a): Prof. Dr. Lourenço Leite (UFBA)

Resumo: Platão estabelece em seus diálogos a doutrina de um dualismo para explicar a

realidade. Nesta doutrina são existentes dois mundos: o inteligível e o sensível, onde o

segundo é resultado do primeiro. Influenciado pelo grande filósofo grego, Plotino parece

assumir esta doutrina para explicar também a realidade. Por isso o termo de

“neoplatônico” dado pelos historiadores da filosofia a Plotino, alude à noção de

concordância com os ensinamentos de Platão. Embora, Plotino aceite a explicação de que

o mundo sensível é deduzido do mundo inteligível o dualismo existente em Platão é

tomado pelo filósofo das Enéadas de forma mais didática do que real. Para Plotino existe

uma unidade que tudo perpassa. Esta unidade é garantida pela existência de uma hipóstase

primordial que deriva outras duas. Informados disso, o presente texto pretende identificar

estas semelhanças e diferenças existentes nestas duas filosofias distintas que parecem em

primeiro momento concordarem totalmente uma com a outra. A semelhança entre ambas

as filosofias é tão notada que na Exhortatio in lectionem Plotini Marsílio Ficino coloca

na boca de Platão as palavras do novo testamento bíblico destinando-as a Plotino: “Este

é meu filho bem-amado, escutai o que ele diz”. Destarte interessa identificar nas Enéadas

o legado do platonismo e sua influência sobre o filósofo egípcio. Bem como o sentido

próprio que esta corrente filosófica adquiriu galgando a nomeação de um neo platonismo

pelos filósofos posteriores.