organização administrativa

6
Organização Administrativa - Aula 02 Descentralização ocorre quando o ente político – União, Estados, DF ou Municípios - desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição. A descentralização administrativa pode ser promovida por meio de outorga ou de delegação. Na outorga (também chamada de descentralização administrativa funcional ou por serviços), o Estado cria uma entidade e a ela transfere, mediante previsão em lei, a titularidade e a execução de determinado serviço público. A nova entidade passa a ter capacidade de autoadministração e patrimônio próprio. Normalmente é conferida por prazo indeterminado. Na delegação (também chamada de descentralização administrativa por colaboração), o Estado transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do serviço, para que o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização estatal. É o que ocorre nos contratos de concessão e permissão. Desconcentração, por sua vez, é a reorganização administrativa interna, dentro de uma pessoa jurídica. Constitui uma redistribuição interna de competências. Pode ocorrer na Administração Direta e na Indireta. Órgãos são centros internos de competência administrativa e não possuem personalidade jurídica própria. Nos termos do art. 84, VI, “a”, da Constituição Federal, a estruturação e as atribuições dos órgãos poderão ser disciplinadas por meio de decreto do Chefe do Executivo, desde que não haja aumento de despesas nem sua criação ou extinção. Assim, a autoridade não pode criar ou extinguir um órgão. Quem faz isso, cria ou extingue órgão, é a lei. É o Poder Legislativo quem edita a lei que cria ou extingue um órgão. Princípio da legalidade: aqui, esse princípio tem a importante função de dizer que “somente por lei específica

Upload: jorge-eduardo-arruda-medeiros

Post on 17-Dec-2015

215 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Direito Administrativo

TRANSCRIPT

Organizao Administrativa - Aula 02 Descentralizao ocorre quando o ente poltico Unio, Estados, DF ou Municpios - desempenha algumas de suas funes por meio de outras pessoas jurdicas. A descentralizao pressupe duas pessoas jurdicas distintas: o Estado e a entidade que executar o servio, por ter recebido do Estado essa atribuio.

A descentralizao administrativa pode ser promovida por meio de outorga ou de delegao. Na outorga (tambm chamada de descentralizao administrativa funcional ou por servios), o Estado cria uma entidade e a ela transfere, mediante previso em lei, a titularidade e a execuo de determinado servio pblico. A nova entidade passa a ter capacidade de autoadministrao e patrimnio prprio. Normalmente conferida por prazo indeterminado.

Na delegao (tambm chamada de descentralizao administrativa por colaborao), o Estado transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execuo do servio, para que o ente delegado o preste ao pblico em seu prprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalizao estatal. o que ocorre nos contratos de concesso e permisso.

Desconcentrao, por sua vez, a reorganizao administrativa interna, dentro de uma pessoa jurdica. Constitui uma redistribuio interna de competncias. Pode ocorrer na Administrao Direta e na Indireta.

rgos so centros internos de competncia administrativa e no possuem personalidade jurdica prpria.

Nos termos do art. 84, VI, a, da Constituio Federal, a estruturao e as atribuies dos rgos podero ser disciplinadas por meio de decreto do Chefe do Executivo, desde que no haja aumento de despesas nem sua criao ou extino. Assim, a autoridade no pode criar ou extinguir um rgo.

Quem faz isso, cria ou extingue rgo, a lei. o Poder Legislativo quem edita a lei que cria ou extingue um rgo.

Princpio da legalidade: aqui, esse princpio tem a importante funo de dizer que somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao (redao do art. 37, XIX, da Constituio CF);

Princpio da especialidade: a entidade da administrao indireta possui uma competncia especfica. No possvel, por exemplo, o INSS construir estradas. So entidades com personalidade prpria, patrimnio prprio, auto-administrao e capacidade especfica para executar determinado fim do Estado.

Princpio do controle ou tutela: a entidade da administrao indireta vinculada ao ente poltico que a instituiu. O INSS (autarquia), por exemplo, vinculado ao Ministrio da Previdncia (rgo da Unio). vinculao e no subordinao hierrquica. Isso quer dizer que no pode haver ingerncia do rgo instituidor nos servios da entidade, a menos que haja previso legal ou caso esteja havendo descumprimento de suas atividades legais. No mbito federal, o DL 200/67 chama o princpio do controle/tutela de superviso ministerial.

As autarquias exercem atividades administrativas tpicas do Estado: INSS (previdncia), DETRAN (trnsito), CADE (defesa da concorrncia), CVM (bolsa de valores), etc.

Elas tm personalidade jurdica de direito pblico. Por serem regidas pelo direito pblico e por prestarem atividades tpicas do Estado, as autarquias gozam de prerrogativas (ou de atributos especiais) assim como a Unio, os estados-membros e os municpios.

Em contrapartida, como a Administrao Pblica se submete a controle e aos princpios, as autarquias sofrem as mesmas restries tpicas daquele que cuida da coisa pblica.

As fundaes so entidades (=possuem personalidade jurdica prpria, ao contrrio dos rgos) que no possuem fins lucrativos, exercendo atividades de fim social: religiosos, morais, culturais ou de assistncia.

A Constituio autoriza o Estado a criar uma empresa privada para exercer atividade econmica relevante. Ser relevante a atividade que seja necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo.

Assim, entende-se que o Estado pode criar empresas pblicas para dois propsitos: (a) promover atividades econmicas ou (b) prestar servios pblicos. S ser permitida a criao se a atividade da empresa for de relevante interesse coletivo ou necessria segurana nacional.

As regras aplicveis s empresas pblicas que prestam servio pblico so diferentes das regras aplicveis quelas que exercem atividade econmica.

Ao contrrio das empresas pblicas que podem ser constitudas sob qualquer forma admitida no direito comercial as SEM devem ser constitudas sempre sob a forma de uma sociedade annima (=SA).

Outra diferena com relao s empresas pblicas que o capital que constitui a empresa misto: parte do poder pblico, parte da iniciativa privada. Entretanto, a Administrao Pblica tem que ter a maioria do capital votante, ou seja, deve ter o controle acionrio.

Por fim, a terceira importante diferena que, mesmo as SEM da Unio respondem por aes judiciais na justia comum estadual.

Lembre-se da distino entre agncias reguladoras, agncias executivas e consrcios pblicos.

Agncias reguladorasAgncia executiva Consrcios pblicos

Criadas com o objetivo de dar uma maior independncia a essas entidades frente ao Poder Executivo. Tem as funes regulatria, normativa e, muitas das vezes, fiscalizadora de setores da economia e de servios pblicos. uma qualificao a ser concedida, por decreto presidencial especfico, a autarquias e fundaes pblicas, responsveis por atividades e servios exclusivos do Estado.So a constituio, por entidades polticas (Unio, Estados, DF e Municpios), de um ente com personalidade jurdica prpria, para promover a gesto associada de servios pblicos. Celebram contrato de rateio e contrato de programa.

No v para a prova sem o conceito das entidades que compem o terceiro setor:Servios Sociais AutnomosOSOSCIPEntidades de apoio:

Sistema S: criados para exercer atividades de interesse de determinados grupos sociais ou categorias profissionais, sem fins lucrativos.

Fomento de ramo profissional. qualificao das ONGs pelo Poder Executivo.

Exercem atividades

dirigidas ao ensino,

pesquisa cientfica, ao desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura ou sade, ou seja, atividades de interesse pblico.

Celebram contratos de esto.

So ONGs criadas por

iniciativa privada, que obtm um certificado emitido pelo poder pblico federal ao comprovar o cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de

normas de transparncia administrativa. Celebram termos de parceria.Atuam na rea de

pesquisa, desenvolvimento cientfico e tecnolgico.

Dispensa licitao para contratar com o

poder pblico.

Tambm no se esquea das principais diferenas entre a OS e a OSCIP:OSOSCIP

Celebra contrato de gesto.

Qualificada pelo Ministro de Estado da rea de atividade correspondente ao objeto social.

A lei prev hiptese de licitao dispensvel para que o poder pblico contrate os servios

prestados pela OS.

H previso de cesso especial de servidor pblico para a OS.Celebra termo de parceria.

Qualificada pelo Ministro da Justia.

No h previso de dispensa de licitao para contratar uma OSCIP.

No h previso de cesso de servidor pblico para a OSCIP.