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Escrevem nesta edição Nuno Melo Alves José Soares Tânia Ferreira Nuno Barata Diário Açores dos O quotidiano mais antigo dos Açores Ano 150º 0,70 € Fundado em 1870 por M. A. Tavares de Resende Director Paulo Hugo Viveiros | Director Executivo Osvaldo Cabral Domingo, 24 de Fevereiro de 2019 | Ano 150 | N.º 41.805 não façam dos açores uma nova madeira Gulater Furtado a caça nos açores PUB esta edição inclui o suplemento religião | Págs. 10 e 11 pois alevá! regional|Pág. 19 opinião|Pág. 17 Vítor Sousa Talho Verde opinião|Pág. 13 PUB PUB entrevista|Págs. 4 e 5 PONTA DELGADA PORTAS DA CIDADE 6 2 3 1 3 1 1 1 2 - - 1 593 127 66 228 85 127 65 “não ofereço, preços, mas a qualidade do produto” Queixa na União Europeia lar dos valados construido com fundos europeus regional|Pág. 3 os 41 anos da morte de Vitorino nemésio Eduardo Ferraz da Rosa entrevista|Pág. 3 “se quisermos fazer parar os açores, fazemos parar os açores” as conversas de rui almeida|Págs. 6 e 7 Jorge Rita, Presidente da Federação Agrícola dos Açores

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Page 1: opinião|Pág. 17 entrevista|Pág. 3 0,70 € Fundado em 1870 ... · Açoriano e os Açores”, o casamento, os filhos, etc. Mas, ainda sobre as influências de Coimbra, vale a pena

Escrevem nesta edição

Nuno Melo Alves

José Soares

Tânia Ferreira

Nuno Barata

Diário AçoresdosO quotidiano mais antigo dos Açores

Ano

150º

0,70 € Fundado em 1870 por M. A. Tavares de ResendeDirector Paulo Hugo Viveiros | Director Executivo Osvaldo Cabral

Domingo, 24 de Fevereiro de 2019 | Ano 150 | N.º 41.805

não façam dos açores uma nova madeira

Gulater Furtado

a caça nos açores

PUB

esta edição inclui o

suplemento

religião | Págs. 10 e 11

pois alevá!

regional|Pág. 19

opinião|Pág. 17

Vítor Sousa

Talho Verde

opinião|Pág. 13

PUB

PUB

entrevista|Págs. 4 e 5

PONTA DELGADA

PORTAS DA CIDADE

6 231 3 111 2 --1 593 12766 228 8512765

“não ofereço, preços, mas a qualidade do

produto”

Queixa na União Europeia

lar dos valados construido com fundos europeusregional|Pág. 3

os 41 anos da morte de Vitorino nemésio

Eduardo Ferraz da Rosa

entrevista|Pág. 3

“se quisermos fazer parar os açores, fazemos parar os açores”as conversas de rui almeida|Págs. 6 e 7

Jorge Rita, Presidente da Federação Agrícola dos Açores

Page 2: opinião|Pág. 17 entrevista|Pág. 3 0,70 € Fundado em 1870 ... · Açoriano e os Açores”, o casamento, os filhos, etc. Mas, ainda sobre as influências de Coimbra, vale a pena

24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.ptOPINIÃO/REGIONAL2

Osvaldo [email protected]

Gato por lebre! Esta semana assistimos a uma guerra de

interpretações entre os CTT e o regulador ANACOM.

A empresa de distribuição postal anun-ciou, em comunicado, que o número de reclamações dos clientes tinha reduzido 7%, deixando o regulador de pé atrás, conhe-cedor que é das inúmeras reclamações que grassam por este país fora, especialmente aqui nos Açores, onde temos sido altamente prejudicados, conforme temos denunciado nestas páginas.

Vai daí a ANACOM pediu aos CTT mais informações que suportavam aquela infor-mação sobre a redução de queixas e, depois da respectiva documentação analisada, o regulador descobriu a marosca: afina as reclamações não baixaram 7%, mas sim o conjunto de reclamações e pedidos de infor-mação de clientes à empresa.

Ou seja, os CTT meteram tudo no mesmo saco.

O regulador procedeu então à verdade dos factos, acusando os CTT de divulgar “infor-mação enganosa”.

Porque a verdade é que, segundo denun-ciou a ANACOM, as reclamações até subiram 9%, mas os pedidos de informação desceram 40%.

Isto diz bem com quem estamos a lidar.Os administradores dos CTT deixaram,

desde há muito tempo, de se preocupar com os clientes e apenas estão focados nos resultados para distribuir dividendos pelos accionistas.

A degradação dos serviços dos CTT nas ilhas é de tal gravidade, que até doentes recebem convocatórias para consultas ou ci-rurgias 15 dias ou um mês depois da data pro-gramada, por causa dos atrasos dos CTT.

Nunca a distribuição postal nas ilhas es-teve tão péssima como agora, prejudicando mesmo actividades económicas regionais, como é o exemplo da distribuição dos jornais, que chegam às mãos dos assinantes três e quatro dias depois.

Fez bem - embora tardiamente - a Assembleia Regional dos Açores ter aprovado um voto de protesto contra toda esta miséria postal, pela mão do PS, esperando-se agora que não deixe morrer o assunto e exija da empresa explicações, indemnizações aos pre-judicados e as devidas reparações para que sejam repostos os parâmetros de qualidade que os CTT outrora nos habituou.

Mesmo que para isso o governo português tenha que retirar a concessão e voltar a ges-tão para as mãos de quem saiba gerir com qualidade.

Que não doa as mãos ao regulador na per-manente fiscalização da empresa e na defesa dos contribuintes portugueses.

Queixa na União Europeia

Lar dos Valados construído com fundos europeus

A eurodeputada Marisa Matias, do Bloco de Es-querda, enviou uma pergunta à Comissão Europeia a pedir esclarecimentos relativos ao uso indevido dos fundos comunitários na construção de solu-ções de institucionalização, concretamente o Lar Residencial dos Valados, em S. Miguel, segundo revela o jornal i.

De acordo com a publicação, o lar açoriano foi construído por decisão do Governo Regional com recurso ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e inaugurado em Dezembro de 2015, com capacidade para 16 pessoas com deficiên-cia. A construção do lar coloca em causa a regulação de disposições comuns aplicáveis a todos os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI, vul-go fundos comunitários) – incluindo o FEDER –, como a Rede Europeia de Vida Independente (ENIL na sigla em inglês). No anexo xi do “Regulamento (UE) N.º 1303/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho”, que dá conta das “Condicionalidades ex ante” – isto é, dos pré- -requisitos que os projectos devem cumprir para aceder aos fundos –, lê-se, no objectivo temático 9, dedicado a “Promover a inclusão social e combater a pobreza e qualquer tipo de discriminação”, que uma das prioridades de investimento do FEDER é o “investimento na saúde e nas infraestruturas sociais que contribuam para o desenvolvimento nacional, regional e local, para a redução das desigualdades de saúde, para a promo-ção da inclusão social através de um melhor acesso aos serviços sociais, culturais, assim como para a transição dos serviços institucionais para serviços de base comunitária”. A disposição assinala que o inves-timento nas infraestruturas sociais deve contribuir para a “transição dos serviços institucionais para ser-viços de base comunitária” – algo que a construção de um lar residencial, um serviço institucional, lê-se no jornal i.

A resposta da Comissão Europeia à deputada do BE não convenceu os bloquistas: “O Gover-no dos Açores diz que tem uma política social abrangente destinada às pessoas com deficiência, prioritariamente para as manter na comunidade. Apesar de estarem disponíveis estruturas de acolhi-mento para esse efeito, tal nem sempre é possível. A decisão de construir o lar residencial a que o Senhor Deputado se refere foi tomada após terem sido con-

sideradas todas as possibilidades existentes de apoio às pessoas com deficiência na comunidade, Quanto ao respeito pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o Governo Regional dos Açores informou a Comissão de que todos os residentes são contemplados por um plano individual, que visa o seu regresso a casa ou a sua integração noutras estruturas de resposta. Além disso, a assistência pessoal prestada às pessoas com deficiência nos Açores é assegurada pelo serviço de apoio domiciliário, bem como pelas várias respostas no domínio da formação profissional e de formação que potenciam a inclusão social. O projecto é finan-ciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Re-gional no âmbito do Programa Operacional Regional dos Açores para 2014-2020, em regime de gestão partilhada com a autoridade de gestão responsável pela selecção dos projectos. A Comissão acompanha, por conseguinte, a execução do programa e não hesitará em tomar medidas corretivas se detectar violações da legislação da UE aplicável ao projecto em questão”.

Ao jornal i, o deputado Jorge Falcato diz mesmo que o partido irá “questionar novamente” porque a Comissão “responde às questões que levantámos, nomeadamente ao facto de estar a ser financiada uma estrutura residencial”.

Sobre o caso específico do lar residencial aço-riano, Jorge Falcato defende que “o uso de fun-dos comunitários para perpetuar uma política de institucionalização vai contra tudo o que está pres-crito na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, nomeadamente no artigo 19, e está claramente em contradição com o compromisso que o Estado português assumiu de pôr em prática polí-ticas de desinstitucionalização. O Governo já deveria ter definido políticas sérias de desinstitucionalização baseadas em serviços de base comunitária, assistên-cia pessoal, apoios sociais às famílias, acessibilidade, formação e emprego, etc. que permitam que quem está internado em instituições possa libertar-se e fazer a sua vida junto dos seus familiares, manter redes sociais de vizinhança e ter poder de decisão sobre a sua vida, o que não é possível se estiver institucionalizado num Lar Residencial onde nem pode escolher o canal de televisão ou o que vai comer no dia seguinte”.

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24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.pt ENTREVISTA/PUBLICIDADE 3

“Nestes 41 anos da morte de Vitorino Nemésio, a melhor homenagem seria a releitura das suas obras”

Cumprem-se agora 41 anos sobre a morte de Vitorino Nemésio. Que memória evocativa tal efeméride lhe suscita?

Em 1999, intervindo numa vídeo-conferência nacional a partir da Praia da Vitória e justamente evocativa da passagem dos 21 anos da morte de Vitorino Nemésio, pude testemunhar uma vez mais do valor cultural, lite-rário (poético, romanesco e contista), ensaístico, crítico, sociológico, antro-pológico, etnográfico e estético da sua vasta e diversificada obra, naqueles vários géneros, estilos, conteúdos e horizontes de sentido que a integram e constituem como uma das mais ri-cas produções criativas e originais da Língua e da Cultura portuguesas.

Agora, neste quadragésimo pri-meiro aniversário do seu falecimento, vale a pena de facto relembrar a sua vida e obra, começando pelos percur-sos da sua vida e carreira académica.

Nascido em 1901, na Praia da Vitó-ria – essa terra que na sua escrita será sempre uma entidade tão real quanto imaginada –, este Açoriano passou ali a sua infância, antes de estudar nos Liceus de Angra do Heroísmo (1912) e da Horta (1918). Partindo depois para o Continente, primeiro para cumprir serviço militar (em 1919) e depois para completar os estudos secundá-rios e frequentar as Universidades de Coimbra e de Lisboa, licenciou-se em Filologia Românica (1931) na Facul-dade de Letras da capital. Leccionan-do já nesta última, viria a doutorar-se (1934) com uma inovadora tese sobre Alexandre Herculano.

A passagem de Nemésio por Coimbra foi decisiva na sua forma-ção e também na construção de uma imagem de intervenção cultural e cívica, que tem sido acentuada por si, a partir de registos e vertentes diversas que evoluíram e em parte se diferenciaram posteriormente...

Pois... Como é sabido, Nemésio vai para Coimbra em 21 (com 20 anos...), ali permanecendo até 1930. E em 1931 vai para Lisboa, onde acaba a

licenciatura em Filologia Românica, como vinha a dizer. É pois assim segu-ramente marcante esse período, entre muitas outras acções, oscilações (e iniciações...), associações, militâncias intelectuais, sociopolíticas, literárias e ensaísticas. E também pelas mu-danças de curso, a morte do pai, idas a Espanha com o Orfeão Académico, contactos com Unamuno, Brandão, Ortega; o Paço do Milhafre, a pri-meira teorização hermenêutica de “O Açoriano e os Açores”, o casamento, os filhos, etc.

Mas, ainda sobre as influências de Coimbra, vale a pena referir aqui o exemplo de um texto de Nemésio so-bre António Nobre, figura que os an-tigos estudantes de Coimbra, no co-nhecimento da sua tradição, não tem deixado de evocar até hoje. E foi mes-mo sobre o poeta do Só que o nosso escritor escreveu, em palavras que a si mesmo poderiam aliás aplicar-se, que na sua poesia estava muito do “brevi-ário da sentimentalidade portuguesa, da nossa concepção emotiva do mun-do: os valores morais poetizados, a in-fância e a adolescência como idade de ouro do homem, a perene recordação da intimidade com coisas e seres”.

Deste modo, analogamente, como pude tematizar antes, este perfil de Homem Português – proporcionada,

diferenciada mas ex-tensivamente Açoria-no (ou vice-versa...), como nosso ancestral, digo antigo, modo específico de sê-lo – que o jovem Vitorino Nemésio (estudante de Coimbra, agitador de ideias e jornais e pan-fletos e lutas estudan-tis, repita-se...) trans-porta consigo e ali vai aprofundar, ou criati-vamente redescobrir e problematizar, naque-les cruciais, atribula-dos, conflituais mas criativos seus anos 20. Os mesmos aliás que constituem os marcos balizadores da sua mais forte ligação inicial (e

terminal!) à cidade do Choupal...Mas, tão seguramente ainda, foi

desse mesmo período e das suas vivências, afectos e pensamentos que ficaram as marcas mais fundas e as heranças coimbrãs mais salientes de Nemésio, com os seus pontos altos e as suas planuras, até àquela derra-deira e compensatória morada do seu novíssimo regresso de 1978, na tra-vessia que presenciei na velha ponte sobre um Mondego de saudade, dis-tância e proximidade conjuntas...

A obra de Vitorino cedo granjeou

projecção nacional, mas acabou por projectar-se à escala europeia e muito especialmente luso-brasi-leira...

Sim! Prémio Ricardo Malheiro Dias da Academia das Ciências de Lis-boa pelo romance Mau Tempo no Ca-nal (1944); Grande Prémio Nacional de Literatura (1965); Prémio Interna-cional Montaigne da Fundação F.V.S. de Hamburgo (para Humanistas dos países românicos da Europa); Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Montpellier e Ceará; Professor Uni-versitário também na França, Bélgica, Inglaterra, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Suíça e Espanha, – Vitorino Nemésio desenvolveu real-mente, ao longo de toda a sua vida, um notável e sistemático diálogo crí-tico e um vasto trabalho de leitura, meditação e assimilação compreensi-va, interior, académica e histórico-ci-vilizacional da Cultura Europeia com os mais importantes parâmetros da Portugalidade em todos os Continen-tes, mas com especial destaque para a Cultura Luso-Brasileira.

Quais os principais núcleos temáticos que tem estudado na obra de Vitorino Nemésio e que constituíram objecto de aborda-gem nos seus escritos e nas suas te-ses académicas?

A grande riqueza literária e hu-mana de todas as facetas de Nemésio advém bastante da ligação e da mútua pertença que nele se foi criando entre a Vida e a Obra, de tal modo que esta é mesmo a melhor revelação dos per-cursos daquela...

E desde logo, a vida vivida, os pro-blemas que sentiu, as questões que pensou, as dúvidas, as crises e os mis-térios existenciais que se lhe depara-ram, a par das esperanças mais ínti-mas e profundas que o moveram, e que estão bem reflectidas em tudo o que disse, escreveu e impressivamente legou ao seu tempo e ainda ao nosso!

Nesta efeméride da sua morte, que melhor homenagem ser-lhe-ia devida?

Neste mesmo dia 20 de Fevereiro de 2019, tal como naquela efeméride de há vinte anos, e com as mesmas palavras de então em plena vigência nos dias que correm, bom seria reter-mos ao menos um dos discursos de Nemésio e a sua metódica e sistemáti-ca atitude atencional – “Parar, reparar e admirar. Fazer isto às pessoas, como fazemos às coisas” – como norma de humanidade e testemunho do autên-tico...

Assim, a melhor homenagem que lhe poderíamos continuar a prestar se-ria a da releitura potenciadora de sen-tido e o estudo crítico das suas Obras e do Pensamento nelas plasmado, sem banalizações de linguagem e signos, antes porém no aprofundamento e no aproveitamento pleno, legítimo e fidedigno das suas insuspeitadas di-mensões, em múltiplos, convergentes e complementares ramos disciplina-res...

E naturalmente ainda, diga-se mais, nas suas conectáveis integrações de saber, aí incluída uma espécie de arte de viver e assumir uma renovada, aberta e mobilizadora Açorianidade cultivada e culta, alternativa, social, cultural e cívica, cuja falência práti-ca em modelos de suposta auto-go-vernação (infeliz e diariamente falida ou menorizada...) é o contemporâneo contra-testemunho diário de muito do que havíamos todos esperado em an-teriores épocas e graus autónomos de consciência histórica emancipadora, quando não pós-colonial, endógena e exógena, interna e externamente presente na vida das pessoas indivi-dualmente respeitadas e na existência colectiva das suas comunidades regio-nais e nacionais de origem e destino!

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Eduardo Ferraz da Rosa, professor universitário

O professor universitário Eduardo Ferraz da Rosa, nosso entrevistado, e Nemésio ao receber o Prémio Montaigne da Fundação F.v.S. (Freiherr von Stein/Friedrich von Schiller) de Hamburgo. Cerimónia na Fundação Gulbenkian (Lisboa, 13.03.1974):

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Diário dos Açores – Há quantos anos existe o Talho Verde?

Vítor Sousa – O Talho Verde é uma em-presa que foi criada nos anos 60 pelas mãos de outro proprietário, antes de ser da nossa família. O meu pai sempre este ligado a esta área, inicialmente ele trabalhou em Água de Pau no Talho Ferraz, que era um dos maiores talhos que existiam em São Miguel e, uns anos mais tarde, abriu o seu próprio negócio. A primeira empresa que teve foi em Água de Pau e, posteriormente, abriu no Cabouco. Depois comprou o Talho Verde no Rosário. Na altura, como eu era o mais “preguiçoso” da casa, não quis continuar os estudos e fui trabalhar com o meu pai para o talho do Rosário. Trabalhei para ele durante cerca de quatro anos e depois acabei por lhe adquirir o negócio. Já lá vão mais de 25 anos que sou o proprietário do Talho Verde.

E como foram estes 25 anos de acti-vidade?

VS – Adquiri o negócio ao meu pai há cerca de 25 anos, mas trabalho em talhos desde criança. Recordo-me que o meu pai costumava colocar caixas no chão para que eu e o meu irmão pudéssemos chegar ao balcão, ou até mesmo para podermos chegar à mesa de trabalho para podermos desmanchar os portos ou cortar carnes. Desde que me lem-bro que ando envolvido nesta vida.

Depois que comprei o talho posso dizer que foram cerca de 25 anos em que estou no negócio sempre com muito medo e cauteloso para não dar o passo maior que a perna, isso também fica a dever-se à educação que tive e ao exemplo que recebi do meu pai. Ao longo destes anos optei por não crescer muito, preferindo ter um talho que se dedicasse à venda directa ao cliente. Contudo, apesar de não sermos uma grande indústria, pas-sados estes anos fomos sempre crescendo e acompanhando o mercado, mantendo-nos sempre actualizados. Durante cinco anos, mantive o talho no formato antigo, como quando o recebi, mas depois decidi fazer obras e fazer um talho de raiz.

Esse foi o maior seu maior investi-mento?

VS – Sim, sem dúvida! O primeiro ta-lho só vendia carnes verdes, sendo que os produtos transformados eram adquiridos em outros estabelecimentos. Com este in-vestimento consegui aumentar o volume de negócio e passamos a ser nós a produzir todos os nossos produtos na sala de trans-formação que foi criada com as obras, estou a referir-me aos torresmos, chouriços e pé de torresmo.

Tem uma grande equipa?VS – Nem por isso. Tenho uma equipa

muito pequena. Este é um negócio familiar que é composto por mim e por mais dois elementos, contando com o apoio da minha esposa e da minha mãe que, sempre que pode, dá-me uma ajuda. Somos poucos, mas bons.

Ao nível da sua oferta, onde está a sua maior aposta?

VS – Na qualidade. Sabe, costumo ser contactado por algumas empresas com pedidos de orçamento para fornecer alguns restaurantes, hotéis ou eventos mas nunca envio preços, recuso-me a fazê-lo. Não por-que tenha preços acima da concorrência, mas porque eu não ofereço preços, ofereço, acima de tudo, a qualidade dos meus produtos. Os meus clientes procuram-me pela qualidade da minha oferta, sem olharem para o valor da factura. Tenho clientes que vêm, de pro-pósito, de várias localidades da ilha de São Miguel ao Talho Verde só para comprarem carne e isto acontece porque sabem que aqui a qualidade está garantida. É claro que o fac-to de sermos uma empresa de cariz familiar, mais pequena, em que valorizamos muito o contacto directo com o cliente acaba por ser também uma mais-valia porque nos vai aproximando de quem nos procura e aca-bamos por conhecer muito bem os nossos clientes e ficar saber as necessidades de cada um. Há clientes que já nem precisam dizer o que querem, nós já sabemos.

É importante referir que vender carne fresca não é o mesmo que vender, por exem-plo, produtos enlatados. A carne tem caracte-rísticas muito específicas. Há quem goste de carne mais suculenta, outros de carne mais seca, mais dura ou mais tenra. Eu já conheço os meus clientes todo, já sei o que cada um gosta e acabo por servir precisamente o que cada cliente deseja. Neste ramo, se acontece servir mal um cliente, no sentido de lhe dar-mos o produto errado, a pessoa pode não ficar satisfeita, não porque o produto não seja bom, mas porque pode não ser adequado para o fim a que está destinado.

O que mais vende no Talho Verde?VS – Todos os nossos produtos vendem-

se muito bem. Tanto a carne de vaca como a de porco são regionais, não vendemos produtos do exterior, como também não utilizamos matéria-prima para os nossos produtos transformados outra carne que não seja açoriana, mais propriamente de São Miguel. Temos um bife de novilho que é o

24 de Fevereiro 2019. www.diariodosacores.ptENTREVISTA4

Desde cedo Vítor Sousa familiarizou-se com o negócio das carnes através do pai, que sempre esteve ligado a talhos. Hoje, com 46 anos, o empresário tem o seu próprio talho, localizado no Rosário, concelho de Lagoa, que adquiriu ao pai há cerca de 25 anos. Ao Diário dos Açores, Vítor Sousa conta como tem sido gerido esta empresa familiar e quais os projectos para o futuro.

Vítor Sousa ao Diário dos Açores

No Talho Verde “eu nãoofereço preços, ofereço, acima de tudo, a qualidade dos meus produtos”

Vítor Sousa está no ramo dos talhos desde tenra idade; primeiro com o pai e posteriormente com o seu próprio negócio

por olivéria santos

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mais tenro que existe no mercado.Nos produtos transformados a nossa refe-

rência são os torresmos de molho de fígado, que fazemos questão de manter a receita tradicional, sem grandes alterações. Se fosse a pensar tornar um produto num preço mais competitivo isto implicaria ter que repensar na matéria-prima a utilizar, e não quero ir por este caminho. Não olhamos aos custos de um determinado produto para fazermos um trabalho de qualidade. Queremos é ter uma oferta de excelência e que esteja o mais próximo possível daquilo que fazemos nas nossas casas.

Esta estratégia tem sido uma aposta ganha?

VS – Sim! Aliás, há alturas, principal-mente no Verão, que chegamos a não ter capacidade de resposta a todas as solicita-ções. Se aumentasse a quantidade, de certeza que ia perder qualidade e isso não quero que aconteça. É claro que poderia aumentar as quantidades, mas acredito que se o fizesse poderia perder-se alguma coisa pelo cami-nho, ora porque o tempo de cozedura não foi o mais indicado, ou por algum outro motivo. Por isso, prefiro manter um bom resultado final em tudo o que faço.

Tem alturas do ano que vende mais do que outras?

VS – Sim. Este é um negócio que vende por tendências. Por exemplo no Verão há muitos emigrantes que vêm cá de férias, e estas pessoas procuram sempre os produtos regionais como o chouriço, pé de torresmo ou os torresmos de molho de fígado e, às vezes, não temos capacidade de resposta durante os dois meses mais fortes do Verão. Depois, em Dezembro, mais propriamente no Natal, também esgotamos a nossa capacidade de resposta.

É uma área muito complicada de gerir?

VS – Sim. Desde logo porque temos que conhecer muito bem tudo o que são carnes. Estamos num negócio em que a segurança e a higiene alimentar são fundamentais. Temos que dar garantias que os nossos produtos saem do talho em perfeitas con-dições e que seguem para casa dos clientes onde podem ficar durante alguns dias até serem consumidos. Esta é uma questão que me preocupa, por isso costumo perguntar aos clientes para quando pensam usar de-terminados produtos e se necessário dou recomendações sobre como acondicionar, da melhor forma, os produtos para que não se estraguem ou percam propriedades. Se é carne moída deve ser congelada ao chegar a casa, se é bife para consumir a curto prazo pode ficar no frio durante cerca de 4 ou 5 dias, porque é melhor do que congelar e depois

fazer uma descongelação muito rápida. Tudo isso influencia a qualidade do produto.

Temos tido várias formações na área da higiene e segurança alimentar, também temos o nosso sistema de auto-controlo ins-talado tudo para manter sempre a qualidade do nosso Talho.

Arrepende-se alguma vez do caminho que decidiu seguir?

VS – Muitas vezes (risos). Gosto muito daquilo que faço, mas actualmente termos o nosso negócio não é fácil. Temos a isenção de horário, mas é sempre para mais horas de trabalho e nunca para menos, é necessário estarmos sempre muito atentos ao que nos rodeia e ao nosso próprio negócio. Eu estou sempre preocupado. Mesmo aos Domingos, dou sempre um salto ao Talho para ver se está tudo a trabalhar em condições. Se acontece não vir, fico sempre a pensar se poderá acon-tecer alguma avaria nas arcas frigoríficas por algum motivo, ou se haverá alguma falha de luz que possa influenciar a temperatura necessária. Ou seja, é um negócio do qual não consigo desligar mesmo quando não estou no talho.

Mas não me arrependo. Tive que fazer muitos sacrifícios, nomeadamente ao nível de gostos pessoais e familiar. Chega a acon-tecer não ver o meu filho acordado durante cerca de três ou quatro dias. Quando saio de casa ele está a dormir, e quando regresso ele já está a dormir. São sacrifícios que decidi fazer por gostar daquilo que faço.

Sente-se um empresário realizado?VS – Por um lado sim, mas por outro não!

Eu podia ter optado por ser um empresário mais ambicioso, com um grande negócio

e uma grande equipa, mas decidi ter um negócio à minha dimensão, mais pequeno e mais familiar. Sinto-me realizado com o que tenho: não tenho dívidas, o estabelecimento é meu, temos uma situação confortável e já tenho outro projecto em vias de arrancar.

Que projecto é esse?VS – Demos entrada na Câmara Mu-

nicipal de Lagoa de um projecto que está para aprovação para a criação de um outro talho na cidade de Lagoa, sendo que a ideia será ficar apenas com o novo talho e fechar o actual. É importante estarmos sempre muito atentos ao mercado e, nos dias de hoje, ter uma loja e estar parado, considero que não é estar parado, mas sim andar para trás, porque a sociedade evolui e os negócios também e é preciso acompanhar esta evo-lução e seguir em frente. Não nos podemos dar ao luxo de pensar que já fizemos algo e não precisamos fazer mais nada, esperando que o cliente venha ao nosso encontro. Os hábitos alimentares estão a mudar, bem como o perfil dos clientes e é preciso acom-panharmos estas evoluções. O cliente que vai a pé ao comércio tradicional está cada mais a desaparecer e, como actualmente não tenho parque de estacionamento, tive que repensar no negócio. Também a minha sala de laboração está preparada para apenas os produtos típicos regionais e quero evoluir nesta área.

Está a idealizar aumentar a sua oferta actual?

VS – Sim, indo ao encontro das necessi-dades do mercado actuais. Estamos a pensar ter um serviço de take away, com frango grelhado, entre outros produtos. Temos que

analisar estas mudanças nos hábitos alimen-tares e nos irmos preparando para o futuro.

Nunca pensou em ter mais do que um talho?

VS – Não temos qualquer outro ponto de venda ou fornecemos outras lojas. Prefiro ter apenas um talho. Este é um mercado muito competitivo e prefiro não ir por aí. Se fosse, teria que repensar preços e, volto a frisar, o nosso objectivo é a qualidade e não o preço.

Como olha para o futuro do Talho Verde?

VS – Vamos apostar tudo o que temos neste novo projecto. Vamos ter um novo estabelecimento no centro da cidade de La-goa, com melhores condições para laborar, com um parque de estacionamento que é fundamental para os clientes, por isso, neste momento, as expectactivas estão bastante elevadas.

Sendo este um negócio familiar, acre-dita que terá continuidade com próxima geração?

VS – Espero bem que sim. O meu filho mais novo ainda só tem quatro anos, por isso ainda é cedo para falar, o mais velho tem 16 anos, está na escola, mas, para já, não te sem mostrado muito interessado. Ainda é cedo para tirar conclusões. Com a idade dele eu já trabalhava, mas nos dias de hoje é crime. Não posso trazer o meu filho para o talho e fazer com ele o que o meu pai me fazia, por isso é difícil dizer se ele tem apetências para o negócio. Mas veremos… Eu gostava que o talho continuasse na família.

24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.pt ENTREVISTA 5

[email protected]

O Talho Verde está localizado na Rua Formosa, nº 18, na freguesia do Rosário, concelho da Lagoa

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24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.ptENTREVISTA6

“Se quisermos fazer parar os Açores, fazemos parar os Açores”

A agricultura é hoje um setor estruturante para a economia aço-riana. Mais ou menos que no pas-sado?

É estruturante, obviamente. A economia, na Região Autónoma dos Açores, está assente, e muito, nesse pilar fundamental que é a agricultura. No passado pode ter tido importância diferenciada, porque era o setor mais pujante, hoje, e também para a região, existem outros setores emergentes de grande importância, mas a emergência desses setores terá sempre, também, como o sucesso dos mesmos, uma agricultura estruturante. O que quero dizer com isto é que o crescimento de outros setores da atividade e a di-versificação da própria economia na região, para nós, para a agricultura, é sempre importante. Isto porque não fica assente toda a economia num se-tor único de atividade, diversifica essa própria economia em mais setores de atividade (o caso concreto do turismo), que, ainda por cima, também potencia e potenciará sempre a nossa agricultu-ra, não só pelo que produzimos, não só pela paisagem magnífica que nós propomos, mas porque não há turismo de sucesso nos Açores se não tivermos uma agricultura sustentável na região. Por isso é que digo: foi no passado, com uma importância relativa em relação à economia, mas hoje é-o de uma forma transversal. Antes era exclusivamente a agricultura e a sua valorização por via da exportação, hoje tem essa faceta mas outra, extremamente importante, que se calhar as pessoas não estão a va-lorizar ou estão distraídas, em relação ao que nos potenciamos para outros setores de atividade, no caso concreto o turismo. Somos autênticos jardineiros da manutenção de uma paisagem mag-

nífica. A agricultura tem de continuar a ser estruturante para a economia da região, sendo um pilar fundamental da nossa economia, sendo o principal setor da atividade económica da região autónoma dos Açores. Não pode dei-xar de haver investimento constante na agricultura porque, se se baixar o investimento no setor, podemos estar a dar cabo daquilo que é uma econo-mia sustentável e, essencialmente, podemos dar cabo de outros setores de atividade, que são potenciados pela agricultura.

Não está, portanto, em fim de ciclo...

Não pode haver tentativas de pensar que outros setores de atividade é que

são importantes, que este está no fim de ciclo. Não é verdade, este setor não ficará em fim de ciclo, pela importân-cia que tem em termos de estruturação entre as ilhas. Falamos do impacto muito importante que é a fixação das pessoas nos meio rurais, a fixação de jovens na área da agricultura, que tem vindo a aumentar substancialmente, há que lutar pela manutenção dos quadros comunitários, portanto, sou daqueles que acredito que “em equi-pa que ganha não se mexe”, e, se os Açores têm crescido de forma susten-tável, obviamente que deve, e muito, à agricultura.

A União Europeia tem sido uma aliada ou, mais vezes, um entrave,

em determinadas situações e cir-cunstâncias, à evolução sustentada do setor?

De facto, é as duas coisas. É uma grande aliada do desenvolvimento do setor na região, no país e na Europa, derivado às reformas que foram feitas à PAC (Política Agrícola Comum). Já tem um impacto muito maior em cada país e em cada região, porque, nos primeiros anos, 70 por cento do orçamento da PAC era só para a agricultura, agora estamos na ordem dos 37 ou 38, o que ainda tem uma importância muito grande. Por isso é um desafio muito grande para a região e para o país a mobilização das pessoas para votarem nas eleições para o Parla-mento Europeu. Não podemos só exi-

Jorge Rita, Presidente da Federação Agrícola dos Açores

As Conversas de Rui Almeida

Seja no recato do seu gabinete, na costa norte de São Miguel, seja no terreno ou na sala de reuniões, Jorge Rita é assim mesmo: frontal, defensor da sua dama e dos interesses que ela representa para os Açores. É, para muitos, uma personalidade temível na mesa de negociações. A voz forte e o discurso fluido ajudam a compreender isso mesmo. Já foi convidado (“várias vezes”) para cargos governativos e autárquicos, mas não quer passar para o outro lado da mesa. Gere milhões, aposta na concertação mas não rejeita a crispação, sempre na perspectiva de dignificar os agricultores e lavradores açorianos. E sabe que sim, que pode parar os Açores. Entretanto, parou vinte minutos numa agenda sempre sobrecarregada, para conversar connosco.

Rui AlmeidaJornalista da Deutsche Welle

Jorge Rita, Presidente da Federação Agrícola dos Açores

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gir que a comparticipação da UE seja efetiva, também temos de provar que estamos interessados e atentos às po-líticas europeias. Mas, claro, sabemos que há medidas da União Europeia que sabemos que são um desastre: a abolição da quotas leiteiras se calhar foi melhor para outros países, mas para Portugal, que é um país periféri-co e parcialmente mal estruturado no setor leiteiro, e aqui na região, em que ainda tinhamos muito para fazer para ter uma produção de leite sustentável, que era a criação de produtos com valor acrescentado, as infraestruturas não estavam criadas (como ainda não estão...), portanto havia aqui algumas questões negativas que obviamente a abolição das quotas leiteiras nos ia colocar, e foi o que aconteceu. A nível de preços médios de leite estávamos para cima do meio da tabela, e hoje estamos na cauda da tabela em relação ao preço do leite. Ou seja, juntando a abolição das quotas leiteiras à situação do embargo russo, e a outras situações pontuais em que o excesso de infor-mação contra o consumo de leite tem também alguma influência, tudo isso faz com que hoje estejamos a passar uma situação difícil, que espero não seja estrutural. Nós também temos importância para a Europa, damos dimensão atlântica, damos dimensão geográfica, estamos assentes numa plataforma muito interessante entre os Estados Unidos e a própria União Europeia, para além de que não sei se há outra região na Europa que tenha as nossas belezas naturais... Portanto, há aqui uma série de fatores importantes para que a Europa olhe para nós duma forma que a coesão se mantenha, a convergência se mantenha também (e não vale apenas o discurso da con-vergência se depois os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres), logo são tudo situações para as quais temos de ter sempre um alerta, e temos ser muito consistentes, resistentes e persistentes em relação ao que são as nossas reivindicações e pretensões para a Região Autónoma dos Açores.

É fácil gerir um volume de negó-cios que – não contando com o setor do leite... – ultrapassa os 40 milhões de euros anuais, sem ceder a pres-sões que não sejam as resultantes do próprio setor?

Hoje, as próprias organizações de produção têm também um cariz so-cial. Não temos só a parte económica. Podemos considerar que funcionamos um pouco como empresa, é um facto, porque temos uma gestão rigorosa e com muita competência na casa, nessa matéria, mas temos uma atenção espe-cial para a situação económica do setor para sabermos onde existem dificulda-des. Hoje, a própria associação e a coo-perativa, as dificuldades que temos – e importa sermos realistas – têm a ver com os créditos, essencialmente, que aumentaram, os prazos de pagamento alargaram-se, e isso é um sinónimo das dificuldades que o setor tem. O aspeto social da cooperativa tem a ver com os seus cooperantes e com os seus sócios e claramente esse é a situação difícil. Nós coabitamos bem com essa situa-ção, que tem a ver com a parte social dos nossos cooperantes, mas essencial-mente temos uma questão que tem a ver com o facto de prestarmos muitos

serviços aos nossos associados. Lidar com a concorrência nessas matérias é um desafio, porque temos custos mui-tos acrescidos e temos também de ser competitivos. Penso que a cooperativa atingiu já uma dimensão nacional. Se juntarmos a questão do leite, se calhar o nosso volume de negócios estava perto da EDA ou das maiores empre-sas regionais. Mas o objetivo neste momento são os fatores de produção e a parte social. Pelas dificuldades que o setor atravessa neste momento, temos de ter alguma atenção neste sentido. Esperamos é que esta situação se inverta também nos próximos anos, porque os lavradores são muito resis-tentes, muito resilientes, mas deixem-nos produzir, deixem-nos fazer, que sabemos fazer bem feito...

Sente o seu trabalho como um permanente “braço de ferro” com a tutela política, ou têm sido mais os momentos de concertação do que os de crispação ou confrontação?

Apanhamos de tudo um pouco. Costumo dizer a muita gente que lidar com a classe política não é um processo muito fácil. Sabemos os objetivos da nossa classe política, acho que toda a gente percebe isso facilmente. Os nos-sos objetivos não são os mesmos, são os de melhorar sempre o rendimento dos agricultores. Obviamente que muitas vezes existe alguma crispação, quando achamos que algo está mal, denunciamos, mas quando algo é bem feito pelo Governo Regional ou pelas autarquias também somos os primei-ros a chegar à frente felicitá-los. Esse é um comportamento que instituí desde o primeiro dia. Mas obviamente que há momentos de grande crispação com os governos, com as tutelas, com a União Europeia também, com as fábricas de laticínios... Mas toda a gente sabe que todos temos que conviver. Não há cos-tas viradas. Desde que sou presidente da associação nunca houve rutura de diálogos nem com governos centrais ou regionais, nem com a UE, nem

com as indústrias de laticínios. Há sempre a possibilidade de dialogarmos e discutirmos, e penso que isso é uma vantagem para todos. Há momentos de crispação, sim, mas também há momentos de concertação. Há muitas medidas que são concertadas com a federação, connosco e com o governo regional, e algumas com frutos muito positivos, e esse é o trabalho que tem de se fazer. A grande questão tem sem-pre a ver com os planos e orçamentos e as suas execuções, no sentido de, cada vez mais, potenciar as ajudas da União Europeia, com as comparticipações regionais a nível dos projetos de in-vestimento, no sentido de podermos crescer na região, mas de forma sus-tentável, e às vezes isso não é crescer com quantidade, mas sim crescer com qualidade.

O Jorge tem certamente consci-ência do enorme peso que tem na região, até pelo setor que represen-ta. Tem noção de que, para muitos “opinion makers”, é o homem que pode fazer parar os Açores?

Sim, tenho. Se nós quisermos fazer parar os Açores, fazemos parar os Açores. Nós temos a noção e sabemos como é que se faz. O setor tem força para fazer parar os Açores.

E acha que, em algum momento, será necessário fazer uma “ameaça consistente” nesse sentido?

Ao longo dos anos nós temos ga-nho a opinião pública a nosso favor, e isso, para mim, é muito importante, até para as nossas reivindicações. Sei que qualquer hostilização à opinião pública cria aqui uma crispação, é um pau de dois bicos. Mas não tenho medo, nem tenho esse receio! Se forem descuradas situações a nível governa-mental em relação ao setor, em que, por qualquer razão, queiram dar cabo do setor, obviamente que os portos e os aeroportos param, e até nem é uma situação muito difícil. E quando parar o porto e o aeroporto, pára a economia, pára tudo na Região Autónoma dos Açores...

Rui Almeida e Jorge Rita

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Apaga as minhas fotografias e não me procu-res mais. Esquece as palavras trocadas ao ouvido do coração e que me alimentavam a fome de fi-car. Rasga-me de ti e deixa-me lamber as feridas sozinha. Não te imponhas em mim.

Elimina as mensagens trocadas e não me procures mais. Liberta-me das amarras do teu querer egoísta e possessivo. Permite-me voltar a

acreditar que me sou suficiente. Na tua ausên-cia, colarei cada pedaço de mim, até ser inteira novamente.

Devolve-me o sonho e não me procures mais. Deixa de ser sombra que me intimida e diminui. Não me demovas da coragem de te sobreviver. Não me persigas, nem me cortes o ar. Devolve-me o sonho… um dia serei gigante.

24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.ptOPINIÃO8

GiganteTânia Ferreira

J. Chrys Chrystello*

Uma visita virtual ao Faial: As boias da memóriade Manuel Leal

Não sou crítico literário nem entendo sobre as tendências da literatura. Sou um básico apreciador de livros que, normalmente, classifico de duas for-mas: gosto ou não gosto, depois há 60 cambiantes de cinzentos entre esses extremos “60 shades of grey” (e não é o filme). Normalmente, quando gosto de um livro, começo a ler, e, em todos os momentos livres, volto ao seu contacto para atingir o fim. Se, pelo contrário um livro não me cativa nas primeiras 30 páginas, vou arrastando a leitura até se tornar penosa e eu o abandonar a meio. São imensos os que cabem nesta última categoria, por mais afa-mados e premiados que sejam os autores. Noutras ocasiões apesar de não estar a ser satisfeito o meu gosto pela leitura, vou penosamente adiando deixá-lo de parte e, por vezes, o milagre acontece.

Lembro-me bem, há uns anos atrás, que o Pas-sageiro em Trânsito de Cristóvão de Aguiar demo-rou quase 80 páginas a cativar-me e a prender-me até ao fim do livro. Talvez fosse uma exceção em que a trama da aranha ia tecendo a sua teia até me envolver totalmente. Ainda hoje adoro esse livro…. Doutras vezes, acontece que vou tomando notas mentais à medida que progrido na lenta descoberta do conteúdo de um livro. Foi o que me aconteceu recentemente com As boias da memória de Manuel Leal. Um livro que não se pode adquirir no mer-cado açoriano ou português, pois nenhum editor ou distribuidor se mostrou interessado e como o autor vive nos EUA, há décadas, vai certamente passar ao lado da maior parte dos leitores que gostariam de o ler.

Não sendo um tratado de genealogia, no ver-dadeiro sentido da palavra, cumpre a função de catalogar centenas de habitantes do Faial (décadas de 1940 e 1950), prosseguindo com a sua árvore até aos nossos dias. Vou quase a meio do livro, final-mente, inventei tempo para mim... estou a gostar dos detalhes narrativos (por vezes até em demasia, mas percebe-se porquê...) e a revisitar uma terra como imaginei que seria bem antes de cá chegar... o que só vem confirmar as minhas teorias sobre o feudalismo pós 25 de abril constatado aqui na costa norte de S. Miguel.... Era a minha impressão

antes de chegar às cem páginas iniciais. Depois, fui prosseguindo nesta leitura diferente, de forte crí-tica social e política, enquanto percorria episódios da vida no Faial, que um ou outro colecionador de jornais da época poderia conhecer, ou que existem na memória de alguns avós ainda vivos. Por vezes, penso ler descrições de séculos passados e não de uma época que coincide com a minha vida.

Prestes a atingir o fim do livro, existem lugares que não consigo reconhecer, por terem desapare-cido, mas consegui revisitar o Faial numa época anterior à minha recente chegada a estas ilhas no princípio do milénio. Foi tudo bem pior do que tinha imaginado. Só não entendo por que não se revoltaram estes oprimidos contra tanta tirania. Fiquei a conhecer quase metade dos habitantes e seus “apelidos” ou cognomes populares....

Nota-se ao longo da narrativa uma incansável sede de justiça pelas desigualdades sociais, pelas injustiças e iniquidades prevalecentes na sociedade açoriana, reflexo de um profundo ressentimento pessoal que nem, os anos fizeram esmorecer... Infelizmente, nem o autor (psicólogo de profissão nos EUA) nem eu, veremos o dia em que as ilhas estarão entregues aos seus, a pequena massa crí-tica existente iria provavelmente fazer o que fez aquando do surgimento da literatura açoriana... iam todos ser açorianos de repente, sem se separar o trigo do joio e os mais politizados iam aproveitar-se da nova e total autonomia para dominar, e como vem nos livros, o povo continuaria a ser escravo embora teoricamente livre... hoje estou pessimista em relação ao futuro gostava de poder trazer de volta homens como Teófilo de Arriaga mas já não se fabricam... Falta hoje espírito de missão como o que rege os colóquios da lusofonia: fazer de borla algo de que todos beneficiam sem olhar a quem e sem ter benefícios pessoais. E os que podiam pensar assim estão todos como eu, velhos e acabados...

O livro conta da miséria, da pobreza, da sub-jugação que caraterizou a verdadeira escravatura açoriana e faialense, mais típica de uma Revo-lução Industrial inglesa de 1800 do que de um país alegadamente europeu. Sem assistência nem

previdência social, os trabalhadores eram meras peças de uma máquina a descartar e ignorar, quan-do doentes ou mortos, e os familiares teriam que vender todos os seus bens para os trazerem de volta, mesmo quando iam a tratamento em Portugal e lá se finavam. Fala-nos de crianças a trabalhar as mesmas horas dos adultos em troca de uma bucha de pão e a acartar as mesmas cargas pesadas, fosse no carregamento de barcaças de carvão ou em outros mesteres.

O autor, ao indignar-se contra esta exploração desenfreada, tão típica da sociedade açoriana, chama a atenção para um processo que existia em paralelo em Portugal, mas nos Açores essa explo-ração e humilhação era levada até aos extremos mais nojentos da exploração capitalista desenfre-ada. Enquanto em Portugal os servos da gleba iam tentando a sorte ao emigrar a “salto” para França, Alemanha, Suíça e Luxemburgo, nos Açores as por-tas dos EUA e Canadá, sobretudo, eram a hipótese alternativa, mas mais reduzida. Era mais fácil na época dos iates e baleeiros, em que quase bastava saltar para bordo, ou no tempo dos corsários quan-do a escravatura destes era preferível à existência miserável em terra.

E assim, ao longo de cerca de 300 páginas, seguimos muitas vidas, e outras tantas mortes, de gente anónima que o autor repesca para a poste-ridade. Por entre muitas histórias de sucesso feitas fora das ilhas existem outras mais tristes, nomea-damente as dos que ficaram vivendo sempre acor-rentados à grilheta colonial que Lisboa impõe sobre estas colónias esquecidas a que chama de Região Autónoma dos Açores. Não conheço o autor pes-soalmente, mas gostei deste trabalho didático, bem delineado, bem descritivo, bem pormenorizado que me leva a compreender ainda melhor por que uma verdadeira autonomia tem de ser consubstanciada na libertação do povo e esta será sempre a via da independência.

*Jornalista [MEEA/AJA (Australian Journa-lists’ Association – Membro Honorário Vitalício nº 297713,) carteira profissional AU3804]

(ed. de autor)

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RELIGIÃO 10

O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, da Conferência Episco-pal Portuguesa, D. Jo-aquim Mendes, quer “alargar” a participação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2022,

a decorrer em Lisboa, a jovens de outras religiões e mesmo a não crentes: “Queremos alargar a par-ticipação não só aos católicos mas também aos não crentes, aos jovens de outras confissões religiosas. É um acontecimento com dimensão universal, ecuménico e inter-reli-gioso”, afirmou.

D. Joaquim Mendes recorda a experiência vivida em Janeiro, no Panamá, onde “também os judeus, muçulmanos e budistas participaram e abriram os

seus espaços para acolher os jovens. Queremos que seja um acontecimento que envolva e chegue a todos”, sublinhou o responsável.

O comité organizador já tem em mãos um dossier com as orientações para a realização daquelas Jorna-das em Portugal, contudo os bispos de Portugal que-rem “auscultar os jovens sobre a JMJ”, sobre “o que imaginam e esperam”, refere D. Joaquim Mendes. “Queremos que percebam que isto lhes diz respeito e que se têm de envolver, que se entusiasmem e se im-pliquem no processo de construção das Jornadas”, acrescenta.

É a primeira vez que Portugal acolhe uma Jornada Mundial da Juventude.

“Não queremos que a JMJ não seja um evento de pastoral de micro-ondas, mas que seja um aconteci-mento preparado em lume brando, de envolvimento e participação, num processo de envolvimento e corres-ponsabilidade de fazer coisas em Igreja para e com os outros”, conclui D. Joaquim Mendes.

1ª Leitura1 Samuel 26,2.7-9.12-13.22-

23«O Senhor entregou-te nas

minhas mãos, mas eu não quis atentar contra ti»

2ª Leitura1 Coríntios 15,45-49«Assim como trazemos em

nós a imagem do homem ter-reno, procuremos também trazer em nós a imagem do homem celeste»

Evangelho São Lucas 6,27-38«Sede misericordiosos

como o vosso Pai é misericor-dioso»

A Palavra de Deus deste Domin-go exige-nos o amor total, o amor sem limites, mesmo, e sobretudo, para com os nossos inimigos. Ela convida-nos a pôr de lado a lógica da violência e a substituí-la pela lógica do amor.

Na primeira leitura é-nos apre-sentado o exemplo concreto de um

homem de coração magnânimo (David) que, tendo a possibilidade de eliminar o seu inimigo, escolhe o perdão.

O Evangelho reforça esta pro-posta. Exige dos seguidores de Je-sus um coração sempre disponível para perdoar, para acolher, para dar a mão, independentemente de quem esteja do outro lado. Não se trata de amar apenas os membros do próprio grupo social, da própria raça, do próprio povo, da própria classe, partido, igreja ou clube de

futebol; trata-se de um amor sem discriminações, que nos leve a ver em cada homem – mesmo no ini-migo – um nosso irmão.

A nossa força e a nossa coragem manifestam-se, precisamente, na capacidade de inverter a lógica da violência e do orgulho e de esten-der a mão a quem nos magoou e ofendeu. O cristão não pode re-correr às armas, à violência, à mentira, à vingança para resolver qualquer situação de injustiça que o atingiu. Esta é a lógica dos se-guidores de Jesus, desse que mor-reu pedindo ao Pai perdão para os seus assassinos.

A segunda leitura continua a catequese iniciada há uns domin-gos atrás sobre a ressurreição. Po-demos ligá-la com o tema central da Palavra de Deus deste Domingo – o amor aos inimigos – dizendo que é na lógica do amor que pre-paramos essa vida plena que Deus nos reserva; e que o amor vivido com radicalidade e sem limitações é um anúncio desse mundo novo que nos espera para além desta terra.

Toda e qualquer instituição, organização, asso-ciação ou grupo, independentemente do seu ob-jecto, objectivo e área de intervenção, são regidos por um estatuto próprio que mais não querem que conformar os que delas dependem com o seu fim último para o qual foram constituídos. Há normas de conduta e comportamentos a serem vivenciados que, por eles, nos fazem perceber a que se perten-ce; mas não basta uma mera inscrição, ou o devido pagamento de cotas e demais subscrições para que, em boa verdade, sejamos efectiva e afectivamente seus membros activos. Faz-me lembrar certas lis-tas de sócios de umas tantas instituições, onde fi-guram pessoas há muito inscritas como “sócios” efectivos no “reino das almas”; os sócios e “fantas-mas” que, apesar da ausência eterna sempre en-grossam a lista nem que seja para fins de subsídios ou estatísticos! Para muitos, quantos mais melhor! A eterna questão da quantidade em detrimento da qualidade.

Não basta dizer-se que pertencemos ao clube A ou B: é preciso vestir a camisola e dar o corpo ao manifesto: o verdadeiro jogador não é o que fica no banco mas o que entra em campo dando tudo por tudo para que a vitória seja concretizada. Mais que adeptos e simpatizantes é preciso jogadores e jogadores que, não só pela habilidade ou agilida-de, mas sobretudo pelo treino, sejam capazes de fazer vingar o “nome” que ostentam.

E o que nos distinguirá, como Igreja, daqueles que Dela se excluem ou com Ela não se identifi-cam? O que nos distingue e identifica, em verdade, como cristãos?

Julgamo-nos cristãos porque, meramente, acreditamos em Cristo. E mais: julgamo-nos cris-tãos porque um dia fomos baptizados, fizemos a catequese, celebramos a Primeira Comunhão, o Crisma ou casamos na Igreja. Julgamo-nos cris-tãos porque, volta e meia até vamos à missa, faze-mos umas festas e, de vez quando, lembramo-nos de Deus como quem se lembra de Santa Bárbara em dia de trovões! “Nisto conhecerão que sois meus discípulos”, diz-nos o Mestre: “se vos amar-des uns aos outros”.

Aqui reside a nossa perfeição enquanto cristãos, membros deste povo feito Igreja: ser misericor-diosos como o Pai é misericordioso! Normalmente amamos quem julgamos ser merecedor do nosso amor: a lógica do cristão é amar, como Jesus, não quem merece mas sim quem precisa! Amar o não amável! Perdoar o não perdoável! Acolher sem jul-gar e aceitar sem condenar! É preciso suar a cami-sola!

E existem três tipos de pessoas: os bons, os maus e os filhos de Deus. Os bons pagam o bem com o bem! Os maus pagam o bem com o mal e os filhos de Deus pagam o mal com o bem.

Onde nos posicionamos? A diferença está mes-mo aqui! É este o nosso “emblema”.

Pe. Norberto Brum,Director Diocesano da Pastoral Juvenil

JMJ Lisboa 2022com cunho ecuménico

VII DOMINGO DO TEMPO COMUM Ano C

Editorial

PALAVRA DO DOMINGO

EM DESTAQUE

24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.pt

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DIALOGANDO...

06 de MarçoQuarta-feira de Cinzas- Início da Quaresma

09 de MarçoInício das Romarias QuaresmaisSão Miguel

10 de MarçoI Domingo da Quaresma

16 de MarçoEncontro do Pré-SeminárioCentro Pastoral Pio XIIIlha de São Miguel

JORNADAS DIOCESANASSÃO MIGUEL:

8 de MarçoNordeste/Fenais de Vera CruzLocal: Salão da SalgaHora: 20h00

11 de MarçoPovoaçãoLocal: Auditório da PovoaçãoHora: 20h30

20 de MarçoLagoa/Vila Franca do CampoLocal: Igreja da Ribeira ChãHora: 20h30

27 de MarçoCapelasLocal: Igreja de Santo AntónioHora: 20h00

2 de AbrilPonta DelgadaLocal: Igreja de São RoqueHora: 20h30

4 de AbrilRibeira GrandeLocal: Salão da MatrizHora: 20h00

PRÓXIMOS EVENTOS…

… para anotar e participar!

Sejamos empáticos e não simpáticosOlá amigos de cada Domingo! Desejamos que es-

tejam bem.

Olá. Que bom regressarmos às nossas con-versas. Estou aqui com uma dúvida... Recen-temente falei com uma amiga da ilha do Faial que participou num dos encontros das I Jor-nadas Diocesanas de Pastoral Juvenil e ela falou-me muito de “empatia” e “simpatia”. Fiquei curioso. Será que podíamos dialogar um pouco sobre isso?

Ah! Muito bem. Claro que podemos dialogar so-bre isso. Nos nossos encontros temos vindo a falar muito da necessidade de sermos verdadeiramente mais empáticos uns com os outros, para que a Igre-ja, e nós próprios, sejamos mais acolhedores. Aliás, nas conclusões do Congresso dos Jovens eles pedem uma Igreja mais acolhedora.

Sim. Mas, simpatia não é a mesma coisa que empatia?

Não senhor. São realidades distintas: a simpatia é uma reposta intelectual e manifesta-se na vontade de estar com determinada pessoa enquanto a empatia é uma resposta psicológica e manifesta-se na vontade de compreender e conhecer a outra pessoa.

Pois. Na “simpatia” a atenção recai sobre nós enquanto na “empatia” a atenção vai todo dirigida para o outro!

Isso mesmo. É preciso “sairmos” de nós mesmos e irmos ao encontro do outro, canalizar a nossa aten-ção para o outro, acolhendo-o sem julgar e aceitan-do-o sem condenar.

E como podemos ser verdadeiramente empáticos ou que características deve ter a “empatia”?

Para sermos verdadeiramente empáticos, preci-samos de adoptar quatro comportamentos funda-mentais.

E quais são eles?Precisamos ver o mundo com os olhos do outro,

compreender as suas emoções e sentimentos, comu-nicar sempre com compreensão e não julgamento e apreciar o outro como um ser humano, que erra, tem limitações e sofre.

Maravilhoso! O ser humano é natural-mente bom, contudo há que promover boas relações.

Exacto. E para promovermos boas relações temos a possibilidade de sermos empáticos, aceitar o outro positiva e incondicionalmente, e sermos congruen-tes e genuínos.

E tudo isto leva-nos, sem dúvida, à com-paixão!

Não tenhas dúvida, amigo! Mas a compaixão implica estarmos abertos ao sofrimento pessoal do outro, assumir uma postura não-defensiva e sem jul-gar, o desejo de aliviarmos o sofrimento do outro e compreender as causas do seu sofrimento e compor-tamentos.

De facto, cada vez mais carecemos de enve-redar por outros caminhos onde a “empatia” e a “compaixão” estejam bem presentes em nós e no mundo!

Por isso mesmo, porque sentimos a necessidade de operar a mudança de comportamentos e atitudes face aos outros é que temos vindo a insistir nos nos-sos encontros nestas realidades.

Muito bem. Agora percebo um pouco mais e melhor o que a minha amiga do Faial parti-lhou comigo!

Este nosso espaço também serve para isso, ami-go! E sempre que alguém queira que partilhemos aqui alguma ideia ou abordemos um determinado assunto é só nos fazerem chegar a proposta.

Foi tão rico este nosso diálogo! Obrigado pela tua disponibilidade!

Nada a agradecer. Estamos aqui para isso.Até para a semana...

Se adoptássemos a Tua forma de viver, Jesus, tudo seria diferente.Começaríamos por nos querermos a nós mesmos,Com esse amor cego com que Deus nos quer.Acreditaríamos nas nossas possibilidades e potências interioresE poríamos em marcha todos os nossos recursos.Queríamos também todas as pessoas,Descobriríamos o valor oculto que todas têmE a grande obra que o Senhor criou nelas.

Amaríamos os nossos inimigosE todos os que nos causam danos,Porque perdoaríamos como Tu, Pai,Até setenta vezes sete, quer dizer, sempre e tudo,Limpando a nossa mente de lembranças e ressentimentos.

Teríamos um coração compassivo e misericordioso como o Teu,Sensível à dor dos humanos, atento às suas necessidades.Não perderíamos o tempo em maledicências nem em juízos de próximo,Senão que desculparíamos sempre e aceitaríamos tudo.Viveríamos o Amor em todos os momentos e relações,Sendo provocadores de encontros e amizade,De companheirismo e fraternidade à nossa volta.

Se vivêssemos como nos ensinaste, Jesus,Não andaríamos nunca preocupados e aflitos,Deixávamo-nos acalmar por TiE escolheríamos sempre da vida a melhor parte,Que é a de viver na Tua companhiaCom o Teu apoio e o Teu Espírito.Obrigado, Senhor.

SE TE TOMÁSSEMOS A SÉRIO, JESUS

EM ORAÇÃO

In: Apalavra do Domingo – Álvaro Ginel, Mari Patxi Ayerra (Edições Salesianas)[email protected]

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24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 13

Como vem acontecendo há dezenas de anos no fim de cada época cinegética, faço o meu balanço de como correu em matéria de sustentabilidade das espécies cinegéticas, e postura da entidade oficial que tem a seu cargo a gestão do setor, a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas e os Serviços Florestais que operacionaliza e exerce esta gestão, já que a caça nos Açores é, em matéria de exploração e controle, uma área pertencente exclusivamente ao setor público. O nosso comportamento enquanto caçadores e das nos-sas Organizações também tem merecido da minha parte uma atenção especial. Tomo esta iniciativa to-dos os anos por entender que é um dever e um direito que me assiste enquanto cidadão e caçador, mas tam-bém por imperativo de transparência.

O ano de 2018 ficou marcado por duas iniciati-vas e sua concretização no setor da caça nos Açores que merecem referência. A primeira ocorreu no dia 16 de Janeiro de 2018 com a discussão e aprovação na Assembleia Legislativa Regional dos Açores da Nova Leia da Caça, uma iniciativa do Governo dos Açores e que contou com o envolvimento das Organizações de Caçadores dos Açores. Um instrumento importante para regular o setor, que globalmente é positivo, em-bora como referi em tempo oportuno, mantenha al-gumas disposições com as quais não concordo, como sejam, a manutenção nos Açores de duas cartas de caçadores, uma regional e outra nacional, que é qua-se como ter duas cartas de condução, uma regional e outra nacional, e no que se refere à introdução de es-pécies novas, uma vez que comungo com Vasco Ben-saude as propostas que ele fez nos inícios dos anos 50, de introdução nos Açores de algumas espécies como seja o faisão. O próximo passo, e por forma a operacionalizar esta Lei, é a sua regulamentação e isto carece ainda de realização. Esta Lei veio com alguns anos de atraso, já que se ela existisse há duas déca-das, Ilhas como Santa Maria, São Jorge, a Graciosa, o Pico e as Flores poderiam economicamente terem beneficiado muito com o coelho bravo, ao contrário do que aconteceu e acontece hoje em que estas Ilhas são quase desertos cinegéticos em população de co-elhos bravos, já que a Virose Hemorrágica destruiu quase por completo este que era um valioso patrimó-nio cinegético dos Açores.

A segunda realização, e que merece também re-levo, foi a concretização de uma promessa feita aos Caçadores por parte do Secretário Regional da Agri-cultura e Florestas, o Eng.º João Ponte de promover um Fórum de Reflexão Sobre a Sustentabilidade e Desafios da Caça nos Açores, que decorreu no dia 20 de outubro de 2018 em Vila Franca do Campo, envol-vendo responsáveis políticos do setor, investigadores, organizações da caça (existem legalmente 10 na RAA) e caçadores. Eu próprio participei com uma interven-ção. As comunicações foram de bom nível, e sobretudo suscitaram um debate muito vivo e crítico por parte dos caçadores presentes. A base da caça nos Açores é o coelho bravo, movimentando milhares de caçadores (mais de 4000 com carta regional) e milhares de cães de caça, designadamente os podengos. Basta circular pelas estradas dos Açores nas manhãs dos Domingos no tempo da caça para constatar esta realidade e a força do setor. As muitas críticas que se ouviram nes-te Fórum à gestão do setor, são a consequência natu-ral do forte declínio que sofreu a população do coelho bravo nos Açores e a revolta que os caçadores sentem por este quadro de recuperação ser muito lento e nal-gumas Ilhas nem isto acontece. Ora, os responsáveis

oficiais dos Serviços Florestais devem encarar este ca-pital de queixa como um contributo, e por sua vez os caçadores tem também de dar mais ao setor, a come-çar por pertencerem às Organizações dos Caçadores, participando na própria gestão da caça e que a nova Lei possibilita, fazendo com que a caça deixe der ser como é hoje um domínio exclusivo do setor publico.

Quanto ao período venatório propriamente dito e que ocorreu e em pleno praticamente de outubro até ao último domingo de fevereiro, para todas as Ilhas com exceção do Corvo onde não se pratica a caça por inexistência de espécies cinegéticas, o meu Balanço é o seguinte:

Nota-se uma ligeira recuperação do coelho bravo em algumas zonas das Ilhas da Terceira e São Miguel, possibilitando jornadas cinegéticas muito aceitáveis, o que nos dá uma ténue esperança de que virão me-lhores dias e, para já, nos afasta a hipótese da extinção do coelho bravo nas Ilhas Açorianas, embora como já referi em algumas Ilhas a situação no que respeita a esta espécie cinegética é de um estado próximo do de-serto cinegético.

O calendário venatório da Ilha de São Miguel em relação ao coelho bravo sofreu demasiadas alterações, baralhando muitos caçadores. O certo é que na próxi-ma época era de todo conveniente antecipar a abertu-ra a esta espécie cinegética e evitar que continue a sua caça no mês de Janeiro e que coincide com um perí-odo já intenso de reprodução da espécie o que, num quadro de poucos coelhos bravos, é de condenar.

Quanto aos pombos das rochas, a sua abundân-cia contínua boa e a espécie está numa situação não crítica, possibilitando boas jornadas, desempenhan-do os caçadores um importante papel de controlo da espécie. É preferível este controlo exercido pelos caçadores, que aproveitam depois a sua carne para o consumo humano, do que estes pombos serem en-venenados com tudo o que de negativo e de perigoso isto representa, e não se pense que o que eu estou a escrever é ficção.

A codorniz dos Açores está próximo de uma situa-ção critica e não por culpa dos caçadores, mas sim das máquinas e equipamentos utilizados no corte da erva, dos adubos e pesticidas, dos predadores como as gai-votas, gatos, ratos, etc. Apesar deste quadro negro, a codorniz dos Açores continua a resistir, é uma auten-

tica heroína, e a justificar o trabalho que os Serviços Florestais tem vindo a realizar na sua reprodução. Este trabalho não deve ser interpretado como um “serviço” aos caçadores mas, principalmente, um contributo para a sustentabilidade de uma espécie maravilhosa e emblemática dos Açores. Uma codorniz das nossas amarrada por um bom cão de parar é um momento sublime e de uma estética sem igual. Neste contexto, o ato de matar é o que menos importa.

A nossa Galinhola a Scolopax Rusticola continua a ser fabulosa e com uma população em estado de con-servação normal. É certo que a mudança de Habitat em Ilhas como as Flores, São Jorge e o Pico, aliada à mudança do clima, não auguram nada de bom para esta espécie que é um Tesouro dos Açores.

Finalmente quanto às Aves de Arribação como os Patos e as Narcejas e no que me diz respeito, foi um ano muito fraco. Os Açores funcionam para estas aves como um porta-aviões fixo no meio do Atlântico e que utilizam nos seus percursos entre a América do Norte e a Europa, para descansarem, ou no seguimento de uma tempestade. A mudança do clima à escala mun-dial, a alteração dos tipos de maneio na agricultura, e o facto de nalguns países não existirem restrições ao seu abate - o termo é mesmo este - colocam es-tas aves em perigo e mais uma vez os caçadores dos Açores são os menos responsáveis pelo seu estado de conservação.

As Provas de Santo Huberto, embora sem a di-mensão de outros tempos, continuaram a realizar-se nas Ilhas da Terceira e Graciosa. Inclusivamente duas equipes de caçadores dos Açores marcaram presença na final do campeonato nacional de Santo Huberto da FNCP e da CNCP e sempre com muita dignidade. As Provas de Santo Huberto são uma escola para ca-çadores no domínio da ética, segurança, componente desportiva, respeito pelos animais e pela natureza.

Em síntese, um ano com altos e baixos. O verdadeiro caçador é um amigo do ambiente,

amigo dos seus cães, amigo da sustentabilidade das espécies e pratica a caça como um ato de comunhão com a natureza, contributo cultural, realização de exercício físico e valorização da componente social e gastronómica da caça, e é este o rumo que pretendo seguir nos últimos anos que me restam, e já não são muitos.

Gualter Furtado

A Caça nos Açores

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24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.ptOPINIÃO/REGIONAL14

Luta renhida anda por estes dias entre as forças da direi-ta ideológica em Portugal, com os partidos da oposição em séria disputa pelos votos que virão em breve, com as próxi-mas eleições.

Assunção Cristas, sob a forma de uma moção de censura ao governo do Partido Socialista e seus apoiantes à esquer-da, pensou com isto desviar atenções do eleitorado à concor-rência que se aproxima, por parte de um novo partido que nem sequer tem deputados eleitos, mas que ameaça ser o seu pesadelo todas as noites até ao ato eleitoral: Pedro San-tana Lopes e o seu Aliança.

Ex-Primeiro Ministro de julho 2004 a março 2005, ex-presidente do Sporting, ex-presidente das Câmaras de Figueira da Foz e de Lisboa, é um político de peso e teimoso. Isto tem incomodado muita gente. Mesmo Rui Rio tem a sua liderança ameaçada com as mais variadas contestações internas e agora este perdedor que não sabe perder, Santana Lopes, que pelas sondagens ameaça já ser uma força a ter em conta (mais uma).

Esta capacidade de Santana Lopes, de ressurgir sempre que parece cair, é por si só um exemplo de persistência que, podemos estar ou não de acordo, não deixa de ser admirá-vel.

Se as eleições legislativas fossem hoje, o partido Aliança já estaria no parlamento com deputados suficientes para ser o fiel da balança de todos os partidos da Direita do leque po-lítico português. Assunção Cristas sabe-o e, no vislumbra-mento de tal cena, justifica-se que tenha desesperadamente tentado criar o clima de figura central no protagonismo de liderança da direita a não perder.

É minha convicção que tanto o CDS como o PPD/PSD, vão inevitavelmente perder votos para o ‘Aliança’ de Santana Lopes. Este mantém ainda um forte apoio das forças mais conservadoras e para todos os que contestam a liderança de Rui Rio dentro do PSD, vão votar em Santana Lopes. Mes-mo uma grande parte da monarquia, à qual Pedro Santana Lopes está familiarmente ligado e é bem estimado.

Pedro Santana Lopes só não aceitou jamais concorrer pelos monárquicos, porque era uma situação demasiado antirrepublicana e politicamente incorreta para as suas am-bições.

Esta moção de censura do CDS vinha portanto muito mal camuflada e foi imediatamente detetada pelo primeiro-ministro, pelo PCP e Bloco. Estes, ao demonstrarem lealda-de ao governo, votando contra tal moção, estão igualmente tentando manter o seu eleitorado intacto, para que o Parti-do Socialista não consiga a maioria absoluta que algumas sondagens lhe dão. Mantêm-se bem colados ao PS, agora mais do que nunca (uma vez que a geringonça está chegan-do ao final do mandato com êxito) para poderem sempre reivindicar o que foi conseguido ao longo dos últimos anos.

Assunção Cristas é assim a maior perdedora do êxito do governo. Rui Rio nem tanto, uma vez que acaba de entrar no espectro político pela liderança do PPD/PSD. Ele pró-prio já afirmou que a sua liderança é para dar frutos a longo termo, criando assim essa carcaça que o defende, embora mal, de uma eventual derrota.

Uma bomba, afinal, inofensiva, como as que se utilizam no exercício das tropas, esta moção de censura. Nenhum efeito prático, senão mostrar o erro estratégico do PSD. De-veria ter votado contra, demonstrando a falta de responsa-bilidade e perda de tempo do CDS, ao mesmo tempo que assumiria diante do eleitorado a tão desejada ‘ética e trans-parência’ que o seu líder proclama. Mas o ‘pulso de gover-nar’ não é para qualquer um.

Mesmo com todos os erros que queiram atribuir à governança de António Costa, o certo é que ela produziu efeitos positivos a Portugal, conseguindo até os apoios do presidente da República.

Sendo ainda prematuro fazer quaisquer previsões, mas se a tendência se mantiver no eleitorado de hoje…

*Jornalista e colunista

A bomba inofensiva do CDS José Soares*

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Peixe Do Meu Quintal

Faz hoje242 anos

João Sardinha

D’alcunha o “ReformadorVeio D. José sim senhorE mais Marquês de PombalSe terramoto foi forteNão tiveram muita sorteA Reinarem Portugal Depois do seu nascimentoE D. José batizadoFoi todo o seu crescimentoÀ sua Mãe destinado D. José quando criançaSó queria era brincarPois não dava confiançaÀ Corte e governar Derivado ao ambienteD. José no dia-a-diaTinha a Mãe como RegenteDedicava-se à folia Teve mesmo que aprenderE alguma língua falarPois D. José a fazerGostava era de casar Cedo uma noiva arranjavaE já com o Pai doenteEste a Mãe destinavaQue seria ela a Regente D. Mariana VitóriaDa Espanha escolhidaRainha para a HistóriaNão ficando esquecida D. José teve uma bodaDe muita categoriaSe foi a família todaPois levou mais que um dia Estátua na CapitalSeu Reinado a acabarQuis o Marquês de PombalD. José condecorar Foi na Praça do ComercioAntes Terreiro do PassoMais parecia um presépioNo meio de tanto espaço Doença ApoplexiaO Rei lá muito doenteComo já não se mexiaFicou a Filha em Regente Se faz anos sepultadoUm grande Rei sim senhorPois vai hoje aqui lembradoD. José “Reformador”

No passado dia 19 de Fevereiro, a turma do curso do programa Reactivar “Empregado de Restaurante Bar” da Escola Profissional da Ribeira Grande, no âmbito das unidades de formação de curta duração “Preparação e Serviço

de Bebidas Compostas” e “Serviço de Restaurante – preparação e execução”, sob a orientação do formador Sário Ponte, dinamizaram uma aula práti-ca no espaço de restauração do Clube Naval de Rabo de Peixe, onde estive-

ram presentes representantes de orga-nizações locais, investidores, autarca, cooperantes da Ponte Norte e respecti-va Direcção, perfazendo um total de 18 convidados.

Nesta aula os formandos colocaram em prática os conhecimentos adqui-ridos ao longo da sua formação e, de igual modo, desenvolveram as respec-tivas competências, preparando dife-rentes cocktails para servir a cada con-vidado e, posteriormente, praticando o serviço à mesa.

Conforme se pode ler na nota en-viada à nossa redacção, “o feedback foi muito positivo de ambas as partes, con-vidados e curso, pois é na prática que se demonstra os conhecimentos e compe-tências e se fazem os ajustes necessá-rios a uma formação de excelência”.

Com esta aula prática, a Escola Pro-fissional da Ribeira Grande desenvol-ve um dos objectivos do seu Projecto Educativo de Escola – aproximar a es-cola da comunidade.

Alunos da Escola Profissional da Ribeira Grande mostram competências em aula prática

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24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.pt ECONOMIA/CLASSIFICADOS 15

Compra de bicicletas eléctricas vai ter apoio de 250 euros

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O Executivo vai reforçar o incenti-vo à compra de veículos eléctricos com efeitos já em 2019, de acordo com o Jornal Económico, designadamente

através do aumento do montante pre-visto para a aquisição de automóveis eléctricos por particulares e também mediante apoios à compra de bicicle-

tas urbanas eléctricas.Segundo o Jornal de Notícias, o

apoio financeiro à aquisição de car-ros eléctricos por particulares sobe de 2.250 euros para 3.000 euros, embora este incentivo seja aplicável somente a veículos com custo inferior a 62.500 euros. Há ainda uma novidade: o Es-tado vai também conceder apoios de 250 euros aos contribuintes que com-prem bicicletas eléctricas urbanas.

O Jornal de Notícias avança ainda que estas novas regras de incentivo vão ser publicadas na próxima sema-na, sendo que as candidaturas pode-rão posteriormente ser efectuadas no site do Fundo Ambiental. Uma vez que os apoios são referentes ao ano de 2019, os apoios têm efeitos retroacti-vos a partir de 1 de Janeiro.

O Governo estima destinar 2,65

milhões de euros para apoiar a com-pra de carros eléctricos e 250 mil euros para a aquisição de bicicletas eléctricas. Isto significa que poderão ser passados 883 cheques de 3.000 euros para a compra de automóveis eléctricos e que poderá haver mil con-tribuintes a receber apoio para adqui-rir bicicletas eléctricas.

Os incentivos serão atribuídos por ordem de candidatura, ou seja, é dada prioridade aos primeiros contribuin-tes que se candidatem até que o valor destinado ao apoio esteja esgotado. Citado pelo JN, o Secretário de Esta-do da Mobilidade, José Mendes, frisa que os candidatos ao incentivo à com-pra de velocípedes eléctricos têm de apresentar uma factura onde conste tratar-se de uma bicicleta urbana ou citadina.

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Assistente Técnico Oferta nº 10241 - Contrato a termo

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Docente Português Oferta nº 10240 - Contrato a termo resolutivo com vista ao provimento de 1 lugar para Pesso-al Docente, do 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secun-dário Cod. 300 - Português, afecto à Escola Secundária Domingos Rebelo para a área da Direcção Regional da Educação da Secretaria Regional da Educação e Cultura, publicitada a 2019-02-19

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Propriedade: Empresa do Diário dos Açores, Lda.Editor: Empresa Diário dos Açores - Rua Dr. João Francisco de Sousa, nº 16 - 9500-187 Ponta Delgada São Miguel - AçoresRegisto na ERC n.º 100552 – NIPC: 512003300Conselho de Gerência: Américo Natalino Pereira Viveiros e Paulo Hugo Falcão Pereira de ViveirosSócio com mais de 5% do capital da empresa: Gráfica Açoreana, Lda.Sede e redacção: Rua Dr. João Francisco de Sousa nº.16, 9500-187 Ponta Delgada - Telefones: 296 709 887/ 888

Director: Paulo Hugo ViveirosDirector Executivo: Osvaldo CabralRedacção: Alexandra Narciso, Olivéria SantosPaginação: João Sousa, Flávio CordeiroDesign gráfico: Luís CraveiroRevisão: Rui Leite MeloFotografia: Pedro MonteiroServiços Administrativos: Lúcia MoreiraImpressão: Gráfica Açoreana, Lda. Rua Dr. João Francisco de Sousa nº. 16, 9500-187 Ponta Delgada

Internet: http://www.diariodosacores.ptE-mail geral: [email protected]: [email protected]

Preço avulso: 0.60 Euros – Assinatura mensal: 12 Euros - IVA incluído Tiragem desta edição: 3.350 exemplaresTiragem do mês anterior: 3.250 exemplares

Diário dos Açores137ANOS

Membro Honorárioda Ordem de Mérito

Governo dos AçoresEsta publicação tem o apoio do PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada

Medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Ponta Delgada

24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.ptINFORMAÇÕES16

Estatuto Editorial disponível na página da internet em www.diariodosacores.pt

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

TABELA DAS MARÉSBaixa-mar:

11:03 – 23:21Preia-mar:

04:46 – 17:11

FARMÁCIAS

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

Ponta Delgada - 296 282 022, 296 205 500 e 296 629 630Trânsito - 296 284 327R. Grande 296 472 120, 296 473 410Lagoa - 296 960 410Vila Franca - 296 539 312Furnas - 296 549 040, 296 540 042Povoação - 296 550 000, 296 550 001, 296 550 005 e 296 550 006Nordeste - 296 488 115, 296 480 110, 296 480 112 e 296 480 118Maia - 296 442 444, 296 442 996R. Peixe - 296 491 163, 296492033Capelas - 296 298 742, 296 989 433Santa Maria - 296 820 110, 296 820 111, 296 820 112 e 296 820 110

Ponta Delgada - Urgência 296 301 301Normal 296 301 313Ginetes - 296950950Nordeste - 296488111Vila Franca - 296539900Ribeira Grande: 296 472318, 296 470100Lomba da Maia - 296446017, 296446175Povoação - 296 550050, 296 550052Centro de Enfermagem Bombeiros de Ponta DelgadaTodos os dias das 17h00 – 20h00Incluindo Sábados, Domingos e Feriados

HOSPITAISPonta Delgada - 296 203 000 Nordeste - 296 488 318 - 296 488 319Vila Franca - 296 539 420R. Grande - 296 472 128 - 296 472727Povoação - 296 585 197 - 296 585 155

POLÍCIA

296 285 399 (número regional)707 20 00 77 (número único)[email protected].ª a 6.ª das 9:30 às 12:00 e das 13:00 às 17:30

GABINETE DE APOIO À VÍTIMA

BIBLIOTECAS

POLÍCIA MUNICIPALRua Manuel da Ponte, n.º 349500 – 085 Ponta DelgadaTel. 296 304403/91 7570841Fax: 296 304401 E-Mail: [email protected]

MARINHACentro de Coordenação de Busca e Salvamento Ma-rítimo (MRCC Delgada)Tel. 296 281 777Polícia Marítima de Ponta Delgada (PM Delgada)Tel. 296 205 246

MUSEUS

MISSAS

SERVIÇOS CULTURAIS

Ponta Delgada Museu Carlos Machado

Inverno (de 1 de outubro a 31 de março)Terça a domingo, das 9h30 às 17h

Verão (de 1 de abril a 30 de setembro)Terça a domingo, das 10h às 17h30

Museu Hebraico Sahar Hassamaim de Ponta Delgada - Portas do Céu (Sinagoga)

Segunda a Sexta, das 13h00 às 16h30Museu Militar dos AçoresDias úteis: 10h00 - 18h00

Fim-de-semana: 10h00 - 13h30 / 14h30 - 18h00Encerra aos feriados

Museu Municipal do NordesteAberto de 2.ª a 6.ª das 09h00

às 12h00 e das 13h00 às 16h00

Povoação

Biblioteca:De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00

Museu do TrigoDe Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00

Sábados, Domingos e Feriados 11h00 às 16h00Horário de Funcionamento

Ribeira Grande

Centro Comunitário e de Juventudede Rabo de Peixe

Teatro RibeiragrandenseHorário da 2ª a 6ª das 9h às 17h

PORTO DE ABRIGOEstação Costeira Porto de AbrigoTel. 296 718 086

Ribeira Grande Museu Municipal

Museu “Casa do Arcano”Museu da Emigração AçorianaMuseu Vivo do Franciscanismo

Casa Lena GalAberto de 2ª a 6ª - 09.00/17.00H

BOMBEIROS

Ponta Delgada De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 19h00 Sábado das 14h00 às 19h00

Biblioteca Municipal Ernesto do CantoRua Ernesto do Canto s/n 9500-313 Tel: 296 286 879; Fax: 296 281 139

Email: [email protected]ário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00

Horário de verão (durante as férias escola-res): 2ª a 6ª feira das 8h30 às 16h3

Ribeira GrandeArquivo Municipal; Biblioteca Municipal

De 2ª a 6ª feira das 9h00 às 17h00

ASSOCIAÇÃO DE TÁXIS DE SÃO MIGUEL

(INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA)

Central 296 30 25 30296 20 50 50

296 38 200096 29 59 25591 82 52 777

TÁXIS

JOGOS SANTA CASA

Semana >> 08h00 – Santuário do San-to Cristo 08h30 – Matriz de 2ª a 6ª feira 09h30 – Fajã de Cima (3ª a 6ª) 12h30 – Matriz 17h30 - Casa Saúde Nossa Se-nhora da Conceição (excepto segunda e sexta-feira). 18h00 – Igreja do Imaculado Coração de Maria 18h30 - Matriz; São José; 19h00 – São Pedro; Igreja Nª Sra. de Fátima -Lajedo; Santa Clara; Fajã de Baixo (3ª e 5ª); Saúde - Arrifes - (3ª e 5ª); Milagres - Arrifes - (4ª e 6ª).

Sábado >> 12h30 - Matriz 17h – Clínica do Bom Jesus 17h30 – Igreja do Cora-ção Imaculado de Maria; Capela de São João de Deus -Fajã de Baixo; Casa Saú-de Nossa Senhora da Conceição. 18h00 – São José; Sete Cidades, Feteiras, Saúde - Arrifes. 18h30 – Matriz; Santa Clara; Fajã de Baixo. 19h00 - Igreja Nª Sra. de Fátima; Mosteiros, São Pedro; Relva; São Roque, Candelária; Ginetes 19h30 - Fajã de Cima; Milagres - Arrifes. 20h00 - Covoada.

Domingo >> 08h00 – Santuário Santo Cristo; Saúde – Arrifes, Mosteiros 09h00 – Igreja Senhora das Mercês; Clínica do Bom Jesus; Fajã de Baixo; Piedade - Arrifes. 09h30 - Piedade – Arrifes; 10h00 – Matriz; Igreja Coração Imaculado de Maria – São Pedro; Santa Clara; Mi-lagres – Arrifes 10h30 – Capela de São João de Deus - Fajã de Baixo; Covoada; Hospital Divino Espírito Santo; Várzea; Sete Cidades, Candelária, Milagres - Arrifes; Casa Saúde Nossa Senhora da Conceição. 11h00 – São José; São Pedro; Fajã de Cima 11h30 - Santa Clara; Fajã de Baixo; São Roque 12h00 – Santuário Santo Cristo; Matriz; Relva; Mosteiros; Ginetes, Feteiras; Saúde - Arrifes; Igreja Nª Sra. de Fátima Lajedo. 12h15 – Igreja de São Gonçalo - São Pedro 17h00 – Ma-triz 18h00 – São José 18h30 – Fajã de Baixo 19h00 – São Pedro

COLISEU MICAELENSE

TEATRO MICAELENSE

JOGOS SANTA CASA

Centro Municipal de Cultura de Ponta DelgadaHorário das Exposições

2.ª feira a 6.ª feira: das 9h00 às 17h00

Sábados: das 14h00 às 17h00

CINEMACINEPLACE PARQUE ATLÂNTICO

GNRLargo Dr. Manuel Carreiro, 9504-514 Ponta DelgadaTelFixo: 296 306 580 / Fax: 296 306 598Email: [email protected]

Ponta Delgada – Farmácia GarciaLargo 2 de Março 77Telefone: 296306370

Ribeira Grande - Farmácia RibeirinhaRua Direita 1ª parte, nº1Telefone: 296479202

EuromilhõesPróximo sorteio Sexta-feira

€ 17.000.000Último sorteio 19/02/2019

1 8 18 19 39 + 7 9

M1lhãoPróximo sorteio Sexta-feira

€ 1.000.000Último sorteio 15/02/2019

NZP 13109

TotolotoPróximo sorteio Quarta-feira

€ 2.800.000Último sorteio 16/02/2019

2 4 7 18 40 + 1

Lotaria clássicaPróxima extração 25/02/2019

€ 600.000Última extração 18/02/2019

1º Prémio 69407

Lotaria popularPróxima extração 21/02/2019

€ 75.000Última extração 14/02/2019

1º Prémio 88925

TotobolaPróximo concurso Domingo

€ 14.000Último concurso 17/02/2019

1X1 211 2X1 1X12 1

BAILE DE CARNAVAL1 DE MARÇO - 23H00

BAILE DE MÁSCARAS2 DE MARÇO - 23H00

Sala 1Como Treinar o teu Dragão. O Mundo

Secreto 2D (VP)12:45**, 15:00, 17:15

Como Treinar o teu Dragão. O Mundo Secreto 3D (VP)

19:30

Novos Amigos Improváveis 2D21:45

Sala 2Alita: Anjo de Combate 2D14:00**, 16:30, 21:30, 00:00*

Alita: Anjo de Combate 3D19:00

Sala 3Vice 2D

13:30**, 18:40, 23:50*

Vingança Perfeita 2D16:10, 21:20

Sala 4Astérix: O segredo da Poção Mágica

2D (VP)13:00**

Feliz Dia Para Morrer 2 2D15:20, 17:30, 19:40, 21:50, 00:05*

* Sessão Válida Sex, Sáb e Vésperas de Feriado ** Sessão Válida Sab, Dom e Feriado

Azores AirlinesChegadas a Ponta Delgada de:Boston: 06:15

Frankfurt: 17:00Lisboa: 14:30, 19:15Lisboa (Via Santa Maria): 17:30Las Palmas: 13:55Porto: 23:25

Partidas de Ponta Delgada para:Boston: 15:25Frankfurt: 07:10Lisboa: 07:30, 18:20, 20:05Las Palmas (Via Funchal): 07:20Porto: 18:00

AmanhãChegadas a Ponta Delgada de:Funchal: 13:00Lisboa: 07:55, 23:20Porto: 14:10Toronto: 06:35

Partidas de Ponta Delgada para:Funchal: 08:10Lisboa: 08:45, 17:55Porto: 08:45Toronto: 15:40

Air AçoresChegadas a Ponta Delgada de:Horta: 18:05Pico: 18:15Santa Maria: 20:00Terceira: 07:40, 12:15, 14:35, 18:15

Partidas de Ponta Delgada para:Horta: 15:55Pico: 16:10Santa Maria: 18:40Terceira: 08:20, 08:30, 12:45, 19:10

AmanhãChegadas a Ponta Delgada de:Horta: 13:25, 16:10Pico: 10:10Santa Maria: 07:50, 17:10Terceira: 07:40, 11:15, 14:20, 17:50, 20:05

Partidas de Ponta Delgada para:Horta: 09:00, 10:40Pico: 08:00Santa Maria: 06:30, 15:50Terceira: 07:30, 08:40, 13:55, 14:30, 18:15

TAPChegadas a Ponta Delgada de:Lisboa: 12h40 e 23h45Porto: 14h45

Partidas de Ponta Delgada para:Lisboa: 07h00 e 13h30Porto: 15h35

PASSAT – Em viagem de Ponta Delgada para Lisboa chegando ama-nhãMONTE BRASIL – Em

viagem de Lisboa para Ponta Delgada chegando amanhãPONTA DO SOL – Em viagem de Leixões para Praia da Vitória chegando amanhãS. JORGE – Em Ponta Delgada

AmanhãPASSAT – Em Lisboa largando para LeixõesMONTE BRASIL – Em viagem de Lisboa para Ponta Delgada chegando hojePONTA DO SOL – Na Praia da Vitória largando para Ponta DelgadaS. JORGE – Em Ponta Delgada

INSULAR – Em Lisboa

AmanhãINSULAR – Em Lisboa

FURNAS - Em viagem de Leixões para P. Del-gadaCORVO - A navegar dos Açores para Lisboa

AmanhãFURNAS - Em vagem de Leixões para P. DelgadaCORVO - Em Lisboa

BAÍA DOS ANJOS: Em Ponta Delgada

AmanhãBAÍA DOS ANJOS:

Em Ponta Delgada

MOVIMENTO MARÍTIMONAVIOS DA

TRANSINSULAR

NAVIOS DA MUTUALISTA

AÇOREANA

Transporte Marítimo Parece Machado, Lda

MOVIMENTO AÉREO

Exposição de Artes Plásticas “Cara. Ou Coroa?”, de Nina Medeiros

Até 30 de Abril

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24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 17

Nuno Melo Alves

A lição veiode marionetas

A notícia de um jornal da Região parece ino-cente quanto baste e começa de fora singela: “Pros-segue estratégia de vincar a noção de cidadania europeia junto das crianças açorianas. Ontem, em Rabo de Peixe, a lição veio de marionetas.” Como os adultos têm outra reação a esta noção, o processo de aculturação na União Europeia agora passa por uma estratégia de “ataque” às crianças.

Um dos principais erros da União Europeia é querer criar a falsa ideia que existe uma cidadania europeia. Existem dezenas de cidadanias na Eu-ropa, mas não existe uma cidadania europeia. E estas tentativas da U.E. agarrar as mentes jovens, desviando-as da normalidade da sua cidadania para uma ideia de cidadania europeia não é poéti-ca - como afirmar-se que somos todos cidadãos do mundo - é perigosa e politicamente motivada e di-recionada.

Ao afirmar-se que existe uma cidadania europeia, tem que se concluir que existe um estado europeu, hipótese que tem sido sempre rejeitada e combati-da, culminando - mas não se esgotando - no Brexit. A U.E., o suposto estado europeu, é uma instituição multinacional com aspirações a ser dominadora dos seus estados-membros: isso não lhe dá nem le-gitimidade para ser estado, nem para ter cidadãos. Nem as aspirações que tem lhe dão a legitimidade para aspirar a dominar os países. De forma cada vez

mais descarada e agressiva a U.E. sobrepõe-se aos Estados que a compõem: é por isso que, por prin-cípio e por definição, não podem existir impostos europeus.

A U.E. tem sido um fracasso em tudo aquilo que afirma serem as suas vitórias, quer no plano exter-no, quer no plano interno (faz lembrar duplo pen-sar de Orwell). O caso mais flagrante é o do Euro e da União Monetária: nem todos os países aderiram, o que diz muito sobre o projeto.

Estando a poucos meses das eleições ao para o Parlamento Europeu, não se pode dizer, mesmo assim, que a União Europeia seja uma instituição democrática. Não o é. Nunca poderá ser. As qua-se 30 realidades culturais, sociais e económicas não se integram por imposição ou por necessida-de de controlar a banca e os mercados financeiros: integram-se por vontade das populações. Há quem defenda que o rumo para uma União Europeia mais democrática passa por mais integração, mas a integração já feita não foi democrática, pelo que o seu aprofundamento dificilmente será: mais integração significa menos liberdade, menos na-cionalidade, menos controlo democrático e países fantoches, sujeitos ao domínio de outros.

A U.E. transformou-se no monstro burocrático, longe dos ideais de pacificar uma Europa rasgada pela guerra, com base no respeito pelos Povos e Es-

tados. Hoje tenta aspirar tudo para o seu seio e per-deu-se, totalmente, um dos princípios fundamentais fundacionais da União Europeia. Concretamente, a subsidiariedade morreu, sendo esse o princípio que tinha como propósito defender a capacidade de de-cisão ao nível dos estados e não da burocracia que os encima e absorve. A subsidiariedade é um con-ceito algo análogo ao da Autonomia: tudo o que for melhor decidido a nível local (leia-se ao nível dos Estados) deve ser decidido dessa forma. Já há mui-tos anos que este princípio foi lentamente caindo e hoje em dia, infelizmente, já ninguém fala disso.

A União Europeia sabe aquilo em que se trans-formou, como sabem os líderes dos poucos países que efetivamente controlam a U.E.. Em bom rigor, a maior parte dos Povos e intervenientes políticos europeus também o sabem, só que, a troco dos euros, vão aceitando o status quo e assobiando para o lado.

É neste contexto que a U.E. ataca as mentes vir-gens dos jovens, a que ainda nem sequer têm a no-ção do conceito de cidadania nacional assimilada, mas já são “ensaiados” nos embustes: que a U.E. é democrática, que existe uma cidadania europeia e que não há alternativa.

A única coisa transparente neste processo de aculturação das crianças dos países e povos da eu-ropa, é que “a lição veio de marionetas”.

Não façam dos Açores uma nova MadeiraNuno Barata*

De onde em onde há quem se lembre de ressus-citar o Dr. João Carlos Abreu, Ex-secretário Regio-nal do Turismos e Cultura dos muitos governos de Alberto João Jardim, como exemplo do que nos Açores é preciso para desenvolver o Turismo. Nas últimas semanas li num jornal diário da nossa pra-ça, não me lembro qual, um artigo do referido en-tusiasta do turismo (note-se que entusiasta não é o mesmo que cientista) sobre a terceira geração do Hotel Savoy do Funchal, com direito a fotografia das obras e arranjos exteriores e descrição porme-norizada do projeto.

Os Açores, globalmente, mas em especial as Ilhas com maior procura como São Miguel e Pico, devem ter redobrados cuidados com o crescimen-to dessa indústria que sendo emergente carece da mesma atenção de que necessita uma criança nos primeiros anos de vida. Na verdade, tudo o que for mal feito agora dificilmente será remediado num futuro próximo. Desenganem-se aqueles que acre-ditam que o desenvolvimento de uma Ilha, de uma região ou de um país se mede pela quantidade de obras públicas, privadas ou pela venda de cimento ou entrada de mercadorias pelos portos. Esses indi-cadores são, de facto, importantes para medirmos a evolução ou a involução da nossa economia mas são ainda mais interessantes como indicadores da sustentabilidade do destino. Aqui importa esclare-cer o conceito. A sustentabilidade de um destino

não se mede apenas por indicadores ambientais como às vezes parece querer parecer. Mede-se tam-bém pela relação dos indicadores ambientais com os económicos e principalmente com os indicado-res sociais que são decorrentes destes últimos e têm uma relação de casualidade com os primeiros. Os indicadores sociais, no nosso caso, estão bem por baixo com São Miguel a tomar a dianteira dos pio-res indicadores socioeconómicos.

Alguns dos números da economia conhecidos são deveras assustadores se os tentarmos conciliar com os indicadores ambientais. Por exemplo, o crescimento da entrada de viaturas novas e usadas na Região, o aumento do consumo de combustí-veis fósseis, o aumento das importações de produ-tos embalados, o uso de matérias primas cuja ras-treabilidade é desconhecida, a importação e uso e abuso de herbicidas, pesticidas e demais fitofárma-cos, a importação de embalagens e demais compo-nentes para a agro-indústria que são necessárias ao crescimento das atividades económicas colide fron-talmente com as questões ambientais. Isso seria de somenos importância se um terceiro fator, o social, equilibrasse esse desequilíbrio. Se os indicadores sociais fossem bons obviamente era mais sofrível a agressão ao meio ambiente que esse suposto cres-cimento económico perpetra. Nesse caso o cresci-mento económico significaria desenvolvimento. No entanto, acontece que esse esforço económico, ape-

sar de grande, não se traduz em bem-estar social. Então, socialmente, atingimos níveis preocupantes de pobreza, decorrentes de muita iliteracia, alcoo-lismo, toxicodependência, salários baixos, desem-prego e crises sucessivas no sector primário. Essa pobreza potencia a iliteracia ambiental e aí come-çam os problemas da sustentabilidade no que aos indicadores ambientais concerne. Estão à vista.

Uma coisa é certa o equilíbrio necessário para que possamos um dia ser uma região com um de-senvolvimento sócio económico e ambiental que nos permita usar o apelido de Destino Sustentável não é compatível com o deslumbramento dos pro-jetos ditos PIR (Projeto de Interesse Regional) que temos assistido nos últimos anos, nomeadamente o que está a acontecer na frente marítima da Cida-de da Ribeira Grande. E que está previsto para a costa sul da Ilha. Talvez melhorem os indicadores económicos mas deitam por terra os números do ambiente e os indicadores sociais uma vez que con-tribui acentuadamente para as desigualdades so-ciais pois retira dos remediados para dar aos mais ricos.

Fogo vos abrase antes de transformarem os Aço-res numa nova Madeira

Vade retro satanás, Vade retro Abreu.

*Especialista em generalidades

Foguetabraze

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24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.ptTELEVISÃO18

ESTATUTO EDITORIAL

O Diário dos Açores é um jornal centenário de edição diária, de informa-ção regional, independente, livre e regi-do por critérios de rigor.

O Diário dos Açores assume os princípios fundadores da Civilização Ocidental, perseguindo o ideal europeu.

O Diário dos Açores orienta-se pe-los valores da democracia, da liberdade e do pluralismo.

O Diário dos Açores quer contri-buir para uma opinião pública informa-da e interveniente. Valoriza a discussão franca, considerando que a existência de uma opinião pública informada é a base essencial para o exercício dinâmico da democracia.

O Diário dos Açores dirige-se a um público de todos os meios sociais e de todas as profissões.

O Diário dos Açores procurará fór-mulas atrativas e pertinentes de apresen-tação da informação, mas dispensando o sensacionalismo.

O Diário dos Açores acompanha o processo de mudanças tecnológicas e está atento à inovação, promovendo a interação com os seus leitores.

O Diário dos Açores assume o compromisso de dar cumprimento rigo-roso aos princípios deontológicos e éti-cos respeitantes à actividade jornalística, fazendo valer os Direitos inerentes ao livre exercício da prática informativa num Estado de Direito Democrático, sendo veículo de transmissão de opi-nião, desde que tal expressão não viole o cumprimento rigoroso de normas legais aplicáveis à comunicação social.

Qualquer alteração à programação que publicamos é da responsabilidade das respectivas estações

CARNEIRO(21/03 a 20/04)

BALANÇA(23/09 a 23/10)

TOURO(21/04 a 20/05)

ESCORPIÃO(24/10 a 21/11)

GÉMEOS(21/05 a 20/06)

SAGITÁRIO(22/11 a 20/12)

CARANGUEJO(21/06 a 22/07)

CAPRICÓRNIO(21/12 a 19/01)

LEÃO(23/07 a 22/08)

AQUÁRIO(20/01 a 19/02)

VIRGEM(23/08 a 22/09)

PEIXES(20/02 a 20/03)

A conjuntura traz-lhe melhoria de vida e certas dificuldades desaparecem ines-peradamente, facilitando o desenvolvi-mento das suas ações quotidianas.

O conhecimento abre os seus horizontes, permite-lhe melhores capacidades de re-novação e assegura-lhe melhores possibi-lidades de atingir objetivos.

Procure refletir sobre a sua postura e veri-fique se as suas opções estão compatíveis com a sua nobreza de caráter, de modo a alcançar o sucesso.

Um aspeto do corregente Marte impulsiona atitudes precipitadas e conflituosas. O sexo ajuda-lhe a transformar as energias negativas em positivas.

Novos desenvolvimentos súbitos conce-dem-lhe surpresas muito agradáveis no plano sentimental, que naturalmente po-derão alterar o rumo do seu futuro.

É natural que acuse algum desgaste emocional, sobretudo, nos momentos de tensão, mas contrarie a irreflexão e tome decisões baseadas na realidade.

Durante esta época bastante protegi-da, encontrará apoios preciosos para a concretização dos seus visionários planos e o saldo final será positivo.

Sentirá a segurança emocional crucial para melhorar aspetos do relacionamento amoroso, defendendo as suas posições e manifestando os sentimentos.

Não tenha receio de tomar decisões e proceder a acordos que determinam a harmonia no seu quotidiano, expressan-do os seus sentimentos em liberdade.

O momento proporciona-lhe as melhores condições para estabelecer um relaciona-mento apaixonado, romântico e bastante estimulante no plano sexual.

A cordialidade, a afetividade e o senti-mento de justiça são elementos cruciais para a formação de associações indis-pensáveis para o seu equilíbrio.

signos

Astrólogo Luís Monizsite:http://meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

Previsão do estado do tempo nos Açores

GRUPO ORIENTAL

Céu geralmente muito nublado. Períodos de chuva especialmente a partir da tarde.

Vento sul muito fresco (40/50 km/h) temporariamente FORTE a MUITO FORTE (50/75 km/h) com rajadas até 100 km/h, rodando para sudoeste e

tornando-se moderado (20/30 km/h) para a noite.ESTADO DO MAR

Mar ALTEROSO, tornando-se cavado.Ondas sudoeste de 5 a 7 metros, passando a oeste.

Temperatura da água do mar: 17ºCTEMPERATURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS PREVISTAS:

Ponta Delgada: 13 / 17ºC

GRUPO OCIDENTAL

Céu muito nublado, com abertas a partir da manhã.Períodos de chuva por vezes FORTE, passando a aguaceiros.Vento sul MUITO FORTE a TEMPESTUOSO (65/85 km/h)

com rajadas da ordem dos 130 km/h, rodando para oeste e tornando-se fresco para o final do dia.

ESTADO DO MARMar TEMPESTUOSO, tornando-se cavado.

Ondas sudoeste de 7 a 8 metros, temporariamente de 10 a 11 metros, passando a oeste.

Temperatura da água do mar: 17ºCTEMPERATURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS PREVISTAS:

Santa Cruz das Flores: 10 / 16ºC

GRUPO CENTRAL

Céu muito nublado, com abertas a partir da tarde.Períodos de chuva por vezes FORTE, passando a aguaceiros.

Vento sul muito fresco a FORTE (40/65 km/h), temporariamente MUITO FORTE a

TEMPESTUOSO (65/85 km/h) com rajadas da ordem dos 120 km/h, rodando para sudoeste e tornado-se fresco (30/40 km/h) para a noite.

ESTADO DO MARMar ALTEROSO a TEMPESTUOSO, tornando-se cavado.

Ondas sudoeste de 5 a 7 metros, aumentando para 6 a 8 metros e passando a oeste.

Temperatura da água do mar: 17ºCTEMPERATURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS PREVISTAS:

Horta: 12 / 17ºCAngra do Heroísmo: 13 / 17ºC

I n f o r m a ç ã o d o I n s t i t u t o P o r t u g u ê s d o M a r e d a A t m o s f e r a

Frente fria Frente quente Frente Oclusa Frente EstacionáriaCentro de Alta Pressão

Centro de Baixa Pressão

Embora o momento seja de crescimento profissional e prosperidade familiar, atue sempre com consciência para merecer melhorar a sua vida.

06:00 Sandra Correia - Filarmonia no Fado

07:40 A Essência08:00 RTP3 / RTP

Açores09:30 Eucaristia Domi-

nical10:30 RTP3 / RTP

Açores16:00 Consulta Exter-

na 201916:20 Helfimed - Com-

pacto16:45 Europa Minha17:00 De Lisboa a

Helsínquia17:15 Alerta Verde17:30 Cá Por Casa

com Herman José

18:40 Circo Paraíso19:25 Siga O Coelho

Branco20:00 Telejornal Aço-

res20:35 Escrito na Pedra21:05 Criar.pt21:15 Teledesporto22:15 Hora dos Portu-

gueses (Fim de Semana)

23:00 3 Mulheres23:45 Volta ao Mundo00:00 Consulta Exter-

na 201900:20 Helfimed - Com-

pacto00:45 Europa Minha01:00 De Lisboa a

Helsínquia01:15 Alerta Verde01:35 Cá Por Casa

com Herman José

02:45 Circo Paraíso03:25 Siga O Coelho

Branco04:00 Telejornal Aço-

res04:35 Escrito na Pedra05:15 Teledesporto

13:01 - Somos Portugal - TVI20:45 - Lip Sync Portugal T1 - Ep. 7 - SIC

07:00 Espaço Zig Zag14:00 Desporto 216:00 Voz Do Cidadão

T8 - Ep. 816:20 Caminhos16:50 70X717:20 O Comissário

Montalbano T8 - Ep. 1

19:05 De Lisboa A Hel-sínquia - Ep. 12

19:25 Uma Noite T1 - Ep. 2

20:00 Medicinas Do Mundo T1 - Ep. 16

20:30 Jornal 221:15 A Coleção T1 - Ep.

522:10 Sons De Nova

Iorque: Vicente Archer

22:40 Ebony - The Last Years Of The Atlantic Slave Trade

00:10 Olhar O Mundo T6 - Ep. 7

00:55 Cinemax T8 - Ep. 8

01:55 O Povo Que Ain-da Canta - Ep. 17Na ilha da Madeira a partir de final dos anos 70, o ensino da música torna-se público antes mesmo da escola primária começar. Este facto é essencial para se entender a proliferação de jovens que, sozi-nhos ou integrados em grupos, tocam instrumentos mu-sicais tradicionais criando também os seus próprios temas a partir da especificidade des-tes instrumentos.

02:25 Euronews

05:15 Os Batanetes05:45 Campeões E

Detectives07:22 Detective Mara-

vilhas08:18 O Bando Dos

Quatro08:56 Querido, Mudei

A Casa!10:12 Missa: Sesim-

bra11:29 Selfie12:00 Jornal Da Uma13:01 Somos Portugal18:57 Jornal Das 820:43 Dança Com As

Estrelas – GalaRitmo, energia e

muita dan-

ça é o que

promete este

programa que

junta famosos

e celebridades

a um bailarino

profissional.

23:00 Querido, Com-prei Uma Casa

23:39 Programa A Definir

01:48 Doce Tentação - Ep. 51

03:05 Amanhecer - Ep. 88

03:30 TV Shop

05:15 Camilo, O Presi-dente T2 - Ep. 20

05:45 Tobots T2 - Ep. 506:15 Lego Nexo Kni-

ghts T1 - Ep. 506:30 Marvel: Os

Guardiões da Galáxia T2 - Ep. 5

07:00 Não há Crise! T12 - Ep. 4

08:00 Olhó Baião T1 - Ep. 4

11:00 Vida Selvagem12:00 Primeiro Jornal13:30 Fama Show T1 -

Ep. 55614:15 Cinema de Pipo-

cas16:45 Grande Cinema19:00 Jornal Da Noite20:45 Lip Sync Portu-

gal T1 - Ep. 7O programa conta com vários famo-sos, que terão de se enfrentar numa competição de interpretações em playback. Cada um tem de se vestir como o cantor que está a representar e mostrar-se o mais próximo possível da versão original.

22:30 Um Ano Na Vida De David Carrei-ra - Ep. 3

23:45 The Blacklist T6 - Ep. 3

00:45 Vamos Jogar! T2 - Ep. 21

02:45 Televendas

05:00 Todas as Pala-vras

05:30 Zig Zag07:00 Bom Dia Por-

tugal Fim de Semana

09:30 Eucaristia Domi-nical

10:30 Paraíso Verde11:00 As Receitas Lá

de Casa12:00 Jornal da Tarde13:15 Faz Faísca

Faz Faísca põe os olhos no mun-do social e artís-tico e nas figuras mais conhecidas e seguidas do pa-norama nacional e internacional. Acompanha os protagonistas que dão que falar na música, no cinema e na televisão, não esquecendo a moda, o desporto e os temas fortes de publicações e comentários nas redes sociais.

14:15 A3.3015:00 Futsal: SP.

Braga x Sporting - Camp. Nacional (Directo)

16:45 Divergente18:59 Telejornal20:00 Famílias Frente

a Frente - Desa-fio na Cozinha - Ep. 8

22:00 O Nosso Vídeo Proibido

23:45 Girls T3 - Ep. 500:15 Girls T3 - Ep. 600:45 Cá Por Casa

com Herman José

01:45 Faz Faísca02:45 Televendas

10 / 16ºC12 / 17ºC

13 / 17ºC13 / 17ºC

8 a 11 metros 6 a 8 metros 5 a 7 metros

65/85 km/h 50/75 km/h65/85 km/h

Page 19: opinião|Pág. 17 entrevista|Pág. 3 0,70 € Fundado em 1870 ... · Açoriano e os Açores”, o casamento, os filhos, etc. Mas, ainda sobre as influências de Coimbra, vale a pena

TriunfoA viagem do Presidente Vasco Cordeiro à Califórnia foi um sucesso importante para a açorianidade na medida em que transmitiu uma imagem de ordem pú-blica do nosso Povo, a sua organização hierárquica e política, entusiasmando alguns dos nossos mais brilhantes cére-bros da diáspora como os Profs. Douto-res Diniz Borges e David Da Silva. Oxalá que essa lição perdure entre os nossos políticos e não esqueçam que, em qual-quer lado, somos o mesmo Povo. Boa Presidente. Mais uma vitória no seu palmarés.

DiscursoO discurso do nosso deputado Carlos César na AR a propósito da moção de censura do CDS é um monumento de oratória digno de ser registado. O nosso segundo Presidente eleito demonstrou ser um dos oradores políticos mais notá-veis gerados nesta terra. Trata-se duma catilinária crua e dura que o CDS deveria ter evitado, não se precipitando numa moção que à partida estava condenada ao insucesso. A direita portuguesa está precisando duma reforma a sério.

BradfordO candidato socialista às eleições Europeias do próximo dia 26 de maio assumiu que a “prioridade das priorida-des” é “defender os interesses estruturais dos Açores em Bruxelas”.Ora cá está uma música que nós gosta-mos de ouvir…

SidónioFoi muito interessante a conferência proferida esta semana por Sidónio Bet-tencourt no auditório Filipe Cordeiro, da Fundação Sousa d’Oliveira. Perante uma seleta assistência que muito o aplau-diu, discorreu sobre jornalismo na nos-sa Terra e no mundo, tendo-se seguido um interessante debate que encerrou o evento. O mais famoso comunicador so-cial açoriano portou-se à altura dos seus pergaminhos. Susana Goulart Costa re-presentou o Presidente do Governo e a Prof. Doutora Leonor Sampaio da Silva, o Magnífico Reitor da Universidade

Mota AmaralEnquanto escrevemos estas linhas, o PSD ainda não divulgou se o fundador da autonomia constitucional aceitou ou não o convite de Alexandre Gaudêncio para nos representar na Europa e qual o lugar que vai ocupar na lista dos candi-datos laranja. Como diz Rui Rio, não se trata dum candidato qualquer… Terão perdido o sentido de oportunidade que tornou este partido tão importante?

Medeiros FerreiraBolieiro homenageou um adversário po-lítico descerrando uma lápide na casa onde viveu na Fajã de Cima este professor universitário que sofreu pela democra-cia e nunca vendeu a sua independência intelectual a ninguém, mesmo depois de aquela ser restaurada com a sua ajuda. José Manuel Bolieiro provou ser um da-queles políticos que põe a verdade acima dos interesses partidários. Bem haja.

Acudam!Mais um atropelamento muito grave duma pessoa que atravessa uma passa-deira após o veículo da direita parar para a deixar passar. É preciso urgentemente que se proíba ultrapassagens junto das passadeiras para parar de vez com esta carnificina!

FisioterapiaO Centro de Saúde de Nordeste encerra à meia noite, uma decisão muito polémica da responsabilidade do Governo Regio-nal ao tempo do autarca Mendonça. Os nordestenses, e até os nivelados por baixo das redes sociais, muito persistentes em assuntos duvidosos e polémicos, pouco fi-zeram para evitar aquela perigosa decisão, principalmente para os idosos e doentes e para as urgências! Pobres pacientes lá se vão amanhando! Até ver!

AniversárioMais um aniversário de um membro da Tertúlia do Figueiredo. O senhor Pinto, simpático e jovem septuagenário, juntou os amigos numa conhecida unidade ho-teleira de Ponta Delgada, num agradável repasto, que culminou com bolo e vela, lembrança e discursos, com o jornalista e consagrado pintor Emanuel Carreiro a fazer as honras da casa, como sói dizer-se! PA associa-se com efusivo abraço.

IluminaçãoA Câmara de Nordeste informou que vai alargar o horário de iluminação pública no concelho, a pedido dos utentes. Tia Maria José, ao saber disto, lembrou-se dos locais mais escuros, onde antigas ve-reações retiraram o braço com lâmpada, com o argumento de uma suposta pou-pança e que agora também podiam ser recuperados com a reposição da ilumi-nação.

LaresDiz o governo que vai aumentar vagas nalguns lares de São Miguel. Exceptuan-do a Santa Casa de Ponta Delgada , que tem espaço, as outras ( Misericórdia da Lagoa, Lar Luís Soares de Sousa...) se ca-lhar vão fazer de tripas coração! Por for-

ça da razão política vão obrigar a instalar mais camas, algumas nos mesmos quar-tos e noutros arranjos, que os técnicos e inspetores vão passar sempre em frente! O pior vem depois com os efeitos negati-vos nas contas das instituições e Miseri-córdias! Que o diga a de Ponta Delgada, que as outras, já se vê, vão ter a vida mais facilitada!

ListasEstão em fase de elaboração as listas para os Órgãos dirigentes da Santa Casa de Nordeste, após a abrupta demissão da atual Mesa Administrativa. Carlos Men-donça que confessava publicamente gos-tar de um dia ser Provedor, tem agora as portas entreabertas para apresentar a sua candidatura ao cargo, depois de um largo período de campanha político - partidá-ria agreste em rara sintonia com redes sociais que ainda um dia se vão descapo-tar!

PodaSe o temporal já tiver passado, convinha que a Câmara de Bolieiro mande podar e limpar as centenárias palmeiras do largo do Liceu, antes que alguém fique seria-mente arranhado com a queda de galhos secos!

SCUTSVêm uns certos iluminados do gover-no irritar comadre Gilda . Alguém lhes terá falado das tristes ocorrências que esporadicamente se registam nos me-donhos viadutos das estradas SCUTS, principalmente na zona compreendida entre Lomba da Maia e o Nordestinho. Os iluminados pensaram logo na colo-cação de barreiras nas referidas pontes e esqueceram-se de mandar tapar todas as varandas dos prédios altos e bloquear os miradouros com precipícios! A questão está a montante, no acompanhamento e no apoio, seja familiar, seja médico, seja psicológico ... Ou não será ?

DeputadosRealmente a política é uma ciência das conveniências! Os interesses sobrepõem-se a todo o resto! Mais vale cair em Graça do que ser engraçado! A regra tem sido, os bons deputados europeus, com provas dadas, são substituídos sem regra nem re-missão! Não interessa o valor, interessa a clientela, a amizade partidária e a oportu-nidade! Vejam só o caso do deputado Ser-rão Santos substituído por um homem do aparelho! Serrão Santos tinha sido consi-derado o melhor deputado europeu! Que interessa isto?

Frase“Eu sou aquele para quem os escritores fazem os livros”, Sidónio Bettencourt.

24 de Fevereiro 2019 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 19

Memóriasdo

Diário dos Açores

Há 100 anos... Ainda há pouco noticiámos nós a vin-da a esta cidade do exmo. sr. Francis-co Meira, como delegado especial do poderoso Banco Nacional Ultramari-no (...) que apresentou uma proposta de fusão ao Banco Micaelense e que vai ser analisada em assembleia mag-na dos seus acionistas.

Há 100 anos...Dedicado às famílias dos alunos do Liceu Antero de Quental, promove a Caixa escolar, pela sua Comissão de espectáculos e saraus, uma soirée dan-çante no vasto salão do pavilhão do Liceu.

Há 50 anos...Um violento temporal assolou du-rante a noite todas as ilhas dos Açores, fazendo em S. Miguel desa-parecer a valente chaminé do navio “Dori”.

Há 25 anos...O presidente do Governo Regional dos Açores inaugurou oficialmente hoje, pelas 10,30 horas, em Ponta Delgada, as comunicações entre a região Autónoma eo Continente, através do satélite português “PO-SAT-1”, no âmbito da exposição In-terjovem.

Há 100 anos...Em tudo se torna necessária uma certa fiscalização, e assim se nos es-tabelecimentos de trens e “char-á-bancs”, ela se exercesse, de certo não se daria alguns acidentes nas via-gens dos mesmos. Num destes dias, um carro que com destino ao Porto Formoso, ia buscar uma respeitável família, “partiu-se em duas partes” e por forma tal que, ao cocheiro só foi possível trazer os cavalos para a cidade!

Há 50 anos...Fortemente impressionado pela tragédia que atingiu a ilha de S. Jorge, sofreu um colapso cardíaco e faleceu ontem o conhecido advoga-do açoriano sr. dr. Duarte Furtado Castanheira Lobo.Era natural de Vila Franca do Cam-po e tinha 64 anos.A crise sísmica que assola a ilha de S. Jorge continua, já foram deslocados inúmeros habitantes para Angra, onde veio a falecer uma desalojada, vítima de derramamento cerebral.

Page 20: opinião|Pág. 17 entrevista|Pág. 3 0,70 € Fundado em 1870 ... · Açoriano e os Açores”, o casamento, os filhos, etc. Mas, ainda sobre as influências de Coimbra, vale a pena

A Directora Regional do Emprego e Qualificação Profissional reiterou, na ilha Terceira, os “bons resultados” alcançados pelas medidas de emprego promovidas pelo Governo dos Açores, que têm contribuído para que haja ac-tualmente mais açorianos empregados e menos ocupados.

Paula Andrade salientou que os dados revelam que “houve criação de mais em-prego, ao mesmo tempo que se verificou uma redução de açorianos em medidas

de inserção sócio-profissional”.“Só nesta legislatura, há mais 4.454

açorianos empregados e menos 2.702 ocupados nos Açores”, afirmou a Direc-tora Regional, frisando que “48% dos ocupacionais estão na Administração Local, 29% na Administração Regional e 17% nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)”.

Paula Andrade, que falava à margem de uma visita ao Centro Social e Paro-quial das Cinco Ribeiras, no âmbito das

medidas de empregabilidade, observou que esta instituição, “a par de outras, tem investido na contratação de pessoas através das medidas disponibilizadas pelo Governo Regional”, apontando, como exemplo, a recente candidatura ao Fomento da Integração Laboral e Social (FILS), visando a contratação de cinco postos de trabalho.

Para além de lembrar o “grande es-forço” que o Executivo tem desenvolvido no sentido de qualificar e integrar cada vez mais açorianos no mercado de traba-lho, a Directora Regional frisou que “as medidas de apoio à contratação têm sido fundamentais na criação de mais empre-go e na diminuição do desemprego”.

“É necessário fortalecer o trabalho que tem vindo a ser feito em parceria com as entidades privadas”, afirmou Paula Andrade, defendendo a “pro-moção de um trabalho em rede, com o objectivo de reforçar a construção de sinergias que permitam facilitar a integração de desempregados no mer-cado de trabalho”.

A medida de Fomento da Integração Laboral e Social (FILS) visa apoiar finan-ceiramente as empresas e as entidades sem fins lucrativos que contratem, pelo período mínimo de nove meses ou um ano e a tempo completo, beneficiários dos programas sócio-profissionais, como o Recuperar, PROSA, SEI, CTTS, Berço de Emprego e FIOS.

Há mais 4.454 açorianos empregados e menos 2.702 em programas ocupacionais

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Ferro quer novas regras para ajudas de custo até 25 de Abril

Os sete deputados que integram o grupo de trabalho que vai rever as regras para a atribuição das ajudas de custo aos parlamentares têm dois meses para entregar ao presidente da Assembleia da República as pro-postas de alteração.

O Presidente da Assembleia da República voltou a avisar que até ao 25 de Abril quer ter na mão as pro-postas para as novas regras. O ob-jectivo é que entrem em vigor ainda nesta legislatura.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) informou os seus asso-ciados de que está a analisar uma ac-ção judicial contra a TAP caso a em-presa não aplique “voluntariamente” um acordo que data de 1999.

Enfermeiro suspende greve de fome depois de telefonema da Ministra da Saúde

Pilotos analisam acção em tribunal contra a TAP para aplicação de acordo de 1999

Irá decorrer na noite do Domingo Gordo, dia 3 de Março, das 19h30 às 23h00, a segunda edição da Noi-te das Pantas com Baile e Doçaria Carnavalesca. Trata-se de iniciati-va, organizada pela Casa do Povo da Maia, através da sua Biblioteca Infanto-Juvenil e do Posto de Turis-mo.

No Cais do Sodré, mesmo ao lado do Elevador da Bica, a Quinta dos Açores vai servir gelados de sabo-res tipicamente açorianos, feitos à base de leite e nata produzidos na ilha Terceira.

A Quinta dos Açores – Loja do Gelado abre portas a partir do pró-ximo dia 1 de Março, Sexta-feira.

II Noite de Pantas com Doçaria Carnavalesca

Quinta dos Açores inauguraLoja do Gelado em Lisboa

Edição de 24 de Fevereiro de 2019

Diário Açoresdos

Ano146º

Última

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2ª F

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A 15º

3UV

Fonte: https://www.ipma.pt/

Céu geralmente muito nublado. Períodos de chuva, passando a aguaceiros.Vento sudoeste moderado a fresco (20/40 km/h) com rajadas até 65 km/h, rodando para oeste.Mar cavado.Ondas oeste de 5 a 7 metros, diminuindo para 4 metros.

17º

14º

3UV

Carlos Ramalho suspendeu, Sex-ta-feira, a greve de fome que iniciou Quarta-feira, em protesto contra o braço de ferro mantido entre enfer-meiros e o Ministério da Saúde. Se-gundo o Expresso apurou, a suspen-são da greve de fome surge depois de a Ministra da Saúde, Marta Temido, ter telefonado ao sindicalista do Sin-depor para se inteirar do seu estado de saúde e para lhe propor que as negociações entre Governo e sindi-catos sejam retomadas, já na próxi-ma semana.