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o . petroleiro . www . sindipetrolp . org . br jornal do sindicato dos petroleiros do litoral paulista . #11, 4 de novembro de 2009 N ão foi dessa vez, com a po- lítica tosca do RH da em- presa, que tenta através de subornos de abonos mascarar propostas vergonhosas (que es- condem, sob o véu sofisticado de jornaizinhos coloridos, a submissão aos acionistas estrangeiros), que a categoria se curvou. Os petroleiros do Litoral Paulis- ta tem um histórico respeitável de lutas – e o mantiveram intacto mais uma vez. Em assembleia ocorrida no dia 28 de outubro, em Santos e em São Sebastião, os petroleiros re- jeitaram a segunda contraproposta igualmente vergonhosa da Petro- brás, e aprovaram a greve nacional unificada, com uma data comum entre todas as bases, considerando o indicativo de início entre 9 e 12 de novembro. Na voz da ativa e dos aposentados, a canção era raivosa como as últimas de Geraldo Van- dré: não podemos perder nossos direitos! Não podemos entregar a Petrobrás aos estrangeiros! Não po- demos entregar a AMS! Não aceita- remos tanta negação! Não ao não! Que tipo de greve? Também houve muita discus- são sobre as táticas que devemos adotar para construir a greve. Foi unânime a opinião de que, deve- mos gerar prejuízos para que a em- presa sinta o efeito do movimento. Foram levantadas diversas propos- tas, como atrasos de 3 horas em to- dos os turnos, inviabilizar o trabalho dos grupos de contingência (bar- rando, inclusive, os taxis), ocupa- 90% da categoria já rejeitou a proposta; avança a greve nacional! Já se passaram quase dois me- ses desde o início das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho - dois meses e duas contrapropos- tas vergonhosas. A empresa igno- rou por completo as 197 cláusulas apresentadas pelos trabalhadores e propõe o aumento mais rebaixado entre as categorias. Em todo o Bra- sil, o sentimento de cada petroleiro e de cada petroleira de insatisfação foi expresso nas assembleias: até agora, mais 90% da categoria re- jeitou as duas contrapropostas da empresa. Bases da FNP No Rio Grande do Sul, São José dos Campos, Litoral Paulista, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Ama- zonas, Pará, Maranhão e Amapá, todas bases da FNP, a proposta foi rejeitada, foi aprovado o estado de greve e o indicativo da constru- ção de uma greve nacional unifi- cada, com início previsto entre os dias 9 e 12 deste mês. O estado de greve é nacional! E a insistência das bases petro- leiras da FNP em construir o movi- mento nacional de greve já fincou raízes no restante do país. Todas as bases da fup já aprovaram estado de greve. No Paraná, Santa Catarina, Bahia, Rio Grande do Norte, bases da fup, as próprias direções já con- cordam que não há saída: a empre- sa está empurrando e a categoria petroleira precisa entrar em greve - contudo, não votaram o indicati- vo da greve proposto pela FNP,. Em assembleias do Norte Fluminense, São Paulo e Bahia, a própria base defende o calendário unificado do movimento – inclusive a mesa úni- ca de negociação. Apesar disso, as direções dos sindicatos não permi- tiram que fosse votada a data do movimento. Conselho Deliberativo E aqui está o imbróglio: as bases da fup estão esperando a reunião do Conselho Deliberativo da entidade. Nas regiões onde os representantes da categoria são ligados à fup, é o conselho que irá determinar, ao invés da base, se a categoria encampará ou não a greve. A reunião acontece hoje e amanhã, em Brasília. Uma parcela importante do movimento sin- dical petroleiro, agora, depende deles para deflagar a greve nacio- nal unificada e conquistar um ACT justo. ções, coibir o assédio das gerências e supervisões, entre outras táticas. Nesta sexta, reunião Greve geral, operação padrão, greve branca, greve “kinderovo” (com essa, a fup se superou!), greve de fome... Que tipo de greve nos serve neste movimento que esta- mos construindo nacionalmente? Dado o nosso horizonte estratégico, que táticas devemos adotar? É para desembaraçar estas perguntas - e encontrar respostas - que na sexta-feira, a partir das 18h, faremos uma encontro na sede do sindicato para estender o debate começado na assembleia sobre a nossa greve no Litoral Paulista. To- dos estão convidados a participar. Traga suas idéias! “A luta continua!” Prestes a completarem o décimo quinto-dia de ocupação do Edifício Torre Almirante (Edita), prédio adiminstrativo da Petrobrás no Rio de Janeiro, o grupo dos 5 petroleiros aposenta- dos seguem firmes na luta e firmes na pauta. A ocupação foi uma reação imediata à discrimi- nação presentes na con- traproposta da Petrobrás. Imediata porque eles ocu- pam justamente a sala onde ocorrem as negociações do ACT, desde o dia da última negociação, 20 de outubro. No final de semana, deixaram um recado para a categoria: “Apesar do fe- riadão longe da família, do desconforto das pizzas, das dormidas no carpete e do banho de ducha higiênica, a luta continua!” Todo apoio aos compa- nheiros do Edita! agora é greve, rapaziada! Petroleiros rejeitam proposta e anunciam: vamos parar a Petrobras! >>Ocupação no Edita: Veja, no verso, o quadro nacional com os resultados das assembleias de todas as bases petroleiras do país

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Jornal O Petroleiro número 11, publicação do Sindipetro-LP

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Page 1: opetroleiro_11

o.petroleiro.www.sindipetrolp.org.br

jornal do sindicato dos petroleiros do litoral paulista . #11, 4 de novembro de 2009

Não foi dessa vez, com a po-lítica tosca do RH da em-presa, que tenta através

de subornos de abonos mascarar propostas vergonhosas (que es-condem, sob o véu sofisticado de jornaizinhos coloridos, a submissão aos acionistas estrangeiros), que a categoria se curvou.

Os petroleiros do Litoral Paulis-ta tem um histórico respeitável de lutas – e o mantiveram intacto mais uma vez. Em assembleia ocorrida no dia 28 de outubro, em Santos e em São Sebastião, os petroleiros re-jeitaram a segunda contraproposta igualmente vergonhosa da Petro-brás, e aprovaram a greve nacional unificada, com uma data comum entre todas as bases, considerando o indicativo de início entre 9 e 12

de novembro. Na voz da ativa e dos aposentados, a canção era raivosa como as últimas de Geraldo Van-dré: não podemos perder nossos direitos! Não podemos entregar a Petrobrás aos estrangeiros! Não po-demos entregar a AMS! Não aceita-remos tanta negação! Não ao não!

Que tipo de greve?Também houve muita discus-

são sobre as táticas que devemos adotar para construir a greve. Foi unânime a opinião de que, deve-mos gerar prejuízos para que a em-presa sinta o efeito do movimento. Foram levantadas diversas propos-tas, como atrasos de 3 horas em to-dos os turnos, inviabilizar o trabalho dos grupos de contingência (bar-rando, inclusive, os taxis), ocupa-

90% da categoria já rejeitou a proposta; avança a greve nacional!Já se passaram quase dois me-

ses desde o início das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho - dois meses e duas contrapropos-tas vergonhosas. A empresa igno-rou por completo as 197 cláusulas apresentadas pelos trabalhadores e propõe o aumento mais rebaixado entre as categorias. Em todo o Bra-sil, o sentimento de cada petroleiro e de cada petroleira de insatisfação foi expresso nas assembleias: até agora, mais 90% da categoria re-jeitou as duas contrapropostas da empresa.

Bases da FNPNo Rio Grande do Sul, São José

dos Campos, Litoral Paulista, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Ama-zonas, Pará, Maranhão e Amapá, todas bases da FNP, a proposta foi rejeitada, foi aprovado o estado de greve e o indicativo da constru-

ção de uma greve nacional unifi-cada, com início previsto entre os dias 9 e 12 deste mês.

O estado de greve é nacional!E a insistência das bases petro-

leiras da FNP em construir o movi-mento nacional de greve já fincou raízes no restante do país. Todas as bases da fup já aprovaram estado de greve.

No Paraná, Santa Catarina, Bahia, Rio Grande do Norte, bases da fup, as próprias direções já con-cordam que não há saída: a empre-sa está empurrando e a categoria petroleira precisa entrar em greve - contudo, não votaram o indicati-vo da greve proposto pela FNP,. Em assembleias do Norte Fluminense, São Paulo e Bahia, a própria base defende o calendário unificado do movimento – inclusive a mesa úni-ca de negociação. Apesar disso, as

direções dos sindicatos não permi-tiram que fosse votada a data do movimento.

Conselho DeliberativoE aqui está o imbróglio: as

bases da fup estão esperando a reunião do Conselho Deliberativo da entidade. Nas regiões onde os representantes da categoria são ligados à fup, é o conselho que irá determinar, ao invés da base, se a categoria encampará ou não a greve.

A reunião acontece hoje e amanhã, em Brasília. Uma parcela importante do movimento sin-dical petroleiro, agora, depende deles para deflagar a greve nacio-nal unificada e conquistar um ACT justo.

ções, coibir o assédio das gerências e supervisões, entre outras táticas.

Nesta sexta, reuniãoGreve geral, operação padrão,

greve branca, greve “kinderovo” (com essa, a fup se superou!), greve de fome... Que tipo de greve nos serve neste movimento que esta-mos construindo nacionalmente? Dado o nosso horizonte estratégico, que táticas devemos adotar?

É para desembaraçar estas perguntas - e encontrar respostas - que na sexta-feira, a partir das 18h, faremos uma encontro na sede do sindicato para estender o debate começado na assembleia sobre a nossa greve no Litoral Paulista. To-dos estão convidados a participar. Traga suas idéias!

“A luta continua!”Prestes a completarem

o décimo quinto-dia de ocupação do Edifício Torre Almirante (Edita), prédio adiminstrativo da Petrobrás no Rio de Janeiro, o grupo dos 5 petroleiros aposenta-dos seguem firmes na luta e firmes na pauta.

A ocupação foi uma reação imediata à discrimi-nação presentes na con-traproposta da Petrobrás. Imediata porque eles ocu-pam justamente a sala onde ocorrem as negociações do ACT, desde o dia da última negociação, 20 de outubro.

No final de semana, deixaram um recado para a categoria: “Apesar do fe-riadão longe da família, do desconforto das pizzas, das dormidas no carpete e do banho de ducha higiênica, a luta continua!”

Todo apoio aos compa-nheiros do Edita!

agora é greve, rapaziada!

Petroleiros rejeitam proposta e anunciam: vamos parar a Petrobras!

>>Ocupação no Edita:

Veja, no verso, o quadro nacional com os resultados das assembleias de todas as bases petroleiras do país

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O Petroleiro: Boletim Informativo do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista - Sindipetro LP Sede: Av. Conselheiro Nébias, 248, Santos - SP - Telefax (13) 3221-2336 - E-mail: [email protected] - Sub-sede: Rua Auta Pinder, 218, Centro, São Sebastião - SP - Tel.: (12) 3892-1484 - E-mail: [email protected] - Coordenador Geral: Ademir Gomes Parrela: (13) 9601-9656 - Diretor de Comunicação: Marcelo Juvenal Vasco: (13) 9601-9666 - Diretores liberados de Santos: Edgar Pallari: (13) 9601 9472 e Sérgio Buzu (13) 9601.9453 - José Eduardo Galvão: (13) 9601-9672 - Diretor liberado de São Sebastião: Wilson Roberto Gomes: (13) 7804-1391 - Edição e Textos: Ruy Marques (13) 9601.9567 - Diagramação: Carolina Mesquita E-mail: [email protected] - www.sindipetrolp.org.br - Impressão: Gráfica Diário do LitoralEX

PED

IEN

TE:

Incêndio em PilõesNo dia 28 de outubro, ocorreu um incêndio no manunteção de um tanque em Pilões. O Ter-minal foi evacuado e, felizmen-te, não houve acidentes. No entanto, o contexto e as razões do acidente ainda não foram completamente explicadas.

Vazamento na Ale-moa No mesmo dia, no Terminal da Alemoa, ocorreu vazamento num tanque de óleo. Por falta de procedimento operacional (check-list), uma válvula que deveria permanecer fechada e capeada ficou aberta e, no pro-cesso de bombeio de óleo para o navio, houve derramamento da substância.

Cadê o etil?O GLP é um gás inodoro. Quan-do ele é transportado do pier

para o Terminal, é adicionado um composto, o famoso etil-mercaptana, para que sejam detectados vazamentos. Mas, cadê o etil? Os dois cilindros do odorizante simplesmente haviam acabado e não foram repostos.

Preposto da Vigel do lado do patrãoNa paralisação da última sema-na houve momentos de puro assédio por parte de alguns desses serviçais. Até preposto da Vigel, no Terminal Alemoa, estava ligando para os tercei-rizados da movimentação de carga, assediando, dizendo que era para voltarem ou te-riam os dias perdidos.Nivelando por baixo a mobili-zação da categoria, esse pre-posto intimida e assedia os trabalhadores em luta. Pressio-nou para voltarem, mesmo de-

pois que todos os petroleiros e trabalhadores terceirizados cruzaram os braços diante do papelão da Petrobrás e das em-presas prestadores de serviço dentro do Terminal Alemoa. O canteiro desse que se acha o “Rei Momo” da Alemoa é na sala do supervisor de manuten-ção. Até parece um festival de pilantragem unificado contra os trabalhadores na Alemoa.

Gerente metido a pa-trão em CaraguáTem gerente na Unidade de Tratamento de Gás de Caragua-tatuba (UTGCA) assediando os trabalhadores em greve. Saiu atrás dos nomes da turma que paralisou na última semana, para praticar a “caça às bruxas” - coisa muito comum na história, como faziam os milicos na epoca da ditadura militar no Brasil.

“Traíras”: erramos de novoOutra errata sobre os “traíras”, os peixinhos de água doce perdidos no mar salgado. O número de gerentes, supervisores e coorde-nadores que furaram a greve na Alemoa entrando pelos fundos, de barquinho, é de cerca de 20, e não três, como havíamos dito.

Onda de assaltos em Pi-lões não paraPetroleiros terceirizados vem sen-do assaltados em Pilões. No último dia 29, ocorreu mais um crime no Terminal. Desta vez. um assalto a mão armada limpou os bolsos dos trabalhadores no canteiro de obras da Queiróz Galvão. Essa si-tuação reafirma a necessidade de melhorar a segurança da unidade. O sindicato já fez essa cobrança - exigindo, inclusive, que as perdas materias dos assaltos anteriores fossem ressarcidas.

Rio Grande do Sul*

Santa Catarina/Paraná

São Paulo

São José dos Campos

Litoral Paulista

Rio de Janeiro

Norte Fluminense

Duque de Caxias

Espírito Santo

Minas Gerais

Bahia**

Alagoas/Sergipe

Pernambuco/Paraíba

Ceará

Rio Grande do Norte

Manaus

Amazonas/Pará/Amapá/Maranhão

REGIÃO REJEITOU A PROPOSTA GREVE UNIFICADA

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estado de greve***

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defende o indicativo da FNP

defende o indicativo da FNP

defende o indicativo da FNP

sim

*resultado parcial. as assembleias terminam amanhã**resultado parcial. assembleias terminam hoje***nestas bases, as direções fupistas não permitiram que os trabalhadores votassem o indicativo da FNP, embora fosse vontade do plenário

ENTENDA O QUADRO:sim!: entidades que aprovaram o indicativo da FNP, de início do movimento grevista entre os dias 9 e 12 de novembro.estado de greve: entidades que aprovaram a constru-ção da greve, sem data, aguardando a deliberação da fup.defende o indi-cativo da FNP - entidades fupistas que defendem a greve unificada da categoria, mas ainda não votaram a data

CURTAS!