operação de migração para o novo data center da celepar - leila … · 2014-04-22 ·...
TRANSCRIPT
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
LEILA CARVALHO MORAES ROSSI
LEITURA DE IMAGENS PARA A CULTURA VISUAL NA
CONTEMPORANEIDADE
LONDRINA
2011
LEILA CARVALHO MORAES ROSSI
LEITURA DE IMAGENS PARA A CULTURA VISUAL NA
CONTEMPORANEIDADE
Produção Didático-Pedagógica apresentada
para o Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, promovido pela Secretaria
de Estado da Educação do Paraná, integrada a
Universidade Estadual de Londrina – UEL e
como requisito parcial à obtenção da
progressão de carreira.
Orientador: Profº. Ms. Renan dos Santos Silva
LONDRINA
2011
3
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Professor PDE: Leila Carvalho Moraes Rossi
Área PDE: Arte
NRE: Londrina
Professor Orientador IES: Renan dos Santos Silva
IES vinculada: UEL – Universidade Estadual de Londrina.
Escola de Implementação: Colégio Estadual Unidade Pólo – Ensino
Fundamental e Médio.
Público objeto da intervenção: Alunos da 2. ª série do Ensino Médio.
TÍTULO: LEITURA DE IMAGENS PARA A CULTURA VISUAL NA
CONTEMPORANEIDADE.
4
APRESENTAÇÃO
Esta proposta didática busca ser mais um recurso instrucional a subsidiar o
professor na elaboração e execução do fazer pedagógico em sala de aula. Os
textos, as atividades e as imagens utilizadas têm como objetivo a construção
de um repertório imagético para a formação de um sujeito capaz de
compreender e interagir no contexto social que o cerca.
O tema deste trabalho é fruto de observação, vivências e experiências no
ambiente escolar onde constatou-se que os alunos convivem com imagens em
seu cotidiano e estão passivos, não conseguem decodificar os significados
ocultos dessas imagens, tornando-se assim, meros consumidores. Daí a
necessidade de promovermos um alfabetismo estético e visual, delineando as
abordagens metodológicas apropriadas à contemporaneidade de modo a
contribuir na formação de sujeitos capazes de ler, analisar e interpretar
imagens culturais em seus contextos históricos, culturais e sociais,
favorecendo os momentos de reflexão, conscientização, interação e aquisição
de conhecimentos.
5
Como avaliar estas propostas?
Diante das significativas mudanças ocorridas no ensino de arte, na
contemporaneidade, particularmente no que se refere à concepção para o
ensino e aprendizagem, faz-se necessário apontar as novas visões e práticas
sobre avaliação no âmbito da arte, descritas na literatura brasileira.
Howard Gardner primeiro e posteriormente Fernando Hernandez, nos
apresentam o Portifólio como instrumento de avaliação para a “reconstrução
do processo de aprendizagem”. É uma modalidade de avaliação retirada do
próprio campo da arte e que demonstra ser apropriado para uso avaliativo do
ensino de arte nas escolas, condizente às novas concepções de ensino
contemporâneo (HERNANDEZ, 2000, pp. 163-174).
BOUGHTON (1999), também nos indica o modelo adotado pelo programa
de arte-educação, Arts-PROPEL (Estados Unidos), o Portifólio como
instrumento significativo para avaliar a criação artística dos alunos, que
consiste em um suporte, de livre escolha dos alunos ou proposto pelo
professor, que conterá todos os trabalhos produzidos, bem como tudo o que foi
pensado a partir das propostas apresentadas em aula. Para o professor, o
Portifólio é um rico material que o leva a compreender o desenvolvimento do
aluno, como ele pensou acerca de tudo o que foi tratado em aula e de que
maneira ele construiu seu próprio conhecimento. Desse modo este é um
instrumento justo e uma excelente estratégia para avaliar coerentemente os
conhecimentos em arte de nossos estudantes, bem como indicar ao professor,
estratégias de intervenção.
O Portifólio é uma técnica inovadora de avaliar o progresso dos alunos
através de um conjunto de procedimentos contínuo, são instrumentos de
estimulação do pensamento reflexivo.
6
CRITÉRIOS DO PORTIFÓLIO
Registrar e refletir de forma sistemática as suas idéias, motivações,
opiniões, propósitos e todas as considerações de ordem crítica que considera
pertinente.
No Portifólio podem ser agrupados dados de visitas técnicas, resumos de
textos, composições, trabalhos artísticos, projetos, relatórios, anotações
diversas, provas, testes, auto-avaliação dos alunos, entre outros.
Ao escolher o Portifólio, professor e aluno terão uma visão geral do
desempenho e conhecimento de ambos. O aluno cria uma espécie de
testemunha da sua ação em cada etapa de aprendizagem; é a memória de
diversos momentos que envolvem um inter-relacionamento dinâmico do
psicológico com o pedagógico. Anseios, dificuldades, conquistas, formas de
pensar, de ser, agir são mostrados. A característica de continuidade permite
que professores e alunos percebam os progressos individuais e coletivos.
Para construir um bom Portifólio é importante coletar as informações diárias
em sala de aula para um melhor aproveitamento, e não deixar de anotar todas
as fontes (HERNÁNDEZ, 2000).
O grande mérito do Portifólio é sua tendência a centrar a reflexão na
prática, já que esta é a referência para construção, reconstrução e socialização
do conhecimento (Alvarenga, 1999).
Peça aos alunos que organizem todo o material produzido nas unidades
apresentadas para mostrar o que aprenderam. Ao final das unidades
estudadas, os alunos poderão organizar um seminário para apresentarem
seus Portifólios e relatarem seus processos de construção e conhecimento.
7
UNIDADE I
METODOLOGIAS PARA A CONTEMPORANEIDADE:
COMO SE ENSINA A OLHAR?
É importante colocar o aluno em contato com diferentes maneiras de
expressar suas idéias para ampliar suas capacidades comunicativas e utilizar
os recursos existentes, assim, o objetivo é ampliar as possibilidades
expressivas e reflexivas no processo de construção da imagem.
Quando tratamos do ensino de arte, a percepção que temos é a de uma
disciplina que lida com as habilidades sensíveis dos alunos e, ainda, que o
professor irá ensinar muitas técnicas. Essa é uma visão anacrônica do ensino
da arte no espaço escolar, a qual devemos superar, pois na
contemporaneidade a arte na escola não é mais a realização de simples
atividades e sim um área de conhecimento, uma disciplina com conteúdos
específicos, que ampliaram seu sentido e significado e pode contribuir ao
desenvolvimento da educação.
Neste sentido, quando da implantação da atividade “educação artística” em
1971, pautou-se em uma concepção tecnicista, que preconizou o ensino livre,
valorizando o espontaneismo e a expressão individual. Entretanto, desde os
anos 90, chegou ao Brasil propostas metodológicas renovadoras para o ensino
de arte, condizente com a produção artística contemporânea.
Ana Mae Barbosa teve papel fundamental nesta renovação para a
educação brasileira, não somente propondo uma nova abordagem, mas
atualizando o ensino da arte com metodologias de pesquisadores,
principalmente da tradição americana, como Feldmann, Eisner, Saunders,
Wilson, Ott, bem como a produção de pesquisas da Fundação Paul Getty,
DBAE, com Ragans e Brière.
8
A abordagem triangular de BARBOSA (1991) inova por concentrar o ensino
em três eixos: mantém o fazer artístico (experimentação e expressão) e
acrescenta a leitura da obra de arte, aliando a estas duas disciplinas, a crítica
e a estética, bem como acrescenta, também o contextualizar (história da arte);
assim promove a intersecção da experimentação com a codificação e a
informação do objeto artístico.
Feldmann nos traz o “método comparativo”, que envolve quatro processos
distinguíveis, mas interligados no processo da leitura da obra de arte: prestar
atenção ao que vê (descrição); observar o comportamento do que se vê
(análise); dar significado à obra de arte (interpretação); decidir acerca do valor
de um objeto (julgamento), utilizando sempre duas ou mais obras, comparando
com imagens do design e arquitetura, de maneira que para Feldmann
aprender a linguagem da arte implica desenvolver técnica, crítica e criação,
através de princípios estéticos, éticos e históricos (BARBOSA, 1991).
O DBAE tem como base teórica Dewey e entende que as pessoas fazem
quatro coisas com a arte: elas vêem a arte; elas entendem o lugar da arte na
cultura; elas fazem julgamentos sobre suas qualidades; elas fazem arte. Essas
são as quatro disciplinas que podem ser trabalhadas de forma isolada ou
integrada, ou seja, em síntese são produção, crítica, história e estética da arte.
Monique Brière e Rosalind Ragans propõem derivações do DBAE. Brière
enfatiza a produção dentro de uma proposta comparativa para a leitura da
imagem, incluindo até mesmo imagens de propaganda, do cotidiano e
trabalhos dos alunos. Ragans, por sua vez, enfatiza a crítica, exigindo sempre
objetividade de leitura e entende a arte como forma de comunicação. Deste
modo, o fazer artístico, a história e a estética são instrumentais da crítica
(BARBOSA, 1991).
Robert Saunders é metódico e organizado pedagogicamente, incorporando
influências de Benjamin Bloom com a Taxonomia dos Objetivos Educacionais,
planejando rigorosamente as suas aulas. Propõe deste modo, o “método
multipropósito”: exercícios de ver (descrição); exercícios de aprendizagem
9
(análise); intenções da aula (comparação); produzir artisticamente (fazer
artístico), tendo como objetivos a educação estética, percepção visual,
acuidade espacial, simbologia visual e verbal, as mudanças históricas e a
auto-identificação por entender que “estamos mudando de cultura verbal para
uma cultura visualmente orientada” (BARBOSA, 1991).
Estas são a síntese de algumas das abordagens, compiladas do livro “A
imagem no ensino da arte” de Ana Mae Barbosa (1991).
Sensibilizando para a estética do cotidiano
OBJETIVO: Analisar e interpretar imagens do cotidiano; demonstrar
conhecimento individual com o seu gosto pessoal e sua cultura; sensibilizar os
sentidos para a estética do cotidiano.
TEMPO ESTIMADO: 2 aulas
A partir da apresentação aos alunos de vários tipos de imagens presentes
em nosso cotidiano, tais como, obras públicas de artistas, propagandas, fotos
de família, etc. se inicie um diálogo mediado pelas seguintes questões:
Você vê diferenças nessas imagens? Explique.
O que elas sugerem a você?
Como foi feita cada uma delas?
Por quem foram feitas?
Elas têm algo em comum?
Para que serve uma imagem?
Depois apresente a fonte de cada imagem e abra a discussão, levantando
relações entre como percebemos e interpretamos cada uma delas.
10
Como tarefa para a próxima aula, peça para cada aluno pesquisar músicas,
danças e peças de teatro que se relacionem com as imagens apresentadas e
tragam para a sala de aula para apresentarem e discutirem com os colegas. O
professor deverá mediar essa ação com a classe.
SUGESTÃO: Usar o método comparativo de Feldman.
AVALIAÇÃO: Avaliar o desempenho de cada aluno na pesquisa realizada,
participação e apresentação da atividade para os colegas.
PROPOSTA DE TRABALHO II
OBJETIVO: Entrar em contato com as obras de arte e reconhecer suas
características; ver, interpretar e produzir; entender seu lugar na cultura
através do tempo e analisar as características da imagem.
TEMPO ESTIMADO: 3 aulas
Sugere-se apresentar várias obras de movimentos distintos para que sejam
analisadas visando à leitura da imagem. Esta leitura será enriquecida pela
informação histórica e depois no fazer artístico.
Estimule os alunos com algumas perguntas:
Qual a técnica utilizada em cada obra?
Como o artista opera cada técnica apresentada?
É possível perceber o gesto do artista em cada obra? Como são suas
pinceladas?
Há objetos ou seres que podem ser identificados nessas obras? Descreva
cada uma.
Qual a interpretação que você faz dessas imagens?
Estas obras lhe traz algum sentimento?
Estas obras tiveram influências nas artes visuais na contemporaneidade?
Estas obras influenciaram alguma mudança na arte de hoje?
11
Qual dos movimentos que foram apresentados chama sua atenção? Por
quê?
Após os alunos responderem às questões, faça uma discussão com a
classe, ouvindo as opiniões e explicando cada obra apresentada.
Na aula seguinte, retome as discussões a fim de melhor esclarecer as
dúvidas e peça aos alunos que produza um trabalho artístico baseando-se nos
elementos estudados em sala de aula. O aluno poderá elaborar uma produção
baseada em outras técnicas como fotografia, xilogravura, pintura, etc., e por
fim exponha a produção dos alunos, promovendo junto com a classe um
debate sobre o desenvolvimento da proposta.
SUGESTÃO: Usar a abordagem triangular de Ana Mãe Barbosa.
AVALIAÇÃO: Avaliar o processo criativo de cada aluno, através de
observações e intervenções, bem como as ações/reações sobre as
intervenções.
PROPOSTA DE TRABALHO III
OBJETIVO: Observar e explorar os detalhes visuais e técnicas que estão
presentes na obra de arte.
TEMPO ESTIMADO: 3 aulas
Apresentar para os alunos as obras – Frevo Carioca – 1953 – óleo sobre
tela 50 X 69,5 cm – Coleção Geneviéve e Jean Boghici - Heitor dos Prazeres.
Fazer a leitura da obra com os alunos e levantar as seguintes questões:
O que está representado nessa obra?
Qual o estilo e a técnica usada na obra apresentada?
Que tipo de sentimento esta imagem lhe remete?
Você consegue relacionar essa obra com algum momento de sua vida?
12
A obra nos remete a algo que conhecemos de uma experiência anterior
(coisas, pessoas, animais, etc), ou remete a elementos da própria imagem
(formas, linhas, cores, texturas, etc)?
Existe algum elemento da obra que se destaca mais? Qual? Por
que?
Após os alunos responderem as questões, faça um levantamento histórico
da obra e do artista para os alunos, mostre exemplos de outras linguagens
utilizadas como o de fotografia, cinema e outras. Apresente músicas que
relacionam com o título da obra. Como tarefa para a aula seguinte, peça para
selecionarem outra obra e fazer uma comparação com a primeira obra
estudada. Procure observar as diferenças e similaridades de cada uma.
A partir da obra estudada, os alunos irão se dividir em grupos para realizar
pesquisa sobre Música Popular Brasileira – MPB, sobre as danças e teatro da
época e local estudado. Após a pesquisa os alunos irão apresentar para a
classe interagindo com os colegas.
AVALIAÇÃO: Será avaliada a pesquisa e a performance – apresentação dos
alunos para a turma.
13
UNIDADE II
CULTURA VISUAL: COMO COMPREENDER AS IMAGENS DO MUNDO?
Vivemos hoje a era da Cultura Visual, onde as imagens substituem
palavras. Nossos olhos estão o tempo todo recebendo informações por meio
de imagens, o que contribui para a necessidade da alfabetização visual para a
leitura e compreensão e significação dessas imagens.
As imagens a que nos referimos, não são apenas a obra de arte, muito
menos as ilustrações dos textos, mas sim as múltiplas formas pelas quais a
sociedade apresenta o mundo. Temos também imagens para entreter, vender,
deleitar, que nos dizem o que vestir, comer, aparentar, onde necessitamos
pensá-las, agir e assimilar cada dia em suas inovações, pois a especificidade
do conhecimento estético merece ser conhecida profundamente tendo um
olhar diferente do olhar banal, cotidiano.
Hernández (2000) destaca que estamos imersos numa avalanche de
imagens e que é preciso aprender a lê-las e interpreta-las para compreender e
dar sentido ao mundo em que vivemos. Assim, crianças e adolescentes serão
capazes de analisar os significados da imagem, os motivos que levaram à sua
realização, como ela se insere na cultura da época, como é consumida pela
sociedade e as técnicas utilizadas.
Efland (1998) também enfatiza que hoje, temos que ter habilidade para
interpretarmos imagens, objetos, propagandas que giram em torno de
símbolos sociais e culturais, para não corrermos o risco de perder aspectos de
nossas identidades, tendo assim, a liberdade de submetermos ou resistirmos
ao abuso das influências de marketing.
Nessa perspectiva, temos que ficar atento no mundo que nos cerca,
conhecer os objetos que fazem parte da realidade e perceber como são
importantes no conhecimento de significados e como afetam nossas “visões”
14
sobre nós mesmos e sobre o universo visual em que estamos imersos, que
podem revelar novas culturas e estabelecer relações entre povos, lugares e
tempos, transpondo a aula convencional de arte: artistas, estilos e movimentos
históricos para a formação de um leitor, intérprete e crítico das imagens
culturais presentes em seu cotidiano.
PROPOSTA DE TRABALHO I
OBJETIVO: Levar o aluno a relacionar e a interar com o mundo que o cerca.
TEMPO ESTIMADO: 2 aulas
Apresentar imagens como: pintura, arquitetura, escultura, moda,
propaganda, objetos e outros, onde os alunos irão relacionar as imagens com
os elementos visuais (linha, cor, forma, unidade, equilíbrio, proporção) e do
ponto de vista das características de construção como (ordenação, emoção,
fantasia) e também tendo em vista comportamento apreciativo como (empatia,
distanciamento ou fusão com a obra de arte).
Leve para a sala de aula revistas e jornais ou leve-os para o laboratório de
informática de sua escola para os alunos pesquisarem as imagens.
Peça para os alunos selecionarem três imagens de cada item abaixo e
explicar o motivo da escolha.
Imagem que o represente.
Imagem que cause encantamento.
Imagem que cause estranhamento.
Após a realização da atividade, cada aluno irá apresentar o seu trabalho
para a turma, onde o professor irá intermediar essa ação.
AVALIAÇÃO: Os alunos serão avaliados na apresentação das imagens e na
organização da exposição para a classe.
15
PROPOSTA DE TRABALHO II
OBJETIVO: Instigar o aluno a estabelecer relações entre objetos, o homem e
a cultura; proporcionar ao aluno competência para a leitura de objetos e
análise das formas e conteúdos de imagens.
TEMPO ESTIMADO: 2 aulas
Mostrar para os alunos vários tipos de objetos de uso cotidiano e faça uma
descrição detalhada, para conhecer as características e funções de cada um.
Exemplo: Analise os pratos abaixo e responda as seguintes questões:
.
Foto 1 : Fonte: da autora, 2011
Em sua casa as pessoas têm o hábito de fazer as refeições juntas – no
mesmo horário?
Para que serve cada prato? Por que foram desenhados assim?
Todos os pratos são utilizados hoje? Onde? Por quem?
O que essa imagem provoca em você? Perceba suas emoções e sensações.
O que podemos pensar sobre os hábitos de nossa cultura?
Outros povos têm costume de usar esses tipos de pratos para sua
alimentação?
O que pode criar com base na imagem acima? É possível inventar história
para cada um, criar personagens com as mesmas características dos pratos?
16
Então, aproveite para escrever, desenhar, dançar, esculpir uma cena dessa
história.
AVALIAÇÃO: Os alunos serão avaliados no desenvolvimento da pesquisa e
na modalidade escolhida para apresentação para a turma.
17
UNIDADE III
CULTURA DE MASSA NA CONTEMPORANEIDADE:
COMO O INDIVÍDUO PODERÁ DAR SENTIDO À VISUALIDADE
EM QUE ESTÁ IMERSO?
Na Propaganda e Publicidade Contemporânea, a imagem é presença
obrigatória, é um modo específico de apresentar informação de um produto ou
para divulgar crenças e idéias religiosas, políticas ou ideológicas. As imagens
são transmitidas por alguns meios como: revistas, folhetos, televisão, internet,
outdoor, pôsteres, etc., que relacionem o produto/serviço oferecido quanto as
suas características e benefícios.
É nesse tipo de imagem que nos leva para uma mentalidade consumista,
onde são investidos mais dinheiros e mais talento para o produto se tornar
mais atrativo e expor suas mercadorias de forma massiva, e assim convencer
o público para o consumo.
Podemos dizer então que “as imagens na Publicidade Contemporânea são,
na maioria, metafóricas, que exige do leitor um pensamento abstrato para
interpretá-las de acordo com o conteúdo e a finalidade a que se destina”
(Rossi, 2003).
No entanto, na publicidade as imagens sugerem o que devemos valorizar
ou desejar, mudando nossos pensamentos e comportamentos. É por meio da
conscientização que saberemos selecionar o que será bom ou não para a
nossa vida cotidiana.
OLDENBURG, Hambúrguer Gigante,1962 WARHOL. Brilho, Del Monte and Heinz Boxes, 1964.
Serigrafia sobre madeir44 x 43 x cm; 33 x 41 x 30 cm;
21 x 40 x 26 cm. Coleção particular
18
FONTE:http: /www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/file/livro_e_diretrizes/livro/arte/seed_arte_e_book.pdf
PROPOSTA DE TRABALHO I
OBJETIVO: Conhecer, diferenciar e interpretar os vários tipos de propagandas
que há, utilizando diversos recursos materiais.
TEMPO ESTIMADO: 2 aulas
Sugere-se que o professor explique à classe sobre a publicidade,
propaganda e a valorização da imagem tecnológica que se tornou tão
importante para a comunicação quanto à escrita. Após a explicação, pergunte
à classe se a indústria cultural ou as mídias de comunicação de massa
democratizam o acesso à cultura. Ouça as respostas e faça um debate sobre o
tema.
Apresente algumas imagens publicitárias como propagandas de TV,
outdoor, propagandas de revistas e jornais, discuta e compare sobre essas
imagens. Amplie a discussão mostrando, diferenciando as variedades de
propagandas que há no mercado consumidor.
Após mostrar propagandas de vários gêneros, apresente para os alunos
apenas a imagem do tênis.
Foto 2 : Fonte: da autora, 2011
19
Faça um questionamento para a classe:
Quando você adquire um produto de determinada marca, que critérios adota
na escolha?
A propaganda chamou sua atenção?
A qualidade do produto pesa mais nessa decisão? Ou a compra é movida
pelo hábito? Nesse caso, o que os levou a optar por essa marca?
Ofereça à turma informações que não podem ser compreendidas pelas
simples observação das imagens, como por exemplo, a questão da exclusão
social ou da violência crescente em nossa sociedade. Discuta com a turma
sobre esses temas. Em seguida peça aos alunos que pesquisem outros
produtos e que façam levantamento de questões sobre o mesmo. Selecionar
imagens publicitárias e apresentar para a classe.
AVALIAÇÃO: Será avaliada a pesquisa e apresentação do trabalho dos
alunos para a sala.
PROPOSTA DE TRABALHO II
OBJETIVO: Debater e conhecer a publicidade cotidiana.
TEMPO ESTIMADO: 2 aulas
Sugere-se que apresente aos alunos vários anúncios como de cartazes
impressos e reproduções de comerciais de TV em que a manipulação do
consumismo esteja presente.
Em seguida, discuta com a classe sobre as imagens apresentadas,
mostrando os poderes mágicos que são atribuídos à publicidade e o quanto
confiam nela, ou o quanto somos ingênuos enquanto consumidores.
Levante questões para reflexão como:
● Quais critérios você utiliza para as suas compras?
20
● Por que a publicidade nos leva a ganhar ou perder com o consumo de bens
materiais?
● Compramos por que é moda ou necessidade?
Após a discussão sobre o tema peça para os alunos pesquisarem em casa
em revistas ou internet as mensagens publicitárias ou propagandas que mais
lhe chamem atenção. Selecionar no mínimo três e trazer para a sala de aula
para debater com os colegas.
Para finalizar a atividade, peça para cada aluno elaborar uma publicidade
abordando um tema atual e levando em consideração tudo o que foi discutido
a respeito da propaganda. Ao final apresentar para a turma.
AVALIAÇÃO: Será avaliada a pesquisa e a elaboração da publicidade que
será apresentada para a sala.
Ao final desta proposta didática haverá a apresentação dos portfólios
produzidos por cada estudante e isto permitirá ao professor avaliar seu
fazer docente, pois terá a oportunidade de rever os caminhos trilhados
pelos estudantes a partir de suas propostas.
21
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae. Teoria e prática da educação artística. São Paulo:
Cultrix, 1975.
A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva/Iochpe, 1991.
BOUGHTON, Doug. Da teoria a prática: avaliação do aprendizado nas artes
visuais. In: A COMPREENSÃO E O PRAZER DA ARTE, 1999, São Paulo,
Cadernos... São Paulo: SESC, 1999.
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez/Autores
Associados, 1987.
Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de
trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000.
LOWENFELD, V. - BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade
criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
MARTINS, Miriam Celeste. O aprendiz da arte: trilhas do sensível olhar
pensante. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1992.
MARTINS, PICOSQUE, GUERRA. Poetizar, Fruir e Conhecer Arte. Editora
FTD
MEZZAROBA, Leda; ALVARENGA, Geofravia Montoza. A trajetória da
avaliação educacional na Brasil. In: ALVARENGA, Geofravia Montoza (org.)
Avaliar: um compromisso com o ensino e a aprendizagem. Londrina, PR:
Núcleo de estudos e pesquisas em avaliação educacional/UEL, 1999, pp. 29-
81.
PARANÁ. Diretrizes curriculares para educação básica do Paraná.
Curitiba: SEED, 2008.
22
ROSSI, Maria Helena Wagner. Imagens que Falam. Porto Alegre: Editora
Mediação, 2003.