oliveira, romualdo - o direito à educação

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14 10"":: ", , os aVaJ>Ços c limiles que os 1CX1OS an;>Ii5ado. im!>,;mi ,,,,,, ., IM..,- .... de geS\Ao dc moe. álka da escola. ,'", r,rn. li in litu lado ·0 fi""nciamenlo da educação· analisa as C fO/mal! de çap laçAo e dO$ r.,.;,. _ finlOnceiros, pr ocu ra'" ,lo " I" eso::nlai urniI da e dos pr oble mas que penna- UL «;"m em liberto, ne<:e .. itando de Iegislaç 30 compleme ntar ou que .",1m objclo de di sputa nQ ato de wa e><e<:oJo;Ao. OpI:am05 por privilegiar a do lexlO das le b, deixando para OUlfO V<llllme o lIalamenlO e a proolemalizaçAo de: sua Icgularnemaç"'o. t.'ossa in- tCIIÇ1\O foi p. oplcla r ao leitor a combinação de doi s elemenlos necessário. B de um texto legal: a análise da le lra da lei e a. di sputas 'I" '" 1hl'. d "o senti'k>. NM palavras de Dalmo Dn llml (19806. p. 154): "A eflCáda rlas nornaS COIls lltudollals, em lermos depende de duas esferas de falores, que podem ser da •• meado. em 'jurldlcos' e 'POlitlco.'·, Comp reen ' ,k' r os rltOl'U jUrldlCM amplia ao; possibilidades de gil/antl,1os na. esfera poII- tka e 'o'ice-w; ril/l. Esperamos que " MSO In temo tenha sido alcallÇado e que este material pO$S4 ser utlliUtdo noo curSOS de fOl"maçilo li que K destina. Os organizadores o DmElro À EDUCAÇÃO ) R owAUlOPOItTW.ocOLMlt/lo / I NTHOI>UÇÀO Ao longo d"" últim"" séculos, a educllçâo tornoU_iIe um do. r"qui sitos que oS in dil'iduos I",,118m aCesso ao c o" lumo de ben. e serv iço. disl )()- "lv"l. na s ociedade, çonSliluindo·se em c oo dlçAo para .e usufru · o "'ros dire il"" coostitutivos do CSIaluIO da cidada nia. O direilo à edua· \"âo hoJ e reconhecido corno um dos di reitos fundamemai. do homem e COllJ"8 r&dO na leglslaçAo de I',allcamerlle todos o. Ilaliles. O direito li cono/s!e na eompulJOriedade e na gratuidade d1 edUCõloÇ&o, lelldo vfiria. fOl'm M de ImOnlfwaçAo, r.lep<:nd<::ndo do tipo de si$- tema e><lslenle em cada pal" •. A forma de decLaraç;\o desse direito rd( · re·se ao nóm<!ro de ano. ou nlvcls de eleolarldade gar an tidm a tOOm OS ddadAos. Pode .se r deda.r<odo O direito li educõloÇAo elemClltM pela fakio etMb dlI populõ!oÇAo a ser a((r>dida (e du.c:açã<) dO$ 6 &OS 14 '"OS para (odos), p<'!ta de ensi no abrangido {ensino lun<lamental! ou, de 100000a mal. precl Sll. "escola fundamental de nove a no s", paI exemplo. A.o 51'. aO .. nar que o e nlolno lund amentlll é obrIgalório, e.tá·se lrabalhan- do com um dl r dto e uma dupla ob<lgatorledade. Um direito, na medida el11 que todo cidadão, a pari;' de lal de claração, tem o di, <:I to de acesso 11 OOY· caÇa0 nessa etapa. A dupla obrigatori edade de um lado, <10 dever do !'..!.lado de garantir a e/eti .. aç:'o de tal direito e, <le OI,trO, ao do pal OU responsá.vel <le provê-la, uma vez que pana a lJi\o fazer pane do ""u as· blt'io 11 opç Ao de MO levar O f,lh o 11 e:scolb. e. wna pr(nogatlva Que lhe pa. Ltmb ran do oportuna obscovaçfio de José Auguslo Per es: A kN'1I "" COmD um lundarromIaI do ele prunIO, o ""U reYftr.o: o _ do E>tI<do <lo! pr<>rnOWf:- .... do.., quo: deodo: ai se I_rn _r. ""',.., t>eCUOIrIoo. O _ dirello e a ..... , <IeYcr. quo: ao flm ao cabo. >io e"-_ pelo ESIOdo ..... se prelcrlvd. "",100 _ onq_ ""'0 "" lO!ivida<Ie ",,1a1aL Nuse ., .... " 00 cidAdAoo podem >ft mais ti"'" ",,, como "';'iIoo -""" OU _ do. alMdado eslalal. No primeiro caso. .... ""nIO c """"o. do dftlto e<lucaÇio; "" ... gur>do. """'" .. pda ..,ia do EJ ...... . ucrdda ,.., >efi\Ido do "'eoo.: ....... 10 direito. (PERES. 1991. p. 67) t,:nce ij, llcncourl oIJscrva (IUC, no 11' 3, 11 , no Impéno, em murtai prov lrl cl üS, d CCtC tO'HC li obrlgalorlcdlldc dn In struçAo primária, detal ll a lldo-

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Capítulo que aborda o direito à educação no Brasil.

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Page 1: Oliveira, Romualdo - o Direito à Educação

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10""::",, ,k:,o~, c'" os aVaJ>Ços c limiles que os 1CX1OS an;>Ii5ado. im!>,;mi,,,,,, ., IM..,-.... de geS\Ao dcmoe.álka da escola.

,'", r,rn. li le~IO in litulado · 0 fi""nciamenlo da educação· analisa a s I,~ " c> C fO/mal! de çaplaçAo e apliCi>Ç~o dO$ r.,.;,. _ finlOnceiros, procura'" ,lo "I"eso::nlai urniI imc~aç;1o da Ic!Ij.bç~ e dos problemas que penna­UL«;"m em liberto, ne<:e .. itando de Iegislaç30 complementar ou que .",1m objclo de disputa nQ ato de wa e><e<:oJo;Ao.

OpI:am05 por privilegiar a an~1iS<'! do lexlO das leb, deixando para OUlfO V<llllme o lIalamenlO e a proolemalizaçAo de: sua Icgularnemaç"'o. t.'ossa in­tCIIÇ1\O foi p. oplclar ao leitor a combinação de doi s elemenlos necessário. p~m B romp.~nsao de um texto legal : a análise da le lra da lei e a. di sputas 'I"'" 1hl'. d"o senti'k>. NM palavras de Dalmo Dnllml (19806. p. 154): "A eflCáda rlas nornaS COIlslltudollals, em lermos ,,'~Ikos, depende de duas esferas de falores, que podem ser da •• meado. em 'jurldlcos' e 'POlitlco.'·, Compreen ' ,k'r os rltOl'U jUrldlCM amplia ao; possibilidades de gil/antl,1os na. esfera poII­

tka e 'o'ice-w;ril/l. Esperamos que "MSO Intemo tenha sido alcallÇado e que este material

pO$S4 ser utlliUtdo noo curSOS de fOl"maçilo li que K destina.

Os organizadores

o DmElro À EDUCAÇÃO

) RowAUlOPOItTW.ocOLMlt/lo /

INTHOI>UÇÀO

Ao longo d"" últim"" séculos, a educllçâo tornoU_iIe um do. r"quisitos t~'''' que oS indil'iduos I",,118m aCesso ao co"lumo de ben. e serviço. disl)()­"lv"l . na sociedade, çonSliluindo·se em coodlçAo "e ces~jhia para .e usufru · ir~m o "'ros direil"" coostitutivos do CSIaluIO da cidadania. O direilo à edua· \"âo ~ hoJe reconhecido corno um dos di reitos fundamemai. do homem e ~ COllJ"8r&dO na leglslaçAo de I',allcamerlle todos o. Ilaliles.

O direito li edueaç~o cono/s!e na eompulJOriedade e na gratuidade d1 edUCõloÇ&o, lelldo vfiria. fOl'mM de ImOnlfwaçAo, r.lep<:nd<::ndo do tipo de si$­tema ~ga! e><lslenle em cada pal" •. A forma de decLaraç;\o desse direito rd(· re·se ao nóm<!ro de ano. ou nlvcls de eleolarldade garantidm a tOOm OS

ddadAos. Pode .ser deda.r<odo O direito li educõloÇAo elemClltM pela fakio etMb dlI populõ!oÇAo a ser a((r>dida (edu.c:açã<) dO$ 6 &OS 14 '"OS para (odos), p<'!ta nl~l de ensino abrangido {ensino lun<lamental! ou, de 100000a mal. preclSll. "escola fundamental de nove a nos", pa I exemplo.

A.o 51'. aO .. nar que o e nlolno lundamentlll é obrIgalório, e.tá·se lrabalhan­do com um dl rdto e uma dupla ob<lgatorledade . Um direito, na medida el11 que todo cidadão, a pari;' de lal declaração, tem o di,<:I to de acesso 11 OOY· caÇa0 nessa etapa. A dupla obrigatoriedade rekre·~ , de um lado, <10 dever do !'..!.lado de garantir a e/eti .. aç:'o de tal direito e, <le OI,trO, a o <Ie~r do pal OU responsá.vel <le provê-la , uma vez que pana a lJi\o fazer pane do ""u as· blt'io 11 opçAo de MO levar O f,lho 11 e:scolb. e. wna pr(nogatlva Que lhe e:sc~' pa. Ltmbrando • oportuna obscovaçfio de José Auguslo Peres:

A kN'1I "" ~~ COmD um ~~o lundarromIaI do ddad~ ~ ele prunIO, o ""U reYftr.o: o _ do E>tI<do <lo! pr<>rnOWf:-.... ~lIltHo. ok~ ~ do.., quo: deodo: ai se I_rn _r. ""',.., t>eCUOIrIoo. ~ O _ dirello e a ....., <IeYcr. quo: ao flm ~ ao cabo. >io e"-_ pelo ESIOdo ..... se prelcrlvd. "",100 _ onq_ ""'0 "" lO!ivida<Ie ",,1a1aL Nuse .,...." 00 cidAdAoo podem >ft mais ti"'" ",,, tfl<~adoo como "';'iIoo -""" OU _ do. alMdado eslalal. No primeiro caso. .... ""nIO c""""o. do dftlto ~ e<lucaÇio; "" ... gur>do. """'" ~..., .. pda ..,ia do EJ ....... ucrdda ,.., >efi\Ido do "'eoo.: ....... 10 direito. (PERES. 1991. p. 67)

t,:nce ij,llcncourl oIJscrva (IUC, no 11'3,11 , 'Amd~ no Impéno, em murtai provlrl cl üS, dCCtC tO'HC li obrlgalorlcdlldc dn InstruçAo primária , detalll a lldo-

lucasl
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se as multilS para os pais de ramllia. OI] lutore. que " ,\o <cumprissem as deter. ",inações legai." (IlITTENCQURT, 1986, p. 34).

Um exemplo foi a Reforma Le .... ncio de Carvalho, de 1878, <lue in .titula o ensino prin,ário obrigatório na, escola. do ~Iunidp i" da (Ofle (BlITENCQURT, 1986, p. 37), l>em como v~fjas conMituições ~staduai, prornulga<J .. , tORo em seguida li proclama,Ao da República.

Da mesma forma, no At! . 246 do Código Penal, de 1940 prevb.se a perda do p5trio poder. dellido a crime de "abandono intelectual", ao pai que "<Iel­<ar, sem justa CilUSd. de prover ~ instrução prim~'ia de foIho em idade e!<Co­IM ", Neste caso, com pe na de ·del~nçào de 15 dias a lID1 rn~s, Ou multa, de duzentos a quinhentos mil réis", '

No mesmo senlido, mas prevendo outro tipo de sançao, O Art. 30 da Lei nO 4.024, de 1%1, afirma: " N~o poderá exercer funçAo pública, nem ocupar emprego em sociedade de economia mista Ou empresa conc~s.ionária de serviço público, o pai de famfila Ou respon.ável por criança em idade escolar >em fazer prO'lla de matricula desla, ~m estabeleclmenlo de ensino, Ou de que lhe e' lá >endo minislrada educação no lar" (BRASIL, 1961).

A gra luldade é a eonuapartlda da obrigatoriedade do cidadlio freqOe,,­tar a e~co)a e dd obIigaç.1o do Est3do em lornecê,la a looos, poi$ do contrli­rio, a compulsoriedade seria ape,,~s um ônus para a larn/lIa, nlio '" CdIacte_ ,i,andO Corno um direito do Indivíduo,

A premissa da gratuldade e.tá incorporada, Inclusive, ao programa de organi,mos tnlemacionai, como a O,'1U, que , no Art, 26 da Declaração Uni. versal do. Di rei to, do Homem, de dnembro de 1948, afirma: "Todos I<';m o direito à educação. A educaçao deve 5er graluila, ao menO$ nos e,t~gios ele . mentar e fundamental, A educaçllo elemcntaI deve le' compulsória" (ORGA. NIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1948), Oe .. a forma, O di....,ilo ã educdçlio é co",l ituido ,imultanEamente d~ sua obrigatorl ed~de e gmtuldade _

No Brasil, a gratuidade da Escola elementar E compubória tem sido explicit.lda na legl~laç~o federal de.de a ConSl it uiç~o FEderal de 1934.

o DIREITO À EIlUO\ÇÃO NAS CONSIlTUIÇOE.s BAASILElRAS

A primeira Constjluiç~o do Bra,il indEpendenle, a ImpErial d~ COfl.

lérn poucas indicaçôcs sobre educ~ç!\o. A mai s significativa e'tã pre5~nte na Declaração do s Direitos do Cidad.1o. ·Artlgo 179 . A inviOlabi lidade dos direi. los civis e pol íticos do, cidaJáo. brasildro" que tem por base a liberdade, a

, I>L . ' 1.30", do 1 de ~"<m". d. 19<0, TlM, VII _ O'" CtI", .. """" • f ,,,,III.r. to.p_ " I _ Do< O .... , """,, , ..... kt_ f,,,,ilot .

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.... '" ,."'.' ,,, ,'. '." ,." "'''''.I'''''' '''''';!'<' '

"'~,,, , " ' ç; . i"divhh,.,1 " " 1" "1" ... <1",1." {, garant ida p"i:l C<)[lstiluiç50 do [mpé· '"', 1>''''' ",,,,,,, ir., ,t"~uiJl h" 1._.1 :\2 . 1\ j,, 'lrução primAria é gratuita a todo. o~ ";da,I[,oO'." (1 1I1IIoSll., 1'~H6)

1)" I.onto .1" vist" da Icgislaç~o, e .. a declaraçáo de graluidade coloca o 11,,,,il cut,,, oS primei,os paí,e. do mundo a faz.! -Io. Entretanto. o "rlaIMw.t i'· "," ,,," a condiç~o de in >rruçáo da maioria da população e o Poder Público ",~o desenvolveu esforços para Iransformar a educação em politica pública . AI'<r" dis,o, a eonc~,,~o do direito à educação apenas aos "cldad ~os" reS· tringia ,ua abrang~ncia. pois a maioria da popula,~o era consti tuída por e.­",avo,. Essa situaç~o, de e~clusAo da maioria do ace,"o à escola, mant"r·se· iil por lodo o período imperial.

1\ Repúbl ica loi proclamada num mome nto de expan«l.o da .ociill -de· ulOCracla na Europa ~ <k ampliaç;\o d", dhitos do, trabalhadores .• -"tretanto, a hegemonia de uma visão ind"'idualista do liberali smo delerminou a derrota das poucas en,enda, que plOpusemm o en,ino obrigatór io na Constituinte Republicana de 1891. Para Carlos Roberto Jamil Cury, a ornlssAo <I'" consti· tuintes ,obre a obrigatoriedade/gratuidade era "I ... J explic~vcl, ao men", no ~mbito das fala, .obre a gratuidade, pelo princípIo fedErativo.' JA a obrigalo­riedade n~o pas'óOU, sela por causa do federalismo, seja e sobretudo pela imo pregna~o do princípio liberal de que a individ ualidade é uma conqui 'ta pro­gressi,·a do in dividuo que desenvolve progreSS iva e esforçadamente a ,ua vkrus." (CURY, 1992b, p. 17)

Várias comliluiçôc. e,taduai, pOSIe,ime. à Con>tituiç.1o de, 189 1, mano lendo eoncepç.1o institufda por ocasião do Ato Adicionai de 1834, que eoten· dia ser a instrução elemenl"r ,e,pon",biHdade ~,tadual, previam a e,eolilri­UlÇ~O primária grilluita e obrigatória e/ou a gratuidade em seu texto.

Mesmo não tendo sido consagrada no texlO federal, a garanlia do direi-10 à educaç~o não era matéria e'lranha ao debate educdcionai, de modo que, ao longo da República Ve lha, toma·se hegemõnlca a Idéia de~se garan· ti, a sraluldade e a obrigatoriedade do en,ino primá,io, o ensino lundamen· lal de então.

A Revoluç~o de 1930 tIouxe consigo a prom~ssa de modEml,ação do pai" consolidando a pe'5petliv3 qu e atri bui papel central " educação na construçlio da nacionalidade, o que se reflete na criaç.1o do Mini't~rio da !::du· caçlio e Saúde e na e",fUtmaçlio de um , istema Mciona.! de ensino, centra· li,ado c articu lado com Os Interesses políticos do governo. 1\ Cons!ituíntc de 1933-34 definí u os marC05 legai s dessa In.!i !ucional i aç~o, ~e"do, por iS.o,

• Hettd" ""'"" n, ('~", o. 37) "."01.,, ",,"ui . ,"",."to .. ". ".",lIk. ·! ... I I ,IIO<"I'>,;lo ~. •• ", ... ",,, • ou!"""", i. doo t"'Ooo f.~",,,,,,·

Page 3: Oliveira, Romualdo - o Direito à Educação

' " pIIlco de acirrada disputa. Inspirada na COI,,6tu1çAo A1~mâ de 1919. a chio· m .. da Consriwlç.\O de W"'ma. , e "" Con.tl'ulçkl Es.pa.nhoJa de 1931 , ,, Cons­tltulç<1oo de Ú9Wlncolpo,ou o. direitos sodals IIOS direitos do ddad.:l.o. O IMárIo llbf: r~~ f.>coIa NO\'a, difundido no P<lÍs li parlir de. meados dos anns 1920. exer<:eU pfOfunda inRuênda. na cOl\Stl1ulçio de um ldeãrio edueacio",,] irlde]>C.'ndeme da Igreja Católica.

ApesM de e • .., ideal ler sorrido algum,., derrotas em aspectos Impa. · tant es, o texto final da ConstlluiçAo de 1934 apu~sentou InGmeras inovaçõ... ",,, relaç!oo às anleriores. F'\:1a primeira _I'.~ um texto eonsútocion"l bn"ileiro dedlCMia "'" capitulo à educaçâo, tr",~ndu de le mas que, a parti. de eOIAo, .e~atn ]ncorpmados li todos os demais. Rel ~lIvnmente 11 declaração do direi· tO 11 educação. o An. H9 estabelece que ",. cducaçAo t direito de todos e <leve se. ministrada pela ramnia e pelos I'Q<k re5 PIl blicos, c umprinOo .. e>'e. p.opordooâ-La a brasileiro! e " esl rMlleiros domiciliados no Pai., de modo que poulblll!e e tk:lenle. r<l,ores da vida moral e ecor>Ômica da Nação, e de­$envolva nom esplrito braoileiro a COIl$Cltncia da loOIitlMied.ade homana" (BRA­Sll~ 1986).

A que>1Ao .eIa,;"a li. der,niç~ d" Iml;l"içlo respons.1vel peJa educaç~. se a famUla Ou o ESlado, oco!", boa 1»1"" do deba,e eoo .. i'uime. Pata os (/Itóllcos, a primazia da IarnRia $I!!fIItk:" 'a que H\a linha o direi,o de escolhe. o tipo de edocaç-io de .oa prefe,"'nda e ao E$lado caberia cria.r as coodi· ÇOO I'ara sua efelÍ\"lIç.\o. Decorre dai (> enlendimentl) de que, ao \e Ie(.onhoe­cer a primazi a da famflla. eSlava se legilimandc> o . ub!ldio público A escola parti cular (POULQUlt, 1957, p. 154-155). N~ OUlta l'o.lçao, os libe.ais en len­'l iam Ilue a primazia caL>i~ ao Eslado, decorre"do deue entendimemo a ga­rantia de esco la pública para lodos; a esco l .. partl c ula. con";lu;.ia uma op_ çAo da f,'mflla, devendo esla pagar por sua "s(ol l.3. Este é um exemplo em <Iue, par~ além do t"-xto legal. o Imporlan le o! pe rcebe r o slgnincado dado aos le,mos no conlexto do debale da époc:a e As ~on.eqüo!ncias que se ti · raIO dlls difere ntes formulações.

A edr.>eaç:lo é OOclarac:l;, direito de todoI e , 110 M . ISO. referenle M com­pe~roclM ela União, definem-.., ao normas ~ ~ obedO!Ci<lti pala a eLabonio· ç&o do Plano NIICIonaI de Educa.çlo. ""I,lidtan<kHe li e.><tcn.oo desse dueilO à ~du",aç.\o, como: "a) ""sino prif11~1io Int('sral 81a1UI'O e de freqfoéncia obriga· t6ri3 el<1('nsivo I>OS adultO>. b) t~ndfndll • g.atuÍ<illde do e n';no edoc",ivo ui· terior 1>0 primário, a fim de o tornar ""''' lICe5Jfffi ." (BRASl!., 1986)

Est~b dois nOlá""l. incisos ~xplidla,n a l"nu~ncla do ldeário do. pIO/,";­'os d~ 1932 . ma nifesta na gaMntia do dlr('lto A freqll~n cla do ens,nu I,ri",;lrio Intearal e~tcn l l"a aos adultos, aind~ hole pol~ml~a . ~ Inlcrc"ante observar O ~crb<.:lmo da pala\Ta "Ire'1l1~ncLa ' 1\ concenAo tI(} d ireito. 1)010 ê (lItic~ em r>os­la hl slórla co nilltudon .. l, poslcrionnen le , LJ b.,IIUId,1 1>01' "matricula". A InllO_

I ~)

,r,,~ ... , ,~, 1~11.,v •. , "i""·>(I.,I " 1.",,1 .. '''' ,,~, f lorluha. A julga, pcl ... e.scaH.licas '1",·"",,'.,.]a. IM" ·I;" ixd •. , .t., rreitu. (1937; 19-'17). prue<'e prOCUlar g<>rantir "

', •. oIio~K"" ,IM ~ do en.mo primário, poiJ eua MO era a r"'ll"'. O in<:lso b ,I .. "'I. ISO, acima dlado. ao aponlll' a per.JI)CCIw... de graluidade do enolno ",,·.tio ". nm de o lornar ma;' ace ..... -el· , é .co.tj}erado apena< pelo lexlO "" I'!!II! . Mesmo lendo vigorado I"" pOUCo mais de três MOS, a Con. li' uiçAo de l'n,l f uma refe.~ncia fundamental . AS j>OI>Irldades e opções pollticas que lá .,t~ .. "r.m são cen lral. nqos'"d~,es educaCionais at~ os dias de hoje.

" Constituição de 1937. jlecorrcnr e do solpe de l O de novembro do " " ,.mo ano, de cretada rJ;5rGe lulio Vargas , foi redigida por Francisco CMn _ I"", 1)lI",e iro m inistro da Educaç~o após 1930. Por ter-se inspirado no le~t o I,,) IO"~S de 1925, focou conhecld~ como ~ · 1'01,,(,,· . Era e.trutUlada de la l (, m"a 'I"e a definição de 'e' pOf,sa bilidades quanlo à educação encontrava ­.. ' na parle , eliltivlI 11 lam~ia. mais especiflcamenle no Ar1. 125. n ... legulntes !,·,m ... , "~ educação integral da p.oIe ~ O p, imeiro d""", e o direito nalural .Ios pais. O Esllldo nOO ..,fá eslranho ~ esse <.leve., colaborando, de maneira principal OU 'ubskli:irla. Pil,a facHIIa. a sua e~e<'uç"o ou 'uprir aS defi~l­, IS e IlIcullM da educ",,;w ,...rlicuw " (BRASIL. 1986).

Formulado em lermos multo M!melhante~ h coocepçõe5 católicas 00-

hre o lema (FOULQUlt. 19$7), este te!110 prlorlUlva a e scola particular 1'11'" de tiv", O direito dJ> cidad~o A educaçâo. nAo o mern:ionando como deve , do E.$tado, ao qual eSUlva ,eservMo utll papel subsidiário nesla ta.efa. Alêm disso. llfi,mava Que a ed ucação era o lulmelro dever e o direito nalural dos I)al" ornltindo-se quarrto ao direito da c riança, ou molhor, subordin"nrlo o dirello desta aO dos pai., não leva ndo em conta 11 po"ibilidade de Conlra(!i­çâo c'm'e eles, como seria. logo depois, reconhecido pelo Código Penal ao prever .sanções cootra o (time de "ab.1ndooo lnte leclual' , cujo réu"'),r .. o pai OI' responsáve l.

Especlficamenle ,obre o ensino primáriO, o Art . 130 de<'larava sua g/8'

luldade. m>ls O lII<ia de tal forma q"" al>r\a eloP3(O /><I ra 11 sua n",,,,,:Io: ·0 ensino prlm!tio é ob.i)jalório e 8'alulto. A graluidade, porém, ":'0 exclui o)

de>-er de solidariedade dos menos parn com os rn.1Ils nl':cessitados; assim. por ocaslAo da matricula. se tá elIlslda /lOS que não alesa.em, ou notoriamente nAu pudere m alesar eocas.sez de . ecu.sos, u,na contribuiç.\o módica C men­w p.va li caixa escolar." (BRASIL, 1986)

A s 'atuid<><le, ""tada como e xceção. nAo se, .. lo garantida de F<)OTII a ge­"",r~lIzada, introduzia a intenção de t~alltar ~ "e<tu~li""",\o "",;;'1 · via c<luca ­çA o, .bltralndo-oe os aspectos mal. ger.i. ,lo problema; ou ..,ja , e ra O Sur­gl me nlo, Ctn lermos Icsal ~. do (jl ,c",1O If, ~(}("up~do com a rcdlstrlbl,l çAo de rc n<.ln _Ia ed\Jc~çAo, ' ewing lnd o O nccsso s rntulto npe nas aos ma" ",~c"ul .

lIIdos. E.! le ~ lipicamenle " proceno de subslllulç.\o de \Jm direito, e~ten5ivo

Page 4: Oliveira, Romualdo - o Direito à Educação

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" lodos, IK>< uma exceçAo, $oJ,~ i{a a critérios li se""" dcnnldo., muitas vezes ,esidos pe la lógica do IMO.. {\

A COI'ISliluiçAo de 17 de ..,tcm .... o de ' I~~ promulQada SOb os ven.os de­moc,Aticos do segundo;> pó!-g"" .. a e 1111 , l'<Jemocrilliz.~ çllo que se seguiu ao rom da dilOOu.a do ~ Novo. ensejou um periodo de vida ~rnocrt;tk:1I .ela· tivamente longo, me.<mII levando-se em conta 05 seus limites. Ret~a mui_ tos temas educacional! e algumas fmmulaç6es do texto de 1934. A declaração , do diJciro ~ educaçfoo aparecia no Arl. 156: "" e<:lucaç/io é direito de todo' e se.á dada no lar e ria escola. o"ve ill$pi,a. -.e "'" principias de liberdade e nos ldeals de ~ humana" (BRASIl. 1986). Em seguida. no "'rt. 168, pt"e5(!'evla que: "". IeglsIIIÇ~o do ensino adotar! "" ""sulmes principio" I _ (I

ensino pr1rrWio é obrigatório e só serA dildo na Ungua nacional: 11 _ (I ensino primário oficial é gratuito I""" lodos; O ensl"o ol",çiaJ " llcrlCO' aO p,j",álla 5<';·10-fi !"Ira quantos provarem fa lia ou In5U ncl~ncla de recUf$OS ".

Além destes, o Art. 172 lIMantia 0$ remços auxiliares ou de ".ui$l~tlcill ao estu<.lame, embora n~ na deda"'ç60 do direito <lo edu<:~çbo p,,'" todos: -Cada liSlema de en,lno le .~ ob.igatorlameme ...,rviçO$ de a5lii,thc!a edo­cacional Que as""su' cm aos alonos ncceniaados condlç0e5 de efld~ncla eS­cola. · (BHIIS ll.. 1986)

Retornava· ... " idéia., presente llO t~lo de 1934 e aoorodon<lda no de 1937, da WucIlÇ60 como dÕ"elto de todos. A (ed.lç.k> .S<:f~ dada no lar e r'I1I escola· st.bslitula ·ministrada pela famllia e pelos I'bderes PúbliC:W". de 193-1, evkIend· ando /I influência das concepções caJóllcas em ambas as comlilulnles.

Ao lortnulllÇllo da gratuidade ulterlot l\O primário ~pena$ para aqueleJ que cornp.owu scm i n'lJ fid~ncla de recur.." _ portanlo, prevlsla como exceção - diferia da de 19:W, QUe previa a dcmocrallzaçáo deste n"'ei de ensino !)Na todos por meio da prosressiva ifWito.UçAo <.Ia graluidade.

NQ5 lex101'l corntilociollal:s esladuals de 19<17, ha'Á1I lnovaçôes quanlo ~ gra. rokIade, c~tensiva ao enSIno .uperÍ<>f em vária.. deta.. Um caso único K'b<e a ob. igatoriedade, "Conslltulção de Mato Grosso, e5lal.>elec!<l que ·0 en51110 pri· m;\rio I! obrlgalório para U crianças e nlre 7 e 14 anos· (NÓBREGA, 1952. p. 60). Ao CO"Slitulçllo PauUsta, de 9 de lolho de 1947. no ArI. 118, pa1~r"rO "nl. ço, <>Ilnnava que "O ensino ofocial 5eB grlllullO em !<Idos 05 H"'us' (NÓBREGA. 1952. p. 65). Rq>eti.am eslll fonnulaç;\o as eonsHtuio;0e5 do Rio Gtande do Sul, ...... 191,11, do Rio G ... ndo: do NOIte, de 28 de no-;emb'o de 1947. AlI. 122, e a da !lahia. de 2 de 1180$10 de 1947. AJ!. 120, t lO (NÓBHEGA, 1%2).

ThcI11!.tocles Brandão CavalcantI dIscute a aplltõ\bllldade do. dispositI­VOS da obd8"loric""'''' e d~ gratuidade. ou seta., se eles rle«ssilam de legisla· çáo complementar ou I\Ao. Para ele, amb<» $:lo -aUlo-t!A~o.:ulú ~". "1. .. 1 P'" '''''e·lIO' QtJC a obrigalo ,ledade e a 2ra lul<.lade do e .. slno presdnd~m. pa.a SI,a alfH cl\ÇAo, de OU!.a lei _ ..Ao prlnclplol aUlo-<:xe<:l.ItOrlos. Nem ulJle _

.... , ... , •. , .•. ", ..... ","', "'''''',AU'· N;N-'

I"'" " 'I"'" "·~,,I,""'·"I." . .• " ,,, , "., I"""" a. "ntid;'d~. j>(,b licas '''!creu,,· , L,'. d"s ",ej". I"". ' .0 "·,,, 1<", ~" d"'I>e'M , I ~co"e"'es dJ grat"ida ,l e do tn,;· ",.. (CAVAl.CANTI. 1~53. p. 109)

A ditadura d«o'rente do Golpe Mill1a. de 1964. embo." inicialmenle "" ,,'~,~ man1ido denlro dos p;uáme lr(15 e~lecidQ5 ~Ia Cons.ti lulçAo de 19-16,

'" "'COne, cresç,en1ememe a medidas de exceç;\o, acabou ~",1ando de , ,,,I,,, ordenament o ju' !dlco. !'.s le velo cOm a ConstitUIção de~ 1967 Àuc, apc'

" ,Ie e nviada ao Consre.so para discuss.\.o e ap.oyaçâo, leve prazos bas­',,,Ie ex!guo. para ~p~claçAo e yotaç60, nu'" amblen!e de C1i'denle COn.­, .... ,gJmento do PodeI legiSlativo. Nes"" texto, " cducaç;\o I! !Uua<.la no An. lt.ll, nos ""suint .. s te. mos:

'" t<Ncaçoo~ "I~IIO do! lO<Ics e "'~ _ tIO lo." na eKOIa, a...,~. ~ de op:>rtunld><lc. d ...... e Inspirar' Ic "" prlndpio da unidirdc ""do .... 1 ~ no. k",,,I. ~e Uberdade ~ d~ rolklarle<1.><le humana. [ ... J

fJO - Ao legi.l.oçJo <lo ..... 100 _,~ os KJUl"res pt1ncf!tlos c """r,,",

I-I II - O ensino dos nlC lOS qualOne _ ~ oI>riy.lórIC> pa .. '0<100 ~ lI""ullO no» "' ..... ~Iec_'" prirnjl\os oftcbtU; 111 -., e""i"" ofldol ulterlo. 00 prlm.i.rIo se'~.I,qtwI"",,,,,,. irlt1uil<> pa'" q ..... nc ... , de· ",,,,,",uando .r.,1vo 0_1"""'111<>. pro .. ",m f'lHa 00 lnJulk:lt!ocl.a de re<:l111oOl. Sem­I"" que po"""'I. " 1'Ode, I'(b!iro .....mtl,,,lrJ " "'gime de BrAtuldad. ""lo de e<)<>e<:.' "'" de bob.tt. de eslU(t". uigido <> posoerktr re-.mbols<> no caso de enotno de 1'10 .,..:oerIol. (BRASIl. 1986)

No inci,., 11, ampliava·.., o perlodo de eKolarizaç~ obrigalória pa.~ 0110 "noJ, mam.ndo-s~ 11 denominação '~ nSlno primário·. NAo se alle, ;'vlI O rll"el de er\lli"" (ou a duraç~o desle) a que todos te.'lam dIreito. ma. a llCn/IJ O pc· rlodo em que e~te estaria resguardado. A g.atuidade dos 7 a05 14 ano» só ...

tomaria uma ampIlaçao do.~ de escdarizaçáo obrigatoo.. para oito lIII05 CO"" a leI n" 5.692, de. 1971. com .. criaçáo do emlno de primeiro grau.

O l!lel,., III retomava a lemlitlca Ii\ presenle nos 'e~to. de 1937 e 1946; li garantia da S",.tuidade no en\ino uherlor ao p'lmátJo apell.3~ para aqueles que d~mo ... trassem falia ou InsuHclêncla de recursos. Uma novldade Intro­duzida COmO deco .. ~ncia da ne8"ç;\o da graloidade em geral era a idéia de bolsas .estiluí,·eis, que deu origem 'O mecanismo do c/édito edU(all>;o no ensIno sup~rlo" alualmenle denomInado Programa de f"lnanc;"'mento !!sto-<.Ianti1 (I'lcs). ~

A Emenda Conslhuclonal n" I. de 1969.l'ambén, (o"hedda como C"" ... litolçlio d. 1969. I.ata do lema no A,I. 176. no. JC8uinlês lermo",

A cClueoloÇot.O. It"lSpllA4.I !lO potndpk> d.t "r~ ,W(iorwtl c mo Ide.i> de Ub<n1l1dc c __ hwnana, ~ dnilo de lodoor c d~1 do E!lado, • sc";; dada !lO ~.".. r.' acolo.( ... )

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11 _ ocr .... '" prim.\rio ~ obrigatório PiOro _os, 00. •• "" .... q.....o= a_. e lI'otWLo """ e ... bc!Iecimo~ olloclM.; III _ o "Il!Iôno p(Ib/ioto ..,r~ ~ !!'a..,iLo pa •• ""","100. no """'I ~ e no "rp."lo!. de""""'r.".m .Ieliv<> aprove~arne n'o. prcwan:m rol., ou insullcl'",cla do r=uf'W,l. ( llAASll, 1(M!6. p_ 475)

A ,,~nd .. de 1969 reconheda. pela primelr .. v"l. em n!vel coruliluci<>­<lal. educa~Ao Como "direilO de IOdos e deUl:r do Eslado. · (BRASIL, 1986. Art. 176. g,ifo nono) E'.m lermos de legislaçlio n~o-corll litudonal, a p,im~zla cou· be <lo lei de Oirelrize. e 3ases "', EdUC3Ç~O Nacional . a Lei <I~ 4. 0201.161. que e m >CU Art. 3"'. estabelecia:

o di",~o ~ Muc~k> t ... q ur.: I _ ~Ia obriga0;"'" do [.>Od<!. J>Úbko e ~Ia tibcro.oe de Inlda,1va ponicula. O .. mini.· lt~",m o . "slno em IOdo. o. grau ..... IQrma <100 lei em vi~or:

11- ~Ia obIIg~""'do E>Iado de fornettr ~"" hIi"", r.s.I~is pon que. fornlU c. no lal", de-. os demais m.",lbn)o 40 >OCirdade '" de.obrI .... m dorr entlUlIO" <Lo. --=ao;;io • .,...000 _1.0 . Iruu/i('oéntil de mo1ot. de rrodo que "'j>m ___ ;><1.0.

Iguais 0p0r1unldad ••• 1000 • . mRASI L. 19(1)

As varlaçôe:5 o!»etv<>(\.)$ AO IralamenlO dado ~O dlrello à educaçao M'

CO'T>I~ulç6e1 brlL5i1eir:u podem ser slnteU:tadas d~ .fgulnle forma: a) " obrisa,oriedad .. ,,"colar p~ r~ " p"olr", p,imário ~ Inuodutida. em

nl_el con.lll1,donal . a I)~ "h de 1934. com dnco ano. de du ração. Amplia-se O seu periodo de duraç~o par~ oito ll/'IOO no lexlO de 1961 c. com 11 lA:l n' 5.692. de 1911 . a1tera·Je a AOmenc~ .... a (\;I. eductlç~o elementar para ensino (\e primeiro ,rau. fundindo-.e a lo. antigos ensino primArio e ginasial. 0.","" fo,ma, o ~nsl"o ob'igatórlo pass~ li Ab<rrcar esse nO'VO nlvel . m"nlendo-se tal dlrci!o restrllo ~ fai"" elárla dos 1 no. 14 anos de idade.

b) sarant e·se a , Mloidade no "erfodo de escolariurçAo compubória, _ir,cando-se apenas uma f:xceç:.o .... n 1937. quando se ap..,swtam senões à Id~ia dc graluidade Indiscriminada para e sse nlvel de ensino;

c) abandona-se ~ idéia da prQgJcsoiva eXlell$âo da gf8tuidade ao ensino uller;OI' ao prim Ario. JHescnte e m 1934. sub.titulda pela graluidade para OI que provarem ;nsulk~nda de r...:u'~s. chesando-se meSmO a pre· .. e r a In· Iroduç~o do tnecani,mo dllS bolsas d" estudo restl lllrvel, (em 1%7);

d) , ,,,,ela·se a Influência das concepções calólicas li re.pei lo da defini· ,,1Iu das lrulllUiç6es relpOO,s.'ivels pela educaçAo. com prlma';a da famOia ,.,,, rlctrimenlO do Estado. uplidtada na prec<:d~t>Cia da · famHla· sobre os -11.t,·,,,o I'óhlieos· (1934) ou no -","sino m lnlSl'ado no lar C na escola' (1946 " I%i):

'" r~r .. , .. '" [lre";stM. rurplk ltamcm"" " ""'dlllo;mos jwkllco. para Q . ru-an 11., ,I' · t .• 1 ,h,,·r'''. ;' I"'lIIr "" ha_ a po .. ibiliditde do r...:ur$O ao mandado de

".~' '' ''' '\ '' .

..... '''',.", ."" , .• ", .... " ""'''''A '''"_' !) n["r SI" "".", I .. " •• . , ",10"·"\·.<0 i" r;u'11I COlHO In tegranle do ,tireilO ;\

""r·.~çao Ms I" c.nlv).:~ ~<lu"adOl""s das eon,ti tuiçõe$ "nalisada.;. ~) I\JX'IIillI no 1""10 rle 1969 """licila_ O """"r do Estado em amam ir"

'·" "caç~o cotnp ulsórl" pa,a lodos .

1\ r*:cuJV.ÇÃO 00 DlRDTO Ã flllJCAÇÃO r.() TlXTO DE 1988

O texlO de 1988 aple$enl~ v~.ias novIdade. em relaç~o ao le ma. ~Ia I"i ,ncira vez e m nona hlsI6rla const iluclona l. ""plielta'se a decla ração dos ""citos $(I(;iai •• desta<:ando-.c. cOIn primazl4. a educaçaD. O di,eilo 11 edw:a · _,.IO~. inicialmente. AO Arl. 6": "São dlreilO> sociais" eduC':aço\o, a .....;;. '~ .• o trab.alho. o Ialel, a segurança, a p,evkll!t>Cia social. a proreço\o 11 mar.,.· "iol<lde e 11 Inf~ncla. 11 a"ist~nda aos dcoaml)i\rooos. na forma dUOI ConslÍmi· \,\0' (BRASIL. 1985).

No eaplrulo da edtteaÇ;\o. no .'0,1. 205, aflrma·se que: ' ,1, eduCIIÇo\o. direi· I" de lodos e dever do Estado e da famllia, scr~ JHornovida e incenllvada c<:on ., colaboraçllo da lOCledad.,. vl$ando ao pleno de,envolvimento da pessOõl. '''li preparo para O exercício da cidadania e sua quallAcaç~o para o Iraba· lho' (BRASIL. 1988). Esle artigo reafi'ma ~ p,eceMnda do Estado no dever rle educar, como em 1969. Altm di ...... os objetivos geral. inspiradorf:s ""$Ia

cdllcaçllo, "";sando aO pleno desenvolvimento da peuoa, '""u preparo para " exe.clclo da cidadania e sUa qualificação para O lrabalho·. manU!m·.e eqilid.istames da cooh...:lda [)01~mica - que se refe,e Ilriorilariame me ao en· ol no m~lo - em lorno de dois pólos; seu car;it.,. propclllulico e Ipnnador da cidadania OU qualificador para o I,abalho, Com as mooiftcaç6es em curo so no procu.o p'OO\Jllvo. esla t)QI(:mica lambf m lem sido levantada para O en.!no lundamental. admiti ndo·se que a própria educação eleme nla, tenha um caráter profiuiorlllli:tatlle, CDn«[JÇAo \li considera.da po.- oca,~ da apIQ­vaçlio da lei n· 5.692, em 1971.

Al~m disso, no .'o rlo 20ti elpecilic3-sc que: ' 0 ensino ocr;1 minist rado c .. " base nOS se~ ul ntes princípiOS: I - Igualdade de condições para O acesso c permanência n" escola' (BRASIL, 1988).

E'..!le dl.pooitivo. se uan.lonnado eln ,ealidade. avança em tennos d:. erelivaç~o da Igualdade d., lodos perante" lei . poio um ÚO$ meca"isrrlO1l ma" conhecidos de exclusão já não 51: produ~ AO caminho at~ a e .cola (fal,a 01" vagas. po, exemplO). ma. n~ própria açllo tllI escola. que reprodu~ e csllll· matiza parcellL5 da pOpulação, levamlo.a. aO abandono p,ecoce da escora. por m.,lo de múltipLo' r"p,ovaçôes e, mai, recefltcn,eote. colocarrdCHI' ri ••

Inusitad ll situação da aceila, su ~ pc rm a nénda e pros,esso no 11. lenr;, d .. pn,in" . .... m que Isso oj~nifique O ap,eodizado correSllondente .

No inciso IV do mesmo arllSo. afimra.$(l a "graluk!ade do en,lno l',ihW cO nos eltabel...:imflllOlt of"tc\;lob' (BRASIL, 1933). Esle dlsposllivo II100'a 11 I..,r

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Il'ul a~lil> da grMuidadc, asscgurando-a pa,a I<><tos os ni.'cis. Amplia-s" a gra­lUidade para o ensino médio, anl~S !ralada Como "",ccçao e declara_se, ex­plicitamente, a glal"idade também para o ensino super ior. Além di5S0, pela illclusJo <la "ducaçáo infillllil no sistema de ensino. abrange também eSl" ní. velo EsIC inci so revela uma sihM\'~() peculiar em nossa hiSlória educacional. E'.slas elapas da educação básica já eram gralUi!", nos estabeleçj rn~,"os ofi· ciai" apesa, da jnexisl~ncia de disposição legal ne,se sentido na âmbito fe. deral~ enlrelanto, é um dos principais alvO$ dos conscrvadOfes em suas crítl. <:<os à C""slituiç~o de 1988. Ressalte·se <Iue constilui infraç~o o entendimen­lo 8cncralizadarnente adolado atualmente em univc,"idades públicas, de res­tringir a apllcaç~o de:\5e princípio apenas ao. curros regulares de graduação e pós·graduação SI'!ClO sensu, cobrando pelos de especialização e pÓ"SIa' duaç1io falO sensu.

o DETAU-lAMENTO DO DIRfJTO À EOUCAÇÃQ - Q ARTIGO 208

No texto de 1988, o direito ~ educação é especificado e delalhado no Art. 208, nos seguintes lermos:

O ~c""r do Eslado para com a educ"ç~o' ~,~ cf~,",odo medianle a g",,,nr;,, de: 1- clI.loo lund.""'ntal, obriga'ório e gra ,,,ito, 1...,lu,i,,, par. o. que" ele MO Ilveram oce..o ,Ia Idade própria;

lI _ pmg ... "lv, c"'c~o da obrisalo~d.de e graluldaM aoen.ioo m~dio; 111 - ... ndlmenlO cduca<ionaI e' I"'C;"lizaclo ao> f'Orudores de deHdenc;", prele",...,i· alm<onte na rede "'guiar de e",i",,; IV _ atendimen'o em crcc"" e pre.e,eola à, criança. de O. 6 ."". de kl.de, V _ ac ... o ao, nl",l. mal< elevado> do . ",;no. da p"squlsa e d. crlaçao .rtl";c •. >egundo " çap>eldooc de cada um; \11 _ o/e"" d. eruino nolUlno regular. adequada .ll condições do cducahclo; Illl - "'end imento ao cdocando, no eruino flJll(!amenlaL alJ3~. d. programa •• ~Ie. m.,,"."" de matotial didático .",01"" lTa".prm •.• J;menla<;"" e ;u.o;',~ncia à ""ú<!e. (BRA.5ll. 1988)

A primeira novidade a]Xlrece iá no inciso I, ao precisa' que o dever do Estado para com O ensino e'tende·.e mesmo Aqueles que "a ele n.!io tiw,atll acesso na idade própria". Aperfeiçoa o texto de 1967.69, que especificava a gratuidade e obrigatOli('dadc ap"nas dos 7 ao. 14 an~, cr;"ndo a po .. ibi lidade de se dificultar <> alendimento ao, indivlduos for~ desta faixa etária. Emretan. to, n.!io constitui pr<'ilica estranha, ainda hoje. a recu,", ilega l da matrIcu la na primeira série do ensino fundamenta l a uma criança com de> Ou mais ano"

• '1, 1. , pt'I\I lemb<"mos, _""" <lO WiI ""'6noo C...w. (1968. p. '11, dt Quo • m.o" pttdoo oqui ,., ... •• ..m .. "'" ",,,;at,, o '1"' , .. p.dfô<Q OI ",.tit>l<;lo ~".

lO ..... " r"' " "''' 'A r" ' . rl 'r"" , ' •• <1 ."" A r,,,,',,,',", '

" I' .r " I ,'~., ,,,,\ ,, ,]" 'I'"'' SI' "'" "")(,,,,,01.1" ,nais ,,'" !J<Juco, poocr;'i ing""sar "", '1.",,,",, ,, , """, cur", de suplêncitl, ' ,,ne urtaudo caminho." O Art. 208 avança ,,,' """lido ,Ic dcliw" o direilo à educação. ao explicitar o a tendimento dos 'I '''' ",lu se c"co"t ,,,m na idade considerada "ideal" para ingresso n<> e n,ino ',,,,,],,,ncnlal. ICntrclamo, cria uma Impreci'láo formal que poderia abrir u,,'a I"" , h" p ara a ,estriçAo ao direilo li educaç[;" ao nAo expllci'ar a duraç.!io ,1. ." ,. c"sino. Abre·se, assim, pelo menm em tese, a possibilidade de se estio ,,, ,1 ... Il llla dmação menor que n-ove anos seg'l!\do a legislação atual . O Pro­r"" ,Ic Le i de Diretri,e! e Bases da EducaçAo Nacional apresentado ao Sena­oi .. 1',,10 senador Darcy Ribeiro em lt)95 p,O!'unha ° ensino fundame"lal de

, "" ." ,~nos. por exemplo. I"sé C'e tella Júnior (lt)93, v. 8, p. 4.4 10) observa que ° di'po<itivo da

"h,i~a1oriedade e gratuidade é: "Outra ve z a inserçAo de ,eg,a u(6pica e me· "" "",,1<, prog,amAtica . Onde a sanç.!io por carência de escolas? Como oro '''' "ar o en~ino fundamental, ou primário , em ca,áter ob,igatório, embora ,:, .,I"ilo, se não há escolas suflClenles para atendimento da demanda? A otni. ~. , IOliedade e a gratuidade s50 do Estado. Este é obrigado a ofcItar o ensino ~mlliilo .• ,

A I"exlst~ncia de pre;isâo de sanção. de fato, enfraquece a norma legal . A '·"e respeito, resta a possibilidade da Intervenção federal no E'slado (BRAS IL, 1!l88, AlI. 3f, VI, VII, a e d) ou da intmvençAo e5litdUilI fiO munlc/pio (BRASIL, t!JSS, An. 35, 111 e IV) e a respon:s.abllização da autoridade competente (BRASIL, 1988, Art. 208, ~2°). Quanto ao restanle do comentãrlo, de:s.as~iSle·lhe a razão, poi5 a dcclaIaç~o de tal di,ei1o indepetlde da existência ou ru'i<J de escolas em "úmem suf,denle, se"d<>, como o pr6prio au(or reeonllece, obrigação do 8 -lado garanl~las graluilamente a todos. 81a situação foi prevista alé mesma pela Constituição Federal. no AfI. 21 3. 11°, que, ao disciplinar OS repasses de recur· sos publico. vara escolas paniculares, an,ma: "Os recu'ros de que trata este anigo pod .. .!.o ser deslinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, '-'3 ronna da lei , para OS que demonstrarem insur.ç;~"cia de recursos, quando ho\we' falta de vagas e curso, regulares da rede pública na localidade da ,esidênria do educando, "(ando o !'oder Público obrigado a investi, p,io. ,ita,iamenw na e~pan!ão de .ua rede n.a localidade. (BRASIL, 1988)

No inciso 11 do me,mo Arl. 208, retoma-se um a,pedo imrorlant~ do texlO constituciona l de 1934, qual1do Se ap"nla para a perspectiva de pro· g,e"i"a extensiio da graluidade e obrigaloriedade do en~;no médio. E'ste dis· positi'o (,e)eQuaciona O debate sobre esse ensinO para além da polaridade

'NOt,' .. q ... .. lo 'uloo ",o " ' ''''' ....... "' ..... m. a oblll'lo<5fd'''' d. ",""'i .. l'o l,od,....,1o1 , ... b' .. ao l";;, lO ",,

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2G

e",jll(> l)rope~ulico ~u, emino proOsslo,,,,1. A Idéia aqui pre",nle ~ inCOl­porA-1o ao perlodo de ~' a!uidade. e ob,igatorledade, ou seia, IO/nar e.UI ela_ I'~ d" cdu<:a~,~o Wslca p"tle da cd"clIÇ~o obrlgalória (CURV, 1992b). ~ e Sla a tendência cm lodos 05 pa/5ei mais desenvolvidos. de corrência do aumen­lo do. ' <'<IUlsUo. ro-rmals de escolarluoçlio para o "".:rc!cio profissional em Uln jIf~S>o P".>dUllvo creKer1cmeflle automatizado. I'r"ticame nle lodo< os !"Ú"". ~nYOMdm unioe. ,""".."a,,, o ensino médio OU "5Iao em '<ias de raz~ lo e, em 2005, O Chile lomou-o compulsório.

A prescriçao do illd~ 111, "alendlmento especializado ao< portadores de defld!nOa, plefe'elldalmenle I\lt . ede ',"",ulas dc ensino', fo-rmaliza o d",..,. do Eltado e espedflca uma ollentação mai> ge' al em que se prioriza seu ;u.,nd.nento na ,ede "'!lutar de enslllO, hoje re<rlizado rundamentalmenle em entidades p,IY;oda$, r.anlróplcas OU na.:. (MAllOlTA, 1981).

No inciso IV, ·arer>dlmemo em c,oche e pré-escola .... crianças de O a 6 a"",. de Idade·, além da eJl!enloAo do dirello'" educaçao a esoa raõxa el~"'" abre·se a posslb~ldade de COfI$dtl"á-la parte do <:<>neeilO de educaç30 ·bãr.i. c .. •. Com 1.10, incorpora.", eM' elapa da cdocaç~o bãsica ao sistema rej(U­Lar, O Que cJdge , ,",,,,.lIamenIaÇAo e nOtm&riZ/lçao nO ambllo da legislação edu. cadonül CO/nl,len"~nliU". "SO rtao OCQl' ", na vig~r>da da Consliluiç3.o a nleri. or, poI, esra elAP3 era ·Iivre". ""o sujella 11 normaduoçAo educacional. Outra rnn...., it" ..... ,~ é a m"d_nç~ na conc~ I)ç5" de c'cct>c. c pr~.eocol.o., pa.""". d ... se a emendé·lu ClldA vez ,,~, I s como ;n"l!uiçôe. educ~tivil5 e "'eno. de a ssi " t ncla soe.,l.

O IncliKl V. '~~eS$o aos nfvtl. mais cleva<k>. do ensino, da peSQuisa e da criaçao artrSlic~. sesumlo a <:aplcldM~ de cada um", renelc muito mal s urna declaração de Int~ nçõe. , que procuraria e'petineM a idéia lih<!.,,1 da "igual. dade de oport unidade," , do qU! um d i. posllivo Co", implk a çõcs objetiva •. De qualque r (or",a, a c~pre,.au ·sesun(l(l 11 ca pad da<k de cada um" podc dar margem a jU5Ilficar n'ecanismos <k seleçâo do lipo e~ames vesllbul .. ",., q u" "",plicllari~", a "cDI}addadt de Cllda um". Incide. pol •. no dehate das açOe, a firmativas. D<l falO, o debale ju, ldlco sob,e a comtilud onalidade das cota. ancor''''ie, en' pOlle, neSle alli8O, assim COtno no p.lndpio da Igualda­de d" lodos peranle a lei (MOEHLECKE, 2(1()4).

O Inciso VI, ·orerla de e nsillO rlOlutno ,ellu!.,r, adequado as condições de e.odI! um" , é o teCOt, hcci",,,,to do de"er do Esrado p aTa com o "n.in" nolurno, dlsposilivo de grande rek:v~nda, poi. garillll" ao jovem " ao adllUo trabalbador- a possibHldad" de freqüenlar o emlno regula" além de espccill­C~, a necesMdadc de adequaçãoo deste cnsino "h condições de cada um· (CARVALHO, 1984).

F"",lmenle. O I"d~ VIi Ifll:llo do ·alendlmento ao educando, no en.ino fundamenlal , por melo de PfOfiramas suplem~ntllles de malerial didtilico

'2.7 ~ ........ " , " ' ''''A " ,,,,,.,, ... . '" lo " , .., .. . ",." ,

'.-.' "I ... , """"1"""·, :,Iill\~nta~·r,o e .,s,I"~,,,,,, ~ sa.íKkl· . Nos texlO. ant eriore s. ,,~" ""'xl"", ,10.;_,,, 1"".c ,Iç ~o em remetido I",ra a I,alle de assislê ncia ao

. -.llI,)""t" . Neste. II\CO'1>o<a>se 110 ",I de d.....eres do F .. tado relativo. à gamn ­",., ,I .. direito à ed\lcaç.1o. pois. de lalo, ra" parcelas sllInmcativ"" do alllrw:lo

I.'" ~cwlços ,.ao 1',ê·reqLllsllo para a freqú~lIda à escoia. Na árca dJ f.co" ... ",I .•• Ia Edut:a~ao lem.oe teoTizado iKlb,e ~ " ece$. idade da concel>Çoo de ,,,.,,,,Ida<k COnIpOflar tais encargos. Entre,," brasilel",s, Jose ca, IOS de AJa· lI~' Melchior- (1991) ronnulou a noça.:. de "!lrllluldade aliva· como IKJIM'la e m 'I"'" a lém da escola g ralult~, o E..olado 8111antiria esse. "'wiços. cb"sando lI ..... "O a uma boIsa-salltlo que ,em ... ,.."a.ia o< saI!ri ... llAo recebidos [>elo<

'·"lIda.nles.' Ou se emende a ganmUa dcroles "",1Vlço$ auxiliares· como con .. tol"'M» do direito à educaç&o ou comioo .. emos a com-ive. com a ""dmM>

,·",olar serada pO< morivol econOm1C05. A 1I~'anHa consllluclonal deS le, ,ervi,os. ainda que fonnuJada. de ma·

li"'''' incompleta, posslblllla an'pll'" a luta pela lU .. er~tlv .. çao paTa o .\mbito ,I" Sistema de Jusllça. Já OI chamMl05 "r",O/es imra-..scoIiU"e.o· da u clu$:.o. ,dacionadO$, ~ modo. com a QU/Illidat;k do emino, 5.\0 <k üpirlCô\çJio mais ,Iiflell e, porlanlO, menol passlvel. dc exl~jbilidade judicial, ~omo ve re"'O~

.,dlame. Outro dispositivo relacionado com a ,amnlia do di'ello à educação ~ n­

con1ra .c no Art. 60 do AIO da. Ol. po.I,õe. Con" ; t~c io n~ i . Tran . i'ÕTi", (ADCT), nos 5eguln tu lermot: ·Nos dez prlmei,os anoS da promulgação da Consll lulç~o. O Poder Público de se nvolve r:; ufo-rços, com a mobilização de lodo. 05 5elorCI orsal\izados da sociedade e com a ap licaç~o de , pelo m e · nos , cinqü~ nla por cenlO dos rCC ll' SOJ & que se rcfere o Art. 2 12 da Consti · tuiçAo, PM~ el iminar o analfabeTi~rno e un ivc rsa.l izar o ensino IUll da mc nta l" (BRASIL. 1988). ,

Elle arllgo eslabelece um prazo pru-a a cfe~"~ç~o de uma das mais an .. tiS'" dividas ed ucacionais brasllc lru, a unlversallzaçao da alfabe li ... ç~o e da escola fund.~menlal compul$Ória. Além {)i51<>, do:colT Í(I() O prazo previst", ,"o riam paul"el, de responsablllzaç50 ~s 8lft()lldade, Qu e n<1o e nvldasse m os devidos e.rorçol para ruer cump rir O dlsjltJsit ivo constilucional. A pari" ..,I~ ·

~va 6 dlllrlbulç:.o de lecur_, apesar d~ le. sido ro-rmuJada visando a ampli. ar o montanle de rec ursol aplicado c m educaç<1o, foi redigida de rna nci,a amb!gua, lendo .Ido ~herada pela EC 14 e. em d"""rnmo de 2006, P'.'la EC 53. De loda (orma, o objerivo de e ffadJcaç.lo do analfabeti>nlo e de W\NCOa-

• V.r. a ,~-, IIKl'. P "-%) a .... ,~ ...... ....- _ ...... «b:I.çlo •• ...-............... _ ""' __ • _ 010 .. "- quo OI -.. ............ ~"" Ir_ ~ _ _ lo .. <OIlCepçlO 10 __ ph ptGJrMl" «00lIO o IIoIsa·EKoIo. _ ... __ ....

d". di IIoJI

Page 8: Oliveira, Romualdo - o Direito à Educação

2" "_"'00" OO:~ ~..,,_ ~(UCJ _ CE>1~~>" '."',A I1:u<N;A1>

lilaço1o do ensif\O fundamental, apesar dos avanços verificados, I\~O foi min­gido OI! nenhuma autoridade foi re.pon.1lbili'ada por 1.,0.

o ARTIGO 227 F. O EsTATUTO Do\ CRIANÇA E: DO ADOI..ESCENTE

Quno /Uligo da CO'UlitulçAo Federal que decLllra o dl,elto A cri"",aç;\o e I"Opicia me.:anlsmos parn '<la efetivação é o A,!. 227, incJuldo rIO Título VIII _ Da o..dem Soc:i~l. capilulo VII Da Rlmn.o.. di! Crionç .. , do A,loie.-ccntc ~ do

Idoso, nOS se~u i" les lermOS: "t dever da famllla, da .odeda~e e do Es tado Msegu.ar a crianç" e ao adolescellle, com absoluta priorlda<le. " d,,,,lIo A vd~, ã 5aúde, 11 alinlcntaçio, /I. educaçao, ao hller, /I profisslonalizaç;lio, li c::ullura, .lo dignidade, ao rupellO, ~ liberdade e .. eoovj_"éncla familiar e com ... nUula, além de colocli·l05 li ",1\/0 de 10& forma de l\egll,~ncla, dlsc::rimlna· çk>, explorJçflo, viol';"d~. crueldade e opren.\o· (BRASIL. 1988).

Ao .e, r~gul amcmado. eSte a rt igo g()fOU O E'tatuto da Criança e dO Adolesceme (ECA). Lei n° 8.06W90. que te.1' s..rvido de lundllmento legal para roa pan e dIls lIÇ6es judiciais (I"e visam aasanll! O direito a educaç!o.

Substituindo o antigo Códiso de MenoreJ, que dioclptlRllva legalmente. 'dação co'" OI °menoreJ" exclukkn. o ECA traIa de lodiu lllI criança'! e ado­lescentes, mu dando o enlQ(lue: é um e.latulo que tem li jJ'eocupação de "illcluir".

O ECA dedica a edu<:ll<;&o o capllulo IV - 00 Direito li Educação. ~ Cul. Iln, ao 1'~le e ao Lazer, que principia pelo Ar!. 53. eot."ltuindo ""'"" direilO , .. ,~ ..,gutntCll 'ermos:

... crianç. e "adoIo""""Ie l~m d"'iIo l e<:t.o:lt(50, ..... rrlo .., pltm de....,.,.,MmenlO ~c ...... !>C • ..,. . prep'"'' poli'" o exe>ek;i<> "" ckladonla e q""lillcaç60 pu. O u~t».tllo. ","'S"'.f1<l<>..w.u",,; 1- i8l1Oklode de co,,,:Uo;6u ""ra o ""e.", e ptrman'"",,, no ucolII: tl _ direl10 de ... r .... P<_ por ... us "" .. <odo'e>: UI _ dirtilO de C_IM nlltrlos ._~, podendo moorrer b ln$Undo5 ~ ._ .. " IV _ d[n,1Io de o.garUaç50 e \>Irlldpao;.io ..., entidade. e,tudo"lI" V _ ""eno l e. cota ..... btic •• litaluita pró ...... de.u.a re,k1er.clll, f'a'á<I,.ro ~r\lco. ~ direito dos ""I. ou .. ..,.,oH .... 1> le, c~ncla <lo proce .. o pt<lo8Ó8~ co. ~m como ""rtldpo, do de/lnlt;.io das _!.a. eõu<""IoI'lal'. (8~1.. 199Ob)

Algun, dcs..,., a'l"'cl0S reproduzem partes do Art. 206 da Con.~tuiçAo Federal, nlaS O ind50 111 e 11 PlIrte nnal do illcl50 V, ao acrescentaJem ~ ex· p~s""o " l'r6~lma ~ sua resldéucla". a s'e!/llnl 110'101 elementos It DeclaraçAo I~ Direito 11 Educa<;<\o corls i ~nndil n~ Lei Maior. O Inei", li! r,l~ ~~ condiç6 ... p,ra se dIK~rir. em termOJ conc.eto., a l!XClus60 JliI escola, po;, em .'Ie.al ej. <! fella p-o' meio dos mecanIsmos de avallaçl'llo, originando. no debate C!:ucaciollal, até mesmo a exples~o "p.edagogla da repelêncla·. O acré..:!-

.. "' ''''0''''''' ' A" .. "" ,,-, .. ,_:mo ..... "",,..

.... , .t" I",.,,,. V I","il>illt .• 8 cxigé"d~ de escola °l"õxi"'il ~ residl'nda" do •• 1,,, .,, ,, 1< , c, n" hlpótc.., "" iss" ""r hrvlltvcf no curlO prazo. a elligênd8 do " ,''''I""le escola' ~,atllito. ~:m seguid~. seu Art . 54 rej.ll::le i,,';$ /ille,i.ç O Jut. 'ux ,~, <.1' 1lS. O Art. SS prescreve (jue "01 pais 011 "'Si",,]$á .... 1 têm a obri~ ...... de matricular .eu' nrhos .... J>lP1Io6 na ..... e ,egulio r de ensino". O Ali. 56 I' '' .... •. 'lu" 'Os dirigentes de estabelecimento. de enSIno fundamental «>mu' ""'.""0 ao Conselheo T\Jtelllr o. caoos de: ! ... ] 11 - relleraç'\o de faltas lnJ~s­' d; "allas e de eva,Ao escolar, esgOlados oS recur 50S escolare.; rn - elev~oos "IV,'I~ de repetência" (BRASIL, 199-)1»).

lésle di'JIO.'il;vO es~dflca as rCl[)Ollsabilidades dos di,lgen les de esta-1"'k.'(.lmentm de en!lno em encamlnlla. problemas de rallas e>:cenivllS OOJ

, k' aftaS taG5 de '''IlC~ncia pa,a o conselho tutelar. Esle deve 100m" ifljd;;ti. , .," jhl.a eliminar oU mi,IQra' esses problem as.

O ECA regulament" de ",,,nelfa baltanre detalhada o di,eito 11 educ8~'lio p,,,.ente JI() texto constitucional, re p,esentando uma 5illnlficaliva con l,il>"lç~o .• ' e$fOiÇQ pela amplÍlll;o\o e e!ellv ... o\o de"" direito em nossa sodedade.

Os PARÁGRAf'OS DO ARTIGO 208 Os prlncipai. mecanIsmos de:ltrnados a detalhar e ,eforça, a Imj)ortân.

da da ~edaração do dIreito 1\ e <l tICllçAo na Con.titul<;Ao ':;0 os lr~. parásra.

ros do Art. 208. No par,\gra fo p. lmelro, afirmll-se que "o ace!MO ao en oino r .. ndamental

ê dbelto público 'lUble~voo. "'" "d.~ito subjetivo". José Cretela JÍJtIiOf (1 993, v. 8, p. 4.4134.414, G,ifO$ do autOi) entende:

1 ... 1 o!'Od<'t "" exlSll, que o titulo' do dlreUo """",e, em dlreçAo Itqude .""tI " '1· ... '1 enu. em ",taçlo" Ju,ldic" Tralondo ... do <I/mIQ.S wbjefiuof t..t., pois. <loiI .,.iIoo: lJUjt/IG alI<>:>. ' 0 e'-O. peso _de<pm1 ........ ~opockr ... .,.;g;r:~~o_.edoo·._ sobre quem "",ai a ~ o _ . de """'1"It • oI>riiaç50 p.mdic.o rDlII\arIIt.de

reg .. "" direito. Ot di""i,,,,, públkos "'bit",,,. po<Ient ler o "-'lado tafllO ~omo .uje~O .,1vo como "".uivo. O parás .. ro em q ..... ....., "r .. "'· ... &quela nlOd"'kladc e m qu. o tis ... <lo lIgura c".,.., ,,*110 .,ao ..... ,

No cOn>emMlo ~ declaraoçAQ;III educação como o pl'Ím<'!iro dOI direitos socillls. ~ C.etel1a JOnlo< (1991. V. 2, p. $81-882) ;.I)rnla: "' ... ] todo ddOO!io b.a51Iei,o \em o .ubjetilio público "" exlSl, do Estado o t;1Jmprime'~o da po es· t,,<;'\o educacional, lrtdependeJllemenlc de vaga, Se'" sef eçAo. r>O~(lue a re· B'" lurrdlca conslltuclonal " inv .. "lu " ...... s'a''''. colo<:ando o E'lndo. 00 lado da lami!ia, no pode, ..(Ie-;<,r de abrir a lodos llS !)OItlU das e..::oIas ptlbfi­eas e. se n.ao hovvel vag<l$ ne"a., du escolas jJriliatl.,s, pagando aS bobas

80$ estudantes."

Page 9: Oliveira, Romualdo - o Direito à Educação

:;0

1,>0 significa que O F.st~do. sujeito JNls,Hto do direito 110 educaç~o, é 01>.1 ·

8Mo a ofer"ci!:·I~ " lodos . Entidade. da Ivlcd",le civ il , ONC., ~indicato,. a$sociaço:;.,. de moradores, plU lid05 políti«l$, em,,, OUllO', e princi lJalmenlc o Mini5léno Público, podem demanda. li jus,h .... para sua saramla.

O pa.ái'" ro segundo do M . 208 afinna Q\>e "I_I o MO ofeIecimento do emillO obrigatório pelo Poder PUblico, OU sua oIerta ;rr"!lulaJ, importa '"'PO''' sabilidade da autoridade C()lnpcl~r1le' (BRASil., 1988). Trat como novidade a pO.,ibilidade de 'e'fIO"",bili "" di retamente .. autoridade incumbida d~ sar8n. lia do d;reho (por exemplo. o /Jdmlnl'trador póbUco). diferentemente de uma respOnsalJilluç1to do Me. Público como ente julldlco geral , cmlJoofa perma­n .... a a au~rocia de ... r>Ç 6es pelo n.tlo<umprlmcnto da norma IepL E.ste ele. noemo r.oo <! OC$j>rezlvel, pob muitas ""zes se atBu"",nlll qlM! nAo adianta in­_ocar e,te di,po.itivo se n~Q há sanção previs ta pelo ""u nâl)-c ump rim"nto. Ilesta. de qualq~, forma. 11 tentativa de enquad,amento no "crime de res[>01l· sabilidade". eu)a P"Mlida<le pode "". até mesmo a ca.ssaçlM:.o do mandato. Isso, ....,z ou outra. tem ocorrldo no OtMil no< úldmos anos. "",ti<:ulam1ente fIO que ... ,ef.,.." /tO mau ..... dos rec:u,S<» 1""11 a edu~loo.

O par/os,a fo ter.,.,i ro p.esc'e .... que "compete ao Plxler PUblico .e.,.,nse· M os edlKllndos no en.lno f"n(lamental. razer.lhe. 11 chamada I! zela!. junto aos pais ou respon$á.veis. pela r 'eqU~nda ~ e,(Oia' (BRASIL, 1 ~88). A re.[>01l· .abiliUlÇão do Poder Pliblko ~Ia realizaçio do CI!nso eS(o!ar e: po!la cllama­lia ~ matricula conslou lia Ie8l.s1i1OçAo Q1dlnárla em divel"lOS momento,," O mes­mo ocon ia quantO à "",ponsabllidade de ' Rlar. junto aos pais ou responsá· .eis. pela freq~fICia· .'

Este pMágrafo consttlul um 3perfe içoamefllO. ensejando uma methora em flO"5s.as e,tatlslicas educacionais. pois 11 rea l i z.,~.l.o de levan tamento. oons· clenciosos p*!rmite avalia •. de fa lo. as necessidades do s i'lema 'ela' ivas ~ expano..\o da rede f1sic" . bem como dlmeusiona. a exch.o..\o e o pc:rfil de escQ/a.izaçlM:.o dII popuJaç;\o em uma d,,' e rmlnada ár"".

Jos~ C'e tella JúniOl 0993. v. li. p. ~.41 11-4.4 1 9) ent" nd" que ° "so da eXl"eso..\o "!'ode, Púb lko' neste dispositivo ~ Incorreto . .,ots UlI tM"f .. ca be· ria ao profesSOf. Equivoca ·se o traladista.. IX'I. o objetivo de Lal medida é muito

mais iden lifica, ° a luno que se "nCOnln Iara da escola do que aquele lá nlauirulado. De qualquer lorma. M .... ponsabilidades afelas a e»e diagnóoli.

• Mu lu , Im "'"" ... , _Klpo~ " '11> .. 1 ........ ,,,01" 0< ptóp<.oo ",,0.<1_ "" 00. ..... Co...,1 l'!l91b. p. :!$/.11<). Ow"'. I , ___ cio'''''"' _ . Co< "''' 11 . 211 <lo. u; .... , .0:),/ 6. _, -MJ., ~_A _~ do ........ ...,.. h ....... !li<u,," f_oi. 1 .. "'....,. _ ...

.> o _ ...... 1 do '0'_ " .. uIoAyo. _ w. ... -.o,. bI o ............. fio .. "itlçto "" 1 . .. 1iho<\O .1' .... , AItIJo 211 _ Codo --.... J.oj •• _ •• _ "" __ .. _ ... ........... do .,.do . ......... _ ....... pm.i ... -

......... ,." ... ''' ..... OM'" ,,'_'h'~,,"""""

01 .• ,j.· " ,.".I., 'I",. I"~h-,i.,," (e ,I,·.",i",,,) ..." "'1;.r""IIS fl"1. ... s escotas e ..,.. .. . "·' I""":,,,.· iS ... 'I,,,. 1"~Io · , i;",, I><.! , r\'lt.,,,,,,nte eslar previs tas em lei. Emre • r.,· .. 1". 10" " . c~ .. ' " I"cxis!c'",~' de legl5laç!0 que obrigue as e.cola, ~ mano ... I" "" 1",hlic05 I';":' '''gimo das crianças que p.oc"ram vaga e n~Q ~o ,I. ".j"I." . • ~"a I"",állc~. hoje em dia. alma INstante a educaç<\o irIl ..... 1il.

I:MtH IMI W"f05 VlAI:IIUZADORES 00 DIREITO À fl)lICAÇÂO

Ih I\SI,ectos do direito /I educaçAo ap ,esentado, nO. itens ante,lo,es .k'h· '·" 1)11,,10 já haviam 5ido contemplados pOr nosn I"Sisi.'Jçao. Afina l. iI 1~· 1~r~ dedaraçáo desse direito. peto mt'fIQS no """ di~ ,espeilo à graluidade. . •• "1.,,,,, lá da COIlstlluiç&o Imperial. O que ... aperfeiçoou. para altm de uma ",.,"~ exp licitação dos dl,eit", e de uma maior preclskllu. ldj(ll - evidenCia· .I., I ",J~ ,edaç~o _. forll'" os mecanismos capaze. de ga ,antir. "m le rmos 1.,. ,It~(>$. 05 direitOJ amerlo,ment" el\ul\clado •• eS les sim. verdadeiramente ",· ...... Iofoes. T .. i5 mecanhmos sao o mandado de seHur~nç~ cole tivo. O man­.~"k, ~ Injunçao. novidade legal " m nossa tradiçoo cons l,tucional. e a l>ÇAo ... U viiblici .

O m<mdado de SeJjuronça estA ."evlslO no TItula n. Dos Dir"itos e Ca­, .,nl las f\mdamemal • • ca p!tulo I - [)Qs DI'e itos Individua is e Coletivos. Art. 5Q

t \IX. LXX. JJOS segullllu le:mQS:

I.XI)( _ concede. · ... ·' mo_ de ............. a P""" prowgo. dInoIlo, liquido e """"'. '*' amparado por._ttrioopus ou~"'''-o ~l~la ~ 0)1 OU abu>o 0)1 pode, lo, autor\d.;><le pObIka ou agen!e de ptUo;> jurldiu. no ""eld· <:\o de atra.>uiçõ<s do Pode, Púb!;"o; l.l(X - o """,dado de Ms",a ..,. colell ..... pode s,,, Imp<=lt.do por: a) partido> poIItIco com .. proMntaçi<> no Cof1lJre",,, Naclo",,~ li) oflolriuç<\o .1ndi<a1, entidade do ela .... ou a.ssoc\ao;i<> ~nte c"n .. ~uIda e .... Iundoo>omr:nm hf ptIo ........,. um ano. 10m defesa ..... interes ......... -.. .... m· _ ou .ssocla<loo. (BAASn.., 1988)

Fábio Cornpa.alO ( 1989. p. 96) obw:,va que. """"lO mandado de seguran· . ça. pode m IN defendido! o§ cha m a dos direitos I1quldos e ce ,to s. dlsllntos da liberdade de locomoç~o. conua atQS O<r omi .. Õ(:. abusiva. do Poder PÚ· blico. SII<.o considerado. Ilquidos e ce,tos o. di.eitos cujo reconhecimento ind"pe nde de uma In~t,uçao pfOba'Ófia no p.oce .. o (IQlemunh;u OU oiOlo-­,ias. por u emplo)'.

No me.mo 5enll(l o. MJ"O<'I Gonça l.u Ferreira Filho (1973. p. 29S) en­b,nde q..,e: ·0 m.,ndad o de SCHllIança ~ ,cmédio especifico con tra a vlola_ çAo. pelo pode, público. de dire i1o, IIqul<\O e ceno. ou t,o que o (I" loco",o­çi\o. O !leU campO ~ IçA0 ~ dennldo pai exdusâo; onde MO cabe o IIlÚ)tfOS

OOI'pVS. ca1.>e o mandado de segurança."

Page 10: Oliveira, Romualdo - o Direito à Educação

o direito ~ educaçAo enquadra-se neSIM condições, pod~ndo-5C Ia""a. m~o delle mecanismo parll det;"'", s .... sar:an~a. A1~m disso, a poMit.Uidade d~ sua utiliz.,ç~o 110' l>arle de in5tilulçõ<eS da sociedade eM!, com vislas à dele ... de direitos coleHvos, amplia m<,ila sua aplieabilida<k.

O ma",JOOo de injufl{60 é pre"bl~ no ArL 5°, LXXI da CF, l>O!i seguintes rerm",,: ·"once<l'" IHO-;lo mandado d .. Inlun~.lio .em", .. que a fal ta d .. nonna .egulamentadora lome In.-lá,·el a exe.cido dos di."ila. " Ijb.,~ constitu­clonals e dal prerrogativas 1!'\C. entes lo nadORillIdade. :. sobe<anla e ~ cidada, nla· (BRASIl. 1988).

Segundo..loK AIoruo da. SiMo (1981, p_ 51-52), ·0 l'l13JIdaOO de iniu~ ~ 1_ .. 1 um inSlituto p.ocessuaI civil, OllIOrgado ao legitimo intereo.sada como ,e_ ~dio constitucional para 11 obIen.ção. mediante decisão judicial de equldade, a Imedi.ata e COflCI'e\a ~j.>IicaçAo de din:ito, I;b.,rdade Oll prerrosativa Inerenle ~ ""donall<.\adc, Ir sobe.~nIa popul", Oll.lo cidadania. quando a falia de oorma rellullodotll lorne I~cl O $<\tI .tl!ula. e:ce.clclo".

O mIIndado <k i"lun~&o Illribul "pOO'" l"gi.IaUvo" ao JudiciArIo na hlpó­lese de 11 aus<'.ncla de resulamemaç.!io p.ejudielll a IIl11amia e/Oll cr"livação de dete rrnlnado dlrello.

A açoo ââl piíblica eSlá p.C1iista no Arr. 129, 111. ao eSlal>ele<:e. a. run, ço.,. do Mlnl$l~'1o l'olt.licO:

510 lu~ IlUtll""loN~ <\o MI"I"b\D P.:DIic<>: ( ... 1 111 _ pr~"""",,,r o InqUO!'11O oMI e a ao;Ao dvil J>6bIioa, p.r •• pro'«;Ao 00 palIIOOnio público e ooola l. do melo ."~,I.,,,re e do oulro. Intere .. ". dU"", •• co"',iro-o. 1 ... 1 11" A I<>gltl"",~40 do MlnI.~"", Pt"i>Ik:o par. ao ao;õe. oMs p"'vlst,.. "".'e artJa<> N<> In~. O de te",.lro •• n." m,,.,,,,,. h;m~ ••••• egundo O <l1.posto nesta eon.~lul<;40 e 'lO le i. (BRAS IL. 19&8)

Também O f:Stal<,to rta Criança e do Adolescente di.cip lina a. açOe • .-I­sandO 11 l>.oteç~ ludlel~1 dOI! \m,-,res~s difusos e coletivos. Em se u M. 208. p.ev~ Que:

Rege .... .., pela. dlopo.It;~. do,,-. LeI., ao;ó". de responsabllidade por 01 ...... aos dln:~oo """lIuradot. crLo'.ça e ~ ",M .. "."", "" ."" .... ao nao-okreclmento ou 01,",,-, mll"la" I _ do e ... loo obrIg;>'6Iio: li _ <:lo ... nr:llmeruo f:\Iuo..;\orIa1 .. peolollzodo aos portadOtel <:lo do:fldtn,," : UI ~ do: ... nclimc!nlO em crune .. prt_ .. «>la as cn.no;a. do: U ~ r; anos do:_, rv - <lo eMlno .-uno rquIar, odo:-quo.do .. --.dições do edo<ando; V _ do progr.mu ouplemmla .... de of.rro. do: .... 1efW ~oeoW. trOO5pOflr " .. obotncllo • ~ do l<Iur:ando do etulno IUndornef"lC;ll: VI _ de ,",,!\'Iço de ... tstmola _I whan<Io • pr<>I~ • hunIi&. A mo_o • 1nI~",,1a •• _ntl •• ~m como ... _10" <:ria"!: ... odoIeKo!, ... que dele -VII - de. ..; ........ 00Ç6e0 e ..,IYIçOf de .. ...".:

: ~ : ~ .. .... .... ",,, .. ,, ,,,, . ,,,"" ",,,,,m)'''~

VIII ,'" "",~,~"I,-",::.o ~ Ilrofw "'''Ji:<a<;40 <\O. a.<k>I .. "enle. pr;.....oo. de ~rn.de. 1·. ,,;\gr'~Q '\'",,0. As hlpó''''""' pre-;\!IM roeste artigo ""'" "",,).>em da proteçk> judIciAl ,.,Iroo ~..,_ ~ dIIutor OU cole"",,", PI'l!><\OI-do W,\nd,l.edo ~ r ~,. l.rotesidos ""Ia Conoli'uIç/oo . pela '-"'- (BRASIL. 1!I9(b)

Noya"'enle des, •• a-se a Importànela dada:' educaçao na p,e"""içlio ~ ·~ .• I. e"abelecerl(\Oo$oe, expuellam eme. mecanIsmos para !.lia lIaranda. A <u­

.. . , novldaOO Introduzida POf eSIe M1igo eocontra-"", na parA,grafo único . .., ,." .",Ie aos lr'tereJ""" "dllu$O$" e "colellvos".

Anlllnlo Cha\'es (199-4, p. (40) CUI"""" POf Inleresse difuso "[",1 a inreu5-." , I~ u'" grupo ou de grupos nlCOOS determinados 00: pe""""', "nlre: as qull5

..... , haja vinculo juridko ou fAIk<! multo preciso". O mesmo aIMOJ ""tende I_~ inte.esse colettvo "1 ... 1 a que a!:>nI"JIf' r:alellOfla delermlnao:la ou pelo me­,,,,. delermlnável de InodMduos, como o dos aswciados "" uma "ntida<!" "" , L._. Aulm COlUO ocorre com o In",resse Individuai lndisponl\'eI, lambém o ",'cusse coletivo, se Indlspor,I""I, u~ ln"",rido ""'IUelM noçóes mais abran­~. '''Ies "" Iml'tC!$SC! público." (CIIAVfS. Im, p. 64O-M I)

AJéln disso, o Ar!. 210 do ECA estabelece a ~SiUnaç.\o concorremo: para " açóe5 Clvels fund~(Üts cm inle,e,,,,,,' eolcllV01 ou difuros, " O' ",suinles "·.mos:

1'0"" a$ ~'""" oM" n,,"'.(I.O. em """r., .. ". coletivo> ou dlr"""",, C<K"kJ<f~lI """ "'9-lIro;o(loo OOf1OOrTe1\I(~noe:

I _ O Minl.l<!rIo NbJi"o:

11 _ a u.\l.\o. os !:orado:», os rnunlclpioo. ° DI"~IO fede,al" O> Tern,óoo.: 111 _ ..... ~~6t:. "'8""11'"'''' co" .. U"k\ •• há pelo meno. lIIn ano e que 1""IUõm . " tre sc'"' fl". lrutllUClonab • (\(>f~ .. doo h~e ........ e direi'"" protegido. por ".r. l.l. <lr.penoada a .UlOriu.ç.\o da .... rrb~ ... , • • houvor prtvia aul~.\o e.la lutJ\ria. i I o Mmlllr'Je~ III1.cc!UÓrolo faeullalM> e/~re 00 Mlnio'~rlo. Público. d. União" doo Eoladot .... dorua doo Intere .. ' " e direi,,,,, de que cuida " .. a Lei. I"l!' Em taso d. <Io.b~",,1tt OU abar>:Jono da...:.\o ~ auoci;>ç.\o legitimada.. o Miri>_ . lérlo l'I"rbIko OU OUlro ~rima<lo 1>'<Ier~ ... umir. tll ..... _ oliva. (BRASIL, 199IlIo)

eslC dt1alhamemo legal pennl'e, do ponto de vj,ta juridico, amplo apOIo a 1'Ç6<es 1101 QUIIlquer uma dessa, Instltulç!'>!!., m~ me. mo por oar1e de as. d açOes da sociedade civil. p;mI .qt.csentl,,~m ao Sistema de Justiça .-IoaJ\do a aarantlr ° dl.ello ~ cduc:açAo.

A EMEtiDA CONSTm.ICl())JAL 14, llE 12 DE srn:.\1BRO llE 1996 A EC 14 alIcrou a re<Jac;<\o doJ doi. primeiros j,,,,l_ do ArL 208, aque­

les qoo es~lbek:cem a dlreko ~ eWcac;k>. T .. I modiflcaçk> e"",ÍOll adrrad", debale1 ace,ca da po»/IIel .eduçic da garantia do di."ila. v"mos ItnIlIlsá-1a$ com mai, <klaU'e •.

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/I primeira rnodificaçlio ocorreu na altcraçAo do inciso I, cuja v""ao ori­giool era: "I _ cn,;no fundamental, obriS"tooQ e gratuito, indusi,-c para o. que a ele MO ti~ram aceSSO na Idade próp,i,,", .,llcrada para: "I _ ensino funda· m"ntal, obrigatório e gratuito as,egurado, inclusive sua o ferta graluila paTa lo­do!; os que a de nlio tiveram "ecsSQ na idade 1',6p,ia" (BRASIL, 19963).

NAo I>á alteração na primeira .... Jte da dcdaraçAo. [)essa fonna, explicita­se " direito de lodos ao ensino fundamental. A modificaçlio refere-se à segun­da pa,te 00 inciso. Na redação m iginal, essa parte funciona"iI como um de_ talhamento jA incorporado na declaração inidal, ma. enfati zado de modo a não permitir dúvida •. Estend ia-se a obrigatoriedade e a gratuidade até mesmo ("inclusive") aos que nAo ti"eram aceSSo na idade própria. Com a emenda, 5ubs~tui ·se a exp'e~stlo "[ ... [ inclusive para os que a ele não li"eram aCesso na idade própria" por "[ ... [ assegurado, inclusive su~ oFerta g.aluita para to-dos os que a ele n:'o tiveram aceSSo na idade própria".

Tomando como refer~nda a anMise desenvolYida na primeira parte des· te anigo, a compulsoriedade abranse uma dupla responsabilidade, do indM· duo 0I.l seu responsãvel le8~1 e do E:.tado. Seguindo tal entendimento, O tex· to originai significava que me.mo os indivlduos que Já tivessem uluapa .. ado a idade considerada ideal estariam .,,[eltos 11 obri8~ç;;0 prescrita no disposi. tivo legal. Evid~ntemerlte, este entendimento n~o se materiali20U em plOcedi· ment05 jurldico. buscando forçá.los a freqOentar O ensino fundamental; en · tretanto, este e.~ o .eu sentido juríd iCO: todo., independentemente da idade, estariam obt;gados a freqüentar o en,ino fundamental e o E,tado a garantir­lhes esse d ireitO/dever. O texto substitul ivo manteve o direito a todos, ma, eximiu os individuo< que ultral,assaram a Idade legal da obrigaçâo de cursar o ensino fundamenlal. não eximindo o E"ado da obr;gaç~o de fornecê·lo grMuita",enle.

Essa intelpretação ficou explicitada dUlante o. debate. em tomo da Proposta de Enrenda ComUtucional (PEC) 233, de 1995, que .e tr~",fonnaria na EC 14. O relalOf. em seu parecer final, explidta esse entendimento. Uma inlerpreta0u di"ersa desta entende que a emenda re.tringira o dÍleito da po. pulação maior de 14 anos ao ensino fundamenlal. N~o palece ,er O caso. poiS ,,~o se explicita, na primeira parle do inci.o, que a obrigatofiedade e gratuidade do ensino lundarne"tal "" re(eria exclusivamente aos que se encon· tmm na Id'Ht~ correta. Ao contrário, o car"" <lo artigo r..rer~ ·se "" "dever do Eslado' , mantendo·.e, também. a obrigaçào de o(crecer CSle cnsino griltuita · mente espedfkamerlle " essa população.

A s<'g,,"da modificação ocorreu tiO i"ci,,, 11. com a s"tJs l itu j ç~o d~ e~'

pres<~o "!>rogre"iva eXlellsl'io da obrigdloriedade ~ grMuid;ule ao e"sino médio' IIOr "progrclSlva ,milJ('rS(JI!:l1çao do crulno médio Bratul lO' . (srlfo nosso)

:~ 5

l;'UIO 'lJ"~ r cd~ç:,n cru"" a "ulra u;,o lêm impacto imediato, pois ambas "I"'''''''U''," UI"" pe"I>eCliva p<na a expanstlo do sislema . .%0 direli"a, I'ara " ["Irrro. " ve,s.'ío original era mais enfálica que a emendada, pois "obrigalo­,'"·,I,,de e gratuidaoo" tem um significado dc mai, explicila re,ponSilbilização ,I" Estado do que " LJni,·crsalizaçJl.o".

De toda for ma , parece adequadO retomar o debate em ounos tenllos. II IIl e a sign ifica tiva expansão do acesso ao ensino médio obseIVada nos úlli· "'OI anos, que se enconlra com uma IaM de matricula bruta de mais de &5%, " 'ria opoJl tino I(!tomar·se a perspectiva de incorporá·lo ao dire;to li educa· \ "() de lodos, tomando-o obligalófio.

() DIREITO À EDUCAÇÃO NA LDB

A LDB toma como referência o texto da CF 88 e do ECA para explicitar ., declaração do dirello li educa~~o, não apresentando em relação a esses ,klCumentos alleraçOes significativa •. No entanto, cabe ressallar algumas nuan· "cs, ainda que estas n~o alterem o conteúdo nem a abrangência da deciaJação ti o direito explicitada naqueles documentos I~gals .

lJma primeira alleração consta do Ar!. 22, redigido nos seguintes termos: "A educaçAo, dever d(J romllio e do estado, ;nspirada nos prlncfplOS de liber­.. lade e no. ideai, de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno de· senvolvlmento do e ducando, seu preparo para o exercido da cidadania e sua 'Iuali frcação para o trabalho' . (BRASIL, 1996b. grifo nos50)

E..ste artigo ~ a repetição do An. 205 da CF, com pequenas allerações. A parte que diz respe ito mais diretamentc ao nosso tema Inverte a orde", da famma e do ESlado na decl3laçAo do dever de educar. Trata·se de uma ques­tão intere"ante. Se a ordem em Que os termos aparece n~o tem imporllin · da, n~o há divergência entre os dois documenlos. EntretanlO .• e ele. t~m significados diferentes, como e~plicilel ao analisar o texlo de 1934, a um li inconstitucional . Se nos ativermos apena, li análise inlerna dos te"105, lende· mo. a considerar Sem muita import~nd" a ordem em que aparecem; entre· tanto, é inegável que este debate revesle·se, entre nós, dc uma diSpula de significados bastante definidos c, historicamente, muito diferentes cntre .i. Neste. termos, ao privilegiar a formulaçJl.o calólica sobre o lerna, par~"<:e evi· dente a contra .. lição enlre a LOB e a CF.

Em seu Titulo 111, a LDB detalha o difcito à educação li: o dever de edu· Caro Primciramente, o Arl. 4" delaltla li: a"'plia os l.""os dos i"ciso5 do Ar!. 208 da CF:

O dever do F.>taoo com . (do<;oo:;'o tJ(oIior I'Iil>liea ~er;\ d~livaw m.dla"t • • so.ran· lia de, I ~ crosi"" furld.r""nlal. obrigatório " gratuitO, ;"'I"'i .... pill~ o. q~ a.'" n.\{J riw:mm

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ata ... no _ JIf'ÓPIIO;

11-~~ HI<:~ do obfta.>'~ e ""'''- lO ensino tnb1io, III _ aoeoom.'*> e<Iu<:-=-1 copecWiudo !!I~ll .. ''' .... C!<lI.candoo «Im _ .............

eopecWs. preleten<io'"..,,,, .. ,I> _ ~r de " .... ino: IV _ o .. ool"",nIO IValuilO em trotehe. "P~"""" •• Cfiar.ça. de O • 6 a,..,. de -, V _ ""'''0 ..,. nJ~l. ma!! e~ .. do. do ..... 100. da """luI.a e d. o~io artb6ca, .. gundo a capacidode de 01<10 um: VI _ deou de ..... Im l'<>tumO ~. odequo<bl b C<)oolç6cs <I<> <d""ando;

VII _ "'.na de ed""oç~ escol'" "'p' P;u" 10'<0 .... " ..:1""01, «m c ....... rlsiX ... " rJI<W!o_' ~b-.nec .k'>des".....,.~~ __ Ior= .. ...,.Il>oodores u ..... oIç6e. do ..,.,...,,, perrnoatroo:la ... eocda: 11111_ .",odO[",,'" lO tdueardo. no ...... ino fundamenloI p(ibIIco. por ....... de.,.... ..... ~ de ma .. riaI dkLlli«>-acolilr. ~, _nlaÇ'" " .... ~ .... úM; I)( - padrões mInllM. de qL>alldade de e",lno, deflnkloll oorno o vari.od.>de" quantl. d.ade "..,..",.,.. por 0100), de lmumo. indisp<",",~ K> _""oMmenlO do proc.",.o de e .... I""""P<endiiagem. (lIAAS ll, 1!)96b)

Os. ;ndSO$ J e II repelem a redaç.\o ofigirlal da Cf 88. ~m '""ar em con­la ai modlftcaç0e5 InttO(!unda. pela EC 14. Dcosa forma, Mo l~m yaIof k!sal, uma vel que a hierarquia daS leis determina QUe. ha~,1do conlradi~ enlre uma lei complementaI e a Con,tiluiç;\o, prevalece e~ (aklma.

Os Inei"", UI e IV rep.oduum os incioo. cOf.e$pondeme. do .... 1. 208 da CF, IlCr.,..,.,mando o termo ' sratuito", tanlo ao atendimento ao. J>OI'lado­re. de deroc~"da quantO AI c rianças de O a 6 anos. ESles acréSCimo>, """,sa, de ex~ticitarem a gratuidade , apenu detaJham o que já ellava Inscrito na CF, alnd~ que im~lidtamen te. O 'opu! do a rtigo expl iclta que o artigo se refe re ao "dever do Estado pa.~ com a e.1ucação [ ... [." Além <111$0, entre O!' princl· pio» "xplidllloo.. 1"'10 Inciso IV do .... !. 2tl6 da CF, .epetldo pelo inciso VI dO Arl. 3" da 1.08, e;labele« ~ "sraluld3<le do enilino póblko em "Slabeledmc .... 101 oficiais". Da comblnaçao de .. "s incisos, do dever do Eslado decorre, neceJSarlamente, a g.atuldade. De qualquer f 0""11, pode·se afirma. que a expllcllaÇoo da gratuidade torna <) texto legal mais c laro e direlo.

Os Incisos V, VI, VII! .epelem .... incisos V. VI e Vlt do .... t. 2(18 da Cf, ,eI/Olivos ao acesso ~os nlvcls mais ele~Mos de e"sltlO seguodo a ca~acidade dc cnd~ um, olerta do "n.lno OOum ,,) regu la. adc(I,,~do li. condiçôcs do oou(Hc.lo e atendimenlo ao educando, no en.ino fnndameotal, ~ ... meio de p,oMr~ma> su~lementaru de malerial didátlco...,.cola., I.~".portc C a .. ist.'",· ela <\ 53110.:.

Ilá dois ac.6clmcn, 0lI loel_ VII e IX, ' Iue .>60 c onSIam da Con'lilul· çAo. No VII, expliclta·.c O dever de ofcm de ensino ."gular ""ra jove,,, e ad,~to., com car.lClcrislICII, ~dequadas <\$ "lias necessidades e dispol"libilida·

:~ 7

.•. t .. ,,, COI,"'.OS con<liç;",s de ~ C pe.manência """ que forem liaba· II ... ,~~,·,. 1."1,,.,..· .Ic ""~ru,i,,,,o democralitadot, "'as que """cssita de Me· ·, .. , .. 1" "·8ul"",,,utaçjÔQ. O Inciso IX detalha Q inciso VII do Arl_ 206 da Cf'

, " ... ,"OIi" ,Ic I',,<lr:io de qualidade). arliculando o padrão mínimo de qual! . ,1_ ,,1, ' ... ~" "1 __ .1 ;o va,lt.'dnde e quaotidade mfolmus, por aluno, de insumos In· ,h 1,~'"",1vds M' processo de eosloo-aprendizagem" (BRASIL, 199Gb). Esta Idéia "lo, "),, . .., à nccc'5idadc de 11m gMlo mfnimo por alllno, o que, segundo a .''' -'I'tl'taçoo ofIclaJ ~III~I, 5<.'ria ..",.,radonaJizada pclo Fundo de MaoUle nç60 , t"',,,,,volvlme,,'o do Elulno Fundamental e de ValodUlça.o do Ma!list~rio 11"".lel).'

Os Arts. S- e 6" de1a.1ham upeo:lOS do ,opul do Art, 208 da Cf e de xus I' " .,~rafos, nos seguinles le.mos:

/.rt!JO 5' . o ""esJO 00 cNlno JundomefUI ~ dlldo p(obIIco 0IbjeIM>, pode,tdo qual­'Iue< cid.>dao, sruPO de cldadolM, aosociaç&> comuniotI1a, c .... "Il .... &> sRliocal. ~nl~ d_ <k oi ..... O\l ()\j,,~ tq:oln .. "'" con>lltuitla, e, Aw.:!. , o MInU'U.o PObIIc:o, &<10<\1" <> Pode, PúbJiro par. ~1g!.Io .

11' · Co~I~ _ "' ... dol e IM rnunH:fpioo, ~rn ~irne <Ie CQlo.l>or.>çAo, ~ ~""' ....

.Isttnclo d& Uo""', I • -.,~ar • IJOI)UIo<;Io ~rn ~e _<>Ia, pan o ~ .... Ino lunda ..... nlIlI. ~ 00 ~ e adulIOO q ... ~ e" rolo tlw!wn aceH<>: I1 . _ ........ ""madI públka;

II!. zelar, /lInlO'" pai. O\l "'JpO~,~'" freqütrd. ~ e>eot.a. Ir . Em t<>du ... e.fera. ltdminislntMos, " I'bd~r PUbIko ~ .... ar:; = prirno;iro

lulta. " ""'"'50 00 e .... 1no obriplÓri<>, ..,. lermoo ~ .. e anijjo. c""'e~o em "'. .,.ma '" "'mals nM:Io e ,MdaJitlall<:. d< . "';!lO, «><ú<>noo: a. ptio<l<lade> con>\l''''' .... ... 1, e legais

13"· Qualque. da> pan ....... nclonada . !lO <Opul <l<n. ~.tlgo lem IeHitlmldad~ pat~ peIlcio".. no 1'1>« • .ludk:~"", na l"ipól/,.. do Ir do AlI. we da C<:nslÕtuiç&> Feóoral. t.endo sr."tI ... e de ri", .urnirIo •• ~~ ju<liocioJ C(lr~n",. 1-'1' . eoo" .. ",_ a ... g\Ito!nclo do aulorIo:IIode compe ...... pa •• lI",.nlIt o oklffl. ....-o do enoino o/:lqj.ItlÓrlO, poder;( elo >ft ~ pot <:rIrnI: ... ____ 15' . rara JIO' anllr '" a:o ... b,",,,,o .... obfIao~ ... eNinD, o !'ode< ?úbko cri· ui U I""""", allerna1M. de ""eH<> ..... dile~ ....... Is de ensino. ~ merue .... eKOIonu.;1o arn"rior. J.rtlso 6' • ~ _. cIOo pai. O\l "'sp<II\Ú ...... efetu., • ffiOlriclto 00. me...,.., .. " pank 00. ... ,. ~ 11<: _, "0 ensll"lO ItHlda ..... '~.l (BRASIL, 199Gb)

Como pode s." ol>iIt:'~;odo, e>les dois arligos ,lctalham e expl ici tm" as· pectol que estava'" já Indicados, eveolllalmenle com menos da" eza, nO te>:· 10 con.tilndonal. Cumprc deSloc aI o pa.á!l.afo lcrccl ,o , que !IMante o 81a·

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tuidade e a tramitação rápida de ~çôes visando preservar o direito ~ educa· ção. 1 .. 0 significa que ações vi~ando g;,r;",ti, () direito li. educaçáo têm pre_ """';neia sobre outra~. <!isl'ensando-sc procedi"lenlos averiguadores Que muita. vezes ,<'Iardam '" proc".su. l ~gai •.

Como se pode ot"crvar, a LOB, ilpes;" de '';'0 ampliar a dcclaraçAo 00 direito à educação da Constituição , explicita, delallla e elucida diversos a." pecto. daquela.

o Fl'ISlriO rUNDAME"NTAL DE i'IOVE ANOS

Depois da LDB. oos ano. de 2005/2006 a extensão do dire ito à educa­çáo .of.eu nova modificação. Primeiramente, a Lei 0° \ 1.11412005 antecipou o inldo do ensino fundamental para 6 anOS. Em principio c.1a lei nAo allewIJ sua exlcIlsAo, o que constituiria apenas uma antccipaçli.o da escolarização. A ampliação da duração do ensino fundamen tal vara nO\", aoos só OCOJ1~U com a Lei n° 11.214/2006.

Tais modifieaçOc. têm despertado muita di.cu .. ão. P~ra compreender o debate, vale retomar O. doi. ",ntido. históricos da obrigatoriedade. De um lado. O dever do E.mda, ~stabel eçido no CGpul do Artigo 208 da Constituição Federal. e. de outro. a obriga toriedade propriamente dita. que se refe re ao individuo.

Com a Lei n° Ii .114. ",tdbeleeeu-se a obngatori~dade de pai, ou respon­sá""is TThltricuklrem seus filhos aos 6 anOS de id~de. A Lei n° 11.274 ampliou o ensino fundamental para nove ~"o •. As.im, a matrfcula obrigatória aos 6 anos ~ feita em uma escol~ de ensino fundamental. H.'i d ..... ressalvas a serem feitas paIa pc,mitir unoa eomprcensãa melhor. O. sistemas de ensino têm atê 2010 para se adaptarem à I<li. Isso significa que, en~uanto os sistemas não se adaj>­larem completamente, i! exigê ncia di! obrigatoriedilde para o Indl\1ctuo fi (i! relativizada. F.m S~8U"do tugar, há Que ressal1M Que os sistemas de ensino definirão o sentido pedagógico de .. " ano inicial. Muitos poder~o reali= ape· na. mudanças de nomendatura, considerando o último ano da pr~·escota eomO O primeiro do novo ensino fundamental, enquanto outro. poderao rea· tiUlr modificações pedagógicas mais amplas. O impOrtante ê que as camadas populare. s~nh~ranl o direito a mais um ~n(J de escolarização e os sÍ>temM terilo d<'. S<'. adaptar p'na atende' a es", nova demanda _

Em suma, ~ind~ que .eja uma ampliação lr", ida do direito à educação. ' ':;0 S<'. pode deixar d~ ver o aspecto positivo da ampliaçlio da ob'igatoriedade e d~ gratuidade do ensino fun damenta t para nove anos. loso signtnea funda. mentat",,,,, te que quem, com 6 a nos. 11M esttver na escola. pa~,"" a 5~' 01.,,;· gado a frequentá -Ia e o Poder I'úb lico tem mais enfatl~ad~ 5ua responsabili· dade de garantlt escol~ p~r~ ~$$es que hoje cstllQ ror~ do sistema escolar.

""", .,, , .. ""''' , '" •• "",,, ,, ' '"' Ol " , " " ."."""

, "". '" ..... ,tid ." d,·, ·",,,·,,tc' ,Ic""s d .. ", t .. is ati"ge'n fundamentalmente - I ... ·'" ,·,t~ tOla ,I" ~s<:<~;o, OH "'i". ""'I'Ii" >cus dirdtos e responsabiliza o Poder , "Ioti ,,, 1'''' r"'er·tloe, a chamada.

A i',i,wit~,1 o/)icç~o que tem sidQ feita a ""'" lei ,efere-se à avaliação de '1"" .,,,, f> ,,,"os é muito cedQ para iniciar um pro.:e<so de e«:;OIMizaçá" for· ... . ,) , "m \J"'~ ",jança_ Ainda que pedaw>sicamente discutivel (o início da e,· . . . t.";7"Ç!iO se dá aos 6 anos em muitos países e. em algu", casos, até mes· .. , .. . ",t" , ,Iessa idade). a lei náo define a natureUl pedJgógkJ desse primei· .... "lO. ficando tal definição J Catgo de cada sistema de ensino.

i .1oI/lI,lllADE, A NOVA DlME"J'ISÃO DO DtRffi"O À EDUCAÇÃO

No momento dil apJOvaç~o tanto da CF quanto da l.OB, a principal ~e· ,,, ... ,,j,, relativa ao direito à educação era sua ga,antia ao. milh6e, de bra­.,1" ''''$ que se encontravam fora do sistema ou Que por ele haviam passa­.I" ",m conclui. nenhuma etapa do processo de escolarização. Entretanto, •• ""nHnuo pro.:e .. o de expa",<1o da~ oportunidades de escolarizaçao da t" 'I,ulação iniciado na década de IS3Q alcançou a slgnmcattva marca de 97% .... matricula liqu ida no ~n.in o fundamental ao final dos anas 1990. Da mes­,,,., rorma. ainda que e m patamar me"or. O núme ro dos que concluem a S' ·.,·,ie conhece no perfoda um crescimenm vettiginoso em direção aos 1()()'11, oi., coorte ~tár;a _ Ainda qu~ tenhamos um número significativo de bra.ilci ­,,,' IOfa da escola e tal prohlema tenh" de ser enfrentado. do ponto de vis· t., legal é uma Questão equacionada. pois se aciona a justiça e o direito é ."""Iamente amparado na legi,lação. na jurisprudê ncia e nas p,áticas con­I\·mporàneas.

A contradição maior do ,istema educacional no Que diz respeito ~ ga­r~ntia do ~ireilO à ediJcação transfere~e. no caso do ensino fund ~rnental . do .,cesso para a IOfma profundamente desigual como se aprende no Interior do sistema ~scQlar. Isto nos permile afirmar Que a nova e mais urgente luta I>cto direito li educação é estabelec~r pardmetJOs de Qualidade de ensino Que .,ejam ~st~ndidos a todo._ Relomemo. Um pouco o argumento.

A Carta de 1988 (BRASIL. 1988. ArL 206. Inctso Vtt) determina que o di­" ,ito a educaçAo r~fere·.e nAo só 11 gamntia do acesso e da p~rmanência nQ cYl$ino fundamental. mas também à somnlio de podrtío de qualidade como um dos principio. segundo o qual se ~struturarâ o ensino (OLIVEIRA; ARAÚ_ JO. 2005; OLIVEIRA. 20(6) -

Identifica, em que consi<!e a qualidade a que todos t~m direit". ,Ie r",· ma a que seja POSSWN e~igl.,", na j\lstt.;a, ~()fIl() se f~1 (Om ~ v~ga, e UI\1 de-5lIfio de J'~5<jul~a de amplo impacto demo.:rati.ador. I'~rmanccendo como <jllestAo fundante do debate sobre polltlca educadonal contemporAnco.

Page 14: Oliveira, Romualdo - o Direito à Educação

40 """1.N.DIl P. ":a.MJIIII ........... ......, ((a.I.l ____ lO'"~ I ,_"" A ".00.;'"

CON.SIDERAÇ()E.s I'lNAlS

1''''10 expoSto, a Con.lituiç~o Federal de 1988, além de formalizai qual i t~.

Ilvameme mclho, 11 declMaçao do <1lrello ~ educaç~o em • ., Iaçao aos textos ~t\Tc,io.es. ampllou-o em muitos alJl(:CIOS, como:

a) a gratuidade do emino ondal em todos os n!\lels; b) li saranUa do direito aos que nAo se escolaritafanl !la idade ;dc,aI; c) a peupeçUva da obrigalo. iedade do ensino mtdlo, $ubsti tukla pela

perspectiva de S!.Ia unjve ... alizaç~o com a EC 14; d) o atendhnenlo especializado ft05 portadOfu de denclfncia; e) o atendimento em creche e l)r~·esoola à5 c ,la~al de O a 6 ano. ~

I~ ~de;

F) li oferta do en.ino noturnO regular. g) a p,evI~ d05 program .... $uplemen:ares de malerl<\l dld.ioclH'scoW; h) li p rioridade de al"ndimemo ~ criMÇa e ao adoIeSCI'11I ...

A Cf 88 ular,,;u li educaçâo (omo direito público 'ubie tivo, previu li

l'Q$Oibllidade de relpon5abillzação da au toridade competente e atrlbulu ao Pode r Público a re5porlsabilid~~ de reallzaç.\o do cens<> escolar e a chama· da a maUk:uJa. I'or I'm. IntrO(1U~,u etou manteve uma ftrte oe mecanismos que possibilitam a efetNaÇ.\o de mI direito.

Segundo a an"'be aqui de~nvo/IIlda .• EC I~ nJo ;\Iterou o ak:ance da declataçao do dl, el1o ao eruino lut>damerual ple,1s.o na Cf 8a, ao (ont r.i. rõo, evitou um aspecto dúbio ao explicitamente garantir ° acesw facultativo àquele' que nAo se cscolari ... ram no pellodo adeq uado , sem eximir o Po· de. Pú blico de 5U~ fuponsabttldade de atender gratultalne nl e a es~a popu· laç.\o.

Da me.ma fonna. 11 legblaçao compleme ntiU, O ECA e 11 LJ)B, detalha. ' am 11 declaraçllo do dRilo rtalizada pela Constitulç.\o. FlI\aoIm.,nte, ainda que de maneira tlmlda. as Leis n' , 11.11412005 e 11.27<V2006 ampliaram o ensino fundamental obr!gatórlo para nO\'" MIO' e , com is"", ampliaram o direito a educaçao no pai • .

Por r'm. ,ella·nos uma últi ma quuIAo: discutir a utilidade de batalhar pela InscriçAo de !letermlfll\do dlrelto em t~xtos legai •. Tem sido e.la a P'Jo. ridade de inúmeros educadOfe. no. úlll ",,,,, anos. de$de o perlodo que ano t~u a Constitulnle de 1937-38. a elabonç.\o do ECA, da LJ)B e , mais Ie­ceute"'e" te. do PNE.

EsS<I açAo enconna ju.ti rocativa na percept,\o de '/00 uma das CiUàCte­rlllkas da o<>dcda<J~ mod<:ma ~ I <Je 5 .. ","i, ~ ,<><I00I ..,. .. Irl",~_ ""rta ~arna de direito •• em l>pl>,lção ~s concepções leoi 68100·rne<Ji ~val~. Mari lena Chaur (19!1'J. p. 11)·20) delcrcve C$ta passayel" nos seguinte. tClmo,:

, I I

.. ....... , .. " .. ",,," .,,,,",,, .""'"""",,, ........ ' 1'_"-'''' '' < •• ~~,.,~" '~"', ,., .." .. \0 ... ~ d<>o tIi", ..... .oIJjetivos e objetivos. .~ t.~,.,,, ... \o ,ti, ... I'0nadt>ru de Iftllos "'" ..."..,_..., Deu.. do _ que 0eUI t ,,,iW"" (' , .• " .... ,I." ,I ire "'" ~.,. 110""" " desole 'MI~' d. ""'nWlidade e paIO qo. .. ," ,'""" " " m.." ."" <",,,,,nklade. F.m «>"" 'P.lnld., na ve,~ rn<><Iema 00. dlrellQS do t.", .. ~,~ '" 110m" ... _ di_ porlO(\O~. de direi ..... "'" ,,",lul1!7.ll OU 1'0' ele~o do let \""itiva. b l<> t. o. dI",iIos .., ""'I ...... OU c~'io, oendo .,."'. útli""" cria<!<» ""to. t~ hort>eno_ Eo,. dileo=oç. ~ de p.nde e"'''rpdu.a """"'" nos permite «IM>

I"""""" ""'" pr~ poIiIIca 1nuIs_ ....... da ,,1Odt .. ~ e que .., upIIc"". .~amtOIe. em "" .. I6e. mutlo preclo;u: lI .... ·.., da ",Mica da ._~ ..,. ,-"' •. o. IaIO, quon<lo 00 <titeilot ..t:;e.....,. e oI:>IetM>o e .. m l'bIoo como 'eJ.ulu,do ,I.l """'ado de 0.. .... Mo havia porque declor''''''. I'.xb liam <:<>mo wn fa,a." Pf~dclo d" "dI:<t~r.r" dJn;ilos .ignifie. , tm ptlrnetro lusa" q"" ,OAO ~ um ralO óbvio para lo­doo "" I>o!'nI:ns 'I .... ele> _ pomdor .. do dlreHo< e.l'O' .,.,110 lado, 'i8r!lfla que Mo t um falO óbvio qoe ..... dl,dos de\I. m ..". """,nhe<kk>f P<" I(l<loo. " deol .. açAo de _ InscreYe OI <IJn;i\O< "" to<:I.lI, t'IO potItico. aJInno .ua ortaem oociat r poIItIco e ... _ ..... como objeto quo: pedo O ~I<> de 1Odoo. eqIndo a conoo ... timento _101 e potlllco.

Mesmo quando tais declaraçôe$ tomam·"" ' Ietr~ mona '. o fato de se­... ", inscrlt~ ' Miei c. ia a po .. ibilid~dc de lu'a juoldlc~ e poIllic.oo pela ~,,~ de­II v'oo;;ao. A. modernas $Odedadcs democ,áticas encen am. po<tanto, uma ,on · ";,d;';60 e"l~ ler de dc<:k .. "," dbcl,oo " ,0<\0' e a r .... "'~ncl.a ooci.aJ lo OUA ~.' ".açã<>. OIauf (1989, p. 26) afirma q...,: ' [ ... [ cada direito. uma vez prodiUna· ,lu, abre campo para a deda,açao de n01o-OS direitos e que e'!Ia a mpllaçAo ,~ ... dedaraç6e. de direitos ent,a em CQntradiç.\o com a ordem e""""'lccld.a. t'odemO:l, em.\o, dize' que a5 declataçOes de di,eilO:1 ' afirmam mai.' do que a ordem eSlabeleclda pennlle e 'afirmam m enu.' dO que os direito. exlRem. ,'essa dlsc repAnda abre um~ breCha para pen.mmo. a dlmensô\o dcmoc' " lica d", direiIO, ."

O que se proculOu evldeRcla, neSte trabalho ~ que o direito .!o educa. ç;\o, declalado em nlvel COfI.UÍtudonal federal desde 19301, tem sÓdO, do poo. 10 de vista Jurfdico, aperfeiçoado 1"10 Brasil. Mencione-.se ° comentário Ir1lRlco de Cel"" KeUy ( 1956. p. 19), que. ao analisar 11 tealslaç lo >Obre a obrigalO­rleda!le do emlno. afirmava q..e '[ ... 1 os grande. o:Iéfieh, educativos flII POlIu· 1 .... 1io brasileira e m idade e.eolM nto decOfreram da lalta da lei· , afirmaç.\o 'IUe pe,manece ainda ",'Uda no. dia. de hoje.

"Consu'ulçAo fede,al de 1~8a definiu meca"i.",os plIIra la~. valer eS1e direilO na esfcra do Sistema de Just.ç.a. Entretanto, a exclu.ao oociaI e. parti.

culan ne nte, a educacional requerem ' emédios mais ",,,,pios e iUticUIad<», pois em dlvelSltS e.lera. o Eslado nl05trOt.>-~ 'efratárlo a efe tivaçAo de tais direi los.