olha por onde andas

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Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte. (Pv 14.12; 16.25 - NVI) Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. (Pv 14.12 – Almeida Corrigida e Revisada Fiel) Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim guia para a morte. (Pv 14.12 – SBB) Há caminho que parece reto ao homem; seu fim, porém, é o caminho da morte. (Pv 14.12 – versão Católica) Por que é tão difícil fazer escolhas? Ou melhor, fazer as escolhas certas, em todas as situações dadas? Quando leio este provérbio sinto-me questionado, inquieto diante do pragmatismo que guia minhas decisões. Geralmente, escolhemos baseados nos afetos, no grau de prazer ou felicidade que algo possa nos proporcionar mediata ou imediatamente, concreta ou imaginariamente, sem possíveis consequências desastrosas posteriores. O exemplo mais acessível que me vem à cabeça é o da corrupção. Maior ganho possível com o menor esforço possível. Mas o mesmo princípio, acredito, pode ser ampliado. No Brasil, o pragmatismo é a ética fundamentadora das ações, de maneira transversal. Segundo o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, pragmatismos significa As doutrinas de C. S. Peirce (v. peirciano), W. James (v. jamesiano1), J. Dewey (v. deweyano) e do literato alemão Friedrich J. C. Schiller (1759- 1805), cuja tese fundamental é que a verdade de uma doutrina consiste no fato de que ela seja útil e propicie alguma espécie de êxito ou satisfação.

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Pequeno texto sobre Provérbios 14.12.

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H caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz morte. (Pv 14.12; 16.25 - NVI)

H um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele so os caminhos da morte. (Pv 14.12 Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

H um caminho que ao homem parece direito, mas no fim guia para a morte. (Pv 14.12 SBB)

H caminho que parece reto ao homem; seu fim, porm, o caminho da morte. (Pv 14.12 verso Catlica)

Por que to difcil fazer escolhas? Ou melhor, fazer as escolhas certas, em todas as situaes dadas? Quando leio este provrbio sinto-me questionado, inquieto diante do pragmatismo que guia minhas decises. Geralmente, escolhemos baseados nos afetos, no grau de prazer ou felicidade que algo possa nos proporcionar mediata ou imediatamente, concreta ou imaginariamente, sem possveis consequncias desastrosas posteriores. O exemplo mais acessvel que me vem cabea o da corrupo. Maior ganho possvel com o menor esforo possvel. Mas o mesmo princpio, acredito, pode ser ampliado. No Brasil, o pragmatismo a tica fundamentadora das aes, de maneira transversal. Segundo o dicionarista Aurlio Buarque de Holanda, pragmatismos significa

As doutrinas de C. S. Peirce (v. peirciano), W. James (v. jamesiano1), J. Dewey (v. deweyano) e do literato alemo Friedrich J. C. Schiller (1759-1805), cuja tese fundamental que a verdade de uma doutrina consiste no fato de que ela seja til e propicie alguma espcie de xito ou satisfao.

xito ou satisfao, sucesso e felicidade, fuga do fracasso e da dor, eis a uma das premissas fundamentais da nossa cultura, embora no fique muito claro de que maneira podemos alcana-los.

O proverbio que temos diante de ns questiona a validade do nosso pragmatismo e nos mostra que nem sempre o que fcil e proporciona xito e satisfao bom. Gostaria de destacar trs coisas que este pequeno versculo nos ensina:

Em primeiro lugar, a percepo[1] humana falha h caminho que parece. Os sentidos humanos esto to corrompidos pelo pecado quanto qualquer outra parte do nosso ser. L, por exemplo, escolheu as campinas verdes de Sodoma e Gomorra, num ato claro de pragmatismo, vindo, posteriormente perder tudo por causa da destruio daquelas cidades (Gn 19).

Em segundo lugar, nem sempre o que fcil certo h um caminho que ao homem parece direito (reto, plano, sem dificuldades). Como diz Champlin (2001, p. 2606) a vereda falsa reta (conforme diz, literalmente, o original hebraico) e fcil de seguir, e, sendo reta, parece correta. Esse caminho reto promete sucesso e felicidade, mas uma vereda traioeira e enganadora.

Em terceiro lugar, toda escolha tem consequncias mas no final conduz morte. Que consequncia terrvel. Veja que h um caminho e ao final mas o fim dele so os caminhos da morte. (Pv 14.12 Almeida Corrigida e Revisada Fiel). Entra-se por um caminho e ao final, em vez de chegarmos a um destino certo, encontramos outros tantos, numa espiral infernal do desejo e satisfao ilimitados, que por fim nos conduz morte (fsica, espiritual e eterna). Mas uma Champlin (2001, p. 2606) ensina que embora a vereda do pecador seja reta e aparentemente correta, leva o pobre homem runa, morte prematura, com muitos desastres ao longo do caminho.

Lmpada para os meus ps tua palavra, e luz para o meu caminho (Sl 119:105). Escolher difcil, verdade, mas segundo o salmista temos um referencial confivel para fundamentar nossas escolhas e andar no caminho com segurana a Palavra de Deus. Olha por onde andas, ilumina teu caminho com a Palavra de Deus, se necessrio d meia volta e toma o rumo certo, o caminho certo Jesus.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

[1] Faculdade de apreender por meio dos sentidos ou da mente; conscincia (de alguma coisa ou pessoa), impresso ou intuio, esp. Moral (HOUAISS, 2009).

CHAMPLIN, R. N., O Antigo Testamento Interpretado versculo por versculo. vol. 1. So Paulo: Hagnos, 2001.

DICIONRIO Eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa. (v.1.0) Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

DICIONRIO Eletrnico da Lngua Portuguesa Novo Aurlio - Sculo XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

As bblias citadas foram consultadas no site:www.bibliaonline.com.br. Acesso em: 26 jul 2015.