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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Óleos e massas lubrificantes
Projeto FEUP 2015/2016 – MIEQ:
João Bastos
Equipa 8012:
Supervisor: João Bastos Monitor: Cláudio Rocha
Estudantes:
Ana Silva Miguel Oliveira
Ana Gonçalves João Nunes
Alice Du José Pinto
Mariana Santos
Óleos e massas lubrificantes
Sumário O objetivo deste trabalho é informarmonos sobre a produção de lubrificantes e
parafinas e sobre a importância sócioeconómica deste produto em Portugal e no
mundo.
Os lubrificantes são substâncias que tem a capacidade de diminuir o atrito que
ocorre do contacto entre duas superfícies e que são muitas vezes utilizados para
melhorar o desempenho de um equipamento.
Os lubrificantes têm três principais fontes: o crude, o gás natural, e matéria
animal e vegetal.
A partir do gás natural, da matéria animal ou vegetal e do processo de refinação
do crude obtêmse óleos base que são substâncias que vão ser utilizadas como base para
a produção de lubrificantes.
Estes óleos bases tem todos características diferentes mesmo aqueles que
provêm da mesma matéria prima.
Os aditivos são substâncias adicionadas numa fase final aos óleos para obter
lubrificantes com propriedades otimizadas.
A produção deste tipo de substâncias tem um peso económico considerável.
Iremos de seguida aprofundar mais estes tópicos.
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Óleos e massas lubrificantes
Agradecimentos (+contactos) Esta etapa do nosso percurso académico (Projeto FEUP) apenas foi possível com
a contribuição de diversas partes a quem dirigimos de seguida os nossos
agradecimentos.
Uma delas é ao nosso ao professor João Bastos que foi incansável quando se
tratou de verificar grande parte da informação cientificotecnológica do nosso trabalho e
que nos ajudou a identificar informação científica de qualidade.
A seguinte pessoa a quem gostaríamos de agradecer é ao orientador Claúdio
Rocha que supervisionou toda a realização deste trabalho tendo sido muito prestável na
verificação cientifíca de alguns conteúdos e na estraturação do nosso relatório.
Para eles direcionamos o nosso maior agradecimento.
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Óleos e massas lubrificantes
Índice
Sumário
Agradecimentos (+contactos)
Índice de imagens
Glossário
Introdução [1]
Óleos e Massas Lubrificantes
Produção de óleos e massas lubrificantes e parafina [1]
Óleos base
Classificação dos óleos base
Processo de refinação do crude
O processo de refinação
Considerações sobre os vários óleos base
Óleos base Minerais:
Óleos base que provêm de material com origens animais e vegetais
Óleos base sintéticos pouco convencionais
Aditivos
Importância económica e social
Considerações finais
Referências bibliográficas
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Óleos e massas lubrificantes
Índice de imagens
Gráfico 1: Previsão do mercado de WTI de Nova Iorque, o Brent de Londres a partir
Gráfico 2: Diagrama processual de processo de refinação do crude
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Óleos e massas lubrificantes
Glossário
EUAEstados Unidos da América
OPEPOrganização de Países Exportadores de Petróleo
WTIWest Texas Intermediate
GTLGas to liquids
VHVIVery High Viscosity Index Base Oils
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Óleos e massas lubrificantes
Introdução [1]
Sempre que as superfícies de dois corpos em movimento entram em contacto,
passa a existir uma força de atrito. A força de atrito é uma força de resistência ao
movimento, e implica uma perda de eficiência do equipamento.
Devemos distinguir dois tipos de atrito: o cinético e o estático.
O atrito cinético ocorre entre camadas de fluido que se movem a diferentes
velocidades e o atrito estático ocorre entre dois sólidos em que a velocidade do
escorregamento é nula para cada superfície de contacto, desde que uma força exterior
seja aplicada ao sistema. 7[ ]
A força de atrito é menor se se interpuser um agente viscoso entre as superfícies
em contacto. Os óleos e massas lubrificantes desempenham este papel de redução de
forças de atrito.
É esta ação lubrificante que permite diminuir o atrito entre as duas superfícies
deslizantes porque, vai sofrer uma parte do stress promovido entre o contacto das duas
superfícies, diminuindo assim as perdas de energia e promovendo a otimização da ação.
O desempenho do lubrificante depende das propriedades do lubrificante, da
velocidade do movimento e da distância entre as superfícies em movimento.
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Óleos e massas lubrificantes
Óleos e Massas Lubrificantes
Os óleos e massas lubrificantes e as parafinas são derivados de óleos básicos
obtidos na destilação sob vácuo do resíduo atmosférico[1] (produto de cauda da
destilação atmosférica do crude), ou por um outro processo de obtenção destes
produtos, menos utilizado (por ser menos económico) como é a síntese química[2] a
partir de hidrocarbonetos. Estes lubrificantes sintéticos apresentam um melhor
comportamento por serem fabricados para um fim específico (indústria automóvel, do
papel, do vidro, etc.). No que aos lubrificantes naturais diz respeito, o comportamento
destes está dependente da matériaprima utilizada para a obtenção do óleo de base
(diferentes tipos de crude são utilizados para obtenção de diferentes óleos base).
Há várias categorias de lubrificantes que se diferenciam entre si pela estrutura
química dos óleos base que os constituem, e pelas suas características físicas
(relacionadas com a estrutura). Para incorporar ou potenciar algumas propriedades são
utilizados os chamados aditivos.
O objetivo dos lubrificantes é aumentar a vida útil dos diversos equipamentos em
que são utilizados, seja a diminuir o atrito em situações de contacto entre componentes
dos sistemas, seja a arrefecer os componentes.
Abaixo estão algumas das principais funções que permitem aos lubrificantes satisfazer os propósitos da sua utilização.
Principais funções dos lubrificantes
Lubrificar
A função principal de um lubrificante é, como o próprio nome indica, lubrificar, ou
seja, reduzir o atrito (e consequente desgaste) entre superfícies envolvidas num certo
movimento. Esta ação é conseguida através da película lubrificante que separa os
componentes, facilitando o movimento e reduzindo o desgaste.
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Óleos e massas lubrificantes
Arrefecer
Algum do calor gerado num sistema mecânico é transferido para o lubrificante,
principalmente nos locais em que o mesmo separa duas superfícies.
Vedar
O lubrificante pode também servir como isolante de um determinado componente
de um sistema, impedindo a entrada ou saída de matéria gasosa.
Limpar
O lubrificante deve também ter a capacidade de manter um sistema limpo, servindo
como depósito dos resíduos acumulados (no caso dos motores acumulando os resíduos
carbonosos obtidos na combustão incompleta).
Os lubrificantes contribuem também para a redução do consumo energético e
consequente aumento do rendimento de um determinado processo, uma vez que a
diminuição do atrito contribui para um melhor aproveitamento da energia utilizada.
Os diferentes lubrificantes são utilizados conforme as necessidades de aplicação.
Para cada atividade é requerido um determinado tipo de lubrificante, tendo cada tipo
específico um conjunto de propriedades físicas distintas.
Propriedades físicas dos lubrificantes
Viscosidade
É a característica mais importante de um lubrificante, uma vez que permite
conhecer a capacidade de resistência da película criada pelo mesmo entre as
superfícies envolvidas. A viscosidade é medida pela resistência de um determinado
fluído ao escoamento. Quanto maior a viscosidade de um determinado fluido, menor
a velocidade a que o mesmo se desloca. Em matéria de lubrificantes é utlizada a
viscosidade cinemática, que é o quociente da viscosidade dinâmica (força necessária
para mover uma unidade de área uma certa distância) de um fluido pela a sua
densidade. [1]
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Óleos e massas lubrificantes
Índice de viscosidade (IV)
A viscosidade varia conforme as condições de pressão e temperatura, sendo que
a espessura de um determinado lubrificante é diretamente proporcional a estes
fatores. O índice de viscosidade permite determinar um coeficiente da variação da
viscosidade em função da temperatura. Quanto maior o valor do índice de
viscosidade de um lubrificante, maior a estabilidade da viscosidade do mesmo, uma
vez que a variação depende pouco da temperatura.
Ponto de Inflamação
É a temperatura mais baixa a que os vapores de um líquido se inflamam na
presença de uma chama. Serve como indicador da capacidade de um lubrificante
resistir ao fogo.
Ponto de Fluxão
É a temperatura mais baixa (expressa em múltiplos de 3ºC) a que um
lubrificante se mantém fluido, de forma a cumprir com as suas funções.
Número de Neutralização (BN)
É a quantidade de ácido (ou base) necessário para neutralizar a base (ou ácido)
de um grama de lubrificante (nas condições de ensaio).
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Óleos e massas lubrificantes
Produção de óleos e massas lubrificantes e parafina [1]
Óleos base
Os óleos base provêm do crude entre outros e são utilizados para a produção de
lubrificantes.
Estes óleos têm diferentes características de acordo com a sua composição molecular,
apesar de todos terem em comum uma estrutura: os hidrocarbonetos.
Os hidrocarbonetos são compostos que possuem na sua constituição os
elementos carbono e hidrogénio.
O elemento carbono realiza preferencialmente 4 ligações. Os hidrocarbonetos
em que isto acontece são denominados hidrocarbonetos saturados. Quando realizam
apenas ligações duplas ou triplas são chamados hidrocarbonetos insaturados.
Outra característica que afeta as propriedades dos óleos base e dos subsequentes
lubrificantes é a distribuição de pesos moleculares das moléculas que o constituem.
Em geral, um óleo base constituído por hidrocarbonetos que possuem uma
distribuição molecular mais estreita origina lubrificantes com propriedades mais
previsíveis.
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Óleos e massas lubrificantes
Classificação dos óleos base
Os óleos base são classificados por questões práticas.
Como a maior parte dos lubrificantes tem como destino a indústria automóvel, a
sua classificação permite um melhor escoamento de produto, uma vez que poderá ser
mais facilmente identificado como apropriado para o uso automóvel.
Os óleos usados em lubrificação automóvelsão classificados em 5 grupos, sendo
o quinto constituído por todos os óleos base que não se conseguem encaixar em nenhum
dos outros grupos, não sendo por isso utilizados neste contexto.
Do ponto de vista do produtor não interessa a classificação acima referida, mas sim uma
classificação que tenha em conta a origem do óleo base.
Os óleos bases têm três origens possíveis: derivado do petróleo bruto,
proveniente do gás natural ou com origem animal e vegetal.
Destas fontes distintas produzemse diferentes óleos bases que por sua vez vão
originar diferentes lubrificantes com diferentes características.
O crude origina óleos base parafínicos, nafténicos, aromáticos, com alto índice
de viscosidade, nafténicos brancos e poliolefinas.
O gás natural permite obter óleos base GTL (gas to liquids) e dos elementos de
origem vegetal e animal obtêmse óleos vegetais e ésteres sintéticos que são mais
biodegradáveis e tem uma maior renovabilidade.
Estas duas formas de organizar os óleos bases são complementares.
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Óleos e massas lubrificantes
Processo de refinação do crude
O crude é constituído por hidrocarbonetos que possuem na sua constituição
pequenas percentagens de oxigênio, nitrogênio, enxofre, metais e sais inorgânicos.
A qualidade do crude depende da sua origem, e está associada à sua composição.
O processo de refinação
Como foi acima referido, o crude é a fonte de todos os óleos base minerais,
essencialmente constituídos por estruturas parafínicas e nafténicas.
Este processo, de uma forma muito simples, consiste na separação dos vários
compostos moleculares do crude e na sua seleção que tem como fim a obtenção de óleos
base que vão reagir, na etapa final, com o hidrogénio.
No fim do processo de refinação é pretendido obter óleos base com
características específicas que permitam a produção de lubrificantes.
A primeira fase do processo é a destilação à pressão atmosférica.
A corrente de crude que constitui a alimentação da coluna é previamente
aquecida. Na coluna existe um gradiente de temperatura ao longo da torre de destilação
em que a temperatura mais baixa é encontrada no topo da torre e a temperatura mais
alta no fundo.
A separação das moléculas constituintes do petróleo bruto dáse pelas diferenças
de volatilidade das várias substâncias.
A volatilidade é uma característica que define a que temperatura é que uma
substância passa ao seu estado gasoso.
Neste caso as moléculas mais voláteis e com menor peso molecular vão
vaporizar e subir na coluna. As moléculas menos voláteis, com maior peso molecular,
vão permanecer preferencialmente no estado líquido e são obtidos como produto de
cauda.
No topo da torre estão presentes gases leves que vão ser devidamente
processados e enviados para locais onde os preparem para o mercado dos combustíveis.
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Óleos e massas lubrificantes
O produto de cauda da destilação atmosférica é enviado para uma unidade de
destilação sob vácuo para que o processo ocorre a uma temperatura mais baixa
impedindo a quebra das cadeias mais longas de certos hidrocarbonetos que fazer parte
Neste caso estas moléculas mais leves correspondem a óleos bases com menor
taxa de viscosidade.
Por esta mesma razão, é que é possível retirar de acordo com a altura, certos
tipos de óleos com uma certa viscosidade, assim os óleos bases espessos são retirados
do fundo da torre.
Os óleos base espessos contém componentes como alcenos e ceras que podem
ser considerados indesejados.
Existem formas de retirar estes componentes dos óleos bases, por exemplo
utilizando solventes para retirar os alcenos.
Esta etapa permite a otimização da estabilidade da oxidação e reduzindo a
formação de sedimentos.
A extração por solvente é uma extração líquidolíquido mas conseguese a
extração por causa da imiscibilidade entre os dois líquidos.
As ceras (parafinas) que após este passo ainda se encontram no óleo base
cristalizam a temperaturas altas o que é indesejável pois conferem ao óleo um ponto de
fluidez alto.
As ceras são assim retiradas ou pela sua cristalização, ou pela utilização de
solventes ou até mesmo por arrefecimento.
O arrefecimento permite a separação das ceras por diferenças de solubilidade
com a temperatura o que permite que ao baixar a temperatura estejam separadas as ceras
do restante do óleo base.
Completase o processo com a hidrorefinação para que o óleo base possua os
requisitos de cor e estabilidade de oxidação exigidos.
Este processo consiste no tratamento dos hidrocarbonetos com hidrogênio que os
transforma em saturados e são retiradas impurezas como o nitrogênio e enxofre.
Estas impurezas dependem da fonte do crude e são normalmente abundantes em
óleos base aromáticos mas a sua aplicação é limitada porque são cancerígenos.
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Óleos e massas lubrificantes
É particularmente importante a retirada do enxofre nos óleos que vão ser
utilizados para produção de lubrificantes para motores de carros para garantir os níveis
de emissões.
O nitrogênio é retirado porque aumenta os níveis de oxidação.
O processo de hidrorefinação é muito importante nos óleos nafténicos brancos
que são ser utilizados na indústria alimentar e farmacêutica.
ráfico 2 Diagrama processual da refinação de petróleoG :
Considerações sobre os vários óleos base Óleos base Minerais:
Os óleos base de origem mineral são obtidos através dos processos de destilação
do crude e é um dos óleos mais usados para a produção de lubrificantes.
As propriedades destes óleos dependem essencialmente da composição do crude
e do processo de refinação.
Dentro de óleos minerais é possível distinguir em dois tipos: os parafínicos e os
nafténicos.
Óleos mineral de base parafínico:
Os óleos parafínicos são são assim designados por serem essencialmente
constituídos por hidrocarboneto parafínicos, com um teor reduzido de aromáticos.
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Óleos e massas lubrificantes
Os hidrocarbonetos parafínicos, ou alcanos, são compostos formados por
carbono e hidrogénio que estabelecem entre os si apenas ligações simples, já
os compostos aromáticos são compostos orgânicos que contem anéis de benzeno na sua
molécula. O benzeno tem uma estrutura cíclica muito estável e estabelece ligações
simples e duplas entre os carbonos.
Devido a sua constituição, os óleos parafínicos são muito estáveis e resistentes.
Assim são mais resistentes com alterações de temperaturas.
Os óleos parafínicos têm uma cor amarela devido a viscosidade do composto e a
existência pequenas quantidades de compostos aromáticos. A cor que o composto
adquire depende da viscosidade do material, assim a cor será mais intensa quanto mais
viscosa for.
Os óleos de base parafínicos têm índices de viscosidade elevadas.
Este óleo são muito utilizados nos lubrificantes.
Óleos mineral de base nafténicos:
Ao contrario dos óleos minerais de base parafínico, os óleos nafténicos são
essencialmente constituídos por hidrocarbonetos nafténicos, isto é, hidrocarbonetos
cíclicos saturados.Os óleos nafténicos têm geralmente uma cor amarela devido a poucas
quantidades de compostos aromáticos.
Este tipo de óleos sãomuito utilizados porque devido a sua constituição
molecular, tem uma maior capacidade de solubilização de aditivos.
Os óleos nafténicos apresentam uma baixa índice de viscosidade.
Após uma refinação de petróleo é possível verificar que apenas 10% do petróleo
possui óleos nafténicos, podendose concluir que este são menos comuns do que óleos
parafínicos.
White oil
Os white oil são obtidos no acabamento do processo de refinação do crude.
Desta forma, na sua constituição contém uma mistura de estruturas parafínicos e
nafténicos, e pequenas percentagens do azoto, enxofre e compostos aromáticos.
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Óleos e massas lubrificantes
Este óleo de base pode ser utilizado numa grande variedade de áreas. O uso mais
frequente é nas indústrias farmacêutica, alimentares e cosmética tem como função de
fabricação de massas, chocolates, lubrificação de máquinas, pomadas, cremes
hidratantes e outros.
Óleos de base com elevadas viscosidade (VHVIs)
Os óleos VHVI são óleos que contêm principalmente estruturas parafínicos e
nafténicos e também uma pequena percentagem de enxofre e nitrogénio na sua
composição.
Quanto as propriedades, apresenta uma índice de viscosidade muito e possui
uma baixa volatilidade, ou seja, estes óleos são dificilmente de passar da fase liquida a
fase gasosa.
Com estas propriedades, as estruturas moleculares dos constituintes do óleo
VHVI são relativamente estáveis pois não se alteram facilmente.
Este tipo de óleos são frequentemente utilizados nos motores.
Poliαolefinas
É um óleo semisintético que provém do petróleo bruto.
Os poliαolefinas obtidas através de parafinas lineares.
A síntese das parafinas produz um óleo de base com estrutura molecular bem
definida e coesa. Desta forma, a temperaturas diferentes o composto não sofre
alterações químicas.
O índice de viscosidade é alta, a volatilidade é baixa e a estabilidade de oxidação
é boa.
Quando não há estruturas moleculares de baixo peso estão presentes a
volatilidade é melhorada.
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Óleos e massas lubrificantes
Além disso, a estrutura poliαolefinas não possui ligações duplas, o que
também melhora as propriedades a alta temperatura. Além disso, quando não existem
componentes de peso molecular elevado, as propriedades de fluxo frio são melhoradas.
A capacidade de dissolver aditivos é baixa para os poliαolefinas devido à
estrutura molecular bem definida, sem ligações duplas e estruturas aromáticas.
Poliαolefinas mostram um desempenho superior em comparação com óleos de
base mineral, mas são mais caras.
Óleos base GTL
GTL é um óleo base que se obtém através do processo de Fischer Tropsch. Este
processo baseiase essencialmente na transformação de gás natural ou de carvão para a
obtenção de diferentes combustíveis líquidos finais ( como lubrificantes, gasolina, e
outros).
As fontes de matérias prima utilizadas neste processo é o gás natural ou o
carvão. O gás natural é constituído essencialmente por metano, já o carvão é constituído
por carbono, hidrogénio, oxigénio e enxofre.
O processo de produção dividese nas seguintes etapas: na produção do gás
sintético, na conversão do mesmo e no hidroprocessamento.
A primeira etapa consiste basicamente na produção de monóxido de carbono e
hidrogénio a partir do metano e do oxigênio.
Em seguida ocorre o processo de FischerTropsch onde o gás sintético
transformase em estruturas parafínicas lineares e não possuem nitrogênio, enxofre,
aromâticos, nem metais.
Estes óleos bases tem uma baixa volatilidade e um alto índice de viscosidade e
são comercializados como óleos base sintéticos.
Óleos base que sofrem uma segunda refinação
Qualquer base de lubrificante mineral que não esteja ótima para utilização deve
sofrer um segundo processo de refinação em vez de ser destruída.
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Óleos e massas lubrificantes
Os lubrificantes sofrem alterações com a passagem do tempo, o que quer dizer,
que os óleos bases degradamse e também podem ser contaminados (por exemplo, com
água) o que leva a que precisem de sofrer um processo de refinação que os torna óleos
de base novamente de alta qualidade.
Os óleos base são refinados a temperatura ambiente para retirar componentes
como água, e depois destilase para separa as frações mais pesadas das mais leves.
A última etapa é separar partículas ou outros contaminantes através de um
solvente e depois separase o óleo base do solvente obtendose um óleo de base de novo
com qualidade. Possuem uma baixa volatilidade.
Óleos base que provêm de material com origens animais e vegetais
As gorduras animais ou vegetais tem sido utilizadas a milhões de anos como
lubrificantes, mas como o lucro da produção dos lubrificante com origem mineral é
maior estes perderem espaço no mercado.
Mas com a diminuição das reservas de crude este tipo de lubrificantes possui
agora um maior interesse, especialmente os de origem vegetal, como alternativa aos
lubrificantes minerais.
Óleos de origem vegetal (Ésteres naturais)
Os óleos base são constituídos principalmente por triglicerídeos. Dos vegetais
retirase a canola onde se retira uma diferente percentagem de óleos consoante a origem
vegetal da canola.
Uma grande percentagem dos óleos base retirados são aplicados nos
combustíveis biodiesel e são estes óleos que constituem a parte orgânica.
Para obter estes óleos utilizamse sementes que são esmagadas e os óleos
obtidos sofrem depois uma separação por solvente que permite retirar substâncias não
desejadas e prolongar o seu tempo de vida.
Este tipo de substâncias tem um alto ponto de fulgor, um alto índice de
viscosidade, são biodegradáveis e renováveis e são pouco tóxicos mas estas substâncias
tem uma baixa estabilidade oxidativa que se deve a existência de ligações duplas.
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Óleos e massas lubrificantes
Se não forem tratadas ocorre uma rápida oxidação e vão se transformar numa
superfície plastificada mas se forem tratadas com hidrogênio isto poderá
significativamente melhorar o problema.
Os óleos vegetais têm limitadas propriedades de fluxo frio. O ponto de fluidez
destes óleos é melhorado pela mistura com outro óleo base com um melhor ponto de
fluidez ou pela adição de melhorados de ponto de fluidez.
Ésteres sintéticos:
Os ésteres sintéticos são obtidos na reação de um álcool com um ácido gordo.
Os álcoois provém normalmente da indústria petroquímica enquanto que os ácidos
gordos possuem origem mineral ou animal.
Existem uma grande variedade de ácidos gordos e de álcoois, existindo então
assim uma grande variedade de ésteres, por exemplo, existem os monoésteres, os
diestéres e os poliésteres.
Os monoésteres têm uma alta volatilidade e uma baixa viscosidade, os diésteres
têm um bom índice de viscosidade e baixas propriedades de fluxo frio, os poliésteres
são muito semelhantes aos diésteres mas com uma maior variedade de viscosidades
sendo também pouco tóxicos, mais estáveis e biodegradáveis.
Os poliésteres são adicionados aos óleos minerais quando se pretende que
dissolvam melhor aditivos.
Óleos base sintéticos pouco convencionais
Neste campo podemos incluir ésteres de fosfato, glicóis polialquilenos, óleos
silicone e polisobutenos.
Este tipo de óleos são utilizados quando não podem ser utilizados os outros
óleos base porque por exemplo as temperaturas a que iriam ser expostos são demasiados
altas e só são aplicados neste caso porque a sua produção é extremamente alta.
Os ésteres de fosfato têm ponto altos de fulgor e baixas pressões de vapor sendo
perfeitos em aplicações onde serão sujeitos a altas temperaturas.
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Óleos e massas lubrificantes
Os glicóis polialquilenos tem um grande concentração de oxigênio e podem ser
alterados de modo a serem solúveis em água ou em óleos, tem um grande estabilidade
oxidativa, são resistente a altas temperaturas e possuem uma baixa volatilidade sendo
assim resistentes ao fogo.
Apesar disso quando sujeitos a altas temperaturas lançam vapores tóxicos e não
são miscíveis com óleos base minerais.
Os polisobutenos são polímeros de hidrocarbonetos e possuem uma baixa
toxicidade, uma baixa formação de depósitos são muitas vezes referenciados pela sua
alta viscosidade e ponto de fulgor, são miscíveis com os óleos base minerais mas
possuem uma moderada estabilidade oxidativa e uma alta volatilidade.
Os óleos de silicone são utilizados na lubrificação de metais e não metais,
possuem uma boa viscosidade, uma alta estabilidade oxidativa e termal e uma baixa
volatilidade.
Não são imiscíveis com a água nem com os óleos base minerais e o seu custo é
muito alto.
Aditivos
Os aditivos são componentes químicos orgânicos ou sintéticos que se adicionam
aos óleos base para melhorar características como: o índice de viscosidade (aditivos de
viscosidade), o ponto de fluidez, a humidade (dispersantes), o atrito (modificadores de
fricção), o tempo de conservação (emulsificantes) e a estabilidade dos compostos
(acopladores) entre outros.
A adição dos aditivos dá últimas características as substâncias para se
transformar em em lubrificantes, podendose nesta fase obter vários tipos de
lubrificantes que podem ser óleos ou massas.
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Óleos e massas lubrificantes
Importância económica e social
As maiores potencias a nível mundial do mercado do crude pertencem há WTI
de Nova Iorque, o Brent de Londres e o OmanDubai.
A alterações na banca com a contra é venda de crude estão constantemente a
sofrer alterações, em 2007 os preços subiram quase 60% devido a uma crise política na
Nigéria (8º maior produtor mundial). Em 2008 Atualmente aguardamos uma queda da
produção de petróleo a nível mundial sendo alguns dos catalisadores este declínio o
cancelamento e adiamento de projetos e contratos. Para as petrolíferas conseguirem
compensar a queda seria necessário uma reposição mínima de 5 milhões de barris
diários.
Portugal possui uma grande importação de crude sendo que esta representam
cerca de 3,8% do produto bruto de Portugal, em 2008 chegou a comprar barris a 144€ a
Brent levando o pais para uma das maiores decadências da historia.Em 2015 o preço por
barril diminuiu para 50 euros por barril ajudando assim a recuperação econômica lenta
de Portugal desde a sua queda (economica) em 2011 .4[ ]
Para além dos EUA e do Médio Oriente são escassas as probabilidades de haver
novos projetos para as restantes petrolíferas por este motivo os investigadores temem a
queda do petróleo. A diminuição dos preços em 2014 (a passagem de barris a 100$ cada
para menos de 60$) e o desencorajamento dos investigadores juntamente com uma
queda nas vendas resultou num aumentos dos despedimentos.
Em 2015, no mercado global ocorreu uma redução para 55,8$ por barril quase
metade do ano passado (99$) . Sem que em Março ouve a menor cotação nos EUA em 6
anos, a parte de março houve um aumento dos contratos.
A AIE previu que em 2016 os países que não pertencem à OPEP eram sofrer
uma estagnação na oferta de petróleo. No gráfico abaixo encontrase uma previsão do
mercado de WTI de Nova Iorque, o Brent de Londres a partir de 2016 ate 2019.
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Óleos e massas lubrificantes
Gráfico 1: Previsão do mercado de WTI de Nova Iorque, o Brent de Londres a partir de 2016 ate 2019
Sendo o crude a principal matéria prima dos lubrificantes e parafinas, o valor
destes será afetado pelas constantes subidas e descidas do preço do crude.
Como foi analisado ao longo do trabalho na refinação do crude, são produzidos
petróleo e óleos base entre outros. Uma das maiores refinarias portuguesas 8[ ]
encontrase em Matosinhos produzindo por ano cerca de 150.000 toneladas de massa
lubrificantes, 80.000 toneladas de óleos lubrificantes e 10.000 toneladas de moldação de
parafinas entre outros. Possuindo três linhas de produção, sendo duas delas automáticas
e uma terceira linha manual para os óleos lubrificantes e duas linha semimanuais de
produção para as massas. Esta refinaria pertence a empresa GALP sendo esta uma líder
de mercado português. 9[ ]
Podese concluir que os lubrificantes tem uma importância socioeconómica
considerável a nível mundial e nacional, existindo em ambas vários empregos
associados.
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Óleos e massas lubrificantes
Considerações finais O objetivo deste trabalho é informarmonos sobre a produção de lubrificantes e
parafinas e sobre a importância sócioeconómica deste produto em Portugal e no
mundo.
Para atingirmos esse objetivo realizamos um relatório, tal como nos foi pedido.
Podemos concluir que a produção de lubrificantes provém de três matérias
primas: o crude, o gás natural e a matéria animal e vegetal.
A partir destas matérias primas e após vários processos complexos, tais como a
refinação do crude, obtemse os óleos base.
Os óleos base são substâncias que têm diversas características e propriedades e
que servem como base para a produção de lubrificantes.
Para a obtenção final dos lubrificantes adicionamos os aditivos que otimizam
algumas características destes.
Também podemos concluir que estes produtos tem um considerável importância
económica e social, pois existem várias pessoas que dependem dos rendimentos gerados
na sua produção.
Apesar de passarem muito despercebidos os lubrificantes são uma importante
parte do modo como a nossa economia funciona, porque além de possibilitarem o
excelente funcionamento de imensos equipamentos essenciais também são uma fonte de
rendimento considerável.
23
Óleos e massas lubrificantes
Referências bibliográficas
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delondres
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Óleos e massas lubrificantes
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