ojornal 02/01/2011

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CMYK Para professor, reflexos dos investimentos virão em 5 anos Para o professor Luiz Antônio Cabral, de Eco- nomia da Ufal, os reflexos dos investimentos do re- curso do PAC em Alagoa só serão sentidos em 2015. Página A2 Economista diz que gestão de Dilma será decisiva Alagoas entrará na rota de crescimento nos próxi- mos quatro anos. A previ- são é do economista Cíce- ro Péricles, baseado no com- bate à pobreza extrema. Página A21 Para 2011 são esperados investimentos de R$ 2,3 bi As projeções de espe- cialistas são de que, só es- te ano, a presidente Dilma Rousseff deve enviar R$ 2,3 bilhões a Alagoas só com obras do PAC. Página A2 Obras do PAC tornam sonho do maceioense em realidade As unidades habitacio- nais construídas, através do PAC, no Vale do Regi- naldo, estão transforman- do sonhos de maceioen- ses em pura realidade. Página A9 Estado ainda sonha em ser subsede da Copa 2014 No esporte, Alagoas espera que o governo Dil- ma apoie o projeto de re- ceber uma seleção da Co- pa 2014. Para isso, o trun- fo é a reforma do Rei Pelé. Página A24 L L JORNA O JORNA O Exemplar de assinante www.ojornalweb.com ALAGOAS R$ 2,00 Maceió, domingo, 2 de janeiro de 2011 | Ano XVII | Nº 90 | www.ojornalweb.com Sala Vip passeia por 2010 Minissérie da Record trará a atriz Mel Lisboa Dois O que Alagoas espera do Governo Dilma O que Alagoas espera do Governo Dilma O que Alagoas espera do Governo Dilma O que Alagoas espera do Governo Dilma O que Alagoas espera do Governo Dilma 2010 foi um ano positivo para a memória cultural alagoana. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) executou projetos nas cidades de Marechal Deodoro, Penedo, Piranhas e Maceió. Para 2011 serão destinados recursos de R$ 180 milhões a serem aplicados até 2014 em três cidades alagoanas que firmaram, em conjunto com o governo do Estado, o Acordo de Proteção do Patrimônio Cultural com o Iphan. Páginas B1, B2, B3, B7 e B8 Em Alagoas, ano bom para a cultura TV Nide Lins

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Estado ainda sonha em ser subsede da Copa 2014 Obras do PAC tornam sonho do maceioense em realidade Para 2011 são esperados investimentos de R$ 2,3 bi Para professor, reflexos dos investimentos virão em 5 anos CMYK T V Para o professor Luiz Antônio Cabral, de Eco- nomia da Ufal, os reflexos dos investimentos do re- curso do PAC em Alagoa só serão sentidos em 2015. Exemplar de assinante Minissérie da Record trará a atriz Mel Lisboa Sala Vip passeia por 2010 Página A21 Página A24

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Para professor,reflexos dosinvestimentosvirão em 5 anos

Para o professor LuizAntônio Cabral, de Eco-nomia da Ufal, os reflexosdos investimentos do re-curso do PAC em Alagoasó serão sentidos em 2015.

Página A2

Economista dizque gestãode Dilma será decisiva

Alagoas entrará na rotade crescimento nos próxi-mos quatro anos. A previ-são é do economista Cíce-ro Péricles, baseado no com-bate à pobreza extrema.

Página A21

Para 2011são esperados investimentosde R$ 2,3 bi

As projeções de espe-cialistas são de que, só es-te ano, a presidente DilmaRousseff deve enviar R$2,3 bilhões a Alagoas sócom obras do PAC.

Página A2

Obras do PACtornam sonhodo maceioenseem realidade

As unidades habitacio-nais construídas, atravésdo PAC, no Vale do Regi-naldo, estão transforman-do sonhos de maceioen-ses em pura realidade.

Página A9

Estado aindasonha em sersubsede da Copa 2014

No esporte, Alagoasespera que o governo Dil-ma apoie o projeto de re-ceber uma seleção da Co-pa 2014. Para isso, o trun-fo é a reforma do Rei Pelé.

Página A24

LLJORNAO JORNAO

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Sala Vip passeia por 2010

Minissérie da Recordtrará a atriz Mel Lisboa

Dois

O queAlagoas

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Dilma

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Dilma

O queAlagoas

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Dilma

O queAlagoas

espera doGoverno

Dilma

2010 foi um ano positivo para a memória cultural alagoana. O Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional (Iphan) executou projetos nas cidades de Marechal Deodoro,Penedo, Piranhas e Maceió. Para 2011 serão destinados recursos de R$ 180 milhões a seremaplicados até 2014 em três cidades alagoanas que firmaram, em conjunto com o governo doEstado, o Acordo de Proteção do Patrimônio Cultural com o Iphan. Páginas B1, B2, B3, B7 e B8

Em Alagoas, ano bom para a cultura

TV

Nide Lins

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JORNALO JORNALO

Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

PolíticaPauta Geral

[email protected]

ESPERANÇA

E, finalmente, nesta segunda-feira começa mai uma nova era.Depois das festas de final de ano, das posses de governadores eda presidente Dilma, voltamos ao trabalho, embora muitos este-jam em férias, com esperanças renovadas. Vamos vivenciar umnovo momento na história política do Brasil. As perspectivas sãopositivas. Mas, para Alagoas, quais são as perspectivas? Difícildizer, embora pós-festejos tendamos a observar e querer muito osaspectos positivos. É como se desejássemos que tudo seja diferente,pra melhor, sempre.

Torcemos para que Alagoas tenha competência para enfrentara criminalidade crescente, que o estaleiro se instale e gere empregose novas empresas. Queremos que a escola pública seja de quali-dade e que as crianças e adolescentes, principalmente, tenham pers-pectivas de crescer na vida.

Que haja uma política de recuperação dos dependentes quími-cos e o combate incansável aos traficantes. Desejamos que osservidores públicos ganhem melhor, que os hospitais nos atendamcom maior qualidade, que o transporte público melhore, que a praianão seja poluída nem o meio ambiente agredido e destruído. Porfim, queremos que você e todos nós sejamos felizes e que DEUSesteja sempre presente. Será que é querer demais?

DIRETASTem vereador que garante que Heloísa Helena (PSOL)

sabia, sim, da votação do aumento dos salários para R$ 15mil. Ela diz para todo mundo que não foi avisada.

Quando renunciou ao cargo de prefeito de Penedo,Alexandre Toledo (PSDB) fez um investimento. Seperdesse a eleição, seria secretário. Foi o que aconteceu.

É cada vez mais forte a informação de que o deputado es-tadual Paulão (PT) assume um cargo federal a partir defevereiro. Ele tem um canal direto com Brasília.

Dilma deverá investir R$ 2,3bilhões em Alagoas só este anoObras estruturantes do PAC em 2011 são prioridade da nova presidente

Gilson MonteiroRepórter

As análises políticas do es-tilo Dilma Roussef de gover-nar oscilam entre os que acre-ditam numa mera continuaçãoda gestão de Luiz Inácio Lulada Silva; e aqueles que prevêemque a presidente eleita deve im-primir sua própria marca. Umestilo que o país começa a co-nhecer a partir desta semana,quando a presidente eleita co-meça efetivamente a governar.

Uma das expectativas équanto à execução do Progra-ma de Aceleração do Cres-cimento, o PAC, um dos car-ros-chefe do governo Lula. SeRoussef obedecer à risca a pla-nilha de investimos previstospara execução a partir desteano, Alagoas contará aindacom R$ 2,3 bilhões. Desse total,R$ 784 milhões serão injetadosem obras exclusivamente do

Estado; e mais R$ 1.561,8 bi-lhão em empreendimentos decaráter regional, como a Fer-rovia Nova Transnordestina.

Pelo relatório do ComitêGestor do PAC, em 2011 a áreasocial e urbana ficará com amenor fatia de investimentos(R$ 92 milhões) para os em-preendimentos exclusivamen-te do Estado.

A maior parte dos investi-mentos irá para a área de in-fraestrutura energética (R$ 355milhões), em projetos de gera-ção de energia termelétrica eexploração de petróleo e gásnatural.

Outra fatia generosa,pouco abaixo da área de ener-gia, vai para a área de logísti-ca (R$ 336 milhões), com in-vestimentos em construção emodernização de rodovias. De2007, quando o Programa foiiniciado, até 2010, foram R$10,7 bilhões investidos no

Estado.

INFRAESTRUTURA LO-GÍSTICA - Na área de logísti-ca, a maior parte das ações estáem estágio de obras. Entre elasa construção de cais paraContêineres no Porto deMaceió, que já consumiu R$41,6 milhões. Outro projetocom obras em andamento é aduplicação/modernização daBR-101/AL, que já recebeu, até2010 R$ 205 milhões em inves-timentos.

ENERGIA - No setor de in-fraestrutura energética, a maiorparte dos projetos está em fasede licitação. Entre eles a UsinaTermelétrica a Óleo em RioLargo, na Grande Maceió, quedeve receber recursos naordem de R$ 100 milhões apartir deste ano. Obras de ex-ploração e produção na áreade petróleo e gás natural, que

já receberam R$ 231 milhõesentre 2007 a 2010, este anodevem contar com mais R$ 148milhões do PAC.

SOCIAL - Os R$ 92 milhõesprevistos para serem investi-dos nas áreas social e urbanadeverão ser destinados a obrascomo o Canal do Sertão (R$ 88milhões) maior obra hídrica doPAC na região nordeste; R$ 2,6milhões para o Sistema deAbastecimento de Água eEsgotamento Sanitário deCoqueiro Seco, incluído noProágua Nacional.

A maior parte dos progra-mas “Luz Para Todos” e “ÁguaPara Todos” já foi concluída.Foram R$ 395 milhões para o“Luz” até 2010; e R$ R$ 570 mi-lhões do no abastecimento deágua. A partir de 2011 serãomais R$ 88 milhões em inves-timentos no “Água Para To-dos”.

Reflexos na economia podem vir em cinco anosDe acordo como o profes-

sor de economia da Univer-sidade Federal de Alagoas(Ufal), Luiz Antônio Cabral, aeconomia alagoana só deveráperceber os reflexos dos inves-timentos em infraestrutura emandamento com recursos doPrograma de Aceleração doCrescimento (PAC) por voltade 2015.

“Os reflexos dessas obrasem infraestrutura logística eenergética, na economia doEstado virão a médio e a longoprazos. Entre quatro a cincoanos para que possamos sentiros efeitos desses projetos naeconomia de forma mais clara”,teoriza o economista.

“Os investimentos emmalha rodoviária, por exem-plo, além dessa questão do es-coamento de produção, tam-bém terá influência no turis-mo, com melhores condiçõesde acesso ao Estado. Isso cer-tamente irá fortalecer o setorde turismo”, destaca.

Para Cabral, a dependênciaquase absoluta de Alagoas dosrecursos federais é fator decisi-vo na demora de determinadosprojetos influenciarem direta-mente na economia do Estado.

“Esses reflexos virão para aeconomia a médio e a longoprazo pela dificuldade deAlagoas em fazer esse tipo deinvestimentos. Esses projetos

são muito importantes porAlagoas ser um Estado que, so-zinho, não tem recursos parafazer esses investimentos. Hoje,Alagoas é um estado totalmen-te dependente de recursos fede-rais”, avalia o professor.

“O Estado não tem uma re-ceita interna capaz de líder essesinvestimentos sozinho. E por

isso o PAC é, para Alagoas, defundamental importância parao desenvolvimento que falta aoEstado”, conclui o economista.

R$ 2,5 BILHÕES - Atese doprofessor Luiz Antônio Cabralé facilmente comprovada pelascontas do governo federal di-vulgadas pelo Portal Trans-

parência.Somente em 2010, o gover-

no federal transferiu paraAlagoas quase R$ 5 bilhões(R$ 4.971.714.174,28). Desses,R$ R$ 2.593.898.449,00 foramrepassados diretamente ao go-verno do Estado; e R$2.377.815.725,28 destinadosaos municípios. (G.M.)

Yvette Moura

“Vou participar da cerimônia de posse, normal-mente, e logo em seguida pedirei essa licença,

para esse tratamento de saúde, para que eupossa começar com todo o pique”.

Deputado estadual eleito,Dudu Holanda, ao justificar

afastamento para favorecer oretorno de Cícero Ferro para a

Assembleia Legislativa.

Luiz Antônio Cabral está otimista com o novo governo e acredita que investimentos devem crescer com o PAC

Petista não esconde preocupação em preparar o Brasil para se desenvolver como potência econômica que possa competir com maiores nações

DO RAMO

O secretário Estadual de Comunicação, jornalistaNelson Ferreira, deixa o cargo com o dever cumprido.Em quase dois anos deu tranquilidade e cara ao gover-no na comunicação e conseguiu, em pouco tempo, criarum bom relacionamento com os empresários e jornalis-tas que buscavam informação. Agora volta a cuidar, coma maestria que lhe é peculiar, da comunicação empresa-rial do Grupo Coruripe, onde trabalhava anteriormente.

COTADO

O promotor de JustiçaAlfredo Gaspar deMendonça, coordenadordo Gecoc, aparece comonome forte para se-cretário de Defesa Social.Falta só saber se oMinistério da Justiça temacordo com a indicaçãoou se vai preferir escalarum delegado federal parao cargo que está ocupadointerinamente pelo antigosubsecretário WashingtonLuiz.

ESPERANÇA

Os servidores da Câ-mara de Maceió não escon-dem o desejo pela posse danova Mesa Diretora. GalbaNovaes (PRB), Silvio Ca-melo (PV) e Oscar de Melo(PP) são bem mais afinadosdo que o grupo que os an-tecedeu. Dudu Hollanda(PMN), Silvânia Barbosa(PTdoB) e Paulo Corintho(PDT), praticamente defen-estrado do cargo de secre-tário, deixaram os cargosem crise e brigados entre si.

SEMPRE

Vira e mexe, a engenheira Rosa Tenório está com umcargo público. Forte nos tempos da prefeita Kátia Born,chegando até a administrar a Slum, ela ficou um tempono ostracismo prestando consultorias e com cargos demenor visibilidade. Agora foi escalada pelo tucanato paraassumir o comando da Controladoria-Geral do Estado.

DESENROLADA

Foi a secretária municipal de Turismo, Cláudia Pessoa,quem conseguiu resolver o impasse que possibilitou o usode um trio elétrico nas festas do final de ano. Ele foi uti-lizado no Benedito Bentes para evitar que o MinistérioPúblico proibisse o desfile na orla de Maceió.

ACADÊMICO

O professor Eduardo Setton foi indicado para se-cretário de Ciência e Tecnologia pela reitora da Ufal, AnaDayse Doréa. Com isso, um dos possíveis adversários nogrupo que hoje administra a universidade praticamentefica fora da corrida pela sucessão. Continuam disputan-do espaço o vice-reitor Eurico Lobo, e os professoresJoão Carlos Barbirato e Josealdo Tonholo.

Adversários brincam dizendo que foi Deus quemdisse ao prefeito Cícero Almeida que gravasse um comu-nicado de final de ano para a população de Maceió. Aironia se deve à quantidade de imagens religiosas queaparecem ao lado do prefeito.

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AA33Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Política JORNALO JORNALO

Contexto

EXPRESSAS

Convênio com o Denit permite a Prefeitura de Maceió usar oasfalto velho arrancado das rodovias federais de Alagoas.

O asfalto velho arrancado da Avenida Fernandes Lima,por exemplo, foi reciclado e serviu para a Prefeitura pavi-mentar ruas no Benedito Bentes.

A Codevasf lançou no rio São Francisco, em Igreja Nova, 22mil alevinos de Tambaqui e Curimatá.

Depende agora da Câmara Federal, e depois da assinaturapresidencial, a proposta para se pagar adicional de pericu-losidade aos vigilantes.

O deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB) é o entrevista-do do “Conversa de Botequim” desta terça-feira, 4, apresentado pelojornalista Plínio Lins, na Choperia Rapa Nui, na Ponta Verde.

Roberto Vilanova - [email protected]

A ISCA

Depois de muito pensar, finalmente fez-se a luz, e o governadorTéo Vilela (PSDB) encontrou a solução para acomodar o PPS – queperdeu a Secretaria do Trabalho.

Para um Estado cuja profusão de água é tanta, que influiu aténo nome, a nova secretaria que abrigará o PPS pode-se dizer quevai preencher uma lacuna.

A Secretaria de Pesca e Aquicultura é uma boa ideia para quemquer trabalhar efetivamente, pois serviço a ser feito é o que não vaifaltar.

São mais de 50 lagoas, incluindo as fluviais, que são maioria, eum litoral extenso com 250 quilômetros. Isto, sem falar dos rios –que são mais de uma dezena.

O problema é que caberá ao PPS provar agora que não faz dis-curso pirotécnico; que não é igual àqueles que falam por falar.

Até porque, já existe em nível federal um ministério correlato.Pelo que exigiu do governo, o PPS tucano deve cuidar da

pescaria – mas sem jamais procurar saber o que o peixe faz paraimitá-lo. E o que o peixe faz?

Nada.O PPS, nessa função de desbravador e de gestor da primeira

Secretaria de Pesca, deve fazer de tudo para não decepcionar.De novo.

CERTO

O deputado FernandoToledo (PSDB) fez as con-tas e está convencido deque dá para vencer a dis-puta pela presidência daAssembleia Legislativa.Mas ainda espera o posi-cionamento do governadorTéo Vilela.

IGUAL

Por lei, a AssembleiaLegislativa de Alagoas sópode eleger 27 deputados.Mas, na prática, são 28com a licença do deputadoDudu Holanda e a possedo suplente Cícero Ferro,que goza dos mesmos di-reitos do titular.

2012

O secretário estadualde Educação, RogérioTeófilo, fica na Secretariaaté março de 2012. Ele con-firmou que será candidatoa prefeito de Arapiracacom o apoio do senadorBenedito de Lira (PP) e dadeputada federal CéliaRocha (PTB).

OLHO

O ex-deputado federalJoão Caldas está cobiçandoa Secretaria Extraordináriade Alagoas, em Brasília,que é ocupada hoje peloconselheiro aposentado doTribunal de Contas e ex-se-cretário estadual doPlanejamento, José deMelo.

MAIS 1

Não é verdade que overeador em Maceió ganhaR$ 15 mil. Na verdade, ébem mais que isso, porqueo subsídio de R$ 15 mil éuma espécie de “salário-mínimo”, ou seja, o míni-mo que cada vereadordeve retirar por mês.

MAIS 2

Mas a verdade é que,além do subsídio de R$ 15mil, o vereador tem direitoa dois carros locados, mais1 mil e 300 litros de com-bustível e R$ 1 mil por mêsem dinheiro para alimen-tação, e tudo bancado pelaCâmara Municipal.

ELAS

A vereadora TeresaNelma e a ex-prefeitaKátia Born, ambas do PSB,vão se reencontrar em2012. Kátia é candidata avereadora e Tereza é can-didata à reeleição – e asduas não se entendem, ó,faz tempo.

SAI

Sai o vereador DuduHolanda (PMN) e entraBeto da Farmácia no seu lu-gar, na Câmara Municipal.Mas, “muito doente”,Dudu não vai assumir avaga de deputado estadual– que será ocupada pelo su-plente Cícero Ferro.

Para economista, avanço social será conquistaA análise fria dos números

do Comitê Gestor do Programade Aceleração do Crescimento(PAC) previstos para a eraDilma Roussef revelam um in-vestimento inferior na área es-trutura sociais. Dos R$ 2,3 bi-lhões, menos de 10% (R$ 92milhões) irão para obras comomelhorias sanitárias domicilia-res, abastecimento d’água emescolas e saneamento em áreasrurais e indígenas.

Mas o professor de econo-mia da Universidade Federalde Alagoas (Ufal) avalia queos investimentos em obras es-truturantes estão na raiz dacriação do PAC, formatadopara criar a infraestrutura ne-cessária para o desenvolvimen-to do país.

“Qualquer modelo de de-

senvolvimento econômicohoje tem suas bases no tripétransporte-energia-comuni-cação Basicamente, o pontovital do PAC é formar essa in-fraestrutura capaz de dar osuporte ao desenvolvimentoeconômico do país. A ideiainicial é justamente alavancaro desenvolvimento por meiodessa infraestrutura que estásendo construída, daí o pró-prio nome ‘Programa deAceleração do Crescimento’. Édessa infraestrutura básicaque o país precisa para ala-vancar o processo de desen-volvimento econômico”, teo-riza o professo.

“As melhorias na infraes-trutura social será reflexo detodo esse investimento que estásendo feito agora, que irá ala-

vancar a economia, gerandoemprego e renda, e consequen-temente levando junto à qua-lidade de vida da população”,frisa Luiz Antônio Cabral.

Outro ponto que o profes-sor da Ufal observa na hora depor os investimentos do PACna ponta do lápis, é o altocusto de projetos nas áreas deinfraestrutura energética e lo-gística.

“O investimento é áreascomo energia e logística émuito caro. Hoje temos equipa-mentos de última geração temum custo muito alto. Na áreade logística, o Brasil conta comuma malha de rodovias gran-de para o transporte de cargas.As ações de estrutura socialcustam bem menos”, afirma oeconomista.

MALHA FERROVIÁRIA- Luiz Antonio Cabral obser-va que o ideal seria a amplia-ção da malha ferroviária, mo-delo comum em países desen-volvidos. “Temos uma malhade rodovias muito grande, ecomo já temos isso, não po-demos voltar atrás agora. Masseria importante a ampliaçãodos investimentos em ferro-vias. O investimento inicial écaro, mas a manutenção émuito mais barata. Sem falarque as nossas rodovias estãoem estado bastante precário”,explica o economista. “Porisso é importante esse inves-timento do PAC na recupera-ção de algumas e ampliaçãode outras rodovias, como é ocaso da BR 101”, destaca.(G.M.)

Estado precisa se preparar para empreendimentosO anúncio da exploração

de petróleo na camada pré-saldeu largada a uma avalanchede cursos na área de engenha-ria de petróleo. A formação deprofissionais da área, quaseque às pressas, é o retrato dacarência de mão-de-obra es-pecializada que o Estado en-frenta em diversas áreas.

Segundo o professor deEconomia da UniversidadeFederal de Alagoas (Ufal), LuizAntônio Cabral, é nesse pontoque o governo do Estado deve“fazer a sua parte” no desen-volvimento do Estado alavan-cado por grandes investimen-tos do governo federal.

“O governo federal está fa-zendo esses investimentos deporte no Estado, por meio doPAC, mas o poder público do

Estado tem que fazer a suaparte, investindo na educaçãopara a formação de mão-de-obra qualificada. O Estado pre-cisa ter um processo de inves-timento na educação alinhadocom esses investimentos dogoverno federal e com o pró-prio crescimento da economiabrasileira e mundial”, orientao professo.

“O investimento em forma-ção tecnológica é vital para oEstado se preparar para essesinvestimentos que estão che-gando. São grandes empreen-dimentos que requerem mão-de-obra qualificada em áreasespecíficas, e essa é uma ca-rência muito grande aqui noEstado. O governo federal fazos investimentos, mas os go-vernos estaduais precisam dar

esse suporte, investindo emeducação para preparar essamão-de-obra”, destaca.

Luiz Antônio Cabral res-salta o que acontece atualmen-te no setor hoteleiro, onde háuma forte carência de mão-de-obra qualificada.

“Um bom exemplo dessacarência de mão-de-obra é oque tem acontecido com a che-gada desses hotéis em Maceióe Maragogi. Parte da mão-de-obra precisou vir de outros es-tados. Muita qualificação agente não tem aqui no Estado.está na hora de se investir se-riamente em treinamento demão de obra, não podemoscontinuar sem esse suporte im-portantíssimo para alavancara economia do Estado”, afirmao economista.

AGRICULTURA FAMI-LIAR - Outro ponto impor-tante que o economista LuizAntônio Cabral destaca nalista de ações que devem par-tir do governo alagoano seriao investimento em agricultu-ra familiar.

“A agricultura familiargera milhões de postos detrabalho no campo. Esse in-vestimento é também muitorelevante para a economia doEstado. O agronegócio aindanão tem muita força noEstado. Nem adianta se fazerprojetos megalomaníacossem ter condições de imple-mentar. A agricultura fami-liar é um ramo importanteem todo o país, e mereceatenção”, teoriza o professor.(G.M.)

Governadores tucanos destacam apoio de LulaSeguindo o estilo adotado

nesses oito anos do governoLula, o fato de Alagoas ser umdos oito estados que integramo reduto tucano no país, nãodeve prejudicar os investi-mentos no Estado. Mesmoassim, por precaução, em suaprimeira entrevista coletivacomo governador reeleito,Teotonio Vilela Filho (PSDB)dedicou várias falas a seu en-gajamento com o governo deRoussef.

Com uma série de promes-sas a cumprir, boa parte delasna área de infra-estrutura, emsua primeira coletiva comogovernador reeleito, Vilelaressaltou a dependência fi-nanceira do Estado ao gover-no federal, além de conclamaro apoio da bancada alagoanano Congresso Nacional, pedin-do o suporte de “toda a ban-cada”, mesmo não tendo maio-ria aliada entre os eleitos queassumem em fevereiro.

“Nós precisamos de recur-sos federais, internacionais;atrair mais empresas e isso tudoexige a união de todos, de es-tarmos juntos para melhorar oPIB, a qualidade de vida detodos os alagoanos. Tenho coma presidente Dilma uma relaçãomuito boa, amiga”, disse Vilelaem entrevista coletiva em 3 de

novembro.A insistência de Téo Vilela

em atrelar sua gestão ao apoiodo governo federal petista levaem consideração o fato de, na-cionalmente, o PSDB prome-ter uma oposição aguerridacontra a presidente daRepública eleita DilmaRoussef. Os oitos governadoreseleitos pelo partido, aliás,

devem ser uma das últimastrincheiras da oposição tucanaa presidente Dilma.

A aproximação com o gov-erno petista vem tem sido umaconstante nos discursos deVilela desde a campanhaeleitoral. Em muitas sabatinase discursos, o então candidatoà reeleição sempre fez questãode destacar os investimentos

do atual governo Luiz InácioLula da Silva no Estado, sug-erindo a continuação dessa“parceria”, agora no mandatode Dilma Roussef.

Vilela chegou a visitar asobras do Canal do Sertão aolado do presidente Lula, e daprópria Dilma, que na épocaocupava o ministério de Minase Energia. (G.M.)

A agricultura familiar cresceu disparadamente nos mandatos de Lula; a meta de Dilma é dobrar o investimento, principalmente em Alagoas

Reunidos em Maceió, os governadores eleitos pelo PSDB anunciaram que não pretendem fazer oposição

NAVALHA NA CARNE

O prefeito Luciano Barbosa (PMDB) determinou ocorte de 20% nas despesas da Prefeitura de Arapiracapara 2011.

AGUARDE CARTA

O governador Téo Vilela (PSDB) ainda não decidiu seatende ao pedido de João Caldas para ser secretário emBrasília.

RESTOS A PAGAR

Os dois carros locados, os 1,3 mil litros de combustível eR$ 1 mil custam por mês R$ 25 mil. Daí cada vereador emMaceió receber, na verdade, R$ 40 mil por mês.

NÃO CHORE MAIS

Os vereadores Ricardo Barbosa e Heloísa Helena fize-ram as pazes em nome do PSOL e prometeram nunca maisficar de mal.

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Expectativa é de que governo de Dilma dê sequência ao que foi realizado por Lula nos dois mandatos

Sem nunca ter sido candidata, Dilma venceu Serra em eleição acirrada Antes de ser candidata, superou um câncer linfático e ganhou aliados Com perfil técnico, a petista garantiu a indicação de Lula para disputa

Engajada, foi detida e torturadaAinda em 1964, ingressou

numa organização denomi-nada Política Operária(Polop), fundada em 1961,proveniente do então PartidoSocialista Brasileiro, onde mi-litou ao lado de José Anibal,seu colega de turma no cursode economia na Univer-sidade Federal de MinasGerais (UFMG) - reeleitopara deputado federal peloPSDB de São Paulo.

Ao aderir ao grupo quedefendia a luta armada paracombater o regime militar,Dilma filiou-se à organiza-ção denominada Comandode Libertação Nacional(Colina). Posteriormente, in-gressou na organização Var-Palmares, onde militou aolado de Carlos Minc, um dosfundadores do Partido Verde(PV) e ex-ministro do MeioAmbiente do governo Lula.

Com o endurecimento daditadura, Dilma foi presa em1970, permanecendo trêsanos na cadeia, onde foi sub-metida a torturas. Atual-mente divorciada, foi casadacom o advogado gaúchoCarlos Franklin Paixão deAraújo, com quem teve sua

única filha, Paula, nascida em17 de março de 1976. O pri-meiro neto de Dilma nasceuem setembro de 2010, emPorto Alegre. Antes deAraújo, Dilma foi casada du-rante dois anos (1967-1968)com o jornalista ClaudioGaleno, que também perten-ceu à Polop.

Fora da prisão, Dilma re-tomou os estudos em 1973,formando-se em economiapela Universidade Federaldo Rio Grande do Sul. Coma anistia e a volta do pluri-partidarismo, filiou-se aoPDT, de Leonel Brizola, fa-zendo parte da gestão do go-vernador gaucho AlceuCollares como secretária deMinas e Energia, cargo quemanteve no governo seguin-te, comandado por OlivioDutra, do PT.

Em abril de 2009, revelouque estava se tratando de umcâncer linfático. O tratamen-to, feito num hospital em SãoPaulo, incluindo sessões dequimioterapia e radioterapia,foi concluído em setembrodaquele ano.

DESAFIO - Dilma posi-

ciona-se contra as privatiza-ções e o neoliberalismo, masdeclarou ser favorável à con-cessão de subsídios à inicia-tiva privada para a constru-ção de novas usinas hidrelé-tricas e rodovias, caso issotorne essas obras mais bara-tas. Numa entrevista posta-da em seu site, concedida nodia 5 de dezembro ao jornalnorte-americano WashingtonPost, a presidente disse quevai dar continuidade às obrasde infraestrutura iniciadasno governo Lula, particular-mente às rodovias, malha fer-roviária, portos e aeroportosdo país.

Destacou que, com a des-coberta do pré-sal, foi apro-vado novo marco regulató-rio para a exploração do pe-tróleo em águas profundas,incluindo a criação de umfundo social, que destinaráparte dos recursos do pré-salpara investimentos em edu-cação, saúde, ciência e tecno-logia. Salientou, no entanto,que seu maior desafio nocargo será “acabar com a po-breza extrema no Brasil”, si-tuação na qual vivem 14 mi-lhões de pessoas.

Congresso será favorável ao governoDilma Rousseff assume a

Presidência da República tendoa seu favor um Congresso pre-dominantemente governista. Asúltimas eleições coroaram a forçados partidos da base tanto naCâmara quanto no Senado. NaCâmara, o PMDB e o PT, os doismaiores partidos de apoio ao go-verno, passam a ter, respectiva-mente, 79 e 88 representantes.No Senado, o PMDB somará nanova legislatura 20 parlamenta-res. O PT, 14.

De que maneira essa predo-minância numérica da base sobrea oposição pode interferir nas re-lações entre o Executivo e oLegislativo e, por consequência,na pauta legislativa do governoDilma?

Para o consultor legislativoGilberto Guerzoni Filho, aindaque a maioria governista tenhase tornado muito mais folgadano Senado, é na Câmara que a in-fluência maior do governo tendea ser sentida. Ele explicou que,do ponto de vista da fidelidadepartidária, a relação do senadorcom o governo passa por umasérie de variáveis.

“Os senadores são mais autô-nomos, já que são líderes regio-nais mais fortes. Muitas vezes,dentro de um mesmo partido,você tem senadores que tendempara um lado ou para o outro.Tivemos exemplos disso no go-verno Lula e tudo indica que te-remos essa possibilidade no go-verno Dilma”, disse o consultor.

Para Guerzoni, se repetirá,porém, o quadro de extremocontrole do governo sobre apauta legislativa, seja por meio

de medidas provisórias, seja peloimpedimento da apreciação dematérias que não são do seu in-teresse. Ele citou como exemplodo poder da maioria o controleque se pode ter sobre asComissões Parlamentares deInquérito (CPIs).

“Isso a gente viu claramentetanto com Lula quanto comFernando Henrique, cujos go-vernos tinham maiorias relati-vamente confortáveis. As CPIsnesses dois governos nunca con-seguiram ir tão longequanto foram as do go-verno Collor, que tinhamuito mais dificuldadesno Congresso”, disse.

No entanto, não se es-pera da nova presidenteuma grande mobilizaçãoem relação ao Legislativo.Guerzoni afirma que opróximo governo será“mais de continuidade doque está sendo feito”. Elenão acredita que as “gran-des reformas” (política, tributá-ria, previdenciária) sejam vota-das, “porque não há um consen-so na sociedade em torno dostemas ou porque é complicadopoliticamente”.

“Se o governo Dilma ficar seismeses, um ano, sem mandar ne-nhum projeto para o Congresso,não vai haver nenhum problema.Não há nada que se precise alte-rar, a não ser fazer pequenos ajus-tes. Claro, o Congresso permane-ce como caixa de repercussão detudo o que o governo faz, e é fun-damental que a oposição tenhaforças para repercutir os eventuaispontos negativos”, observou.

LEGISLATIVO INDEPEN-DENTE - Reeleitos para ocuparlados opostos da arena políticano mandato 2011-2019, os sena-dores Delcídio Amaral (PT-MS)e Alvaro Dias (PSDB-PR) têmem comum a crença de que, adespeito do tamanho das ban-cadas, cabe ao Legislativo exer-cer e regatar seu papel diante dainfluência do Executivo.

Para ambos, a maneiramais efetiva de sinalizar o de-

sejo de autonomia é ba-talhar pela redução dasmedidas provisórias.Mais incisivo a esse res-peito, o senador AlvaroDias diz que a grandemaioria das MPs envia-das pelo governo aoCongresso é inconstitu-cional.

“Se nós devolvêsse-mos todas as medidasprovisórias inconstitu-cionais, estaríamos de-

volvendo cerca de 80% delas.Com isso, a Presidência daRepública passaria a adotaroutro comportamento em re-lação ao Legislativo. A se man-ter essa prática, vamos conti-nuar homologando todas asações do Poder Executivo”,disse.

Já Delcídio Amaral diz que,a depender do próprio Con-gresso, o governo Dilma podeser o governo da legitimação doLegislativo.

“Nós precisamos reduzir asmedidas provisórias, trabalharcomo legisladores e discutir pro-jetos importantes para o país”, re-conheceu.

Dilma Rousseff: de militante a presidenteAos 63 anos, a mineira que fez vida política no Rio Grande do Sul, começa uma nova história no poder do Brasil

Pela primeira vez nos 121anos de história republicana, oBrasil é governado por uma mu-lher: a mineira Dilma VanaRousseff, 63 anos, eleita no dia31 de outubro de 2010 peloPartido dos Trabalhadores. Ofato de uma mulher assumir oposto mais alto do país “aindaé surpreendente”, disse Dilma,em entrevista concedida no dia5 de dezembro ao WashingtonPost.

Escolhida candidata pelopresidente Luiz Inácio Lula daSilva, Dilma fez parte do gover-no petista desde o primeiro mo-mento, em 2003. Foi ministradas Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil, cargo queassumiu no lugar de José Dirceu,demitido, em 2005, em meio àsdenúncias do esquema do men-salão.

Como ministra das Minas eEnergia, Dilma defendeu novapolítica industrial, fazendo comque as compras de plataformaspela Petrobras tivessem conteú-do minimamente nacional, paraque fossem gerados mais em-pregos no país.

Na Casa Civil, foi a coorde-nadora das ações do governo,particularmente dos programasLuz para Todos, Minha Casa,Minha Vida e o Programa deAceleração do Crescimento(PAC). Foi ainda presidente doConselho de Administração daPetrobras e coordenadora da co-missão interministerial encarre-

gada de definir as regras para aexploração do pré-salEntenda oassunto.

Eleita no segundo turno com55.752.529 dos votos (56,05%),contra 43.711.388 (43,95%) rece-bidos pelo tucano José Serra,Dilma é a 42ª pessoa a ocupar aPresidência da República (vejaos 41 presidentes do Brasil),tendo como vice-presidente odeputado paulista Michel Temer,do PMDB. Anova presidente foiescolhida num universo de135.804.433 eleitores. Nas elei-ções, foram registrados 99.463.917 votos válidos, 29.197.152 abstenções, 4.689.428 votosnulos e 2.452.597 votos brancos.

Pouco conhecida pelo elei-torado e disputando contra umveterano em eleições, Dilma co-meçou a campanha com poucomais de 15% das intenções devoto, enquanto José Serra, doPSDB, ostentava índices supe-riores a 30%.

Com o decorrer da campa-nha e o empenho cada vezmaior do presidente Lula,Dilma conseguiu ampliar o per-centual das intenções de votose passou à frente de Serra,dando a impressão de que ven-ceria já no primeiro turno. Masas denúncias envolvendo suasubstituta na Casa Civil,Erenice Guerra, somadas aocrescimento da candidatura dasenadora Marina Silva (PV),provocaram o segundo turnodas eleições.

Filha do engenheiro búlga-ro Pedro Rousseff (falecido em1962) e da professora flumi-nense Dilma Jane Silva, a pre-sidente nasceu em BeloHorizonte, no dia 14 de de-zembro de 1947, numa famíliade classe média alta. Os pais deDilma tiveram outros dois fi-lhos: Igor e Zana Lúcia, faleci-da em 1976. Ainda em seu paísnatal, o pai da presidente - pa-rente do famoso escritor búl-garo Ran Bosilek - teve umfilho com a dona de casaEvdokia Yankova, chamadoLuben, que morreu em 2007.

Ao separar-se da esposa búl-gara, Pedro Rousseff mudou-separa o Brasil no final da décadade 30, fixando-se em São Paulo.Numa viagem a Uberaba (MG),conheceu a mãe da presidente,criada no interior de MinasGerais, onde seus pais eram pe-cuaristas. Ao se casarem, os paisde Dilma fixaram residência emBelo Horizonte.

Dilma estudou em escolastradicionais da capital mineira.Ao ingressar por concurso noColégio Estadual Central (atualEscola Estadual GovernadorMilton Campos), para cursar ofinal do ensino médio, conviveucom o movimento estudantil einiciou sua militância política,aos 16 anos de idade, às véspe-ras do Golpe Militar de 1964. Apresidente costuma dizer quefoi nessa escola que aprendeu aser “subversiva”.

AA44 Domingo, 2 de janeiro de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Política JORNALO JORNALO

PT e PMDB

contam com

maiores

bancadas

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JORNALO JORNALO

Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] AA55

Quartiero lutará por interesses do empresariado e ruralistas na Câmara Maior produtor de soja do País, Blairo Maggi assumirá no Senado

Senado vai exonerarmais de mil servidoresCongresso em Foco

O Senado terá de exonerar,até o final de janeiro, pelo menos1.062 funcionários que ocupamatualmente cargos de confiançanos gabinetes de 37 senadoresque não se reelegeram em outu-bro. As exonerações tambématingirão outros 196 servidoresque trabalham em secretarias daMesa Diretora comandadas porparlamentares não reeleitos. Osalário desses 1.258 funcionárioscomissionados, que não fazemparte do quadro fixo da Casa,varia de R$ 1,5 mil a R$ 11,3 mil.As demissões, porém, não im-plicarão necessariamente cortede gastos: a maioria deles serásubstituída por pessoas indica-das pelos novos senadores.Alguns devem continuar noCongresso por meio de indica-ções políticas.

Quase metade dos servidoresa serem exonerados não regis-tra o ponto em Brasília, mas noschamados escritórios de apoionos respectivos estados dos se-nadores, onde há menos contro-le sobre a lista de frequência dosservidores. Alista tem 542 nomesnessa condição. Dezenove parla-mentares não reeleitos têm hojemais funcionários comissiona-dos em suas bases eleitorais doque em Brasília. O mesmo ocor-re com 20 senadores que segui-

rão no Senado. A prática detransferir pessoal para os esta-dos ganha força nos anos eleito-rais, como 2010. Afalta de fisca-lização sobre o trabalho dessesservidores abre caminho para autilização de funcionários pagoscom dinheiro público comocabos eleitorais.

De todos os 81 senadores,ninguém tem mais subordina-dos em cargos de confiança doque o atual primeiro-secretário,Heráclito Fortes (DEM-PI). São68 ao todo. Quarto colocado nadisputa ao Senado deste ano,Heráclito caminha para o fim domandato tendo à sua disposição32 comissionados em seu gabi-nete parlamentar e outros 36 naPrimeira Secretaria. Dos funcio-nários lotados no gabinete, 25não estão lotados em Brasília,mas no Piauí.

Antecessor de Heráclito naPrimeira Secretaria, o senadorEfraim Morais (DEM-PB) é osegundo em número de car-gos de confiança no Senado.Assim como o colega de par-tido, ele não voltará ao Senadoa partir de fevereiro. Terceirocolocado na disputa ao Sena-do, Efraim tem 66 comissiona-dos sob seu comando. Desses,52 estão lotados na Paraíba. Ogabinete do paraibano é sus-peito de contratar funcioná-rios fantasmas. O envolvimen-

to do parlamentar ainda é alvode investigação.

Depois de Efraim, quem maisemprega gente em cargos deconfiança é o senador Mão Santa(PSC-PI). O piauiense tem 21 co-missionados sob sua subordina-ção na Terceira Secretaria e ou-tros 41 em seu gabinete. Desses,33 estão lotados no Piauí. Naseleições deste ano, o ex-gover-nador não conseguiu renovar omandato no Senado. Foi o tercei-ro colocado. Atual segundo su-plente da Mesa Diretora, Adel-mir Santana (DEM-DF) empre-ga 56 servidores em cargos deconfiança. Seis aparecem nos re-gistros da Segunda Suplência e50 na relação de servidores dogabinete. Desses, 40 estão lotadosem seu escritório político, na pró-pria capital federal.

PARTILHA - Todo mês oSenado gasta entre R$ 80 mil eR$ 100 mil com a remuneraçãode funcionários de confiança dossenadores. Em tese, cada senadortem direito a 11 cargos comis-sionados e outros nove efetivos.Os parlamentares, porém, fize-ram ajustes nas regras para per-mitir a subdivisão dos 11 cargosde confiança. Com isso, na prá-tica, cada senador pode empre-gar até 79 comissionados em seugabinete desde que o valor gastonão ultrapasse o teto estipulado.

CÂMARA

Piso de policiais deveser prioridade este anoAgência Câmara

Avotação da proposta queestabelece um piso nacionalpara os policiais militares, civise bombeiros militares (PECs446/09 e 300/08) é uma das prio-ridades da Câmara da próxi-ma legislatura. A avaliação édo presidente da Câmara, Mar-co Maia, que também é candi-dato à Presidência da Casa.

A medida chegou a seraprovada em primeiro turnona Câmara em março de 2010,mas ainda é necessária a apro-vação em segundo turno, porse tratar de uma proposta deemenda à Constituição (PEC).O que dificulta essa segundaetapa de votação é que o custodo piso unificado chega a R$ 43bilhões. Desse valor, R$ 20 bi-lhões teriam que ser arcadospelos governos estaduais, quegarantem não ter como assu-mir esse compromisso.

Segundo o autor da PEC300, deputado Arnaldo Fariade Sá (PTB-SP), havia um acor-do para votação do texto emsegundo turno antes do fim doano, mas esse acordo foi des-cumprido. “Nós insistiremosagora na votação em 2011 e nocompromisso do então presi-dente Marco Maia de que seráformada uma comissão para

discutir com os governadores aforma de implementação e im-plantação do piso”, disse. Oparlamentar ressaltou que o sa-lário inicial de um policial mi-litar no Rio de Janeiro é R$ 900,o que representa R$ 30 por dia.“É uma heresia, pelo trabalhoque ele faz”, complementou.

ESTADOS - Tanto os go-vernadores aliados à presiden-te Dilma Rousseff quanto os deoposição são contrários à pro-posta. Segundo o governadorreeleito da Bahia Jaques Wag-ner, a PEC é uma intromissãono orçamento dos estados e fereo princípio federativo, umacláusula pétrea da Constituição.“Além de impor uma despesa,acaba sendo uma violência àliberdade de cada ente daFederação de fazer sua gestãode pessoal”, garante.

O texto principal foi votadoem março, mas faltam quatrodestaques que modificam bas-tante a proposta aprovada, in-clusive as questões fundamen-tais: dois retiram do texto ovalor do piso, estabelecido naproposta em R$ 3,5 mil paraocupantes de cargos básicos eem R$ 7 mil para os cargos dedireção; e outros dois derru-bam o fundo e a participação daUnião nos pagamentos.

PMDB lidera a nova bancada de ruralistasApesar da bancada empre-

sarial ser a mais numerosa, emalguns casos ela se confunde comoutros grupos de parlamenta-res. Um desses casos é do depu-tado Paulo César Quartiero(DEM-RR). O parlamentar refor-çará duas bancadas na CâmaraFederal. Além da empresarial,ele também atuará na ruralista.Produtor de arroz em Roraima,é uma das novidades da Câmarapara a legislatura 2011-2014.Outro exemplo é do ex-gover-nador do Mato Grosso BlairoMaggi (PR). Eleito para o Senado,ele é um dos maiores produto-res de soja do país.

Quartiero e Maggi são exem-plos do crescimento de outra ban-cada, a ruralista. Dos 160 parla-mentares que defendem o agro-

negócio, 92 são deputados ree-leitos e 50 são deputados novos.Para fechar a conta, há ainda 18senadores, sendo dez atuais commandato até 2015, seis novos edois reeleitos que cumprirãomandato até 2019. Na legislatu-ra que se encerra agora, são 120.

Novamente o PMDB tem omaior número de parlamenta-res dentro do grupo. São 36 pee-medebistas, seguidos por 25 doPP, e 24 do DEM. O PSDB estácom 22 ruralistas. O PR15, o PTB10, e o PDT nove ruralistas.

Outra bancada que cresceufoi a sindicalista. Serão 72 parla-mentares na próxima legislatu-ra, contra 62 da atual. A frenteevangélica, que havia experimen-tado uma queda em 2006, voltoua crescer. Tomarão posse, em 2

fevereiro de 2011, 73 parlamen-tares, sendo 70 deputados e trêssenadores evangélicos. “Comeste número, a bancada evangé-lica, que tinha sufragado apenas36 integrantes no pleito de 2006,recupera a capacidade de arti-culação e negociação dos temasde seu interesse no Congresso”,diz o relatório do Diap.

Abancada da saúde, que é di-vidida em três áreas, não tem le-vantamento de integrantes. Porém,segundo o Diap, o grupo perdeuem qualidade e quantidade. São ci-tadas as ausências a partir do pró-ximo ano dos deputados RafaelGuerra (PSDB/MG), um dos coor-denadores da Frente Parlamentarda Saúde, que desistiu de concor-rer; nem Coubert Martins(PMDB/BA), derrotado na tentati-

va de reeleição; Jofran Frejat(PTB/DF), derrotado na disputacomo vice-governador do DistritoFederal na chapa encabeçada peloex-senador e ex-governador Joa-quim Roriz; Alceni Guerra(DEM/PR) e Antônio Palocci(PT/SP), que não concorreram.

Assim como no caso da saú-de, o Diap não elaborou um le-vantamento da bancada da edu-cação. Mas afirma que ela man-teve sua importância “política eestratégica” no Parlamento. Jápara a frente dos parlamentaresdos meios de comunicação exis-te a estimativa de aproximada-mente 100 parlamentares defen-dendo os interesses dos grupos demídia. A bancada feminina, deacordo com o Diap, “praticamen-te” manteve sua representação.

NOVA LEGISLATURA

Minas Gerais é o Estado com mais representantes do segmento, seguido por São Paulo e Rio de Janeiro

Congresso em Foco

Os 513 deputados e os 54senadores que tomarão posseem 2 de fevereiro vão se divi-dir em sete grandes bancadasinformais, suprapartidárias ecom grande influência no Con-gresso. A maior delas reúne45% das duas Casas, podendoser decisiva na reforma tributá-ria e nas discussões de mudan-ças nas leis trabalhistas. Aoinvés de mandar representan-tes, os empresários resolveramse fazer presentes nos debatesque interessam à classe.

Levantamento parcial feitopelo Departamento Intersindi-cal de Assessoria Parlamentar(DIap) mostra que houve umcrescimento significativo entrea legislatura que sai em janei-ro e a que entre em fevereiro nonúmero de empresários. Atual-mente, a bancada empresarialsoma 219 integrantes. Com aeleição de outubro, esse núme-ro subiu para 273. São 246 de-putados e 27 senadores cujaprincipal fonte de renda advémdos rendimentos de seus ne-gócios.

De acordo com o estudo, abancada empresarial eleita em2010 representa mais de 45%do Congresso Nacional e, se-paradamente, representa47,95% da Câmara e 1/3 ou33,33% do Senado. É formadapor donos de grandes, médiasou pequenas empresas, acio-nistas ou quotistas de conglo-merados econômicos, comer-ciantes ou produtores rurais,além de parlamentares que seautointitulam empresários.

Eles estão presentes em to-dos os partidos e têm comoagenda prioritária a reduçãoda carga tributária, especial-mente os tributos que incidemno setor produtivo, a elimina-ção dos encargos sobre a folhade salários e a flexibilização dosdireitos trabalhistas. “Houveum grande crescimento da ban-cada empresarial. É um núme-ro muito significativo. Acho queo que motivou isso foi o cres-cimento das centrais sindicais,que ganharam todas nas dis-

putas com a equipe econômi-ca, e a possibilidade da reformatributária”, afirmou o diretorde documentação do Diap, An-tônio Augusto de Queiroz, oToninho.

Para o diretor do Diap, onúmero de parlamentares iden-tificados com a bancada em-presarial representa os maisvariados segmentos. Por contadisso, é um grupo heterogêneo.Dessa maneira, os interesses,exceto nas questões trabalhistase tributárias, podem eventual-mente ser conflitantes, especial-mente quando se trata de in-centivos a determinados seto-res ou regiões. “A postura doempresariado é mais reativa naquestão trabalhista e mais pro-positiva na questão tributária”,opinou Toninho.

De acordo com o levanta-mento do Diap, o partido quepossui mais representantes nabancada empresarial é o PMDB,com 43. Ele é seguido peloDEM, que possui 37 parlamen-tares no grupo, PP (32) e PSDB(24). Entre os empresários dedestaque, para o departamen-to, estão os dois únicos queforam eleitos pelos seus pró-prios votos ou que atingiram oquociente eleitoral. AnthonyGarotinho (PR-RJ), que tevemais de 600 mil votos, e PauloMaluf (PP-SP), com 497 mil.

Minas Gerais é o estado bra-sileiro com maior número deempresários eleitos. São 30, con-tra 28 de São Paulo, um dos es-tados mais industrializados dopaís. O Rio de Janeiro ocupa aterceira posição com 21 defen-sores da agenda patronal. Agrande quantidade de empre-sários eleitos por Minas Geraistambém colabora para que oSudeste ocupe a liderança noranking de empresários entre ascinco regiões brasileiras. São 84empresários na região Sudeste,contra 71 na região Nordeste,37 na região Sul, 28 região naNorte e 26 na região Centro-Oeste. Por gênero, a bancadaempresarial é majoritariamen-te masculina. São 231 represen-tantes do sexo masculino con-tra apenas 15 do sexo feminino.

NacionalEmpresários serão 45% no Congresso

Fantasmas estãosob investigação

A contratação de funcio-nários ainda rende dor de ca-beça ao senador Efraim Mo-rais. AProcuradoria Geral daRepública apura indício deenvolvimento dele na contra-tação de fantasmas em seu ga-binete. As investigações ini-ciais foram feitas por uma sin-dicância no Senado e encami-nhadas ao Supremo TribunalFederal (STF), que acionou aPGR para analisar o caso. Oprocurador-geral da Repúbli-ca ainda não se manifestousobre o assunto. Mesmo forado Senado, o ex-primeiro-se-cretário continuará a ter su-bordinados no serviço públi-co: é o secretário de Infraes-trutura do governador da Pa-raíba, Ricardo Coutinho (PSB).

Duas irmãs afirmaramque são funcionárias fantas-mas do senador. Sem empre-go fixo, Kelriany e Kelly Nas-cimento da Silva declararamreceber o que acreditavam seruma bolsa de estudos de R$100 da Universidade de Brasí-lia (UnB). As duas disseram àPolícia Legislativa que entre-garam a uma amiga docu-mentos e autorização para aabertura de uma conta de ban-co, mas que o dinheiro era en-tregue em casa. Kelriany disseter descoberto que era funcio-nária do Senado ao tentarabrir uma conta, logo depoisde ter conseguido um empre-go. O salário era de R$ 3.800.

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JORNALO JORNALO

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Opinião

Lula deixou o governo. Deixou saudades e mui-tos sonhos realizados. Foi esse sentimento que fezcom que o petista deixasse o governo com a maiorpopularidade do da história mundial. Ao encerraroito anos de governo, ele cravou 87% de aprovaçãoficando à frente da ex-presidente chilena MichelleBachelet, que tinha 84% de aprovação quando dei-xou o governo, e do ex-mandatário uruguaio TabaréVázquez, que teve 80% ao final do mandato.

O desempenho de Lula pode ser facilmente com-parado com os de líderes mundiais históricos, entreos quais o primeiro presidente negro da África doSul, Nelson Mandela (82% de aprovação), o ex-presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt(66%), e o general francês Charles De Gaulle (55%).Para se ter a dimensão do estrago provocado pelaaprovação, o ex-presidente Fernando HenriqueCardoso (PSDB), antecessor de Lula, tinha 26% deaprovação após dois mandatos.

A avaliação da popularidade de Lula é resultadoda 110ª edição da pesquisa CNT/Sensus, para a qualforam entrevistadas duas mil pessoas, em 136 muni-cípios de 24 estados. A margem de erro é de 2,2 pon-tos percentuais para mais ou para menos. Segundo olevantamento, a aprovação do desempenho pessoaldo presidente está em 87%, contra 80,7% da pesqui-sa anterior. Cerca de 10,7% dos entrevistados desa-provam o presidente e 2,4% não responderam.

Ainda que a aprovação pessoal e do governo Lulasejam recordes, a saúde é apontada, para 37% dosentrevistados, como a única variável que piorou nosúltimos seis meses. Em sentido contrário, a geraçãode emprego é apontada, para 63,7% dos entrevista-dos, como índice que melhorou. É por isso que Lulatermina o mandato, entra para história agradandoaos mais pobres e aos mais ricos, deixando sua marcae uma grande lacuna oito anos depois de o sonhocomeçar.

Ponto de vista

San

O ano que se inicia agora traz grandes e novos desa-fios para os brasileiros, especialmente para os PoderesLegislativo e Executivo, ambos iniciando uma nova fase.O principal desafio é manter o Brasil no ritmo do cresci-mento econômico atual, aumento de salários, distribuin-do riquezas e ampliando a influência internacional brasi-leira.

Em regimes presidencialistas, a política econômica éorientada pelo Executivo e cabe ao Congresso Nacionalcolaborar na elaboração ou aperfeiçoamento dos projetosenviados pela presidente da República. No campo insti-tucional é dever do Congresso propor medidas para cor-rigir eventuais distorções e modernizar legislações jáenvelhecidas, como foi o caso recente do Código deProcesso Civil.

Em sua última sessão de votações em 2010, o Senadoconcluiu a aprovação do novo Código de Processo Civil.Ele foi elaborado por uma comissão de juristas e senado-res presidida pelo ministro do Superior Tribunal deJustiça (STJ), Luiz Fux. Com cerca de mil artigos, o texto,que já está na Câmara dos Deputados, vai reduzir em até70% o tempo de tramitação de um processo judicial.

Entre as novidades está a redução no número de recur-sos - geralmente procrastinatórios -, o fortalecimento doinstrumento de conciliação e a uniformidade das decisõestomadas em primeira instância. As mudanças tornarão aJustiça brasileira mais rápida e acessível. Com cerca de300 artigos a menos do que o Código em vigor, o projeto,além de enxugar a legislação, a torna mais racional e obje-tiva.

O novo Código orienta os juízes de primeiro grau e ostribunais locais a seguirem as teses definidas pelos tribu-nais superiores, antes de tomar decisões ou aceitar recur-sos. Os tribunais superiores, por sua vez, ficam obrigadosa tornar públicas as mudanças de jurisprudência. Amesma modernização já ocorrera, uma semana antes, como novo Código do Processo Penal, que também será apre-ciado pelos deputados.

No que depender do PMDB, o Congresso manterá estadinâmica de modernizar e aperfeiçoar legislações. Vamostrabalhar muito também para fazer as duas reformas maisimportantes para que o Brasil avance e consiga seu lugarentre as nações mais modernas do planeta. Refiro-me àsreformas política e tributária, sem as quais poderemosficar patinando no gargalo entre os países emergentes e asnações desenvolvidas.

"O Congresso manteráesta dinâmica de modernizar

e aperfeiçoar legislações"

Renan Calheiros

Senador e líder da bancada do PMDB

Os desafiospara 2011

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"Não haverá muros, não haverá divisões"

Quando o Natal não for um dia

João Baptista Herkenhoff

Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, professor pesquisador da FaculdadeEstácio de Sá de Vila Velha e escritor / [email protected] / www.jbherkenhoff.com.br

Via-se que era um homem rico. Pelos trajes,pela postura, pela maneira como olhava tudoao redor. A impressão que transmitia era justa-mente essa: tudo posso, sou senhor e sou dono.

Eu olhava de longe, como simples observa-dor.

Era difícil enxergar com profundidade,naquele ambiente de compras apressadas, debarulho ensurdecedor. Prefiro a quietude, masnão posso fugir do burburinho em algumassituações especiais.

A criança, rompendo as normas de seguran-ça, penetrou naquele lugar, sem portar no rostoe nos trajes a senha exigida: "sou um consumi-dor em potencial".

O homem rico baixou os olhos e viu a crian-ça pobre. Havia tristeza no olhar do menino.Tirou da carteira uma nota de 50 reais e disseao garoto:

"Tome, compre um presente de Natal".O pirralho apanhou a nota, um sorriso de

satisfação estampou-se em seu semblante. Saiucorrendo com a nota bonita por entre os dedospequeninos.

Observei o rosto daquele homem que olha-va para tudo como senhor e dono. Pude captarseu pensamento:

"Que coisa maravilhosa! Sinto-me feliz.Esse sorriso de criança deu-me mais satisfação,mais contentamento do que as festas a quevou, do que os empregados que me servem,

do que os automóveis de que me sirvo, do queos amigos que me bajulam".

Dialoguei em silêncio com o homem rico:"Sim, meu caro. Os homens fogem da felici-

dade. O mundo é triste porque o Natal é ape-nas um dia. Quando toda noite for semelhanteà noite em que Jesus nasceu, quando todamanhã for manhã de Natal, nossa vida muda-rá. Ah, se fôssemos uma corrente contínua deamor, se não fôssemos egoístas, avaros, compe-tidores, fera junto ao irmão, construiríamos ummundo novo. Se praticássemos a Caridade,como o Apóstolo Paulo a descreveu numaepístola imortal, que bom seria viver nestemundo, então transformado em morada frater-na. A Caridade é a ajuda que ninguém teste-munha, é a palavra de carinho, o conselhoamigo, o sorriso e o aceno, a disponibilidadecompleta, a humildade contínua. A Caridade éa luta pela transformação das estruturas soci-ais, é o combate permanente para construir aJustiça e a Paz. A Caridade é a pugna incessan-te contra todas as formas de opressão, margi-nalização e discriminação, pugna que muitasvezes cobra, como preço, a própria vida doslutadores, mártires da edificação de uma outrasociedade.

Quando o Natal não for apenas um dia, atéo Dia de Natal será diferente. Ninguém estaráfora da celebração, não haverá muros, nãohaverá divisões".

Marcial LimaProfessor

De aparênciase equívocos "Multidões saracoteiam,

embebedam-se,trocam amassos,

produzem lixo"

Observadores atentos,preocupados com a eficáciados órgãos públicos, sabemque equívocos conceituais cus-tam caros e motivam açõesinadequadas. Percebem, tam-bém, que iniciativas alardea-das como de muito sucessosão, em essência, desprovidasde efetividade. De igual modo,o servidor público conscientenão se contenta em sintetizarsua gestão em realizações pon-tuais, que lhe exigem, somente,o esforço de mediador de pro-duções cujos ganhos atendem,em maior monta, interessesprivados. Por isso, buscaessencializar seus objetivos emetas, privilegiando umavisão de médio ou longoprazo, o que lhe exigem conhe-cimentos específicos e compro-misso com o bem comum. Ecomo, amiudadas vezes, aarquitetura dos bastidores temuma lógica própria, o gestorqualificado, consciente de seupapel, esforça-se para ir alémdas aparências e do marketingpessoal, promovendo avançosde qualidade. Nota-se, tam-bém, que, nos locais onde osegmento artístico e a comuni-dade encontram-se conscientesde seus direitos e deveres, asboas iniciativas surgem, fazen-do contraponto ao imediatis-mo e promovendo o enriqueci-mento das ações de governo.

Cito, como exemplo,Pernambuco que, através deuma parceria de sua Escola deGoverno e de PolíticasPúblicas com a FundaçãoJoaquim Nabuco, sob os auspí-cios do Ministério da Cultura,promoveu o Curso Regionalde Especialização em PolíticasCulturais. Essa iniciativa pro-piciou o rompimento de váriosgestores com o empirismopuro e simples, com oensaio/erro, com o contorcio-nismo diante da imprensa,quando convidados a exporemseus programas e metas.Enquanto isso, TeixeiraCoelho, coordenador doObservatório de PolíticasCulturais da USP, nos presen-teou com o Dicionário Críticode Política Cultural, ondepodemos diferenciar a AçãoCultural das outras iniciativasque tornam o que deveria serinvestimento em mera despe-sa, pois numa análise custo-benefício pouco deixam depositivo para a cidade, além deuma ou duas horas, onde mul-tidões consomem seus ídolosde barro, saracoteiam, embebe-dam-se, trocam amassos, pro-duzem lixo e voltam para casaexatamente como chegaram:meros consumidores de espe-táculos pasteurizados, de gostoduvidoso, desprovidos dequalquer possibilidade deabrir caminhos para a cidada-nia.

No entanto, como a indús-tria da seca faculta a depen-dência, transformando o cam-inhão-pipa em moeda de troca,a ausência de políticas cultu-rais voltadas para o desenvol-vimento, favorece o manejo deseres humanos em benefício deinteresses estreitos e particula-res.

Agradeço ao O Jornal por ter mais uma vez permitidoque fossem publicados semanalmente durante todo esteano meus artigos; como me referi anteriormente, os façocom a intenção de mera contribuição adquirida ao longode trinta anos trabalhando no trato das questões ambien-tais.

Com o término de mais um ano, a maioria das pessoasrefletem de certa forma sobre o que aconteceu durante otranscorrer do ano que se finda. Como dizia o poeta, otempo é o senhor da razão e às vezes sepulta esperanças eemoções, mas antes de tudo tenhamos fé. Particularmentereflito várias situações ocorridas durante todo o ano, ondemuitas me causaram profunda estranheza, outras não.

Dentre aquelas que me surpreenderam posso afirmarque não vieram de nenhum estranho, mas antes de tudo,de pessoas que eu conheço há bastante tempo, mas meparece que para essas pessoas o poder (passageiro) subiu-lhes a cabeça. Pobres de espírito, talvez não tenham o con-hecimento de que apenas detém passageiramente estasituação.

A falsa ideia do poder ilude algumas pessoas, fazendocom que estas esqueçam certas verdades e façam pordesmerecer as velhas amizades, conseguidas e mantidascom o passar dos anos.

Penso que devemos ser humildes e procurar manter asvelhas amizades ou conseguir novas. No entanto, a minhageração talvez não tenha o devido tempo de cultivar pormais vinte ou trinta anos estas novas amizades.

Em muitas situações vivenciadas, penso nos ensina-mentos de meu pai: filho a vida é preto no branco, noentanto cada um pincela a aquarela da sua vida comoquiser e dizia ainda, não confie totalmente nas pessoas sequiser economizar sérias e dolorosas decepções. Todasnão são más, entretanto pouquíssimas merecem confiança.

Não poderia deixar de citar meus filhos, deixandoclaro para eles uma mensagem de fé, de esperança para onovo ano que se inicia, mas com grande preocupação emedo do amanhã que, além de incerto, tende a ser exces-sivamente perigoso e que os valores morais estão emdecadência, caminhando assim a humanidade a passosapressados para um clima de desamor e indiferença anteao próximo. Adianto-lhes que as pessoas boas, os sen-síveis, os educados e os honestos, tenderão a sofrer mais.Entretanto, não se afastem desses valores, nem usemmeios escusos para alcançar os seus objetivos.

Procurem a cada dia amar mais a Deus, ele merece simreceber esse nobre sentimento.

Alder FloresAlder Flores, advogado, químico, esp. em Direito,Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental

"Nem usem meiosescusos para alcançar

os seus objetivos"

Fé nopróximo ano Oito anos depois

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Helicóptero espalhando agente laranja em floresta vietnamita em 1969

OBAMA

Ano começa com desafios climáticos

WASHINGTON - O gover-no do presidente americano,Barack Obama, começa o anode 2011 pressionando pornovas regulamentações e comdiplomacia para combater asmudanças climáticas, mas en-frentará desafios importantesde parte de seus adversários.

O ano de 2010 chegou aofim com poucos avanços paraum novo acordo global, após aCúpula do Clima das NaçõesUnidas em Cancún (México),que contou com a participaçãodos maiores emissores do pla-neta, Estados Unidos e China.

Mas, as esperanças dos am-bientalistas americanos se es-vaíram internamente, depoisque uma proposta para criar oprimeiro plano nacional de cap-tura e comércio de carbono(cap-and-trade) para restrigiras emissões de gases estufa namaior economia do planetamorreu no plenário do Senado.

Entretanto, o governo Oba-ma tenta tomar posições por sipróprio. Apartir de hoje, as au-toridades americanas vão con-siderar os gases de efeito estu-fa para aprovar níveis de emis-sões para as novas instalaçõesindustriais de grande porte.

Aagência ambiental ameri-cana (Environmental ProtectionAgency, EPA) anunciou em 23de dezembro que fará umavanço a partir de 2012, ao es-tabelecer padrões de gases deefeito estufa para usinas elétri-cas e refinarias de petróleo, ins-

talações que, juntas, respon-dem por quase 40% das emis-sões apontadas como respon-sáveis pelo aquecimento glo-bal.

Mas Obama pode esperarmais hostilidade contra suaagenda climática, em janeiro,quando o Partido Republicano,seu adversário, assumir a maio-ria da Câmara de Representan-tes.

O deputado republicanoFred Upton (Michigan), quepresidirá o novo Comitê deEnergia Doméstica e Comércio,disse que os EUA deveriam“trabalhar para trazer maisenergia ao sistema e não desli-gar usinas” para proteger osempregos.

“Não permitiremos que ogoverno regule aquilo que temsido incapaz de legislar”, disseUpton.

Aadministração Obama in-siste em que se trata apenas deestabelecer padrões, como favo-recer a tecnologia verde, e nãoimpor valores quantitativos decaptura às emissões, como pre-visto na maior parte das pro-postas de captura e comércio.

A temperatura do planetatem subido persistentemente emuitos cientistas apontam aocorrência crescente de desas-tres ambientais, como as inun-dações devastadoras no Paquis-tão e as nevascas intensas, comoevidências das mudanças noclima provocadas pelo aqueci-mento global.

Herbicida provoca malformações em três geraçõesAGuerra do Vietnã (ou Viet-

name, ou Vietnam, ou ainda, se-gundo os vietnamitas, GuerraAmericana) foi um conflito arma-do ocorrido no Sudeste Asiáticoentre 1959 e 30 de abril de 1975.

A guerra colocou em con-fronto, de um lado, a Repúblicado Vietnã (Vietnã do Sul) e osEstados Unidos, com participa-ção efetiva, porém secundária,da Coreia do Sul, da Austrália eda Nova Zelândia; e, de outro, aRepública Democrática do Viet-nã (Vietnã do Norte) e a FrenteNacional para a Libertação doVietname (FNL). AChina, a Co-reia do Norte e, principalmente,a União Soviética, prestaramapoio logístico ao Vietnã do Nor-te, mas não se envolveram efeti-vamente no conflito.

Em 1965, os Estados Unidosenviaram tropas para sustentar ogoverno do Vietnã do Sul, que semostrava incapaz de debelar omovimento insurgente de nacio-nalistas e comunistas, que se ha-viam juntado na Frente Nacionalpara a Libertação do Vietname(FNL). Entretanto, apesar de seuimenso poder militar e econômi-co, os norte-americanos falharamem seus objetivos, sendo obriga-dos a se retirarem do país em 1973e dois anos depois o Vietnã foi reu-nificado sob governo socialista,tornando-se oficialmente, em 1976,a República Socialista do Vietnã.

Na guerra, aproximadamen-te três a quatro milhões de viet-namitas dos dois lados morre-ram, além de outros dois mi-lhões de cambojanos e laocia-nos, arrastados para a guerracom a propagação do conflito,e de cerca de 50 mil soldadosdos Estados Unidos.

Durante o conflito, as tropasdo exército da Vietnã do Nortetravaram uma guerra conven-

cional contra as tropas norte-americanas e sul-vietnamitas, eas milícias da FNLmenos equi-padas e treinados, lutaram umaguerra de guerrilha na região,usando as selvas do Vietnã, es-palhando armadilhas mortaisaos soldados inimigos, enquan-to os Estados Unidos se arma-ram de grande poder de fogo,em artilharia e aviação de com-bate, para destruir as bases ini-migas e impedir suas ofensivas.

À exceção das linhas decombate ao redor dos períme-tros fortificados de bases e cam-pos militares, não houve nestaguerra a formação clássica de

linhas de frente e as operaçõesaconteceram em zonas delimi-tadas; missões de busca e des-truição por parte das forçasnorte-americanas, com o uso debombardeios maciços comarmas químicas desfolhantes esabotagens da guerrilha na re-taguarda das zonas urbanas.

Travada com uma grande co-bertura diária dos meios de co-municação, a guerra levou a umaforte oposição e divisão da socie-dade norte-americana, que gerouos Acordos de Paz de Paris em1973, causando a retirada das tro-pas do país do conflito. Ela pros-seguiu com a luta entre o norte

e o sul do Vietnã dividido, termi-nando em abril de 1975, com a in-vasão e ocupação comunista deSaigon, então a capital do Vietnãdo Sul, e a rendição total do exér-cito sul-vietnamita.

Para os Estados Unidos, aGuerra do Vietnã resultou namaior confrontação armada emque o país já se viu envolvido,e a derrota provocou a Síndro-me do Vietnã em seus cidadãose sua sociedade, causando pro-fundos reflexos na sua cultura,na indústria cinematográfica egrande mudança na sua políti-ca exterior, até a eleição deRonald Reagan, em 1980.

AGENTE LARANJA - Aolongo de dez anos, entre 1961 e1971, o exército dos EUAdespe-jou cerca de 80 milhões de litrosde herbicidas sobre as selvas eplantações do Vietnã. Entre eles,o mais utilizado devido à suaterrível eficácia foi o conhecidocomo “agente laranja”. Ao todo,24 mil quilômetros quadradosforam borrifados com o veneno,o que deixou uma cicatriz queainda pode ser vista nos corposde muitos vietnamitas, três ge-rações depois. Milhares de crian-ças nasceram com problemasde pais que não foram expostosao herbicida durante a guerra,mas que podem ter consumidoalimentos contaminados. As ví-timas costumam pertencer àsfamílias mais pobres.

Essa substância química ex-tremamente tóxica foi culpadapela alta incidência de doenças depele, malformações genéticas,câncer, incapacidades mentais eoutros problemas que afetam apopulação de algumas regiõesdo Vietnã e ex-militares dos EUA,Austrália, Nova Zelândia, Coréiado Sul e suas famílias.

AGENTE LARANJA

Entre dois e quatro milhões de pessoas foram afetadas pelo veneno lançado no país pelo exército americanoHANÓI - Vietnã e Estados

Unidos pretendem começar alimpeza das áreas contamina-das pelo agente laranja em umaantiga base de guerra america-na na metade do ano que vem,informou nesta quinta-feira aembaixada dos EUA.

Um memorando assinadoentre os dois países “confirmao desejo mútuo de ambos os go-vernos de cooperar na esperan-ça de que a descontaminaçãocomece em julho de 2011 e sejaconcluída em outubro de 2013”,segundo o comunicado.

O acordo abrange o aero-porto de Danang, no centro do

Vietnã. Durante a Guerra doVietnã, aviões voando a partirde bases incluindo Danang pul-verizaram Agente Laranja e ou-tros herbicidas para retirar asfolhas das árvores, numa tenta-tiva de privar as forças comunis-tas de abrigo e alimento.

Os herbicidas continhamdioxina, um potencial causadordo câncer. Na preparação paraa limpeza, os EUA assinaramum contrato no final do ano pas-sado para a construção de umaterro sanitário seguro para pro-teger o solo dos sedimentos con-taminados.

O embaixador americano,

Michael Michalak, afirmou naquinta-feira que Washington co-locou à disposição US$ 17 mi-lhões neste ano para a descon-taminação em Danang, que vaicustar, no total, US$ 34 milhões.

“Os dois governos agorapreparam juntos a estrutura, aobtenção e a implementação doprojeto”, disse ele.

Especialistas identificaramoutras duas antigas bases aé-reas americanas como áreas con-taminadas por dioxina.

A ONU (Organização dasNações Unidas) anunciou nesteano um projeto de US$ 5 mi-lhões para reduzir a contami-

nação na região do aeroportoBien Hoa, perto da cidade deHo Chi Minh.

Um médico vietnamita tes-temunhou perante o Congressoamericano neste ano que maisde três milhões de vietnamitassofreram os efeitos dos herbici-das do tempo da guerra.

Segundo as associações devítimas, o herbicida, suscetívelde provocar cânceres, cegueira,doenças de pele e malforma-ções físicas, atingiu direta ou in-diretamente entre dois e quatromilhões de pessoas.

O Vietnã e os EUA norma-lizaram suas relações há 15 anos.

JORNALO JORNALO

Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

InternacionalEUA vão descontaminar base no Vietnã

Vietnamita vítima do agente laranja, arma química usada pelos EUA

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Depois de aprovadas adequações, obras serão retomadas até o dia 15

Comunidade foi capacitada para cuidar dos equipamentos do Vale

Obras ainda estão em andamento: três esferas do governo trabalhando

Readequações para garantir a obra

O assessor técnico daSeinfra, Leonardo Bitencourt,explicou que, à medida que aobra foi executada, o projetoprecisou de readequações téc-nicas, compatíveis com ascondições encontradas em al-gumas áreas.

“As alterações exigiram es-tudos aprofundados e pros-pecções técnicas que as funda-mentassem, garantindo aaprovação plena dos órgãosfiscalizadores. Nem sempreessa aprovação é rápida, nosreunimos com a comunidadedo Vale do Reginaldo para ex-plicar a situação e agora já po-demos reiniciar os trabalhos”,explicou Bitencourt.

O Projeto Integrado deUrbanização do Vale doReginaldo é viabilizado con-juntamente pelos governos fe-

deral, estadual e municipal.Compete ao Estado à cons-trução de 1.512 apartamentose de equipamentos públicos,como uma creche-escola e umposto de saúde, além da exe-cução de um projeto técnico-social com moradores da co-munidade.

A primeira etapa da obrahabitacional executada peloEstado foi concluída em junhodeste ano, quando 180 apar-tamentos foram entregues àcomunidade. As etapas se-guintes estão em estágio avan-çado de obras. Também estáprevisto no projeto, sob res-ponsabilidade da prefeiturade Maceió, a implantação deinfraestrutura, incluindo umeixo viário que vai desafogaro tráfego na região circunvi-zinha. (V.C.)

“Sou feliz graças ao governo federal”

Nem tudo são flores –Edmilson Rodrigues terácentenas de outros vizinhosque estão à espera da con-tinuidade das obras. Afinal,das 1.512 unidades habita-cionais apenas 180 foram er-guidas.

No canteiro de obras,não há operários ou mate-rial de construção. Aliás, naopinião do técnico de enfer-magem, nem mesmo os 180apartamentos entregues háseis meses foram finaliza-dos completamente.

“Fui um dos primeirosmoradores a chegar aqui.Vim antes mesmo de o go-verno ajudar na nossa mu-dança. Estava ansioso.Queria ver se era realmen-te verdade. Só acrediteiquando peguei a chave domeu apartamento. Estoumuito feliz. Minha vida e ada minha família realmen-te mudou. Tudo graças aogoverno federal. Porquequando a responsabilidadeficou para o Estado e para

a prefeitura, os problemascomeçaram a aparecer”.

Segundo ele, os prédiosforam entregues sem extin-tores de incêndio, sem cor-rimão nas escadas, sem dre-nagem para água das chu-vas, sem estacionamentos,os brinquedos não foramdevidamente encimentadose já estão soltos do chão, osmoradores não têm onde es-tender as roupas, algumasportas foram entregues semfechaduras e algumas jane-las com os vidros rachados.

“Junto aos outros mora-dores, já enviei dezenas deofícios cobrando reparos.Tanto à Secretaria deInfraestrutura da prefeitu-ra quanto ao governo. Nãoobtivemos resposta alguma.Não sei como o prazo queo governo federal deu emmarço deste ano para a con-clusão das obras será hon-rado, sem nem a primeiraetapa recebeu o devido aca-bamento”, questionou.(V.C.)

Vale do Reginaldo ainda em andamento

Edmilson Rodrigues é umdos moradores que integramo Conselho de Acompa-nhamento à Obra (CAO). Aproposta era que o Conselhose reunisse mensalmente, mas,de acordo com ele, como háseis meses as obras pararam,o CAO ainda não pode exercero seu papel.

“As obras pararam há seismeses. Justamente, quando nósrecebemos esses apartamentos.Depois disso, nada mais foifeito. Cada apartamento deve-ria ter 44 m2, como constavana planta. Na verdade, temapenas 35 m2”, reclamou.

A Seinfra, por meio da as-sessoria de comunicação, afir-mou que “a comunidade estáciente de que a obra não foiconcluída em sua totalidade econtinua em andamento. A en-trega das chaves foi antecipa-da para o mês de junho, porcausa das enchentes comoforma de prevenir possíveis in-vasões”.

Ainda conforme a Seinfra,os trabalhos no Vale doReginaldo foram interrompi-dos no último mês de novem-bro para que a Caixa Eco-nômica Federal aprovasse ajus-tes técnicos necessários no pro-jeto inicial.

“A aprovação se deu na úl-tima terça-feira e a Secretaria jáautorizou a retomada dasobras pela empresa executora,que volta a trabalhar no iníciode janeiro, após as festas defim de ano. Com a volta dostrabalhos, o projeto será conti-nuado”.

A Seinfra disse já ter iden-tificado a falta de extintores deincêndio nos prédios e determi-nou à construtora a instalaçãoimediata dos equipamentos.Em relação ao gramado, aSecretaria diz já ter plantado,parcialmente, na primeira área,mas ressaltou que a obra aindaestá em andamento.

Quanto ao fato de a áreaficar alagada quando chove, aSeinfra alegou que os serviçosde drenagem no local aindaestão em execução. Sobre asfendas, a Seinfra diz ter recebi-do a reclamação de alguns mo-radores e já ter cobrado da em-presa executora a identificaçãode possíveis problemas e os re-paros necessários na estruturados prédios.

Sobre as queixa de mora-dores de não ter estacionamen-to ou mesmo como estender asroupas, a Seinfra afirmou que“cada apartamento possui áreade 41 m2, com sala, banheiro,dois quartos, cozinha e uma

área de serviço integrada,como em qualquer apartamen-to construído nestes padrões. Éimportante destacar tambémque todas as famílias moravamanteriormente em unidades ha-bitacionais horizontais, ou seja,em casas, e estão se adaptan-do à vida em apartamentos.Por isso, a secretaria tambémdesenvolveu um projeto socialvoltado para esta adaptação,composto inclusive por pales-tras e oficinas sobre o conví-vio social em prédios. Já os es-tacionamentos serão disponibi-lizados ao longo da execuçãodo projeto”.

Em relação ao estado deconservação dos brinquedos,a Secretaria disse que “a manu-tenção dos equipamentos en-tregues pelo Estado, tais comoos brinquedos voltados paraas crianças, é de responsabili-dade da própria comunidade,que foi capacitada e orientadapara preservá-los.

“Desde o início das obras,a Seinfra, por meio da supe-rintendência de Desen-volvimento Urbano, desen-volve um projeto de desen-volvimento social, apoiado emtrês eixos básicos: mobiliza-ção e organização comunitá-ria, educação sanitária e am-biental e geração de empregoe renda”.

Para finalizar, a Seinfra,afirmou que o projeto estásendo executado com o apoioe a participação de toda a co-munidade, por meio de reu-niões constantes com líderescomunitários.

“Grande parte dos traba-lhadores, inclusive, são mora-dores da própria comunida-de. Além disso, dentro do pro-jeto de desenvolvimento so-cial existe o “Plantão Social”,instalado na comunidade eaberto ao público diariamen-te, onde qualquer moradorpode sanar qualquer dúvidasobre o projeto.

O JORNAL entrou emcontato com o secretário deInfraestrutura de Maceió,Mozart Amaral, que está deférias e, por isso, afirmou nãopoder responder às questõese nem indicar quem o fizes-se. A reportagem entrou emcontato com o secretário-ad-junto, mas o celular estava nacaixa postal.

A assessoria de comunica-ção da secretaria afirmou queo município estava dependen-do apenas da liberação daCaixa Econômica, o que acon-teceu na última terça-feira.(V.C.)

Obras do PAC realizando os sonhos As unidades habitacionais erguidas no Vale do Reginaldo mudaram a vida de muitas famílias alagoanasValdete CalheirosRepórter

O técnico de enfermagemalagoano Edmilson Rodri-gues é um dos brasileirosque irá sentir saudades dasações desenvolvidas duran-te o governo do ex-presi-dente da República, LuizInácio Lula da Silva. A sau-dade é amenizada apenaspela esperança que Edmilsondeposita na administraçãode Dilma Rousseff, sucesso-ra escolhida pelo próprioLula e eleita pela populaçãobrasileira.

Casado e pais de dois fi-lhos, um menino e uma me-nina, Edmilson morava naGrota do Pau D´Arco e moraagora em uma das unidadeshabitacionais erguidas noVale do Reginaldo. A obraque mudou a vida da famí-lia é uma realidade graças arecursos do Programa deAceleração do Crescimento(PAC). Assim como nos ou-tros estados brasileiros, emAlagoas, a obra é conduzidapelos governos estadual emunicipal.

A primeira mulher presi-dente da República que oBrasil elegeu, Dilma Rousseff,tomou posse ontem e ocupaagora, a cadeira que foi deLula durante oito anos. Daquiem diante, cada um dos seuspassos será acompanhadopelo técnico de enfermagemde Alagoas que, assim comomilhões de brasileiros, depo-sita nela a continuidade dosprogramas federais que caí-ram no gosto dos menosabastados.

E parece que Edmilson

Rodrigues tem motivos paraacreditar no governo deDilma Roussef. Na últimaterça-feira de 2010, a CaixaEconômica Federal aprovouas adequações técnicas reali-zadas no Projeto de Ur-banização do Vale do Regi-naldo.

A empresa executora doprojeto irá retomar o traba-lho ainda na primeira quinze-na deste ano, conforme anun-ciou a Secretaria do Estadoda Infraestrutura (Seinfra).No Vale do Reginaldo estãosendo construídos 1.512 apar-tamentos e equipamentos pú-blicos

De acordo com a Seinfra,a obra foi interrompida emnovembro do ano passado,para aguardar a aprovaçãoda Caixa sobre os ajustes téc-nicos realizados no projetoinicial. Durante o período, re-presentantes da Secretaria daInfraestrutura se reuniramcom líderes comunitários doVale do Reginaldo para ex-plicar sobre o andamento dostrabalhos.

Nosso personagem da re-portagem, Edmilson Rodri-gues, é um desses líderes co-munitários. Ele é síndico doBloco 1. Onde mora são 180apartamentos distribuídosem 15 prédios. Pelas contasdo técnico de enfermagem,cada apartamento tem umamédia de seis pessoas.

Cada um dos apartamen-tos tem na porta uma pla-quinha com o nome Governode Alagoas / Secretaria deEstado da Infraestrutura. Osapartamentos têm sala, co-zinha, dois quartos e um ba-nheiro.

JORNALO JORNALO

Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

CidadesAA99

Yvette Moura

Edmilson Rodrigues realizou o sonho e acredita que o governo da presidente Dilma será de prosperidade

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AA1122 Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

Descuido pode resultar em cegueiraA oftalmologista pede aos

pais que evitem o sol entre 9he 16h, principalmente emAlagoas. “Elas não podem pas-sar mais de cinco horas no sol,principalmente nesse período.Os olhos da criança são muitosusceptíveis aos raios ultravio-letas. A pupila delas é natural-mente mais dilatada, a pig-mentação é menor, e ainda o

cristalino, que funciona comofiltro, é muito imaturo. Por issoa agressão à visão delas é muitomais forte que no olho do adul-to”, argumentou.

Uma doença consequênciada exposição excessiva a essesraios é a catarata. Ela pode sur-gir antes da Terceira Idade,causa perda da transparênciado cristalino e provoca o em-

baçamento da visão. Outra é adegeneração macular, a qualacontece quando o portadorperde a capacidade de foco dosolhos, passa a ter, então, so-mente a visão periférica, e aindacomeça a enxergar uma man-cha negra no ponto de foco davisão. Em casos mais avança-dos, a evolução dessas doençaspode alcançar a cegueira total.

Na dúvida, é melhor usar um bonéDe acordo com o Hospital

Oftalmológico de Brasília(HOB), cerca de 25% da po-pulação com mais de 75 anosjá apresenta algum tipo de de-generação. O hospital aindaindica que muitas criançasgostam de lançar desafios apa-rentemente inocentes, mas queprejudicam intensamente avisão. Aexemplo disso, o HOBindica quando as crianças, jun-tas, tentam olhar mais tempopara o sol, e quase sempre elasfazem isso longe dos respon-sáveis.

“As crianças gostam deficar muito tempo na areia, nocampo e na água. Nesses casosaconselhamos o uso de ócu-los escuros para evitar a ver-melhidão nos olhos ou a con-juntivite causada por vírus ebactérias. Mas as lentes preci-sam ter origem segura, casocontrário o prejuízo é maior.Pois a criança tem uma pupi-la maior e o escurecer da lentea faz aumentar mais, o quedeixa a visão vulnerável.Então nesse caso, em lente du-vidosa, é melhor não usa-la eampara-la em uma barraca oucom um boné”, aconselhou

Sarelena Alves.“Também estendo um cui-

dado redobrado às criançasalbinas e às que têm aulas denatação semanalmente. No es-porte é importante que o ócu-los de mergulho impeçam a

entrada da água e que a lenteseja da mesma procedênciados óculos escuro. Enquantoas albinas, precisam assegu-rar a intensa proteção que exe-cutam na pele também nosolhos”, orientou.

Verão: hora de proteger a meninadaNa região mais quente e mais iluminada do ano, as crianças precisam usar óculos escuros além do protetor solar DDaa RReeddaaççããoo

A estação mais quente emais iluminada do ano está noauge. As praias e os hotéisforam tomados por banhistashá meses. Turistas e alagoanosem férias, principalmente quemtem crianças, não perdem aoportunidade para sair às ruase aproveitar o que a cidade temde melhor: as praias. A meni-nada deixa as salas de aula parabrincar nas ruas, parques, pra-ças, praias e piscinas. No en-tanto, por trás de toda essa ale-gria surge um novo perigo: no

verão, os raios ultravioletaspassam a ser incididos commaior intensidade, o que podecausar males que vão além deum problema na pele e alcan-ça a visão.

Segundo a oftalmologistaSarelena Vanderlei Alves, so-mente nos momentos de lazeré comum os pais aplicaremprotetores solar nos filhos.Porém, o cuidado precisa serestendido aos olhos e em todosos momentos em que a crian-ça esteja exposta ao sol. “Hojeé muito difundido o cuidadocom a pele, mas esquecem dos

olhos. Os adultos lembram-sedo uso dos óculos em seusolhos, mas esquecem dascrianças que brincam livre-mente sem qualquer cuidadona visão. A consequência dissoestá nas enfermidades quepodem aparecer a curto elongo prazo. No mesmo dia, osolhos da criança podem ficarirritados, lacrimejando e atéinchados. Enquanto em diasposteriores o descuido acumu-lado pode antecipar o surgi-mento de doenças, como a ca-tarata e a degeneração macu-lar”, apontou.

Marco Antônio

Larissa Fontes/ Estagiária

Saralena Alves orienta: “Eles não podem ficar mais de 5 horas no sol”

Na hora da brincadeira, criançastendem a “testar limites”: todocuidado é pouco

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Grande número departos em jovens

No grupo de mães comidade entre 20 a 24 anos,Alagoas registrou 15,1 milpartos. Isso significa que31,61% dos partos regis-trados no estado no anopassado foram dessa faixaetária. Essa é a faixa como maior percentual de par-tos no Estado. Os dadosdo IBGE também mostramque 93 mulheres tiveramfilhos com idades entre 45e 49 anos e que somenteseis deram à luz com maisde 50 anos de idade.

Apesar de os núme-ros da Secretaria Esta-dual de Saúde aponta-rem que a idade das mu-lheres que fazem pré-natal tem aumentadodesde 2007, a gravidezna adolescência ainda éconsiderada um proble-ma pelas autoridades.Mesmo com a redução,os números indicam queo problema persiste.

A gerente do Núcleode Saúde do Adolescente,Martha Verônica AcciolyGomes, explicou que a se-cretaria vem buscando ca-pacitar os profissionais doPrograma de Saúde daFamília (PSF) em virtudedo percentual de adoles-centes que engravidam.Ela explicou que, desde2007, está sendo reforçadoo trabalho de orientação,tanto nas unidades desaúde, como em escolaspúblicas. “Outra estraté-gia é qualificar o pré-natale fazer com que o caso deuma adolescente seja tra-tado com um cuidado es-pecial. Para isso, contamoscom a parceria da As-sociação Alagoana daAdolescente (Aala) e ou-tras entidades que traba-lham com essa faixa etá-ria”, relatou. (C.S.)

Na idade das bonecasMuitas adolescentes ainda brincavam quando foram obrigadas a parar para enfrentar a gravidez e a maternidadeCarolina Sanches

Editora-adjunta de Cidades

As mulheres alagoanas con-tinuam dando à luz muito cedo,seguindo tendência contrária aorestante do Brasil, que já registracrescimento no número de mãesque os primeiros têm filhos entreos 30 e os 34 anos. O Estado detémo quinto maior percentual de par-tos de mães adolescentes do País.Foi o que apontou a pesquisa doInstituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE).

De acordo com os númerosdo estudo Estatísticas do RegistroCivil do ano passado, 22,14% dosnascimentos ocorridos em Ala-goas foram de mães com idadeentre 15 e 19 anos. O percentualde partos de adolescentes ala-goanas foi menor apenas que noPará (24,26%), Maranhão(23,94%), Acre (23,8%) e Tocan-tins (22,28%). A média nacionalfoi de 18% de partos envolven-

do mães adolescentes.Em números consolidados,

isso significa que dos 47,8 milnascimentos ocorridos emAlagoas, as mães de 10,8 milcrianças eram adolescentes. Issosem mencionar que 1,3% dasmães alagoanas que tiveram fi-lhos no ano passado tinhamidade inferior a 15 anos.

Segundo o IBGE, o grandeíndice de mães adolescentes emAlagoas se contrapõe a umatendência nacional. Em outrasunidades da federação, as mãesestão tendo filhos cada vez maistarde. O estudo do órgão indicaque o estreitamento da pirâmideetária nos grupos mais jovens, aredução das taxas de fecundidadeem todos os segmentos etários ea postergação da maternidadesão elementos que explicam a re-dução absoluta e relativa dosnascimentos, principalmente,entre a população feminina de 15a 19 anos e 20 a 24 anos.

Wandete engravidou aos16 anos; hoje, aos 17,

tem que cuidar da filha

Yvette Moura

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AA1144 Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

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Mais de 90 municípios trabalham com a caderneta... ... para os adolescentes se sentirem mais responsáveis

Escola: trabalho de conscientização intensivoPara promover a conscien-

tização sobre os riscos para asaúde e para a vida futura deuma gestação fora de hora, assalas de aula são locais privile-giados. Por isso, as escolas e assecretarias de Educação, emparceria com as pastas da saúdeou Organizações Não Governa-mentais (ONGs), desenvolvemprogramas de prevenção da

gravidez e da evasão escolar.Em Alagoas, ações de edu-

cação em saúde vêm sendo de-senvolvidas junto ao alunadodas escolas públicas. Os proje-tos são variados, mas as açõessempre começam envolvendotoda a comunidade escolar.

Martha Verônica informouque o trabalho de conscienti-zação sobre sexualidade está

sendo desenvolvido de formaintensa nas unidades da redeestadual através do

Núcleo de OrientaçãoSexual. “Temas voltados a se-xualidade, o aparelho reprodu-tor e os métodos anticoncep-cionais são debatidos na esco-la e isso é muito importante”,explicou.

A gerente destacou que,

além da prevenção, o objetivoda ação é evitar a evasão esco-lar. “Temos que combater o pre-conceito porque muitas ado-lescentes deixam de estudarpelo descaso dos colegas deturma. O primeiro passo paraevitar que grávidas e mãesabandonem os estudos é im-pedir a discriminação” com-pletou. (C.S.)

Para responsabilizar o adolescenteOutro projeto adotado em

Alagoas para a prevenção dagravidez indesejada foi oCaderneta de Saúde do Ado-lescente, do Ministério daSaúde. Atualmente, 93 municí-pios trabalham com a caderne-ta. Jovens de 10 a 19 anos irãoreceber, de acordo com o sexo,o material que traz orientaçõesde saúde sobre os estágios dedesenvolvimento, maturaçãosexual e relacionamento.

A caderneta tem o objetivode despertar a atenção para queos adolescentes se sintam maisresponsáveis pela saúde e pro-

curem ajuda médica, estimu-lando o sexo seguro para evitardoenças e gravidez indesejada.“O jovem deve buscar com maisfrequência os serviços oferecidospelas unidades públicas desaúde. E a caderneta é um incen-tivo e uma orientação para isso”,observou Martha Verônica.

Para o ministério, a cartilhaserve como um orientador parao jovem no momento em queaparece a dúvida. O materialtrata, inclusive, das transforma-ções do corpo nessa fase e podeser acompanhado pelo médico.São 50 páginas em que vão ser

feitas as anotações de atendi-mento e a prestação de infor-mações sobre saúde sexual e re-produtiva, alimentação, puber-dade, o perigo das drogas e oscuidados necessários nessa faixaetária da população.

Os municípios inicialmen-te escolhidos para o recebi-mento das cadernetas apre-sentaram projetos voltadospara essa parcela da popula-ção, além de integrarem pro-gramas do ministério, comoo Saúde nas Escolas e oSaúde e Prevenção nas Esco-las. (C.S.)

Susto recompensado pela emoção

Por descuido, por falta deinformação ou até por proble-mas de acesso a métodos con-traceptivos. São vários os fa-tores que levam ao tão signi-ficativo aumento do númerode mães adolescentes.

Lidar com o susto e as re-sponsabilidades antes da horanão é fácil, mas existem jovensque conseguiram superar todosos obstáculos e, após o nasci-mento do bebê, relatam que osusto foi compensado pelaemoção de ter um filho.

Aos 16 anos, Wandette deAraújo Leite Neta engravidoue, com medo da reação de fa-miliares, tentou esconder a notí-

cia pelo maior tempo possível.“Não esperava engravidar tãonova e, quando isso aconteceu,eu e o meu namorado estáva-mos com medo de contar aosnossos pais, mas com o tempofoi difícil de esconder”.

A barriga cresceu e chegouo momento em que a adoles-cente se viu obrigada a contarà mãe, já aos 5 meses de ges-tação. “Minha mãe já estava de-sconfiando e chegou um mo-mento que não dava para es-conder. Graças a Deus recebitodo o apoio em casa, tanto daminha mãe, como das minhasirmãs que são mais velhas”,contou. (C.S.)

Orientações para prevenir outra gravidez

Durante o pré-natal, as ges-tantes são orientadas a evitaruma nova gravidez indeseja-da. Este foi o caso de GivanildaOtávio da Silva. Ela engravi-dou com 16 anos e disse quenão foi fácil enfrentar uma ges-tação inesperada. “Quandosoube que estava grávida fiqueimuito preocupada porque nãoesperava que, tão nova, já seriamãe”, relatou.

Hoje, com 28 anos, a donade casa espera o segundo filhoe disse que, após o nascimen-to de sua filha, hoje com 11anos, pode compreender me-lhor como se prevenir e evitaruma nova gravidez inespera-da. “No começo tive medo deser mãe tão cedo, mas tudocompensou quando comecei ater os primeiros contatos comminha filha. Só que para o se-gundo filho tive mais cautela eesperei o melhor momentopara minha família”, disse.

A dona de casa contou queteve muita orientação da equi-pe que era responsável pelo seupré-natal, através de aconse-lhamentos e reuniões de gru-pos. “Hoje me sinto mais pre-parada e sei que vou poder

lidar melhor, até porque jáestou mais experiente para criarum filho”, finalizou.

Segundo Josefa Maria daConceição, enfermeira do Postode Saúde da Família, DoutorJose Maria de Melo no CAIC,do Benedito Bentes II, a gravi-dez na adolescência gera im-pacto físico, emocional, fami-liar e social. “Geralmente a ado-lescente esconde a gravidez atéque a barriga apareça e denun-cie a situação. Porém, esse é umgrave problema, porque a gra-videz merece atenção e acom-panhamento durante todo o pe-ríodo da gestação”, explicou.

A enfermeira contou quenão é difícil chegar na unidadecasos de adolescentes grávidas.Ela disse que atende atualmen-te quatro adolescentes, sendoduas de 14 anos e duas de 15.Ainda existe outra paciente queestá com suspeita de gravidez.“Muitas vezes achamos que asjovens estão desinformadas eengravidam sem querer, masaqui na unidade, encontro mui-tas que já moram com uma pes-soa e que falam que estavamcom vontade de ter filho”, con-tou. (C.S.)

Professoras deescolas públicas

desenvolvem projetos contra a

discriminaçãonas escolas

A enfermeiraJosefa confirmaque é comum oatendimento aadolescentes

grávidas

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AA1155Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

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Policial descobre que mãe foi vítima do crimeOutra vítima do golpe foi

a aposentada MargaridaAcioli Tenório, também de 77anos. Ela é mãe da policialCivil, Cristiane Acioli Tenórioque, por coincidência trabal-ha na Delegacia do 1º DistritoPolicial, que é responsávelpor vários inquéritos queapuram esse tipo de este-lionato. Foi a própria policialquem descobriu que a mãetinha sido mais uma atingidapelo bando.

“Todo mês sou eu quemvou ao banco sacar o dinheiroda pensão da minha mãe.Quando puxei o extrato perce-bi que o valor habitual não es-tava na conta e desconfiei queera um empréstimo.Como vejomuitos casos desse tipo, logofiquei preocupada que minhamãe poderia ter sido mais umavítima”, contou CristianeAcioli. “Fui ao banco Itaú ondeela tem conta, em seguida parao INSS e descobri que tinhasido feito um empréstimo nobanco BMG, no nome dela. Fizo boletim de ocorrência ecomecei a investigar o caso.Jamais imaginei que minhamãe pudesse ser vítima dessegolpe”.

Na tentativa de descobrir aorigem do golpe, a policial foiaté a sede principal do BMG,em busca da documentação.“Eles me deram o prazo dequinze dias para me mostrar ocontrato, depois trinta dias eaté hoje não tive acesso a essadocumentação. Eles disseramque o contrato foi extraviado.Tive o maior problema paraconseguir as informações,mesmo sento policial e tendoordem judicial para saber o queaconteceu”, lembrou CristianeAcioli.

Foi depois de muitos lev-antamentos, que as investi-gações levaram a policial a de-scobrir que o golpe tinha sidofeito através de procuração emcartório. O grupo criminoso fal-sificou identidade, que tinhade verdadeiro apenas o nomee o CPF de Margarida Acioli. Oresto das informações estavamtodas erradas, inclusive a fo-tografia do documento era per-tencente a outra mulher.

“Um fato que me chocounesse caso foi que eles regis-traram em cartório uma procu-ração dando plenos poderes auma determinada pessoa, comassinatura da suposta Mar-

garida Acioli, com cópia dedocumentos e até de compro-vante de residência num en-dereço na cidade de Atalaia”,contou a filha da vítima. “Esseprocurador tinha autorizaçãopara fazer o empréstimo, so-licitar cartão de crédito, talãode cheque e tudo que pudessebeneficiá-los. Até agora só de-scobri o golpe do empréstimo,no valor de R$ 4.700 com parce-las de R$ 149,18”.

Segundo Cristiane Acioliquando o cartório soube da fal-sificação do documento sus-pendeu a procuração. Outrofato é que, com a descobertado golpe, a Justiça determinouque as prestações do emprésti-mo parassem de ser descon-tadas da conta da pensionista.“Vamos entrar na Justiça con-tra o banco BMG e já estamoscom as investigações bem adi-antadas para localizar essesgolpistas. O que mais assusta éque sabemos que se trata deuma rede criminosa”, afirmou.“Minha mãe nunca perdeu umdocumento sequer e o ques-tionamento que fica é de comoeles conseguiram os dadosdela. Basta ter o CPF e o nome,que eles estão falsificando.

Tenho certeza de que tem fa-cilitação de alguma parte, nãosei se por parte de funcionáriosdo INSS, do cartão de créditoou do banco”, questionou.

Indignada, a filha da víti-ma comentou ainda que sehouvesse uma mudança noprocesso de empréstimo,deixando mais rígido a nego-ciação, talvez outros casoscomo esse não voltassem aacontecer. “Tem casos que nãoé necessário nem a presença docontratante para finalizar oacordo. Sem falar que, se hou-vesse pelo menos interesse emconferir as informações, comoo fato de documentos apre-sentarem informações queminha mãe é solteira, quandoé viúva, data de nascimento,nome do pai, que o INSS temacesso”, colocou. “Bastava umaconferida mais rigorosa, quetalvez esses empréstimos nãofossem feitos. São falsificaçõesfalhas, mas como o sistematambém é, acabam acontecen-do. O pior é que fazem todotipo de vítima, principalmenteaquelas mais simples e comrenda pequena. É absurdo queesse golpe continue aconte-cendo”. (L.S.R.)

Poucas informações para o golpe ser aplicadoO golpe antigo, mas conti-

nua fazendo vítimas emMaceió, em especial aposenta-dos e pensionistas. Mas, nãopense que você pode estar livreda quadrilha criminosa, quefrauda empréstimos consigna-dos. Basta cair nas mãos dosestelionatários a informação donome completo, CPF e a fontede renda, que o esquema é ar-mado e qualquer um pode sero próximo alvo.

De surpresa, os criminososdescontam da conta bancáriadas vítimas, empréstimos irre-gulares, que beneficiam tercei-ros. Com a fragilidade no es-quema da negociação e libera-ção do empréstimo, principal-mente pelo Instituto Nacionaldo Seguro Social (INSS), essetipo de crime tem se tornadocomum.

É sempre no final do ano,que o número de denúnciasaumenta. Segundo informa-ções da Delegacia do 1º DistritoPolicial, que investiga crimesna região do Centro da capitalalagoana, pelo menos quatroboletins de ocorrência com essetipo de delito é registrado pelasvítimas a cada semana. “Aquantidade de inquéritos quetemos desse tipo de crime é

muito grande, se fosse investi-gar só esses casos iria parar adelegacia. É um golpe antigo eque pode fazer qualquer pes-soa como vítima, basta ter al-guns dados e o esquema estámontado”, falou o delegado

Alcides Andrade, titular do 1ºDP.

O funcionamento do esque-ma não tem um “modo ope-rante” padrão, mas na maio-ria dos casos, acontece deforma simples. Segundo expli-

cou a polícia, em posse de do-cumentações falsificadas quevão desde identidade, CPF ecomprovante de residência,que contém apenas algumasinformações das vítimas, os es-telionatários procuram as fi-nanciadoras. Essas empresas,que fazem qualquer negóciopara realizar o empréstimo,realizam a operação, passan-do os dados do suposto clien-te para o INSS ou Governo doEstado, que decidirá se o di-nheiro pode ser liberado.

No esquema feito atravésdas financiadoras, em nenhummomento é necessária a pre-sença do contratante. Bastauma pessoa de posse de pro-curação ou levando a docu-mentação para ser assinada emcasa, que o financiamento éfeito. Nesses casos, é o banco,que entrará em contato telefô-nico com o cliente para confir-mar. Processo esse que acabadeixando brechas para o golpe.

A reportagem de O JOR-NAL tentou entrar em contatocom representantes do bancoBMG em Alagoas e com ou-tras financiadoras, para confir-mar essa informação, mas nin-guém quis falar sobre essescasos de golpes. (L.S.R.)

Dinheiro sacado da conta de terceiros

Outra questão é aindaem relação ao caso da li-beração, por parte do INSS,onde o dinheiro do em-préstimo pode ser sacadoem conta de terceiros,basta durante a assinaturado contrato ser repassadoa informação de onde osaque deve acontecer. Casoque não acontece durantea negociação com funcio-nários do Estado. O proto-colo é maior, e o dinheirosó será liberado na contacorrente do titular do em-préstimo.

“O interessante é queas assinaturas desses con-tratos são simples. Qual-quer um pode fazer, usan-do o nome do outro. Bastater uma documentaçãocom dados da vítima, queeles conseguem fazer osempréstimos. Para mim,esse tipo de negociação éfalha e deixa espaço paraque o golpe aconteça. Hojese faz empréstimos nomeio da rua”, contou o de-legado Alcides Andrade.“Uma pessoa comum quequer fazer um empréstimoencontra mil dificuldades.Já esses criminosos não.Eles funcionam como uma

rede criminosa. Por issoacredito que existe uma fa-cilitação, tanto no caso dasinformações, como dentrodas financiadoras. Permi-tindo que situações queestão na cara que são falsasaconteçam”.

O delegado disse ainda,que qualquer pessoa estásujeito a esse tipo de golpe,mas vale ficar atenoa parasuspender o empréstimoantes que o prejuízo sejamaior. “Já tive policiais quetrabalham comigo queforam lesados nesse golpedo empréstimo. Qualquerum pode ser vítima. O fatoé que quando for descober-to, o primeiro procedimen-to é fazer o Boletim deOcorrência, depois procu-rar a instituição bancáriapara saber informações ecom posse da documenta-ção pedir a suspensão dacobrança indevida do em-préstimo”, completou.

As pessoas que forempresas envolvidas nessetipo de golpe vão respon-der pelos crimes de estelio-nato, falsidade ideológica,falsificação de documentose até por crime contra aordem pública. (L.S.R.)

Empréstimo: o golpe e a humilhaçãoCrime de estelionato pega aposentados de surpresa; bastam poucos dados e documentos falsos para a armadilhaLáyra Santa RosaRepórter

A tranquilidade da apo-sentadoria de Silvane CostaGomes, de 77 anos, adquiridadepois de longos anos de tra-balho árduo, foi quebrada re-centemente por uma ação cri-minosa que faz vítimas dia-riamente em Maceió. Era diade pagamento da aposenta-doria e, como sempre elefazia, foi até o Centro da cida-de, quitar algumas contas eaproveitou para sacar o bene-fício. A surpresa veio no finalda transação, quando partedo seu dinheiro tinha sidodescontado irregularmentepara o pagamento de um em-préstimo feito em seu nome.

O problema é que elenunca fez esse tipo de nego-ciação. Atento, o aposentadologo desconfiou que tinhasido vítima de um golpe. “Fuiaté o INSS e descobri o em-préstimo de R$ 4.700, comprestações em sessenta meses.A única coisa que eu tinha cer-teza naquele momento era deque não tinha sido eu quemtinha feito aquela negocia-ção”, afirmou Silvane Costa.“Jamais imaginei que pudes-

se ser vítima desse golpe.Com essa suspeita, fui até aDelegacia e fiz o Boletim deOcorrência. Depois começoua minha peregrinação paraconseguir provar que não fuieu quem fez isso”.

Nos dias que sucederam adescoberta do golpe, SilvaneCosta esteve algumas vezesna agência bancária do bancoBMG, que repassou o dinhei-ro do empréstimo em buscade informações. “Eu queriaver o contrato que eu tinhaassinado e, para minha sur-presa, o documento não erameu, a assinatura não eraminha e pior que tudo: foifeita por uma mulher. Comopode uma mulher se passarpor um homem e ainda, auto-rizarem essa negociação?”, in-dagou. “O pior nisso tudo éque a funcionária do bancocontinuava insistindo que eutinha feito, que tinha sido al-guém da minha família, sus-peitando da minha palavra eda minha integridade. Semprefui uma pessoa trabalhadorae nunca fiz um empréstimo.Só depois de 30 dias, e de terpassado por muita dificulda-de, que foi que consegui ocontrato”.

Temendo que o nome fosseencaminhado para o Serviçode Proteção ao Crédito (SPC)e que os descontos continuas-sem na sua aposentadoria,Silvane Costa procurou umadvogado. Enquanto o inqué-rito não fica pronto, ele está

ingressando com um proces-so na Justiça contra o bancoque fez o financiamento, oINSS, e o banco que repassouo dinheiro para o estelionatá-rio. “A gente passa a vida todatentando manter o nomelimpo e acaba se tornando ví-

tima. Agora vou processar oBMG que fez esse financia-mento com documentos fal-sos, o INSS que autorizou semconsultar as informações emseu sistema e o banco Itaú,que liberou o dinheiro dosaque”, disse. “Para mim, as

informações sobre meu nome,número de identidade parti-ram do INSS, alguém repas-sou esses dados. Esse é golpesujo, onde passei por umagrande humilhação para con-seguir provar minha inocên-cia”, lamentou.

Fotos: Larissa Fontes/Estagiária

A policial Cristiane notou a diferença na aposentadoria da mãe

Uma procuração dá plenos poderes aos criminosos: tudo em cartório

Empresas de empréstimo estão espalhadas portoda a cidade oferecendo facilidades

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Mais uma vez, roupa foi o artigo mais vendidoDe acordo com a Aliança

Comercial de Maceió, aquantidade de consumido-res nas lojas aumentou em20%, quando comparado aomesmo período de 2009. En-tre os produtos mais procu-rados estão as roupas,eletrodomésticos, celularese perfumes. Artigos com va-lor inferior a R$ 50 tiverammaior saída nos estabeleci-mentos, e o cartão de crédi-

to esteve em alta nas lojasde médio porte.

“Tivemos um bom fatura-mento com as compras doNatal. Os primeiros levanta-mentos dão conta de uma altade 30% nos lucros, quandocomparado ao mesmo perío-do do ano passado. O quemais vendemos foram bermu-das, camisetas, pólos e jeans.E para as compras de AnoNovo lançamos uma cam-

panha com excelentes de-scontos, logo após o Natal”,contou a gerente da lojaMaxhu’s do Maceió ShoppingLeila Maria de Farias. “Nossosclientes ainda receberam pore-mail as promoções, o quefez agora até as sandáliassaírem mais”, detalhou.

Uma dos artigos que sur-preendeu os comerciantesquanto ao número de inter-essados foi a lingerie. “As

mais exóticas e sexys estãoentre as mais pedidas. Equanto às cores, destaquepara as amarelas, brancas evermelhas”, enfatizou o pro-prietário da Loja La VickiePetrônio Almeida. “As ama-relas nunca saem durante oano, mas quando se aprox-ima o reveillon, à vontadeem ter dinheiro no próximoano às fazem desaparecerda loja”, brincou. (T.A.)

Afinal, qual o motivo para tanto alvoroço?Um dos motivos para o

aquecimento no comércio,antes mesmo da troca depresentes no Natal e a von-tade de vestir roupas novasno reveillon, está no 13º sa-lário pago a todos os funcio-nários brasileiros. Para a eco-nomista Luciana Caetano daSilva, essa quantia adicionalrepresenta um incrementonas vendas nos mais diver-sos setores e reflete no au-mento do consumo de cadaproduto.

“As indústrias, o comér-cio, os serviços e até a agro-pecuária ganham muitocom todo esse aquecimentoeconômico. Quando com-pramos mais alimentos,roupas, sapatos, pacotes tu-rísticos, materiais de cons-trução, carros, eletroeletrô-nicos etc., geramos um im-pacto muito positivo enci-ma dos investimentos e dageração de empregos, queem boa parte são temporá-rios. É um ganho coletivopara o consumidor, empre-sários e governo. E em ne-nhuma outra época do anoo consumo alcança tantaforça no país”, comentouLuciana Caetano.

Ainda de acordo com a

economista, o país conseguiua estabilidade na década de1990, e, logo na primeira dé-cada do novo milênio, redu-ziu a desigualdade socialcom a melhoria de alguns in-dicadores socioeconômicos.“Também fortaleceu as basesde sustentação de sua eco-nomia, o que se refletiu nomodo como enfrentou as ad-versidades internas e as cri-ses internacionais”, disse.

Para essa nova década,Luciana Caetano espera quea economia brasileira, sob ocomando de uma presiden-te com perfil técnico e menospolítico, imponha rigor aosgastos públicos, de modo amelhorar a qualidade da exe-cução orçamentária nas trêsesferas do governo. “Difícilserá conseguir apoio dosparlamentares nessa novaempretada”, disparou.

“De qualquer modo, opaís deve seguir seu plane-jamento de médio prazo aoexecutar suas obras de infra-estrutura, e ao apostar nossetores estratégicos com oobjetivo de alcançar a sus-tentabilidade no processo deconstrução do desenvolvi-mento”, expôs Luciana Cae-tano. (T.A.)

O remédio contra a inadimplência

Caracterizada pelo atrasode três meses, ou mais, no pa-gamento da dívida, LucianaCaetano aponta que a inadim-plência é causada pelas seguin-tes situações: redução de rendado devedor, mantida as mes-mas despesas; e elevação dedespesas do devedor acima desua restrição orçamentária.

“Essas duas situaçõespodem ocorrer a partir dosurgimento de despesas im-previstas, da perda de em-prego ou da falta de planeja-mento no orçamento familiar,seguida do consumo compul-sivo”, informou a economis-ta. “Mas o problema pode sersuperado quando o devedorconsegue identificar a origemdo problema e toma as devi-das providências, que vãodesde o corte de despesas,até a criação de um planeja-mento frente à renda vivida.No entanto em nada valeráse não existir disciplina”,aconselhou.

“Minha mãe dizia que agente só aprende quando que-bramos a cara. Foi o que acon-teceu comigo. Um dia inventeide pedir um empréstimo, atra-sei a prestação, então juros ecorreções alimentaram minhadívida, o que me rendeu muitador de cabeça até conseguirquita-la. Depois disso eu apren-di. Agora não uso mais chequee cartão de crédito. Até do ge-rente do banco eu duvido”, de-clarou o funcionário públicoManoel Porfírio da Silva, de 68anos.

“Todas as minhas comprassão à vista. Quando é precisocomprar algo muito caro, crioum planejamento, junto o di-nheiro e depois compro. Mas émuito raro isso acontecer.Sempre gasto com o necessá-rio. O que sobrar eu deixo naconta bancária, o que me trans-mite certa segurança”, contouManoel Porfírio.

Casado e pai de seis filhosvivos, o funcionário público re-

velou que, através de sua or-ganização financeira, conseguetambém ajudar toda a famíliaa partir de seu salário. “Eu nãoganho muito, mas é tudo umaquestão de adaptação. Hoje oque menos compro é roupa,por exemplo. E isso para mui-tos chega a ser sinônimo de ter-ror”, brincou.

“Também não pago planode saúde. Prefiro juntar dinhei-ro e quando necessário usa-lonas consultas e realizações deexame. Os planos de saúde exi-gem muito dinheiro, principal-mente a senhores da minhaidade, e ainda não cobre tudoo que precisamos. Por isso pre-firo depositar uma determina-da quantia em minha contapara ser resgatada quandominha saúde precisar”, expla-nou Manoel Porfírio, que se diztranqüilo quanto a sua situa-ção financeira.

“Ter dívidas não é proble-ma. O problema é estar inadim-plente, pois além de elevar orisco de bancos e financeiras,eleva as taxas de juros de mer-cado, bem como o ônus do fi-nanciamento com o pagamen-to de taxas e multas por atra-so. Tudo isso desorganiza nossoorçamento familiar ou pessoal”,esclareceu Luciana Caetano.

A economista também ex-plica que ao longo do ano oíndice de inadimplência os-cilou muito. “Quanto maisexiste apelo, se faz ao con-sumo; e quanto mais créditoé ofertado e demandado,mais cresce a inadimplência.O governo tem tomado pro-vidências para evitar que elacontinue crescendo, umexemplo disso é quando seeleva o limite mínimo para opagamento das dívidas comcartão de crédito e alteram-se as condições de financia-mento. Mas é preciso que apopulação se conscientizepara que a inadimplênciaseja efetivamente reduzida”,disse. (T.A.)

2011 chegou, e as dívidas tambémSegundo a Serasa, o número de inadimplentes deve aumentar devido ao aquecimento nas vendas de fim de anoThallysson AlvesEstagiário*

Passou o Natal, o Réveillon,e o que ficou? Uma dívida quetoma conta de boa parte do or-çamento da família. Essa é arealidade de muitos consumi-dores no início do primeiro tri-mestre de 2011, que já foi pre-vista pelo Indicador SerasaExperian de Perspectiva daInadimplência do Consumidorem setembro, quando houveum crescimento de 0,6% emseu patamar naquele mês, oque já sinalizava o problema.

Segundo o Indicador, queanteveem seis meses as oscila-ções cíclicas da inadimplência,os pagamentos relativos àscompras de Natal, às despesascom as viagens de férias, oscompromissos fiscais (IPVA eIPTU) e à aquisição de materialescolar costumam concentrar-se ao fim desse primeiro tri-mestre, de acordo com análisedos economistas da SerasaExperian. Por isso, quase sem-pre provocam repiques na ina-dimplência dos consumidoresdurante essa época, especial-mente naqueles que não seprogramaram adequadamente.

Foi o que aconteceu com“Maria da Glória” (nome fictí-cio a pedido da entrevistada),de 42 anos. “Todo o dinheiroque eu consigo no meu empre-go invisto na alimentação e ou-tros gastos necessários emminha família. O problema éque nesse fim de ano apareceude tudo, e eu precisei gastaralém do que posso pagar. Pediempréstimo para quitar algu-mas dívidas, mas outras chega-ram. O que resultou em umaimensa bola de neve, que eu jánão sei mais como resolver”,

lamentou.Apesar de sua situação fi-

nanceira estar ainda sob ocontrole, o funcionário públi-co José Cícero Ferreira, de 56,explicou que ter um compro-misso com os cartões de cré-dito para os próximos mesesperdura em uma dor de ca-beça estendida. “Até que ascompras não sejam quitadas,nós ficamos preocupados emcumprir as parcelas. O pro-blema é que, durante essetempo que pagamos, à vidacontinua. Outras necessida-

des aparecem e nunca nos li-bertamos dos cartões”, argu-mentou.

“Em dezembro comprei ce-lular, equipamento de som,DVD, liquidificador, roupaspara família; e ainda pagueiágua, energia, feira e outras con-tas como de costume. Gasteicerca de R$ 1.100 só esse mês[o passado]. Estou muito aper-tado até maio, mas vai dar parapagar tudo, se Deus quiser”, de-clarou José Cícero. “E tudo oque comprei foi para minha mu-lher, filho, neto e eu. A gente

não consegue passar Natal semcomprar um presentinho”, con-fessou.

Animada com a chegadade seus netos, AurelinaMaria da Conceição, 63, con-tou que foi ao comércio com-prar muitos artigos para suacasa. “Comprei berço, cerca-do e tudo mais. Parcelei ascompras em quatro vezes.Mas o importante é que pre-sentearei quem merece serpresenteado, sem deixar osdébitos fugirem do meu con-trole. E é por isso que estou

tranquila, pois acredito quepoderei pagar tudo”, argu-mentou.

As informações ainda nãosão oficiais, mas para o pre-sidente da Câmara dos Diri-gentes Logistas (CDL) deAlagoas, Wilson Barreto, oaquecimento no comércio su-perou as expectativas dos lo-jistas. “Esperávamos um au-mento de 15% nas vendas,mas pelo que tudo indica aalta foi de 30%, principal-mente nos setores de vestuá-rio e eletrodomésticos”, re-

velou.Para janeiro, Wilson Bar-

reto indica que os comercian-tes esperam uma redução deconsumidores nas lojas. “Epara que essa diminuição nãoprejudique os empresários, li-quidações serão divulgadas emdiversas lojas. Assim, os produ-tos que não forem vendidosem 2010 poderão sair das pra-teleiras, o que vai balancear aeconomia durante o mês”, ex-plicou.

*Sob a supervisão daEditoria de Cidades

JORNALO JORNALO

Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] AA1166

Fotos: Fabyane Almeida/ Estagiária

Com os cartões liberados e dinheiro no bolso, alagoanosforam às lojas comprar presentes

Celular foi um dos eletroeletrônicos mais vendidos no período natalino

Universidades

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JORNALO JORNALO

Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Ara iracaAA1177

p

Atravessadores compram a produçãoAfalta de políticas públicas

que estimulem a reciclagem nolixão de Arapiraca obriga os ca-tadores do município a entregaro material encontrado no lixo aatravessadores. Eles compramos resíduos por um valor abai-xo do que é oferecido pelo mer-cado e revendem para indús-trias de reciclagem fora doEstado por quantidade. Comisso, os catadores têm que tra-balhar mais para conseguir atin-gir as metas e lucrar, em média,R$ 20 por dia.

“Se nós tivéssemos uma as-sociação organizada, que pu-desse reunir o material catadoe vender diretamente para asindústrias, nós ganharíamosbem mais do que recebemoshoje. Mas, não temos condi-ções para manter a associação,porque é preciso dinheiro paracomprar ou alugar caminhõespara o transporte abastecer oscarros e comprar máquinas paraprensar o material reciclável”,informou o catador.

Ele conta que os moradores

da comunidade até tentaramcriar uma associação, mas diz queela não conseguiu se manter. “Oscustos são muito altos. O pessoalpensou que era fácil e tentou, masnão deu certo. No final, acaboucada um por si.”, lamentou.

Para tentar aumentar os lu-cros, moradores da comunida-de Mangabeiras terceirizaramfuncionários. Rosineide Hen-rique, 40 anos, e Vilma Ferreira,23 anos, contam que trabalhampara uma moradora da comu-nidade – cujo nome não foi re-velado – selecionando o mate-rial que é catado por outrosfuncionários. Depois da seleçãofeita por elas, os produtos sãovendidos para uma atravessa-dora identificada apenas pelopré-nome de Judite.

Com medo de perder aúnica fonte de renda, os mora-dores da comunidade se nega-ram a falar sobre a atravessa-dora. De acordo com eles, Juditeé a única pessoa que compraos produtos e revende para forado Estado. Funcionários dela

vão ao lixão de Arapiraca sem-pre aos fins de tarde, quandotoda a produção do dia está fi-nalizada e embalada.

“Nossa função é apenas defazer a seleção por tipo de pro-duto e dividir em sacolões di-ferentes. Pelo que é passadopara a gente, o quilo do alumí-nio é vendido a R$ 1,88, o quilodo plástico é vendido a R$ 0,50.Quem entrega o sacolão intei-ro de plástico, consegue R$ 20.Mas o pessoal demora o dia in-teiro para encher um sacolão.Aqui, nós ganhamos por dia detrabalho sem o contato com olixo”, disse Rosineide Henrique,sem revelar o valor pago.

O lixão de Arapiraca recebe,em média, 200 toneladas de lixopor dia. Deste montante, cercade 8% é retirado de material re-ciclável. O local conta, atual-mente, com 130 catadores. Amaior parte das famílias morana própria comunidade e so-brevivem sem água encanada erede de esgoto. (E.A.)

Continua nas páginas A18 e A19

Foto: Eduardo Almeida

Lixão, o retrato de um abandonoCatadores reclamam da falta de projetos para coleta seletiva e cobram apoio do poder público em ArapiracaEduardo Almeida

Repórter

Quando o caminhão carrega-do com lixo desponta no alto deMangabeiras, na zona rural deArapiraca, os catadores da comu-nidade começam a se agitar. São130 homens, mulheres e criançasque retiram o sustento de suas fa-mílias do lixão a céu aberto queexiste no local. Amontoados e semusar nenhum tipo de proteção,eles ignoram o mau cheiro e osriscos de transmissão de doenças,dividindo espaço com animaisabandonados.

O catador José Antônio daSilva, 58 anos, conta com natura-lidade que nunca usou luvas ou

qualquer outro equipamento deproteção para selecionar o mate-rial reciclável que encontra emmeio ao lixo. Ele trabalha no localhá 20 anos e revela que faltam pro-jetos que estimulem a coleta sele-tiva e facilitem a separação dos re-síduos no local. Para o catador, opoder público municipal é o res-ponsável pela precariedade nascondições de trabalho.

“A comunidade nunca rece-beu nenhum apoio por parte daprefeitura de Arapiraca. Não háprojeto para coleta seletiva enunca houve distribuição deluvas ou botas. Nós usamos oque encontramos no lixo: calça-dos rasgados e roupas usadas.As crianças também não rece-

bem acompanhamento. Elas tra-balham e brincam aqui, no meiodo lixo. Não me lembro de ne-nhuma fiscalização ao longo des-ses últimos 20 anos”, observouJosé Antônio.

O catador Erivaldo Manoel daSilva, 24 anos, afirma que trabalhano lixão de Arapiraca há apenasoito meses, mas o curto espaço detempo foi suficiente para que elese cortasse em uma das sacolas delixo e tivesse o ferimento infeccio-nado. Mesmo machucado, ele con-tinuou o dia de trabalho e só pro-curou atendimento médico nofinal da tarde, o que contribuiu,segundo ele, com a infecção e oobrigou a passar uma semana semtrabalhar.

“Quando eu arrastava o lixo,uma sacola com vidros caiu docaminhão em cima do meu joe-lho. Eu percebi o ferimento, masdecidi continuar o trabalho, por-que é daqui que tiro o meu sus-tento. No final da tarde, fui aomédico e ele me disse que dissepara ficar em casa. No outro dia,o ferimento amanheceu infeccio-nado e tive que voltar ao posto desaúde. O médico explicou que ocorte estava infeccionado e medeu alguns remédios”, contouErivaldo.

Para a catadora Lenir Alexan-dre da Silva, 44 anos, a coleta se-letiva do lixo aumentaria a lucra-tividade das pessoas que traba-lham na comunidade. De acordo

com ela, alguns catadores travamdisputas por espaço e pela maiorquantidade de resíduos, o que teriaprovocado a saída de vigilantesdo local. Eles eram responsáveispor garantir que os resíduos fos-sem despejados no local determi-nado pela Secretaria de LimpezaUrbana e controlavam a coleta.

“Como todos sobrevivemda venda dos mesmos produ-tos, leva vantagem que catamais em menos tempo. Issoacaba gerando brigas entre ca-tadores. Hoje, elas não existemmais. Mas, já fizeram com quemuitos deixassem de vir cataraqui e até afugentaram os vi-gilantes. Eles não conseguiamcontrolar as brigas e ainda

eram ameaçados de morte poralgumas pessoas. Agora, écada um por si e Deus portodos nós. É a lei do mundo”,ressalta a catadora.

Conforme Lenir, os resíduosmais cobiçados são o alumínioe o ferro, seguidos pelo plásti-co e pelo papelão. “As pessoasprocuram o que tem maiorvalor no mercado. Se o alumí-nio vale mais, então é ele quenós vamos procurar. Como opapelão é um dos mais baratos,poucas pessoas querem. O plás-tico, que está no meio, nem étão caro, nem é tão barato, temmais aceitação. Mas a procuradepende do valor que a genterecebe”, revela Lenir.

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AA1188 Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Arapiraca JORNALO JORNALO

Ao invés de estarem na escola, crianças trabalham no lixão

Crianças vivem em meio ao lixoO adolescente Manoel da

Silva, de 14 anos, conta que é nohorário da manhã, quando dev-eria estar na sala de aula, que elemais consegue catar material re-ciclável. Ele afirma que só estu-dou até a quarta série do EnsinoFundamental e que abandonouos estudos para ajudar na rendade casa. Manoel aproveita ohorário de maior movimento decaminhões de lixo, entre 6 e 12horas, para garantir uma rendaextra para os pais.

“Se você vê faltando comi-da na sua casa, você tem duasopções. A primeira delas éroubar e a segunda é trabalhar.Eu escolhi trabalhar e, como nãosei fazer nada, vim catar lixocom meus pais aqui. Sempreacompanhei, desde pequeno, acoleta. Mas, há uns três anos,eu deixei a escola e passei a ficaro dia inteiro aqui. Se antes ape-nas duas pessoas trabalhavamlá em casa, agora posso ajudar”,frisa o adolescente.

É no intervalo entre umcaminhão e outro que a mole-cada aproveita para se distrair.Bastaram restos de tecidos euma bola de futebol para queuma quadra de vôlei impro-visada fosse criada no local. “Éuma nova modalidade, vôlei nobarro”, brinca um catador queprefere não se identificar.“Ninguém consegue viver sóde trabalho, também pre-cisamos de momentos de dis-tração. Afinal, ninguém é deferro”, acrescenta.

O adolescente João PedroSantos, de 12 anos, afirma queacompanha os pais desde pe-queno e diz que se habituou àfedentina e a presença de ani-mais no lixão de Arapiraca. Elegarante que freqüenta a escolae conta que está no 2º ano doEnsino Fundamental, porque,devido ao grande número defaltas, repetiu o ano escolar.

“A gente vai para a escolaquando dá. Se é preciso ajudar

em casa, a gente prefere estaraqui, com nossos pais. Eu seique não é o melhor local parase passar a manhã ou para setrabalhar, mas é o jeito. Nós nãosabemos fazer outra coisa, vive-mos disso. Se houvesse algumprograma que oferecesse ajudaaos meus pais, como o bolsafamília, eu não precisaria vir atéaqui todos os dias, como façohoje”, acrescenta João Pedro.

De acordo com a catado-ra Lenir Alexandre da Silva,44 anos, é comum a presençade crianças no lixão deArapiraca. Ela atribui agrande quantidade à falta decreche pública no local e àsituação de pobreza em quevivem dezenas de moradoresda comunidade. “Quem vaisair de casa e deixar o filhopequeno. Ou então, quem vaideixar um filho que pode aju-dar a colocar comida em casa.A partir de 12 anos, ninguémé mais criança”. (E.A.)

Miséria aumenta vulnerabilidade Para a assistente social

Vanessa Leão, a situação de po-breza a qual são submetidas ascrianças e os adolescentes dolixão de Arapiraca aumenta avulnerabilidade social do grupo.Ela afirma que políticas públi-cas a curto e longo prazo pode-riam ser desenvolvidas pelaSecretaria de Assistência Socialdo Município com a finalidadede minimizar os riscos e evitarque os jovens se envolvam comdrogas ou outros atos ilícitos.

“É nítido que as drogas nãosão exclusividade de ambientesonde prevalece a população debaixa renda. Mas, a situação demiséria contribui significativa-mente para que as crianças e osadolescentes da comunidadepossam enveredar pela crimi-nalidade. Torna-se uma alterna-tiva encontrada por eles para su-perar a pobreza. Portanto, é pre-ciso que o poder público ofereçaoportunidades para a comu-nidade”, expõe Leão.

Uma das alternativas pro-postas pela assistente social é acriação de creche e escolas emtempo integral, que possam ofer-ecer não apenas o ensino regu-lar como atividades sócio-cul-turais, que favoreçam o desen-volvimento das crianças da co-munidade. Ela acredita que aampliação da política que o mu-nicípio desenvolve seria eficazno combate à vulnerabilidadesocial, pois supriria uma de-manda da localidade.

“O poder público, em par-ticular, tem que criar alternati-vas para suprir os bolsões demiséria que ainda existem. Aam-pliação de creches e escolas emtempo integral é apenas uma al-ternativa. Os gestores podemampliar, por exemplo, a abran-gência do programa Bolsa Fa-mília, que é desenvolvido peloGoverno Federal, e seria outraferramenta eficaz no combate àpobreza. Projetos existem, faltaboa vontade”, pondera.

Leão destaca ainda a im-portância de trabalhos educa-tivos junto aos pais das criançase adolescentes que vivem nasimediações do lixão da cidade.Criar ou fortalecer uma associ-ação ou cooperativa é um dosaspectos que a assistente citacomo fundamental para quetodos sejam conscientizadossobre a importância da escola eos riscos que os jovens correm aofreqüentar o local – riscos nãoapenas sociais, mas de saúde.

“Os pais pensam, exclusiva-mente, pelo lado financeiro. Elesacreditam que o filho pode aju-dar a manter a casa. É impor-tante que seja desenvolvido umtrabalho social junto a eles, paraque possam ver a importânciada educação e estimulem seusfilhos a alcançarem objetivosmaiores. O trabalho de assis-tentes sociais poderia tambémapresentá-los os seus direitos,que muitos desconhecem”, con-clui a assistente social. (E.A.)

Cresce o riscode doenças

O médico infecto-logista Cláudio Lemosexplica que o contatodireto com os resíduosdespejados no lixão deArapiraca podem con-tribuir de forma deci-siva para a prolifera-ção de doenças infec-to-contagiosas. Eleafirma que os catado-res podem se contami-nar tanto com os ali-mentos, com a urinade ratos ou ainda emcontato com animaismortos. De acordocom ele, as doençaspodem provocar in-clusive a morte.

“Os catadores es-tão expostos a doen-ças como leptospiro-se, diarréia e vômito.Também podem terdoenças gastointesti-nais. O contato como lixo não é benéficoe o ideal é que fosseevitado. Um aterrosanitário poderia evi-tar a superexposiçãodos moradores e pre-vinir doenças. Os li-xões também provo-cam a contaminaçãodo lençol freático eisso pode representarum risco ainda maiorpara a população”,completou o médico.(E.A.)

Adolescentes improvisaramquadra de vôlei no lixãode Arapiraca

Fotos: Eduardo Almeida

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AA1199Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Arapiraca JORNALO JORNALO

Catadores se amontoam em busca de materiais recicláveis

Lixão de Arapiraca é considerado irregularConforme o diretor técnico do

Instituto do Meio Ambiente (IMA)em Alagoas, Gustavo Carvalho, olixão de Arapiraca é irregular,assim como os demais do Estado.Ele explica que essa forma de de-spejo de resíduos sólidos é agres-siva à natureza por contaminar olençol freático e favorecer a pro-liferação de doenças infecto-con-tagiosas. A forma adequada demanejo de resíduos sólidos é pormeio de aterros sanitários.

“Os lixões são consideradosinadequados, pois, além de con-taminar o lençol freático com ochorume, favorece a proliferaçãode insetos e de doenças infecto-contagiosas. Neles, não há omenor controle dos resíduos e olixo doméstico é misturado como lixo hospitalar e com o lixo in-dustrial. Nos aterros sanitários,tudo é separado de acordo como tipo de material e recebe o trata-mento adequado”, informou odiretor técnico.

Carvalho afirmou que, nosaterros sanitários, o solo é im-permeabilizado para evitar queo chorume entre em contato como lençol freático e que os resí-duos não ficam expostos a céuaberto, como acontece nos lixões.“Os aterros favorecem a coletaseletiva, que é apontada comomodelo no País. É importante

que o poder público se consci-entize e desenvolva projetos paraa construção de um aterro san-itário”, acrescentou.

De acordo com dados divul-gados pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE),mais da metade das cidadesbrasileiras ainda destinam o lixopara lixões. Em Alagoas, cercade 95% dos municípios despe-jam resíduos em lixões, segun-do o mesmo levantamento. OEstado é seguido pelo Piauí eMaranhão. Os dados mostram

que o Brasil evoluiu nos últimos20 anos. Em 1989, 88% dos locaisarmazenavam resíduos sólidosa céu aberto; em 2000, ano emque o IBGE realizou a pesquisaanterior, eram 72,3%.

O diretor técnico do IMAafir-ma que a legislação ambientalprevê a punição de quem de-posita resíduos em lixões e dizque a prefeitura de Arapiraca jáfoi punida pelo instituto. “Oórgão faz fiscalizações, mas é im-possível evitar que os dejetoscontinuem sendo despejados. É

uma prática comum em Alagoase no Brasil. A solução para oproblema é simples: a construçãode aterros, que poderiam serbarateados com consórcios demunicípios”, expôs Carvalho.

Dados do site www.lixo.com.br, que se propõe a discutiro manejo de resíduos sólidos noPaís, revelam que no Brasil sãoproduzidos, em média, mais de125 mil toneladas de lixo por dia.Segundo o site, no País existemapenas 135 cidades que realizamcoleta seletiva. (E.A.)

Prefeitura nega descaso com catadores

A assessoria de comuni-cação da prefeitura de Ara-piraca negou que o municí-pio trate com descaso olixão da cidade e apresen-tou projetos que serão im-plantados na comunidadenos próximos anos. Confor-me a assessoria, o prefeitoLuciano Barbosa (PMDB)conseguiu recursos na or-dem de R$ 85 milhões, quevão garantir o esgotamentosanitário da cidade e a re-vitalização da comunidadeMangabeiras, onde fica olixão.

“O prefeito de Ara-piraca, Luciano Barbosa(PMDB), participou de de-bates em Brasília, a respei-to do andamento do Pro-grama de Aceleração doCrescimento (PAC) 2. Noencontro promovido pelogoverno federal e que tam-bém contou com a presen-ça da secretária municipalde Planejamento, HelenaVirgínia Moreira, e do ge-rente de Convênios, PauloSérgio Barbosa, foram es-clarecidos os critérios de se-leção da segunda etapa doPrograma de Aceleração doCrescimento e as formas deacesso aos recursos”, afir-mava nota divulgada no

site oficial.“Na ocasião, o prefeito

Luciano Barbosa garantiu aliberação de R$ 85 milhõesdos R$ 88 milhões assegura-dos por meio de emendaspara a segunda etapa dasobras do esgotamento sani-tário de Arapiraca. O proje-to de urbanização da comu-nidade de Mangabeiras, en-tre outras solicitações em o-bras de infraestrutura urba-na para o município, tam-bém será iniciado. Os inves-timentos do PAC 2 poderãoser executados já a partir dejaneiro de 2011”, informou.

A prefeitura de Arapi-raca também informou quea comunidade conta comuma creche desde o ano de2008. “Por intermédio daSecretaria de Educação, foientregue em 2008 aos mo-radores da comunidade deMangabeiras, a Creche Do-na Sebastiana GuimarãesBezerra”.A creche foi cons-truída e doada pelo RotaryClub de Arapiraca e aten-denrá à comunidade, numaparceria com as secretariasde Educação e AssistênciaSocial. São atendidas cercade 80 crianças com idadeentre seis meses a cinco anose 11 meses de idade.(E.A.)

Catadores se encarregam de retirar as sacolas dos caminhões que chegam ao lixão de Arapiraca

Animais abandonados circulamlivremente pelo espaço

Fotos: Eduardo Almeida

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Arapiraca JORNALO JORNALO

Por Aroldo MarquesE-mail: [email protected]

Grand

Monde

NATAL IN FAMILY!

Entre milhares de famíliasque se reuniram para a ceia deNatal e confraternização comseus entes queridos, uma fortee bonita tradição cá entre nósbrasileiros, ocidentais e arapi-raquenses; aqui não se fez di-ferente. Com uma belíssimadecoração, uma mesa farta,musica de qualidade e amigossecretos em trocas de presen-tes, os aplausos são à famíliaPessoa ( leia-se OrganizaçõesOuro Verde / Unicompra)viveu momento de felicidadese muita alegria nesse Natal de2010 , quando se reuniram emharmonia, paz e muito amor...Assim se registra a boa socie-dade que ressalta o valorCristão em família. Parabéns!

PARABÉNS!

Dentro das comemoraçõesnatalinas, privilegiada pelogrande advento de Natal epor seu nascimento nomesmo dia, 24 de dezembro.A empresária Erika Pessoacomemorou com seu esposo,o empresário JadielsonPessoa, seus filhos Feliph,Matheus, Gilda e GiuliaPessoa e especialmente coma grande família, onde este-ve muito feliz. Daqui votosde sucesso, saúde, prosperi-dade e muita paz!

NATAL E RÉVEILLONNA CIDADE

Com pouco investimento,

a cidade viveu um natal e ré-veillon simples. Apesar dagrande movimentação eco-nômica, por aqui tivemosduas arvores de natal (LargoDom Fernando Gomes e CeciCunha) que se repetem hámais de uma década, o Lagoda Perucaba sem nenhumanovidade nem sofisticação.Muitas residências e lojas co-locaram luzes de natal e aju-dou a dar o volume na ilu-minação natalina, o que dei-xou a cidade um pouco maisalegre. Houve uma progra-mação natalina com váriasatividades culturais com des-taque para o coral Sons &Dons, que encantou o adven-to Cristão!

NATAL NA ILHA DOCRISTO DO GOITI

O tradicional Concerto deNatal deste ano em Palmeirados Índios, realizado pelaSecretaria de Educação do mu-nicípio, neste natal, trouxe a te-mática "Natal na Ilha". Durantetrês dias passou pelo local maisde 30 mil pessoas. As festivida-des natalinas aconteceram nosdias 23, 24 e 25, a partir das19hs, com participações de bai-larinos, orquestras, corais,Desfile Jovem e Arrastão deBloco Carnavalesco. ASecretária Municipal deEducação Márcia Bezerra, falouao público antes do inicio doconcerto, explicando o sentidodo Natal e elogiou a festa e, aofinal do discurso pediu as bên-çãos de Deus para o povo de

Palmeira dos Índios.

ANOS 80, A FESTA!

É Ano Novo, e com ele oadministrador de empresas emarqueteiro Sérgio Lúcio traza festa retro Anos 80, que vaireunir cerca de mais de milamigos em plena recordaçãodos velhos e bons tempos doClube dos Fumicultores, as boi-tes domingueiras com clima deponto de encontro da geraçãodourada... Dourada pelo Soldas Praias do litoral Sul, tipoCoruripe, Miaí, Peba, Lagoa doPau, Barra, Francês... E pelo Soldas diversas piscinas do agres-te alagoano. Desta forma essageração se produzia para cur-tir a noite dos domingos noFumicultores. Eram bárbaras!!!

NOVIDADES ANOS 80

Está tudo pronto para a

Festa dos Anos 80, que serárealizada no próximo dia 15de janeiro no Clube dosFumicultores de Arapiraca.O evento, que é um dos maisconcorridos do interior ala-goano, terá nesta edição aparticipação do cantor arapi-raquense João Felipe, que trásem seu repertório o melhordo Pop Rock e músicas inédi-tas de sua autoria.

ATRAÇÕES

Organizada pelo empre-sário Sérgio Lúcio, a Festa dosanos 80 também será anima-da com a participação espe-cial da renomada banda ser-gipana Anonimato. A exce-lente banda alagoanaMetamorfose e o DJ Zarão es-tarão presentes na festa. Asmesas e individuais poderãoser reservadas na portaria doClube dos Fumicultores ou

através do telefone 82 91027202.

2011 AVANÇA!

A empresária CinthiaFrança, proprietária daAcademia Aquarius ( emezzo-soprano do CoralSons & Dons) firma parceriascom empresas afins para co-memorar este ano de 2011, osquinze anos de AcademiaAquarius e trazer bastantesnovidades à nossa socieda-de, a exemplo do Ballet JoyceVidal para adultos e criançasa partir de quatro anos deidade, já anuncia matriculasabertas a partir de 1º deFevereiro. É tempo de boaforma!

PÃO DE AÇÚCAR 1

O público infantil lotou aPraça da Matriz e um longotrecho da Avenida BráulioCavalcante para participar demais uma edição do Nataldos Sonhos, evento realiza-do pelo Governo Pão deAçucar - ReconstruindoNossa Terra. Mais de 1.600presentes foram distribuídospelo prefeito Jasson SilvaGonçalves. Além da entregade presentes para as criançascarentes do município foramsorteados um fogão e umaparelho de TV entre as mãesque participaram da festa. Ascrianças ainda tiveram aces-so gratuito a um parque dediversão armado na princi-pal artéria da cidade e a pas-

sear no Trenzinho da Alegriaque percorreu as principaisruas da cidade.

PÃO DE AÇÚCAR 2

Também participaram daorganização da festa e distri-buição dos presentes as se-nhoras Zélia Silva Gonçalves,Hebe Rossana PascoalGonçalves, Cira Dantas eMaria da Conceição Lisboa. Alocução do evento ficou acargo da radialista RoseMarx. "Sinto-me feliz empoder realizar o sonho dacriançada. Esta festa é umaterapia para a nossa alma",declarou o prefeito Jasson.

ECOS DA NOVACIDADE

A cidade está com boaparte de suas ruas centraisem processo de mudança deorientação. O tráfego vaimudar. A intenção é melho-rar a circulação de carros emotos, mas também ordenarhorários e vias para cami-nhões no centro. Há um co-mentário na cidade sobre areforma da Praça Marques.O prefeito disse que não exis-te ainda nenhum projeto fe-chado, e que sua equipe deurbanismo está estudando ocaso. Especula-se que a re-gião da Matriz (no LargoDon Fernando Gomes) até oinício da Anibal Lima, pas-sando por toda PraçaMarques, se torne um imen-so calçadão.

Aplausos à família Pessoa: Claudvan e Jarbiana, Erika e Jadielson, Jarbas, Sr. José Martins e D. Eva, Valdeli e Genildo, Fátima e Benedito, em confraternização natalina Jadielson e Erika Pessoa, aniversariantes e namorados dos mês de dezembro. Parabéns!

Renata, Gabriela, e Olivia Mariana Marques anuncia a 13ª Feijoada By Harold para Fevereiro

Rose Carrel de bem com a vida começa o Ano de 2011 destacando suas semi joias em foto de André Fon

A família Barbosa Fernandes; Paulo Arthur, Paulo e Ana Paula Fernandes Barbosa, Paulyne

e Paulyana felizes nesta vrada de 2010/2011

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JORNALO JORNALO

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Economia

- Qual a perspectiva para ogoverno de Dilma Rousseff?Existem segmentos específicosque possam ser mais benefi-ciados?

- Apresidente eleita já anun-ciou que o objetivo primeiro deseu governo será o combate àpobreza extrema. Nada maisimportante para Ala-goas que essa infor-mação. Somos po-bres e nossa renda émenor 20% que amédia nordestina e,ainda assim, maldistribuída e muitoconcentrada; e todosos indicadores so-ciais são negativosem relação ao País.Alagoas precisaromper com os ín-dices de subdesen-volvimento social eeconômico, colocan-do mais da metadede sua populaçãonum plano digno deexistência, amplian-do a rede de prote-ção social. Mas,temos dificuldades estruturais,como a situação financeira doEstado, que continua sem poderbancar o processo de desenvol-vimento. Portanto, a perspecti-va é de que, no governo Dilma,Alagoas possa ser beneficiadapela execução desse objetivo fe-deral, que é a superação da po-breza, melhorando o desempe-nho, no Estado, de seus proje-tos e programas sociais.

- De que forma ela podeajudar nosso Estado?

- O governo federal podeajudar, e muito, no enfrenta-mento dos nossos problemasseculares. Por exemplo: erradi-cando o analfabetismo, uma si-tuação inexplicável no séculoXXI. E, junto com essa iniciati-va, colocar todas as crianças emidade escolar na redede ensino básico.Pode ajudar numaárea sensível, asaúde pública, naqual os númerosalagoanos estãosempre abaixo damédia nacional, uni-versalizando oPrograma de Saúdeda Família. Maceiótem apenas 27% decobertura de umprograma vital paraa melhoria da quali-dade de vida, que éo PSF. Universalizare, ao mesmo tempo,melhorar a qualida-de da educação dasaúde pública emAlagoas seria umagrande ajuda ao nosso desen-volvimento.

- E os grandes projetos,como ficam?

- Os grandes empreendi-mentos serão sempre bem-vin-dos. Projetos como a nova plan-ta da Braskem, em MarechalDeodoro, a instalação da mine-radora Vale Verde no Agreste edo estaleiro Eisa em Coruripeirão, com certeza, contribuirpara gerar mais riquezas e umaeconomia mais forte. Mas, nãodevemos exagerar nas expecta-tivas quanto ao impacto econô-mico – emprego, renda, impos-tos – desta implantação. O de-bate em torno de um único pro-jeto, de um grande empreendi-mento, no caso o estaleiro Eisa,

não deve ser visto como a “re-denção” e não pode ser transfor-mado numa situação limite de“salvação” de Alagoas. O casoilustrativo é a própria Braskem,uma grande empresa que hojerepresenta um investimento demais de US$ 1,5 bilhão, bemmaior que o do estaleiro, e nem

por isso “salvou” al-guma coisa no sen-tido econômico.Não era esse seupapel nem seu obje-tivo. Somente trêsdécadas depois desua implantação éque estão se insta-lando novas fábri-cas que aproveitamas matérias-primasproduzidas naBraskem. Essasgrandes empresas,sozinhas, nãopodem responderpor todas as defi-ciências que travama economia deAlagoas, como faltade infraestrutura,de renda, mercado,

limites financeiros do setor pú-blico e qualificação de mão-de-obra.

- O que fazer enquanto osgrandes investimentos não che-gam?

- Enquanto isso não ocorre,a economia de Alagoas podeapostar na sua base econômicareal. São 67 mil empresas indus-triais, comerciais e de serviços,regularizadas na Junta Comer-cial, das quais 30 mil foram le-galizadas nos últimos cincoanos. A economia pode se de-senvolver mais rapidamenteapoiando, com crédito, assistên-cia técnica e comercialização, aagricultura familiar, que formaum conjunto de 110 mil estabe-lecimentos agrícolas. Pode tra-balhar a incorporação ao merca-

do formal de umaparte maior dos 260mil trabalhadoresautônomos. Neces-sitamos da Agênciade Fomento e doBanco Cidadãoatuando em cadamunicípio. Investirna economia real éum dos caminhospara o desenvolvi-mento regional.Veja o exemplo deArapiraca, um dosmodelos de cresci-mento rápido emtodo o Nordeste,explicado pela com-binação da peque-na propriedadeagrícola com pro-dução diversifica-

da, mais a indústria de peque-nas e médias empresas voltadapara bens populares e uma redecomercial especializada no aten-dimento do público C, D e E. Oequívoco é imaginar que somen-te depois da chegada de gran-des empresas Alagoas poderáse desenvolver.

- Existem ações econômicasque, se realizadas, ajudariamconsideravelmente Alagoas acurto prazo?

- Apesar dos indicadores so-ciais e da falta de investimentosprodutivos, Alagoas vem ob-tendo taxas positivas de cresci-mento nestes últimos anos.Como explicar? Pelos recursosfederais. Em 2010, o volume detransferências alcançou R$ 8 bi-

lhões. Os recursos do BolsaFamília, que chegam a 414 milfamílias, e do INSS, que aten-dem a outras 426 mil famílias,estimulam o comércio e a in-dústria produtora de bens po-pulares, como alimentos, rou-pas, móveis, etc. Mas isso épouco. É necessário mais produ-ção de riquezas e, para isso,Alagoas precisa aumentar oacesso aos recursos do Agro-amigo e do Pronaf, que são pro-gramas para a agricultura fami-liar; que o microcrédito produ-tivo para micro e pequenos em-preendimentos urbanos sejamassivo; que o programa “Luzpara Todos”, “Minha Casa,Minha Vida” e “Territórios daCidadania” tenham metas maisambiciosas. Outra orientação in-teressante seria utilizar, commais intensidade, o sistema fi-nanceiro federal – BNB, BNDES,Banco do Brasil e Caixa Econô-mica – fortalecendo os polosprodutivos e ampliando suapresença nos projetos de desen-volvimento. A atuação conjun-ta desses programas e dessasinstituições tem forte impactoeconômico, gerando emprego erenda, que são as grandes ca-rências alagoanas.

- Esses recursos aumenta-riam nossa dependência do go-verno federal?

- Os recursos federais quechegam as mãos de quase todasas famílias alagoanas têm umimpacto inicial, que é o consu-mo imediato. Afinal, são bilhõesde reais nas mãos de muitagente pobre. Se, por um lado,cresce o consumo de celulares,motos e bicicletas, por outro au-menta o consumo de alimentos,produtos para o lar, remédios eroupas. Basta olhar as feiras dointerior do Estado e o comérciode bairros para sentir a diferen-ça; eles estão muito mais dinâ-micos que há seis anos. É ver-dade que parte desse dinheirovolta para os centros industriais,mas também abre oportunida-de para a indústria local, o quejá sendo feito por alguns seg-mentos produtores de bens po-pulares, que atendem o chama-do público C, D e E. Outro as-pecto não menos importante éa estabilização populacional,

que ficou claro no Censo doIBGE. A melhoria de vida nocampo e nas pequenas locali-dades está, por um lado, dimi-nuindo o tamanho das famílias,e, por outro, interrompendo otradicional fluxo migratório docampo para as cidades e do in-terior para a capital.

- Agora, mudando umpouco o foco de nossa conver-sa, daria para avaliar quais ossetores alagoanos foram maisbeneficiados no governo Lula?

- Sem dúvida, os segmentosmais pobres da população ala-goana foram os mais beneficia-dos. O símbolo deste períodopode ser o Bolsa Família, queatende a 414 mil fa-mílias alagoanas.Mas a recuperaçãodo salário mínimo,que cresceu emtorno de 65% emtermos de poderreal de compra, tevemais impacto sobrea sociedade. Os 900mil trabalhadoresdo setor privadoformal ou informal,o funcionalismo pú-blico e os beneficiá-rios da PrevidênciaSocial, têm no salá-rio mínimo sua re-ferência de renda.Graças ao cresci-mento econômico,entre 2003 e 2009,mais 120 mil alagoa-nos passaram a ter carteira as-sinada. E, mais importante, nes-tes cinco últimos anos, combi-nando crescimento com os pro-gramas sociais, 300 mil alagoa-nos saíram da miséria e 300 milda pobreza. É pouco, levandoem conta que 1,5 milhão aindaestão inscritos no programaBolsa Família. Mas, pela primei-ra vez, a população cresceu di-minuindo o número de pobrese indigentes.

- Quais os menos benefi-ciados?

- O grande negócio indus-trial. Nestes últimos anos, forampoucas as empresas de médio egrande porte que se instalaramem Alagoas. Vivemos uma si-tuação desvantajosa em relação

aos demais estados nordestinos.Alagoas é o Estado com omenor número de unidades fa-bris e que, ao mesmo tempo,menos recebeu investimentosindustriais. A dificuldade deatrair grandes empreendimen-tos, a “síndrome do picoléCaicó”, é tão real que virou as-sunto na campanha eleitoralpara governador. Os dados doPrograma de DesenvolvimentoIntegrado, o Prodesin, revelamque, entre 1995 e 2010, apenas137 empresas obtiveram incen-tivos deste programa. Muitasdelas já estavam instaladas emAlagoas e, mesmo juntas, nãoformam um distrito industrialde peso.

- Mas, se a eco-nomia alagoanavem crescendo,que setores estão semovimentando?

- O setor demaior movimento éo comércio. Há 80meses, quase seteanos, o varejo ala-goano bate recordesde vendas; o setorde serviços está nomesmo ritmo. Éisso que explica aabertura de novosshoppings, a am-pliação da rede fi-nanceira, a chegadadas redes nacionaisde supermercadose das franquias de

grandes lojas nacionais. O tu-rismo está vivendo um bommomento graças à ampliaçãodos públicos B e C do Sudestee do próprio Nordeste, que sus-tenta o fluxo turístico de Ala-goas. Depois de uma décadasem investimentos significati-vos, alguns hotéis e pousadasestão sendo construídos. Aindaassim estamos distantes donosso potencial. Basta ver o con-corrente Rio Grande do Norte,que possui uma rede hoteleiratrês vezes maior e o dobro domovimento de Alagoas. Já aconstrução civil está sabendoaproveitar o “boom imobiliá-rio”, determinado, em parte,pelas construções financiadaspela Caixa. Um fenômenopouco comentado, mas muito

presente em todos os bairros deMaceió e nos municípios do in-terior, é o da autoconstrução to-cada pelas próprias famílias.

- E as atividades no campo,na agricultura alagoana?

- Aagricultura produtora dealimentos e a pecuária de leitevivem uma situação de estabi-lidade com crescimento, decor-rente do maior volume de cré-dito, demanda de mercado epelo período favorável de 12anos sem estiagem prolongada.É bom lembrar que, na parteagrícola, estão 450 mil trabalha-dores alagoanos. O setor su-croalcooleiro, apesar de hámuito não apresentar novos in-vestimentos em Alagoas, estásendo beneficiado pelos preçosinternacionais do açúcar e pelademanda crescente de álcool nomercado interno. Continuasendo um setor competitivo e,este ano, deverá exportar o equi-valente a R$ 1,5 bilhão, um valor22% maior que no ano passa-do.

- Que balanço pode ser feitosobre a administração Lulapara nosso Estado? Ele ficoudevendo algo?

- No sentido econômico, emtermos de investimentos para acriação de infraestrutura, temosmuitas obras terminadas, comoo Aeroporto, o Centro deConvenções e a adutora dePalmeira dos Índios; assistimoso início do primeiro trecho doCanal do Sertão e temos váriasobras em andamento no PAC.Mas o balanço do governo Lulaaponta para pontos negativossim. Apesar dos aumentos nosrecursos para educação, princi-palmente o Fundeb, e das ver-bas para a saúde, como os pro-gramas do SUS, a evolução nes-tas áreas, em oito anos, não re-presenta um ponto positivo,pelo contrário, há estagnação.O balanço recente do INEPsobre as escolas alagoanas doensino básico, assim como osatuais indicadores da saúde pú-blica no Estado, refletem esseatraso secular, que somente po-derá ser ultrapassado, colocan-do Alagoas na média nacional,com uma forte intervenção fe-deral.

Governo Dilma pode ser decisivo para ALENTREVISTA/CÍCERO PÉRICLES

Elisana Tenório

Repórter

Se depender das projeções do economista alagoano Cícero Péricles de OliveiraCarvalho, 56 anos, Alagoas entrará em uma rota de crescimento nos próximos4 anos, quando o Brasil será administrado pela primeira mulher eleita presidente

da República, a mineira Dilma Rousseff. A confiança vem do fato dela ter anunciado queum dos pilares de sua administração será o combate à pobreza extrema. “Nada maisimportante para Alagoas que essa informação”, enfatiza o economista, que é graduadopela Ufal; mestre em Sociologia Política pela Universidade de Santa Catarina e doutorem Economia e Sociologia Agrária pela Universidade de Córdobas, na Espanha.

E ele tem razão. Afinal, só nos resta assumir que, de fato, somos muito pobres. Nossa

renda é menor 20% que a média nordestina e representa apenas 40% da renda nacio-nal. No entanto, além da ampliação da rede social, o professor Cícero Péricles tambémressalta a importância do governo federal combater problemas seculares, que, infelizmen-te, ainda estão tão presentes em nosso Estado, como é o caso, por exemplo, do alto ín-dice de analfabetismo e das baixas coberturas em setores essenciais: saúde e educação.

Semana passada o também escritor Cícero Péricles - que recentemente teve a 4ªedição de seu livro “Economia popular – uma via de modernização para Alagoas”lançado pela Edufal – falou ao O JORNAL sobre os 8 anos de Luiz Inácio Lula daSilva à frente do Executivo nacional. Fã do presidente Lula, ele cita como principaisméritos de sua gestão, o Bolsa Família, que atende a 414 mil famílias alagoanas, ea recuperação do salário mínimo, que cresceu aproximadamente 65% em termos depoder real de compra.

Combate à

pobreza

extrema

beneficia

Alagoas

Na Saúde, há

a necessidade

urgente de

ampliação

do PSF

O símbolo de

Lula foi o Bolsa

Família, que

atende 414 mil

famílias em AL

Fotos: Larissa Fontes/Estagiária

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Ainda não é possível expulsar vizinho chatoViver em condomínio edilí-

cio (de edifício) exige, primor-dialmente, respeito ao bemcomum, bom senso, tolerânciae estrita obediência às regrasestabelecidas na convenção decondomínio e no regimento in-terno, além, obviamente, da-quelas constantes nas legisla-ções que regram o comporta-mento social.

O Código Civil de 2002 (lei10.406/02) introduziu trêsnovos dispositivos no nosso or-denamento legal que devemser analisados e bem avaliadospara que os condomínios pas-sem a adotá-los no sentido detentar sobrepor o interessecomum ao interesse particularde determinado morador.

Refiro-me ao parágrafo 2ºdo artigo 1.336, ao enunciadodo artigo 1.337 e ao respectivoparágrafo único. Vejamos cadaum deles.

O artigo 1336 estabelece emseus incisos II, III e IV que sãodeveres do condômino:

"II - não realizar obras quecomprometam a segurança da

edificação;III - não alterar a forma e a

cor da fachada das partes e es-quadrias externas;

IV - dar às suas partes amesma destinação que tem aedificação, e não as utilizar demaneira prejudicial ao sosse-go, salubridade e segurançados possuidores, ou aos bonscostumes."

O condômino que não cum-prir com esses deveres estarásujeito ao pagamento da multaprevista na convenção de con-domínio que, por sua vez, nãopoderá ser superior ao equiva-lente a cinco vezes o valor desuas contribuições mensais, in-dependentemente das perdase danos que se apurarem emdecorrência do ato infrator.

Não havendo dispositivoexpresso na convenção do edi-fício, a assembleia geral, como quorum de dois terços doscondôminos restantes, decidi-rá sobre o valor da multa.

Já o enunciado do artigo1337 autoriza, por deliberaçãode três quartos dos condôminos

restantes, a aplicação ao con-dômino que repetidamente nãocumpre os seus deveres peran-te o condomínio, de multa deaté cinco vezes o valor atribuí-do à contribuição para as des-pesas condominiais, conformea gravidade das faltas e a suareiteração, independentemen-te das perdas e danos que ve-nham a ser apuradas. É o casodaqueles que provocam baru-lhos que ultrapassam o limitelegal para o horário, ou ainda,que não respeitam regras desegurança, como obstruir comobjetos, rotas de fuga para casosde incêndio.

Por fim, o parágrafo únicodo mencionado artigo 1337trouxe uma novidade interes-sante, a figura do "condôminoantissocial".Diz o texto legalque, aquele que por repetidocomportamento antissocialgerar incompatibilidade deconvivência com os demaiscondôminos ou possuidores,poderá ser constrangido apagar multa de até dez vezes ovalor atribuído à contribuição

para despesas condominiais.Poderíamos vislumbrar essa

hipótese quando um morador,ao frequentar a área comumem estado de embriaguez,acaba por insultar outras pes-soas, ou provoca situações ve-xatórias que não combinamcom o bom convívio em umcondomínio. Tornando-se essapostura algo rotineira, o con-domínio poderá aplicar a estecondômino antissocial, a men-cionada penalidade financeira.

Considerando que no Brasilnão há, ao menos por enquan-to, a previsão legal para impe-dir que determinado moradormantenha-se no imóvel aindaque possa ser qualificado comoum "condômino antissocial",resta ao condomínio utilizar-sedessas penalidades de caráterfinanceiro para tentar impedir,ou ao menos, desestimular, essetipo de postura de alguns queefetivamente não possuem operfil para viver em um edifí-cio.

(*) é advogado, presidente da Comissão de

Direito Imobiliário e Urbanístico da OAB-SP

JORNALO JORNALO

Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

ImobiliárioAA2222

Imóveis.com

EM FOCO

O empresário José Nogueira assumiráagora em 2011 mais um mandato à frentedo Sinduscon-AL. Ele receberá de MarcosHolanda uma entidade renovada, tanto fisi-camente, graças à modernização de suasede, no Farol, como gerencialmente, devi-do ao perfil empresarial conferido por Ho-landa à entidade. A realização de eventoscomo congresso da Cbic e o reforço na áreade comunicação pôs a entidade em relêvoperante à mídia e à sociedade alagoana.

Theodomiro Jr. [email protected]

REAJUSTE DE ALUGUEL

A inflação medida pelo IGP-M, indicador muito usado parareajustar preços de aluguel, encerrou este ano com alta de 11,32%,a maior taxa anual desde 2004 (12,41%). O resultado de 2010,anunciado esta semana, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ébem diferente do apurado no ano passado, quando o indicadormostrou deflação anual pela primeira vez em sua história, ini-ciada em 1989 - com queda de 1,72% em 2009. O desempenhoanual ficou levemente abaixo das projeções dos analistas consul-tados pelo AE-Projeções (entre 11,33% e 11,49%)

Na evolução mensal, o IGP-M perdeu força e saiu de umaelevação de 1,45% em novembro para uma alta de 0,69% em de-zembro. A taxa mensal ficou abaixo das estimativas dos analis-tas, que aguardavam um aumento entre 0,70% e 0,85%, commediana das projeções em 0,77%.

A FGV anunciou ainda os resultados dos três indicadores quecompõem o IGP-M de dezembro. O IPA-M subiu 0,63% este mês,ante elevação de 1,84% em novembro. Por sua vez, o IPC-M apre-sentou elevação de 0,92% em dezembro, ante aumento de 0,81%em novembro. Já o INCC-M registrou alta de 0,59% em dezem-bro, ante avanço de 0,36% em novembro.

O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M de de-zembro foi do dia 21 de novembro a 20 de dezembro.

CUSTO SUBINDO

Em 2010, o brasileiro gastou 7,58% a mais para cons-truir, segundo informações do INCC-M (Índice Nacionalde Custo da Construção) da Fundação Getulio Vargas.

MÃO-DE-OBRA PESA MAIS

No ano, o custo do grupo Materiais, Equipamentos eServiços acumulou alta de 5,45%, sendo que o subgrupoMateriais e Equipamentos registrou acréscimo de 5,11%,enquanto Serviços teve aumentos de 6,76%. Já o grupoMão de Obra terminou o ano com acréscimo de 9,91%.

ATINGINDO A META

O programa Minha Casa, Minha Vida atingiu, até oinício de dezembro deste ano, 82% da meta prevista emmarço de 2009, quando ele foi lançado, de construção 1 mi-lhão de unidades. No total, foram 816.268 imóveis.

ZERO A TRÊS SALÁRIOS

Das unidades contratadas até 1º de dezembro progra-ma Minha Casa, Minha Vida, 47% estavam na faixa derenda de zero a três salários mínimos. No total, foram383.852 unidades, o que corresponde a 96% da meta.

TRÊS A SEIS SALÁRIOS

No caso das famílias com renda entre três e seis míni-mos, as unidades contratatadas dentro do programa MinhaCasa, Minha Vida responderam por 40,3% do total. Foram329.280 contrtos, 82% do que era a meta do governo.

NINGUÉM É DE FERRO

As construtoras e imobiliárias deram um tempo na ro-tina diária. A maioria está funcionando em sistema deplantão ou entraram em franco recesso, para alegria deseus colaboradores.

2011 JÁ CHEGOU

Boa parte dos construtores está fora da cidade, recu-perando o fôlego para o ano de 2011, que prometemuito. Afinal ninguém é de ferro. Este colunista sauda atodos os empresários e profissionais da cadeia da cons-trução civil. Um 2011 repleto de realizações.

JO

RN

AL

Marcelo Manhães deAlmeida (*)

Em um condomínio, cabe acada um de seus condôminosa obrigação de arcar com a suaparte do rateio das despesascondominiais. Assim estabele-cem os artigos 1334 e 1336 doCódigo Civil, a seguir parcial-mente transcritos:

"Art. 1334. Além das cláusu-las referidas no art. 1332 e dasque os interessados houverempor bem estipular, a convençãodeterminará:

I - a quota proporcional e omodo de pagamento das con-tribuições dos condôminospara atender às despesas ordi-nárias e extraordinárias do con-domínio;"

"Art. 1336. São deveres docondômino:

I - contribuir para as despe-sas do condomínio, na propor-ção de suas frações ideais, salvodisposição em contrário na con-venção;"

Usualmente, as convençõesde condomínio adotam a fraçãoideal de terreno que cabe a cadauma das unidades autônomas(apartamentos, casas, conjun-tos comerciais, etc) integrantesdeste condomínio, como formade definir o valor pago por cadacondômino na divisão das des-pesas.

Como o condomínio neces-sita de recursos para fazer fren-te às despesas com as quais sedeparará no decorrer do mês,a cobrança do rateio é feita an-tecipadamente, ou seja, paga-seno início do mês, o valor queserá gasto no decorrer dessemesmo período.

Alguns condomínios ado-tam a divisão da cobrançadesse rateio para que os valo-res não sejam tão elevados noinício do mês, enviando assim,aos condôminos, dois boletosde cobrança, sendo um comvencimento no início do mês(entre os dias 1º e 5) e outro,no meio do mês (entre os dias15 e 19).

O condômino que nãohonra a sua contribuição arcacom o pagamento da multa de2% sobre o valor vencido e nãopago, além dos juros previstosna convenção de condomínio,tudo, corrigido monetariamen-te conforme o índice ajustadoem convenção de condomínioou deliberado por assembleia

geral de condomínio (o índicegeralmente usado é o IGP-M/FGV).

No caso da convenção decondomínio não estabelecer osjuros de mora que serão cobra-dos do condômino, o parágra-fo 1º do artigo 1336 do CódigoCivil estabelece que os jurosmoratórios serão de 1% ao mês.

Vale lembrar que antes davigência do atual Código Civil(lei 10.406/02), era a lei 4591/64que tratava dos condomíniosedilícios, e nela estava previs-to que a multa moratória pode-ria ser de até 20% do valor dacontribuição vencida e nãopaga.

Com a vigência do CódigoCivil de 2002, essa multa nãomais pode ser aplicada, sendocerto que a jurisprudência (ouseja, o entendimento predo-minante verificado nas deci-sões judiciais) que trata daaplicação da multa de 20%(vinte por cento) ou da multade 2% (dois por cento), apon-ta para a seguinte orientação:com relação às despesas con-dominiais vencidas e nãopagas até janeiro de 2003(quando então, passou a vigo-rar o Código Civil de 2002),aplica-se a multa prevista naconvenção de condomínio (namaioria das convenções, pre-via-se a aplicação da multa de20%); com relação às despe-sas condominiais vencidas enão pagas após janeiro de2003, aplica-se a multa previs-ta no parágrafo 1º do artigo1336, qual seja, 2%.

Se notificado a pagar ovalor vencido, o condôminomantiver-se indiferente, o con-domínio, por meio de seu sín-dico, tomará as devidas provi-dências de cobrança que, po-derão começar com o envio doboleto de cobrança para o car-tório de protesto e, se aindaassim, não houver quitação dadívida, instaurar a devida açãojudicial contra o devedor.

Vale lembrar que é deverdo síndico "cobrar dos condô-minos as suas contribuições,bem como impor e cobrar asmultas devidas" (artigo 1348,inciso VII). Portanto, a inérciado síndico quanto à cobrançadesses valores poderá, inclusi-ve, ser motivo de destituiçãodo cargo, conforme autoriza oparágrafo 2º do artigo 1.349 doCódigo Civil.

Contratar um bom escritório de advocacia pode agilizar cobrança

Condomínio: o que fazercom quem infringe as regrasEspecialista explica como punir quem não paga a taxa condominial

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A primeira missão do anoA partir de quarta-feira, Corinthians Alagoano vai defender o Estado na Copa São Paulo Sub-18

Victor Mélo

Editor de Esportes

O Corinthians Alagoano con-quistou no ano passado o títuloestadual sub-18 e garantiu vagana concorrida Copa São Paulo. Aprincipal competição das divisõesde base do País começa na próxi-ma terça-feira e tem neste ano 92clubes inscritos. O Tricolor está noGrupo D, sediado na cidade dePorto Feliz, e estreia na próximaquarta-feira, às 13h (de Alagoas),contra o Desportivo Brasil.

Ainda na primeira fase, oTimão joga contra Goiás, dia 9, às15h, e Santo André, dia 12, às13h. De acordo com o regula-mento, os primeiros colocadosde cada chave e os nove melho-res segundos colocados passam

de fase. A Copinha termina nodia 25 de janeiro.

MUDOU - Os dirigentes doCorinthians decidiram, às vés-peras do início da competição,trocar o técnico Jean Carlo porCoca, que se destacou no fute-bol alagoano comandando osprofissionais do Murici. O obje-tivo do Timão na Copinha é fazeruma boa campanha para valori-zar e negociar seus principaisatletas. Coca está muito otimistae fala até em conquista.

“O nosso time é muito bom.Temos nesse grupo jogadores queassimilam rapidamente o que agente pede e, por isso, que eufalo da minha intenção de con-quistar a competição, mesmo sa-bendo que iremos encontrar mui-

tas dificuldades. Estamos prepa-rados para os desafios”, disse otécnico Coca. “Gostaria de dizerque sou amigo do professor Jean,aliás, ele foi meu jogador, masno futebol tem dessas coisas: re-cebi uma ligação do EduardoNeto e estou aqui. Juntos vamostentar fazer um excelente traba-lho nesta competição para repre-sentar bem o nosso futebol”,emendou o treinador. A delega-ção do Corinthians viajou paraSão Paulo na manhã de ontem.

CAMPEÕES - O Corin-thians/SP é o maior vencedor dahistória da Copinha, com sete tí-tulos conquistados. No ano pas-sado, o São Paulo ficou com ataça ao bater o Santos na grandedecisão.

JORNALO JORNALO

Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Es ortesp

Delegação do CorinthiansAlagoano viajou ontem

CSA X CRB

Começa a contagem regressiva para o clássico

Os técnicos de CRB e CSAcorrem contra o tempo paramontar suas equipes antes doclássico do dia 16. O duelo mar-ca a primeira rodada do Cam-peonato Alagoano e, nas pró-ximas duas semanas, vai mexercom a velha rivalidade doEstado.

O Azulão começou a pré-temporada mais cedo que o ad-versário e vai fazer o ensaiogeral para a partida no próximodomingo, contra o Santa Cruz,no Recife. Nos próximos dias, otécnico Lino vai definir os titu-lares e o esquema de jogo parao inicio do Estadual. Até agora,o Azulão contratou os zaguei-ros Fabrício Tocha e Fábio Lima,o lateral Rafael, os meiasAnderson Silva e meia EdsonSá e o atacante Tico Mineiro.

A base do Azulão deve terAnderson Paraíba no gol, coma defesa sendo formada porCelso, Fabrício Tocha, FábioLima e Rafael. No meio-campo,pelo menos por enquanto,Anderson e Lau devem sermantidos. Adriano Silva podeser titular e Diego Torres temboas chances de ser aproveita-do. Contratado recentemente,Edson Sá também disputa a po-sição. Na frente, a dupla quetem mais chances de atuar é

Alisson e Tico Mineiro.

GALO - Por causa de suatransição política, o CRB come-çou o trabalho de pré-tempora-da no dia 20 de dezembro, bemdepois do rival, que iniciou o tra-balho em novembro. O técnicoEdson Ferreira, atual campeãoestadual com o Murici, coman-dou o time regatiano na Série Ce tem carta-branca da nova dire-toria para montar a equipe.

Diferentemente de Lino,Edson ainda não tem uma base,já que a falta de tempo fez oGalo queimar etapas e juntarexames médicos a testes físicos.

Os últimos dois jogadores apre-sentados no clube foram o meiaAlan, ex-Fluminense, e o later-al-direito Fábio Pará, ex-Ju-ventu-SC. Edson já espera con-tar com os novos reforços noprimeiro amistoso do ano, quepode ser confirmado para o pró-ximo sábado.

O CRB já contratou onzeatletas para o Estadual: o golei-ro Adriano, o zagueiro Júnior,o lateral Fábio Pará, o volanteRodrigo Santos, os meias Edson,Daniel, Alan e Marquinhos Ala-goano, além dos atacantes LuizAndré, Serginho Baiano e Fer-nando Sá. (V.M.)

CSA e CRB se reencontram no próximo dia 16, no Estádio Rei Pelé

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Por um pedaço da CopaAlagoas vai pleitear junto ao Governo Dilma participação no Mundial de 2014

Luciano Milano

Repórter

Ano Novo, vida nova. Noâmbito da política, 2011 seinicia e já entra para a histó-ria como o ano da posse daprimeira mulher a governaro Brasil, a presidente eleitaem 2010 Dilma Rousseff(PT). Entre os inúmeros de-safios que ela terá pela fren-te, está o esporte. Isso por-que, daqui a três anos, oBrasil sediará a Copa doMundo de 2014. Já em 2016,será a vez dos Jogos Olím-picos disputados em TerrasTupiniquins. Estados comoRio de Janeiro, São Paulo,Minas Gerais, Bahia, Recifee Natal, já trabalham em re-formas de estádios, constru-ção de novas praças esporti-

vas e melhoria em toda es-trutura na parte hoteleira,aeroviária entre outras.

Todos os entes fede-rativos citadosdevem servir comosede para as partidasdo Mundial. Com di-ficuldades e sem es-tádios em condiçãoideal para receberpartidas em 2014,Alagoas sequer secandidatou para ten-tar sediar os jogos. Afalta de estrutura dacapital Maceió comhotéis, por exemplo,também pesam ne-gativamente contrao Estado. Nesse ce-nário, O JORNAL ouviu o se-cretário adjunto de Educação eEsportes, Jorge VI, que acumu-

la o cargo de presidente-exec-utivo do CSA.

Na conversa, OJORNAL procurousaber quais são asexpectativas dele edo Governo Esta-dual, que inicia seusegundo mandatoagora em 2011, oque esperam do go-verno de DilmaRousseff (PT).

De acordo comJorge, o Estado nãotem outra opção anão ser ter espe-rança no governo

de Dilma, mas afirmaque, em geral, o discurso ésempre o mesmo. “Temosque esperar o melhor, não éverdade? PrincipalmenteAlagoas, que tem muitas di-

ficuldades nessa área, masque tem procurado superá-las da melhor maneira possí-vel. O problema é que se dizsempre que o esporte é prio-ridade, que é uma via de in-serção social e outras coisas.Mas na hora de se formataro orçamento, é uma área queé relegada a segundo plano.

“Para se ter ideia, nosEstados Unidos da América,o Ministério do Esporte é co-biçado por políticos e técni-cos. Aqui é um pouco dife-rente”, disse VI. Em Ala-goas, por exemplo, com a ex-tinção da pasta pelo gover-nador Teotônio Vilela, o es-porte ficou sem orçamentopróprio, o que dificultouainda mais a vida, por exem-plo, dos que fazem esporteamador.

Alagoasaposta nas

novasinstalações

doRei Pelé

Estado pretende se candidatar a subsedeHoje, o único estádio

apontado como teoricamenteapto para receber treinos deuma das seleções que vãodisputar a Copa do Mundoem 2014 é o Rei Pelé – oTrapichão. Liberado este anoapós quase dois de reforma,a praça esportiva ganhoumelhoria na estrutura física(instalações hidráulicas fo-ram trocadas, cadeiras dis-tribuídas ao longo das ar-quibancadas e um telão dig-ital de 15 polegadas foi colo-cado). As mudanças noTrapichão e a construção denovos hotéis prometidos para

exploração turística doEstado são as principaisapostas do governo para ten-tar concorrer a ser Centro deTreinamento para 2014.

“Há poucos dias, recebe-mos um comunicado doMinistério do Esporte infor-mando que não mais existemas sub-sedes, que agora sãodenominadas Centros deTreinamento. Os centros sãocompostos por um estádioapto para treinos e, quemsabe, algum jogo, e um localtambém com campos degrama sintética, academia etudo mais que é exigido pela

Fifa”, destacou o secretário ad-junto de educação e esportes.

Jorge VI disse que um pro-jeto para um Centro deTreinamento já está em anda-mento em Alagoas, que temprazo até 2013 para inscrevero projeto. “Maceió e Alagoasdevem receber novos hotéispara a exploração turística denossas belezas naturais. Apro-veitando o canteiro de obrasnessa área, vou propor aogovernador que interceda nosentido de tentar aproveitara construção desses hotéispara que possamos transfor-má-los também em Centro de

Treinamentos”, explicou VI,que, mesmo com todas as di-ficuldades de se sair do papeltudo que ele projeta para ofuturo, mantém o otimismoquanto à execução de tudoque será preciso para a in-scrição de Maceió para Centrode Treinamento na Copa de2014.

“Desafios fazem parte davida. O que não podemos édeixar de lutar para queMaceió e Alagoas par-ticipem ativamente doMundial ido Brasil. Vamosbatalhar”, garantiu o se-cretário adjunto. (L.M.)

A ordem é buscar recursos federais e PPPsSem dinheiro para colo-

car em prática o projeto deser Centro de Treinamentos,Alagoas vai depender da boavontade do Ministério doEsporte, e quem sem sabe daConfederação Brasileira deFutebol para tentar se ade-quar às exigências daprópria CBF e Fifa, quantoà realização da Copa. Umasaída para viabilizar os re-

cursos, segundo Jorge VI,são as Parcerias PúblicoPrivadas (PPP).

“Em Estados comoMinas Gerais, onde estivehá duas semanas, por ex-emplo, não há Centros deTreinamentos que não este-jam ligados aos clubes,como o Cruzeiro. Por isso,acredito que as dificuldadesvão ser as mesmas para

todos. Claro que Alagoas épequena e sem recursosdisponíveis, mas com o ReiPelé reformado e novo, tudocom recurso próprio, hámenos coisas para fazermos.Se nós vamos ter que correratrás, os outros tambémirão. Iremos bater à portado Ministério do Esporte etentarmos, também, parce-rias com empresas privadas,

que é uma saída interes-sante”, disse Jorge VI, queafirma ainda não ter ideiade quanto seria preciso parainvestir nas obras de in-fraestrutura.

“Não dá para saber aindaporque estamos em fase em-brionária. Estamos começan-do a colocar tudo no papel,é um processo que requermuito cuidado”. (L.M.)

AA2244 Domingo, 2 de dezembro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Esportes JORNALO JORNALO

BateProntoVictor Mélo - [email protected]

AS PERSPECTIVAS PARA 2011

O ano começa no futebol alagoano apresentando um cenárioparecido com o da temporada passada. O ASA manteve a organi-zação e tem boas perspectivas para 2011. O clube não se expõe nomercado e segue a cartilha de contratar atletas de acordo com o seucapital. Aos poucos, o Alvinegro se reforça para o Estadual e temcomo único objetivo ficar com a taça. Sem sobressaltos, a diretoriae o técnico Vica pretendem impor a força do time sem fazer forçaou alarde. Obviamente, a vitrine do clube é mais valorizada queas dos primos mais pobres. Com um orçamento recheado pelas ex-celentes cotas da Série B, o ASA pode planejar a temporada comcuidado e autonomia.

O CSA é, sem dúvida, a boa nova do Estadual. Maior detentorde títulos em Alagoas, o Azulão retorna à elite projetando a dispu-ta pela taça. A força de sua nova equipe ainda não pode ser men-surada, mas, pelos nomes apresentados, existe a expectativa de queo caminho não seja tortuoso. A menos que graves problemas inter-nos apareçam durante o campeonato, o time não deve repetir o ve-xame de 2009, quando foi rebaixado pela segunda vez na década.Aquela equipe não era ruim, até porque eliminou o poderoso Santos,em plena Vila Belmiro, na Copa do Brasil. Quem derrubou o Azulãofoi o caos administrativo.

Dos grandes clubes do Estado, a situação mais preocupante é ado CRB. A eleição de Marcos Barbosa abriu feridas na Pajuçara.O grupo que queria Cícero Santana na presidência se movimentanos bastidores e promete empreender ações conjuntas para comba-ter a atual administração. Há ainda um grande embate interno noclube e, nesse momento, ele agrava a crise regatiana.

Para montar um time competitivo para o Estadual, a nova direçãorecorreu ao empresário Alex Fabiano, que já trabalha há alguns anosna Pajuçara. Até hoje, sua participação não foi muito proveitosa parao Galo, que entrou em decadência desde a queda para a Série C.

Os novos administradores do CRB precisam, primeiro, obter re-cursos para bancar sua folha, principalmente do futebol. O plane-jamento precisa ser seguido com disciplina chinesa. Um dos gra-ves erros da gestão Serafim foi a falta de organização em relação àformação das equipes. Gastava-se mais do que se arrecadava, e, nofim das temporadas, a cor do caixa fazia jus à camisa do clube. ASérie C deve apresentar nova fórmula neste ano, mas as quatrovagas na Segundona ainda mantêm as esperanças do otimista tor-cedor regatiano. Mas, para atingir seus objetivos ousados, o CRBtem a obrigação de mudar seus rumos.

MAIS DO MESMO

Se a vida dos clubes que se orgulham de contar comas maiores torcidas do Estado está complicada, imagine ados outros times que compõem a elite do futebolalagoano. Para sobreviver, o Corinthians-AL precisa fazerboas negociações, e isso tem atrapalhado o clube noEstadual. O Tricolor traz, sem dúvida, novidades ao con-servador mercado alagoano, mas, para se destacar entreos profissionais, precisa dosar a promoção de atletas dabase. Sem jogadores diferenciados na equipe, dificilmenteos meninos vão amadurecer durante o campeonato.

MURICI

O Murici poderia ter avançado no cenário nordestinoapós o título estadual, mas as ambições do atual campeãoalagoano ainda são modestas. O Alviverde desfez a equipeapós o Alagoano de 2010, não quis participar da Série D e,agora, sob o comando do técnico Gilmar Batista, tenta sereorganizar. Pelos nomes apresentados, deve tambémbrigar na parte de cima da tabela.

CORURIPE

O Coruripe cresceu rápido demais em Alagoas.Conquistou dois títulos, se arriscou nas disputas na-cionais, mas estagnou nas últimas temporadas. O clubetem uma boa estrutura e confia no trabalho do técnicoCelso Teixeira para atrapalhar a vida dos favoritos. Olongo período de inatividade no ano passado tirou o focodo clube e o interesse de sua torcida. Em 2011, o Hulk vaiprecisar recuperar seu espaço.

COADJUVANTES

Os outros quatro clubes que vão participar doEstadual 2011 são coadjuvantes. CSE, Sport SantoAntônio, Ipanema e Santa Rita montam elencos de acor-do com a limitação de seus caixas e dependem muito dotrabalho dos treinadores para surpreenderem. A princí-pio, a meta de todos eles é escapar da queda e depoisvoltar a hibernar durante o restante da temporada.

BOA NOVA

A liberação das principais praças esportivas deveser comemorada pelos clubes. Dessa forma, os prejuí-zos causados pelo Estadual nos últimos anos devemser bem menores. Os mais otimistas falam em equi-líbrio entre os gastos e a entrada de recursos, mas issovai depender muito da qualidade, principalmente dostimes formados por CSA, CRB e ASA.

Por enquanto, apenas ASA e CRB podem fazer umplanejamento para os dois semestres. O Alvinegro tempela frente a rentável Série B, e o Galo continua sendoo representante do Estado na Terceirona.

O Campeonato Alagoano começa no dia 15 de janeiro,com a partida entre ASA e Murici. No dia seguinte, a atra-ção vai ser o clássico entre CSA e CRB. Completam a roda-da, no dia 16, os jogos Corinthians-AL x Sport, Santa Ritax CSE e Ipanema x Coruripe.

A novidade do Estadual vai ser a disputa das par-tidas do campeonato sub-20 antes dos jogos entre osprofissionais. O torcedor vai ter a oportunidade deconferir como está sendo feito o trabalho de base deseu clube.

CURTO-CIRCUITO

Reformado, Rei Peléum dos trunfos doEstado

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JORNALO LO

DoisJORNA

BB11Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || ee--mmaaiill:: ccuullttuurraa@@oojjoorrnnaall--aall..ccoomm..bbrr

A nova era do patrimônioNide Lins

Repórter

o Convento Franciscano e Igreja

Conventual Nossa Senhora dos

Anjos, as imagens de anjos bar-

rocos esculpidas em arenito re-

tirado do rio São Francisco, com

mais de 300 anos, estavam sendo

cobertas pelo lodo do tempo, do

abandono, do descaso... Mas o

convento - um belo exemplar da

arquitetura barroca que teve sua

primeira pedra lançada em 1682,

uma obra erguida durante vários

anos - não será refém do tempo.

Tudo por causa de gente como

o alagoano Cristiano Gregório,

que dedica horas ao trabalho de

lapidar as pedras de arenito.

“Veja estas fotos, os anjos estão

cobertos por camada de lodo. E

agora olhe a fachada do con-

vento, os anjos limpos”, diz ele

orgulhoso de preservar a história

de sua cidade, Penedo.

O trabalho de Cristiano

Gregório não é em vão, o

Instituto do Patrimônio Histórico

e Artístico Nacional (Iphan) está

fomentando um novo conceito

de preservação, ou seja, não

basta restaurar e deixar pra lá,

mas dar uso correto aos bens

restaurados do patrimônio

histórico, garantindo a conser-

vação do bem. Quando o

Convento e a Igreja Nossa

Senhora dos Anjos abrirem suas

portas para missas, casamentos

e batizados também serão mais

um atrativo turístico da cidade.

E muito mais, o Iphan, respon-

sável pelo projeto de restauração

do convento, estuda, juntamente

com os religiosos da Ordem

Franciscana, a possibilidade de

alguns aposentos serem trans-

formados em meio de hos-

pedagem econômica.

Criar alternativa de sus-

tentabilidade aos bens históri-

cos restaurados é uma das ações

do Iphan no Estado, órgão que

encerrou o ano de 2010 com

saldo positivo para a memória

alagoana. Dos cinco Estados

(Pará, Ceará, Pernambuco, Ala-

goas e Bahia) que receberam re-

cursos orçamentários acima de

R$ 7 milhões para a preservação

do Patrimônio Cultural, Alagoas

foi quem mais executou os pro-

jetos, alcançando índice de 99%.

Para este ano novo, o orçamen-

to cresceu em 328% e passará a

ser de R$ 23 milhões para exe-

cução de projetos nas cidades de

Marechal Deodoro, Penedo,

Piranhas e Maceió.

A previsão é de tempo bom

para a memória alagoana, com

o Plano de Ação das Cidades

Históricas (o PAC das Cidades

Históricas), que prevê recursos

de R$ 180 milhões a serem apli-

cados até 2014 em três cidades

alagoanas que firmaram, em

conjunto com o governo do

Estado, o Acordo de Proteção

do Patrimônio Cultural com o

Iphan.

Agora, o passado renasce

pelas mãos de profissionais que

lapidam um novo capítulo da

memória cultural de Alagoas.

Leia mais nas páginas B2,

B3, B7 e B8

NPPaarraa eessttee aannoo nnoovvoo,,

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Nide Lins

Detalhe do arco do cruzeiro (já restaurado pelo Iphan) do Convento Franciscano e Igreja Conventual Nossa Senhora dos Anjos, na cidade de Penedo

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JORNALO JORNALOVariedadesDomingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] BB22

Antigo sobrado de três pavimentos de 1884, que foi sede da Maçonaria e berço de famílias penedenses, agora é Albergue do Patrimônio

A histórica cidade de Penedo começará a receber jovens estudantes que vão aprender na prática a importância da preservação

Fotos: Nide Lins

Arquivo Iphan

Os recursos do Institutodo Patrimônio Histórico eArtístico Nacional (Iphan)destinados para Alagoas noano passado prometemrender frutos por muitosanos, como é o caso do“Albergue do Patrimônio”,na cidade de Penedo.

O antigo sobrado de trêspavimentos de 1884, que jáfoi sede da Maçonaria eberço de famílias peneden-ses, foi restaurado, e a par-tir deste ano vai abrigar es-tudantes de escolas públi-cas, para desde cedo conhe-cerem e aprenderem e pre-servar o patrimônio histó-

rico de Penedo.O novo meio de hospe-

dagem conta com 40 leitosdistribuídos em 20 belichesinstalados no primeiroandar do sobrado.

Além das camas, o al-bergue está equipado comcopa/cozinha, elevadorpara portadores de necessi-dades especiais e um terra-ço nos fundos com vistapara o Rio São Francisco eo bairro Santo Antônio(Barro Vermelho). No quin-tal, um anfiteatro foi cons-truído para apresentaçõesculturais.

Segundo o Superinten-

dente do Iphan emAlagoas, o arquiteto MárioAloísio, a proposta do“Albergue do Patrimônio”é proporcionar aos estu-dantes de escolas públicasdo Estado o acesso à cultu-ra e aos bens culturais.“Queremos promover umaparceria entre as prefeiturase a Secretaria de Educaçãodo Estado para trazer os es-tudantes para conheceremo centro histórico dePenedo e a importância darestauração e preservaçãodos bens históricos”, disseMário Aloísio.

A administração do al-

bergue está sob a respon-sabilidade da Casa daAmizade, que está articu-lando parcerias tambémcom a unidade Ufal Penedo– que oferta os cursos deTurismo e de Engenhariade Pesca na cidade – paraações direcionadas ao setorde hotelaria, por exemplo.

No andar térreo do so-brado há duas salas para arealização dos trabalhos daAssociação de InclusãoSocial Bordadeiras dePenedo e uma loja com ré-plicas, em gesso, de facha-das de prédios históricosda cidade. (N.L.)

Albergue do Patrimônio, uma nova escola

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06h00 - Info09h30 - Brasil Caminhoneiro10h00 - Info11h00 - Auto+11h45 - Band Kids14h45 - Que Dureza15h15 - Sessão Especial

- Sansão e Dalila 18h30 - Domingo no Cinema

- Moisés21h30 - 8 Anos em 80 Minutos 23h00 - Canal Livre00h00 - Mundo Fashion00h30 - Show Business01h15 - Cine Band

- Adorável Pecadora03h30 - Vida Vitoriosa

Variedades

TTVV AABBEERRTTAAEDUCATIVA Canal 3

01h15 - IURD04h25 - Bíblia eEm Foco04h55 - Desenhos Bíblicos 05h45 - IURD - Nosso Tempo 06h15 - Desenhos Bíblicos07h00 - Record Kids08h00 - Ponto de Luz09h00 - Informativo Cesmac

09h30 - Conexão 10h00 - Alagoas da Sorte 11h00 - Tudo é Possível14h45 - Programa do Gugu 18h45 - Domingo Espetacular21h45 - Tela Máxima

- Mergulho Radical00h00 - IURD

TV GAZETA

04h50 - Santa Missa 05h50 - Sagrado06h00 - Gazeta Rural 06h30 - Pequenas Empresas07h05 - Globo Rural08h00 - Auto Esporte08h30 - Esporte Espetacular 11h45 - O Relógio da Aventura11h20 - Esquenta!

13h35 - Temperatura Máxima- As Crônicas De Nárnia - O Leão,

A Feiticeira E O Guarda-Roupa15h35 - Domingão do Faustão19h30 - Fantástico21h50 – Chico e Amigos22h30 - Domingo Maior

- Golpe Baixo00.25 - Sessão de Gala

- Meu Melhor Amigo

Canal 7 TV BANDEIRANTES Canal 38

TV ALAGOAS05h00 - Aventura Selvagem (Reprise)06h00 - Pesca Alternativa07h00 - Vrum07h30 - Ganhe Mais Dinheiro Com Jequiti08h00 - Igreja Mundial10h00 - Domingo Legal14h00 - Eliana

18h00 - Roda a Roda Jequiti18h45 - Programa Silvio Santos23h00 - De Frente Com Gabi00h00 - Série - Arquivo Morto // Cold Case01h00 - Série - Desaparecidos // Without a Trace02h00 - Série - Estética // Nip/Tuck03h00 - Encerramento

Canal 5

TV PAJUÇARA Canal 11

05h00 - Via Legal05h30 - Brasil Eleitor06h00 - Palavras de Vida07h00 - Santa Missa08h00 - Viola Minha Viola09h00 - A Turma do Pererê09h30 - Esquadrão Sobre Rodas10h00 - Castelo Rá-Tim-Bum10h30 - Janela Janelinha11h00 - ABZ do Ziraldo11h45 - Curta Criança12h00 - Um Menino MuitoMaluquinho12h30 - Catalendas 13h00 - Dango Balango

13h30 - TV Piá14h00 - Stadium15h00 - A'Uwê16h00 - Ver TV17h00 - De Lá Pra Cá17h30 - Cara e Coroa18h00 - Papo de Mãe19h00 - Conexão Roberto D'Ávila20h00 - EsportVisão21h30 - Copa Alagoana de Beach Soccer

(Local)23h45 - A Grande Música00h50 - DOC TV IV01h50 - Curta Brasil

JORNALO JORNALO

BB33Domingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Quando Alagoas era agregado daSuperintendência Regional de Sergipe, asverbas pingavam. Em 2004, a criação daSuperintendência do Iphan em Alagoas,sediada em Maceió, representou umanova era para a memória cultural doEstado.

O superintendente do Iphan-AL,Mário Aloísio, reconhece que a gestão dopresidente Luiz Fernando de Almeidadeu nova cara ao Instituto, além, claro,do aumento da receita para projetos derestauração e preservação do patrimônio.

“Acreditamos que a política de restau-ração, preservação e sustentabilidade vaicontinuar no governo Dilma Rousseff.Antes, o órgão era conhecido como re-pressor, que fiscalizava e punia. Hoje,existe um novo conceito do Iphan em pro-mover a educação patrimonial, de mos-trar que o prédio restaurado traz benefí-cios não apenas para o proprietário, maspara a cidade. A história preservada é umroteiro do turismo cultural e assim movi-menta a economia local”, disse Mário.

Para fortalecer as políticas de preser-vação, o Iphan em Alagoas conta com trêssedes de apoio nas cidades de Maceió,

Marechal Deodoro e Piranhas. Na capitalalagoana, um antigo armazém de açúcarabriga, desde o ano passado, a Casa doPatrimônio e a Sede do Iphan -AL.

Antes, era um armazém sem vida nemmovimento, agora, o público pode inte-ragir com a exposição “A Invenção daTerra”. A montagem abrange 800 peças dovasto acervo particular de arte popularda colecionadora e artista Tânia de MayaPedrosa, reconhecido como uma das maisimportantes coleções do Brasil.

Com os recursos de R$ 7,5 milhõesdescentralizados foram inaugurados,ainda, o Arquivo Público de Alagoas, tam-bém em um armazém da extinta RFFSAdo complexo ferroviário no Jaraguá, aCasa do Patrimônio de Piranhas (que abri-ga exposição de miniaturas de embarca-ções e onde vai funcionar uma escola deminiaturas), o Núcleo de Pesquisas daUfal e um Ponto de Cultura em MarechalDeodoro.

“A Casa do Patrimônio não é apenasum escritório do Iphan, mas atende aonovo conceito de criar espaços vivos compalestras, exposições, filmes...”, diz MárioAloísio. (N.L.)

Novas sedes, um centro de referência

Mário Aloíso: “A Casa do Patrimônio não é apenas um escritório, mas um espaço vivo”

Fotos: Nide Lins

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JORNALO JORNALOVariedadesDomingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] BB66

Em BreveEm Cartaz

Hoje

[email protected]

Roteiro Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Literatura Artesanato

�� “Um Certo Olhar Cavalcante”continua exposta na Pina-coteca Universitária abrigaaté 21 de janeiro. A retros-pectiva da artista Eva Ca-valcante oferece ao públicoobjetos, recortes, fotografiase desenhos. Visitação: de se-gunda a sexta-feira, das8h30 às 20h. Mais informa-ções: (82) 3221-7230.

�� As inscrições para o Brin-cando no Sesc, a maior co-lônia de férias da cidadecom jogos aquáticos, ofici-nas, brincadeiras e passeiostemáticos. A brincadeiraacontece de 17 a 21 de ja-neiro no Sesc Guaxuma.Inscrições: R$ 75 (depen-dente de comerciário); R$90 (dependente de conve-niado); R$ 160 (dependen-te de usuário), até 14 de ja-neiro 2011 no Sesc Poço(Rua Pedro Paulino, 40,Poço) e Sesc Centro (RuaBarão de Alagoas, 229, Cen-tro). Vagas limitadas. Maisinformações: 0800 284 2440.

�� A exposição “De chapéus ecoroas é o Guerreiro dasAlagoas” fica exposta noMuseu Théo Brandão-Ufal(Av. da Paz, 1490 - Centro deMaceió) até o dia 29 de ja-neiro de 2011, no horário defuncionamento do Museu(de terça a sexta, das 9h às17h, e aos sábados, das 14hàs 17h). Entrada franca.

�� A exposição Sobreluzes, daartista visual Myrna Mara-cajá, está acontecendo naGaleria Sesc Arapiraca (R.Manoel Cazuza, s/n, SantaEdwiges, Arapiraca, AL). Amostra com fotografias, de-senhos e gravuras digitaispermanece até 31 de janei-ro 2011. Mais informações:0800 284 2440 / (82)3326-3133.

�� A Pinacoteca Universitáriaabriu inscrições para os artis-tas interessados em exporsuas obras no ano de 2011. OEdital de Exposições está dis-ponível no site da Pinacoteca(www.ufal.br/pinacoteca) eos interessados podem seinscrever até o próximo dia31 de janeiro. Mais informa-ções: [email protected] /(82) 3221-7230.

�� Música ao vivo com a banda Sambakana, às 13h, no Sesc Guaxuma (R. Cel Mário Saraiva, Manoel Cazuza, s/n, Guaxuma).Ingressos: R$ 6 a R$ 15 / gratuito para comerciários. Mais informações: 0800 284 2440.

�� A tradicional Feira de Troca de Livros do Sesc (foto) chega a sua 21ª edição e afirma-secomo a principal alternativa para famílias de baixa renda adquirirem livros didáticospara seus filhos. Por essa razão, a ação contribui para a democratização do acesso à cul-tura e à informação, dando a todos a possibilidade de adquirirem um material didáti-co de qualidade. Em Maceió, a feira acontece de 10 a 15 de janeiro, das 9h às 17h, noSesc Poço. Em Arapiraca, será realizada de 10 a 13 de janeiro, também das 09h às 17h,no Sesc Arapiraca.

�� Os inesquecíveis anos 80 serão lembrados ao som das bandas Anonimato, Metamorfose eDj Zarão, no dia 15 janeiro, graças à festa O Reencontro de uma Geração – 2011, no Clubedos Fumicultores de Arapiraca. Mais informações: (82) 9102-7202.

�� Após dois anos sem fazer shows, a bandaNós, Os Diletantes – antiga Diletantes –volta a se reunir na terra natal e abre atemporada 2011 do projeto QuartasMusicais do Sesc. O grupo se apresentano dia 12 de janeiro, às 20h, no TeatroJofre Soares (Maceió), com um show bemdiferente dos anteriores. No repertório,que passeia suavemente da bossa ao rock,mais da metade das canções são inéditas.

�� Depois do enorme sucesso de “NotíciasPopulares”, “Hermanoteu na Terra deGodag” e “Futebol”, o grupo Os Melhoresdo Mundo trazem para Maceió “Sexo – acomédia”. As apresentações acontecemdias 29 e 30 de janeiro de 2011, no TeatroGustavo Leite (Centro Cultural e deExposições de Maceió). Ingressos: vão estardisponíveis para vendas em breve no standSue Chamusca (Maceió Shopping).

Page 26: OJORNAL 02/01/2011

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JORNALO JORNALOVariedadesDomingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] BB77

Tempo bom para a me-mória cultural de Alagoas éa previsão do Iphan, que jácomeçou o ano de 2011 comcrescimento de 328% emseus recursos, que passa-ram de R$ 7,5 milhões paraR$ 23 milhões, em projetosa serem executados nas ci-dades de MarechalDeodoro, Penedo, Piranhase Maceió. Mas para este anotambém tem os recursos doPlano de Ação das CidadesHistóricas (o PAC dasCidades Históricas), queprevê aplicação de recursosno montante de R$ 180 mi-lhões até 2014.

Os R$ 23 milhões sãopara os projetos de enterra-mento de toda a fiaçãoaérea na área tombada dascidades de Penedo, Pira-nhas e Marechal Deodoro,além de drenagem e sanea-mento de Piranhas (Pira-nhas de baixo).

Já em Maceió, o chefe daDivisão Técnica Pablo Maia,disse que o projeto de res-tauração do InstitutoHistórico e Geográfico deAlagoas (IHGAL) e do pré-

dio da Antiga Perseverançaé uma das prioridades daSuperintendência do Iphan-AL.

Outros projetos paraeste ano são: a Igreja deNossa Senhora da Con-ceição, no povoado deEntremontes (Piranhas),que recebeu a visita de DomPedro II; a conclusão da res-tauração do Convento eIgreja Nossa Senhora dosAnjos, em Penedo; um esta-cionamento subterrâneo noLargo da Igreja de SãoGonçalo Garcia, em Penedoe Marina de Penedo.

Ainda este ano, em par-ceria com o Banco Nacionalde Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES),a cidade de MarechalDeodoro conta com trêsprojetos para serem execu-tados, os pólos: do músico,do pescador e do artesão.O do pescador visa preser-var a técnica da pesca arte-sanal e a festa de São Pedro.

O projeto também pro-põe resgatar o mercado dopeixe, para comercializaçãodos pescados sem atraves-

sadores, administrado pelacolônia de pescadores.

Segundo o Chefe Ad-ministrativo do Iphan,Marcos Rêgo, o ProgramaCidade-Pólo do BNDES nãoprevê financiamento paraconstrução, mas libera re-cursos para restauraçãocom fins de sustentabilida-de do bem restaurado, tantoque a construção do novomercado está sendo arcadapelo Iphan, e o antigo mer-cado será restaurado paraabrigar o pólo do artesãoque será destinado a um es-paço de produção e venda.

No pólo do músico serácriado um conservatórioque possibilitará aos músi-cos das filarmônicas deMarechal Deodoro recebe-rem a certificação.

O Chefe da DivisãoAdministrativa MarcosRêgo informou também quepara 2011 existe um estudopara o resgate do barcoComendador Peixoto, queteve seu apogeu na épocadas embarcações a vapor eestá naufragado no Rio SãoFrancisco da cidade de

Penedo. “Primeiro, vamos apre-

sentar um projeto para res-gatar o navio do fundo dorio, para depois, em terra,podermos estimar os cus-tos para sua restauração”,conta Marcos Rêgo.

O município de Penedo,pela sua localização, comedifícios disponíveis paraserem adaptados comopousadas e estrutura viáriae aérea, está no foco de umestudo de viabilidade eco-nômica para ser transfor-mado em uma CidadeCentro de Convenções,sendo incluído no roteirodo turismo de eventos, osegmento que mais cresceno setor.

Uma das ações para essatransformação é a restaura-ção do antigo Cinema doHotel São Francisco – oqual, nos tempos áureos, foipalco dos inesquecíveisFestivais de Cinema - quepoderá abrigar eventos mé-dios agregando mais valorao Hotel, fomentando e mo-vimentando a economialocal da cidade. (N.L.)

Tempo bom para a memória cultural

A Igreja Nossa Senhora da Conceição, no povoado de Entremontes, na cidade de Piranhas, recebeu a visita de Dom Pedro II

Nide Lins

Arquivo Iphan

Page 27: OJORNAL 02/01/2011

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JORNALO JORNALOVariedadesDomingo, 2 de janeiro de 2011 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] BB88

Fotos: Nide Lins

Arquivo Iphan

Você sabe pintar as unhas? Estapergunta foi feita pelo restauradorVitor Cornejo à alagoana MariaGirleide dos Santos, garçonete numbar da orla do Rio São Francisco.Como ela disse sim, o restauradorfez o convite para ela fazer um testede pintura. Aprovada, Girleide, como passar do tempo, tornou-se espe-cialista de douramento em folha deouro e reintegração da policromianos elementos decorativos oConvento Franciscano e IgrejaConventual Nossa Senhora dosAnjos, na cidade de Penedo, cons-truído há mais de 300 anos.

"Nasci em Penedo, sempre passeipelo convento e não dava a mínima.Mas o trabalho de restauro desper-tou minha consciência para preser-var nossas igrejas e nossa história.Hoje sou uma defensora do patri-mônio histórico de Penedo", conta asimpática Maria Girleide, 22 anos.

Outro talento descoberto emPenedo é Wallisson José Santos, 21anos. "Passei pelo convento e vi umaplaca sobre a restauração, entrei, per-guntei se tinha vaga, fiz o teste e fi-quei. A gente pega a peça de madei-ra corroída pelo cupim e, ao final dotrabalho, vê o altar todo restaurado;

é muito legal. Hoje vejo Penedo comoutro olhar, o de preservação", dizWallisson.

Descobrir novos talentos é umadas facetas do restaurador doConvento , Vitor Cornejo, que há 17anos trabalha em monumentos his-tóricos no Brasil. Hoje ele defende acriação de uma oficina para formarauxiliares de restauradores para aten-der à demanda de restaurações emprédios históricos de Alagoas.

"Restaurar é uma arte. Todos quetrabalham no convento têm uma par-ticularidade. É preciso ter paixão,zelo e entendimento do trabalho, queé minucioso. Quando começamosuma restauração é preciso ver quepor trás de uma pintura se escon-dem verdadeiras obras de arte. Umexemplo é o Oratório da Forca, quepor baixo de várias camadas de re-pintura escondia um painel estilobarroco que foi recuperado", contaVitor.

O valor de restauração doConvento está orçado em R$ 1,5 mi-lhão e compreende a recuperaçãodas áreas de cantarias, estrutura doforro, telhados e os elementos inte-grados (altares, tribunas, canelos).

Segundo Vitor, o trabalho de res-

tauração requer o uso de várias téc-nicas. A madeira danificada peloscupins, por exemplo, é substituídapor um suporte de blocos de cedropara permitir a mobilidade da ma-deira para resistir às mudanças datemperatura, permitindo maiortempo de vida.

HISTÓRIA - Segundo a arqui-teta, restauradora e estudiosa da ar-quitetura dos Conventos Fran-ciscanos em Alagoas, Ana CláudiaMagalhães, o convento de Penedose destaca arquitetonicamente emmeio ao casario de proporções maisdelicadas, pela volumetria imponen-te, pelos valores artísticos integradosà construção, representados pelos re-tábulos, púlpitos, imagens, a maio-ria confeccionada em madeira co-berta com ouro.

Ainda segundo Ana Cláudia, aconstrução do convento em Penedoaconteceu em várias etapas, se es-tendendo por séculos. Em 1660 al-guns frades foram enviados a Penedopara começar a construção do con-vento e de uma escola.

Aconstrução foi iniciada por umaigrejinha e um recolhimento que ser-via de habitação para os frades. Neste

templo de características singelas,havia um sacrário, no qual foi depo-sitado o Santíssimo e realizaram-seas cerimônias e rituais próprios daépoca, destacando os da SemanaSanta, de especial predileção para osfrades franciscanos.

Em 1661, os frades deixaram ahabitação comum, na qual haviam seinstalado provisoriamente e se mu-daram para o recolhimento, entãoapto a acomodá-los. Neste local, osreligiosos moraram durante vinteanos, até 1682, quando se lançou apedra fundamental do que viria aser o convento definitivo.

O Convento Franciscano dePenedo tinha uma posição de desta-que dentre os demais, foi pioneirona libertação de escravos, cerca de53 anos antes da abolição da escra-vatura, ocorrida só em 1888.

Com um passado glorioso, oConvento Franciscano e IgrejaConventual Nossa Senhora dosAnjos, do século 18, é um belo exem-plar da arquitetura barroca e deve-rá abrir suas portas em julho desteano, marcando uma nova era para opatrimônio histórico do Estado, naqual a consciência começa a ser res-taurada. (N.L.)

Restauração de convento descobre novos talentos

Girleide e Wallisson, dois novos talentos dacidade de Penedo,sonham com uma escolade restauração

Cristo antes de ser restaurado no Convento de Penedo