o_jejum_e_o_sabado_verdadeiro

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    O Jejum e oSbado

    verdadeiroDeixando para trs a sombra dos bens futuros,

    prossigamos em conhecer o Senhor, pois a realidade

    encontra-se em Cristo

    Claudio Crispim

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    Claudio Crispim

    O Jejum e oSbado

    verdadeiro

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    O jejum e o sbado verdadeiro

    CLAUDIO CRISPIM | www.estudobiblico.org

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    Claudio Crispim

    O Jejum e o

    Sbadoverdadeiro

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    Claudio Crispim

    Copyright : Claudio Ferreira Crispim

    Editorao: Claudio Ferreira Crispim

    Capa: Claudio Ferreira Crispim

    2010

    Proibida a reproduo total ou parcial.

    Os infratores sero responsabilizados na forma da lei.

    Editor autor

    Claudio Crispim

    www.estudobiblico.org

    E-mail: claudio.crispim(ar-ro-ba)gmail.com

    http://www.estudobiblico.org/http://www.estudobiblico.org/http://www.estudobiblico.org/
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    Que possamos deixar para trs tudo que pertinente a

    sombra dos bens futuros, pois tais sacrifcios que

    continuamente se oferecem no aperfeioam os que cultuam,

    porm, ao prosseguir em conhecer o Senhor, a realidade dos

    bem futuros, possvel oferecer em sacrifcio o fruto dos lbios,

    que professam o seu Nome

    "PORQUE tendo a lei a sombra dos bens futuros, e no a imagem exata das coisas, nunca,

    pelos mesmos sacrifcios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeioar os

    que a eles se chegam (...) Portanto, ofereamos sempre por ele a Deus sacrifcio de louvor,

    isto , o fruto dos lbios que confessam o seu nome ( Hebreus 10:1 e 13:15 )

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    Claudio Crispim

    Dedicatria

    minha esposa Jussara Crispim, companheira fiel e amiga

    em todos os momentos, e o seu valor excede ao de

    muitos rubis.

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    sta obra constitui-se um comentrio ao captulo 58 do

    Livro do profeta Isaias, e aborda dois temas que merecem

    a considerao de qualquer estudante aplicado das

    Escrituras: o jejum e o sbado.

    Pela abundancia de informaes que contm, a presente obra

    pode ser considerada de importncia impar aos cristos, pois

    visa conscientiz-los a deixar para trs tudo o que pertinente

    a sombra dos bens futuros, pois os sacrifcios que

    continuamente se ofereciam segundo a compreenso distorcida

    que os judeus possuam da lei, jamais podem aperfeioar os

    que cultuam a Deus.

    Que todos os cristos possam prosseguir em conhecer o

    Senhor, pois Ele a realidade dos bem futuros, e somente por

    intermdio dEle possvel ao homem oferecer em sacrifcio o

    fruto dos lbios.

    Claudio CrispimArticulista do Portal Estudo Bblico

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    Claudio Crispim

    Sumrio

    Introduo ........................................................

    O pecado de Israel .........................................

    Corao distante .............................................

    Por que no responde? ..................................

    No jejuem como hoje ...................................

    O jejum escolhido ...........................................Ligaduras da impiedade ................................

    O po verdadeiro ............................................

    Luz como a alva ..............................................

    Eis-me aqui! .....................................................

    Abrindo a alma ...............................................

    Fonte de gua viva .........................................

    Edificao do Senhor ......................................

    A alegria do Senhor ........................................

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    Concluso ........................................................

    Bibliografia .......................................................

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    Introduo

    E isto vos ser por estatuto perptuo: no stimo ms, aos dez do ms,afligireis as vossas almas, e nenhum trabalho fareis nem o natural nem o

    estrangeiro que peregrina entre vs ( Lv 16:29 )

    uma determinao divina ao povo de Israel que serefere s prticas que denominamos jejum: um dia pr-determinado para que o povo afligisse (jejum) as suas

    almas e no podiam exercer nenhum ofcio (trabalho).

    Deus instituiu que o povo de Israel jejuaria (afligiria as suas almas)no dia dez do stimo ms, e que este dia tambm deveria ser umdia reservado para descanso ( Lv 16:31 ; Nm 29:7 ).

    Mas, como jejuar, ou melhor, como afligir a alma? Qual overdadeiro jejum?

    O povo de Israel sempre buscou cumprir a determinao divina,porm, juntamente com os seus interpretes entenderam que, paraafligir a alma (jejuar) bastava ficar cabisbaixo, com o semblante

    triste, sem comer, sem beber, sem lavar o rosto, sem utilizarperfumes, utilizando sacos em lugar de vestes, e at mesmo deitarcinzas sobre a cabea.

    Por entenderem que Deus se agradava de quem afligia o corpo,as prticas acima elencadas tornaram-se freqentes. Dentre elas,a abstinncia de alimentos tornou-se uma das prticas maisutilizadas como meio de se achegar a Deus.

    O apstolo Paulo viu algumas pessoas cumprindo essas proibies

    que se baseiam em no toques, no proves e no manuseiessendo empregas como meio de se achegar a Deus e avisou quetais prticas eram princpios prprios ao mundo, preceitos dehomem, visto que consistia somente em aparncia de sabedoria,culto voluntrio, humildade fingida, severidade com o corpo, masno tinha valor algum para extirpar a natureza pecaminosaherdada de Ado ( Cl 2:20 -23).

    A anlise do captulo 58 de Isaias esclarece qual o verdadeiro

    jejum estabelecido e porque o jejum praticado pelo povo deIsrael no era aceito por Deus.

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    O pecado de Israel

    1 Clama em alta voz, no te detenhas, levanta a tua voz como atrombeta e anuncia ao meu povo a sua transgresso, e casa de Jacos seus pecados.

    profeta Isaias foi comissionado por Deus a anunciar edemonstrar qual era a transgresso de Israel.

    Isaias precisava anunciar em alta voz, a plenos pulmes,ou seja, como uma trombeta, quais eram os pecados da casa deJac. Os pecados de Israel precisavam ser anunciados como quepor uma trombeta, pois apesar de escutarem no davamouvidos.

    Neste verso h um trocadilho aos moldes do verso 1 do captulo48 de Isaias: Ouvi isto, casa de Jac, que vos chamais do nomede Israel, e sastes das guas de Jud, que jurais pelo nome doSENHOR, e fazeis meno do Deus de Israel, mas no em verdadenem em justia ( Is 48:1 ).

    O significado do nome Jac suplantador, porm, foi tido porenganador pelo seu irmo Esa ( Gn 27:36 ) , ou seja, o povo seautonomeava o Israel de Deus, mas no passavam de casa doengano, isto porque faziam ...meno do nome do Deus deIsrael, mas no em verdade nem em justia ( Is 48:1 ).

    Qual a transgresso do povo de Israel? Qual o pecado dos filhosde Jac?

    O pecado do povo de Israel decorre do pecado de Ado, o

    primeiro pai da humanidade, e os interpretes de Israel nocompreenderam esta verdade ... porque eu sabia que procederiasmuito perfidamente, e que eras chamado transgressor desde o ventre (

    Is 48:8 compare com Sl 58:3 ).

    Por serem descendentes da carne de Abrao, o povo de Israelentendia que eram filhos de Deus e, que, portanto, estavam livresda condenao de Ado "Teu primeiro pai pecou, e os teusintrpretes prevaricaram contra mim" ( Is 43:27 ).

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    No atinaram que todos os homens, inclusive os filhos de Jac,desviaram-se e juntamente se fizeram imundos por causa datransgresso de Ado "Desviaram-se todos, e juntamente sefizeram imundos; no h quem faa o bem, no, nem sequer um"

    ( Sl 53:3 ).

    Para se livrar do pecado de Ado no basta ao homem serdescendente da carne de Abrao, antes necessrio ter amesma f que o crente Abrao para alcanar a justificaodivina Nem por serem descendncia de Abrao so todos filhos;mas: Em Isaque ser chamada a tua descendncia. Isto , noso os filhos da carne que so filhos de Deus, mas os filhos dapromessa so contados como descendncia ( Rm 9:7- 8).

    A tarefa do profeta Isaias foi semelhante de Joo Batista, umavez que ambos precisavam dissuadir o seu povo de presumir por simesmo que era salvo por ser descendente de Abrao E nopresumais, de vs mesmos, dizendo: Temos por pai a Abrao;porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode

    suscitar filhos a Abrao ( Mt 3:9 ).

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    Corao distante

    2 Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meuscaminhos, como um povo que pratica justia, e no deixa o direito doseu Deus; perguntam-me pelos direitos da justia, e tm prazer em sechegarem a Deus,

    pesar da necessidade de se apontar o pecado do povode Israel, Deus chama a ateno do profeta para umaquesto importante Todavia... (v. 2).

    Apesar de continuarem sendo transgressores, todos os dias, osfilhos de Jac (filhos da desobedincia, filhos da ira, ou filho doenganador) pareciam procurar a Deus. Apesar de serempecadores, os filhos de Jac pareciam sentir prazer em perscrutarqual seria o caminho do Senhor ( Is 48:1 ).

    de se estranhar, mas apesar de Deus anunciar os pecados dosfilhos de Jac, eles se portavam como se praticassem a justiaexigida por Deus. Portavam-se como se praticassem a lei deDeus, porm, eram pecadores e transgressores!

    O povo de Israel se ocupava em perguntar pelas questespertinentes lei e demonstrava estar feliz por ir ao templo comose estivesse em plena comunho com Deus. Eles possuam zelo deDeus, porm, como disse o apstolo Paulo, sem entendimento (Rm 10:2 ).

    Honravam a Deus somente com a boca, obedeciam somenteaos homens, no entanto, permaneciam longe de Deus "Porque o

    Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a suaboca, e com os seus lbios me honra, mas o seu corao seafasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste sem mandamentos de homens, em que foi instrudo" ( Is 29:13 ).

    A

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    Por que no responde?

    3 Dizendo: Por que jejuamos ns, e tu no atentas para isso? Por queafligimos as nossas almas, e tu no o sabes? Eis que no dia em quejejuais achais o vosso prprio contentamento, e requereis todo o vossotrabalho.

    uando questionavam por que Deus no atentava paraeles quando afligiam as suas almas (jejuavam), istodemonstra que buscavam saber os caminhos de Deus

    Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os

    meus caminhos, como um povo que pratica justia (...) Dizendo:Por que jejuamos ns, e tu no atentas para isso? Por queafligimos as nossas almas, e tu no o sabes? (v. 2 -3)

    Pelo fato de:

    a)Entenderem que procuravam a Deus continuamente;b)Entenderem que tinham prazer em saber os caminhos de

    Deus;c) Por portarem-se como um povo que praticava a justia;

    d)Por no deixarem o direito (lei) de Deus;

    e) Por quererem saber pelos direitos da justia, e;f) Por entenderem que tinham prazer em se achegarem a

    Deus.

    O povo de Israel ficava apreensivo e questionavam porque Deusno os atendia. As perguntas deste verso surgiram porque o povode Israel entendia que era fiel a Deus em tudo que foi prescrito nalei, mas que Deus no os atendia por capricho.

    Estas eram as perguntas formuladas pelo povo:

    a) Por que Deus no atendia o jejum que faziam? e;b) Por que Deus parecia desconhecer que jejuavam?

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    No jejuem como hoje

    4 Eis que para contendas e debates jejuais, e para ferirdes com punhoinquo; no jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa voz no alto.

    sta a resposta de Deus s perguntas formuladas pelo povode Israel: Eis que no dia em que jejuais achais o vossoprprio contentamento ( Mt 6:16 ),e requereis todo o vosso

    trabalho. Eis que para contendas e debates jejuais, e para ferirdescom punho inquo; no jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa

    voz no alto (v. 3 e 4).

    Por se absterem de comer, de beber, de trabalhar, etc., o povode Israel entendiam que estavam realizando uma obra que Deuslhes havia comissionado, porm, tal obra pertencia somente aeles (vosso trabalho). Por jejuarem, entendiam que Deus lhesdevia alguma coisas (v. 3).

    Deus observa que eles jejuavam para satisfazer uma disposiointerna que lhes era prprio: a voluntariedade, porm buscavamcumprir a lei segundo um entendimento carnal (buscavam um

    contentamento prprio), e queriam que Deus lhes retribusse pelosjejuns realizados "As quais tm, na verdade, alguma aparncia desabedoria, em devoo voluntria, humildade, e em disciplina docorpo, mas no so de valor algum seno para a satisfao dacarne" ( Cl 2:23 ).

    Alm do mais, eles jejuavam para contenderem entre si, com ofito de dar sustentao aos seus argumentos quando em debates,e com tais prticas obtinham armas com que ferirem o prximo

    e ganhar a discusso, porm, Deus os alerta para que noprocedessem desta forma.

    No deviam jejuar somente para tornar pblico a suareligiosidade, como continuaram fazendo os escribas e os fariseus poca de Cristo.

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    Claudio Crispim

    O jejum escolhido

    5 Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a suaalma, que incline a sua cabea como o junco, e estenda debaixo de sisaco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazvel ao SENHOR?

    este verso Deus questiona seus interlocutores acerca do jejum que praticavam Seria este o jejum que euescolheria..? (v. 5).

    Deus demonstra atravs de perguntas que o jejum que ordenouao seu povo no consistia em ficarem contristados e cabisbaixos.Jejuar no consistia em no utilizar perfumes, em no lavar orosto, ou cobrir-se com saco e deitar-se sobre cinzas. Rasgar asvestimentas no era jejum e nem significava que o homem tinhase tornado agradvel a Deus ( Jr 14:10 ). Tais prticas nopromovem a aflio na alma que exigida por Deus ( Lv 29:7 ).

    O Senhor rejeitou os jejuns do povo de Israel, pois eles eram deduras servis, ou seja, eram insubordinados, gostavam de andarerrantes, pois seguiam seus prprios pensamentos, e no a lei de

    Deus Assim diz o SENHOR, acerca deste povo: Pois que tantogostaram de andar errantes, e no retiveram os seus ps, por issoo SENHOR no se agrada deles, mas agora se lembrar dainiqidade deles, e visitar os seus pecados. Disse-me mais oSENHOR: No rogues por este povo para seu bem. Quando jejuarem, no ouvirei o seu clamor, e quando ofereceremholocaustos e ofertas de alimentos, no me agradarei deles;antes eu os consumirei pela espada, e pela fome e pela peste (Jr 14:10 -12).

    Observe que o profeta Jeremias tambm apregoou que o povode Israel era inquo. Por qu? Porque eram de dura servis, ouseja, no obedeciam ao Senhor, no deixavam ser guiados peloSenhor ( Is 66:3 ).

    Deus no se agradava dos filhos de Jac e haveria de puni-los.Por qu? Por que gostavam de andar errantes, ou seja,continuavam errantes uma vez que se extraviaram em Ado e

    permaneciam escolhendo os seus prprios caminhos ( Sl 53:3 ).

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    Desde a concepo se desviaram, e no retiraram os seus ps docaminho largo de perdio, e por isso, Deus no se agradavadeles ( Sl 58:3 ). Eles no eram filhos de Abrao, ou seja, filhos deDeus, pois ainda permaneciam sendo filhos do primeiro pai da

    humanidade, Ado "Teu primeiro pai pecou, e os teus intrpretesprevaricaram contra mim" ( Is 43:27 ).

    Atravs deste verso fica claro que Deus no se agradava do queentendiam ser um jejum agradvel a Deus. Deus aponta para ojejum que realizavam, e recrimina todos os filhos de Jac, dizendo:Seria este o jejum que Eu escolheria...?. A resposta : No! (v. 5).

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    Claudio Crispim

    Ligaduras da impiedade

    6 Porventura no este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras daimpiedade, que desfaas as ataduras do jugo e que deixes livres osoprimidos, e despedaces todo o jugo?

    este verso Deus apresenta o jejum que havia estipuladopara o seu povo, e que haviam distorcido. Somente domodo descrito neste verso verdadeiramente afligiriam a

    alma! Somente deste modo afligiriam a alma a ponto de serem

    vivificados pelo Senhor ( Is 57:15 ).

    O verdadeiro jejum (que Deus estipulou para o seu povo) consisteem soltar as ligaduras da impiedade, o mesmo que desfazer asataduras do jugo, o mesmo que libertaros oprimidos, o mesmoque soltaros presos de suas prises (v. 6).

    O que seria as ligaduras da impiedade? poca do profetaIsaias havia muitos doentes que necessitavam que as suas feridasfossem tratadas. Seria esta a recomendao divina? Que o povode Israel fosse caridoso e tratasse dos ferimentos dos

    necessitados? Deus estava estabelecendo uma sociedade maisjusta e igualitria? No!

    Observe que a ligadura que se devia soltar especfica: aligadura da impiedade. Todos em Israel deviam livrar-se destetrapo de imundcie posto sobre as chagas do pecado.Precisavam livrar-se dos curativos que cobriam as chagas dopecado, pois as chagas os tornavam imundos diante de Deus.

    Qual a atadura do jugo, ou atadura da servido? De que jugo Deus estava protestando? Do jugo do pecado, da servidoao pecado, conforme o exposto no verso 1. A atadura diz dodomnio que o pecado exerce sobre os filhos de Jac e sobretodos os homens que no crem em Deus.

    certo que poca de Isaias havia escravos que serviam aosseus senhores em Israel. Seria o caso de Deus estar requerendodos israelitas que tratassem melhor os seus servos, ou que fossemmais humanitrios com aqueles que estavam presos emmasmorras? No!

    N

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    Ao ler este verso, no se deve ignorar que os termos: jugo eligadura esto relacionados com a palavra impiedade, ou seja,de acordo com as escrituras, mpio aquele que est distante deDeus.

    Como podiam jejuar segundo a palavra do Senhor se o povo deIsrael permanecia preso ao pecado e sobrecarregado deiniqidades? Como soltar as ligaduras da impiedade se o povo deIsrael permanecia sendo transgressores diante de Deus?

    Como soltar as ligaduras da impiedade? Como desfazer asataduras do pecado? Como deixar os oprimidos (quebrantados)livres? Como jejuar segundo o jejum estipulado pelo Senhor?

    Soltar as ligaduras da impiedade algo possvel somente a Deus( Jr 2:20 ). Tornar os oprimidos livres no obra de homens, obrade Deus "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos,e eu vos aliviarei" ( Mt 11:28 ). As ataduras do jugo do pecadosomente Deus pode remov-las " SENHOR, deveras sou teuservo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhasataduras" ( Sl 116:16 compare com v. 6).

    Por que o verdadeiro jejum refere-se a algo que somente Deus

    pode realizar? Por que Deus determinou ao povo que afligisse aalma?

    Ora, Deus estabeleceu o afligir da alma como estatuto para queo povo de Israel compreendesse que necessitavam confiar nEle.O afligir da alma exigido no dia dez do stimo ms era parademonstrar que, mesmo aps terem sido resgatados do Egito,ainda continuavam presos ao pecado.

    Eles precisavam compreender que quando foram resgatados do

    Egito somente ocorreu uma libertao nacional, o que nopoderia ser confundido com libertao do pecado.

    Observe que Deus deixou o povo de Israel vagando pelo deserto,at mesmo deixou o povo ter fome, e depois o alimentou com opo dos anjos, para dar-lhes a entender que no de po que ohomem adquire vida, antes das palavras provenientes da bocade Deus "E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com oman, que tu no conheceste, nem teus pais o conheceram;

    para te dar a entender que o homem no viver s de po, masde tudo o que sai da boca do SENHOR viver o homem" ( Dt 8:3 ).

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    Isto quer dizer que, mesmo aps terem sido resgatados do Egito osfilhos de Jac ainda permaneciam mortos em delitos e pecados,e que necessitavam da palavra de Deus para adquirirem vida"Entre os quais todos ns (Judeus e gentios) tambm antes

    andvamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade dacarne e dos pensamentos; e ramos por natureza filhos da ira,como os outros tambm" ( Ef 2:3 ); "E vos vivificou, estando vsmortos em ofensas e pecados" ( Ef 2:1 ); "Isto , Deus estava emCristo reconciliando consigo o mundo, no lhes imputando os seuspecados; e ps em ns a palavra da reconciliao" ( 2Co 5:19 ).

    Quando estavam sendo resgatados do Egito, Deus instituiu aopovo de Israel que deveriam comer ervas amargas juntamente

    com o cordeiro sem mcula e mancha ( Ex 12:8 ).E como deveriam comer o cordeiro juntamente com as ervasamargas? Com: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nosps, e o vosso cajado na mo; e o comereis apressadamente;esta a pscoa do SENHOR ( Ex 12:11 ), o que se tornou ummemorial da condio aflita que o povo estava antes de serresgatado do Egito, e de como Deus trabalhou poderosamentepara resgat-los ( Ex 12:12 ; Ex 12:14 ).

    Os filhos de Jac estavam aflitos, cansados e sobrecarregadospor causa da opresso do Egito, e Deus obrou poderosamente,provendo ao povo de Israel libertao das mos dos egpcios.

    Ao instituir que deviam afligir a alma, Deus estava dando aentender ao povo de Israel que s foram libertos da escravidodo Egito, porm, estavam sob a servido do pecado.

    E para serem livres do pecado precisavam confiar em Deus quehaveria de libert-los de modo semelhante quando estavam soba servido no Egito.

    Do mesmo modo que as ervas amargas constituram-se um tipoda aflio de quando o povo de Israel estava para ser resgatadodo Egito, ao instituir o jejum, que o afligir da alma (afligir a alma figura do jugo da servido), Deus estabeleceu elementos paradar a entender ao povo que permaneciam sob domnio dopecado e que necessitavam de Deus para resgat-los.

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    As ervas amargas foi Deus que instituiu, assim como o afligir daalma, dois tipos que representam a aflio fsica e espiritual dopovo de Israel.

    Ao instituir o jejum Deus estava demonstrando que os filhos deJac eram prisioneiros do pecado e que somente na presena doSenhor seriam purificados Diante do Senhor sereis purificados... (Lv 16:30 ), assim como o foi Abrao ... ande na minha presena,e s perfeito ( Gn 17:1 ; Dt 18:13 e Mt 5:48 ).

    Para se tornarem filhos de Abrao o povo de Israel precisava dapresena do Senhor, porm, entediam de modo equivocado queeram filhos por serem descendentes da carne de Abrao.

    Mas, como o homem entra na presena do Senhor? Somentedescansando na sua presena, ou seja, crendo na sua palavra"Far-me-s ver a vereda da vida; na tua presena h fartura dealegrias; tua mo direita h delcias perpetuamente" ( Sl 16:11).

    Qualquer que ouve toda a palavra de Deus Deus far com queveja a vereda da vida ( Dt 8:3 compare com Sl 16:11 ). Napresena do Senhor h fartura de alegria, pois todos que entramna sua presena so bem-aventurados como o crente Abrao (

    Dt 18:13 ). Cristo est mo direita do Pai, sendo Ele o po queda vida perptua.

    Ao instituir o jejum Deus estava dando a entender que somenteEle pode fazer justia e juzo aos oprimidos. O salmista Davicompreendia o que era afligir a alma quando disse: "Os sacrifciospara Deus so o esprito quebrantado; a um coraoquebrantado e contrito no desprezars, Deus" ( Sl 51:17 ).

    Somente Deus pode dar po aos famintos e liberdade aos

    encarcerados, ou seja, aos verdadeiramente aflitos, aos contritosde esprito " SENHOR, deveras sou teu servo; sou teu servo, filhoda tua serva; soltaste as minhas ataduras" ( Sl 116:16 ; Sl 103:6 ; Sl146:7 ; Is 57:15 ).

    Com Deus instituiu que o homem deveria afligir a sua alma, Jesusfaz um convite aos cansados e oprimidos, ou seja, aos que jejuavam verdadeiramente "Vinde a mim, todos os que estaiscansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" ( Mt 11:28 ). Somente os

    que afligem a alma segundo o exigido por Deus (v. 6), tm umencontro com Cristo, que alivia os cansados e sobrecarregados.

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    Quando se desfizessem das ligaduras da impiedade os filhos deIsrael teriam jejuando de fato. Quando se desfizessem dasataduras do jugo do pecado, verdadeiramente teriam afligido aalma.

    Ligadura o mesmo que ligamento, atadura. Atadura, por suavez, o que serve para atar, amarrar (lao, correia etc.), quetambm pode ser uma tira comprida de gaze prpria paracurativos. Para compreender quando Deus diz que o jejumverdadeiro soltar as ligaduras da impiedade, necessriovisualizar o pecado como uma chaga maligna.

    Na antiguidade, por falta de remdios que curasse os enfermosde chaga maligna acabavam tornando-se verdadeiros escravos

    da doena, pois gastavam todo o fruto do trabalho com adoena. As ligaduras, espcie de atadura, utilizada para cobrir aschagas no resolvia o problema do enfermo.

    O pecado uma chaga e todas as aes dos homens para selivrar dele no passa de uma ligadura, um curativo feito comtrapo de imundcie Porventura no este o jejum que escolhi,que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaas as atadurasdo jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o

    jugo? ( v. 6).

    Sem soltar as ligaduras da impiedade impossvel oferecersacrifcio ao Senhor, pois o sacrifcio dos mpios abominao "Osacrifcio dos mpios j abominao..." ( Pr 21:27 ).

    Mas, o afligir da alma (jejum) no termina quando se est livre dopecado, mas tambm que se d (reparta) aos famintos o poque os torna livres Porventura no tambm... (v. 7). Somentequando se reparte o po enviado dos cus (evangelho) com osfamintos que o cristo cumpre o prescrito pelo apstolo Paulo:Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que

    choram ( Rm 12:15 ).

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    O jejum e o sbado verdadeiro

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    O Po verdadeiro

    7 Porventura no tambm que repartas o teu po com o faminto, erecolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, ocubras, e no te escondas da tua carne?

    verdadeiro jejum tambm repartir o po que possuamcom o faminto. Que po? Quem so os famintos?

    Deus estava promovendo um movimento de resgatesocial? Deus estava instituindo um programa de distribuio depo para os famintos em Israel? Buscava-se uma sociedadeigualitria com uma melhor distribuio de renda?

    No! Este no o verdadeiro jejum, pois o alerta de Deus : ... ohomem no viver s de po, mas de tudo o que sai da boca do

    SENHOR viver o homem" ( Dt 8:3 ). Como s possvel ao homemviver da palavra de Deus, o verso em tela no trata de questessociais e econmicas.

    ... e, quando vires o nu, o cubras, e no te escondas da tua

    carne? (v. 7). O nu algum sem as vestimentas? Quando opovo de Israel se depararia com algum nu? Como cobrir anudez de quem vissem nu? Como vestir o nu sem se contaminar,ou seja, ficar imundo?

    Ora, os versos 6 e 7 contm enigmas que no abarcam questessociais ou econmicas. O po que Deus requer que o povo deIsrael repartisse com o faminto refere-se palavra de Deus.

    Aquele que ainda no se cobriu com a justia proveniente de

    Deus o nu que necessita de vestimenta. O faminto aquele queno bebeu vinho e leite, ou seja, no saciou a fome com o que bom, ou seja, com a palavra da vida. O oprimido aquele quereconhece que no h como se salvar com seus prprios recursos(dinheiro) ( Is 55:1 ; Sl 49:7 -8 ).

    Deus utiliza as questes referentes ao jejum que o povo utilizavaem seus debates (v. 4), para demonstrar que o povo de Israelestava equivocado quanto ao modo de se achegar a Deus. O

    jejum foi utilizado como figura para demonstrar como o povo deIsrael permanecia em pecado, pois nem mesmo compreendiam

    O

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    qual a natureza do jejum, que dir compreender o caminho do

    Senhor.

    Analisando a palavra do Senhor expressa nos versos 1 e 2, certoque o povo de Israel eram transgressores, ou seja, pecadores.Apesar de irem continuamente ao templo, de demonstrar quetinham prazer no caminho do Senhor, como se efetivamentepraticassem a justia, permaneciam pecadores ( Is 1:1 -4).

    Desde o captulo 1 de Isaias a nao de Israel descrita comosendo ... pecadora, povo carregado de iniqidade,descendncia de malfeitores, filhos corruptores; deixaram aoSENHOR, blasfemaram o Santo de Israel, voltaram para trs ( Is 1:4).

    Eles eram pecadores porque no deram ouvidos a palavra deDeus ( Is 1:10 ). Os sacrifcios que ofereciam no eram aceitos porDeus ( Is 1:11 ). Deus no havia exigido que fossem ao templo,porm, compareciam sempre, mas no ouviam a palavra doSenhor ( Is 1:12 ).

    Deus ordenou ao povo que se lavasse, que se purificasse, porm,como seriam purificados se no davam ouvidos a palavra do

    Senhor? ( Is 1:16 ; Jo 15:3 ) Cumpriam inmeros rituais, porm, noouviam a palavra de Deus, que vida.

    Neste captulo Deus expe a condio do povo de Israel: erampecadores. Ao mesmo tempo demonstrou que o povo sempre iaao templo na inteno de se tornar agradvel a Deus, porm,no ouvia a sua palavra.

    Ao mesmo tempo em que rejeitava a palavra de Deus, o povo deIsrael questionava porque jejuava e no era atendido. Da que

    surge a resposta divina: este o jejum que Eu escolhi?

    Qual o verdadeiro jejum? Para descobrir qual o verdadeiro jejum, temos que fazer o mesmo exerccio que fizeram osdiscpulos quando ouviram Jesus falar acerca do fermento dosfariseus Como no compreendestes que no vos falei a respeitodo po, mas que vos guardsseis do fermento dos fariseus esaduceus? Ento compreenderam que no dissera que seguardassem do fermento do po, mas da doutrina dos fariseus (

    Mt 16:11 ).

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    Do mesmo modo, quando ouvimos acerca do jejum, devemoscompreender que Deus no estava orientado o seu povo aabstinncia de alimento, contristados, cabisbaixos e deitados emcinzas.

    O verdadeiro jejum abstinncia dos seus prprios conceitosacerca de como servir a Deus. abster-se do fermento (doutrina)que tornava levedado o po oferecido pelos fariseus.

    O povo de Israel deveria alimentar-se nica e exclusivamente dapalavra anunciada por Deus "E te humilhou, e te deixou ter fome,e te sustentou com o man, que tu no conheceste, nem teuspais o conheceram; para te dar a entender que o homem noviver s de po, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR

    viver o homem" ( Dt 8:3 ).

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    Luz como a alva

    8 Ento romper a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamentebrotar, e a tua justia ir adiante de ti, e a glria do SENHOR ser a tuaretaguarda.

    uando soltassem as ligaduras da impiedade deixando o jugo do pecado atravs da palavra de Deus, a luz deleshaveria de surgir como surge a luz do sol. Haveriam de ser

    curados de todas as suas feridas, viveriam sem ataduras ( Is 1:6 ).

    Este verso demonstra que a luz que romper comparvel aalva. A cura seria repentina. Deus haveria de justific-los, e seriamprotegidos pelo Senhor.

    O Senhor a nossa justia, e Ele garante que haveria de ir frentedeles. Caso no mais estivessem sob o jugo do pecado, o Senhorhaveria de ser a sua retaguarda.

    Q

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    Eis-me aqui!

    9 Ento clamars, e o SENHOR te responder; gritars, e ele dir: Eis-meaqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falariniquamente;

    les reclamavam que jejuavam e no eram atendidos, mas oSenhor garante que, caso jejuassem o jejum estipulado porEle, quando clamassem haveriam de ser respondidos. Em

    momento de desespero Deus lhes diria: Eis-me aqui!

    Ou seja, a promessa do Senhor haveria de ser cumprida serealmente afligissem a alma do seguinte modo: Se tirares domeio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente (v.9). Este o verdadeiro jejum.

    O Senhor condiciona a sua resposta ao jejum do povo.

    O jugo refere-se ao domnio do pecado. Para tirar o jugo dopecado basta dar ouvidos palavra de Deus que o homempassar da morte para a vida ( Is 55:3 ).

    O estender o dedo refere-se ao fato de apontarem somente osoutros como sendo pecadores ( Is 65:5 ). Falar iniquamente divulgar uma doutrina que no conforme as palavras de Deus, o mesmo que prevaricar na atribuio de interpretar a palavra deDeus, como os fariseus faziam.

    O salmista Davi denunciou que os mpios esto alienados de Deusdesde a madre, ou seja, so concebidos em pecado. Por causadesta alienao andam errantes e tudo que anunciam no

    corresponde verdade "Alienam-se os mpios desde a madre;andam errados desde que nasceram, falando mentiras" ( Sl 58:3 ).

    E

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    Abrindo a alma

    10 E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; ento atua luz nascer nas trevas, e a tua escurido ser como o meio-dia.

    que foi estipulado no verso 7 repetido neste verso,porm, lana luz ao que necessrio para alimentar ofaminto: abrir a tua alma. Como se abre a alma? Abrindo

    a boca! Expondo a palavra do Senhor.

    Quando se anuncia a palavra do Senhor, que livra o homem dasataduras do pecado, se esta fartando a alma aflita,concedendo po ao faminto. isto que Jesus fez, e espera quetodos que o ouam, faam: "Vinde a mim, todos os que estaiscansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" ( Mt 11:28 ).

    Observe que os saciados pelo Senhor podem abrir a alma aofaminto para aliment-los, e o faminto, ou a alma aflita refere-sequeles que afligem a alma (jejuam), que desejam a palavra daverdade conforme Deus ordenou E se abrires a tua alma aofaminto, e fartares a alma aflita... (v. 10).

    Para aqueles (aflitos) que tirarem o jugo do pecado Deus anunciaque das trevas nascer luz, ou seja, sem Deus o homem trevas,mas atravs da sua palavra, que poder de Deus, ser criadotudo novo: haver luz! ( Ef 5:8 ; Is 55:3 )

    Do mesmo modo que o poder criativo contido na palavra deDeus fez luz quando somente havia trevas no Gnesis ( Gn 1:2 ), amesma palavra que foi encarnada e habitou entre os homens

    cria (Bara) a nova criatura trazendo muitos filhos glria de Deus (Hb 2:10 ).

    Qualquer homem, antes de ter um encontro com Deus treva,mas aps crer, agora luz, porque Deus fez tudo novo. Das trevasdo velho homem, Deus faz atravs de Cristo o novo homem, que luz no Senhor ( 2Co 5:17 ; Gl 6:15 ).

    Todos que ouvem a palavra de Deus, se crer, tero a suaescurido transformada por Deus como se fosse a luz do meio-dia.

    Das trevas surgir a luz!

    O

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    O homem gerado segundo o primeiro Ado treva, vaso paradesonra, entrou pela porta larga e segue por um caminho que oconduz perdio. Aps o novo nascimento, que se d atravsdo ltimo Ado, que Cristo, o novo homem luz, vaso para

    honra, plantao do Senhor, rvore de justia, entrou pela portaestreita e segue por um caminho que o conduz a Deus.

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    Fonte de gua viva

    11 E o SENHOR te guiar continuamente, e fartar a tua alma emlugares ridos, e fortificar os teus ossos; e sers como um jardimregado, e como um manancial, cujas guas nunca faltam.

    verso 11 demonstra que, os que verdadeiramenteafligem as suas almas (jejuam) sero bem-aventurados,conforme o exposto no salmo primeiro.

    O Senhor os guiar as guas tranqilas. Ter pastos verdejantes. Osalmo 1 e 23 lanam luz (esclarece) a este verso.

    Este mesmo aspecto anunciado pelo profeta Jeremias: Benditoo homem que confia no SENHOR, e cuja confiana o SENHOR.Porque ser como a rvore plantada junto s guas, que estendeas suas razes para o ribeiro, e no receia quando vem o calor,mas a sua folha fica verde; e no ano de sequido no se afadiga,nem deixa de dar fruto ( Jr 17:8 ).

    Bem-aventurados so aqueles que confiam em Deus ( Sl 2:12 ), ou

    seja, sero como rvores plantadas junto a ribeiros de guas,dar o seu fruto no seu tempo, as folhas no cairo, e tudoquanto fizer prosperar ( Sl 1:3 ).

    O

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    Edificao do Senhor

    12 E os que de ti procederem edificaro as antigas runas; e levantarsos fundamentos de gerao em gerao; e chamar-te-o reparadordas roturas, e restaurador de veredas para morar.

    ual a idia contida na frase: os que de ti procederem?Ora, refere-se queles que foram gerados pelo Senhor, ouseja, que nasceram de novo por terem fartado a alma

    aflita na fonte que faz jorrar gua para a vida eterna (v. 10).

    H os que procedem da carne e os que procedem do Esprito,assim como Jesus anunciou a Nicodemos ( Jo 3:6 ). Atravs dacarne de Ado procedem os carnais, e atravs do Espritovivificante, que Cristo, o ltimo Ado, procedem os homensespirituais ( 1Co 15:45 ).

    Somente os que so gerados de Deus podem edificar as antigasrunas. Que runas? O homem foi criado para que Deus habitasseneles, porm, com a queda de Ado, o homem tornou-se runas.

    Deus que ergue o seu santo templo de gerao a gerao. Osque procedem de Deus so constitudos pedras vivas, a matriaprima empregada na casa espiritual edificada por Deus "Vstambm, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual esacerdcio santo, para oferecer sacrifcios espirituais agradveis aDeus por Jesus Cristo" ( 1Pe 2:5 ).

    E os que de ti procederem edificaro as antigas runas; e

    levantars os fundamentos de gerao em gerao; e chamar-

    te-o reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar

    Por edificar as antigas runas atravs daqueles que dEleprocederem, Deus ser nomeado como o Reparados de roturas,ou Restaurador de veredas, por torn-los local de sua habitao( Is 57:15 ).

    Q

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    O descanso do Senhor

    13 Se desviares o teu p do sbado, de fazeres a tua vontade no meusanto dia, e chamares ao sbado deleitoso, e o santo dia do SENHOR,digno de honra, e o honrares no seguindo os teus caminhos, nempretendendo fazer a tua prpria vontade, nem falares as tuas prprias

    palavras,

    eus protesta contra a atitude dos seus interlocutores:desprezavam o dia de descanso institudo para afligirem aalma E isto vos ser por estatuto perptuo: no stimo ms,

    aos dez do ms, afligireis as vossas almas, e nenhum trabalhofareis nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vs (Lv 16:29 ).

    Devemos ter em mente dois tipos de dias de descanso:

    a)O descanso semanal, que se dava no stimo dia dasemana ( Mc 2:23 ; Mc 3:2 ), e;

    b)O dia dez do stimo ms, que poderia ser qualquer dia dasemana, porm, seria um dia de descanso (sbado) do

    Senhor ( Lv 16:29 ; Nm 29:7 ).

    Para os judeus qualquer dia da semana poderia um sbadodesde que fosse um dia festivo institudo pelo Senhor. Qualquerdia da semana poderia ser sbado, ou vspera de sbado.Observe: E, chegada a tarde, porquanto era o dia dapreparao, isto , a vsperado sbado ( Mc 15:42 ).

    O mdico Lucas apresenta dois eventos que se d em dias

    distintos, porm, ambos so nomeados sbados E era o dia dapreparao, e amanhecia o sbado. E as mulheres, que tinhamvindo com ele da Galilia, seguiram tambm e viram o sepulcro,e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararamespeciarias e ungentos; e no sbado repousaram, conforme omandamento ( Lc 23:54 -56 ).

    Com relao ao dia do descanso do stimo dia da semana, Deuso instituiu como estatuto perptuo ao povo de Israel com umobjetivo bem definido:

    a)Seria um sinal entre Deus e o povo;

    D

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    b)Deveriam lembrar e entender que somente Deus santifica,e;

    c) Memorial de que foram servos no Egito e que Deus osresgatou com mo poderosa ( Dt 5:15 ; Ex 31:13 ).

    Por que precisavam deste sinal como memorial perpetuo? Porqueapesar de terem sido resgatados da servido no Egito, nosignificava que eram justos diante de Deus Sabe, pois, que no por causa da tua justia que o SENHOR teu Deus te d esta boaterra para possu-la, pois tu s povo obstinado ( Dt 9:6 ).

    Pelo fato de no terem sido resgatados do pecado, o santo diadeveria ser nomeado pelo povo de deleitoso e digno de honra.Por qu? Jesus responde: O sbado foi feito por causa do

    homem, e no o homem por causa do sbado" ( Mc 2:27 ), ouseja, o sbado foi institudo para que o homem possacompreender que s Deus pode libert-lo das ligaduras dopecado.

    Os escribas e fariseus entendiam que eram cumpridores dosbado e recriminaram a atitude de Cristo e dos seus discpulosOs fariseus lhe disseram: Vs? Por que fazem no sbado o queno lcito? ( Mc 2:24 ).

    Isto porque Jesus e os seus discpulos estavam caminhando ecolhendo espigas de milho, e apesar dos escribas e fariseusdizerem que estavam descumprindo o sbado, Jesus demonstraque Ele e os discpulos no estavam descumprindo o sbado pelofato de andarem e satisfazerem as suas necessidades pessoais (Mc 2:25 -28).

    Jesus demonstrou que o sbado no estava relacionado com oque o homem faz ou deixa de fazer, antes um memorial daquiloque Deus pode fazer pelo homem E, olhando para eles em redorcom indignao, condoendo-se da dureza do seu corao, disseao homem: Estende a tua mo. E ele a estendeu, e foi-lherestituda a sua mo, s como a outra ( Mc 3:5 ).

    Embora o povo de Israel fosse composto de homens mpios ( Dt9:6 ), Deus estabeleceu um memorial, o stimo dia da semanacomo descanso, para lembr-los que foram resgatados do Egito eque s Deus santifica ( Dt 5:15 ; Ex 31:13 ). Ou seja, o sbado foi

    institudo por causa do homem, para lembr-lo que Deus que

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    santifica, e no suas prprias aes ... para que saibais que eu

    sou o SENHOR, que vos santifica ( Ex 31:13 ).

    Como o povo de Israel era de dura cerviz ( Dt 10:16 ), alm deinstituir os sbados ( Lv 23:3 ), a pscoa ( Lv 23:5 ), a festa dos pesasmos ( Lv 23:6 ), as primcias ( Lv 23:10 ), a festa dos pentecostes (Lv 23:16 ), a festa das trombetas ( Lv 23:24 ), a festa dostabernculos ( Lv 23:34 ), todas institudas sem revogar o descansodo stimo dia ( Lv 23:38 ), foi institudo tambm o dia da expiao.

    Dentre estas festas institudas como santa convocao a nicaque no faz referncia a idia de festa o dia da expiao, poisa santa convocao da expiao no era festiva, antesdeveriam afligir a alma desde o dia nove tarde, de uma tarde a

    outra tarde, no stimo ms ( Lv 23:32 ). Seria um dia de descanso(sbado), porm, sem festividades, ou seja, deveriam afligir aalma.

    Porm, apesar de no trabalharem nos dias estabelecidos, nocomerem, no beberem, no utilizarem perfumes, no lavarem orosto e muitas vezes cobrirem-se de saco e cinzas, os filhos deJac no tiravam os ps do sbado do Senhor (v. 13). Apesar deos fariseus no matarem, no roubarem, darem o dzimo de tudo

    e jejuarem muitas vezes, faziam somente a prpria vontade.

    Diferente das outras convocaes, o dia da expiao no erafestivo, o que fazia com que muitos em Israel reclamassem porafligirem as suas almas, levando-os a formular as perguntas doverso 3.

    Mas, Deus diz: Se desviares o teu p do sbado, de fazeres a tuavontade no meu santo dia, e chamares ao sbado deleitoso, e osanto dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares no seguindoos teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua prpria vontade,nem falares as tuas prprias palavras, ento te deleitars no

    SENHOR... (v. 13 -14).

    O stimo dia da semana institudo pelo Senhor como dia dodescanso, era um sinal para o homem de que na palavra de Deush descanso. E o dia da expiao, alm de demonstrar que napalavra de Deus h descanso por causa do sbado e do afligirda alma, demonstrava tambm qual era a condio do homem:

    escravo do pecado.

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    Mas os profetas e sacerdotes de Israel no compreendiam apalavra do Senhor, e vagavam pelos seus prprios caminhos ( Is28:7 ), e a lei do Senhor no passava para eles de ... mandamentosobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali (

    Is 28:10 ).Enquanto Deus dizia atravs das festas solenes que NEle h descanso,

    os interpretes de Israel no dava ouvidos Ao qual disse: Este odescanso, dai descanso ao cansado; e este o refrigrio; pormno quiseram ouvir ( Is 28:13 ), o que tornava os dias festivospenosos mandamentos Assim, pois, a palavra do SENHOR lhesser mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, umpouco aqui, um pouco ali; para que vo, e caiam para trs, e sequebrantem e se enlacem, e sejam presos ( Is 28:13 ).

    Quando Jesus veio, novamente o Senhor falou aos homensescarnecedores Ouvi, pois, a palavra do SENHOR, homensescarnecedores, que dominais este povo que est em Jerusalm

    ( Is 28:14 ).

    Como Cristo cumpriu o sbado? Cumpriu segundo a palavra deDeus, e no segundo os mandamentos e as regras dos homens,pois a palavra de Deus diz: Se desviares o teu p do sbado, de

    fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sbadodeleitoso, e o santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honraresno seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua

    prpria vontade, nem falares as tuas prprias palavras... (v. 13).

    Jesus efetivamente cumpriu o sbado e todas as festas institudasna lei, pois:

    a)Jesus no falou as suas prprias palavras Porque eu notenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele

    me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre oque hei de falar. E sei que o seu mandamento a vidaeterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo temdito ( Jo 12:49 -50);

    b)Jesus no fez a sua prpria vontade "Porque eu desci docu, no para fazer a minha vontade, mas a vontadedaquele que me enviou" ( Jo 6:38 ; Jo 4:34 ; Jo 7:17 ), e;

    c) Jesus no seguiu outro caminho, pois ele foi gerado de DeusE o Verbo se fez carne, e habitou entre ns, e vimos a sua

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    glria, como a glria do unignito do Pai, cheio de graa e

    de verdade ( Jo 1:14 ; Sl 1:6 ).

    Jesus verdadeiramente jejuou, pois se absteve do pofermentado dos homens ( Mt 16:6 ), uma vez que se alimentavado Pai "Jesus disse-lhes: A minha comida fazer a vontadedaquele que me enviou, e realizar a sua obra" ( Jo 4:34 ).

    Jesus verdadeiramente jejuou, pois abriu a sua alma aos famintos"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vosaliviarei" ( Mt 11:28 ); ... se abrires a tua alma ao faminto, efartares a alma aflita ( Is 58:10 ).

    Este foi o jejum estipulado pelo Senhor, e Jesus veio fazer a

    vontade do Pai "O SENHOR ser tambm um alto refgio para ooprimido; um alto refgio em tempos de angstia" ( Sl 9:9 ); "Oh,no volte envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito eo necessitado" ( Sl 74:21 ); "O que faz justia aos oprimidos, o qued po aos famintos. O SENHOR solta os encarcerados" ( Sl 146:7 );"Porventura no este o jejum que escolhi, que soltes as ligadurasda impiedade, que desfaas as ataduras do jugo e que deixeslivres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?" ( Is 58:6 ); "Cri, porisso falei. Estive muito aflito" ( Sl 116:10 ); "Os aflitos e necessitados

    buscam guas, e no h, e a sua lngua se seca de sede; eu oSENHOR os ouvirei, eu, o Deus de Israel no os desampararei" ( Is41:17 ); "O SENHOR abre os olhos aos cegos; o SENHOR levanta osabatidos; o SENHOR ama os justos" ( Sl 146:8 ); "Porque assim diz oAlto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome Santo:Num alto e santo lugar habito; como tambm com o contrito eabatido de esprito, para vivificar o esprito dos abatidos, e paravivificar o corao dos contritos" ( Is 57:15 ); "O ESPRITO do SenhorDEUS est sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar

    boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos decorao, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura depriso aos presos" ( Is 61:1 ), etc.

    Ora, se os filhos de Jac verdadeiramente jejuassem e honrassemo sbado como Jesus o fez, seriam dignos de honra, e seriamhonrados pelo Senhor (v. 13).

    Neste verso o Senhor trata especificamente do dia separado para

    que afligissem a alma (dia da expiao), dia em que cada umno deveria executar obra alguma E isto vos ser por estatuto

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    perptuo: no stimo ms, aos dez do ms, afligireis as vossasalmas, e nenhum trabalho fareis nem o natural nem o estrangeiroque peregrina entre vs ( Lv 16:29 ).

    O dia separado para o Senhor consiste em honrar ao Senhor, ouseja, em obedecer a sua palavra (temor) "O filho honra o pai, e oservo o seu senhor; se eu sou pai, onde est a minha honra? E, seeu sou senhor, onde est o meu temor? diz o SENHOR dosExrcitos a vs, sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vsdizeis: Em que ns temos desprezado o teu nome?" ( Ml 1:6 ).

    Cristo o Filho e o Servo do Senhor porque honrou o Pai, porm,os filhos de Jac no honravam e nem temiam ao Senhor!

    O caminho do homem de perdio, pois ao entrar pela portalarga, que Ado, segue um caminho que o conduz perdio (Mt 7:13 ). Somente honrando o sbado que tremer da palavrado Senhor que o homem deixa os seus caminhos ( Is 55:7 ).

    Somente aquele que ouve a palavra de Deus deixa de fazer asua prpria vontade. Somente os que ouvem e compreendemdeixam de falar segundo o seu conhecimento, e passa a falar as

    palavras do Senhor ( Mt 3:9 ).

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    A alegria do Senhor

    14 Ento te deleitars no SENHOR, e te farei cavalgar sobre as alturasda terra, e te sustentarei com a herana de teu pai Jac; porque aboca do SENHOR o disse.

    esus cumpriu cabalmente o estipulado nos versos 12 e 13, epor isso o Salmo 16 contm uma profecia acerca do Messias:"Far-me-s ver a vereda da vida; na tua presena h fartura

    de alegrias; tua mo direita h delcias perpetuamente" ( Sl

    16:11 ; Sl 91:14 ).

    Aps o jejum exigido por Deus, o homem ser bem-aventurado,ditoso, deleitar no Senhor. Deus garante que far com que osque afligiram a sua alma sejam estabelecidos em posio dehonra.

    Ou melhor, Deus h de sustent-los como a herana de Jac.Tudo o que o Senhor prometeu a Jac ser, por direito,concedido aos que descansam (crem) no Senhor.

    Tudo o que foi anunciado segue garantido por aquele queprometeu: Porque a boca do Senhor o disse!

    .

    J

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    Concluso

    bstinncias fsicas (jejuar) em lugar de afligir a almatornou-se uma prtica comum em Israel, tanto que vriasdatas especficas foram institudas para jejuarem "Assim diz

    o SENHOR dos Exrcitos: O jejum do quarto, e o jejum do quinto, eo jejum do stimo, e o jejum do dcimo ms ser para a casa deJud gozo, alegria, e festividades solenes; amai, pois, a verdade ea paz" ( Zc 8:19 ).

    Diante do mandamento, os judeus se apegavam as prticas e

    aos dias estipulados, porm, o mais importante, que o amor verdade e a paz, no compreenderam o que seria. O povopensava somente em cumprir regras sociais, tal qual no brigarcom o prximo e no mentir.

    Ao lerem na lei a seguinte determinao: "Estas so as coisas quedeveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu prximo;executai juzo de verdade e de paz nas vossas portas" ( Zc 8:16 ; Ef4:25 ), entenderam somente que era para estabelecer ou manter

    a paz com o prximo, e no se aperceberam que lhes eranecessrio ter paz com Deus.

    O profeta Zacarias demonstra que os dias de jejuns deveriam serde festividade, gozo e alegria. Que contraditrio! H aqueles quenomeiam esta aparente contradio de paradoxo. O diaestipulado para afligir a alma devia ser um dia de alegria, gozo efestividades solenes. Mas, para que o dia do jejum se tornasse diade alegria, precisavam amar a verdade e a paz ( Zc 8:19 ).

    O apstolo Paulo, ao fazer aluso mensagem do profetaZacarias, demonstra que falar a verdade com o prximo possuiuma conotao mais ampla do que no mentir, pois ao escreveraos cristos em feso faz a seguinte abordagem: Mas vs noaprendestes assim a Cristo, se que o tendes ouvido, e nele fostesensinados, como est a verdade em Jesus; Que, quanto ao tratopassado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelasconcupiscncias do engano; E vos renoveis no esprito da vossamente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus

    criado em verdadeira justia e santidade. Por isso deixai a

    A

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    mentira, e falai a verdade cada um com o seu prximo; porque

    somos membros uns dos outros ( Ef 4:20 -25 ).

    O apstolo Paulo demonstra que a verdade anunciada porZacarias est em Cristo, segundo o que ouviram e foramensinados, ou seja, conforme o evangelho ( Ef 4:21 ). O queouviram e lhes foi ensinado com relao verdade (Cristo)?

    a) Que deveriam se despojar de tudo que era pertinente aovelho homem;b) Que renovassem a compreenso, e;c) Que revestissem do que pertinente ao novo homem.

    Por isso deveriam deixar a mentira (lanar fora a compreenso

    pertinente ao velho homem de como se adquire a salvao), efalar a verdade com o companheiro, ou seja, deviam falar deCristo (como est verdade em Cristo), conforme o anunciadopelo profeta Zacarias.

    O evangelho deve ser a temtica da conversa dos cristosporque o evangelho que os torna membros uns dos outros, ouseja, o juzo de verdade e de paz (mandamento) anunciado porZacarias refere-se a Cristo, pois Cristo a verdade e a paz.

    Somente Ele faz juzo ao oprimido ( Sl 103:6 ; Ef 4:21; Ef 2:14 ; Zc 8:16).

    Qualquer que ama a verdade e a paz, cumpre o mandamentodo Senhor ( Zc 8:19 ), e ser amado de Deus "Aquele que tem osmeus mandamentos e os guarda esse o que me ama; e aqueleque me ama ser amado de meu Pai, e eu o amarei, e memanifestarei a ele" ( Jo 14:21 ).

    Por todos os homens serem gerados de Ado, o apstolo Paulo

    afirma que todos so mentirosos ( Rm 3:4 ), isto conformeanunciou o salmista Davi, pois todos so concebidos em pecadoe falam mentiras desde que nascem ( Sl 51:5 ; Sl 58:3 ). Ou seja,todos pecaram e destitudos esto da glria de Deus, pois seextraviaram juntamente e se fizeram imundos em Ado ( Rm 3:23 ;Sl 53:3 ).

    O corao do homem enganoso ( Jr 17:9 ), e a boca fala doque o corao est cheio ( Lc 6:45 ), portanto, todo homem

    mentiroso e s fala engano. Para falar a verdade necessrio ao

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    homem falar segundo a palavra de Deus, pois a palavra dEle a

    verdade ( Jo 17:17 ).

    Para falar a verdade cada um com o seu companheiro necessrio ao homem falar as palavras de Deus, e no as suasprprias palavras, como recomendou o profeta Isaias ( Is 58:13 ; Zc8:16 ; Ef 4:20 ). O Senhor Jesus, assim como o apstolo Paulo, oprofeta Isaias e o profeta Zacarias abordaram o mesmo temaquando ordenaram: falai a verdade!

    Para falar a verdade necessrio ao homem ouvir (alimentar-se)a palavra de Deus que concede vida ( Dt 8:3 ), ou seja,

    necessrio ao homem nascer de novo, sendo gerado emverdadeira justia e santidade da semente incorruptvel, que apalavra de Deus. Somente os gerados da palavra de Deus soamados de Deus, pois se tornaram um com a verdade (conhecer)no ntimo "Eis que amas a verdade no ntimo, e no oculto me fazesconhecer a sabedoria" ( Sl 51:6 ; Ef 4:24 ).

    Jesus alertou aos seus ouvintes que o jejuar dos fariseus erahipcrita, pois se apresentavam aos homens com o rosto triste, e

    at desfiguravam o rosto para demonstrar que afligiam a alma(jejuavam).

    O verdadeiro jejum no se produz com estmago vazio easpectos fsicos desfigurados, pois assim agiam os fariseus paraparecer que jejuavam e Jesus os censurou "E, quando jejuardes,no vos mostreis contristados como os hipcritas; porquedesfiguram os seus rostos, para que aos homens parea quejejuam. Em verdade vos digo que j receberam o seu galardo" (Mt 6:16 ).

    Ora, se desfigurar o rosto no o mesmo que o jejum exigido porDeus, como jejuar? Como j vimos, o verdadeiro jejum no serefere a aspectos fsicos (rosto desfigurado) ou sensaes fsicas(fome), pois mesmo lavando e ungindo a cabea era possvel aohomem jejuar, pois o jejum para Deus, e no para os homens (

    Mt 6:18 ).

    Por que Jesus recomenda no agirem como os hipcritas? Porque

    aquele era o modo pelo qual escribas e fariseus ajuntavamtesouro na terra "Eis que para contendas e debates jejuais, e para

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    ferirdes com punho inquo; no jejueis como hoje, para fazer ouvir

    a vossa voz no alto" ( Is 58:4 ; Mt 6:18 ).

    Por entenderem que jejuavam segundo o estipulado na lei, osescribas e os fariseus buscaram contender com Jesus, buscandoferi-lo com punho inquo Disseram-lhe, ento, eles: Por quejejuam os discpulos de Joo muitas vezes, e fazem oraes, comotambm os dos fariseus, mas os teus comem e bebem? ( Lc 5:33).

    A bblia demonstra que Jesus veio especificamente para cumprira lei ( Mt 5:17 ), mas os fariseus e os escribas julgavam-no comoalgum que queria acabar com a lei e com os profetas.

    A Bblia tambm demonstra que Jesus falava ao povo somentepor parbolas, e o sermo do monte deve se analisado comosendo um conjunto de vrias parbolas conexas entre si "E semparbolas nunca lhes falava; porm, tudo declarava em

    particular aos seus discpulos" ( Mc 4:34 ).

    A maioria dos leitores do sermo do monte entende que Jesusestava ordenando aos seus ouvintes o modo correto de comoabsterem-se do alimento quando recomendou que no deviam

    fazer como os hipcritas ( Mt 6:16 ). O que Jesus estavarecomendando? Ora, Jesus estava apresentado aos seus ouvinteso suposto paradoxo apresentado pelo profeta Zacarias. O jejumno devia ser um dia de tristeza, antes um dia de alegria, de festasolene e gozo, pois o afligir da alma no possui relao comaspectos exteriores do corpo "Assim diz o SENHOR dos Exrcitos: O jejum do quarto, e o jejum do quinto, e o jejum do stimo, e o jejum do dcimo ms ser para a casa de Jud gozo, alegria, efestividades solenes; amai, pois, a verdade e a paz" ( Zc 8:19 ).

    Jesus estava ordenando os ouvintes do sermo do monte aafligirem a alma diante de Deus e no diante dos homens, demodo que a tristeza proveniente do verdadeiro jejum se tornasseem alegria, como Deus havia determinado ( Sl 30:11 ; Zc 8:19 ). Aoordenar que lavassem o rosto e no se mostrassem contristadosquando jejuavam, Jesus queria que o povo compreendesse overdadeiro significado da ordenana de se afligir a alma.

    Ao alertar que no deveriam se mostrar contristados, que podiam

    lavar o rosto e ungir a cabea ( Mt 6:17 ), Jesus queria dar a

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    entender multido qual era o verdadeiro jejum. Eles precisavamcompreender que o verdadeiro jejum se d quando o homemdeixa de seguir os seus prprios conceitos Estendi as minhas moso dia todo a um povo rebelde, que anda por caminho, que no

    bom, aps os seus pensamentos ( Is 65:2 compare com Is 58:13 );Se desviares o teu p do sbado, de fazeres a tua vontade nomeu santo dia, e chamares ao sbado deleitoso, e o santo dia doSENHOR, digno de honra, e o honrares no seguindo os teuscaminhos, nem pretendendo fazer a tua prpria vontade, nemfalares as tuas prprias palavras, ento te deleitarsno SENHOR...( Is 58:13-14).

    Qualquer que anda segundo os seus prprios pensamentos segue

    um caminho que no bom, e no se deleitar no Senhorconforme o profeta Zacarias recomenda que se faa.

    Tudo que Jesus falava ao povo de Israel foi dito por parbolas, oque d ao sermo do monte o ttulo de uma grande parbola.Interpretar o captulo 58 de Isaias tambm resolver um grandeenigma da antiguidade, pois este o modo de o povo ouvir ever, mas no compreender ( Sl 78:2 ; Mt 13:15 ; Jo 12:40 ; Lc 12:41 ).

    Deus ordenou ao povo que afligissem a alma. Eles ouviram, mas

    no compreenderam o enigma, e neles se cumpriu a profecia (Lc 8:10 ; Is 6:9 ). Deus ordenou que afligissem a alma, elesentenderam que afligir a alma seria o mesmo que afligir o corpocom abstinncias diversas.

    Davi foi um homem segundo o corao de Deus porquecompreendeu que afligir a alma o mesmo que um coraocontrito, quebrantado. Ele compreendeu que o verdadeirosacrifcio um esprito quebrantado ( Sl 51:17 ). Davi

    compreendeu que somente o abatido, o contrito de espritoalcana as benesses que ele havia rogado ao Senhor: umcorao e um esprito vivificado e habitado pelo Senhor ( Sl 51:10-11; Is 57:15 ).

    Os escribas e fariseus no compreenderam o que afligir a almado mesmo modo que desconheciam o significado da ordenanamisericrdia quero, e no sacrifcio Misericrdia quero, e no

    sacrifcio ( Mt 9:13 ; Os 6:6 ).

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    Antes de questionarem porque os discpulos no jejuavam, Jesusorientou-os a irem aprender o que significava misericrdia quero"Ide, porm, e aprendei o que significa: Misericrdia quero, e nosacrifcio. Porque eu no vim a chamar os justos, mas os

    pecadores, ao arrependimento" ( Mt 9:13 ).

    Os escribas e os fariseus rebateram em pensamento a ordem deCristo, uma vez que sabiam que a frase Misericrdia quero, e nosacrifcio tratava-se de citaes atribudas aos profetas Osias eSamuel. No atinaram que tais passagens contm um enigmaque eles ainda no haviam decifrado.

    O que eram as abstinncias que os escribas e fariseus praticavamno intento de afligir a alma? Tais abstinncias no se resumiam em

    meros sacrifcios?

    O que significa Misericrdia quero, e no sacrifcio?

    Para aprender o que significa misericrdia quero se faznecessrio compreender o que Deus exige do homem. Paracompreender o significado de misericrdia quero se faznecessrio analisar a passagem bblica de Osias.

    Certa feita o profeta Osias anunciou ao povo o protesto de

    Deus, pois o amor que os filhos de Jac demonstravam era voltilcomo o orvalho da madrugada Que te farei, Efraim? Que tefarei, Jud? Porque o vosso amor como a nuvem da manh ecomo o orvalho da madrugada, que cedo passa ( Os 6:4 ).

    O tema principal da passagem de Osias, quando se lmisericrdia quero destacar o que Deus espera do homem:amor. Deus est demonstrando que no se interessa porsacrifcios, antes demonstra que deseja o amor do homem.

    A exigncia divina demonstra que o homem nada pode fazerpara agrad-Lo, antes Deus quem pode fazer algo em prol dahumanidade. Quando Deus diz: misericrdia quero, significa queEle quer exercer misericrdia para com os homens, e para tanto,basta ao homem am-Lo de todo corao "E fao misericrdia amilhares dos que me amam e aos que guardam os meusmandamentos" ( Ex 20:6 );"Sabers, pois, que o SENHOR teu Deus,ele Deus, o Deus fiel, que guarda a aliana e a misericrdia at

    mil geraes aos que o amam e guardam os seus mandamentos"( Dt 7:9 ).

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    Deus quer misericrdia, porque Ele misericordioso. A qualquerque o ama Deus exerce misericrdia, o que no depende e nemdemanda sacrifcio. Sacrifcio no de valor algum diante deDeus ( Is 1:1 ).

    Deus no exigiu do povo de Israel sacrifcios, antes exigiu que Oamasse de todo corao "Agora, pois, Israel, que que oSENHOR teu Deus pede de ti, seno que temas o SENHOR teuDeus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvasao SENHOR teu Deus com todo o teu corao e com toda a tuaalma..." ( Dt 10:12 ); "E a todos quantos andarem conforme estaregra, paz e misericrdia sobre eles e sobre o Israel de Deus" ( Gl6:16 ).

    Apesar de demonstrar que no desejava sacrifcios, por conhecera disposio interna dos homens em sacrificar, Deusregulamentou como os voluntariosos em Israel deveriam sacrificar,o que no significa que Deus exigiu sacrifcios dos homens Falaaos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vs ofereceroferta ao SENHOR, oferecer a sua oferta de gado, isto , degado vacum e de ovelha ( Lv 1:2 compare Sl 50:7 -23 ).

    O profeta Samuel demonstra que Deus no se interessa em

    sacrifcios Porm Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tantoprazer em holocaustos e sacrifcios, como em que se obedea palavra do SENHOR? Eis que o obedecer melhor do que osacrificar; e o atender melhor do que a gordura de carneiros.Porque a rebelio como o pecado de feitiaria, e o porfiar como iniqidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra doSENHOR, ele tambm te rejeitou a ti, para que no sejas rei ( 1Sm15:21 -22).

    Deus determinou o afligir da alma como sendo juzo de verdadeporque este o sacrifcio aceitvel "Estas so as coisas que deveisfazer: Falai a verdade cada um com o seu prximo; executai juzode verdade e de paz nas vossas portas" ( Zc 8:16 ); "Fazer justia e

    juzo mais aceitvel ao SENHOR do que sacrifcio" ( Pv 21:3 ).

    Abster-se de entrar na casa de pecadores, ou de comer comeles era um tipo de sacrifcio que os escribas e fariseuspraticavam, mas que Deus no aceitava, pois Ele quer

    misericrdia, e no sacrifcios ( Mt 9:13 ).

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    Como os jejuns era uma prtica dos judeus, em especial dosfariseus, os discpulos de Joo Batista questionaram Jesus por queos seus discpulos no jejuavam, o que demonstra que os jejunsno passam de meros sacrifcios ( Mt 9:14 ).

    Observe que os mpios oferecem sacrifcio, e nem por isso deixamde ser mpios. Mesmo que tenha a mais nobre das intenes aosacrificar, o mpio oferecer abominao. O que torna o sacrifciodos mpios uma abominao o fato de serem mpios "Osacrifcio dos mpios j abominao; quanto mais oferecendo-ocom m inteno!" ( Pv 21:27 ).

    Como os filhos de Jac no buscavam a palavra do Senhor,conclui-se que eram mpios "A salvao est longe dos mpios,

    pois no buscam os teus estatutos" ( Sl 119:155 ), condiopertinente a todos os homens por causa de Ado ( Sl 53:2 -3 ; Sl58:3 ).

    Como as abstenes de qualquer natureza um tipo desacrifcio, segue-se que, por no se apartarem da impiedade ( Is58:1 e 6), quando os filhos de Jac se aplicavam as abstenes(sacrifcios) ofereciam abominaes, por mais nobre que fossemas suas intenes.

    O salmista compreendeu que Deus no desejava sacrifcios, antesque se satisfazia com o corao contrito, com a alma afligida"Pois no desejas sacrifcios, seno eu os daria; tu no te deleitasem holocaustos" ( Sl 51:16 ).

    Por intermdio do profeta e salmista Davi, Deus protesta ao povode Israel, dizendo: Ouve, povo meu, e eu falarei; Israel, e euprotestarei contra ti: Sou Deus, sou o teu Deus. No terepreenderei pelos teus sacrifcios, ou holocaustos, que esto

    continuamente perante mim. Da tua casa no tirarei bezerro, nembodes dos teus currais. Porque meu todo animal da selva, e ogado sobre milhares de montanhas. Conheo todas as aves dosmontes; e minhas so todas as feras do campo. Se eu tivessefome, no to diria, pois meu o mundo e toda a sua plenitude.Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?Oferece a Deus sacrifcio de louvor, e paga ao Altssimo os teusvotos. E invoca-me no dia da angstia; eu te livrarei, e tu me

    glorificars ( Sl 50:7 -15).

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    Deus demonstra que o problema de Israel no era os sacrifciosque de contnuo traziam ao templo. Antes, Deus queria que elesO invocasse no dia da angstia, e no que se aplicassem aossacrifcios. Qual o dia da angustia? o dia em que o homem

    verdadeiramente afligisse a sua alma, o dia que compreendesseque necessita da salvao de Deus.

    Do mesmo modo que os filhos de Israel no compreenderam oque executar juzo de verdade, falar a verdade com oprximo e misericrdia quero, no compreenderam adeterminao divina de afligir a alma "Estas so as coisas quedeveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu prximo;executai juzo de verdade e de paz nas vossas portas" ( Zc 8:16 );

    "Fazer justia e juzo mais aceitvel ao SENHOR do que sacrifcio"( Pv 21:3 ), e; Porque eu quero a misericrdia, e no o sacrifcio; eo conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos. Mas elestransgrediram a aliana, como Ado; eles se portaramaleivosamente contra mim ( Os 6:6 -7).

    O maior erro dos judeus estava em no conhecerem as escrituras"Jesus, porm, respondendo, disse-lhes: Errais, no conhecendo asEscrituras, nem o poder de Deus" ( Mt 22:29 ). Os interpretes deIsrael prevaricam quanto as suas atribuies ( Is 43:27 ). Eles seconsideravam filhos de Deus por serem descendentes da carnede Abrao E no presumais, de vs mesmos, dizendo: Temos porpai a Abrao; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras,Deus pode suscitar filhos a Abrao ( Mt 3:9 ), mas por nofazerem justia e juzo, por sacrificarem em lugar de amarem aDeus, ou seja, por no falarem a verdade (palavra de Deus), etc.,continuavam transgressores por causa do primeiro pai dahumanidade, Ado.

    Por no conhecerem as escrituras aplicavam-se as abstinncias, eesqueciam que ainda eram transgressores por seremdescendentes da carne de Ado, portanto, no eram filhos deAbrao Eu quero amor e no sacrifcios, conhecimento de Deuse no holocaustos. Em Adam eles quebraram a minha aliana, aeles me traram ( Os 6:6 -7 - Bblia da CNBB).

    A traduo catlica da bblia do Conselho Nacional dos Bispos doBrasil expressa melhor as duas idias analisadas acima: a) Deus

    quer amor, e; b) Em Ado os filhos de Jac quebraram a aliana.

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    A traduo que reza que os judeus transgrediram a aliana comoAdo no coaduna com o que o apstolo Paulo diz aos cristosem Roma: No entanto, a morte reinou desde Ado at Moiss,at sobre aqueles que no tinham pecado semelhana da

    transgresso de Ado, o qual a figura daquele que havia de vir( Rm 5:14 ).

    Ou seja, Ado o nico homem por quem a morte entrou nomundo, separando toda a humanidade de Deus. Como todosesto mortos, separados de Deus, logo ningum mais dentre oshomens pode pecar como (semelhana) Ado.

    A morte reinou sobre todos os homens, at mesmo sobre aquelesque no transgrediram semelhana (como) da transgresso de

    Ado, pois em Ado todos os homens pecaram e destitudosesto da glria de Deus. Desviaram-se e juntamente todos oshomens tornaram se imundos, ou seja, em Ado se deu o eventoem que a humanidade juntamente se extraviou de Deus ( Sl 14:3 ;Sl 53:3 ).

    Os escribas e fariseus que foram ao batismo de Joo Batista,mesmo aps serem batizados continuavam professando queeram filhos de Deus por serem descendentes de Abrao ( Mt 3:9 ),

    o que indicava que no estavam produzindo frutos dignos dearrependimento. A mensagem de Joo Batista era: Arrependei-vos, porque chegado o reino dos cus ( Mt 3:2 ), ou seja,arrepender-se mudana de concepo acerca de algumamatria, mudana de pensamento.

    Em funo da chegada do reino dos cus, que Cristo, osescribas e fariseus deviam abandonar os seus conceitos(arrependimento) para poder abraar a Cristo, ou seja,

    precisavam deixar de presumir que eram filhos de Abrao porserem descendentes da carne de Abrao para serem filhos deDeus por intermdio do Descendente prometido a Abrao ( Rm9:7 -8).

    O que professavam quando vinham ao batismo, denunciava osescribas e fariseus, pois o fruto dos lbios deveria ser de mudanade conceito, mas continuavam professando que eram filhos deAbrao, o que os impedia de ter comunho com a verdade, o

    caminho e a vida ( Jo 8:33 e 39).

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    O fariseu que subia ao templo para orar exemplo de algumque ajuntava tesouro na terra, pois era descendente da carne deAbrao, que em ltima instncia era o mesmo que serdescendente de Ado.

    Em decorrncia da sua filiao e da sua religiosidade, se sentiaabastado, rico, por no se comportar como os demais homens:no era roubador, promiscuo, injusto, etc., e alm do mais,jejuava, dava o dizimo, orava, ia ao templo, etc. ( Lc 18:11 ). Tudoque o fariseu fazia na sua religiosidade descrito pela bbliacomo sendo um modo de ajuntar tesouro na terra, ou seja,buscava o seu prprio contentamento pelo trabalho realizado (Is 58:3 ).

    importante que o leitor perceba que ajuntar tesouro na terra uma figura, e esta figura complementa a ideia do jejum, sendoque a ordem para no ajuntar tesouro na terra remete a ideia deque, atravs das suas prticas para agradar a Deus, os homenssomente adquirem e ajuntam o tesouro da impiedade.

    Observe que tanto o trabalho (ajuntar tesouro na terra) quanto ossacrifcios dos mpios no so aceitos por Deus. Do mesmo modoque os sacrifcios dos mpios so abominao, o trabalho deles

    o mesmo que violncia "Quem mata um boi como o que tira avida a um homem; quem sacrifica um cordeiro como o quedegola um co; quem oferece uma oblao como o queoferece sangue de porco; quem queima incenso em memorial como o que bendiz a um dolo; tambm estes escolhem os seusprprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas

    abominaes" ( Is 66:3 ; Pv 21:27 ).

    Observe que o profeta Isaias d no verso 3 do captulo 66 a

    interpretao das figuras empregadas nas escrituras quandoestabelece a comparao. Violncia diante de Deus tudo queo homem faz para se salvar, ou seja, o sacrifcio deles como tirara vida de um homem.

    As aes dos judeus, na inteno de se salvarem, eramcomparveis a tudo que mais abominavam. Os constantestrabalhos e sacrifcios que realizavam era o que Deus nomeia deseguir seus prprios caminhos. No eram o afligir da alma exigido

    por Deus ( Is 66:3 compare com Is 58:3 ). Quando praticavam suas

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    abstinncias, no jejuavam de fato, antes era o mesmo que se

    deleitar nas suas abominaes.

    Se eles afligissem a alma conforme o exigido no verso 13 docaptulo 58 de Isaias, deixariam as abstinncias e os sacrifcios e se

    deleitariam no Senhor, em quem h paz e descanso para a alma.

    ... quem queima incenso em memorial como o que bendiz aum dolo; tambm estes escolhem os seus prprios caminhos, e asua alma se deleita nas suas abominaes" ( Is 66:3 );

    Se desviares o teu p do sbado, de fazeres a tua vontade nomeu santo dia, e chamares ao sbado deleitoso, e o santo dia doSENHOR, digno de honra, e o honrares no seguindo os teus

    caminhos, nem pretendendo fazer a tua prpria vontade, nemfalares as tuas prprias palavras, ento te deleitars no SENHOR (Is 58:13 ).

    Quando o profeta Jeremias clama: Violncia, violncia!, estprotestando contra os homens que intentam se salvar atravs desuas prprias foras, ou seja, com o fruto do seu trabalho, otesouro da impiedade "Porque desde que falo, grito, clamo:Violncia e destruio; porque se tornou a palavra do SENHOR um

    oprbrio e ludbrio todo o dia" ( Jr 20:8 ); As suas teias noprestam para vestes nem se podero cobrir com as suas obras; assuas obras so obras de iniqidade, e obra de violncia h nas

    suas mos ( Is 59:6 ).

    Do mesmo que Isaias aborda em primeiro lugar o jejum e depoisas obras de violncia, no sermo do monte Jesus adota a mesmaseqncia: o jejum e o guardar tesouro na terra. Ambosdemonstraram que a retido e as obras do povo no seaproveitam para salvao ( Is 57:12). Ambos, o Senhor Jesus eIsaas, buscavam tirar o tropeo de diante do povo, aplainando ocaminho do Senhor ( Is 57:14 ).

    Por no afligirem a alma segundo o estipulado no captulo 58 deIsaias, retirando as ataduras da impiedade, continuavam falandomentiras "Porque as vossas mos esto contaminadas de sangue,e os vossos dedos de iniqidade; os vossos lbios falam falsidade,a vossa lngua pronuncia perversidade" ( Is 59:3 ), pois a boca falao que o corao est cheio, ou seja, neste verso est descrito

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    porque Jesus chama os fariseus de raa de vboras ( Mt 12:34 ; Is

    59:4 -5 ).

    O que Deus determinou por intermdio do profeta Zacarias e oapstolo Paulo interpretou ao escrever aos cristos em feso "Estasso as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com oseu prximo; executai juzo de verdade e de paz nas vossasportas" ( Zc 8:16 ; Ef 4:25 ), Isaias anuncia demonstrando queningum obedecia a palavra de Deus Ningum h que clamepela justia, nem ningum que comparea em juzo pelaverdade; confiam na vaidade, e falam mentiras; concebem omal, e do luz a iniqidade ( Is 59:4 compare com Zc 8:16 ).

    Melhor obedecer do que o sacrifcio: De que me serve a mim a

    multido de vossos sacrifcios, diz o SENHOR? J estou farto dosholocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nemme agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem debodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quemrequereu isto de vossas mos, que visseis a pisar os meus trios?No continueis a trazer ofertas vs; o incenso para mimabominao, e as luas novas, e os sbados, e a convocao dasassemblias; no posso suportar iniqidade, nem mesmo areunio solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, aminha alma as odeia; j me so pesadas; j estou cansado de assofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mos, escondo de vsos meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas oraes, no asouvirei, porque as vossas mos esto cheias de sangue. Lavai-vos,purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meusolhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que

    justo; ajudai o oprimido; fazei justia ao rfo; tratai da causa das

    vivas. Vinde ento, e argi-me, diz o SENHOR: ainda que os

    vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornaro brancoscomo a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se

    tornaro como a branca l( Is 1:11 -18).

    As abstinncias eram um tipo de sacrifcio oferecido pelos filhosde Jac, e por no se apartarem da impiedade ( Is 58:1 e 6), elaseram abominaes, por mais nobre que fossem as suas intenesNo continueis a trazer ofertas vs; o incenso para mimabominao, e as luas novas, e os sbados, e a convocao dasassemblias; no posso suportar iniqidade, nem mesmo areunio solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a

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    minha alma as odeia; j me so pesadas; j estou cansado de as

    sofrer ( Is 1:13 -14).

    Quando no se busca a palavra (temor) do Senhor, o verdadeirotesouro ( Is 33:6 ), o homem com todas as suas prticas religiosas e

    morais no passa de um pobre, cego e nu ( Is 33:6 ).

    A determinao de Jesus no sermo do monte no para que osseus ouvintes deixassem os seus ofcios dirios e tambm no erapara deixar de adquirirem bens materiais, antes que deixassem dese apegar a qualquer prtica como se ela fosse o que promovesalvao ( Pv 10:2 ).

    A determinao de Cristo para que os seus ouvintes no

    ajuntassem tesouro na terra uma explanao, por meio deuma parbola repleta de enigmas, da figura do dia do descansoinstitudo com o fito de o homem afligir a alma.

    Aps demonstrar qual o sentido de afligir a alma ( Mt 6:17 ), Jesuspassou a demonstrar atravs da ordem de no ajuntar tesouro naterra o sentido do verdadeiro descanso, pois atravs de Cristo eseus ensinamentos, cumpre-se o que diz as escrituras, de que sed descanso ao cansado, mas ouviram e no compreenderam,

    pois tudo lhes era dito por parbolas "Ao qual disse: Este odescanso, dai descanso ao cansado; e este o refrigrio; pormno quiseram ouvir" ( Is 28:12 ).

    Desde a antiguidade no se estipulou preo para a salvao,pois quem no tem dinheiro (pobre, necessitado, aflito, viva,rfo), quer seja judeu ou gentil, pode comer o que bom. Bastaque inclinem os seus ouvidos ( Is 55:2 ), ou seja, creia na palavrade Deus, que comer o que bom ( Is 1:17 ).

    O afligir da alma aparece associado tristeza por causa dasfiguras que representam o conceito do pobre de esprito, donecessitado de esprito e do aflito de esprito, ou seja, daquelesque necessitam e se socorrem de Deus. Observe: "E disse-lhesJesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas,enquanto o esposo est com eles? Dias, porm, viro, em que

    lhes ser tirado o esposo, e ento jejuaro" ( Mt 9:15 ).

    Os escribas e fariseus questionavam porque os discpulos de Jesus

    no se aplicavam as abstinncias, ou s prticas que elescompreendiam ser o jejum. Em resposta Jesus demonstra que os

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    seus discpulos no podiam andar tristes, apontando o verdadeiro

    significado do jejum.

    Os filhos das bodas jamais poderiam ficar tristes, pois o noivoestava presente. Enquanto Cristo, o esposo, estava com osdiscpulos, no havia motivo para ficarem contristados, mas,quando o esposo fosse tirado, automaticamente ficariam tristes,ou seja, ficariam com a alma aflita.

    Lucas especfico ao dizer que os discpulos jejuariam (tristeza)apontando especificamente para os dias em que Cristopermaneceria no seio da terra. Somente naqueles dias osdiscpulos jejuariam, o que indica que depois daqueles dias nomais jejuariam "Dias viro, porm, em que o esposo lhes ser

    tirado, e ento, naqueles dias, jejuaro" ( Mt 26:31 ; Lc 5:35 ).

    Por que Jesus disse que os pobres e os tristes eram bem-aventurados? ( Mt 5:3 -4) Porque os pobres, tristes, aflitos,oprimidos so figuras bblicas utilizadas para representar todos oshomens que necessitam de Deus.

    O profeta Isaias anunciou que o povo trabalhava em vo egastava o fruto do seu trabalho naquilo que no satisfazia o

    exigido por Deus ( Is 55:2 ). Por trabalharem ofertando sacrifcios, jejuns, ritos, etc., no esperavam a salvao providenciada porDeus.

    Se os pobres e os oprimidos so bem-aventurados, segue-se queso filhos de Abrao, crentes como o crente Abrao, pois ele foibem-aventurado porque creu na palavra de Deus. O povo deIsrael no era filho de Abrao, pois em lugar de descansarem,trabalhavam.

    Deus no havia prometido que os pobres, abatidos, tristes, aflitos eoprimidos seriam vivificados pelo Senhor? ( Is 57:15 ) Deus j nohavia dito que os aflitos e necessitado so os que buscam aDeus? "Os aflitos e necessitados buscam guas, e no h, e a sualngua se seca de sede; eu o SENHOR os ouvirei, eu, o Deus deIsrael no os desampararei" ( Is 41:17 ; Sl 146:7 ).

    Qualquer que ouve e aceita o convite de Cristo que diz: "Vinde amim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei"

    ( Mt 11:28 ), porque verdadeiramente afligiu a alma. Somente osaflitos e necessitados ouvem a palavra de Deus, ou seja, no diz

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    de quem pratica abstinncias de alimento, roupas, perfumes,banho, etc., pois o alimento ofertado por Deus espiritual ( Jo6:63 ).

    Sendo o alimento de Deus espiritual, o verdadeiro jejum no se dno estmago. O verdadeiro jejum promovido por algum quetem a alma aflita porque sente que necessita de gua e de poespiritual aps abster-se dos conceitos humanos. Este,verdadeiramente entra no descanso prometido por Deus, pois vem Cristo o descanso preparado por Deus "O que faz justia aosoprimidos, o que d po aos famintos. O SENHOR solta osencarcerados" ( Sl 146:7 );

    O que satisfaz o sedento, o oprimido, o aflito, o cansado, o

    faminto? O po que Deus oferta a todos os homens, bastandopara isso que o ouam ( Is 55:3 ).

    Quando se fala em comida e bebida comum ao homemesquecer que a palavra de Deus comida espiritual queconcede vida aos mortos espirituais "Ele, porm, lhes disse: Umacomida tenho para comer, que vs no conheceis" ( Jo 4:32 ; Dt8:3 ).

    Mas, para comer da comida que os homens no conhecem faz-se necessrio abster-se (jejum) do fermento dos fariseus. Quandose deixa de comer do po fermentado com a doutrina dosfariseus, o homem jejua verdadeiramente, momento que ver,por causa da aflio que lhe acometer a alma, que necessitada gua e do po que somente Deus pode dar ( Mt 16:6 ; 1Co 5:6-8).

    Jesus ordenou aos seus ouvintes que trabalhassem pela comidaque permanece para a vida eterna, ou seja, pela comida queCristo estava dando gratuitamente "Trabalhai, no pela comidaque perece, mas pela comida que permanece para a vidaeterna, a qual o Filho do homem vos dar; porque a este o Pai,Deus, o selou" ( Jo 6:27 ).

    Os ouvintes de Jesus deviam buscar a palavra de Deus, que Cristogratuitamente ofertava, porque a obra de Deus que o homemcreia no enviado de Deus. H um desejo incessante nos homensem fazer a obra de Deus, mas a nica obra que Deus tem a

    realizar que creiam no enviado de Deus Disseram-lhe, pois: Que

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    faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, edisse-lhes: A obra de Deus esta: Que creiais naquele que eleenviou ( Jo 26:28 -29).

    Os ensinos do Senhor Jesus mostram que os cristos devem estarcnscios de que a comida no torna ningum agradvel a Deus,isto porque, se o cristo comer nada ter a mais que seu irmo, ese no come, nada tem falta "Ora a comida no nos fazagradveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e,se no comemos, nada nos falta" ( 1Co 8:8 ).

    Ao observar que o reino dos cus no comida nem bebida"Porque o reino de Deus no comida nem bebida, mas justia, epaz, e alegria no Esprito Santo" ( Rm 14:17 ), tem-se a seguinte

    concluso: "Portanto, ningum vos julgue pelo comer, ou pelobeber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dossbados" ( Cl 2:16 ).

    Ora, ningum deve ser julgado por dias de festas ou sbados,sendo que alguns sbados eram especficos para o jejum. Nesteponto temos que: "O que come no despreze o que no come; eo que no come, no julgue o que come; porque Deus orecebeu por seu" ( Rm 14:3 ); "Aquele que faz caso do dia, para o

    Senhor o faz e o que no faz caso do dia para o Senhor no faz.O que come, para o Senhor c