oficinas 10 a 12

26
Como articular? Objetivo: Perceber articulações, ou seja, relações entre partes diferentes de um texto argumentativo.

Upload: pibid-letras-uea

Post on 30-Jun-2015

2.240 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Olimpíada de Língua Portuguesa Oficinas: 10 a 12 Pibid - Letras - UEA Escola Estadual Francisco das Chagas Albuquerque

TRANSCRIPT

Como articular?Objetivo: Perceber articulações, ou seja, relações entre

partes diferentes de um texto argumentativo.

• Palavras ou expressões cuja função específica é exatamente estabelecer e deixar evidentes as relações entre diferentes partes do texto.

ARTICULADORESARTICULADORES

1. Devemos ajudar nossos pais

POIS, SEM DÚVIDA

a cooperação é um valor fundamental para a convivência familiar.

2. As propagandas mostram produtos atraentes indispensáveis para a nossa vida

↓MAS

↓Cabe ao consumidor analisar aquilo de que

realmente necessita e selecionar o que é bom.

3. O fumo faz mal à saúde.

PORTANTO

As pessoas deveriam parar.

4. A água doce, por causa dos abusos cometidos, poderá acabar em nosso planeta.

↓ASSIM

↓É preciso definir algumas regras para o uso

racional da água.

Elementos articuladores

Usos e expressõesUsos e expressões

Do meu ponto de vista;

na minha opinião;

pensamos que;

pessoalmente acho

Tomar posição

Indicar certeza

Sem dúvida; está claro

que; com certeza; é

indiscutível

Indicar probabilidade

Provavelmente; me

parece que; ao que tudo

indica; é possível que

Indicar causa e/ou

consequência

Porque; pois; então; logo;

portanto;

consequentemente

Acrescentar argumentos

Além disso; também;

ademais

Indicar restrição

Mas; porém; todavia;

contudo; entretanto;

apesar de; não obstante

Organizar argumentos

Inicialmente;

primeiramente; em

segundo lugar; por um

lado; por outro lado

Preparar Conclusão

Assim; finalmente; para finalizar;

por fim; concluindo; enfim; em resumo

Vozes presentes no artigo Vozes presentes no artigo de opiniãode opinião

Objetivo: Identificar as vozes, ou seja, as diferentes

informações e/ou posições a respeito de um assunto com as

quais o articulista interage.

O que são as VOZES presentes no O que são as VOZES presentes no artigo de opinião?artigo de opinião?

São as referências explícitas ou implícitas a informações ou posições de diferentes protagonistas do debate, apontados como:

Aliados sua voz tem a função de apoiar a tese defendida.

Adversários sua voz tem a função de representar um contra-argumento possível.

Auditório referências ao leitor (opinião pública), pelo articulista.

O que mais constitui o que O que mais constitui o que chamamos de VOZ de um texto?chamamos de VOZ de um texto?

• A “voz” do texto não se limita à palavra, falada ou escrita, de indivíduos e instituições.

• Números, estatísticas, dados quantitativos ou qualitativos de diferentes ciências, também são considerados VOZES.

• O que o título nos sugere?

• Qual o veículo do artigo?

• O gênero desse texto é artigo de opinião. Quais são as características desse gênero?

Questionamentos sobre a estrutura Questionamentos sobre a estrutura do artigodo artigo

Artigo: Só há notícia se for muito ruim, de Carlos Brickmann

Brickmann afirma em seu artigo que as

redações jornalísticas só transformam

informação em notícia se esta for “muito ruim”. Desse modo, publicam

somente as más notícias, ignorando ou descartando as boas.

Só há notícia se for muito ruim Carlos Brickmann

Elio Gaspari costuma dizer que, nas redações, a notícia chega devagarzinho, abre a porta de leve, põe a cabeça para dentro e entra correndo para esconder-se. Se alguém a notar, será imediatamente chutada para fora.

Todo o artigo pode serentendido como umdesdobramento da vozde Gaspari, citada nesteprimeiro parágrafo.

Explorando a oposiçãoentre boas e másnotícias, o título antecipa a tese defendida pelo artigo.

E, se a notícia for boa, suas chances de sobrevivência são ainda menores. Notícia que o pessoal gosta é corrupção, é escândalo, é miséria, é tudo aquilo que deu errado. Nas ocasiões em que o Brasil dá certo, aí não é notícia (e não vale nem a regra de que boa notícia é o inusitado). Lugar de notícia boa é a cesta do lixo.

No segundo parágrafo,o articulista retomaa voz de Gaspari, complementando-ae contrastando-acom a voz do“pessoal”.

Jundiaí, no interior de São Paulo, atingiu 100% no fornecimento de água tratada e chegou muito perto disso no tratamento de esgotos (só não atingiu 100% por um problema judicial). Notícias? Só nos jornais da região, e olhe lá. A capital de São Paulo, onde o programa de água e esgotos caminha bem mas ainda está longe da universalização, ignorou o tema. O Brasil, onde água tratada e esgoto são coisas de gente rica, preferiu investigar se tem ministro comendo tapioca com cartão corporativo (tema que até vale investigação, mas não pode substituir outros assuntos de importância, que se referem à vida e à morte dos cidadãos).

Referência a gastosabusivos com cartõescorporativos. Essesexcessos, de interesseexclusivamente pessoal,foram alvo de muitasdenúncias na grandeimprensa.

No terceiro parágrafo,o articulista inicia umasérie de referências afatos positivos (vozes aliadas)sistematicamente ignorados pelagrande imprensa (voz adversária).

São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, é um exemplo ainda mais claro de que as boas notícias são desprezadas pelos meios de comunicação. De acordo com os números da respeitadíssima Fundação Seade, o índice de mortalidade infantil de São Caetano é o menor do país; equipara-se aos da Bélgica e do Japão, quatro mortes por mil nascimentos. É índice que ocorre no Primeiro Mundo.

Ao apresentar estedado, o articulistausa um argumentode autoridade: acredibilidade da vozde uma instituição“respeitadíssima”.

A derrubada dos índices de mortalidade infantil não ocorre, em lugar nenhum, apenas pela boa atenção à saúde: exige tempo, trabalho coordenado, que envolve planejamento, engenharia (tratamento de esgotos e água), meio ambiente (plantio de árvores, limpeza de rios e córregos), coleta de lixo, de preferência seletiva, assistência social (há em São Caetano um programa tipo bolsa-família, mais completo que o federal, mantido com recursos municipais), aleitamento materno, cuidados com as gestantes, educação em sentido amplo, higiene, empregos. E envolve, o que é raro, continuidade administrativa: não é porque um prefeito é adversário do antecessor que deve abandonar seus planos. O atual prefeito, José Auricchio, reeleito com 70% dos votos, tem na oposição boa parte do grupo político de seu antecessor. E daí? Neste processo todo, a cidade de 150 mil habitantes atingiu o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. E, fora da região do Grande ABC, o fato foi olimpicamente ignorado pelos meios de comunicação.

Neste parágrafoo articulista chamaa atenção para ograu elevado de interesse públicodos fatos positivosa que se refere,mostrandoseu alcancesocial, político, econômicoe histórico.

Dizem que Ribeirão Preto vai muito bem na área social (mas como encontrar dados, se não há reportagens?). E, o que aparece às vezes na TV (mas rarissimamente na imprensa escrita), a cidade se transformou em área de tecnologia de ponta no uso do raio laser em auxílio a transplantes. Há belas experiências de sustentabilidade ambiental no Rio Grande do Sul, há o hospital de referência no tratamento de câncer de Barretos, há as experiências em Campinas da Unicamp em energia alternativa e cirurgia para diabetes, há excelentes pesquisas em Campina Grande, na Paraíba, há um belo trabalho da Embrapa e da Escola de Agricultura Luiz de Queiroz, há a agricultura irrigada de ótima qualidade no semiarido nordestino. E quem sabe, por ter sido informado pelos meios de comunicação, que as hélices dos geradores de vento da Europa são, em grande parte, fabricadas no Brasil?

A oração “Dizemque...” sugeree introduz uma“voz corrente”,representanteda opiniãopública, dadacomo favorávelà tese do autor.

Vale matéria? De vez em quando, a TV mostra, em horários alternativos, em programas especializados, alguns aspectos dessas experiências positivas. De muita coisa este colunista tomou conhecimento ao integrar o júri do último Prêmio Esso de Jornalismo, com belíssimas matérias nos jornais da região sobre os bons fatos que também ocorrem.

Vale matéria? Deveria valer. Mas, além da volúpia por más notícias, há um problema extra, que assusta pauteiros e repórteres: o medo da patrulha. Fazer matéria a favor pode dar a impressão de que há alguma coisa esquisita além da reportagem. Mas é preciso vencer também este preconceito — ou ficaremos restritos ao noticiário policial fingindo que é cobertura política.

Ao se referir à “patrulha”que assusta pauteiros(jornalistas que definemo que será publicado),o articulista apontauma voz adversáriapoderosa: a dosjornalistas que suspeitamdas boas notícias.

Nestes doisparágrafos, dirige ao leitor uma perguntaretórica, “ValeMatéria?”, que tem por objetivo tanto assinalar um novomomento do texto quanto levá-lo a tomar um posicionamentofavorável, aderindoà tese e à propostafinal do articulista.

“Antigamente no Brasil a homossexualidade era

proibida. Hoje é aceitável. Eu vou sair daqui antes que se

torne obrigatória.”

(Arnaldo Jabor)

“Antigamente no Brasil a homossexualidade era

proibida. Hoje é aceitável. Eu vou sair daqui antes que se

torne obrigatória.”

(Arnaldo Jabor)

Júri simulado Homossexualidade

Homossexualidade

Homossexualidade

Homossexualidade

EquipeEquipe

Professora:Professora:Elane NeryElane Nery

Bolsistas:Bolsistas:Bruno AndradeBruno Andrade

Gilson AllefyGilson AllefyGraziela PaesGraziela Paes

Maison dos AnjosMaison dos AnjosNátaly RamosNátaly Ramos

Patrícia FerreiraPatrícia Ferreira