oficina educativa para a capacitaÇÃo de acadÊmicos...

77
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA - UniFOA MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE CLARISSA FERREIRA PONTUAL DE OLIVEIRA OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM MÉTODOS DE ENSINO VOLTA REDONDA 2011

Upload: others

Post on 31-May-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA - UniFOA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS

DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

CLARISSA FERREIRA PONTUAL DE OLIVEIRA

OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS

DE ENFERMAGEM EM MÉTODOS DE ENSINO

VOLTA REDONDA

2011

Page 2: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA - UniFOA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS

DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS

DE ENFERMAGEM EM MÉTODOS DE ENSINO

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado Profissional em Ensino em Ciências

da Saúde e Meio Ambiente do UniFOA como

parte do requisito à obtenção do título de

mestre em Ciências.

Aluna: Clarissa Ferreira Pontual de Oliveira

Orientadores: Prof. Dra. Ilda Cecília Moreira da

Silva, Prof. Dra. Rosane Moreira Silva de

Meirelles.

VOLTA REDONDA

2011

Page 3: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

FOLHA DE APROVAÇÃO

CLARISSA FERREIRA PONTUAL DE OLIVEIRA

OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS DE

ENFERMAGEM EM MÉTODOS DE ENSINO

Banca Examinadora:

__________________________________________

Prof.ª Dr.ª Ilda Cecília Moreira da Silva

__________________________________________

Prof.ª Dr.ª Maria Manuela Vilanova Cardoso

__________________________________________

Prof.ª Dr.ª Rosana Aparecida Ravaglia Soares

__________________________________________

Suplente: Prof. Dr. Adilson da Costa Filho

___________________________________________

Suplente: Prof.ª Dr.ª Angelina Maria Aparecida Alves

VOLTA REDONDA

2011

Page 4: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

“Bom mesmo é ir a luta com determinação,

abraçar a vida e viver com paixão,

perder com classe e vencer com ousadia,

pois o triunfo pertence a quem se atreve...

e a vida é muito para ser insignificante.”

Charles Chaplin

Page 5: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

RESUMO

Há uma preocupação crescente nos Cursos de Graduação em Enfermagem no que

tange à preparação dos futuros profissionais para a realização de todas as

atribuições relativas à profissão, incluindo a capacitação dos trabalhadores de

enfermagem. O surgimento de novos procedimentos, equipamentos e informações

impõem à enfermagem o aprimoramento das ações educativas que desenvolve.

Com isso, os treinamentos em serviço exigem a utilização de métodos de ensino que

favoreçam a aprendizagem dos trabalhadores. Neste contexto, esta dissertação teve

como objetivo geral: desenvolver oficina educativa com acadêmicos que contemplem

métodos de ensino para treinamentos de trabalhadores de enfermagem. Foi

elaborado um roteiro de oficina para docentes e discentes de enfermagem, e, após

participação na atividade, foi analisado o discurso sobre métodos de ensino

adotados na oficina. Os dados foram analisados através de categorização simples e

análise estatística por meio de frequências. Foi possível concluir que a oficina

atendeu às expectativas da maioria dos acadêmicos de enfermagem, que o tempo

utilizado na oficina e o conteúdo apresentado foram suficientes, que a aula

modificada foi o método de ensino mais apontado pelos acadêmicos e que os

acadêmicos de enfermagem escolheram os métodos de ensino perguntas e

respostas, dramatizações e estudo de caso para serem aplicados em outras oficinas.

A avaliação dos acadêmicos em relação à composição da oficina foi considerada

satisfatória. Também foi possível concluir que os métodos de ensino trabalhados na

oficina podem ser utilizados na facilitação para esclarecimento de dúvidas,

visualização e apreensão do conteúdo. Como produto final foi elaborado um

protótipo de um roteiro de oficina que contém as informações básicas para que

docentes de enfermagem possam realizar novas oficinas e para que acadêmicos de

enfermagem utilizem os três métodos de ensino em futuros treinamentos com

trabalhadores de enfermagem.

Palavras-chave: Enfermagem; Oficinas; Ensino.

Page 6: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

ABSTRACT

There is a growing concern in Nursery Graduation Courses related to future

professionals’ preparation for performing all labor tasks, including nursery workers

capacitation. The event of new procedures, equipment and information imposes

nursery to improve its educational and developing actions. Thus, the service training

request the use of teaching methods which help workers’ learning. In this context,

this study had as general purpose: develop educational workshop with academicians

who behold teaching methods for nursery workers training. It was performed a

workshop script for professors and nursery academicians and after task participation

it was assessed the speech about teaching methods used in the workshop. The data

were analyzed through simple categorization and statistics analysis through

frequence. It was possible to conclude that the workshop attended the expectations

of the major part of nursery academicians; that the time used in the workshop and the

content presented were enough; that the modified class was the teaching method

most pointed out by the academicians and that “questions-answers teaching

methods”, “act-outs” and “case reports” were chosen by the academicians to be

applied in other workshops. The academicians’ assessment referring to the workshop

composition was considered satisfactory. It was also possible to conclude that the

teaching methods worked on can be used to helps doubt elucidation, visualization

and content understanding. As final product it was performed a prototype of

workshop script which contains the basic information so that nursery professors can

perform new workshops and nursery academicians use the three teaching methods

in future training with nursery workers.

Key words: Nursery; Workshop; Teaching.

Page 7: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 12

2. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14

3. OBJETIVOS......................................................................................................... 18

3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 18

3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 18

4. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 19

4.1 A Educação Permanente Na Saúde .............................................................. 19

4.2 Treinamento de Trabalhadores de Enfermagem ............................................ 21

4.3 Integração Ensino-Serviço ............................................................................. 25

5. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ......................................................................... 28

5.1 Tipo de Estudo .............................................................................................. 28

5.2 Local de Estudo ............................................................................................. 29

5.3 Sujeitos do estudo ......................................................................................... 30

5.4 Elaboração da oficina para acadêmicos de Enfermagem .............................. 31

5.5 Coleta de dados ............................................................................................ 32

5.6 Análise dos dados ......................................................................................... 32

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 34

6.1 Oficina com os acadêmicos de Enfermagem ................................................. 34

6.1.1 Análise do Questionário ...................................................................... 37

6.1.2 Avaliação da Oficina Educativa: .......................................................... 38

6.1.2.1 Atendimento às Expectativas dos Acadêmicos ..................... 38

6.1.2.2 Tempo Utilizado.................................................................... 39

6.1.2.3 Conteúdo Apresentado ......................................................... 39

6.1.2.4 Métodos de Ensino Utilizados ............................................... 40

6.1.2.5 Apresentação, Recursos e Ambiente .................................... 43

6.1.2.6 Outros Métodos de Ensino a serem utilizados na Oficina

Educativa sob a Ótica dos Acadêmicos ................................ 46

6.1.2.7 Contribuição na Formação Profissional ................................ 49

6.1.2.8 Melhor Visualização do Conteúdo ........................................ 50

6.1.2.9 Qualidade nos Serviços Prestados ....................................... 50

6.1.2.10 Esclarecimento de Dúvidas .................................................. 51

Page 8: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

7. ELABORAÇÃO DO PRODUTO ........................................................................... 53

8. CONCLUSÕES .................................................................................................... 59

9. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 61

Page 9: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Avaliação dos métodos de ensino utilizados na oficina (n = 16). ............. 40

Gráfico 2: Avaliação de outros métodos de ensino que podem ser utilizados em

oficinas educativas (n = 16). .................................................................................... 47

Page 10: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE 1............................................................................................................ 67

APÊNDICE 2............................................................................................................ 69

APÊNDICE 3............................................................................................................ 70

Page 11: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 ................................................................................................................. 73

ANEXO 2 ................................................................................................................. 74

Page 12: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

LISTA DE SIGLAS

PPP – Projeto Político Pedagógico

SUS – Sistema Único de Saúde

Page 13: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

12

1. APRESENTAÇÃO

O despertar para desenvolver esta pesquisa surgiu durante o Curso de

Graduação em Enfermagem onde havia interesse em direcionar os estudos para o

gerenciamento dos serviços de enfermagem. Ao término da graduação, houve a

oportunidade de atuar como gerente nos setores de clínica médica, pediatria e

maternidade em um hospital público na cidade de Pinheiral (RJ), sendo possível

perceber a relevância da educação em serviço para a capacitação e

desenvolvimento dos recursos humanos.

Esta primeira experiência profissional estimulou a busca por atividades

relacionadas ao ensino em enfermagem. Dessa forma, por meio de um Curso de

Especialização em Formação de Docentes para o Ensino Superior, foi possível

entrar em contato com diversos conteúdos relacionados à estratégias de ensino para

adultos e ingressar em um Centro Universitário no município de Volta Redonda (RJ),

para ministrar aulas teóricas na disciplina de “Gerenciamento de Enfermagem em

Unidades Hospitalares” e acompanhamento de estudantes em estágio curricular

supervisionado.

Considerando que um dos conteúdos apresentados e discutidos em sala de

aula era o programa de educação em serviço, no qual o treinamento aparece como

estratégia educativa, iniciou-se a busca de textos que amparassem a elaboração de

um estudo sobre treinamentos de trabalhadores de enfermagem.

Concomitantemente, percebeu-se a necessidade de ingresso no Curso de Mestrado,

onde foi possível iniciar o desenvolvimento de uma pesquisa que resultasse numa

dissertação.

Além das experiências vivenciadas em sala de aula, o trabalho que era

desenvolvido no estágio curricular supervisionado possibilitou a implementação de

várias atividades gerenciais com acadêmicos, dentre elas o treinamento de técnicos

e auxiliares de enfermagem em instituições hospitalares, o que acentuou o interesse

em aprofundar os conhecimentos acerca da temática.

Durante o estágio, o treinamento planejado pelos acadêmicos sob supervisão

docente, buscava contemplar os recursos adequados para esta atividade e a

escolha da abordagem temática. Após a execução eram realizadas avaliações, de

modo a analisar a pertinência do conteúdo e a adequação dos métodos às

necessidades dos trabalhadores. Nesses instantes, uma série de indagações se

Page 14: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

13

apresentava: Antes da realização dessas atividades educativas, como aconteciam

os momentos de treinamento de trabalhadores de enfermagem? Quais métodos de

ensino eram adotados para a aprendizagem desses trabalhadores? Qual a

contribuição dos treinamentos em serviço realizados com participação discente na

melhoria da assistência de enfermagem? Quais métodos de ensino deveriam ser

apresentados aos acadêmicos de modo a instrumentalizá-los, capacitando-os para

futuras ações de treinamento em serviço?

Buscava-se encontrar respostas a estes questionamentos como agora, e

contribuir com o ensino de graduação à medida que enfermeiros docentes e

acadêmicos de enfermagem, de posse deste texto, possam discutir novas formas de

participação nos treinamentos em serviço.

O treinamento deve ser desenvolvido de forma a contemplar inovações nos

métodos de ensino, para que se tornem apropriados aos trabalhadores de

enfermagem, atendendo à proposta do Ministério da Saúde, que preconiza a

articulação ensino-serviço. O pensamento de Colman (2003) corrobora esta idéia,

quando destaca que: “o uso dos métodos de instrução adequados facilita o

entendimento e a obtenção dos resultados planejados para o treinamento.”

Diante do exposto, este estudo tem como objeto a elaboração de oficina

educativa com acadêmicos que contemplam métodos de ensino para treinamento de

trabalhadores de enfermagem.

Page 15: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

14

2. INTRODUÇÃO

Um programa de treinamento em serviço constitui uma das estratégias

essenciais ao sucesso das organizações de saúde, pois possibilita capacitação e

desenvolvimento dos recursos humanos. “É uma das mais poderosas ferramentas

de transformação no mundo organizacional” (BOGG 1994 apud POSSARI, 2004),

sendo uma prática que visa à educação dos indivíduos para situações profissionais

específicas.

Enquanto estratégia educacional sistematizada de capacitação e adaptação

dos indivíduos ao trabalho, o treinamento proporciona aperfeiçoamento pessoal e

profissional através da aquisição de conhecimentos teórico-práticos. Este processo

propicia maior eficiência na realização das atividades, com possibilidade de

mudanças no comportamento dos trabalhadores, que passam a perceber sua

realidade profissional de outra maneira, transformando-a para melhor.

Os benefícios dos treinamentos em serviço são duradouros tanto para a

instituição de saúde quanto para o trabalhador, uma vez que capacita o indivíduo

para o enfrentamento dos desafios profissionais, melhora o processo de tomada de

decisão, diminui gastos, aumenta a eficiência no desempenho das funções e a

qualidade dos serviços prestados (CASTRO, 2008).

Nas instituições de saúde, esta atividade surge como um programa da

Educação Permanente visando aprendizagem no trabalho. A Educação Permanente

vem sendo apresentada pelo Ministério da Saúde através da Política Nacional de

Educação Permanente e tem sido alvo de debates e reflexões tanto nas instâncias

federais quanto nas secretarias estaduais e municipais de saúde, a citar que:

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde é uma proposta de ação estratégica que visa contribuir para transformação e qualificação das práticas de saúde, a organização das ações e dos serviços de saúde, os processos formativos e as práticas pedagógicas na formação e desenvolvimento dos trabalhadores de saúde (PORTAL SAÚDE, 2010).

Dessa forma, torna-se necessário a reestruturação das instituições de saúde

no território nacional para atender à proposta ministerial, de modo que a educação

dos trabalhadores propicie melhoras significativas na organização dos serviços. Com

os desafios tecnológicos, científicos e a rapidez com que a ciência médica tem se

Page 16: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

15

desenvolvido, os programas de educação permanente e de treinamento em serviço

vêm contribuir para a qualidade da assistência prestada.

A educação de trabalhadores de saúde propicia experiências educativas no

local de trabalho, de forma sistematizada, o que possibilita constantes

aprimoramentos no atendimento em saúde. Esta estratégia torna-se essencial para a

aprendizagem dos profissionais, pois permite a vivência de práticas educativas

que são desenvolvidas no seu cotidiano de trabalho.

Dentro desse contexto, a educação em serviço deve proporcionar

conhecimentos que possam ser aplicados no dia a dia das relações humanas no

trabalho, com o intuito de desenvolver competências e habilidades cognitivas,

psicomotoras e relacionais dos profissionais. (SALUM, 2000)

Destaca-se a relevância da educação em serviço para a enfermagem, que

busca capacitar os trabalhadores por meio de um processo atualizado e coerente,

atendendo suas necessidades específicas e melhorando consideravelmente o

desempenho profissional (DILLY; JESUS, 1995 apud PASCHOAL, 2007). Na

educação em serviço nesta área, as práticas educativas planejadas e realizadas

devem contar com a participação de todos os envolvidos, ou seja, instituição de

saúde e trabalhadores de enfermagem, para que as necessidades sejam

identificadas em conjunto e as atividades propostas sejam viáveis.

Vale ressaltar que, em alguns hospitais existe a participação de instituições

de ensino superior na organização e realização dos serviços, o que nos leva a refletir

sobre os benefícios gerados, quando docentes e discentes de enfermagem

trabalham em co-gestão com a educação permanente. “Destacamos as

Universidades, onde as perspectivas de transformação envolvem os seguintes

campos: a produção de conhecimentos, a prestação de serviços e a formação

profissional” (MANCIA, 2004). Esta articulação possibilita a identificação das

principais necessidades relativas ao trabalho, ou seja, a estrutura, os processos e os

recursos humanos, podendo facilitar tanto o processo ensino-aprendizagem dos

discentes que estão inseridos no serviço quanto dos trabalhadores de enfermagem

que participam das ações educativas.

As mudanças no âmbito da realidade de trabalho são resultantes da ação

conjunta, criando oportunidades do desenvolvimento de competências individuais e

coletivas, difusão do conhecimento, participação efetiva nos processos de trabalho e

melhoria da organização, além do auto-desenvolvimento. Dessa forma, um estudo

Page 17: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

16

visando à elaboração de oficinas com acadêmicos sobre métodos de ensino a serem

utilizados em treinamentos em enfermagem, torna-se relevante.

O surgimento de novos procedimentos, equipamentos e informações impõem

à enfermagem o aprimoramento das ações educativas que desenvolve. Com isso,

os treinamentos em serviço exigem a utilização de métodos de ensino que

favoreçam a aprendizagem dos trabalhadores.

A palavra método, como cita Vilaça (2008), vem do grego méthodos (meta-

sucessão, ordenação e hodós- via, caminho), que conceitualmente significa “um

caminho que, seguido de forma ordenada, visa a chegar a certos objetivos, fins,

resultados, conceitos.”

O método de ensino utilizado em treinamentos constitui sempre um elemento

fundamental, pois define o conjunto de ações que deverão desenvolver nos

participantes a capacidade de aprender novas habilidades, obter novos

conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos (COLMAN, 2003). Por meio

dos métodos de ensino torna-se possível atingir os objetivos em relação a um

conteúdo específico, tendo como resultado a assimilação dos conhecimentos e o

desenvolvimento das capacidades operativas dos trabalhadores.

Os métodos utilizados necessitam ser claros, buscando sempre estimular os

profissionais à aprendizagem, fazendo com que possam utilizar suas habilidades

para construir o conhecimento na prática. Além disso, necessitam ser diversificados,

visando à formação de trabalhadores críticos-analíticos, de modo que a

aprendizagem tome outra forma, a do profissional ser o agente ativo deste processo

(MARION, 2001).

Há uma preocupação crescente nos Cursos de Graduação em Enfermagem

no que tange à preparação dos futuros profissionais para a realização de todas as

atribuições relativas à profissão, incluindo a capacitação de outros trabalhadores de

enfermagem do ensino médio e superior. Para dar conta dessas exigências, há uma

redefinição dos processos de formação, buscando a construção de um novo perfil

profissional (ALBUQUERQUE et al., 2008). Com isso, novas propostas estão sendo

realizadas nos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) dos cursos da área da saúde,

como citado por Costa (2010, p. 11):

Page 18: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

17

As mudanças (...) estão ocorrendo de forma mais incisiva nos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) dos cursos, sobre os currículos e cenários de prática e com a adoção de estratégias didático-pedagógicas inovadoras, envolvendo a articulação entre ensino e serviço.

Dessa forma, busca-se, neste estudo, desenvolver oficinas educativas que

almejam preparar acadêmicos para futuros treinamentos com trabalhadores de

enfermagem, utilizando os métodos de ensino adequados para estas estratégias

educativas. Além disso, essas oficinas poderão ser realizadas por docentes de

enfermagem junto aos acadêmicos que estão cursando ou já cursaram disciplinas

relacionadas à Gerência dos Serviços de Enfermagem.

As oficinas educativas baseiam-se na vivência, valorizando as relações

sociais, a história de vida e o imaginário pessoal, familiar e social, os desejos, os

valores, os sentimentos, as expectativas daquele grupo; propõe trocas de

experiências onde as pessoas falam, ouvem, realizam tarefas; estimula a

solidariedade e promove a reflexão (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE E

DEFESA CIVIL DO RIO DE JANEIRO, 2007).

Page 19: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

18

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Desenvolver oficina educativa sobre um procedimento de enfermagem

para a capacitação de acadêmicos em métodos de ensino que serão

utilizados em futuros treinamentos de trabalhadores de enfermagem.

3.2 Objetivos Específicos

Elaborar um roteiro de oficina para docentes e acadêmicos de

enfermagem, com vistas a futuros treinamentos em serviço de

trabalhadores de enfermagem.

Analisar o discurso de acadêmicos sobre métodos de ensino adotados

na oficina educativa que poderão ser aplicados em futuros

treinamentos de trabalhadores de enfermagem.

Page 20: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

19

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 A Educação Permanente Na Saúde

As organizações, ao longo do tempo, têm necessitado de profissionais

capacitados que possam integrar-se à sua função e à instituição propriamente dita. A

educação de profissionais no trabalho constitui uma das estratégias imprescindíveis

para que isso ocorra.

Neste contexto, adota-se o termo educação permanente uma vez que se

considera a capacitação do trabalhador permanente e crescente, num processo de

ensino e aprendizagem dinâmico e contínuo, visando aprimoramento da capacitação

de pessoas e grupos. (GIRADE, 2006).

Almeida (1997, p.41-47) destacou que:

A Educação Permanente é apresentada como prática institucionalizada, com o objetivo de promover mudança institucional, fortalecer as ações de equipe, transformar práticas técnicas e sociais, adotando-se, para tanto, uma pedagogia centrada na resolução de problemas e efetuada no ambiente de trabalho, de maneira a promover a apropriação do saber científico, configurando-se como responsabilidade da instituição na qual o profissional (...) atua.

Estes momentos educativos acontecem no cotidiano das pessoas e das

organizações, sendo feito a partir de problemas enfrentados, considerando-se os

conhecimentos e as experiências dos trabalhadores. Necessitam de recursos

humanos, materiais, financeiros e físicos, de modo que seus objetivos sejam

alcançados.

Na área da saúde, a lógica da educação permanente é descentralizada,

ascendente, multiprofissional e transdisciplinar. Tendo como objetivo principal

mudanças nas relações, nos processos, nos produtos, e principalmente, nas

pessoas (MANCIA, 2004). O resultado esperado é a democratização dos espaços de

trabalho, o desenvolvimento da capacidade de aprender e de ensinar de todos os

atores envolvidos, a busca de soluções criativas para os problemas encontrados, o

desenvolvimento do trabalho em equipe (...), a melhoria permanente da qualidade do

cuidado à saúde e a humanização do atendimento (BRASIL, 2005a).

Page 21: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

20

Atualmente a qualidade na assistência à saúde e a humanização dos serviços

têm sido a principal preocupação para a consolidação do Sistema Único de Saúde

(SUS) (CARROTA, 2009). Com isso, esta proposta educativa exige participação,

envolvimento e comprometimento de todos para que haja transformação das

práticas de saúde.

A Educação Permanente é apresentada em nível nacional por representantes

do Ministério da Saúde através da Portaria 198/GM/MS de 13 de fevereiro de 2004,

como sendo aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam

ao cotidiano das organizações e ao trabalho (MANCIA, 2004).

Os processos de qualificação dos trabalhadores de saúde devem ser

orientados pelas necessidades de saúde da população, pelo setor saúde e pelo

controle social. Dessa forma, a educação transforma as práticas profissionais e a

própria organização do trabalho. (BRASIL, 2005a)

A Educação Permanente em Saúde reconhece o caráter educativo do próprio

trabalho, onde se estabelece um espaço de problematização, reflexão, diálogo e

construção de consensos que promovem mudanças e transformações nas práticas

de saúde. (PEDUZZI et al., 2009)

Nesta linha de pensamento, reafirmam-se os princípios que orientam a

criação do SUS: descentralização, universalidade, integralidade e participação

popular. (BRASIL, 2005b)

Isso significa que as mudanças propostas fortalecem o SUS, fazendo com

que haja melhoria na forma de cuidar, tratar e acompanhar a saúde dos brasileiros.

O Ministério da Saúde então propôs a criação da Secretaria de Gestão do

Trabalho e da Educação na Saúde, com o intuito de viabilizar o planejamento e a

formulação de políticas de gestão e regulação da força de trabalho atuante nos

serviços de saúde (BRASIL, 2004). Como estratégia para desencadear o processo,

esta Secretaria juntamente com o Departamento de Gestão da Educação na Saúde

(Ministério da Saúde) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp)

/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ofereceu um Curso de Formação de Facilitadores

de Educação Permanente em Saúde, na modalidade à distância, com encontros

presenciais. O Curso era composto por quatro unidades de aprendizagem:

Integradora; Trabalho e relações na produção do cuidado em saúde; Práticas

educativas no cotidiano do trabalho em saúde; e Análise do contexto de gestão e

das práticas em saúde (BRASIL, 2005b).

Page 22: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

21

Logo após, houve e ainda há o estabelecimento de Pólos de Educação

Permanente em Saúde em todo o país. Os Pólos contam com recursos do

orçamento do Ministério da Saúde e são compostos por representantes, a nível

estadual e municipal, de gestores de saúde, instituições de ensino com cursos na

área da saúde, hospitais de ensino e serviços de saúde, estudantes e trabalhadores

da saúde, conselhos municipais e estaduais de saúde, movimentos sociais, além de

outras instituições (MANCIA, 2004).

Cada Pólo de Educação Permanente cuida e se responsabiliza por um

determinado território e, através da contribuição de todos os envolvidos, propõe

estratégias de formação, capacitação e desenvolvimento dos trabalhadores. Além

disso, os Pólos criam mecanismos de avaliação e monitoramento das ações

desenvolvidas. Quando necessário, fazem ajustes, corrigem trajetórias e aprimoram

o que está dando certo (BRASIL, 2005a). Os pólos funcionam como parte do SUS, e

propõe rodas de debate e construção coletiva.

Nestes espaços denominados “Rodas” para a Gestão da Educação

Permanente em Saúde, pessoas que realizam as ações e os serviços no SUS e

pessoas que pensam na formação em saúde poderão dialogar livremente (PINTO et.

al., 2010). Todos juntos, levantando as necessidades, construindo propostas de

solução, planejando e propondo atividades no campo da capacitação e

desenvolvimento dos trabalhadores de saúde.

Estes espaços democráticos de discussão objetivam contribuir para a

transformação das práticas, fortalecer o trabalho em equipe, integrar saberes e

profissionais, construindo, assim, soluções coletivas (PINTO et. al.,2010).

4.2 Treinamento de Trabalhadores de Enfermagem

Dentro das atividades propostas e desenvolvidas pela Educação Permanente

surgem os programas educativos para trabalhadores de enfermagem, como

programas de orientação inicial, de treinamento e de aperfeiçoamento ou

atualização.

Os programas de treinamento objetivam preparar trabalhadores de

enfermagem para melhor assumir um cargo ou função (LEITE; PEREIRA, 1991 In

KURCGANT, 1991). Como conceitua Colman (2003. p.7):

Page 23: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

22

O treinamento é um instrumento para o desenvolvimento de funcionários e uma atividade fundamental na gestão hospitalar, tendo em vista a correlação entre a competência e a otimização dos resultados. Pode ser definido como um método organizado de proporcionar conhecimento e habilidades sobre determinada necessidade para a execução da assistência ao cliente.

A necessidade de treinamento surge quando há uma lacuna entre o que é

exigido de um trabalhador para cumprir suas atribuições ou rotinas de forma

competente e aquilo que ele sabe de fato e que o capacita a fazê-lo (COLMAN,

2003). Atualmente, as instituições de saúde têm realizado inúmeros treinamentos e

capacitações, de modo a preencher esta lacuna e atingir a qualidade exigida por um

mercado competitivo.

Os objetivos dos treinamentos na enfermagem são contribuir para maior

segurança do paciente, maior tranqüilidade do trabalhador em relação ao ambiente

de trabalho e para que os objetivos da instituição sejam atingidos da maneira mais

econômica possível; reduzir os riscos de acidente de trabalho e zelar pelo patrimônio

da instituição (COAN et al., 1996)

Por meio dessa estratégia educativa, há a possibilidade de desenvolvimento

profissional e pessoal dos trabalhadores de enfermagem, aumentando assim a

produtividade. “Além disso, os treinamentos melhoram o absenteísmo, a taxa de

rotatividade, diminuem gastos de materiais, aumentam a qualidade do serviço

prestado e o grau de satisfação do trabalhador” (CORRÊA, 2000 apud CASTRO,

2008).

Os treinamentos na enfermagem devem ser desenvolvidos parcialmente por

uma equipe própria do setor de Educação Permanente e pelos enfermeiros

supervisores das unidades. Além disso, em algumas instituições de saúde

acrescenta-se a figura de enfermeiros docentes-assistenciais que trabalham em co-

gestão com o setor de Educação Permanente, contribuindo consideravelmente nos

treinamentos em serviço.

Vale destacar que a participação dos enfermeiros supervisores das unidades

é essencial. Isso porque são eles que mantêm contato direto e permanente com os

membros da equipe de enfermagem, tendo melhores condições para perceber a

realidade e avaliar as necessidades desses trabalhadores (LEITE; PEREIRA, 1991

In KURCGANT, 1991):

Page 24: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

23

Esses enfermeiros, participando da realização dos programas, contribuem para a adequação dos conteúdos programáticos, uma vez que conhecem todas as atividades que devem ser desenvolvidas pelos funcionários de seu serviço. Ainda são estes profissionais que avaliam, a longo prazo, as mudanças no desempenho do funcionário e o quanto essas mudanças são decorrentes dos programas de treinamento e desenvolvimento (LEITE; PEREIRA, 1991 In KURCGANT, 1991, p.153).

Todos os atores envolvidos nesse processo necessitam conhecer o

desenvolvimento de programas de treinamento. Esse processo engloba etapas, que

devem ser respeitadas para que os programas gerem os resultados esperados.

Neste momento, iremos destacar alguns aspectos relativos a estas etapas, de

modo a elucidar a construção de programas de treinamento para a enfermagem.

A primeira etapa a ser realizada é o planejamento que necessita estar

congruente com a política da organização, sendo construído de modo participativo,

como explica Peres e colaboradores (2005 In KURCGANT, 2005). Sobre esse tema

Milioni, 2001 (apud BOOG, 2001, p.19) também cita:

Dentro dessa etapa, os enfermeiros da Educação Permanente, devem proceder com o diagnóstico situacional, definindo os problemas tratáveis ou não pelo treinamento, isto é, se as necessidades levantadas são problemas passíveis de solução por meio de treinamento e desenvolvimento de pessoal.

É nesta fase que há a identificação da clientela que será treinada, e o

levantamento das necessidades profissionais, pessoais e institucionais. Leite e

Pereira (1991 In KURCGANT, 1991) relatam a importância do levantamento das

necessidades sentidas, identificadas e evidenciadas. Di Vicenti (1972 In

KURCGANT, 1991) conceitua “necessidade sentida” como aquela percebida pelo

trabalhador, e necessidade identificada, no seu desempenho, como a indicada pelo

seu chefe imediato. Kurcgant (1991) define necessidade evidenciada como aquela

manifestada ou demonstrada pelo trabalhador diante de uma situação proposta.

O diagnóstico situacional com levantamento das necessidades sentidas,

evidenciadas e identificadas na enfermagem exige pessoas preparadas para realizá-

lo, de modo que os problemas possam ser apontados detalhadamente, como

explicita Milioni (1999 apud BOOG, 1999, p.289-307):

Deve ser apreciado num contexto maior, analisadas as relações de causa, efeito e conseqüência das disfunções e problemas de competência das pessoas, identificando motivos desses problemas e se a falta de conhecimento é devida ao despreparo ou a outros fatores relacionados ao trabalho.

Page 25: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

24

Após o levantamento das necessidades, o planejamento deve contemplar os

objetivos, a metodologia/estratégia, avaliação e análise dos recursos e dos custos

que serão utilizados nos treinamentos (PERES; LEITE; GONÇALVES, 2005 In

KURCGANT, 2005).

A definição clara dos objetivos, dos métodos a serem empregados, incluindo

métodos de ensino, os recursos humanos e materiais, assim como as estratégias de

avaliação, auxilia a equipe que realizará o treinamento na elaboração do programa.

A fase de elaboração do programa é a estrutura, o esqueleto dos programas

de treinamento de pessoal, uma vez que nela se define o que ensinar, e qual o

comportamento final desejado (LEITE; PEREIRA, 1991 In KURCGANT, 1991).

Além disso, nesse momento define-se o período, local e horário em que o

treinamento ocorrerá, de modo a contemplar os trabalhadores de enfermagem que

necessitam dessa atividade educativa. Logo em seguida, surge a fase de

aprovação do programa. Alguns autores destacam aspectos relativos a essa fase,

como visto a seguir:

A facilidade de aprovação do programa será proporcional ao grau de

participação das pessoas e coerência com a cultura e necessidades das pessoas e

da organização (PERES; LEITE; GONÇALVES, 2005 In KURCGANT, 2005).

Quando a direção e os funcionários acreditam nos programas propostos, há

maior possibilidade de bons resultados (LEITE; PEREIRA, 1991 In KURCGANT,

1991).

Com a aprovação, segue-se com a implantação e implementação do

programa de treinamento, sendo uma tarefa complexa e que necessita de

envolvimento e comprometimento de todos.

É a fase em que se concretiza o programa. Durante ela, é avaliado o

desenvolvimento do programa, pela identificação das falhas que estejam ocorrendo.

Assim é possível realizar a reestruturação das atividades propostas quando

necessário, encontrando alternativas que assegurem o alcance dos objetivos

(LEITE; PEREIRA, 1991 In KURCGANT, 1991).

E por último a fase de avaliação do programa, que objetiva verificar se os

benefícios esperados com a adoção de programas de treinamento na enfermagem

estão ocorrendo de fato. Peres, Leite e Gonçalves (2005 In KURCGANT, 2005,

p.147) destacam que:

Page 26: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

25

A avaliação do processo de treinamento significa verificar se as informações transmitidas geraram conhecimento e se este está sendo aplicado às ações. A avaliação do programa verifica a pertinência do conteúdo, a adequação das estratégias de ensino e dos recursos, e a avaliação dos resultados preocupa-se com a verificação da mudança de comportamento dos treinandos.

Embora um programa de treinamento possa tornar-se eficaz, se for bem

organizado, há a necessidade de ser verificado se ele está atingindo seu objetivo e

se as estratégias empregadas estão sendo eficazes (COAN et al., 1996).

Finalizando este trecho, reafirma-se a relevância de programas de

treinamento na enfermagem, de modo a educar os trabalhadores e transformar as

ações, para que haja crescimento e desenvolvimento profissional e institucional.

Para tanto, o aprofundamento dos conhecimentos relativos ao planejamento,

execução e avaliação dos programas de treinamento torna-se primordial para que

ações educativas na enfermagem tenham êxito.

4.3 Integração Ensino-Serviço

Neste trecho iremos discutir algumas questões relativas à interface ensino-

serviço e suas contribuições no processo de formação dos profissionais da saúde.

Albuquerque e colaboradores (2008) conceituam tal integração da seguinte maneira:

Entende-se por integração ensino-serviço o trabalho coletivo, pactuado e

integrado de estudantes e professores dos cursos de formação na área da saúde

com trabalhadores que compõem as equipes dos serviços de saúde

(ALBUQUERQUE et al., 2008).

Esta integração visa à qualidade de atenção à saúde individual e coletiva, a

qualidade da formação profissional e o desenvolvimento/satisfação dos

trabalhadores dos serviços (ALBUQUERQUE et al., 2008). Vem se estabelecendo

através de parcerias entre universidades, serviços locais de saúde e a comunidade,

e tem sido um dos princípios recomendados para direcionar a formação da área da

saúde no Brasil.

A partir da publicação das novas diretrizes curriculares da área da saúde em

2001, a integração ensino-serviço foi uma estratégia adotada nos cursos de

graduação, na perspectiva de formar profissionais capacitados para resolver os

problemas de saúde dos brasileiros.

Page 27: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

26

Mudanças significativas estão ocorrendo nos Projetos Políticos Pedagógicos

(PPP) dos cursos de graduação da área da saúde. A integração ensino-serviço

viabiliza essas mudanças, modificando a realidade de trabalho das instituições de

saúde e das universidades (COSTA, 2010).

Os espaços de interseção entre serviço e ensino são de grande importância

para a formação em saúde e para a consolidação do SUS (ALBUQUERQUE et al.,

2008). Pereira (2009, p. 3) citam que:

Com base nesse contexto, o Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), vem estimulando a parceria entre instituições formadoras de profissionais da saúde e serviços de saúde, para o desenvolvimento de projetos de ensino nesta área. Tal iniciativa busca propiciar o desenvolvimento da formação de profissionais da saúde mais próximo dos princípios do SUS e mais envolvido com as necessidades de saúde da população brasileira.

A aposta nessas iniciativas se fundamenta na construção de um processo

ensino-aprendizagem crítico e reflexivo, que propicia ao aluno (futuro profissional de

saúde) a compreensão crítica da realidade onde está inserida sua prática

profissional (PEREIRA, 2009).

A integração ensino-serviço permite não somente o desenvolvimento e a

capacitação técnica dos futuros profissionais, mas também um crescimento pessoal

e profissional dos trabalhadores que se encontram nos serviços. Chirelli (2002) ao

argumentar sobre o tema destaca que:

Nesse sentido, a articulação ensino-serviço apresenta-se como importante estratégia para efetiva integração entre teoria e prática, devendo também se colocar a serviço da reflexão da realidade, possibilitando ao aluno elaborar críticas e buscar soluções adequadas para os problemas de saúde encontrados, guardando-se o compromisso e a responsabilidade com o usuário, através do cuidado para a emancipação do outro.

Há uma integração efetiva, que une docentes, estudantes e profissionais da

saúde com o foco central no usuário do SUS. Surgem transformações na prática

assistencial e de ensino, através do trabalho conjunto e articulado entre os agentes

da instituição educacional e os da instituição de saúde (EGRY, 1994). O diálogo

permanente entre todos gera novas formas de interferir no processo de trabalho, na

organização da assistência e no processo educativo da formação de um novo

trabalhador (PINHEIRO; MATOS, 2005 apud ALBUQUERQUE et al., 2008).

Page 28: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

27

Os espaços onde se dá o diálogo entre o trabalho e a educação assumem lugar privilegiado para a percepção que o estudante vai desenvolvendo acerca do outro no cotidiano do cuidado. São espaços de cidadania, onde profissionais do serviço e docentes, usuários e o próprio estudante vão estabelecendo seus papéis sociais na confluência de seus saberes, modos de ser e de ver o mundo (ALBUQUERQUE et al., 2008, p. 358).

Além disso, nesses momentos surge a oportunidade de trabalhadores da

saúde, docentes, usuários e estudantes explicitarem conflitos, dificuldades,

estratégias e táticas, visando sempre a qualidade na assistência prestada. Salviato

et. al. (2003, p.2) afirma que:

A integração ensino-serviço é uma estratégia para a busca dos objetivos tanto das instituições de ensino como das instituições prestadoras de serviços de saúde, uma vez que possibilita uma formação profissional articulada à realidade social e epidemiológica do sistema local de saúde como também, conforme prevê a legislação do SUS, pode cooperar com o desenvolvimento da assistência de saúde, uma vez que a Universidade é a instituição onde se consolidam e se constroem novos conhecimentos para transformar a realidade vivenciada.

Desse modo, há a possibilidade de fazer desenvolver o sistema de saúde ao

mesmo tempo em que se desenvolvem as práticas de formação dos futuros

profissionais, vislumbrando a formação e educação permanente dos trabalhadores

que estão prestando os serviços.

Formar profissionais dentro do perfil idealizado pelo SUS não constitui tarefa

fácil, entretanto o esforço conjunto das universidades, instituições de saúde e

comunidade tem contribuído para que esta proposta se torne realidade. Há muitos

desafios nessa caminhada, muitos obstáculos a serem ultrapassados, contudo os

benefícios que a integração ensino-serviço proporciona são duradouros a todos que

buscam consolidar os princípios do SUS.

Esse estudo vem contribuir nesse processo, pois visa capacitar acadêmicos

para a educação de trabalhadores de enfermagem no futuro. Por meio das oficinas

educativas, há a possibilidade de vivência e aprendizagem de uma atividade

realizada constantemente por enfermeiros nos cenários de saúde, que é o

treinamento em serviço.

Além disso, docentes enfermeiros, de posse do produto dessa dissertação,

poderão aplicar junto aos acadêmicos que cursam ou cursaram disciplinas relativas

à Gerência dos Serviços de Enfermagem, as oficinas educativas com intuito de

prepará-los para treinamentos em serviço.

Page 29: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

28

5. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

5.1 Tipo de Estudo

Este estudo tem uma abordagem quanti-qualitativa, com o objetivo de

compreender o discurso de acadêmicos de enfermagem que participaram da oficina

educativa que contemplou métodos de ensino e quantificar as respostas relativas à

avaliação da aplicação da oficina propriamente dita.

Minayo (1994, p.21-22) destaca que:

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Essa modalidade de pesquisa possibilita o contato entre o pesquisador e a

situação estudada. Há a oportunidade de se obter dados, que favoreçam a análise e

interpretação da situação vivenciada, segundo a visão dos participantes sobre a

temática.

A pesquisa qualitativa procura compreender os seres humanos e a natureza

de suas transações consigo mesmo e com seus arredores. Os dados são coletados

e apresentados predominantemente na forma da descrição das pessoas, das

situações, acontecimentos e dados, com ênfase no fenômeno em termos de suas

origens e de razão de ser (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004 apud CARVALHO,

2005).

Já sobre o método quantitativo, Santos e Clos (1998 apud FIGUEIREDO,

2004, p.106) citam que ele:

[...] se apropria da análise estatística para o tratamento dos dados. Deve ser aplicado nas seguintes situações: quando é exigido um estudo exploratório para um conhecimento mais profundo do problema ou objeto de pesquisa; quando é necessário um diagnóstico inicial da situação; nos estudos experimentais; nos estudos de análise ocupacional e análise de desempenho, como nas auditorias da qualidade do desempenho profissional e dos recursos institucionais.

A associação dos dois métodos permite a complementação entre palavras e

números, as duas linguagens fundamentais da comunicação humana (POLIT;

Page 30: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

29

HUNGLER, 1995 apud FIGUEIREDO, 2004). Este estudo ainda apresenta

características exploratórias, pois buscou ter maior familiaridade com a temática,

com vistas a torná-la mais explícita ou a constituir hipóteses (GIL, 2002).

5.2 Local de Estudo

O estudo foi realizado no Curso de Graduação em Enfermagem do Centro

Universitário de Volta Redonda – UniFOA, estado do Rio de Janeiro e foi autorizado

pelo Comitê de Ética e Pesquisa do UNIFOA (ANEXO 1) processo n° 004/10. Esta é

uma instituição de ensino superior privada, que oferece à região do Médio Paraíba

cursos de graduação nas áreas tecnológica, humana e da saúde.

As atividades educacionais teórico-práticas do Curso de Enfermagem eram

desenvolvidas em salas de aula, laboratórios de informática, de parasitologia, de

histologia, de fisiologia, de patologia, de bioquímica e biofísica, de anatomia, de

habilidades de enfermagem, biblioteca, policlínica, centro cultural e unidade básica

com Estratégia Saúde da Família – Três Poços.

No ano de 2010, o corpo docente era constituído de trinta e oito profissionais

distribuídos em quarenta e seis disciplinas, e o corpo discente representado por

quatrocentos e trinta e sete acadêmicos. O Curso ainda contava com o trabalho de

seis funcionários que atuavam na secretaria, serviços gerais e laboratório de

habilidades de enfermagem.

No sexto período do Curso de Graduação em Enfermagem, quarenta e quatro

acadêmicos vivenciavam aulas teóricas da disciplina de Gerência de Enfermagem

na Atenção Secundária e Terciária. Dentre os conteúdos trabalhados em três

tempos de aulas semanais, num total de sessenta horas, destacava-se:

Gerenciamento de Enfermagem Hospitalar, Funções Administrativas, Liderança,

Gerenciamento do Potencial Humano, Gerenciamento dos Recursos Materiais,

Planejamento Estratégico, Gerenciamento da Qualidade dos Serviços de

Enfermagem e Educação em Serviço.

Os conteúdos eram apresentados por duas docentes, através de exposição

oral dialogada com projeção em transparências e slides, estudos de caso, estudos

dirigidos, leituras dialogadas, trabalhos individuais e em grupo; todos como

estratégias facilitadores da aprendizagem.

Page 31: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

30

Uma das temáticas de grande relevância durante as aulas era o programa de

educação permanente. Várias são as atividades desenvolvidas neste programa,

dentre elas: orientação inicial para funcionários que estão sendo admitidos, cursos

de atualização profissional e treinamentos em serviço.

Quando os acadêmicos de enfermagem atingiam o oitavo período realizavam

no estágio curricular em “Gerenciamento Hospitalar” atividades que exigiam os

conhecimentos adquiridos em sala de aula. Uma dessas atividades consistia em

treinar técnicos e auxiliares de enfermagem em relação a uma temática específica

da assistência. Dessa forma, estratégias educativas que buscavam preparar

acadêmicos do sexto período para um desempenho melhor em campo de estágio e

no mercado de trabalho tornavam-se necessárias.

Vale ressaltar que, o presente estudo iniciou-se antes das modificações

curriculares que ocorreram no Curso de Enfermagem, que passou de quatro anos

com oito períodos para cinco anos com dez períodos. Dessa forma, os acadêmicos

de enfermagem envolvidos nesta pesquisa se encontravam cursando disciplinas

relativas à grade curricular anterior.

5.3 Sujeitos do estudo

Os sujeitos do estudo foram alunos do Curso de Graduação em Enfermagem

do Centro Universitário citado acima, que estavam matriculados e cursando no sexto

período (quarto ano), as seguintes disciplinas: Teorias de Enfermagem, Gerência de

Enfermagem na Atenção Secundária e Terciária, Gerência de Enfermagem na

Atenção Primária, Legislação e Exercício Profissional de Enfermagem, Atenção à

Saúde da Criança e do Adolescente II, Atenção à Saúde do Adulto II e Atenção à

Saúde da Mulher II. O sexto período do Curso de Enfermagem totalizava um

quantitativo de quarenta e quatro acadêmicos, que estavam distribuídos em duas

turmas, uma no turno vespertino com dezoito acadêmicos e outra no noturno com

vinte e seis acadêmicos.

Os alunos participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (APÊNDICE 1), conforme a Resolução nº196/96, publicada no Diário

Oficial da União em 10/10/96, que institui as Normas de Pesquisa em Saúde com

Seres Humanos. Através desse Termo, os acadêmicos de enfermagem foram

informados quanto aos objetivos do estudo, a proteção e armazenamento do

Page 32: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

31

material coletado, bem como o uso pelos pesquisadores, sendo-lhes assegurados o

direito à privacidade, sigilo, bem como a liberdade de se retirarem do estudo se

assim desejarem sem que este fato represente qualquer tipo de prejuízo para si.

Como forma de anonimato foram atribuídos números aos sujeitos na análise e

interpretação dos dados.

Os sujeitos da pesquisa foram selecionados para participar de forma

aleatória. A pesquisadora sorteou 16 nomes dos sujeitos, 8 acadêmicos do sexto

período vespertino e 8 acadêmicos do sexto período noturno. Logo após o sorteio, a

pesquisadora agendou o dia e o horário da oficina com os acadêmicos de

enfermagem. Esta oficina foi testada duas vezes, pois a quantidade de pessoas

preconizada para participar das oficinas é de sete a oito pessoas.

5.4 Elaboração da oficina para acadêmicos de Enfermagem

Foi elaborada uma oficina com o tema punção venosa privilegiando métodos

de ensino que podem ser utilizados em treinamentos com trabalhadores de

enfermagem.

A fim de se avaliar se a proposta teria aceitação entre o corpo discente foram

convidados a participar da pesquisa, alunos matriculados na disciplina “Gerência de

Enfermagem na Atenção Secundária e Terciária”. Torna-se necessário esclarecer

que, esta disciplina não era lecionada pela autora dessa dissertação.

A oficina educativa proposta nesta pesquisa objetivava apresentar aos

acadêmicos de enfermagem do sexto período, métodos de ensino que poderiam ser

utilizados em treinamentos em serviço. Sendo assim, os acadêmicos participaram

de uma oficina que foi aplicada duas vezes e foram capacitados para realizar futuros

treinamentos em serviço utilizando os métodos de ensino contemplados na oficina.

Vale ressaltar que, esta pesquisa apenas estava focada no preparo e

capacitação de acadêmicos do sexto período para realizarem treinamentos em

serviço utilizando métodos de ensino apresentados na oficina, sem o compromisso

de continuidade de observação na prática.

Page 33: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

32

5.5 Coleta de dados

Afim de aprimorar as etapas da oficina, a mesma foi apresentada a dois

grupos de acadêmicos do sexto período. A coleta de dados se deu através da

aplicação da oficina educativa com esses grupos: acadêmicos do sexto período

vespertino e acadêmicos do sexto período noturno.

No decorrer das atividades da oficina, a fim de confirmar os dados coletados

de forma escrita, foram feitas observações utilizando como recurso a gravação de

imagem e áudio, com permissão prévia dos sujeitos através da assinatura de uma

Autorização para Uso de Imagem (APÊNDICE 2) com o objetivo de obter as

expressões verbais e corporais dos sujeitos.

Destacamos que, a oficina foi realizada com base nas orientações

preconizadas pela Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro

(RIO DE JANEIRO, 2007), oficinas de outras áreas do conhecimento como Oficinas

de Teatro (MORAES, 2007), Oficinas Pedagógicas (BRASIL, 2000), literatura sobre

Oficina como Modalidade Educativa (PEY, 1997) e literatura específica que trata do

assunto treinamento de trabalhadores de enfermagem (COLMAN, 2003).

Após a realização da oficina pela pesquisadora, os sujeitos responderam um

questionário semi-estruturado. Os questionamentos buscavam conhecer as

expectativas dos sujeitos em relação à oficina, tempo utilizado, conteúdo

apresentado, métodos de ensino trabalhados, apresentação do educador, recursos,

ambiente de realização da oficina, material utilizado, quantidade de pessoas e

contribuição da oficina na formação profissional (APÊNDICE 3).

5.6 Análise dos dados

Os dados foram coletados através de um questionário aplicado junto aos

acadêmicos de enfermagem, contendo questões relativas à expectativa dos

acadêmicos em relação à oficina, o tempo, o conteúdo trabalhado, os métodos de

ensino utilizados e a avaliação dos acadêmicos quanto à composição da oficina

(APÊNDICE 3).

As questões fechadas do questionário geraram informações que foram

armazenadas em banco de dados do Excel e tratadas com a utilização do Software

Estatístico SPSS. Os dados coletados através da quinta pergunta do questionário de

Page 34: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

33

avaliação da oficina educativa (APÊNDICE 3) foram interpretados com base nas

orientações de Myers (2004) sobre categorização simples.

Page 35: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

34

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Oficina com os acadêmicos de Enfermagem

A oficina educativa com acadêmicos para futuros treinamentos de

trabalhadores de enfermagem utilizando métodos de ensino, desenvolveu-se como

segue. Foram realizadas repetidas escutas das gravações da oficina obtendo as

expressões verbais e corporais dos acadêmicos de enfermagem para uma descrição

fidedigna dos resultados.

Inicialmente houve a apresentação da educadora. Nessa apresentação foram

explicados os objetivos da oficina, os momentos e o tempo médio de duração.

Foi realizada uma oficina, que contemplou quatro momentos respectivamente.

Foram nomeados esses momentos de acordo com os métodos de ensino

apresentados e a avaliação dos acadêmicos: Aula Modificada, Vídeo, Demonstração

e Avaliação da Oficina. Os três métodos de ensino apresentados são preconizados

para o treinamento na enfermagem.

A temática escolhida para ser trabalhada na oficina foi a técnica da punção

venosa periférica (ANEXO 2). Este procedimento é realizado constantemente pelos

profissionais de enfermagem nas instituições de saúde, com fins terapêuticos e

diagnósticos.

Descrevemos a realização da oficina com embasamento em Colman (2003)

que preconiza os métodos de ensino que devem ser utilizados em treinamentos com

trabalhadores de enfermagem.

No primeiro momento da oficina, a técnica da punção venosa periférica foi

trabalhada junto aos acadêmicos através de aula modificada. Este método é

semelhante ao da aula expositiva, entretanto possibilita a participação do grupo

treinado, fornecendo espaço para que os participantes possam relatar suas

experiências, gerando a partir disso uma forma de discussão.

Neste momento, foram utilizados slides com o referencial teórico relativo a

punção venosa periférica. Inicialmente houve a apresentação do método de ensino

pela educadora da oficina. Ao longo desse primeiro momento foram feitos os

seguintes questionamentos aos acadêmicos:

Page 36: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

35

O que é a Punção Venosa Periférica?

Qual o objetivo de se realizar este procedimento?

Quais os profissionais que executam esse procedimento?

Quais as veias de escolha do profissional de enfermagem para a punção?

Por que tem que ter competência técnica para realizar esse procedimento?

Quais as complicações desse procedimento?

Quais as vantagens da via endovenosa para a administração de

medicamentos?

Quais as desvantagens da via endovenosa para a administração de

medicamentos?

À medida que os acadêmicos participantes da oficina respondiam as

perguntas feitas pela educadora, o conteúdo era apresentado em slides.

Os acadêmicos de enfermagem estavam sentados em semicírculo, nos dois

momentos da oficina apenas dois acadêmicos registravam através de anotações o

que estava acontecendo. A fala dos acadêmicos durante a oficina destacava: as

suas experiências profissionais; a importância da punção venosa periférica no setor

de emergência; a relação de confiança que se deve estabelecer com crianças e

acompanhantes ao se realizar o procedimento; o respeito aos direitos do paciente;

necessidade de realização do procedimento corretamente; conhecimentos

anatômicos; complicações da punção venosa periférica como trombose venosa

profunda, embolia pulmonar, hematoma e contaminação do sítio de inserção do

cateter; pacientes com difícil acesso venoso periférico; erros da técnica; interação

medicamentosa; adaptação do profissional a estrutura da instituição hospitalar; a

escolha do dispositivo apropriado para a punção e cuidados a serem tomados

quando se instala uma complicação como a aplicação de compressa morna.

Em vários instantes desse primeiro momento, uma acadêmica do sexto

período noturno relatava as suas vivências profissionais enquanto técnica de

enfermagem. E uma outra acadêmica de enfermagem do sexto período vespertino

afirmou que em sua prática profissional apresentava dificuldades em puncionar a

veia de pacientes obesos.

Passou-se então para o segundo momento, no qual a mesma temática foi

apresentada através de um vídeo que possui vários procedimentos de enfermagem,

Page 37: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

36

inclusive a punção venosa periférica. Os vídeos ou filmes são utilizados como

suporte e devem ser trabalhados apenas para complementar a sessão.

Após apresentação desse método de ensino pela educadora, o vídeo sobre a

técnica da punção venosa periférica foi apresentado em cinco minutos e quarenta

segundos. Tanto os acadêmicos do sexto período vespertino quanto os do sexto

período noturno estavam sentados e não realizaram apontamentos após o vídeo.

Notou-se ainda durante a apresentação dessa ferramenta que todos os acadêmicos

do turno noturno estavam atentos enquanto dois acadêmicos do turno vespertino

estavam dispersos durante a apresentação.

No terceiro momento, a técnica da punção venosa periférica foi apresentada

para os acadêmicos de enfermagem por meio da demonstração. Este método requer

uma seqüência planejada: explicação oral, apresentação do equipamento ou

habilidades, execução da habilidade e esclarecimento de dúvidas. Vale destacar

que, esse momento da oficina requer um laboratório que tenha manequins, mobília e

materiais de enfermagem.

Dessa forma, houve a apresentação do método de ensino demonstração.

Logos após, um acadêmico no turno vespertino e um acadêmico no turno noturno se

candidataram para realizar o procedimento junto a educadora. Os outros

acadêmicos de enfermagem participaram ativamente orientando o passo a passo do

procedimento a ser realizado no manequim. Ainda ressaltaram a importância do uso

dos equipamentos de biossegurança.

Em um quarto momento foi aplicado o questionário junto aos acadêmicos de

enfermagem para que pudessem avaliar esta modalidade educativa, e os métodos

de ensino apresentados. (APÊNDICE 3)

O tempo utilizado seguiu de acordo com os momentos da oficina. A oficina

quando testada com os acadêmicos do sexto período vespertino teve duração de

setenta e seis minutos assim distribuídos: a apresentação do educador em três

minutos, o primeiro momento aconteceu em trinta e cinco minutos, o segundo

momento em seis minutos, o terceiro momento se desenvolveu em vinte e dois

minutos, e os acadêmicos avaliaram a oficina (quarto momento) em dez minutos.

Já a oficina testada com os acadêmicos do sexto período noturno teve duração de

oitenta e três minutos assim distribuídos: a apresentação do educador aconteceu em

quatro minutos. Logo aconteceu o primeiro momento da oficina em quarenta e três

minutos, pois os acadêmicos participaram ativamente desse momento. Depois se

Page 38: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

37

sucedeu o segundo momento utilizando-se seis minutos do tempo. O terceiro

momento aconteceu em vinte minutos, e o quarto momento, que foi a aplicação do

questionário de avaliação, realizou-se em dez minutos.

O ambiente em que se desenvolveu a oficina foi uma sala de aula arejada,

ampla, com iluminação artificial. Como citado acima, o terceiro momento da oficina

pode ser em um laboratório com manequins, mobília, materiais de enfermagem e

equipamentos. No caso dessa dissertação, este momento da oficina foi desenvolvido

no laboratório de habilidades do Curso de Enfermagem.

Dentre os recursos auxiliares utilizados no primeiro momento estavam

equipamento para projeção de slides, slides em Power Point (Office) com a técnica

da punção venosa periférica de acordo com a literatura específica, cadeiras (para 7

a 8 participantes), 8 folhas A4 e 8 canetas esferográficas. No segundo momento,

os recursos foram: aparelho de DVD, televisão, vídeo com a técnica da punção

venosa periférica, cadeiras (para 7 a 8 participantes), 8 folhas A4 e 8 canetas

esferográficas. Já no terceiro momento, foram utilizados: manequim (boneco de

plástico), leito de hospital, materiais de enfermagem, cadeiras (para 7 a 8

participantes), 8 folhas A4 e 8 canetas esferográficas.

Os materiais de enfermagem utilizados na técnica da punção venosa

periférica foram: 01 seringa, 01 agulha 40 x 12, 01 dispositivos apropriado para

punção venosa periférica – escalpe (Scalp, Butterfly) ou cateter radiopaco (Abocath,

Jelco), 01 equipo polifix 2 vias, 02 ampolas de soro fisiológico 0,9% de 10 ml, 10 ml

de álcool a 70%, 04 bolas de algodão, 01 garrote, 02 pares de luvas de

procedimento, 50 cm de esparadrapo ou fita adesiva hipoalergênica, 01 etiqueta de

identificação, 01 tala ou atadura para imobilização (se necessário), 01 tesoura sem

ponta, 01 bandeja.

As pessoas que participaram da oficina foram: 8 acadêmicos de enfermagem

do sexto período vespertino, 8 acadêmicos do sexto período noturno e 1 educador

da oficina que foi a pesquisadora dessa dissertação.

6.1.1 Análise do Questionário

Com o objetivo de coletar dados relativos a avaliação dos acadêmicos de

enfermagem sobre a oficina realizada foi utilizado como instrumento um questionário

Page 39: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

38

com oito perguntas (APÊNDICE 3). As respostas obtidas de sete questionamentos

foram analisadas quantitativamente e serão relatadas a seguir:

6.1.2 Avaliação da Oficina Educativa:

6.1.2.1 Atendimento às Expectativas dos Acadêmicos

Quando questionados os acadêmicos de enfermagem, dos sextos períodos

vespertino e noturno, se a oficina atendeu as suas expectativas: 81% disseram que

sim e 19% afirmaram que a oficina atendeu parcialmente as suas expectativas.

Percebe-se que a maioria dos acadêmicos que participou, declarou que a

oficina atendeu suas expectativas. Isso se deve ao fato de que:

Nas oficinas o aluno executa tarefas com responsabilidade, tornando-se participante ativo no processo de aprendizagem. Professor e aluno estão envolvidos no trabalho, como colaboradores, buscando a resolução das tarefas estabelecidas no projeto em execução. É o que se pode chamar de liberdade com responsabilidade, tudo isso aliado ao prazer de ver o resultado final. (HEINEN, 2003, p.11)

Houve uma integração entre os acadêmicos de enfermagem e a educadora

nos quatro momentos da oficina, o que possibilitou uma participação efetiva dos

acadêmicos no tocante esclarecimento de dúvidas, realização em conjunto da

punção venosa periférica através do método demonstração, além das correlações

com as experiências vivenciadas pelos acadêmicos no dia-a-dia.

As oficinas educativas se tornam um incentivo ao desafio, ao questionamento

e à reflexão, buscando alternativas inovadoras aos problemas detectados, e não

apenas imitando soluções já existentes. Para isso, todos os participantes dessa

modalidade educativa devem estabelecer uma postura entusiasta e alegre, para que

o trabalho seja estimulante e os participantes o realizem com prazer. (HEINEN,

2003)

Há uma ampliação dos saberes, pois as oficinas não fecham a exploração do

conhecimento. Elas estão sempre abertas a novos acréscimos e desdobramentos do

conhecimento realizados por diferentes grupos.

Page 40: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

39

6.1.2.2 Tempo Utilizado

Em relação ao tempo utilizado na oficina obtivemos respostas que nos

permitiu perceber que 87,5% dos acadêmicos questionados afirmaram ser o tempo

utilizado suficiente para a realização das oficinas, sendo que 12,5% dos sujeitos

relataram que o tempo em que se desenvolveu a oficina foi excessivo.

Segundo Pey (1997), “uma oficina pode durar mais ou menos tempo em

função dos desdobramentos que podem ocorrer, ao mesmo tempo que se há

intervalo, esse é ditado pela ocasião.” Essa afirmação é observada quando

comparamos o tempo em que ocorreu o primeiro momento da oficina com as turmas

do sextos períodos vespertino e noturno. O primeiro momento na turma do noturno,

que contemplava o método de ensino aula modificada, utilizou um maior quantitativo

de tempo que na turma do vespertino. Houve uma participação ativa dos

acadêmicos, respondendo as perguntas que eram feitas pela educadora, relatando

casos clínicos vivenciados como técnicos de enfermagem, enfim contribuindo

significativamente no processo de construção do conhecimento naquele momento.

Entretanto, vale destacar que não foram feitos intervalos de tempo entre os

momentos da oficina, o que pode ter levado a alguns acadêmicos de enfermagem a

perceberem que o tempo utilizado foi excessivo.

Torna-se relevante que o educador da oficina possa observar quando o tempo

utilizado para a mesma está ficando excessivo. Isso fica evidenciado quando os

participantes se mostram desinteressados, dispersos e desmotivados. Com isso, o

momento de fazer o intervalo é necessário ou finalizá-la, reiniciando-a em um outro

momento. Caso contrário, não haverá ganhos para seus participantes.

6.1.2.3 Conteúdo Apresentado

Quanto ao conteúdo apresentado na oficina relativo a técnica da punção

venosa periférica surgiram respostas que nos demonstraram que 87% dos sujeitos

questionados disseram que o conteúdo foi suficiente e 13% relataram que o

conteúdo trabalhado na oficina foi insuficiente às suas necessidades.

A preparação do conteúdo de uma oficina exige tempo e uma pesquisa

detalhada do assunto. Torna-se relevante que as informações coletadas para serem

trabalhadas na oficina educativa sejam atualizadas e corretas.

Page 41: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

40

Colman (2003, p.15) destaca que:

Os participantes esperam, certamente, que o moderador conheça profundamente os assuntos que estão sendo apresentados. As pessoas gostam de ouvir relatos de acontecimentos e experiências, da vivência do educador no tema ou assunto; isso torna o momento de aprendizagem mais interessante.

Ainda destaca que o educador não precisa ser um especialista no que vai

apresentar, mas precisará reunir informações completas cuja abordagem preencha

todos os aspectos apresentados (COLMAN, 2003).

Há que se considerar que todo e qualquer conteúdo trabalhado em uma

oficina necessita estar de acordo com a literatura específica da área de atuação. Os

participantes precisam estar atentos a essa questão, pois alguns conteúdos não

permitem que o educador tenha liberdade de trabalhar o que quer, e sim seguir as

diretrizes do referencial teórico.

6.1.2.4 Métodos de Ensino Utilizados

Ao analisarmos as respostas obtidas em relação aos métodos de ensino

apresentados na oficina, tornou-se necessário construir as frequências absoluta e

relativa, dos métodos de ensino separadamente.

Gráfico 1: Avaliação dos métodos de ensino utilizados na oficina (n = 16).

Page 42: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

41

O gráfico 6.1 acima nos permitiu realizar uma comparação dos métodos de

ensino que foram aplicados na oficina.

A aula modificada foi o primeiro método apontado pelos acadêmicos como

satisfatório, pois permitiu que os mesmos pudessem esclarecer as dúvidas, relatar

experiências, discutir o procedimento que estava sendo realizado em grupo, enfim

estabelecer uma integração entre os participantes. O vídeo foi o segundo método de

ensino escolhido. Foi utilizado como uma alternativa para dinamizar a oficina e

ilustrar o que se fala em sala de aula, através da estimulação dos órgãos dos

sentidos. A demonstração foi o método menos apontado pelos acadêmicos de

enfermagem, mesmo sendo aplicada em larga escala nas universidades para

visualização do que foi apresentado teoricamente.

A análise das respostas relativas ao método de ensino aula modificada nos

demonstrou que: 100% dos sujeitos interrogados afirmaram que esse método é

satisfatório.

Colmam (2003; apud Ravielli, 2005) define aula modificada como uma aula

expositiva, na qual se permite a participação efetiva dos alunos, trazendo suas

realidades sociais ao contexto do ensino.

Ainda acrescenta que durante o preparo desse tipo de apresentação o tempo

estimado deve ser suficiente para permitir a participação do grupo (COLMAN, 2003),

o que aconteceu durante o primeiro momento da oficina realizada. À medida que a

educadora instigava os acadêmicos de enfermagem com questionamentos, os

mesmos respondiam acrescentando os conhecimentos apresentados com relatos de

suas experiências. Isso gerou uma forma de discussão, o que favoreceu o processo

de aprendizagem dos acadêmicos e da educadora.

Nas oficinas, o trabalho em grupo é enfatizado como meio integrador e

interdisciplinar, abrindo e garantindo espaço para a criatividade, curiosidade e

capacidade de observação dos participantes. (HEINEN, 2003)

Em relação ao segundo método de ensino apresentado na oficina que foi o

vídeo, percebeu-se que 67% dos acadêmicos de enfermagem disseram que o

método de ensino trabalhado foi satisfatório e 33% afirmaram ser o método

parcialmente satisfatório.

Após a execução desse método de ensino foi observado que os acadêmicos,

dos sextos períodos vespertino e noturno não realizaram apontamentos. Além

disso, percebeu-se que dois acadêmicos do turno vespertino estavam dispersos

Page 43: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

42

durante a apresentação do vídeo. O que pode justificar alguns acadêmicos ter

relatado que o método é parcialmente satisfatório.

Entretanto, o uso do vídeo nas oficinas é mais uma possibilidade dos

acadêmicos visualizarem o que está sendo apresentado na teoria. Sendo relevante,

que o educador saiba utilizá-lo de forma que se torne colaborador no processo de

aprendizagem.

O uso do vídeo como um complemento de um conteúdo pedagógico tem sua

importância na forma de sensibilização de quem aprende. O vídeo como ilustração

ajuda a mostrar o que se fala na sala de aula, assim como compõe um cenário

desconhecido para o estudante. (POSSETI, 2003)

Além disso, Moran (2000) destaca que a linguagem audiovisual desenvolve

múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e reinveste a

afetividade com um papel de mediação primordial no mundo, enquanto que

linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise

lógica.

Em relação ao método demonstração, surgiram respostas que nos permitiram

observar que: 60% dos acadêmicos disseram que esse método é satisfatório e 40%

afirmaram que a demonstração é um método de ensino insatisfatório.

A demonstração é a mais antiga de todas as estratégias de ensino usada pelo

homem. Enquanto método de ensino a demonstração aplica-se mais ao ensino de

habilidades manuais ou de processos rotineiros. Deve ser realizada seguindo um

planejamento prévio para evitar dispêndio de tempo e de material (GIL, 1997)

Esse método de ensino é largamente utilizado em escolas e universidades,

uma vez que possibilita o estudante visualizar a técnica, o procedimento, a

manipulação de um equipamento, os experimentos realizados em laboratório, dentre

outros.

Nesta pesquisa, um acadêmico do turno vespertino e um acadêmico do turno

noturno se candidataram para realizar a técnica da punção venosa periférica junto a

educadora na oficina, efetivando então o método da demonstração. Os outros

acadêmicos participaram orientando a sequência necessária a ser seguida para que

o procedimento fosse realizado em um manequim.

A demonstração é uma forma de representar fenômenos e processos que

ocorrem na realidade. Ela se dá através de explicações de um estudo do meio,

através de explicação coletiva de um fenômeno. (LIBÂNEO, 1994)

Page 44: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

43

6.1.2.5 Apresentação, Recursos e Ambiente

Nesse momento do questionário, os acadêmicos de enfermagem foram

solicitados a avaliar a composição da oficina no tocante apresentação da educadora,

recursos utilizados, ambiente de realização da oficina, material utilizado e

quantidade de pessoas. Surgiram assim, os gráficos separadamente.

Em relação a apresentação da educadora: 87% dos sujeitos disseram que foi

satisfatória e 13% relataram que a apresentação realizada foi parcialmente

satisfatória.

Aquele que se dispõe a realizar uma oficina educativa deve se apresentar

claramente aos participantes. Isso permite que todos conheçam o profissional, sua

área de atuação, locais onde trabalha e objetivos almejados com aquela oficina,

além de iniciar um processo de aproximação e criação de vínculos entre o educador

e os participantes.

Colman (2003) afirma que: “O início da apresentação é importante, pois a

maioria das pessoas estará prestando a atenção; o educador deve torná-lo

interessante e recheado de informações importantes.”

Para que a oficina educativa atinja seus objetivos, torna-se necessário

inicialmente uma conversa descontraída que permita a manifestação de todos. Além

disso, há a possibilidade nesse primeiro momento de captar as expectativas,

dúvidas, ansiedades, angústias e desejos dos participantes. (SECRETARIA DE

ESTADO DE SAÚDE E DEFESA CIVIL DO RIO DE JANEIRO, 2007).

Quando questionados os acadêmicos de enfermagem acerca dos recursos

utilizados, a avaliação realizada foi: 87% afirmaram que os recursos eram

satisfatórios e 13% relataram que os recursos utilizados na oficina eram

parcialmente satisfatórios.

Os recursos utilizados estavam de acordo com os momentos das oficinas

realizadas, ou seja, com os métodos de ensino aplicados e a avaliação dos

acadêmicos de enfermagem.

Todos os recursos foram disponibilizados pelo Curso de Graduação em

Enfermagem e pelo laboratório de habilidades da instituição de ensino superior em

que se realizou a pesquisa; ficando a cargo da pesquisadora que foi a educadora da

oficina apenas os slides em Power Point (Microsoft Office) com a técnica da punção

venosa periférica e o vídeo que foi apresentado no segundo momento.

Page 45: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

44

Quanto à questão do ambiente de realização da oficina obtivemos as

seguintes avaliações dos acadêmicos de enfermagem: 81% relataram que o

ambiente escolhido para a oficina era satisfatório e 19% afirmaram que o ambiente

era parcialmente satisfatório.

O local onde transcorrerá a oficina é muito importante e não deve ser tratado

com indiferença. O aprendizado deve ocorrer numa atmosfera confortável, agradável

e apropriada. Colman (2003) ao relatar o local para a realização da oficina relata:

Outro aspecto a ser observado é a disposição das cadeiras. O resultado afetará todo o relacionamento com o grupo. Três considerações básicas podem ser aplicadas a qualquer tipo de apresentação: Você pode ser visto por todos? A disposição e as cadeiras estão confortáveis física e psicologicamente? A disposição das cadeiras é apropriada para o tamanho da sala, tamanho do grupo e finalidade de sua apresentação? (COLMAN, 2003, p.13)

Deve-se ainda considerar em relação ao ambiente: a iluminação, a acústica, a

temperatura, o acesso e o estado do ambiente em que se realizará a oficina.

Nessa pesquisa, foi utilizada uma sala de aula arejada, ampla, com

iluminação artificial, sendo as cadeiras dispostas em semicírculo. “As cadeiras

arranjadas em semicírculo proporcionam uma atmosfera mais informal. Isso coloca o

educador diretamente na frente de cada membro do grupo e permite, também, que

todos vejam uns aos outros.” (COLMAN, 2003. p. 13)

Vale lembrar que, o terceiro momento da oficina exigiu o laboratório de

habilidades do Curso de Enfermagem que possui manequins, mobília, materiais e

equipamentos.

Os materiais foram avaliados pelos acadêmicos de enfermagem da seguinte

forma: 85% dos sujeitos disseram que os materiais escolhidos para serem utilizados

eram satisfatórios e 15% afirmaram que era parcialmente satisfatórios.

Utilizamos os materiais de enfermagem, para a técnica da punção venosa

periférica, disponibilizados pelo laboratório de habilidades do Curso de Enfermagem.

Acredita-se que os acadêmicos que participaram da oficina estão continuamente

estudando nesse laboratório. Dessa forma, já conhecem o material existente e

entraram várias vezes em contato, o que explica a freqüência de acadêmicos que

disseram que os materiais eram parcialmente satisfatórios.

Page 46: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

45

Entretanto, o educador nas oficinas necessita considerar que o material usado

é um elemento auxiliar na promoção da aprendizagem, e que as oficinas exigem

material diversificado (...). (MOTA, 2006).

Antunes e Sabóia-Morais (2010 apud CRUZ, 2011) afirmam que “recurso

didático é todo material usado para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem”.

Durante o planejamento da oficina, o educador deverá levantar todos os

materiais que estão disponíveis e se necessário deverá buscar outros materiais para

enriquecer esses momentos educativos, estimular a criatividade e facilitar a

compreensão dos conteúdos trabalhados.

Em relação ao quantitativo de pessoas na oficina, a avaliação dos

acadêmicos de enfermagem foi a seguinte: 100% afirmaram que a quantidade de

pessoas que participaram da oficina era satisfatória.

O número de participantes para as oficinas educativas, na maioria das vezes,

determina o local. Este não deverá estar abarrotado nem ser grande demais para o

número de participantes, pois isso pode se tornar uma barreira para o aprendizado.

(COLMAN, 2003)

Nessa pesquisa, foi realizada uma oficina testada duas vezes, cada uma com

oito participantes. Isso possibilitou uma maior interação do grupo, com discussões

ricas de experiências pessoais, trocas de saberes e absorção dos conhecimentos.

Nesse aspecto, a oficina atingiu seus objetivos.

As oficinas como modalidade educativa apresentam uma junção do caráter

teórico com o prático de forma sutil e produtiva, além da aproximação entre os

indivíduos e o conhecimento (COSTA, 2009). Constitui um recurso dinâmico e

prazeiroso para todos os envolvidos, surgindo a possibilidade de ampliação dos

saberes.

As pessoas tornam-se protagonistas nas oficinas, podendo coletar, discutir,

classificar e sistematizar procedimentos. Dessa forma, definiram-se os objetivos

iniciais da oficina, mas não fecha o circuito da exploração possível do conhecimento.

Não há encerramento, as oficinas estão sempre abertas a novos acréscimos e

desdobramentos, porque cada novo grupo que com elas trabalha lhe acrescenta

facetas de compreensão e investigação singulares. (PEY, 1997)

As oficinas não exigem idades determinadas, sexos determinados,

escolaridade determinada ou pré-requisito de conhecimento para os seus

Page 47: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

46

participantes. Elas alargam os estritos caminhos por onde a educação tradicional se

move. (PEY, 1997)

Essas modalidades educativas se articulam no conhecimento técnico-

científico, resistindo ao esquadrinhamento disciplinar escolar do tópico, do tempo e

da tarefa. Elas envolvem experiência natural (do conhecimento) e experiência do

pensamento (reflexão). (PEY, 1997)

Com isso, resgata-se a auto-estima do indivíduo, desenvolve-se sua

expressão oral, corporal, sua criatividade e criticidade, além de melhorar as relações

do indivíduo consigo próprio, do indivíduo com o outro e do indivíduo com a

sociedade.

6.1.2.6 Outros Métodos de Ensino a serem utilizados na

Oficina Educativa sob a Ótica dos Acadêmicos

Os acadêmicos de enfermagem ainda responderam o seguinte

questionamento: Você acha que outro método de ensino poderia ser utilizado nessa

oficina? Qual (is)?

Foram oferecidas 11 alternativas que contemplavam métodos de ensino que

podem ser trabalhado na oficina educativa. O gráfico 6.2 a seguir nos demonstrou

que: 43,75% dos sujeitos responderam que o método perguntas e respostas poderia

ser utilizado na oficina, 31,25% dos sujeitos relataram que as dramatizações

constituem métodos de ensino que também poderiam ser utilizados, 31,25% dos

acadêmicos de enfermagem elegeram o método estudo de caso, 25% escolheram

as simulações, 25% disseram que a aula prática é outro método a ser utilizado na

oficina, 18,75% dos acadêmicos citaram o método de ensino visitas ao paciente,

18,75% mencionaram o estudo dirigido como outro método de ensino, 12,50% dos

acadêmicos de enfermagem citaram o método jogos, 12,50% escolheram o método

de ensino mesa-redonda, 12,50% dos acadêmicos elegeram o método aula

expositiva e 6,25% disseram que o simpósio poderia ser outro método de ensino

utilizado na oficina que visam preparar acadêmicos para futuros treinamentos com

trabalhadores de enfermagem.

Page 48: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

47

Gráfico 2: Avaliação de outros métodos de ensino

que podem ser utilizados em oficinas educativas (n = 16).

O método de perguntas e respostas foi o mais apontado pelos acadêmicos

em suas avaliações. Este método requer participação dos integrantes da oficina e

possibilita ao educador verificar a sua compreensão. Durante a sessão de

perguntas, é conveniente não oferecer as respostas, quando os participantes

tiverem dificuldades em respondê-las; deve-se reformular as questões, estimulando-

os a pensar (COLMAN, 2003).

Constitui um método muito utilizado em sala de aula para dinamizar o

processo de ensino-aprendizagem. A pergunta estimula os acadêmicos a refletirem

sobre o assunto proposto e a emitirem uma resposta. A cada resposta fornecida,

correta ou incorreta, há um aprendizado em conjunto. Além disso, outras respostas

subsequentes podem complementar a opinião dada inicialmente.

As dramatizações ficaram em segundo lugar em relação aos outros métodos

que podem ser aplicados nas oficinas. “São propostas de trabalhos que tratam

conteúdos curriculares e que compreendem: aprender na ação, uma metodologia de

ensino democrática e participativa”. (MORENO In BATISTA, 2004)

Esse método gera a espontaneidade, cria o desafio de transpor os conteúdos teóricos, possibilitando ao aluno e ao docente, a oportunidade de trabalhar em situações que envolvam o enfrentamento e a resolução de problemas. (TOBASE, 2007, p. 216)

Page 49: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

48

Os acadêmicos se mostram satisfeitos em aprender com esse método,

tornam-se críticos, criativos e comprometidos em demonstrar a realidade proposta.

Na área da saúde esse método vem possibilitando uma maior apreensão do

conteúdo, além de ser prazeiroso e desafiante.

Outro método citado em segundo lugar pelos acadêmicos de enfermagem foi

o estudo de caso. Vale destacar que, no Curso de Graduação em Enfermagem

todos os acadêmicos constroem um estudo de caso no final do estágio curricular

supervisionado.

Para Colman (2003, p.31):

O estudo de caso é a apresentação de situações próximas da realidade ou verídicas, onde o estudante deve apresentar sua posição quanto ao caso. A finalidade é despertar a capacidade de tomar decisões e exercitar a reflexão sobre problemas apresentados.

Corroborando com essa idéia Gil (1997) destaca que o estudo de caso

consiste em apresentar fatos ou resumos narrativos de situações ocorridas em

empresas, órgãos públicos e outras instituições com vistas à sua análise pelos

alunos (...). As soluções, apreciações e críticas são apresentadas à classe e

discutidas.

Isso possibilita a ampliação de conhecimentos uma vez que aproxima de

forma real os acadêmicos de enfermagem aos usuários dos serviços de saúde,

fazendo com que possam exercitar seu pensamento crítico e levantar hipóteses

acerca do caso clínico estudado.

O método de ensino menos citado pelos acadêmicos foi o denominado

“simpósio”. Colman (2003, p.30) ao relatar esta atividade mostra que:

Este é um método pelo qual duas ou mais pessoas, especialistas em determinada área profissional, sob a direção de um coordenador, apresentam um tema de sua especialidade, com enfoques diferentes ou confrontando pontos de vista diferentes, com a participação do grupo, através de perguntas orais ou escritas. Ao coordenador, geralmente não cabe o papel de estimular todos os participantes a falar; sua atuação é orientar a participação, conduzindo o processo de perguntas e respostas, e evitar que se instale um debate entre expositores e ouvintes ou ouvintes e expositores.

Percebe-se de um modo geral que os acadêmicos apresentam dificuldades

em realizar apresentações de trabalhos em público, palestras, orientações à

comunidade, principalmente quando ficam expostos a perguntas de outras pessoas.

Page 50: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

49

Em muitos casos, isso se torna um grande desafio, sendo necessário que os

mesmos exercitem este método de ensino em sua formação profissional. Daí ser o

método simpósio o menos apontado pelos acadêmicos de enfermagem.

6.1.2.7 Contribuição na Formação Profissional

O último questionamento buscava levantar junto aos acadêmicos de

enfermagem a contribuição da oficina em sua formação profissional. A maioria dos

acadêmicos (92%), relataram que a oficina pode contribuir na formação profissional

e 8% afirmaram que a oficina pode contribuir parcialmente na formação profissional.

“A oficina é um âmbito de reflexão e ação no qual se pretende superar a

separação que existe entre teoria e prática, entre conhecimento e trabalho e entre a

educação e a vida.” (NASCIMENTO, 2007)

Nesse sentido, acreditamos que tal metodologia permite um verdadeiro pensar e repensar da prática cotidiana e enriquece o processo de construção de conhecimento, já que parte de uma interação de diferentes olhares favorecendo a reflexão de nossas práticas, no intuito de melhor preparar docentes e discentes para a atuação junto a seres humanos que necessitam de cuidados. (NASCIMENTO, 2007, p.88-89)

Assim, compreendemos que a liberdade de expressão que as oficinas (...) proporcionam contribui significativamente para a formação de profissionais críticos e abertos a mudanças que ocorrem a todo o momento na sociedade. (NASCIMENTO, 2007, p.89)

As oficinas na enfermagem quando direcionadas para ações educativas,

assistenciais, gerenciais e de pesquisa irão colaborar no processo de formação

profissional, uma vez que orienta a tomada de decisão com vistas em um sistema de

saúde mais justo e igualitário.

Enfim, a realização de oficinas nos Cursos de Graduação em Enfermagem

proporciona aos docentes e discentes reflexões significativas sobre conceitos,

posturas e soluções, o que assegura uma melhor assistência junto à população.

A quinta pergunta do questionário de avaliação aplicado junto aos

acadêmicos de enfermagem permitiu uma análise qualitativa. Seguimos as diretrizes

fornecidas pela categorização simples. Ao questionar acadêmicos de enfermagem

dos sextos períodos se os métodos de ensino apresentados na oficina têm

aplicabilidade junto aos trabalhadores de enfermagem em futuros treinamentos,

Page 51: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

50

obtivemos repostas que nos permitiram construir as seguintes categorias temáticas:

melhor visualização do conteúdo, qualidade nos serviços prestados e esclarecimento

de dúvidas.

6.1.2.8 Melhor Visualização do Conteúdo

A análise do quinto questionamento demonstrou que acadêmicos de

enfermagem perceberam que os métodos de ensino proporcionam uma melhor

visualização do conteúdo apresentado, como observamos nas seguintes respostas:

“Sim, pois a visualização do conteúdo é bem mais rápida e objetiva, não deixando massante o conteúdo.” Informante 04 “(...) isso ocasiona que as pessoas prestem mais a atenção e fixem mais o conteúdo apresentado.” Informante 05 “Sim, porque a visualização pode contribuir.” Informante 16

Como citado anteriormente, método significa caminho, percurso. Para que o

educador obtenha os resultados planejados para um treinamento, ele necessita de

métodos de instrução adequados, que facilitem o entendimento (COLMAN, 2003).

Colman (2003, p.29) ainda destaca que:

Sejam quais forem as finalidades do treinamento, o método constitui sempre um elemento fundamental da determinação dos caminhos a percorrer (...), pois define o conjunto de ações do educador destinadas a fazer desenvolver nos participantes a capacidade de aprender novas habilidades, obter novos conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos.

Os métodos organizam as atividades de ensino, possibilitando uma maior

visualização do que está sendo apresentado. Isso permite que os participantes de

treinamentos em serviço desenvolvam suas capacidades cognitivas e operativas.

Além disso, quando aplicados em treinamentos os métodos de ensino

possibilitam que conteúdos específicos e longos sejam trabalhados sem dificuldade,

pois dinamizam o processo de ensino-aprendizagem.

6.1.2.9 Qualidade nos Serviços Prestados

Emergiram ainda na pesquisa depoimentos que destacavam que os métodos

de ensino aplicados na oficina para futuros treinamentos de trabalhadores de

Page 52: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

51

enfermagem levam a um aperfeiçoamento profissional gerando qualidade nos

serviços prestados, como visto nas respostas abaixo:

“Sim, pois assim melhora a qualidade dos serviços prestados tendo uma equipe competente e segura.” Informante 03. “Sim, pois temos uma melhoria dos profissionais e qualidade nos serviços prestados.” Informante 07 “Este método faz com que o profissional atualize o procedimento, podendo melhorar sua prática, levando menos danos ao paciente.” Informante 11

“O treinamento busca, como resultado, o aumento do conhecimento teórico e

prático que capacita o indivíduo para a realização eficiente do seu trabalho.”

(PERES; LEITE; GONÇALVES, 2005 In KURCGANT, 2005). A utilização dos

métodos de ensino nesses momentos educativos facilita a aprendizagem, resultando

em uma postura segura e confiante do profissional.

Estratégias educativas que utilizam métodos de ensino tornam-se primordiais

para o aperfeiçoamento do trabalhador. “Sendo assim, necessário se faz intensificar

atividades educativas que promovam a reflexão, atualização e a mudança de

comportamento com vistas à qualidade do desempenho dos profissionais”

(TORRES, 2005).

A presença de profissionais atualizados, com freqüentes aperfeiçoamentos, é

necessária para a qualidade dos serviços prestados, consequentemente para o

sucesso das organizações.

6.1.2.10 Esclarecimento de Dúvidas

Ainda foi possível constatar através das falas dos acadêmicos que os

métodos de ensino na oficina para treinamento de trabalhadores de enfermagem

facilitam o processo de esclarecimento de dúvidas, reduzindo os erros que possam

surgir durante a realização de procedimentos. Como visto a seguir:

“Sim, para mostrar alguns erros que são cometidos, às vezes passam por despercebidos e como fazer a técnica correta.” Informante 03 “Sim, ajuda a esclarecer as dúvidas, além de ajudar os enfermeiros a treinarem em um manequim as suas dificuldades.” Informante 10 “Sim, porque sempre existe dúvida no procedimento.” Informante 15

Como citado anteriormente, há uma necessidade de treinamento com a

aplicação de métodos de ensino adequados quando há uma lacuna entre o que é

Page 53: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

52

exigido de um trabalhador para cumprir suas atribuições ou rotinas de forma

competente e aquilo que ele sabe de fato e que o capacita a fazê-lo. (COLMAN,

2003)

A utilização de métodos de ensino em treinamentos de trabalhadores de

enfermagem visa uma maior aprendizagem e a formação de profissionais críticos e

conscientes. Isso possibilita o desenvolvimento do espírito de equipe, reduz os

custos, eleva o padrão de qualidade, aumenta a produtividade, amplia

conhecimentos, desenvolve habilidades técnicas, muda as atitudes e reduz os

desperdícios.(POSSARI, 2004)

Desse modo, os trabalhadores de enfermagem aprimoram a execução de

suas atividades profissionais, realizando os procedimentos de forma correta e

propondo alternativas viáveis para os problemas que surgem no cotidiano laboral.

Page 54: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

53

7. ELABORAÇÃO DO PRODUTO

O protótipo do produto elaborado apresenta um conjunto de informações

sobre o tema punção venosa periférica no formato de um roteiro de oficina como

sugestão de utilização em atividades didáticas.

Constitui como público alvo desse roteiro de oficina, acadêmicos de

enfermagem que cursam ou cursaram a disciplina de “Gerência dos Serviços de

Enfermagem” e docentes de enfermagem.

As oficinas propostas neste roteiro objetivam apresentar aos acadêmicos de

enfermagem, métodos de ensino que possam ser utilizados em treinamentos em

serviço.

Vale ressaltar que, este roteiro apenas está focado na realização de oficinas

que visam preparar acadêmicos para futuros treinamentos em serviço com

trabalhadores de enfermagem utilizando métodos de ensino apresentados nas

oficinas. O formato é apenas uma ferramenta que poderá ser re-elaborada ou re-

editada pelo educador dependendo do grupo a que se destina.

O processo de criação do roteiro de oficina se deu como segue:

Após receber a proposta para editoração do roteiro de oficina como produto

dessa dissertação de mestrado, o designer gráfico desenvolveu um protótipo para o

público alvo: docentes e discentes de enfermagem.

As imagens da capa foram feitas através de uma montagem com duas fotos:

uma foto representando um bloco de anotações com um estetoscópio acoplado e

outra foto representando uma mão escrevendo algumas palavras, registrando.

Em relação à tipografia, foram usadas fontes com serifa, que facilitam a leitura

de textos longos. Os capítulos foram usadas fontes mais modernas, sem serifa, para

dar contraste com o texto.

O formato do roteiro de oficina visa facilitar o manuseio dos docentes e

discentes de enfermagem. Nas páginas que iniciam os capítulos, foi adicionada uma

faixa vermelha para mostrar ao leitor que ali se inicia um novo assunto, facilitando e

agilizando a consulta do material. O formato estabelecido foi de 14,8 x 21 cm

chamado de A5.

Para visualização desse protótipo do roteiro de oficina com acadêmicos de

enfermagem, seguem abaixo as páginas que o constituem:

Page 55: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

54

Page 56: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

55

Page 57: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

56

Page 58: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

57

Page 59: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

58

Page 60: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

59

8. CONCLUSÕES

Com os resultados da presente pesquisa, podemos concluir que as oficinas

atenderam as expectativas da maioria dos acadêmicos de enfermagem, pois houve

uma grande participação dos mesmos esclarecendo dúvidas, relatando experiências

vivenciadas e realizando um trabalho em conjunto.

Ainda foi possível concluir que o tempo utilizado nas oficinas foi suficiente.

Sugerindo apenas que, sejam feitos intervalos de tempo ou finalização da oficina,

quando os participantes demonstrarem desinteresse às atividades propostas. O

conteúdo apresentado nas oficinas foi suficiente, na visão da maioria dos

acadêmicos de enfermagem. Lembrando que a preparação do conteúdo exige uma

pesquisa detalhada e respeito às diretrizes fornecidas pela literatura específica.

Concluiu-se ainda que a aula modificada foi o método mais apontado pelos

acadêmicos de enfermagem como satisfatório, pois permite uma troca de saberes

entre participantes e educadores, o relato de experiências, a discussão em grupo e

o esclarecimento de dúvidas.

Os acadêmicos de enfermagem escolheram os métodos de ensino perguntas

e respostas, dramatizações e estudo de caso para serem aplicados em outras

oficinas que visam preparar discentes para futuros treinamentos com trabalhadores

de enfermagem.

Na avaliação dos acadêmicos em relação à composição da oficina: a

apresentação do educador, os recursos utilizados, os ambientes em que

aconteceram as oficinas (sala de aula e laboratório de habilidades), os materiais e o

quantitativo de participantes foram satisfatórios; e as oficinas contribuíram na sua

formação profissional.

Além disso, concluímos que os métodos de ensino trabalhados nas oficinas

educativas facilitam o processo de esclarecimento de dúvidas em relação aos

conteúdos que serão apresentados, possibilitam uma maior visualização e

apreensão do conteúdo. Dessa forma, esses métodos têm aplicabilidade junto aos

trabalhadores de enfermagem em futuros treinamentos, pois tornam essa estratégia

educativa dinâmica, estimulando o aperfeiçoamento profissional, e

consequentemente a qualidade nos serviços prestados.

Com a finalização dessa dissertação elaboramos um protótipo de um roteiro

de oficina que contém as informações básicas para que docentes de enfermagem

Page 61: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

60

possam realizar novas oficinas baseadas nesse roteiro e para que acadêmicos de

enfermagem utilizem os três métodos de ensino descritos em futuros treinamentos

com trabalhadores de enfermagem.

Page 62: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

61

9. REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Verônica Santos et al. A Integração Ensino-Serviço no Contexto dos Processos de Mudança na Formação Superior dos Profissionais de Saúde. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v.32, n.3, p.356-362, 2008. ALMEIDA, Maria José de. Educação Permanente em Saúde: um compromisso inadiável, Londrina, out./dez. 1997. Disponível em: <URL: http://www.ccs.uel.br/olhomagico>. Acesso em: 19 jul. 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Projeto Escola Viva – Garantindo a Permanência de Todos os Alunos na Escola – Alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Brasília, DF, 2000, p.1-42 (Série 2). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. A Educação Permanente Entra na Roda: pólos de educação permanente em saúde – conceitos e caminhos a percorrer. Brasília, DF, 2005a, p. 5-35 (Série C. Projetos, Programas e Relatórios). ______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como Estratégia do Sistema Único de Saúde para a Formação e o Desenvolvimento de Trabalhadores para o Setor. Portaria 198/GM/MS. Brasília, DF, 2004, 14p. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Curso de Formação de Facilitadores de Educação Permanente em Saúde: orientações para o curso. Rio de Janeiro, RJ, Fiocruz, 2005b. CARROTA, Flávia; KAWAMURA, Débora; SALAZAR, Janine. Educação Permanente em Saúde: uma estratégia de gestão para pensar, refletir e construir práticas educativas e processos de trabalhos. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.18, p. 48-51, 2009. CARVALHO, Francisca Ana Martins. O Significado do Trabalho de Parto e Parto para os Alunos de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. 2005. 40f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Brasil, 2005.

Page 63: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

62

CASTRO, Liliana Cristina de; TAKAHASHI, Regina Toshie. Percepção dos Enfermeiros sobre a Avaliação da Aprendizagem nos Treinamentos Desenvolvidos em um Hospital de São Paulo. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 42, n. 2, p.305-11, agos. 2008. COSTA, Mônica de Oliveira; KOGA, Odaléia; KALHIL, Josefina Barrera. VII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 2009, Florianópolis, SC. Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências – ABRAPEC, 2009. COSTA, Roberta Kaliny de Souza; MIRANDA, Francisco Arnoldo Nunes. A Formação do Graduando de Enfermagem para o Sistema Único de Saúde: uma análise do projeto pedagógico. Revista de Enfermagem UFPE On Line, Pernambuco, v. 4, n.1, p.10-17, 2010. CHIRELLI, Mara Quaglio. O Processo de Formação do Enfermeiro Crítico-Reflexivo na Visão dos Alunos do Curso de Enfermagem da FAMEMA. 2002. 54f. Tese (Doutorado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil, 2002. COAN, Teresa Cristina Manrique et al. A Opinião de Enfermeiros Recém-Admitidos sobre o Programa de Treinamento para a sua Integração em um Hospital de Ensino. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v.30, n.2, p.187-203, ago. 1996. COLMAN, Fátima Tahira. Tudo que o Enfermeiro Precisa Saber sobre Treinamento: um manual prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2003, 7p., 11 p., 12p., 15p., 29 p., 31p. CRUZ, Vanessa Rafaela Milhomen; ANTUNES, Adriana Maria; FARIA, Joana Cristina Neves de Menezes. Oficina de Produção de Materiais Pedagógicos e Lúdicos com Reutilizáveis: uma proposta de educação ambiental no ensino de ciências e biologia. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 7, n.12, p. 1-12, 2011. DI VICENTI, M. Administering Nursing Service. In: KURCGANT, Paulina (coordenadora). Administração em Enfermagem. São Paulo: EPU, 1991, 156p. EGRY, Emiko Yoshikawa; FONSECA, Rosa Maria Godoy Serpa de. Dimensão Pedagógica da Integração Docente-Assistencial como Estratégia de Intervenção no Saber/Fazer em Saúde Coletiva. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, n. 42, p.16-22, mar.1994.

Page 64: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

63

FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de. Método e Metodologia na Pesquisa Científica. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2004, 106p., 108p. FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida; VIANA, Dirce Laplaca. Tratado Prático de Enfermagem. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2006. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002, 41p., 149p. GIL, Antônio Carlos, Metodologia do Ensino Superior. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1997. GIRADE, Maria da Graça; CRUZ, Emirene Maria Navarro Trevizan da; STEFANELLI, Maguida Costa. Educação Continuada em Enfermagem Psiquiátrica: reflexões sobre conceitos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v.40, n.1, p. 105-10, mar. 2006. HEINEN, Líliam Maria Bresciani. Vivenciando a Realidade do Ensino da Língua Materna: uma experiência realizada por acadêmicos em União da Vitória. 2003. 96f. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Maringá, 2003. KURCGANT, Paulina (coordenadora). Administração em Enfermagem. São Paulo: EPU, 1991, 156p. LEITE, Maria Madalena Januário; PEREIRA, Luciane Lúcio. Educação Continuada em Enfermagem. In: KURCGANT, Paulina (coordenadora). Administração em Enfermagem. São Paulo: EPU, 1991, 153p.,155p.,156p.,157p. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. MANCIA, Joel Rolim; CABRAL, Leila Chaves; KOERICH, Magda Santos. Educação Permanente no Contexto da Enfermagem e na Saúde. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v.57, n.5, p.605-10, set./out. 2004. MARION, José Carlos. O Ensino da Contabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2001. MILIONI, Benedito. Integrando o Levantamento de Necessidades com a Avaliação e Validação do Treinamento. In: BOOG, Gustavo (coordenador). Manual de

Page 65: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

64

Treinamento e Desenvolvimento: um guia de operações. São Paulo: Makron Books, 2001, p. 9-27. MILIONI, Benedito. Avaliação e Validação dos Resultados dos Investimentos em Treinamento & Desenvolvimento. In: BOOG, Gustavo (coordenador). Manual de Treinamento e Desenvolvimento – ABDT. São Paulo: Makron Books, 1999, p.289-307. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. p.21-22. MORAES, Márcia. Modos de Intervir com Jovens Deficientes Visuais: Dois Estudos de Caso. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE). Campinas, v.11, n.2, p.311-322, jul/dez 2007. MORAN, José Manuel. A Integração das Tecnologias na Educação. Revista Informática na Educação: Teoria & Prática, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p.137-144, set./2000. MORENO, Lídia Ruiz. Trabalho em Grupo: experiências inovadoras na área da educação em saúde. In: BATISTA, Nildo Alves; BATISTA, Sylvia Helena Souza da Silva. Docência em Saúde: temas e experiências. São Paulo: Senac, 2004, p.85-99. MOTA, Silvia Maria Coelho. Escola de Tempo Integral: da concepção à prática. In: VI Seminário da Redestrado – Regulação Educacional e Trabalho Docente, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, RJ. Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2006. p.1-10. MYERS, Greg. Análise da Conversação e da Fala. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2004. NASCIMENTO, Maristella Santos; SANTOS, Flávia Pedro dos Anjos; RODRIGUES, Vanda Palmarella; NERY, Valéria Alves da Silva. Oficinas Pedagógicas: construindo estratégias para a ação docente – relato de experiência. Revista Saúde.com, Bahia, v.3, n.1, p. 85-95, 2007. PASCHOAL, Amarílis Schiavon; MANTOVANI, Maria de Fátima; MÉIER, Marineli Joaquim. Percepção da Educação Permanente, Continuada e em Serviço para Enfermeiros de um Hospital de Ensino. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v.41, n.3, p.478-84, jan. 2007.

Page 66: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

65

PEDUZZI, Maria et al. Atividades Educativas de Trabalhadores na Atenção Primária: concepções de educação permanente e de educação continuada em saúde presentes no cotidiano de Unidades Básicas de Saúde em São Paulo. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, São Paulo, v.13, n. 30, p.121-34, jul./set. 2009. PEREIRA, Juliana Guisardi; FRACOLLI, Lislaine Aparecida. A Contribuição da Articulação Ensino-Serviço para a Construção da Vigilância da Saúde: a perspectiva dos docentes. Ribeirão Preto, mar./abr. 2009. Disponível em: <URL: http://ead.eerp.usp.br/rla. Acesso em: 28 ago. 2010. PERES, Heloisa Helena Ciqueto; LEITE, Maria Madalena Januário; GONÇALVES, Vera Lúcia Mira. Educação Continuada: Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, e Avaliação de Desempenho Profissional. In: KURCGANT, Paulina (coordenadora). Gerenciamento em Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2005, 145p., 146p, 147p. PEY, Maria Oly. Oficina como Modalidade Educativa. Perspectiva, Florianópolis, v.15, n. 27, p. 35-63, jan./jun. 1997. PINTO, Elzimar Evangelista Peixoto et al. Desdobramentos da Educação Permanente em Saúde no Município de Vitória, Espírito Santo. Revista Trabalho, Educação, Saúde, Rio de Janeiro, v.8, n.1, p.77-96, mar./jun. 2010. PORTAL SAÚDE. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Disponível em: <URL: http://www.saude.gov.br>. Acesso em: 13 jan. 2010. POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico – Planejamento, Organização e Gestão. 1. ed. São Paulo: Iátria, 2004. 95 p. 124p. POSSETI, Nelson Luiz; PINHEIRO, Reginaldo César. Nos Limites do Pedagógico dos Recursos Áudio-Visuais: um enfoque sobre os flimes temáticos.Anais da XII Semana de Pedagogia e II Encontro de Pedagogos da Região Sul Brasileira da UNIPAR. Akrópolis, Umuarama, v.11, n.4, p. 204-207, out./dez. 2003. POTTER, Patrícia A; PERRY, Anne G. Grande Tratado de Enfermagem Prática – Clínica e Prática Hospitalar. 3. ed. São Paulo: Santos Livraria e Editora, 2005. RAVELLI, Ana Paula Xavier. A Inserção da Música no Ensino Superior de Enfermagem: um relato de experiência. Ciência, Cuidado e Saúde, Maringá, v.4, n.2, p.177-181, maio/ago. 2005.

Page 67: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

66

RIO DE JANEIRO (Estado). Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil. Acessoria de DST/AIDS e Hepatites Virais. Redução de Danos em Drogas e AIDS: trabalho educativo com jovens – textos 3. Rio de Janeiro, RJ, 2007, 15 p., 17p. (Coleção Textos). SALUM, Nádia Chiodelli; PRADO, Marta Lenise do. Educação Continuada no Trabalho: uma perspectiva de transformação da prática e valorização do trabalhador(a) de enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 298-311, maio/ago. 2000. SALVIATO, Daiane Tarcilla et al. A Extensão Universitária como Proposta de Integração Ensino-Serviço em Saúde Coletiva. Cascavel [s.n], 2003. 2p SOUZA, Virgínia Helena; MOZACHI, Nelson. O Hospital: Manual do Ambiente Hospitalar. 2. ed. Curitiba: Os Autores, 2005. TOBASE, Lucia; GESTEIRA, Elaine Cristina Rodrigues; TAKAHASHI, Regina Toshie. Revisão de Literatura: a utilização da dramatização no ensino de enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem, v.09, n.01, p.214-228, 2007. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n1/v9n1a17.htm TORRES, Maricy Morbin; ANDRADE, Denise de; SANTOS, Claudia Benedita dos. Punção Venosa Periférica: avaliação de desempenho dos profissionais de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v.13, n.3, p. 299-304, 2005. VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa. Métodos de Ensino de Línguas Estrangeiras: fundamentos, críticas e ecletismo, Rio de Janeiro, jul/set. 2008. Disponível em: <URL: http://publicacoes.unigranrio.edu.br>. Acesso em: 07 jun. 2010.

Page 68: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

67

APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos – CoEPS/UniFOA

1-Identificação do responsável pela execução da pesquisa:

Título do Projeto: Oficina Educativa para Capacitação de Acadêmicos de

Enfermagem em Métodos de Ensino.

Coordenadores do Projeto: Clarissa Ferreira Pontual de Oliveira, Ilda Cecília

Moreira da Silva e Rosane Moreira Silva de Meirelles.

Telefones de contato dos Coordenadores do Projeto: (24) 3356-2257/ (24) 9995-

6393/ (24) 3342-5913/ (24) 9845-8914/(21) 8115-2469.

Endereço do Comitê de Ética em Pesquisa: Av. Paulo Erlei Alves Abrantes, nº

1325, Três Poços, Volta Redonda.

2- Informações ao participante:

Você está sendo convidado a participar de uma oficina educativa com

acadêmicos do sexto período do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro

Universitário de Volta Redonda – UniFOA da dissertação de mestrado da aluna

Clarissa Ferreira Pontual de Oliveira, que está matriculada no Programa de

Mestrado Profissional em Ensino das Ciências da Saúde e Meio Ambiente do Centro

Universitário de Volta Redonda - UniFOA que tem como:

Objetivo Geral

- Desenvolver oficina educativa sobre um procedimento de enfermagem para

a capacitação de acadêmicos em métodos de ensino que serão utilizados em futuros

treinamentos de trabalhadores de enfermagem.

Objetivos Específicos

- Elaborar um roteiro de oficina para docentes e acadêmicos de enfermagem,

com vistas a futuros treinamentos em serviço de trabalhadores de enfermagem.

Page 69: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

68

- Analisar o discurso de acadêmicos sobre métodos de ensino adotados na

oficina educativa que poderão ser aplicados em futuros treinamentos de

trabalhadores de enfermagem.

Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações abaixo

que informam sobre o procedimento:

Estamos desenvolvendo uma oficina educativa com acadêmicos do sexto período do

Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Volta Redonda –

UniFOA visando prepará-los para futuros treinamentos em serviço com

trabalhadores de enfermagem. Esta oficina busca propor três métodos de ensino:

aula modificada, demonstração e filme, para aplicação em futuros treinamentos de

trabalhadores de enfermagem. Estarão sendo observadas suas atitudes pelas

pesquisadoras do estudo durante toda a realização da oficina e você será convidado

a responder um questionário com uma pergunta aberta e sete perguntas fechadas

para avaliação da oficina e dos métodos de ensino utilizados.

Você poderá recusar a participar da oficina, recusar a responder o questionário e

poderá abandonar o procedimento em qualquer momento, sem nenhuma

penalização ou prejuízo. Durante a realização da oficina, você poderá recusar a

participar de qualquer etapa sem que por ventura lhe causar algum constrangimento.

A sua participação como voluntário, não auferirá nenhum privilégio, seja ele de

caráter financeiro ou de qualquer natureza, podendo se retirar do projeto em

qualquer momento sem prejuízo a V.Sa..

Serão garantidos o sigilo e privacidade, sendo reservado ao participante o direito

de omissão de sua identificação ou de dados que possam comprometê-lo.

Na apresentação dos resultados não serão citados os nomes dos participantes.

Confirmo ter conhecimento do conteúdo deste termo. A minha assinatura abaixo

indica que concordo em participar desta pesquisa e por isso dou meu

consentimento.

Volta Redonda, _____de ___________________ de 20_____.

Participante:_____________________________________________________

Page 70: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

69

APÊNDICE 2

Modelo de Autorização para Uso de Imagem da Pesquisa Intitulada: Oficina

Educativa para a Capacitação de Acadêmicos de Enfermagem em Métodos de

Ensino.

Acadêmico de Enfermagem: ____________________________________________

Endereço: ___________________________________ Bairro: _________________

Tel.: ___________________

Autorizo, gratuita e espontaneamente, a utilização pelas pesquisadoras Clarissa

Ferreira Pontual de Oliveira, Ilda Cecília Moreira da Silva e Rosane Moreira Silva de

Meirelles, de minhas imagens com o objetivo de obter minhas expressões verbais e

corporais, para as finalidades descritas a seguir:

Comprovar os dados coletados durante a oficina educativa com acadêmicos do

sexto período do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário de

Volta Redonda – UniFOA que serão preparados para realizar futuros treinamentos

com trabalhadores de enfermagem utilizando-se de métodos de ensino. Além disso,

a gravação realizada (imagem e áudio) irá facilitar a análise dos resultados e a

discussão da dissertação intitulada: Oficina Educativa para a Capacitação de

Acadêmicos de Enfermagem em Métodos de Ensino. Esta oficina constitui o produto

final da dissertação de mestrado da aluna Clarissa Ferreira Pontual de Oliveira,

matriculada no Programa de Mestrado Profissional em Ensino das Ciências da

Saúde e Meio Ambiente do Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA.

A utilização deste material não gera nenhum compromisso de ressarcimento, a

qualquer preceito, por parte das pesquisadoras.

Volta Redonda (Rio de Janeiro), ___/____/____ às _____ :hs

_______________________________________________

Pesquisadora – Clarissa Ferreira Pontual de Oliveira.

_______________________________________________

Orientadora – Ilda Cecília Moreira da Silva.

_______________________________________________

Orientadora – Rosane Moreira Silva de Meirelles.

_______________________________________________

Acadêmico de Enfermagem

Page 71: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

70

APÊNDICE 3

Modelo de Questionário da Pesquisa Intitulada: Oficina Educativa para a

Capacitação de Acadêmicos de Enfermagem em Métodos de Ensino.

1) A oficina atendeu as suas expectativas:

( ) Sim

( ) Não

( ) Parcialmente

2) Quanto ao tempo utilizado nessa oficina:

( ) Suficiente

( ) Insuficiente

( ) Excessivo

3) Quanto ao conteúdo apresentado nessa oficina:

( ) Suficiente

( ) Insuficiente

( ) Excessivo

4) Os métodos de ensino utilizados durante a oficina:

( ) Satisfatório

( ) Insatisfatório Qual?

( ) Aula modificada

( ) Demonstração

( ) Filme/DVD

( ) Parcialmente Satisfatório Qual?

( ) Aula modificada

( ) Demonstração

( ) Filme/DVD

( ) Indiferente

Page 72: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

71

5) Você pensa que os métodos de ensino apresentados nessa oficina têm

aplicabilidade junto aos trabalhadores de enfermagem em futuros treinamentos?

Justifique sua resposta

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6) Você pensa que outro método de ensino poderia ser utilizado nessa oficina?

Qual (is)?

( ) Aula expositiva

( ) Aula prática

( ) Estudo dirigido

( ) Simpósio

( ) Mesa-redonda

( ) Dramatizações

( ) Simulações

( ) Jogos

( ) Estudo de caso

( ) Visitas ao paciente

( ) Perguntas e respostas

7 Sua avaliação quanto às partes da oficina:

7.a. Apresentação do educador:

( ) Satisfatório

( ) Insatisfatório

( ) Parcialmente Satisfatório

Page 73: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

72

( ) Indiferente

7.b. Recursos utilizados:

( ) Satisfatório

( ) Insatisfatório

( ) Parcialmente Satisfatório

( ) Indiferente

7.c. Ambiente de realização da oficina:

( ) Satisfatório

( ) Insatisfatório

( ) Parcialmente Satisfatório

( ) Indiferente

7.d. Material utilizado:

( ) Satisfatório

( ) Insatisfatório

( ) Parcialmente Satisfatório

( ) Indiferente

7.e. Quantidade de pessoas:

( ) Satisfatório

( ) Insatisfatório

( ) Parcialmente Satisfatório

( ) Indiferente

8. Contribuição da oficina em sua formação profissional:

( ) Contribui

( ) Não contribui

( ) Contribui parcialmente

Page 74: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

73

ANEXO 1

Page 75: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

74

ANEXO 2

TÉCNICA DA PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA

1) Observar no prontuário se o paciente apresenta indicação para punção venosa

periférica;

2) Identificar o paciente e explicar o procedimento a ser adotado;

3) Reunir todo o material;

- Seringa;

- Agulha 40 x 12;

- Dispositivo apropriado para punção venosa periférica – escalpe (Scalp, Butterfly)

ou cateter radiopaco (Abocath, Jelco);

- Equipo polifix 2 vias;

- Soro fisiológico 0,9% de 10 ml;

- Álcool a 70%;

- Algodão;

- Garrote;

- Luvas de procedimento;

- Esparadrapo ou fita adesiva hipoalergênica;

- Etiqueta de identificação;

- Tala ou atadura para imobilização (se necessário);

- Tesoura sem ponta;

- Bandeja;

4) Procurar uma veia de fácil acesso para introdução do dispositivo apropriado para

punção venosa periférica;

- Evitar as proeminências ósseas;

- Utilizar primeiro a parte mais distal da veia;

- Evitar fazer acesso para a infusão no punho do paciente;

- Evitar colocar a infusão na mão dominante;

- Observar se o calibre do dispositivo utilizado para a punção deve ser compatível

com o calibre da veia;

5) Lavar as mãos;

6) Dispor os materiais para punção sobre uma mesa de mayo ou mesinha de cama;

Page 76: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

75

7) Calçar as luvas de procedimento;

8) Abrir as embalagens estéreis na bandeja usando técnicas assépticas;

9) Retirar o ar do equipo polifix duas vias com soro fisiológico 0,9%;

10) Preparar uma seringa com soro fisiológico 0,9% para após a punção venosa

periférica salinizar o acesso;

11) Expor a área onde será realizada a punção;

12) Fixar o garrote cerca de 10 a 12 cm acima do local escolhido para punção. O

garote deve impedir apenas o fluxo venoso, sem obstruir o fluxo arterial.

Examinar o pulso distal.

13) Escolher uma veia bem dilatada. Fazer o paciente cerrar o punho quando

escolher uma veia de mão ou braço.

OBS: Certificar-se se a extremidade do equipo polifix duas vias com o adaptador

para o dispositivo para punção venosa periférica está à mão e colocada sobre gazes

estéreis.

14) Trocar as luvas de procedimento;

15) Fazer anti-sepsia ampla do local com algodão embebido em álcool a 70% (3

bolas – 1 vez cada);

16) Executar a punção venosa. Dispositivo para punção venosa periférica (butterfly):

aplicar a agulha em ângulo de 30º, com o bisel para cima, cerca de 1cm abaixo

(em sentido distal) do local a ser puncionado. Dispositivo para punção venosa

periférica (abocath/jelco): introduzi-lo, com o bisel voltado para cima, em ângulo

de 30º, cerca de 1 cm abaixo (em sentido distal);

17) Retirar o garrote;

18) Observar se o sangue retorna à cânula do butterfly ou do abocath/jelco: isto é

sinal de que a agulha está na veia. Avançar com a parte de silicone do

abocath/elco aproximadamente meio centímetro na veia, em seguida, retira o

guia. Continuar introduzindo a parte de silicone do abocath/jelco ou o butterfly até

a junção se encontrar no local e punção venosa periférica;

19) Conectar o equipo polifix duas vias na parte externa do dispositivo escolhido para

a punção;

20) Fixar com esparadrapo ou fita adesiva hipoalergênica, colocando a etiqueta de

identificação em cima;

21) Descartar o material utilizado;

22) Lavar as mãos;

Page 77: OFICINA EDUCATIVA PARA A CAPACITAÇÃO DE ACADÊMICOS …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/c_40.pdf · folha de aprovaÇÃo clarissa ferreira pontual de oliveira

76

23) Conferir e checar a prescrição médica;

24) Anotar o procedimento no Plano de Assistência de Enfermagem, incluindo local

de punção e o calibre do dispositivo utilizado.

Notas:

- Não puncionar fístulas artério-venosas (Insuficiência Renal Crônica);

- Trocar acesso venoso periférico a cada 72 horas ou de acordo com a necessidade;

- Não infundir soluções causadoras de flebite, em acessos periféricos

(concentrações altas de potássio, glicose hipertônica a 50% em grande quantidade,

etc.)

- Se não houver infusão de líquido contínuo, o escalpe ou cateter deverá ser lavado

com soro fisiológico a 0,9% a cada 8 horas ou após cada aplicação de

medicamento;

- Em caso de qualquer infusão, ajustar o número de gotas por meio da roldana do

equipo ou sistema de bomba infusora;

- Pode ser necessário o aquecimento do local com bolsa de água quente para

vasodilatação e facilitação do processo;

- Só administrar infusões límpidas, sem turvações;