oficina de sistematização de experiências

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Feira de Santana, 29 a 31 de março de 2007

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Oficina de Sistematização de Experiências. Feira de Santana, 29 a 31 de março de 2007. O que é sistematizar?. Primeira aproximação: A experiência - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Oficina de Sistematização de Experiências

Feira de Santana, 29 a 31 de março de 2007

Page 2: Oficina de Sistematização de Experiências

O que é sistematizar?Primeira aproximação: A experiência

A sistematização acontece a partir de experiências práticas concretas, experiências em movimento, integradas por sujeitos que lhes atribuem movimento, mas que estão também sujeitas a determinações de fatores objetivos e subjetivos que lhe são externos. São estes fatores:

as circunstâncias sociais (condições dos contextos) sob as quais se desenvolvem as experiências;

os fins pretendidos e como se organizam e acontecem as ações para atingí-los;

“as relações e reações entre os participantes” da experiência;

os significados atribuídos pelos participantes à experiência e aos elementos que a constituem;

as práticas ou processos sociais com os quais essas experiências se deparam: divergem, ajustam-se ou (re)afirmam;

“os resultados esperados e os inesperados que vão surgindo” ao andar da experiência.

Page 3: Oficina de Sistematização de Experiências

As experiências que se colocam como objeto da sistematização são práticas particulares que fazem parte de processos sociais e históricos mais gerais, igualmente dinâmicos, complexos, e contraditórios. Correspondem a “experiências vitais, carregadas de uma enorme riqueza acumulada de elementos que, em cada caso, representam processos inéditos e irrepetíveis”. Por essa razão é importante conhecê-las, aprender com as mesmas e comunicar, a outras e outros, os aprendizados feitos.

Page 4: Oficina de Sistematização de Experiências

Segunda aproximação: o conceito de sistematização

sistematização de informações, quando referenciado a dados e/ou informações.

sistematização de experiências, se referenciado a experiências e/ou práticas sociais.

O registro e a ordenação (organização) de informações fazem parte de uma sistematização, porém não é uma sistematização em si mesma.

Passos da sistematização:

1- Reconstituição - lembrar, ordenar, organizar, classificar.2- Análise / Reflexão3- Reconstrução da experiência (lições aprendidas)

Page 5: Oficina de Sistematização de Experiências

Relação entre Sistematização & Avaliação & Pesquisa

Avaliação Sistematização

Pesquisa/ Investigação

Parâmetros

Peso dos objetivos da experiência

Comparação

Foco

Peso da experiência

Narrativa

Questão da Pesquisa

Peso da teoria

Necessidade (Objeto) de Conhecimento

Os resultados da intervenção

A maneira em que se desenvolveu o processo,

sua lógica interna

A realidade em que se interviu

Objetivos

Medir resultados para qualificar o

desenvolvimento de um projeto

Obter conhecimento (aprender) sobre a prática

para melhorá-la e para recriar e reconstruir a teoria

Obter conhecimento sobre a realidade

Page 6: Oficina de Sistematização de Experiências

Principais Aportes da Sistematização

À Prática À Teoria

Contribui para a construçãode uma visão comum naequipe

Leva a superação de erroscomo o ativismo

Melhora a própria prática e deoutros mediante umaaprendizagem coletiva

Enriquece e atualiza osconceitos e marcos teóricosexistentes na prática,aproximando a teoria darealidade

Page 7: Oficina de Sistematização de Experiências

Sistematização Registro de Processo

Início da Experiência

AvaliaçãoObjetivosMétodo

Sistematização

ProblematizaçãoConhecimento

Situado Aprendizagem

Narrativa Coletiva

Page 8: Oficina de Sistematização de Experiências

O Conceito de Sistematização

Reconstrução ordenada da experiência Processo produtor de conhecimentos Conceitualizar a prática para dar coerência a todos os seus elementos É um processo participativo

“A sistematização é aquela interpretação crítica de uma ou várias experiências que, a partir de seu ordenamento e reconstrução, descobre ou explicita a lógica do processo vivido, os fatores que intervieram no dito processo, como se relacionaram entre si e porque o fizeram deste modo. Assim aprendemos e tiramos lição de nossa própria prática.”

“A sistematização de experiências é a reconstituição e reflexão analítica sobre uma experiência de promoção vivida pessoalmente (ou sobre determinadas etapas ou aspectos da experiência), mediante a qual interpretamos o sucedido para compreendê-lo. Isto permite transmití-lo, confrontá-lo com outras experiências e com o conhecimento teórico existente. Contribui para uma acumulação de conhecimentos desde e para a prática.”

Page 9: Oficina de Sistematização de Experiências

Terceira aproximação: para que serve sistematizar?

Podemos falar que sistematizamos para:

a) melhor conhecer a experiência e ter maior domínio sobre ela;

b) aprender com a experiência e compartilhar o aprendido;

c) reconstruir a experiência já que a sistematização vai subsidiando o seu desenrolar;

d) nos construirmos enquanto sujeitos – sujeitos de conhecimento, políticos e éticos.

Page 10: Oficina de Sistematização de Experiências

O recuperar refletindo, o descrever relacionando, o perguntar centrado num foco que demarca o que mais se quer conhecer, o ouvir o outro e suas interpretações, contrapô-las com as próprias, o argumentar utilizando conhecimentos coerentemente encadeados, o discutir para melhor entender, levam-nos a uma vinculação diferenciada com nossas práticas e com o mundo.

A sistematização induz os sujeitos a desmancharem sua prática para vê-la “por dentro” e “de dentro”, já orientados pelos interesses e/ou problemas

que os levaram a transformá-la em objeto de conhecimento.

Esses mesmos sujeitos se deparam com o desafio da produção coletiva de conhecimento e percebem a diversidade de visões daqueles que integram a

prática.

Experimentar o desconforto de deparar-se com a imperfeição e com as tensões da prática, com a insegurança de constatar a presença de pedaços que não encontram lugar no todo imaginado, com a insatisfação de perceber sentidos invertidos que não tomam o caminho desejado são, igualmente, formas de contaminar a razão com sentimentos.

A sistematização permite, ao refletir, questionar, confrontar a própria prática, superar o ativismo, a repetição rotineira de certos procedimentos, a perda de perspectiva em relação ao sentido de nossa prática. Neste sentido é um bom instrumento para melhorar a intervenção.

Page 11: Oficina de Sistematização de Experiências

A sistematização da qual falamos

Como um processo individual e coletivo de produção de conhecimento sobre e no interior de experiências ou práticas sociais concretas, são os integrantes das práticas que as sistematizam, embora nem todos assumam as mesmas responsabilidades no processo.

a) enfatiza a descrição da experiência e, enquanto o faz, procura decompor os acontecimentos para identificar as relações que estes sustentam e os mecanismos que são acionados para tal;

b) procura também localizar os problemas, as tensões e as potencialidades que vão se constituindo no desenrolar dos acontecimentos;

c) procura promover a circulação de novos conhecimentos (filosóficos, científicos, técnicos), de novas informações e incentivar a interação de vozes portadoras de interpretações diversas do ocorrido e do vivido, o que nem sempre leva a consensos, mas que produz ressignificações e maiores aproximações à experiência;

d) possibilita aos homens e mulheres que integram a experiência refletirem sobre as relações que estabelecem entre si, com o conhecimento e com a objetivação deste em ações, e a admitirem a possibilidade da mudança. E se deixarem mudar, inclusive na sua forma de relação com o seu próprio conhecer;

e) procura situar a experiência em contextos mais amplos. Ao transformá-la em objeto de reflexão, estará enfatizando sua dialética interna, mas também ressaltando as marcas da sua historicidade e o seu caráter social.

Page 12: Oficina de Sistematização de Experiências

Concluindo com um pequeno poema

Do meu canto Vejo o mundo.Canto e contoFenômenosDentro e fora de mim

Do viver/fazerOuço, vejoEn...controOutros contosDe outros cantos.

Coro em cantos,Poli...foniaNovos contosTambém são

meusTambém sou eu.

Page 13: Oficina de Sistematização de Experiências

O Projeto de Sistematização e seus momentos

1. IDENTIFICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA A SER SISTEMATIZADA

a experiência, o contexto, os conhecimentos, os sujeitosResponder: O que sistematizar? E porque sistematizar?

2.ESTABELECIMENTO DO FOCO DA SISTEMATIZAÇÃOObjetivos, eixo temático, perguntas orientadorasResponder: Para que sistematizar? Sob que foco?

3.DESENVOLVIMENTO DA SISTEMATIZAÇÃO3.1. Identificação e seleção dos registros, documentos e outras

fontes de informação necessárias ao resgate da experiência

3.2. Construção da narrativa 3.3. Análise e teorização3.4. Conclusões

4.PLANO DE TRABALHO – VIABILIDADE DA SISTEMATIZAÇÃO

Page 14: Oficina de Sistematização de Experiências

Desenvolvimento da Sistematização

Construção da Narrativa ou Reconstituição da Experiência

Organizar todo o sucedido na experiência que se decidiu sistematizar, dando conta do processo real e das diversas visões dos participantes para construir uma visão comum.

Critérios

Centrar-se na experiência que se escolheu sistematizar Incorporar os pontos de vista dos diversos atores da experiência Dar uma ênfase especial a maneira em que se sucederam as

coisas Eleger e adaptar instrumentos para a reconstituição da

experiência (Ex: DRP) Tirar o máximo de proveito dos registros que contamos Anotar todas as perguntas que vão surgindo durante a

reconstituição

Page 15: Oficina de Sistematização de Experiências

Procedimentos para a construção da narrativa

1) Construir uma primeira versão da narrativa, com base nos registros e documentos;

2) Construir uma segunda versão, quando vamos incorporando as vozes dos sujeitos que passam a falar a experiência e a revelar suas visões sobre a mesma. (Técnicas de apoio: Mapas, diagramas, linhas do tempo etc)

Observação: Não se pode perder o eixo da sistematização durante a reconstituição da experiência. Trabalhar com as perguntas orientadoras. Perguntas que resgatam fatos, relações etc.

Exemplos: Como aconteceu tal coisa ...? Como, quem, quando ...?

Produto desta fase: Narrativa Construída

Page 16: Oficina de Sistematização de Experiências

Análise e Teorização

Decompor o processo nos elementos que o constituem para descobrir sua lógica interna e extrair os conhecimentos novos da experiência.

Critérios

Todo processo de conhecimento parte de perguntas; A formulação de perguntas deve se articular com uma reflexão

teórica; As respostas às perguntas devem relacionar a reconstituição

da experiência e seu contexto, e a reflexão teórica; O produto final da análise deverá ser um conhecimento novo

(Reconstrução).

Page 17: Oficina de Sistematização de Experiências

Procedimentos para a análise

1) Pontuar alguns elementos (conceitos) - unidades de significados

Como é que os conceitos (significados) se relacionam?Revelar a teoria da nossa experiência.

2) Identificar os momentos significativos da experiência (momentos de constituição, de crescimento, de crise, de superação/evolução etc)

3) Verificar as tensões que estiveram presentes no processo

4) Verificar se a narrativa responde às perguntas orientadoras (desdobramentos do eixo temático da sistematização)

Page 18: Oficina de Sistematização de Experiências

Realizada a narrativa ou descrição da experiência é interessante fazermos algumas perguntas ao nosso objeto para verificarmos se há sustentação na análise e interpretação no processo de sistematização.

A) As descrições estão permitindo situar a prática no contexto histórico-cultural que a sustenta?

B) As descrições contam o que foi perguntado, ou seja, respondem às perguntas orientadoras?

C) Respondem tanto as perguntas que procuram apreender o “o que”, quanto as que buscam o “como”, o “porque” e o “quem” nas experiências em processo de sistematização?

D) Quais as unidades de investigação, ou seja, as vozes que os relatos vêem contemplando?

E) Quais as tensões que podem ser identificadas na experiência?F) As descrições possibilitam a identificação de momentos

significativos nas experiências? Quais são eles?

Page 19: Oficina de Sistematização de Experiências

Etapa Final da Sistematização - Conclusões

Objetivos da sistematização - se foram atingidos ou não Conhecimentos e Aprendizagens Recomendações para a experiência (e para outras) - retorno à

prática

Plano de Trabalho

1- Definição sobre os produtos da sistematização2- Previsão das Atividades: - construção das narrativas

- análise/teorização- construção dos produtos- socialização do produzido- retorno à prática

3- Definição de responsabilidades, tempos, custos etc

Page 20: Oficina de Sistematização de Experiências

Síntese das etapas e procedimentos

1) Identificação e organização das informações que estão nos documentos (relatórios, atas, publicações etc)

2) Construção do esqueleto da narrativa3) Ampliação das narrativas (engordá-las com as diferentes

vozes dos agricultores, técnicos e dirigentes)4) Análise e teorização

- pontuação dos termos/conceitos- preenchimento deles com significados- estabelecimento das relações- momentos significativos da experiência- tensões

5) Construção dos produtos6) Proposta de retorno da produção da sistematização à prática

ou experiência