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Análises PT pretende aliviar crítica a Levy e mirar ‘pós-ajuste’ Ministro ‘está mais para Cristo’, diz Temer; para líder petista, não há Lula em 2018 sem Dilma em 2017 Velocidade de ônibus recua para nível pré-faixa Pacote de infraestrutura busca investidor de fora José Paulo Kupfer Celso Ming Del Nero diz que fica na CBF e clubes apoiam Países do G-7 prometem banir combustíveis fósseis até 2100 Pacote tardio Começar de novo 0H30 JULIO MESQUITA (1862 - 1927) HUMBERTO WERNECK Oh, Suzana! Numa cidade como São Paulo, em sua irrefreável elefantíase urbana, não deve ser fácil dar nome a uma rua, praça ou avenida. CADERNO2 / PÁG. C10 Partido do governo encolhe no México Ministro garante Fies no segundo semestre Dados divulgados pela Secretaria Mu- nicipal de Gestão mostram que a velo- cidade média dos ônibus urbanos em São Paulo caiu em 2014 e voltou aos níveis registrados antes do início da política de abertura de faixas exclusi- vas da CET. No horário de pico da ma- nhã, das 7 às 10 horas, a queda foi de 17 km/h em 2013 para 16 km/h no em 2014. Das 17 às 20 horas, a velocidade caiu de 16 km/h para 15 km/h. Semáforos nos cruzamentos são apontados como res- ponsáveis em parte pelo fluxo mais len- to. METRÓPOLE / PÁG. A13 FUNDADO EM 1875 O pacote de R$ 190 bilhões em novas concessões de infraestrutura, que será lançado hoje pelo governo, vai concen- trar boa parte das apostas em investi- dores estrangeiros e pequenas e mé- dias empresas da construção civil. O mapeamento de potenciais empreen- dedores relaciona-se à Operação Lava Jato, que enfraqueceu ou inviabilizou a participação de grandes construto- ras do País. A presidente Dilma Rous- seff quer fixar prazos para a concessão de licenciamentos ambientais, um dos problemas que mais emperram a libe- ração de obras. Entre os empresários, o plano é aguardado com reservas. ECONOMIA / PÁGS. B1 e B4 DAVID DEPTULA Tempo em SP Viagem Nas Seychelles Vegetação e águas límpidas definem ilhas do Índico Até pelo histórico recente, capacidade do governo de tocar a empreitada é vista com desconfiança. PÁG. B7 Importante é saber até que ponto Dilma está disposta a mudar a postura desastrosa em relação aos investimentos. PÁG. B2 Brasil no Mundial feminino A seleção feminina de futebol estreia hoje na Copa do Mundo, no Canadá. O time de Marta, Formiga e Cristiane en- frenta a Coreia do Sul, às 20h. PÁG. A16 Crianças tentam assistir ao treino fechado da seleção no Pacaembu. Time que vai enfren- tar Honduras amanhã em Porto Alegre, em amistoso preparatório para a Copa América, já contará com Neymar. ESPORTES / PÁG. A16 EUA precisam mudar estratégia Coalizão segue modelo de contrain- surgência usado no Iraque e Afega- nistão por mais de uma década, mas o Estado Islâmico não é insurgência. VISÃO GLOBAL / PÁG. A9 Líderes políticos do G-7 – a cúpula dos chefes de Estado e de governo de Esta- dos Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália – anuncia- ram ontem, na cidade alemã de Elmau, a intenção de banir combustíveis fós- seis de seus países até 2100. O compro- misso deve resultar em um novo acor- do para conter o aquecimento global e limitar o efeito estufa. Comunicado emitido no fim da tarde ressalta a ne- cessidade de fazer “cortes importan- tes” nas emissões de gases – em espe- cial o dióxido de carbono – para limitar o aumento da temperatura média da Terra em 2ºC até o fim deste século. Outras metas são reduzir as emissões em 40% a 70% até 2050, com base no total emitido em 2010, e substituir combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, grandes matrizes energéti- cas usadas em todo o mundo. Líderes dos países ricos ainda confirmaram a disposição de investir até US$ 100 bi- lhões até 2020 na luta contra conse- quências das mudanças climáticas. METRÓPOLE / PÁG. A10 26˚ Máx. 14˚ Mín. Plano na Santa Casa é atender menos pelo SUS Ar livre. Presidente dos EUA, Barack Obama, conversa com chanceler alemã, Angela Merkel, após reunião do G-7 Em busca da credibilidade perdida NOTAS & INFORMAÇÕES Mentira tem perna curta e basta- ram poucos meses para os brasilei- ros caírem na real. PÁG. A3 Os clubes brasileiros que disputam a Série A querem ter poder de deci- são sobre todos os pontos que tra- tem das competições nacionais or- ganizadas pela CBF, incluindo fór- mula de disputa e calendário. On- tem, os presidentes de clubes ouvi- ram de Marco Polo Del Nero que não vai deixar a presidência da CBF. Del Nero recebeu apoio. PÁG. A15 A seleção por uma fresta METRÓPOLE / PÁG. A12 O PT vai recuar das críticas mais áci- das ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um dia depois de a presidente Dilma Rousseff dizer ao Estado que não se pode transformá-lo em “ju- das” no 5.º Congresso do partido, que ocorrerá de quinta-feira a sábado em Salvador. Embora sejam esperados re- paros ao ajuste na resolução final do encontro, as declarações de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o PT “olhe para a fren- te” enfraqueceram as posições mais radicais. A cúpula do PT diz ser impos- sível impedir manifestações indivi- duais no congresso, mas a ordem é não personalizar críticas e apresentar uma agenda “pós-ajuste” com propos- tas para sair da crise. Ontem, o vice- presidente Michel Temer afirmou que Levy é “muito menos Judas e mui- to mais Cristo”. Já o líder do governo na Câmara, José Guimarães, disse ser impossível dissociar Dilma do minis- tro. “Só tem Lula em 2018 se tiver Dil- ma em 2016, 2017.” POLÍTICA / PÁG. A4 METRÓPOLE / PÁG. A14 Esportes MICHAEL KAPPELER/NYT Índice O PRI, partido do presidente Enri- que Peña Nieto, obteve 30% dos vo- tos para a Câmara do México, mas terá menos deputados que na atual legislatura. INTERNACIONAL / PÁG. A7 Umidade baixa. Pág. A14 Esta publicação é impressa em papel certificado FSC® garantia de manejo florestal responsável, pela S. A. O Estado de S. Paulo MÔNICA NOBREGA/ESTADÃO LEO AVERSA Caderno2 Amado e odiado Estreia em SP musical sobre a vida de Wilson Simonal Paris para diferentes bolsos. Roteiros de compras, gastronomia e arte de 100 a 1 mil. PÁG. D4 MARCELO D. SANTS/FRAME PRIMEIRO CADERNO 16 páginas Opinião A2 e A3 Metrópole A10 a A14 Política A4 a A6 Esportes A15 e A16 Internacional A7 a A9 ECONOMIA & NEGÓCIOS B1 a B16 CADERNO2 C1 a C10 HOJE: VIAGEM D1 a D10 Terça-feira 9 DE JUNHO DE 2015 R$ 4,00 ANO 136 Nº 44429 EDIÇÃO DE estadão.com.br

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  • editorial

    Anlises

    PTpretendealiviarcrticaaLevyemirarps-ajusteMinistro estmais para Cristo, diz Temer; para lderpetista, no h Lula em2018 semDilma em2017

    Velocidadedenibusrecuaparanvel pr-faixa

    Pacotede infraestruturabusca investidorde fora

    Jos Paulo Kupfer

    Celso Ming

    DelNerodizqueficanaCBFeclubesapoiam

    Pases doG-7 prometembanircombustveis fsseis at 2100Pacote tardio

    Comear de novo

    0H30

    JULIO MESQUITA(1862 - 1927)

    HUMBERTOWERNECKOh, Suzana!Numa cidade como So Paulo, emsua irrefrevel elefantase urbana,no deve ser fcil dar nome a umarua, praa ou avenida.CADERNO2 /PG. C10

    PartidodogovernoencolhenoMxico

    MinistrogaranteFiesnosegundosemestre

    Dados divulgados pela SecretariaMu-nicipal deGestomostramque a velo-cidade mdia dos nibus urbanos emSo Paulo caiu em 2014 e voltou aosnveis registrados antes do incio dapoltica de abertura de faixas exclusi-vas daCET.Nohorrio de pico dama-

    nh, das 7 s 10 horas, a queda foi de 17km/hem2013para16km/hnoem2014.Das17s20horas, avelocidadecaiude16 km/h para 15 km/h. Semforos noscruzamentossoapontadoscomores-ponsveisempartepelofluxomaislen-to.METRPOLE /PG.A13

    FUNDADO EM1875

    O pacote de R$ 190 bilhes em novasconcessesde infraestrutura, queserlanadohojepelogoverno,vaiconcen-trar boa parte das apostas em investi-dores estrangeiros e pequenas e m-dias empresas da construo civil. Omapeamento de potenciais empreen-dedores relaciona-se Operao LavaJato, que enfraqueceu ou inviabilizoua participao de grandes construto-ras do Pas. A presidente Dilma Rous-seff quer fixar prazos para a concessode licenciamentosambientais, umdosproblemas quemais emperram a libe-rao de obras. Entre os empresrios,o plano aguardado com reservas.ECONOMIA / PGS. B1 e B4

    DAVIDDEPTULA TempoemSP

    ViagemNas SeychellesVegetao e guaslmpidas definemilhas do ndico

    At pelo histrico recente,capacidade do governo de tocara empreitada vista comdesconfiana. PG.B7

    Importante saber at que pontoDilma est disposta amudar apostura desastrosa em relaoaos investimentos. PG.B2

    Brasil noMundial femininoA seleo feminina de futebol estreiahoje naCopa doMundo, no Canad. Otime deMarta, Formiga e Cristiane en-frenta a Coreia do Sul, s 20h.PG. A16

    Crianas tentamassistir ao treinofechado daseleo noPacaembu. Timeque vai enfren-tar Hondurasamanh emPorto Alegre,em amistosopreparatriopara a CopaAmrica, jcontar comNeymar.ESPORTES / PG.A16

    EUAprecisammudar estratgiaCoalizo seguemodelo de contrain-surgncia usado no Iraque e Afega-nisto pormais de uma dcada,maso Estado Islmico no insurgncia.VISOGLOBAL /PG. A9

    LderespolticosdoG-7acpuladoschefesdeEstadoedegovernodeEsta-dosUnidos,Canad,Japo,Alemanha,Frana,ReinoUnidoeItliaanuncia-ramontem,nacidadealemdeElmau,a inteno de banir combustveis fs-seisdeseuspasesat2100.Ocompro-misso deve resultar emumnovo acor-dopara conter o aquecimento global e

    limitar o efeito estufa. Comunicadoemitido no fim da tarde ressalta a ne-cessidade de fazer cortes importan-tes nas emisses de gases em espe-cialodixidodecarbonopara limitaro aumento da temperatura mdia daTerra em 2C at o fim deste sculo.Outras metas so reduzir as emissesem 40% a 70% at 2050, com base no

    total emitido em 2010, e substituircombustveis fsseis, comoopetrleoe o carvo, grandesmatrizes energti-cas usadas em todo o mundo. Lderesdos pases ricos ainda confirmaram adisposio de investir at US$ 100 bi-lhes at 2020 na luta contra conse-quncias das mudanas climticas.METRPOLE / PG. A10

    26Mx. 14Mn.

    PlanonaSantaCasaatendermenospeloSUS

    Ar livre. Presidente dosEUA,BarackObama, conversa comchanceler alem, AngelaMerkel, aps reunio doG-7

    Embuscadacredibilidadeperdida

    NOTAS& INFORMAES

    Mentira tem perna curta e basta-ram poucosmeses para os brasilei-ros carem na real.PG.A3

    Os clubes brasileiros que disputama Srie A querem ter poder de deci-so sobre todos os pontos que tra-tem das competies nacionais or-ganizadas pela CBF, incluindo fr-mula de disputa e calendrio. On-tem, os presidentes de clubes ouvi-ram de Marco Polo Del Nero quenovaideixarapresidnciadaCBF.DelNero recebeu apoio. PG.A15

    Aseleoporumafresta

    METRPOLE / PG. A12

    OPT vai recuar das crticasmais ci-das aoministro daFazenda, JoaquimLevy, um dia depois de a presidenteDilma Rousseff dizer ao Estado queno se pode transform-lo em ju-dasno5.Congressodopartido,queocorrer de quinta-feira a sbado emSalvador.Emborasejamesperadosre-paros ao ajuste na resoluo final doencontro, as declaraes de Dilma edo ex-presidente Luiz Incio Lula daSilva para que o PT olhe para a fren-te enfraqueceram as posies mais

    radicais.AcpuladoPTdizserimpos-svel impedir manifestaes indivi-duais no congresso, mas a ordem nopersonalizarcrticaseapresentarumaagendaps-ajustecompropos-tas para sair da crise. Ontem, o vice-presidente Michel Temer afirmouqueLevymuitomenosJudasemui-tomais Cristo. J o lder do governonaCmara, JosGuimares, disse serimpossvel dissociarDilmadominis-tro. StemLulaem2018setiverDil-ma em2016, 2017. POLTICA /PG.A4

    METRPOLE / PG. A14

    Esportes

    MICHAEL KAPPELER/NYT

    ndice

    O PRI, partido do presidente Enri-quePeaNieto,obteve30%dosvo-tos para a Cmara do Mxico, mastermenos deputados que na atuallegislatura. INTERNACIONAL /PG.A7

    Umidadebaixa.Pg. A14

    Esta publicao impressa em papel certificado FSC garantiade manejo florestal responsvel, pela S. A. O Estado de S. Paulo

    MNIC

    ANOBREGA/ESTADO

    LEOAVERSA

    Caderno2Amadoe odiadoEstreia em SPmusical sobre a vidadeWilson Simonal

    Paris paradiferentes bolsos.Roteiros decompras,gastronomiae arte de 100a 1mil.PG. D4

    MARCELO D. SANTS/FRAME

    PRIMEIRO CADERNO 16 pginas

    Opinio A2 e A3 Metrpole A10 a A14Poltica A4 a A6 Esportes A15 e A16Internacional A7 a A9ECONOMIA & NEGCIOS B1 a B16

    CADERNO2 C1 a C10HOJE: VIAGEM D1 a D10

    %HermesFileInfo:A-1:20150609:

    Tera-feira 9 DE JUNHO DE 2015 R$ 4,00 ANO 136 N 44429 EDIO DE estado.com.br

  • capa

    %HermesFileInfo:A-2:20150609:

    A2 Espao aberto TERA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

    S epp Blatter a Dil-ma com vergonhana cara? Nada dis-so. que aquelepas onde ladrono tem blinda-gem logo o fez saber que sabesobreelemuitomaisdoqueelepensava que sabia. E nem as-sim est garantido que ele nov ter de dar s porque seapressou a descer.J o inconfundvel DNAbra-

    sileirodessepadroFifadecor-rupo, esse ningum tasca.Dizia uma fontedoNewYork

    Times, com uma ponta de ad-mirao, que mr. Blatter jogouum jogo muito esperto. Umaova! Os jogos desse tipo nuncaenganaramningum. Sopat-ticosde tobvios.Oque falta,onde chegam a fincar razes, polcia.Naausnciadesta, che-ga-se, eventualmente, at asprofundidades abissais que sseatingemaofimdesculosna-dando impunemente para ofundo em que nos movemos,onde quadrilhas de todos co-nhecidas roubam de um tudo,mas bem mais de quem estmais indefeso, como hospitaldecrianapobredoente,nacer-teza de que do outro lado esta-ro vtimas inermes atiradas sferas por um Judicirio quedesfaz at o que apolcia faz.No esperto. snojento.Comose chega a isso?No fi-

    fo e no petrolo o mtodofoi idntico. Ligueospontos.JooHavelange, quemandou

    naFifa25anos, quemconcebeaideiadesubstituirarepresenta-odofutebolqueexisteporou-tra mais democrtica, baseadanageografiadosexcludosdofute-bol. O resultado idntico aomodelodoCongressoNacionalqueoinspirou,ondehmais re-presentantes de paisagens quedebrasileiros.Dosuborno,pelosuborno e para o suborno, foiplantadoecolhidoumbaixocle-ro para expropriar de seus ato-res o futebol que a Fifa vende,incorporandoaocolgiodefede-raes nacionais que elege seusdiretores ummonte de pases eilhasremotasondenuncaseou-viufalarembola,peloexpedien-tedeproporcionara tipos sinis-tros necessitados de circo paraesconder faltadepoe sobradebrutalidadeacriaodeONGs/escolas de futebol regadas a di-nheiro pblico, campos e est-diosmaiores que aspopulaeslocaiseomaisqueconhecemos.JooHavelange,portanto,o

    pai de todos.Desse caldo emoliente ele

    pesca, ao fim de um quarto desculo,asuacriatura.Aoporten-tosogerentoSeppBlatter ca-berdar aumsistemaatentoapoiadoapenasnafaltadeescr-puloacoesoimpostapelasme-lhores prticas de gesto corpora-tiva, esse anabolizante de re-sultados de sistemas bons ouruins, pouco importa. ele o faxineiro s que no

    daobradoprpriodifusorde li-xoqueocriou.Sobeaopalcoem1998 falandogrossonomeiodeumescndalodeentregadema-lasdedlaresadelegadosafrica-nosemhotisdeParis,doqualo principal protagonista: Da-qui por diante a Fifa vai ser exem-plar em todos os aspectos. Qual-quer desvio tico, por menor queseja, ser severamente punido.

    Nomundo real, sua primeiraprovidncia criar as oito vice-presidncias regionais, equiva-lentesaosnossosgrandespar-tidos-arca, que iro constituiro ncleo poltico do sistema. da lista desses grandes caci-ques que sai um bom nmerodos arrastadosnaprimeira for-nada de prises feitas naquelehotel fino e chique de Zurique,a sededo ncleo financeiro.Abaixo desse nvel monsieur

    Blattr pe emandamento a es-truturao do ncleo adminis-trativo do fifo, equivalenteao que aqui vive enquistadodentro da Petrobrs e do restodoaparatoestataleparaestatal,sem excees, por enquantocom 12 comits executivos ecrescendo,nomeadospelobai-xo clero das federaes de re-presentantes de paisagens. Va-lem-sedoscargosrecebidospa-ra tramar vendas a bom preo,com que pagam aos atores doshow, e revendas a preosmui-to melhores, com que se locu-pletam,dedireitosdetransmis-so dos jogos de seus campeo-natos com companhias demar-keting esportivo de cartas mar-cadas que fazem parte do clu-be, ou seja, o ncleo econmi-co que, embolsado o seu qui-nho, entrega a diferena aoncleo poltico, que organizaemantmtodaafalcatrua,comosprstimosdoncleofinancei-

    ro. O trana-trana de jogado-res por selees a cargo de du-bls de tcnicos e corretoresdegentequefizeramdofutebolessa beleza que ele virou ondeno se reagiu infeco umdos bnus do sistema. Mas ogrosso vem da venda de mun-diais a quem pagar mais e, nasequncia, do assalto conjuntodaFifa e seumais recente sciocontra a populao condenadaahospedar aCopa.Aparticularidadedo fifo

    que, no sendo a autoridade fi-nanceira de uma das pontas le-sadas uma parte integrante doesquema,comoaqui,naSuaealhures, foidelquevieramasinvestigaes e as dennciasque acabaram por agarrar porum tornozelo a brasileirssimaTraffic,deUS$500milhesporano, que detona o efeito domi-n. ela o equivalente maiordas empreiteiras do clube dopetrolo, de que se confessagaroto de recados o nossopai de todos e que, graas a is-so, a nica que nem entra emdelaes premiadas, nem vaipresa quando denunciada nu-ma, emboranohajaquemnosaiba que quemmais merecejaulaneste pas.Portrsdetodograndeesque-

    ma de corrupo o que h, por-tanto, s um bando de covar-des de alma negra sugando osanguedequemmenospodede-fender-separasustentarumes-quema de poder de pai para fi-lho,portodaaeternidadesepos-svel. Pilhados, diro sempre,primeiro,quenosabiamdena-da e, in extremis, que so vti-mas do racismo e do precon-ceito do grande sat inimigodospobresedasbelastradiesdo mundo, com o aplauso dosputins, das kirchners e das ve-lhasmarafonas curtidaspor ge-raes na prtica do lenocniofinanceirodassuasdavida,co-mofoiregrageralemtodoopla-netapormilniosatoadventodarevoluochamadademocra-cia, aquela do nenhum poder enenhum dinheiro que no sejafruto do mrito, que nunca che-gou por aqui. Esta, ao fazer to-dosiguaisperantealeiearmaramodopovocompoderdepol-cia, pe logo o JohnWayne emcampo,quandoouveessalenga-lenga,para,comumpardepete-lecos, acabar comapalhaada.

    JORNALISTA, ESCREVE

    EM WWW.VESPEIRO.COM

    FERNO LARAMESQUITA

    N este semestre oBrasil ocupa apresidncia doMercosul. Masforam oUruguaie o Paraguai quetomarama iniciativadeproporuma anlise objetiva e francadoblocoetambmarevisodesuas regras.Ochanceleruruguaio,Rodol-

    foNinNovoa,desdeo inciodogoverno Tabar Vzquez, emmaro,temsepronunciadoafa-vor de o Mercosul retornar ssuas origens e admitir seus er-ros, demodo apermitir que elepossa integrar-se plenamenteao comrcio global e pr umponto final no isolamento dasprincipais correntes de comr-cio. Novoa insistiu na necessi-dadede oMercosul cumprir ostratados sobre a livre circula-odebens e servios e funcio-narcomoumazonaemquenohaja restries protecionistasnem interferncias para que ospasesmenores possamdesen-volver suas potencialidades.Jochancelerparaguaio,Ela-

    dio Loizaga, defende a ideia deque o acordo de facilitao decomrciodaOrganizaoMun-dial do Comrcio (OMC) sejaincorporado s regras do Mer-cosul para ajudar a promover ocomrcio e a competitividade.Temos de coordenar polticasquepossamfazeroMercosulre-tornaraseusobjetivosiniciaiserazodesuacriao:umespa-o geogrfico importante, coma livre circulao de bens, semrestries protecionistas oubarreiras no tarifrias.EmrecentevisitaaBraslia,o

    presidente do Uruguai, TabarVasquez,reafirmouanecessida-dede reformasnoMercosul e aprioridadedanegociaocomaUnio Europeia (UE). Ao finalda visita presidencial, um dosobjetivos uruguaios foi aceito:oBrasilmodificousuaatitudeeadmitiu a flexibilizao das re-grasparapermitiroavanodosentendimentoscomaUEemdi-ferentes velocidades.A oposio do Brasil e da Ar-

    gentina tornou inviveis essaspropostasat aqui.Haveria, as-sim,sinaisdequeaposiobra-sileiraestmudando.Emrecen-tereuniodaCmaradeComr-cio Exterior (Camex), ominis-tro da Fazenda, Joaquim Levy,defendeu uma modificao daatualpolticadecomrcioexte-rior ao pregar uma agenda deaberturadaeconomia.Ominis-

    trodoDesenvolvimento,Inds-tria e Comrcio Exterior(MDIC), Armando Monteiro,tem expressado preocupaocomoMercosultantopeloimo-bilismo de suas regras quantopeloisolamentoemrelaoaosacordos comerciais. E defen-deu amudana das regras parapermitiraoBrasilnegociaracor-doscompasesforadaregio.Enarecentevisita aoMxico, emsurpreendente e positiva mu-dana de posio, a presidenteDilmaRousseffdissequeoBra-silvaifazerummaioresforoeser agressivo na busca de acor-dos comerciais.A paralisia do grupo regional

    e as crescentes medidas prote-cionistas da Argentina preocu-pam o setor privado brasileiro,omaiorprejudicadoporessasi-tuao. Noticia-se agora a cria-o de mais uma comisso deacompanhamentodocomrciobilateraldoBrasilcomaArgenti-na,queterpoucainfluncianodesmonte das medidas prote-cionistas e pouco impacto nasnegociaesdoMercosul.Internamente, vozes impor-

    tantespedemavoltadoMerco-sul a uma rea de livre-comr-cioemaiorliberdadeparaqueoBrasil possa negociar novosacordos com pases de fora daregio.Foiesseotomdodiscur-so proferido recentemente pe-lo senador Jos Serra no Sena-doededocumentosdaCNI,da

    Fiesp e do Iedi. O governo estdivididoemrelaoaotema,co-moevidenciadopormanifesta-esdeministroscomoMiguelRossettoemesmorepresentan-tesdoItamaratyedoMDICemfavordoMercosul. Partedose-tor privado tambm expressapreocupao com as modifica-esdasregrasdogrupo,sobre-tudopelaperdadecompetitivi-dadedaindstria, semumacla-ra agenda oficial microecon-mica para reduzi-la. previsvel a continuada

    oposiodaArgentina e daVe-nezuela flexibilizao das re-grasdoMercosul.do interes-sebrasileiroignoraressaoposi-o e assumir a liderana nastratativas para retomar os en-tendimentos com a UE e acei-tar a ampliao na negociao

    externacompasesmaisdesen-volvidos,comooCanadeaCo-reia do Sul. A Espanha defen-deu abertamente uma opopragmticaparaqueasconver-saes entre a Unio Europeiae o Mercosul possam avanar.Emrecentevisitadovice-presi-denteMichelTemer aMadri, oministro do Exterior espanholsinalizoudvidassobreoacor-dobirregional e sugeriu adotaroprocedimentoseguidocomaComunidadeAndina, o que, naprtica, significa buscar umacordodiretamentecomoBra-sil e com outros pases que sedisponhamafaz-lo.Essamen-sagem um bom sinal para onossopas, vistoqueemrecen-tedocumentodeestratgiaco-mercial externa a UE nem se-quer incluiu o Mercosul comoprioridade.Aagendadaprximareunio

    presidencial, em julho, reforaa necessidade de uma reavalia-o geral doMercosul. A unioaduaneira tornou regra a exce-o: mais um alongamento deprazos deve ser aprovado. Umdositensprincipaisdapautase-r a extenso at 2023 para acontinuao de regimes espe-ciais (drawback interno, listasdeexceo,bensdecapitale in-formtica, regime agropecu-rio e matrias-primas). Na ne-gociao externa, dever serreafirmadaaprioridadedosen-tendimentos com a UE, com anovidade de que podero serexaminadas flexibilidades paraacomodarpreocupaesdeou-tros parceiros, se necessrio.Nohmaisespaoparahesi-

    taes por parte do Mercosulem vista das grandes transfor-maesporquepassaocomr-cio internacional, em especialpelos mega-acordos dos EUAcom a Europa e a sia e pelasnovas regras que esto sendoelaboradas fora daOMC.NareuniodeministrosMer-

    cosul-Unio Europeia depoisdeamanh, emBruxelas,oBra-sil deveria insistir na fixaodeuma data para a reativao dasnegociaes, no compromissode intercambiar conjuntamen-tesuasofertasantesdareferidareuniopresidencial e tambmnaaceitaoderitmoseveloci-dadesdenegociaodiferentesentre os pases-membros, sefornecessrio.

    PRESIDENTE DO CONSELHO

    DE COMRCIO EXTERIOR DA FIESP

    Publicado desde 1875Amrico de Campos (1875-1884)Francisco Rangel Pestana (1875-1890)

    Julio Mesquita (1885-1927)Julio de Mesquita Filho (1915-1969)Francisco Mesquita (1915-1969)Luiz Carlos Mesquita (1952-1970)

    Jos Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1988)Julio de Mesquita Neto (1948-1996)Luiz Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1997)Ruy Mesquita (1947-2013)

    PresidnciabrasileiranoMercosul

    FrumdosLeitores

    Fifo x petrolo:ligandoospontos

    LULOPETISMOJudas?

    Essa pedaladora realmenteuma fanfarrona! Depois de, co-mo nunca antes na Histria des-tepas, destruremtudooque es-tava a, comeando pela Lei deResponsabilidade Fiscal, pelasagncias reguladoras, pela Pe-Trobrs, etc., precisavam de al-gum para pr ordem na casa.Convidaramanica pessoa sriano atual (des)governo e ainda apedaladora vem a pblico dizerque Joaquim Levy no pode sertratado como judas?! Ora, ju-das seumentor, seumarquetei-ro e todos os demais petralhasenvolvidos numa reeleio, paradizer omnimo, desastrosa e pa-ra l dementirosa! Essa senhoradeveria olhar para o prprio um-bigoepara o umbigodo seu cria-dor, pois a criatura fez desandara maionese. E se Deus e o povobrasileiro assimo quiserem, pelaltima vez, apesar de restaremainda trs anos. Oremos!

    RENATO AMARAL [email protected] Paulo

    Acertou a presidente DilmaRousseff: oministroLevynode-veria ser malhado por fazer odiabopara aumentar a arrecada-o,numapocadeeconomia es-tagnada, desemprego, inflao ejuros altos, pois sabemos que aresponsabilidade por essa situa-odesastrosa dela.Comotam-bm dela a tarefa de estabele-cer uma poltica sria para me-lhorar esse quadro, eliminandoas razes da ineficincia e da cor-ruponoseugoverno.Ouapo-ltica vai parar, para variar, emarrumarmais dinheiropara o go-verno continuar a farra?OMAR EL [email protected] Paulo

    A presidenta competenta diz

    ser injusto e errado tratar o mi-nistro Joaquim Levy como ju-das. Enoque ela est certssi-ma? Afinal, oministro s est fa-zendooque lhe foimandado. Ju-das quem prometeu e cantouloas aumpas imaginrio para sereeleger, denegriu os opositorese, aps a eleio,mandou aplicarasmedidas atribudas aos adver-srios!E l vai ela feliz e conten-ta, acompanhada por seguran-as e personal trainer, montadaem sua bike!APARECIDA DILEIDE [email protected] Caetano do Sul

    De injustias

    PresidenteDilmaRousseff, injus-to tratar todo o povo trabalha-dorbrasileiro comoburrode car-ga para pagar, com sacrifcios, osanos de incompetncia do seupartido. O resto resto!DEBORAHMARQUES [email protected] Paulo

    Inflao descontrolada

    Cebola a R$ 8 e Dilma a pedalar.Mesmosemdescascar, d vonta-de de chorar.ROBERTO [email protected] Paulo

    Pedaladas

    Irnicover a presidentepedalan-do livre, leve e solta aps aspeda-ladas que seu governo cometeu.Ou seria uma mensagem subli-minar? Ser?GIOVANI LIMA [email protected] Paulo

    Passeios matinais

    Essa jogadademarketing velhaconhecida dos brasileiros, geral-mente utilizada por governantesbeirandoo impeachment, na ten-tativa ensandecida de mudar o

    foco, desviar atenes. Exemplo:o corredor matinal que saa,meio aloprado, da Casa da Din-da, mandando recados desenha-dos nas camisetas, seguido porseguranas e jornalistas. O Bra-sil, comohoje, desgovernado, se-guia deriva...ARNALDO C. [email protected] Paulo

    Maria Antonieta

    Se no h pes, que comam bo-los. Dieta para emagrecer numpas onde metade da populaopassa fome e tem de aguardar svezes at anos por uma cirur-gia?! E ainda cantarolando, por-quedeve sermuitobomter dis-posio um chefe de cozinha pa-ra cuidar da dieta, com direito apersonal trainer, passeios ciclsti-cos, etc... Que tal essa senhoraalongaros seuspasseios at a pe-riferia de Braslia, para acordardo seu sonho e, quem sabe, co-mear a pensar menos em seu

    peso corporal e mais no peso desua conscincia?VERA A. VAILATI [email protected] Paulo

    TUCANOS SE BICAMCriadores de caso

    Apesarde apartidria, sempre vo-tei no PSDB aqui, em So Paulo.Mas fiquei horrorizada com essadisputa pelo poder, indecente edoentia, encenada pelo deputa-do Bruno Covas e pelo suplentede senador Jos Anbal (5/6 A7). a segunda vez que ouo o no-medesses dois criandocasoden-tro do partido, o que contribuipara espalhar o lema oPSDBdi-vidido sempre ser vencido.Nas eleies de 2016 no votareide jeito nenhum se um dessesdois que contribuem tanto paraa desunio do partido por acasofor candidato.CANDIDA L. ALVES DE [email protected] Paulo

    RUBENSBARBOSA

    Por trs de todo grandeesquema de corrupo oque h s um bando decovardes de alma negra

    No h mais espao parahesitaes do bloco anteas transformaes docomrcio internacional

  • poltica

    %HermesFileInfo:A-3:20150609:

    O ESTADO DE S. PAULO TERA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2015 Notas e Informaes A3

    OpinioEditor Responsvel: Antonio Carlos Pereira

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    Diretor de Contedo: Ricardo GandourEditora-Chefe Responsvel:Maria Aparecida DamascoDiretor de Desenvolvimento Editorial: Roberto Gazzi

    Produodeveculoscai 19,1%nesteanoComqueda, indstria cortou6,3mil vagasde trabalhonoPas; nvelparamaio opior desde2005

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    O Estado reserva-se o direito de selecionare resumir as cartas. Correspondncia semidentificao (nome, RG, endereo e telefo-ne) ser desconsiderada.

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    Notas & Informaes

    E laborado pela Se-cretaria Nacionalda Juventude emparceria com oPrograma das Na-es Unidas parao Desenvolvimento, com baseem dados do Sistema Integra-do de Informaes Penitenci-rias e do Sistema Nacional deAtendimento Socioeducativo,o Mapa do Encarceramento di-vulgado pelo governo federalrevela que o dficit de vagas nosistema prisional aumentou139% em oito anos. Em 2013,faltavam 216.033 vagas; em2005, o dficit era de 90.360.Nomesmo perodo, a popula-

    o encarcerada cresceu 87,7%.Passou de 296.919 para 557.286presos. J o nmero de vagasdo sistema cresceu s 65%. De-ve-se isso ao fato de as PolciasCivil e Militar prenderem maise a Justia ter aumentado o n-mero de condenaes, demons-trando maior eficincia nocombate criminalidade, aopasso que os governos federale estaduais no expandiram arede de prises no mesmo rit-mo. Por causa da superlotaodas prises, o Brasil vem sendoacionado nos organismos mul-tilaterais de defesa dos direitoshumanos. Para amenizar a si-tuao, que atingiu um pontocrtico, as Defensorias Pblicase o Conselho Nacional de Justi-a (CNJ) tomaram iniciativasimportantes, que esto causan-do polmica.Responsveis pela defesa de

    80% dos rus envolvidos comdrogas, os defensores argumen-tam ser inconstitucional toda

    priso de usurio de drogas.Eles pretendem com isso revo-gar de fato a criminalizao doconsumo. Para as DefensoriasPblicas, embora a Lei Antidro-gas diferencie o traficante dousurio, no prevendo pena depriso para este ltimo, a pol-cia sempre enquadra o consu-midor por crime de trfico.Os defensores tambm ale-

    gam que o uso de droga, quan-do no envolver perigo concre-to para terceiros, questo deforo ntimo, motivo pelo qualclassificam a priso do consu-midor como invaso de privaci-dade. Se a tese for acolhida pe-los tribunais, milhares de pre-sos que aguardam julgamentopodero ser soltos. Por iniciati-va da Defensoria Pblica deSo Paulo, a discusso foi leva-da ao Supremo Tribunal Fede-ral (STF). O relator, ministroGilmar Mendes, manifestou-sepela repercusso geral damat-ria, o que far a deciso da Cor-te ser aplicada pelos demais tri-bunais em casos idnticos.Mas ele ainda no apresentouseu parecer e o STF no tem da-ta para submet-lo ao plenrio.J o CNJ vem estimulando

    os Tribunais de Justia a acele-rar a implementao das au-dincias de custdia, que obri-gam as autoridades policiais alevar o acusado das prticas deum delito presena de umjuiz at 24 horas depois da pri-so. Segundo o rgo, h mui-tos casos em que a priso des-necessria principalmentenos crimes de baixo potencialofensivo. Em seu ltimo muti-ro, o CNJ descobriu um preso

    provisrio que h quatro anosaguardava a primeira audin-cia. Segundo o Mapa do Encar-ceramento, 38% da populaocarcerria integrada por pre-sos provisrios.As iniciativas do CNJ e das

    Defensorias Pblicas esbar-ram, contudo, em resistnciasde associaes de delegados depolcia e de algumas entidadesde promotores de Justia. Elasalegam que, ao impor regras eprazos para que autoridadespoliciais apresentem presos ajuzes criminais, o CNJ estariaviolando o princpio da inde-pendncia dos Poderes comoos delegados integram o Execu-tivo, o Judicirio no poderiainterferir em suas competn-cias e atribuies. Tambmafirmam que, ao proporem adescriminalizao do consumode drogas, os defensores pbli-cos estariam ignorando que adroga est na raiz da violnciacriminal.O Mapa do Encarceramento

    mostra que, por causa da super-lotao, os estabelecimentospenais no conseguem reedu-car os presos, para que possamvoltar ao convvio social, e assi-nala que os juzes criminais ain-da permanecem relutantes naaplicao de penas alternativasno caso de crimes de baixo po-der ofensivo. As iniciativas doCNJ e das Defensorias Pbli-cas recebidas com crticas deassociaes de delegados e en-tidades de promotores infeliz-mente mostram que o sombrioretrato traado pelo Mapa doEncarceramento no ser mu-dado to cedo.

    O caminho para ocrescimento, de-pois de anos deestagnao eat de retroces-so, passar obri-gatoriamente pelos ganhos deprodutividade e por uma inser-o mais ampla e mais inteli-gente nomercado internacio-nal. Para isso ser preciso pas-sar a limpo, e at renegar emmuitos aspectos, polticas emvigor no primeiro mandato dapresidente Dilma Rousseff eherdadas em parte da gesto deseu padrinho e grande eleitor,o ex-presidente Luiz Incio Lu-la da Silva. Tratados de formadiplomtica, mas bastante cla-ra, esses pontos tm aparecidocom frequncia nos pronuncia-mentos do ministro do Desen-volvimento, Indstria e Comr-cio Exterior, Armando Montei-ro Neto. Houve nos ltimosanos confuso entre polticaanticclica e poltica indus-trial, disse ele em palestra naFederao das Indstrias doRio de Janeiro (Firjan). Agoraqueremos ter foco maior naquesto da produtividade,acrescentou.Ele poderia ter sidomais cor-

    rosivo se fosse aos detalhes. Asaes anticclicas deixaram deser funcionais depois de 2009ou, no mximo, desde o segun-do semestre de 2010, at por-que a crise atingiu o Brasil semcausar grandes danos. Alm deser um fracasso como polticade crescimento, a insistncianos estmulos ao consumo e nadistribuio seletiva de benef-cios causou inflao, devastou

    as contas pblicas, corroeu osupervit comercial e abriu umrombo na conta corrente do ba-lano de pagamentos.Sem explicitar esses pontos,

    muito bem conhecidos, o mi-nistro concentrou-se numa lis-ta mnima de problemas impor-tantes e de aes necessrias. preciso, segundo ele, reposi-cionar a poltica industrial,mexendo em questes regulat-rias, tributrias e financeiras.Ser necessrio voltar a polti-ca para as questes microeco-nmicas, isto , para as condi-es de operao das empresasem seus mercados. Ser indis-pensvel, poderia ter acrescen-tado, retomar o debate, anun-ciado h mais de uma dcada elogo abandonado, da famosaagenda microeconmica.As agendas da produtividade

    e da insero internacional aca-bam sempre entrelaadas, nospronunciamentos do ministro,e isso natural. No se podepensar numa insero maiorno comrcio e nas cadeias in-ternacionais de formao de va-lor sem levar em conta requisi-tos de eficincia e de competiti-vidade. Em contrapartida, seriailusrio pensar numa polticapermanente de competitivida-de sem levar em conta a impor-tncia do comrcio como fontede estmulos, de ganhos de es-cala, de modernizao e de efi-cincia para as empresas.O incontornvel ajuste das

    contas pblicas impor limites,por algum tempo, execuode polticas de apoio moderni-zao empresarial e expansodo comrcio. Mas assim mes-

    mo ser necessrio, segundo oministro, lanar em breve umPlano Nacional de Exporta-es. Sua expectativa, acrescen-tou, anunci-lo no dia 23.Ser necessrio fortalecer os

    instrumentos de seguros e ga-rantias e dispor de um reforopara o Programa de Financia-mento Exportao (Proex),apesar das dificuldades do Te-souro. Mas o plano ir alm doaperfeioamento desses meiose incluir propostas de mudan-as estruturais, a comear pelatributria. Uma boa reformados tributos, promessa jamaiscumprida nos ltimos 20 anos,ser politicamente complicada.Para essas e outras alteraesser preciso, segundo o minis-tro, criar uma viso minima-mente convergente sobre aagenda do crescimento. Ser,poderia acrescentar, tarefa pa-ra todo o governo.Mas a agenda vai mais longe

    e inclui uma reviso da diploma-cia comercial, com maior aten-o a parceiros de grande rele-vncia, como os pases mais de-senvolvidos. Tambm nesteponto, embora de forma diplo-mtica, a proposta abandonaro terceiro-mundismo inaugura-do em 2003. A estratgia deveincluir uma reavaliao do fun-cionamento do bloco regional.O casamento com o Mercosul,disse o ministro, indissolvel,mas sempre se pode, acrescen-tou, discutir a relao. difcildizer se a presidente DilmaRousseff ser tocada por essesopro de realismo. Ela continuaatribuindo a crise brasileira a fa-tores externos e seca.

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    COMENTRIOS NO PORTAL E NO FACEBOOK:

    estado.com.br

    Literalmente maisleve, enquantopeda-la nas cercanias doPalcio da Alvorada,tal qual Pollyana re-diviva, Dilma Rous-seff promete alegre-mente novos planos

    que faro o que ela no conseguiu fa-zer at agora. Por sua vez, Luiz Incio,com seu habitual sentimento de oni-potncia, trabalha para que o 5. Con-gresso do PT, que se rene a partir dequinta-feira em Salvador, produza omilagre de apagar os borres dos lti-mos quatro anos, pelo menos, e con-vena os brasileiros de que o que vale a esperana. Criatura e criador fin-gem ignorar olimpicamente que jno lhes resta credibilidade para pro-meter o que quer que seja.Da ltima vez em que seguiu omar-

    keting risca, na campanha eleitoraldo ano passado, Dilma Rousseff men-tiu sem o menor pudor e foi recom-

    pensada coma reeleio.Mas amenti-ra tem perna curta e bastaram poucosmeses para os brasileiros carem nareal, dando-se conta de quehaviamco-metido um equvoco pelo qual terode pagar durante quatro anos. Agora apresidente da Repblica embarca no-vamente numa armao domais puromarketing que consiste na divulgaopelamdia da figura humana da che-fe do governo. assim que ela tentarecuperar a popularidade. Esse exerc-cio de simpatia est fielmente descri-to na reportagem de Tnia Monteiropublicada ontem no Estado, na qualDilma Rousseff diz tudo aquilo queacha que deve dizer sobre os princi-pais temas da agenda poltica.Por sua vez, um Lula cada vez mais

    enredado em contradies e ambigui-dades o que revela at que ponto es-t envolvido no salve-se quem puderque atormenta os petistas , depois deter endossado publicamente a nomea-o de Joaquim Levy para o comando

    da equipe econmica ao mesmo tem-po que, nos bastidores, articulava acampanha petista contra um reajustefiscal feito custa dos trabalhado-res, parece ter chegado finalmente concluso de que melhor dar o as-sunto ajuste fiscal por encerrado e fo-car o discurso petista numa agendade desenvolvimento que despertenos brasileiros o sentimento de espe-rana. Lula tem jogado todo o pesode sua influncia para que o congres-so do PT defina essa linha de condutapara o partido daqui para a frente. Es-sa orientao est claramente contidanas palavras do presidente nacionaldo PT, Rui Falco: Agora, tempo deparar de falar em ajuste e falar de in-vestimento, emprego e distribuiode renda.Em portugus claro, o que Lula pre-

    tende, coerente com o populismo que sua marca registrada, convenceros brasileiros de que a esperana maior que a atual crise poltica, econ-

    mica e social. Foi exatamente o queele fez em 2002, explorando o desgas-te do governo FHC. A pequena dife-rena que hoje quem est no poder o prprio PT, num governo chefiadopela criatura de Lula. Mas quem co-nhece as habilidades e a falta de escr-pulos polticos do ex-presidente noduvida de que Lula, constatando serimpossvel a recuperao do apoio po-pular ao governo Dilma, d um jeitode descolar a sua imagemdade sua su-cessora, projetando-se no cenrio pol-tico, mais uma vez, como o grandemensageiro da esperana.Conspiram contra os planos de Lu-

    la, no entanto, fatores importantes so-bre os quais ele tem pouco ou ne-nhumpoder. Emprimeiro lugar, sua li-derana comea a ser contestada, porenquanto quase que exclusivamenteintramuros, pelas tendncias partid-rias que, em nome de um mnimo decoerncia com as bandeiras tradicio-nais do PT, repudiam a crescente am-

    biguidade do ex-lder sindical em rela-o aos rumos da poltica econmica.Afinal, at para os fs de carteirinha es-t claro que Lula na Presidncia oufora dela nunca defendeu uma polti-ca econmica liberal ou popular,tendo praticado uma ou outra semprede acordo com suas conveninciasimediatas.Esse incipiente questionamento de

    Lula dentro do PT parece ser motiva-do, principalmente, pelo fato de oprestgio popular do ex-presidente es-tar longe de ser aquele de que ele des-frutava ao deixar o Planalto. Esse vis-vel declnio, embora no se comparecom o sofrido por Dilma, consta depesquisas de opinio encomendadaspelo prprio PT.Se ambicionam, portanto, dar a vol-

    ta por cima de seus prprios erros, Lu-la e Dilma precisam enfrentar, primei-ro, a extremamente difcil misso derecuperar a credibilidade junto aosbrasileiros.

    TEMA DO DIA

    POR DECISOJUDICIAL, O ESTADOEST SOB CENSURA.ENTENDA O CASO:WWW.ESTADAO.COM.BR/CENSURA

    H2.079DIAS

    PUBLICAODAS.A.OESTADODES.PAULO

    Embuscadacredibilidadeperdida

    Gostaria de ter notciasdela trabalhando, emvez de v-la pedalandopara ficar magrinha.Se trabalhasse, seriamais adequado

    LIA BANDEIRA / SO PAULO,SOBRE DILMA [email protected]

    Dilma cantarola e nsrangemos os dentes

    TEREZA SAYEG / SO PAULO,[email protected]

    Voc compraria umabicicleta usada de Dilma?

    J. S. DECOL / SO PAULO, [email protected]

    EDUCAOTerceiro Mundo

    O artigo Pobre educao pobre(Alis, 7/6), de Jos de SouzaMartins, professor emrito daFFCL da USP, remete a umaquesto fundamental relaciona-da ao desenvolvimento do Pas.Odesprezoque sempre acompa-nhou a histria do ensino amarca registrada de pas do Ter-ceiroMundo. O docente trata-do como funcionrio de terceiraclasse, destinado a sobrevivercom sua modesta remunerao.Aps sua licenciatura, o profes-sor deveria ter a possibilidade deprosseguir sua formaoemcur-sosde aperfeioamento, ps-gra-duao e especializao em te-mas de seu interesse e do desen-volvimento da Nao. de la-mentar que o que seriam justasreivindicaes se tenha transfor-mado em deplorveis cenas deprimarismo mental que a mdiatem divulgado.BENEDITO LIMA DE TOLEDO, pro-

    fessor titular da [email protected] Paulo

    Formao e salrios

    Como diz o Estado (7/6, A19),o professor precisa aprender aensinar. H boas iniciativas nes-se sentido, algumas delas men-cionadasna reportagem,bemco-mo outras, com destaque para oPrograma Institucional de Bolsade Iniciao Docncia (Pibid),daCapes.Parao seuxito, contu-do, a experincia internacionalensina quenecessrio valorizaro profissional do ensino com sa-lrios compatveis coma relevn-cia social e econmica de suaatuao. S isso garante, de fato,uma alta qualidade de ensino.H empenho federal, estadual emunicipal para tal?PEDRO PAULO A. FUNARI, profes-sor titular do Departamento deHistria da [email protected]

    Acrisedosistemaprisional Realismoparacrescer

    Todos sabem que as indstrias, principalmente a automobilsti-ca, praticam preos altssimos com a desculpa do custo Brasil.GERALDO DE FREITAS

    Parabns, equipe econmica. Esto conseguindo afundar es-te gigante que se chama Brasil com essa poltica.JOAO FERNANDES COSTA

    Demitem todo mundo, mas no abaixam a margem de lucro.So uns mercenrios!NATHAN BREVES

  • editorial

    %HermesFileInfo:A-4:20150609:

    A4 TERA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

    Poltica Reformaparte 2Deputados j falam emendurecer clusula debarreira light. Pg. A6

    ntegra. Leiaa entrevista deJos Guimares

    ntegra. Leiaa entrevista dePaulo Teixeira

    Daniel CarvalhoDaiene Cardoso / BRASLIA

    Em entrevista ao Estado, ovice-presidente nacional doPT e lder do governo na C-mara, Jos Guimares (CE),defendeu o ministro da Fazen-da, Joaquim Levy, e disse serimpossvel dissoci-lo da presi-dente Dilma Rousseff.

    Como controlar a onda ForaLevy no Congresso do PT?No estou preocupado se vovaiar o Levy. Coitado do Levy.No existe Levy sem Dilma eDilma sem Levy. O PT notem que estar preocupado comisso, tem que estar preocupadocom o partido. Mas no temoscomo controlar o PT, o PT assim. Temos de entender issocomo insatisfaes moment-neas. No podemos perder oprumo. imbecilidade separaro Levy do governo e o governodo Levy ou da Dilma. O ajuste necessrio no como fim emsi mesmo. o incio de umfim. E qual o fim? O cresci-mento. Temos de discutir ogoverno, mas personificar ogoverno no o correto.

    Ao defender Levy, Dilma correo risco de perder apoio do PT?O PT jamais deixar de sersolidrio com a Dilma. Temuma ou outra crtica, mas qualo problema? O que no pode achar bode expiatrio. Temproblema macroeconmico?Tem, mas no venha atribuirao Levy, porque quem indicouo Levy foi a Dilma.

    Como fazer para que a presi-

    dente no fique isolada ao tomarmedidas de ajuste fiscal?Como fizemos com Lula. Vo-tar 100% com ela aqui (no Con-gresso), ainda que as medidassejam amargas.

    Dilma ser bem-vinda no Con-gresso do PT?Ser aplaudida de p. Conhe-o o PT. Quando Lula fez areforma da Previdncia, vi opessoal quebrando tudo,(mas) quando chegava aoscongressos era ovacionado.

    Mas Lula tem um carisma queDilma no tem.Ela vai ser aplaudida de p.Anotem e vocs me cobrem.S tem Lula em 2018 se tiverDilma em 2016, 2017, se o go-verno der certo. E vai dar. Opior j passou.

    Ento h um PT para a socieda-de e um outro PT no Congresso? claro que o governo temque sustentar o governo aquidentro e tem que ter o PT dia-logando com a sociedade,atuando nas duas vertentes.

    Erich Decat / BRASLIA

    Representante da corrente pe-tista Mensagem ao Partido naatual direo nacional da si-gla, o deputado federal PauloTeixeira (SP) acredita que oministro da Fazenda, JoaquimLevy, no ser alvo de ataquesdiretos no 5. Congresso Na-cional da legenda. O parlamen-tar falou ao Estado.

    Setores do PT tm criticado aconduo doministro da Fazen-da, Joaquim Levy. A corrente vailevar essa questo para o Con-gresso da legenda?O congresso no deve discutira conduo de um ministrodo governo, quem conduz ogoverno a presidenta Dilma.Mas achamos que necess-rio explorar novas estratgiasna rea econmica com umapreocupao em relao aocrescimento e gerao de em-prego. E para isso achamosque trs medidas so funda-mentais. A primeira delas retirar do supervit os investi-mentos pblicos. A segunda,no permitir uma poltica comelevao de juros. E, por fim,

    defendemos um mecanismode tributao voltado para oandar de cima, que pode ser acriao de imposto de grandefortuna e grandes heranas.

    Qual avaliao o senhor faz dadeclarao da presidente Dilmade que o Levy no pode ser trata-do como judas no congresso?Quando ela fala que no podeser o judas certamente elaest dizendo que a poltica eco-

    nmica do governo. No po-de querer estabelecer uma po-larizao com ele. Mas o con-gresso do partido tem o deverde oferecer a ela novas estrat-gias para o crescimento econ-mico, proteo de emprego edefesa dos salrios. No nosinteressa polarizar o debateno nome de um ministro.

    Mas durante a votao do ajus-te fiscal no Congresso a posturado PT foi de fortes crticas.Fomos solidrios com o gover-no. Sentimos que o governoest retomando a iniciativa. uma diferena dos ltimos me-ses. Por exemplo, quando apresidente se posiciona con-trria votao da terceiriza-o, diminuio da maiorida-de penal, quando ela faz obser-vaes em relao ao financia-mento empresarial, voc sen-te que um governo que vaimostrando a sua cara. Vocvai sentindo, diferentementedos primeiros meses, que um governo que vai retoman-do a iniciativa. Isso vai ao en-contro do que o partido quer.

    estadao.com.br/e/teixeiraptestadao.com.br/e/guimaraespt

    TemerafirmaqueministroestmaisparaCristo

    NAWEBNAWEB

    DIDA SAMPAIO/ESTADO

    ANDRE DUSEK/ESTADO

    ENTREVISTAS

    DIDA SAMPAIO/ESTADO

    Cpula doPTacata fala deDilma epromete no tratarLevy como judas

    S temLula em2018 segovernoder certo, diz lder

    ParaTeixeira, precisotributar o andar de cima

    Vera Rosa / BRASLIARicardoGalhardo / SO PAULO

    UmdiaapsapresidenteDil-maRousseff dizer aoEstadoqueno se pode transformaro ministro da Fazenda, Joa-quim Levy, em judas paraser malhado no 5. Congres-sodoPT,dequinta-feiraas-bado, emSalvador, a direodopartidoeacorrentemajo-ritria da legenda ameniza-ramascrticaspolticaeco-nmica do governo.Embora seja esperado que a

    resoluo final da reunio con-tenha reparos ao ajuste fiscal,asdeclaraesdeDilmaeopedi-dodoex-presidenteLuizIncioLula da Silva para que o PTolheparaafrenteenfraquece-ram as posies radicais.Amaioria dopartidono vai

    fazer isso (transformar Levy emjudas). Temos que preservar oministro, disse o deputado es-tadual Jos Amrico Dias (PT-SP), secretrio nacional de Co-municao da legenda.A ordem, agora, reduzir a

    presso sobre Levy, no perso-nalizar as crticas e apresentaruma agenda ps-ajuste, comum cardpio de propostas parasairdacrise.Mesmoassim,ac-pula do PT avisou ao Palcio doPlanalto no ser possvel impe-dir manifestaes individuais efaixasdeForaLevynoevento.Apesar dos pedidos de Lula e

    do recado claro deDilma, seto-resdopartidodevemmanterosataques aoministro. Conside-ramos que a poltica de ajustefiscal regressivo e recessivoinauguradacomanomeaodeJoaquimLevyparaoMinistrioda Fazenda coloca o PT contraa classe trabalhadora, diz umdocumento assinado por lde-ressindicaispetistas, entreelesVagner Freitas, presidente daCentralnica dosTrabalhado-res(CUT),eJooFelcio,presi-dente da Confederao Sindi-cal Internacional (CSI), ambosmuito prximos de Lula.

    Na tentativa de evitar os pro-testoscontraotitulardaFazen-da,oministrodaDefesa,JaquesWagner, foi escalado para con-versarcomlderesdoPT. Levyest no caminho certo, disseWagner ao Estado. Alm deajustar as contas e a economia,vaiapontarnovoscaminhospa-ra a retomada do desenvolvi-mento com crescimento e ren-da. Ns confiamos nele.Aagendaps-ajuste queoPT

    vaiapresentarno5.Congressoprev a defesa do imposto so-bre grandes fortunas, da taxa-odeheranasedolucro lqui-dodasempresas.OPTtambmvai pregar a volta da CPMF.

    Sem pedras. No existe sepa-rao entre o partido e o gover-

    no, afirmouFranciscoRocha, oRochinha, coordenador da cor-rente majoritria Construindoum Novo Brasil (CNB), da qualLula faz parte. Emcarta enviadaaos 800 delegados do encontrode Salvador, Rochinha lembrouqueoex-presidentetambmpro-moveu corte de gastos e disseque nenhuma tendncia do PTpode se arvorar em criticar oajusteporquetodasestopresen-tesnopartido,nogovernoe,por-tanto, tmtelhadodevidro.Por acaso Jos Eduardo

    Cardozo (Justia) e MiguelRossetto (Secretaria-Geral daPresidncia)noapoiamoajus-te fiscal?, provocouodirigen-te petista, em referncia aosministrosdaMensagemaoPar-tido, segunda maior corrente

    petista, que lidera as crticas poltica econmica de Levy, eda Democracia Socialista(DS), ala mais esquerda dasigla. Ento, que no venhamatirar a primeira pedra.

    Namesmalinha,oex-presiden-te da Cmara Arlindo Chinaglia(SP), doMovimento PT fiel dabalana em votaes internas ,disse no se incluir entre os quequeremmalhar Levy. Se temosdefazerreparospolticaecon-mica, que faamos ao governo,porque, caso contrrio, estare-mos terceirizandoascrticas.Integrante da Mensagem, o

    secretrio de Formao Polti-ca do PT, Carlos rabe, prev aformao de dois blocos noencontro.Umdefendendomu-dananapoltica e na estruturapartidria, e outro pela manu-teno das posies conheci-das at agora, podendo at re-cuar na questo do financia-mentoempresarial, provocou.Ns queremos amudana.

    JosGuimares (PT-CE), lder do governo naCmara PauloTeixeira (PT-SP), deputado federal

    Ajuste de discurso.Aps presidente dizer ao Estado que errado e injusto criticar ministro por medidas de reequilbrio fiscal,dirigentes do partido assumem defesa mais clara do governo a fim de tentar isolar os ataques poltica econmica s alas mais radicais

    Alvo. JoaquimLevy chega ao Palcio da Alvorada na noite de domingo para reunio comDilma sobre pacote de concesses

    Cenrio. ParaGuimares,crtica a Levy momentnea

    Anlise. Segundo Teixeira,governo retomou a iniciativa

    RafaelMoraesMoura / BRASLIA

    O vice-presidente Michel Te-merafirmouontemqueominis-trodaFazenda,JoaquimLevy,muito menos Judas e muitomaisCristo.A frasedopeeme-debistafoiditadepoisdeapresi-dente Dilma Rousseff dizer ementrevistaaoEstadoqueotitu-lar da pasta no pode ser trans-formado em judas por causadas medidas impopulares doajuste fiscal. A atuao do res-ponsvelpelapolticaeconmi-ca est na mira de setores doPT, que realizar umcongressopartidrioapartirdequinta-fei-ra, emSalvador (BA).Eu penso que o ajuste fiscal

    que o Levy est levando adiantevai representar exatamente is-so: no primeiromomento pare-ceumacoisadifcil, complicada,mas que vai dar osmelhores re-sultados, afirmou Temer a jor-nalistas, ao chegar ao gabineteda Vice-Presidncia. Depois,emendou:Ele(Levy)temdesertratadocomoCristo,que sofreumuito, foi crucificado, mas teveuma vitria extraordinria namedidaemquedeixouumexem-plo magnfico, um exemplo ex-traordinriopara todomundo.Temer temsidoumdosprin-

    cipais articuladores da aprova-odasmedidasdoajuste fiscalno Congresso. Ontem noite,ele se reuniria comLevy, comoministro-chefe da Casa Civil,AloizioMercadante,ecomlde-res da base no Senado para tra-tar das votaes desta semananaCasa.Hoje, ele dever discu-tir com lderes da Cmara paratratar doprojeto de lei que revapoltica dedesoneraoda fo-lha de pagamento.

    PosioAmaioria do partido no vai(tratar Levy como judas)Jos Amrico DiasSECRETRIO DE COMUNICAO DO PT

    Se temos de fazer reparos poltica econmica, quefaamos ao governo porque,caso contrrio, estaremosterceirizando as crticasArlindo ChinagliaEX-PRESIDENTE DA CMARA (PT-SP)

  • %HermesFileInfo:A-5:20150609:

    O ESTADO DE S. PAULO TERA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2015 Poltica A5

    Talita Fernandes / BRASLIA

    OministroGilmarMendesdeter-minouontemqueoTribunalRe-gional Eleitoral deMinas Geraisreabra uma investigao paraapurarseogovernadordeMinas,Fernando Pimentel (PT), e seu

    vice, Antnio Andrade (PMDB-MG),cometeramabusodeauto-ridadeedepodereconmicodu-ranteas eleiesde2014.Oministrodeudespachofavo-

    rvel a um recurso de autoria dacoligao pela qual Pimenta daVeiga (PSDB) concorreu ao go-

    verno mineiro no ano passado.Anteriormente, o TRE-MG ha-via rejeitadoopedidode investi-gao apresentado pela coliga-oopositora aPimentel.Emseudespacho,Gilmardis-

    se que a deciso do tribunal foiprecipitadaaodizerque, com

    certeza, no houve nenhum il-citoeleitoral.Naprtica,aCor-te Regional no cuidou em re-construir a verdade, como pro-pugna a doutrina mais abaliza-da, mas sim em simplesmentepresumi-la, escreveu. Pimen-tel foi ministro do Desenvolvi-

    mento,IndstriaeComrcioEx-teriordogovernoDilmadejanei-rode2011 a fevereirode2014.Nopedidodeinvestigaoapre-

    sentadopelacoligaolideradape-lo PSDB, Pimentel e Andrade soacusadosdeteremsebeneficiadoda estrutura do governo federal,

    antesmesmodo inciodacampa-nha eleitoral, para se promove-rem como candidatos. Para tal, acoligaoapontaaparticipaode-lesemoitoeventosoficiaisdogo-vernofederalquecontaramcomaparticipao da presidenteDilmaRousseff em sete municpios mi-neiros.Comadeciso,oTRE-MGterderefazeroacrdoquerejei-touopedidodacoligaolideradapeloPSDBereavaliarocaso.

    GilmarmandaTREreabrirprocessoeleitoral contraPimentel

    A defesa da OAS comunicou Justia Federal ontem amortede um dos ex-executivos da em-preiteira, Joo Alberto Lazzari,ru da Operao Lava Jato. Empetio ao juiz federal Srgio Mo-ro, que conduz as aes crimi-nais da investigao sobre cor-rupo e propinas na Petrobrs,o advogado Jos Carlos Cal Gar-cia Filho pede declarao da ex-tino da punibilidade do acusa-do como prev o artigo 107 doCdigo de Processo Penal.

    O advogado anexou ao pedidocpia da certido de bito de Laz-zari. O ex-funcionrio morreu aos63 anos, em 31 demaio, vtimade disfuno de mltiplos r-gos. Lazzari estava internadono Hospital Srio-Libans, emSo Paulo. O corpo foi sepultadono cemitrio municipal de AntaGorda, no Rio Grande do Sul. /JULIAAFFONSO, FAUSTOMACEDO e

    RICARDOBRANDT

    DANIEL TEIXEIRA/ESTADO-29/5/2015

    Lutarei at o fim,diz petista aonegarelo comcorrupoTV francesa, Dilma afirma nunca ter sido acusada de desvios ealega que todas as campanhas receberam de empresas sob suspeita

    RudaLavaJato,ex-executivodaOASmorreemSP

    Ajuste.Para Dilma, gesto de esquerda tem de sabermudar

    Andrei NettoCORRESPONDENTE / PARIS

    Em entrevista a uma redefrancesaexibidaontem,apre-sidente Dilma Rousseff afir-mou que vai lutar at o fimparamostrarqueno temli-gaocomoscasosdecorrup-o na Petrobrs reveladospelaOperaoLavaJato.Ere-clamoudeoutras campanhaseleitoraisnoseremtoques-tionadasquantoadela,embo-ra tenham recebido doaesde empresas sob suspeita.DilmafalouTVFrance24em

    razoda reuniodecpula entreaUnioEuropeia e aComunida-de de Estados Latino-america-nos e Caribenhos (Celac), ama-nh e quinta-feira, em Bruxelas.Na entrevista de 25 minutos, apresidentetentoudissociaraPe-trobrs da Lava Jato, ao afirmarqueocasoatingedeterminados

    funcionriosdealtonveldaes-tatal,enotodaaempresa.Esseescndalodizrespeitoaemprega-dosdaPetrobrsqueestavamemacordo com empresas para tirarvantagens. Isso no aconteceucom todas as empresas, nemcomtodosospartidos.Em seguida, Dilma reclamou

    desupostaperseguio.Apedidoda oposio, a Justia Eleitoralabriu investigao sobre even-tual relao entre as doaes desuacampanhaeosdesviosnaPe-trobrsedeveouvirhojeodolei-

    roAlbertoYoussef,delatordaLa-vaJato.Todasascampanhasfei-tas no Brasil tm contribuiesde todas essas empresas. Notemporquesaminhaserdesta-cada. Quando isso acontece, setratadeatividadepoltica,disse.Para Dilma, haveria uma ten-

    tativa deliberada de envolversuas campanhas no escndalo,tese que refutou em tom spe-ro. No existe nenhum indcioque o prove. No s em 2010,mastambmem2014.Todososcandidatos que concorreramcomigoreceberamdinheirodes-sas empresas de forma legal.Aoserquestionadaseassumi-

    ria suas responsabilidadesex-pressoque em francs equivalea demitir-se caso seja prova-do seu eventual envolvimentoemcorrupo,Dilmasemostrouirritada. Eu no tenho nada aver.Eunorespondoaessaques-toporqueseiquenotenhona-

    daaver, afirmou. Lutarei atofim para mostrar que no estouenvolvida. Tenho uma histria.Nunca foi acusadadenada.

    Mudanas. Na entrevista, Dil-madefendeuoajuste fiscale re-conheceu que teve de mudarde poltica. Para ela, governosde esquerda tm de ter a cora-gemderealizarcortesdegastos

    quando necessriomudar.Governo de esquerda, de di-

    reitaoudecentroeeuachoim-portante que umgoverno de es-querda demonstre isso , quan-dopercebequenecessriomu-dar, tem de faz-lo, tem de ter acoragem de fazer, disse. Tive-mosdemudar apoltica.Dilmaafirmouqueprogramas

    sociais e investimentos sero

    preservados. Os cortes estomuitomaisnaampliaodoqueno que j conquistamos, disse,citandooex-presidentesocialis-ta Franois Mitterrand, que go-vernou a Frana entre 1981 e1995. Um governo de esquerdatem que mostrar ser capaz nos de fazer poltica social, mastambm de fazer poltica ma-croeconmicadeestabilizao.

    EspeculaoOministro Jos Eduardo Cardo-zo disse haver especulao queno leva a nada ao comentarencontro entre o ex-presidenteLula e o ex-diretor Paulo RobertoCosta, s vsperas da compra darefinaria de Pasadena, em 2006.

    Oz ster provocado pelomesmov rus dacatapora,Que fica adormecidonoorganismoaps a infeco, e pode semanifestar

    medidaque voc envelhece. Dois teros dos casos acontecemapsos 50anos de idade.2,3

    importante realizar consultas peridicascom o seu mdico.

    Inflamao Aguda eprolongada dos nervos.3

    OqueoZ

    sterpode pro

    vocar

    Vermelhido e bolhas emuma rea do corpo.3

    O

    que VOC V

    Dor intensa, comparvel de agulhadas e queimaduras.2,3

    Oque

    VOC pode SEN

    Tir

    Referncias: 1. Reis AD, Pannuti CS, Souza VAUF. Prevalence of varicella-zoster virus antibodies in young adults from different Brazilian cli-matic regions. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [serial on the Internet]. 2003;36(3):317-320. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?s-cript=sci_arttext&pid=S003-86822003000300001&lng=en. http://dx.doi.org /10.1590/S0037-86822003000300001. Acessado em23/04/2015. 2. Harpaz R, Ortega-Sanchez IR, Seward JF et al. Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee onImmunization Practices (ACIP).MMWR Recomm Rep. 2008;57(RR-5):130 [quiz: CE24].3. Portella AVT, Souza LCB, Gomes JMA. Herpes-zs-ter e neuralgia ps-herptica. Rev. dor [Internet]. 2013;14(3):210-215. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-d=S1806-00132013000300012&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-00132013000300012.Acessado em 23/04/2015.

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  • internacional

    %HermesFileInfo:A-6:20150609:

    A6 Poltica TERA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

    Pedro VenceslauValmarHupsel Filho

    Amenos de uma semana para aconveno que definir a novacomposio do diretrio esta-dual do PSDB em So Paulo, opartidoaindanoconseguiupa-cificar os grupos que travamuma disputa acirrada pelo co-mandoda legendana capital.Oimpasse se arrasta desde o fimde maio e descambou para umbate-boca pblico entre inte-grantesdedois grupos.Preocu-padacomoembate,acpulatu-cana paulista decidiu intervir.Adisputaentre as alasdo ve-

    reador Mario Covas Neto que foi eleitopresidente dodi-retriomunicipaledoex-pre-sidente Milton Flvio aliadodo suplente de senador JosAnbal, que controlava politi-camente o partido na cidade se agravou nos ltimos dias.As duas faces que disputa-

    ram a conveno realizada nodia 31demaioseapresentaramao diretrio estadual comovencedoras. A cpula estadualdo partido, ento, ter quechancelar uma das chapas. Atendncia que Covas Netosaia vitorioso do confronto.Faltandoumanoequatrome-

    sesparaospleitosmunicipaisdoano que vem, a discusso sobrequemser o candidato doPSDB Prefeitura foi o estopimdo ra-cha.Zuzinha, comoconhecidoovereadorefilhodoex-governa-dorMarioCovas,passouaseral-vo de outros lderes tucanos de-poisdeapoiarapr-candidaturaa prefeito do tambm vereadorAndreaMatarazzo.O gesto gerou descontenta-

    mento entre aliados de Anbal edos deputados federais BrunoCovas e Ricardo Tripoli, todosvirtuaispr-candidatosem2016.Depois de uma prvia em umhotel na capital, os adversriosdeZuzinhaescolheramFbioLe-piquediretordegestodaCom-panhiaPaulistadeObraseServi-os, que atual na linha de frentedacampanhadogovernadorGe-raldoAlckmincomocandidatodogruponodiretrio.Apesardederrotado,correli-

    gionriosdeAnbal, BrunoCo-vas e Tripoli tentaram impor aZuzinhaa indicaodoscargosda executiva em uma reuniotensa na tera-feira da semana

    passada. Acuado, Covas Netoencerroua reunio e remarcoupara dois dias depois, em ple-no feriado.Nosegundoencon-tro, ratificou sua executiva.A segunda reunio do Zuzi-

    nha foi ilegal. Ele temumapos-tura imperial, afirmouAnbal.Elegemos uma executiva plu-ral, que atende a todos os seg-mentos do partido. No h oque se questionar, seja do pon-to de vista jurdico ou polti-co, reagiu Covas Neto.

    Renovao. O acirramento dadivisopreocupaacpula tuca-na no Estado, que planeja lan-arumnomenovonacampa-

    nha pela Prefeitura de So Pau-lonoanoquevem.Desdea fun-dao do partido, s Alckmin eohojesenadorJosSerradispu-taramocargo.Matarazzoconta

    com o apoio do ex-presidenteFernando Henrique Cardoso,doex-governadorAlbertoGold-man, de Serra e do tambm se-nador Aloysio Nunes, que ga-rantemnoteremaintenodeentrar na disputa. Falta aMata-razzo, porm, o principal: achancela do atual governador.Preocupados com os reflexos

    dadisputafratricida,acpulatu-cana paulista e pessoas prxi-masaAlckmin j falamemalter-nativasparaacandidaturamuni-cipal, como o secretrio esta-dual de Desenvolvimento So-cial, FlorianoPesaro, eoempre-srio Joo Doria, presidente doGrupodeLderesEmpresariais.

    Financiamento privadoCmara aprovou a incluso naConstituio do financiamento deempresas a partidos polticos edoaes de pessoas fsicas paracandidatos. Hoje, empresas epessoas fsicas j podem doar apartidos ou candidatos, mas orepasse via empresa no estcontemplado na Constituio.

    ColigaesCmara rejeitou a emenda queacabaria com as coligaes pro-porcionais (deputados federal eestadual e vereadores). Com is-so, ficammantidas as regrasatuais relativas ao tema: partidospolticos podem se coligar livre-mente nas eleies para verea-dor, para deputado estadual edeputado federal.

    Sistema de votaoCmara rejeitou novos modelosde votao (distrito, distrital mis-to e lista fechada) emanteve osistema proporcional, usado ho-je, que considera a votao docandidato e da legenda.

    Fim da reeleioFoi aprovada proposta que acabacom a reeleio de prefeitos, go-vernadores e presidente da Rep-blica, que tero direito a umamandato de quatro anos.

    Clusula de desempenhoPela proposta aprovada na Cma-ra, tm direito a tempo de TV e arecursos do Fundo Partidrio aslegendas que tenham eleito parao Congresso Nacional aomenosum deputado ou senador.

    Ricardo Chapola

    A presidente do Tribunal deContas do Estado de So Paulo(TCE-SP), Cristiana de CastroMoraes, impediu que procura-dores doMinistrio Pblico deContasabraminvestigaesso-bre eventuais irregularidadesnos salrios dos secretrios dogoverno Geraldo Alckmin(PSDB)edeoutrasautoridadesdo Legislativo e do Judicirio.Segundo a conselheira, os

    procuradores do rgo respon-

    svel pela fiscalizao financei-ra da administrao estadualnotmcompetncia legalpararealizar esse tipo de procedi-mento. No regimento internodo Ministrio Pblico de Con-tas no h regras que regula-mentam a diviso das atribui-es de seusmembros.O encaminhamento direto

    pelos procuradores presidn-cia no o mais apropriado noque tange ao desempenho espe-cfico de atribuies, escreveuCristiana na deciso proferidanofimdemaro.Entendoqueorequerimentoparaosfinsformu-lados necessita submeter-se aum regramento mnimo no quese refere definio de atribui-es, quea rigor sodachefia doMinistrioPblicodeContas.Cristiana fezessadetermina-

    o no mbito de um processoaberto por dois procuradoresdo Ministrio Pblico de Con-tas. Eles pediam a instauraode auditoria para apurar casosde possveis violaes ao tetosalarialdofuncionalismopbli-co.Ainvestigaotinhaporob-jetivo fazer um pente-fino nosquadros de servidores dos trspoderes do Estado: Executivo,Legislativo e Judicirio.O foco, porm, era o salrio

    dos secretrios estaduais. O pe-didopela instalaodaauditoriaocorreudepoisdeosprocurado-resteremrecebidodennciasdeque auxiliares de Alckmin esta-riam estourando os valores dostetosprevistos pela legislao.Servidoresestaduaissoobri-

    gados a respeitar os tetos remu-neratrios previstos pela Cons-

    tituioFederal.Funcionriosli-gados ao Executivo no podemrecebervaloresacimadosalriodogovernador fixadonovalordeR$21,6mil.Os vinculados aoJudicirio esto submetidos aosalrio dos desembargadoresdoTribunaldeJustiaestipula-doemR$30,4mil.EosdoLegis-lativo, ao salrio de um deputa-do estadual, que 75% do querecebe um parlamentar da C-mara federal (R$ 33,76mil).

    Simetria e analogia. Em suaargumentao, a presidente doTCE-SP admitiu a inexistnciadedispositivosinternosquedis-ciplinem as funes dos mem-bros do Ministrio Pblico deContas. Cristiana escreveu que,apesardisso,erapossvelaplicaras regras vigentes noMinistrio

    PblicoEstadualporsimetriaeanalogia dos rgos. Ambosso independentes e tm che-fias distintas. O assunto, no en-tanto, tambmcontroversonaesfera doMPestadual.Emdecises recentes, o pro-

    curador-geral de Justia, Mar-cio Elias Rosa, que chefe doMP estadual, afirma entenderque a investigao de secret-rios uma atribuio dos pro-motores, mas em outra anlisealega que uma competnciaexclusiva do procurador-geral.Para Elias Rosa, contudo, nohcontradio.Soduassitua-es diferentes, afirmou.O procurador-geral doMP de

    Contas, RafaelNeubernDemar-chiCosta,discorda.Segundoele,a Procuradoria de Contas temuma estrutura pequena demaisparaqueoprocurador-geralcon-centre a atribuio de investigarsecretrios. Se a gente concen-trassetudonoprocurador-geral,

    iaficarmuitomaisdifcil.Porqueaquisomossemnove(procura-dores). E ns atuamos comauto-ridades estaduais, disse.Procuradores do MP de Con-

    tas recorreram da deciso. Sequalquerpessoapodedenunciarirregularidades perante o TCE,seriaumdespropsitoqueprocu-radores pagos para isso no pu-dessemofazer,afirmouoprocu-rador JosMendesNeto.

    Cpula doPSDBpaulista intervmemdisputa na capital

    TCEbarraauditoriaemsalriosdesecretrios

    Cmara jrevclusuladebarreira lightDeputados discutemmudanas no texto aprovado em 1 turno que limita de forma branda o acesso ao Fundo Partidrio e ao tempo de TV

    ALEX SILVA/ESTADO-4/3/2015EPITACIO PESSOA/ESTADO-5/8/2013

    DIDA SAMPAIO/ESTADO-28/5/2015

    CORREO

    Daniel CarvalhoRicardo Della Coletta / BRASLIA

    Sem consenso para aprovaros principais pontos rema-nescentes da reforma polti-ca nesta semana, deputadospreparamajustes no texto doprojeto de lei que vai tratarda regulamentao das re-gras acolhidas pelo plenriodaCmara noms passado.Parlamentares acreditam

    que podero alterar questespolmicascomoofinanciamen-toprivadodecampanhaeaclu-sula de barreira que limita demaneirabrandaoacessodepar-tidos ao Fundo Partidrio e aotempoderdioeTV.Ainteno torn-lamais severa para am-pliar o nmero de partidos queperderiamos benefcios.Se a Cmara decidir sobre o

    alcancedoprojetode lei que re-v a poltica de desonerao dafolha de pagamento amanh, aCasavoltaa sedebruar sobre areformapoltica logo emsegui-da. Caso o governo no retire opedidodeurgnciaparaaprecia-o do pacote anticorrupo, opresidente da Cmara, Eduar-do Cunha (PMDB-RJ), votarprimeiro a reforma.H disposio dos parlamen-

    tares de endurecer a chamadaclusula de desempenho. Apsnegociao com partidos nani-cosparagarantirapoioaofinan-ciamento privado defendidopor Cunha, o plenrio aprovouaexignciade apenasumparla-mentar na Cmara ou no Sena-do para que a legenda tenha di-

    reito a Fundo Partidrio e tem-po de rdio e TV.O texto aprovado atinge qua-

    tro partidos sem representaonoCongresso:PSTU,PCO,PPLePCB.Umaclusulamais seve-ra defendida por partidos co-moPMDB,DEMePSB. Defen-demos a clusula de desempe-nho de 5%. Como a que passoufoi muito branda, vamos tentarmelhorar, disse o lder doPSB,FernandoCoelho Filho (PE).Inicialmente, s passariam

    pela clusula de barreira legen-das que tivessem obtido nom-nimo 2% dos votos vlidos na

    ltima eleio para a Cmara,distribudos em pelomenos 1/3dos Estados, com um mnimode1%dototaldecadaumdeles.

    Pendncias. Na lista de pen-dncias esto o tempo deman-dato e a coincidncia de elei-es temas adiados por faltadeconsensohduassemanas,cotaparamulheres,obrigatorie-dade do voto e alterao do diadapossedepresidentedaRep-blica. Parlamentares prximosaCunha e ao relator da Propos-ta de Emenda Constituio(PEC)dareformapolticaesco-

    lhido por ele, Rodrigo Maia(DEM-RJ), dizem que ambosacreditamno haver condiesde se alcanar os 308 votos ne-cessrios para aprovar qual-quer uma das alteraes aindaemprimeiro turno.DeputadosouvidospeloEsta-

    do dizem que a defesa do votofacultativoesbarranoargumen-to de que preciso amadure-cer a democracia brasileira. Ja alterao no tempo dos man-datos para que se tenha coinci-dncia de eleies encontraduas dificuldades. A ampliaodo mandato de deputado para

    cinco anos obrigaria elevar omandato de senador para dezanos. Alm disso, h dificulda-de para explicar a ampliaodos mandatos legislativos aomesmotempoqueseaprovouofimdareeleiodeprefeitos,go-vernadores e presidente da Re-pblica.Para que j valham nas elei-

    es 2016, as novas regras ain-da precisam ser apreciadas pe-lo Senado e aprovadas pelasduasCasas at o inciodeoutu-bro, um ano antes da prximadisputa eleitoral.O projeto de lei ter de esta-

    belecer os limites mximos dearrecadao e gastos de recur-sos. O texto j aprovado pelosdeputados inclui na Constitui-o a permisso para empresasdoarem a campanhas, mas noestabelece valores.O lder do governo, JosGui-

    mares (PT-CE), diz estar con-centradonaquestodadesone-rao. Mas o PT, embora aindaaguarde uma definio do Su-premo Tribunal Federal sobreum pedido para anular a vota-odomodelode financiamen-to,jdiscuteaslinhasquedefen-der no projeto de lei.

    Rebate. ... alega ter respaldo poltico e jurdico em reunio

    Discusso para escolhado candidato a prefeitoj divide partido e comeaa preocupar Alckmin edirigentes tucanos

    Bate...Anbal critica postura imperial de Covas Neto, que...

    Reforma poltica. Eduardo Cunha cercado por deputados durante votao no fim demaio

    TribunaldeContasnegapedidodeprocuradoresparaapurarsevencimentosdeauxiliaresdogovernadorAlckminsuperaramoteto

    Ilegal Legitimidade

    Diferentemente do que in-formou a reportagem ComPlanalto fragilizado, Cmaratem maior ativismo legislati-vo em 20 anos (pgina A4 daedio de domingo), o presi-dente da Cmara dos Depu-tados em 2007 era ArlindoChinaglia (PT-SP) e no Al-do Rebelo (PC do B-SP).

    A segunda reunio doZuzinha (vereador MarioCovas Neto, que ratificou suaexecutiva em nova reunio)foi ilegal. Ele tem umapostura imperialJos AnbalEX-DEPUTADO FEDERAL E

    SUPLENTE DE SENADOR

    (PSDB-SP)

    Elegemos umaexecutiva plural,que atende a todos ossegmentos do partido.No h o que se questionar,seja do ponto de vistajurdico ou polticoMario Covas Neto, o ZuzinhaVEREADOR E PRESIDENTE DO

    DIRETRIOMUNICIPAL DO PSDB-SP

    AREFORMAATAGORA

  • poltica

    %HermesFileInfo:A-7:20150609:

    O ESTADO DE S. PAULO TERA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2015 A7

    Internacional EleionaTurquiaAvano dos curdospe em xeque projetode Erdogan. Pg. A09

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    Rodrigo CavalheiroCORRESPONDENTE / BUENOS AIRES

    Ochoque de um tremcomumalocomotiva na noite de domin-go deixoumais de 40 feridos le-ves na estao Temperley, re-gio metropolitana de BuenosAires.OministrodosTranspor-tes,FlorencioRandazzo,quedis-putaaindicaoparaserocandi-dato kirchnerista com o gover-nadordaProvnciadeBuenosAi-res,DanielScioli,dissenoacre-ditaremcoincidncias.Oche-fedegabinetedeministros,An-balFernndez,espciedeporta-voz do governo, referiu-se aumamfia por trs da coliso.O pas ter amanh uma gre-

    vegeralencabeadapelossindi-catosde transportes e, na quar-ta-feira, termina o prazo paraalianas partidrias, o que indi-carquantoscandidatospresi-

    dncia teraoposio.AJusti-a investigar se h uma mfiapor trs do acidente. O tremsaiu um minuto antes da hora,com sinal vermelho, alertou-seque no estava pronto e ele se-guiu, disse Randazzo.Opastemumhistricodeaci-

    dentes ferrovirios que torna otemaumdosmaissensveis.Em2012, um trem colidiu contra aplataforma da estao Once,uma das principais ligaes dacapitalcomaregiometropolita-na,matando 51 pessoas.

    Osistemaferroviriofoiesta-tizadocompletamente este anoeRandazzousaarenovaodosvages, importados da China, edas linhas como principal ban-deira de sua campanha presi-dencial. Trezentos vages no-vos devem estar em operaoat agosto, quando ele e Sciolidisputaro a prvia.

    GEORGETOWN

    OgovernodaGuiana qualificouontem de ilegal um decreto dogovernovenezuelanoquemodi-fica as fronteiras martimas daVenezuelapara incluirumapar-tedoEsequibo,umareamarti-ma disputada entre os dois pa-ses onde recentemente foramencontradas reservas de petr-leo.Pormeiodenota,opresiden-

    teDavidGrangerprometeucha-maraatenodacomunidadein-ternacional sobre a disputa.No fimdemaio, o presidente

    venezuelano, Nicols Maduro,emitiuumdecretonoqualesta-beleceudemodounilateralaso-berania venezuelana sobre asguasdoEsequibo,onde,sema-nasantes, foramdescobertas ja-zidas de petrleo.Esse decreto uma flagran-

    te violao do direito interna-cional e inconsistente com oprincpio de que os Estados de-vemrespeitarasoberaniaea in-tegridade de seus vizinhos, se-jameles grandesoupequenos,diz a nota. AGuiana continua-r, semmudar, utilizando e de-senvolvendo seus recursos na-turaisde acordocomsuaCons-tituio, suas leis e os princ-pios do direito internacional.

    O texto ainda faz refernciaaoacordodeGenebra,assinadopor Caracas e Georgetown em1966, no qual os dois pases secomprometem com a soluopacfica da disputa territorialno Esequibo, com base no arti-go 33 daCarta daONU.AsjazidasencontradaspelaEx-

    xonMobil na regio acirraram adesavena entre os dois pasespela rea, que correspondeaum

    terodoterritrioguiansedis-putadadesdeo sculo 19.Em maro, a transnacional

    deuincio,emparceriacomem-presas guianesas, exploraode petrleo em guas profun-das, em umprojeto comum in-vestimentototaldeUS$200mi-lhes. O local abriga uma dasmaiores reservas no explora-das do planeta.Em crise econmica e com a

    produo de petrleo em que-da, a Venezuela tem pressiona-do o consrcio a no operar naregio. / EFE

    Kirchnerista pe acidentede trens sob suspeita

    PRI confirmamaioria noLegislativomexicano,masnmerode assentos cai

    Guiana critica decreto deMaduro sobre rea emdisputa

    O resultado para governadorem um dos Estadosmexicanossurpreendeu. Em Nuevo Len, ovitorioso foi o candidato indepen-dente Jaime Rodrguez, conheci-do como "El Bronco". Ele derro-tou o candidato do PRI no que osanalistas dizem ter sido um votode protesto contra os atuais parti-dos polticos.Nuevo Len considerado um

    Estado-chave para a economiado Mxico por abrigar o polo co-mercial de Monterrey.Isso ajudar os partidos polti-

    cos a se renovarem e se transfor-marem, em todo o pas, para quesejam partidosmelhores", afir-mou Rodrguez em discurso apso anncio da vitria.Alm disso, o eleito prometeu

    combater a corrupo e impulsio-nar a possibilidade de revogaodemandato. Se trs anos de-pois El Bronco no cumprir o queprometeu, ele vai para casa", ga-rantiu o futuro governador.Embora o PRI tenha perdido

    Nuevo Len, onde governa atual-mente com Rodrigo Medina, ven-ceu em seis dos nove governosestaduais em jogo nas eleiesdo domingo, embora em dois de-les Colima e San Luis Potos a disputa esteja muito acirrada,segundo os resultados prelimina-res divulgados ontem.Essa foi a primeira eleio no

    Mxico que permitiu a participa-o de candidatos sem filiao apartidos, uma novidade introduzi-da na reforma eleitoral aprovadano pas em 2014. / EFE

    CIDADE DO MXICO

    OPartidoRevolucionrioIns-titucional (PRI) do presiden-te mexicano, Enrique PeaNieto, confirmou-se nas elei-es domingo como a princi-pal legenda na Cmara dosDeputados, com 30% dos vo-tos.Noentanto,comoaponta-vam analistas, o PRI ter umnmero menor de cadeirasdoquenaatual legislatura,se-gundo os resultados prelimi-nares divulgados ontem.Ao divulgar os primeiros n-

    meros, o diretor do InstitutoNacional Eleitoral (INE), Lo-renzoCrdova, dissequeoPRIobteve entre 29,87% e 30,85%dos votos, o que representarentre 196 e 203 dos 500 assen-tos da Cmara baixa. Na atuallegislatura, o partido contacom 214 cadeiras.Logoemseguidaficamocon-

    servador Partido Ao Nacio-nal (PAN), que alcanou entre21,47% e 22,20% dos votos, e oesquerdista Revoluo Demo-crtica (PRD), que recebeu en-tre 11,14% e 11,81% dos votos.Com essa votao, o PAN se

    mantmcomoa segundamaiorforapolticanaCmaradosDe-putados,comentre 105a 116ca-deiras, perto do que o partidotem atualmente: 113 assentos.O PRD conservou a terceira

    posio, embora tenha passadode99cadeirasparaentre51a60,afetado pela entrada na disputado esquerdista Movimento Re-generao Nacional (Morena),lideradoporAndrsManuelL-pez Obrador. Em sua primeiraparticipao em uma eleio, oMorena teve entre 8,8% e 9,15%dos votos, o que lhe permitirocupar entre 34 e 40 cadeiras.Embora tenha acumulado

    menos porcentagem de votos

    doquea forapolticadeLpezObrador,oPartidoVerdeEcolo-gista doMxico obteve entre 41e 48 cadeiras da Cmara baixa,comentre7,15%e7,55%dosvo-tos, muito acima dos 27 assen-tos da legislatura atual.OesquerdistaMovimentoCi-

    dado duplicar seus deputa-dosaopassarde12paraentre24e29;oEncontroSocial,quetam-bm estreou nesta votao, de-veconquistarentre8e10assen-tos; aNovaAliana,entre9e10,e o Partido do Trabalho, de 3 a12 cadeiras.Em sua mensagem, Crdova

    indicou que a participao fi-cou entre 47,25% e 48,51% doseleitores aptos a votar. Almdos 500 deputados e dos maisde mil legisladores estaduais emunicipais, tambm foram es-colhidos9 governadores, numaeleio vista como um referen-

    dosobreogovernodopresiden-te PeaNieto.

    Violncia. A violncia que seagravou s vsperas da eleiono deu trgua e, nomunicpiodeSantaMariaChimalapa,oex-prefeito Jos Alfredo Jimnezfoimortoatirosenquantoespe-ravaparavotar, informouaPro-curadoria-Geral de Justia deOaxaca (PGJO), Estado locali-zado no sul doMxico.A vtima, que foi prefeito do

    municpio seis anos atrs, foibaleada dentro da prefeitura.Segundo a imprensa local, Ji-mnezestavapertodeumame-sa de votao quando recebeuos disparos.As autoridades iniciaram

    uma operao para tentar en-contrarosresponsveispelocri-me, explicou a procuradoria. /EFE, AP e REUTERS

    JOSE LUIS GONZALEZ/REUTERS

    Deve ficar comentre 196 e 203

    Deve ficar comentre 105 e 116

    Perdeu vagas eficar com entre51 e 60

    Deve ter entre34 e 40 deputados

    Deve garantirentre 41 e 48cadeiras

    Como ficar

    Tem atualmente214 cadeiras

    Tem atualmente113 deputados

    Tem atualmente99 cadeiras

    Sem representao

    Tem atualmente27 deputados

    IndependenteElBronco venceemEstado-chave

    Configurao. PAN se mantm como a segunda maior fora poltica na Cmara e o PRD, a terceira; violncia que se agravous vsperas da eleio, realizada domingo, teve mais um episdio com um ex-prefeito morto a tiros enquanto aguardava para votar

    Como

    Protesto.Cdula rasurada coma frase todos corruptos; ndice de participao dos eleitores ficou entre 47,25% e 48,51%

    PRI

    PAN

    PRD

    MovimentoRegeneraoNacional (Morena)

    Partido VerdeEcologista

    Queixa

    A NOVA CMARA

    O decreto flagranteviolao do direitointernacional einconsistente com oprincpio de que os Estadosdevem respeitar a soberaniade seus vizinhosDavid GrangerPRESIDENTE DA GUIANA

  • %HermesFileInfo:A-8:20150609:

    A8 Internacional TERA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

    WASHINGTON

    A Suprema Corte dos EstadosUnidos derrubou ontem umalei que permitia aos america-nos nascidos em Jerusalm terolocaldeseunascimentoregis-trado nos passaportes e ressal-touque esse tipodedeciso re-lacionada a assuntos externos de competncia exclusiva doPoder Executivo.OtribunaldecidiuqueoCon-

    gresso ultrapassou seus limitesquando aprovou a lei em 2002,forando o Departamento deEstadoaalterarasuapolticadelonga data de no listar Israelcomo o pas dos americanosnascidos em Jerusalm.A poltica faz parte da recusa

    dogovernoemreconheceraso-beraniadeJerusalmatqueis-raelenses e palestinos resol-vam o status da cidade pormeio de negociaes. Tanto Is-raelquantoospalestinosdefen-demqueJerusalmsejadeclara-da sua capital.O juiz AnthonyKennedydis-

    se que a opiniodamaioria deque o presidente dos EstadosUnidos tem o poder exclusivodereconhecerasnaesestran-geiraseopoderdedeterminar

    oquedizumpassaportefazpar-te dessas prerrogativas.O reconhecimento uma

    questoemqueanaodevefa-lar a uma s voz. E a voz a dopresidente, escreveu Ken-nedy. O governo Obama disseque se a lei continuasse em vi-gor poderia causar danos irre-versveishabilidadedosEUAde influenciarem no processode paz na regio.O juizKennedydeclarou que

    a deciso do tribunal uma im-portantemedidasobreasepara-odepoderesdentrodogover-no americano. A lei foi aprova-da durante a presidncia deGeorgeW.Bush,masnemogo-vernodele oudeObamaa colo-caram emprtica.A deciso da SupremaCorte

    encerraumprocessoque jdu-rava 12 anossobreumamerica-no nascido em Jerusalm, Me-nachem Zivotofsky, e seuspais,quesocidadosdosEsta-dos Unidos.A considerao do tribunal

    coincidiucomatensoentrepa-lestinos e israelenses sobre Je-rusalm e o estremecimentonas relaes entre Israel e osEUA, destacada pela crtica doprimeiro-ministro israelense,Binyamin Netanyahu, sobre opapel americano nas negocia-es internacionais a respeitodo programa nuclear iraniano.O presidente Barack Obama

    disse na semana passada, porsua vez, que permanece cticocomrelaoaosesforosdeNe-tanyahu para esclarecer suasdeclaraespr-eleitoraisrejei-tando a criao de um Estadopalestino.OsEUAhmuito tempovm

    seabstendodereconheceraso-berania de qualquer nao so-breJerusalm.IsraeldizqueJe-rusalm sua capital, mas pou-cospasesaceitamissoeamaio-ria incluindo os Estados Uni-dos mantmsuas embaixadasna cidade de Tel-Aviv. / AP eREUTERS

    JERUSALM

    Como ficaria a busca pela solu-odoconflitoisraelense-pales-tino diante de um incentivo deUS$183bilhespara sechegaraumacordodepaz?Essaaquan-tia que um novo relatrio daRAND Corporation aponta co-

    mo valor que as economias is-raelense e palestina tm a ga-nharnaprximadcada seumaPalestina independente emer-gisse amanh. Isso se traduznum aumento mdio na rendaper capita de US$ 1 mil (36%)paracadapalestinonaCisjord-nia e Faixa de Gaza, e US$ 2,2mil (5%) para cada israelense.A RAND tambm calcula o

    custodeoutrassituaesposs-veis, incluindooutrolevantepa-lestino,algoquefariaoProdutoInterno Bruto (PIB) da Cisjor-dniaedeGazaencolher46%,eo de Israel, 10%. A ideia de-

    monstrarquehdinheiroemjo-go,explicouCharlesP.Ries,vi-ce-presidente da RAND e umdos autores do relatrio.ARAND,cujasanlisesdepo-

    ltica costumam ser pautadaspor questes econmicas, estlongedeseraprimeiraorganiza-o a tentar definir um preopara o conflito. OCentro Adva,emIsrael,publicouoprpriore-latrioarespeitodofardoeco-nmico autoimposto do pas,apontando para sua classifica-o de crdito baixa.Stav Shaffir, parlamentar is-

    raelense esquerdista, passou

    boapartedosdoisanosmais re-centes documentando os gas-tos do governo comos assenta-mentos na Cisjordnia. Outrosapontaram para o oramentomilitar de Israel, que, enquantofatia do PIB, duas vezes supe-rior ao americano.OsecretrioamericanodeEs-

    tado,JohnKerry,solicitouaela-borao de um plano de cresci-mento econmico de US$ 4 bi-lhes com a fracassada iniciati-va de paz do ano passado.O projeto da RAND, elabora-

    doaocustodeUS$2milhes,seconcentranocustodeoportu-nidade do status quo em rela-o a umaumentono comrcioeturismo,porexemplo,numfu-turo de dois Estados. /NYT

    Jerusalmno seraceita empassaportede americanos

    Obamapede apoio sunita contra oEIEm reunio do G-7 com premi iraquiano, presidente dos EUA admite queWashington no tem estratgia completa contra o grupo

    Paz entre israelenses e palestinos renderiaUS$ 183bi

    CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS

    TARA TODRAS/AP

    SupremaCorte rejeita leique permitia cidade comolocal de nascimento,alegandoque ela interferiana poltica externa

    ELMAU, ALEMANHA

    O presidente dos EUA, Ba-rack Obama, admitiu ontemque o pas no tem uma es-tratgia completa para trei-naros iraquianosquecomba-tem o Estado Islmico e pe-diu ao governo de Bagd quepermitaumamaiorparticipa-o dos sunitas na campanhacontra o grupo terrorista.Obama prometeu ao primei-

    ro-ministro do Iraque, HaiderAbadi, que seu pas aumentara capacitao e a assistnciasforas iraquianasnalutacon-tra EI durante reunio no Pal-cio de Elmau, na Alemanha, nomarco da cpula doG-7.Os desafios que enfrenta-

    moscontinuamsendosignifica-tivos, afirmou Obama sobre acampanha de bombardeios a-reoscontraogrupo jihadistanoIraque e na Sria. Segundo ele,houve sucessos e retrocessosna ofensiva. Quase um ano de-pois que as tropas americanas

    comearam a voltar ao Iraqueparadarassistnciasforas lo-cais, Obama disse que oEstadoIslmicocontinuagil,agressi-vo e oportunista.Ainda segundo o presidente,

    o sucesso da campanha depen-dedeumaassociaoefetivaen-treacoalizointernacional lide-radapelos EUAeogoverno ira-quiano. Entre outros pontos, older americano insistiu na ne-cessidade de haver mais efic-cia na hora de impedir o acessoaoarmamentoparaaquelesqueesto dispostos a lutar pelo EI.Abadifalousobreanecessida-

    de de impedir o recrutamentode jihadistas e pediu esforos

    para compartilhar informaode inteligncia.Obama rejeita que tropas

    americanasparticipemdocom-bate em solo no Iraque e na S-ria, mesmo aps as vitrias doEI emRamadi, no Iraque, e Pal-myra,naSria.Eletambmindi-cou que no basta aumentar onmero de soldados america-nos que j esto no pas.Obama tambm cobrou de

    Abadi e seu governo xiita maisdisposio em permitir que ossunitas ajudem no combate aoEI. A Casa Branca culpa a divi-so sectria pela instabilidadeque continua permitindo queos jihadistas avancemno pas.

    Cpula. No segundo e ltimodiadereuniodoG-7,nosAlpesda Baviera, os dirigentes tam-bm pressionaram a Rssia anointervirnoconflitoucrania-no e aGrcia a aceitar umacor-do com seus credores que per-mitir destravar os fundos deresgate restantes. /APeEFE Cpula.Merkel e Obama na reunio do G-7 na Alemanha: EI e Ucrnia na pauta do encontro

    Estudo. Israelense passa por palestinos: paz rentvel

    Autoridade

    Confronto on-lineO Exrcito americano informouontem ter derrubado temporaria-mente seu site na internet depoisde um ataque ciberntico aosseus servidores. Um grupo srioreivindicou a autoria do ataque.

    Estudo econmicoda RANDCorporationdiz que soluo de doisEstados seria rentvelpara os dois lados

    A opinio da maioria queo presidente dos EUA tem opoder exclusivo dereconhecer as naesestrangeiras, e o poder dedeterminar o que diz umpassaporte faz parte dessasprerrogativasAnthony KennedyJUIZ DA SUPREMA CORTE

  • metrpole

    O ESTADO DE S. PAULO TERA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2015 Internacional A9

    Autoridades deNova York es-to investigando se um funcio-nrio pblico ou umprestadorde servio ajudou uma duplade assassinos condenados afugir de uma priso de seguran-amxima perto da fronteiracomoCanad, disse ontemogovernador AndrewCuomo.H trs dias, vrias centenas deagentes esto procura de Ri-chardMatt, de 48 anos, e DavidSweat, de 34, que desaparece-ramdo presdio ClintonCor-rectional Facility, emDanne-mora, cerca de 30 quilmetrosao sul da divisa canadense.

    CHILE

    Apolcia belga lanou ontem21 operaes de busca a alvosligados a extremistas isl-micos chechenos. Se-gundo amdia, 16pessoas foramdeti-das. As buscas fo-ram realizadas emdiferentes reas daBlgica. Em janei-ro, a polciamatoudois hom