ocorrÊncia de fungos anemÓfilos nos laboratÓrios …

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS DIDÁTICOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS RONDONÓPOLIS BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LUÍS ARTUR MOREIRA NUNES Rondonópolis, MT 2020

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Page 1: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO

OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS DIDÁTICOS DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS RONDONÓPOLIS

BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

LUÍS ARTUR MOREIRA NUNES

Rondonópolis, MT – 2020

Page 2: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS DIDÁTICOS DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS RONDONÓPOLIS

por

LUÍS ARTUR MOREIRA NUNES

Monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso como parte dos requisitos do Curso de Graduação em Biologia para obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas.

Orientadora: Profª. Ms. Virginia Siqueira da Silva

Rondonópolis, Mato Grosso – Brasil

2020

Page 3: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO

A comissão examinadora abaixo assinada aprova o trabalho de

curso

OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS

LABORATÓRIOS DIDÁTICOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE

MATO GROSSO CAMPUS RONDONÓPOLIS

Trabalho de conclusão de

curso elaborado por Luís Artur

Moreira Nunes como requisito

parcial para obtenção do grau

de Bacharel em Ciências

Biológicas.

Comissão Examinadora

_________________________________________

Profª. Ms. Virginia Siqueira da Silva

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

____________________________________________

Profa. Dra. Simoni Maria Loverde Oliveira.

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

_______________________________________

Profa. Dra. Sueli Maria Alves

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

Rondonópolis, 11 de março de 2020

Page 4: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado força e saúde para

manter meus estudos longe de casa.

Também a esta universidade, corpo docente, direção e administração que

me deu a oportunidade deste estudo.

À minha orientadora, Virginia Siqueira da Silva, de quem fui monitor de

microbiologia durante quatro semestres da minha graduação, sempre com a

maior dedicação e prazer, pela paciência e incentivos constantes.

À minha avó materna, Cirene Gonçalves Nunes, pelo amor incondicional

e preocupação com minha formação.

À minha colega de curso, Anita Neta, que me ajudou em vários momentos

da minha pesquisa.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação.

Page 5: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

RESUMO

Os fungos anemófilos são organismos que vivem dispersos no ar, podendo ou não ser patogênicos. O objetivo deste trabalho foi identificar quantitativa e qualitativamente fungos anemófilos nos laboratórios didáticos do curso de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Rondonópolis-MT. A coleta dos fungos ocorreu em novembro de 2019 no período da manhã, tendo como áreas avaliadas: Laboratório de Bioquímica, Laboratório de Botânica, Laboratório de Microbiologia, Laboratório de Química e área externa do piso superior do Bloco-E. Foram utilizadas 20 placas de Petri contendo Ágar Sabouraud, devidamente esterilizadas, com 4 placas para cada ambiente estudado, sendo três para exposição ao ar e uma como controle. As placas foram incubadas na estufa à temperatura de 27oC ± 1oC. No decorrer de cinco dias, foi realizada a contagem das Unidades Formadoras de colônias (UFCs) e a identificação dos fungos anemófilos foi baseada na associação dos aspectos macroscópicos com as características microscópicas e no exame direto da cultura primária. As colônias não identificadas após o período de incubação foram transferidas para placas com Ágar Sabouraud, para isolamento e produção das estruturas reprodutivas que permitissem a identificação. Foram encontrados 9 gêneros de fungos filamentosos, destacando-se os gêneros Cladosporium spp., Aspergillus spp., Curvularia sp.e Penicillium spp. Também foram encontradas diversas leveduras, as quais não foi possível identificar à nível genérico. Verificou-se que a área externa e o Laboratório de Botânica foram os ambientes com maior crescimento de UFC’s. Todos os laboratórios apresentaram relação I/E abaixo de 1,5 portanto, dentro das normas da ANVISA.

Palavras-chave: Fungos anemófilos; leveduras; laboratórios.

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ABSTRACT

Occurrence of anemophilous fungi in the teaching laboratories of the Federal University of Mato Grosso Campus Rondonópolis.

Anemophilic fungi are living beings that live dispersed in the air, and may or may not be pathogenic. This work's goal was to identify quantitatively and qualitatively anemophilous fungi and yeasts in the labs of the Biological Sciences course of the Federal University of Mato Grosso, Rondonópolis campus - MT. The study was carried in the month of November of 2019, researching the following locations: Biochemistry Laboratory, Botanic Laboratory, Microbiology Laboratory, Chemistry Laboratory and the common area of the upper floor of block E. The collection took place in the morning and for that 20 sterilized petri dishes containing Sabouraud agar were used; 4 dishes for each location, being 3 for air exposure and one as control. The dishes were incubated at temperature between 27± 1oC. Over the course of five days, colony forming units (CFU) were counted and the identification of anemophilic fungi was based on the association of macroscopic aspects with microscopic characteristics and direct examination of the primary culture.The cultures that couldn't be identified after the incubation period were transferred to dishes with Sabouraud agar, to grow isolated until the production of reproductive structures that enabled identification. It was found 9 filamentous fungi genera, highlighting the genera Aspergillus spp., Cladosporium spp., Curvularia spp. e Penicillium spp. Several yeasts have also been found, which weren't identified. It was found that the outdoor area and the Botany Laboratory were the environments with the highest growth of UFC's.All laboratories had a I/E ratio below 1.5, which shows values within ANVISA standards.

Keywords: Anemophilous fungi; yeasts; laboratories.

Page 7: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Relação quantitativa de Unidades Formadoras de Colônias (UFC’s) e valor máximo recomendável (VMR) ao final de 5 dias de contagem. ............... 27 Tabela 2: Gêneros de fungos identificados e não identificados, por ordem de frequência......................................................................................................... 30 Tabela 3: Lista de táxons registrados por placas para cada ambiente analisado. ....................................................................................................................... ..31

Page 8: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Foto de colônias de Aspergillus (cinza) e Cladosporium (preta). ...... 28 Figura 2: Foto de uma das placas externas. .................................................... 28 Figura 3: Foto da microscopia de Cladosporium sp. ........................................ 28 Figura 4: Foto da microscopia de Aspergillus sp.. ............................................ 28

Page 9: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Variação das médias de temperatura e umidade no entorno do Bloco Didático, no período estudado. ......................................................................... 27 Gráfico 2: Contagem das UFC’s durante os 5 dias de crescimento em estufa das amostras coletadas. ......................................................................................... 29

Page 10: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 2. OBJETIVOS ................................................................................................. 12

2.1 Objetivo Geral: .................................................................................................................. 12

2.2 Objetivos Específicos: ........................................................................................................ 12

3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 13 3.1 Conceitos gerais de micologia ........................................................................................... 13

3.2 O Ar.................................................................................................................................... 14

3.3 Microbiologia do ar ........................................................................................................... 16

3.4 Propagações de patógenos transmitidos pelo ar .............................................................. 17

3.5 Fungos anemófilos em ambientes climatizados ............................................................... 18

3.6 Gêneros fúngicos identificados ......................................................................................... 18

4. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 24

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 26 6. CONCLUSÃO ............................................................................................... 32

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 33

Page 11: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

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1. INTRODUÇÃO

Os fungos possuem uma enorme distribuição na natureza e podem ser

encontrados em vários hábitats: ar, água, solo, animais e alimentos. Na maioria

das vezes não são patogênicos, mas podem agir como patógenos oportunistas.

Possuem facilidade para colonizar diferentes substratos, têm vasta distribuição

geográfica e segundo Oliveira & Borges-Paluch (2015) conseguem crescer em

condições ambientais de diferentes formas, podendo ser parasitas,

decompositores, absortivos.

Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e,

somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte

denominado Fungi. Apresentam um conjunto de características que permitem

sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila nem qualquer pigmento

fotossintético; não tem celulose na parede celular, exceto alguns fungos

aquáticos; também não armazenam amido como reserva de energia. Possuem

parede celular de quitina e a capacidade de armazenar glicogênio. São

considerados microrganismos ubíquos, com organização celular e DNA

delimitado por um envoltório nuclear que obtém seu alimento pela absorção de

nutrientes presentes no ambiente (LACAZ et al., 2002).

A dispersão dos fungos na natureza é feita por várias vias: animais,

homens, insetos, água e, principalmente, pelo ar atmosférico, através dos

ventos.

Os fungos que vivem no ar atmosférico são denominados anemófilos,

sendo esse habitat o meio de dispersão mais utilizado por estes microrganismos,

que possuem a capacidade de colonizar diferentes substratos e habitats de

forma singular e muito eficiente. Assim, dificilmente pode existir ambiente livre

de contaminação fúngica, pois estes organismos têm o ar atmosférico como seu

principal meio e suportam grandes variações de temperatura, umidade, pH e

concentrações de oxigênio. Sendo assim, são facilmente encontrados em

ambientes internos e qualquer lugar que tenha condições para o seu

desenvolvimento (LACAZ et al., 2002).

A contagem e caracterização dos fungos anemófilos, assim como os

fatores internos e externos que levam à formação dessa microbiota, são

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importantes para avaliação de locais onde lida-se com material biológico,

realizam-se estudos práticos e onde há exposição de estudantes. Alguns

ambientes de estudo, como laboratórios e bibliotecas podem oferecer condições

para a proliferação de fungos devido à disponibilidade de substrato, condições

de umidade e temperatura etc. Portanto esses ambientes devem possuir controle

de microbiota ambiental, evitando assim possíveis complicações e doenças

provocadas por fungos oportunistas (CORRÊA, 1998; KNEIFEL, CZECH &

KOPP, 2001).

Assim, para avaliar as condições do ar em locais frequentados pelos

estudantes do curso de Ciências Biológicas, este estudo teve por objetivo

verificar a presença de fungos anemófilos em laboratórios didáticos através da

contagem de unidades formadoras de colônias e identificação genérica.

Page 13: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

12

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Analisar quantitativa e qualitativamente os fungos anemófilos e

leveduriformes em amostras do ar dos laboratórios do Bloco Didático da UFR.

2.2 Objetivos Específicos:

• Comparar os dados da relação de I/E, para verificar a qualidade do

ar de cada laboratório, segundo ANVISA;

• Determinar a concentração de fungos desenvolvidos em amostras

do ar de quatro laboratórios e área externa do bloco;

• Identificar os principais gêneros de fungos presentes em cada

ambiente;

• Comparar a concentração de fungos e leveduras nos diferentes

laboratórios.

Page 14: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Conceitos gerais de micologia

O termo micologia tem origem grega, derivado de mikes(fungo) + logos

(estudo), e é a ciência responsável por estudar os fungos e as diversas áreas

em que eles podem ser utilizados, desde a alimentação até a medicina. Através

dos fungos é possível realizar a fermentação de diversos alimentos e bebidas,

aumentar a capacidade de captação de água por meio das plantas na agricultura,

e também foi esta ciência responsável pela descoberta da penicilina, poderoso

antibiótico utilizado até os dias atuais (PELCZAR, 1996).

Por muito tempo os fungos foram considerados como vegetais, e foi

somente em 1969 que Whittaker propôs o Reino dos Fungos, Fungi. Uma rede

de características permitiu a diferenciação destes organismos: não sintetizam

clorofila ou qualquer outro pigmento fotossintético, não possuem celulose na

parede celular (com exceção de alguns fungos aquáticos), e não armazenam

amido como substância de reserva (GOMPERTZ, GAMBALE, PAULA,

CORRÊA, 2008).

Fungos são eucarióticos, pois possuem núcleo com membrana celular,

podem ter apenas um núcleo, como é o caso de leveduras, ou ser

multinucleados, como os bolores e cogumelos.

O desenvolvimento ocorre em formas de colônias de dois tipos:

leveduriformes e filamentosas.

As colônias do tipo leveduriformes são pastosas, e compreende o grupo

das leveduras; os organismos deste grupo são unicelulares, e neste caso, a

célula realiza as funções reprodutivas e vegetativas.

A reprodução pode ser feita por brotamento, onde a partir da célula-mãe,

formam-se gêmulas ou blastoconídeos, geralmente de aparência arredondada

ou oval, que podem ou não desprender-se da célula-mãe, este fator é

determinado pela espécie; ou por fissão binária, neste caso a célula-mãe divide-

se em duas células de tamanhos iguais. Também existem leveduras capazes de

originar esporos sexuados, ascósporos, após duas células sofrerem fusão

celular e nuclear seguida de meiose.

Page 15: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

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As colônias filamentosas possuem aparência aveludada, pulverulentas, e

podem possuir uma diversa gama de cores. São seres essencialmente

multicelulares, apresentam-se formados por hifas, filamentos longos e

ramificado, que em conjunto com outras hifas, formam o talo de um fungo

denominado micélio. O micélio pode manifestar-se de diferentes maneiras:

micélio vegetativo, aéreo ou reprodutivo.

Os fungos se reproduzem através de esporos sexuados e assexuados. A

reprodução sexuada está envolvida na união de duas células sexuais

sexualmente compatíveis. Os fungos podem utilizar, ao mesmo tempo, os dois

modos de reprodução ou um ou outro isoladamente (STROHL, ROUSE E

FISCHER, 2001).

Também é possível observar a reprodução vegetativa, em que não são

necessárias estruturas reprodutoras específicas, na qual uma pequena parte da

hifa é capaz de originar um novo micélio; Mycelia sterilia é o nome dado a estes

fungos que apresentam esse tipo reprodutivo.

A reprodução assexuada é normalmente a mais importante para a

propagação da espécie, pois se repete várias vezes por ano. A formação dos

esporos assexuados pode fazer-se de duas formas, nomeadamente dentro de

estruturas unicelulares, dando origem a endósporos ou esporangiósporos, ou

externamente dando origem a exósporos ou conídios (FREITAS, 2000;

FISCHER E COOK, 1998).

A reprodução sexuada dos fungos só pode ocorrer em ambientes de

atmosfera rica em oxigênio, enquanto o crescimento vegetativo e a reprodução

assexuada podem ocorrer em meios com pouco oxigênio.

3.2 O Ar

O ar é a resposta de uma combinação de gases que compõe a atmosfera

Terrestre, e graças à força gravitacional se encontram presentes no Planeta

Terra. É um elemento fundamental, único e indispensável para garantir a vida no

planeta.

Troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera, são as cinco

camadas da atmosfera, cada uma com uma variável de altitude, temperatura e

Page 16: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

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composição do ar. O ar encontrado na troposfera está continuamente

relacionado ao processo de respiração de todos os seres vivos, esta camada

cobre 7 km de altitude nos polos, e 16 km nos trópicos. Possui uma delicada

composição, de proporções variáveis que se aproximam em: 21% oxigênio, 78%

nitrogênio, 1% argônio e em torno de 0,03% de dióxido de carbono. Vapor de

água (a quantidade depende de fatores como clima, temperatura e local), ozônio,

hidrogênio, e gases nobres como argônio e criptônio, também podem ser

encontrados.

As atividades humanas alteram a composição do ar, e consequentemente

a qualidade do mesmo e fatores químicos, físicos ou biológicos podem estar

relacionados a estas alterações.

Em ambientes internos, a qualidade do ar depende de maneira direta do

ar externo, porém é mutável de acordo com as atividades que ocorrem em cada

instalação. Entende-se como ar interno aquele de áreas não industriais, como

de universidades, escolas, hospitais, domicílios e escritórios. Dessa forma, o

estudo relacionado à sua qualidade é de extrema relevância, visto que, é

necessário para assegurar a saúde dos habitantes dos edifícios, bem como o

bom desempenho de suas tarefas e serviços (SCHIRMER et al., 2011)

Existem regulamentações para se tratar da qualidade do ar, e quanto aos

ambientes internos, existe uma norma regulamentada pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), a Resolução nº 9, de 16 de janeiro de 2003. Essa

Resolução determina padrões referenciais da qualidade do ar interior em

ambientes climatizados públicos ou coletivos.

Por meio de análises microbiológicas, determina-se:

1 - O Valor Máximo Recomendável - VMR, para contaminação microbiológica

deve ser = 750 ufc/m³ de fungos, para a relação I/E = 1,5, onde I é a quantidade

de fungos no ambiente interior e E é a quantidade de fungos no ambiente

exterior.

1.1 - Quando o VMR for ultrapassado ou a relação I/E for > 1,5, é necessário

fazer um diagnóstico de fontes poluentes para uma intervenção corretiva.

1.2 - É inaceitável a presença de fungos patogênicos e toxigênicos.

2 - Os Valores Máximos Recomendáveis para contaminação química são:

2.1 - = 1000 ppm de dióxido de carbono - (CO2), como indicador de renovação

de ar externo, recomendado para conforto e bem-estar.

Page 17: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

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2.2 - = 80 µg/m3 de aerodispersóides totais no ar, como indicador do grau de

pureza do ar e limpeza do ambiente climatizado.

3 - Os valores recomendáveis para os parâmetros físicos de temperatura,

umidade, velocidade e taxa de renovação do ar e de grau de pureza do ar,

deverão estar de acordo com a NBR 6401 - Instalações Centrais de Ar

Condicionado para Conforto - Parâmetros Básicos de Projeto da ABNT -

Associação Brasileira de Normas Técnicas.

3.3 Microbiologia do ar

A aeromicrobiologia é o estudo das formas microbianas viventes no

ar, esta ciência é derivada da aerobiologia, termo criado no ano de 1930, ciência

responsável pelo estudo da transmissão aérea de material biológico. A flora

microbiana do ar é transitória e variável, e mesmo que o ar não seja um meio no

qual os microrganismos possam crescer, pois a variação de temperaturas, baixa

concentração de material orgânico, escassez de água e intensidades luminosas

elevadas são fatores que tornam o ar um ambiente inóspito para o crescimento

destes organismos; contudo, o mesmo é portador de partículas que podem estar

carregadas de agentes contaminantes como vírus, bactérias, fungos,

protozoários, e outros materiais de origem biológica como esporos fúngicos,

partículas de descamação, dejetos de insetos e ácaros, além de diversos

microrganismos causadores de doenças que são transmitidos por via aérea

(NICOLAU, 2016).

A quantidade e variedade desses agentes contaminantes dependerão das

fontes de contaminação que existam no ambiente, e poderão ser encontradas

em suspensão, gotas de água, material particulado, e através dos ventos,

turbulências da atmosfera ou massas de ar, são transportadas para outros locais.

Os organismos introduzidos no ar podem ser conduzidos ao longo de poucos

centímetros ou mais de quilômetros de distância (PELCZAR, 1996).

Segundo Nicolau (2010) a região inferior da troposfera, denominada

camada limite atmosférica, mantém contato direto com a terra, se estendendo a

cerca de 0,1 km da superfície durante a noite, e variando de 1 a 2 km da

superfície terrestre durante o dia, o que torna esta camada a principal

responsável pelo transporte horizontal de partículas. O local influencia

Page 18: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

17

diretamente os números e possibilidades de microrganismos a serem

encontrados, por exemplo: a quantidade de microrganismos no ar é superior nas

regiões sobrejacentes às zonas terrestres do que em relação às regiões

marítimas.

Em zonas terrestres povoadas, é comum detectar a presença de

esporos de Bacillus e Clostridium, ascósporos de variadas leveduras, esporos

de bolores e estreptomicetos, fragmentos de micélio, entre outros.

Cladosporium, Penicillium, Aspergillus, e Alternaria, em particular, são mais

frequentes sobre o mar e em distâncias de aproximadamente 650 km da terra

(NICOLAU, 2010).

3.4 Propagações de patógenos transmitidos pelo ar

Segundo Pelczar (1997) os patógenos transmitidos pelo ar podem ter

origem ambiental ou humana.

Poeira infecciosa e aerossóis produzidos por seres humanos:

microrganismos causadores de infecções respiratórias presentes em fluidos

nasais e de garganta de pessoas contaminadas. Ao tossir ou espirrar a pessoa

expele o aerossol, gotículas maiores podem ser inaladas por outras pessoas que

estejam próximas ou podem ser depositadas sobre roupas e objetos, onde

sequencialmente irão evaporar e deixar resíduos.

Ao movimentar os objetos, é possível que sejam produzidas partículas de

poeira que podem adicionar estes patógenos ao ar que circula no ambiente,

disseminando as infecções. Gotículas menores também podem ser inaladas,

porém como são menores, tendem a evaporar mais rápido. Alguns

microrganismos patogênicos podem sobreviver por tempos relativamente

grandes na poeira, isso dependerá da espécie do mesmo.

Poeira infecciosa e aerossóis produzidos por fontes ambientais: o fungo

causador da Histoplasmose é um exemplo de patógeno transmitido por meio de

fontes ambientais, pois existem patógenos presentes no solo, e ao inalar a poeira

do solo contaminado, poderá ocorrer a infecção.

Page 19: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

18

3.5 Fungos anemófilos em ambientes climatizados

Os ambientes estudados foram laboratórios climatizados artificialmente

com ar-condicionado e/ou ventilador, porém sem proteção por filtros HEPA (high

efficiency particulate air). Em ambientes climatizados, o acúmulo de partículas e

umidade nos filtros e bandejas do ar condicionado pode funcionar como

importante fonte de bioaerossóis Diante disso a necessidade de se estudar o ar

de ambientes que ficam na maioria do tempo fechados e que utilizam aparelhos

para circulação do ar, sendo o estudo da sua qualidade importante para se ter

a garantia de que os ocupantes desses locais não tenham sua saúde

comprometida, bem como o desempenho de suas atividades (GIODA, 2003).

Os agentes que podem ser contaminantes de ambientes interiores,

podem ter origem biológica: bactérias, vírus, fungos, ácaros, algas, etc.; físicas:

temperatura, umidade, renovação do ar; química: corantes, óxidos, produtos de

limpeza, gazes; e também podem ser inertes, como: fibras naturais e sintéticas,

matéria particulada e restos mortais de pequenos insetos (SOUSDALEFF,

2016).

A concentração de fungos filamentosos no ar é o parâmetro

microbiológico que representa melhor o nível de ocupação dos ambientes,

confirmando seu uso como indicador da qualidade do ar de interiores, sendo

Aspergillus e Penicillium os gêneros de fungos mais frequentes.

Vários estudos têm sido conduzidos para analisar a qualidade do ar em

laboratórios e outros ambientes (MARTINS, 2016; MARTINS et al. 2014).

Segundo Boff (2011), nos hospitais, geralmente os ambientes internos são

climatizados, e estudos anteriores mostraram que os gêneros Penicillium e

Cladosporium foram os mais prevalentes.

3.6 Gêneros fúngicos identificados

Acremonium spp.

O gênero Acremonium contém muitas espécies; a maioria é saprófito, isolada do material vegetal morto e do solo. Várias espécies, incluindo

Page 20: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

19

A. recifeie A. alabamense, são reconhecidas como patógenos oportunistas do

homem e dos animais, causando micetoma, ceratite micótica e onicomicoses.

Macromorfologia: As colônias geralmente crescem lentamente,

geralmente compactas e úmidas no início, tornando-se pulverulentas,

semelhantes a camurça ou flocos com a idade e podem ser de cor branca, cinza,

rosa, rosa ou laranja.

Micromorfologia: As hifas são finas e hialinas e produzem principalmente

fiálides eretos simples em forma de furador com colares discretos. Os conídios

são geralmente unicelulares, hialinos ou raramente pigmentados, globosos a

cilíndricos e geralmente agregados em cabeças viscosas no ápice de cada

fiálide. Clamidósporos podem estar presentes (GLENN et al. 1996,

SUMMERBELL et al. 2011)

Alternaria spp.

Gênero de fungos com cerca de 300 espécies, possui distribuição

mundial, considerado um contaminante saprófito. Agente causador de

patogenias em humanos e animais, atinge preferencialmente pele e membranas

mucosas, incluindo o trato respiratório (ZOPPAS, 2005).

Macromorfologia: Crescimento rápido que varia entre 3-4 dias, possui

textura aveludada. Colônia lanosa, inicialmente de coloração branco-

acinzentado, em seguida apresenta coloração verde-musgo com tendência ao

preto.

Micromorfologia: presença de hifas demáceas com vários dictioconídios

em cadeia, formados a partir de uma hifa através de um poroconídeo. Os

conídios (20-60 μm) possuem septos horizontais e verticais e base na forma de

baquete com ápices afilados (ZOPPAS, 2005). Uma de suas extremidades é

pontiaguda, e forma uma espécie de bico, que geralmente sucede de outro

conídio (SIDRIM, 2004).

Aspergillus spp.

Gênero de fungos de coloração branco amarelado, apresenta formação

de pedúnculos e uma ponta colorida, as espécies deste gênero são ubíquas no

ambiente, podem ser encontradas no solo, água e ar, desde que o ambiente seja

rico em oxigênio, e podem se desenvolver em uma grande variedade de

Page 21: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

20

materiais orgânicos. Foi catalogado em 1729 por Micheli. Existem

aproximadamente 200 espécies catalogadas, sendo que destas 200, de 16-20

espécies podem infectar o ser humano e causar Aspergilose. Os problemas de

saúde causados por Aspergillus vão de hipersensibilidade até formas

pulmonares e cerebrais. É um patógeno comum, disseminado pelo ar na forma

de esporos.

Macromorfologia: Colônia que apresenta rápido crescimento, inicialmente

branca com textura de algodão, tornando-se cinza-esverdeada e de textura

aveludada, com reverso branco ou castanho.

Micromorfologia: Conidióforo liso, incolor com tendência de tornar-se

verde, possui vesícula hemisférica e com uma série de fiálides densa, localizada

nos três quartos superiores da vesícula. Conídios globosos, que podem também

se apresentar em forma de rugosos ou equinulados (RAPPER & FENNEL, 1965;

SIDRIM, CORDEIRO & ROCHA, 2004).

Cladosporium spp.

Gênero de fungos considerados como fungos ambientais e de disposição

mundial, é um dos gêneros mais veiculados em estudos de monitoramento de

ambientes externos, facilmente transportado pelo vento, pois possui conídios

reduzidos.

Macromorfologia: Crescimento moderadamente lento, que varia em torno

de sete dias, possui coloração verde-oliva escuro a preto, e reverso preto, com

textura aveludada baixa (SIDRIM, 2004).

Micromorfologia: Possuem filamentos demáceos, conidióforos curtos ou

longos, apresentam conídios em cadeia em suas extremidades. Os conídios

podem ser lisos ou verrucosos, elipsoides ou globosos, e uma cicatriz hilar

pigmentada característica do gênero (SIDRIM, 2004).

Curvularia spp.

Geralmente presentes em países tropicais e subtropicais, porém são

considerados de ampla distribuição. Inicialmente considerados fungos

saprófitas. De maneira clínica, o gênero é implicado em casos de sinusites,

micetomas, ceratite, e feo-hifomicoses de variados campos anatômicos.

Page 22: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

21

Macromorfologia: Crescimento rápido, de três a quatro dias, coloração

variada entre verde-oliva, marrom ou preto, recobertas de micélio cotonoso

frouxo de coloração acinzentada, reverso preto. Possui textura baixa e

aveludada (SIDRIM et al., 2004).

Micromorfologia: Possui hifas demáceas septadas, com conidióforos

eretos, castanhos e multicelulares. Macronídios apresentam de quatro a cinco

células, são curvos, escuros, com distenção central e extremidades mais claras

do que o centro (SIDRIM et al., 2004; ZOPPAS, 2005).

Fusarium spp.

Fungos ubíquos e fitopatogênicos podem causar uma numerosa

variedade de manifestações clínicas, atingindo tecidos superficiais e profundos.

As manifestações clínicas podem ser: ceratite, micetomas, onicomicoses e

formas cutâneas.

Macromorfologia: Colônias algodonosas, de coloração que pode variar

entre branco e cinza, rosada ou violeta, crescimento rápido de dois a quatro dias.

Reverso variável, mas de maneira geral se apresenta mais claro do que o verso.

(SIDRIM, CORDEIRO e ROCHA, 2004).

Micromorfologia: Hifas hialinas delgadas e septadas, produzem micro e

macronídios produzidos a partir de fiálides em forma de fuso hialino. Macronídios

se apresentam solitários, possuem extremidades afiladas, piriformes ou

falciformes, unicelulares, bicelulares, com até cinco septos, curvos ou retos.

(ZOPPAS,2005)

Mucor spp.

Fungos fitopatogênicos, saprófitas, habitantes do solo comum, e parasitas

fracos. Podem ser encontrados em materiais em decomposição.

Macromorfologia: Crescimento rápido, algodoadas, com coloração

variável entre branco e amarelo, e devido ao desenvolvimento dos esporângios

eventualmente se torna cinza escuro. Este gênero é diferenciado dos Rhizopus

pela ausência de rizoides e estolhos.

Micromorfologia: Possui corpos de frutificação formados por uma pequena

massa de esporos sobre uma haste, pequenos e simples.

Page 23: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

22

Penicillium spp.

Gênero de fungos filamentosos, septados e hialinos, portador de diversas

espécies, ampla distribuição na natureza, ubíquos e cosmopolitas. Conhecido

comumente como bolor de pão cresce facilmente em matéria orgânica morta,

como queijos, frutas e cereais. Dificilmente são isolados como agente causador

de quadros alérgicos e infecções.

Macromorfologia: Apresentam crescimento rápido em meio de cultura,

variando entre três e quatro dias, inicialmente de textura baixa, algodonosa ou

aveludada, em tons de branco, e torna-se de coloração amarelo-laranja;

amarelo-esverdeado; verde ou azul-esverdeado rapidamente. (SIDRIM et al.,

2004).

Micromorfologia: Hifas hialinas septadas, com conidióforo simples ou

ramificado. Apresentam fiálides que dão origem a conídios que se encontram em

cadeia de extensão variável. Conídios podem possuir parede lisa ou rugosa,

hialinos ou levemente esverdeados, e possuem formato esférico. (SIDRIM et al.,

2004; ZOPPAS, 2005).

Rhizopus spp.

Gênero de fungos facilmente encontrados sobre matéria orgânica que

esteja em decomposição. Quanto a parte clínica, sabe-se que podem causar

infecções respiratórias, de pele, produzir infecções do trato digestivo através do

consumo de alimentos contaminados.

Macromorfologia: Crescimento rápido de dois a quatro dias, textura

algodonosa e crescimento denso, inicialmente apresenta a coloração

esbranquiçada indo para o cinza ou até mesmo amarelo-acastanhado, reverso

branco, e preenchem toda a superfície do meio de cultivo (SIDRIM et al., 2004).

Micromorfologia: Possuem largas hifas, comuns aos zigomicetos, e

poucas septações. Forma vários estolões e une grupos de esporangióforos, com

diversos esporangiósporos irregulares em seu interior. Estolões e rizoides

diferenciam os gêneros Mucor e Rhizopus (SIDRIM et al., 2004).

Page 24: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

23

Leveduras

As leveduras estão presentes normalmente na microbiota do organismo,

mas também é isolada no ar ambiente. As mais comuns de serem encontradas

no ar são Candida spp e Rhodotorula spp. (MILAN & ZAROR, 2004).

Macromorfologia: Colônias maduras em 48 horas produzem colônias

glabras. Textura cremosa e superfície lisa são suas principais características a

princípio (MILAN & ZAROR, 2004; VANDEWOUDE et al., 2006).

Micromorfologia: Estruturais ovuladas ou arredondadas, é possível

observar pseudohifas (MILAN & ZAROR, 2004; VANDEWOUDE et al., 2006).

Page 25: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

24

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

O estudo foi realizado nos laboratórios do Bloco Didático (Bloco-E) da

Universidade Federal de Mato grosso, campus de Rondonópolis, com

amostragem no mês novembro de 2019. Foram selecionados quatro laboratórios

do bloco, sendo eles: Laboratório de Bioquímica (LBio), Laboratório de Botânica

(LB), Laboratório de Microbiologia (LM) e Laboratório de Química (LQ); e

também a área externa (AE) do piso superior onde estão localizados todos os

laboratórios didáticos.

Amostragens

Para as coletas de fungos presentes no ar, foram utilizadas 20 placas de

Petri (90 x 15 mm) devidamente esterilizadas e com 20 ml de Ágar Sabouraud

em cada; sendo 3 placas para exposição do ar de cada ambiente, expostas por

15 minutos, segundo a técnica de deposição gravitacional (PEREIRA et al.,

2013) a uma altura aproximadamente de um metro do chão; cada ambiente

também teve uma placa de controle.

Após a coleta, as placas foram seladas e incubadas na estufa de cultura

do Laboratório de Microbiologia no Bloco E da UFR à temperatura de 27oC ± 1oC

para que as Unidades Formadoras de Colônia (UFC) conseguissem se

desenvolver adequadamente. Após isso, foi realizada a contagem das UFC’s

diariamente, sempre no mesmo horário, por tempo suficiente para o máximo

desenvolvimento das estruturas que possibilitaram a identificação dos diferentes

gêneros fúngicos, evitando assim o comprometimento das estruturas devido ao

crescimento desordenado e a sobreposição de algumas colônias.

Page 26: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

25

Identificação

Ao decorrer de cinco dias, a identificação dos fungos anemófilos foi

baseada na associação dos aspectos macroscópicos com as características

microscópicas do exame direto da cultura primária. Foram retiradas pequenas

amostras com fita adesiva e coradas com lactofenol azul-de-algodão.

As colônias que não foram identificadas após o período de incubação

foram transferidas para placas com meio Ágar Sabouraud estéreis, para

crescerem isoladas até a produção das estruturas reprodutivas que permitissem

a identificação dos fungos.

A identificação dos gêneros fúngicos anemófilos baseou-se na

observação direta das culturas nas placas de Petri, associando-se os aspectos

macroscópicos e microscópicos. Para a confirmação dos dados, foram utilizadas

propriedades de esporulação em meio Sabouraud, de acordo com Lobato et al.,

(2007). Também foi utilizada a chave de identificação para estruturas

microscópicas de Lacaz (2010).

Dados de temperatura e umidade

Os dados de temperatura e umidade, medidos no período da coleta foram

obtidos do Instituto Nacional de Metereologia (INMET) pelo site

http://www.inmet.gov.br/portal/, onde foi possível ter acesso às informações de

hora em hora, sobre as temperaturas máximas e mínimas e a umidade máxima

e mínima. A partir dos dados, foram calculada as médias de temperatura do ar e

umidade dos sete dias da semana na qual foi realizada a coleta (24/11/2019 a

30/11/2019).

Médias e correlações com normas da ANVISA

A comparação das médias das UFC’s dos ambientes foi feita usando teste

Tukey e ANOVA; para tal foi usado o software Past 3.0.

Para verificar se cada laboratório estava no padrão determinado pela

ANVISA, foi necessário calcular para cada ambiente a relação I/E, onde “I” é a

quantidade de fungos no ambiente interior e “E” é a quantidade de fungos no

ambiente exterior.

Page 27: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

26

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos dados climáticos permitiu caracterizar a área do entorno do

Bloco Didático com temperatura média de 26,4 ºC e umidade média de 72%

durante o período estudado. Assim no presente trabalho, o valor médio da

umidade estava relativamente alto e a temperatura com valor mediano, o que

provavelmente favoreceu uma maior concentração de esporos no ar.

Considerando os dados do período de estudo (Figura 1), verificamos que

estas condições são consideradas boas para ocorrência da esporulação, uma

vez que a temperatura ótima ficou entre 25ºC e 30ºC, do mesmo modo que a

alta umidade relativa do ar provavelmente favorece a liberação de conídios.

Segundo Bernardi et al. (2006), com a diminuição da umidade relativa do

ar e uma maior temperatura, o número de propágulos transportados pelo ar é

influenciado negativamente.

É importante ressaltar que os fungos apresentam variações amplas em

sua incidência, de acordo com a estação do ano, temperatura, umidade, hora do

dia, velocidade e direção dos ventos, presença de atividade humana e tipo de

climatização dos ambientes estudados. Destes parâmetros físicos, a

temperatura e a umidade afetam diretamente sobrevivência dos fungos.

Sabe-se que os fungos são muito resistentes, podem sobreviver por

longos períodos em condições adversas. O crescimento vegetativo é observado

melhor, e eficaz, principalmente entre temperaturas de 18ºC a 32ºC. Mesmo que

a reprodução seja impossível abaixo de zero grau, os fungos podem permanecer

em estado latente em temperaturas negativas (-45ºC a -55ºC); temperaturas

acima de 75ºC são letais (LINDFORDS & WICKMAN, 1995).

Page 28: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

27

Com relação as culturas, foi possível observar o crescimento de fungos e

leveduras em todas as placas que foram abertas para ter contato com o ar

atmosférico e ocorrer a deposição de esporos e ou estruturas vegetativas, exceto

as placas controle para cada um dos ambientes estudados não tiveram nenhum

desenvolvimento fúngico (Tabela 1).

Tabela 1: Relação quantitativa de Unidades Formadoras de Colônias (UFC’s) ao final de 5 dias de contagem e relação I/E conforme ANVISA.

LB LBio LM LQ AE

Placa 1 13 7 11 6 13

Placa 2 10 9 7 7 18

Placa 3 11 10 10 6 12

Controle 0 0 0 0 0

TOTAL 34 26 28 19 43

Médias 11,3ab 8,6a 9,3ab 6,3a 14,3b

I/E 0,79 0,60 0,65 0,44

Legenda: LB: Laboratório de Botânica, LBio: Laboratório de Bioquímica, LM: Laboratório de

Microbiologia, LQ: Laboratório de Química e AE: Ambiente Externo.

Média seguidas da mesma letra não diferem pelo teste Tukey, ao nível de significância de 5%.

Gráfico 1: Variação das médias de temperatura e umidade no entorno do Bloco Didático, no período estudado.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

24/11/2019 25/11/2019 26/11/2019 27/11/2019 28/11/2019 29/11/2019 30/11/2019

TºC m Máx TºC m Mín U% m Máx U% m Mín

Page 29: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

28

Após os cinco dias de acompanhamento do crescimento dos fungos nas

placas, verificamos que o ambiente com maior crescimento de UFC’s foi a área

externa (AE) do Bloco Didático, que teve um total de 43 colônias nas três placas

que tiveram o contato com o ar externo. A diferença foi significativa apenas entre

os ambientes dos laboratórios de Química e Bioquímica e o ambiente externo.

Segundo Boff (2011) os ambientes com aglomerados fúngicos são

influenciados por fatores ambientais como variáveis de temperatura, umidade,

corrente de ar, substratos orgânicos disponíveis, condições climáticas e variação

sazonal, e por fatores físicos compreendidos pela forma, tamanho e densidade

das partículas, entre outras situações que corroboram para o aumento dos

conídios no ambiente. Assim, o resultado encontrado no Ambiente Externo se

Figura 1: Foto de colônias de Aspergillus (cinza) e Cladosporium(preta).

Figura 2: Foto de uma das placas externas.

Figura 4: Foto da microscopia de Cladosporium spp.

Figura 5: Foto da microscopia de Figura 6: Foto da microscopia de Cladosporium sp.

Figura 3: Foto da microscopia de Aspergillus spp.

Page 30: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

29

deve, provavelmente, às correntes de ar que possibilitam maior quantidade de

bioaerossóis e poeira em suspensão.

Para a maioria dos ambientes, exceto em LBIO e LM, o crescimento foi lento

inicialmente, aumentando a partir do terceiro dia de incubação. Nos dois

ambientes destacados (AE e LB), o crescimento permanece lento, tornando-se

mais intenso a partir do quarto dia. O gráfico 2 abaixo representa o crescimento

quantitativo das colônias durante o período do estudo.

De uma maneira geral, as curvas mostraram um aumento mais acentuado

na quantidade de UFC’s em todos os ambientes após o quarto dia de incubação,

indicando a necessidade de mais tempo para possibilitar que fungos de

crescimento lento possam se desenvolver melhor. Entre os laboratórios e

considerados, o de Botânica apresentou um crescimento maior (no espaço de

tempo avaliado), superado apenas pelo crescimento das amostras do meio

externo, muito embora para o LM a concentração de UFC’s não tenham tido

diferença significativa do LB.

O aumento progressivo é comum, e tem sido observado em vários

trabalhos, variando no tempo usado para as observações, dependendo do autor

(MARTINS et al., 2014; SOUSDALEFF, 2016; FLORES & ONOFRE, 2010)

Gráfico 2: Contagem das UFC’s durante os 5 dias de crescimento em estufa das amostras coletadas. Legenda: LB: Laboratório de Botânica, LBio: Laboratório de

Bioquímica, LM: Laboratório de Microbiologia, LQ: Laboratório de Química e AE: Ambiente Externo.

Page 31: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

30

Entre os principais gêneros de fungos anemófilos encontrados em ambientes de

bibliotecas e laboratórios alguns se destacam como: Cladosporium e Aspergillus.

Segundo Sousdaleff (2016), durante a coleta em período chuvoso de 2014,

houve predomínio dos gêneros Cladosporium spp. e Aspergillus spp., pois foram

encontrados nos 11 laboratórios estudados, seguidos por Mucor spp., Fusarium

spp. e leveduras.

A tabela 2 mostra a frequência dos fungos encontrados, sendo que entre

os fungos identificados, Cladosporium foi o gênero mais frequente, seguido das

leveduras, e dos gêneros Aspergillus, Curvularia e Penicillium. A prevalência do

gênero Cladosporium foi similar a outros trabalhos, uma vez que o mesmo foi

encontrado por outros autores como SOUSDALEFF (2016); FLORES e

ONOFRE (2010); MARTINS (2016).

De acordo com Pantoja (2007), fungos hialinos da família Moliniaceae,

como: Acremonium, Aspergillus, e Penicillium, aparecem com maior frequência,

possivelmente motivados por sua disposição euritópica.

Tabela 2 Gêneros de fungos identificados e não identificados, por ordem de frequência.

Fungos Quantidade

encontrada (UFCs)

Frequência em %

Cladosporium spp. 25 16,7

Leveduras brancas 20 13,4

Aspergillus spp. 17 11,3

Curvularia spp. 15 10

Penicillium spp. 12 8

Acremonium spp. 10 6,5

Fusarium spp. 9 6

Leveduras amarelas 9 6

Alternaria spp. 7 4,5

Mucor spp. 6 4

Rhizopus spp. 4 2,7

Não identificados 16 10,6

Os resultados obtidos em relação aos gêneros são semelhantes àqueles

encontrados por Sousdaleff (2016), que avaliou ambientes de laboratórios da

Page 32: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

31

Universidade Tecnológica Federal do Paraná verificando também uma

predominância dos gêneros Cladosporium spp. e Aspergillus spp. O mesmo

resultado foi obtido por Martins (2014) nos laboratórios de microbiologia da

Universidade Federal de Pelotas, sendo Penicillium spp. Registrado como o

gênero predominante.

O gênero Cladosporium também tem sido encontrado em outros

ambientes climatizados; Assim, Flores et al. (2010) quando monitoraram a

presença de fungos anemófilos e leveduras em uma unidade de saúde da cidade

de Francisco Beltrão, no Estado do Paraná, encontraram este gênero

predominando em relação aos demais, seguidos dos gêneros Fusarium sp.,

Penicillium sp., Aspergillius sp., entre outros.

Tabela 3: Lista de táxons registrados por placas para cada ambiente analisado.

Legenda: P1 (placa 1); P2 (placa 2); P3 (placa 3). Locais de amostragem: LB: Laboratório de

Botânica, LBio: Laboratório de Bioquímica, LM: Laboratório de Microbiologia, LQ: Laboratório de

Química e AE: Ambiente Externo.

Page 33: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

32

Os gêneros fúngicos e demais UFCs encontrados em cada placa de cada

ambiente foram apresentados na Tabela 3, Cladosporium spp. foi encontrado na

maioria das placas, seguido de Aspergillus spp. e leveduras. Em todas as placas,

fungos que não foram possíveis de identificar, pois os mesmos não formaram

estruturas reprodutivas. Esses fungos podem, provavelmente, fazer parte do

grupo denominado Mycellia sterilia.

Segundo Martins-Diniz et al. (2005) a determinação da composição e

concentração de microrganismos anemófilos de áreas externas ou internas, em

áreas críticas de hospitais tem sido pouco pesquisada, mas alguns estudos têm

enfatizado sua importância, devido ao aparecimento desses agentes em

infecções nosocomiais.

A ocorrência de infecções por fungos anemófilos é bastante conhecida na

literatura médica e os esporos inalados do ar têm sido incriminados como

responsáveis por diversos problemas alérgicos (FURTADO; FERRARONI,

1998). Além dos casos de alergia, os fungos oportunistas como os encontrados

nessa pesquisa (Aspergillus, Cladosporium, Mucor, Fusarium) são responsáveis

por doenças desde otites, micotoxicoses, infecções urinárias, onicomicoses,

infecções oculares e até fungemias em imunodeprimidos ou pessoas mais

suscetíveis à infecção, o que torna de extrema importância o cuidado com a

presença e o monitoramento destes microrganismos em ambientes fechados

onde circulam muitas pessoas, como salas de aula e laboratórios.

6. CONCLUSÃO

Os gêneros mais frequentes nos laboratórios foram: Cladosporium spp.,

Aspergillus spp., Penicillium spp., além de leveduras.

A maior concentração de fungos anemófilos encontrada no Laboratório de

Botânica deve-se provavelmente ao grande fluxo de pessoas e materiais

orgânicos que podem disseminar mais propágulos fúngicos no ambiente interno.

Entre todos os ambientes analisados, o ambiente externo apresentou

maior quantidade de UFC’s possivelmente devido às correntes de vento e a

umidade relativa alta, entre outros fatores.

Page 34: OCORRÊNCIA DE FUNGOS ANEMÓFILOS NOS LABORATÓRIOS …

33

As médias encontradas neste estudo não indicam comprometimento da

qualidade do ar, considerando que a relação I/E para todos os ambientes

internos foi menor que a estipulada pela ANVISA.

Mais estudos sobre fungos anemófilos devem ser feitos, para haver um

melhor monitoramento da concentração de fungos no ar de ambientes interiores

e exteriores, visando a bioindicação da qualidade do ar, o que está ligado

diretamente à saúde.

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