ocorre me agora, eduardo white
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Literaturas de Língua
Portuguesa
Ocorre-me agora
- Eduardo White
ES/3 D. Afonso Henriques2009/2010
IntroduçãoEste trabalho é realizado
no âmbito da disciplina de
Literaturas de Língua
Portuguesa, onde iremos
explorar, mais uma vez, a
Literatura Moçambicana e
um dos seus grandes poetas
Eduardo White com o
poema “Ocorre-me
agora”.
Eduardo WhiteNome completo: Eduardo Costley
White
Data de nascimento: 21 de
Novembro de 1963
Carreira: Após uma formação
durante três anos no Instituto
Industrial, o escritor exerceu
funções directivas numa empresa
comercial, foi membro do Conselho
de Coordenação da revista
"Charrua" e dirigente da Associação
de Escritores de Moçambique.
Obra•1984 - Amar Sobre o Índico•1987 - Homoíne •1989 – O País de Mim•1992 - Poemas da Ciência de Voar e da Engenharia
de Ser Ave•1996 - Os Materiais de Amor seguido de Desafio à
Tristeza•1999 - Janela para Oriente•2001 - Dormir Com Deus e Um Navio na Língua•2002 - As Falas do Escorpião•2004 – O Manual das Mãos•2004 - O Homem a Sombra e a Flor e Algumas Cartas
do Interior•2005 - Até Amanhã, Coração
Recebeu vários prémios literários e foi considerado, em 2001, pela Associação de Imprensa Moçambicana, a Figura Literária do ano.
ObraNuma preocupação com as
origens, Eduardo White tenta na sua
poesia reflectir sobre a sua história e
sobre Moçambique, numa tentativa
de apagar as marcas da guerra e de
dignificar a vida humana. Para isso,
escreve através de um amor
diversificado que pode ser pela
amada, pela terra ou mesmo pela
própria poesia, sempre num tom de
ternura, de onirismo, de
musicalidade e, por vezes, de
erotismo.
“Ocorre-me agoraa pupila minúscula de uma criança.A sua engenharia desde o corpo na guerreira pequenezao dedo provador da boca.Ocorre-me esta criançaeste monge da franqueza em seu templo de
inocência.Amo-a. Vivo-a.
Voar é poder amar uma criança.Sonhar-lhe o peso no colo, as mãos acariciantessobre a palma da alma.
Ocorre-me agora
Voar é tardar a boca
na rosa do rosto de uma criança.
Pronunciar-lhe a ternura,
a seda fresca e pura
Da sua infância.
Voar é adormecer o homem
na mão sonhadora
de uma criança.”
Ocorre-me agora
TemaO tema presente nesta composição
poética é o amor pelo Homem em si,
na sua vertente mais pura, inocente e
pacífica, nomeadamente o período da
infância, personificado pela “criança”.
“Ocorre-me esta criança/ este
monge da franqueza em seu
templo de inocência.”
“Voar é adormecer o homem/ na
mão sonhadora/ de uma criança.”
AssuntoO poema apresenta uma estrutura bipartida.
A primeira parte integra a primeira estrofe e nela é
caracterizada a “criança” no seu aspecto físico e
psicológico. Recorrendo a expressões como “pupila
minúscula”, “guerreira pequenez” e “monge da franqueza”
o sujeito poético realça o estado de genuinidade e candura
que a “criança” emana e que ele tanto “ama” e “vive”.
A segunda parte são as restantes três estrofes. Nelas o
eu lírico descreve as sensações que o amor pela criança
desperta no Homem, nomeadamente o acto de poder
“voar” (metaforicamente). O acto de “voar”, associado à
ingenuidade da “criança”, permite ao Homem conseguir
amar, perdoar, sonhar, mas acima de tudo ser livre.
Expressividade do títuloNo título do poema Ocorre-me agora temos presente a
ideia do vago como se algo tivesse ocorrido ao eu lírico,
mas ainda se encontrasse demasiado longe, nublado.
Podemos associar isso ao facto, de que à medida que o ser
humano cresce e se torna adulto, a parte da infância
começa a cair em esquecimento, e a pureza com que
encara a vida, a inocência que envolve toda a felicidade
inconsciente, amando do modo mais puro, torna-se cada
vez mais distante e desfocada. Assim, “ocorre” essa
conclusão ao sujeito poético. “Ocorre-lhe” uma “criança” e
todo o processo de amor que a englobe, e o significado que
essa sabedoria tem para a felicidade do Homem no
“agora”.
Recursos estilísticos• Anáfora
“Ocorre-me” (v. 1)/ “Ocorre-me” (v. 6)
“Voar é…” (primeiro verso das últimas três estrofes)
A anáfora em “Ocorre-me” é utilizada no poema para
relevar o sentimento de vago e de aleatório na forma
como aquele pensamento surgiu na mente do sujeito
poético. Enquanto que a anáfora em “Voar é” expressa
as possibilidades de ter uma mente ou uma alma como a
de uma “criança” inocente e pura, e acentua o seu
carácter libertador e justo.
Recursos estilísticos• Adjectivação
“pupila minúscula”
“guerreira pequenez”
“mãos acariciantes”
“seda fresca e pura”
“mão sonhadora”
A adjectivação é utilizada essencialmente para descrever a
“criança” de forma positiva, como meio de alcançar a liberdade e
pureza que esta possui. É de realçar também a repetição da
caracterização das mãos da “criança” como meio de alcançar
aquilo que o sujeito poético considera importante: o sonho de se
tornar tão puro quanto esta.
Recursos estilísticos• Metáfora
“Sonhar-lhe o peso no colo”
A metáfora é utilizada no poema para reforçar a ideia da pureza
da “criança” como símbolo de liberdade e felicidade para o
Homem.
• Personificação
“palma da alma”
A personificação atribui à “alma” um carácter de importância,
tendo em conta que esta personificada com a forma de uma mão
ao tocar na mão da “criança” poderá “voar” e “sonhar”.
Análise formalEsta composição poética é
constituída por quatro
estrofes livres: a primeira com
oito versos, a segunda com três,
a terceira com cinco e a última
com três versos. O esquema
rimático é irregular e a métrica
dos versos não segue nenhuma
lógica. Apresenta uma rima
pobre e um ritmo lento.
ReflexãoEste trabalho, tal como os anteriores, foi bastante
gratificante para o nosso grupo uma vez que nos deu a
conhecer mais um notável escritor, Eduardo White, do qual
analisamos o poema “Ocorre-me agora”.
Este poema levou-nos a uma reflexão intrínseca e
extrínseca sobre a humanidade que se tem perdido ao
longo dos tempos. Cada vez mais o sentimento pelo outro
se fecha dentro do nosso isolamento social e pessoal.
Aqui, este amor que vemos presente por “esta” criança
faz-nos ver que amar pode ser tão simples e bom como o
surgimento de uma ideia na nossa cabeça, ou seja, algo
natural.
Bibliografia http://www.infopedia.pt/$eduardo-white
Imagens retiradas do motor de busca: www.google.com
Classifica as seguintes afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F)
a)O amor pelo Homem no poema está personificado
por uma “criança”
b)Esse amor é caracterizado pelo período da velhice
c)O poema apresenta uma estrutura tripartida
d)A primeira parte do poema caracteriza a “criança”
física e psicologicamente
e)Na segunda parte do poema o sujeito lírico é
caracterizado psicologicamente pela sua liberdade,
expressa pelo desejo de “voar”
f)O titulo sugere a ocorrência de uma ideia vaga
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Trabalho realizado por:Anna Miranda Nº3 12ºHPaula Leal N12 12ºHVera Barbosa Nº18 12ºH