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OCampaniço Nº 81 MAIO/JUNHO/JULHO 2009 ENTREVISTA Educação O novo director da Escola Secundária de Castro Verde tomou posse no passado dia 24 de Junho. Com um mandato de quatro anos pela frente, Augusto Can- deias centra a sua acção no combate ao insucesso escolar e na diversificação da oferta formativa. P 7 BOLETIM INFORMATIVO DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA REPORTAGEM Alentejanos na Baixa da Banheira A Semana Cultural da Baixa da Banheira decorreu em Junho passado e Castro Verde foi o concelho em destaque nesta 29ª edição. Um momento alto para os alentejanos residentes na margem sul do Tejo, onde se reafirma a identidade e a pertença ao Alentejo. P 8, 9 PATRIMÓNIO Castelo Velho do Montel O Castelo Velho do Montel, na freguesia de Entradas, é parte importante do pa- trimónio do concelho. Como forma de garantir a sua salvaguarda, a autarquia vai proceder à aquisição do imóvel o que, futuramente, permitirá o desenvolver de um programa de acção arqueológica no local. P 19 DESPORTO Actividade Com’Vida O mês de Junho marcou o final de mais uma época do Programa “Activi- dade Com’Vida”. O balanço revela uma população empenhada num estilo de vida saudável e uma oferta diversificada, que tem sido a chave de sucesso deste programa. P 21 O Parque de Campismo já se encontra aberto ao público. Entretanto, outras obras estão a decorrer no terreno. É o caso do Museu da Ruralidade e a remodelação do Cine-Teatro Municipal. Após a definição das contratualizações dos apoios comunitários, a autarquia tem preparados projectos que dão continuidade à promoção da qualidade de vida no concelho. PARQUE DE CAMPISMO DE CASTRO VERDE P 12

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Page 1: OCampaniço - Castro Verde · 2014-06-13 · OCampaniço Nº 81 maio/junho/julho 2009 Bol ENTREVISTA Educação O novo director da Escola Secundária de Castro Verde tomou posse no

OCampaniçoNº 81 maio/junho/julho 2009

ENTREVISTA

Educação O novo director da Escola Secundária de Castro Verde tomou posse no passado dia 24 de Junho. Com um mandato de quatro anos pela frente, Augusto Can-deias centra a sua acção no combate ao insucesso escolar e na diversificação da oferta formativa.

p 7

BolEtim informativo da Câmara muniCipal dE Castro vErdE Distribuição gratuita

REPORTAGEM

alentejanos naBaixa da BanheiraA Semana Cultural da Baixa da Banheira decorreu em Junho passado e Castro Verde foi o concelho em destaque nesta 29ª edição. Um momento alto para os alentejanos residentes na margem sul do Tejo, onde se reafirma a identidade e a pertença ao Alentejo.

p 8, 9

PATRIMÓNIO

Castelo velho do montel O Castelo Velho do Montel, na freguesia de Entradas, é parte importante do pa-trimónio do concelho. Como forma de garantir a sua salvaguarda, a autarquia vai proceder à aquisição do imóvel o que, futuramente, permitirá o desenvolver de um programa de acção arqueológica no local.

p 19

DESPORTO

actividade Com’vidaO mês de Junho marcou o final de mais uma época do Programa “Activi-dade Com’Vida”. O balanço revela uma população empenhada num estilo de vida saudável e uma oferta diversificada, que tem sido a chave de sucesso deste programa.

p 21

O Parque de Campismo já se encontra aberto ao público. Entretanto, outras obras estão a decorrer no terreno. É o caso do Museu da Ruralidade e a remodelação do Cine-Teatro Municipal. Após a definição das contratualizações dos apoios comunitários, a autarquia tem preparados projectos que dão continuidade à promoção da qualidade de vida no concelho.

parquE dE Campismo dE Castro vErdE

p 12

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PUBLICAÇÃO: Propriedade da Câmara Municipal de Castro Verde DIRECTOR: Francisco Duarte COORDENAÇÃO: Paulo Nascimento REDACÇÃO: Carlos Júlio, Sandra Policarpo, Miguel Rego, Alexandra Contreiras GRAFISMO: Pedro Pinheiro APOIO FOTOGRÁFICO: Serviços Sócio-Culturais REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Câmara Municipal de Castro Verde - Praça do Município, 7780 Castro Verde. Tel. 286 320700 DEPóSITO LEGAL 287879109 TIRAGEM: 4200 exemplares IMPRESSÃO: Gráfica Comercial Loulé E. MAIL: [email protected] / [email protected] PÁGINA WEB: www.cm-castroverde.pt

O Campaniço

O Campaniçomaio/junho/julho 2009 educação �

Ao longo de mais de 30 anos, o trabalho autárquico em Castro Verde pautou-se por regras muito claras e tendo como

principal objectivo o desenvolvimento do concelho e a criação das melhores condições de vida para as suas populações. E para atingir esse objectivo, em situação alguma, o trabalho realizado e os projectos apresentados foram condicionados por calendários ou horários, muito menos por prazos ou contextos eleito-rais. Até porque, acreditamos que o processo democrático nascido do 25 de Abril deu à população a formação, a cultura e o bom senso suficientes para decidir em função de um con-junto variado de factores e não apenas tendo como referência a realização desta ou daquela obra, como se de um doce se tratasse. Acusa-dos por ter cão e por não ter, mas indiferentes às críticas que à porta das eleições autárquicas se multiplicam em catadupa, queremos que os nossos munícipes saibam que as obras que actualmente se estão a realizar não são fruto de qualquer acaso, mas um largo processo perspectivado no início do actual mandato autárquico e consignado nas acções inscritas nas Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2009, aprovadas pelo Executivo Camarário e pela Assembleia Municipal e, a maioria delas, decorrentes do programa que apresentámos a sufrágio universal. Actualmente, em todo o concelho de Castro Verde, estão a efectuar-se obras no valor aproximado de 4 milhões e 500.000 euros. E se a estas se acrescentarem outras obras protocoladas com as Juntas de Freguesia ou com as IPSS de Casével e Cas-tro Verde, então atingimos um valor aproxi-mado de 8 milhões de euros. Como se deve imaginar, não é num estalar de dedos que se “inventam” obras. São necessários projectos, financiamentos, concursos, etapas que não são ultrapassáveis e realizáveis em dois dias. Contudo, não podemos deixar de referir que se há alguma coincidência no início de algumas destas obras, ela deve-se em primeiro lugar ao atraso de dois anos na abertura dos concursos aos fundos estruturais. O Quadro de Referência Estratégica Nacional, com uma vigência pers-pectivada para os anos de 2007/2013, só agora começa a dar os seus frutos. E isto sim, é im-portante que se diga e não se escamoteie, nem se ignore, para repor a verdade tal qual ela é. Porque há obras que, sem os fundos estrutu-rais, o Município não teria capacidade para as realizar sem pôr em causa a sua estabilidade económica. E, os nossos munícipes de uma coi-sa podem estar seguros. Não embarcamos em aventuras, nem em promessas vãs, só porque estamos em maré eleitoral. Estamos a fazer aquilo que entendemos ser o melhor para a nossa terra sem pôr em causa o futuro econó-mico e financeiro do nosso Município. É esse o nosso objectivo e é nele que continuaremos a afirmar a nossa confiança no futuro.

Francisco DuartePresidente da Câmara Municipal de Castro Verde

Dança tradicional de moçambique

oficina de dança

EDITORIAL

A tenda de circo do Largo da Feira, em Castro Verde foi pequena para acolher as mais de mil e quinhentas pessoas que quiseram assistir, no passado dia 19 de Junho, ao espectáculo “Uma Ponte cha-mada Língua Portuguesa”. O espectáculo foi o culminar de um projecto que, ao longo do ano lectivo, foi protagonizado pelas Escolas do 1º Ciclo, Biblioteca Es-colar e Jardins de Infância do concelho, com o apoio da Câmara Municipal de Castro Verde e também das Juntas de Freguesia do Concelho, da Embaixada de Timor-Leste e da CPLP.

Cerca de 320 crianças percorreram os vários países da lusofonia, através de cantos e danças tradicionais de An-gola, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Brasil e Portugal, revelando as diferentes identidades, tradições e formas de estar das várias culturas.

A acompanhar todo o espectáculo es-teve a Banda da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1º de Janeiro e um coro composto por crianças da EB1 de Cas-

tro Verde, formado propositadamente para esta iniciativa e coordenado pelo professor António César.

O espectáculo teve início com uma coreografia alusiva aos descobrimentos portugueses, interpretada pelas crianças vestidas com trajes de época, transpor-tando pequenas caravelas. Seguidamente, todos os grupos desfilaram pelo espaço do espectáculo, juntamente com os res-pectivos professores e coreógrafos que os acompanharam ao longo deste ano.

Caracterizados como mandam as tra-dições dos países que representavam, dançaram ao ritmo da música, danças como a Kola San Jon de Cabo Verde, o Gumbé da Guiné-Bissau, a Semba e a Varina de Angola, a Puíta e o Socopé de S. Tomé e Príncipe, a Marrabenta e o Makwaela de Moçambique, a dança do Pau-de-fita do Brasil e a Marcha Po-pular portuguesa. De Timor-Leste, foi apresentada, ainda, uma coreografia sobre o corte do sagueiro, uma espécie de palmeira de onde se extrai farinha, e de Cabo Verde, uma coreografia alusiva

à emigração.No final do espectáculo, Pedro Mestre

juntou-se ao coro, acompanhado pela viola campaniça, para juntos entoarem a já célebre “Mariana Campaniça”.

Para finalizar a iniciativa, duas gera-ções de vozes uniram-se para cantar em conjunto. Os Ganhões juntaram-se ao coro e com as crianças interpretaram o tema “Vai de Centro ao Centro”, mas com uma letra adaptada ao tema do espectáculo.

Na plateia, para além de convidados representantes de várias entidades e instituições locais e regionais, estiveram também duas presenças especiais: o En-carregado de Negócios da Embaixada da República Democrática de Timor-Leste, Dr. Antonito de Araújo e o Embaixador da Missão Permanente de Timor-Leste junto da CPLP, Dr. José Barreto Martins.

Uma festa memorável, que para além de reforçar a união entre os povos de Língua Portuguesa, marcou também o encerra-mento de mais um ano lectivo. w

UMA PONTE ChAMADA LíNGUA PORTUGUESA

músicas e coreografiasda lusofonia

Há já algum tempo que a Câmara Municipal de Castro Verde, consciente da mais-valia da cooperação regional, tem vindo a desenvolver um conjunto de parcerias com o Instituto Politécnico de Beja (IPB), onde sobressaem, a título de exemplo, a elaboração da Carta Edu-cativa do Concelho de Castro Verde, a recepção de estágios curriculares ou, mais recentemente, o início do trabalho para

elaboração da Carta Desportiva. Neste sentido e, atendendo à importân-

cia desta instituição de ensino superior para a região, a autarquia celebrou recen-temente um protocolo de cooperação recíproca com o IPB, o qual representa uma mais-valia na medida em que res-peita uma filosofia de desenvolvimento futuro, onde a inovação assente no co-nhecimento técnico-científico, potencia

o empreendedorismo na região. No âmbito deste foi ainda celebrado

um protocolo específico para desen-volvimento do projecto “em.cantos”, o qual tem como objectivos a realização de um debate subordinado ao tema “A Conservação da Biodiversidade: opor-tunidades e constrangimentos para uma gestão sustentável do Território” a realizar em Janeiro de 2010. w

autarquia e ipB celebraram protocolo

Ao longo deste ano lectivo, as crianças das Escolas do 1º Ciclo e Jardins-de-Infância do concelho dinamizaram um projecto que estudou identidades e culturas distintas. No passado dia 19 de Junho, foi apresentado ao público o culminar deste projecto num espectáculo que, ao ritmo da dança e da música, deixou fluir as diferentes formas de estar dos países da lusofonia, num misto de cor e poesia.

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O Campaniço

Aos 65 anos é tempo de aproveitar a vida, de rodear-se de aprendizagens positivas, diversificadas e estimulan-tes. De 25 a 30 de Maio, decorreu em Castro Verde, mais uma edição da iniciativa “65 sem limites: Unir para Animar”. Uma semana dedicada a actividades de carácter lúdico e que teve como meta o incremento da interacção e a diminuição do isola-mento social desta faixa etária.

Este é já o décimo ano que a ini-ciativa, promovida pela Câmara Municipal de Castro Verde, no âm-bito do Plano de Desenvolvimento Social e do Plano de Acção da Rede Social, actua no sentido de promover uma maior qualidade de vida dos mais velhos, estimulando-os física e mentalmente, contribuindo para que sejam pessoas activas e inter-ventivas.

Entre passeios, convívio, bailes, e actividade física, foram muitas as actividades que, ao longo de uma semana, preencheram o tempo livre da população sénior do concelho. Este ano, a semana começou da melhor forma, com uma visita ao Festival Internacional de Escultura Fiesa 2009, seguido de um almoço e passeio turístico por Monchique, onde puderam desfrutar do patri-mónio arquitectónico, histórico e natural desta vila algarvia. Do vasto rol de actividades, destacou-se ainda o chá dançante no salão de baile da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1º de Janeiro, espaço outrora mítico nas matinés musicais. Entre chá, bo-linhos e música ao vivo, a animação foi garantida.

No terceiro dia da iniciativa, o pas-seio fez-se por Mértola. Depois da visita turística à praia fluvial na Tapa-da Grande da Mina de S. Domingos, seguiu-se um almoço-convívio e uma visita ao museu da vila. No penúltimo dia, os participantes puderam des-frutar de um passeio entre Alcoutim e Vila Real de Santo António, numa viagem de barco pelo Guadiana. O Campaniço fez-lhes companhia e conta aqui este dia repleto de boas experiências.

A bordo do 65 sem LimitesDe Alcoutim a Vila Real deSto. António

Alcoutim. É aqui que nos espera o barco que guiará os cerca de 300 idosos numa viagem de paisagens quentes e dualistas. De um lado, Al-coutim, do outro, Sanlucar. A expe-riência começa rio abaixo. O barco prossegue lentamente neste início de passeio fluvial. Nas suas margens, recortadas por pequenas elevações e vales, encontram-se inúmeras casas isoladas e caminhos a serpentearem por entre a vegetação. Nos rostos sente-se a admiração pelo cenário envolvente. Para muitos, é só um passeio de barco. Para outros, porém, é a primeira vez que se aventuram neste meio de transporte. É o caso de Maria Odete. Tem 71 anos e diz “estar a apreciar o passeio”. Não é medrosa e para o ano promete embarcar “se a viagem se repetir”.

É hora de almoço. Enquanto se adiantam os últimos preparos, já o baile pôs a dançar uma boa parte dos participantes do Unir para Animar. O músico de serviço canta de tudo um pouco e todos parecem gostar. O

dia está agradável e a brisa vinda do rio convida a que se contemple com atenção a paisagem que vai surgindo. Não muito longe de nós, avista-se o Montinho das Laranjeiras e o seu campo arqueológico “com vestígios que remontam ao século IV”, explica o músico, interrompendo o baile. O Guadiana continua a passar ainda por Guerreiros do Rio, uma pequena aldeia piscatória que cresceu nas suas margens. Pouco depois, na margem portuguesa, surge Odeleite e a ribeira que lhe emprestou nome, com as

suas casas brancas a percorrerem a vista até ao rio.

António Paulino é de Entradas e também veio no barco. Bem-dis-posto e com um sentido de humor afinado, deixa que os olhos falem por ele. Está feliz! Gosta da paisagem, dos passeios e das moças bonitas. “Ainda me lembro do meu primeiro passeio de barco. Foi em 1966, do Barreiro para Lisboa, onde apanhei o comboio para a Suíça. Foram três dias de viagem”.

O almoço é servido. A animação

concentra-se agora nas mesas. O petisco cheira a sardinha assada e a Verão. Mas também há frango e outros grelhados. Enquanto se testa a mão do cozinheiro, o vinho sabo-reia-se na companhia do camarada do lado, ao mesmo tempo que se conversa sobre tudo um pouco. Para estes “maiores de 65” a iniciativa é uma oportunidade para o convívio e para a amizade. Muitos travam aqui novos conhecimentos. José Guerreiro Coelho é natural de Castro Verde. Tem 87 anos e uma tranquilidade na voz própria da idade. Conta que trabalhou toda a vida como motorista, na casa de uma família rica de Castro Verde. Conhece, por isso, o país de ponta a ponta. Para ele, o passeio de barco não é novidade. Já perdeu a conta às vezes que atravessou o Tejo em trabalho. Outros tempos. Agora, procura aproveitar a vida da melhor forma. Neste passeio pelo Guadiana, elogia a camaradagem e o convívio, pois a idade já não lhe permite percorrer longas distâncias no seu carro.

O almoço terminou mas o baile parece não ter fim. Prestes a chegar, percorrer o Guadiana é como tomar uma dose reforçada de calmaria, ca-paz de retemperar forças. O barco pára em Vila Real de Sto. António. Para nós, repórteres, o passeio termi-na aqui, mas continuará para estes idosos, rio abaixo, até à baía de Monte Gordo. Acenam sorridentes. Esta foi mais uma experiência positiva no decorrer desta edição do “65 sem Limites – Unir para Animar”.

A festa de encerramento aconteceu no Largo da Feira e voltou a reunir os cerca de 300 participantes da iniciativa num almoço regrado de sabores, sorrisos e boa disposição, onde teve ainda lugar uma acção de sensibilização para o pé diabético, promovida pelo Centro de Saúde de Castro Verde. A iniciativa regressará em 2010, com a certeza de que a po-pulação sénior do concelho regressará também, cheia de energia, espírito de aventura e camaradagem. w

maio/junho/julho 2009 acção social �

65 SEM LIMITES: UNIR PARA ANIMAR

uma semana diferente Foi no final do mês de Maio que os idosos do concelho participaram em mais uma edição do Unir para Animar. Uma iniciativa que ganha cada vez mais adeptos, não fosse esta um estímulo à actividade, ao convívio e à camaradagem. No final, ficou a memória de uma semana diferente, e a repetir.

De forma a dar continuidade ao projecto “Aprendizagem ConJunta”, que tem sido dinamizado nos últimos dois anos pela Junta de Freguesia de Castro Verde, surge agora um novo desafio dirigido à população sénior do concelho: a criação de uma Univer-sidade Sénior nesta localidade.

O processo ainda se encontra em fase de arranque, mas a Junta

de Freguesia de Castro Verde já reuniu com os outros parceiros - Juntas de Freguesia do concelho, Câmara Mu-nicipal e Escola Secundária - para, em conjunto, formarem uma comis-são instaladora deste projecto, da qual façam parte, pelo menos, um representante de cada uma destas entidades, ou até mesmo munícipes que se encontrem disponíveis para

levar avante este propósito.Manuela Florêncio, Presidente da

Junta de Freguesia de Castro Verde e membro desta comissão revelou ao “Campaniço” que se pretende que a Universidade Sénior inicie já a sua actividade no próximo ano lectivo, para proporcionar aos residentes no concelho, com idades superiores a 50 anos, experiências mais enriquece-

doras ao nível da aprendizagem.O investimento será de baixos

custos, dado que as despesas deste projecto serão quase exclusivamente administrativas, pois o ensino será voluntário, mas para tal, a Junta de Freguesia conta obter apoios autár-quicos.

Depois de todo o processo de instalação, serão abertas inscri-

ções à população e, posteriormente, constituídas turmas de diferentes disciplinas (como por exemplo de Inglês, Informática, Jardinagem, etc.), dependendo as matérias a leccionar da preferência dos estudantes e dos professores disponíveis para ensinar na instituição. w

UNIVERSIDADE SÉNIOR

um projecto em desenvolvimento

Passeio de barco dos participantes do unir para animar 2009

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maio/junho/julho 2009 autarquia � O Campaniço

A Ministra da Saúde deslocou-se a Castro Verde, no passado dia 10 de Julho, para a inauguração do novo Serviço de Urgência Básica, a funcionar há cerca de dois meses, no Centro de Saúde.

Ana Jorge procedeu ao descerrar da placa de inauguração oficial e, de seguida, fez uma visita pelas instalações do SUB. Posteriormente, houve espaço para as intervenções de boas-vindas do Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, Francisco Duarte e da Ministra da Saúde.

Na sua intervenção, Francisco Du-arte, deu as boas vindas a Ana Jorge, e teceu algumas críticas em relação à demora na instalação desta valência no Centro de Saúde de Castro Verde, que só passados dois anos do que era previsto, entrou em funcionamento. O autarca salientou a importância que este serviço tem para a população: “Gostaria que esta placa correspon-desse ao serviço efectivo que está subjacente a esta valência de forma a tranquilizar os nossos cidadãos de que

este é um contributo claro ao usufruto de um dos mais importantes direitos adquiridos pelo 25 de Abril. O direito à saúde”. O autarca questionou ainda Ana Jorge sobre a viatura médica de emergência, que “ainda não chegou” a Castro Verde.

Nesta passagem pelo zona do Campo Branco, Ana Jorge, falou no processo de reestruturação e de requalificação dos serviços de urgência, que se encontram em curso neste momento, admitin-do alguns atrasos na implementação destes serviços que “permitem ter um conjunto de recursos técnicos e huma-nos em funções permanentemente”. O Serviço de Urgência Básica de Castro Verde vai funcionar 24 horas por dia, com dois médicos e dois enfermeiros em permanência, para além de radio-logia e outros serviços complemen-tares de diagnóstico, e destina-se ao atendimento de situações urgentes numa lógica de proximidade com as populações. Relativamente à viatura a ministra nada adiantou.w

Após aprovação por unanimidade em reunião de Câmara, a Assembleia Municipal de Castro Verde, reunida em sessão pública extraordinária, re-alizada em S. Marcos da Atabueira, no dia 6 de Julho de 2009, aprovou por maioria, com um voto contra do vogal do Bloco de Esquerda, Adeli-no Coelho, o contrato de parceria pública entre o Estado Português e um conjunto de Municípios, que visa a implementação do Plano Es-tratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, para o período de 2007-2013 (PEA-ASAR III).

O conjunto de Municípios que engloba este contrato de parceria são os Municípios de Alcácer do Sal, Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Arraiolos, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Grândola, Mértola, Montemor-o-Novo, Moura, Odemira, Ourique, Santiago do Cacém, Serpa, Sines, Vendas Novas, Viana do Alentejo, Vidigueira e Vila Viçosa. w

AbASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

aprovada minuta de contrato de parceria pública “Após um longo período de nego-

ciação, que decorreu nos últimos dois anos, e que foi alvo de inúmeras reuniões envolvendo os interessados, foi possível estabelecer um Acordo para a celebração de um Contrato de Parceria Pública entre o Estado Português e um conjunto de Muni-cípios alentejanos.

Ainda que o interlocutor da nego-ciação tenha sido a AdP, represen-tada ao mais alto nível, o Contrato vai ser subscrito pelo Ministro do Ambiente.

Tratando-se de um processo ne-gocial, há soluções de compromisso que, sendo isso mesmo, implicam cedências de parte a parte. Consi-deramos, no entanto, que foram asseguradas as questões de prin-cípio e essenciais colocadas pelos Municípios.

Este Acordo representa um novo passo e um novo formato de coope-

ração, cuja característica principal é a sua componente pública.

Este Acordo permite associar, num propósito comum, os esforços con-juntos do Estado e dos Municípios, para intervirem na resolução dos problemas do abastecimento de água em alta no Alentejo.

Difere dos sistemas multimunicipais, na medida em que a competência não é retirada aos Municípios, base-ando-se no princípio da delegação, que cessa automaticamente, caso a entidade parceira dos Municípios saia da esfera pública.

Assim, está afastada qualquer hipótese de privatização.

Esta questão foi, aliás, um dos princípios básicos colocados pelos Municípios, no âmbito da negocia-ção.

E o Contrato visa unicamente a criação de um Sistema Integrado de Parceria Pública.

Por outro lado, favorece uma in-tervenção conjunta dos Municípios, uma vez que a sua participação na empresa a criar se faz através de uma associação de municípios, que será o interlocutor junto da empresa pública parceira do processo.

A vontade dos Municípios, embora com uma participação de apenas 49%, mantém um grande nível de responsabilidade na condução do sistema, dado o papel atribuído à Comissão da Parceria, cujas deci-sões têm de ser tomadas por maioria qualificada.

Este facto implicará sempre uma co-responsabilização de todas as partes, e afasta também a hipótese e a veleidade de um dos parceiros poder impor a vontade ao outro, em matérias julgadas essenciais, como sejam:• o projecto tarifário; • os planos de actividade;

• os planos de investimento e finan-ceiros quinquenais; • bem como os projectos de ree-quilíbrio económico-financeiro do contrato de gestão;

Para concluir, pensamos que se trata de um bom exemplo de modelo de gestão que garante a defesa da água pública, permitindo, ao mesmo tempo, a mobilização dos recursos (humanos, técnicos e financeiros) indispensáveis a uma gestão eficaz e eficiente da água, elevando os padrões de qualidade do serviço prestado, e possibilitando, ainda, que as Câma-ras Municipais possam desenvolver políticas tarifárias ao consumidor final, que traduzam preocupações sociais.”

Francisco Duarte Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde

Processo de Negociação entre municípios e a AdP – Notas sobre a versão final do Acordo

Na sequência da anterior legislação, a Câmara Municipal de Castro Verde celebrou um protocolo com o IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, I. P., que tem como ob-jectivo principal melhorar a os níveis de empregabilidade e estimular a (re) inserção no mercado de trabalho.

O respectivo protocolo enquadra-se na “INICIATIVA EMPREGO 2009”, destinada a minimizar os efeitos da crise e a relançar a economia por-tuguesa, e tem como objectivo de-senvolver um conjunto de medidas, onde sobressaem o desenvolvimen-to de um programa de estágios de

qualificação-emprego e do contrato Emprego-Inserção e contrato Em-prego-Inserção +.

Neste âmbito, a autarquia de-verá promover a celebração de 35 contratos, mais concretamente 30 contratos emprego-inserção e 5 contratos emprego-inserção +,

visando assim a integração de de-sempregados abrangidos por estas medidas em actividades e ocupações socialmente úteis e que correspondam às necessidades da comunidade; e promover a integração, no âmbito do programa “Qualificação-Emprego”, de 15 estagiários tendo em vista o

enriquecimento da sua experiência profissional e o reforço da capacitação organizacional da instituição. Actu-almente, a autarquia ultrapassou as admissões consagradas em protocolo encontrando-se a trabalhar nos seus serviços 73 pessoas. w

INICIATIVA EMPREGO 2009

município celebrou protocolo com iEfp

ana Jorge inaugurou suB de Castro verdeO Serviço de Urgência Básica (SUB) de Castro Verde foi inaugurado, no dia 10 de Julho, pela Ministra da Saúde. O Centro de Saúde conta agora com novas valências, que têm por objectivo uma maior eficiência e rapidez no atendimento de situações urgentes.

ana jorge durante a inauguração do serviço de urgência básica de Castro Verde

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maio/junho/julho 2009 autarquia � O Campaniço

Dando cumprimento ao Regula-mento Municipal para a atribuição de Medalhas de Bons Serviços Mu-nicipais, aprovado a 20 de Junho de 2007 pela Assembleia Municipal, o município de Castro Verde procedeu à entrega das mesmas, no passado dia 29 de Junho, Feriado Municipal do concelho, aos funcionários que completaram 15 e 25 anos ao serviço da autarquia.

A sessão solene teve lugar no Sa-lão Nobre dos Paços do Concelho, presidida por Francisco Duarte, Presidente da Câmara, e contou com a presença dos Vereadores e da Presidente da Assembleia Municipal. O autarca agradeceu o empenho dos trabalhadores, ao longo de todos estes anos de serviço, e frisou a importância que todos os trabalhadores têm diariamen-te, para que a autarquia consiga desempenhar em pleno todas as suas funções. w

funcionários da autarquia distinguidos Câmara Municipal de Castro Verde atribuiu Medalhas de Bons Serviços Municipais aos funcionários que completaram 15 e 25 anos de serviço.

funcionários que completaram 15 anos de serviço António Manuel Afonso Marques. António Manuel Pito Simões. Maria Fernanda Medeiro Vicente. José Manuel Benvinda Nobre (a título póstumo).funcionários que completaram 25 anos de serviço Álvaro Júlio Romano Mira. Francisco Jacinto Tomé. João Carlos Pereira Assunção. Manuel Constantino Pinto. Manuel Justo Raposo Rosa. Manuel dos Santos Marques. Maria Margarida David Simões Mariano.

projecto da Cavandela não está parado O Plano de Pormenor da Cavandela,

documento fundamental e indispensá-vel para o avanço do Empreendimento Turístico da Cavandela, entrou em fase de concertação entre a Câmara Muni-cipal de Castro Verde e a Autoridade Florestal Nacional. Está assim aberta a porta para que, em breve, se inicie o processo de discussão pública e a subsequente apreciação e votação em Assembleia Municipal. Esta é, sem sombra de dúvida, uma informação que decorre após a realização da 2ª Conferência de Serviços, sobre a égide da CCDR Alentejo, realizada no pas-sado dia 28 de Junho. A notícia que agora damos, vem contrariar todo o extenso noticiário que tem corrido sobre a “morte” do projecto turístico que, desde a primeira hora, a Câmara Municipal de Castro Verde tem apoiado, numa perspectiva clara de cimentar e diversificar o tecido económico do concelho de Castro Verde.

Importa, naturalmente, fazer aqui uma pequena resenha histórica do último ano de todo este processo que, apesar da crise financeira que tem afec-tado a maioria dos projectos turísticos em Portugal, não nos parece que tenha afectado de uma forma irreversível o Projecto da Cavandela.

Após a apresentação do Plano de Pormenor da Cavandela, este foi ob-jecto da 1ª Conferência de Serviços em 23 de Outubro de 2008 (reunião que junta à mesma mesa todas as en-tidades envolvidas na emissão dos pareceres necessários para que o plano seja aprovado e o empreendimento se possa iniciar efectivamente). Na altura, o PP da Cavandela mereceu

reparos de três entidades: Turismo de Portugal, EDP e Autoridade Florestal Nacional. Perante as questões técnicas que estas entidades levantaram, e que não permitiam o natural desenlace do processo sem estarem resolvidas, e no preciso momento em que em todo o mundo deflagrava a “dita” crise financeira e económica, o promotor levantou algumas reticências em dar corpo à sua continuidade. A posição da Câmara Municipal foi, de uma forma clara, chamar a atenção para a neces-sidade de, independentemente dos

problemas técnicos e burocráticos evidenciados, que estes deveriam ser ponderados para salvaguardar os investimentos até aí efectuados e, acima de tudo, para dar continuidade ao projecto. Ao longo de um mês foram grandes as nossas insistências junto do investidor, insistências essas que deram os frutos desejados. A equipa técnica do Plano de Pormenor da Ca-vandela efectua as compatibilidades exigidas e entrega-as às entidades que haviam efectuado algumas reservas ao PP tal qual se encontrava.

No passado dia 28 de Junho realiza-se então a 2ª Conferência de Serviços (onde o Município de Castro Verde, a convite, participou como observador), reunião essa onde a EDP e o Turismo Portugal dão então parecer favorável ao PP da Cavandela. Assinale-se que esta decisão do Turismo de Portugal é, na nossa opinião, importantíssima, dada a especificidade do empreendi-mento na área turística. A Autoridade Florestal Nacional mantém algumas reservas, mas que serão agora objecto de discussão mais pormenorizada com

a equipa técnica do PP e a Câmara Municipal de Castro Verde.

Sem que a autarquia possa garantir a concretização do empreendimento no terreno, por se tratar de uma ini-ciativa privada, o mesmo continua a representar uma das alternativas importantes na perspectiva da diver-sificação da base económica local e importa referir que entendemos que, no plano técnico, o Plano de Pormenor da Cavandela nos merece credibilidade e apresenta níveis de qualidade raros em projectos deste tipo. w

Tendo em conta as obras de requa-lificação que a Estrada Nacional 123, que liga Castro Verde a Mértola, tem vindo a sofrer, um grupo de utentes desta via, residentes na localidade dos Geraldos, lançou um abaixo-assinado, de forma a manifestar o seu descontentamento em relação ao cruzamento que dá acesso à lo-calidade.

Num abaixo-assinado dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, que conta já com cerca de 70 assinaturas, este grupo de pes-soas reclama a correcção do troço de estrada, alegando que este tem pouca visibilidade e falta de espaço para os veículos de maiores dimensões procederem às manobras necessárias

em segurança.Os assinantes frisam ainda nes-

te documento, que o cruzamento representa um grande risco para a segurança de todos os utentes que todos os dias circulam nesta via, e que este, num futuro próximo, re-presentará mais um ponto negro na já elevada sinistralidade do conce-lho. A Câmara Municipal de Castro Verde subscreve as preocupações dos municípes tendo remetido o referido abaixo-assinado e, a sua própria posição sobre o assunto, às entidades competentes. Também a Assembleia Municipal, reunida em sessão ordinária do dia ... de Julho, manifestou a sua preocupação face a esta situação w

Empreedimento turístico da Cavandela

utentes da En 123 lançam abaixo-assinado

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O Campaniçomaio/junho/julho 2009 local �

Com o objectivo de continuar a proporcionar aos consumidores a possibilidade de adquirirem produtos alimentares de elevada qualidade, produzidos no Baixo Alentejo, e de marca certificada, as Cooperativas de Consumo Popular Castrense (Castro Verde) e Proletário Alentejano (Beja), em colaboração com o Agrupamento de Produtores Pecuários de Castro Verde promoveram, de 23 a 30 de Junho, a “Semana da Carne do Campo Branco”, colocando à venda nas suas lojas carne de bovino e ovino, cria-dos nas produções daquela região. Ana Almeida, do Agrupamento de Carnes do Campo Branco, entidade promotora da iniciativa, revelou ao “Campaniço” que a ideia de levar avante esta campanha surgiu no seguimento de uma reunião das Cooperativas Portuguesas que de-

correu em Castro Verde, no novo Parque Multiusos da Associação de Agricultores do Campo Branco. O agrupamento fez a proposta às

Cooperativas, e as de Castro Verde e de Beja aceitaram o desafio.

Era também objectivo do Agrupa-mento de Carnes do Campo Branco

envolver nesta acção os restaurantes locais, mas tal acabou por não acon-tecer. Ana Almeida lamenta a falta de interesse e disponibilidade por parte dos restaurantes, que talvez pelos preços praticados, que são um pouco mais elevados, não chegaram a aderir à iniciativa.

A aposta da campanha foi dar a conhecer a carne produzida na região e aumentar o seu consumo, pois “aqui não se valoriza tanto a qualidade da carne. Este tipo de carne sabe-se que é de boa quali-dade e onde são criados os animais e qual a sua alimentação e local de engorda”.

As carnes promovidas ao longo desta semana foram as de ovino, criado na região de Ourique e de bovino, nomeadamente novilho, da zona de Castro Verde. De cruzamen-

tos de raça Charolesa e Limousine, raças estas que apresentam animais com características propícias para, darem origem a peças bastante sa-borosas. A qualidade da carne deriva da alimentação que é guarnecida aos animais. O feno, a palha e as farinhas feitas a partir de cereais cultivados na zona do Campo Branco, são os principais motivos para as particu-laridades deste tipo de carne.

O balanço da “Semana da Carne do Campo Branco é bastante positivo. “A adesão por parte do público a esta iniciativa, foi bastante boa. A carne de borrego teve bastante saída. A de novilho não saiu tanto, talvez devido ao facto de aqui na região não haver grande hábito de consumir carne de vaca. Mas mesmo assim conseguiu-se um aumento do consumo”, disse Ana Almeida. w

SEMANA DA CARNE DO CAMPO bRANCO

Carnes da região em destaque Entre os dias 23 e 30 de Junho, o Agrupamento de Carnes do Campo Branco levou a cabo a “Semana da Carne do Campo Branco. Uma iniciativa que pretendeu dar a conhecer a qualidade da carne produzida na região.

bovinos do Campo branco

LPN–ANTóNIO FOLGADO

As terras de Castro Verde presenteiam o viajante com um olhar esplendoroso pela imensa planície do sul do Alentejo. Um rendilhado de cores preenche o mais pequeno recanto nas paletas de Primavera que brindam as gordas pastagens doutros tempos da transumância de gados. É aqui o coração do Campo Branco, onde a memória e a tradição oferecem uma especificidade sócio-cultural única, marcada por um diálogo fascinante entre a história e a Natureza.

Descubra Castro Verde!Informações no Posto de TurismoTelefone 286 328 [email protected]

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SANDRA POLICARPO

Qual o seu conceito de escola?A escola é um espaço de instrução,

educação e formação que prepara as crianças e os jovens para ocuparem o seu lugar na sociedade, promovendo a sua integração plena numa pers-pectiva de realização pessoal. Nesta medida, o currículo escolar deve as-sumir um cariz multidimensional, abrangendo domínios tão alargados como o cultural, o social, o ético e o religioso. Quais as competências atribuídas ao Director de acordo com a nova legislação?

As competências do Director estão definidas no Decreto-Lei 75/2008 de 22 de Abril, nas vertentes pedagógica, cultural, administrativa, financeira e patrimonial. Saliento, a título de exemplo, a elaboração do projecto de orçamento, atendendo às linhas orientadoras definidas pelo conse-lho geral; a distribuição do serviço docente e não docente; a selecção e recrutamento do pessoal docente; a elaboração da avaliação de desem-penho do pessoal não docente e representar a escola.Fale-me de todo este processo, da candidatura à sua eleição?

A minha candidatura surgiu da vontade de exercer um cargo para o qual acumulei alguma experiência, dando assim um contributo para a escola onde fui docente durante duas décadas. Elaborei um projecto de in-tervenção onde organizei as minhas ideias sobre o caminho que esta escola deve percorrer, a forma com que ela se deve preparar para os novos desafios e o papel que ela deve assumir perante a comunidade que serve. Submeti o meu projecto à apreciação e votação do Conselho Geral Transitório e fui eleito Director.Considera que uma boa liderança constitui uma característica basilar para a promoção da eficácia e da eficiência da escola?

Sim, considero. Mas há lideranças e lideranças. Para mim um líder é aquele que conquista a confiança e o respeito de todos e consegue mobilizar todos em torno do seu projecto. Um director tem de ser capaz de criar condições para que as lideranças intermédias assumam as suas competências e sejam eficazes. O poder de decisão tem de ser partilhado, descentrali-zado, numa lógica de envolvimento e responsabilização de todos pelo rumo da escola. Os intervenientes devem ter as suas responsabilidades bem definidas e deve haver espaço para a crítica construtiva e liberdade de opinião. Encara o assumir destas funções como mais um desafio no seu percurso enquanto professor?

Um desafio que encaro com muita coragem, determinação e esperança. Este projecto faz parte do meu pro-jecto de vida e tenciono dedicar-lhe o melhor que eu souber fazer, contan-do, como é óbvio, com a dedicação, profissionalismo e competência de todos os que trabalham na escola.Qual a realidade educativa actual e quais as problemáticas inerentes a este cenário?

A realidade educativa actual é bastante complexa. A escola é um agente educativo ao qual são exigidas grandes responsabilidades. Inserida numa sociedade em intensa mutação, a escola tem que adaptar-se a rea-lidades, em termos de necessidade educativas, muito diversas e dinâmi-cas. As problemáticas económicas, sociais e políticas de um país (e do mundo) têm uma forte repercussão na escola e manifestam-se através de situações como a indisciplina, o insucesso e abandono escolares.Quais as prioridades e os grandes desafios ao nível do projecto educativo a desenvolver no ano lectivo 2009/2010?

A prioridade de fundo é o com-bate ao insucesso escolar. Mas há outras, como o aumento do número de alunos inscritos, com o objectivo de alargar a oferta formativa, uma vez que, para abrirmos um curso ou uma disciplina de opção é-nos exigido um número mínimo de alunos. Muitos dos alunos que não encontram resposta formativa na nossa escola, acabam por enveredar por centros de formação e escola profissionais.Que metodologias foram definidas para as alcançar?

O insucesso escolar é uma proble-mática que tem na sua origem uma

multiplicidade de factores: factores sociais, familiares, etc, que a escola tem muita dificuldade em controlar. No entanto, há um campo onde escola pode actuar. Neste campo estão a abertura do leque da oferta formativa, uma vez que é crucial respeitar as aptidões de cada aluno; a melhoria do ensino prestado pelos docentes, o que implica a diversificação e ade-quação de técnicas de ensino e ava-liação, a implementação de apoios educativos, etc.Como encara a abertura da escola à comunidade não escolar de acordo com a nova legislação? De que forma pode a escola beneficiar desta participação?

Com muito agrado. Aliás sempre me debati pela necessidade da escola abrir as portas à comunidade e esta politica não se pode esgotar no Con-selho Geral que, para além de aprovar as regras fundamentais de funciona-mento da escola, elege o Director. A escola não se pode fechar sobre si mesma, porque tem que responder às necessidade educativas da comu-nidade, e para que esta resposta seja a adequada, tem de ouvi-la e contar com ela como parceira, porque o que está em causa é um bem de todos - a educação das nosso filhos. Relativamente ao universo escolar, é visível uma redução do número de alunos nos últimos anos. O que tem motivado este decréscimo?

As causas deste decréscimo estão ligadas à evolução da população e, em certa medida, à procura, por par-te dos alunos com menor sucesso escolar, de cursos alternativos ofe-recidos pelas escolas profissionais e formação do IEFP. Que soluções aponta no sentido

de minimizar os efeitos resultantes desta diminuição da população escolar, nomeadamente no que concerne à oferta curricular e constituição de turmas?

A escola tem apostado muito na diversificação curricular, não só em termos da criação de mais cursos do ensino regular, como também na criação de cursos de dupla certifi-cação, como por exemplo, os cursos CEF, Profissionais e EFA. Mas há um constrangimento que é bastante di-fícil de ultrapassar: o limite mínimo de alunos que nos é imposto para abrirmos esses cursos. Num período de crise económica, onde se torna ainda mais imperioso a contenção da despesa pública, a tolerância do Ministério de Educação à abertu-ra de cursos que não cumpram as exigências em termos de número de inscrições é ainda menor, o que é muito compreensível. Portanto, a solução passa por pôr em prática, a par de um sistema eficiente de orien-tação educacional, campanhas de divulgação e esclarecimento sobre a oferta formativa da escola, de for-ma a conseguirmos uma correcta distribuição dos alunos em função das suas aptidões. Quais os níveis de abandono escolar neste nível de ensino?

Na nossa escola são praticamente inexistentes, muito graças ao excelente trabalho levado a cabo pelos Directores de Turma que, muitas vezes, vão além do que a sua função exige. Desde 2001/02 que se tem verificado um aumento da estabilidade do corpo docente. Para além de constituir uma mais-valia ao nível do desenvolvimento de boas práticas pedagógicas e de diversos projectos e actividades, que outras vantagens podem advir deste panorama?

A principal vantagem da estabilida-de do corpo docente foi enunciada na questão: a continuidade pedagógica. A continuidade pedagógica reves-te-se de uma importância crucial, porque o trabalho educativo, para ter consequências efectivas, exige tempo e dedicação. É um processo gradual, resultante da acumulação de pequenas conquistas, o que é muito difícil se tivermos professores colo-cados por um ano. Relativamente às actividades extracurriculares qual a oferta para o novo ano que arrancará em breve?

Encaro as actividades extracurri-culares como um dos principais con-tributos para a criação da identidade de uma escola. Quero apostar com força na criação de clubes e outras formas de enriquecimento curricu-lar, como as parcerias com entidades culturais da comunidade não escolar.

De momento, a funcionar em pleno, destaco o Clube Jovem, que tem orga-nizado iniciativas muito importantes na área da educação sexual, educação para a saúde e educação ambiental, o Desporto Escolar e projectos de qualidade inexcedível, levados a cabo pela Biblioteca Escolar, dos quais posso destacar o festival 100cenas, de projecção nacional, “O Pégaso de Alexandreina”, uma longa-metragem elogiada por alguns peritos em cinema e “O Palavras Viajantes”. Sendo a escola uma instituição formadora e educadora, de que modo pode esta favorecer a participação activa dos alunos nos diferentes órgãos e iniciativas?

Os alunos têm assento no Conselho Pedagógico e no Conselho Geral, com direito a voto. Têm a possibilidade de organizar as suas próprias actividades através da Associação de Estudantes, são convocados, através do delega-do de turma, para os Conselhos de Turma não avaliativos, e têm um conjunto de direitos consagrados no Regulamento Interno que visam uma participação activa nas políticas educativas da escola. Qual o papel da família na escola? De que forma é possível potenciar a sua participação neste contexto?

A família tem um papel crucial na vida da escola. Uma família atenta e empenhada na educação e formação dos seus jovens é meio caminho andado para o sucesso escolar. A família, através dos Encarregados de Educação, está representada nos órgãos de adminis-tração e gestão da escola, em concreto nos Conselhos Pedagógico e Geral, e é convocada para os Conselhos de Turma não avaliativos, e pode organizar-se na forma de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação, o que ainda não aconteceu na nossa escola. Vou também empenhar-me para que seja possível a criação da Associação de Pais da nossa escola. Qual a importância que atribui à participação da comunidade envolvente na gestão do meio escolar?

Toda a importância. A educação das crianças e jovens não é apenas uma competência da escola. Há ou-tras entidades que concorrem para o mesmo objectivo e a escola tem que aproveitar os recursos (e vice-versa) dessas entidades para que, no âmbito de parcerias e protocolos, seja possível enriquecer o seu currículo e colocar à disposição dos alunos experiências educativas que podem revelar-se muito gratificantes. w

maio/junho/julho 2009 entrevista � O Campaniço

AUGUSTO CANDEIAS

É prioritário combater o insucesso escolar

augusto Candeias, actual director da Escola secundária de Castro Verde

tendo presente o novo regime de autonomia e gestão das escolas aprovado em fevereiro de 2008 pelo Conselho de ministros, tomou posse, no passado dia 24 de Junho, a nova direcção da Escola secundária de Castro verde, agora representada por augusto Candeias, docente há duas décadas nesta instituição. José nunes (subdirector)

e raquel Gomes (adjunta) compõem o restante corpo executivo.

a nova lei visa reforçar a participação das famílias e das comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino, fortalecendo deste modo a autonomia das escolas.

Em entrevista ao Campaniço, augusto Candeias centra a sua acção numa escola inovadora, como espaço de formação, com o alargamento da oferta formativa e o combate ao insucesso escolar na linha da frente das prioridades. um desafio de quatro anos que encara com determinação.

Na próxima edição, o Campaniço entrevista o novo director do Agrupamento de Escolas EB 2,3 Dr. António Francisco Colaço.

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O Campaniço

CARLOS JúLIO

Barreiro, Seixal, Almada, Moita ou Alcochete são concelhos onde ainda hoje os alentejanos, e os seus descen-dentes, têm um grande peso. Foram eles, aliás, os grandes obreiros do surto de industrialização do Barreiro, do Seixal e do Montijo durante todo o século passado. Ali se instalaram as grandes fábricas e as grandes indús-trias. Ali tiveram força os movimentos políticos e sociais contra o fascismo. Ali, Portugal iniciou a transforma-ção do país rural e atrasado no país moderno e industrializado. Muito deste crescimento foi motivado pelo esforço de milhares de alentejanos que consigo não trouxeram apenas a força de trabalho, mas também a sua cultura e maneira de estar na vida. Elementos que moldaram profundamente estes concelhos na margem sul do Tejo, onde ainda hoje se respira, aprecia e convive com uma atmosfera que, em muitos casos, parece ter sido transposta a papel químico dos campos do sul.

O último grande movimento mi-gratório do Alentejo para a margem sul do Tejo deu-se na década de 60, quando a mecanização da agricultura deixou muitos trabalhadores agríco-las sem ocupação. Rapidamente se viram transformados em serralheiros, electricistas, pintores ou mecânicos na Lisnave, na Setenave, na CUF ou na Siderurgia, num movimento que desertificou centenas de aldeias e vilas de todo o Alentejo. Nos tempos livres, os homens juntavam-se nas tabernas, como antes o faziam nas suas aldeias, à volta de um petis-co e com o cante a brilhar-lhes na voz. Daqui até ao aparecimento de Colectividades – muitas também à imagem das que existiam no Alentejo - foi apenas um passo. E por toda a margem sul floresceram Sociedades Recreativas (algumas construídas de raíz, outras vivificadas com o san-gue novo destes novos migrantes), Bandas Filarmónicas, grupos corais e bibliotecas. Espaços onde, ao fim da tarde, se discutia a preservação dos valores culturais que molda-ram a identidade destes homens e mulheres.

“Os Alentejanos” da Baixa da Banheira

Hoje grande parte destas Colec-

tividades ainda resiste e desem-penha o seu papel. Uma das mais conhecidas é “Os Alentejanos” da Baixa da Banheira, no concelho da Moita. Fundada em Novembro de 1960, a Sociedade Recreativa e Cultural União Alentejana organiza todos os anos uma Semana Cultural Alentejana – este ano a XXIX edição foi dedicada ao Concelho de Castro Verde – e entre os seus cerca de 700 associados são vários os naturais de Castro Verde, sobretudo, dos Aiva-dos. Júlio Pinto nasceu no concelho de Beja, na Salvada, mas há muitos anos que está na zona da Grande Lisboa. É segundo secretário da Assembleia Geral da “União Alen-tejana” e nosso guia nesta visita a uma colectividade que está em pleno trabalho de rejuvenescimento com a construção de uma nova sede so-cial. “A nossa Sociedade foi fundada em 12 de Novembro de 1960. Faz 39 anos em Novembro. Foi criada por um punhado de pessoas que residiam aqui na Baixa da Banhei-ra e no Barreiro, que trabalhavam na CUF e alguns na Siderurgia. Aos fins-de-semana juntavam-se numa taberna para petiscarem e cantarem à alentejana. Criaram nessa altura um grupo coral e fundaram também “Os Alentejanos”. Não fazemos qual-quer restrição à entrada de sócios por serem desta ou daquela região, mas foi uma coisa que ficou e ainda hoje muitos, quase todos os sócios, são alentejanos ou descendentes de alentejanos, embora tenhamos

sócios de outras regiões, do Norte ao Algarve”.

Petiscos, cartas, dominó e bailes

Os petiscos de fim de tarde con-tinuam a atrair muitos sócios, bem como os jogos de cartas ou o domi-nó. Ao sábado há sempre baile para animar e servir de elo de convívio. Já houve alturas em que havia ou-tras actividades. “Neste momento só temos o grupo musical. Tivemos um grupo coral. Esperamos que com as novas instalações possamos ter mais actividades”, diz Júlio Pinto, esclarecendo que “as instalações an-tigas já vêm dos anos 60, da altura da criação da Sociedade e precisavam de uma remodelação muito grande. Por isso decidimos fazer um pro-jecto e iniciar a construção de uma nova sede social, numa espécie de quintal junto às antigas instalações, num edifício novo. Com as novas instalações podemos ter aqui novas actividades. Vamos fazer uma sala de jogos (bilhar, etc.) e criar actividades para que a juventude venha para junto de nós”. Até ao momento, e apesar da crise que afecta em muitas terras o movimento associativo, “Os Alentejanos” não têm encontrado dificuldade na renovação dos cor-pos directivos ou na dinamização das actividades. Um dos casos mais evidentes é o da realização das Se-manas Culturais. Júlio Pinto é um dos dirigentes a quem é, por norma,

delegada a organização destas Se-manas. “Temos corrido os concelhos quase todos do Alentejo. Apenas em duas vezes é que saímos da lógica dos concelhos. Numa dessas vezes homenageámos a Casa do Alentejo. Noutra, o Dr. Vítor Paquete. Não te-mos preferência entre o Alto e o Baixo Alentejo. É sempre Alentejo e temos cá tido todos os concelhos”.

Aivadenses na Baixa daBanheira

Todos reconhecem que estas se-manas são sempre um momento alto na vida da colectividade. A semana deste ano “correu muito bem e com grande participação” e teve na sua origem alguns naturais dos Aivados, sócios da “União Alentejana” e que todos os anos organizam um almoço-convívio nos Aivados. O 5º reencontro de Aivadenses vai ter lugar nos dias 8 e 9 de Agosto. A primeira vez em que estes encontros se realizaram foi em 1991 na Baixa da Banheira, onde se juntaram cerca de 300 Aiva-denses. Ficou então decidido realizar os encontros nos Aivados, mas há sete anos que, por diversos motivos, estes não se realizam. Espera-se, por isso, uma afluência muito grande no encontro deste ano, marcado para o Centro de Convívio dos Aivados. “Foi durante a organização desse encontro que alguns sócios se reu-niram com o presidente da Câmara de Castro Verde e lançaram a ideia de se organizar esta Semana Cultural

dedicada a Castro Verde. Expuseram o assunto à direcção que concordou e fez-se uma reunião em Castro Verde onde as coisas ficaram acertadas. O acompanhamento depois foi feito pelo Dr. Miguel Rego” salienta Jú-lio Pinto, referindo que as Semanas Culturais são “ das iniciativas mais importantes organizadas no concelho. É o próprio presidente da Câmara do Montijo que o diz. “Todos os os anos trazemos até ao concelho muitas pessoas de fora, que moram em toda a área da grande Lisboa”.

XXIX Semana Culturaldedicada ao concelho de Castro Verde

E se há momento alto, esse é o do desfile dos grupos. O cante enche sempre as ruas da Baixa da Banheira. “Abrimos este ano a Semana com a Banda da Sociedade Filarmónica de Castro Verde e havia muitas pessoas na rua. No encerramento é sempre uma festa. Este ano tivemos oito gru-pos corais e dois musicais, e as ruas por onde os grupos desfilam têm sempre muita gente e junto ao palco também”. A Semana decorreu entre 6 e 13 de Junho e logo no primeiro dia foi Inaugurada uma exposição intitulada “Coisas de Castro Verde” (produtos locais, pintura, artesanato, publicações), a que se seguiu um almoço e a apresentação do filme “Castro Verde – Terra de Futuro”. No dia 8 de Junho teve lugar a pro-jecção de um documentário sobre a avifauna no concelho de Castro Verde e outros filmes de animação de alunos das escolas do concelho. Dia 11 de Junho foi a vez das Violas Campaniças actuarem. E no dia 13 de Junho houve animação com os Grupos Corais “As Camponesas” e “Os Ganhões” de Castro Verde.

A crise e o desempregoafectam as colectividades

SOCIEDADE RECREATIVA E CULTURAL UNIãO ALENTEjANA DA bAIxA DA bANhEIRA

o cante foi o traço de união que deu vidaaos “alentejanos”A margem sul do Tejo, na área da Grande Lisboa, sempre foi a porta de entrada e saída para quem habita o Alentejo. Milhares de alentejanos, durante décadas, apanharam o comboio ou a camioneta e deixaram para trás, com os olhos rasos de lágrimas, a terra que os viu nascer.

sede da sociedade recreativa e Cultural união alentejana

júlio Pinto

maio/junho/julho 2009 reportagem �

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O Campaniço

SOCIEDADE RECREATIVA E CULTURAL UNIãO ALENTEjANA DA bAIxA DA bANhEIRA

o cante foi o traço de união que deu vidaaos “alentejanos” A crise e o desemprego estão tam-

bém a afectar toda esta zona. Júlio Pinto já sente os efeitos da crise: está desempregado e vê a situação muito difícil. “Neste momento está a viver-se aqui uma situação de crise muito grande nesta zona do Barreiro, do Seixal e de Almada. Havia aqui a Siderurgia que tinha um contingente enorme de trabalhadores. A Lisnave tinha um peso enorme. Havia a CP e a CUF, que foi a empresa em que eu trabalhei e de onde fui despedi-do há pouco tempo, e que tinha à volta de 3 mil trabalhadores. Tudo isto tem vindo a acabar, as empresas têm vindo a ser desactivadas. Foi criado há algum tempo um Parque Industrial aqui no Barreiro que terá apenas mil e poucos trabalhadores. São apenas micro-empresas. Mas esta situação de desemprego está a agravar-se cada vez mais ora com o fecho de empresas, ora com a redução do número de trabalhadores. Tudo isto afecta a vida e o dia-a-dia das colectividades. Aliás, a crise está tam-bém a fazer com que muitos jovens e alguns desempregados regressem ao Alentejo e à terra dos pais à procura de novas oportunidades.”

Mas regressemos aos petiscos. Aqui tudo o que se bebe e come é à moda do Alentejo. Produtos da região ou feitos à moda do Alentejo, dos caracóis, à carne assada ou ao que for. O próprio Grupo Musical quase só toca músicas do Alentejo e traz o nome consigo: “Vozes da Planície”. Apesar da proximidade ao Alentejo

há muitos alentejanos que nunca mais voltaram à sua terra natal. Para esses, as Semanas Culturais são um valor acrescido. “Embora estejamos perto, há pessoas que nunca mais regressaram às suas terras, que nun-ca mais visitaram a terra de onde abalaram e que não têm ideia do desenvolvimento dos últimos anos. Por isso é tão importante esta Sema-na Cultural dedicada aos diversos concelhos alentejanos. Costumamos pedir que tragam exposições e ar-tigos desses concelhos para que as pessoas, embora não indo às suas terras, possam recordar e conhecer o que está a ser feito nas terras onde

nasceram”.Para além da Semana Cultural, o

calendário dos “Alentejanos” é mar-cado também por outros momentos importantes. “Comemoramos todos os anos o 25 de Abril, a seguir realizam a Semana Alentejana, depois temos o aniversário do Grupo Musical, que é em Setembro e em Novembro temos o aniversário da colectividade. São os nossos momentos altos”, diz Júlio Pinto. Pergunto-lhe como é que os mais novos, os filhos de alentejanos já nascidos ali, olham para a terra dos pais. “Ainda há uma grande ligação. Há muitos jovens, já aqui nascidos, que vão habitualmente à terra dos

pais, sobretudo quando eles ainda lá têm casas ou rendimentos prove-nientes de herança. Por outro lado, agora com a situação de desemprego há muitos jovens que regressam às terras de origem. Há também mui-tos pais, que depois de uma vida de trabalho se reformam e voltam para as suas aldeias e vilas, onde estão melhor do que aqui no Barreiro, e os filhos vão lá regularmente”.

1ª fase da nova sededeve ser inaugurada em Novembro

“Aqui na Baixa da Banheira os

oriundos do Alentejo e seus des-cendentes ainda constituem a maioria da população e tornou-se hábito todos dizerem, quando cá vêm, “olha vamos beber um copo aos Alentejanos”. O nome ficou e é assim que a sociedade ainda é co-nhecida!”, conta Júlio Pinto que, com a visita terminar e já em fim de conversa, revela que a direcção da Sociedade Recreativa e Cultural União Alentejana espera inaugurar a primeira fase das novas instalações (o rés do chão, onde vai funcionar o novo bar) em Novembro, quando a Colectividade comemorar o seu 39º aniversário. A outra fase só mais tarde, talvez só em finais de 2010. E explica porquê: “tudo isto está a ser feito com mão-de-obra gratuita e até com material oferecido. O Estado, através do Programa de Desenvolvimento Regional apenas comparticipou com 70 mil euros. A Câmara e a Junta de Freguesia também ajudaram mas o resto tem sido conseguido com pedidos de material que fizemos a alguns construtores civis e a mão-de-obra tem sido a dos sócios que têm dado uma grande ajuda na construção desta nova sede”. Um esforço solidário e empenhado destes alentejanos da Baixa da Banheira. É como no cante. Quando lhes dá para cantarem, cantam todos, com vozes diferentes, mas como se can-tassem apenas a uma só voz. É isto, talvez, o que mais os diferencia. A capacidade de juntarem forças sem perderem a identidade. w

De 6 a 13 de Junho decorreu na Baixa da Banheira a XXIX Semana Cultural, este ano dedicada ao concelho de Castro Ver-de. Foi também nestes dias, de encontro e confraternização, que se promoveu o concurso de quadras populares tendo como mote “Castro Verde”. Lourival Guerreiro (1º prémio), Jacinto Guerrei-ro (2º prémio) e Adalberto Carrilho (3º prémio) foram os grandes vencedores, premiados com uma estadia nas uni-dades hoteleiras de Castro Verde. Nesta edição do Campaniço, publicamos as três quadras seleccionadas. Parabéns aos vencedores!

1º Prémio

Quadras dedicadas a Castro Verde

Ó rosa branca do CampoBranco onde o verde se atiçaTu és a rosa que eu cantoMinha rosa campaniça.

Vai um dia a Castro Verde

Terra de moças formosas,Onde o coração se perdeE as fontes cheiram a rosas.

Castro Verde, campo em florTão alto o cante levantaTeu cantar é por amorNão deixes morrer quem canta.

Lourival Guerreiro–Baixa da Banheira

2º Prémio

MoteCastro Verde tem AivadosAivados a mim me temSão amores entrelaçadosCom outros amores também. IAivados tem por freguesiaCastro Verde que é concelhoVim de lá ainda fedelhoSem noção do que faziaMas cedo saudades teriaDos locais por mim amadosTodos eles namorados

Desse amor que nos enleiaNum atilho sem ser peiaCastro Verde tem Aivados. IIJá dei comigo a pensarO que teria sido euSe ficasse nesse chão teuPara me poder sustentarEu ponho-me a enunciarSe o trabalho nos faz bemNunca dono de ninguémTalvez ganhão ou pastorPara dizer com mais calorAivados a mim me tem. IIITenho saudades do trigoDa cevada, do centeioDa ribeira onde no meioÍamos molhar o umbigoFoi de certeza castigoPor deixar amarguradosPardais à solta frustradosA correr pla estrada foraDizendo não te vás emboraSão amores entrelaçados. IV

Às vezes choro, outras cantoMisturando riso com dorPrenúncio que o meu amorSe dá a ti tanto, tantoNão quero senha nem santoNa vida perde quem tem Eu não sou mais que ninguémMas nesta forma de sentirPara onde eu for hás-de tu irCom outros amores também.

Jacinto Guerreiro–Baixa da Banheira

3º Prémio

E se fores ao AlentejoFaz-nos um grande favorVisita lá Castro VerdeE traz-nos o seu calor.

Pessoas alegres e contentesEm Castro Verde eu viEmbrulhei-me no seu calorJamais sei o que senti.

Adalberto Carrilho–Baixa da Banheira

maio/junho/julho 2009 reportagem �

Futuras instalações da sociedade recreativa e Cultural união alentejana

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O Campaniço maio/junho/julho 2009 protecção civil 10

À semelhança de anos anteriores, a Câmara Municipal de Castro Ver-de aderiu ao Programa Voluntaria-do Jovem para as Florestas 2009, do Instituto Português da Juventude, no âmbito do qual promove o projecto Castro Verde + Verde, adaptando as-sim o programa nacional à realidade concelhia.

Tendo como objectivos incen-tivar a participação dos jovens no grande desafio que é a preservação da natureza e da floresta através de acções de prevenção e sensibilização, o projecto decorre de 15 de Julho a 31 de Agosto, uma época susceptível ao flagelo dos incêndios.

As áreas de actividade passam pela consciencialização das populações para o risco de incêndio, pela vigi-lância fixa, limpeza do lixo das áreas florestais e dos perímetros urbanos, garantindo assim uma menor proba-

bilidade de ocorrência de incêndios e, por fim, a participação nos trabalhos de inventariação de necessidades de intervenção em termos de limpeza e registo de ocorrências. O projec-to tem ainda como intuito fomentar

o espírito solidário entre os jovens, desenvolver a consciência cívica na preservação e conservação da Na-tureza, e ocupar, de forma salutar, os tempos livres destes jovens em período de férias. w

CASTRO VERDE + VERDE

voluntários pela naturezaPreservar os espaços verdes e consciencializar a população para a necessidade de preservação das florestas é o grande objectivo do projecto Castro Verde + Verde, promovido pela autarquia no âmbito do Programa Voluntariado Jovem para as Florestas 2009.

Comunicar às autoridades competentes a pre-sença de pessoas ou viaturas com comporta-mentos suspeitos nas áreas florestais.

Identificar situações de risco de incêndio (queimadas, lixeiras, insuficiência de silvicultu-ra etc..).

Realização de práticas silvícolas.

A realização de queimadas só é permitida após licenciamento da Câmara Municipal.

As queimadas são consideradas uso de fogo intencional se não existir o acompanhamento técnico adequado para a efectuar.

Em todos os espaços rurais, durante o pe-ríodo crítico, a utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, está sujeita a autorização prévia da respectiva Câmara Municipal.

É obrigatório durante o período crítico que os tractores, as máquinas e os veículos de trans-porte pesados, sejam dotados de dispositivos de retenção de faíscas ou faúlhas e de dispo-sitivos tapa-chamas.

Que os tractores, máquinas e veículos pesa-dos a utilizar estejam equipados com um ou dois extintores de 6 kg, consoante esta seja inferior ou superior a 10000 kg.

Em todos os espaços rurais e florestais durante o período crítico, não é permitido:

Realizar fogueiras para recreio ou lazer e para confecção de alimentos, bem como utilizar equipamentos de queima e de combustão destinados à iluminação ou à confecção de alimentos, excepto em locais expressamente previstos para o efeito.

Queimar matos cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração;

O lançamento de balões com mecha acesa e de quaisquer tipos de foguetes.

Fumar ou fazer lume no seu interior ou nas vias que os delimitam ou os atravessam.

O Período Crítico é uma época do ano du-rante o qual se vigoram medidas e acções especiais de prevenção contra Incêndios Flo-restais, por força de circunstâncias meteoro-lógicas excepcionais, que está normalmente definido entre 15 de Maio e 30 de Setembro.

Portugal sem fogos depende de todosMedidas preventivas que reduzem os incêndios florestais

O Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil e o Plano Operacional Municipal 2009 foram aprovados no passado dia 25 de Junho, após reu-nião das Comissões responsáveis, e de seguida, remetidos para aprovação da Autoridade Nacional de Protec-ção Civil e da Autoridade Florestal Nacional, respectivamente.

O PMEPC de Castro Verde é um documento formal, do tipo geral, no qual a Autoridade de Protecção Civil Municipal, nos seus diferentes níveis, define as orientações relativamen-te ao modo de actuação dos vários organismos, serviços e estruturas a envolver em operações de Protec-ção Civil. Desenvolvido com o in-tuito de organizar, agilizar, facilitar e uniformizar as acções necessárias à resposta, este permitirá antecipar os cenários susceptíveis de desenca-dear um acidente grave ou catástrofe

definindo, de modo claro, a estrutura organizacional para uma melhoria da capacidade de resposta à emergência no concelho.

O Plano é aplicável em todo o con-celho de Castro Verde podendo ter, em algumas situações específicas, uma interacção válida, a título ex-traordinário, com os Planos Muni-cipais de Emergência de Protecção Civil dos Concelhos vizinhos. Este é activado quando existe iminência ou ocorrência de uma situação de acidente grave ou catástrofe, da qual se prevejam danos elevados para a população, bens e ambiente, que justifiquem a adopção imediata de medidas excepcionais de prevenção, planeamento e informação.

O Plano Operacional Municipal 2009, por sua vez, consiste num ins-trumento orientador e dinâmico das diferentes acções no âmbito da defesa

da floresta contra incêndios. Este plano é expedito de carácter operacional municipal, que articula os recursos humanos e meios disponíveis das várias entidades intervenientes no pro-cesso ao nível da vigilância, detecção, fiscalização, 1ª intervenção, combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio. Os objectivos gerais deste plano pas-sam pela garantia da segurança das pessoas e bens, protecção dos povo-amentos florestais, minimização da área ardida em incêndios florestais, pelo processamento de uma resposta rápida, eficaz e coordenada face a qualquer emergência provocada por incêndios florestais, planeamento do dispositivo necessário de intervenção em situações de emergência, bem como o estabelecimento de uma articulação eficaz nomeadamente entre os Bombeiros, Autarquia e Forças de Segurança. w

planos municipal de Emergência e operacional municipalRecentemente aprovados, ambos os planos contemplam um conjunto de medidas preventivas e respostas a situações de emergência prováveis de ocorrer no concelho. Elaborados pelo Serviço Municipal de Protecção Civil de Castro Verde, estes revestem-se de extrema importância para o concelho na área da segurança e protecção civil.

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O Campaniço maio/junho/julho 2009 ambiente 11

O Projecto LIFE Natureza “Recupe-ração do Peneireiro-das-torres em Portugal”, da LPN - Liga para a Pro-tecção da Natureza, foi considerado um dos melhores 26 projectos LIFE Natureza pela Comissão Europeia.

O prémio, que foi instituído pela primeira vez este ano, distingue os projectos com melhor avaliação entre todas intervenções LIFE Na-tureza que finalizaram nos anos de 2007 e 2008.

Segundo a LPN, em comunicado de imprensa, o prémio, apesar de simbó-lico, “é um justo reconhecimento do excelente trabalho realizado por um grande número de especialistas, téc-nicos, agricultores e proprietários que, em conjunto com a LPN, desenvolve-ram inúmeras medidas para inverter a

tendência de decréscimo populacional do Peneireiro-das-torres”.

Ao longo de quatro anos a LPN re-alizou actividades de monitorização, investigação científica, gestão dos locais de nidificação e alimentação, sensibilização e educação ambiental, que tiveram um impacto decisivo no aumento do efectivo populacional da espécie em Portugal. Em 2001, o ano em que foi realizado o primeiro censo nacional, a população estava estimada em cerca de 272 casais (an-tes dos anos 60 ultrapassaria os 700 casais). O último censo realizado, em 2007, registou mais de 550 casais, o que representou um aumento de mais de 50% da população em menos de uma década e se deveu directamente ao trabalho efectuado pela LPN, pois

cerca de 30% da espécie utiliza actual-mente os novos locais de reprodução disponibilizados no projecto LIFE Peneireiro. A LPN continua a dedicar uma especial atenção a esta espécie dado que 80% dos casais se concen-tram na Zona de Protecção Especial para aves de Castro Verde.

Actualmente a LPN tem dois projectos LIFE-Natureza em curso: o Projecto LIFE Lince Moura/Bar-rancos (para gestão e recuperação de habitat para o lince ibérico naquela região alentejana) e o Projecto LIFE Estepárias (para conservação de aves estepárias e que alarga a intervenção e a metodologia de trabalho utilizado no LIFE Peneireiro a outras áreas do Baixo Alentejo e a espécies como a abetarda e o sisão). w

projecto lifE da lpn entre os 26 melhoresEm 2002, a LPN iniciou o Projecto LIFE-Natureza “Recuperação do Peneireiro-das-torres em Portugal”. Com a duração de quatro anos, este projecto teve como principal objectivo a recuperação em Portugal desta espécie globalmente ameaçada, através da preservação e incremento dos seus locais de alimentação e de nidificação. Recentemente, o projecto foi nomeado um dos 26 melhores projectos pela Comissão Europeia.

Os óleos alimentares usados são um problema ambiental a ganhar dimensão em Portugal, podendo perturbar o normal funcionamen-to das estações de tratamento de águas residuais e contribuir para a contaminação de solos e aquí-feros.

Desde o mês de Junho que a Re-siAlentejo, em colaboração com a autarquia, colocou à disposição da população, na Praça da Liberdade, um oleão para depósito dos óle-os alimentares usados. Esta acção tem como intuito conscienciali-zar a população para as questões ambientais e para a importância da valorização destes resíduos, evitando que os mesmos sejam despejados em locais inadequa-dos. Posteriormente, os óleos alimentares recolhidos serão encaminhados para a ResiAlen-tejo para serem transformados em Biodiesel, e numa fase seguinte,

servir as frotas da AMALGA, o que significa não só a reutilização de um resíduo altamente contami-nante dos efluentes e uma acção importante na redução das emis-

sões de CO2. Desde que foi implantado na

via pública que a população tem contribuído de forma positiva para esta acção, armazenando os óleos produzidos em garrafas ou garra-fões, reforçando a sua participa-ação na separação e tratamento dos resíduos.

A campanha de sensibilização alargou-se também à restauração, um dos principais produtores de óleo alimentar usado, através de acções de informação. Com o ob-jectivo de dar um fim adequado aos óleos produzidos nestes es-tabelecimentos, a Câmara Mu-nicipal contactou uma empresa especializada nesta matéria, a qual se responsabiliza não só pela sua recolha, como coloca, gratuitamen-te, nos estabelecimentos interes-sados, contentores destinados ao depósito destes resíduos. w

valorização de óleos alimentares usadosDepois do vidrão, do papelão e do pilhão os castrenses adaptam-se agora a um novo termo no ritual da reciclagem: o oleão. Implantado no ecoponto da Praça da Liberdade durante um período experimental, este ponto de recolha pretende sensibilizar a população para a importância da reciclagem e valorização dos óleos alimentares usados.

“+ Energia precisa-se”. É este o nome do projecto a desenvolver pela ARE-CBA – Agência Regional de Energia do Centro e Baixo Alentejo, em par-ceria com os municípios na área de intervenção da Agência.

Apesar de se encontrar ainda numa fase inicial, o projecto centrar-se-á na intervenção e sensibilização na área da eficiência energética no sector doméstico e terá como objectivos a mudança dos hábitos de consumo de energia, como uma garantia do bem-estar das gerações futuras, as-sentando nomeadamente numa ges-tão racional dos combustíveis fósseis

(carvão, petróleo, gás natural). Numa primeira fase, o projecto

prevê a realização de inquéritos à população de modo a perceber os hábitos dos consumidores. Numa segunda fase e com base no público-alvo, será criado um espaço físico de informação ao consumidor, onde será possível esclarecer dúvidas e obter informações mais detalhadas.

“+ Energia precisa-se” é um projecto que se reveste de extrema importância ao nível do desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável e que vai ao encontro de algumas orientações nesta área para o concelho. w

“+ ENERGIA PRECISA-SE”

projecto visagestão racional dos recursos

Flickr

Peneireiro-das-torres

Flickr

oleão

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O Campaniço maio/junho/julho 2009 obras 1�

parque de Campismo municipal Desde o dia 17 de Julho que o Parque de Campismo Municipal abriu as suas portas à promoção do turismo no concelho. Com capacidade para 400 utentes, dispõe de uma área destinada ao campismo, caravanismo e Bungalows e oferece um conjunto diversificado de serviços de lazer. O Parque de Campismo Municipal está a funcionar desde o dia 17 de Julho e desde que abriu portas tem registado boa receptividade por parte dos pri-meiros visitantes que se encontram a passar uns dias em Castro Verde. Após um concurso de concessão que ficou deserto, e a apresentação de uma proposta que não servia os interesses municipais, a autarquia deliberou, numa primeira fase avançar com a gestão do equipamento de modo a permitir a sua abertura ainda duran-te este Verão, pelo que nesta fase de arranque estão a ser desenvolvidos contactos junto de serviços e sectores que trabalham com o público-alvo deste equipamento, como o Roteiro do Campista, Clube de Caravanismo, etc.

Localizado na rua Timor Lorosae, frente às Piscinas Municipais, numa área de aproximadamente 3 hectares, trata-se de um equipamento recente, direccionado à promoção do turismo no concelho e de uma prioridade mu-nicipal identificada há já algum tempo como uma infra-estrutura importante para a dinâmica do concelho.

Para além de constituir uma alterna-tiva aos alojamentos convencionais, o Parque de Campismo de Castro Verde representa uma aposta no desenvolvi-mento de actividades ao ar livre, dando ênfase à componente ambiental local, mas também histórica e patrimonial. Com capacidade para 400 utentes, este equipamento compõe-se de duas áreas distintas destinadas ao campismo/caravanismo e à utilização dos Bungalows, uma das mais-valias desta infra-estrutura, na medida em que dispõe de 10 instalações fixas de alojamento devidamente equipadas (6 unidades T1 e 4 unidades T2), uma delas adaptada a pessoas com mobi-lidade reduzida.

O Parque de Campismo possibilita ainda aos seus utentes a oportuni-dade de usufruírem de um serviço de lazer, parque infantil e campo de jogos, acesso Internet, sala de convívio, aluguer, de bicicletas, posto médico, balneários, zona de lavagem de rou-pa, contentores para resíduos sólidos,

telefone público e, ainda, o acesso aos equipamentos que se localizam nas imediações deste, como é o caso das Piscinas Municipais, Campo de Ténis e Polidesportivo.

No dia anterior à sua abertura, a

autarquia promoveu um dia aberto à população para visita às instalações que encerrou com um espectáculo de fados no espaço do parque, interpre-tado por Ana Valadas e Miguel Camões Martins, acompanhados à guitarra

por Henrique Gabriel e António Rui, e no qual estiveram presentes cerca de duas centenas de pessoas. Uma noite animada e bastante participada pelo público que, por várias vezes, juntou a sua voz à dos fadistas.

Neste Campaniço publicamos o Regulamento de funcionamento do Parque. No entanto, pode encontrar todas as informações no site da autar-quia em www.cm-castroverde.pt. w

Horário de FuncionamentoRecepção: das 09h00 às 21h00Portaria: 24 horas

EspaçosBungalows. Caravanas. Autocaravanas. Tendas.

Instalações e ServiçosRecepção. Bar/Sala de Convívio. Posto médico. Zonas de Lavagem de Roupa e Louça. Instalações Sanitárias e Balneários. Contentores para resíduos sólidos; Internet sem fios. Posto de Consulta de Internet. Telefone Público. Área de Serviço de Autocaravanas.

Equipamentos de Lazer Parque Infantil e Campo de Jogos. Aluguer de bicicletas. Piscina Municipal e Campos de Ténis (junto ao Parque).

LocalizaçãoRua Timor Lorosae7780-207 Castro Verde

Coordenadas GPS37º 42’17,88’’ N 08º05’17,22’’W

[email protected]. 286 320 150 Fax. 286 320 159

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O Campaniçomaio/junho/julho 2009 obras 1�

A paisagem do núcleo urbano de Castro Verde tem sido no último mês dominada pela enorme grua que au-xilia a remodelação do Cine-Teatro Municipal. Uma obra exigente que vem revalorizar um equipamento de cultura essencial na vida comunitária de Castro Verde.

O Cine-Teatro Municipal de Castro Verde foi construído em 1990. A sua inauguração aconteceu na Quinzena Cultural Primavera no Campo Branco, do ano seguinte. Nessa mesma noite foi exibido o aclamado filme “Danças com Lobos”.

Durante quase duas décadas, o Cine-Teatro Municipal de Castro Verde assumiu-se como um espaço importante na animação cultural e social do concelho e da região. Com uma programação cultural regular, na sua memória moram as melhores recordações das artes do palco e da exibição cinematográfica, mas tam-bém muitas outras, organizadas por diferentes agentes, desde seminários, galas, festas de final de ano lectivo, etc. Uma intensa utilização que justifica claramente a sua existência.

Em 1991, o Cine-teatro Municipal obteve licenciamento da Direcção Geral dos Espectáculos e do Direito de Autor e, era na altura, uma das salas melhor equipadas do distrito. Uma vistoria realizada em 2007 pelas entidades competentes propôs uma série de alterações cuja implementação condicionava a Licença de Recinto. É de referir que na data em que foi construído o Cine-teatro Municipal de Castro Verde, o quadro legal era bem diferente do actual. O principal regulamento de enquadramento dos Recintos de Espectáculos só foi pu-blicado em 1995. Perante esta situa-

ção, a Câmara Municipal de Castro Verde entendeu promover obras de remodelação no edifício de forma a dar cumprimento à legislação actual e dotá-lo de uma maior capacidade de resposta às necessidades do público e dos artistas.

O projecto de remodelação, orçado em 855 000 euros, foi submetido à aprovação da Inspecção Geral das Actividades Culturais e das diferentes entidades que tutelam as diversas áreas de intervenção e a obra encontra-se a decorrer, estando prevista a sua con-clusão em Setembro de 2009.

O teor e a profundidade da remo-delação no Cine-teatro Municipal obrigam a uma renovação total do edifício, com fortes implicações na estética anterior pelo que, neste pro-cesso de conciliação, se optou por uma abordagem contemporânea, enfati-zando a simplicidade volumétrica do edifício.

O edifício apresenta uma fachada cuja estética pretende tornar claro, no exterior, a separação funcional do edifício. Esta distinção é obtida através do tratamento cromático e da criação de ligeiras diferenças de planos nos panos de alvenaria. Assim, os espaços correspondentes ao Cine-Teatro surgem a branco, num plano ligeiramente sobrelevado, enquan-to os espaços Cafetaria e CoopCas-trense surgem pintados de cor ocre num plano ligeiramente inferior. O edifício, na zona correspondente ao Cine-Teatro, apresenta um conjun-to de vãos, ritmados e de pequenas dimensões, evocando as perfurações cinematográficas que, de acordo com as circunstâncias interiores do espaço, são opacos (falsos vãos) ou têm uma parte opaca. Assim, torna-se possível

uma visão alinhada e ritmada das jane-las no exterior revelando, no interior, alturas constantes de acordo com a altura dos pisos. As cores escolhidas (ocre e vermelho óxido de ferro) fazem parte da palete de cores da arquitectura popular alentejana, predominando o branco em toda a área correspondente ao Cine-Teatro.

Uma pala e uma tela publicitária enfatizam a entrada da sala de espec-táculos, criando uma hierarquia de acessos e relação às entradas da Co-operativa e da cafetaria.

Para desmaterializar o volume da caixa de palco, que tem grande impac-to na paisagem urbana, encontra-se a mesma revestida a policarbonato opalino retro iluminado que, pelas suas características físicas e cromáticas, acompanha as cambiantes cromáti-

cas do céu, fundindo-se com este. À noite, o sistema de retro iluminação dá-lhe uma presença luminosa ténue conferindo leveza ao volume.

Será ainda criado um espaço pedonal

em frente à entrada do Cine-teatro, de modo a aumentar a segurança na entrada e saída do equipamento, ao mesmo tempo que procura valorizar o espaço público. w

CINETEATRO MUNICIPAL DE CASTRO VERDE

obras vão decorrer até setembro

O que vai melhorar com as obras de remodelação?z As condições de acolhimento das pessoas com mobilidade

condicionadaz As condições de segurança contra incêndiosz A instalação eléctrica (cumprimento de novas normas)z O comportamento térmico e qualidade do arz O isolamento acústicoz O conforto do público e dos artistas (nova plateia, remodelação de

sanitários, etc.)z A operacionalidade da mecânica de cena (aquisição de novos

equipamentos para as artes do palco)z O espaço urbano

reabilitação do Jardim e parque infantil Primeira fase da obra prevê a recuperação da área de jardim e dos antigos balneários e instalações sanitárias.

Rotunda das Ovelhas - Rua da Seara NovaNa impossibilidade de realizar toda a intervenção contemplada no projecto “Parque Comunitário”, a autarquia determinou fraccionar o mesmo em duas fases pelo que, na reunião ordi-nária do dia 27 de Maio, deliberou a abertura de concurso público para execução da 1ª fase do projecto.

Esta intervenção, a levar a cabo no espaço “Parque Infantil”, na rua da Seara Nova, vai devolver uma área de jardim ao espaço público (junto à Rotunda das Ovelhas) e a colocação de um conjunto de equipamentos infantis na área que, actualmente, é ocupada pelo polidesportivo, de-volvendo-o à população residente e visitante em todas as suas camadas etárias.

A intervenção no jardim, em moldes gerais, passará pela recuperação e enri-quecimento da estrutura arbórea e zo-nas verdes. Será efectuada a demolição do muro existente libertando o espaço desta fronteira física, permitindo uma interligação efectiva entre o jardim e o

es-paço envol-v e n t e . O parque infantil será dotado de di-versos equipa-mentos que possibi-litarão a sua utilização por crianças de várias idades, não tendo sido es-quecido o ensombramento efectuado por uma estrutura arbórea cuidada. Os balneários serão remodelados dando origem a instalações sanitárias com espaços diferenciados para senhoras, homens e pessoas portadoras de mobilidade condicionada. Será também criado um espaço de arrumos que servirá o jardim e parque infantil.

A proposta teve em atenção outras prioridades de forma a optimizar a

utilização do espaço, tais como a morfologia exis-tente, a utilização de es-pécies tradicionais na paisagem adequadas às condições climáti-cas locais, a correc-

ta projecção dos acessos, circu-

lações pe-donais

e

u m a adequada escolha

dos materiais a utilizar nos pavimentos e revestimentos e ele-mentos construídos, tendo sempre presente que o espaço deverá ser usu-fruído por todos, o mobiliário urbano

e sinalética adequados, as redes de abastecimento de água, rede de rega, iluminação e drenagem.

Esta primeira fase, considerada prioritária, dada a sua localização no núcleo urbano de Castro Verde, está orçada em 205.000,00 Euros e insere-se num plano de requalifi-cação do núcleo urbano de Castro Verde.

No que se refere à segunda fase do projecto, que engloba a construção de um Pavilhão Comunitário, um polidesportivo e uma zona verde, a autarquia procura ainda a melhor solução para a poder executar. w

Desenho alçado Cine-teatro municipal

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Dando continuidade à política de disponibilização de lotes para construção urbana, a Câmara

Municipal de Castro Verde deu “luz verde” à concretização de novos lote-amentos municipais a executar nas localidades de Sta. Bárbara de Padrões, Casével e Almeirim. Os respectivos loteamentos inserem-se no Plano Director Municipal de Castro Verde, e localizam-se em área de expansão segundo a planta de ordenamento do PDM, e dão cumprimento ao referido nas Grandes Opções do Plano para 2009, na área da habitação.

Os projectos considerados con-templam a construção de áreas para habitação unifamiliar e/ou comércio e zonas verdes de utilização colectiva e vêm permitir uma maior oferta ha-bitacional e o reordenamento urbano das respectivas localidades. No caso concreto do loteamento municipal de Sta. Bárbara de Padrões, este abrange ainda a construção do Lar de Idosos, com capacidade para aproximada-mente 40 utentes.

A construção destes loteamentos enquadra-se ainda numa tentativa de fixação da população e de combate ao isolamento social característico destas povoações.

Sta. Bárbara de PadrõesLotemento municipal aprovado e obras de infraestruturas adjudicadas

A Câmara Municipal de Castro Verde aprovou em reunião ordinária do dia 15 de Abril o licenciamento das ope-rações de loteamento Municipal em Sta. Bárbara de Padrões. O terreno localiza-se dentro do perímetro ur-bano, em zona abrangida pelo Plano Director Municipal em área de ex-pansão, e tem prevista uma área total de construção de 7 347,65 m2.

O loteamento considera um total de 30 lotes: 1 lote para equipamento (Lar da 3ª Idade); 18 destinados à ha-bitação, 5 para armazéns, 3 lotes para garagens, 2 lotes para equipamentos e 1 lote para utilização colectiva, sendo a área total dos lotes considerados de 16 353, 17 m2.

Com área afecta a arruamentos pú-blicos, estacionamentos e passeios, zona verde de utilização colectiva, este loteamento vem permitir não só a construção do lar de idosos, como o reordenamento da entrada da aldeia, uma maior oferta habita-cional, a fixação da população jovem e, consequentemente, a diminuição do isolamento social na freguesia.

A empreitadada de construção de infraestruturas do respectivo lotea-mento foi adjudicada, após concurso público, à empresa CONSDEP, pela importância de 327. 567,77 Euros

CasévelProjecto de arquitectura para Casével aprovado

Após a conclusão da solução quer ao nível do desenho urbano, quer ao nível dos traçados predefinidos para as infra-estruturas, a Câmara Municipal de Castro Verde aprovou, em reunião ordinária, no dia 27 de Maio, o projecto de arquitectura do loteamento municipal em Casével,

uma medida articulada com a Jun-ta de Freguesia que vem permitir a constituição de 7 lotes para habitação unifamiliar e 4 lotes para habitação e/ou comércio. O projecto insere-se no Plano Director Municipal e desen-volve-se na entrada da vila de Casé-vel, permitindo uma consolidação equilibrada do seu núcleo urbano. O terreno, com uma área aproximada de 9997,33m2 permitirá ainda a criação de 21 lugares para estacionamento

público, zonas verdes, passeios e arruamentos.

AlmeirimProjecto em fase de elaboração

O loteamento de Almeirim, cujo pro-jecto se encontra ainda em fase de elaboração, irá localizar-se na zona periférica da povoação, mais con-cretamente no prolongamento da

rua da escola. O terreno, com uma área aproximada de 3080,15 m², insere-se dentro do perímetro ur-bano, em zona abrangida pelo Pla-no Director Municipal e permitirá a construção de 3 lotes para habitação unifamiliar, 4 lotes para garagens individuais, criação de zonas verdes e requalificação do espaço exterior aos lotes. O loteamento tem como objectivo a definição do remate do povoamento, respeitando sempre os alinhamentos e enquadrando-se na lógica urbana existente (casas de piso térreo com logradouro e quintal), fazendo a consumação do maciço construído. w

novos loteamentos municipais

Sta. Bárbara de Padrões

Almeirim

Casével

Castro Verde: Novas habitações sociais

A autarquia adjudicou à em-presa ICEBLOCK – Sociedade de Construções S.A, pelo valor de 858.660,00 Euros, a empreitada de construção de 16 fogos na Rua da Reforma Agrária, em Castro Verde. As novas habitações desti-nam-se ao arrendamento social, e serão atribuídas futuramente mediante concurso público. A obra deverá ter início durante o mês de Setembro pelo que a sua conclusão está prevista para 2010.

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O Campaniçomaio/junho/julho 2009 obras 1�

Desde o dia 1 de Junho que o Centro Recreativo de Casével está a ser alvo de obras de ampliação e requalificação, quer ao nível das instalações inter-nas, quer ao nível do espaço exterior. Orçada em 240 000 €, a obra é com-participada em 90% dos custos pela Câmara Municipal de Castro Verde, ao abrigo do protocolo de delegação de competências para as autarquias,

sendo os restantes 10% da responsa-bilidade da Junta de Freguesia.

Para além da ampliação do espaço para criação do refeitório que dará apoio à Escola Primária e Jardim-de-Infância, serão ainda construídos acessos a pessoas com mobilidade reduzida e novas instalações sani-tárias. No exterior, as obras passam pela construção de te lheiros e zona

de churrasco. Com cerca 30 anos de existência, o

Centro Recreativo de Casével é um lo-cal privilegiado de encontro e convívio entre a população. “É neste espaço que se concentram algumas iniciativas, como actividades culturais, cursos de formação e aulas de desporto sénior”. As obras deverão estar concluídas em finais de Setembro. w

CENTRO RECREATIVO DE CASÉVEL

ampliação em curso

As obras do novo parque público de Geraldos, da responsabilidade da Junta de Freguesia de Castro Verde, estão em fase de conclusão. O projecto, criado no âmbito do protocolo de colabo-ração com a Câmara Municipal de Castro Verde e da autoria da arquitecta Helena Passos, custou cerca de 125 mil euros. As obras iniciaram-se em Outubro passado e vieram permitir a criação de um espaço colectivo exterior que será uma extensão do actual Centro de Convívio, onde se materializa uma nova via de acesso,

estacionamentos, um pequeno par-que infantil, uma clareira para jogos, duas pistas de xisto ou malha, uma zona ajardinada, um percurso pedo-nal desenhado e definido, zonas de sombreamento natural, a integração do forno já existente e a introdução de alguns bancos. O projecto inclui ainda um espelho de água que preten-de relembrar os tradicionais tanques. Tudo pensado ao pormenor para que o novo parque público se constitua como um ponto de encontro e apro-ximação entre as gentes. w

PARqUE PúbLICO DOS GERALDOS

obras em fase de conclusão

A Câmara Municipal de Castro Verde adjudicou à Tecnovia, pelo valor de 577 000 euros as obras de requa-lilficação do Estádio Municipal 25 de Abril, dando cumprimento às acções inscritas nas Grandes Op-ções do Plano 2009, e que têm como objectivo a criação de um campo relvado sintético e de uma pista de atletismo simplificada, cujo início da intervenção se prevê que aconteça durante o mês de Agosto, sendo o prazo de execução de cem dias.

Atendendo às necessidades sentidas, nomeadamente no que se prende com o desenvolvimento de uma prática desportiva jovem e com a inexistência de condições para o treino de algumas disci-plinas técnicas do atletismo, este investimento vem potenciar uma maior actividade dos projectos de actividade física promovidos pelas associações, estabelecimentos de ensino e autarquia.

O relvado sintético será construído sob o actual campo pelado, consti-tuído por relva sintética com carga mista de areia de sílica e grânulo de borracha “FT 64 N”, com a dimensão de 106 x 64 m e marcações segundo os requisitos para a prática do fu-tebol estabelecidos pela Federação Portuguesa de Futebol.

No que se refere à pista de atletismo simplificada, a instalar no campo pelado de menor dimensão, o projec-to permite a realização de algumas competições oficiais e destina-se, essencialmente, a uma prática a nível

regional, escolar e treino desporti-vo. Contempla a construção de um espaço com dimensões de 97 x 50 m com um perímetro aproximado de 220m, designando-se este tipo de instalação como pista simplifi-cada para atletismo, considerando praticamente todos os sectores da modalidade, nomeadamente, as cor-

ridas, os lançamentos e os saltos. Para tal, permite a realização de corridas até 80m, com e sem barreiras, vala para corrida de obstáculos, salto em comprimento, triplo salto, salto em altura, lançamento do peso, dardo, disco e martelo.

A intervenção no Estádio Muni-cipal contempla ainda adjacente

ao relvado sintético a construção de uma bancada em betão armado pré-fabricado, subdividida em dois lanços de 25 m cada, com três degraus e a construção de uma outra banca-da, com as mesmas características, junto à pista de atletismo mas com a dimensão de 30 metros por dois degraus. Serão ainda efectuados

trabalhos de preparação para uma melhoria das instalações eléctricas, cuja execução acontecerá numa se-gunda fase. w

ESTÁDIO MUNICIPAL 25 DE AbRIL

pista de atletismo e relvado sintético

A Campo de Jogos - arrelvamento sintético

B Pista simplificada de atletismoC Relvado natural (existente)

Parque Público de geraldos

A CB

Ao abrigo do protocolo de de-legação de competências para as Juntas de Freguesia, estão a ser alvo de obras de ampliação os cemitérios de Casével, Santa Bárbara de Padrões e Entradas. Um investimento com-participado em 90% pela autarquia, que visa o aumento em terreno do número de sepulturas, gavetões e ossários e, nalguns casos, a cons-trução de instalações sanitárias e arranjos exteriores.

As obras de ampliação do cemitério

de Casével encontram-se já na recta final. A intervenção teve início em Abril e custou cerca 65 mil euros. A ampliação traduz-se em mais de 74 sepulturas, 36 gavetões e em área de terreno. Em Santa Bárbara de Pa-drões, a obra também começou em Abril e encontra-se praticamente concluída. Um investimento de cerca de 101 mil euros, que permitirá ao cemitério da localidade ter espaço para mais 60 sepulturas, 18 gave-tões e 24 ossários, e a construção

de instalações sanitárias.Em Entradas, o início das obras

está previsto para o mês de Agosto. Estas têm como objectivo a criação de espaço para mais 170 sepulturas, 4 jazigos, e 24 gavetões. Um investi-mento de cerca de 150 mil euros, que inclui ainda obras de requalificação do espaço envolvente do cemitério, a construção de uma arrecadação e de instalações sanitárias, e o alarga-mento do estacionamento. w

CASÉVEL, SANTA bÁRbARA DE PADRõES E ENTRADAS

Cemitérios aumentados

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O Campaniço

Passava pouco das seis da tarde e já Castro Verde sentia no ar o cheiro a festa. A música vinda do Largo da Feira anunciava a comemoração de mais um Feriado Municipal em honra de S. Pedro e três dias de uma anima-ção contagiante. Mal o recinto “abriu portas”, poucos foram aqueles que se negaram a entrar nesta dimensão paralela. Na primeira noite, a banda de Almada fez-se ao palco principal e, com naturalidade, deixou fluir a poesia das suas letras, cantando a sociedade e o homem comum, num concerto que percorreu todos os álbuns de Da Weasel. O público gostou, aplaudiu e dançou ao ritmo do hip-hop, sobretu-do quando soaram os acordes do seu último single “Dialectos de Ternura”. O concerto terminou perto da uma da manhã, mas a festa, essa, continuou noutro palco. Foi aqui, no palco arraial, que o baile, sob os braços do mastro, assentou a folia até às tantas ao som da música do “Duo Best”.

Mickael Carreira foi o cabeça de cartaz no segundo dia da festa. As suas melodias romântico-lati-nas atraíram milhares de pessoas ao Largo da Feira. Ainda não era hora de almoço, já um grupo de fãs aguardava, na frente do palco, pela actuação do filho de Tony Carreira que, apesar de ser ainda uma estrela em ascensão, levou ao rubro quem o viu e ouviu na noite mais quente das festas. Por entre o público podiam ver-se os cartazes com mensagens de apoio e admiração ao jovem músico que, em Castro Verde, encantou com alguns dos mais recentes êxitos do seu último álbum.

Respeitando a disposição das últi-mas edições, foram criados espaços que permitiram o exercício de dife-rentes ambientes. Para além dos dois

palcos (palco principal e palco arraial), ambos servidos por um misto de bares e esplanadas, explorados por alguns particulares e associações locais. Foi ainda criado, no Pavilhão de Mostras, um espaço animado por insufláveis, pinturas faciais, balões e palhaços, dedicado em exclusivo às crianças. No grande largo, para além de toda a envolvente contemplar já uma boa dose de animação e privilegiar um ambiente jovem, estabeleceu-se uma área consagrada às diversões. Entre insufláveis gigantes e outras diversões, os mais arrojados puderam apreciar uns bons saltos nos elásticos e uns passeios pelo recinto nos carrinhos radicais.

O domingo ficou marcado pela actuação de Mariza. Mas antes que a fadista encantasse com a sua voz, foi o grupo de música popular Alen-canto que se encarregou de animar o espaço da festa, seguido do baile com Emanuel Martins. Quando a noite finalmente caiu, a fadista surgiu em palco, de vestido preto, na sua figura sempre grandiosa, não fosse esta uma das grandes vozes do fado. A sua entrada foi aplaudida e, a cada música que interpretou, os aplausos soaram mais alto. O Largo encheu para a ouvir cantar e não se arrependeu. Pela vila soaram temas como “Chuva”, “Feira de Castro” e “Gente da minha Terra”. O concerto encerrou três dias de festa. Três dias em que muitos só arredaram pé já depois do sol nascer, levando para casa muitas histórias para contar. É assim, ano após ano. As Festas da Vila são um momento alto no ca-lendário de Verão e deixam sempre um rasto de alegria em quem nelas se aventura.

O Encontro de Ciclomotores An-

tigos também mereceu destaque no domingo de manhã das Festas da Vila. Esta oitava edição reuniu cerca de 120 participantes num passeio pelas freguesias do concelho e terminou com um almoço animado no espaço das festas, onde ficou garantido, uma vez mais, o convívio entre os amantes dos ciclomotores. No dia 29, dia do Feriado Municipal, foi nos Geraldos que continuou a festa. O arraial po-pular foi animado por João Paulo Ca-vaco e sua banda e pelo acordeonista Emanuel Silva. Nesta noite teve ainda lugar uma sardinhada que reuniu à mesa as gentes da terra.

As Festas da Vila tem por base um trabalho de parceria, previamente estabelecida, entre a Câmara Muni-cipal, as associações locais e juntas

de freguesia do concelho, a que se juntaram alguns privados, possibi-litando a existência de um conjunto de serviços necessários ao bom fun-cionamento da iniciativa, como é o

caso da restauração, dinamizada, como já vem sendo habitual pelo Futebol Clube Castrense e pela Sociedade Recreativa e Desportiva Entradense. w

FESTAS DA VILA 2009

“Copos”, fado e… bailaricos As Festas da Vila inundaram de gente o grande largo nos dias 26, 27 e 28 de Junho em honra do padroeiro S. Pedro. Foram três dias de festa em grande em que, para além, dos cabeças de cartaz, mereceu destaque o contributo dado pelo associativismo local e outros particulares na animação do recinto. Paralelamente, o espaço criança, os insufláveis e as actividades radicais, fizeram as delícias de quem nelas se aventurou. No dia do feriado municipal, 29 de Junho, a festa transferiu-se para os Geraldos com o arraial popular a semear a folia noite fora.

A Avenida de Nossa Senhora, em En-tradas, vai voltou a vestir-se de cor para receber, de 24 a 26 de Julho, mais uma edição das Noites em Santiago, uma iniciativa que trouxe muita ani-mação à vila.

Ao longo de três noites e dois dias, houve espaço para várias activida-des: animação de rua, bailes, música popular, exposições, procissão, ba-res, tasquinhas, entre muitas outras iniciativas.

O arranque dos festejos em honra de Santiago ficou marcado, logo no dia 24, com a abertura da Feira do Livro que, ao longo dos três dias de

festa decorreu no Pólo de Entradas da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca. Esta iniciativa contou, no

Sábado, dia 25, com a presença do jornalista da TVI, Pedro Pinto, que se deslocou à localidade para apresen-tar o seu último romance “O Último Bandeirante”.

Ainda no dia 24, a Capela de Nossa Senhora da Esperança reabriu ao pú-blico após alguns meses de trabalhos de restauro.

À noite, a festa brava foi a rainha. A praça desmontável do Campo das Escolas foi palco de mais uma Corrida de Touros da Rádio Castrense, que nesta décima edição recebeu as lides dos cavaleiros Tito Semedo, António Ribeiro Telles e António Maria Brito

Pães. Já as pegas ficaram a cargo dos Forcados Amadores de Cascais, de S. Manços e de Beja.

A música popular marcou presença nestas “Noites em Santiago”, pela voz do grupo Adiafa que interpretou alguns dos seus já célebres temas.

Ao longo do dia de Sábado, de-correu um conjunto de actividades direccionadas ao público infantil, onde mereceram destaque a Hora do Conto e as pinturas faciais. O Torneio da Malha e uma Garraiada à alentejana fez as delícias dos mais velhos. À noite, o baile ficou a cargo dos ritmos da kizomba de Emanuel

Martins, seguido da actuação do artista José Alberto Reis.

No Domingo, o último dia desta festa, houve espaço para um almo-ço de confraternização que juntou os alguns entradenses.

Pela tarde, as festividades religiosas ficaram marcadas pela procissão que percorreu as ruas da vila, seguidas do Encontro de Corais, onde se estreou o Grupo Coral e Etnográfico “As Ceifeiras” de Entradas, recentemente criado.

À noite o baile foi levado a cabo pelo grupo 4ª Série. Posteriormente, subiu ao palco o Grupo de Música Popular “Trigo Roxo”. w

santiago em festa

maio/junho/julho 2009 cultura 1�

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Xeremiers de Son Roca llhas Baleares

Cruzam as influências perdidas do passado, numa homenagem aos xeremiers de outrora, misturando os sons da guitarra, da mandola, da sanfona e do “Arxillaüd”. Os “Xere-miers de Son Roca” são um grupo histórico das Ilhas Baleares que se tem apresentado com êxitos em diferentes países, com destaque para o Central Park, em Nova Ior-que. Nesta Planície Mediterrânica, o grupo desfilará utilizando flautas tradicionais, tambores e outras percussões.

Piccola BandaIkona Mediterrâneo

Numa grande homenagem ao Mediterrâneo, às suas culturas e contradições, Piccola Banda Ikona apresenta um repertório cantado em “Sabir”, uma antiga língua me-diterrânica que cruzava diferentes idiomas. Era o pidgin mediterrâ-nico, árabe e latino, a língua que se falava nos portos durante as transacções comerciais. Em 2005 Piccola Banda Ikona lança o seu primeiro CD, “Stari Most”, distin-guido na lista das melhores obras do ano, segundo a World Music Charts Europe.

Deabru Beltzak País Basco

Na Europa da Idade Média as bru-xas bailavam ao ritmo dos tambo-res e ofereciam sacrifícios na noite do solstício de Verão para celebrar a chegada da nova estação. Na região do País Basco, esta festa cheia de magia era chamada de Akelarre. Para retomar a tradição, há mais de seis anos que a companhia Deabru Beltzak (Diabos Negros) passou a ser a encarregada de levar para as ruas o «Akelarre» mais famoso da Europa. O grupo traz o espectáculo “Les Tambours de Feu” (Os Tambo-res de Fogo). A trupe é formada por seis actores-percussionistas e um actor que manipula o boneco de Aker, o diabo de «Akelarre».

Mor Karbazi Israel

Considerada uma das vozes mais entusiásticas do mundo judaico, Mor Karbasi seduz o público com o poder da sua voz melodiosa. Radi-cada no Reino Unido e com apenas 20 anos, Karbazi impressiona pelo desempenho e riqueza vocal com que interpreta as suas canções, sejam elas em hebraico, castelhano ou «ladino», a língua extinta dos judeus da Península Ibérica. A sua fonte de inspiração é a música dos judeus sefarditas, cabendo no seu repertório temas tradicionais do século XV e novas canções basea-das no «ladino» compostas por si. O flamenco é também referência, presente nos melismas da sua voz. “The Beauty and the Sea” (2008) é o seu álbum de estreia. Consistente, intimista e electrizante tal como a sua presença em palco.

Gustafi Croácia

Fundada em 1990, na pequena cidade de Vodnjan, na Croácia, Gustafi é considerada o “produ-to” mais completo da música de fabrico caseiro. Com sete álbuns editados e mais de mil concertos ao vivo, a banda croata apresenta-se em palco de forma autêntica e ambiciosa, dando vida a um espectáculo no mínimo excêntrico e inesquecível.

7 Luas OrkestraMediterrâneo

Esta produção original, ideali-zada pelo Festival SSSL, conta com a participação de 7 presti-giados artistas provenientes das mais diversas culturas musicais enraizadas nos países da Rede Sete Sóis Sete Luas: Açores (Arminda Alvernaz), Alentejo (Celina da Piedade), Andaluzia (Manuel Cabrales), Croácia (Marko Kalcic), Sicília (Mario Incudine), Grécia (Kelly Thoma) e Valência (Efrén López). Durante uma residência artística de uma semana, foi criado um repertório contemporâneo e ao mesmo tempo baseado e inspirado nas tradições musicais do Mediter-râneo.

Kamafei Itália

«Kamafei», na antiga língua do Salento, o «griko», quer dizer calor que passa, o calor que nasce dos instrumentos entre o antigo e o moderno, o calor do público quan-do dança ao som da música dos Kamafei, um grupo que já colabo-rou com importantes artistas como Sud Sound System e Uccio Aloisi. Um projecto inovador que propõe a fusão entre a etnomúsica de Salento e cantos de amor e temas originais interpretados em «griko», como salvaguarda da memória e da musicalidade de uma imensa tradição.

Melech MechayaPortugal

Melech Mechaya é uma viagem festiva pela música «klezmer», com uma sonoridade contagiante que une aromas árabes e ritmos ciga-nos à tradição judaica. Da Hungria a Israel, dos Balcãs a Nova Iorque, são festas e celebrações de público em pé e cadeiras vazias. Formado em 2007, o quinteto é a soma da potência acústica dos músicos João Graça (violino), Miguel Veríssimo (clarinete), André Santos (guitarra), João Sovina (contrabaixo) e Fran-cisco Caiado (percussão). Depois de um EP homónimo lançado em 2008, editaram, em Junho, o seu primeiro álbum, “Budja Ba” (Ovação). Entre o riso e a dança, uma pândega não aconselhada a cardíacos!

DJ Osga Portugal

Uma viagem musical pelo que de melhor se faz na folk nacional e internacional pela mão de DJ Osga, actualmente elemento dos “MU”, “Bailebúrdia”, “Rolha no Ronco”, “A Banda às Riscas”, “Tinto e Jeropiga”, “Tanira” e “Os Homens da Luta”. São sonoridades tradicionais que navegam por diferentes culturas.

Encontro de violas de aramePortugal

Pedro Mestre, Vítor Sardinha, Rafael Costa Carvalho, José BarrosViola Campaniça (Alentejo), Viola de Arame (Madeira), Viola da Terra Micaelense (Açores) e Viola Brague-sa (Minho). Diferentes denomina-ções, formas e sonoridades. Quatro violas distintas mas com muito em comum. Outrora violas quase extintas, hoje um instrumento que importa valorizar e salvaguardar não fossem elas símbolo da cultura musical portuguesa. Nesta Planície, primeiro a solo, depois em conjun-to, farão soar os seus acordes, em oficinas e num espectáculo levado a cabo por novos tocadores, que atra-vés do seu dedilhar, se empenham na sua recuperação.

PolifoniasAlentejanasO cante simboliza o Alentejo e a alma das gentes. Nos seus tra-ços resgata a vida, o campo e o trabalho. É profunda a expressão de quem canta, porque sente na alma a força das palavras e a dura poesia de um passado em que apenas o elevar da voz trazia um pouco de alegria ao espírito. Nesta Planície Mediterrâni-ca, os corais do concelho enca-minham-nos pelas suas modas, cantando o Alentejo em toda a sua essência.

XVII Festival Sete Sóis Sete Luas planície mediterrânica 2009

o mediterrâneo aqui tão perto…

O Campaniçomaio/junho/julho 2009 cultura 1�

A “ Planície Mediterrânica” chega a Castro Verde através da participação da autarquia na Rede Cultural do “Festival Sete Sóis Sete Luas”. Um espaço de diálogo, divulgação e criação que envolve 30 cidades de 10 países, numa óptica de educação para a solidariedade e tolerância. Este ano reforçando a sua componente de divulgação das localidades participantes.

Bebendo na nossa maneira de estar ao Sul, o encontro e a partilha serão ferramentas fundamentais na criação. Residências artísticas

envolvendo músicos de diferentes países, ou músicos de diferentes regiões do nosso país, permitirão durante os dias do festival a apresentação de espectáculos resultantes da convivência colectiva. A Viola Campaniça será anfitriã do “Encontro de Violas de Arame”. Os nossos corais cantarão as essências e os segredos desta planície. O público será elemento activo das manifestações. Uma rede de parcerias, locais e internacionais, celebrará a festa da vida, à maneira do Mediterrâneo.

Outras actividades:Exposições. Gastronomia. Artesanato. Passeios. Oficinas de Dança. Oficinas de Instrumentos e Cante.

11, 12 e 13 de Setembro programa em www.cm-castroverde.pt

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O Campaniço

Beldroegas à Maria Clara

1 molho de beldroegasAzeite1 cabeça de alhos2 ou 3 batatasÁgua1 colher de colorauOvos (1 p/pessoa)

Leva-se o tacho ao lume com o azeite e os alhos esborrachados com pele. Juntam-se as beldroegas bem lavadas e mexe-se um pouco. De seguida, juntam-se as batatas e um pouco de água, o suficiente para tudo cozer e escalfar os ovos.

Frango no tacho de barro

1 frango1 cabeça de alhos1 cebola grande1 folha de louro0,5 de azeite1 ramo de salsa1 bocado de presunto2 colheres de sopa de vinagre2 cravos-da-índia Vinho brancoSal

Corta-se o frango depois de devidamente limpo. Tempera-se com sal e coloca-se no tacho de barro. Junta-se a cebola, os dentes de alho, esborrachados com as cascas, o louro, o azeite, o vinagre, a salsa, o presunto cortado às fatias finas, os cravos-da-índia e, por fim, o vinho branco, em quantidade suficiente para cobrir todos os ingredientes. Tapa-se o tacho com a tampa virada ao contrário para encher de água e leva-se ao lume brando para cozer, procurando não deixar secar a água da tampa.

Bolo de Requeijão

500g de requeijão 350g de açúcar100g de farinha6 ovosRaspa de limãoMargarida para untar a forma

Esmaga-se o requeijão o melhor possível. Junta-se o açúcar e bate-se um pouco. Depois, juntam-se os ovos inteiros, um a um e, por fim, junta-se a farinha e a raspa de limão. Vai a cozer numa forma redonda (sem buraco) untada e polvilhada de farinha.

Receitas retiradas do livro

Sabores do Passado. Cozinha Regional do

Baixo Alentejo,

de Julieta Galope

FASES DA LUALua Cheia ~ 6 AgostoQuarto Minguante ~ 13 AgostoLua Nova ~ 20 AgostoQuarto Crescente ~ 27 Agosto Lua Cheia ~ 4 SetembroQuarto Minguante ~12 SetembroLua Nova ~ 18 SetembroQuarto Crescente ~ 26 SetembroInformações Borda-d’água

Dietista MArtA CorreiA SiMõeSPsicóloga AliCe SilvA

As Doenças do Comportamento Alimentar são caracterizadas por graves perturba-ções do comportamento alimentar, cuja etiologia é complexa e multidimensional, consequente da interacção de factores de índole psicológica, biológica e sociocul-tural. ocorrem predominantemente nos países industrializados e a sua morbili-dade ronda os 5 a 20%, tendo 25% dos casos uma evolução crónica. Ao longo das últimas três décadas tem-se verificado um aumento da sua prevalência. existem dois diagnósticos específicos: Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa.

As características essenciais da Ano-rexia Nervosa resultam da recusa em manter um peso corporal normal mínimo (critério A), do medo intenso em ganhar peso (critério B) e da significativa pertur-bação da percepção do tamanho e formas corporais (critério C). Para além destes critérios, as adolescentes e mulheres após a menarca têm amenorreia (ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos). Deste modo, a pessoa mantém um peso corporal abaixo do ní-vel normal mínimo para a idade e altura (inferior a 85% do peso normativo ou cujo índice de massa corporal seja inferior a 17.5Kg/m2), a qual se pode manifestar, em idades precoces, pela incapacidade em cumprir as expectativas de ganhos ponderais (enquanto o crescimento em altura se verifica).

Habitualmente, a perda de peso é conseguida, primariamente, através da redução da quantidade total de alimentos ingeridos, excluindo do seu regime alimentar os que consideram ter grande teor caló-rico, passando, progressivamente, para uma dieta muito restritiva, que não raras vezes, se limita a escassos alimentos. Como métodos adicionais de perda de peso recorrem aos métodos purgativos (por exemplo, vómito, laxantes, diuréticos ou clisteres) e ao aumento ou excesso de exercício físico.

esta perturbação tem o seu início típico entre o meio e o fim da adolescência (entre os 14 e os 18 anos), ocorrendo, raramente, em indivíduos com mais de 40 anos. A sua prevalência é de 0,5 a 1%, sendo que 90% dos casos ocorrem nas mulheres.

Na generalidade dos casos, os primeiros indícios surgem após a perseverança, ao longo de alguns meses, numa determi-nada dieta com consequente excessiva perda de peso, encarada com grande determinação e resistência, apesar das tentativas de dissuasão por parte dos familiares.

À medida que a doença progride,

manifestam, frequentemente, sintomas depressivos como humor depressivo, iso-lamento social, irritabilidade, insónias e diminuição do interesse sexual, bem como características obsessivo-compulsivas relacionadas ou não com a comida, o peso ou o corpo.

É normalmente a família que encaminha a doente ao médico, dado que a própria, apesar de reconhecer, em alguns casos, a necessidade de tratamento, recusa aceitar a gravidade da situação, opondo-se a aumentar de peso visto não sentir a sua vida ameaçada pelo estado de magreza actual, rejeitando a ideia de estar exces-sivamente magra.

o tratamento pressupõe um trabalho multidisciplinar, envolvendo, geralmente, intervenção psicológica; aconselhamento nutricional; medicação e, em casos de extrema gravidade, internamento.

No que concerne à intervenção psi-cológica, os estudos têm corroborado, que nos adolescentes, as terapias mul-timodais com pacientes hospitalizados e a terapia individual com pacientes não hospitalizados são ambas menos efecti-vas que a terapia familiar, e que por isso não são o tratamento de eleição. Não há, contudo, ainda um tratamento que se tenha demonstrado eficaz no trata-mento da Anorexia Nervosa, apesar dos padrões depressivos co-mórbidos terem vindo a ser tratados com sucesso. Deste modo, a terapia familiar e os tratamentos baseados em programas que envolvem terapia simultânea para pais e adoles-centes (9 a 36 sessões durante 6 a 18 meses), conduzem ao ganho de peso e melhorias no ajustamento psicossocial, particularmente nos casos de história de anorexia à menos de 3 anos. Numa primeira fase a terapia familiar deve visar (a) psicoeducação sobre a doença e (b) encorajamento das figuras parentais para a implementação de um programa de alimentação para restabelecimento do peso. Alcançado este objectivo, a responsabilidade pelo peso corporal é devolvida ao adolescente. Segue-se então (c) a promoção de individualidade; (d) a negociação de níveis de privacidade, liberdade e responsabilidade apropria-da; e, finalmente, (e) a prevenção de recaídas.

As características essências da Bulimia Nervosa são a ingestão compulsiva de alimentos (critério A) e a utilização de comportamentos compensatórios inapro-priados para impedir o aumento de peso, tal como vomitar; uso de laxantes, diuré-ticos, enemas ou outros medicamentos; jejum; ou exercício físico excessivo (critério B). Para além disso, os indivíduos com esta perturbação colocam uma ênfase

excessiva na forma e peso corporais na sua auto-avaliação, os quais passam a ser os mais importantes na determinação da auto-estima (critério D).

os episódios recorrentes de inges-tão alimentar compulsiva definem-se pela (1) ingestão, num período curto de tempo, de uma quantidade de alimen-tos indubitavelmente superior à que a maioria das pessoas conseguiria ingerir em circunstâncias semelhantes; e (2) sensação de perda de controlo sobre o acto de comer durante o episódio. embora o tipo de alimentos ingeridos durante es-tes episódios varie, incluem, tipicamente doces e alimentos de alto teor calórico. A ingestão compulsiva ocorre habitualmente em segredo ou, tanto quanto possível, sem dar nas vistas, até que a pessoa se sinta dolorosamente cheia. estes episódios são tipicamente precipitados por esta-dos de humor disfórico, acontecimentos interpessoais stressantes, fome intensa após restrição alimentar ou sentimentos associados ao peso corporal, forma do corpo ou comida, permitindo a redução transitória da disforia, contudo a auto-crítica depreciativa e o humor depressivo seguir-se-ão.

esta perturbação tem o seu início típico no fim da adolescência ou início da idade adulta. os episódios de ingestão compul-siva começam, geralmente, durante ou após uma dieta, persistindo ao longo de vários anos numa alta percentagem de amostras clínicas. A sua prevalência é de 1 a 3%, sendo que 90% dos casos ocorrem nas mulheres.

os indivíduos com bulimia nervosa têm tipicamente um peso normal, apesar de alguns estarem com peso ligeiramente acima ou abaixo dos padrões normais, podendo ocorrer, embora raramente, entre indivíduos moderada e morbidamente obesos. Na maioria das pessoas, a per-turbação do humor antecede claramente o desenvolvimento da Bulimia Nervosa, embora possa ocorrer concomitante ou ser posterior. Contudo é frequentemente atribuída à mesma pelos bulímicos.

o tratamento pressupõe um trabalho multidisciplinar, envolvendo, geralmen-te, terapia individual; terapia familiar; aconselhamento nutricional; medicação e, em casos de extrema gravidade, in-ternamento.

No que concerne à intervenção psico-lógica, os estudos têm corroborado, que nos adolescentes tanto a terapia cogniti-vo-comportamental como a psicoterapia interpessoal conduzem a melhorias nos sintomas de bulimia e ajustamento psicos-social, embora na primeira as melhorias sejam rápidas e sustentadas, ao passo que na segunda os ganhos sejam gra-

duais (cerca de um ano). o tratamento cognitivo-comportamental visa alterar o padrão alimentar disfuncional, quebrar o ciclo de ingestão – purgação e preve-nir recaídas, cessando com o treino de prevenção de recaídas. A terapia inter-pessoal começa por ajudar o paciente a compreender o contexto interpessoal no qual os problemas alimentares ocorrem, focando posteriormente a resolução de dificuldades interpessoais mais do que a alteração dos comportamentos alimentares ou cognições associadas à alimentação, a qual culmina coma a gestão do processo interpessoal de finalização da relação terapêutica.

A intervenção nutricional é fulcral, uma vez que a alimentação e a dieta têm um importante papel no desenvolvimento e manutenção destas doenças. Normalmente os pacientes com transtornos alimentares apresentam importantes restrições dieté-ticas, padrões alimentares desajustados e hábitos errados devido a uma série de falsos mitos e crenças e a uma sensação de incompetência para lidar com o alimento. tais alterações podem levar a mudanças do estado nutricional, que necessita de cuidados dietéticos específicos, como reabilitação e orientação nutricional.

o aconselhamento nutricional é necessá-rio para estabelecer uma adequada relação com o alimento. Deve ser efectuada uma recolha e transmissão de informações: a história alimentar do paciente, o estabe-lecimento de uma relação de colaboração, a definição de conceitos relevantes sobre alimentos, a apresentação de exemplos de padrões de fome/consumo alimentar e a orientação básica da família.

De uma forma geral, as refeições de-vem ser atractivas e palatáveis, tendo em conta as preferências alimentares do paciente. As refeições pequenas e fre-quentes são convenientes e a variedade deve ser incentivada. Ao paciente devem ser transmitidos princípios e não regras rígidas para evitar o reforço dos rituais compulsivos e a sua preocupação com o alimento. No início o paciente deve ser incentivado a medir e anotar a ingestão de alimentos e depois diminuir gradualmente a ênfase relativamente à alimentação. A ingestão de alimentos não deve forçada uma vez que a rejeição faz parte da en-fermidade, por isso deve ser promovido um comportamento alimentar normal. A preocupação com o peso e alimentos deve ser depreciada e a promoção de uma auto-estima adequada deve ser trabalhada. De uma forma geral deve ser oferecida uma dieta equilibrada, usando os princípios da roda dos alimentos de acordo com a idade, o género, estatura e a meta de peso desejada.

saúde

Receitas

Doenças do Comportamento Alimentar

Agricultura, jardinagem e animais AbRIL

Na Horta, em local definitivo, semear agrião, espinafre, feijão, nabo, rabanete, repolho de Inverno, salsa; em canteiro semear acelga, alface e couve-nabo. Cavar e sachar o milharal e as hortaliças, e regar bem, antes das sementeiras e das transplantações; em estufa semear ervilhas e feijão. Monda dos arrozais. Recolher fruta e no Minguante secá-la. Na vinha desparrar moderadamente, para que as uvas amadureçam. No Jardim, regar as plantas com bastante frequência. Mudar as cinerárias e amores-perfeitos; colheita matinal de rosas e flores. Animais: no gado, completar a forragem com suplemento alimentar natural

maio/junho/julho 2009 lazer & utilidades 1�

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O Campaniço

CASTELO VELhO DO MONTEL

autarquia vai adquirir imóvelSituado na freguesia de Entradas, o Castelo Velho do Montel é parte importante do património do concelho. Para além da sua salvaguarda, a aquisição do imóvel vem permitir o desenvolver de um programa de acção arqueológica no local, o que futuramente poderá constituir mais um atractivo turístico para o concelho.

MIGUEL REGO

A Câmara Municipal de Castro Verde chegou a acordo com o Estado por-tuguês no valor a atribuir aos 250 m2 que este detém no Castelo de Montel, também conhecido por Castelo Velho do Cobres, sítio classificado como Imóvel de Interesse Público desde 30 de Novembro de 1993, e que está localizado na freguesia de Entradas, próximo do Monte do Castelo.

O valor que está na base da compra a efectuar brevemente, é de 2500 eu-ros. Com esta aquisição, o Município de Castro Verde pretende despoletar o processo de valorização e recuperação deste sítio arqueológico, assim como dos seus acessos, projecto esse que passará, muito naturalmente, pela aquisição dos restantes dois hectares que completam esta estrutura urbana da Antiguidade tão mal conhecida pelas gentes do nosso concelho.

O Castelo de Montel é um povo-ado fortificado da I Idade do Ferro construído, provavelmente, nos sécs. VII/VI antes de Cristo, com uma ocu-pação humana contínua até pelo menos ao século I d.C., no período Romano Republicano. Fortes muros de xisto que atingem em algumas zonas dois metros de largura, definem dois conjuntos amuralhados, ainda hoje bem visíveis, que delimitam

em toda a sua extensão o povoado e que indiciam a existência de, pelo menos, dois momentos construtivos, um dos quais, muito provavelmente, durante as guerras de Sertório contra as tropas do Império Romano.

Uma das áreas deste antigo “cas-telo”, e que oferece ainda alguma

monumentalidade, é sem dúvida a parte poente do povoado, pertença do Estado português, onde muito provavelmente se situaria a sua porta principal, sobranceira à qual se eleva uma torre em pedra. Esta torre é deli-mitada a Oeste por um fosso escavado na rocha com mais de dois metros e

meio de profundidade. Esta preocu-pação de reforçar defensivamente a entrada justifica-se apenas neste troço, já que no restante perímetro, um extraordinário jogo de aprovei-tamento do escarpado natural para assentamento da muralha, parece ser suficiente para dar a esta fortaleza

uma efectiva função defensiva.Destaque-se a preocupação dos pri-

meiros “construtores” em implantar as faces Sul e Sueste da muralha sobre o escarpado rochoso das margens da Ribeira de Cobres, criando uma muralha natural de difícil escalada, tornando ainda mais complicada qualquer tentativa de ocupação deste espaço fortificado.

Do ponto de vista histórico, importa também realçar que alguns autores defendem que seria neste local que passaria a antiga “estrada” que liga-va a zona mineira de Aljustrel e do Campo Branco ao porto de Mértola, principal entreposto de escoamento de metal desta região mineira.

O Castelo de Montel poderá, sem dúvida, ser um espaço extraordinaria-mente importante para desenvolver um projecto de investigação arqueoló-gica, dando continuidade ao trabalho de construção do passado histórico e arqueológico deste concelho. Ao mesmo tempo, pode assumir-se como um pólo mais das infra-es-truturas turísticas deste concelho, conciliando, pela sua localização geográfica, o turismo-natureza e o “birdwatching”, ao turismo cultural, potenciando a riqueza paisagística e humana deste concelho. w

no rescaldo da minha visita a Castro verdeABíLIO PEREIRA DE CARVALhO

A minha recente deslocação a Cas-tro Verde para participar no colóquio sobre «Medicina Bio-Energética» em torno da «Fonte de Milagres» de São Miguel, por força de ter escrito o livro «História de Uma Confraria», editado pela Câmara Municipal, deixou-me deveras surpreendido. Residente que fui na vila por uma dezena de anos, enquanto professor na Escola Preparatória, deparei com uma vila muito ampliada, mas sem que tenha perdido as características de uma bo-nita vila alentejana. Novos e diversos equipamentos culturais, andaram bem autarcas, arquitectos e engenheiros em manterem tais características. An-daram bem em não desfigurarem a arquitectura urbana histórica como se vê em muitos outros sítios por este Portugal fora.

Falei com amigos e conhecidos. Filmei e fotografei vários recantos do burgo e arredores a que me sin-to ligado por razões de família e de profissão. Mas o que me traz aqui é sublinhar a sensibilidade que encon-trei no actual presidente da Câmara para recuperar o edifício da «Fonte de Milagres» actualmente integrada no

«Monte Mourão», ali para os lados de Casével. Com efeito, quanto dinheiro se gasta, tantas vezes, em escavações arqueológicas para se poder reconsti-tuir ou reinventar o passado histórico distante? E quantas vezes se deixam ao abandono equipamentos arquitectóni-cos que tiveram papel preponderante na História local e poderão tornar-se atracção turística e cultural se forem recuperados, bem como explicada a sua História devidamente documen-tada? É o caso da «Fonte de Milagres» de S. Miguel, que, como demonstrei amplamente no livro acima citado, foi administrada pelos «oficiais» da Câmara de C. Verde, (leia-se pelos «ve-readores»), sendo um dos seus susten-táculos económicos e financeiros, no século XVIII. Não havia, então, a Lei das Finanças Locais e a Câmara, de acordo com as provisões régias (rei-nava então D. João V) socorria-se dos dinheiros de S. Miguel, proveniente, em grande parte, das esmolas que o Arcanjo recebia por virtude dos fiéis acreditarem que as águas da Fonte faziam milagres. E também dos juros que rendiam os dinheiros de S. Mi-guel que os vereadores emprestavam e rentabilizavam dessa maneira.

É um equipamento que merece,

de facto, ser recuperado, tal como merece ser recuperada e divulgada a sua História. E se a Câmara andou bem quando se mostrou disponível para editar o livro «História de Uma Confraria», igualmente prosseguirá caminho certo se recuperar do edifício, proporcionando, assim, ao estudio-so ou curioso, natural ou forasteiro, mais um local de visita, de estudo e de conhecimento dentro dos limites

do concelho, a somar à Basílica Real, à Igreja dos Remédios ou a S. Pedro das Cabeças, este último pseudo-lo-cal onde se terá travado a Batalha de Ourique. E num país que se diz voca-cionado para o turismo cultural, todos os elementos arqueológicos, rurais e urbanos são poucos ao serviço de tal fim. E alguns, pelo papel que de-sempenharam na HISTÓRIA, são bem dignos e merecedores de figurarem

nos roteiros turísticos na «Região de Turismo Planície Dourada». A «Fonte de Milagres» é um desses elementos. Atente-se no mapa anexo e nele se verá o alargado âmbito geográfico e raio de influência que a «Fonte de Milagres» de São Miguel tinha em tempos idos. A Fonte estava ligada à saúde e, igualmente, para esse fim, parece estar vocacionado o projecto em que o actual proprietário do monte «Mourão», Eng.º Joaquim Palma, se encontra empenhado. Haja conjugação do esforço público e privado e Castro Verde só sairá beneficiado.

Além de novos equipamentos culturais e entretenimento tive o prazer de constatar que a vila dispõe também de novos dignos equipa-mentos de estadia e restauração que muito a enobrecem. É, pois, devida, aqui, uma palavra de simpatia para o hotel «A Esteva» onde me hospedei durante os dias que permaneci em Castro Verde e, bem assim, para os restaurantes «Sol-Posto» e «Meia Laranja» de que são proprietários, respectivamente, os meus ex-alu-nos Fernando Alvinas e Manuela Camacho e também o restaurante «Castro» onde saboreei um bife do delicioso «pata negra». w

Fonte dos milagres

Castelo Velho do montel

maio/junho/julho 2009 património 1�

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O Campaniço maio/junho/julho 2009 tempos livres �0

A chegada das férias assinala o arran-que de mais uma edição do projecto “RIR (Recrear, Inovar e Reabilitar) em Movimento” e dos “ATL’s” que, de 6 de Julho a 21 de Agosto, oferecem aos mais pequenos e aos seniores do concelho, a possibilidade de passa-rem um Verão repleto de actividades e animação.

Durante três dias por semana, os

maiores de 55 anos, residentes no concelho têm a oportunidade de usufruir de um vasto rol de iniciati-vas, como actividades bibliotecárias, passeios turísticos dentro e fora do concelho, actividades desportivas, entre muitas outras.

A iniciativa tem como objectivos primordiais a promoção das relações interpessoais, o combate ao isola-

mento social, a troca de experiências entre gerações, melhoria da mobi-lidade, etc.

Os participantes neste projecto serão divididos por dois turnos, que decorremde 6 de Julho a 24 de Agosto (participantes das freguesias de Castro Verde, Sta. Bárbara de Pa-drões e S. Marcos da Atabueira) e de 03 a 21 de Agosto (participantes das

freguesias de Castro Verde, Entradas e Casével).

Já os “ATL’s”, que desde há muitos anos preenchem os tempos livres das crianças entre os 6 e os 12 anos ,de-correm 5 dias por semana. Ao longo deste mês e meio, os mais pequenos têm ao seu dispor um conjunto alar-gado de actividades, como iniciativas relacionadas com música e ambiente,

passeios, ateliers de expressão cor-poral e artes plásticas, entre muitas outras

Estas actividades pretendem esti-mular a aprendizagem das crianças, de uma forma simultaneamente lúdica e divertida, bem como proporcio-nar a troca de experiências entre as crianças e os mais velhos. w

rir em movimento e atl’sO Projecto “RIR em Movimento”e os “ATL’s – Ocupação de Tempos Livres” regressam este Verão, para “pôr a mexer” a população sénior e as crianças do concelho de Castro Verde.

FotoDestaque

Em 1950 o grupo cénico da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1.º de Janeiro agitava-se em torno de um espectáculo de gosto marcadamente popu-lar. Ensaiando cenas de cariz cómico e de crítica social, onde o canto se misturava com a dança e a declamação, um elenco de 23 actores amadores passava

em “revista” os acontecimentos mais marcantes do momento a nível local. Era o primeiro teatro de revista a acontecer em Castro Verde, num período em que o país vivia sob o regime de António de Oliveira Salazar e a liberdade de expressão era condicionada aos interesses do Estado. A 18 de Maio de 1950, “Salvé Castro Verde”

subiu ao palco do antigo “Cine-Castrense” pela primeira vez, com um elenco composto unicamente por pessoas da terra, entre as quais a D. Eugénia Costa que, com apenas 17 anos, foi convidada pela direcção da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1.º de Janeiro, a integrar o conjunto de actores do grupo cénico desta colectividade.

Além do extenso elenco, a revista compunha-se ainda de uma equipa técnica. O ensaiador, caracterizador e contra-regra era João da Silva Domingos e veio do Algarve propositadamente para trabalhar no espectáculo, tal como o electricista António Maria Gonçalves. João Caetano Colaço Mestre era o ponto e José Vicente Madeira, o carpinteiro.

“Salvé Castro Verde” era uma revista em dois actos cuja abertura ficou a cargo da Orquestra Lusitana. No bilhete que data da década de 50, consta que o espectáculo foi ainda abrilhantado pela Banda de Música da Sociedade, que executou “alguns números do seu vasto repertório”. Eugénia Costa representava a “Mulher da Liga”, uma defensora das saias curtas, que proclamava a abolição da nova moda: as saias compridas.

Entre os demais papéis, havia um compére chamado Zé Pancrácio, uma Viúva queixosa, uma “Vendedeira de Queijos”, um “Agente da Tóbis” e uma “Abandonada”. O primeiro acto terminava com um número de samba. No segundo acto, a apoteose final, da autoria de António Caetano Mestre, reunia o grupo de actores que cantavam versos alusivos à vila, sob um cenário onde se dese-nhava a Igreja dos Remédios, formando o título da Revista “Salvé Castro Verde”. Consta que os bilhetes esgotaram, obrigando à realização de duas sessões nos dias 18 e 25 de Maio de 1950.

“Salvé Castro Verde” O teatro de revista em Castro Verde nos anos 50

atl’s 2009 - oficina de arqueologia e gincana ambiental

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O Campaniçomaio/junho/julho 2009 desporto �1

O Pavilhão Desportivo Municipal recebeu, nos dias 20 e 21 de Junho, o 5ºTorneio de Hóquei em Patins de Castro Verde, uma iniciativa do Futebol Clube Castrense e da Câmara Muni-cipal de Castro Verde, que assinalou uma data história para o clube: o 30º Aniversário da Secção de Patinagem. Na fase competitiva do torneio esti-veram a disputar o título, as equipas seniores de hóquei do Dramático de Cascais, que acabou por levar para casa o 1º lugar do torneio, do Física de Torres Vedras, que se classificou na 2ª posição, do Vasco da Gama de Sines,

que ocupou o 3º lugar, e a equipa da casa, o F.C. Castrense, que se ficou pela 4ª posição.

Bruno Poças, atleta do Dramático de Cascais, foi considerado o melhor jogador em campo neste torneio, en-quanto que a taça de melhor marcador foi para Torres Vedras, para o jogador Carlos Torres. O guarda-redes que menos golos sofreu foi Pedro Chambel, também atleta do Física de Torres Vedras. A Taça disciplina acabou por ir para a equipa de Cascais.

Apesar da parte competitiva ro-dar em torno do torneio sénior, a

iniciativa teve também intercalados jogos nas categorias de Infantis e Juvenis, entre as equipas da casa e o Boliqueime.

O torneio ficou ainda marcado pelo jogo de confraternização entre as velhas glórias do F.C. Castrense e do Mineiro Aljustrelense, que ser-viu para matar saudades de outras temporadas.

A iniciativa terminou com um al-moço-convívio, no Domingo, que juntou os atletas participantes no torneio e bem como todos elementos da organização. w

5º TORNEIO DE hÓqUEI EM PATINS DE CASTRO VERDE

dramático de Cascais saiu vencedor

Tempo depois das notícias que davam como certa a descida da equipa de futebol do F.C. Castrense à 1ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Beja, o clube recebeu, no final do mês de Junho, uma boa-nova. A

equipa afinal irá manter-se na época 2009-2010, a disputar a 3ª Divisão Nacional.

A decisão partiu da Federação Por-tuguesa de Futebol, que depois de ter aprovado em Assembleia Geral

os novos quadros competitivos para a próxima época, dos quais constam a criação de uma Série da 3ª Divisão na Madeira, o leva a que o Castrense seja repescado e volte a ocupar lugar nesta competição. O F.C. Castrense

irá então disputar o campeonato com as equipas do Beira-Mar de Monte Gordo, Pescadores, Cova da Piedade, Farense, Juventude de Évora, Fabril do Barreiro, Lusitano de Évora, Quartei-rense, Esperança de Lagos, Moura A.C.

e União de Montemor. O F.C. Castrense procedeu à apresentação da equipa sénior de futebol no dia 25 de Julho em cerimónia organizada no Fórum Municipal de Castro Verde. w

3ª DIVISãO NACIONAL

Castrense mantém posição

ACTIVIDADE COM’VIDA

um concelho em movimentoAo longo de um ano o Programa “Ac-tividade Com’Vida”, estendeu a sua actividade a quase todas as localida-des do concelho e envolveu as várias faixas etárias da população nas suas actividades, que têm como propósito promover a prática de exercício físico e a adopção de uma vida mais activa.

Com o encerramento das activida-des do Desporto Sénior, das Escolas de Natação e dos Jogos Concelhios, o Programa “Actividade Com’Vida” mudou-se, durante a época balnear, para as Piscinas Municipais de Castro Verde, onde se encontra a dinamizar um projecto de animação desportiva de Verão. Futebol-ténis, ténis de relva, voleibol de relva e lançamentos de basquetebol, são algumas das pro-postas para quem quer praticar um pouco de actividade física.

Para além destas iniciativas, o pro-grama estende ainda a sua colaboração à promoção da actividade física nos Ateliers de Tempos Livres (ATL’s) e no programa Rir, Recrear e Inovar (RIR) em Movimento, destinado à popu-lação sénior do concelho. Aqui fica um pequeno balanço das actividades desenvolvidas ao longo do ano.

DeSPorto SéniorNo que se refere ao projecto de

Desporto Sénior, na época 2008/2009, foram registados 308 participantes, distribuídos por 15 grupos, mais três do que a época passada, abrangendo todas as freguesias.

As III Olimpíadas Seniores, uma actividade desenvolvida no âmbito deste projecto, voltaram a ter, nesta terceira edição, uma boa adesão por parte da população sénior do concelho.

O Estádio Municipal 25 de Abril voltou a acolher esta iniciativa, que decorreu na manhã do dia 27 de Maio. Cerca de 220 participantes, pertencentes às turmas de desporto sénior dos vários pontos do concelho de Castro Verde, das turmas seniores das Escolas de Natação e também de um grupo con-vidado de Almodôvar, embarcaram nesta aventura, que lhes proporcio-nou uma manhã divertida, em jeito de Festa Final do projecto .

Provas de mímica, de cultura ge-ral, cooperação, entreajuda, perícia e manipulação, pontaria, destreza, velocidade de execução, entre outras capacidades, são alguns exemplos de actividades que os participantes tiveram que efectuar, ao longo de 16 estações.Todas as provas foram pontuadas, e depois de revelada a equipa vencedora, seguiu-se um almoço no refeitório da EB2, 3 Dr. António Francisco Colaço, que reuniu todos os elementos das equipas.

eSCoLAS De nAtAçãoAs Piscinas Municipais de Castro

Verde receberam as 18 turmas das Es-colas de Natação que, no seu total, contabilizaram perto de 500 inscritos. Direccionadas a todas as faixas etárias da população, desde as classes para bebés, às classes para idosos de rea-bilitação, estas aulas foram o estímu-lo certo para a adopção do exercício físico como meio de alcançar uma vida mais saudável.

O Festival de Natação decorreu na manhã do dia 30 de Maio. Aproxima-damente 250 alunos, pertencentes a todas as turmas da Escolas de Natação, mostraram o trabalho desenvolvido

ao longo da época desportivaO II Encontro de Escolas de Nata-

ção, que marcou o encerramento da época de aulas, contou com cerca de 125 alunos das turmas mais jovens. Um grupo de Santiago do Cacém e outro de Almodôvar foram também convidados a marcar presença neste encontro. O convívio entre os alunos dos vários grupos foi uma constante nesta actividade, que teve também uma vertente competitiva.

JogoS ConCeLhioS 2009De Março a Junho de 2009, cerca

de 35 modalidades desportivas foram dinamizadas, nas suas diferentes ver-tentes (competição, demonstração e lazer), um pouco por todo o concelho. À semelhança de outras edições, a ini-ciativa superou as 2000 participações. Um número que sofreu um pequeno decréscimo em relação à edição do ano passado, devido, essencialmente, a uma menor adesão às caminhadas e passeios de BTT, pois a população já procura desenvolver esta actividade por iniciativa própria.

Um projecto consistente que, ao longo de quatro meses, promoveu a

prática desportiva, das modalidades mais comuns, aos jogos tradicionais de rua, aliada ao convívio e à envolvência dos vários escalões etários, que tem dado vida às várias infraestruturas desportivas existentes no concelho.

Nestes meses de intensa actividade, a envolvência do associativismo nos “Jogos Concelhios” foi uma constante e grande responsável pelo sucesso da actividade. A iniciativa terminou com uma festa, que teve lugar no dia 17 de Junho, na Praça da República, em Castro Verde, onde marcaram presença cerca de 300 pessoas.

eSCoLA De téniS

A promoção desta prática desportiva no concelho, de forma organizada e regular, e cativar novos adeptos da modalidade, têm sido as grandes prio-ridades da Escola de Ténis, ao longo de toda a sua existência. Neste ano de 2009, passaram por esta escola, de Janeiro a Junho, cerca de 25 alunos.

ProJeCtoS eSCoLAreSDurante o ano lectivo, foram mi-

nistradas pelos técnicos do Gabinete de Desporto do executivo camarário,

em articulação com o Agrupamento de Escolas, Aulas de Enriquecimento Curricular (AEC) a cerca de 450 crianças, pertencentes às Escolas do 1ª Ciclo do Ensino Básico e Jardins-de-infância do concelho. O Programa “Actividade Com’Vida” levou até às crianças a prá-tica desportiva em contexto escolar. Este programa colaborou ainda em alguns momentos festivos, como é o caso da Festa da Primavera, que teve lugar na Sete, das Comemorações do Dia Mundial da Criança, que tiveram lugar no Parque da Liberdade, em Castro Verde, e das festas finais de período. w

jogo de hóquei - Castrense \ Cascais

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Foi há 35 anos…Estávamos a ouvir as notícias do que se passava em Lisboa, se bem que as informações fossem ainda muito escassas.

Não se sabia nada. Só informavam que tinham tomado algumas instituições e serviços. Falava-se que era um golpe de Estado. Aconselhavam a que ninguém saísse de casa. Não iam trabalhar. Estava tudo parado.

Ficámos com muito receio, porque o meu filho já tinha retomado o serviço em Lisboa. Nós já tínhamos sofrido muito com a mobilização para o Norte de Moçambique, onde esteve dois anos, tempo que durou a sua permanência em terras africanas.

Foi um tempo de aflição e muito medo do que lhe poderia acontecer, como aconteceu a tantos soldados que perde-ram a vida numa guerra tão cruel e injusta, como são todas…Havia pouco tempo que ele tinha regressado do Ultramar, quando se deu o 25 de Abril. Nós ainda não estávamos refeitos de tanto sofrimento, porque passámos com a mobiliza-ção dele e, mais ainda por ter estado sempre em zonas de combate. Veio muito fraco e debilitado, mas felizmente nada mais grave lhe aconteceu. Era já tarde quando ouvimos pela televisão o relato dos últimos acontecimentos do que se estava a passar. Ouvimos bater à porta. Eu disse ao meu marido que não abrisse, porque fiquei nervosa e com medo. Mas continuavam a bater, e ele foi abrir. Era o nosso filho, que veio para casa descansar da guerra, porque de guerras estava ele saturado. Durante dois anos e mais alguns dias fizeram parte da sua vida…Foi um alívio ter vindo para junto de nós, e também porque ainda necessitava de cuidados de saúde, por continuar muito fraco. Mas eu pouco pude fazer, por ele não se querer tratar. Apenas consegui, de acordo com o Sr. Dr. Brando, que fosse observado e radiografa-do sem desconfiar de nada. Tomou alguns medicamentos, e teve os cuidados da mãe…Nós víamos o estado dele, mas não dizíamos nada, porque veio muito nervoso, e não conseguia ter sossego. Felizmente fizeram o 25 de Abril, que foi o mais calmo possível, graças aos bravos Capitães de Abril que souberam devolver ao Povo, a liberdade a que todos temos direito. É muito bom haver liberdade, mas que a nossa liberdade, não condicione a de ninguém, para que todos a possam usufruir livremente, sem receio de vinganças…

Rita Martins Isidro–Faro

Cara Rita,Nesta edição publicamos o seu testemunho sobre o término que o 25 de Abril colocou ao período mais negro da história das mães portuguesas: a Guerra Colonial. Mande Sempre!

Nota da RedacçãoEstas páginas são dedicadas a todos os leitores do boletim “O Campaniço”. Dê o seu contributo e ajude-

nos a enriquecer ainda mais estas páginas. Envie-nos as suas poesias, crónicas e outros textos fruto da sua criatividade. Por vezes, o número de correspondência recebida por parte dos nossos leitores não nos permite publicar todos os textos, pelo que é feita uma selecção do conjunto que nos chega às mãos. Na próxima edição continuaremos a sua publicação. Os trabalhos podem ser enviados por correio ou por email: Campaniço. Câmara Municipal de Castro Verde. Praça do Município, 7780-217 Castro Verde. [email protected].

NECROLOGIA

maio/junho/julho 2009 leitores �� O Campaniço

ADíLIA MARIA. 82 ANOS. CASTRO VERDEAGOSTINhO MARIA LANçA. 78 ANOS. CASÉVELAMADOR AUGUSTO SILVA. 72 ANOS, ENTRADASANA CATARINA bATISTA COLAçO. 81 ANOS. CASTRO VERDEANTÓNIO AFONSO bRITO ALEGRE. 72 ANOS. CASÉVELANTÓNIO ALExANDRE GUERREIRO. 74 ANOS. CASTRO VERDEANTÓNIO SANTIAGO MADEIRA. 79 ANOS. ENTRADASANTÓNIO DOS SANTOS P. GONçALVES. 82 ANOS. CASTRO VERDEARMINDO hENRIqUE NObRE. 81 ANOS. OURIqUE-GAREARTUR SIMãO CORDEIRO. 71 ANOS. CASTRO VERDEEDUARDO COSTA MARTINS. 55 ANOS. MONTE DA FIGUEIRINhAFRANCíLIA LAURINDA C. DE ALMEIDA. 83 ANOS. CASTRO VERDEFRANCISCO MANUEL GUERREIRO INÁCIO. 79 ANOS. CASTRO VERDEINÁCIA MARIA DE bRITO VARELA. 96 ANOS. CASTRO VERDEISAbEL MARIA PALMA MARqUES. 63 ANOS. bERINGELINhOjOAqUIM DE bRITO VAz. 83 ANOS. GERALDOSjOAqUIM CANÁRIO TOMÉ. 71 ANOS. bERINGELINhOjOAqUIM MARIA FELISbERTO. 93 ANOS. NAMORADOSjACINTO CONCEIçãO LAMEIRA. 89 ANOS. ENTRADAS jACINTO LANçA. 75 ANOS. SETEjOãO FRANCISCO NObRE CAETANO. 65 ANOS. MATOSINhOSjANUÁRIO jOSÉ FRESCO. 83 ANOS. CASTRO VERDEjOSÉ FAUSTINO GOMES. 85 ANOS. A-DO-CORVOjOSÉ GUERREIRO jORGE. 79 ANOS. MONTE CERROjOSÉ jOãO TERESA MESTRE. 66 ANOS. ENTRADASMANUEL DANIEL MARqUES. 73 ANOS. bERINGELINhOMANUEL FAUSTINO COELhO. 85 ANOS. MONTE DO ROLãOMANUEL FRANCISCO DA LUz. 47 ANOS. S. bÁRbARA DE PADRõESMARIA jOSÉ. 77 ANOS. OURIqUE-GAREMARIA SERAFINA jOSUÉ. 89 ANOS. ENTRADASORLANDO POSSIDÓNIO ARELA. 76 ANOS. CASÉVELSÉRGIO MANUEL ROUCA jOAqUIM. 43 ANOS. AIVADOSVENâNCIO jOSÉ CAVACO. 73 ANOS. CASTRO VERDEVIRGíNIA GUERREIRO AFONSO. 69 ANOS. CASTRO VERDEVITORINA GUERREIRO LAMEIRA qUINTINhO. 56 ANOS. ENTRADAS

MARIA ROSA VARELAFaleceu a 20/04/2009 – GeraldosA família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar.

JOãO DA LANçA FRAGOSOFaleceu a 02/06/2009A família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar.

MARIA AMáLIA NETO RAPOSOFaleceu a 16/04/2009 – EntradasA família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar.

ANTóNIO PATRíCIOFaleceu a 23/01/2009 Sua esposa, filhas, netos e bisnetos, comunicam o falecimento do seu ente querido.

JOSé MANUEL BENVINDA NOBREFaleceu a 14/04/2009 – Castro VerdeA família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar.

MANUEL ANTóNIO CANDEIAS Faleceu a 20/0672009 – Castro VerdeA família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar.

No nosso tempo de meninosHavia ulmeiros e amoras silvestres;Havia fontes de água cristalinaHavia pássaros nas florestas,No Verão íamos às camarinhasNo Inverno murtos e outras espécies.

Mas o planeta está mudandoPorque a exploração é imensa;Eucaliptos por todos os sítiosE a captação dos furos é intensa,Secam fontes, morrem passaritosO Homem é egoísta por excelência.

A Natureza está zangada com razãoMurcham mimosas e madressilvas;Mesmo na Primavera ou no VerãoO Homem não é nenhum troglodita;Mas não tem respeito pela Terra, nãoE deixa secar fontes de água bendita.

Não foi assim que a encontrámosNão a deixemos assim aos vindourosTemos que trabalhar com perseverançaNão viver só como exploradores;Para pagar o que a Terra vai dandoTemos que lhe retribuir com amor.

Rios, fontes de águas claras, florestasHá que conservá-las como um bem;Sejam carvalhos, castanheiros, giestasÉ o melhor que a Mãe Natureza tem:Para que volte o equilíbrio, haja festa,Vivam os outros seres e nós também.

Vicente Quintinha Guerreiro–Almada

O meu destino

Fui uma viçosa florEmbalada em quimerasEu tinha pétalas de amorE o perfume da primavera

No meu pequeno mundoEu sempre tive o abrigoTive horas amarguradasMas também tive um amigo.

De repente sobre mimCaiu uma grande tempestadeEu triste ainda dizia,Não, isto não é verdade.

Fiquei triste, sem corFicou mudo o meu sorrisoE aquele vento agresteEstragou meu paraíso.

Fique triste, desamparadaMesmo assim sobreviviPor amor à minha filha,Voltei à vida, renasci.

Recebi o CampaniçoSempre com a mesma alegriaEu li os meus versinhosE tudo o que nele trazia.

Para essa maravilhosa equipa do Campaniço, eu envio os meus cumprimentos.

Júlia Jesus Rodrigues–Macheira/Alte

Caro Vicente,Uma mensagem urgente esta que nos envia. Que bonito que seria que todos respeitassem o Planeta. Bem haja!

Cara Júlia,Continue a enviar-nos os seus versos e a partilhar a vida através das palavras.Bem haja!

ANTóNIO ALExANDRE GUERREIROFaleceu a 16/06/2009Mulher e filhas participam o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar.

Page 23: OCampaniço - Castro Verde · 2014-06-13 · OCampaniço Nº 81 maio/junho/julho 2009 Bol ENTREVISTA Educação O novo director da Escola Secundária de Castro Verde tomou posse no

Tabernas de Castro VerdeLugares ancestrais de conhecimento e cultura. Rituais sociais, onde o vinho

desinibe e fomenta as longas conversas entre as várias culturas. Ali, entre aqueles odores acres e adocicados, entre um copo e outro, fez-se o menino homem. Ali, enxuga-se a alma e esquecem-se por momentos e dissabores da vida.

As tabernas são lugares sagrados, religiosos, também compostos por man-damentos, onde o sangue de Cristo é tomado por todos religiosamente. Onde os sermões são dados com sabedoria, utilizando, quase sempre, as palavras certas para o momento.

Fala-se do Ti António, que morreu de coração, do Ti João que morreu de cancro, mas ali, não se ouve falar que alguém morreu por causa do vinho, porque ali, o vinho é um elixir, um antídoto para todas as doenças. “Diz-se que até mata os bichos”.

Ali não existe stress, entre uma rodela de linguiça e uma lasca de presunto, também o colesterol é esquecido.

Por fim, quando as pernas não obedecem e o andar se torna desequilibra-do, culpa-se sempre o último copo. Mas existe sempre um amigo pronto a levar-nos a casa.

As tabernas são escolas de vida de saberes populares, onde o cante marca o compasso.

Vale a pena fazer-lhes uma visita.

João das Cabeças (Rua da Aclamação)Tio Virgílio (Rua Sacadura Cabral)João Rosa (Rua das Cangas)

José Bravo Rosa

Caro José,Bonito texto. Aqui fica o convite para se saborear o tempo numa taberna... com um copo de vinho, claro! Mande sempre.

Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Castro VerdeVenho por este meio felicitá-lo pela forma como essa autarquia recebeu a

RTP Programa Praça da Alegria. Povo hospitaleiro e muito bondoso, terra lin-da, que já estive aí já há algum tempo. Agora não posso ir aí porque não posso conduzir para longe de casa, infelizmente por motivos de saúde, e ainda sou novo. Mas enfim…é a vida.

Sr. Presidente essa terra, Castro Verde, é uma terra muito linda em que as pessoas não devem ir só em Agosto. Essa terra é linda todo o ano, não é só em Agosto, que é quando o Turismo vai. Tenho até falado, aqui, neste meu local onde moro, que fazem muitas excursões todo o ano, para irem visitar Castro Verde, terra lindíssima e hospitaleira.

Vítor Ascensão–Canidelo (Vila Nova de Gaia)

Cara Vítor,Esperamos por si cá brevemente. Obrigado pelas palavras e pela divulgação de Castro Verde. Bem haja!

Fernando Sousa Caeiros,Um ilustre professor,Filho amado de Entradas,Foi um dos tiros certeiros,De alguém mui sabedor Em escolhas acertadas.

De facto não errou em nada.Acertou no homem certoPor todos reconhecido,Encetou a caminhada,Sempre frontal e aberto,E sem fazer alarido.

Os anos foram passando,E as obras aparecendo,O concelho evoluindoA toda a gente agradando,Novos votos merecendoPara pôr tudo mais lindo.

Homem de grande postura,Enaltece o colectivo,Como base de sucesso,Esteve sempre à altura,E isso foi decisivo,Pra um constante progresso.

Foram trinta e dois anosDe muita dedicaçãoÀ causa que abraçou, Sentimo-nos muito ufanosCom essa imensidãoDe obras que nos deixou.

O meu desejo seria,Continuar esta gestão,Que tão bons frutos tem dado,Castro Verde ficaria,Tenho essa convicção,Muito bem governado.

Hermínio Gomes–Moita

maio/junho/julho 2009 leitores �� O Campaniço

IS. Marcos da Atabueira é minha terra,Terra do meu nascimento,Mesmo estando ausente,Não me sais do pensamento.

IINo dia de S. Marcos faço questãoDe estar sempre presente.Digo com muito orgulho,Serei sempre S. Marquense.

IIIFoi no barranco da Malhoas,Foi lá que fui criada,Abalei aos 22 anos,Mas vinha já casada.

IVSou natural de S. Marcos,Em Entradas residente,Há 27 anos que aqui vivo,Acarinhada por toda a gente.

VS. Marcos e EntradasNão se conseguiam entender,Mas eu digo bem alto,Gosto muito de cá viver.

VINoutros tempos diziam,Contava-me a minha avó,Era o comboio de S. Marcos,E as vaquinhas do có-có.

VIIO Entradense ir lá jogar,Era motivo de glória,Mas no fim do jogo,Queriam sempre a vitória.

VIIIHavia um jogadorConhecido por zorra do “escalho”.Começar a confusão,Era sempre o seu trabalho.

IXSeria sorte ou o destino,Havia muito para contar,Logo foi esse jogador,Que escolhi para me casar.

XAgora tenho esperança,De ir aí cantar nas ruas,Mando um grande abraço,Ao Grupo Coral “As Atabuas”. XIEstou a chegar ao fim,E deixar-me de brincadeiras,Vai também um abraço,Às minhas colegas ceifeiras.

XIINão fiz por ser poeta,Fi-lo por passatempo.Aí sou a Bárbara Maria,Aqui sou a Bárbara Bento.

Bárbara Bento–Entradas

Para si Presidente

Caro Hermínio,Aqui fica a sua homenagem a Fernando Caeiros, homem que abraçou como poucos a causa do poder local. Bem haja!

O Sentir duma Pessoa

O poema é feito ao luar Ouvindo o mar pela janelaNo silêncio da noiteCom gaivotas a planarOu com a aurora inicialOuvindo o rasgo na terraPelo aço duro Da máquina barulhenta do homemDo cansaço do dia árduoQue recolhe a passos largos,Da jaqueta ao entrar em casaComo aquele que deixou a traineira As salinas, as vindimas,Passando p’las árvores e trigais em florNos caminhos do amor,Com o canto dos passarinhosQue se perdem em montadosNa construção dos seus ninhosP’los riachos alvoraçadosCom as mais finas plumas e vozesNa planície e na herdadeAssim como o PastorPedem com realidadeQue a grande vontade dos homensÉ VIVER EM LIBERDADE

Abril de 74 – Francisco Revés

Jacinto Álvaro Cecílio e Maria Felicidade Tomé50 anos de casados 30-07-1959 / 30-07-2009

Com beijos dos filhos, noras e netos

Cara Bárbara,Obrigado por estes versos de intrigas e cantorias. Bem haja!

Caro Francisco,Obrigado por este poema escrito em Abril de 74. Natureza e Lilberdade. O equílibrio perfeito. Mande sempre!

Informação

Por lapso, na edição nº 80 do Campaniço não foram publicados os créditos das foto-grafias que ilustraram o artigo do 25º Aniver-sário das Camponesas de Castro Verde e Abril em Festa (Mondadei-ras de Casével), cujo crédito é do Estúdio 2000, tendo estas sido cedidas para publica-ção pela Cortiçol.

Parabéns

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taça alentejo:F.C. Castrense em 3º lugar

A equipa de Patinagem Artís-tica do Futebol Clube Castrense participou, no passado dia 10 de Junho, juntamente com mais sete equipas de outros clubes, na competição “Taça Alente-jo”, que decorreu no Pavilhão Municipal de Beja, organizada pela Associação de Patinagem do Alentejo.

A equipa do F.C. Castrense conseguiu trazer para casa o 3º lugar da classificação, tendo participado na competição com catorze atletas, com idades entre os seis e os doze anos.

Rede de Bibliotecas de Castro Verde

A Câmara Municipal de Castro Verde, o Agrupamento de Escolas do concelho e a Escola Secundária de Castro Verde, vão celebrar um protocolo para a criação da Rede de Bibliotecas de Castro Verde (RBCV) e constituição do Catá-logo Colectivo Concelhio de Bi-bliotecas. A Rede de Bibliotecas de Castro Verde define-se como uma estrutura de cooperação aberta à livre participação de todas as bibliotecas do concelho, onde ganha prioridade a compatibi-lização e a troca de informação bibliográfica, o fomento de uma política coordenada de aquisições e a dinamização do empréstimo inter-bibliotecas, através de uma plataforma tecnológica, com o claro objectivo da optimização dos recursos e a promoção da leitura e das literacias. Servir de suporte à educação, à formação, à investigação e à difusão cultural é outro dos grandes objectivos da formação desta Rede.

Castro Jovem 2009

De 1 a 5 de Junho, o Parque da Liberdade foi palco de mais uma edição do Castro Jovem, uma iniciativa conjunta da Câ-mara Municipal e da Junta de Freguesia de Castro Verde, que proporcionou aos mais jovens uma semana repleta de anima-ção e actividades diversas.

Insufláveis, desportos radi-cais, demonstrações, activida-des lúdicas e ambientais, uma feira das profissões, concertos, música e muita animação, pre-encheram estes cinco dias, que tiveram uma boa aderência por parte do público escolar.

b r e v e s

Casével homenageia poetas da terra

Maria Isabel Pereira Calado, Assunção Pinto e António Sil-vestre Rosa, os últimos dois já falecidos, são poetas. Poetas de letras simples, e das coisas comuns do dia-a-dia, que, ao serem passadas para o papel, se transformaram em quadras ou décimas. Foi de forma a home-nagear estes três poetas, naturais da vila de Casével, que a Câmara Municipal de Castro Verde, o Museu da Ruralidade e a Junta de Freguesia de Casével, lançaram, no dia 21 de Junho, nas insta-lações da Junta, a colectânea “Poetas de Casével”.

autarquia vai aderir a projecto conjunto na divulgação do “Birdwatching”

A Turismo do Alentejo, E.R.T., o Turismo do Algarve E.R.T. e os municípios de Alcoutim, Castro Verde, Mértola e Vila Real de Santo António estão a trabalhar num projecto comum que visa a promoção conjunta do produto turístico “Birdwa-tching”. O espaço geográfico destes concelhos abrange um conjunto de áreas protegidas, onde a diversidade de habitats permite a observação de uma vasta riqueza ornitológica. As entidades mencionadas estão a trabalhar no sentido de reunir todos os trabalhos desenvolvidos nesta área, de modo a desenvolver um pla-no de acção promocional que permita atribuir a este produto a visibilidade que merece junto dos potenciais mercados.

Nova colecção de postais apresentada

No âmbito das comemorações do 870º Aniversário da Ourique foi apresentada, no dia 25 de Julho, na Basílica Real de Cas-tro Verde, a colecção de postais “Olhares I”, da autoria do fo-tógrafo Nicola di Nunzio. Uma edição da Câmara Municipal de Castro Verde e do Tesouro da Basílica Real que, ao longo de 10 postais, revela um olhar diferente sobre as obras de arte sacra existentes no Tesouro da Basílica Real.

O Campaniço maio/junho/julho 2009 notícias ��

Após quinze dias na estrada a pe-dalar por uma causa solidária, Jacinto Marçalo, Nuno Fatana e José Andrade cortaram a meta em Castro Verde, junto às instalações da APADIJ (As-sociação para Acompanhamento e Desenvolvimento Infantil e Juvenil de Castro Verde), no dia 11 de Julho.

Partiram de Vernier, na Suíça, a 27 de Junho e, desde então, “subiram aos Pirinéus, pisaram a costa do Medi-terrâneo e a atravessaram o planalto espanhol” com um objectivo muito claro desde o primeiro momento des-ta aventura – recolher fundos para apoiar a Associação.

Alguns familiares e amigos, inclusive

do grupo de desportistas da Sete, an-teciparam a recepção dos emigrantes. O trajecto até Castro Verde foi feito na companhia de duas dezenas de ciclistas e da auto-caravana que lhes serviu de casa nos últimos 15 dias.

À sua espera, na Avenida Hum-berto Delgado, estavam centenas de pessoas, entre amigos, familiares e conterrâneos. O presidente da au-tarquia, Francisco Duarte e o edil de Vernier, Thierry Apotheloz, também marcaram presença.

Mal pisaram a meta, Jacinto Marça-lo, Nuno Fatana e José Andrade foram abraçados entre vivas pela população que carinhosamente aguardava a sua

chegada. Enquanto os cumprimentos se multiplicavam, “Os Cardadores da Sete” cantaram uma moda dedicada aos emigrantes.

10 mil euros foi a receita que os três ciclistas entregaram à presidente da instituição, Margarida Vilhena que se revelou “muito grata pela ideia”.

Ao todo pedalaram 2 180 kms. Mais do que um simples passeio ou uma dura jornada desportiva, a aventu-ra dos emigrantes do Clube Amador de Ciclistas Alentejanos, fundado há três anos na Suíça foi, acima de tudo, um gesto de profunda solidariedade destes emigrantes para com a sua terra e os seus conterrâneos. w

aventura solidária A aventura dos três ciclistas emigrantes terminou no dia 11 de Julho, junto às instalações da APADIJ. 10 mil euros foi a receita entregue à Associação. Uma causa justa que valeu bem o esforço.

O novo posto médico de Entradas entrou em funcionamento no mês de Julho, depois de ter sido inaugurado, simbolicamente no dia 25 de Abril.

O atraso da entrada em funciona-mento dos serviços deveu-se às difi-culdades de transferência do sistema informático das antigas instalações do posto médico, situadas junto à Capela de Nossa Senhora da Espe-rança, para as novas, junto ao Lar Frei Manoel das Entradas.

Segundo António Jerónimo, Pre-sidente da Junta de Freguesia de En-tradas, “A Junta de Freguesia decidiu juntar a inauguração simbólica do novo posto médico à data marcante que é o 25 de Abril, porque os dois mo-tivos estão decididamente associados. Quando digo que estão associados, digo-o porque todos temos direito a cuidados de saúde gratuitos e de qualidade”.

Esta nova infra-estrutura representa uma grande mais-valia no que refere

aos cuidados de saúde dos cerca de 750 utentes da freguesia de Entradas, pois como refere António Jerónimo, “pensamos que com este novo espaço estão criadas melhores condições de trabalho para os profissionais que nele irão trabalhar e para os utentes que dele irão usufruir, contribuindo também ele para o desenvolvimento

desta localidade e para a melhoria da qualidade de vida de todos os seus habitantes”.

Este novo espaço está dotado de gabinete médico e enfermaria, uma sala de espera, com área de lazer re-servada aos mais pequenos, zona de atendimento, WC’s, arrecadação e logradouro. w

ENTRADAS

novo posto médico

Chegada dos ciclistas à aPaDij

Posto médico de Entradas