obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · maria adriana taveira - mariana rezende goulart...

13
Obstetrícia vol. 3 Principais temas para provas SIC OBSTETRÍCIA

Upload: ngotuyen

Post on 02-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Obst

etríc

ia v

ol. 3

Principais temas para provas

SIC OBSTETRÍCIA

Page 2: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Abril, 2018Proibida a reprodução total ou parcial.

Os infratores serão processados na forma da legislação vigente.Direitos exclusivos para a língua portuguesa licenciados

à Medcel Editora e Eventos Ltda.Av. Paulista, 1776 - 2º andar - São Paulo - Brasil

www.medcel.com.br(11) 3511 6161

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

O conteúdo deste livro é específico para provas, visando, principalmente, informar o leitor sobre as tendências das avaliações e prepará-lo para elas. Além disso, não é recomendado para a prática médica ou para a formação acadêmica. Acrescente-se que há a probabilidade de discordâncias entre conceitos das diferentes instituições, e que as informações contidas neste material estão de acordo com o regime vigente no momento da publicação, a serem complementadas conforme surgirem novos conhecimentos.

Principais temas em Obstetrícia / Fábio Roberto Cabar - Mariana Fabbri Gua-zzelli de Oliveira Pereira Sartorelli - 1. ed. -- São Paulo: Medcel, 2018. -- (Principais temas em Obstetrícia)

1. Obstetrícia - Concursos - 2. Residentes (Medicina)

© 2018 by

PRINCIPAIS TEMAS EM OBSTETRÍCIAFábio Roberto Cabar - Mariana Fabbri Guazzelli de Oliveira Pereira Sartorelli

Produção Editorial: Fátima Rodrigues Morais

Coordenação Editorial e de Arte: Martha Nazareth Fernandes Leite

Projeto Gráfico: SONNE - Jorlandi Ribeiro

Diagramação: Diego Cunha Sachito - Jorlandi Ribeiro - Jovani Ribeiro - Paulo Sergio Gualtieri

Criação de Capa: R2 Editorial

Assistência Editorial: Tatiana Takiuti Smerine Del Fiore

Preparação de Originais: Andreza Queiroz

Revisão Final: Henrique Tadeu Malfará de Souza

Revisão de Texto e de Provas: Caroline R. dos Anjos - Marcela Zuchelli Marquisepe

Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida

Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves

Serviços Gráficos: Thaissa Câmara Rodrigues

Page 3: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Autoria e colaboração

Fábio Roberto CabarGraduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Mestre e doutor em Obstetrícia e Gineco-logia pelo HC-FMUSP, onde é médico preceptor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia. Título de especialista pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

Mariana Fabbri Guazzelli de Oliveira Pereira SartorelliGraduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Atualização 2018Fábio Roberto Cabar

Assessoria didáticaTalita Colombo

Revisão de conteúdoPriscila Schuindt de Albuquerque Schil

Revisão técnicaCinthia Ribeiro Franco

Dan Yuta NagayaDaniela Andrea Medina Macaya

Edivando de Moura BarrosJoão Guilherme Palma Urushima

Luan FortiLucas Kenzo Miyahara

Mariana da Silva Vilas BoasMatheus Fischer Severo Cruz Homem

Nadia Mie Uwagoya TairaRyo Chiba

Viviane Aparecida QueirozWilian Martins Guarnieri

William Vaz de SousaYuri Yamada

Page 4: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Apresentação

O ensino médico é desafiador por natureza, e o estudante que se decide pelos fascinantes caminhos da Medicina sabe disso. Fascínio advindo, em grande parte, justamente das inúmeras possibilidades e, até mesmo, obri-gatoriedades que se abrem para esse aluno logo que ele ingressa no ensino superior, a ponto de ser quase impossível determiná-las ou mensurá-las.

Dessa rotina faz parte, por exemplo, um inevitável período de aulas práti-cas e horas em plantões de vários blocos, não só o responsável por grande parte da experiência que determinará a trajetória profissional desse aluno, como também o antecedente imediato do seu ingresso em um programa de Residência Médica que seja referência, no mínimo, em todo o país – o que exigirá dele um preparo minucioso e objetivo.

Esse é o contexto em que toda a equipe de conteúdo da Medcel, forma-da por profissionais das áreas pedagógica e editorial e médicos das mais diferentes especialidades, preparou a Coleção SIC Principais Temas para Provas. O material didático destaca-se pela organização e pelo formato de seus capítulos, inteiramente voltado à interação, com recursos gráficos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamentos, temas frequentes em provas, leituras recomendadas e outros destaques, sem os quais o alu-no não deve prestar nenhum exame. Tudo isso somado às questões ao fi-nal, todas comentadas a partir de uma estrutura que lhe permite identificar o gabarito de imediato.

Com tudo isso, nossa equipe reforça o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa e lhe assegura um excelente estudo.

Page 5: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Índice

Capítulo 1 - Síndromes hemorrágicas da 1ª metade da gestação ......................................... 15

1. Aborto ...........................................................................16

2. Gestação ectópica ....................................................27

3. Doença trofoblástica gestacional ........................35

Resumo ............................................................................ 42

Capítulo 2 - Síndromes hemorrágicas da 2ª metade da gestação ........................................ 43

1. Introdução ..................................................................44

2. Descolamento prematuro de placenta .............44

3. Placenta prévia ......................................................... 50

4. Rotura uterina .......................................................... 54

5. Rotura de vasa prévia .............................................55

6. Rotura do seio marginal ........................................ 56

Resumo ............................................................................ 58

Capítulo 3 - Gestação gemelar .......................59

1. Introdução ..................................................................60

2. Incidência e epidemiologia ....................................60

3. Zigoticidade e corionicidade .................................60

4. Diagnóstico ................................................................ 63

5. Particularidades e complicações maternas relacionadas ............................................................... 63

6. Complicações fetais ................................................64

7. Complicações específi cas ....................................... 66

8. Gestação monoamniótica ..................................... 70

9. Gestações trigemelares ou de ordem maior ... 70

10. Acompanhamento pré-natal ............................... 71

11. Resolução da gestação e parto ...........................72

Resumo .............................................................................74

Capítulo 4 - Prematuridade ............................75

1. Introdução ...................................................................76

2. Fatores de risco associados ...................................76

3. Prevenção ..................................................................80

4. Condução do trabalho de parto prematuro .... 85

Resumo ............................................................................ 94

Capítulo 5 - Restrição do crescimento fetal ......................................................................95

1. Introdução .................................................................. 96

2. Crescimento fetal normal ...................................... 96

3. Curvas de crescimento fetal .................................97

4. Defi nição ......................................................................97

5. Incidência ................................................................... 98

6. Morbidade e mortalidade ..................................... 98

7. Classifi cação ............................................................... 98

8. Etiologia ...................................................................... 99

9. Diagnóstico ............................................................. 103

10. Conduta assistencial ........................................... 105

11. Assistência ao parto ............................................ 107

Resumo .......................................................................... 108

Capítulo 6 - Amniorrexis prematura .......... 109

1. Introdução .................................................................110

2. Incidência ..................................................................110

3. Etiologia ......................................................................111

4. Diagnóstico ............................................................... 112

5. Complicações............................................................ 113

6. Conduta ..................................................................... 114

7. Aspectos controversos .......................................... 118

Resumo .......................................................................... 120

Capítulo 7 - Oligoâmnio e polidrâmnio ....... 121

1. Introdução .................................................................122

2. Origem e composição do líquido amniótico ....122

3. Oligoâmnio ................................................................123

4. Polidrâmnio ..............................................................126

Resumo ...........................................................................129

Capítulo 8 - Vitalidade fetal ......................... 131

1. Introdução e indicações.........................................132

2. Métodos biofísicos de avaliação ........................133

Resumo .......................................................................... 150

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

Ciru

rgia

do

Trau

ma

Que

stõe

s

Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

Ciru

rgia

do

Trau

ma

Com

entá

rios

Page 6: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Capítulo 9 - Pós-datismo e gestação prolongada ....................................................... 151

1. Introdução .................................................................152

2. Incidência e fatores de risco ................................152

3. Complicações............................................................152

4. Diagnóstico ...............................................................153

5. Conduta assistencial ..............................................153

Resumo .......................................................................... 158

Capítulo 10 - Pesquisa de maturidade fetal ....................................................................159

1. Introdução ................................................................ 160

2. Desenvolvimento pulmonar fetal .................... 160

3. Surfactante ............................................................... 161

4. Métodos de avaliação da maturidade fetal ......162

5. Conclusão .................................................................165

Resumo .......................................................................... 166

Page 7: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Síndromes hemorrágicas da 1ª metade da gestação

Fábio Roberto Cabar

Neste capítulo, serão abordadas as causas de hemorra-gia gestacional antes da 20ª a 22ª semana, que incluem aborto, gestação ectópica e doença trofoblástica ges-tacional. O aborto compreende o término da gestação antes das primeiras 20 a 22 semanas ou nascimento de fetos que tenham menos de 500g de peso. É classificada em ameaça de abortamento (que pode evoluir ou seguir com gestação normal), abortamento em curso e abor-tamento iminente ou inevitável. A conduta dependerá dessa classificação, e a principal complicação é o abor-tamento infectado. A gestação ectópica é a implantação do ovo fecundado (blastocisto) fora da superfície endo-metrial da cavidade uterina, sendo o local mais comum a região ampular das trompas. O tratamento para esses casos pode ser cirúrgico (abdome agudo) ou clínico, com emprego de metotrexato. A doença trofoblástica gesta-cional compreende, principalmente, mola hidatiforme, mola invasora, coriocarcinoma e tumor trofoblástico epitelioide. Os sintomas que acompanham o quadro são sangramento uterino, altura uterina maior do que a esperada para a idade gestacional, altos níveis de HCG e cistos teca-luteínicos. Podem ocorrer doença hiperten-siva específica da gestação precoce, hipertireoidismo, insuficiência respiratória e hiperêmese gravídica. Em casos de mola hidatiforme, o tratamento compreende esvaziamento molar e seguimento clínico com beta-HCG. Na mola invasora (não metastática), recomendam-se qui-mioterapia às nulíparas e histerectomia às multíparas. Nos casos de coriocarcinoma, é necessário o emprego de tratamento adjuvante (cirurgia e quimioterapia – sendo a 1ª escolha o metotrexato).

1

Page 8: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

síndromes hemorrágicas da 1ª metade da gestação 33

na imagem sugestiva de gestação ectópica. Esse padrão de fluxo não é específico e pode ser encontrado também em tumores ovarianos, abs-cessos pélvicos ou corpo lúteo.

Figura 9 - Doppler: saco gestacional (setas) na tuba uterina, ao lado do ovário; (CL) Corpo Lúteo

O uso combinado da dosagem sérica de beta-HCG e da ultrassonogra-fia representa o padrão-ouro no diagnóstico dessa doença. Por meio da ultrassonografia transvaginal, o saco gestacional intrauterino deve ser visualizado sempre que o nível de beta-HCG estiver acima de 1.500 a 2.000mUI/mL.

A laparoscopia permite excelente exploração da pelve, possibilitando o diagnóstico de certeza em mais de 95% dos casos. Os resultados falsos negativos são encontrados em casos de gestações ectópicas muito iniciais.

Figura 10 - Diagnóstico

DiagnósticoEstabelece-se o diagnóstico de gravidez ectópica com não visua-lização de embrião dentro do útero com beta-HCG >2.000mUI/mL + au-mento das concentrações de beta-HCG <54% + concentrações séricas de progesterona <25ng/mL.

Page 9: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Vitalidade fetal

Fábio Roberto Cabar

Os exames de avaliação da vitalidade fetal são realiza-dos para assegurar a continuidade da gestação com segurança ou determinar a realização imediata do parto, ainda que prematuro. A decisão valoriza os ris-cos do sofrimento fetal e de óbito intrauterino, em contrapartida com os riscos relativos à prematuridade. É necessário o pleno conhecimento dos sinais de sofri-mento fetal para ter sucesso na resolução das questões sobre esse tema. E algumas alterações nos exames de avaliação da vitalidade fetal indicam a necessidade de resolução imediata da gestação: presença de desacelera-ções tardias de repetição, índices de perfil biofísico fetal <6, diástole reversa nas artérias umbilicais e valores de índice de pulsatilidade para veias de ducto venoso >1,5.

8

Page 10: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

sic obstetrícia146

f) Interpretação dos sonogramasA maioria dos índices utilizados para a avaliação dos sonogramas con-sidera velocidades máximas e mínimas e a avaliação de todo o ciclo car-díaco com estudo da velocidade média. O estudo do sonograma pode ser feito de forma qualitativa (forma da onda) ou quantitativa (utiliza-ção de índices).

Figura 18 - Sonogramas arterial e venoso; (S) Sístole; (VM) Velocidade Média; (A) contração Atrial; (D) Diástole

Os índices mais utilizados são relação sístole-diástole (A-B), índice de pulsatilidade (sístole-diástole/velocidade média) e índice de resistência (sístole-diástole/sístole).

Cada vaso de interesse apresenta curva de normalidade correspon-dente e relacionada à respectiva idade gestacional. O estudo da forma da onda tem aplicabilidade na identificação da incisura protodiastólica nas artérias uterinas e na identificação de fluxo ausente ou reverso nas artérias umbilicais e no ducto venoso.

No 1º trimestre, geralmente se observa fluxo diastólico ausente nas ar-térias umbilicais. Por volta da 14ª semana de gestação, o fluxo diastólico já se torna positivo, refletindo a diminuição da resistência placentária decorrente da 1ª onda de invasão trofoblástica. Com a evolução da ges-tação e da placentação, ocorre gradual aumento do fluxo diastólico nos vasos umbilicais.

Figura 19 - Artérias uterinas com incisura protodiastólica (seta) Figura 20 - Artéria umbilical com diástole zero

Page 11: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Obs

tetr

ícia

vol. 3

Principais temas para provas

SIC OBSTETRÍCIA

QUE

STÕ

ES E

CO

MEN

TÁRI

OS

Page 12: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

Obs

tetr

ícia

Que

stõe

sQuestõesObstetrícia

Síndromes hemorrágicas da 1ª metade da gestação

2017 - UNIFESP1. Uma paciente de 19 anos refere que estava grávida de 10 semanas quando teve, há 30 dias, sangramento abundante interpretado como abortamento espontâ-neo, sem necessidade de curetagem uterina. Continuou a apresentar sangramento vaginal, sendo submetida a ultrassonografi a pélvica por via transvaginal, que mos-trou a seguinte imagem em cavidade uterina:

Indique a alternativa que contém, respectivamente, a principal hipótese diagnóstica e a conduta:a) abortamento incompleto; esvaziamento uterino por

vacuoaspiraçãob) mola hidatiforme invasora; estadiamento e trata-

mento quimioterápicoc) mola hidatiforme parcial; esvaziamento uterino com

uso de misoprostold) mola hidatiforme completa; esvaziamento uterino

por vacuoaspiraçãoe) abortamento retido; esvaziamento uterino por cure-

tagem uterina

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - FHEMIG 2. Uma paciente de 32 anos, G2P2A0, união estável, usu-ária de DIU há 3 anos, desde o último parto é atendida na maternidade apresentando sangramento vaginal mode-rado, dor pélvica intensa, sinais de irritação peritoneal e PA = 80x40mmHg. Segundo seu parceiro, a paciente

estava se queixando de dor abdominal há cerca de 36 horas. Assinale a alternativa que contém a principal hi-pótese diagnóstica para esse quadro clínico:a) abortamentob) doença infl amatória pélvicac) gravidez ectópica rotad) perfuração uterina pelo DIU

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - UFES3. Um paciente com quadro de sangramento vagi-nal discreto, dor pélvica de forte intensidade, atraso menstrual de 10 semanas e beta-HCG positivo, no exa-me físico, apresenta agitação psicomotora, palidez, cutânea, sudorese fria, pulsos fi nos, FC = 120bpm, PA = 80x50mmHg, Tax = 36°C e dor abdominal à descompres-são. Ao toque, apresenta útero pouco aumentado de tamanho, com dor na região anexial e abaulamento do fundo de saco vaginal posterior, com massa de consis-tência pastosa no fundo de saco de Douglas. A conduta terapêutica adequada para essa paciente é:a) conduta expectanteb) salpingocentese guiada por ultrassonografi ac) tratamento medicamentoso com metotrexatod) laparoscopia com salpingostomiae) laparotomia com salpingectomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - SES-GO4. Uma mulher de 34 anos queixa-se de dor na região hipogástrica e sangramento há cerca de 12 horas, ante-cedida por amenorreia de 8 semanas. Ao exame físico, verifi cam-se colo grosso, fechado, útero com discreto aumento e sangramento leve e escuro. A ultrassonogra-fi a mostra útero com 160cm3, saco gestacional intraute-rino com contornos irregulares, de limites precisos, com maior diâmetro de 30mm, vesícula vitelínica em seu in-terior e embrião com 10mm, sem batimentos cardíacos. Diante desse quadro, o diagnóstico é de:a) gestação incipienteb) ameaça de abortoc) aborto incompletod) aborto retido

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Page 13: Obstetrícia vol. 3 - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves Serviços

ComentáriosObstetrícia

Síndromes hemorrágicas da 1ª metade da gestação

Questão 1. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A imagem não é típica de abortamento in-completo ou retido.b) Incorreta. Mola invasora é aquela que atinge o miomé-trio, o que não é demonstrado na imagem em questão.c) Incorreta. A mola parcial pode apresentar-se com ele-mentos fetais (diferentemente da imagem demonstra-da), e não se devem usar medicações que estimulem a contração uterina, pelo risco de contaminação da cavi-dade uterina e doença persistente.d) Correta. O aspecto ultrassonográfi co com múltiplas vesículas e ausência de elementos fetais favorece o diagnóstico de mola completa. O tratamento de escolha é o esvaziamento por vacuoaspiração.Gabarito = D

Questão 2. Trata-se de paciente com quadro instável, choque hemodinâmico (provavelmente hipovolêmico) e sinais de abdome agudo. O dispositivo intrauterino (DIU) é um método contraceptivo seguro que atua por meio de 2 mecanismos: primeiramente, o processo infl ama-tório uterino inibe a progressão dos espermatozoides pelo útero até as trombas; em 2º lugar, inibe a nidação uterina de um óvulo fecundado (caso o 1º mecanismo falhe). O DIU apresenta baixa taxa de insucesso como anticoncepção, porém, quando isso ocorre, existe um risco aumentado de gravidez ectópica, por mecanismo não totalmente esclarecido. Considerando os dados do enunciado e o encaminhamento da questão para esse raciocínio, a alternativa “c” é mais provável.Gabarito = C

Questão 3. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A paciente apresenta quadro compatível com gestação ectópica rota e sinais de instabilidade he-modinâmica, estando contraindicada a conduta expec-tante. b) Incorreta. Diante de um quadro sugestivo de gestação ectópica rota, a conduta terapêutica é cirúrgica.c) Incorreta. O tratamento medicamentoso não é opção diante de um quadro com instabilidade hemodinâmica.d) Incorreta. A conduta mais aceita é a realização da salpingectomia, pois se trata de gestação ectópica rota, com instabilidade hemodinâmica. A manutenção da tuba

acometida está associada a maior recorrência e não faz aumentar a taxa de fertilidade. e) Correta. Retrata a conduta adequada em casos de ges-tação ectópica rota com instabilidade hemodinâmica.Gabarito = E

Questão 4. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Gestação incipiente é aquela de até 7 se-manas, nas quais a ultrassonografi a ainda não consegue avaliar adequadamente a presença do embrião.b) Incorreta. Ameaça de abortamento é uma das causas de sangramento no 1º trimestre, porém na qual o feto permanece vivo e a gestação em curso, o que não condiz com o enunciado.c) Incorreta. Aborto incompleto seria caracterizado por restos embrionários após a eliminação parcial do embrião morto – o enunciado não relata qualquer episódio seme-lhante e reforça o fato citando o colo fechado e grosso.d) Correta. Trata-se de gestação (presença de embrião) que evoluiu com óbito fetal – ausência de batimentos cardíacos fetais. O saco gestacional intacto e o colo gros-so e impérvio reforçam o diagnóstico de aborto retido.Gabarito = D

Questão 5. Analisando as alternativas:a) Correta. O atraso menstrual associado aos altos níveis de beta-HCG e ao achado ultrassonográfi co de massa complexa anexial esquerda condizem com um quadro de gestação ectópica.b) Incorreta. O abscesso pélvico não resultaria nos altos níveis de beta-HCG e no atraso menstrual encontrados nessa paciente.c) Incorreta. O achado de massa complexa anexial es-querda, bem como o relato de endométrio normal com espessura de 6mm, torna improvável a possibilidade de gravidez tópica.d) Incorreta. A adenomiose não resulta na elevação do beta-HCG.e) Incorreta. Com a elevação de beta-HCG mencionada, um quadro de mola provavelmente resultaria em massa neoplásica implantada na cavidade uterina visualizável à ultrassonografi a. O enunciado afasta essa opção ao afi r-mar que a cavidade uterina está vazia.Gabarito = A

Questão 6. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A mola hidatiforme não está em regressão, pois há aumento nos níveis de HCG.b) Incorreta. Houve aumento nos níveis séricos de HCG, o que não é esperado após esvaziamento molar, além da

Obs

tetr

ícia

Com

entá

rios