observatorio de seguranca
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A Faculdade de Tecnologia Jardim, quando da proposição do curso de Gestão de Segurança Patrimonial, sempre almejou buscar a integração dos esforços despendidos pelo aparato constituído pela segurança pública com o trabalho que atualmente milhares de vigilantes desempenham em todo o país para contribuir para a segurança de seus estabelecimentos clientes.É notória a presença do profissional de segurança privada em quase todos os setores produtivos no país. A agência bancária onde estes fazem a triagem por meio de portas giratórias, detectores de metais e veículos blindados, as empresas onde colaboram significativamente para a continuidade do negócio ao prevenir perdas e zelar pela integridade física de seus funcionários, os condomínios horizontais e verticais que “brotam” no cenário urbano, que a cada dia requerem profissionais de segurança especializados. [...]TRANSCRIPT
FACULDADE DE TECNOLOGIA JARDIM
CURSO DE GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
SANTO ANDRÉ
2011
Trabalho realizado pelos alunos, professores e orientadores da Faculdade de
Tecnologia Jardim (FATEJ)
A estratégia sem tática é o caminho mais
lento para a vitória. Tática sem estratégia
é o ruído antes da derrota.
Sun Tzu
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Mês de criação: 02/2010
Mês de lançamento: 03/2011
COMPONENTES
Presidente: PROF. CARLOS FERRAZ
Mestre em Psicologia da Saúde – Universidade Metodista
Graduado em Psicologia – Universidade Metodista
Graduado em Técnico de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública –
Polícia Militar do Estado de São Paulo
Assistente de Coordenação da FATEJ
Diretora institucional: PROFª ARLEIDE BRAGA
Doutoranda em Direito pela UMSA – Argentina
Mestre em Direito pela UNIMES/SP
Avaliadora do MEC/INEP
Reitora da FATEJ
Diretor Institucional: PROF. FABRÍCIO FERNANDES
Mestre em Filosofia - Pontificia Università Santo Tommaso d'Aquino - Roma
Graduado em Filosofia - Centro Universitário Assunção - São Paulo (2006)
Diretor da FATEJ
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Orientador Acadêmico: PROF. PAULO BARTHASAR JUNIOR
Major na Polícia Militar do Estado de São Paulo
Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública – Polícia Militar do
Estado de São Paulo
Professor da FATEJ
Orientador Acadêmico: PROF. ANTÔNIO VITAL BARBOSA
Delegado da Polícia Civil do Estado de São Paulo
Mestrando em Direito pela UNIMES/SP
Coordenador do Curso de Gestão em Segurança Privada da FATEJ
Representante das Empresas de Segurança: PROFª. MIRIAN BAZOTE
Especializada em Direito Empresarial pela USCS
Graduada em Direito pela USCS
Diretora regional do SESVESP (Sindicato das Empresas de Segurança
Privada, Segurança Eletrônica, Serviços de Escolta e Cursos de Formação do
Estado de São Paulo)
Professora da FATEJ.
Representantes do corpo discente
- Eliene Pereira de Oliveira
- Reginaldo da Silva Lopes
Representantes do corpo de egressos
- Marcelo Crespo
- Lindomar Guedes
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1. Finalidade
A Faculdade de Tecnologia Jardim, quando da proposição do curso de Gestão
de Segurança Patrimonial, sempre almejou buscar a integração dos esforços
despendidos pelo aparato constituído pela segurança pública com o trabalho
que atualmente milhares de vigilantes desempenham em todo o país para
contribuir para a segurança de seus estabelecimentos clientes.
É notória a presença do profissional de segurança privada em quase todos os
setores produtivos no país. A agência bancária onde estes fazem a triagem por
meio de portas giratórias, detectores de metais e veículos blindados, as
empresas onde colaboram significativamente para a continuidade do negócio
ao prevenir perdas e zelar pela integridade física de seus funcionários, os
condomínios horizontais e verticais que “brotam” no cenário urbano, que a cada
dia requerem profissionais de segurança especializados. São áreas de atuação
tão importantes e abrangentes que não se pode desconsiderar o trabalho
destes profissionais como colaborador da segurança, direta e indiretamente,
em nossas cidades.
Muito se fala sobre a conduta do agente de segurança pública e da importância
em capacitar e treinar o policial para o exercício de sua função em consonância
com a manutenção dos direitos e garantias constitucionais de seus cidadãos.
Uma nova mentalidade se faz presente e é importante buscar valorizar o
profissional de segurança, uma vez que, pela peculiaridade da profissão, este
se torna mais suscetível aos chamados eventos vitimadores, aqueles em que
as pessoas estão sujeitos em menor proporção, como o de sofrer uma ação
hostil de um criminoso ou de levar um tiro e focar inválido ou até mesmo
morrer.
Ações de valorização do policial se mostram cada vez mais freqüentes
(BALESTRERI, 1998), como a criação de programas de atendimento
psicológico em favor dos policiais, atividades com o foco na saúde e segurança
do trabalho, e programas de capacitação profissional ministrados pela
secretaria nacional de segurança pública (SENASP). Porém poucas são as
ações públicas ou privadas que abordam esta questão para os profissionais de
segurança privada.
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A FATEJ criou o curso de gestão de segurança privada com o intuito de
capacitar profissionais no nível de gestão para o exercício da coordenação de
equipes de segurança privada, pessoas com o interesse e capacidade para
administrar o capital humano da segurança visando torná-lo eficiente para o
exercício da segurança privada. O Observatório de segurança, atento para este
mercado e para a realidade desenvolve seu trabalho em duas frentes distintas
e complementares que serão descritas a seguir:
1.1 Primeira Frente – Bem-estar e apoio social do profissional de
segurança privada
O profissional da segurança privada, assim como o da segurança pública está
permanentemente sujeito à ação agressiva do meliante contra sua vida e sua
integridade física. Tal risco ainda não encontra respaldo legal na legislação
trabalhista que não entende tal condição de trabalho como perigosa, tal como é
vista a exposição a agentes explosivos, inflamáveis e elétricos por exemplo.
Muitas são as ações trabalhistas movidas por profissionais de segurança
privada que adoecem em função deste permanente estado de atenção, além
dos afastamentos para tratamento de saúde nos profissionais que
protagonizaram eventos vitimadores e que tiveram seu estado emocional
abalado em função de tais eventos.
Ao contrário das polícias que dispõem de programas sociais de apoio em
situações de vitimização de seus componentes, as empresas de segurança
não dispõem de programas de apoio social e psicológico para vigilantes que se
envolvem em ocorrências, ao mesmo tempo em que não existe legislação que
delegue responsabilidades para a iniciativa privada no que tange a intervenção
quando o vigilante se envolve em eventos traumáticos.
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AÇÕES REALIZADAS
-OFERECIMENTO DE SUPORTE JURÍDICO, SOCIAL E PSICOLÓGICO para
profissionais de segurança privada que se envolvem em ocorrências graves.
O atendimento se dá na própria FATEJ, que dispõe de três psicólogos e uma
equipe de advogados que inclusive já ofereceu auxílio em vigilantes que foram
presos em função de sua profissão. Assim como já ofereceu assistência aos
familiares de um vigilante que faleceu em decorrência de uma ação violenta
decorrente do exercício da profissão de segurança privada.
-PALESTRA COM ESPECIALISTAS EM SAÚDE NO TRABALHO
A Capitão Psicóloga Bianca Cirillo do BOPE da Polícia Militar do Estado do Rio
de Janeiro, participou do 1º CONGESEG (Congresso Brasileiro dos Gestores
de Segurança) evento realizado em 03/2011 e tratou da questão psicológica
junto aos profissionais de segurança. O saber trazido por esta profissional
incrementou significativamente a atuação terapêutica e preventiva para com os
profissionais de segurança que buscaram auxílio junto ao Observatório, bem
como auxiliou como agente de capacitação profissional junto aos alunos
enquanto futuros gestores de segurança, multiplicadores e formadores de
opinião dentro do segmento.
Outros profissionais como policiais, médicos, advogados e juízes de Direito
colaboraram significativamente com palestras sobre bem-estar, qualidade de
vida, saúde no trabalho e assuntos correlatos que incrementaram o corpo de
conhecimento acerca do assunto.
- IDENTIFICAÇÃO DE BEM-ESTAR NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE
SEGURANÇA PRIVADA
Com o uso de escalas de avaliação de satisfação no trabalho, envolvimento
com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo, iniciou-se em
04/2011 um estudo sistemático de indicadores de bem-estar, de forma a
compor um corpo de conhecimento sobre as condições de trabalho do vigilante
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e propor ações efetivas para a promoção do bem estar no trabalho, visando a
promoção da saúde nesta categoria. Foram utilizadas três escalas de avaliação
de bem-estar no trabalho: a escala de satisfação no trabalho (SIQUEIRA,
1995), a escala de envolvimento com o trabalho (SIQUEIRA, 1995) e a escala
de comprometimento organizacional afetivo (SIQUEIRA, 1995).
Atualmente tal atividade encontra-se em fase de coleta de dados. Quem
colabora para o levantamento dos dados são os alunos de Gestão de
Segurança, que por meio de suas redes de relacionamentos entrevistam
profissionais de segurança privada e aplicam as escalas.
Os resultados obtidos serão tratados estatisticamente e serão divulgados em
artigo científico até o final do ano de 2011
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1.2 SEGUNDA FRENTE – INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES COM A SEGURANÇA PÚBLICA
No Estado democrático, é atribuição deste a manutenção do bem-estar de seus
cidadãos, como deixa clara a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH) que em seu artigo XXIV explicita:
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa
estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei,
exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem
e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública
e do bem-estar de uma sociedade democrática.
(http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_univer
sal.htm)
A definição da palavra segurança nos remete a uma sensação que
especialistas da ciência do comportamento definem como ensejadora de bem-
estar. Maslow (1968) foi um dos primeiros autores a destacar segurança como
necessidade em sua famosa pirâmide das necessidades humanas. Assim
como diversos autores vão falar sobre a questão da vitimização, como
geradora de mal-estar social (BEATO; PEIXOTO; ANDRADE, 2004; CHIUZI,
2008). Portanto é de suma importância que o Estado se comprometa a
proporcionar tal estado subjetivo a seus cidadãos visando o alcance da
harmonia entre as pessoas e a garantia de tranqüilidade para o pleno
desenvolvimento humano.
O Brasil, como signatário da DUDH entende tal princípio como importante e
destaca em sua Constituição Federal (1988) o seguinte:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3
%A7ao.htm)
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A segurança no sentido lato corresponde a uma sensação de estar protegido
dos perigos, riscos ou perdas. E como a Constituição Federal bem estabelece,
é dever estatal proporcionar tal sensação por meio de seus dispositivos
mantenedores constituídos. No art. 144 desta mesma carta, está constituído o
sistema de segurança pública descrito estabelecida conforme segue:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
A segurança privada entra recentemente neste cenário e seu início está
relacionado com o cenário desenhado no fim dos anos 60, época de regime de
exceção e luta contra o terrorismo que por meio de organizações contrárias ao
regime vigente buscava recursos para custear as ações armadas subversivas
roubando estabelecimentos financeiros. O decreto-lei 1034/69 estabeleceu a
obrigatoriedade dos bancos em ter segurança particular, tornando a segurança
privada co-responsável pela manutenção da ordem dentro dos
estabelecimentos de âmbito privado. Posteriormente, foi promulgada a lei
7102/83 instituindo a segurança privada tal e qual é conhecida atualmente,
dando ao ministério da justiça poder para fiscalizar, controlar e normatizar tal
ramo de atividade, que é constituída conforme estabelece a portaria da Polícia
Federal nº 387/06:
§ 4° São consideradas atividades de segurança privada:
I - vigilância patrimonial – atividade exercida dentro dos limites
dos estabelecimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados,
com a finalidade de garantir a incolumidade física das pessoas
e a integridade do patrimônio no local, ou nos eventos sociais;
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II - transporte de valores – atividade de transporte de
numerário, bens ou valores, mediante a utilização de veículos,
comuns ou especiais;
III - escolta armada – atividade que visa garantir o transporte
de qualquer tipo de carga ou de valores, incluindo o retorno da
guarnição com o respectivo armamento e demais
equipamentos, com os pernoites estritamente necessários;
IV - segurança pessoal – atividade de vigilância exercida com a
finalidade de garantir a incolumidade física de pessoas,
incluindo o retorno do vigilante com o respectivo armamento e
demais equipamentos, com os pernoites estritamente
necessários;
V - curso de formação – atividade de formação, especialização
e reciclagem dos vigilantes.
É importante destacar a transformação do cenário urbano como um fator
importante para o crescimento do setor de segurança privada. Zanetic (2010)
entende tal transformação como uma tendência cada vez maior das pessoas
permanecerem em locais não protegidos pelo espectro do Estado.
Em regiões como o Grande ABC, onde há um predomínio de grandes
empresas como as multinacionais do setor automotivo, além da crescente
migração da mão de obra dessa região para outros setores produtivos como o
comercial e de serviços, refletindo diretamente na expansão dos chamados
Shoppings Centers.
Nestes locais de domínio privado e que a segurança paga já se fazia presente,
muitas ações criminosas figuraram nas estatísticas da polícia, o que aponta
para uma necessidade de estudo e análise, bem como a necessidade de
mostrar o quão importante é identificar ações positivas que a segurança
privada realiza em prol da sociedade que convive nestes locais coletivos
geridos pelo capital privado.
Também é importante frisar que tal tendência é de âmbito mundial, ao ponto de
em alguns países já existir uma maior quantidade de profissionais de
segurança privada do que policiais, conforme mostra o Gráfico
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01.
Analisando indicadores internacionais, é importante ressaltar quanto o setor da
segurança privada detém números expressivos. Dados da organização
européia Coess, que representa as empresas de segurança privada mostram
tais indicadores.
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Tabela 1 - Membros atuantes da organização representantes das empresas de vigilância patrimonial na Europa (2008)
País Nº de empresas Nº de funcionários
Membros ativos
Áustria 200 10 000
Bélgica 196 12 673
Bulgária 1 029 58 703
Chipre 60 1 700
Republica Checa 5 629 51 542
Dinamarca 338 5 250
Estônia 242 6 000
Finlândia 200 10 000
França 4 800 159 000
Alemanha 3 500 177 000
Hungria 11 304 105 121
Irlanda 840 17 500
Itália 965 49 166
Luxemburgo 10 2 200
Portugal 113 38 874
Romênia 1 099 92 000
Eslovênia 100 6 211
Espanha 1 219 92 000
Suécia 250 13 500
Suíça 464 13 075
Holanda 320 33 158
Turquia 937 218 660
Reino Unido 1 500 250 000
Membros Associados
Bósnia & Herzegovina 41 2 000
Croácia 246 16 000
Macedônia 152 5 600
Noruega 257 12 000
Sérvia 158 28 000
Fonte: http://www.coess.org/stats.htm
No Brasil, o Sesvesp (Sindicato das Empresas de Segurança Privada,
Segurança Eletrônica, Serviços de Escolta e Cursos de Formação do Estado
de São Paulo) fez uma pesquisa e traçou um comparativo entre os dispositivos
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de segurança privada em confronto com os mecanismos de segurança pública
do país por estado e região territorial.
Tabela 2 – Profissionais de segurança privada e profissionais de segurança pública*, taxa por 100 mil habitantes*
Fonte: SENASP, RAIS e IBGE
Elaboração: SESVESP (para detalhes ver notas metodológicas)
* Policiais civis e militares, exceto bombeiros militares.
Forças estaduais de Segurança Pública
Empresas de segurança privada Profissionais de segurança pública *
Profissionais de segurança publica por 100 mil habitantes*
Profissionais de segurança privada
Profissionais de segurança privada por 100 mil habitantes
Brasil 535.485 288 356.172 192 Rondônia 7.386 476 2.584 167 Acre 3.711 567 619 95 Amazonas 9.031 273 9.271 281 Roraima 2.496 626 588 148 Pará 16.084 228 10.145 144 Amapá 3.786 624 3.219 530 Tocantins 7.070 535 1.133 86 Região Norte 49.564 333 27559 185 Maranhão 9.223 150 7.374 120 Piauí 6.969 230 2.149 71 Ceará 15.562 191 9.708 119 Rio Grande do Norte 9.402 311 3.688 122 Paraíba 12.379 343 3.213 89 Pernambuco 22.401 265 13.805 163 Alagoas 10.308 339 3.651 120 Sergipe 6.813 343 3.914 197 Bahia 34.041 245 23.546 169 Região Nordeste 127.098 247 71048 138 Minas Gerais 58.269 301 21.019 108 Espírito Santo 9.257 269 10.082 293 Rio de Janeiro 48.096 310 41.310 267 São Paulo 122.479 300 105.253 258 Região Sudeste 238.101 301 177.664 225 Paraná 20.247 196 14.846 144 Santa Catarina 15.748 266 15.254 258 Rio Grande do Sul 30.697 281 20.115 184 Região Sul 66.692 245 50215 185 Mato Grosso do Sul 6.753 296 3.506 153 Mato Grosso 9.960 351 4.219 149 Goiás 16.499 290 7.588 133 Distrito Federal 20.818 881 14.373 608 Região Centro-Oeste 54.030 410 29.686 225
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Existe um verdadeiro exército de profissionais qualificados e credenciados pelo
órgão fiscalizador (Polícia Federal) para trabalhar com segurança privada e tal
número não deve ser desconsiderado. No entanto, poucas são as ações
efetivas de integração entre os dispositivos de segurança pública com a
segurança privada. Tal intercâmbio poderia maximizar o potencial de trabalho
de ambos os segmentos tornando o sistema de segurança mais eficiente.
Numa perspectiva acadêmica, tal cruzamento de informações poderia
enriquecer o saber nesta área de atuação, que ainda carece de produção
técnico-científica, cumprindo com uma meta almejada pela FATEJ que é
produzir conhecimento na área e auxiliar a segurança pública com as
informações obtidas.
O curso de gestão de segurança da FATEJ visa formar líderes, coordenadores
e formadores de opinião que poderão agregar valores importantes para
colaborar com a segurança no âmbito geral. Para cumprir com essa missão, a
FATEJ, por meio do Observatório de Segurança criou uma interface entre o
que já se sabe a respeito da segurança pública com o setor da segurança
privada, que a cada dia vem exercer função de importância para a manutenção
da segurança como um todo, visando colaborar com a sociedade para a
promoção de meios que possam assegurar o bem estar da coletividade,
cumprindo com o papel cívico de responsabilidade para com a segurança
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AÇÕES REALIZADAS
-CONSULTORIA DE REPRESENTANTES DA SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA
O observatório dispõe de dois orientadores acadêmicos que são
representantes dos principais órgãos de segurança pública da região: o Major
PM Paulo Barthasar Junior e o Delegado de Polícia Antônio Vital Barbosa que
opinam e auxiliam o observatório para o fornecimento de informações
importantes para o levantamento estatístico.
São realizadas reuniões quinzenais todas as quartas-feiras Às 19:00h com os
representantes, que também são professores da FATEJ para a discussão dos
assuntos trazidos para a pauta.
Muitos trabalhos acadêmicos vem sendo desenvolvidos graças às reuniões
com estes orientadores, e muitas ações regionais integradas com as polícias
vem se desenvolvendo graças Às idéias amadurecidas nas reuniões
periódicas.
- REUNIÕES NOS CONSEGS
Os CONSEGs (Conselhos de segurança) são encontros pontuais realizados
entre os membros da comunidade de uma localidade específica junto às
autoridades de segurança daquela localidade para propor ações conjuntas
preventivas e de atuação direta para a melhora da segurança pública daquela
localidade.
O observatório de segurança participa todas as quartas-feiras das reuniões do
CONSEG da região que compreende a área central do município de Santo
André.
Tais encontros vêm possibilitando ao observatório compreender o cenário da
segurança pública neste contexto e vem integrando as atividades acadêmicas
de segurança junto à comunidade, possibilitando uma melhora técnica junto
aos membros componentes dos CONSEGs para a atuação efetiva das ações
propostas.
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-DESENVOLVIMENTO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
Alguns trabalhos já foram desenvolvidos entre os professores e alunos da
faculdade componentes do Observatório, como um plano de ação para
segurança em condomínios desenvolvidos pelo aluno Lindomar Guedes, e
publicado na revista científica da FATEJ, ações de segurança de Shopping
Center desenvolvidas pelos alunos Torino Barreiros e Hebert Ostácio, e
pesquisas sobre os efeitos danosos de drogas consideradas inofensivas como
o narguilé, feita pelo aluno Ademir Cardeira.
Tais informações estão sendo veiculadas nos encontros com os orientadores
acadêmicos e compartilhadas mas reuniões com os CONSEGs.
- PARTICIPAÇÕES EM EVENTOS NACIONAIS NA ÁREA DA SEGURANÇA PRIVADA.
Membros do Observatório fizeram presença em eventos de repercussão
nacional como a EXPOSEC, feira nacional de produtos e serviços em
segurança, local onde a FATEJ manteve um stand para divulgar o curso e
mostrar a faculdade para o cenário nacional de segurança pública e privada
Outro evento significativo do qual membros do observatório se fizeram
presentes foi o XXI COBRASE, Congresso Brasileiro de Segurança Privada,
evento que reuniu os principais representantes do setor em todo o Brasil como
os presidentes da ABSEG (Associação Brasileira dos Profissionais de
Segurança) da ABSO (Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança
Orgânica), e do SESVESP, além de vários gestores de segurança corporativas,
consultores de segurança e especialistas da área da segurança pública e
privada.
Tal presença serviu para mostrar o observatório para os principais
representantes da área de modo a buscar intercâmbio junto à estes
profissionais e buscar planos de ação junto à estes para enriquecer o saber
acadêmico sobre o segmento.
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2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho desenvolvido pelo Observatório durante este período ainda é
pequeno, porém muito promissor. Todas as ações propostas foram realizadas,
sendo que algumas tiveram que ser adaptadas às realidades encontradas. A
expectativa é poder ampliar a ação deste observatório para ações de âmbito
além do regional, dada a importância que o setor da segurança privada
desempenha para a sociedade e para o desenvolvimento do país.
Outra proposta de futuro é criar um banco de dados estatístico sobre
indicadores de bem estar nos profissionais de segurança e mostrar as
implicações do trabalho de segurança para a saúde pública.
A área é vasta e pouco explorada, e os desafios são muitos. Porém a
expectativa é otimista, no sentido em que muitas ações desenvolvidas
resultaram em informações importantes, e possibilitaram um intercâmbio
positivo é até então inexplorado entre as forças de segurança pública e
privada. Acredita-se que o desenvolvimento do observatório possibilitará uma
maior compreensão do fenômeno do crescimento da segurança privada e
poderá subsidiar ações futuras em que a segurança privada será necessária,
como nos grandes eventos desportivos mundiais que se sucederão nos anos
de 2014 e 2016. Além de fornecer uma gama de conhecimentos técnicos e sob
o crivo da ciência que encorpará o corpo de conhecimento da área acadêmica
que compreende os núcleos formadores dos cursos de gestão de segurança.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALESTRERI, R. B. (1998). Direitos Humanos: Coisa de Polícia – Passo
fundo-RS, CAPEC, Paster Editora
BEATO, C., PEIXOTO, B. T., & ANDRADE, M. V. (2004). Crime, oportunidade
e vitimização. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 19(55), 74-90.
CHIUZI, R. M. SIQUEIRA, M. M. M. (2008). Construção e validação da escala
de percepção de invulnerabilidade. Psicologia em Estudo, Maringá, 13(4), 885-
892.
SIQUEIRA, M. M. M. (1995). Antecedentes de comportamentos de cidadania
organizacional: análise de um modelo pós-cognitivo. 265 f. Tese de Doutorado.
Universidade de Brasília.