observações das profecias de daniel e apocalipse

Upload: renanrzd

Post on 30-May-2018

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    1/159

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    2/159

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    3/159

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    4/159

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    5/159

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    6/159

    CAPTULO 1

    INTRODUO

    -

    OS COMPILADORES

    DOS LIVROS

    DO

    VELHO TESTAMENTO 7Quando Manasss colocou uma imagemesculpida na Casa do Senhor e nos dois ptios construiualtares dedicados a todos os hspedes do cu; quando,conforme 2 Crn. 33:5 a 7, praticando encantamentos efeitiaria, utilizou espritos familiares, pelo que, devido suamaldade, foi invadido pelo exrcito de Asserhadon, rei daAssria, que o levou cativo para a Babilnia; o Livro da Leificou perdido at o ano dcimo oitavo do reinado de seu neto,Josias. Ento, ao restaurar o Templo, a o encontrou o sumo-

    sacerdote Helcas. Lamentando o rei que seus pais notivessem seguido as palavras do Livro, determinou que omesmo fosse lido ao povo, a quem fez renovar o santoconcerto com Deus (cf. 2 Crn. Cap. 34) Este o atual Livroda Lei.Quando Sesac veio do Egito e saqueou oTemplo, no quinto ano de Roboo, submetendo Jud monarquia egpcia, (cf. 2 Crn. 12:2 a 4; 8,9), durante cercade trinta anos continuou o povo judeu sob grandes

    perturbaes."Sem o verdadeiro Deus e sem sacerdote que

    instrua, e sem lei. Nesse tempo no haver paz para o quesai, nem para o que entra, mas de todas as partes haverterror em todos os habitantes da terra, porque se levantar

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    7/159

    uma nao contra outra nao, e uma cidade contra outracidade, porque o Senhor os conturbar com toda sorte deaflies". (2 Crnicas 15:3, 5 e 6)Ento morreu Sesac e o Egito foi presa dedesordem. Tinha Jud apenas dez anos, conforme indicadoem 2 Crnicas 14:1; 6 a 9:12. Naquele tempo Asa edificou 8

    cidades fortificadas em Jud e organizou um exrcito de580.000 homens, com o qual, no dcimo quinto ano de seureinado, enfrentou e venceu a Zara, o etope, que haviaconquistado o Egito, a Lbia e a Troglodtica; e, com umexrcito de um milho de Lbios e Etopes, se havia atirado reconquista das regies antes tomadas por Sesac (cf. 2Crnicas 15:3, 12, 13, 16, 18). Depois dessa vitria, Asadestronou a prpria me, sob o pretexto de idolatria; renovouo altar e trouxe para o Templo novas baixelas de ouro e prata;ele e o povo entraram em novo concerto, para buscar oSenhor Deus de seus pais, sob pena de morte aos adoradores

    de outros deuses; seu filho Josaf destruiu os altos lugares eno terceiro ano de seu reinado mandou alguns de seusPrncipes, Sacerdotes e Levitas a ensinar nas cidades de Jud:estes traziam consigo o Livro da Lei e percorreram quasetodas as cidades de Jud, ensinando ao povo. este o Livroda Lei, que depois foi perdido, no reinado de Manasss ereencontrado no de Josias: escrito, portanto, antes do terceiroano do reinado de Josaf.O mesmo Livro da Lei foi conservado e legado

    posteridade pelos Samaritanos; por isso mesmo foi recebidopelas dez tribos antes do cativeiro, pois, (cf. 2 Reis 17:27,28, 32, 33), quando estas tribos foram escravizadas, umSacerdote foi mandado do cativeiro de volta Betel, porordem do rei da Assria, para ensinar aos novos habitantes deSamaria "o costume do Deus da terra". Foi dEsse Sacerdoteque os Samaritanos tiveram o Pentateuco, contendo a Lei docostume do Deus da terra", que, conforme, o Sacerdotedeveria ensinar ao povo (cf. 2 Reis 17:34, 41). Porque (os deSamaria) perseverassem na religio que lhes havia sidoensinada, a ela juntando a adorao dos prprios deuses, e 9

    perseverassem no que haviam aprendido, conservaram esse

    Livro da Lei nos caracteres originais dos Hebreus, enquantoque as outras duas tribos, depois de sua volta do cativeiro,adotaram o Livro da Lei nos caracteres dos Caldeus,aprendidos na Babilnia.Desde que o Pentateuco havia sido recebidocomo o Livro da Lei, tanto pelas duas tribos (versocaldaica), quanto pelas dez (hebraico original), segue-se queo receberam antes de sua diviso em dois reinos. Porque apsa diviso no receberam mais leis uns dos outros, j quemantiveram a separao. Jud no podia acusar a Israel pelo

    pecado de Jeroboo, nem Israel tampouco. Assim, o

    Pentateuco era o Livro da Lei nos dias de Davi e de Salomo.Os assuntos do Tabernculo e do Templo eram regulados, porDavi e Salomo, conforme a Lei desse livro; e, no Salmo 78,

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    8/159

    Davi adverte ao povo a dar ouvidos Lei de Deus, isto , aLei desse livro; tanto que, descrevendo como os seusantepassados no a respeitaram, cita passagens histricas doslivros de xodo e Nmeros.A rvore genealgica dos reis de Edom, antesque existissem reis em Israel, dada no Gnesis, captulo 36

    e verso 31. Assim, Gnesis no foi escrito, inteiramente naforma como atualmente este nos apresenta, antes do reinadode Saul. Fica, assim, evidente que o autor do livro registroua genealogia daqueles reis at a sua prpria poca e, assim,escreveu o Gnesis antes que Davi houvesse conquistado oEdom.O Pentateuco compe-se da Lei e da Histria do

    povo de Deus. Tal histria foi reunida em coletnea a partirde vrios livros, tais como a Histria de Criao, composta

    por Moiss (Gnesis 11:4); o Livro das Geraes de Ado 10(Gnesis 5:1); e o Livro das Guerras do Senhor (Nmeros

    21:4). Este livro das guerras continha o que se passara noMar Vermelho e as jornadas de Israel pelo deserto. Devia,

    pois, ter sido comeado por Moiss e continuado por Josu,at a conquista de Cana, porque Josu escreveu algo noLivro da Lei de Deus (cf. Josu 24:26). Assim, no Livro dasGuerras do Senhor, deveria ter escrito a sua prpria guerra,de vez que esta foi a mais importante das guerras de Deus.Eram livros pblicos e, como tal, no teriam sido escritossem a autoridade de Moiss e de Josu. E, no reinado de Saul,Samuel teve oportunidade de pr estes livros na forma comoos livros Pentateucos e o livro Josu agora aparecem,entretanto enxertando ali, no livro de Gnesis, a genealogiados reis de Edom at que a reinasse um rei de Israel.O livro dos Juzes a contnua histria dos juzeshebreus e seis atos at a morte de Sanso. Foi, portanto,compilado depois ds morte deste.. Diz-se nesse livro (Juzes17:6; 18:1; 19:1; 21:25) que muitas coisas ocorreram quandono havia rei em Israel. Assim, foi escrito depois do comeodo reinado de Saul, quando os Jebusitas habitavam Jerusalm(cf. Juzes 1:21) e antes do oitavo ano de Davi (cf. 2 Samuel5:8; 1 Crnicas 11:6).

    Os livros Pentateucos, e de Josu e de Juzesapresentam uma histria seqencial, desde a Criao at amorte de Sanso. Onde termina o Pentateuco, comea o livrode Josu; e onde termina este, inicia o livro dos Juzes.Assim, todos eles foram compostos a partir dos escritos deMoiss, de Josu, e outras fontes, por uma e mesma pena,depois de iniciado o reinado de Saul e antes do oitavo ano doreinado de Davi.Samuel era um escritor sacro (1 Samuel 10:25), 11familiarizado com a histria de Moiss e dos juzes (1 Samuel12:8 a 12). No reinado de Saul, Samuel teve oportunidade e

    suficiente autoridade para Os compr. Era profeta e julgouIsrael durante toda sua vida, sendo portanto estimado pelopovo. E a Lei, segundo a qual se haveria de por ela julgar o

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    9/159

    povo, no devia ter sido publicada por uma autoridade quefosse inferior sua, de vez que seu autor no podia serinferior ao Juz que a iria aplicar. E o Livro de Jasher (ouLivro da Retido), citado em Josu 10:13, ainda no existiaquando da morte de Saul (2 Samuel 1:18).Quando da dedicao do Templo de Salomo, a

    Arca foi trazida para o lugar mais sagrado dEste, porm ano havia seno as duas tbuas (cf. 1 Reis 8:9). Portanto,quando os Filisteus tomaram a Arca, dela foram retirados oLivro da Lei, o vaso de ouro com Mann e a Vara de Aaro.Estas e outras perdas, ocorridas na desolao de Israel pelaconquista destes pelos Filisteus, poderiam, depois de algumarelutncia daqueles inimigos, ter dado uma chance Samuel

    para recolher os escritos esparsos de Moiss e de Josu e osregistros dos Patriarcas e Juzes, compondo os livros naforma atual como se apresentam.O livro de Rute a histria de fatos ocorridos

    nos dias dos Juzes e pode ser considerado como um apndiceao livro dos Juzes, escrito pelo mesmo autor e ao mesmotempo. Foi escrito depois do nascimento de Davi (cf. Rute4:17,22), e no muito depois disto, pois a histria de Boaz eRute, bisavs de Davi, bem como a de seus contemporneos,no poderia ter sido to bem conservada como tradio oraldepois de duas ou trs geraes. E, desde que o livro deriva agenealogia de Davi de Boaz e Rute, omitindo seus irmosmais velhos e seus filhos, deve ter sido escrito em honra a 12Davi, depois de ungido Rei por Samuel e antes que tivessefilhos no Hebron e, conseqentemente, no reinado de Saul. Ahistria de Davi no continua no livro. Parece, assim, ter sidoescrito logo aps a sua uno como rei. Por isso, devem estarcertos os que atribuem a Samuel a autoria dos livros de Josu,Juzes e Rute.Samuel tambm considerado autor do primeirolivro de Samuel, at a poca de sua morte. Os dois livros deSamuel no indicam autores e, entretanto, parecem originais.Comeam com sua genealogia, nascimento e educao edevem ter sido escritos por ele prprio parcialmente, oudurante sua vida, pelos seus discpulos, os Profetas de Naiot

    em Ramata (I Samuel 19:18 a 20) e, em parte, depois de suamorte, pelos mesmos discpulos.O livro dos Reis cita outros autores, como o livrodos Atos de Salomo, o livro das Crnicas dos Reis de Israel,e o das Crnicas dos Reis de Jud. Os livros das Crnicascitam o livro de Samuel O Vidente, o livro de Natan OProfeta, e o livro de Gad O Vidente citado nos Atos deDavi; o livro do Profeta Natan, a Profecia de Abijah OShilonita e as Vises Do Vidente Iddo so todos citados nosAtos de Salomo; o livro do Profeta Shenajah e o livro doVidente Iddo, com referncia s genealogias, citado nos

    Atos De Roboo E Abijah; o livro dos Reis De Jud E DeIsrael comenta sobre os Atos De Asa, De Joaz, De Amazias,De Jothan, De Acaz, De Hezequias, De Manasss e De

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    10/159

    Josias; o livro do Vidente Hananias comenta sobre os AtosDe Josaf; e as Vises De Isaas comenta sobre os Atos DeOzias E Hezequias.Eram, portanto, estes livros colecionadosindependentemente dos escritos histricos dos antigos 13Videntes e Profetas. E porque os livros dos Reis e das

    Crnicas citam-se reciprocamente, devem ter sido escritosna mesma poca, depois do regresso do cativeiro daBabilnia, pois indicam a histria de Jud e as genealogiasdos Reis de Jud e dos Sumo-sacerdotes durante o cativeiro.Eram os livros de Ezra originriamente uma parte do livrodas Crnicas; posteriormente, foi separado das mesmas: tantoque comea com os dois ltimos versculos dos livros dasCrnicas e o primeiro livro de Ezra comea com os doisltimos captulos daquele. Foi, portanto, Ezra o compiladordos livros dos Reis e das Crnicas, escrevendo a histria desua poca. Era um Escriba conhecedor da Lei de Deus; e,

    nesse mister, Neemias o assistira e, "formando umabiblioteca, ajuntara livros dos diversos pases, assim os dosProfetas, como os de Davi, e as Cartas dos reis, e os queadministravam os seus bens" (2 Macabeus 2:13). Como Atosde Davi, compreendo aqui os livros de Samuel ou, pelosmenos, o segundo deles. Alm dos Atos dos Reis, escritos

    periodicamente pelos Profetas, Ezra comps os livros dosReis de Jud e Israel. Assim reuniu aqueles Atoscronologicamente, copiando os autores literalmente, como sev dos livros dos Reis e das Crnicas, em freqentesconcordncias de palavras e de sentenas. Onde hconcordncia de sentido, tambm o h de palavras.Assim, as profecias de Isaas, escritas emmomentos diversos, foram reunidas num corpo nico. Omesmo foi feito com as de Jeremias e dos demais Profetas,at a poca do Segundo Templo. O livro de Jonas a suahistria escrita por outro.O livro de Daniel uma coleo de escritos depocas diversas. Os seis ltimos captulos contm as 14Profecias escritas pelo prprio Daniel em diferentes ocasies;os seis primeiros, uma coleo de escritos histricos de

    outros autores. O quarto captulo um Decreto deNabucodonozor. O primeiro captulo foi escrito depois damorte de Daniel, pois a se diz que Daniel viveu at o

    primeiro ano do reinado de Ciro, isto , at o primeiro ano dodomnio deste rei sobre os Persas e os Medas e o terceiro anosobre a Babilnia. E, pelo mesmo motivo, o quinto e sextocaptulos tambm foram escritos aps a morte de Daniel, poisterminam com estas palavras: "E Daniel permaneceu sempreem dignidade, durante o reinado de Dario e o reinado do

    persa Ciro" (Daniel 6:28). Tambm estas palavras deveriamter sido adicionadas pelo coletor dos escritos, que suponho

    tenha sido o prprio Ezra.Parece que os Salmos, compostos por Moiss,Davi e outros, foram colecionados por Ezra pois, na coleo,

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    11/159

    encontro alguns at da poca do cativeiro de Babilnia, masnenhum posterior. Ezra os reuniu num grande volume queconhecemos atualmente como livro dos Salmos.Depois disto, Antoco Epifnio saqueou oTemplo, proibiu os Judeus de respeitar a Lei, sob pena demorte, e mandou queimar todos os livros sagrados que

    fossem encontrados. Nesses distrbios, bem provvel que olivro das Crnicas dos Reis de Israel se haja perdido porcompleto. Passada a opresso, Judas Macabeu recolheu todosos escritos que foi possvel encontrar (cf. 2 Macabeus 2:14).Ao p-los em ordem, ocorreu que parte das Profecias deIsaas ou algum outro Profeta foi acrescentada no final das

    profecias de Zacarias. E o livro ficou separado das Crnicas earranjado em duas ordens diferentes: numa, no livro de Ezra,

    juntou-se o Cnon; na outra, juntou-se o primeiro livro de 15Ezra.Depois do perodo em cativeiro Romano,

    preservando suas tradies, os Judeus as inscreveram noTalmude; e, visando preservar as escrituras, resolveram fazeruma edio gemtrica, na qual contaram as letras de todasas maneiras em cada livro. Conservaram ento apenas essaedio. Entretanto, notas marginais e outras correes, taiscomo os erros dos copistas, anteriores preparao dessaedio, interpenetraram-se aos textos e so agora de difcilcorreo. E por conservarem apenas essa edio, vriosensinos mais antigos esto agora perdidos, com exceodaqueles que podem ser descobertos atravs da Septuaginta.Antes do Cativeiro Romano os Judeus dividiramos livros sagrados do seguinte modo: a Lei, os Profetas e aHagigrafa ou os escritos sagrados. E nas sinagogas apenaseram lidos a Lei e os Profetas. O prprio Cristo e seusApstolos apoiaram a religio na Lei e nos Profetas (vejaMateus 7:12; 22:4; Lucas 16:16, 29, 31; 24:44; Atos 24:14;26:22; Romanos 3:21).A Hagigrafa compreendia os livros histricos,chamados Josu, Juzes, Rute, Samuel, Reis, Crnicas, Ezra,

    Neemias e Ester, o livro de J, os Salmos, os livros deSalomo e as Lamentaes. Os Samaritanos liam apenas o

    Pentateuco. E quando Josaf mandou ensinar nas cidades, ossacerdotes mestres apenas levaram o Livro da Lei, porque asprofecias ento existentes ainda no haviam sido escritas.Quando de volta do Cativeiro da Babilnia, Ezra lia ao povoo Livro da Lei, de manh noite, no primeiro dia do stimoms, assim como diariamente, durante a festa dosTabernculos. bem possvel que por esta poca Ezra nohavia ainda reunido a coleo dos escritos dos Profetas em 16volumes, tal qual agora eles se nos apresentam; mas to logoa coleo foi concluda, j instituiu sua leitura nas sinagogas.Mais que a Hagigrafa, a leitura dos livros da Lei e dos

    Profetas nas sinagogas provavelmente os preservou um poucomais da corrupo.Na infncia da nao de Israel, quando Deus lhes

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    12/159

    havia dado a Lei e estabelecido um pacto para ser o seu Deus,com a condio de que seus mandamentos fossemrespeitados, enviou os Profetas para reclamar o seucumprimento, pois que vrias vezes o haviam infringido,adorando a outros deuses. E, quando voltavam, o pacto, umavez j quebrado, com freqncia era renovado. Esses

    Profetas continuaram a ser mandados Israel at os dias deEzra. Mas depois que suas profecias eram lidas nassinagogas, tinham tal ato como suficiente. Por isso o povono queria ouvir Moiss ou qualquer outro velho Profeta:queriam novos, conquanto soubessem que estes selevantariam dentre os mortos.Por fim, quando uma nova verdade devia ser

    pregada aos Gentios, isto , que Jesus era O CRISTO, Deusmandou novos Profetas e Mestres. Entretanto, depois queseus escritos eram recebidos e lidos nas sinagogas dosCristos, a Profecia cessou novamente. Agora temos Moiss,

    os Profetas, alm das palavras do prprio Cristo. E se no osouvirmos, no seremos menos excusveis que os Judeus.Porque os Profetas e os Apstolos predisseram: que, assimcomo Israel tantas vezes se revoltara e quebrara o pacto,renovando-o depois, arrependidos, tambm entre os Cristosseria verificada, logo depois dos Apstolos, esta mesmafraqueza, chamada de A Apostasia ou Tempo daApostasia; e que nos ltimos dias Deus destruiria os 17revoltosos impertinentes, fazendo com seu povo um novoconcerto; que DAR OUVIDOS AOS PROFETAS UMACARACTERSTICA DA VERDADEIRA IGREJA; queDeus ordenou as Profecias de tal maneira que, nos ltimosdias, "os mpios procedero mpiamente, e nenhum mpiocompreender, porm os sbios, estes sim, compreendero"(Daniel 12:9,10); que a autoridade dos Imperadores, Reis, ePrncipes humana. Tambm a autoridade dos Conclios,Snodos, Bispos, Presbteros humana, porm AAUTORIDADE DOS PROFETAS DIVINA e compreendetoda a religio; que, alm dos prprios Profetas maiores emenores, a Moiss, Cristo e os Apstolos entre estes, e se umAnjo do cu pregar uma outra boa notcia, que no esta que

    por eles foi anunciada, que seja maldito.As escrituras contm o Concerto entre Deus e oseu povo, com as instrues para a sua observncia,exemplos do julgamento de Deus sobre aqueles quequebraram tal Concerto, e predies das coisas que estariamainda por acontecer. A predio de coisas porvindourasrefere-se situao da Igreja em todas as pocas. Enquanto o

    povo de Deus guardar o Concerto, continuar como Seupovo; porm quebrando-O, cessar de o ser e de ser a suaIgreja, tornando-se assim "sinagoga de Sat, que diz que soJudeus, quando no o so". E nenhum poder na Terra tem

    fora para alterar esse Concerto.E entre os velhos Profetas, Daniel o maiscaracterstico na questo de datas e o mais fcil de ser

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    13/159

    entendido. Por isso, no que se refere aos velhos Profetas,Daniel deve ser tomado como a chave para os demais. 18

    CAPTULO 2

    OBSERVAES SOBRE AS

    PROFECIAS DE DANIEL

    -

    A

    LINGUAGEM PROFTICA 19Para entender as Profecias, necessrio, antes demais nada, estar familiarizado com a linguagem figurada dosProfetas, extrada das analogias entre o mundo natural e umimprio ou reino, considerado como um cenrio poltico.De acordo com isto, o conjunto do mundonatural, compreendendo o cu e a terra profticos, significatodo o cenrio poltico em pauta, consistente de tronos e

    povo, ou apenas uma parte, conforme a Profecia. Oscomponentes daquele cenrio proftico representam coisasanlogas no cenrio poltico. Assim, o Cu e o que nele secontm representam os tronos e as dignidades, ou aqueles queas desfrutam, enquanto a Terra com suas coisas, representa amassa popular, o povo; as partes inferiores da Terra,chamadas Hades ou Inferno, representam as mais rebaixadasou miserveis camadas da populao. Ento, a subida ao Cuou a descida Terra significam elevao ou queda do podere das honras: elevar-se sobre a Terra ou sobre as guas querdizer elevao alguma dignidade ou predomnio, partindo

    da condio inferior do povo, enquanto que a descida em taiselementos significa a perda de dignidades/cargos ou depredomnio; as descidas s partes mais baixas da Terraindicam reduo um estado infeliz e de rebaixamento; falarcom voz fraca e como que sada do p, indica uma condiohumilde e fraca; andar de uma a outra parte quer dizermudana de mtodo, de dignidade ou de domnio; grandesterremotos e abalos do Cu e da Terra indicam comoes dereinos, tal como separaes e destruio generalizada; acriao de um novo Cu e nova Terra, um mundo antigo que

    passa, ou ainda o comeo e o fim de um mundo, traduzem o 20

    aparecimento e a runa do corpo poltico por eles indicado.Para os intrpretes de sonhos, o Sol e a Luarepresentam Reis e Rainhas; entretanto, nas Profecias sacras,

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    14/159

    as quais no cuidam de indivduos, o Sol representa, de ummodo geral, a raa dos Reis, no reino ou reinos do cenrio

    poltico, brilhando com poder e glria reais; a Lua simbolizao povo, tomado em seu conjunto, como a esposa do Rei; e asEstrelas so os Prncipes vassalos e os grandes homens doreino; ou, quando o Sol proftico o Cristo, representam os

    Bispos e os dirigentes do povo de Deus a luz representa aglria (talvez grandeza, virtude), a verdade, o saber, quando,atravs dos grandes homens e dos bons, ilumina os outros; aescurido denota condio obscura, em erro, cegueira eignorncia; o escurecimento, o abalo ou o pr do Sol, da Luae das Estrelas, representam o desaparecimento de um reinoou a sua desolao, proporcional ao entenebrecimentoapontado: Sol escuro, Lua coberta de sangue ou queda dasestrelas, trazem o mesmo significado; uma Lua novarepresenta a volta de um povo disperso um corpo polticoou eclesistico organizado;

    Fogo e meteoros tanto se referem ao Cu quanto Terra e tm a seguinte significao: a queima de algumacoisa no fogo representa seu desaparecimento pela guerra; aconflagrao da Terra ou a transformao de um pas numlago de fogo o desaparecimento de um reino pela guerra; olanamento num forno quer dizer dominao por uma outranao; a contnua ascenso de fumo de alguma coisa que sequeima denota que um povo conquistado continua na misriado domnio e escravido por um longo perodo de tempo; oabrazante calor do Sol indica vexames de guerras,

    perseguies e distrbios infligidos pelo prprio Rei; passear 21nas nuvens quer dizer reinar sobre muitos povos; o Solcoberto por nuvens ou por fumaa sinal de presso deexrcitos inimigos exercida sobre o Rei; ventostempestuosos, ou movimento de nuvens traduzem guerras emovimentaes de tropas; o trovo ou a voz de uma nuvemrepresentam a voz do povo; uma tempestade de troves erelmpagos, com chuvas torrenciais, simboliza a tempestadeda guerra descendo dos cus e das nuvens polticas sobre acabea de seus inimigos; chuva moderada, orvalho e guasem movimento denotam graas divinas e doutrinas do

    Esprito; a falta de chuva indica nudez espiritual.Na Terra, o solo enxuto e um conjunto de guas,como mares, rios, ou uma enchente, simbolizam o povo devrias regies, naes ou domnios; se as guas se tornaremsalobras, significam grandes aflies do povo por causa deguerras e perseguies; se as coisas se transformarem emsangue, representam a morte mstica de organismos polticos,isto , sua dissoluo, politicamente falando; a mar altasobre um mar ou enchente dum rio quer dizer invaso de um

    pas, pelo povo representado pelas guas; se as guassecarem, denotam a conquista dessas regies pelo povo

    representado pela terra; as fontes de gua representamcidades, ou origem permanente dos rios polticos; asmontanhas e as ilhas simbolizam as cidades da terra e do mar

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    15/159

    poltico-profticos, com os respectivos territrios e domniosque lhes pertencem; cavernas e montanhas granticas so ostemplos das cidades; homens que se escondem nessascavernas e rochas representam dolos trancados em seustemplos; casas e navios so famlias, ajuntamentos e cidadesdo todo poltico representado pela terra e pelo mar; e uma

    frota de guerra um exrcito proveniente do reino 22representado pelo mar.Tambm os animais e os vegetais representam o

    povo de vrias regies e condies; especialmente as rvores,as ervas e os animais terrestres, representam a gente do grupo

    poltico simbolizado pela terra. As bandeiras, os juncos e ospeixes representam o povo cuja nao simbolizada pelasguas; as aves e os insetos tambm representam a populaodo pas simbolizado pelo Cu e pela Terra. As florestassignificam reinos; e o deserto traduz um povo fraco edesolado.

    Se o cenrio poltico considerado na profecia forconstitudo de muitos reinos, ser representado por tantas

    partes quantas as do mundo natural: as mais nobres, peloscorpos celestes; mas a Lua e as nuvens representam a gentecomum; as menos nobres so figuradas pela terra, o mar, osrios ou por animais, plantas e edifcios. O animal maior emais poderoso, bem como as rvores mais altas, indicam osReis, os Prncipes e os Nobres. E porque, em seu todo, oreino um organismo poltico do Rei, o Sol, ou uma rvore,um animal ou uma ave ou ainda um homem, a representandoo Rei, adquire maior significao, pois representa todo oreino; muitos animais, como um Leo, um Urso, umLeopardo, um Bode, conforme suas qualidades, so osrepresentantes profticos de vrios reinos ou organismos

    polticos. O sacrifcio de animais indica grande morticnio ouconquista de reinos; a amizade entre dois animais, indica pazentre dois reinos.Em vista de certos eptetos ou circunstncias, porvezes animais e plantas tm, por extenso, outrossignificados: assim uma rvore, quando chamada 'a rvore davida ou do conhecimento'; e um animal, quando venerado ou 23

    quando chamado 'a velha serpente'.Quando um animal ou um homem representa umreino, suas partes ou qualidades indicam, por analogia, partesou qualidades daquele reino. Assim, a cabea deste animalaponta os grandes homens do governo e comando; quandoforem mais de uma, as cabeas indicam as partes principais,ou as dinastias, ou ainda domnios (dentro) do reino,colaterais ou sucessivos em relao ao governo; os chifres emqualquer cabea, representam a o nmero de reinos,relacionados com a autoridade militar exercida. Ver querdizer compreender. Os olhos valem por homens de

    compreenso e autoridade poltica; em assuntos religiosos,entretanto, querem dizer bispos/ lderes. Falar significa fazerleis; assim a boca indica aquele de onde promana a lei, seja

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    16/159

    agrada ou profana. A voz alta indicativa de fora e poderenquanto que a voz tnue indica fraqueza. Comer e bebervalem pela aquisio do que est representado pela comida ea bebida. Os plos dos animais e dos homens, bem como as

    penas das aves querem dizer o povo; as asas indicam onmero de reinos representados pelo animal. O brao do

    homem o seu poder ou o de qualquer povo pelo mesmorepresentado; os ps valem pelas mais baixas camadas dopovo ou pelo final do reino. Ps, garras e dentes de animaisde presa, indicam exrcitos e corpos de exrcitos; os ossosindicam os lugares fortificados; a carne signifca riqueza e

    bens. Os dias de ao profticas so contados como anos.Quando uma rvore representa um reino, seus galhos, folhase frutos valem o mesmo que as asas e as penas ou o alimentode uma ave ou de um animal.Quando um homem tomado em sentido

    proftico, freqentemente suas qualidades so expressas por 24

    suas aes e pelas circunstncias que cercam as coisas quelhe dizem respeito. Assim um Governante representadocavalgando um animal; um Guerreiro ou Conquistador teruma espada ou um arco na mo; um homem poderosoapresentar estatura agigantada; um Juiz traz consigo pesos emedidas; uma sentena ter como smbolo uma pedra branca

    para sentena absolvitria ou uma pedra preta para sentenacondenatria; uma nova dignidade se exprime por um novonome; os ornamentos indicam qualificao moral ou civil;vestidos explndidos significam honra e glria; a dignidadereal expressa pela prpura, pela escarlata ou por uma coroa;a retido simbolizada por vestes brancas e limpas, enquantoque a maldade indicada pelas roupas manchadas ou sujas; aaflio, o luto e a humilhao, vem indicadas por vestesgrosseiras; j a desonra, a vergonha e a falta de boas obras indicada pela nudez; o erro e a misria, pelo ato de beber umataa do vinho que os produz; a propagao da religio porinteresse monetrio, pelo exerccio de trfico ou comrcio,com o povo a que se refere quela religio; a adorao ouservio de falsos deuses de qualquer nao, pela prtica deadultrio com os seus prncipes ou pela sua adorao; o

    Conselho de um Reino, pela imagem do mesmo; a idolatria,pela blasfmia; a derrubada pela guerra, por uma ferida feitapor homem ou por animal; o duradouro flagelo da guerra, poruma chaga ou tormento; a aflio ou a perseguio que sofreum povo no trabalho de constituir um novo reino, pelas doresde uma mulher no parto de um menino; a dissoluo de umcorpo poltico ou eclesistico, pela morte de um homem ouanimal; e a revivescncia de um domnio que foi dissolvido,

    pela ressurreio de um morto. 25

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    17/159

    CAPTULO 3

    DA VISO DA

    IMAGEM

    DE QUATRO METAIS26

    As profecias de Daniel ligam-se todas umas soutras, como se fossem simples partes de uma profecia geral,dada em vrias pocas. A primeira deve ser compreendida em

    primeiro lugar; e cada uma das que se seguem adicionam

    algo de novo s anteriores. A primeira foi dada num sonho aNabucodonosor, rei da Babilnia, no segundo ano de seureinado. Tendo o rei esquecido do sonho que havia tido, amesma foi dada novamente a Daniel, tambm num sonho,que o revela ento Nabucodonosor.Assim Daniel tornou-se famoso por seu saber e

    pela faculdade de revelar coisas secretas, de tal modo queEzequiel, seu contemporneo, no dcimo nono ano doreinado de Nabucodonosor, assim fala ao rei de Tiro:"Porque s mais sbio que Daniel, nenhum segredo h oculto

    para ti" (Ezeq. 28:3). E o mesmo Ezequiel, noutra passagem,rene Daniel a No e a J, como os mais distingidos pelosfavores de Deus (Ezeq. 14:14, 16, 18, 20). E no ltimo ano deBaltazar, dele disse a rainha-me ao rei: "No teu reino h umhomem que tem em si o esprito dos deuses santos; e notempo de teu pai, manifestaram-se nele a cincia e asabedoria; por isto at o rei Nabucodonosor, teu pai, oconstituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus edos agoureiros; porque um esprito superior aos dos outros, e

    prudncia, e inteligncia, e interpretao de sonhos, edeclarao de segredos, e soluo de dificuldades, tudo se

    achou nele, isto , Daniel, a quem o rei ps o nome deBaltazar" (Daniel v. 11, 12). Tinha Daniel o maior prestgioentre os Judeus at o reinado do Imperador Romano Adriano.Rejeitar suas profecias rejeitar a religiocrist, por isso que a religio est fundada nas profecias 27concernentes ao Messias.O fundamento de todas as profecias de Danielencontra-se na viso dessa imagem feita de quatro metais. Elarepresenta um corpo de quatro grandes naes, que deveriamreinar sucessivamente sobre todo o mundo ento conhecido, asaber: o povo da Babilnia, os Persas, os Gregos e os

    Romanos. E uma pedra, arrancada sem auxlio de moshumanas, caiu sobre os ps da imagem, reduzindo a pedaosos quatro metais; ela "tornou-se um grande monte que encheu

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    18/159

    toda a terra", o que indica que um novo reino surgir depoisdo quarto e conquistar todas as naes; e durar at o fimdos tempos.A cabea da imagem era de ouro e representavaas naes do Imprio Babilnico, que reinou primeiro,conforme a interpretao do prprio Daniel. "Tu, pois, s a

    cabea de ouro", disse ele a Nabucodonosor. Estas naesreinaram at Ciro conquistar a Babilnia e, poucos mesesdepois dessa conquista, os Persas revoltaram-se, submetendoos Medos. O peito e os braos eram de prata e representavamos Persas, que reinaram a seguir. A barriga e as coxas eramde lato e representavam os Gregos que, sob o domnio deAlexandre o Grande, conquistaram os Persas e reinaramdepois daqueles.As pernas eram de ferro e representavam osRomanos, que dominaram depois dos Gregos e comearam aconquist-los no oitavo ano de Antoco Epifnio. Pois

    naquele ano submeteram Perseu, rei da Macednia, principalreino dos Gregos; da por diante foram-se tornando umImprio poderoso e reinaram soberanamente at os dias deTeodsio o Grande. Ento, dada a incurso de muitas naesdo norte, rompeu-se numa poro de reinos menores, que so 28representados pelos ps e dedos dos ps da imagem, feitos em

    parte de ferro e em parte de barro. "Esse reino", diz Daniel,"que ter sua origem na veia de ferro, ser dividido; segundotu viste que o ferro estava misturado com a terra e com o

    barro; tambm eles se misturaro por meio de parentescoscontrados, mas no formaro um corpo nico entre si, assimcomo o ferro no pode se ligar ao barro". (Daniel 2:41, 43)"No tempo, porm, daqueles reinos", diz Daniel,"suscitar o Deus do cu um reino que no ser jamaisdestrudo, e este seu reino no passar a outro povo; antesesmigalhar e aniquilar todos esses reinos, e ele subsistir

    para sempre. Segundo o que viste, que uma pedra foiarrancada do monte sem intervir mo de nenhum homem, eesmigalhou o barro, e o ferro, e o cobre e a prata e o ouro."(Daniel 2:44, 45). 29

    CAPTULO 4

    DA VISO

    DAS QUATRO BESTAS

    30Na viso seguinte, a das quatro Bestas, repete-sea mesma profecia dos quatro Imprios, porm com vrias

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    19/159

    adies, tais como as duas asas da Leoa, as trs ordens dedentes na boca do Urso, as quatro asas e as quatro cabeas doLeopardo, os onze chifres que tm a quarta besta e o "Filhodo homem, que vinha com as nuvens do cu, e que chegouat ao Ancio dos muitos dias", sentado em julgamento.A primeira Besta era como uma Leoa, e tinha

    asas de guia, para denotar os reinos da Babilnia e daMdia, que derrubaram o Imprio Assrio e o dividiram entresi, tornando-se assim Imprios considerveis. Na profeciaanterior o Imprio Babilnico era representado pela cabeade ouro; nesta, Babilnia e Mdia so representados juntos

    pelas duas asas da Leoa. E diz Daniel: "quando eu estavaolhando para ela, foram-lhe arrancadas as asas, e foilevantada da terra, ps-se sobre os seus ps, como umhomem, e foi-lhe dado um corao de homem" (Daniel 7:4),isto , at que fosse humilhada e subjugada e reconhecessesua condio humana.

    A segunda besta era como um Urso e representao Imprio que reinou depois dos Babilnicos, isto , oImprio Persa. "O teu reino foi dividido e dado aos Medos eaos Persas" (Daniel 5:28), diz ele ao Rei da Babilnia. EstaBesta levantou-se e se ps ao seu lado, pois estavam osPersas dominados pelos Medos quando da queda deBabilnia, mas depois levantaram-se e os dominaram. E"tinha trs ordens de dentes na sua boca" (Daniel 8:5) parasignificar os reinos de Sardes, Babilnia e Egito, por elesconquistados, mas que no pertenciam ao seu prprio corpo.E devorava "carne em abundncia", isto , as riquezasdaqueles trs reinos. 31A terceira Besta o reino que sucedeu aosPersas, isto , o Imprio dos Gregos (Daniel 7:6, 7, 20, 21).Era como um Leopardo, para significar sua ferocidade; etinha quatro cabeas e quatro asas, para indicar que poderiaser dividido em quatro reinos (Daniel 8:22), pois continuouem regime monrquico durante o reinado de Alexandre oGrande, seu irmo Arideus e seus filhos Alexandre eHrcules, dividindo-se ento em quatro reinos, de vez que osgovernadores das provncias, por mtuo consenso, se tinham

    feito coroar e reinaram sobre as mesmas. Cassandro reinousobre a Macednia, a Grcia e o piro; Lismaco sobre aTrcia e a Bitnia; Ptolomeu sobre o Egito, a Lbia, a Arbia,a Celosria e a Palestina; e Seleuco sobre a Sria.A quarta Besta o Imprio que sucedeu ao dosGregos, isto , o Imprio Romano. Esta Besta eraexcessivamente terrvel e tinha grandes dentes de ferro,devorava e quebrava em pedaos, e calcava os restos com os

    ps: tal era o Imprio Romano. Era maior, mais forte e maisformidvel e duradouro do que qualquer dos outros.Conquistou o reino da Macednia, com a Ilria e o piro, no

    oitavo ano de Antoco Epifnio ou em 580; herdou o dePrgamo, em 515; conquistou a Sria em 718, datas todasestas referidas a ano de Nabonassar. Por estas e outras

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    20/159

    conquistas tornou-se maior e mais terrvel que qualquer dastrs Bestas anteriores. Este Imprio, o Romano, continuousua grandeza at o reinado de Teodsio o Grande; ento sedividiu em dez reinos, representados pelos dez chifres destaBesta, continuando assim at que o Ancio de muitos dias sesentasse num trono como uma chama viva e o julgamento

    fosse feito, os livros abertos, as Bestas abatidas, seus corposdestrudos e atirados s chamas; "num personagem que 32parecia o Filho do homem, que vinha com as nuvens do cu,e que chegou at ao Ancio dos muitos dias" (Daniel 7:13),deu-lhe o poder sobre todas as naes e foi dada autoridadeaos Santos de Altssimo e veio o momento em que estes

    possuram o reino.Diz Daniel: "E vi que o animal tinha sido mortoe que o seu corpo perecera e fora entregue ao fogo para serqueimado; vi tambm que tinha sido tirado o poder aos outrosanimais, e que a durao de vida destes lhes tinha sido

    assinalada at um tempo e um tempo" (Daniel 7:11, 12).Assim, as quatro Bestas esto vivas, conquanto j passada adominao das trs primeiras. A Caldia e a Assria ainda soa primeira Besta; a Mdia e a Prsia so a segunda; aMacednia, a Grcia, a Trcia, a sia Menor, a Sria e oEgito ainda constituem a terceira Besta, enquanto as naesda Europa, do lado da Grcia, ainda so a quarta Besta.Vendo, assim, que o corpo da terceira Besta circunscrito pelas naes daquele lado do rio Eufrates, e queo corpo da quarta Besta circunscrito pelas naes deste ladoda Grcia, devemos procurar as quatro cabeas da terceiraBesta entre as naes daquele lado do Eufrates, porm osonze chifres da quarta Besta devemos procurar entre asnaes deste lado da Grcia. Portanto na fragmentao doImprio Grego em quatro reinos dos Gregos, no devemosincluir a Caldia, a Mdia e a Prsia, porque pertenciam aoscorpos das duas primeiras Bestas. Tambm no devemosreconhecer o Imprio Grego, sediado em Constantinopla,entre os chifres da quarta Besta, porque aquela cidade

    pertencia ao corpo da terceira Besta. 33

    CAPTULO 5

    DOS REINOS

    REPRESENTADOS PELOS

    PS DE FERRO E BARRO34

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    21/159

    Era a Dcia uma grande regio limitada ao sulpelo rio Danbio, a leste pelo rio Euxino e os montes Crapac,e a oeste pelo rio Tibesis ou Teis, que corre para o sul atlanar-se no Danbio, um pouco acima de Belgrado.Compreendia as regies agora chamadas Transilvnia,Moldvia e Valquia e, a leste, a Hungria Superior. Seus

    antigos habitantes chamavam a si mesmos de Godos, mas osGregos os chamavam Getas, e os Latinos os chamavam Daci.Alexandre o Grande atacou-os e Trajano os conquistou,reduzindo-os a uma provncia do Imprio Romano.Por isso a propagao do Evangelho entre elesfoi muito incrementada.Compunham-se de vrias Naes Godas,chamadas Ostrogodos, Vndalos, Lombardos, Burgndios,Alanos, etc.; todos semelhantes nas maneiras, falavam amesma lngua, como Procpius faz notar. Quando sob odomnio Romano, os Godos ou Ostrogodos estavam

    localizados ao leste da Dcia, os Vndalos ao oeste, no Teis,onde correm o Maresh e o Karesh; e entre aqueles ficavam osVisigodos. De acordo com Jornandes, os Gpidas viviam noVstula. Os Burgndios, povo Vndalo, ficavam entre oVstula e a nascente sul do Boristenes, a alguma distncia dosmontes Crapac, para os lados do norte, onde os situaPtolomeu, com os nomes de Phrugundiones e Burgiones. OsAlanos, outro povo Godo, ficavam entre a nascente norte doBoristenes e a foz do rio Tanais, onde Ptolomeu situa omonte Alanus e a margem oeste do Palus Maeotis (cf.Procop.1 - 1- De Bello Vandalico).Estes povos continuaram sob o domnio dosRomanos at o segundo ano do imperador Filipe; ento se 35rebelaram, por falta de pagamento do seu soldo: osOstrogodos, estabelecendo um reino que sob o domnio dosReis Ostrogota, Cniva, Ararico, Geperico e Hermanarico sedesenvolveram at o ano de 376; ento, por uma incurso dosHunos, vindos de alm do Tanais, e pela morte deHermanarico, retalharam-se em diversos pequenos reinos.Hunimundo, filho de Hermanarico, tornou-se rei dosOstrogodos; Ffridigern, dos Visigodos; Winithar ou Vinithar

    reinou sobre uma parte dos Godos chamados Gruthingi porAmmiano, Guthunni por Claudiano e, pelos outros,chamados Srmatas e Citas. Athanarico reinou sobre outra

    parte dos Godos na Dcia, chamada Thervingi; Box reinousobre os Antes na Sarmcia. Os Gpidas tambm tinham oseu rei. No fim do reinado de Constantino o Grande, osVndalos fugiram de Geberico para o Danbio; o Imperadorgarantiu-lhes sde na Pannia, onde viveram pacficamentequarenta anos, ou at o ano 377, quando vrias naes Godas,fugindo dos Hunos, caram sobre o Danbio e tiveram suassdes garantidas na Msia e na Trcia por Valente, ento

    Imperador Grego. Mas no ano seguinte, revoltaram-se algunsGodos, Alanos e Hunos de alm Danbio, destroaram oexrcito romano, puseram em fuga o Imperador Valente e

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    22/159

    espalharam-se pela Grcia e pela Pannia, at aos Alpes. Nosanos de 379 e 380, foram batidos pelas armas dosImperadores Graciano e Teodsio e aceitaram uma pazimposta. Os Visigodos e os Thervingi voltaram para suassdes no Danbio e os Alanos e os Gruthingi obtiveram sdesna Pannia.

    Por volta do ano 373 ou 374, os Burgndioslevantaram-se de sua sde no Vstula, com um exrcito deoitenta mil homens para invadir a Glia; porm, encontrando 36resistncia, estabeleceram-se nas margens do Rheno, nasalturas de Mentz. No ano 358, um corpo de Francos Slicos,com o seu rei, descendo do rio Sala, foram recebidos noimprio por Juliano e sediados na Glia, entre o Brabante e oRheno. Seu rei, Mellobaudes, foi, pelo Imperador Graciano,nomeado Comes Domesticorum. Outro nobre Franco Slico,Richomer, foi,por Teodsio, nomeado ComesDomesticorum e Magister Utriusque Militiae e, em 374,

    foi Cnsul com Clearchus. Richomer foi um grande favoritode Teodsio e o acompanhou nas guerras contra Eugnio,morrendo numa expedio e deixando um filho, chamadoTeodomiro, o qual foi posteriormente rei dos Francos Slicosdo Brabante. Durante essa guerra, alguns Francos de alm doRheno invadiram a Glia, sob a chefia de Genobaldo,Marcomiro e Suno, mas foram repelidos por Stilico;Marcomiro tendo sido morto nesta guerra, sucedeu-lhe naGermnia seu filho Ferramundo.Enquanto estas naes ficaram sossegadas dentrodo imprio, submetidas aos Romanos, muitas outrascontinuaram assim alm do Danbio, at a morte deTeodsio, quando ento levantaram-se em armas. Em sua"Historia Miscellanea", livro 14, falando dos tempos que seseguiram morte daquele imperador, diz Paulus Diaconus:"Ao mesmo tempo os Godos e numerosos outros povoshabitavam alm do Danbio. Destes, os mais humanos soquatro, a saber: os Godos, os Visigodos, os Gpidas e osVndalos, apenas diferenciados quanto ao nome. Depois de

    passarem o Danbio, ao tempo de Arcdio e de Honrio, elesse estabeleceram em territrio romano; e os Gpidas, dos

    quais, mais tarde, se separaram os Longobardos e os varos,viveram em aldeias perto do Singdono e do Sirmium". E, no 37comeo de sua "Histria Vandalica", Procopius nos diz amesma coisa. At aqui o Imprio do Ocidente continuavaintacto; s depois que partiu-se em muitos reinos.O imperador Teodsio morreu em 395. Ento,sob o comando de Alarico, sucessor de Fridigern, osVisigodos levantaram-se em sua sde na Trcia, devastaram aferro e fogo, durante cinco anos, a Macednia, a Tesslia, aAcaia, o Peloponeso e o piro. Voltando-se depois para ooeste, invadiram a Dalmcia, a Ilria e a Pannia; dali

    passaram Itlia em 402; e no ano seguinte foram de talforma batidos em Pollentia e Verona por Stilico,comandante das foras do Imprio do Ocidente, que

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    23/159

    Claudiano chama o remanescente das tropas de Alarico de"pequenos resduos de povo de to grande valor" ePrudentius de "povo destrudo". Nestas condies, Alaricofez a paz com o Imperador, tendo sido to humilhado que,conforme cita Orosius, oravam humildemente e comsimplicidade por uma paz melhor e algumas habitaes". Esta

    paz foi ratificada de parte a parte pelos refns: Aetius foimandado como refm a Alarico e este continuou comoprncipe livre na sde que ento lhe foi assegurada.Quando Alarico se ps em armas, os povos almdo Danbio comearam a se movimentar; no invernoseguinte, entre 395 e 396, grandes corporaes de Hunos,Alanos, Ostrogodos, Gpidas e outros povos do nortedesceram sobre o Danbio gelado, a convite de Rufino; entoseus irmos, que haviam obtido sdes dentro do imprio,tambm correram s armas. Diz Jerome que essa multidoera composta de Hunos, Alanos, Godos, Sarmatas, Quades e

    Marcomanos; e que os mesmos invadiram todas as regiesentre Constantinopla e os Alpes Julianos, devastando a Ctia, 38a Trcia, a Macednia, a Dardnia, a Tesslia, a Acaia, opiro, a Dalmcia e toda a Pannia. Os Suevos tambminvadiram a Rhaetia; pois, enquanto Alarico devastava aPannia, os Romanos defendiam aquela regio. Isto deu aAlarico a oportunidade de invadir a Itlia, conforme refereClaudiano: Os Getas s irromperam por traio, enquanto aRhaetia subjuga as nossas foras e, numa segunda batalha,dispersa as nossas Cortes". E quando da Alarico passou Itlia, outros povos brbaros invadiram a Nrica e aVindelcia, como o mesmo Claudiano nos descreve nosseguintes versos: J os povos haviam desfeito as suasalianas e, sabedores da derrota, os ferozes Lcios ocupavamos desfiladeiros vendlicos e os campos da NricaIsto se passou entre os anos de 402 e 403. Entreaqueles povos, constato os Suevos, os Quades e osMarcomanos, todos ento em armas. Os Quades e osMarcomanos eram Suevos; aqueles e estes vieramoriginriamente da Bomia e do rio Suevos ou Sprake, naLusatia; achavam-se ento unidos sob um rei comum,

    chamado Ermerico, o qual logo depois os conduziu Glia.Por esse tempo os Vndalos e os Alanos deveriam estarespalhados pela Nrica. Na mesma ocasio, Aldinoatravessou o Danbio com um exrcito de Hunos, quando do

    banimento de Crisstomo, isto , em 404, devastando aTrcia e a Msia. Radagsio, rei dos Gruthunni e sucessor deWinithar, convidou mais brbaros de alm do Danbio,invadiu a Itlia com um exrcito de mais de duzentos milGodos e, em um ou dois anos, de 405 a 406, foi derrotado porStilico, perecendo com o seu exrcito. Nesta guerra, Stilicofoi ajudado por um grande exrcito de Hunos e Ostrogodos,

    sob a chefia de Uldino e de Sarus, mercenrios ao servio de 39Honrio. Em toda esta confuso, os Lombardos na Panniativeram de se armar para a defesa da prpria liberdade, de vez

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    24/159

    que j os Romanos no eram capazes de o fazer.Ento Stilico, pretendendo fazer-se coroarimperador, proporcionou uma prefeitura militar a Alarico emandou-o para o Oriente, ao servio de Honrio, Imperadordo Ocidente, entregando-lhe algumas tropas Romanas, a fimde aumentar a sua fora de Godos e prometendo seguir, em

    breve, com seu prprio exrcito. Sua inteno erareconquistar algumas regies da Ilria, que o Imperador doOriente era acusado de deter com prejuzo do Ocidente. Masseu secreto desgnio era fazer-se imperador, com o auxliodos Vndalos e seus aliados: ele prprio era Vndalo. Com oobjetivo de facilitar o seu plano, convidou um grandeexrcito de povos brbaros a invadir o Imprio do Ocidente,enquanto ele e Alarico invadiam o Imprio do Oriente. Sob ocomando de vrios reis, isto , os Vndalos, comandados porGodegsilo; os Alanos em duas corporaes, respectivamentesob as ordens de Goar e de Resplendial; e os Suevos, Quades

    e Marcomanos chefiados por Ermerico; estas naesmarcharam atravs da Rhaetia, para os lados do Rheno,deixando suas sdes na Pannia aos Hunos e Ostrogodos ereunindo-se aos Burgndios chefiados por Gundicar, vindo aincomodar os Francos em sua marcha final. Por fim, emDezembro do ano de 406, passaram o Rheno em Mentz ederramaram-se pela Germnia Prima e regies adjacentes.Entre outras aes, os Vndalos tomaram a Triers. Entoavanaram pela Blgica e comearam a devastar aquelaregio. Em conseqncia disto, os Francos Slicos dosBrabante tomaram as armas e, conduzidos por Teodomiro,filho de Richomer, tambm chamado Ricimer, opuseram to 40tenaz resistncia que mataram no campo da luta cerca devinte mil Vndalos, inclusive seu rei Godegsilo; o restoescapou devido aos Alanos de Resplendial, que lhestrouxeram uma ajuda oportuna.Ento os soldados Britnicos, alarmados pelos

    boatos, revoltaram-se e nomearam seus tiranos: primeiroMarcos, que logo assassinaram; depois Graciano, tambmmorto em poucos meses; por fim Constantino, sob cujocomando invadiram a Glia em 408, no que foram

    favorecidos por Goar e Gundicar. Tendo Constantino seapoderado de boa parte da Glia, nomeou Csar a seu filhoConstncio e mandou-o Espanha, em 409, a fim de prordem nos negcios.Entrementes, vendo Resplendial o supraditodesastre dos Vndalos, e que Goar se lanara sobre osRomanos, retirou seu exrcito do Rheno e, com os Suevos e oremanescente dos Vndalos, dirigiu-se para a Espanha;entretanto, prosseguindo em suas vitrias, os Francosoperaram a retomada de Triers, que saquearam antes de aentregar aos Romanos. A princpio, os Brbaros haviam

    parado nos Pireneus, o que fez com que se espalhassem pelaAquitnia; mas no ano seguinte tiveram a passagem tomada,graas traio de alguns soldados de Constncio; e entrando

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    25/159

    na Espanha no dia 4 de Outubro de 409, conquistaram tudoquanto puderam. Por fim, em 411, fizeram a partilha de suaconquista: os Vndalos ficaram com a Btica e parte daGalcia; os Suevos com o resto da Galcia; os Alanos com aLusitnia e a Provncia de Cartagena. Em homenagem paz,o Imperador os confirmou em suas sdes pelo Ato de 413.

    Tendo feito Teodomiro rei, os Franco-Romanossupra mencionados, logo depois da conquista dos Vndalos, 41comearam a invadir os vizinhos. Os primeiros foram osGauleses de Brabante (i., Galli Arborici, da o ter sido aregio chamada Arboricbant e, por contrao, Brabante);mas no encontrando resistncia suficiente, preferiram suaaliana. Assim aqueles Gauleses, separando-se dos Romanos,firmaram slida ligao com os Francos, a fim de se tornaremum s povo, unindo-se pelo matrimnio e misturando usos ecostumes at no haver mais distino entre eles. Destemodo, pela entrada daqueles Gauleses, assim como dos

    Francos, que pouco depois vieram para o Rheno, o ReinoSlico em breve cresceu e tornou-se poderoso.A expedio de Stilico contra o ImperadorGrego foi sustada por ordem de Honrio; ento Alarico

    passou do piro Nrica e reclamou certa indenizao pelosseus servios. O Senado estava inclinado a negar-lhe esta,

    porm cedeu ante a interferncia de Stilico. Entretanto,pouco depois, foi este acusado de conspirao traioeira comAlarico e assassinado no dia 10 de Setembro de 408; emvista disso, aquela soma foi negada tambm Alarico, o qualfoi considerado inimigo do imprio; em conseqncia,marchou diretamente para a Itlia com o exrcito retirado dopiro e mandou seu irmo Adolfo segu-lo com as forasarmadas de que dispunha na Pannia, as quais, apesar de nomuito grandes, no eram de se desprezar. Em vista disso, e

    porque temesse ser encurralado em Roma, Honrio retirou-separa Ravena no ms de outubro do mesmo ano. E desdeento, esta passou a ser e se tornou a sde dos Imperadores doOcidente. Naqueles dias tambm os Hunos invadiram aPannia e, ocupando as sdes desertadas pelos Vndalos,Alanos e Godos, fundaram a um novo reino. Avanando

    sobre Roma, Alarico sitiou-a, tomou-a no dia 9 de setembro 42de 410, e, em seguida, naufragou ao tentar passar para africa. Depois disso, Honrio fez a paz e organizou umexrcito para atacar o tirano Constantino.Ao mesmo tempo Gerncio, um dos seuscapites, revoltou-se e fez-se Mximo Imperador daEspanha. Em conseqncia, Constantino mandou Edobec,outro de seus capites, levar assistncia aos Brbaroscomandados por Goar e Gundicar, na Glia e reservas deFrancos e Alemes de alm do Rheno; ento seu filhoConstante cercou Viena, na Glia Narbonense. Adiantando-

    se, Gerncio matou Constante em Viena e assediouConstantino em Arles. Entretanto, ao mesmo tempo, Honriomandou um exrcito sob as ordens de Constncio, com o

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    26/159

    mesmo propsito; Gerncio escapou e Constncio continuouo cerco, reforado pela entrada da maior parte dos soldadosde Gerncio. Depois de quatro meses de resistncia, tendoEdobec conseguido auxlio, o rei brbaro de Mentz, Goar eGundicar fizeram Jovino o Imperador e, com o mesmo,mandaram auxlio Arles. Diante de sua aproximao,

    Constncio retirou-se; perseguiram-no, mas foram derrotadosde surpresa. Como entretanto no tivessem prosseguidodepois dessa vitria, logo os Brbaros se refizeram, muitoembora no tivessem podido evitar a queda dos tiranosConstantino, Jovino e Mximo. A Bretanha no pde serreconquistada pelo Imprio; depois disto ficou sempre umreino distinto.

    No ano seguinte, 412, tendo sido batidos osVisigodos na Itlia, na retirada invadiram a Aquitnia,devastando-a violentamente, obrigando a retirada dos Alanose dos Burgndios, que ento a assolavam. Ao mesmo tempo,

    estes foram pacificados e o Imperador lhes deu como herana 43a regio do Rheno, que haviam invadido; parece que outrotanto foi feito aos Alanos. Mas, pouco depois, os Francosretomaram Triers e, em 415, Castino foi mandado contra elescom um exrcito: derrotou-os e matou seu rei Teodomiro. Foiesta a segunda tomada de Triers pelos Francos. Entretanto amesma foi tomada quatro vezes: uma pelos Vndalos e trs

    pelos Francos. Teodomiro foi sucedido por Ferramundo,Prncipe do Rei dos Francos Slicos da Germnia. Dali,este trouxe novas foras e reinou sobre todos; tinha sdesgarantidas ao seu povo dentro do Imprio, perto do Rheno.Ento os Brbaros se aquietaram, constituiram-seem vrios reinos dentro do Imprio, no s pela conquista,mas por concesso do Imperador Honrio. Pois Rutilius, emseu "Itinerario", escrito no outono do Ano Urbis 1169, isto ,de acordo com os clculos de Varro, ento correntes, no anode 416, assim lamenta a devastao dos campos: ...poraquelas partes muito devastadas por longas guerras. Eacrescenta: "Destroadas as herdades por longos incndios, jse podiam edificar casas de pastores. E um pouco adiante:"Para sempre te sulque o teu Rheno".

    E Orosius, no fim de sua histria, que foiconcluda em 417, descreve assim a pacificao geral dasnaes brbaras: "Refreavam, apertavam e dominavam povosferocssimos; chamando-as "imperio addictas" (adicionadasao Imprio), porque se haviam estabelecido no Imprio numaliga, e compactadas e refreadas (no original: coangustatas),

    porque no mais invadiram as regies sua vontade; antes,pela mesma compacticidade, ficaram sossegadas nas sdesque lhes haviam sido assinadas.E estes foram os reinos surgidos dos ps da Bestae que so representados por ferro e barro misturados, mas que 44

    no se ligam um ao outro, pois so de energias diferentes.45

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    27/159

    CAPTULO 6

    DOS DEZ REINOS

    REPRESENTADOS PELOS

    DEZ CHIFRES

    46

    Pelas guerras anteriormente discutidas, o ImprioRomano do Ocidente, ao tempo em que Roma foi cercada etomada pelos Godos, dividiu-se nos seguintes reinos:1. dos Vndalos e Alanos, na Espanha e frica;2. dos Suevos, na Espanha;3. dos Visigodos;4. dos Alanos, na Glia;5. dos Burgndios;6. dos Francos;7. dos Bretes;8. dos Hunos;9. dos Lombardos;10. de Ravenos, na Ravena.

    Sete destes so assim mencionados por Sigonius:"No reinado de Honrio, os Hunos entraram na Pannia; osVndalos, Suevos e Godos, na Espanha; e os Alanos,Burgndios e Godos, na Frana, com direito a certashabitaes. Acrescentem-se os Francos, os Bretes e osLombardos e ter-se-o os dez: pois estes se erigiram mais oumenos no mesmo tempo que aqueles.

    Entretanto, examinemo-los separadamente:1. Os reis dos Vndalos eram: em 407,Godegsilo; ainda em 407, Gunderico; em 426, Geiserico;em 477, Hunerico; em 484, Gundemundo; em 496,Trasamundo; em 523, Geiserico; em 530, Gelimer. OsVndalos foram conduzidos: por Godegsilo Glia, em 406;

    por Gunderico Espanha, em 409; por Geiserico frica,em 427. E Gelimer foi vencido por Belisrio, em 533. 47Seu reino durou na Glia, Espanha e frica aotodo 126 anos. E na frica foram muito poderosos. Os

    Alanos s tiveram prpriamente dois reis na Espanha:Resplendial e Ataces, tambm chamado Utacus ou Otacar.Sob o domnio de Resplendial, entraram na Frana em 407 e

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    28/159

    na Espanha em 409. Ataces foi morto com quase todo o seuexrcito por Vlia, o rei dos Visigodos, em 419.Ento, os remanescentes Alanos se sujeitaram aGunderico, rei dos Vndalos, na Btica, e com estes

    passaram depois frica, conforme se l em Procopius. Porisso os reis dos Vndalos passaram a se denominar reis dos

    Vndalos e Alanos, como se v no dito de Hunerico, citadopor Victor na sua "Perseguio Vandlica". Em conjunto comos Chatti, estes Alanos deram nome a Cathalaunia, ouChatti-Alania, atual provncia de Catalunha. Entre os Alanoshavia tambm Gpidas; foi por isso que vieram Panniaantes que aqueles a deixassem. A tornaram-se sditos dosHunos at a morte de tila, em 454, sendo finalmentedominados pelos Ostrogodos.

    2. Foram os seguintes os reis dos Suevos: em407, Ermerico; em 438, Rechila; em 448, Rechirio; em 458,

    Maldra; em 460, Frumrio; em 463, Regismundo. Depois dealguns reis desconhecidos, temos: em 558, Teodomiro; em568, Miro; em 582, Eubrico; e em 583, Andeca. Depois dese ter sediado na Espanha, este reino ficou sempre na Galciae na Lusitnia. Depois da queda do reino Alano, Ermericoextendeu-o toda a Galcia, forando os Vndalos a seretirarem para a Btica e para a provncia Cartaginesa.Segundo Isidorus, este reino durou 177 anos, tendo sidoento conquistado por Leovigildo, rei dos Visigodos, e 48transformado numa provncia de seu reino em 585.

    3. Foram os seguintes os reis dos Visigodos: em400, Alarico; em 410, Ataulfo; em 415, Sergerico e Vlia; em419, Teodomiro; em 451, Torismundo; em 452, Teodorico;em 465, Eurico; em 482, Alarico; em 505, Gensalarico; em526, Amalarico; em 531, Tudio; em 548, Teudisclo, etc.Considero o incio deste reino da data em queAlarico deixou a Trcia e a Grcia, para invadir o Imprio doOcidente. No fim do reinado de Ataulfo, os Godos foramhumilhados pelos Romanos e tentaram passar da Frana Espanha. Sergerico reinou apenas uns poucos dias. No

    comeo do reinado de Vlia, de novo assaltaram os Romanos,mas foram repelidos mais uma vez, tendo sido feita a pazcom a condio de que, em favor do Imprio, invadissem osreinos brbaros da Espanha. E o fizeram, juntos com osRomanos, nos anos de 417 e 418, destroando os Alanos e

    parte dos Vndalos. Ento receberam do Imperador, comodoao, a Aquitnia, deixando-lhe em troca suas conquistasna Espanha. Assim, as sdes conquistadas aos Alanos caramnas mos dos Romanos. No ano de 455, assistido pelosBurgndios, Teodorico invadiu a Espanha, ento quase todasubmetida aos Suevos, tomando-lhes uma parte. Em 506, os

    Godos foram postos fora da Glia pelos Francos. Em 585,conquistaram o reino Suevo e se tornaram senhores de toda aEspanha. Em 713, foram invadidos pelos Saracenos, mas

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    29/159

    logo reconquistaram seus domnios e desde ento reinaram naEspanha.

    4. Os reis dos Alanos na Glia foram Goar,Sambida, Eucrico, Sangibano, Beurgos e outros. Em 407, 49sob o comando de Goar, invadiram a Glia e em 412

    estabeleceram-se perto do Rheno. Sob o domnio deSambida, sucessor daquele, segundo Bucher, seno seuprprio filho, obtiveram o territrio de Valncia, dado porAetius, general do Imperador, no ano de 440. Sob o comandode Eucrico, conquistaram uma regio dos rebeldes Gaulesesde Brabante, que a estes havia sido dada pelo mesmo Aetius.A esta regio chamavam "Alancnio, espcie de cabea decomarca (quasi Conventus) dos Alanos. No reinado deSangibano foram invadidos e Orlans, sua capital, foi cercada

    por tila, rei dos Hunos, com enorme exrcito de 500.000homens. Aetius e os reis Brbaros da Glia vieram para

    levantar o cerco e derrotaram os Hunos em memorvelbatalha, no ano de 451, em campos Catalneos, assimchamados da mistura entre os Chatti e os Alanos. A regio agora chamada Champagne. Naquela batalha pereceram deambos os lados 162.000 homens. Um ou dois anos depois,tila voltou com um imenso exrcito para conquistar estereino, mas foi novamente batido por eles, junto com osVisigodos, numa batalha que durou trs dias e com umacarnificina quase igual primeira. Sob o reinado de Beurgos,tambm chamado Biorgor, infestaram toda a Glia at oreinado do Imperador Mximo. Ento passaram os Alpes noinverno e penetraram na Ligria, onde foram batidos, eBeurgos foi morto por Richomer, tambm chamado Ricimer,comandante das foras do Imperador, em 464. Outra vezforam ainda batidos pelas foras reunidas de Odoacro, rei daItlia e de Quilderico, rei dos Francos, por volta do ano de480 e ainda por Teudoberto, rei dos Francos-Austracos, a

    pelo ano de 511.50

    5. Foram os seguintes os reis dos Burgndios:em 407, Gundicar; em 436, Gundioc; em 467, Bilimer; em

    473, Gundobaldo com seus irmos; em 510, Sigismundo; em517, Godomaro. Sob as ordens de Gundicar, invadiram aGlia em 407, e em 412 obtiveram do Imperador sdes pertodo Rheno, na Glia Belga. Havia Saxes no seu meio e eramto poderosos que deles escreveu Orosius em 417, dizendo:"Hoje as Glias testemunham que os Burgndios so umexrcito muito poderoso e que, depois de as ocupar, a semantm. Por volta do ano 435, Aetius lhes infligiu durosgolpes e em seguida o mesmo lhes fizeram os Hunos. Mascinco anos depois, a Sabia lhes foi abjudicada, a fim de ser

    partilhada por seus habitantes; e desde ento tornou-se de

    novo um reino forte, limitado pelo Rdano e que mais tardese extendeu ainda pelo centro da Glia. Gundobaldoconquistou as regies ribeirinhas do Araris e do Rdano, com

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    30/159

    o territrio de Marselha; e, invadindo a Itlia, ao tempo doImperador Glicrio, dominou todos os seus irmos.Godomaro estabeleceu sua capital em Orleans, e desde entoo reino chamou-se Reino de Aureliano. Foi conquistado porClotrio e Quildeberto, reis dos Francos, em 526. Da emdiante, o reino esteve por vezes unido ao dos Francos at o

    reinado de Carlos Magno, que fez de seu filho Carolotius orei da Burgndia. Desde esse momento, teve reis prpriosdurante cerca de trezentos anos, quando se dividiu no Ducadode Burgndia (Borgonha) e nos Condados de Burgndia e deSabia. Algum tempo depois, ainda se dividiram emcondados menores.

    6. Foram os seguintes os reis dos Francos: em407, Teodomiro; em 417, Ferramundo; em 428, Cldio; em 51448, Meroveu; em 456, Quilderico; em 482, Clodoveu, etc.Windeline e Bucher, os dois melhores pesquisadores das

    origens deste reino, fazem-no comear no mesmo ano deinvaso da Glia pelos Brbaros, ou seja, em 407. Do

    primeiro destes reis, a Biblioteca Labbe faz o seguinteregistro:Alguns excertos histricos das velhas rvoresgenealticas dos Reis da Frana: Genobaldo, Marcomero,Suno e Teodomeris. Estes foram chefes ou rgulos danao dos Francos em diversas ocasies, desde o princpio.Mas os historiadores deixaram incerta sua linha genealgica ede sucesso.Pharamundus/ Faramundo: Sob o domniodeste seu primeiro rei, sujeitaram-se os Francos s leis

    promulgadas por seus principais: Wisogastus, Atrogastus,Salegastus e Chochilo. Este atravessou o Rheno, venceu osRomanos na Floresta Carbonria, apoderou-se do Camaraco,que conservou, reinando durante vinte anos. Durante o seureinado os Francos fizeram muitos progresssos.Merovechus: Sob o domnio deste rei osFrancos destroem Treves, incendiam Metz e chegam atAureliano.Quanto a Genobaldo, Marcomero e Suno,

    durante o reinado de Teodsio estes eram capites dosFrancos TransRhenanos e no nos interessam para fins desteestudo. Devemos comear com Teodomiro, primeiro rei dosSlios rebelados, que Ivo Carnotensis chama Thiedo ouTheudemerus. Sua efgie existe numa moeda de ouro,encontrada com a inscrio Theudemir Rex, conforme nosdiz Petavius e que, segundo Windeline, era ainda existente.Isso mostra que era rei, e rei na Glia; mostra ainda que a 52rude Germnia ainda no entendia de cunhagem de moedasnem usava as letras ou palavras latinas. Teodomiro era filhode Richomer, o favorito do Imperador Teodsio. Assim,

    sendo ele um Franco-Romano de sangue real Slico, foi feitorei por meio de uma rebelio. Toda a histria de seu reinado encontrada no Excerptis Gregorii Turonensis, de

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    31/159

    Fredigarius; os captulos 5, 6, 7 e 8 apresentam este reinadocomo uma srie de acontecimentos encadeados, tais como suaelevao ao trono, a tirania de Jovino, o morticnio dos

    partidrios de Jovino, a segunda tomada de Triers pelosFrancos e sua guerra com Castino, na qual o rei foi morto.Eis a seqncia, descrita por Fredigarius:

    Extintos os chefes entre os Francos, sonovamente criados reis da mesma estirpe dos que o eramantes. Ao mesmo tempo, Jovino toma as insgnias reais.Constantino foge para a Itlia; mas perseguido at o rioMentio pelos emissrios do Prncipe Jovino e a decapitado.Por ordem de Jovino, muitos nobres foram presos naAuvergne e impiedosamente trucidados pelos capites deHonrio. Pela ao de um dos Senadores, chamado Lcio, acidade de Treves (Trevirorum) foi tomada pelos Francos eincendiada. Castino, ento "Comus Domesticorum", aceita aexpedio contra os francos, etc.

    Na pressa de falar de Teodsio, Fredigariusacrescenta: Os Francos, procurando, como anteriormente,escolherem para si um rei que fosse da linhagem de Pramo,de Frgio e de Francion, para que reinasse sobre eles,elegeram a Teodemero, filho de Richomer, o qual foi morto

    pelos Romanos, na batalha que acima referi, isto , nabatalha com as foras de Castino. Assim a sua morterelatada por Gregrio Turonensis: "Temos lido, nas 53consulares, que Teodomiro, rei dos Francos, filho deRichomer, e sua me Aseila foram mortos a espada".Com essa vitria dos Romanos, os Francos eGauleses rebelados, que ao tempo de Teodomiro seguerreavam mtuamente, fizeram a paz e se uniram, a fim dese fortalecerem, conforme nos conta Ordericus Vitalis, noApud Bucherum, 50:14, c.9, n.8: "Como os Gaulesestivessem sido os primeiros a rebelarem-se contra osRomanos, os Francos se lhes associaram e, juntos,escolheram para seu rei a Ferramunduo, filho do capitoSuno".Prosper indica-nos a data: "No vigsimo quintoano de Honrio, Ferramundo reina na Frana". Com razo

    que observou Bucher que isto se refere ao fim do ano de 416,ou comeo do ano seguinte, desde que se datem os anos deHonrio desde a morte de Valentiniano. E argumenta bem aodizer que, ento, Ferramundo no s era rei segundo aconstituio dos Francos, mas coroado tambm porconsentimento de Honrio e tinha uma parte da Glia, quelhe fora concedida por um acordo. Talvez por isto osescritores romanos o reconhecem como o primeiro rei. Nocompreendendo deste modo, outros escritores o consideram ofundador deste reino, apoiado num exrcito de FrancosTransRhenanos. Poderia ter vindo com tal exrcito, mas foi o

    sucessor de Teodomiro, por direito hereditrio e pela vontadedo povo. A passagem de Fredigarius, j citada, relatando que"extintos os chefes entre os Francos, so novamente criados

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    32/159

    reis da mesma estirpe dos que o eram antes", implica acontinuao do reino sob essa famlia, eleita durante oreinado de mais de um soberano. Se contarmos os anos deHonrio desde a morte de seu pai, o reinado de Ferramundo 54deve comear dois anos mais tarde do que admite Bucher. Asleis Slicas, feitas em seu reinado e ainda subsistentes,

    mostram, por seu nome, que reinava sobre um reino Slico e,pelas multas em dinheiro que as mesmas continham, mostramque, no lugar onde reinava, o dinheiro era abundante e,conseqentemente, era dentro do Imprio, pois a rudeGermnia, por todo o tempo enquanto no se misturou comos Romanos, desconhecia o uso do dinheiro. No prefcio dasleis Slicas, escrito especialmente logo aps a converso dosFrancos religio crist, isto , no final do reinado deMeroveu, ou pouco depois, a origem deste reino assimdescrita: "E esse povo forte e poderoso, lutando, sacudiu o

    jugo durssimo dos Romanos, etc." Assim, no foi o reino

    estabelecido por uma invaso, mas por uma rebelio, comoficou descrito.Fazendo o registro cronolgico de seus reis, dizProsper: "Ferramundo reina na Frana; Cldio reina naFrana; Meroveu reina na Frana"; e no se pode imaginarseno que em todos estes lugares se referia a uma s e mesmaFrana. E certo que a "Francia" de Meroveu era a Glia.Ainda mais, quando o pai de Ferramundo era reide um corpo de Francos na Germnia, no reinado doImperador Teodsio, Ferramundo devia reinar sobre osmesmos Francos na Germnia, antes que sucedesse aTeodomiro no reino dos Slicos com o Imprio e mesmoantes que comeasse o reinado de Teodomiro. Admitimos quetenha sido no primeiro ano de Honrio ou possvelmentequando aqueles Francos, ao serem expulsos por Stilico,

    perderam seus reis Marcomiro e Suno, um dos quais era paide Ferramundo. Ento, os Francos Romanos, aps a morte deTeodomiro, deveriam ter convidado Ferramundo, com seu 55

    povo de alm do Rheno. Mas no queremos considerar oreino de Ferramundo na Germnia: queremos, isto sim,admitir o incio deste reino a partir da data de seu

    estabelecimento dentro do Imprio e consider-lo reforadopelo acesso de outros Francos vindos de alm do Rheno, querna gesto deste rei, quer na de seu sucessor, Cldio. Isto

    porque, no ltimo ano do reinado de Ferramundo, Aetius lhetomou uma parte das possesses na Glia.Mas seu sucessor, Cldio, que Fredigariusapresenta como sendo filho de Teodomiro, e que algunschamam Clgio, Clvio e Claudio, convidando um grandecorpo de Francos de alm do Rheno, recuperou tudo e levousuas conquistas at o Soame. Dividindo ento as conquistasentre si, aqueles Francos constituram novos reinos em

    Colnia e em Cambray, como em algumas outras cidades,todos posteriormente conquistados por Clodoveu, quetambm expulsou os Godos da Glia e fixou sua capital em

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    33/159

    Paris, onde permaneceu desde ento. E esta foi a origem doatual reino da Frana.

    7. Foram estes os reis da Bretanha: em 407 ou408, Marcos, Graciano e Constantino, sucessivamente; em425, Vortigern; em 466, Aurlio Ambrsio; em 498, Uther

    Pendragon (ou Pendraco); em 508, Artur; em 542,Constantino; em 545, Aurlio Cunano; em 578, Vortiporeu;em 581, Malgo; em 586, Cartico; em 613, Cadwan; em 635,Cadwalin; em 676, Cadwallader. Os trs primeiros eramtiranos romanos que se haviam rebelado contra o Imprio.Orosius, Prosper e Zsimus ligam sua revolta irrupo dosBrbaros na Glia e como uma conseqncia disto. Prosper,com quem concorda Zsimus, fixam a revolta no ano 56comeado ao dia seguinte quela invaso. Assim, fixam adata certa: Marcos no reinou muitos dias; Graciano, apenas

    por quatro meses; e Constantino, por trs anos. Foi morto no

    ano seguinte a tomada de Roma, isto , em 411, no dia 14 deoutubro, enquanto que a revolta ocorreu na primavera de408. Sozomen fixa a expedio de Constantino Glia napoca da morte de Arcdio, ou pouco depois; e Arcdiomorreu a 1 de maio de 408. Entretanto, apesar de curto, oreinado destes tiranos deu incio ao reino da Bretanha, peloque devem ser considerados como seus trs primeiros reis,

    principalmente porque a descendncia de Constantino, asaber, seus filhos Aurlio Ambrsio e Uther Pendraco e seuneto Artur reinaram depois. Porque, desde a revolta daquelestiranos, a Bretanha continuou como um reino distinto, isentode submisso ao Imprio, pois o Imperador no dispunha desoldados para remeter para l, a fim de receber e guardar aIlha, pelo que a abandonou; , pelo menos, o que lemos emregistros dignos de f. Diz-nos Prosper: "Em 410, noconsulado de Variano, pelo poder militar dos Romanosreduziram-se consideravelmente as foras da Bretanha". E,aliando isto ao cerco de Roma, diz Sigebert: "As foras daBretanha ficaram muito reduzidas; entretanto subtraram-seao domnio dos Romanos", E em seu livro 6, Zsimus diz:"Os Brbaros TransRhenanos invadiram todos os lugares,

    submeteram os habitantes da ilha da Bretanha, bem comocertos povos Clticos daquela regio, que se haviamsubtrado ao Imprio Romano; e, desde que no maisobedeciam s leis romanas, viviam vontade, em gruposseparados. Ento, tomando das armas, os Bretes seaventuraram em busca de sua mesma segurana e livraramsuas cidades da iminncia do ataque dos Brbaros. Deste 57modo, todo o Brabante e algumas provncias dos Gauleses,imitando os Bretes, conquistaram sua liberdade, expulsandoos presidentes romanos e organizando-se numa espcie decomunidade, de acordo com seus gostos. Esta rebelio de

    povos Bretes e Celtas ocorreu quando Constantino usurpouo trono", conclui Zsimus.Tambm Procopius, falando do mesmo

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    34/159

    Constantino, assim se exprime em Livro 1 Vandal: "Tendosido vencido na batalha, Constantino foi morto com seusfilhos: E nunca mais os Romanos puderam reconquistar aBretanha que, desde ento, ficou sob o domnio dos Tiranos".Segundo Beda, Livro 1, captulo 2: "Roma foi destruda pelosGodos no ano de 1164 da fundao de Roma; desde ento os

    Romanos deixaram de reinar na Bretanha". TambmEthelwaldus relata: "Ao tempo da conquista de Roma pelosGodos, cessou o domnio dos Romanos na ilha da Bretanha,

    bem como em muitas outras regies escravizadas ao seujugo". E, no sermo nono, de De Curand Graec Affect", porvolta do ano de 424, Teodoreto reconhece os Bretes entre asnaes que no se achavam submetidas ao Imprio Romano.E Sigonius assim se exprime: "Nos anos de 411, depois daretirada de Constantino, nulo foi na Bretanha o poder dosRomanos".Entre a morte de Constantino e o reinado de

    Vortigern houve um intervalo de cerca de catorze anos, nosquais os Bretes estiveram em guerra com os Pictos e osScots (Escoceses) e por duas vezes obtiveram a ajuda de umaLegio Romana, que expulsou o inimigo, mas que no maisdeveria voltar. Sobre o comeo do reinado de Vortigern hesse registro numa velha crnica de Nennius, citado porCamden e outros: "Guortigerno ocupou o poder na Bretanha 58no consulado de Teodsio e de Valentiniano (ano 425) e noquarto ano de seu reinado chegaram os Saxes Bretanha, noconsulado de Felix e de Tauro (ano 428)". Esta vinda dosSaxes referida por Sigeberto ao quarto ano deValentiniano, que cai no ano de 428, conforme a crnicaacima; e dois anos depois, os Saxes reunidos com os Pictosforam batidos pelos Bretes. Depois disso, no reinado doImperador Matian, isto , entre os anos 450 e 456, os Saxes,sob o comando de Heugisto, foram convidados pelos Bretes;mas, aps seis anos, sublevaram-se contra os mesmos,fizeram-lhe guerra com alguns sucessos, substituindo-os

    pouco a pouco. Ainda os Bretes continuaram como um reinoflorescente at o reinado de Cartico. E entre as duas naesa guerra continuou at o pontificado de Srgio, no ano de

    688, conforme consta no Rolevinc Antiqua Saxonia, Livro2, captulo 6.

    8. Foram os seguintes os reis dos Hunos: em406, Octar e Rugila; em 433, Bleda e tila. Octar e Rugilaeram irmos de Munzuc, rei dos Hunos na Gothia, para almdo Danbio; e Bleda e tila eram seus filhos e Munzuc erafilho de Balamiro. Segundo Jornanus, os dois primeiroseram reis dos Hunos, mas no de todos eles e os dois ltimosforam seus sucessores.Considero o reinado dos Hunos na Pannia desde

    o momento em que os Vndalos e os Alanos lhesabandonaram aquela regio, em 407; Sigonius o consideradesde quando os Visigodos abandonaram a Pannia em 408.

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    35/159

    Diz ele: Consta que quando os Godos partiram da Ilria, osHunos os sucederam, entraram na Pannia e a ocuparam. E

    porque, entre tantas dificuldades, Honrio se encontrasse 59desprovido de foras para lhes resistir e for-los aretroceder, achou mais acertado tomar uma atitude pacfica,fazer aliana com eles, dar e receber refns; e entre os que

    foram dados recorda-se principalmente cio [Aetius], que jhavia antes sido dado a Alarico.Fredigarius descreve como Aetius foi refm dosGodos e Hunos. E, ao mencionar que Teodsio, entoImperador do Oriente, tinha mandado ordens severas a Joo,o qual, depois da morte de Honrio, havia usurpado a coroado Imprio do Ocidente, acrescenta: Movido por estes, cio[Aetius], que era ento o administrador do palcio, com umagrande quantidade de ouro foi enviado por Joo aos Hunos,muito conhecidos ao tempo por suas ciladas, e que lhe eramligados por amizade de famlia. E, pouco adiante,

    acrescenta: Durante trs anos cio [Aetius] foi prisioneirode Alarico, depois dos Hunos e finalmente genro de Carplio,ex Comite Domesticorum e administrador do palcio deJoo.Bucher ento mostra que Aetius foi refm deAlarico at o ano de 410, quando este morreu; dos Hunosentre os anos de 411 e 415; tornou-se genro de Carplio porvolta de 417 ou 418 e Curopalater de l para os fins de423. Da, provavelmente, ter sido feito refm dos Hunos entre412 e 413, quando Honrio fez aliana com quase todos os

    povos brbaros e lhes assegurou sedes. Entretanto, pensamoscom Sigonius que Aetius se tornou refm de Alarico no anode 403. bem manifesto em Prosper que os Hunos tinham

    posse pacfica sobre a Pannia em 432. Porque no primeirolivro da Crnica de Eusbio, escreve Prosper: Dez anosdepois da morte de Honrio, e aps a batalha com Bonifcio,tendo cio [Aetius] recorrido ao patrocnio dos Hunos, ento 60governados por Rugila, e impetrado auxlio, regressou aosolo dos Romanos. E no segundo livro diz: No consuladode cio [Aetius] e Valrio, pondo de lado a autoridade,aquele expatriou-se entre os Hunos na Pannia, de cuja

    amizade e auxlio se servira e conseguiu a graa dosprincipais, para a interrompida autoridade.Por aqui parece-me que, ao tempo em que Rugila

    ou Rechila, como o chamou Maximus reinava sobre osHunos na Pannia; e que esta no era bem considerada comosolo do Imprio, pois tinha sido outrora assegurada aosHunos; e que estes eram o mesmssimo corpo de Hunos comos quais, ao tempo em que foi seu hspede, Aetius fezamizade. Por fora disto, tendo solicitado sua ajuda antes dado tirano Joo, em 424, assim lhes proporcionou umaintercesso espontnea junto ao Imperador.

    Octar morreu em 430, pois nos diz Scrates quepor aquele tempo, tendo os Burgndios sido novamenteincomodados pelos Hunos, tendo conhecimento da morte de

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    36/159

    Octar e os vendo sem um chefe, caram de surpresa sobreeles e com tanto vigor que, numa s batalha, 3000Burgndios mataram 10000 Hunos.J falamos de Rugila como rei da Pannia. Estemorreu em 433 e foi sucedido por Bleda, segundo relatamProsper e Maximus. Este Bleda e seu irmo tila eram antes

    reis dos Hunos do alto Danbio, tendo dividido entre si oreino de seu pai Munzuc; ento reuniram aos seus o reino daPannia. Por isso diz Paulus Diaconus que governavam oreino entre a Pannia e a Dcia. No ano de 441 comearam ainvadir o Imprio, reunindo s foras da Pannia novos egrandes exrcitos da Ctia. Mas foi posto um termo guerrae, tendo tila visto Bleda inclinado paz, assassinou-o em 61444, herdou os seus domnios e novamente invadiu oImprio. Por fim, aps vrias guerras importantes com osRomanos, tila pereceu no ano de 454. Disputando seusfilhos por seus domnios, deram lugar a que os Gpidas,

    Ostrogodos e outros povos seus sditos se revoltassem e lhesfizessem guerra. No mesmo ano, os Ostrogodos tiveram o seuestabelecimento garantido na Pannia pelos ImperadoresMarciano e Valentiniano; e, com os Romanos, expulsaram osHunos logo aps a morte de tila, no que concordam todosos historiadores. Tal expulso se deu no reinado de Avitus,conforme se encontra em Choronicum Boiorum e emCarm. 7 in Avitum, de Sidonius, que assim se refere aoImperador: Este j estava resolvido guerra, parareconquistar assim as Pannias, perdidas h muitos sculos.Quis dizer este poeta que, com a vinda de Avitus, os Hunosrenderam-se mais facilmente aos Godos. Isto foi escrito porSidonius no comeo do reinado de Avitus; e seu reinocomeou no fim do ano de 455 e no durou nem um ano.Diz-nos Jornandes: No dcimo segundo ano doreinado de Vlia, aos cinqenta anos da invaso da Pannia

    pelos Hunos, foram estes expulsos pelos Romanos e Godos.E assim se exprime Marcellinus: No consulado de Hirio eArdabrio, a Pannia, que durante cinqenta anos estiveraocupada pelos Hunos, foi reconquistada pelos Romanos. Da

    poderia parecer que os Hunos tivessem invadido e dominado

    a Pannia do ano 378 ou 379 at 427, quando teriam sidoexpulsos. Porm, isto puro engano. O certo que oImperador Teodsio deixou o imprio intacto; e jmostramos, com Prosper, que em 432 os Hunos estavam em

    posse pacfica da Pannia. Naqueles dias nada tinham quefazer com a Pannia, e os Ostrogodos continuavam 62submetidos aos Hunos at a morte de tila, em 454; e Vlia,rei dos Visigodos no reinou doze anos: comeou seu reinadono fim de 415, reinou trs anos e foi morto em 419, como sev em Idacius, em Isidorus e no Manuscrito Espanhol,citado por Grotius.

    Olympiodorus, que leva sua histria somente ato ano de 425, cita a morte de Vlia, rei dos Visigodos,ligando-a de Constantino, ocorrida em 420. Em

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    37/159

    conseqncia disso, o Vlia a que se refere Jornandes, e quereinou pelo menos doze anos, um outro rei qualquer.Suspeitamos que tal nome tenha sido escrito por engano, emlugar de Valamir, rei dos Ostrogodos, porque a ao referidaa era de Romanos e Ostrogodos expulsando os Hunos daPannia, depois da morte de tila. E improvvel que algum

    historiador referisse a histria dos Ostrogodos nos anos dosreis Visigodos. Esta ao ocorreu no fim de 455, queconsidero como o dcimo segundo de Valamir na Pannia, eque quase cinqenta anos aps 406, quando os Hunos alisucederam aos Vndalos e Alanos.Quando cessou a linhagem de Hunimundo, filhode Hermanerico, os Ostrogodos viveram cerca de quarentaanos dominados pelos Hunos e sem reis prprios. E, quandoAlarico comeou a guerrear os Romanos, no ano de 444, fezValamir, com seus irmos Teodomiro e Videmir, netos deVinethar, capites ou reis destes Ostrogodos, por ele

    dominados. No dcimo segundo ano do reinado de Valamir,contado daquela poca, os Hunos foram expulsos da Pannia.Os Hunos ainda no haviam sido expulsos, masse achavam em luta com os Romanos, quando a cabea deDenfix, filho de tila, foi levada para Constantinopla, em469, no consulado de Zeno e de Marciano, conforme relata 63Marcellinus. Tambm no tinham sido ainda completamenteexpelidos do Imprio: porque alm de suas relquias naPannia, diz-nos Sigonius que, quando os ImperadoresMarciano e Valentiniano haviam garantido a Pannia aosGodos, o que se deu em 454, garantiram parte da Ilria aalguns Hunos e Srmatas. E no ano de 526, quando osLombardos, agitando-se na Pannia, a combateram osGpidas e os varos, parte dos Hunos que haviam tomadoesse nome de um de seus reis, ajudaram os Lombardos.Depois disso, quando passaram Itlia, estes deixaram suassdes na Pannia aos varos, em recompensa por suaamizade.Da por diante os Hunos tornaram-se muito

    poderosos. Seus reis, a quem chamavam Chagan, causaramgrandes perturbaes ao Imprio, durante os reinados de

    Maurcio, Focas e Herclio. Esta a origem do atual reino daHungria, o qual, daqueles Hunos e varos misturados, tomouo nome de Hun-Avaria e, por contrao, Hungria.

    9. Antes de vir para o Danbio, eram osLombardos comandados por dois capites: Ibor e Ayon.Depois da morte destes tiveram os seguintes reis: Agilmundo,Lamisso, Lechu, Hildehoc, Gudehoc, Clafo, Tato, Wacho,Walter, Andoino, Alboim, Cleopis e outros.Agilmundo era filho de Ayon e, segundo Prosper,tornou-se rei no consulado de Honrio e de Teodsio, em

    389, reinando trinta e trs anos, conforme PaulusWarnefridus, tendo sido morto em combate pelos Blgaros.Prosper coloca sua morte no consulado de Marinianus e de

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    38/159

    Asclepiodorus, isto , no ano de 423.Lamisso bateu os Blgaros e reinou trs anos, 64enquanto Lechu reinou quase qarenta anos. Gudehoc foicontemporneo de Odoacro, rei dos Hrulos na Itlia; levouseu povo da Pannia para a Rgia, regio ao norte da Nrica,

    pouco acima do Danbio; da ento Odoacro levou sua gente

    para a Itlia.Tato bateu o rei dos Hrulos acima do Danbio.Wacho conquistou os Suevos, reinou, ento, limitado a leste

    pela Bavria, a oeste pela Frana e ao Sul pela Burgndia.Andoino voltou para a Pannia em 526 e a venceu osGpidas. Em 511, Alboin submeteu o reino dos Gpidas ematou seu rei, Chunnimund. Em 563, ajudou o ImperadorGrego contra Totila, rei dos Ostrogodos na Itlia; e em 568levou seu povo da Pannia para a Lombardia, ondedominaram at o ano de 774.De acordo com Paulus Diaconus, os

    Lombardos, com muitos outros povos Godos, vieram para oImprio de alm do Danbio, no reinado de Arcdio e deHonrio, isto , entre os anos de 395 e 408. Mas deveriam tervindo um pouco mais cedo: sabemos que, sob comando deseus capites Ibor e Ayon, os Lombardos venceram osVndalos em combate; e Prosper situa essa vitria noconsulado de Ausonius e de Olybrius, isto , no ano de 379.Antes desta guerra, os Vndalos haviam ficado quietosdurante qarenta anos, nas sedes garantidas na Pannia porConstantino o Grande. Portanto, se se trata dos mesmosVndalos, esta guerra deve ter sido na Pannia e deve ter tidocomo causa a chegada dos Lombardos ao Danbio, naPannia, um ou dois anos antes da batalha. Assim foi postoum fim a um repouso de qarenta anos.Depois que Graciano e Teodsio tinham

    pacificado os Brbaros, ou estes se haviam retirado para o 65Danbio ou tinham ficado sossegados sob o domnio romano,at a morte de Teodsio. Ento, ou invadiram novamente oImprio, ou rejeitaram toda sujeio. Por suas guerras,

    primeiramente com os Vndalos e depois com os Blgaros,uma nao Cita, assim chamada a partir do nome do Rio

    Volga de onde vieram, parece que j naqueles dias era umreino no desprezvel.

    10. O reinado dos Ravenos: Examinados foramestes nove reinos. Agora devemos considerar o resduo doImprio do Ocidente. Enquanto ainda continuasse intacto, oImprio do Ocidente era a prpria Besta; mas os seus restosso apenas uma parte sua. Ento, se esta for consideradacomo um chifre, o reino deste pode datar da trasladao dacapital do Imprio de Roma para Ravena, o que se deu emOutubro do ano de 408. Porque, ento, o Imperador Honrio,

    temendo que Alarico o cercasse em Roma, caso ficasse porali, retirou-se ento para Milo e depois para Ravena. O cercoe o saque de Roma o levaram a estabelecer ali sua residncia,

  • 8/14/2019 Observaes das profecias de Daniel e Apocalipse

    39/159

    de modo que os seus sucessores acabara, fazendo de Ravenaa sua capital. Segundo Macchiavel, na sua HistoriaFlorentina, tendo deixado Roma, Valentiniano transferiu acapital para Ravena.A Rhoetia pertenceu aos Imperadores doOcidente enquanto durou o Imprio; depois passou, com a

    Itlia e o Senado Romano, para Odoacro, rei dos Hrulos naItlia, e depois dele, a Teodorico, rei dos Ostrogodos e seussucessores, com a garantia dos Imperadores Gregos. Pormorte de Valentiniano II, os Germanos e Suevos invadiram aRhoetia em 455. Mas no encontro trao de nenhum reinoque a os mesmos tivessem estabelecido, pois, no ano de 457, 66quando ainda devastavam a Rhoetia, foram atacados e batidos

    por Barto, estribeiro mor do rei Maiorano; e nada mais sefala sobre a sua invaso da Rhoetia. Por volta do ano 496,Clodoveu, rei da Frana, conquistou o reino dos Germanos ematou seu ltimo rei, Ermerico. Mas esse reino estava

    situado na Germnia, e apenas se limitava com a Rhoetia;pois o seu povo fugiu de Clodoveu pelas vizinhanas do reinodos Ostrogodos, sob o domnio de Teodomiro, que os recebeucomo amigos e em seu favor escreveu uma carta amigvel aClodoveu. Foi assim que se tornaram habitantes da Rhoetia,como sditos e sob o governo dos Ostrogodos.Quando o Imperador Grego conquistou osOstrogodos, e os sucedeu no reino de Ravena, no s pordireito de conquista, mas por direito de herana, o SenadoRomano ainda existia nesse reino. Portanto podemosreconhecer que este reino continuava no Exarcado de Ravenae Senado de Roma, pois o remanescente do Imprio doOcidente ficou com o Senado de Roma, por direito que aindaconservou, e por fim exercitou, quando escolhia um novoImperador do Ocidente.Enumerei, pois, os dez