obrigaÇÕes plurais

3
OBRIGAÇÕES PLURAIS Obrigações conjuntas Caracterizam-se pela pluralidade dos sujeitos, pela determinação global do objecto da prestação e pela procedência dos créditos e débitos de todos os interessados do mesmo facto jurídico. A prestação fracciona-se entre os diversos sujeitos. Cada um só tem a pagar e a receber o seu quinhão. Por isso mesmo é que cada vínculo obrigacional goza de vida autónoma, sem qualquer relação ou interdependência de uns em relação aos outros, e de forma que os actos ou factos jurídicos praticados por um dos sujeitos ou em relação a cada um deles não repercutem quaisquer efeitos nos restantes sujeitos (cumprimento, declaração de nulidade ou de insolvência). Conjunção originária – Ex: se vários comproprietários vendem a coisa comum, cada um deles fica credor de uma parte do preço; Conjunção superveniente – ex: falecido o credor lhe sucedem vários herdeiros O regime da conjunção é o regime regra (art.º 513.º) entre nós. Obrigações solidárias 1

Upload: mario

Post on 25-Jun-2015

419 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: OBRIGAÇÕES PLURAIS

OBRIGAÇÕES PLURAIS

Obrigações conjuntas

Caracterizam-se pela pluralidade dos sujeitos, pela determinação

global do objecto da prestação e pela procedência dos créditos e

débitos de todos os interessados do mesmo facto jurídico. A

prestação fracciona-se entre os diversos sujeitos. Cada um só tem a

pagar e a receber o seu quinhão. Por isso mesmo é que cada

vínculo obrigacional goza de vida autónoma, sem qualquer relação ou

interdependência de uns em relação aos outros, e de forma que os

actos ou factos jurídicos praticados por um dos sujeitos ou em relação

a cada um deles não repercutem quaisquer efeitos nos restantes

sujeitos (cumprimento, declaração de nulidade ou de insolvência).

Conjunção originária – Ex: se vários comproprietários vendem a coisa

comum, cada um deles fica credor de uma parte do preço;

Conjunção superveniente – ex: falecido o credor lhe sucedem vários

herdeiros

O regime da conjunção é o regime regra (art.º 513.º) entre nós.

Obrigações solidárias

No caso de solidariedade passiva, o credor pode exigir o cumprimento

integral de qualquer dos devedores, cumprimento que libera todavia

os restantes perante o credor comum (art.º 512.º, n.º 1)

Na solidariedade activa, qualquer credor tem o direito de exigir do

devedor a prestação por inteiro, a qual, uma vez efectuada, exonera

o mesmo devedor perante qualquer dos credores.

Cumpre ao credor que recebeu, satisfazer aos outros credores a parte

destes, e assiste ao devedor que pagou, o direito de exigir dos outros

1

Page 2: OBRIGAÇÕES PLURAIS

devedores a parte que lhes cabe no débito comum (direito de

regresso, na relação interna.).

Outro aspecto característico da solidariedade é o da solidariedade no

risco – se um dos devedores for insolvente, quem suporta a

insolvência são os restantes condevedores; se o credor pago

integralmente mais tarde se tornar insolvente, que a suporta são os

concredores.

Nas relações internas, em regra, cada um dos co-devedores deve

apenas uma quota da prestação e cada credor tem apenas uma quota

ou parte do crédito comum.

Justificação do regime da solidariedade

- facilita-se o crédito (daí que o código comercial estabeleça

o regime da solidariedade como regime regra no seu art.º

100.º);

- protege-se o credor contra o risco de insolvência de qualquer

dos obrigados;

- as vantagens no caso da solidariedade activa são mais que

duvidosas;

QUANTO AO RESTANTE, VER FOTOCÓPIA DO CADERNO

2