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DIREITO
TRIBUTÁRIO
Prof. Marcello Leal 1
Prof. Marcello Leal
Obrigação Tributária
Solidariedade e Responsabilidade Tributária
Parte III
Obrigação Tributária
Responsabilidade de Terceiros
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação
principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
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Obrigação Tributária
Responsabilidade de Terceiros
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo
concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos
sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às
de caráter moratório.
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Obrigação Tributária
A figura do sócio-administrador
Sócio Administrador
Cível
Administrativa
Criminal
Tributária
Trabalhista
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Responsabilidade de Terceiros
CTN, Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.
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Responsabilidade de Terceiros
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Responsabilidade tributária Desconsideração da
PJ
Obrigação Tributária
Responsabilidade de Terceiros
CC, Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio
de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
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Obrigação Tributária
Responsabilidade de Terceiros
NCPC, Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será
instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir
no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os
pressupostos previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da
personalidade jurídica.
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Obrigação Tributária
Não aplicação do incidente de desconsideração da PJ na Execução Fiscal
Os ENTES FAZENDÁRIOS entendem que não é cabível nas execuções fiscais, pois
incompatível com a lei execução fiscal e as normas do CTN, pelos seguintes motivos:
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O incidente de desconsideração dapersonalidade jurídica permite a suspensão doprocesso sem que o juízo esteja garantido, oque é conflitante com a lei de execução fiscal
O incidente do novo CPC impõe a ocorrência de
desvio de finalidade e confusão patrimonial;
O incidente do novo CPC
pode ser em desfavor que
qualquer sócio com
responsabilidade limitada,
mesmo aqueles que não
têm poderes de gerência ou
administração, destoando
da norma do CTN
Obrigação Tributária
Não aplicação do incidente de desconsideração da PJ na Execução Fiscal
Os ENTES FAZENDÁRIOS entendem que não é cabível nas execuções fiscais, pois
incompatível com a lei execução fiscal e as normas do CTN, pelos seguintes motivos:
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A indicação legal do responsável tributárioé feita pelo CTN no art. 135, III, edetermina que diretor, gerente, ourepresentante legal, respondepessoalmente por atos da empresapraticados com excesso de poder, ouinfração à lei, contrato social ou estatuto
A LEF autoriza no art. 4º,V, que aexecução poderá ser promovidadesde o início contra oresponsável, nos termos da lei,por dívidas, tributárias ou não, depessoas físicas ou pessoasjurídicas de direito privado
Obrigação Tributária
Não aplicação do incidente de desconsideração da PJ na Execução Fiscal
TJSP“AGRAVO – EXECUÇÃO FISCAL referente a ISS de 2006 – Município de São José doRio Preto – Redirecionamento da execução contra sócio administrador – No caso,cabimento, pois demonstrada a dissolução irregular da empresa – Precedentes esúmula 435 do c. STJ – Desnecessidade de instauração de incidente dedesconsideração da pessoa jurídica, pois o sócio responde pessoalmente com seusbens por ato ilícito da empresa – Contraditório e ampla defesa que podem serexercidos na própria execução – RECURSO PROVIDO”.(TJSP, Relator: Rodrigues deAguiar; Comarca: São José do Rio Preto; Órgão julgador: 15ª Câmara de DireitoPúblico; Data do julgamento: 09/08/2016; Data de registro: 09/08/2016).
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Obrigação Tributária
Não aplicação do incidente de desconsideração da PJ na Execução Fiscal
TJSPCom efeito, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica é reguladopelos artigos 133 a 137 do Código de Processo Civil de 2015, nos seguintes termos:(…) Assim sendo, denota-se que o referido Incidente somente pode ser instauradomediante pedido da parte ou do Ministério Público, quando o caso, o que nãoocorreu nos autos originário deste recurso, cuja instauração se deu, de ofício, peloJuízo. Nesse diapasão, a antecipação da tutela recursal deve ser deferida,determinando-se ao Juízo a quo que aprecie o pedido de redirecionamento daexecução fiscal independente da Instauração do Incidente de Desconsideração dapersonalidade jurídica. Diante do exposto, defiro o pedido de antecipação da tutelarecursal” (TRF3 no agravo de instrumento nº 0012087-07.2016.4.03.0000/SP,em 07 de julho de 2016).
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Obrigação Tributária
Exclusão da responsabilidade do sócio: inaplicabilidade do Código Civil
CC, Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente
modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá
eficácia quanto a estes e à sociedade.
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato,
responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.
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Obrigação Tributária
No Recurso Especial nº 1.312.591/RS, O STJ chegou à seguinte conclusão: a
limitação temporal de dois anos, prevista no Código Civil, se restringe às obrigações
do ex-sócio como sócio, ou seja, obrigações "ordinárias", não abrangendo eventuais
obrigações decorrentes de atos de desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
Assim, naquelas situações específicas, autorizadoras da desconsideração da
personalidade jurídica, há uma atribuição de responsabilidade não por obrigações
"ordinárias" da condição de sócio, mas, isso sim, por obrigações "extraordinárias"
decorrentes justamente do abuso, desvio de finalidade ou confusão patrimonial da
pessoa jurídica.Prof. Marcello Leal 14
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Responsabilidade de Terceiros
CTN, Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.
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Responsabilidade de Terceiros
Requisitos objetivos
Excesso de poderes
Infração à lei
Infração ao Contrato Social
(ou ES)
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Obrigação Tributária
O que seria excesso de poderes?
CC, Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os
atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração
ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir.
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto
a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da
sociedade;
II - provando-se que era conhecida do terceiro;
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.Prof. Marcello Leal 17
Obrigação Tributária
O que seria infração à lei?
CC, Art. 1.009. A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade
solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem,
conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade.
Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social,
compete separadamente a cada um dos sócios.
(...)
§ 2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar
operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a
maioria.
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