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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI SOCIEDADE BRASIELIRA DE TERAPIA INTENSIVA O PROCESSO DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM MORBIDADE RESPIRATÓRIA PAUTADO NA RESOLUÇÃO COFEN Nº 358/2009 JUCIMAR FRIGO 1

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI

SOCIEDADE BRASIELIRA DE TERAPIA INTENSIVA

O PROCESSO DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM MORBIDADE RESPIRATÓRIA PAUTADO NA RESOLUÇÃO COFEN

Nº 358/2009

JUCIMAR FRIGO

São Paulo – SP,

2011

1

JUCIMAR FRIGO

O PROCESSO DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM MORBIDADE RESPIRATÓRIA PAUTADO NA RESOLUÇÃO COFEN Nº 358/2009

Dissertação de Mestrado apresentado como requisito parcial para certificação do Mestrado de Terapia Intensiva, Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva de São Paulo – SP, sob orientação da professora Enfª Ms. Rosana Amora Ascari.

São Paulo – SP,2011

2

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI

SOCIEDADE BRASIELIRA DE TERAPIA INTENSIVA

AVALIAÇÃO DE DISSERTAÇÃO

JUCIMAR FRIGO

O PROCESSO DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM MORBIDADE

RESPIRATÓRIA PAUTADO NA RESOLUÇÃO COFEN N°358/2009

.

3

São Paulo – (SP), 03 de janeiro de 2011.

RESUMO

FRIGO,J. O processo de enfermagem ao recém-nascido com morbidade respiratória pautado na resolução COFEN n°358/2009.Dissertação [Mestrado em terapia Intensiva] – Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva, 2011.

O nascimento é historicamente um evento natural, indiscutivelmente um fenômeno que vem sofrendo através de gerações inúmeras influências e significados culturas, sociais e econômicos. Este é um processo singular e único, uma experiência que envolve também a família e comunidade. Os profissionais de saúde são coadjuvantes desta experiência desempenham um importante papel nesse processo, reconhecendo os momentos críticos em que suas intervenções são necessárias para assegurar a saúde materna e perinatal. A sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do PE (Processo de Enfermagem) em ambientes hospitalares, é fundamental para a qualidade da assistência, principalmente quando o cuidado é destinado ao RN susceptível e indefeso. O PE é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional, evidencia a contribuição da enfermagem na atenção ao Recém-nascido patológico, aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional. O presente estudo pautou-se na Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem que propõe um processo de enfermagem composto pelas seguintes etapas inter-relacionadas e interdependentes: Coleta de dados de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de Enfermagem. Os sujeitos da pesquisa foram todos os RN (recém nascidos) atendimentos no setor de obstetrícia independentemente da via de parto (vaginal ou abdominal) no período de janeiro à dezembro de 2010. O presente estudo é de natureza descritiva com abordagem qualitativa, cujo objetivo foi analisar se o Hospital público do Oeste de Santa Catarina registra o processo de enfermagem ao recém-nascido com morbidades respiratórias pautado na resolução do COFEN n° 358/2009, por se acreditar que o PE qualifica e respalda a assistência de enfermagem.

Palavras Chaves: Recém – nascido. Gestante. Doenças Respiratórias. Processo de

Enfermagem. Enfermagem.

4

ABSTRACT

FRIGO, J. The process of nursing the newborn with respiratory morbidity in solving guided COFEN No 358/2009.Dissertação [Masters in intensive therapy] - Brazilian Society of Intensive Care, 2011.

The birth is historically a natural event, arguably a phenomenon that has suffered through countless generations and influences cultural meanings, social and economic issues. This process is a singular and unique, an experience that also involves the family and community. Health professionals are supporting this experiment play an important role in this process, recognizing the critical moments in which their interventions are necessary to ensure maternal and perinatal health. The systematization of nursing care and the implementation of nursing process in hospitals is critical to the quality of care, especially when care is liable for the RN and helpless. The EP is a methodological tool that guides the professional nursing care and documentation of professional practice, highlights the contribution of nursing care to newborn pathology, increasing the visibility and professional recognition. This study was based on Resolution 358/2009 of the Federal Nursing Council proposes that a nursing process comprising the following steps interrelated and interdependent: Data Collection of Nursing, Nursing Diagnosis, Nursing Planning, Implementation and Evaluation Nursing. The research subjects are all newborn care in the field of obstetrics independent route of delivery (vaginal or abdominal) from January to December 2010. This study is a descriptive and qualitative approach, whose goal will be to examine whether the Western Regional Hospital records the process of nursing the newborn with respiratory illnesses guided by the resolution of COFEN No 358/2009 of believing that the EP qualify and quantify nursing care.

Keywords: Infant - born. Pregnancy. Respiratory Diseases. Nursing Process.

Nursing.

LISTA DE SIGLAS E DEFINIÇÕES

5

RN Recém- nascido

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

HRO Hospital Regional do Oeste

OMS Organização Mundial de Saúde

SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem

COFEN Conselho Federal de Enfermagem

MS Ministério da saúde

IG Idade Gestacional

SDR Síndrome de Desconforto Respiratório

PO2 Pressão Parcial de oxigênio

SARI Síndrome de Angústia Respiratória Idiopática

DMH Doença da Membrana Hialina

TTRN Taquipnéia Transitória do Recém- nascido

PE Processo de Enfermagem

SUMÁRIO

6

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 082 OBJETIVOS ......................................................................................................... 112.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 11

2.2 Objetivos Específicos......................................................................................... 11

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 123.1Parto.................................................................................................................... 12

3.2 Cesaria............................................................................................................... 15

3.3 Atendimento ao Recém-nascido........................................................................ 16

3.4 Anormalidades e patologias respiratórias do Recém-nascido ........................... 29

3.5 Sistematização da Assistência de Enfermagem ................................................ 34

3.6 Instituição Hospitalar Pesquisada ...................................................................... 42

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 43

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................45 6 REFERÊNCAS ..................................................................................................... 67

APÊNDICES ........................................................................................................... 70

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................. 71

Apêndices B - Instrumento de Pesquisa ................................................................. 72

Apêndice C - Autorização de Pesquisa.................................................................... 73

Apêndice D - Declaração do Responsável pela Pesquisa...................................... 75

1 INTRODUÇÃO

7

O nascimento é historicamente um evento natural, indiscutivelmente um

fenômeno que vem sofrendo através de gerações inúmeras influências e

significados culturas, sociais e econômicos, e ainda comemoram o nascimento como

um dos fatos marcantes da vida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

A gravidez e o parto são eventos que integram a vivência reprodutiva de

homens e mulheres. Este é um processo singular e único, uma experiência que

envolve também a família e comunidade. A gestação, parto e puerpério constituem

uma experiência humana das mais significativas, para todos que dela participam.

Os profissionais de saúde são coadjuvantes desta experiência e

desempenham um importante papel nesse processo, reconhecendo os momentos

críticos em que suas intervenções são necessárias para assegurar a saúde materna

e neonatal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

O exercício da prática profissional do enfermeiro deve ser fundamentado em

metodologia de trabalho científico para que suas atividades sejam sistematizadas e

organizadas. Esta prerrogativa torna-se indubitável em setores de obstetrícia e

berçário que realizam o primeiro atendimento ao recém-nascido, por necessitarem

de assistência de enfermagem específica e complexa, o que demanda dos

profissionais competências e habilidades para prestarem cuidados com padrões de

excelência.

A avaliação do recém-nascido deve começar no momento do nascimento,

deve ser observado criteriosamente em relação ao momento do seu primeiro

suspiro, seu primeiro choro e se os movimentos respiratórios estão sendo efetivos,

realizando um registro completo desses eventos. O enfermeiro em geral tem a

responsabilidade de realizar essas observações e anotações de forma científica.

Neste aspecto, percebe-se a importância de uma assistência de enfermagem

estruturada, sincronizada e atualizada, para dispor um atendimento seguro ao RN

evitando complicações respiratórias, o que exige da equipe inúmeras técnicas e

procedimentos de reconhecida competência.

A tecnologia hospitalar avançou significativamente, os procedimentos se

tornaram mais elaborados e mais preciosos, outros mais refinados foram criados na

anciã de suprir a necessidade do atendimento do RN prematuro, conduziu à

diminuição da morbimortalidade e à maior sobrevida, proporcionando uma melhor

qualidade no processo de enfermagem.

8

A sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do

Processo de Enfermagem em ambientes hospitalares, é fundamental para a

qualidade da assistência, principalmente quando o cuidado é destinado ao RN

susceptível e indefeso. Possibilita o enfermeiro visualizar o cenário como um todo e

optar pela melhor forma de prestar assistência, refletindo significativamente na

melhoria da qualidade do cuidado.

A essência da enfermagem é o cuidado, e a Sistematização da Assistência

de Enfermagem (SAE) é uma metodologia utilizada para planejar, executar e avaliar

o cuidado, uma ferramenta fundamental para o trabalho do enfermeiro.

Segundo Pivotto, Lunardi Filho e Lunardi (2004), o exercício da enfermagem

de maneira não sistematizada determina sua desvalorização e estagnação, a

condução do cuidado pautado em prescrições de outros profissionais e o

deslocamento do enfermeiro dos processos de tomada de decisão. A SAE é

imprescindível para qualificar, valorizar a profissão e, acima de tudo, desenvolver

uma assistência com maior segurança aos beneficiários do cuidado.

O Processo de Enfermagem (PE) é instrumento de trabalho privativo do

enfermeiro que lhe possibilita alcançar resultados que são de sua competência e

responsabilidade, bem como desenvolver ações que modificam o estado de saúde-

doença do ser humano, visto ser uma metodologia para organizar e sistematizar o

cuidado com base em princípios científicos.

O presente estudo pautou-se na Resolução 358/2009 do Conselho Federal de

Enfermagem (COFEN) que propõe um processo de enfermagem composto pelas

seguintes etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: Coleta de

dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem), Diagnóstico de Enfermagem,

Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de Enfermagem.

O processo de Enfermagem é um instrumento metodológico que orienta o

cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional,

evidencia a contribuição da enfermagem na atenção ao Recém-nascido patológico,

aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional.

O resultado alcançado como consequência das ações ou intervenções de

enfermagem realizadas na SAE permite uma integração da equipe hospitalar e

comunidade (DOENGES et al, 2009).

A resolução do COFEN em uso de suas atribuições legais através da Lei nº

358/2009, dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a

9

implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados,

em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem (COFEN, 2009).Para que seja efetiva tal implementação são necessários ao enfermeiro

habilidade interpessoais, raciocínio e elaboração de ideias, valores e crenças;

características que subsidiam a prática do método de acordo com os preceitos do

mesmo (LUNNEY, 2004).

Ao enfermeiro incumbe a liderança na execução e avaliação do Processo de

Enfermagem, de modo a alcançar os resultados de enfermagem esperados,

cabendo-lhe, privativamente, o diagnóstico de enfermagem acerca das respostas da

pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e

doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções de enfermagem a serem

realizadas, frente a essas respostas (COFEN, 2009).

Nesse sentido o intuito da pesquisa é analisar se o Hospital Regional do

Oeste registra o processo de enfermagem ao recém-nascido com morbidades

respiratórias pautado na resolução do COFEN n° 358/2009, estimar

comparativamente as morbidades respiratórias do recém-nascido de acordo com a

via de parto, idade gestacional e peso ao nascer durante o período de internação

perinatal. A partir dos dados coletados pode-se identificar o perfil sócio demográfico

das gestantes que deram a luz à recém-nascidos com morbidades respiratórias,para

que possamos atuar na prevenção dessas doenças.

10

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar se o Hospital Regional do Oeste registra o processo de enfermagem

ao recém-nascido com morbidades respiratórias pautado na resolução do COFEN n°

358/2009.

2.2 Objetivos Específicos

2.2.1 Estimar a relação da via de parto com as doenças respiratórias no recém-nascido;

2.2.2 Relacionar o peso ao nascer e idade gestacional com as doenças

respiratórias do recém-nascido durante o período de internação;

2.2.3 Identificar o perfil sócio demográfico das gestantes que deram a luz a

recém-nascidos com morbidades respiratórias.

11

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 PartoO nascimento é historicamente um evento natural. Como é indiscutivelmente

um fenômeno mobilizador, mesmo as primeiras civilizações agregaram, a este

acontecimento, inúmeros significados culturais que através de gerações sofreram

transformações, e ainda comemoram o nascimento como um dos fatos marcantes

da vida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

A gravidez e o parto são eventos sociais que integram a vivência reprodutiva

de homens e mulheres. Este é um processo singular, uma experiência única no

universo da mulher e de seu parceiro, que envolve também suas famílias e a

comunidade. A gestação, parto e puerpério constituem uma experiência humana das

mais significativas, com forte potencial positivo e enriquecedor para todos que dela

participam.

O parto é uma das raras oportunidades em que se vivencia um milagre da

vida no próprio cotidiano; é um momento de intensa emoção que envolve

necessariamente o preparo e as expectativas da mulher, seu companheiro e

familiares.

Assistir a mulher durante o processo de parturição envolve um conjunto de

conhecimentos, práticas e atitudes que visam a promoção do nascimento saudável e

prevenção da morbimortalidade materna e perinatal (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2001).

A maioria das mulheres que até meados do sec. XX pariram com a ajuda de

outras mulheres, por não serem nobres, passou também a ser objeto do interesse

médico e ter seus partos atendidos ou observados por profissionais oficialmente

preparados para este fim, como as enfermeiras-parteiras e os médicos

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A via de parto vaginal é uma opção da gestante no processo de

humanização, sempre considerando os elementos para sua conduta como, a idade

gestacional, peso fetal estimado, apresentação fetal, condições do colo uterino,

integridade das membranas ovulares e vitalidade fetal, todos esses fatores são

determinantes para o sucesso da parturição (PIATO, 2009).

De acordo com Moura et al (2007) para o desenvolvimento do trabalho de

parto adequado, seja ele de forma vaginal ou cesárea, é necessário o bem estar

físico e emocional da mulher, o que favorece a redução dos riscos e complicações

12

maternos e perinatais. Para tanto o apoio familiar e uma assistência humanizada

durante o processo parturitivo, transforma o nascimento em um momento único e

especial.

O conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um conjunto de

conhecimentos, práticas e atitudes que visam à promoção do parto e do nascimento

saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2006).

Os profissionais de saúde são coadjuvantes desta experiência e

desempenham um importante papel. Têm a oportunidade de colocar seu

conhecimento a serviço do bem-estar da mulher e do bebê, reconhecendo os

momentos críticos em que suas intervenções são necessárias para assegurar a

saúde de ambos. Podem minimizar a dor, ficar ao lado, dar conforto, esclarecer,

orientar, enfim, no processo de parturição (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).Segundo o Ministério da Saúde (2003), para o bom desenvolvimento do

trabalho de parto, é necessário o bem estar físico e emocional da mulher, o que

favorece a redução dos riscos e complicações. Para tanto, o respeito ao direito da

mulher a privacidade, a segurança e conforto, com uma assistência humana e de

qualidade, aliado ao apoio familiar durante a parturição, transformam o nascimento

num momento único e especial.

Atualmente no Brasil o modelo de assistência obstétrica no é caracterizado

por excesso de intervenção do parto, o que tem contribuído para o aumento de taxas

de cesáreas e a morbimortalidade materna e perinatal. Por outro lado, para o bom

desenvolvimento do trabalho de parto, é necessário o bem estar físico e emocional

da mulher, o que favorece a redução dos riscos e complicações. Para tanto, o

respeito ao direito da mulher a privacidade, a segurança e conforto, com uma

assistência humana e de qualidade, aliado ao apoio familiar durante a parturição,

transformam o nascimento num momento único e especial (CAPARROZ, 2003;

MINISTERIO DA SAÚDE, 2003).

É importante ressaltar que a enfermagem tem participado das principais

discussões acerca da saúde da mulher, juntamente com movimentos sociais

feministas, em defesa do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento.

Diante disto, o MS tem criado portarias que favorecem a atuação desta profissional

na atenção integral a saúde da mulher, privilegiando o período gravídico puerperal,

por entender que estas medidas são fundamentais para a diminuição de

13

intervenções, riscos e consequente humanização da assistência, tanto em

maternidades, como em casas de parto (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).

A grande conquista para o MS está em incentivar a realização do parto

normal e a diminuição das cesarianas. São medidas de humanização que visam

proporcionar bem estar à mulher e reduzir riscos para ela e seu bebê, como também

proporcionar conforto e bem estar ao acompanhante, de acordo com o preconizado.

A OMS elaborou o manual de assistência ao Parto Normal para estabelecer ações

às necessidades básicas da mulher e seus familiares (REIS, 2005).

A humanização no processo de parturição compreende, entre outros, dois

aspectos fundamentais. O primeiro, diz respeito à convicção de que é dever das

unidades de saúde receber com dignidade a mulher, seus familiares e o recém-

nascido. Isto requer a adoção de atitude ética e solidária por parte dos profissionais

de saúde, organização da instituição, de modo a criar um ambiente acolhedor, e a

implementação de condutas hospitalares que rompam com o tradicional isolamento

imposto à mulher durante o processo de parturição. O segundo, refere-se à adoção

de medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o acompanhamento do

parto e do nascimento, evitando práticas intervencionistas desnecessárias que,

embora tradicionalmente realizadas, não beneficiam a mulher nem o recém-nascido

e que, com frequência, acarretam maiores riscos para ambos (GONÇALVES, 2008).

Mais ou menos perto do fim da gravidez, as contrações do músculo uterino se

tornam bastante fortes para eliminar os produtos da concepção, sendo essa série de

fenômenos chamada de trabalho de parto. Às vezes a gravidez termina antes do

termo; quando isso acontece após o feto haver atingido o período de viabilidade (por

volta da vigésima sexta semana da gravidez), mas antes do término da trigésima

sexta semana de gestação, a terminologia trabalho de parto prematuro é

empregada. Do fim da trigésima sexta semana, até o termo, o feto e,

consequentemente, o trabalho de parto podem ser considerados como a termo

(ZIEGEL e CRANLEY,1985).

O peso em gramas do RN isolado não tem significado para a obstetrícia,

precisa estar associado com a idade gestacional para definir se esta adequado ou

não ao nascimento.

O peso médio de nascimento do bebê a termo é de 3.400 gramas. Podendo

aumentar 200 gramas a mais no sexo masculino. Existem amplas variações de peso

em um RN a termo que devem ser consideradas. Um bebê a termo que nasce com

peso igual ou inferior a 2.500gramas é considerado de baixo peso ao nascer. Um

14

RN que apresentar ao nascimento um peso de 4080 gramas é considerado

excessivo, podendo provocar distocia, aumentando o risco de dano para a mãe e

bebê (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

A duração exata da gravidez não pode ser calculada, pois não sabemos

quando o óvulo foi fertilizado. A extensão da gravidez também é impossível saber

com exatidão, mas consideramos o inicio do trabalho de parto com 10° mês lunar,

da 40ª semana ou 280 dias após o inicio do ultimo período menstrual (ZIEGEL e

CRANLEY, 1985).

Os mesmos autores referem que um método empregado para estimar a data

provável de parto é a Regra de Näegele, que computa os dias tendo uma exatidão

de 10 dias antes ou 10 depois da data provável em cerca de dois terços dos partos.

A regra consiste em somar sete dias ao ultimo período menstrual e subtrair três

meses.

3.2 CesáriaA cesária é um dos procedimentos cirúrgicos mais antigos conhecidos no

mundo.

A cesariana é uma operação pela qual o feto é liberado através de uma

incisão nas paredes abdominal e uterina. As cesarianas tornaram-se

progressivamente mais seguras, e a incidência dessa operação tem aumentado nos

últimos anos. As cesarianas apresentam uma taxa de mortalidade materna e fetal

maior que a dos partos normais, mas quando há complicações a operação é

frequentemente mais segura para a mãe e o bebê que um parto vaginal difícil. As

complicações médicas ou obstétricas que tornam a cirurgia essencial podem ser um

fator contribuinte importante no seu perigo aumentado para a mãe e o bebê (ZIEGEL

e CRANLEY, 1985).

[...] as indicações para uma cesariana são a distocia, o sangramento, o pré-parto, o sofrimento fetal, a apresentação pélvica, alguns casos de toxemia e certas complicações médicas (ZIEGEL e CRANLEY, 1985, p. 424).

A cesariana pode ser eletiva ou feita como um procedimento de emergência.

As indicações da cesariana podem ser maternas, placentárias ou fetais. A cesariana

tem sido um procedimento eletivo para a maioria das indicações. Algumas vezes

pode ser planejada para uma data específica, outras vezes é um procedimento de

urgência. Quando se trata de um procedimento eletivo, o momento da operação é

15

planejado antes. Um teste de maturidade fetal pulmonar deve ser feito antes da

cirurgia. A operação é programada frequentemente uma a duas semanas antes da

data esperada de parto, dependendo da determinação da maturidade fetal (ZIEGEL

e CRANLEY, 1985).

Vale ressaltar que o número de cesarianas vem aumentando

sistematicamente, caracterizando-se uma tendência mundial, e tem sido objeto de

preocupação de profissionais da área e pesquisadores de todos os países.

A cesárea é um dos fatores que interferem no aparecimento da síndrome do

desconforto respiratório. Costa et al (1994) referiram maior incidência da SDR em

RN de partos cirúrgicos, sendo que no estudo houve um incremento de 8% de casos

de membrana hialina nas cesáreas eletivas.

Muitas vezes o agendamento da cesariana eletiva acontece antes do bebê

atingir a maturidade pulmonar, surgindo então complicações respiratórias,

frequentemente isso acontece com intuito de evitar o início do trabalho de parto.

Algumas pacientes entram em trabalho de parto antes da data prevista, e a

operação deve então ser realizada como uma emergência, de modo que o trabalho

de parto não progrida muito (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

3.3 Atendimento ao Recém-nascido

A enfermeira que assiste o recém-nascido precisa ter o conhecimento das

alterações, anormalidades e patologias peculiares ao período neonatal e das que

surgem antes do nascimento ou na ocasião dele. Considerando o seu estreito e

constante contato com o recém-nascido, o enfermeiro está capacitado a fazer

observações valiosas sobre o funcionamento dos diversos sistemas orgânicos, dos

desvios da normalidade e do aparecimento dos primeiros sinais e sintomas de

enfermidade. Deve estar apto a reconhecer as manifestações mais precoces das

anormalidades ou patologias e compreender seu significado. Esse início oportuno

pode ser essencial à sobrevivência do RN (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

A dificuldade respiratória pode apresentar-se ao nascimento ou surgir após o

estabelecimento das primeiras incursões respiratórias normais. A insuficiência

respiratória pode estar relacionada com falência do sistema nervoso central ou pode

decorrer do distúrbio no próprio aparelho respiratório, ou ambos, podem estar

acometidos.

Condições que resultam em oxigenação inadequada do feto são capazes de

gerar angústia respiratória após o parto, quer como uma dificuldade imediata ou

16

tardiamente. A hipóxia é extremamente prejudicial ao feto e ao recém-nascido. A

asfixia é uma das duas causas mais comum de morte neonatal. Algumas vezes o

bebê que sobrevive a ela apresenta dano cerebral permanente (TAMEZ e SILVA,

2006).

Dentre as complicações que ocorrem antes do parto e também comumente

após ele estão: enfermidade materna decorrente de toxemia gravídica, diabetes,

patologia cardiorrespiratória, sangramento anterior ao parto, eritoblastose fetal,

interferência na circulação do cordão umbilical, depressão do centro respiratório do

bebê em virtude de analgesia ou anestesia materna, trabalho de parto prolongado,

contrações intensas e prolongadas e traumatismo no momento do parto, resultando

em hemorragia cerebral Problemas do bebê após o parto que podem determinar

dificuldade respiratória são: imaturidade pulmonar, obstrução das vias aéreas,

anomalias congênitas, infecção e doença hemolítica (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Todos os bebês devem ser observados criteriosamente durante as primeiras

horas de vida, porem alguns RN tem predisposição com uma possível insuficiência

respiratória. Dentre esses incluem os bebês nascidos prematuramente, aqueles

cujas mães apresentam complicações durante a gestação. Os recém-nascidos

predispostos à insuficiência respiratória devem permanecer sob observação

constante, para que as alterações importantes sejam precocemente detectadas

(ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Para estes autores, compete ao enfermeiro:observar cuidadosamente no tocante ao tipo de respiração, à frequência respiratória, à velocidade do pulso, à pressão sanguínea, à coloração da pele e à temperatura. A frequência com que os sinais vitais são registrados é determinada pela condição do bebê. Faz-se a primeira anotação no momento da admissão e a seguir a cada meia hora (ZIEGEL e CRANLEY, 1985, p. 607).

Imediatamente ao nascer o neonato precisa assumir as funções vitais para

sua sobrevivência, até então realizadas pela placenta intra - útero. Com o

nascimento dá - se um período critico de 24 horas, chamado de período de

transição, que engloba a adaptação do neonato da vida intra - uterina para a vida

extra-uterina (KENNER, 2001).

Para sobreviver o neonato precisa atravessar com sucesso o período de

transição, que impõe alterações em todos os sistemas corporais do recém-nascido

associado a uma ampla variedade de estímulos externos.

A respiração se instala dentro de um minuto após o nascimento na maioria

dos bebês normais, muitos bebês realizam sua primeira incursão respiratória dentro

17

de poucos segundos, e muitas vezes choram vigorosamente logo que acabam de

nascer (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Um choro intenso ao nascimento evidencia que o sistema respiratório está

funcionando bem. No entanto, alguns bebês apresentam um retardo no início da

respiração, ou então fazem movimentos respiratórios inapropriados logo após o

nascimento sendo necessário intervenção profissional imediata acerca das

manobras de reanimação para prevenir a hipóxia que, se não for tratada, progride

rapidamente e pode resultar em dano das células cerebrais ou em morte do bebê

(ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Durante a gestação as características respiratórias anatômicas e fisiológicas

se desenvolvem progressivamente, preparando o feto para as modificações

respiratórias abruptas do nascimento.

Kenner (2001) diz que entre as semanas 24 e 30 da gestação, os

pneumócitos do tipo II(células alveolares) começam a secreção limitada de

fosfolipídios, denominado de surfactante. O surfactante pulmonar tem a função

primordial de diminuir a tensão superficial dos alvéolos pulmonares e evitar o

colapso alveolar ao final da expiração.

A tensão superfície alveolar diminuída facilita as trocas gasosas, diminui as

pressões de insuflação necessárias para a abertura das vias aéreas respiratórias,

melhorando a complacência pulmonar e o esforço respiratório (KENNER, 2001).

Os pulmões do RN contem no seu interior liquido amniótico secretado pelos

pulmões, cavidade amniótica e traquéia. A quantidade de liquido que cada pulmão

tem ao nascimento é determinada pela capacidade residual funcional de cada

neonato, que atinge comumente 30 a 25 ml/kg de peso corporal do RN. Para que o

RN consiga respirar ao nascimento ela precisa substituir rapidamente o fluido

pulmonar por oxigênio, isso acontecerá com as primeiras respirações (TAMEZ e

SILVA, 2006).

Para Kenner (2001, p. 4):“a remoção dos fluidos pulmonares, à medida que o tórax do RN se comprime no canal vaginal, a compressão força para fora cerca de 1/3 do liquido pulmonar através da boca e nariz. A circulação pulmonar e o sistema linfático absorvem os 2/3 restantes após o começo da respiração”.

Após o tórax do RN ter passado no canal vaginal uma retração elástica aspira

em media 40 cc de ar para o interior dos pulmões para substituir o fluido pulmonar

que foi expelido no decorrer da passagem no canal. A cada movimento respiratório a

capacidade pulmonar residual aumenta, melhorando o fluxo respiratório.O tempo

18

médio para limpar os pulmões em um RN a termo varia de 6 a 24 horas. “A remoção

inadequada do fluido pulmonar pode causar taquipnéia transitória, um problema

comum em neonatos” (KENNER, 2001, p. 4).

Para cuidar do recém-nascido, a enfermeira necessita estar atenta ao

nascimento do bebê, das várias transformações adaptativas que ele

necessariamente precisará sofrer para ajustar-se à vida extra - uterina e de suas

necessidades durante o período de adaptação.

As características e a fisiologia dos neonatos, maturos e imaturos, nascidos

com alterações do desenvolvimento intra - uterino é de responsabilidade dos

profissionais determinar os detalhes da assistência que dispensará ao bebê através

da avaliação das necessidades específicas dele (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

O período inicial de quatro semanas após o nascimento é geralmente

conhecido como período neonatal, embora suas principais características pertençam

às primeiras duas semanas de vida pós-natal. Durante esse período, o bebê faz as

adaptações fisiológicas necessárias à transição da vida intra-uterina para a extra-

uterina. As alterações mais drásticas ocorrem no momento do nascimento. O maior

índice de mortalidade na infância ocorre durante o período neonatal. O índice de

morbidez também é elevado, especialmente durante os primeiros dias de vida extra-

uterina (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

A respeito do nascimento, o bebê sofre profundas alterações em seu meio

ambiente. Em um meio uterino favorável, o feto dispõe de alimento, calor e proteção

aos danos externos. Deve, imediatamente ao nascimento, começar a viver de forma

independente e para isso precisa estabelecer a função respiratória e cardíaca

(ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Muitas alterações adaptativas são necessárias à vida extra-uterina mas duas

são consideradas fundamentais e vitais, do aparelho respiratório e sistema

circulatório. Os riscos que o recém-nascido corre ao nascer durante a sua adaptação

à vida extra-uterina podem ser antecipados e minimizados, se se deseja

proporcionar-lhe as melhores possibilidades de vida. A assistência deve ser dirigida

no sentido de propiciar-lhe as condições mais favoráveis possíveis ao

funcionamento normal, com um mínimo esforço. Para a manutenção da vida, o

aparelho respiratório deve funcionar imediatamente após o nascimento. A ventilação

pulmonar deve ter início imediatamente após o nascimento, como também deverá

ocorrer um rápido aumento na circulação pulmonar ( ZIEGEL e CRANLEY,1985).

19

Estes autores seguem afirmando que a maturação adequada dos pulmões é

essencial á vida extra-uterina, de todos os órgãos do corpo, a fase de maturação

dos pulmões é o mais crucial, a expansão pulmonar e troca gasosa só será efetiva

se os pulmões estiverem maduros.

Em termos de formação os pulmões estão em continuo desenvolvimento

durante a vida fetal e a infância. Primeiramente surgem os brônquios e condutos,

sendo seguidos pelos espaços aéreos potenciais, que posteriormente se

transformaram em alvéolos, surgem como pequenas protuberâncias que se

destacam dos brônquios. Durante o desenvolvimento progressivo dos espaços

aéreos, a porção vascular dos pulmões também se desenvolve, com um número

cada vez maior de capilares estendendo-se para os espações aéreos e entrando em

contado direto com eles (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Aproximadamente na 24ª semana de gestação, os espaços aéreos

pulmonares, aparecem como sáculos. Com o desenvolvimento dos sáculos, ocorre

um aumento de suas membranas sem aporte de vasos sanguíneos para as

mesmas. Por volta da 26ª semana de gestação, vasos sanguíneos podem ser

suficientes para manter a vida se o bebê nascer nesse período. Até então, os

capilares pulmonares e a membrana sacular não estão suficientemente

desenvolvidos para a troca gasosa. Até a 30ª semana, o pulmão do feto ainda é

estruturalmente imaturo e existe pouco ou nenhuma reserva para a manutenção a

vida extra-uterina. A partir da 30 e a 36ª semana, as reservas são melhores e o bebê

será capaz de aumentar sua ventilação na vida extra uterina (ZIEGEL e

CRANLEY,1985).

O pulmão do feto produz cerca de 80 a 110 ml do fluido pulmonar, acham-se

presentes nas vias aéreas e um feto a termo ao nascimento. Essa quantidade

considerável de fluido pulmonar durante a última metade do desenvolvimento intra-

uterino garante a expansão dos espaços aéreos. Parte desse fluido passa por um

líquido amniótico e parte é engolida pelo bebê. Este fluido deve ser removido para

permitir o movimento adequado de entrada e saída de ar dos pulmões no momento

do nascimento (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Aproximadamente um terço do fluido pulmonar é extraída dos pulmões

durante o nascimento por via vaginal, quando o tórax do bebê é comprimido na

passagem pelo canal do parto. O fluido remanescente é levado para o interior dos

pulmões na primeira respiração e depois integrado na corrente sanguínea pelos

capilares e linfáticos pulmonares. Em um bebê a termo saudável, os pulmões podem

20

estar limpos após umas poucas respirações ou, quando muito, uma hora após o

nascimento (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Segundo estes autores, um bebê imaturo não possui linfáticos tão

desenvolvidos quanto um RN a termo e, portanto, pode apresentar um ritmo de

absorção do fluido pulmonar diminuído. Algumas vezes o processo do nascimento

não comprime as paredes torácicas, e pouco ou nenhum fluido é extraído dos

pulmões. Isso pode ocorrer na liberação do canal do parto de um bebê muito

pequeno ou no parto cesáreo.

O surfactante pulmonar é um material tensoativo, que reveste normalmente

os alvéolos. É um complexo de proteínas e lipídios, uma lipoproteína, do qual a

lecitina, agente emulsificante natural muito importante é um componente tensoativo.

Tem as propriedades de alterar a tensão superficial dos alvéolos, impedindo o

colabamento no final do movimento expiratório. A tensão superficial entre duas

superfícies úmidas quaisquer é normalmente grande e seria bastante alta entre as

superfícies alveolares e úmidas sem a presença dessa substância redutora da

tensão superficial. Entretanto para que a respiração do bebê seja efetiva ao

nascimento os pulmões precisam de sacos aéreos desenvolvidos e também que o

revestimento alveolar tensoativo tenha sido produzido. A partir da vigésima terceira

semana de gravidez é produzida em quantidade crescente (ZIEGEL e CRANLEY,

1985).

Devido à sua propriedade de reduzir a força coesiva entre as superfícies

úmidas dos alvéolos, o surfactante pulmonar é necessário à manutenção da

expansão pulmonar adequada. O resultado dessa tensão superficial aumentada é

uma acentuada retração dos alvéolos em cada expiração. Tal retração reduz o ar

residual comumente retido nos pulmões ao término da expiração. Como

consequência a um esforço muito maior que o normal na próxima inspiração, a fim

de preencher novamente os pulmões, e cada respiração pode requerer tanto esforço

quanto o necessário para a primeira respiração da vida (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

O surfactante pulmonar tem a função de estabilizar as respirações e de prevenir a atelectasia. Esse revestimento, que possui a propriedade de conseguir um tensão superficial muito baixa quando comprimento, previne o colapso total dos alvéolos em cada expiração. Algum ar residual fica, portanto, retido nos pulmões ao término de cada expiração, e estes não necessitam ser reabertos a cada nova respiração (ZIEGEL e CRANLEY, 1985, p. 467).

21

As respirações do bebê devem ser calmas e não acompanhadas por dispnéia

nem cianose. A cor do RN ao nascer é um pouco cianótica, mas normalmente torna-

se rosada em poucos minutos e assim permanece. A cianose das mãos e pés e a

peitoral podem persistir por uma ou duas horas, mas, subsequentemente, essas

partes do corpo também devem tornar-se rosadas. Uma circulação periférica lenta e

uma temperatura corporal baixa podem ser responsabilizadas por essas áreas de

cianose (KENNER, 2004).

A frequência respiratória média é de aproximadamente 40 respirações por

minuto. A respiração do bebê normal é regular em ritmo e sem retração torácica,

embora possa ocasionalmente, sem fugir a normalidade, apresentar curtos períodos

de irregularidade no ritmo. Uma frequência respiratória superior a 60 ou inferior a 30

respirações por minuto deve ser avaliada criteriosamente, especialmente em

presença de outras dificuldades Os movimentos respiratórios no RN são

desempenhados pelo diafragma e pelos músculos abdominais, existe muito pouco

movimento torácico (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Um recém-nascido pode ter muco no nariz, na boca e na orofaringe e pode

expectorar ou vomitar conteúdos estomacais durante as primeiras horas de vida

pós-natal. Esse muco ou fluido acarreta episódios de náuseas, o bebê pode

necessitar de auxílio para desobstruir o trato respiratório. Normalmente o muco é

retirado por sucção (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

O nariz RN é pequeno, raso e estreito, os orifícios da cavidade nasal são

pequenos. A desobstrução das vias aéreas nasais é muito importante para o recém-

nascido, pois ele normalmente respira pelo nariz. A respiração pela boca é muito

difícil para um bebê e a obstrução nasal lhe causaria considerável desconforto

(ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

O bebê pré-termo apresenta uma série de problemas especiais devido à

imaturidade de seus sistemas, porém a magnitude desses problemas dependerá do

grau de prematuridade do bebê. A mortalidade neonatal aumenta progressivamente

com o grau de prematuridade.

As características do bebê pré-termo depende do tempo de gestação. Pode-

se prever que um bebê nascido antes do termo apresente imaturidade de todos os

sistemas pulmonar, cardiovascular, gastrintestinal e renal. Vários problemas criados

pela imaturidade podem estar interligados e exigem que o bebê receba cuidados

especializados.

De acordo com Ziegel e Cranley (1985, p. 573):

22

o desenvolvimento dos pulmões, particularmente a produção adequada de surfactante, é o principal fator que influencia a sobrevivência de um prematuro após o nascimento. Sem a produção adequada e contínua de surfactante, causa comum de doença grave e morte do bebê pré-termo.

Embora a maturação pulmonar seja vital à sobrevivência extra - uterina, a

maturação dos outros sistemas também é de grande importância. Quanto mais

tempo o bebê permanece no útero, maiores são as suas probabilidades de

sobrevivência. Seu peso é geralmente inferior a 2.500g seu comprimento é menor

do que 47cm, e a circunferência da sua cabeça frequentemente inferior a 33cm.

Bebês com 24 a 30 semanas de gestação geralmente pesam entre 50 e 1.500g. Os

moderadamente prematuros, com 31 a 36 semanas de idade gestacional, variam

entre em termo de peso de 1.500g até mais de 2.500g e 3.250g (ZIEGEL e

CRANLEY, 1985).

Em RN prematuros a uma maior tendência de angústia respiratória do que no

bebê a termo, isso pode se manifestar por respirações rápidas, dispneia, crises de

cianose e períodos de apnéia. Existe uma tendência à obstrução nasal devida ao

muco e à presença de grandes adenoides, que ocupam a nasofaringe. O bebê pode

se apresentar inativo, e seu choro é frequentemente fraco, lamuriento e monótono

(ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Os prematuros são especialmente suscetíveis à Síndrome da Angústia

Respiratória, doença conhecida como a síndrome da Membrana Hialina. Essa

doença ocorre em bebês que não possuem quantidade adequada de surfactante

para uma boa função pulmonar pós-natal. O surfactante pode ser deficiente ao

nascimento devido à imaturidade extrema das células de revestimento alveolar ou

por diminuição da produção (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Normalmente o RN a termo respira dentro de 20 segundos após o parto,

estimulado pelo centro respiratório medular. O estimulo é desencadeado em

especial pela asfixia respiratória do neonato, porem outros estímulos bioquímicos

também entram em ação (sensoriais, térmicos e mecânicos) que estimulam o centro

respiratório do RN e mantém a respiração (KENNER, 2001).

A asfixia é definida como uma combinação de hipoxemia, hipercapnia e

acidose, proveem o estimulo mais forte para o primeiro movimento respiratório.

De acordo com Kenner (2001, p. 5):“antes da primeira respiração o neonato tem uma saturação arterial de oxigênio de apenas 10 a 20%, refletindo hipoxemia; uma pressão arterial parcial de dióxido de carbono (PaCO2) de aproximadamente de 50 mmhg,refletindo hipercapnia; e um pH arterial de aproximadamente 7,28,refletindo em acidose”.

23

O estágio final do parto interrompe as trocas gasosas, mesmo um RN a termo

e saudável apresenta certo grau de asfixia ao nascer. A asfixia estimula os

quimiorreceptores nos corpos carotídeos e também na aorta. À medida que a

estimulação aumenta, o diafragma é estímulo por impulsos eferentes, contraindo-

o,estimulando o movimento respiratório (KENNER, 2001).

Existe também outros estímulos que ajudam a interromper a respiração

incluem a oclusão do cordão umbilical, alterações térmicas, provocada por perda de

calor corporal devido ao gasto energético, estímulos táteis e alterações ambientais

como outras luz forte e barulho.

Ao nascimento uma quantidade de fluidos e muco, mecônio e vernix caseosa

podem estar presentes na boca, nariz e faringe do RN, que deverá ser removido

imediatamente para que o bebê não aspire esse material na primeira respiração

(KENNER, 2001).

Alguns médicos utilizam uma seringa com bulbo de borracha para remover o

excesso de muco da boca e do nariz logo que a cabeça fetal é expulsa, ou se utiliza

a aspiração mecânica, com cateter descartável de Polivinil, onde a boca é aspirado

primeiro, pois a estimulação do nariz pode fazer com que o bebê respire e aspire as

secreções nela existentes. O cateter pode ser mais eficaz do que a seringa com

bulbo, pois consegue penetrar mais profundamente na garganta. A aspiração inicial

da boca com o bulbo da seringa pode induzir tosse e engasgo e facilitar os esforços

do próprio bebê para eliminar fluidos e muco (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

De acordo com Ziegel e Cranley (1985, p. 389), “a aspiração deve ser feita

com delicadeza para prevenir lesão das membranas mucosas e tudo deve ser breve,

recomenda-se menos de um minuto”. Se a aspiração for demorada, a criança pode

apresentar espasmo laríngeo durante a estimulação de sua faringe, provocando

“também bradicardia e arritmias cardíacas graves, complicações essas que podem

resultar do estímulo vagal e da falta de oxigênio suficiente”.

Às vezes faz-se também aspiração do conteúdo gástrico, porém essa em

geral é adiada até se instalar a respiração de forma efetiva. A aspiração gástrica

precoce também pode causar bradicardia e arritmia cardíaca (ZIEGEL e CRANLEY,

1985).

A avaliação do RN deve começar no momento do nascimento. Deve ser

observado criteriosamente com relação ao momento do seu primeiro suspiro, seu

primeiro choro e o início de uma respiração mantida, realizando um registro

completo desses eventos. A enfermeira em geral tem a responsabilidade de realizar

24

essas observações. Muitos bebês não dão o primeiro suspiro e começam a chorar

dentro de segundos após o nascimento.

A maioria dos hospitais utiliza um sistema de classificação elaborado pela

Dra. Virgínia Apgar em 1952, para fazer uma avaliação clínica das condições do

bebê com um minuto após o nascimento, e novamente com 5 minutos.

Segundo Ziegel e Cranley (1985), Barros (2006), o método de Índices de

Apgar cinco sinais vitais são averiguados, frequência cardíaca, esforço respiratório,

tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor, são observados com exatamente um

minuto após a completa expulsão do bebê, independentemente da expulsão da

placenta e quinto minuto de vida. Cada sinal é avaliado de acordo com o grau em

que está presente e classificado com escore variando de zero a dois . Os cinco

índices, cada qual atribuído a cada um dos cinco sinais, são somados para fazer um

índice total, podendo variar de 0 a 10.

Um bebê em condições adequadas pode receber um índice máximo de 10, e

um em condições precárias pode receber um índice total baixo, podendo chegar até

0 (zero).

Nem todos os sinais possuem a mesma importância e são inter-relacionados.

A cor constitui o sinal menos importante o primeiro sinal a mudar, e o batimento

cardíaco é o mais importante e o último a desaparecer. Quando todos os sinais

estão ausentes, desaparecem na seguinte ordem: cor, respiração, tônus muscular,

irritabilidade reflexa, batimento cardíaco (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

A atribuição do índice é feita pelos profissionais que se encontram na sala de

parto que observa o bebê durante o primeiro minuto após o nascimento. Essa

classificação não interfere com os outros cuidados e pode ser feita enquanto o bebê

estiver recebendo outras atenções necessárias.

Verificou-se que a classificação é mais fácil quando se toma uma decisão

rápida, nos primeiros 60 segundos após o nascimento do bebê. Por causa disso é

importante registrar o momento exato do nascimento num relógio com ponteiro de

segundos. O profissional que faz a classificação poderá achar útil realizar uma

inspeção rápida do aspecto geral da criança e decidir em que ordem observar os

sinais. Se o bebê chorou imediatamente após nascer, o observador poderá querer

verificar primeiro a respiração e a cor. Se parece ligeiramente deprimido e os

movimentos respiratórios estão ausentes nessa ocasião, os três últimos sinais a

desaparecer, tônus muscular, irritabilidade reflexa e batimento cardíaco, podem ser

verificados.

25

O esforço respiratório é o segundo sinal mais importante. O bebê vigoroso

terá movimentos respiratórios bem estabelecidos dentro do primeiro minuto. Em

geral chora com força ao nascer e mantém uma respiração efetiva. O bebê cuja

respiração é superficial, lenta e irregular e cujo choro é fraco deve ser considerado

como tendo alguma dificuldade. A apnéia exige tratamento imediato.

O tônus muscular é classificado de acordo com a quantidade de flexão das

extremidades e com sua resistência à extensão. Um bebê a termo com excelente

tônus muscular mantém os braços e as pernas flexionados, resiste aos esforços

feitos para coloca-los em extensão e apresenta um bom movimento de todas as

extremidades. Se o tônus muscular é moderado, o RN parece sonolento, não é ativo

e não mantém flexionadas as extremidades. Um tônus muscular precário indica que

o bebê possui um pH sanguíneo e tecidual baixo e que está asfixiado. Um bebê sem

tônus se apresenta desfalecido e insensível (ZIEGEL e CRANLEY, 1985 e

BARROS, 2006).

Com frequência o sinal de irritabilidade reflexa é testado com uma palmadinha

na sola do pé do bebê. O bebê vigoroso responde a esse estímulo com um grito ou

choro intenso. Se sua irritabilidade reflexa não é adequada, ele esboçará apenas

uma careta e se estiver muito deprimido não responderá. A falta de resposta indica

que o sistema nervoso está deprimido.

A cor é o sinal menos importante. A maioria dos RN, mesmo quando são

vigorosos, não ficam completamente rosados no primeiro minuto. Todos os bebês

apresentam alguma cianose ao nascer e em geral transcorrem de uma a três

minutos, até mesmo no bebê sadio, antes de o corpo todo ficar rosado. Assim

sendo, bebês vigorosos que recebem índice 2 para todos os outros sinais poderão

ter um índice 1 para a cor, pois suas extremidades ainda podem estar azuladas um

minuto após o nascimento. Por causa disso, até mesmo o bebê em excelentes

condições costuma ter um índice inferior a 10 (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

O RN pode ser colocado em um dos três grandes grupos clínicos, de acordo

com o índice de Apgar que recebe. Bebês vigorosos recebem índices de 7 a 10.

Esses bebês costumam chorar dentro de poucos segundos após o nascimento. Em

geral não precisam de tratamento. Os bebês do grupo deprimido recebem índices 4,

5 ou 6 e podem exigir algumas medidas de reanimação para aprimorar sua

condição. Apresentam uma boa frequência cardíaca e irritabilidade reflexa, porém

não fazem um esforço respiratório satisfatório, sua cor é cianótica e seu tônus

muscular poderá não ser bom. Os bebês enquadrados no grupo intensamente

26

deprimido recebem índices de 0 a 3, necessitam de reanimação imediata (ZIEGEL e

CRANLEY, 1985; TAMEZ e SILVA, 2006).

PARÂMETROS DO BOLETIM DE APGAR

PARÂMETROS VALOR 0 VALOR 1 VALOR 2

Frequência cardíaca Ausente < 100 > 100

Esforço respiratório Ausente Irregular Choro forte

Tônus muscular Flacidez Alguma flexão Flexão/movimentos

ativos

Irritabilidade reflexa Ausente Algum movimento

/ careta

Hiperatividade/choro

/Tosse ou espirro

Cor Cianose/palidez Cianose de

extremidades

Róseo

Fonte: Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. BARROS, Sonia Maria Oliveira deTabela de notas segundo informação da Dra. Virgínia Apgar.

Em relação ao RN que nasce com importante depressão respiratória,

geralmente causada por asfixia antes do nascimento, necessitam de reanimação

imediata, sem esperar pela determinação da nota do índice de Apgar de um minuto

de vida.

Em situações em que o bebê está respirando, porém sem regularidade, a

aspiração da boca e da orofaringe e a administração de oxigênio poderão constituir

um tratamento suficiente para melhorar sua função respiratória. Às vezes a

estimulação sensorial como fricção nas costas do RN, palmada na sola dos pés do

bebê, ou dando-se várias vezes piparotes de com um dedo contra seus calcanhares,

podem estimular a respiração (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Se essas medidas citadas não produzem um efeito ventilatório satisfatório,

tornam-se necessárias a aspiração e a ventilação com pressão positiva com bolsa e

máscara ou intubação traqueal, assim como administração de oxigênio.

Para a reanimação do RN é muito importante à equipe estar preparada para o

atendimento. Deve-se dispor o tempo todo de pessoal e equipamento para o

processo, para que o RN possa receber ajuda imediatamente, mesmo quando não

se esperava nenhuma intercorrência.

Como primeira medida, o oxigênio administrado com uma máscara mantida

perto da face do bebê aumentará a concentração de oxigênio que ele inspira durante

27

as primeiras incursões respiratórias. Uma concentração de oxigênio no cérebro pode

fazer melhorar os movimentos respiratórios. Caso o RN não apresentar melhora

respiratória dentro de um ou dois minutos, ou se a inicia uma bradicardia, dentro de

15 a 30 segundos, em geral inicia-se outro tratamento para prevenir a progressão da

asfixia (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Observações subsequentes devem ser realizadas no RN conforme

classificação Apgar em todos os bebês cinco minutos após o nascimento sendo que

no bebê que exige reanimação essa avaliação é absolutamente essencial. Se seu

índice de Apgar não chegou a somatória 8 pontos em cinco minutos após o

nascimento, deverá ser feita uma nova avaliação aos 10 minutos, e talvez mais

frequentemente.

Também para um RN que recebeu um índice Apgar alto com um minuto de

idade deverá ser feita uma segunda avaliação aos cinco minutos. Um bebê com

índice alto a um minuto não costuma cair para outro mais baixo, porém também

requer uma observação criteriosa, pois sua condição pode mudar rapidamente,

especialmente se possui alguma substancia que produz obstrução na traqueia, ou

se está sob a influência de medicamentos maternos.

A respeito do registro Ziegel e Cranley (1985, p. 397) esclarece:

“a importância de realizar um registro preciso da hora de cada índice Apgar atribuído a um bebê. A avaliação feita em momentos específicos garante uma observação regular do bebê durante o período inicial de sua vida e faz aumentar a probabilidade de identificar um bebê em perigo. Todos os outros comportamentos do bebê devem ser observados atentamente e registrados”.

Dentre as anotações importantes devemos estar atentos para o esforço

respiratório, movimento do tórax, frequência respiratória, frequência cardíaca e cor

representam observações valiosas e determinantes para a assistência ao RN. Uma

observação continua e atenta no berçário é obrigatória para qualquer bebê que

necessitou de reanimação ou que ficou exposto ao frio (ZIEGEL e CRANLEY,

1985).

3.4 Anormalidades e patologias respiratórias do Recém-nascido

Apesar de a sobrevida ter melhorado nos últimos anos, principalmente nos

centros terciários, a prematuridade é a principal causa de morbidade e mortalidade

28

neonatal, sendo responsável por 75% das mortes neonatais, ao passo que a

morbidade está diretamente relacionada aos distúrbios respiratórios e às

complicações infecciosas e neurológicas (RADES, 2004).

O mesmo autor observou que a Síndrome de Desconforto Respiratório (SDR)

esteve associada à causa do parto, mas a Idade Gestacional (IG) também

influenciou sua incidência. Nos prematuros com IG inferior a 30 semanas, chamou à

atenção que todos os RN do grupo da hipertensão evoluíram com SDR. No grupo

com IG entre 30 e 33 semanas, as maiores taxas de SDR estiveram presentes nos

grupos ao redor de 40%.

O desconforto respiratório representado pela membrana hialina e a taquipnéia

transitória é a patologia que mais frequentemente acomete os RN, especialmente

quando a gestação é interrompida prematuramente, com idade gestacional inferior a

37 semanas (COSTA et al, 1994).

O RN apresenta alguns sons característicos que evidenciam as patologias

respiratórias. A ausculta do tórax ajudará a avaliar o fluxo aéreo nos pulmões e

detectar uma obstrução das vias aéreas. Devem-se auscultar os sons respiratórios

em ambos os lados do tórax e de um modo sistemático. Os sons respiratórios são

facilmente distorcidos em uma criança. Os estertores são sons crepitantes

produzidos nos bronquíolos terminais e alvéolos quando o ar atravessa o líquido

nessas regiões. Os roncos podem desaparecer por aspiração endotraqueal (ZIEGEL

e CRANLEY, 1985).

Outra anormalidade respiratória é retração torácica é um sinal importante que

indica aumento do esforço respiratório. Quando a expansão pulmonar encontra

resistência devido à obstrução das vias aéreas superiores, torna-se necessário o

empreendimento de um esforço acima do normal. O esforço respiratório exige uma

elevação da pressão negativa intratorácica. A flexibilidade da caixa torácica do RN

tende a puxar suas partes moles, espaços intercostais, das áreas supra e infra-

esternal, para dentro durante as inspiração, causando à inserção do diafragma

(ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Para estes autores e o Ministério da Saúde (1994) a retração torácica, pode

variar de leve a acentuado afundamento dos espaços intercostais e/ou retração do

apêndice xifoide a cada inspiração. Quando grave, o bebê pode apresentar

respiração tipo gangorra, onde o abdome se eleva e o tórax se deprime na

inspiração, o abdome se escava e o tórax se expande na expiração.

29

A retração torácica continua agrava ainda mais o quadro clínico do RN. O

aumento do esforço respiratório e a pressão negativa obrigam a um consumo

excessivo de energia e assim a um maior consumo de oxigênio. O aumento do grau

de retração, entretanto, diminui a ventilação pulmonar eficaz e assim reduz a troca

gasosa. A exaustão decorrente do esforço respiratório e consumo inadequado de

oxigênio para os órgãos vitais podendo ocorrer lesões irreversíveis ou levar à morte

(TAMEZ e SILVA, 2006).

Segundo Ziegel e Cranley (1985, p. 608) esclarece que “uma descrição

minuciosa dos movimentos torácicos, como e onde o tórax se retrai, deve ser

cuidadosamente anotada. Existe uma boa correlação entre o grau de retração e a

gravidade da angústia respiratória”.

Quando a respiração do recém-nascido é difícil, pode ser visto um esforço

mentoniano (esforço do queixo) durante a inspiração. Com um grau moderado de

angústia respiratória, o queixo desce, porém os lábios se mantêm fechados. Quando

o esforço é grave, a boca permanece entreabre à medida que o queixo desce

durante as inspirações (TAMEZ e SILVA,2006).

Segundo Ziegel e Cranley (1985) e Tamez e Silva (2006) o batimento das

aletas nasais na angústia respiratória o durante a inspiração funciona como um

reflexo do bebê numa tentativa de ampliar a passagem de ar pelas narinas. Com

frequência esses batimentos se alteram com um gemido expiratório. Embora esse

movimento das asas do nariz não auxilie a respiração, constituem sinal de

dificuldade respiratória.

O gemido expiratório constitui anormalidade e evidência de dificuldade

respiratória grave, especialmente quando audível. Com frequência, o gemido

respiratório é o primeiro sinal de dificuldade respiratória notada pelo enfermeiro. O

gemido é um reflexo utilizado pelo bebê como mecanismo protetor para prolongar a

fase final da expiração e melhorar a oxigenação pulmonar (ZIEGEL e CRANLEY,

1985).

Na tentativa de melhorar a oxigenação, o recém-nascido aproxima as cordas

vocais e provoca certa resistência expiratória atrás da glote parcialmente ocluída.

Portanto o gemido constitui uma modificação da manobra Valsalva, onde existe um

aumento da pressão intra-pleural durante a expiração, decorrente do fechamento da

glote e da contração dos músculos abdominais (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

Algumas vezes o RN pode apresentar na dificuldade respiratória prolongada

uma elevação visível da musculatura abdominal e de outros músculos acessórios da

30

respiração. Além desses sinais, o bebê pode se mostrar inquieto ou indiferente e

apático (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1994).

De acordo com Ziegel; Cranley (1985), e Ministério da Saúde (1994), a

cianose não apresenta um sinal objetivo do grau de insuficiência pulmonar. A

cianose das mãos, pés e perioral podem estar presentes no RN ao nascimento,

normalmente uma a duas horas após o parto, deve mostrar-se róseo. O RN

apresenta cianose quando tiver uma saturação de 75 a 85%, correspondente a uma

PaO2 entre 32 e 52 mmHg. A cianose pode ser central, hipoxemia, ou periférica, má

perfusão das extremidades. A cianose periférica é habitual nas primeiras horas de

vida, sobretudo em prematuros, e é frequentemente associada à hipotermia. A

cianose generalizada pode ou não acompanhar a dificuldade respiratória. Quando

presente, a enfermeira deve anotar as características como generalizada ou

localizada e se aumenta com a atividade do choro. Uma coloração pálida ou

acinzentada é indício de distúrbio grave respiratório.

a cor da pele e das mucosas não indica o nível de PO2 arterial. Quando se instala a cianose franca, a hipoxemia já está muito adiantada. Não é observada até que a Pressão Parcial de oxigênio (PO2) esteja tão baixa quando 42 mmHg ou menos (ZIEGEL e CRANLEY, 1985. P. 610).

O Ministério da Saúde (1994) descreve que a apnéia também é um sinal a ser

observado no RN com dificuldade respiratória. Pode ter origem central ou periférica.

A apnéia é usualmente definida como uma parada de 20 segundos ou mais na

respiração, sendo associada a sintomas tais como bradicardia, cianose, hipotonia e

acidose metabólica. Algumas crianças, sobretudo prematuros de muito baixo peso,

podem já apresentar estes sintomas com paradas respiratórias bem mais curtas. E,

dentre as patologias mais comuns encontradas no RN com dificuldades respiratórias

destacam-se: taquipnéia transitória, doença membrana hialina, aspiração de

mecônio e líquido amniótico, pneumomediastino, pneumonia, pneumotórax.

Síndrome de angústia respiratória idiopática (SARI) ou doença da membrana

hialina (DMH) é a causa mais importante de dificuldade respiratória no recém-

nascido, ocorrendo principalmente em prematuros. Trata-se de enfermidade

disseminada e a causa importante de morte no grupo dos recém-nascidos. O RN

prematuro está mais propenso a desenvolver a MDH, porém quanto mais imaturo o

bebê maior a incidência e a gravidade da patologia.

A doença da membra hialina surge em RNs que possuem deficiência no

surfactante que recobre os alvéolos. O resultado dessa deficiência é a aeração

31

precária, provocando um colabamento dos alvéolos no final de cada expiração,

retendo pouco ou nenhum ar residual, e o bebê apresenta atelectasia generalizada.

A dificuldade respiratória tende a acentuar-se, pois como o colapso de vários

alvéolos reduz a quantidade de tecido pulmonar capaz de expansão agravando o

quadro. O bebê precisa despender grande esforço a cada respiração para tentar

expandir os alvéolos colabados, e quando estes não conseguem ser abertos haverá

ventilação somente de uma pequena porção dos pulmões (TAMEZ e SILVA, 2006).

Na taquipnéia transitória do recém-nascido (TTRN), o bebê a termo ou pré-

termo apresenta inexplicavelmente uma frequência persistente elevada, cerca de

100 ou mais incursões respiratórias por minuto. A cianose não é comum, não se

percebe gemido respiratório e a retração intercostal, é, em geral, mínima. Sugere-se

que essa taquipnéia transitória resulte da absorção lenta do líquido pulmonar. A

complacência do pulmão diminuirá face ao excesso de líquido e as respirações

superficiais reduzirão o trabalho respiratório. A aspiração de líquido amniótico ou

muco também foi considerado como fator causal (TAMEZ e SILVA, 2006).

É necessária a monitorização criteriosa da frequência respiratória e cardíaca.

A alimentação por via oral pode precisar ser postergada até a melhora da taquipnéia

a fim de evitar a aspiração.

Para estes autores a aspiração de líquido amniótico contendo mecônio é fator

desencadeante de sofrimento respiratório. Após a aspiração de mecônio ocorre

obstrução das pequenas passagens aéreas, surgindo áreas de atelectasia devido à

obstrução e outras áreas de consolidação, e o bebê tornam-se susceptível à

infecção pulmonar secundária.

Segundo Tamez e Silva (2006) aspiração de mecônio pode ocorrer em

qualquer condição onde a hipóxia faça com que o feto elimine mecônio in útero. O

bebê sofrendo de hipóxia está em risco de aspiração intra-uterina, ou na ocasião do

parto. Os fatores associados à eliminação de mecônio pode ser o retardo no

desenvolvimento fetal e a pós-maternidade, condições onde a hipóxia intra-uterina e

a eliminação do mecônio podem ocorrer devido à insuficiência da função placentária.

O bebê cujo líquido amniótico apresenta-se tinto de mecônio e cuja pele está

também recoberta por esse material precisa ser minuciosamente observado quanto

ao aparecimento dos sinais de angústia respiratória. Os pulmões pode se mostrar

limpos 24 a 48 horas após a aspiração, porém a aspiração pode ter sido

suficientemente grave para causar enfermidade, e necessitar de assistência em

longo prazo e, que com frequência, causa a morte (ZIEGEL e CRANLEY, 1985).

32

O pneumotórax é o resultado da hiperdistensão dos alvéolos e porção distal

dos pulmões, levando a uma ventilação desigual e como consequência a ruptura

dos alvéolos. Pode ser definido como a presença de ar no espaço pleural entre a

pleura parietal e visceral. O ar sai dos alvéolos e segue pela árvore

traqueobrônquica e toma diferentes caminhos, seguindo para o espaço pleural

visceral e parietal, iniciando assim a patologia (TAMEZ e SILVA, 2006).

O pneumotórax pode ocorrer em todas as faixas etárias e na criança é mais

frequente no período neonatal. O quadro clínico depende da intensidade do

pneumotórax e pode variar desde pequenas alterações na ausculta pulmonar até o

quadro dramático de pneumotórax hipertensivo que pode levar ao óbito.

O RN com pneumotórax pode ser assintomático ou apresentar, irritabilidade,

agitação, letargia, taquipnéia e taquicardia, dispnéia, uso da musculatura acessória

na respiração, gemido expiratório e batimento das aletas nasais. O tratamento pode

ser conservador ou cirúrgico. Em casos cirúrgicos a toracocentese de emergência é

o procedimento de escolha (TAMEZ e SILVA, 2006).

Em relação à patologia respiratória pneumomediastino habitualmente não

causa problemas fisiológicos apreciáveis. O diagnostico é feito com radiografia de

tórax onde poderá aparecer um halo paracardíaco e a presença de ar em volta do

timo. Essa patologia é afecção em que raramente se torna necessário qualquer

intervenção cirúrgica, por ser autolimitada e desaparecer espontaneamente, com a

cura do processo pulmonar (TAMEZ e SILVA, 2006).

A pneumonia é uma infecção do trato respiratório inferior. Constituem uma

das principais causas de morte no RN prematuro. Alguns fatores podem interferir na

incidência e na evolução da doença, prematuridade, desordens anatômicas e

metabólicas. No início da doença o RN pode apresentar de forma gradual,

irritabilidade, congestão nasal, letargia, vômitos, tosse e febre. Episódios de

taquipnéia, gemência, batimento das aletas nasais, retrações da parede torácica,

cianose acompanhados de tosse podem estar presentes (TAMEZ e SILVA, 2006).

3.5 Sistematização da Assistência de Enfermagem

A essência da enfermagem é cuidar, e a Sistematização da Assistência de

Enfermagem (SAE) é a metodologia usada para planejar, executar e avaliar o

33

cuidado, tratando-se de ferramenta fundamental do trabalho do enfermeiro

(CHAVES, 2009).

A Lei do Exercício Profissional nº 7.498, de 25 de junho de 1986, aponta que

o enfermeiro deve prestar cuidados de maior complexidade técnica e que exijam

conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas,

assim como realizar a prescrição da assistência. Isto evidencia a importância da

SAE - Sistematização da Assistência de Enfermagem em unidades maternas e

perinatais, uma vez que é instrumento de tomada de decisão clínica.

Desde Florence Nightingale, a necessidade do conhecimento na tomada de

decisões é reconhecida. Com o seu trabalho baseado em cálculos de

morbimortalidade possibilitaram a ela decidir pela melhor forma de se prestar

assistência, que refletiram significativamente na melhoria da qualidade do cuidado.

Planejar as ações, determinar e gerenciar o cuidado, registrar tudo que foi planejado

e realizado, avaliar essa aplicabilidade, permitindo gerar conhecimento a partir da

prática, realizando assim o processo de enfermagem Friedlander (apud PASSOS e

VOLPATO, 2009).

O problema crucial tem sido a expectativa dos enfermeiros no movimento de

busca na construção e incorporação de teorias na prática profissional. A teoria de

enfermagem é um instrumento de trabalho e, como tal, se articula com práxis, de

modo a tornar mais próximo possível com a realidade assistencial. Indicam o modo

de conceber enfermagem, saúde doença, sociedade e ser humano, conjunto de

conceitos adotados e explorados como centrais para a profissão, seus paradigmas,

os quais são referenciais para o desenvolvimento da prática profissional. À medida

que a compreensão da realidade se torna mais explícita com a definição de

determinados conceitos, as teorias transformam-se em instrumentos do processo de

trabalho dos enfermeiros que os capacitam a intervir sobre a realidade e alcançar

sua finalidade (LEOPARDI, 1999).

No processo de enfermagem a assistência é planejada para o individuo e não

para a doença, alcançando as necessidades especificas do cuidado ao cliente. As

ações de enfermagem são registradas de maneira objetiva e clara de forma que

todas as pessoas envolvidas no tratamento do paciente possam ter acesso ao plano

de assistência (PASSOS e VOLPATO, 2009).

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma atividade

inerente ao enfermeiro que por meio de método cientifico, realiza a identificação das

ações de Assistência de Enfermagem, que possam contribuir para as formas de

34

promoção, prevenção e recuperação em saúde do individuo, família e comunidade

(PASSOS e VOLPATO, 2009).

O pensamento crítico é uma habilidade desejável nos enfermeiros que se

deparam cada vez mais com o avanço tecnológico, com complexas questões éticas

e legais e assistência a pacientes cada vez mais graves, que exige do mesmo

habilidades de interpretação, análise e avaliação (CHAVES, 2009).

Várias são as nomenclaturas utilizadas para denominar a metodologia da

assistência de enfermagem, sendo que todas elas levam ao uma assistência

metodológica científica que conduz à Sistematização da Assistência de Enfermagem

(CHAVES, 2009).

Nessa linha de pensamento ALFARO-LEFREVE (apud CHAVES, 2009) o

processo de enfermagem é um método sistemático e dinâmico de prestação de

cuidado humanizados e orientado para a manutenção dos melhores resultados.

O processo de enfermagem utiliza o método científico na resolução de

problemas de enfermagem de forma lógica (CARRARO, 2001).

O desenvolvimento do julgamento clínico na enfermagem é um método

científico, quando desenvolvida de forma adequada auxiliam na averiguação se um

conjunto de fatos corresponde à realidade. As etapas do método científico são inter-

relacionadas e abrange cinco fases: investigação, diagnóstico, planejamento,

implementação e avaliação (CHAVES, 2009).

As 05 etapas do processo de enfermagem são entendidas como inter-

relacionadas, interdependentes e recorrentes: Primeira etapa – Investigação (coleta

de dados e ou histórico de enfermagem), coleta contínua, planejada e sistemática de

informações de um indivíduo, família ou comunidade. Realizado com o auxílio de

métodos e técnicas variadas para monitorar evidências de problemas de saúde e

fatores de risco que possam contribuir para os problemas de saúde. Os dados

subjetivos são coletados através das informações repassadas pelo cliente e ou

família, enquanto que os dados objetivos são os que podem ser observados em

outras fontes, como exames laboratoriais, ambos as fontes compõe um perfil do

cliente. Permite termos uma noção sobre o estado geral de saúde e uma idéia geral

dos seus aspectos físico, psicológico, sociocultural, espiritual, cognitivo e relativo ao

nível e do seu estilo de vida (NANDA, 2010 e COFEN, 2009).

Segunda etapa – Diagnóstico de enfermagem é um processo de interpretação

e agrupamento de dados coletados, que culmina com a tomada de decisão sobre os

conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as

35

respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do

processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou

intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados (CHAVES,

2009 e COFEN, 2009).

É um julgamento clínico sobre a resposta de um indivíduo, família ou

comunidade a problemas de saúde reais ou potenciais, diagnósticos precisos e

válidos determinam os resultados sensíveis da assistência de enfermagem (NANDA,

2010).

Duas proposições formam a base para o desenvolvimento de competências

diagnósticas de enfermagem de acordo com Nanda (2010, p. 31) “diagnóstico na

enfermagem exige competências nos domínios intelectual, interpessoal e técnico” e

segundo a mesma autora “o diagnóstico em enfermagem requer o desenvolvimento

de elementos pessoais fortes de tolerância à ambiguidade e uso da prática da

reflexão”.

As competências intelectuais é um aspecto invisível da enfermagem muito

importante para que alguém se torne diagnosticador. As habilidades intelectuais

incluem conhecimento de diagnósticos de enfermagem e processos mentais para

uso dos conhecimentos. O enfermeiro deve saber dos diagnósticos para saber das

intervenções para o tratamento dos diagnósticos e dos processos diagnósticos

empregados para a interpretação dos dados do paciente (NANDA, 2010).

Os enfermeiros precisam pressupor que não conhecem seus pacientes e a

melhor maneira de fazê-los e através da escuta. Sem realizar uma escuta efetiva

não conseguirão exatidão diagnóstica (NANDA, 2010).

Outra competência fundamental ao enfermeiro é a habilidade técnica de

realizar um levantamento dos dados de enfermagem fidedignos, fundamental para

os diagnósticos do uso de enfermagem (NANDA, 2010).

Terceira etapa - Planejamento de Enfermagem: etapa para se determinar

prioridades imediatas, estabelecer resultados esperados, das ações ou intervenções

de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou

coletividade humana em um momento do processo saúde e doença, identificadas

na etapa de Diagnóstico de Enfermagem, determinando as intervenções e a

individualização do plano de cuidados (CHAVES, 2009 e COFEN, 2009).

Essas ações são documentadas como plano de cuidados. Esse processo

depende das informações obtidas pelo cliente ou familiar, com o intuito de estimular

o cliente a assumir a responsabilidade por sua própria assistência e possibilitar a

36

obtenção dos resultados e objetivos planejados, um plano de cuidados eficaz

demonstra a assistência individualizada ao cliente (COFEN, 2009 e NANDA, 2010).

Para assegurar que as ações do enfermeiro sejam enfocadas

adequadamente é determinado às prioridades e metas da assistência ao cliente,

direcionando o tratamento para a alta, uma atividade complexa e dinâmica (COFEN,

2009 e NANDA, 2010).

As intervenções de enfermagem são ações de cuidado ou prescrições de

comportamentos, tratamentos, atividades que ajudam o cliente a alcançar os

resultados mensuráveis baseadas nos diagnósticos de enfermagem do cliente.

Para NANDA (2010, p.03):

documentação da etapa de planejamento em um plano de cuidados escrito ou informatizado assegura a continuidade da assistência, facilita a comunicação, ajuda a determinar as necessidades dos enfermeiros de um setor ou de uma unidade, documenta o processo de enfermagem, funciona como instrumento de ensino e facilita a prestação da assistência interdisciplinar.

Quarta etapa – Implementação: colocar o planejamento de enfermagem em

ação e verificar as intervenções iniciais está de acordo com o planejado. O

enfermeiro precisa entender porque esta realizando determinadas intervenções bem

como prever suas consequências. Além disso, ele precisa se certificar de que as

intervenções são compatíveis com o plano de cuidados estabelecido. As

intervenções devem ser executadas de forma apropriada e segura, avaliadas quanto

à eficácia e eficiência e documentadas oportunamente, para que todos o

profissionais de saúde possam ter acesso as informações e ações (CHAVES, 2009;

COFEN, 2009 e NANDA, 2010).

Quinta etapa – Avaliação de Enfermagem: verifica-se o alcance dos

resultados esperados e define-se a tomada de decisão quanto às alterações que

necessitam ser feitas para determinadas intervenções de enfermagem alcancem o

resultado esperado, e da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do

processo (NANDA, 2010; TANNURE e GONÇALVES, 2008).

Consiste em acompanhar o progresso do cliente, objetivando atingir os

resultados esperados através do acompanhamento e monitorização criteriosa de

suas respostas, bem como da acurácia da prescrição de enfermagem, que poderá

ser modificada conforme a necessidade. O enfermeiro precisa saber identificar a

necessidade de reordenar as prioridades da prescrição com o objetivo de adaptar-se

37

às novas demandas de assistência (NANDA, 2010; TANNURE e GONÇALVES,

2008).

Quando um cliente é admitido no sistema de assistência à saúde, as etapas

do processo são colocadas em prática. Embora essas etapas estejam descritas

como atividades individualizadas, o processo de enfermagem é um método interativo

de praticar enfermagem, no qual os componentes são reunidos em um ciclo

contínuo de pensamento e ação (NANDA, 2010; TANNURE e GONÇALVES, 2008).

De acordo com COFEN (2009, p. 02):

o Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados.

Em relação aos aspetos legais da aplicabilidade da SAE a Resolução do

COFEN nº 358/2009 (2009, p. 01):dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências.

Além disso, COFEN (2009) cita no Artigo 2º que a implementação da

Sistematização da Assistência de Enfermagem, deve ocorrer em toda instituição da

saúde, pública e privada; Artigo 3º a Sistematização da Assistência de Enfermagem,

deverá ser registrada no prontuário do paciente.

Ainda, faz-se necessário ressaltar que tais exigências levaram os enfermeiros

a buscarem formas de documentar o processo de enfermagem no prontuário do

paciente adaptando, simplificando ou excluindo etapas, que contradizem os

aspectos que ressaltam um cuidado humanizado e individualizado compõem a

equipe de enfermagem. Outras dificuldades têm permeado a implantação e

implementação da SAE nas instituições de saúde como políticas institucionais; onde

muitas vezes o objetivo do serviço pode estar voltado ao cumprimento de metas e

não para a assistência de enfermagem propriamente dita; percebe- se também uma

deficiência na formação do enfermeiro e dificuldades de articular a teoria à prática

(ROSSI e CASAGRANDE, 2008).

Nesta linha de pensamento, Boaventura (apud CHAVES, 2009) escreve que

as dificuldades de implementação da SAE podem estar relacionadas à falta de

tempo do enfermeiro, à sobrecarga de trabalho e ao número insuficiente de

38

profissionais nas instituições de saúde. Estudo realizado com 85 alunos de um curso

de graduação em enfermagem demonstrou que, quando questionadas sobre a

possibilidade da aplicação da SAE em todas as suas etapas, 13% dos alunos

relataram que a falta de tempo e de preparo dos profissionais é um impedimento

para a sua utilização.

Ainda, faz-se necessário ressaltar que todos os profissionais que atuam na

equipe de enfermagem e participam da assistência por meio de suas competências

que são específicas e, dessa forma, respeitando-se os aspectos legais, devem ser

envolvidos no processo (CARRARO, 2001).

A definição de um instrumento de coleta de dados é determinada pela própria

instituição no local de sua utilização pelas peculiaridades e particularidades de cada

unidade a ser implementado.

No preenchimento do histórico de enfermagem, um roteiro que direcione

como fazê-lo pode ser útil para o esclarecimento dos dados a serem investigados,

faz-se necessário que a sua obtenção seja feita com instrumento isento de erros,

permitindo uma fidedignidade de informações e diagnostico preciso. Afim de que

todas as questões a serem investigadas sejam exploradas, os dados coletados

definirão a identificação dos problemas de enfermagem e as conclusões sobre os

diagnósticos de enfermagem.

O registro dos dados de enfermagem deve ser claro, completo e conciso, para

tanto, o enfermeiro deve estar ciente de que são de sua inteira responsabilidade a

observação e o registro adequado dos dados. Falhas na documentação acarretarão

informações incompletas e erros nas ações de enfermagem (POTTER e PERRY,

2005).

O exame físico realizado pelo enfermeiro compreende na aplicação das

técnicas propedêuticas de inspeção, palpação, percussão e ausculta, além da

mensuração dos sinais vitais, perímetros, estatura e peso, com o objetivo de

identificar sinais normais e anormais nos sistemas biológico (CHAVES, 2009).

Atualmente, organizações de enfermagem têm reforçado a necessidade de

um padrão de terminologia em enfermagem para descrever, comparar, organizar e

partilhar os cuidados de enfermagem.

Na década de 70 surge, nos Estados Unidos da América, a primeira

classificação, que se demonstrou relevante para a prática de enfermagem, como o

movimento de classificação dos diagnósticos de enfermagem, que se deu a partir da

iniciativa do Grupo Norte-Americano de Classificação de Diagnósticos de

39

Enfermagem (North American Nursing Diagnoses Association – NANDA), e, a partir

de 2002, denominada de NANDAI.

De acordo com Chaves (2009, p. 65):o sistema de classificação de Intervenções de Enfermagem (Nursing Interventions Classification – NIC) começou a ser desenvolvido em 1987 e continua em construção. A NIC é uma linguagem padronizada e abrangente dos tratamentos realizados pela enfermagem. Atualmente, a NIC apresenta 514 intervenções de enfermagem, que garantem um cuidado individualizado quando se seleciona aquela que é adequada para cada indivíduo, família ou comunidade. Cada uma das intervenções representa um tratamento, baseado na avaliação clínica, que uma enfermeira realiza para obter os melhores resultados.

O sistema de classificação de resultados de enfermagem (Nursing Outcomes

Classification – NOC) também vem sendo desenvolvido desde 1991, por um grupo

de pesquisadores também pertencentes ao grupo da NIC. A NOC é uma

classificação padronizada de resultados do indivíduo família ou comunidade,

influenciados e determinadas pela execução de intervenções de enfermagem. A

NOC apresenta 330 resultados e cada um deles é composto por um conjunto de

indicadores que descrevem estados relacionados ao resultado específico da

assistência dispensada (CHAVES, 2009).

A Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (CIPE®) é uma

classificação dos fenômenos de enfermagem, ações e resultados, é um instrumento

de informação que descreve a prática de enfermagem. A CIPE® oferece uma

terminologia única para a prática de enfermagem, com vocabulários e classificações

que podem ser cruzadas e mapeadas para possibilitar a comparação de dados de

enfermagem, facilitando a comunicação entre os enfermeiros e outros profissionais

de saúde (TANNURE e GONÇALVES, 2008).

A inclusão dos diagnósticos de enfermagem da Taxonomia da NANDA junto

com a Classificação das Intervenções de Enfermagem e a Classificação dos

resultados de Enfermagem nos registros de saúde proporciona um meio abrangente

de resgate da contribuição singular da enfermagem. Em situações em que o registro

for ao formato eletrônico permite quantificar a assistência enfermagem e analisar o

custo-benefício dessa assistência. Teremos como benefícios uma comunicação

mais efetiva da equipe de atendimento de saúde, uma padronização de descrever os

conhecimentos e as habilidades essenciais à prática da enfermagem, elaboração de

dados comuns e construção de conhecimentos científicos, não mais baseados em

evidências (NANDA, 2010).

40

Segundo Bates et al apud NANDA (2010) a documentação e o registro de

enfermagem na prática atual consiste em anotações narrativas longas, e na sua

maioria em papel. Esse método apresenta muitas variações em relação à descrição

dos achados e das ações dos enfermeiros, gerando desvantagens à capacidade de

qualquer um para analisar o atendimento.

Para NANDA (2010, p. 53) “Anotações na forma narrativa são ambíguas e

contêm redundâncias e várias nuanças no texto”. O autor referencia também que

como são feitas manualmente, “com frequência são ilegíveis, mal interpretadas e,

em geral, disponibilizadas apenas a uma pessoa por vez”. O resultado disso é a

dificuldade de essas anotações serem utilizadas para avaliação diária do

atendimento dado ao paciente e analisadas para pesquisas e apoio a decisões.

3.6 Instituição Hospitalar PesquisadaSegundo GRASEL (2005) através do Estatuto diz que a Associação

Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira, é uma Associação civil, fundada em 26 de agosto

de 1997. A Associação tem sede e foro na Cidade de Chapecó, Estado de Santa

Catarina, na Rua Florianópolis, 1448-E, Bairro Esplanada.

O Hospital Regional Senador “Lenoir Vargas Ferreira” - Hospital Regional do

Oeste - HRO, administrado Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira, está

localizado no município de Chapecó à 670 Km de Florianópolis, atendendo 92

municípios da Região Oeste, 26 municípios do Paraná e Rio Grande do Sul num

total de aproximadamente 1.000.000 habitantes. Sendo que a cidade de Chapecó é

a mais representativa com 140.000 habitantes, e que pela localização geográfica

usufrui da maioria dos serviços ofertados.

O HRO constitui missão de promover gratuitamente a assistência à saúde,

dentro dos preceitos éticos e legais, visando sempre o benefício da Comunidade, em

cada caso, estabelecendo regimento apropriado de acordo com as respectivas

particularidades e natureza que permitam apoiar as políticas públicas, objetivando

prestar serviços de excelência para a melhora na qualidade de vida do cidadão,

visando à elevação do nível de saúde da população, através de atividades de fins

não econômicos; promover o desenvolvimento de programas no âmbito nacional,

estadual e municipal de interesse público voltada principalmente para os segmentos

de saúde; apoiar o desenvolvimento de programação na área de saúde voltada à

prestação de serviços essenciais à população de baixa renda e promover a

41

integração com entidades afins, buscando permanente cooperação técnica para o

alcance de objetivos comuns (GRASEL, 2005).

O Centro Obstétrico do HRO é referencia no município do oeste de SC.

Inaugurada em 1997, possui 06 leitos/boxes de internação para atendimento as

gestantes em trabalho de parto, 02 salas para atendimento perinatal, equipados com

diversos materiais permanentes e de consumo. Há apoio diagnóstico-laboratorial, de

imagem e terapêutico por 24 horas, por uma equipe interdisciplinar (obstetra,

pediatra, enfermeiro, técnico de enfermagem). Há três turnos de trabalho (07h00 às

13h00; 13h00 às 19h00; 19h00 às 07h00) e quatro equipes de enfermagem, o que

totaliza 04 enfermeiros, 09 técnicos de enfermagem, cuja carga de trabalho semanal

é de 36 horas. Sendo que os pediatras e obstetras seguem escala de plantão.

42

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo de caráter quantitativo, retrospectivo e documental,

consiste em analisar se um hospital público do Oeste de Santa Catarina, registra o

processo de enfermagem ao recém - nascido com morbidades respiratórias pautado

na Resolução do COFEN N° 358/2009 e estimar comparativamente a relação da via

de parto com as patologias respiratórias do RN registradas em prontuários

perinatais.

Para Rodrigues (2007) a pesquisa descritiva é quando fatos são observados,

registrados, analisados, classificados e interpretados, sem interferência do

pesquisador, se faz uso de técnicas padronizadas de coleta de dados (questionário

e observação sistemática). Ainda ressalta que a pesquisa quantitativa traduz em

números as opiniões e informações para serem classificadas e analisadas, utiliza-se

técnicas estatísticas.

Segundo Silva (2009) o uso de documentos em pesquisa deve ser apreciado

e valorizado. A riqueza de informações que deles podemos extrair e resgatar justifica

o seu uso em várias áreas das Ciências Humanas e Sociais porque possibilita

ampliar o entendimento de objetos cuja compreensão necessita de contextualização

histórica e sociocultural.

A pesquisa foi realizada em uma instituição hospitalar pública, de médio porte,

com abrangência regional, sendo referência no atendimento obstétrico e perinatal,

que atende pacientes principalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e

particulares no município de Chapecó, Santa Catarina, no período de janeiro a abril

de 2011.

A amostra constituiu-se de todos os recém-nascidos atendidos no setor de

obstetrícia independente a via de parto (vaginal ou abdominal) no período de janeiro

à dezembro de 2010.

A pesquisa teve como critério de inclusão todos os prontuários perinatais de

RN com morbidades respiratórias. As variáveis incluirão a incidência de desconforto

respiratório. Serão considerados como desconforto respiratório os seguintes

diagnósticos conforme Ministério da Saúde (1994), taquipnéia transitória, membrana

hialina, aspiração de mecônio e líquido amniótico, pneumomediastino, pneumonia,

sendo cada uma dessas variáveis avaliada em reação ao tipo de parto (vaginal ou

43

abdominal), idade gestacional calculada de acordo com a regra de Näegele, peso do

RN ao nascer em gramas e índice de Apgar.

As variáveis estudadas em relação ao Processo de Enfermagem nessa

unidade de atendimento perinatal, foram consideradas conforme resolução do

COFEN nº 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de

Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes,

públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. O

processo organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas (Coleta de dados de

Enfermagem ou Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem,

Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de Enfermagem).

Inicialmente foi solicitada autorização formal do Hospital Regional do Oeste

em Santa Catarina por meio do termo de consentimento livre e esclarecido para a

liberação da pesquisa (Apêndice A) e preenchimento do termo de coleta de dados

em arquivos.

A coleta dos dados foi realizada após a aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva.

Os dados coletados durante a pesquisa serão registrados em formulário

próprio (Anexo I), tabulados por meio de programas Microsoft Word e Excel, e serão

apresentados em forma de gráficos. A discussão dos resultados será pautada na

literatura revisada.

Os dados coletados são de responsabilidade dos pesquisadores, que

manterão sigilo e privacidade acerca dos nomes e números dos prontuários

pesquisados, os quais serão armazenados pelos pesquisadores por um período de

cinco anos.

A qualquer momento a Instituição do campo de pesquisa pode solicitar a

desistência da mesma, se assim o desejassem.

Os custos decorrentes da pesquisa foram absorvidos pelos pesquisadores.

O resultado da pesquisa será divulgado para a Secretaria Municipal de Saúde

de Chapecó, Hospital Regional do Oeste e da Sociedade Brasileira de Terapia

Intensiva independente do resultado.

44

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

O estudo realizado na instituição hospitalar Associação Lenoir Vargas

Ferreira, referente ao período de janeiro a dezembro de 2010, envolveu a análise de

1.657 nascimentos, através da averiguação em prontuários, aonde foram apurados

algumas características do recém- nascido patológico e da gestante.

Constatamos que no ano de 2010 a instituição pesquisada apresentou 1.926

nascimentos no período, destes, a instituição disponibilizou 1.657 prontuários, que

representaram a amostra final, sendo todos estes atendimentos oriundos do Sistema

Único de Saúde.

Conforme observa-se no gráfico n. 1, dos 1.657 nascimentos apurados em

2010, 1025 foram partos vaginais (62%), os demais 632 nascimentos (38%) foram

partos abdominais.

Gráfico 01: Via de parto ao nascimentoFonte: Os autores, 2011.

Considerando que a instituição pesquisa faz parte do programa de Hospital

Amigo da Criança e também é referencia no atendimento de gestantes de Alto Risco

para toda a região do oeste de Santa Catarina, confiamos que a instituição está

dentro das exigências estabelecidas pela portaria ministerial, onde a existe uma

cobrança para que o parto vaginal seja na totalidade de 70% dos nascimentos.

45

Considerando a complexidade do serviço obstétrico a fim de atender as mulheres

com segurança, em especial as gestantes de alto risco, acredita-se que os 38% dos

partos abdominais (cesária) estejam relacionados a esse serviço de alta

complexidade e recebe pacientes encaminhadas pelos municípios vizinhos. Por ser

uma cirurgia, a cesariana somente é indicada para os casos que tragam risco para a

mãe ou concepto. Quando realizada sem que exista uma indicação médica precisa,

aumentam os riscos de complicações e de morte para a mulher e para o recém-

nascido.

A orientação às instituições publicas e privadas é manter a taxa de partos

abdominais inferior a 40% do total de nascimentos. Sabemos que no Sistema Único

de saúde, os partos vaginais somam 74% dos nascimentos. O parto normal é o mais

seguro tanto para a mãe quanto para o bebê, de acordo com a recomendação da

Organização Mundial da Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

O gráfico n. 02 ilustra o tempo transcorrido no processo parturitivo até a

definição da via vaginal e abdominal.

Gráfico 02: Tempo de transcorrido entre o início do processo parturitivo até o nascimento.Fonte: Os autores, 2011.

Percebeu-se que a via vaginal ficou com tempo médio de 03h40min e via

abdominal ficou com tempo médio de 03h21min. Considerando a via vaginal em 350

46

nascimentos (34,1%) o tempo do processo parturitivo ficou com média de 01 hora

após o início do trabalho de parto efetivo até o nascimento, sendo que o parto mais

rápido foi de 03 minutos e o mais demorado foi de 23h45min.

O parto natural é recomendado pela Organização Mundial da Saúde, pois já

foram comprovados seus inúmeros benefícios e a diminuição dos riscos maternos e

neonatais. As atitudes dos profissionais envolvidos neste parto também são

fundamentais, e devem respeitar o tempo, limites, desejos, anseios e expectativas

de cada mulher, durante todo o acompanhamento do trabalho de parto e parto.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Não é raro que os partos abdominais sejam agendados antes da mulher

entrar em trabalho de parto, isso é justificável quando encontramos uma média de

tempo percorrido entre o processo parturitivo e a indicação de parto abdominal

inferior ao parto vaginal, sendo realizados em no máximo 03h21min após a

admissão da gestante no setor de obstetrícia.

Em relação ao gráfico n. 03, podemos observar índice de Apgar do recém-

nascido no primeiro e quinto minuto de vida independente a via de nascimento.

Constatamos uma média de Apgar com 8 pontos no primeiro minuto e no quinto

minuto 9 pontos.

Gráfico 03: Índice de ApgarFonte: Os autores, 2011

47

Quando comparamos o índice de Apgar com a via de parto (Gráfico n. 04),

percebemos que nos 1025 nascimentos via vaginal o índice ficou entre 8,25 pontos

no primeiro minuto e 9,12 pontos no quinto minuto de vida. Em se tratando da via

abdominal os recém-nascidos apresentaram no primeiro minuto 8,27 pontos e quinto

minuto 9,17 pontos. O que não difere o Apgar por via de nascimento.

Índice de Apgar x Via de Parto

8,25 8,27

9,12 9,17

7,60

7,80

8,00

8,20

8,40

8,60

8,80

9,00

9,20

9,40

1025 632

Parto Vaginal Parto abdominal

Primeiro minuto Quinto minuto

Gráfico 04: Índice de Apgar relacionado com a via de partoFonte: Os autores, 2011.

Quando comparado o índice de Apgar com a idade gestacional do grupo

pesquisado, o gráfico n. 05 expressa o Apgar por idade gestacional.

48

Índice de Apgar x Idade Gestacional

6,78

8,42

6,78

7,96

9,27

7,89

-

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

10,00

160 1488 9

Até 37 semanas de IG de 37 a 41 semanas de IG Acima de 42 semanas

Primeiro minuto Quinto minuto

Gráfico 05: Índice de Apgar relacionado com idade gestacionalFonte: Os autores, 2011.

As gestantes que deram a luz com idade gestacional inferior a 37 semanas

de gestação, totalizaram 160 pacientes (9,6%), as quais apresentaram um índice de

Apgar de 6,78 pontos no primeiro minuto e 7,96 pontos no quinto minuto de vida.

A idade gestacional de 37 a 41 semanas ficou com a melhor pontuação de

Apgar, em média 8,42 pontos no primeiro minuto e no quinto minuto de vida, 9,27

pontos. Ziegel e Cranley (1985)e Ministério da saúde (2011) reforçam estes dados

em que a pontuação maior acerca do Apgar esteja relacionado diretamente com a

idade gestacional adequada para o nascimento e a maturidade fisiológica, em

especial o sistema respiratório, fundamentais para manutenção da vida extrauterina.

O RN pode ser colocado em um dos três grandes grupos clínicos, de acordo

com o índice de Apgar que recebe. Bebês vigorosos recebem índices de 7 a

10pontos. Esses bebês costumam chorar dentro de poucos segundos após o

nascimento. Em geral não precisam de tratamento. Os bebês do grupo deprimido

recebem índices 4, 5 ou 6 e podem exigir algumas medidas de reanimação para

aprimorar sua condição. Apresentam uma boa frequência cardíaca e irritabilidade

reflexa, porém não fazem um esforço respiratório satisfatório, sua cor é cianótica e

seu tônus muscular poderá não ser bom. Os bebês enquadrados no grupo

49

intensamente deprimido recebem índices de 0 a 3, necessitam de reanimação

imediata (ZIEGEL e CRANLEY, 1985, TAMEZ e SILVA, 2006).

O estudo mostrou que quando comparado o peso de nascimento com o índice

de Apagar, gráfico n. 06, temos como resultado 31 recém- nascidos (1,8%) com

peso de 500 a 1500 gramas, apresentando uma media de pontuação no primeiro

minuto de vida 4,61 pontos e no quinto minuto de 5,65 pontos, valores considerados

inapropriados, onde terão que ser realizado medidas de reanimação para melhorar

sua condição fisiológica. A melhor pontuação de Apgar foi observado no peso de

nascimento entre 2500 a 3500 gramas, correspondendo a 1.182 nascimentos

(71,3%), no primeiro minuto 8,41 pontos e quinto minuto de vida 9,26 pontos.

Acreditamos que essa pontuação maior do índice de Apgar relacionada com o peso

de nascimento, esteja ligada com a idade gestacional adequada ao nascimento e

com melhores condições fisiológicas.

Índice de Apgar x Peso

4,61

7,45

8,41 8,39

5,65

8,619,26 9,26

-

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

10,00

31 141 1182 303

De 500 à 1499 gramas De 1500 à 2499 gramas De 2500 à 3500 gramas Acima de 3500 gramas

Primeiro minuto Quinto minuto

Gráfico 06: Índice de Apgar relacionado com peso de nascimento

Fonte: Os autores, 2011.

No que se refere à idade gestacional podemos observar no gráfico n. 07,

baseado na regra de Nãengele, no momento do nascimento 1488 pacientes (90%)

apresentaram idade de 37 a 41 semanas de gestação. Preocupa-nos é o numero de

nascimentos prematuros, onde obtivemos 160 recém-nascidos (10%) com idade

50

inferior a 37 semanas de gestação. Cumpre lembrar que a duração da gestação é de

280 dias, em média, isto é, 40 semanas de gestação, podendo ser considerado

recém- nascido a termo aquele que nasce com 37ª a 41ª semana de gestação

(Ministério da Saúde,2000). As características e a fisiologia dos neonatos, maturos e

imaturos, nascidos com alterações do desenvolvimento intra-uterino é de

responsabilidade dos profissionais determinar os detalhes da assistência que

dispensará ao bebê através da avaliação das necessidades específicas dele

(ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Às vezes a gravidez termina antes do termo; quando isso acontece após o

feto haver atingido o período de viabilidade (por volta da vigésima sexta semana da

gravidez), mas antes do término da trigésima sexta semana de gestação, o termo

trabalho de parto prematuro é empregado. Do fim da trigésima sexta semana, até o

termo, o feto e, consequentemente, o trabalho de parto podem ser considerados

como a termo (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Gráfico 07: Idade gestacional de acordo com a regra de Nãengele

Fonte: Os autores, 2011.

Em relação ao peso ao nascimento podemos observar que 1182 recém-

nascidos (71%), apresentaram peso de 2500 a 3500 gramas. Acima de 3500 gramas

51

observamos 303 recém-nascidos (18%), e o mais preocupante 172 recém-nascidos

(11%) com peso inferior a 2500 gramas. Lembramos que o peso isolado não tem

valor para a obstetrícia, deve ser correlacionado com a idade gestacional, para

poder determinar se esta adequado ao nascimento.

Gráfico 08: Peso do recém- nascido em gramas

Fonte: Os autores, 2011.

Quando comparamos a idade gestacional das pacientes estudadas com o

peso ao nascimento, gráfico n. 09 observamos 1.135 casos (76,2%) com 37 a 41

semanas de gestação e peso fetal de 2500 a 3500 gramas ao nascimento. Com a

mesma idade gestacional e peso superior a 3500 gramas temos 298 nascimentos

(20%). Em relação a idade gestacional de 37 a 41 semanas de gestação e peso de

nascimento inferior a 2.499 gramas temos 55 recém-nascidos (3.4%).

Preocupa-nos a idade gestacional inferior a 37 semanas e com peso de

nascimento entre 500 a 2499 gramas, onde constatamos 116 nascimentos (72,5%).

O peso em gramas do RN isolado não tem significado para a obstetrícia, precisa

estar associado com a idade gestacional para definir se esta adequado ou não ao

nascimento.

O peso médio de nascimento do bebê a termo é de 3.400 gramas. Existem

amplas variações de peso em um RN a termo que devem ser consideradas. Um

bebê a termo que nasce com peso igual ou inferior a 2.500gramas é considerado de

52

baixo peso ao nascer. Um RN que apresentar ao nascimento um peso de 4080

gramas é considerado excessivo, podendo provocar distocia, aumentando o risco de

dano para a mãe e bebê (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Embora a maturação pulmonar seja vital à sobrevivência extra-uterina, a

maturação dos outros sistemas também é de grande importância. Quanto mais

tempo o bebê permanece no útero, maiores são as suas probabilidades de

sobrevivência. Seu peso é geralmente inferior a 2.500g seu comprimento é menor

do que 47cm, e a circunferência da sua cabeça frequentemente inferior a 33cm.

Bebês com 24 a 30 semanas de gestação geralmente pesam entre 50 e 1.500g. Os

moderadamente prematuros, com 31 a 36 semanas de idade gestacional, variam

entre em termo de peso de 1.500g até mais de 2.500g e 3.250g (ZIEGEL e

CRANLEY,1985).

Gráfico 09: Idade gestacional relacionado com peso de nascimento

Fonte: Os autores, 2011.

Em relação à idade das pacientes podemos observar no estudo que 728

gestantes (44%) possuem idade entre 18 a 25 anos, e 121 gestantes (7%)

apresentavam idade acima de 36 anos. Outro fator preocupante é o grupo etário

abaixo de 18 anos, correspondendo a 297 gestantes (18%). De acordo

Ziegel;Cranley,1985, os dois extremos do ciclo reprodutivo apresentam maior risco

53

de complicação, tanto médicas como sócio - psicológicas no que diz respeito a

concepção. É considerado extremo da idade reprodutiva mulheres com idade inferior

a 18anos e acima de 35 anos.

Frequentemente uma gravidez na adolescência significa uma interrupção nos

estudos, oque pode alterar significativamente o futuro da adolescente. Devido sua

imaturidade fisiológica, estado nutricional e relutância em procurar precocemente a

assistência pré-natal, elas apresentam um maior risco de desenvolver toxemia ,

trabalho de parto prematuro, bebês de baixo peso e parto abdominal (ZIEGEL;

CRANLEY,1985).

As mulheres gravidas com 35 anos ou mais são definidas como

obstetricamente idosas, e apresentam um alto risco de complicação obstétrica, como

placenta previa, descolamento placenta, toxemia e outras. Alterações genéticas

como a trissomia do 21, síndrome de Down, sendo uma incidência de 1 em 100 ,

após a mãe atingir os 35 anos(ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Gráfico 10: Idade da paciente

Fonte: Os autores, 2011.

54

O gráfico n.11 relaciona o números de aborto com a idade da paciente.

Percebeu-se que o numero maior de abortos acontece em todo ciclo reprodutivo da

mulher, no ano pesquisado identificamos 131 abortos (8%). No contexto da mortalidade materna, a incidência observada de óbitos por complicações de aborto oscila em torno de 12,5% do total dos óbitos, ocupando, em geral, o terceiro lugar entre suas causas, observado as amplas variações entre os estados brasileiros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

A discriminação e os agravos à saúde impostos às mulheres, por razões

culturais, legais e religiosas que envolvem a questão do aborto, têm contribuído para

a precariedade da assistência e aumento da mortalidade e morbidade por esta

causa.

Gráfico 11: Aborto relacionado com idade da paciente

Fonte: Os autores, 2011.

Em relação ao numero de gestações anteriores podemos observar no gráfico

n.12 que 798 pacientes (48%) estavam na primeira gravidez, com 1 a 2 gestações

anteriores obtivemos 698 pacientes (42%), e acima de 03 gestações anteriores

tivemos 158 pacientes (9%). Quando falamos em humanização da assistência de

enfermagem no processo parturitivo é processo de enfermagem, devemos nos

reportar aos demais componentes da família, para que realmente ocorra uma

55

integração da assistência de forma sistêmica e humanizada nos cuidados de

enfermagem.

Gráfico 12: numero de gestações anteriores

Fonte: Os autores, 2011.

Podemos observar neste gráfico n.13, que apenas 473 pacientes (29%) relata

ter como matrimônio civil o casamento, 616 pacientes relatam ter uma união estável

(37%), e 552 pacientes(33%) relatam estar solteiras. A sociedade moderna vive uma

crise de valores éticos e morais sem precedentes. Essa é uma constatação que

nada tem de original, pois todos a estão percebendo e vivenciando de alguma

maneira. Entretanto, é importante compreender que, apesar de todas as situações

aqui expostas, o objetivo não é o de condenar ou julgar a opção de civil de cada um,

mas recordar que uma família estrutura faz a diferença na formação de um novo ser

humano.

56

Gráfico 13: Estado civil Fonte: Os autores, 2011.

Em relação às consultas realizadas no pré-natal podemos observar no gráfico

n. 14 que 1.207 pacientes (73%) realizaram acima de 07 consultas durante a

gravidez, enquanto que 391 pacientes(24%) realizaram apenas 4 a 6 consultas.

Entretanto apesar de toda a informação e disponibilidade de Unidades Básicas de

Saúde no município, ainda temos 14 pacientes que não realizaram nenhuma

consulta de pre- natal no decorrer do período gravídico. A assistência pré-natal visa

manter a integridade das condições de saúde materna e fetal. Para isso, é

necessário que o início do pré-natal seja o mais precoce possível, de preferência

antes da 12ª semana de gestação, a fim de identificar e prevenir intercorrências

clínicas, cirúrgicas e obstétricas que possam trazer agravos à gestante ou ao feto.

Segundo o Ministério da Saúde (2001), o número de consultas pré-natais

deve ser, no mínimo, 6 ,nas pacientes de alto risco, o intervalo das consultas deve

ser avaliado individualmente e de acordo com a gravidade de sua doença, sendo o

acompanhamento, algumas vezes feito com a paciente internada.

57

Gráfico 14: Numero de consultas no pré-natalFonte: Os autores, 2011.

O próximo gráfico n.15 demostra a relação das consultas realizadas no pré-

natal e a escolaridade da paciente. Nota-se que as pacientes que tem a maior

escolaridade 8 a 11 anos de estudos, 699 pacientes (42,1%) foram as que mais

realizaram consultas pré-natais, acima de 07 consultas. Assim, estas mães dariam

maior importância ao pré-natal e/ou teriam um acesso mais fácil ao

acompanhamento de sua gestação.

58

Gráfico 15: Consulta pré-natal relacionado com escolaridade

Fonte: Os autores, 2011.

De acordo com nossa pesquisa podemos constatar no gráfico n. 16, que a

escolaridade da população pesquisada em 955 pacientes (58%), estudaram entre 8

a 11 anos, apenas 165 pacientes (10%) estudaram mais de 12 anos, e o

problemática maior são 51 pacientes (3%) que estão analfabetas ou estudaram

apenas até a 3 anos, não o suficiente para alfabetização. Pode-se dizer que a baixa

escolaridade materna é um fator importante que pode predispor ao aparecimento de

situações potencialmente de risco para a mãe e o recém-nascido, pois está

associada ao baixo peso ao nascer, à perimortalidade, neomortalidade e mortalidade

infantil, assim como ao aumento do número de partos (TAMEZ e SILVA, 2006,

MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

59

Gráfico 16: Alfabetização em anos concluídos

Fonte: Os autores, 2011.

O gráfico n. 17 mostra as profissões das pacientes pesquisadas. Temos 977

pacientes (59%) com profissão do lar, 87 pacientes (5,3%) trabalham como

auxiliares de produção, 55 pacientes (3,3%) trabalham na agricultura e outras

profissões em menor porcentagem.

60

Gráfico 17: Profissão

Fonte: Os autores, 2011.

Em relação às doenças respiratórias do nascimento, pode-se constatar

conforme gráfico n. 18, que 33 recém-nascidos (20%) apresentaram Taquipnéia

transitória ao nascimento, sendo que estes 10 nasceram por via vaginal (6,2%), e 23

recém-nascidos de via abdominal (14,2%). O desconforto respiratório representado

pela membrana hialina e a taquipnéia transitória é a patologia que mais

frequentemente acomete os recém- nascidos, especialmente quando a gestação é

interrompida prematuramente, com idade gestacional inferior a 37 semanas (COSTA

et al, 1994).

Quanto à Doença da Membrana Hialina, observamos que 10 recém- nascidos

apresentaram, na sua totalidade eram nascimento por via abdominal e tinham idade

gestacional inferior a 37 semanas de gestação. Os prematuros são especialmente

suscetíveis à Síndrome da Angústia Respiratória (Doença da Membrana Hialina).

Essa doença ocorre em bebês que não possuem quantidade adequada de

surfactante para uma boa função pulmonar pós-natal. O surfactante pode ser

61

deficiente ao nascimento devido à imaturidade extrema das células de revestimento

alveolar ou por diminuição da produção (ZIEGEL e CRANLEY,1985).

Em se tratando de aspiração de mecônio/líquido amniótico,22 recém-

nascidos apresentaram, corresponde (13,6%) destes, 12 nascimentos foram de

parto vaginal e 10 de abdominal. Observa-se que destes recém-nascidos que

apresentaram aspiração de mecônio /liquido amniótico, 12 tinham idade gestacional

superior a 42 semanas de gravidez, e 10 tinham idade gestacional de 37 a

41semanas. Segundo Tamez; Silva (2006) aspiração de mecônio pode ocorrer em

qualquer condição onde a hipóxia faça com que o feto elimine mecônio in útero. O

bebê sofrendo de hipóxia está em risco de aspiração intrauterina, ou na ocasião do

parto. Os fatores associados à eliminação de mecônio pode ser o retardo no

desenvolvimento fetal e a pós-maternidade, condições onde a hipóxia intrauterina e

a eliminação do mecônio podem ocorrer devido à insuficiência da função placentária.

O estudo nos permitiu identificar 95 recém-nascidos (59%) apresentaram

outras doenças que não respiratórias. A assistência deve basear-se num sistema

que garanta cuidados contínuos da equipe de saúde proporcional ao nível de risco

do neonato. A determinação do risco de cada paciente, em cada momento do

processo assistencial, permite alocar recursos adequados às necessidades de forma

eficiente.

62

Gráfico n 18: dificuldades respiratórias do recém-nascidoFonte: Os autores, 2011.

Quanto ao encaminhamento do recém-nascido patológico para tratamento

observou-se que 89 recém-nascidos (5%) foram internados na Unidade de Terapia

Intensiva, 75 recém-nascidos (5%) internaram na Unidade de Cuidados

Intermediários. Os demais recém-nascidos do estudo 1.483 foram encaminhados

para o Alojamento Conjunto. Conforme gráfico abaixo:

Gráfico 19: Internação do recém-nascido patológico

Fonte: Os autores, 2011.

O estudo demostrou que em relação à Sistematização da assistência de

enfermagem (SAE) que nos 1647 prontuários apurados, nenhum apresentava o

processo de enfermagem descrito no atendimento ao recém-nascido com patologia

respiratória. Acreditamos que a processo de enfermagem seja imprescindível no

cuidado ao recém- nascido patológico, considerando que no ano pesquisado

tivemos 161 nascimentos com alguma intercorrência, o olhar criterioso e minucioso

do enfermeiro, o exame físico detalhado faz-se necessário para uma adequada

assistência ao recém- nascido frágil e susceptível a doenças. O enfermeiro em geral

63

tem a responsabilidade de realizar essas observações e anotações de forma

científica. Neste aspecto, percebe-se a importância de uma assistência de

enfermagem estruturada, sincronizada e atualizada, para dispor um atendimento

seguro ao recém- nascido evitando agravos, o que exige da equipe inúmeras

técnicas e procedimentos de reconhecida competência.

Em relação aos aspetos legais da aplicabilidade da SAE a Resolução

do COFEN nº 358/2009 (2009, p.01), dispõe sobre a Sistematização da Assistência

de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes,

públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.

Notamos que apenas a o

A Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma atividade inerente ao

enfermeiro que por meio de método cientifico, realiza a identificação das ações de

Assistência de Enfermagem, que possam contribuir para as formas de promoção,

prevenção e recuperação em saúde do individuo, família e comunidade (PASSOS e

VOLPATO, 2009).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

64

Ao término da pesquisa foi possível identificar que a instituição

hospitalar pesquisada não utiliza da sistematização da assistência de

enfermagem para realizar os cuidados destinados aos recém-nascidos com

patológicos respiratórios.

Em andamento.......

65

6 REFERÊNCIAS

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24. RODRIGUES William Costa. Metodologia Científica. Rio de Janeiro: FAETEC/IST, 2007. Disponível em: http://www.ebras.bio.br/autor/aulas/metodologia_cientifica.pdf. Acesso em: 08/01/2011

25. TANNURE, Meire. Chucre; GONÇALVES, Ana Maria, Pinheiro. Sistematização da Assistência de enfermagem: guia prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

26. TAMEZ, Raquel Nascimento, SILVA, Maria Jones Pantoja. Enfermagem na UTI neonatal: assistência ao Recém-nascido de alto risco.3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2006.

27. SILVA, Jackson Ronie Sá; ALMEIDA Cristóvão Domingos de; GUINDANI Joel Felipe. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, 2009. Disponível em: http://www.rbhcs.com/index_arquivos/Artigo.Pesquisa%20documental.pdf. Acesso em: 08/01/2011.

28. BARROS, Sonia Maria Oliveira de. Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. São Paulo: Manole, 2006.

29. ZIEGEL, Erna. E, CRANLEY, Mecca. S. Enfermagem Obstétrica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1985 .

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: O PROCESSO DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM MORBIDADE RESPIRATÓRIA PAUTADO NA RESOLUÇÃO COFEN Nº 358/2009.

O motivo que nos leva a propor este estudo acerca do processo de enfermagem ao recém-nascido com morbidade respiratória é a questão legal que envolve a assistência de enfermagem, a qual visa qualificar a assistência prestada, minimizando as complicações respiratórias quando diagnosticas e manejadas a tempo pelo enfermeiro. A pesquisa se justifica elo fato do enfermeiro ser o profissional que acompanha continuamente o RN durante o período perinatal e pode diagnosticar precocemente quaisquer alterações que indiquem o desenvolvimento de morbidade respiratória para uma intervenção precoce e segura. Sabe-se que informação não registrada é informação perdida e por este motivo o PE contempla etapas que garantem uma assistência de qualidade. O objetivo deste estudo é conhecer se o Hospital Regional do Oeste em Chapecó implantou o processo de enfermagem ao recém-nascido com morbidade respiratória pautado na Resolução COFEN 358/2009. Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo e documental, o qual consiste em analisar se o Hospital Regional do Oeste registra o processo de enfermagem ao recém - nascido com morbidades respiratórias pautado na Resolução COFEN N° 358/2009 e estimar comparativamente a relação da via de parto com as patologias respiratórias do RN registradas em prontuários perinatais. A amostra constitui-se de todos os recém-nascidos atendidos no setor de obstetrícia independente a via de parto (vaginal ou abdominal) no período de janeiro à dezembro de 2010. A pesquisa terá como critério de inclusão todos os prontuários perinatais de RN com morbidades respiratórias no período mencionado. Serão comparadas as morbidades respiratórias com as seguintes variáveis: em relação ao tipo de parto (vaginal ou abdominal), idade gestacional e peso do RN ao nascer em gramas. Em relação ao Processo de Enfermagem nessa unidade de atendimento perinatal aos RN com morbidades respiratórias será considerada a Resolução COFEN nº 358/2009, que se organiza em cinco etapas (Coleta de dados de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de Enfermagem). Os dados coletados durante a pesquisa serão registrados em formulário próprio (Apêndice B), tabulados por meio de programas Microsoft Word e Excel, e serão apresentados em forma de gráficos ou tabelas. A discussão dos resultados será pautada na literatura consultada. A pesquisadora fará a coleta de dados em prontuário na própria instituição concedente de campo de pesquisa no período de março de 2011. A sua participação neste estudo não acarretará qualquer tipo de desconforto. Você poderá solicitar esclarecimento sobre a pesquisa em qualquer etapa do estudo. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação na pesquisa a qualquer momento, seja por motivo de constrangimento e ou outros motivos. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios. O(s) pesquisador(es) irá(ão) tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados da pesquisa serão enviados para você e permanecerão confidenciais. O nome dos pacientes não serão divulgados. Este consentimento está impresso e assinado em duas vias, uma cópia será fornecida a você e a outra ficará com o pesquisador. A participação no estudo, não acarretará custos para você e não será disponibilizada nenhuma compensação financeira.

DECLARAÇÃO DO SUJEITO PARTICIPANTE OU DO RESPONSÁVEL PELO SUJEITO

PARTICIPANTE:

Eu, .................................................,.................................................... fui informado (a) dos objetivos

da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer

momento poderei solicitar novas informações e ou retirar meu consentimento. Os responsáveis pela

pesquisa acima, certificaram-me de que todos os meus dados serão confidenciais. Em caso de dúvidas

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poderei chamar o estudante Jucimar Frigo, Avenida Brasil, s/n. Fone/fax (49)3647-1617. Palmitos, Santa

Catarina, Brasil. CEP: 89.887-000. E-mail: [email protected] e o pesquisador responsável Rosana

Amora Acari, Rua 14 de agosto, 807 E, Edificio Santorini, apto 301, bairro Presidente Médice, Chapecó -

SC, fone: (49) 3316-3479 ou 9923-6069 ou ainda entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa em

Seres Humanos da UNOESC /HUST, Rua Getúlio Vargas, nº 2125, Bairro Flôr da Serra, 89600-000-

Joaçaba – SC, Fone: 49-3551-2012. Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia

deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as

minhas dúvidas.

Assinatura do sujeito pesquisado............................................................ Nome:

_____________________________________

Endereço:

__________________________________________________________________________________________

RG. ___________________ Fone: __________________________ Data

____/_____/________

................................................................................

Assinatura do sujeito pesquisado Data _____/______/_____ Chapecó, ___ de

______________ de 2011.

________________________ ______________________

Enfª Me. Rosana Amora Ascari Enfª Esp. Jucimar Frigo

Pesquisadora Responsável Pesquisadora acadêmica

________________________

Responsável Técnico do HROa outra com o

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ANEXO I - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: prontuário nº _______1. Dificuldade respiratória apresentada ao nascimento?

( ) Doença da membrana hialina ( ) Taquipnéia transitória ( )Pneumotórax

( ) Pneumomediastino ( ) Aspiração de mecônio / líquido amniótico

( ) Pneumonia ( ) Outras

Quais: _________________________________________________________

2. Via de parto ao nascimento?

( ) via vaginal ( ) via abdominal

3. Índice de Apgar no primeiro e quinto minuto de vida de acordo com as patologias respiratórias?

( ) Primeiro minuto

( ) Quinto minuto

4. Idade gestacional da RN de acordo com a regra de Näegele?

( ) Até 37 semanas de IG ( ) de 37 à 41 semanas de IG

( ) Acima de 42 semanas

5. Peso do recém-nascido em gramas?

( ) De 500 à 1499 gramas ( ) 1500 a 2499 gramas ( ) 2.500 à 3.500 gramas

( ) Acima de 3.500 gramas

6. Acerca da Sistematização da Assistência de Enfermagem, a implementação do Processo de

Enfermagem contempla:

( ) Coleta de dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem

( ) Diagnóstico de Enfermagem

( ) Planejamento de Enfermagem

( ) Implementação

( ) Avaliação de Enfermagem

7. Informações maternas:

a. Idade:

( ) Até 18 anos ( ) de 18 à 25 anos ( ) 26 à 30 anos ( ) 31 à 35 anos ( ) 36 à 40 anos

( ) Acima de 41 anos.

b. Data do parto: ___/___/_____

c. Tempo decorrido da internação ao nascimento: ____ horas

d. Número de Gestações anteriores:

( ) Nenhuma ( ) 1 à 2 ( ) 3 à 4 ( ) Acima de 4 gestações

e. Aborto em gestações anteriores ( ) Sim ( ) Não

f. Número de consultas no pré-natal:

( ) Nenhuma ( ) 1 à 3 consultas ( ) 4 à 6 consultas ( ) Acima de 7 consultas

g .Profissão:

h. Estado civil: ( ) Solteira ( ) Casada ( ) Viúva ( ) Estável ( ) outros

i. Alfabetização em anos concluídos:

( )nenhuma ( )de 01 a 3 anos ( )de 04 a 7 anos

( ) de 8 a 11 anos ( ) 12 anos ou mais ( ) ignorado

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j. Encaminhamento do recém-nascido;

( )Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ( ) Unidade de Cuidados intermediários

( ) Alojamento conjunto ( ) Óbito fetal

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APÊNDICE C: AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA

Chapecó, 08 janeiro de 2011.

A/C: Severino Teixeira da Silva Filho

Presidente da Diretoria Executiva

Associação Hospital Lenoir Vargas Ferreira

Ref: Autorização para Pesquisa de Campo

Eu, Jucimar Frigo, aluna do mestrado da sociedade Brasileira de Terapia

Intensiva SOBRATI - campus de São Paulo, sob a orientação da professora Enfª

Ms. Rosana Amora Ascari, venho solicitar autorização a vossa senhoria para a

realização de uma pesquisa científica intitulada “O processo de enfermagem ao

recém-nascido com morbidades respiratórias pautado na resolução do COFEN

N°.358/2009”.

O estudo tem como objetivo analisar comparativamente a relação das

doenças respiratórias e a via de parto, bem como estimar a forma de registro do

processo de enfermagem pelos enfermeiros nos prontuários perinatais.

Os dados da pesquisa serão representados pelos prontuários perinatais. O

estudo não envolve riscos de qualquer natureza, o nome e identificação serão

preservados, mantido em sigilo, e como benefício se pretende com este estudo

fornecer subsídios para a melhoria das ações de assistência ao direcionadas a

recém-nascido com morbidades respiratórias através da sistematização da

assistência de enfermagem pela equipe do setor de atendimento perinatal.

Certos de sua atenção e no aguardo de sua autorização, antecipamos nossos

agradecimentos.

Atenciosamente,

__________________________ __________________________

Enfª Ms. Rosana Amora Ascari Jucimar Frigo

Pesquisador Responsável Pesquisadora Acadêmica

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APÊNDICE D: DECLARAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELA PESQUISA

DECLARAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELA PESQUISA

Eu, Rosana Amora Ascari, portadora do CPF nº 736.789.109-04 e RG nº 2.635.534, declaro

para os devidos fins e para quem possa interessar que no desenvolvimento do projeto de

pesquisa intitulado: O processo de enfermagem ao recém-nascido com morbidade respiratória

pautado na resolução COFEN nº 358/2009, cumprirei os termos da Resolução do CNS e suas

complementares, com encaminhamento do Relatório Final da pesquisa ao Comitê de Ética em

Pesquisa da UNOESC/HUST.

Comprometo-me a utilizar os materiais e dados coletados exclusivamente para os fins

previstos no protocolo e a publicar os resultados sejam eles favoráveis ou não, preservando a

privacidade dos sujeitos pesquisados, assegurando que as informações semente serão

divulgadas de forma anônima, na sendo usadas iniciais ou quaisquer outras indicações que

possam identificar o sujeito da pesquisa.

Aceito as responsabilidades pela condução científica do projeto em questão.

Chapecó, 03 de fevereiro de 2011.

________________________

Enfª Me. Rosana Amora Ascari

Pesquisadora Responsável – COREN: 83639

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