oásis dos virtuosos

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  RI DHUS S LIHIN  J RDIM DOS VIRTUOSOS I M M A B U Z K RI YAHIA I N CH R F AN NAWAWI Volume 1 TRADUÇÃO E ADPATAÇÃO: PROF S MIR E L HAYEK Revisão: Cheikh Ali  bdouni www.islamicbulletin.com

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~RIADHUS-SALIHINo JARDIM DOS VIRTUOSOSIMAMABU ZAKARIAYAHIA IBNCHARAFAN-NAWAWIVolume 1TRADUO E ADPATAO:PROF. SAMIR EL HAYEKReviso: Cheikh Ali Abdouniwww.islamicbulletin.comEm nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso3www.islamicbulletin.comAbreviaturas usadas no LivroAS (AIaihis SaIam): Expresso rabe utilizadaaps a citao do nome dos profetas e dosanjosdeDeus, esignifica: "Queapazesteja com ele".R. (Radhial-lhu 'anh): Expressorabeutilizada apsa citaodo nomede umdos companheiros do Profeta, e significa:"Que Deus esteja comprazido com ele".S. tSallal-lhu'alaihi wa sallam): Expressorabe utilizada aps a citao do nome doProfetaMohammad, esignifica"QueDeus o abenoe e lhe d paz".Notasobreousode termos islmicosMuitos termosislmicos tornaram-separte dovocabulriodos muulmanos,independentemente do idioma que falam oulem. Isto o que tem acontecido.Por isso, usamos o termo Islam em lugardeIsl,utilizadonoBrasil, Islo, utilizadoemPortugal, porsecoadunarmaiscomotermorabe. UtilizamostambmotermoMoharnrnad em lugar de Maom, Mahoma,corruptelasdonomedoProfetadoIslam.Quanto ao nome das duas cidades sagradas,Makka eMadina, assimas grafamose no"Meca" e Medina", como corrente na lnguaportuguesa, atendendo a uma solicitao doMinistriodos Bens Religiosos(Awkaf) daArbia Saudita.5www.islamicbulletin.comNDICEIntroduo . .. . . .. . . . . . 13CAPTULO1 - A sinceridade, o desprendimento ea boainteno emtodosos, atose assuntos, pblicos e privados 25CAP!TULO 2 - O arrependimento................................. 28CAPITULO3 - Apacincia .. 37CAP!TUL04-Averacidade 45CAPITULO5 - Avigilncia 46CAPfTULO6 - Quanto ao temor (a Deus) 49CAPITULO7 -Quanto convico e confiana (em Deus) 50CAPITULO 8 -Aretido e a firmeza 53CAPTULO 9 -Acontemplao da criao do universo e as coisas que nele existem 54CAPTULO10 - Atomadadedecisonas boas aes eoincentivoquedevereceber quem as realiza. 54CAPTULO Il-Aabnegao 56CAPITULO 12 - O incentivo ao aumento dasboas obras nos ltimos trmites da, vida 60CAPITULO 13 - O esclarecimento dasinmeros caminhos do bem.. 61CAPITULO 14-Amoderaono culto a Deus 65CAPiTULO 15-Ser constante nas prticas virtuosas 68CAPITULO 16 -paraa observao regular datradio proftica e das, suas condies 69CAPITULO 17 - A obrigao de se obedecer aos mandamentos de Deus, e o ques.edeve dizer quem for convocado para isso, ou for ordenado para Isso,, ou for ordenado a praticar o bem e coibir Oilcito 72CAP!TULO 18-Aproibio da inovao e da heresia 73CAPITULO19 - A constituio dosnovos exemplos, tantodosbons comodos, maus 74CAPITULO20.-_A recomendaodobemeo convitesalvao, oucontra a, perdio 75CAPITULO 21 - Acooperao na virtude e na e piedade 76CAPITULO 22 - Aprestao do bom conselho 77CAPITULO 23 - A recomensdao da prtica do bem e a proibio daprtica do, mal 78CAPITULO 24 - O castigo para aqueleque ordena a prtica do lcito e ope-se aoque ilcito, ao mesmotempo que age contrariamente ao que ordena e, ao que se ope 81CAPFULO25 - Arestituio dos depsitos confiados 82CAPITULO26.-A_proibioda crueldadeeda injustiaeaordemda sua, erradicao 85CAPITULO27-.0_ respeitopeladignidadedos direitos dos muulmanosea, comp3.lxaopara com eles 89CAPITULO 28 - A discrioem relao sfaltasdosmuulmanos e a proibio, de as tomar pblicas. sem que hajanecessidade premente para isso.. 92CAPITULO 29 -O dever de se resolver as necessidades dos muulmanos 93CAPITULO30- Aintercesso 94CAP!TULO 31 - A lao das pessoas :............ 94CAPITULO 32 -O menta dos muulmanos fracos, pobres e oprimidos 96CAPTULO 33 -A amabilidade para com os rfos, as meninas e os demais seres, dbeis e pobres. Abondade e amodstia paracom todos elec :...... 98CAPITULO 34-0Dever de seTratar as Mulheres comBondade 1017www.islamicbulletin.comCAP{TuLO 35 - Os direitos do maridosobre a esposa .CAP!TULO 36 - O atendimento s necessidades e aos gastosfamiliares .CAP!TULO 37 - O atendimento aos gastos, oferecendo melhores benefcios .CAPITULO38 - Odeverdapessoadeordenaraos membrosdasuafamliaequeles queseencontram aoseuencargoaqueobedeama Deus - Seja -,bemcomooseducar,eimpedir que cometamatos, ilcitos .CAP!TULO 39 - Os direitos do vizinho e o bom-trato para com ele .CAPITULO40 - A benevolncia para com ospaise ofortalecimentodos laos, familiares .CAPITULO 41 -Aproibio desobedincia e ingratido para comos pais, bemcomo ruptura dos laos familiares .CAPTULO42 - Omritodesermosbenevolentesvomas amizadesdos pais,comos parentes, comaesposa, ecomtodos aqueles que seria, recomendvel serem tratados comgenerosidade ..CAPITULO43 - A honra aosmembros daCasa doProfeta(S), ea informao, acercadas suas virtudes ..CAPITULO 44 - Ahonra aos eruditos, aos piedosos e s gentes de conhecimento;osabermos distingui-lossobreos demais, fazendosobressair osseus_ mritos .CAPITULO45- Avisitaaos virtuosos; fazer-lhes companhia edispensar-lhescarinho. O pedirmos a sua visita e as suas splicas. A visita aos lugares. sagrados .CAPITULO 46 - O mrito e a tica do sincero amor por Deus, e o seu incentivo. Ofazermossaber pessoa quedelagostamos. O quedeve ser-lhe dito, em tal caso ..CAPITULO 47 -: Os sinais. do. amor de Deus a um servod'Ele, e a fomentao daadoao desses stnais .CAPTULO 48 - Precaues contra o molestar os virtuosos, os fracos, os pobres e, os .CAPITULO 49 - Avahar as pessoas pelassuas condutas aparentes e que confiam, seus segredos a Deus ..CAP!TULO 50 - O temor (a Deus) .CAP!TULO51 -Aesperana em Deus ..CAP!TULO 52 - O mrito de se manter a esperana em Deus .CAPITULO53- AcombinaodotemoraDeus comaesperanadepositada, n'Ele ..CAPlTULO 54 -O mri to de Sechorar por temor e amor a Deus ..CAPlTULO 55 -Avirtude do ascetismo, da austeridade e da pobreza .CAPITULO 56 -As excelncias de se passar fome. Coisas sobre a austeridade,asubsistnciacompoucacomida, pouca gua, vestimentaedemaiscomodidades. O abandono dos desejos passionais ..CAPTULO57 - O contentamento, a castidade eamoderaonoslucros enos, gastos. O pediresmola necessidade : .CAPITULO 58 - A aceitao da coisaoferecida sem ser pedida ..CAPITULO 59 - A busca da integrao mediante o esforo prprio, e a abstenoda mendicidade. Atomada da iniciativa em dar .CAPTULO 60 - Agenerosidade e o gasto em boa causa com a confiana em DeusCAPITULO 61- A proibio da mesquinhez e da avareza .CAPITULO 62 - A abnegao e a oferta de ajuda aosdemais ..CAPITULO 63 - 9esforo nas questes da outra vida e a aspirao dasbnos e, das cOIsasvirtuosas .CAPITULO64 - Asexcelncias doricoagradecido queadquire sua riqueza de, mdo lcito, e a gasta de maneira apropriada ..CAPITULO C-Arecordao da morte c o anseio por poucas asr;iraes .CAPITULO 66 -recomendao aoshomensquanto visita assepulturas, eoque o visitante deve dizer .8102103105106107108112114115116118121122124124126129136137138140146153156157157161161162163164167www.islamicbulletin.comiICAPTULO67- Aabominaodese desejaramortepor causade uma, calamidade. Ajustificao em caso daapreenso de cair em tentao. 167CAPIJULO68 - Acautela e o dever de se evitarem as questes duvidosas 168CAPITULO69- A prefernciapeloauto-isolamentoduranteaspocasdecorrupo, ou por medo de cair em tentaoem situaes ilcitas ou, em atos duvidosos 170CAPITULO 70 - Os mritos de se misturar com as pessoase participar de seusajuntamentos, e estar presente nasboasaeseparticipar desuassesses deZikr (recordao de Deus).Visitar o enfermo, estar presentenasoraes fnebres, satisfazer as necessidadesdosnecessitados,orientar os ignorantes, e ter o senso de obrigao e responsabilidade.Praticar o lcitoe proibiro ilcito. Guardar corpoe almalivresdas, impurezas (vcios) e ser paciente em caso de injria 171CAPITULO 7 I -O trato corts e a humildade para com os crentes 171CAPITULO 72 - Aproibio da arrogncia e da soberbia 173CAPITULO73 -Aexcelncia do carter 175CAPITULO 74 -Aafabilidade, a tolerncia e a pacincia 176CAPITULO75 - O perdoar e o afastar-se dos ignorantes 177CAPITULO 76 -Suportar as injrias ]79CAPTULO 77 - A demonstrao de desgosto quando sovioladasas normas. da lei; a prestao de apoio ao Islam 179CAPITULO 78 - A solicitaoaoshomens deautoridadea serembenvoloscom o povo;o aconselhamento a lhetermosafeto.A proibio dodefraudar, do exigir com aspereza, do ignorar o seu bem-estar e de. mostrar desinteresse por suas necessidades 180CAPITULO79 -O governador justo 182CAPTULO 80 - A obedincia devida s pessoasde autoridade, em tudo o quese supe no ser pecado. Aproibio dessa obedincia quantoa atospecaminosos................................................. 183CAPITULO81 - A proibio dareivindicao deumpostodeautoridade. Adeclinao da aceitao de tais postos, se no for por uma exigncia, ou necessidade 185CAPITULO 82 -Aexortao aos governadores, aos juzes e s demais pessoasde autoridade para que designem bons conselheiros; e a advertncia, das conseqncias das ms companhias 186CAPITULO 83 -A proibio da designao de postos de autoridade, de justia,etc., a quem os reivindica ou mostra grande ansiedade pelos mesmos 186LIVRODA BOA EDUCAO E DAS BOAS MANEIRASCAPTULO84 - Quanto modstia, suas virtudes, e como desenvolv-Ias 187CAPITULO 85 -O guardar segredos 187CAPlTULO 86-0 respeito aos pactos, e o cumprimento das promessas 189CAPITULO 87 - Aperseverana e a manuteno dos bons atos 190CAPTULO 88 -A recomendao das boaspalavras e a manuteno do rosto, sorridente, ao nos encontrarmos com as pessoas 190CAPITULO 89 - A recomendao daclarezaaofalarmos, e a explicao das, palavras, repetindo-as, se necessrio, para elucidao ............. ........ 19ICAPITULO90- Oprestarmosatenonoque dia onosso interlocutor; ademandada parte de um sbio da atenoda assistncia 191CAPTULO 91 - Aexortao; a moderao quanto a ela 19ICAPI,TULO92 - Adignidade, o auto-respeito e a calma 193CAPITULO 93 -O atendimento orao,aos estudose ao conhecimento, com, dignidadeccalma.................................................................................. 193CAPFULO94 - Ahospitalidade para com os convidados 193CAPITULO 95 - A recomendao doannciodasboas-novase a felicitaopelos bons acontecimentos. 1949www.islamicbulletin.comCAPTULO96- A despedidadeumamigo, eos conselhosoferecidosnessa, ocasio. Aprece por ele e a solicitao da sua prece em troca...... 197CAPITULO 97 - A buscada diretriz divina; a consulta com outros 199CAPITULO 98 -A recomendao da sada por um caminho e a volta por outro,ao irmos assistir as festas religiosas, visitar um enfermo, peregrinar a, Makka, lutarpela causade Deusou assistir a um funeral.................. 199CAPITULO 99 - A recomendao do uso da modireita em todosos bonsatos 200O LIVRO DASBOASMANEIRAS NO COMERCAPTULO100 - Odever decomearmosa comer, pronunciando onome de, Deus, e Lhe darmos graas, ao terminarmos 201CAPITULO10l - A absteno de se criticar umacomida. A recomendao de a, apreciarmos 202CAPITULO102- Oque devedizer pessoaque estjejuando, casosejaconvidadado a comer 202CAPTULO103 - O quedevefazer U'Y.convidado se estiver acompanhado por, outro que no tenha s.do convidado 202CAPITULO104 - Cdever dea pessoa comer o quese encontra diante de si. Oensinar e educar a quem desconhece as boas maneiras quanto ao comer 203CAPTULO] 05 - Aproibio de comermos tmaras ou outrasfrutasde duas em, duas, sem a permisso dos presentes 204CAPITULO 106 - Que fazer e que dizer quando uma pessoa come, pormno se, satisfaz? 204CAPITULO 107 - As instrues para se comer de um lado do prato ou recipiente,, e a proibio de se pegar a comida do centro dos mesmos 204CAPITULO 108-Areprovao a quem uma pessoa coma estando reclinada 205CAPITULO 109-Arecomendaode se pegar a comida com trs dedos 205CAPITULO 110 -AsuficiEncia de alimentos 206CAPITULO III -As boas maneiras ao bebermos. Arecomendao da respiraoforadocopoentre umgoleeoutro. A desaprovaodarespiraodentro do copo. Arecomendao do oferecimento da bebida pelo lado, direito do primeiro a beber 206CAPITULO112 - A desaprovao de se beber diretamente do cntaro ou deum, recipiente semelhante 207CAPITULO 113 -Adesaprovao de se soprar a bebida 207CAPITULO 114-Aindicao da possibilidade de podermos beber estando de p,, tendo em conta que seria melhor fazermo-lo sentados 208CAPITULO 115-Arecomendao de que aquele que sirva a bebida seja o ltimo, a beber 208CAPITULO116 - A aprovao de se beber comqualquer espcie de utenslio, exceodaqueles que foremfabricados de ouroou de prata. Aaprovao de se beber diretamente do rio, sem a utilizao de vasilha.A proibio da utilizao de utenslios de ouroou de rata, na comida,na bebida, e para demaispropsitos 209O LIVRO DASVESTIMENTASCAPTULO117 - A recomendao da roupa de cor branca. A permisso para seusar as cores vermelha, verde, amarela e preta, bem como a utilizao, de tecido de algodo, de l e de outras variedades, menos a seda 210CAPITULO] ] 8-Apreferncia de se vestir um camsolo ou uma tnica 211CAPITULO119 - A descrio da largura damanga, dotamanhodacamisa, datnica, doturbante, etc.. Proibio doatodese arrastar a roupa emsinal de ostentao; adesaprovaodisso, mesmoque sejaseminteno de a pessoa se mostrar 21210www.islamicbulletin.comCAPTULO120 - A recomendao de se evitar,por modstia, usar roupasde, luxo 215CAPITULO121- Amodstia no vestir 215CAPTULO 122 - A proibiode vestirem-se com roupade seda, os homens., Permisso para que as mulheres se vistam de seda 215CAPITULO123 - A permisso, aos homensquepadecemde escabiose,para, usarem roupas de seda 216CAPITULO124- Aproibio de se sentar sobre pele de tigre ou a sua utilizao,, como aparato de montaria 216C A P ~ T U L O 125 - O que se deve dizer ao se vestir um traje novo 216CAPITULO 126 - A virtude de se comear com o lado direito, quandose est, vestindo uma roupa 217C A P ~ T U L O 127 - O livro da etica de dormir e de se reclinar 217CAPITULO128 - A aprovaode a pessoa reclinar-se, cruzando as pernas,seNo houver apossibilidadede as partes pudendas ficarema, descoberto............. 218C A P ~ T U L O 129- As boas maneiras nas reunies 218CAPITULO 130- Aquesto dos sonhos.................. 22011www.islamicbulletin.comPrefcioAmajestade e a importncia dos ahdice (plural de hadice) ditos ou tradiesdoProfetadoIslam, Mohammad(S), almdeseuvalormoral, podemserinteiramente apreciadasapenasquandoalgumse conscientiza de quetodaaestrutura religiosa, moral,social econmica e poltica de mais de um quinto dahumanidade, assenta-se no Alcoro Sagrado e nos ditos eatos, ousunna, doProfeta Mohammad (S).O Alcoro Sagrado, juntamente comas tradies e a sunna do Profeta soas fontes da chari'a ou ajurisprudncia islmica.OAlcoro Sagrado a palavradivinade Deus, revelada ao Profeta Mohammad (S). parao muulmano, dequalquer escola, a inquestionvel e principal fonte, e autoridade final para todasas leis - religiosa, civil ou criminal.O Profeta Mohammad (S) o derradeiro Mensageiro de Deus, e a mensagemque ele recebeu a ltimamensagem divina do Todo-Poderoso Deus para osSeus servos. No haver mais profetas depois do Profeta Mohammad (S). Comotal, Deusno apenas revelouSua ltima comunicao a ele, mas fez deleumaperfeitaespciehumana, ecornessionou-ocomoSeu ltimoMensageiro,admoestador e orientador para todaa humanidade. O Profeta do Islam(S) foiummodeloperfeitoaserimitadoeseguido; emoutras palavras, ele foi apersonificaodoAlcoro. Cadaaspecto, cadaumade suas aes, seucomportamentonolar eforadele, estregistradoepreservadonosmnimosdetalhes, para servir comoguia e exemplo paraa humanidade.O Alcoro Sagrado nos diz a respeito disso:"Realmente, tendes noMensageirodeDeusumexcelenteexemplo"(Alcoro Sagrado, 33:21).O grandelderindiano, Mahatma Ghandi, emsuaintroduoao livrodeAbdullah AI Mamun AI Suharawardy, "Os Ditos de Mohammad", disse:"Eles(os ditos) incluem-se entreos tesourosdahumanidade, e nosomeramentemuulmanos. "Tolstoy, o famosoescritor e pensador russo, apreciava a personalidade doProfeta, carregando semprecomeleumlivrocontendoosseus ditos. Umacpia desse livro foi encontrada no bolso da capa que ele usou quando saiu paraa sua ltima caminhada para morrernos campos que costumava cultivar.OAlcoro Sagrado, sem dvida, a fonte principal da Lei Islmica. Porm,qualquerpontonocobertoexplicitamentepeloAlcoro, resolvidocoma13www.islamicbulletin.comreferncias palavras e os atos do Profeta,ou s palavrase aos atos de seuscompanheiros, aprovadosporele. Asaeseaspalavras doProfetaforamescutadas atentamente e observadas pelos membros da sua famlia e pelos seuscompanheiros, que preservaram cada palavra e cada ao dele em suas menteseaspassaram, intactas, sgeraesseguintes. Elesacreditavamcertamenteque cada palavra que saia de sua boca, ou ao que ele praticava, era inspiradapor Deus. Esta crena corroborada pelo Alcoro Sagrado:"Isto no seno a inspirao que lhe foi revelada, que lhe transmitiuo fortssimo (Gabriel)" (53:4-5)."Emverdade, aqueles que te juramfidelidade, juramfidelidade a Deus.A Mo de Deusest sobre as suas mos" (48: 10).Devido importncia dos sermes e dos ditos do Profeta (S) para a nossaorientao, necessrio que o muulmano suplemente os seus conhecimentosdo Alcoro Sagrado com os ditos do Profeta (S).tambm um fato que, enquanto oAlcoro Sagrado a palavra de Deus, ohadiceeasunnanoso. Alinguagemdos dois diferem, eas pessoasfamiliarizadascom a lnguarabe conseguemdiferenciar entre eles pela suadico. O AlcoroSagrado, indubitavelmente, obra-prima- incomparvel,inimitvel. Nenhumser humanoconsegueimit-loouproduzirmesmoumasimples linha igual a ele. Este um desafio permanente, porm, sem resposta,desdeh1400 anos. O AlcoroSagrado um milagrevivoe uma provadaverdade e da veracidade do Profeta (S) e do Islam. Todavia, a linguagem dastradies, apesar denoserdonvel dalinguagemdoAlcoro, sobrepujaquaisquer outros escritos terrenos, em composioe eloqncia. As tradiesso classificadas como soberbas e excelentes obras da literaturarabe.Depoisdo LivroSagrado, as tradies(ahdice) easunnadoProfeta,desempenharam um papel preponderante na composio e no desenvolvimentoda Lei Islmica, a chari'a. So consideradascomo os princpiosbsicos da fislmica. Elas contm material exaustivoe orientaopara todosos aspectosda vida do muulmano. Semalgum conhecimentodas tradiese da sunna,seria difcil para o muulmano a abordagem apropriada dos problemas da vida,e compreender os seus direitos e deveres em sua vida cotidiana.As tradies e a sunnacontm assuntosquecobremtodosos setores davidahumana, eso, defato, acaixa dotesourodas boasmaneiras edasexcelncias morais necessrias para aperfeioar a vida espiritual e material dapessoa. Seguir os passos do Profeta (S), deve ser o objetivo do muulmano paraalcanarosucessoea salvaoneste mundoenoOutro. Numversculo, oAlcoro nos diz:"Dize: Se verdadeiramente amais a Deus, segui-me; Deus vos amar"(3:31).14www.islamicbulletin.comQuanto compilaoepreservaodastradies edasunna, podemosdizer quenasociedaderabepr-islmica erararoencontrartrsdzias depessoasquesoubessemler eescrever. Era umtempo emque inexestiaaconfeco de livros, de uma maneira sistemtica, e as indstriasgrficas eramdesconhecidas. Por isso, osrabes dependiam, para atransmissodesuastradies, inteiramente, de suas privilegiadas memrias. A poesia pr-islmica,que havia alcanadoum nvel altssimo, era preservada somente pela tradioora!. Essasituaoajudouno surgimentodeuma classede profissionaisquefaziamdeseupoder dememorizaoumnegciolucrativo. Umdessesprofissionais, Hammad, declaroue provouque elepoderia recitar, paracadaletrado alfabeto, cem longospoemasrimandonaquelaletra. Posteriormente,ele declarou que conhecia, de cor, milhares de poemas. Outra pessoa, Abu ZamZam, uma vez recitou poemas de cem poetas, contendo o nome "mar". Outroprofissional recitador, Rawi, declarou que poderia recitar poemas continuamenteduranteumms, sem recorrer a nenhuma repetio. Podemos citar aquiumexemplo recente. Hassan AI Banna, o famoso gnio e sbio egpcio foi urna vezsolicitado a recitar algumas parelhas de versos de uma antologia em particular.Em resposta, ele recitou, de improviso, mil parelhas da antologia, citada, e disseque poderia recitar mais.No comeo, as tradies do Profeta e sua sunna foram memorizadas pelosmembros de sua famlia e pelos seus companheiros, que lhe eram muito ntimos,e desfrutavam do privilgio de estarem constantemente em sua companhia. Essaspessoasestavam, portanto,em melhorposiode ouviremas suas palavraseobservaremas suas atividades.Oscolecionadoresenarradores dastradiesedasunnaerampessoasextremamente piedosas, possuiam umexcelente e inimitvel carter moral. Elescostumavamescrever oudecorarastradies e asunnadoProfeta(5), e asrecitavam em diferentes locais pblicos, nas mesquitas e nas reunies. Apesarde grande nmero dessas tradies terem sido gravadas, um considervel nmerodeles era preservado na memria dos companheiros ntimos do Profeta(5).Depoisdealgumtempo, comoresultadoderivalidadepolticaentreosseguidoresde li (R) e de Muwiya (R), cada grupo comeouproduzir ditos,ordens e orientaes do Profeta (5), em defesa de seus prprios pontos de vista.Nessetempo, oshipcritaseosinimigosdoIslam, comearamforjar falsastradies e falsos casos sobrea vida e misso do Profeta(5).Eles misturarammuitastradies esprias comasverdadeiras. Paracoibiremessaconfuso,sbios muulmanose telogos sentirama necessidade de planejar um sistemapara controlar a dissiminao das falsas tradies e separar as tradies genunasdas falsas.No ano 101 da Hgira, mar Ibn Abdul Aziz, um piedoso e virtuoso califa,designou alguns telogos para separarem as tradies genunas. Esses telogos15www.islamicbulletin.comestabeleceramregras paradescobriremasfontes das tradieseosdadosbibliogrficos dos narradores, prestando especial ateno a seus pontos de vistareligiosos. Seus esforos resultaram na criao e nodesenvolvimento das cinciascrticas como 'Ilmul Hadice" (ACincia das Tradies), "Ilmur Rijal" (ACinciadas Personagens) e "Ilmul Asm" (ACincia dos Nomes). De acordo com isso,toda tradio era submetida a uma severa checagem e escrutnio quanto ao estilode linguagem, forma, redao e vocabulrio. Ento, a idia ou o tema da tradioera minuciosamente examinado quanto sua coerncia com o Alcoro Sagradoecomas outrastradies, esuarelevnciacomoutrosfatos historicamenteestabelecidos. Ocontedo ou o tema era tambm testado pela sua criteriosidadee racionalidade. Depois de tudo, toda corrente de narradores (isnad) era sujeitaao mais rgido teste de historicidade e verificao, de acordo com os princpiosestabelecidos na Cincia dosPersonagens, ouo examecrtico, nos mnimosdetalhes, davidapessoaldemilharesdecompanheirosdoProfetae deseuscontemporneos. Este era o modus operandi do teste desenvolvido pelos sbiosmuulmanos, h mais de mil anos atrs, para avaliar a autenticidade ou no deumfatohistrico. Ocriticismoislmico utilizadotextualmentenapesquisacientficaera umtipo nicoeincomparvel, que omundonuncaviuouprovavelmente ver.Como resultado da pesquisa e do trabalho desses sbios telogos(ulem),muitoslivrospadroforamescritosepublicados, tratandodas vidas dosnarradores, especialmente, de seu carter e comportamento, em seu dia a dia,desuareputaoehonestidade.. Nesseexerccio, oestilodenarraodosnarradores e os assuntos eram diretamente comprovados. Alguns desses notveistradicionalistasoucompiladores, quetrabalharamsistematicamentenessaslinhas, foram Ibn Chihab Az-Zuhrie Abu Bakr Ibn Hazm. Uma idia sobre ocuidado e o trabalho desenvolvido na coleo e inspeo das tradies pode sertirada dos seguintesexemplos:Aiub AI Ansri viajou de Madina parao Egitoparacolecionar umnicohadice. O mesmo aconteceu com Jbir Ibn Abdullahque levou um ms na suaviagem para obter um nico hadice de Abdullah Ibn Anas. Outro colecionadordas tradiessoube queum determinado indivduo conhecia um hadice. Ele,ento viajou muito para encontr-lo. Ao chegar ao seu destino, ele procurou porele. Algum lho indicou. O indivduo, na ocasio, estava tentandopegar o seucavalo, que havia escapado, mostrando-lhe uma bolsa vazia, como se houvessealgumacomidanela. Ocolecionador, vendo-otentandoenganar oanimal,concluiu que ele no seria suficientemente confivel e, portanto, sua verso dohadice no podia ser aceita. Por isso, ele retornou para sua terra sem conversarcom o indivduo.No sculo dois da Hgira um grande nmero de sbios de tradio trabalhounamatria, edeixouumregistrovaliosodesuasmaravilhosaspesquisase16www.islamicbulletin.comcodificaes dastradio. Dentre dessessbiospodemos citar AbuJuraij, emMakka; lmamMlik, em Madina; Imam Sufian Sauri, em Kufa; lmamHammad.Ibn Salma, em Basra; ImamAbdullah lbn Mubrak, em Khurassan; ImamAuzi,na Sriae lmam AbuHanifa, no Iraque. O lmam AbuHanifa o fundador daEscola Hanafi; o lmam Mlik o fundador da Escola Mliki; lmam Chfi'i ofundador da Escola Chfi'i e lmam Ahmad lbn Hanbal o fundador da EscolaHanbali de jurisprudncia islmica.O trabalho feito at ali quanto compilao e codificao das tradies noera completo. Como exemplo, o livro"Muwatta, do lmam Mlik, tinha apenas1700 hadice, e tratava de poucostpicos, comoa orao, o jejum, o zakat, aperegrinao, etc.. Por isso, houve a necessidadedese fazer ascompilaesmaiscompletas e caractersticas, incluindo todosos assuntos e ampliando seualcance paraabrangertodooMundoIslmico. Por isso, trabalhosemlargaescala foramefetuados, envolvendo minuciosaspesquisasdastradies, porsbios eminentes como o lmam Musslim (falecido no ano 18 I H.) e o lmam AIBukhri (falecido no ano 256 H.).As principais caractersticas desse trabalho era vincular cada tradio coma corrente de seus narradores ou autoridades, traando-a at o narrador original.Alm disso, direta e detalhada investigao era feita quanto a moral, a veracidade,os pontos de vista religiosos e o poder de memorizao do narrador. O lmam alBukhri prestoumuitaatenoaoexamecuidadosodecada tradioparaaescolha das mais autnticas, entreas milhares tradies em circulao naquelapoca. Das seiscentas mil tradies que foramcolocadas perante ele, escolheuapenas sete mil e duzentas e setenta e cinco tradies e as incluiu emseu livro:"Sahihai Bukri", umaobraprima depesquisa, erudioetrabalhorduo.Similarmente, o lmam Mlik escolheu apenasnove mil e duzentas tradies detrezentas mil. As colees do lmam aI Bukhri e do lmam Musslim so muitorespeitadas pelos muulmanos que os consideram quaseigual ao Alcoro.Depois, esses dois livros foram suplementados por mais quatro compilaes,conhecidas como as "Quatro sunan", do lmamAbu Dad (Falecido no ano 275H.), do lmam Tirmizi(falecido no ano 279 H.), do lmam lbn Mja (falecido noano 295 H.), e do lmam Nass'i (falecido no ano 303 H.). Alm desses, h umaimportante compilao do lmam Ahmad lbnHanbal (falecido no ano241 H.).Essas colees dos ditos e atasdo Profeta (S), alm de seusvalores moraisereligiosos, so os mais autnticos ecotidianosregistras dos eventos eacontecimentos dos primeiros diasdolslam. So muito teispara a escrita delivrosobre histria, biografia, etc.. Eles derramammuita luz sobre odesenvolvimento e a expanso do lslam durante os primeiros estgios e quantoaos movimentos polticos, sociais e sectrios durante aqueleperodo.A coleo do hadice to grande e volumosa queno seria possvel paracada pessoa l-la,compreend-la e se lembrar em agir de acordocom ela.Por17www.islamicbulletin.comisso, necessriocompilarumvolumecondensadocontendoimportanteseselecionadas tradies para aquele que no podem ter tempo suficiente para leros inmeros volumes. Esse livro intitulado "Riadus-Slihin" ou (o Jardim dosVirtuosos), compilado pelo grande sbio e tradicionalista Imam Mohiddin AbuZakariya Yahia Ibn Charaf An-Nawawi.O ImamAn-Nawawi teve muito trabalho para selecionar, aproximadamente,1900tradies, extradas dascompilaesde Bukhri e Musslim e deum oudoislivros de hadice, comoo livro"Muwatta" doImam Mlik. Elearranjouessas tradies sob diferentes tpicos, suplementando-as comversculospertinentes do Alcoro. Elecitaos versculosno incio decada captulo. Issocriouum solene respeito nas mentes dos leitores e confirma o ponto de vista deque as tradies so anotaes quanto ao Alcoro.O presente trabalho uma traduo literal da primeira parte do texto rabe.Cuidados especiais foramtomados para ser fielao textooriginal tantoquantopossvel.A pessoa doImamAn-Nawawi nonecessita denenhuma apresentao,umavezqueelesobejamenteconhecidonoMundoIslmico. suficientedizermos que ele umdos grandes telogos, tradicionalistas, sbios e abnegados,que abandonou o mundo e os confortos terrenos, para levar um vida de retiro,devotada ao servio dos muulmanos e do Islam. Na sua devoo religio, emsuas oraes, piedade e abnegao, ele , talvez, incomparvel.O ImamAn-Nawawi autor de umgrande nmero de livros, particularmentesobretradies eseus comentrios. Mas oseu"Riadus-Slihin", omaisimportante, o mais til e o mais popular de seuslivros. Nos ltimos cemanos,eletemservido comoguia ecomndio deinformaes teispara ossbios etelogos muulmanos, e representa umagrande ajudaa elesnapropagao enas prticas do Islam.Uma vez que a obra original em rabe, no seria possvel para um grandenmerode muulmanos no rabes tirarem qualquer benefcio dela. Apesar deum nmero de traduo do livroexistirem emoutras lnguas, comoo urdu, oturco, opersa, nohmuitoemlnguasfaladas noOcidente. Estatraduoportuguesado"Riadus-Slihin" destinadaaos muulmanos da lnguaportuguesa. Elatambmserde grandevaliaparaas novas geraesdemuulmanos quevivem no Brasil, em Portugal, em Moambique, em Angola,emGuin Bissau, em Cabo Verde e emSoTome Prncipe, auxiliando-os amoldarem suas vidas de acordo com o cdigo islmico de tica. Devemos estarconscientesdeque averdadeiraeducaoislmicaalertaamenteparaosignificadoeovalor davida, estimulando-aeguiando-aemtodas as suasatividades. O Islam uma religio completa, em todosos sentidos, e a ltimaPalavra de Deus, Todo-Poderoso. uma coerente e sistemtica filosofia humana,um meionaturalde vida e uma crena prtica.18www.islamicbulletin.comOs muulmanos, que vivem em pases no muulmanos, tm de enfrentaruma variedade de problemas; eles no apenas vivem em um ambiente estranho,mas esto rodeados por prticas e costumes no islmicos. A vida nesse pases,sem dvida, excitante e interessante, mas tudo no passa de miragem que, nofim, leva frustrao, ao desapontamento e runa.Nessasituao, muitodifcil para omuulmanomanter sua identidadeislmica, senoestiverapropriadamente equipado e instrudo nas maneiras e no meio de vida islmico.Esperamosque estelivrocapaciteos muulmanospreservaremsuaidentidade islmica, no importa o que estejam fazendo os outros ao seu redor.Sarnir El HayekMaro de 200119www.islamicbulletin.comBiografia do Imam Nawawiolmam Yahia lbn CharafIbn Mari lbn HassanAbu Zakaria an-Nawawi conhecido pelo nome abreviado de lmamNawawi.O lmam Nawawi nasceu no primeiro ms (Muharram) do ano de 631 H.(que corresponde ao ano 1233 d.C.), em Nawa, uma aldeia perto de Damasco.O lmampassoua sua adolescncia e atingiua maioridade nessa aldeia, ondememorizou o Alcoro Sagrado.O Cheikh Yassinlbn Youssef AI Marquichi ficou impressionado com omenino e recomendou-oao Cheikh que lhe dava aula. Eleparecia ter nascidopara os estudos. Ele disse a respeito dele: Eu vi o Cheikh Nawawi, em Nawa,quando eraumjovenzinhodedezanos. Os outrosmeninos dasuaidadecostumavam for-lo a brincar com eles, mas o Cheikh no gostava de brincar,e permanecia ocupado com os estudos.Se seus colegasinsistiam com que elefosse brincar com eles, a tomar parte nas suas brincadeiras, o Cheikh comeavaa chorar (deraiva)." O ProfessorMarquichi dizmais: "Comecei agostarimensamente do lmam Nawawi, a partir daquelemomento."OpaidolmamNawawi queriaqueoseufilhose juntassea elenosnegcios, mas devidoao imponentee altrusticotemperamento desteltimo,elenoquisaquilo. A naturezaguardavaparaeleumamissomais nobre.Ademais, ele no mostrava ter inclinao para os negcios. Durante esse tempo,ele completou a sua leitura do Alcoro Sagrado, sendo que, desse modo, deu oprimeiro passo para o seu aprendizado.O pai do lmamNawawihavia-seentoconscientizado dos excelentesdotes intelectuais do seu filho. Tendo em vista o pedido do filho no sentido deaprender, o pai resolveu providenciar uma educao adequada para o seu filho.Portanto, levou-o para Damasco, cidade essa que era o bero do aprendizado.Em Damasco, o lmamNawawi iniciouos seusestudos sobaorientaodorenomado professor, Kamal Ibn Ahmad.Olmam Nawawi diz: "Quando eu atingi a idade de 19 anos, meu pai melevou para Damasco, onde eu ingressei na madrasa(escola)Rawaha. Estudeinaquela instituio por dois anos. Durante a minha estada na madrasa Rawaha,eu me mantivecomo alimentosupridopela madrasa. A maiorpartedo meutempo eu me dediquei ao estudo, aos comentrios e s correes de vrios livros.Quando o meu professor, ProfessorMoghrabi (R),viu o meu interesse pelosestudose o meuprogresso, comeoua gostarmuitodemim, edemonstrougrandepreocupaopelaminhaeducao. Noanode650H., eurealizei aperegrinao(hajj) juntamente como meupai, e fiqueina cidadede Madinaum ms e meio."21www.islamicbulletin.comAs Preocupaes dele com Seus Estudoso lmamNawawicostumava dormirpouco, comer pouco, fazia jejumconstante, gastandoamaior partedeseutemponosestudos. Devidosuacapacidade privilegiada de memorizao, eleconseguiudecorar umagrandenmero de livros importantes, empouco espao de tempo, Ele costumava estudarcerca de 12matrias diariamente, com os seus professores; algumas das matriaseram: SahihMusslim(umlivrodetradies), sintaxee etimologia, lgicaeprincpios de fiquih, ou jurisprudncia islmica, etc..OlmamNawawi ocupoualtospostosnareadeensino, pormsemnenhumaremunerao. Vivia numa casa modesta, e se sustentava como queseu pai lhe enviava. Apesarde ter vivido apenas46 anos, conseguiu produzirumavastacoleode livrosdeimportncia extraordinria. Algumasdesuasobras eram compostas de mais de dez volumes.Sua PiedadeOlmamNawawi nofoi apenas umrenomadosbioeliteratoporexcelncia; eleeraumapessoaaltamente religiosa, muitssimodevotadoorao. Sempre seguia estritamente a sunna, ou as tradies e prticas do Profeta(S). Sempre ingeria comida simples, e recusava convites para banquetes e festassuntuosos, e usava roupas gorsseiras. Desse modo ele viveu a vida inteiraAspessoasdoutas, a elitedasociedadeeas pessoascomunsdaquelapoca, todos respeitavam grandemente o lmam, devido religiosidade dele, aohomemestudadoqueera, e suaexcelncia decarter. Volta emeia, todosprocuravam uma oportunidade de presente-lo com algo, mas ele nunca aeeitavanada como doaoou presentede ningum, uma vez que levavauma vida detotal retiroquantos coisas terrenas, e menosprezavatodapompa,espetaculosidade e riqueza terrena. O lmam nunca aceitavaqualquer subsdiomonetrio, benefcioou favor, dogovernovigente. Dizemque somenteumavez ele aceitou, de um pobre,um pequenopresente, umapequena vasilha depr gua.Olmam passava a maior parte do seu tempo dedicando-se disseminaoe expansodo conhecimento religioso, ou oraoe penitncia. Costumavapouco descansar, e apenas uma vez ao dia fazia a sua refeio e bebia gua.Suas ObrasO ilustre lmam viveu por apenas 46 anos; mas mesmo durante esse curtoperodoele escreveuum grandenmero de livrossobre vriosassuntos, cadaum dos quais uma obra-primae um tesourode permanente conhecimento einformao.22www.islamicbulletin.comAlgumas dasobrasdo Imam esto enumeradas abaixo:1. Charh Sahih al Bukhri (Comentrio Sobre Sahih ai Bukhri). Quantoa esse livro,o lmam Nawawi disse:"Nesse Comentrio, eu tenho apresentadosbons e valiosos conhecimentos.2. AIMinhaj Fi Charah MusslimIbnal Hajjaj (ComentrioSobreaExegese de Musslim Ibn aI Hajjaj). Acerca desse Comentrio, o lmam Nawawidisse: "Se eu no tivesse levado em conta a fragilidade de persistncia e pacinciados leitores, teria sido bem mais diligente, e teria estendido a obra para mais de100volumes; mas (por essarazo)eusegui omeiotermo."Presentemente,esse Comentrio est disponvel em apenas dois volumes. OCheikh ChamsuddinMohammad bin Yusuf Hanafi (falecido em 788 H.) resumiu a obra.3. Aobra Riadhus Slihin -, Jardim dos Virtuosos) Trata-se duma coleode quase 2000 tradies selecionadas, masautnticas, apoiadas porrelevantesversculos do Alcoro, de modo objetivo.Sua MorteEm676 H. o Imam Nawawi devolveu, para os seusrespectivos donos,todos oslivrosque tinhatomadoemprestado; visitouos tmulos dos seusprofessoresedosmais velhos, eorou por eles. Nessaocasioeleficou tocomovido, que as lgrimas lhe vieram aos olhos. Depois, dando adeus aos seusamigos e admiradores, ele voltoupara a sua cidade natal, Nawa. Umgrupodeconhecidos o acompanhou at sada de Damasco para lhe dar adeus. Eleslheperguntaram: "Quandonos encontraremos de novo?" OImamrespondeu:"Depois de duzentos anos." Os que estavam presentes nessa ocasio entenderamque o Imamse referia ao Dia doJulgamento.Depois daquilo, o Imam foi para Bait al Makdis (Jerusalm), onde visitouotmulo doprofeta Abrao (Ibrahim- AS), evoltou paraasuaterranatal,Nawa. Logodepois da sua chegada quele lugar, ele caiudoente, e expirou nanoite de quarta-feira, dia14 do ms de Rajab do ano 676 H., estando o seu paiainda vivo.Quandoanotciadamorte doImamNawawi chegouaDamasco, aspessoas da cidade e das reas ao redor ficaram contristadas de pesar.O Cdi alQudat (Ministro daJustia)deDamasco, osenhor IzzuddinMohammad IbnSagh, visitouo tmulo do lmam, em Nawa,juntamente com uma delegao dedignitrios, eoroupor ele. Umgrandenmerode poetas comps elegiaselogiosasaoImam, lastimandoo seudesaparecimento. O Cheik Wali al DinIbn ai Khatib (R), o compilador do Mishkat, dedicou o seu livro Akmal Fi Asmaal Rijal ao lmam Nawawi.QueDeus concedagraaepazaonosso Profeta Mohammad, aseusfamiliares e a seus companheiros at o Dia do JuzoFinal.23www.islamicbulletin.comEm noime de Deus, o Clemente, o MisericordiosoCAPTULOIASINCERIDADE, O DESPRENDIMENTO E A BOA INTENO EMTODOS OS ATOS E ASSUNTOS, PBLICOS E PRIVADOSDeus, o Altssimo, disse:"E nada lhes foi recomendado a no ser que adorassemsinceramentea Deus, fossem monotestas, observassem a orao e pagassemo zakat; esta a verdadeira religio" (AlcoroSagrado, 98:5).E o Altssimo disse tambm:"Nem suascarnes, nemseusangue chegamatDeus; outrossim,alcana-O a vossa piedade" (Alcoro Sagrado, 22:37).E o Altssimo disse ainda:"Diz: Quer oculteis oqueencerramvossos coraes, quer omanifesteis, Deusbem o sabe" (AlcoroSagrado, 3:29).1. mar lbn AI Khattab(R) relatouque ouvira o Mensageiro de Deus(S) dizer: "As obras so avaliados pelas intenes. Assim, cada pessoa alcanaro que busca, de acordo com suas intenes. Desse modo, aquele cuja emigraoacontecerpela causadeDeus edoSeuMensageiro, essaemigraoserconsiderada como sendo pela causa de Deus e do Seu Mensageiro. Porm, aqueleque emigrar em busca de algum benefcio material, ou para desposar uma mulher,sem dvidaa sua emigrao ser para aquilo para o qu emigrou." (Bukhri)2. Aicha (R) relatou que o Profeta disse: "Um exrcito ir avanar rumo Kaaba, e quando chegar plancie de Baid, todo ele ser tragado pela terra".aoque elaperguntou: -o MensageirodeDeus (S), por que aqueles queacompanharemo exrcitoa contra-gosto, eaqueles quenopertenceremaoexrcito devero sofrer?" O Profeta respondeu:"Todo o exrcito ir ser tragadopela terra, mas, no Dia do Julgamento. eles seroressuscitado de acordocomsuas intenes," (Muttafac alaih)'3. Aicha(R) relatouqueo Mensageiro de Deus (S)disse: "Posto queMakka foi conquistada, a migrao, para os muulmanos, no mais necessria;mas o jihad(porfiaecombate) pelacausadeDeus, eoanseioporele,permanecemobrigatrios; esempre quefordes convocados(pelolmam) aempreend-lo, devereis faz-lo."(Mutaffacalaih)I, Expresso que significa que o hadice aceito por todos os narradores: Bukhri, Musslim, Tirmizi,Nass'i e Abu Dad.25www.islamicbulletin.com4. Jber Ibn Abdullah AI Ansri (R) relatou:"Havamos acompanhado oProfeta (S) em uma batalha, e, no decurso da mesrr a, nos disse: 'H uns homensem Madina que vos acompanhariam em quaisquer dasvossascaminhadas outravessias, mas umaenfermidadeosimpediudeestaremconvosco.' Outranarrativa diz:'Participariam da recompensa convosco'." (Musslim)AI Bukhri atribuiueste hadice aAnas (R), que disse: "Quandoretornamos da batalha de Tabuk, juntamente com o Profeta (S), ele disse: "Hpessoas que permaneceram em Madina que, no percorremos um desfiladeiro,nem cruzamosum vale, sem que elesestivessem conosco (emesprito). Elesno puderamnos acompanhar por terem motivospara isso."5. Ma'n Ibn Yazid (R) relatou: "Meu pai, Yazid, depositara umas moedasde ouro com um homem, para que fossem distribudas em caridade, na mesquita.Chegando eu l, ele as deu a mim, e, com elas, eu fui ver meu pai. Ao ele tomarconhecimento, disse: 'Por Deus, no era minha inteno d-Ias a ti.' E levou ocaso perante o Mensageiro de Deus (S), o qual disse: 'Ters algo (a recompensadeDeus)por tua inteno, Yazid. Quantoa ti, Ma'n, teu o quelevaste.:"(Bukhri)6. Saad Ibn Abi Waqas (R) -um dos dez que receberam as coas novas daadmissono Paraso- disse: "Numa ocasio euestava decama, seriamentedoente, e o Mensageiro de Deus (S) veio me ver. Isso aconteceu no ano em queo Mensageiro de Deus (S) realizoua Peregrinao de Despedida. Eu lhe disse:Mensageiro de Deus, eu tenho dinheiro e propriedades considerveis, e minhanicaherdeira minhafilha. Serque eupoderia, ento, dardoisterosdosmeusbens, emcaridade?Eledisse: 'No!' Entoeumerendi: A metade, Mensageiro de Deus? Novamente ele disse: 'No!'De novo eu me rendi: Bom,ento um tero, Mensageiro de Deus? ao que ele disse: 'Um tero suficiente,e um tero mais do que bastante. prefervel que deixes os teus herdeirosemboa situao a deix-los em penria, foradosa mendigar pelos seus sustentos.Por tudoo que gastaresem proldeDeus, mesmo um bocado de comida quepuseresnabocadetuaesposa, Deus terecompensar.' Entoeudisse: Mensageiro de Deus, eu ficarei para trs quando os meus colegas partirem? Eledisse: 'Tu com certeza no ficarspara trs; tudoo que fizeres, procurando oaprazimento de Deus, ir elevar a tua posio na sociedade. Tenho esperana deque vivers muito tempo, para o bem dos muulmanos e para punir os incrdulos.(Entoele orou) Deus,fazecomque a emigrao dosmeuscompanheirosseja completa e vitoriosa, e com que eles no se retraiam!' Coitado doSaad IbnKhaula, que foi deixado para trs, e morreu em Makka, sobre o qual O Mensageirode Deus (S) invocoua misericrdia e a compaixo de Deus."(Mutaffac alaih)7. Abu Huraira(R) relatou que o Mensageiro de Deus(S) disse: "Deusnoobservaosvossoscorposouasvossas aparncias, mas simosvossoscoraes e as vossas obras."(Musslim)26www.islamicbulletin.com8. AbdullahIbn CaisAI Ach'ari (R) relatou: "Foi perguntadoaoMensageiro de Deus(S) acerca dos indivduos que combatem por valentia, oupororgulhoe patriotismo, ou por ostentao, qual delesofazpelacausa deDeus? OMensageiro de Deus (S) disse: 'Aquele que combater para que prevaleaa palavra de Deus ter feito isso pela causa de Deus.''' (Mutaffac alaih)9. Nufai lbnai Hres ai Sacafi (R) relatouqueoProfeta(S) disse:"Quandodoismuulmanosseenfrentamcomsuas espadas, oassassinoeoassassinado serocastigadoscomo fogo." Perguntei-lhe: -oMensageirodeDeus, entendoperfeitamentequantoaocasodoassassino; mas noentendoquantoao casodoassassinado!" Disse: "Ora, porquetambm tinhaafirmeinteno de matar o seu companheiro!" (Mutaffac alaih)10. AbuHuraira (R)relatouqueo Mensageiro deDeus (S)disse: "Aorao que um homemrealiza em congregao supera, em vinte-e-tantos-graus,em mritos, realizada em seu trabalho ou lar; porquese a pessoa leva a cabo aabluo, de um modo correto, e se dirige at mesquita com no outro propsitoou motivoa no ser a prpria orao, ento, a cada passoque der, elevar-se-em um grau, e lhe ser perdoada uma falta, at que entre na mesquita. Uma vezna mesquita, considerar-se- em permanente orao, casosejaa orao que oretenha. Alm do mais, os anjos rogaro por aquele, dentre vs, que permanecerno mesmo lugar em que reza, e diro: 'Senhor, tem misericrdia dele! Perdoa-o e aceita o seu arrependimento', desde que no tenha causado dano a ningume esteja em estado de pureza." (Mutaffac Alaih)11.Abdullah Ibn Abbas lbn Abdel Muttalib (R) relatou que o Mensageirode Deus (S) transmitiu de seu Senhor (louvado e exaltado seja), dizendo: "Deustem descritotanto as boas comoas ms obras, e as temdetalhado. Paraquemteveaintenoderealizar umaboaobra, enochegouacumpri-la,Deus aanotar como se a tivesse realizado integralmente. E se teve inteno de realiz-la e a realizou, Deus lhe anotar o mritode dezboasobras, quepodero sermultiplicadasematsetecentasvezes, oumuitomais. Eseapessoateveainteno de realizar uma m obra, sem chegar a faz-lo, Deus a anotar como setivesse realizado uma boa obra, integralmente; porm se o fizer, Deusanotarcomo se cometesse apenas uma m obra."(Mutaffac alam) ,12.Abdullah lbn niar Ibn aI Khattab (R) relatou que ouviu o MensageirodeDeus (Sjdizer: "Numtempoanterior'aovosso, houvetrs homens queiniciaram uma marcha. Chegada a noite, decidiram refugiar-se em uma gruta;porm, uma vez dentro dela, uma rocha rolou da montanha e fechoua sada dagruta. Ento disseram entre si:'No h como escaparmos desta gruta, a no serrogando a Deus e invocando as nossas boas obras.' Um deles disse: 'Deus meu,eu tinha em minhacasa os meus pais, e erammuitovelhos. No permitia queningum da minha prpria famlia tomasse do leite recm-ordenhado antes queeles. Aconteceu queumdiamedistancieimuitodecasaembusca delenha.Quando voltei, estavam dormindo, e assim ordenhei as vacas enquanto dormiam.27www.islamicbulletin.comNo quis despert-los, nem queria oferecer o leite minha famlia ou aos servos,antesqueaeles. Por issofiquei esperando - vasilhaempunho- queelesdespertassem, at queclareouodia, enquantomeus filhos reclamavam,incessantemente, a meusps, o leite. Foientoquemeuspaisdespertaram etomaramo seu leite. Deus meu, se o que fiz foi em busca do Teu beneplcito,ento alivia-nos desta situao e livra-nosdesta rocha!' Arochase afastou umpouco, sem que eles pudessem sair. Disse o segundo: 'Deus meu, tinha eu umaprimaa quemamavamaisdoqueaningum. Tentavapersuadi-laa queseentregassea mim, mas ela se negava. E, num ano de grandeseca,veio a mimpedindoajuda. Dei-lhecento e vintemoedasde ouro,com a condio de queno resistisseaosmeusdesejos, e elao aceitou. Quandoestava a pontode atomar, ela exclamou: 'Tem piedade e teme a Deus! no me tomes, seno de ummodolcito!' Foi entoquandomeretra, mantendoomeuamor porela, edeixandocom ela as moedasde ouro que lhe havia entregue. Deusmeu,se oque fizfoiembuscado Teu beneplcito, entoalivia-nosdestasituao!' Arocha se afastou mais um pouco, mas ainda nopodiamsair. Disseo terceiro:'Deusmeu, haviacontratadounstrabalhadores, elhespaguei todososseussalrios, com exceo de umque havia partido sem nada cobrar. Ento eu investio salrio dele, o qual rendeu grandes benefcios. Depois de algum tempo, aqueleoperrioregressou, e disse: '6servo deDeus,entrega-me o meusalrio!' aoque respondi: Tudo o que vs provm do teu salrio. Todos estes camelos, todasestasvacas, estas ovelhas e estes escravosso teus. Ele replicou: '6 servodeDeus, no zombes de mim!' e eu lhe respondi: No estou zombando de ti. E eisque ele levou tudo o que lhe foi apresentado, sem nada deixar. Deus meu, se oque fiz foi em busca do Teu beneplcito, ento alivia-nos destasituao.' Foiento que a rocha se afastou de vez, e aqueles homens saram, caminhando comseus prprios ps." (Mutaffac alaih). .CAPTULO 2o ARREPENDIMENTOOssbios disseram: " obrigatrio o indivduoarrepender-se de todopecado cometido. Se o pecado for em relaoa Deus,Ta'la, no implicandono direito de algumapessoa, o arrependimento possui trs condies:1. Parar de cometer o pecado.2. Arrepender-se de t-lo cometido.3. Decidir-se a no comet-lo novamente. Se uma das condies no forpreenchida,o arrependimento no ser vlido.Se o pecado for em detrimento de alguma pessoa, o arrependimento terquatro condies: as trs citadasatrs, mais o libertar-seda dvida; se for em28www.islamicbulletin.comdinheiro ou coisa semelhante, dever pag-Ia. Se for uma injria, dever colocar-se nasmosdapessoainjuriadaoupediroseuperdo. Sefor umacalnia,deverdesmenti-Ia, e dever arrepender-se de todos os pecados. Se se arrependerde uma parte deles, o seu arrependimento ser aceito pelo que ele se arrependeu,e ficar devendo o arrependimento pelo resto. H muitos exemplos no Alcoro,naSunna, enoacordoaoconsensodos sbiosquantonecessidadedoarrependimento.Deus, o Altssimo, diz:- crentes, voltai-vos todos, arrependidos, a Dens, a fimde que vossalveis!" (Alcoro Sagrado, 24:31)."Implorai o perdo de vosso Senhor e voltai-vos a Ele, arrependidos"(Alcoro Sagrado, 11:3).-crentes, voltai, sinceramentearrependidos, aDeus"(AlcoroSagrado, 66:8).13. Abu Huraira (R) relatou: "Ouvi o Mensageiro de Deus (S), que dizia:'Por Deus, todos os dias peo perdo a Deus, e me arrependoperante Ele maisde setenta vezes.'" (Bukhri)14. AI Agharr Ibn Yasar aI Muzani (R) relatou: "OMensageiro de Deus(S) disse: '6 humanos, arrependei-vos perante Deus, e implorai o Seu perdo,pois eu me arrependo perante Ele cem vezes ao dia.'" (Musslim)15. Anas Ibn MlikaI Ansri (R), o servo do Mensageiro de Deus(S)relatou: "OMensageirode Deus (S) disse: 'CertamenteDeus ficamaiscomprazido comoarrependimentodeumservoSeu, doqueumdevsaoencontrar o seu camelo, depois de o haver perdido no deserto.'" (Mutaffac alaih)Averso de Musslim, para o mesmo hadice, acrescenta: "Deus fica maiscomprazido com o arrependimento de um servoSeu, do queum devs que,estando num local ermo, com sua montaria, que lhe escapa, levando seu alimentoe sua bebida. Ao sentar-se debaixo de uma rvore, sem nenhuma esperana deencontr-Ia, a v aparecer sua frente. Eleagarra-a pelo cabresto e, devidoasua extrema alegria, diz: '6 Deus, s o meu servo e eu sou o Teu senhor' . Elecomete esse lapso devido sua extrema alegria."16. Abdullah Ibn Cais al Ach'ari (R) relatou: "O Profeta (S) disse: 'Deus,o Altssimo, estende Sua mo, noite, para que se arrependa o malfeitor do quetenha cometido durante o dia, e estende Sua mo, de dia, para que se arrependao malfeitor do que tenha cometido durante a noite. E, assim, at que o sol saiado seu poente.''' (Musslim)17. Abu Huraira (R) relatou: "O Mensageiro de Deus (S) disse: 'Quantoquele que se arrepende antes que o sol saia do seu poente, Deus aceitar o seuarrependimento e o perdoar.'" (Musslim)] 8. Abdullah Ibn mar Ibn AI Khattab (R) relatou: "O Profeta (S) disse:'O Deus, Todo-Poderoso, aceitar o arrependimento do Seu servo, Se este nose encontrar nos ltimos alentos da sua vida. '''(Tirmizi)29www.islamicbulletin.com19. Zirr IbnHubaich (R)relatou: Fui tercomo Safwan Ibn AssaI (R)para inquirir acerca de massh (passar a mo molhada sobre os ps calados), naato da abluo. Ele meperguntou: - Zirr, o que te trazaqui?' Eu respondi queera a obteno do conhecimento. Ele disse: 'Os anjos abrem suas asas, de prazer,poraquelesquebuscamo conhecimentosobre oquedesejamsaber!' Eulhedisse que alguma dvida pairava na minha mente concernente ao massh, no atoda abluo, aps a pessoa ter estado na privada, ou urinando. Eudisse:Ora, tus um dos companheiros do Profeta (S), e eu vim tercontigo para te perguntar:ouviste-o dizer algo a esse respeito? Ele respondeu: 'Sim, ele nos orientou que,quando emviagem, noprecisamos tirar os nossos calados para lavar os ps,no ato da abluo, por trs diase noites consecutivos, exceto apstermos tidorelao com nossas esposas. Emoutros casos, por exemplo,no dormirmos, nofazermosas necessidadesfisiolgicas, etc., omeropassardemossobreoscalados ser suficiente.' Depois, mudando de assunto, eu perguntei a ele: Serque ouvistealgumacoisasobreoamor?Elerespondeu: 'EstvamoscomoMensageiro de Deus (S), no meio duma viagem, quando um beduno o chamounum tom alto: Mohammad! o Mensageiro de Deus (S)respondeu ao homemquasenomesmotom, dizendoque ele ali estava. Eudisseparaobeduno:Tomacuidado! Nolevantesavoz napresenadoProfeta(S) - e jfosteorientado nesse sentido. Replicando-me, eledisse quenoiria abrandar o tomdasuavoz e, dirigindo-seaoProfeta (S) perguntou-lheoqueele achavadohomem que amava um povo, mas no era admitido no seu seio;ao que o Profeta(S) respondeuque noDia doJulgamento, apessoair estar nacompanhiadaqueles a quem ama. Ento, ele continuou a conversar conosco, at mencionaruma porta, em algum lugar no Ocidente, cuja largura de ambas as extremidadesum cavaleiro, levaria, para percorr-la, quarenta ou setenta anos." Sufian, que um dos narradores deste hadice, acrescentou: "Essa porta se encontra na direoda Sria. Deus criou essa porta juntamente com o cus e a terra. Ela permaneceraberta para o arrependimento, e no se fechar, at que o sol nasa no Ocidente."(Tirmizi e outros)20. AbuSad- Saad IbnMlik IbnSinan AIKhudri(R)relatouqueoProfeta (S)disse: "H muito tempo, houveumhomemquetinha assassinadonoventa e nove pessoas. Esse homem procurou o mais sbio entre os habitantesda terra, e lhe indicaram um monge. Ao encontrar-se comeste ltimo, relatou-lhe que havia matado noventa e nove almas, e lhe perguntou se podia arrepender-se. Omonge lherespondeuqueno. O homem ento o matou, elevando paracemonmerodas suasvtimas. Outravez procurouomaissbioentreoshabitantes da terra, e lho indicaram; ao encontrar-se comaquele sbio, relatou-lhe quehavia matado cempessoas, e lheperguntou sepoderia arrepen-der-se.Osbiorespondeu: 'Sim; e quemser aquele que ir impedir o teuarrependimento? Dirige-te paratal e tal terra, onde h gente queadora a Deus,o Altssimo, e adora tu a Deus com eles, e no voltes tua terra, porque a terrado mal.'30www.islamicbulletin.com"Ohomemsedirigiuaolocal indicado, mas, na metadedocaminho,sobreveio-lhe a morte. Os anjos da misericrdia e os do tormentodisputaramoseu caso. Os anjos da misericrdia alegaram: 'Ele vinha arrependido e com ocorao dirigido para o Deus, Altssimo.' Mas os anjos do tormentodisseram:'Nunca fez uma boa obra.' Foi ento que se acercou deles um outro anjo com aimagemde um humano, a quemelegeram comorbitroentre as duaspartes.Este disse: 'Medi a distnciaentreas duasterras;a que estivermaisperto deondeseencontravaestehomemseradele.' Umavezmedidaadistncia,constataram que se encontrava mais perto da terra que buscava. Assim,ele foilevado pelos anjos da misericrdia." (Muttafac alaih)21. Abdullah IbnKaabIbnMIk(R),quese tornaraguiadeseu paiquandoesteficaracego, recontaoqueouviudeseupai, KaabIbnMlik, opleno relato do incidente de o seu pai no acompanhar o Mensageiro de Deus(S)quandoesteempreendeuacampanhadeTabuk. Kaabdisse: "Euhaviaacompanhado o Mensageirode Deus (S) em todas as campanhas, menos na deTabuk. Tambm no me pude juntar ao Mensageiro de Deus (S) na batalha deBadr - enesse casono houvequalquer censura -, porqueo Mensageiro deDeus e os muulmanos tinhamem vista apenas a caravana coraixita, sem intenonenhuma de lutarem. Porm, Deus fez acontecer, inesperadamente, um combatecontra os seus inimigos. Eu estava presentecom o Mensageiro de Deus (S) nanoite de Aqaba, No gostaria que tivesse participado de Badr e no participadodela, mesmocomtoda afama deBadr. Comrespeitoaofato denoteracompanhado o Profeta (S) na campanha de Tabuk, vou elucidar os meus pontos.Eu estava com boa sade e tinha dinheiro considervel, no tempo da campanha,mais do que em qualquer outra ocasio. Naquele tempo eu possua dois camelosde montaria - e nunca antes havia tido dois. Quando o Mensageiro de Deus (S)sedecidiappor umacampanha, ele norevelavaofato, senonoltimomomento. Primeiramente, naquelaocasio, a estaoestavaimpiedosamentequente, a viagem era longa e entediosa atravs de desertos e territrios inspitos,sem faixas verdejantes, e o nmerode inimigosera muitogrande. Portanto,oMensageirode Deus (S) preveniu claramente os muulmanos sobreos perigose riscos da campanha, e pediu-lhes que fizessem plenas prep-raes, O nmerodaqueles queestavamprontos paraacompanharoMensageirodeDeus (S),naquela misso, era tambm grande. Registro algum seria suficiente para anotaros nomes de todos os Mujahidins que acompanhariam o Mensageiro de Deus(S). A maioriados que no queriamir para o Jihad achava que suas ausnciasno iriamser notadas,a menosque suasneglignciasfossemmostradas pelarevelao divina. Tambm, as frutas, nas rvores, haviam amadurecido, e suassombras se tornado compactas,e esse fato tambm me ocupou a mente."O Mensageiro de Deus (S) e os muulmanos que se voluntariaram parao acompanhar ocuparam-se com os preparos para a jornada. Eu costumava sairpela manhcomaintenodefazer algo referenteminhapreparao,31www.islamicbulletin.comjuntamentecomeles, mas voltavasemnadacompletar, dizendoparamimmesmo: H muito tempo; posso me aprontar quando quiser. Aquilo continuou,e os muulmanos completaramos seus preparos. Por fim chegou o dia em queo Mensageiro de Deus (S) comeou, juntamente com os muulmanos, a marcharpara ofronte, maseuainda nadahavia feitopara aminhapartida- eosmuulmanos j estavam marchando. Eu pensei em partir sozinho e os alcanar.Desejei no ter feito aquilo, mas isso no estava destinado a ser assim. Comeceia vagar pela cidade, e me doeu muito ver que entre aqueles que permaneceram,como eu, ou eram suspeitos de hipocrisia, ou estavam isentos do servio militardevido idade avanada ou a algumaenfermidade imposta por Deus.Novioutra pessoacomo eu. O Mensageiro de Deus(S) no sentiua minhafalta, ano ser quando chegou a Tabuk. Estando sentado entre as pessoas, ele perguntou:'Que aconteceucom o Kaab?' Um homem da tribo dos BaniSalima disse: -Mensageiro de Deus (S), ele (Kaab) no veio conoscopor causa dos seus doismantosepeloseuorgulhoquantoao refinamento.' Entoo MuazIbnJabalcensurouo acusante, dizendoque ele tinha sidoinjustocomigo;ele disse: -oMensageiro de Deus, ns no vemos nada de errado com o Kaab!'O Mensageirode Deus (S) nada disse. Naquele momento ele viu algum distncia, no deserto,vestido de branco, e exclamou: 'Talvez seja o Abu Khaissama!', e deveras era.Ele eraaqueleque foratidocomoummendigopelos hipcritas, porq .iecontriburacom uma pequena quantidade de tmaras. Quandoeu soube que oMensageiro de Deus (S) estava voltando de Tabuk, senti-me muito angustiado,e comecei a inventar falsas desculpas, na minha mente, que me ajudassem a mesalvar do seu castigo. Cheguei a consultar alguns membrosda minhafamliaque tivessemjulgamentocondigno. Quandoeusoubeque achegadadoMensageiro de Deus (S) estava prestes a acontecer, eu me conscientizei de quenenhuma falsa desculpa me iria ajudar, e resolvi falar a verdade. Ele chegou namanhseguinte. Eraprticasuaquesempre quevoltavadumaviagem, iaprimeiramente mesquitaoferecerduasraktde oraoopcional, e entoiaencontrar-se comas pessoas. Ele fez o mesmo tambm naquela ocasio, e aquelesquedeixaramdeparticipar dacampanha, seaproximaramecomearamaapresentar suas desculpasem juramento. Essaspessoaserampoucomaisdeoitenta. O Profeta(S) lhes aceitou as desculpase lhes renovouos juramentos,orou pelos seus perdes, e deixou com Deus o que lhes ia nas mentes. Quandochegou a minha vez, e eu o saudei, ele sorriu; mas a insatisfao era visvel emseu sorriso. Ele pediu que eu me aproximasse. Ento eu dei um passo frente eme sentei defrontea ele, que perguntou: 'o que te deteve?No conseguiste atua montaria?' Eu disse: Mensageiro de Deus, estivesse eu sendo confrontadocomqualquer outrohomemnomundo, eudariaum jeito deescapar dasuacensura por meio de alguma desculpa;eu sei que se comparecesse peranteti,hoje, com uma falsa desculpa, ela poderia convencer-te, mas com certeza Deuslogofariaaumentara tuaira contramimquantoaqualquer outracoisa.Por32www.islamicbulletin.comoutrolado, se eu disser a verdadee tu ficares zangado comigo, ainda podereiesperar pelamisericrdia do Todo-PoderosoDeus. Por Deus, quenotenhodesculpa alguma. Nunca estive to saudvel e forte e mais cheio de dinheiro doque quando deixei de te acompanhar. OMensageiro de Deus (S) disse, dirigindo-seaos presentes: 'Este homem faloua verdade!' Depois, dirigindo-se a mim:'Agora retira-te e espera que Deus decida o teu caso!' Alguns homens dos BaniSalima meseguiram parafora da mesquita e comentaram: 'No sabemos quetenhas cometido uma falta antes desta;por que noapresentaste umadesculpaperante o Mensageiro de Deus (S), como outros no participaram da campanha?Tuafaltairiaser perdoadapelas oraesdoMensageirodeDeus (S)!' Elescontinuaram a mecensurar, toveementemente, queeumesenti inclinado avoltar a ter com o Mensageiro de Deus (S) e contradizer o meu relato. Ento euperguntei a eles: H algum outro caso semelhante ao meu? Eles disseram: 'Sim,h o casode duas pessoas que declararam o mesmo quedeclaraste, e foi-lhesditoo que tefoidito.' Perguntei: 'Quem erameles?'Responderam'tjue eramlbnMuraralbn Rabi'iAI ' Amri edeHilal lbn Umaiya Alwquifi.' Elesmencionaram dois indivduos que eram virtuosos e no apenastinham tomadoparte na batalha de Badr, mas eram um exemplo a seguir e, por isso, eu me sentifortalecido,no meu pensamento original."Depois daquilo, o Mensageiro de Deus (S) pediu aos muulmanos queno falassem comns trs que no o acompanhamos. As pessoas procuravamnos evitar, e tornaram-se estranhas para ns. Eumesentiacomo se estivessenum pas estrangeiro. Aquele estado de coisas durou cinqenta dias. Meus outrosdois companheiros ficaramto chocados pelavergonha, quese trancaram emsuas casas, chorando. Eisqueeu, sendo o mais jovem e o maisfortedos trs,saa paraa rua e me juntava aos muulmanosnasoraes, e caminhava pelasruas, mas ningum falava comigo. Eu me apresentava perante o Mensageiro deDeus (S) quandoelesesentavanamesquita, aps orao, eosaudava, eficavavidoporsaberse seuslbiosse mexiam ou no,emresposta minhasaudao. Mais ainda, eu costumava ficar, nas oraes, perto dele. Quando eunotavaqueelenoolhava naminha direo, estando euabsortonasminhasoraes, e ele olhava para outro lado quando eu olhava para ele; eu ficava muitoangustiado por causa das atitudes hostis dos muulmanos para comigo. Naqueleestado, numdiaeusubi no muro divisrio do jardim domeuprimo eamigontimo, AbuCatada, e o saudei, maseleno respondeu.Eulhe disse: AbuCatada, digo-teem nome de Deus!Deves estar ciente de que euamo a Deus eao Seu Mensageiro!, e ele continuou calado. Eu repeti a minha afirmao; aindaassim no houve resposta da parte de Catada. Repeti a minha afir mao por trsvezes, quandoeledisse: 'DeuseSeuMensageirosabemmelhor!'Aoouviraquilo, no pude conter as lgrimas, e volteipara casa."Num dia, eu estava vagando pelomercado de Madina, quando vi umcampons da Sria que vendia gros comestveis, e perguntava paraas pessoasse algum ali poderia dar-lheo endereo de Kaabbin Mlik. Algum apontou33www.islamicbulletin.comna minha direo. O campons veio at mim e me entregou uma carta do Rei deGhassan - eu sabia ler. Nela estava escrito:'Ficamos sabendo que a pessoa coma qual te associaste,ou seja, o Profeta (S), est te tratando injustamente. Deusnotefezpara seres desgraadoemal tratado. Vem parans, ensfaremostodo o esforo para te satisfazer!' Aps ter lido a carta, eu disse para mim mesmoqueaquilo eratambm um teste para mim, e queimei a carta."Quando quarenta dos cinqenta dias haviam passado, e nenhuma ordemdivina sobre ns forarevelada, umporta-voz do Mensageiro de Deus (S)veioter comigo, e disse: 'O Mensageiro de Deus (S) te orienta a no coabitares comtua esposa.' Perguntei: Devo divorciar-me dela, ou o qu? Ele disse: 'No, apenaste abstenhas de teres relao comela!' O Profeta (S)havia transmitido ordenssemelhantes tambm para osmeusdoiscompanheiros. Assim,eupedi para aminha esposa quefosse para a casa dos seuspais, e comelesficasse, at queDeus determinasse sobreaqueleassunto. Aesposade umoutrohomem,condenado como eu, o Hilal IbnUmaiya, foi tercomo Mensageiro deDeus(S), e implorou: - Mensageiro de Deus (S), o Hilal IbnUmaiya est velho, e incapaz de se cuidar sozinho; elenematendente tem!Portanto, desagradar-te-iaseeucontinuasseaservi-lo?' OProfeta(S) disse: 'Contantoqueelenotenha relao contigo...' Ela disse: 'Ele (sendo velho) no tem desejo por sexo!'Desde aquele incidente, ele chora continuamente. Alguns dosmeus achegadossugeriram-me que eu tambm pedisse permisso ao Profeta (S) para que minhaesposa tambm tomasse conta de mim, como fazia a esposa do Hilal Ibn Umaiya.Eunoiriaaborrecer o Profeta (S) comtal pedido, porque nosabia o que eleiria dizer; alm do mais, eu era jovem (ao contrrio do Hilal)."Mais dez dias (e noites) COIT:.Oaqueles se passaram, desde o meu boicotesocial e, naqinquagsima primeira manh, aps orao da madrugada, euestava sentado, em minha casa, nem modo depressivo, como se o mundo, apesardasuaextenso, como o Todo-PoderosoDeusodescrevia, parecia estreitoepequeno para mim, eu ouvi, repentinamente, algum gritar, com toda potnciadasuavoz, vinda dodocume doMonteSal: -oKaabIbnMlik, ficafeliz,porque h boas notcias para ti!' Imediatamente, aps ouvir aquilo, eu me prostrei(para exprimir meusagradecimentos), e meconscientizei dequealgum meiopara o meuconsolo havia sidoencontrado. Parecia queo Mensageiro de Deus(S)havia informado a audincia, na hora daOrao da Alvorada, que Deus, oExaltado, havia graciosamente aceito os nossos arrependimentos, e ento vriaspessoas se puseram a externar as felizes notcias para todos ns. Alguns foramtercomosmeus dois outroscompanheiros. Umhomemseps a cavaloemdireo a minha casa. Ummembro da tribo dos Aslam subiu ao topo do morroe, emvozalta, anunciouasnovas, e sua vozchegou aosmeusouvidos, antesqueo cavaleiro chegasse a minha casa. Quando ohomem cuja vozeuouvirachegouparame felicitar, eu presenteei-lhecomas duas peas da minhavestimenta. PorDeus, naquelediaeunotinhaumaroupaextraparausar;34www.islamicbulletin.comportanto, tiveque pedir emprestado uma, e decidi apresentar os meus respeitosao Mensageiro de Deus (S).No caminho para a casa dele, cruzei-me comgruposeajuntamentodepessoasqueme congratularampelaaceitao, dapartedeDeus, do meuarrependimento. Por fim quando cheguei mesquita, encontrei oMensageiro deDeus (S) l sentado, rodeado deseguidores.Deles, somente oTal-ha Ibn Ubaidullah ficou de p e se apressou em direo a mime, apertandominha mo, congratulou-me. Ele foi o nico homem, detodososemigrantes,que me recebeu to calorosamente, queeu jamais meesqueci doseugesto."Kaab, continuando sua narrativa, disse:"Quando eu saudei o Mensageirode Deus (S), seurosto estava brilhante de alegria, e ele disse: 'Alegra-te com omelhor dos dias que j se passaram, desde o dia do teu nascimento!' Eu perguntei:Mensageiro de Deus(S), isto (este favor) obra tua, ou de Deus? Ele respondeu:'De certoqueistodeDeus!' Era costumeiro ofatodeque a sua felicidadeficasse estampada no seu rosto, o qual brilhava como um pedao da lua; e assimns podamos ver que ele estava feliz. Aps aquilo, eu me rendi a ele; eu disse:Mensageirode Deus, comoumato de gratidopelaaceitaodo meuarrependimento, queropresentear toda aminha propriedade aDeus eaoSeuMensageiro, para ser gastaemcaridade. Eledisse: 'Sermelhorparati secontinuares retendo uma parte da tua propriedade!' Ento eu disse que iria retera minha partedapropriedade, emKhaibar. Ento,eumerendimaisainda, edisse: Mensageiro de Deus, Allah, Ta' la, concedeu a minha liberao apenaspor causa daverdade e, portanto, para concretizar o meuarrependimento, pelorestodaminhavida, nadafalarei, anoser averdade. Desdeodiaemquedeclarei isso peranteoMensageirodeDeus(S), Allah, Ta'la, notestouaningum to severamente na questo de dizer a verdade, como me havia testado.At este dia, desde a minha declarao, eu jamais fuitentado a dizer mentiras,e espero queDeus continue a meproteger quantoa isso, peloresto daminhavida!"Deus, o Altssimo, revelou:"SemdvidaqueDeusabsolveuoProfeta, os migranteseossocorredores, queo seguiram nahora angustiosaemqueos coraes dealgunsestavam prestes afraquejar. Eleos absolveu, porque para comelesCompassivo, Misericordiosssimo. Tambmabsolveuostrsqueseomitiram(naexpediode Tabuk) quandoaterra,comtodaasuaamplitude, lhespareciaestreita, esuasalmasseconstrangeram, esecompenetraram de que no tinham mais amparo seno em Deus; e Ele osabsolveu, a fimde que se arrependessem, porque Deus o Remissrio, oMisericordiosssimo. crentes, temei a Deus e permanecei com os verazes!"(Alc.9:117-119).Continuando, o Kaab disse que desde que Deus lheconcedeu a bnodoIslam, omaior beaefcio foi eledizer averdade peranteoMensageirodeDeus (S), e no mentir para ele, arruinando assim a sua vida, como se arruinararn35www.islamicbulletin.comaquelesque lhe contaram mentiras. NaSua revelao, o Mensageiro de Deuscondenouseveramenteaqueles quesedoacontarmentiras. Deus diz, noAlcoro Sagrado:"Quando regressardes, pedir-vos-o por Deus, para que os desculpeis.Apartai-vos deles, porque soabominveis, e sua morada ser o inferno,peloquelucraram. Jurar-vos-o(fidelidade), para quevoscongratuleiscomeles; porm. se vos congratulardes comeles, sabei que DeusnoSecompraz com os depravados" (9:95-96).Kaab diz que os casos dos trs (incluindo ele), excetoos daquelesqueapresentaram desculpas emjuramentoperante o Profeta (S), ficaram pendentes,e que este admitiu e aceitou os seus rogos, e orou pelas suas salvaes. Eis queo- Profeta (S) manteve pendente os seus casos, at que o Todo-Poderoso Deusdecidisse por Si Mesmo. quando Deus, o Exaltado, diz:"Tambmabsolveu os trs que se omitiram (na expedio de Tabuk)!"(AIc. 9:118)."Issonoquer dizer umaaprovao nossaomissoaoJihad, massignifica que Deus deferiu os nossos casos at depoisda disposio dos casosdos indivduos que fizeram umjuramento perante o Profeta (S), e ele lhes aceitouas desculpas." (Muttafac alaih)OutraversodizqueoProfeta(S)partiuparaacampanha de Tabuknuma quinta-feira -e ele gostava de partir em viagem nas quintas-feiras. Aindaoutra tradiodiz que ele costumava voltarde uma viagem com o dia claro, eantesdomeio-dia. Imediatamenteaps suachegada, iaparaa mesquitaeoferecia duas rakt de nafl (oraesopcionais), e l se sentava.22. O ImranIbnHusseinrelatouqueumamulher, pertencente triboJuhaina, ficougrvidacomoresultadodeum adultrio. Elafoi ter comoMensageiro de Deus (S) e admitiu sua culpa e pediu para ser punida de acordocom as injuesalcornicas. O Profeta (S) mandouque buscassem o guardiodela, e pediua ele que a tratassebem, e quea levassedevoltaa ele,apsoparto. O guardio de fato cumpriuas ordens, e a levou de volta ao Profeta (S),que ordenoua execuo dela,comomandao Alcoro Sagrado. Para tanto, asroupas dela foramamarradas em torno do seu corpo, e ela foi apedrejada at morte. DepoisoProfeta(S) dirigiuasoraes dofuneral dela. Omarargumentou: -oMensageiro de Deus, ela era uma adltera, e tu diriges as oraesdo seu funeral!"O Profeta (S) disse: "Sim, ela de tal modo se arrependeu. quese esse arrependimento fosse distribudo entre 70 pessoas de Madina, ser-lhes-ia suficiente. No pode haver um grau de arrependimento melhor e mais elevadodo que esse, porque ela escolheu falar a verdadeao custo da sua prpriavida,simplesmente em prol do aprazimento de Deus" (Musslim).23. Ibn Abbas (R) relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse: "Se umdentre os filhos de Ado tivesseum vale de ouro, teria desejado ter dois vales;porm(nasuamorte), nadaalmdeterralheenchera boca. Aindaassim,Deus perdoar a todo aquele que se arrepender." (Muttafac alaih)36www.islamicbulletin.com24. Abu Huraira (R) relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse: "Deus,louvadoseja, demonstraralegriano casode dois homens; um delesmataooutro, mas ambos alcanam o Paraso. Um combatia pela causa de Deus, e caiumorto; logo Deus perdoa o outro que o havia matado, por ter abraado o Islame tambm ter cado como mrtir." (Muttafac alaih)CAPTULO 3APACINCIADeus, louvado seja, disse:-ocrentes, perseverai, sede pacienteseconstantes, estai semprevigilantes" (Alcoro Sagrado, 3:200).E o Altssimo disse ainda:"Certamente quevos poremos prova mediante o temor, a fome, aperda dos bens, dasvidase dos frutos. E ( Mensageiro) anuncia (abem-aventurana) aos perseverantes" (Alcoro Sagrado, 2:155).E, louvado seja, disse mais:"Aos perseverantes, ser-lhes-opagas, irrestritamente, as suasrecompensas!" (Alcoro Sagrado, 39:10).E, louvado seja, continuou dizendo:"Quempreservar e perdoar, saber que isso umfator determinanteem todosos assuntos" (Alcoro Sagrado, 42:43).E, louvado seja, disse outra vez:- crentes, amparai-vos na perseverana e na orao, porque Deusest com os perseverantes" (Alcoro Sagrado, 2:153).E Deus, louvado seja, disse ento:"Sabei quevosprovaremos, paracertificar-Nos de quemso oscombatentes e perseverantes dentre vs" (Alcoro Sagrado,47:31).25. AI Hres lbn A'ssem AI Ach'ari (R) relatouqueo Mensageiro deDeus (S) disse: "A purificao a metade da f. O louvarmosa Deus faz comque se encha a balana das boas aes; e o louvarmose glorificarmos a Deusfazemcom que se enchamo que h entre o cu e a terra. A orao luz, e acaridade uma evidncia. Apacincia luminosidade, e oAlcoro uma prova,a favor ou contra ti. Todas as pessoas comeam o dia comovendedorasde simesmas, libertando-se ou se condenando." (Musslim)26. AbuSad AI Khudri (R)relatouquealgumas pessoasdosAnsarrecorreramao MensageirodeDeus(S)pedindoajuda(caridade), eelelhasconcedeu. Voltaram outravez a pedir-lhe, e elealhasconcedeu, at queseacaboutudo o que tinha. Entoele lhes disse: "Noguardei nada comigode37www.islamicbulletin.comvalioso que possa dar-vos.Porm, quanto quele que se abstiver de ou se recusarapedir, Deuslhesatisfarasnecessidades; equantoaquembuscaraauto-suficincia, Deus o farauto-suficiente; e quantoa quem buscar ser paciente,Deus otornarpaciente. Ningumusufruirde umagraamaiordoque apacincia." (Muttafac alaih)27.Suhaib IbnSinan (R)relatou queo Mensageiro de Deus(S)disse:" admirvel o casodo crente, poistudo bompara ele; e istonoocorre comningum mais, a no ser com o crente. Se objeto de umbem e d graas, istoumbempara ele; esesofrealguma desgraaesearmadepacincia, istotambm um benefcio para ele." (Musslim)28. Anas(R) relatou que durante a ltima enfermidade do Profeta (S), ador eafebresefaziaminsuportveispara ele. Sua filha, Ftima(R), disse:"Que angstia, a domeu pai!" Porm, o Profeta disse: "No haver angstiapara o teu pai, depois de hoje." E quando o Profeta morreu, Ftima exclamou:- pai meu, Deusatendeu tua prece! pai meu, os jardins do Paraso sero atua morada! pai meu, ao arcanjo Gabriel anunciaremos a tua morte!" E quandoo Profeta (S) foi enterrado, Ftima disse: "Como pudestes lanar terra sobre oMensageiro de Deus?" (Bukhri)29. Ussama IbnZaidIbnHrisa (R), servente doMensageiro deDeus(S) relatou: "Afilhado Profeta(S) informouaseupai: 'Meufilhoestagonizando, eesperamosa tuapresena emcasa.' OProfeta enviouassuassaudaes, dizendo: 'A Deus pertence aquilo que leva, e a Deus pertence aquiloqued. Tudo, para Ele, tem um plano pr-estabelecido. Ento quetenha muitapacincia e que rogue a Deus para que seja recompensada.'Ela voltou a insistirporele, pedindo-lheporDeusque fosse. OProfeta(S) sedisps av-la,acompanhado por Saad IbnUbada, Moaz Ibn Jabal, Ubai IbnKaab e Zaid IbnSbet, entre outros. Uma vezl,o menino foi levado aoMensageiro de Deus,que opegounocolo, enquantoopequenoofegava. Os olhos do Profetamarejaram. Aov-lochorar, Saadperguntou: -oMensageiro deDeus, queisso?" EoProfeta respondeu:" acompaixo que Deus ps nocoraodosSeusservos." (Bukhri)30. O Suhaib (R) relatou queo Mensageiro de Deus(S) disse: "Entre ospovosantigoshouveumrei quetinhaummgico(aseus servios). Quandoeste ficouvelho, disse para o rei:'J que estou ficando velho, por favr escolhaum jovem a quem eu possa ensinar magia!' Concordando com isso, o rei envioua eleum jovem para aprender a artedamagia. Nocaminho do jovem, naidapara o mgico, vivia um monge com o qual o rapaz costumava sentar-se e ouvir-lhe a fala. Ele ficava to aprazido com o discurso do monge, que toda vez que iaencontrar-secomomgico, nocaminhosentava-secomomonge, eissooatrasava, e o mgico batia nele; o jovem queixou-se junto ao monge sobre isso.Este lhe disse: 'Quando tiveresmedo do mgico, dize-lhe queo teupessoal tedeteve; e quando te viresacossado pelas perguntas do teupessoal, dizequete38www.islamicbulletin.comatrasas por causa domonge.' Esseestratagema continuou por algumtempo.Num dia o jovem viu um grande animal a bloquear a passagem das pessoas, edisse para si mesmo: 'Agora me certificarei se o mgico o melhor, ou se omonge!'Ento ele pegou uma pedra, e disse: - Deus, se a conduta do monge maisdo Teu agrado, do quea prtica do mgico, causa a morte deste animal,para que as pessoas possam passar.' Eis que ele golpeou o animal coma pedra,e o matou, possibilitando a passagem das pessoas. O jovem contou sobre aquilopara o monge, quedisse: 'Filho, hojetu mepassaste em liderana, e acho quechegaste a umestgio emquepoderssofrer injrias. Seissoacontecer, noreveles o meu reduto!'"O jovem comeou a curar as pessoas que sofriam de cegueira congnita,de lepra, e de outras enfermidades. A notcia chegou aos ouvidos de um cortesodo rei que havia ficado cego. Ele foi ter com o jovem, levando muitos presentes,e disse: 'Tudoistoserteu, se mecurares!' O jovem lhedisse: 'Eu nocuroningum; to-somente Deus Que concede a cura. Se declarardes a vossa f emDeus, eu orarei porvs, e Ele vos conceder a sade.' Assim, ele declarou suaf emDeus, Que lhe restaurou a viso. Depois elefoi para a corte reale a seassentou, como soa acontecer. O rei perguntou a ele quem lhe havia restauradoaviso, eelerespondeu'omeuDeus!' Orei perguntou: 'Acasotens outroDeus alm de mim?' O homem respondeu: 'Deus o vosso e o meu Sustentador!'Orei ordenouqueocortesofosse presoetorturado, atque elerevelouonome do jovem, que foi levado perante o monarca, que lhe perguntou:'Filho, teaprofundaste tantona magia, que podes curar pessoas que sofrem de cegueira,lepra e outrasdoenas?' O rapaz disse: 'Eu nocuroningum; Deus Quemcura!' Ento o rapaz foi tambm presoe torturado, at que ele fez o rei saber onomee endereo do monge, quefoi do mesmo modo intimado, e ordenado nosentido de repudiar a sua f, mas ele se recusou. O rei mandou que trouxessemum serrote, que foi posto no meio da cabea do monge, e ela foi cortada em doispedaos. Depois o corteso do rei foi chamado e intimado a renunciar sua f.Ele tambm se recusou, e sua cabea foi cortada. O jovem foi trazido perante orei, que lhe pediu que renunciasse ao seu culto, mas ele se recusou faz-lo. O reientregou ojovem aos seus homens, e lhes disse: 'Levai-o a tal e tal montanha e,quando chegardes ao topo, se ele aindase recusar a renunciar sua f, atirai-omontanha abaixo!' Eles o levaram para o topo da montanha; a ele suplicou: -Deus, ajuda-me amelivrar disto, damaneira queacharesmaisapropriada!'Ento um terremoto sacudiu a montanha, e os homens despencaram para baixo.O jovemvoltouparaorei, quelheperguntou: 'Queaconteceucomosteusacompanhantes?' Ele respondeu: 'Deus me salvou deles!' Ento ele foi entreguea um outro grupo de homens aos quais foi mandado que o levassem num pequenobote ao mar e, no caso de persistncia em no renunciar sua f, que o atirassemao mar. Assim, eles o levaram, e ele orou: - Deus, livra-me desses indivduos,da maneira que desejares!' O bote afundou com a sua carga e os homens do rei39www.islamicbulletin.comse afogaram. Novamente o rapazvoltouparao rei, quelheperguntou: 'Queaconteceu com teus acompanhantes?' Ele respondeu: 'Deus me resgatou deles',e acrescentou: 'No sereis capaz de me matar, a menos que faais o que eu vosdisser!' O rei inquiriu: 'Eo que ?' O jovemrespondeu: 'Reuni o povo numespaoaberto, e fazei com que eu seja amarradono troncode uma palmeira;depois tirai uma flecha da minha aljava e, colocando-a no arco, dizei: Em nomede Deus, o Senhor desse jovem, e disparaia flecha em mim. Se fizerdesisso,sereis capaz de me matar!' O rei procedeu de acordo com o que o rapaz dissera:o povo foi reunido num espaoaberto, o jovem foi amarradoao tronco dumapalmeira, o rei pegou uma flecha da aljava dele e, colocando-a no arco, disse:'Em nome de Deus, o Senhor desse jovem', e disparou. Aflecha atingiu ojovemna tmpora; ele se contorceu todo, e morreu."Vendo aquilo, as pessoas disseram: 'Declaramos a nossa f no Senhordesse jovem!' Orei foi informado: 'Vede, aquilo sobre o que estveis apreensivoaconteceu:o povo declaroua sua f no Senhor do jovem!' O rei ordenou quetrincheiras fossem escavadas em ambos os lados das estradas; quando estavamprontas, fizeram-nas ficarem cheias de fogo. Ento foi anunciado que qualquerpessoa que se recusasse a abandonar a sua f seria arremessada nas trincheirasem chamas, ou seria ordenado que nelas se atirassem. Esse procedimento tevecontinuidade. Umamulherseapresentou, acompanhadadeummenino, ehesitava em ser atirada ao fogo, no que o menino a encorajou, dizendo: 'Me,s firme; tu ests no caminho certo!" (Musslim).31. Anas (R) relatou que o Profeta(S) passou junto a uma mulher quechoravaao lado de uma sepultura. Disse-lheele: "S devota e paciente!" Elalhe respondeu: "Deixa-me, pois tu no tens sofrido o mesmo que eu, em minhadesgraa!" Amulher no o havia reconhecido. Mais tarde, quando foi informadade que se tratava do Profeta, dirigiu-se casa dele e, no encontrando nenhumcriado, entrou e lhe disse: "Note reconheci", e ele replicou: "A pacincia semostra ante o primeiro momento de uma calamidade." (Muttafacalaih)32. Abu Huraira (R) relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse: "Deus,louvado seja, diz: 'No tenho outra recompensa que no seja o prprio Parasopara o Meu servo crente que, quando tomo o seu mais querido ente, nesta vida,ele o aceita com resignao, em busca da Minha recompensa." (Bukhri)33. Aicha (R) relatou que perguntara ao Mensageiro de Deus (S) acercada peste, e que ele explicara a ela que era umcastigo de Deus, louvado seja, queEle enviava a quem determinasse, e que era uma misericrdia para os crentes.Assimque, todocrentequesofrede pesteesemantmemsualocalidade,armado de pacincia e resignao. em busca da recompensa de Deus, convencidodequenadalhepoderocorreranoser oqueDeus lhetenhadestinado.desfrutar de uma recompensa equivalente de um mrtir. (Bukhri)34. Anas (R) relatou que ouvira o Mensageiro de Deus (S) dizer: "Deus.glorificadoseja, disse: 'Casosubmetesse Meuservoa uma provao, com a40www.islamicbulletin.comperdadaviso, eeletivesseabundncia depacincia, recompens-lo-ia,porisso, com o Paraso." (Bukhri)35. At Ibn Abi Rabah disse queIbn Abbas (R) lhe perguntou:"Queresconhecer uma mulher dentre as moradoras do Paraso?" Respondi-lhe que sim;disse: "Aquela negra que se dirigiu ao Profeta (S), dizendo: 'Sofro de epilepsia,sendo que isso faz com que me descubra. Roga a Deus, louvado seja, por mim.'O Mensageiro de Deus respondeu:'Se quiseres, s paciente e ters o Paraso. Ese quiseres, rogarei a Deus, Altssimo, para quete devolva a sade.' A mulherdisse: 'Pois terei pacincia; mas roga a Deus por mim, para que no esteja, como ataque, descoberta!'E o Profeta rogou por ela."(Muttafac alaih)36. Abdullah Ibn Mass 'ud (R) relatou: " como se estivesse vendo agorao Mensageiro de Deus(S), nos falandodeum dosprofetas de Deus (AS)quefoigolpeadopor sua prpria genteat sangria, dizendo enquanto limpava osanguedeseurosto: 'Senhor, perdoa minhagente, porque nosabemoquefazem!" (Muttafac alaih)37. Abu Sad e Abu Huraira (R) relataram que o Profeta (S) disse: "Semprequeomuulmanofor acometidodeumafadiga, enfermidade, preocupao,tristeza, lesoouangstia, inclusiveatingidopor umespinhoqueoperfure,Deus lhe expiar, por isso, alguma das suas faltas." (Muttafac alaih)38. Abdullah Ibn Mass'ud (R) relatou: "Visitei o Profeta (S) quando eleestava com febre. Disse-lhe: Mensageiro de Deus,estscom febrealta! Eledisse: 'Deveras! a intensidade da minha febre equivalente de duas pessoas!'Eu disse: Isso porquetensa recompensa em dobro!Ele disse: . issoa', eacrescentoumais: 'Quandoummuulmanosefere, por exemplo, comumespinho, oucommenos queisso, Deusexpia-lheospecados, osquais saemdele como saemas folhasde uma rvore'" (Muttafac alaih)39. Abu Huraira (R) relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse: "quelea quemDeus quiser favorecer f-lo- sofrer." (Bukhri)40. Anas (R) relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse; "Que ningumdentre vs deseje a morte por algo que haja sofrido. Outrossim, que diga: 'Deusmeu, seavidao melhor paramim, faze-me viver; efaze-me morrer, seamorte o melhor para mim!'" (Muttafac alaih)41. Khabbab Ibn aIArat (R) relatou: "Queixamo-nos durante a repressoque os primeiros muulmanos sofreram, emMakka, perante o Mensageiro deDeus (S), quese encontrava sentado sobrea suatnica, sombra daKaaba;dissemos: Poderias tupedir orespaldodeDeus erogar-Lhepor ns?Eelerespondeu: 'Houve um tempoem quese levava o homem(crente), cavava-seuma cova na terra, e ali se o jogava. Entopegava-se um serrote para p-la nasua cabea,partindo-a em dois, ou se lhe passava um pente de ferro, separando-lhe as carnes dos prprios ossos. Contudo, aquilo no o demovia da sua religio.Por Deus, Elefar prevalecer essareligiode tal modo, queo viajante poder41www.islamicbulletin.compercorrer o caminho de Sana a Hadramut semnadatemer a no ser a Deus, e olobo quanto s suas ovelhas. Porm, quanto a vs, desde j, sois uns apressados.'"(Bukhri)42. Ibn Mass;ud(R) relatou: "Nodesfechoda luta, emHunain, oMensageiro de Deus (S), com o fito de conquistar os coraes de alguns novosconvertidos ao Islam, favoreceu algumas pessoas, na distribuio dos despojos.Deuparao Aqra IbnHbiseparao UyainaIbnHissncemcameloscada, edispensoufavores tambmparaalgunsdos respeitveis lderesrabes. Umhomem objetou quilo, dizendo: 'Essa no umadistribuio justa no sentidode se obter o aprazimento de Deus!' (Ao ouvir aquilo) eu resolvi levar tal objeoao conhecimento do Mensageiro de Deus (S); fui ter comele, e o informei (doque se dissera). Ao ouvir tal coisa, o rosto do Profeta (S) ficouvermelho, e eledisse: 'Quem ento ir fazer justia, se Deus e o Seu Mensageiro no a fizerem?'Depoisacrescentou: 'QueDeus tenhamisericrdiadeMoiss(As), poiseleteve mais problemas que este, mas foi paciente!'Ouvindo aquilo, eu disse paramimmesmo: Jamais direi nadadessa natureza para eleoutra vez!"(Muttafacalaih)43. Anas (R) relatou queo Mensageiro deDeus (S)disse:"Caso DeusdesejefavorecerumdeSeus servos, adiantar-Ihe- asconseqncias dasuasfaltasainda nesta vida; caso contrrio, deix-lo- comsuas faltas, com as quaisse apresentar no Dia do Juzo." Ele disse ainda: "Apenas o trabalho rduo trazumarecompensa elevada, e quando Deus, o Exaltado, amaas pessoas, Eleascoloca sob testes. Portanto, aquele queaceita o seu teste e por ele passa, obtmo aprazimento de Deus, e aquele quese esquivar doseu teste ir obter a ira deDeus." (Tirmizi)44. Anas (R) narrou que Abu Tal-ha (R) tinha um filho que sofria de umagrave doena. Um dia, Abu Tal-ha se ausentou de casa e, durante a sua ausncia,o menino faleceu. No seu regresso, perguntou: "Como est meu filho?" UmmuSulaim - a medo menino - respondeu:"Est mais tranqilo quenunca." Emseguida lhepsa ceia. AbuTal-ha, depois de ceiar, se deitou comsua mulher.Maistardeesta lhe comunicouque omeninohaviasidoenterrado. Nodiaseguinte, AbuTal-ha foi ter como MensageirodeDeus (S), e lhecontouosucedido. O Profeta lhe perguntou: "Tivestes uma noite de bodas?" AbuTal-hadisse quesim. OProfeta exclamou: "Senhor, abenoaofruto deambos!"Amulher de Abu Tal-ha deu luzumvaro, e ele disse a Anas: "Leva o meninoante oProfeta(S)." EtambmenvioualgumastmarasparaoProfeta. Esteperguntou: "Trazes algo?" Anasdisse: "Sim, tmaras." O Profeta (S) as pegoue as mastigou, e as colocou na boca do menino, esfregando-lhas nasgengivas;e lhe pso nomede Abdullah. (Muttafac alaih)AversodeBukhri acrescenta: IbnUyainadisse: "UmhomemdosAnsar informou queo Abdullah, o filhodeTal-ha, teve novefilhos, etodosrecitavam o Alcoro."42www.islamicbulletin.comAnarraodeMusslimdiz: "QuandoofilhodeAbu Tal-ha, queeletinhatido com a UmmuSulaim, morreu, ela dissepara os membros da famlia:'No conteis para oAbu Tal-ha sobre a morte do menino; eu mesma lhe contarei.'Quando ele chegou, ela ps o jantar diante dele, o qual ele comeu. Ela, ento searrumoupara ele, damelhor forma possvel, e elestiveram relaes. Depoisdisso, ela lhe disse: 'Abu Tal-ha, diz-me, se algum empresta algo a uma pessoa,e depoiso pede de volta, tem o emprestado o direito de negar a devoluo?' Elerespondeu" 'No!'Ento, eladisse: 'Temesperana narecompensa deDeus,pelo queaconteceu ao teu filho.' Abu Tal-ha ficouzangado, e disse: 'Deixaste-me em dvida a respeito da condio do meu filho, at depois de termos relaes.'Elea deixou e foi ter como Mensageiro de Deus (S), e lhecontouO ocorrido.Ele disse:'Que Deus abeoe a vossa noite.' Ela ento concebeu. Posteriormente,o Mensageiro deDeus (S)estava deviagem, e AbuTal-ha e esposa estavamcom ele. Era costume do Profeta (S) que, quando retornasse de uma viagem, eleno entrava na cidade durante a noite. Quando eles se aproximaram de Madina,as dores de parto de Ummu Sulaim comearam, e Abu Tal-ha teve de ficarcomela. O Mensageiro de Deus(S) continuou a sua marcha. Abu Tal-ha, ento fez aseguinte prece: -o Senhor meu, Tu sabes qual era o meu desejo de ter o privilgiode acompanhar o Mensageiro de Deus quando ele sai emviagem e quando elevolta. Agora fiquei detido aqui devido situao que vs.' Ummu Sulaim disse:-AbuTal-ha, noestoumais sentindodores. Vamos seguir.' Assim, elesseguiram. Ao chegaram cidade, as dores voltaram, c ela deu luz a um menino."Anascontinuou o seu relato, dizendo: "Aminha memedisse: 'Anas, o bebno deve mamar antes que o leves ao Mensageiro de Deus (S).' Ao amanhecer,leveo menino para o Mensageiro de Deus(S)."(Acontinuao do hadice amesma).45. AbuHuraira(R)relatouqueo MensageirodeDeus (S)disse: "Ohomem forte no aquele que tem forano porte fsico, mas simaquele que secontrola no momento da ira."(Muttafac alaih)46. Suleiman Ibn Surad (R) relatou que estava sentado ao lado do Profeta(S), e viram doishomens quese insultavam mutuamente.Um delesficou como rostomuito ruborizado eas jugularesinchadas. O Mensageiro deDeus (S)disse:"Conheo algumas palavras que, se ele as disser, livrar-se- desse estado;se disser: 'PeorefgioemDeus contra o malditoSatans' Algunshomenscontaram quele homem o queo Profeta (S) dissera: "Busca refgio emDeuscontra o maldito Satans!" (Muttafac alaih)47. MoazIbnAnas (R) relatouque oProfeta(S) disse: "quele quereprimiu, ou reprime, suaira, aotempoquepde ter agido, Deus, louvado eexaltado seja, o convidar, na presena detodasas criaturas, no Diado Juzo,para que eleja a quem maisgoste, entre as belas huris do Paraso." (AbuDade Tirmizi)43 www.islamicbulletin.com48. AbuHuraira(R) relatouque umhomemdisseaoProfeta(S):"Aconselha-me!"Respondeu-lhe: "Note enfureas!"O homeminsistiuemsua pergunta vrias vezes, mas o Profeta continuava a repetir: "No te enfureas!"(Bukhri)49. AbuHuraira (R) relatouque o Mensageiro de Deus(S) disse: "Ascalamidadesacompanharoo crenteea crente, emsuapessoa, seusfilhosesuas posses, at ele ou ela encontrar-se com Deus, louvado seja, sem que tenhaalgum pecadoou delito."(Tirmizi)50. Ibn Abbas (R) relatou "O Uyaina Ibn Hisn foi para Madina e a ficoucom o seu sobrinho, o Hurr Ibn Qais, que era ntimo de mar, e tinha o privilgio'de pertencer ao quadro de seus concelheiros. O Uyaina disse para o Hurr:'Meucarosobrinho, tu desfrutas daconfiana do Amir dosCrentes; serquenoobterias permisso para eu o ver?' Ento o Hurr pediu a permisso requerida, aqual o mar concedeu. Quando o Uyaina compareceu perante o mar, dirigiu-sea esteassim: -filhodeKhattab, tunonosdsmuito, e nonostratasjustamente!' O mar ficouab