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OÁSIS #173 EDIÇÃO A MISTERIOSA SERPENTE NOTURNA Depois de sumir, ela reapareceu 80 anos depois PORCO O verdadeiro melhor amigo do homem MIANMAR, BAVÁRIA, LENÇÓIS MARANHENSES O fascinante mundo das viagens CRIANÇAS SUPERPROTEGIDAS, ADULTOS FRÁGEIS

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Oásis#173

Edição

A misteriosA serpente noturnA

depois de sumir, ela reapareceu 80 anos depois

porCo o verdadeiro melhor

amigo do homem

miAnmAr, BAváriA, Lençóis

mArAnhenseso fascinante mundo

das viagens

Crianças superprotegidas, adultos frágeis

2/38oásis . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

L embro-me bem dos meus verdes anos de infância e adolescência, passados em São Carlos, cidade do interior paulista. Eu, e quase to-dos os meus pequenos companheiros, vivíamos livres e soltos. aos 7

anos entrei na Escola Primária, que hoje se chama Fundamental, e meu pai me levou e foi buscar-me à saída apenas no primeiro dia, “para aprender o caminho”. Já no dia seguinte fui e voltei sozinho, e nunca mais ninguém me acompanhou à escola.

Fora das salas de aulas, vivíamos trepados em árvores, jogando queima e peteca nas calçadas, futebol e basquete nas quadras, nadando nas represas e nos rios, comendo todas as porcarias que encontrávamos pelos cami-nhos. Vivíamos cheios de pequenos cortes na pele, arranhões, escoriações várias, hematomas, picadas de inseto, sem falar nas infestações intestinais por lombrigas, oxiúros, giárdias, sem falar nos bichos-do-pé e nas queimaduras por taturanas e nas picadas de abelhas, vespas e mamangavas. Eu mesmo, pescando lebistes com peneira, no córrego infecto que atravessava a cidade, cortei o pé ao pisar num caco de vidro. Mas não contei nada em casa com

Um qUerido amigo interrompe Uma reUnião de trabalho para ir bUscar a filha na saída do colégio. pergUntei, sUrpreso: ‘mas ela já não está com 15 anos? não pode

andar sozinha as três qUadras de distância entre a escola e sUa casa?’ não, não podia. por medida de segUrança

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por

Editor

PEllEgriniLuis

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medo de levar umas cintadas. resultado: dois dias depois, ardia em febre, e graças a minha tia Flora, que descobriu a infecção no meu pé, fui salvo a tem-po de uma devastadora infecção de tétano.

Mas não morri. E, graças a deus, nunca vi um moleque ou moleca da minha turma morrer das molecagens desatinadas que cometíamos. Pelo contrário, mais apanhávamos da vida, mais fortes e resistentes ficávamos. E eu acredita-va piamente naquilo que minha avó ana repetia com frequência: “o que não mata, engorda”.

Hoje, meio século depois, na capital paulista, um querido amigo interrompe uma reunião de trabalho para ir buscar a filha na saída do colégio. Perguntei, surpreso: “Mas ela já não está com 15 anos? não pode andar sozinha as três quadras de distância entre a escola e sua casa?” não, não podia. Já mocinha, usando sutiã há 4 anos, a garota não estava autorizada a andar sozinha pelas ruas do seu bairro!

Há algo de errado no reino da dinamarca, dizia Shakespeare no seu genial Hamlet. Há algo de errado na república do Brasil, e possivelmente em todo o mundo nos dias que correm...

nossa matéria de capa discute exatamente a momentosa questão da atual superproteção paternal aos filhos. Ela é mesmo necessária, ou é um tanto excessiva e neurótica? Qualquer que seja a resposta, a proteção excessiva pode ter consequências negativas no desenvolvimento dos jovens. Pois, como nossa matéria explica, filhos superprotegidos se tornam adultos fragilizados.

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CRIANÇAS SUPERPROTEGIDAS, ADULTOS FRÁGEIS

edu

CA

çã

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s americanos os chamam “heli-copter parents”, pais helicópte-ros. São aqueles pais que, silen-ciosamente, vigiam à distância os seus filhos, quando brincam, quando interagem com os ou-

tros, quando escolhem o que irão vestir naquela manhã. Aqueles pais que, se nos olharmos sinceramente no espelho, teremos grande chance de vê-los refletidos. “Nos tor-

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muitos pais privam os filhos da possibilidade de enfrentar riscos, tanto físicos quanto emocionais. qual é o limite sadio entre simples supervisão e controle das atividades dos filhos? retrato dos “pais helicópteros”, e conselhos úteis para você não se tornar um deles

Por Stefania Medetti, jornal la rePubblica

namos tão obcecados pela segurança que, já de cara, privamos nossos filhos da pos-sibilidade de assumir riscos e de pagar pe-las suas consequências, tanto a nível físico quanto emocional”, explicou a psicóloga social Hanna Rosin, autora de um artigo sobre crianças superprotegidas, recente-mente publicado na prestigiosa revista The Atlantic.

Rosin ressalta as incríveis mudanças ocorridas no decorrer da última geração: “Comportamentos considerados paranoi-cos nos anos Setenta, como acompanhar à escola crianças que já estão no terceiro ano fundamental, ou proibir o jogo de bola nas ruas, hoje constituem a regra. São, por si-nal, considerados um sinal de responsabi-lidade paternal”.

A medida da postura hiperprotetora a que se chegou pode ser lida naquele espaço reservado por excelência à liberdade que são os jogos e os folguedos infantis. Recen-te estudo da Universidade da Califórnia (Ucla), por exemplo, certifica que os filhos das famílias de classe média de Los Ange-les passam 90% do seu tempo livre tran-cados em casa, empenhados em atividades como olhar televisão, jogar videogames e usar o computador. No espaço aberto, os espaços para jogos e brincadeiras reserva-dos às crianças são seguros, edulcorados,

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coloridos, homogeneizados e previsíveis, e também destituídos de qualquer desafio. Em Wrexham, na região norte do País de Gales, o par-que “The Land” é uma exceção à essa regra hoje mun-dial. Esse parque é um caleidoscópio de materiais que foram jogados fora, prontos para serem reciclados. “Nesse espaço, as crianças não precisam se adequar ao sentido de ordem dos adultos, mas podem modificar tudo aquilo que quiserem. Não existe um valor mo-netário atribuído aos materiais, e as crianças podem

construir e destruir. A brincadeira que resulta disso é uma criação coletiva, uma co-criação”, explica Claire Griffiths, gerente do The Land. A instituição acaba de ser premiada entre os melhores parques de diversão do Reino Unido pela Sport and Recreation Alliance. The Land, além disso, não foi pensado de modo a se-parar as crianças com base na faixa etária: “Uma das maiores satisfações é ver as crianças chegarem so-zinhas e desenvolverem dentro de poucos dias uma verdadeira rede de amigos”, completa Griffiths, coisa que nem sempre pode ser dita da imensa maioria dos espaços para brincadeiras nas cidades modernas, que tendem a segmentar e a separar grupos de pequenos e de grandes, e não facilitam as trocas.

Seis comportamentos irresistíveis

Essas opções que anulam os riscos não são, na reali-dade, destituídas de contra indicações. Segundo Ellen Sandseter, professora de educação da primeira infân-cia no Queen Maud University College de Trondheim, na Noruega, as crianças têm uma necessidade senso-rial de experimentar o perigo e a excitação que dele deriva. “Não se trata de coisas perigosas em si mes-mas, mas sim de experiências que, do ponto de vista das crianças, parecem perigosas”, completa Ellen San-deter.

Autora do ensaio “As brincadeiras de risco das crian-ças a partir de um ponto de vista evolutivo: O efeito antifóbico das experiências excitantes”. Sandeter evi-dencia no ensaio seis comportamentos “arriscados” que exercem grande fascínio sobre nossos filhos, a

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sua possível função e seu consequente efeito antifóbi-co. Por exemplo, andar depressa ajuda a desenvolver a percepção espacial e redimensiona o medo de enfren-tar as próprias emoções. Os outros comportamentos irresistíveis são: enfrentar as altitudes; manipular ins-trumentos; estar perto de forças da natureza, como a água, o fogo ou um precipício; brincar de luta e explo-rar um território por conta própria.

Como escreveu o teórico holandês Johan Huizinga, “a brincadeira serve para alguma coisa que não é brinca-deira” , e enfrentar um obstáculo que, do próprio pon-to de vista, parece arriscado e superá-lo, permite às crianças construir coragem e incrementar o sentimento de segurança e confiança em sua própria capacida-de de enfrentar os problemas. “Embora sem o querer, pais excessivamente presentes e protetores produzem

crianças e adolescentes que têm muita dificuldade de perceber a si próprios e de pensar em si mesmos como pessoas autônomas, com características e limites pró-prios”, observa Francesca Broccoli, psicóloga e psico-terapeuta italiana.

Privar as crianças da possibilidade de enfrentar desa-fios e correr riscos quando brincam pode ter consequ-ências a longo prazo: “As crianças que não puderam experimentar, conhecer a si mesmas e os seus próprios limites serão pessoas frágeis, com pouca autoestima. Recordemos, para começar, que ser sempre protegido significa ser desvalorizado e não reconhecido como adequado, capaz e competente”, prossegue Broccoli. Essa fragilidade poderá se exprimir através de com-portamentos de passividade, insegurança, dependên-cia, e também através de repetidos fracassos, raiva,

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atitudes desafiadoras e provocadoras, incapacidade de tolerar qualquer frustração. Por fim, quando se passa da simples supervisão ao controle, o resultado é coisa que não faz bem nem sequer às mães. Pesquisa da Uni-versity of Mary Washington, publicada no Journal of Child and Family Studies, com efeito, evidenciou como uma maternidade “intensiva” – feita de estímulos constantes e incapacidade de delegar a supervisão dos filhos – se traduza em uma sobrecarga psicológica que impacta sobre a saúde mental das mães. “A sugestão mais importante para os genitores é a de confiar nos próprios filhos, no fato que não se farão mal delibera-damente e no fato de que devem experimentar o risco para aprender a superá-lo”, conclui Griffiths.

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A MISTERIOSA SERPENTE NOTURNADepois de sumir, ela reapareceu 80 anos depois

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ão furtiva a ponto de ser consi-derada pelos zoólogos, durante muitos anos, uma simples fan-tasia, uma serpente noturna mexicana deu novamente o ar da sua graça, depois de sumir

por cerca de 80 anos. Tinha razão o natura-lista inglês William Beebe, quem primeiro descreveu esse réptil no início da década de 1930.

T

ela foi descoberta em 1936. depois, simplesmente desapareceu, deixando os biólogos em dúvida sobre a sua existência. agora, o réptil mais raro, esquivo e solitário do mundo ressurgiu, e os estudiosos confirmam: trata-se realmente de uma nova espécie

Por: equiPe oáSiS

A serpente em questão é a Hypsiglena ochrorhyncha unaocularus, endêmica da Ilha Clarión, no arquipélago mexicano das Ilhas Revillagigedo, no Oceano Pacífico, a cerca 700 quilômetros do litoral da Baja Califórnia. Desde a primeira vez que foram observadas pelo explorador William Beebe, em 1936, nunca mais foram vistas pelas ex-pedições científicas que visitaram o arqui-pélago nos anos sucessivos. A tal ponto que a ciência oficial considerava essa descober-ta um erro devido a anotações equivocadas do biólogo.

Há pouco, uma expedição do Smithsonian Institute e do Instituto de Ecologia do Mé-xico encontrou alguns exemplares da ser-pente. Após examiná-los, os membros da expedição decretaram que se trata de uma espécie nova, nunca descrita antes de Bee-be.

Hábitos solitários e furtivos

No decurso da sua expedição, Beebe reco-lheu uma série de amostras de animais até então desconhecidos, entregando depois todo esse material para o Museu de His-tória Natural Americano. Entre as peças havia um tipo modificado de serpente no-turna (Hypsiglena torquata), que Beebe identificou como uma nova espécie, rebati

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zando-a Hypsiglena ochrorhyncha unaocularus.

Mas os hábitos solitários e furtivos do réptil fizeram com que, desde então, todo e qualquer traço dele de-saparecesse. As anotações de Beebe passaram a ser consideradas fantasiosas, e a reputação do biólogo caiu no descrédito. Até que, há pouco, Daniel Mulcahy, zoólogo e autor de artigo publicado no site científico PLoS One, revelou todo o mistério. Depois de observar atentamente as escamas da serpente conservadas no museu, Mulcahy decidiu seguir seu rasto e se dirigiu pessoalmente à Ilha Clarión.

A serpente noturna de Clarión, cuja população pare-ce ser excepcionalmente pequena, vive sobre blocos de lava negra perto das águas da Sulphur Bay, na Ilha Clarión, e cresce até atingir cerca de 50 centímetros. Embora nunca tenha sido formalmente declarada ex-tinta, a espécie permaneceu ausente da literatura cien-tífica devido a dois fatores: o local onde ela vive, a Ilha Clarión, é extremamente remota e acessível apenas com escolta militar, o que reduziu muito o número de biólogos que a visitaram; o segundo fator são os hábi-tos noturnos e muito furtivos desse réptil, bem como a sua coloração escura que promove um perfeito mime-tismo com o meio ambiente e torna a sua visão muito difícil.

Gatos também chegaram ao arquipélago

Quanto à sua origem, a principal hipótese é que essa serpente tenha surgido da dispersão de um ancestral que conseguiu atravessar o oceano a partir da região

oásis . aniMal

William beebe, o naturalista inglês que descobriu a serpente de clarión, ao redor do ano 1936

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continental mexicana de Sonora-Sinaloa. Sua sobrevi-vência e desenvolvimento é quase um milagre da bio-logia, devido à fragilidade e a aridez do ecossistema da Ilha Clarión, pouco mais que um grande rochedo sobre o mar. Apesar disso, outras espécies invasoras também habitam o arquipélago, entre elas gatos selvagens. O que causa certa preocupação, pois esses felinos, embo-ra ainda não presentes na Ilha Clarión, se alimentam de pequenos lagartos endêmicos que constituem tam-bém a principal fonte de comida para as serpentes. A chegada de gatos a Clarión poderia significar uma rápi-da extinção para as serpentes.

O entusiasmo dos cientistas por essa redescoberta está no fato de que ela possibilitará estudos genéticos e evo-

lutivos quase únicos a respeito do desenvolvimento de uma espécie até atingir a condição de espécie nova, num ambiente extremamente hostil à sobrevivência de qualquer animal terrestre.

Daniel Mulcahy e sua equipe encontraram até agora apenas 11 exemplares da serpente de Clarión, ao explo-rar as fendas rochosas mais recônditas da ilha, onde elas se escondem. A cor marrom acinzentada com pe-quenos pontos negros isolados, quase igual à cor do rochedo, e os hábitos solitários dessa serpente fizeram pensar que não se tratasse de uma subespécie, mas sim de uma espécie à parte de réptil noturno. Essa hipóte-se foi a seguir confirmada pelas análises genéticas.

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a baía Sulphur, na ilha clarión, habitat da serpente noturna

as serpentes noturnas da ilha clarión vivem entocadas em cavidades rochosas à beira do mar

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PORCOO verdadeiro melhor amigo do homem

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oásis . dESCoBErta

onduzido pelo Consórcio In-ternacional para o Sequencia-mento do Genoma do Porco, coordenado pelas Universida-des de Illinois (EUA), de Wa-geningen (Países Baixos) e de Edimburgo (GB), um estudo revelou o genoma completa de

uma fêmea de porco doméstico da raça Du-roc (espécie Sus scrofa). Para reconstruir

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homens e porcos: uma história de convivência e domesticação que já dura pelo menos dez mil anos. recentemente, após duas décadas de árduos estudos, completou-se o mapeamento do dna desse animal. surpresa geral: o sequenciamento revela novas e inesperadas semelhanças genéticas com o gênero humano

Por: equiPe oáSiS

as etapas da evolução desse animal, esse mapa de Dna foi em seguida confrontado com os mapas de javalis europeus e asiá-ticos, os primos selvagens muito similares aos antepassados do porco doméstico.

Essa importante pesquisa evidenciou como os suínos tenham passado por uma rápida evolução genética, sobretudo dos genes dedicados às respostas imunológi-cas do organismo e sobretudo do sentido do olfato, que nos suínos é muito desen-volvido (são ótimos buscadores de raízes e tubérculos subterrâneos como ao tartufo, por exemplo). Essas informações prova-velmente irão ajudar os produtos a melho-rar a qualidade da carne suína e a tornar esses animais mais resistentes às doenças e, portanto, mais produtivos.

Mas essas não são as únicas consequên-cias práticas: o mapa colocou em evidên-cia numerosas variantes genéticas asso-ciadas a diversas doenças humanas como obesidade, diabetes, dislexia, Parkinson e Alzheimer, estendendo a potencial utiliza-ção desse animal – que já era usado para a produção de válvulas cardíacas e para produzir heparina, o fármaco anticoagu-lante extraído do intestino suíno – como modelo ideal para a pesquisa biomédica e para a experimentação de fármacos.

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Alguns cientistas criticam o projeto dizendo que ele é digno do Doutor Frankenstein? Mas essa não é a posição do médico Hiromitsu Nakauchi, responsável pela pesquisa sobre células-tronco no centro de medi-cina regenerativa da Universidade de Tóquio. É ele o principal fornecedor de subsídios científicos para as démarches jurídicas com vistas à legalização dos ór-gãos-quimera no Japão. “Essa passagem legal é muito importante e já custou mais de três anos para ser es-boçada”, declarou recentemente Nakauchi ao jornal Daily Telegraph.

Atualmente o Japão é um dos países menos restriti-vos no âmbito dessa matéria, e autorizou estudos que foram suspensos em outros países.

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Experimentação: existe uma alternativa?

Estaremos então na era da produção intensiva, com finalidades médicas, dos órgãos-quimera, parte hu-manos parte animais? Várias indicações apontam nessa direção. O governo japonês, com efeito, confiou recentemente a um grupo de médicos e de advogados a tarefa de redigir os primeiros esboços de leis que regulamentam as pesquisas a respeitos dos embriões--quimera, ou seja embriões animais – quase sempre suínos – nos quais foram introduzidas células-tronco humanas. O objetivo desses estudos é criar porcos ca-pazes de fornecer órgãos que possam ser transplanta-dos em um ser humano sem problemas de rejeição.

Hiromitsu nakauchi

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Nakauchi e sua equipe já implantaram com sucesso células tronco de ratazanas no interior de embriões de rato geneticamente modificados e cogita agora apli-car a mesma tecnologia também em homens e porcos, mas os dispositivos legais japoneses atuais não o per-mitem. Hoje, com efeito, as normativas daquele país consentem criar embriões-quimera em laboratório e conservá-los por um período máximo de 14 dias. O próximo passo será autorizar a implantação deles em úteros animais, mas para que isso aconteça devem es-perar a aprovação da nova lei, o que poderá ocorrer a qualquer momento.

Do porco tudo se aproveita... Este é um velho ditado japonês que agora, mais do que nunca, parece acerta-do. Resolvido o item legal, a produção do primeiro su-

íno com órgãos “humanizados” será bastante rápida, visto que a tecnologia já é disponível. O primeiro “ór-gão de reposição” a ser produzido será provavelmen-te um pâncreas, o mais fácil de gerar. Para coração e rins o processo será mais longo e exigirá pelo menos cinco anos.

A pesquisa de Nakauchi deixa no entanto sem respos-ta numerosas questões tanto de natureza científica quanto ética. Qual será a real compatibilidade dos órgãos quimera? Quem os aceitará, transplantados no próprio corpo, quando a real compatibilidade dos ór-gãos quimera for uma possibilidade concreta? Quais problemas deverá enfrentar?

19/38oásis . ViagEM oáSiSProfusão de templos budistas em Mianmar

MIANMAR, BAVÁRIA, LENÇÓIS MARANHENSESO fascinante mundo das viagens

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ruzeiro pela Ásia mostra a exótica Mianmar

Mianmar é um país especial e repleto de novidades, espe-cialmente para quem vive no Ocidente, de cultura e costu-mes tão diferentes. A antiga Birmânia fica ao sul da Ásia

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coluna sobre viagens, assinada pela jornalista fabíola musarra. a cada 15 dias, ela traz as novidades do setor, mostra roteiros e dá dicas sobre turismo. a ideia é facilitar ainda mais sua vida, dando a nossa contribuição para que você faça as viagens de seus sonhos, sem transtornos e com excelentes recordações. boa leitura!

Por fabíola MuSarra (*)

continental e é limitada ao norte e nordes-te pela China, a noroeste pela Índia e por Bangladesh, a leste pelo Laos, e a sudeste pela Tailândia. É banhada ao sul pelo Mar de Andamão e pelo Canal do Coco, e a oes-te pelo Golfo de Bengala.

A esta altura você deve estar se pergun-tando a razão de todas essas informações. O motivo é simples: se você for para lá vai se deparar com um país que é um misto das culturas chinesa e hindu e que rece-be, em menor escala, influência de outras raças e crenças, fato este que vai te ajudar a compreender a multiculturalidade de Mianmar.

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o Grande Palácio real, em Yangon, a antiga rangoon, capital de Mianmar

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Só para te dar uma ideia do isso significa, cerca de 90% da população do país é budista. A religião, po-rém, não é a única herança cultural recebida pela Terra do Ouro, como Mianmar também é conhecida. Como os seus vizinhos de sudeste asiático – Tailândia e Laos –, o país festeja a chegada do Ano Novo com muita água.

O ritual acontece todo mês de abril, entre os dias 13 e 18. Lembre-se disso se um dia estiver lá nesta épo-ca do ano e se proteja para não tomar um banho em plena rua. Os birmanes brindam o início do novo ano jogando baciadas de água em quem encontram pela frente.

Não pense que são pessoas mal-educadas e que este é

oáSiS . ViagEM oáSiS

um gesto gratuito. Ao contrário. A água é considerada por algumas vertentes do budismo como um líquido que simboliza a vida, purifica e traz a renovação para o novo ciclo. Em outras palavras, ser “abençoado” com um banho significa receber bons fluídos para o ano que começa.

Muitas agências e operadoras oferecem roteiros para este fascinante destino. A Avalon Waterways, por exemplo, disponibiliza um seleto cruzeiro (somente 36 passageiros) para Mianmar, navegando pelo Rio Irrawaddy. Com a primeira saída em 29 de outubro de 2015, o pacote tem preço promocional a partir de US$ 5.463 por pessoa (tarifa normal a partir de US$ 6.069), para reservas consolidadas até 1º de agosto deste ano.

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o lago Ynle, em Mianmar

A viagem começa em Yangon, antiga Rangoon, em Mianmar. Na cidade é feito um passeio a pé percor-rendo as suas principais atrações, além de uma visita ao Shwedagon Pagoda, considerado o pagode mais antigo do mundo.

Depois, o programa é navegar pelo Irrawaddy – o maior rio de Mianmar, com origem glacial no Hima-laia, para descortinar um mundo de lugares e sabores inusitados e conhecer tradições milenares, santuários luxuosos, florestas de teca e aldeias ribeirinhas.

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Ao todo 11 cidades são visitadas pelo cruzeiro. Seu pre-ço inclui aéreo/ida e volta entre Yangon e Bhamos, os passeios em terra e as refeições a bordo, com bebidas. Informações: Globus/Avalon Brasil, tel. 0800 761-2525, www.globus.tur.br.

Mosteiro de Mingun com alguns jovens monges budistas, em Mianmar

o lago inle, em Mianmar

Na Bavária, castelos dos contos de fada

Alemanha Romântica é o nome da viagem de sete dias oferecida pela Intravel Turismo. O roteiro tem seu ponto de partida em Frankfurt e segue para Hei-delberg, onde há uma parada para conhecer o castelo local e fazer um passeio panorâmico.

Heidelberg, a cidade universitária mais antiga da Ale-manha, é uma das mais visitadas do país. Com loca-lização privilegiada entre bosques e vinhedos, é um mix de vida estudantil, ruas pitorescas e impressio-nantes monumentos.

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O caminho que conduz até ela e aos demais lugares visitados nesta viagem é a Estrada Romântica, assim chamada por percorrer algumas bucólicas e históricas cidades alemãs. Caso de Friburgo, o próximo desti-no. Ali se encontram os vinhedos Kaiserstuhl e ruas medievais margeadas por pequenos canais adornados por mosaicos da região do Reno. Pernoite em Fribur-go.

Pela manhã saída para o Titisee, o maior lago da Flo-resta Negra. Acomodação em hotel. Depois, partida rumo a Lindau, pequena ilha no Lago Constança,

castelo neuschwanstein, na bavária, um dos castelos construídos pelo rei ludwig 2o

castelo e ponte medieval em Heildelberg

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friburg, cidade histórica da alemanha

lago costanza. a entrada do porto de lindau

onde é possível ver o Leão Sentado, símbolo da Bavá-ria. Com 6 m de altura, a imponente estátua de már-more do rei da selva testemunha a tríplice fronteira entre Alemanha, Áustria e Suíça.

A próxima cidade é Füssen, com seu charmoso centro antigo e onde a Estrada Romântica termina. Hospe-dagem. No dia seguinte, visita ao Castelo de Neus-chwanstein, um castelo de contos de fada em pleno século 21.

Esse castelo começou a ser erguido em 1869 por or-dem de Ludwig 2º da Bavária, mais conhecido como o “Rei Louco da Baviera”. Sua construção foi inspira-

da nos castelos medievais dos Cavaleiros Teutônicos e seus salões aludem a mitos, fábulas e lendas. Em seguida, visita ao Palácio de Linderhof, o menor dos três palácios construídos por esse rei.

À tarde partida para Oberammergau, célebre pelo Auto da Paixão que promove desde 1633 e é represen-tado a cada dez anos. Na cidade há uma visita à aba-dia beneditina de Ettal, fundada pela Casa de Wittel-sbacher. A última etapa do trajeto leva a Innsbruck, capital do Tirol, na belíssima Áustria. Pernoite.O passeio da manhã pela cidade austríaca inclui o

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principais monumentos, como a Catedral da Virgem (Frauenkir-che).

Durante o passeio há uma para-da para conhecer um dos mais importantes símbolos da cidade: a praça Marienplatz, com seu carrilhão, o Glockenspiel. Cen-tro geográfico e social de Muni-que desde a sua fundação, o car-rilhão fica no alto da fachada da prefeitura, projetada em estilo neogótico.

Pontualmente às 11, 12 e 17 ho-ras, os 43 sinos do carrilhão to-cam, apresentando um imperdí-vel espetáculo. Na apresentação de oito minutos, bonecos sur-gem e se movem acompanhados por músicas, representando im-portantes momentos da história da Alemanha, como os dança-

rinos que festejam o fim da peste que dizimou o país em 1517.

À tarde, tempo livre para conhecer essa apaixonante cidade. À noite, a dica é ir até a Hofbrauhaus, a mais antiga cervejaria em funcionamento do mundo. Ela fica no coração do Viktualinmarket, um mercadão no centro. Ali a cerveja é degustada ao som de alegres bandas e

mausoléu do imperador Maximiliano e o centro histórico, onde se destaca o Telhado de Ouro. Ao meio-dia saída para Munique, a capital da Bavária. Situada a pouca distância dos Alpes, a cidade é alegre e cheia de vida – sua Festa da Cerveja (Oktoberfest) é famosa. Hospedagem.

Logo cedo, visita aos jardins do Palácio das Ninfas. O pa-lácio barroco foi residência de verão dos reis da Bavária. O tour prossegue até o centro da cidade, com stops em seus

fachada e jardins do castelo linderhof, o menor dos três construídos por ludwig 2o

acompanhada por pratos típi-cos da Baviera, como o lombo e o joelho de porco, e variados tipos de salsichas, entre eles a Weisswurst (salsicha branca).

Uma curiosidade: foi na Hof-brauhaus que Hitler fez o seu primeiro discurso e apresen-tou o “Programa de 25 Pontos” do Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP), em 24 de fe-vereiro de 1920.

Depois da animada noite, hora de dormir. Café da manhã no hotel e fim da viagem. O pa-cote inclui seis noites de hos-pedagem com café de manhã e guia em espanhol/português. O preço por pessoa em apartamento duplo é € 1.020 e não inclui as passagens aéreas. Informações: Intravel Turismo, www.intravelcom.br, tel. (11) 3206-9000.

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em outubro, em Munique, tem a festa da cerveja

África dos meus sonhos

Visitar a Tanzânia é ter um passaporte ao um dos maiores tesouros da África: suas riquezas naturais. Se você é um amante da natureza, o roteiro da Tere-za Perez Tour pode te interessar. Com duração de dez dias, a viagem começa em Zanzibar, uma ilha situada ao largo da costa, na margem leste-africana.

Depois vai te conduzir em uma jornada a uma das maiores atrações do país: a cratera do extinto Vulcão Ngorongoro. Considerada a Arca de Noé da África Oriental, a gigantesca cratera é um santuário da bios-fera.

E assim o roteiro segue para o Parque Nacional do Serigueti, palco da migração de animais, onde nesta

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época é possível ver as imensas manadas de gnus e zebras em busca de melhores pastagens.

Fazem parte da viagem o aéreo interno, duas noites em Dar es Salaan, três noites em Zanzibar, três noites no Serengeti, uma noite em Johanesburgo, safáris, traslados e refeições descritas no roteiro.

Custa a partir de US$ 8.862 por pessoa, preço válido de 1º julho a 31 de outubro 2014. Informações: Tereza Perez Tours, tels. (11) 3799-4000 e (11) 3390-9000, www.teresaperez.com.br.

Safaris nos parques nacionais da tanzânia são cheios de emoções

Menino da tribo Masai, na tanzânia

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baobá gigante e elefante, na tanzânia

os tecidos explodem em cores no mercado de kangas, o tengeru Market

as praias de Zanzibar, na tanzânia, são famosas pela limpeza e o colorido das águas

os hoteis de selva, na tanzânia, não dispensam todos os confortos modernos

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a igreja de São Pedro, na Virgínia

É verão na Virginia

O verão na Virginia, na região da capital dos Estados Unidos, é um tempo de celebrar a saúde e o bem-estar de uma vida ativa com atividades ao ar livre. Para in-centivar essa prática, o Turismo da Virginia criou em seu site a página “25 Aventuras em Virginia”, com ideias de refúgios ao ar livre para todos os tipos de habilidades, desde escaladas e esportes aquáticos até rotas ciclísticas.

A página inclui um mapa interativo com as atrações em todo o Estado, da Costa Leste aos altos Montes Apalaches. Traz ainda dicas de hospedagem e passeios para quem quer passar um fim de semana na Virgínia. Confira: www.Virginia.org/vaoutdoors.

Veja o video aqui.

o incrível colorido da paisagem outonal na Virgínia

a histórica cidade de richmond, capital da Virgínia

Porto Rico, a melhor ilha para os norte-americanos

Localizado na parte oriental do Mar do Caribe, a leste da República Dominicana e no oeste das Ilhas Vir-gens, Porto Rico foi eleita a melhor ilha dos Estados Unidos pelos leitores do jornal “USA Today”, que atualmente tem um público diário de mais de três mi-lhões.

Segundo o jornal norte-americano, Porto Rico é um destino tropical que oferece ao turista uma experiên-cia exótica, complementada pela beleza natural, exce-lente gastronomia, música e rica herança cultural.

Porto Rico é uma das principais ilhas do arquipélago de mesmo nome. Também integrado pelas ilhas Vie-ques, Culebra e Mona (as maiores) e por várias ilhas menores, o arquipélago foi descoberto pela Espanha. Desde um referendo em 2012, os porto-riquenhos op-taram por pertencer aos Estados Unidos, passando a ser o 51º Estado daquele país.

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Puerto rico, clima privilegiado

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Há vários hoteis e resorts nas belas praias de Puerto rico

Um idílico paraíso chamado Lençóis Maranhenses

Desenhado por dunas de até 40 metros de altura, la-goas formadas por águas pluviais e rios, com tons que variam entre o verde e o azul. Assim é Parque Nacio-nal dos Lençóis Maranhenses, uma área que exibe paisagens deslumbrantes em seus 155 mil hectares. Distante cerca de 260 km da capital maranhense São Luís, o parque foi criado em 1981.

Situado no litoral oriental do Maranhão, às margens do Rio Preguiças, o parque é um ecossistema costeiro único dentro do bioma caatinga, que associa ventos

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fortes e chuvas regulares. Engloba os municípios de Humberto de Campos, Primeira Cruz, Santo Amaro e Barrei-rinhas, sendo que este último é sua principal porta de entrada. O ingres-so para esse paraíso pode ser adqui-rido na Venturas.

O roteiro de oito dias tem a próxima saída marcada para o dia 5 de julho, quando parte do aeroporto de Gua-rulhos (SP) rumo a São Luís. Tras-lado ao hotel, com pernoite e café da manhã. No primeiro dia acontece um tour pelas ruas da bela capital do Estado para conhecer um conjunto arquitetônico dos séculos 17, 18 e 19, palácios, museus, igrejas, becos, rue-las, solares e sobrados.

Barreirinhas é o destino do dia seguinte. A primeira parada é em Morros, com embarque em voadeira até Caburé, no Rio Preguiças. Principal via fluvial do mu-nicípio de Barreirinhas, o rio nasce no povoado Barra da Campineira, em Anapurus, e percorre mais de 120 km até desaguar no Oceano Atlântico em frente ao povoado de Atins.

À tarde, passeio ao Farol do Preguiças, no povoado ribeirinho de Mandacaru, uma vila de pescadores lo-calizada entre as praias de Caburé e de Atins, seguida de visita ao dormitório das aves, com seu ninhal de pássaros, como guarás e garças. Retorno a Caburé, com pernoite.

dunas e lagoas azuis a perder de vista, nos lençóis Maranhenses

Após o café, partida em voadeira para os Pequenos Lençóis, passando pela foz do Rio Preguiças e em Vassouras. Pernoite em Barreirinhas. Pela manhã, passeio via Rio Preguiças até a Casa de Farinha para acompanhar de perto o preparo da farinha de água, feita à base de mandioca.

De lá a viagem segue até a comunidade Marcelino, onde é possível conferir o processo de produção de suas artesãs. Elas confeccionarem bolsas, chapéus e outros itens com a fibra do buriti (espécie de palmei-ra). A Lagoa Bonita é a próxima atração. Cercada por du-nas, é considerada um dos principais cartões-postais

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barreirinhas, a igreja matriz

barreirinhas, imensidão dos lençois feitos de água e areia

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do parque. Retorno a Barreirinhas. Depois, partida e acomodação em hotel em Santo Amaro. Logo cedo, vi-sita à Lagoa da Gaivota, uma das maiores e mais boni-tas da região.

Ainda em Santo Amaro, passeio ao Espigão e ao po-voado de Betânia, com stops para banhos nas lagoas. Regresso a São Luís, com pernoite. Traslado ao aero-porto e regresso a São Paulo.

O pacote inclui aéreo São Paulo/São Luís/São Paulo voando TAM, taxas de embarque, traslados, guia, se-guro viagem e um brinde. Informações: Venturas, tel. (11) 3879-9494, site www.veturas.com.br.

Cataratas do Iguaçu em 360 graus

As Cataratas do Iguaçu (PR) acabam de ganhar mais um atrativo: o Street View, um aplicativo que possi-bilita ao internauta percorrer a trilha das Cataratas, visualizando as quedas em toda sua extensão em um ângulo de 360 graus. O recurso online faz parte do projeto Park View, uma parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Google.

Além do passeio virtual pelas cataratas, o Street View

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Época de cheias nas cataratas

permite ainda vistas pano-râmicas de 360 graus na horizontal e 290 graus na vertical de outros pontos turísticos brasileiros, como a Sala São (SP), a Floresta Amazônica (AM) e o Eleva-dor Lacerda (BA). Anote: www.google.com/maps/views/view/streetview/bra-zil-highlights/iguacu-natio-nal-park/OuNqKjW0lmXNfpEjs8u9JA?gl=us&heading=249&pitch=97&fovy=75.

Expedição fotográfica aos cânions do Sul do Brasil

Situada entre os Esta-dos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, a Serra Geral abriga pai-sagens cinematográfi-cas. Protegida por três parques nacionais, a região preserva o maior conjunto de cânions do Brasil. Caminhar e contemplar altíssimos paredões de rocha, penhascos e abis-mos é a proposta deste roteiro de oito dias da Trilhas & Trilhas.

Direcionada a fotógrafos que desejam aprimorar seus conhecimentos em fotos da natureza, a viagem é acompanhada por um fotógrafo profissional, e dá di-reito ao aprendizado da regulagem da câmera, do uso de objetivas e filtros, da composição da imagem, da luz e da fotometria.

Com saída em 5 de julho, a expedição começa com a recepção no aeroporto de Florianópolis (SC) e trasla-do a Urubici. A partir daí, subida da serra até atingir o Panelão, a 1.350 m altitude. Acomodação em hotel. No fim da tarde, visita ao Morro do Campestre para

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Guarita, no litoral de torres, rio Grande do Sul

registrar o por do sol.Lodo cedo, partida por uma trilha até o pico da Serra do Corvo Branco, seguida de caminhada para apreciar as primeiras formações dos grandes cânions da via-gem. À tarde, visita à Cachoeira Véu de Noiva e retor-no ao hotel. Noite livre.

A próxima etapa é caminhar até as nascentes do Rio Pelotas. Ele nasce no Parque Nacional São Joaquim e é o principal formador do Rio Uruguai. De lá, seguir andando até a parte mais alta do cânion para ver o Morro da Igreja.

O término do dia é brindado com a contemplação de um hipnótico por de sol tendo como pano de fundo a Pedra Furada, formação rochosa com uma “janela va-zada” de cerca de 30 m de circunferência.

Pela manhã, caminhada até a Cachoeira do Avencal. Na sequência, descida pela Serra do Rio do Rastro, a estrada asfaltada mais sinuosa do país margeando um cânion com vários mirantes, com pausas para clicar a paisagem.

Almoço e viagem pela Serra do Faxinal até Cambará

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trekking fotográfico na região serrana de São joaquim

do Sul (RS), passando pela ci-dade de Praia Grande. Após o pernoite, visita ao Parque Na-cional Serra Geral, com cami-nhadas no Cânion Fortaleza, no Morro Quebra-Cangalha e visita à Cachoeira do Rio Tigre Preto. Retorno ao hotel.

Na programação do sexto dia está o Cânion Itaimbezinho. Com 5.800 m de extensão e paredes verticais de até 720 m de profundidade, fica no Parque Nacional Aparados da Serra, na divisa do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Cami-nhada pelas trilhas do Vértice, do Cotovelo e das Cachoei-ras do Venâncio. Pernoite em Cambará do Sul.

De volta à estrada, o destino agora é Torres, cida-de do litoral gaúcho, com stops em suas principais praias e no Morro das Furnas, com suas lindas falé-sias. À tarde a viagem segue para Florianópolis, com hospedagem.

O programa da manhã inclui um tour por algumas praias da cidade e duas caminhadas. A primeira con-duz a um dos pontos mais altos da ilha para contem-plação da Lagoa da Conceição e da Praia da Galheta. Já a segunda termina na Praia Mole. Retorno ao hotel

para check-out e trasla-do ao aeroporto. Embar-que. Fim da expedição.

O roteiro inclui trans-porte em veículo fre-tado, hospedagem em hotel ou pousada, sete cafés da manhã, três jantares, três lanches de trilha, taxas de entra-das nas cachoeiras e nos parques nacionais, guia especializado em ecotu-rismo, acompanhamen-to de fotógrafo e um CD com as fotos digitais de todo o percurso.

O terrestre a partir de Florianópolis custa a partir de R$ 2.285. O valor pode ser pago à vista ou parcelado em até cinco vezes sem juros. Informações: Trilhas & Trilhas, tels. (11) 5579-7076 e (11) 98202-9311, www.trilhasetrilhas.com.br.

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cachoeira do avencal, em urubici, Santa catarina

Festival de Inverno em Socorro

Distante 130 km de São Paulo, Socorro é o palco de um dos mais animados eventos do Circuito das Águas Paulista na Serra da Mantiqueira: o Festival Cultural de Inverno. Quem estiver na cidade de 27 de junho a 8 de julho, nos finais de semana, vai encontrar uma programação bem legal.

Na Praça da Matriz, por exemplo, acontecem shows do cantor e compositor Kiko Zambianchi, da Banda

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Socorro, em São Paulo, também oferece esportes náuticos durante o festival de inverno

14 Bis e a palestra show com interpretação das músicas de Raul Seixas e Zé Ramalho.

Para quem gosta de música instrumental e regional há as apresentações do Grupo de Viola Morena da Fronteira, do Grupo de Choro de Tatuí, do Jazz Combo de Tatuí, da Big Band do Conservatório de Socorro e da Banda Sinfô-nica.

Além dos shows, peças de teatro, exposições, mostra de dança e recitais, a programa-ção deste ano inclui oficinas de maquiagem, dança mo-derna e art naif.

Programação completa: www.festivalcultural.com.br. Informações sobre a cidade de Socorro e hospedagem nos tels. (19) 3895-9562 e (19) 3895-9563 ou pelos sites www.socorro.tur.br e www.socorro.sp.gov.br.

Site dá dicas sobre o transporte na Copa

A bola está rolando e ain-da falta muito para a Copa do Mundo terminar. Com a vinda de tantos turistas ao país, está cada vez mais difícil encarar os conges-tionamentos. Que tal fugir do trânsito e usar o trans-porte público para ir aos jogos? A tecnologia pode te ajudar nisso.

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos lançou um site que reúne as principais informações sobre o transpor-te público de cada cidade-sede brasileira, com dicas sobre as linhas de ônibus que circulam próximo aos estádios.

Ao acessar o portal, você também encontra orienta-ções sobre outros tipos de transporte que podem fa-cilitar o deslocamento e sugestões de aplicativos que simplificam a compreensão das redes de transporte em cada local. Confira: http://intrantu.org.br/voude-onibus/#.U6IjdJRdVBn.

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a mobilidade urbana

(*) Toda a correspondência para a seção “Viagem Oásis” deverá ser enviada à colunista Fabíola Musarra: [email protected]