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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL O zooplâncton da plataforma continental de Santa Catarina. Ênfase em Copepoda e Cladocera e suas relações com os processos físicos costeiros Renata Domingos Nunes Itajaí, 29 de outubro de 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

O zooplâncton da plataforma continental de

Santa Catarina. Ênfase em Copepoda e

Cladocera e suas relações com os processos

físicos costeiros

Renata Domingos Nunes

Itajaí, 29 de outubro de 2010

ii

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

O zooplâncton da plataforma continental de

Santa Catarina. Ênfase em Copepoda e

Cladocera e suas relações com os processos

físicos costeiros

Renata Domingos Nunes

Dissertação apresentada à Universidade do Vale do Itajaí, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental.

Orientador: Dr. Charrid Resgalla Junior

Itajaí, 29 de outubro de 2010

iii

DEDICATÓRIA

Dedico à todos que acreditaram em mim e me encheram de esperanças para a conclusão desta nova etapa.

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço,

À Deus, esta força superior que me manteve em paz em muitos momentos difíceis, e

conseguir, enfim, alcançar um dos meus objetivos.

Aos meus pais pela amizade, amor incondicional, por seus exemplos e lições de vida,

essenciais para a formação do meu caráter. Aos meus irmãos por serem minha âncora e meu

sinônimo de equilíbrio. Por mais que eu percorra caminhos, vocês fazem parte de todos eles.

Sempre serão o outro lado da balança.

Ao meu orientador, Dr. Charrid, que é muito mais que um ótimo professor e

cientista, é um amigo admirável. Desde o início de minha graduação, sempre disposto a

ensinar, agradeço pela paciência nas minhas faltas. Desejo ser uma profissional com o mesmo

caráter dele.

Às minhas queridas amigas, as FF’s, agradeço que pela amizade e tudo o que esta

palavra significa. São todas especiais para mim e dedico a elas, esta nova vitória. Os amigos

se amam...os verdadeiros. E quem me conhece sabe o quanto eu valorizo e faço questão de

manter minhas amizades bem floridas!!

Precisamos permitir que pessoas especiais possam entrar em nossa vida e nos olhar

com amor...

E eu conheci muitas pessoas especiais na graduação e que continuaram presentes no

mestrado, são estas: Thais (que de promoter e sinônimo de organização e agilidade agora é a

mãe da Lari. Simples assim!), Lud (um furacão em pessoa...sou muito orgulhosa por ser tua

discípula), a Fê e o Rafa (casal Letox que faz muiiiiiiita falta lá), a Dani e a Jéssica (novas

aquisições do Letox e em pouco tempo nasceu uma amizade, Obrigada por gostarem tanto de

mim, pelo menos é o que parece!!!!), Vah (minha irmã “preta”), o Martin (obrigada pela

paciência em me ensinar a ser fera no ArcGis), tem a Cris (sem ela o mestrado não existe!), a

Telma (sempre muito alto astral!), toda a galera do LETOX. Outras amigas também ficarão

pra sempre comigo, a Ana e sua gargalhada mais engraçada do que qualquer piada, a Débora

que sempre ia roubar um café no LETOX, a Benta e a Magda que sempre atendem o pessoal

com carinho e atenção.

v

À todos aqueles que passaram pela minha vida, à todas as pessoas importantes para

mim que já partiram, não é possível citar todo mundo aqui, porém saibam que são especiais.

E não podia deixar de agradecer ao Jaison que me concedeu a sorte de um amor

tranqüilo e por acreditar tanto no meu potencial que me convence a cada dia que posso mais.

Preenche um lugar especial no meu coração.

vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................................... viii

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................ x

RESUMO ............................................................................................................................................... xi

1.0 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 13

1.1 Copepoda e Cladocera................................................................................................................. 14

1.2 Massas de Água........................................................................................................................... 15

1.3 Processos Oceanográficos na Região de Estudo ......................................................................... 16

2.0 OBJETIVOS.................................................................................................................................... 18

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................. 18

2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................................. 18

3.0 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................................. 19

3.1 Área de Estudo ............................................................................................................................ 19

3.2 Amostras...................................................................................................................................... 19

4.0 RESULTADOS............................................................................................................................... 23

4.1 Condições oceanográficas durante o período de estudo.............................................................. 23

4.2 Comunidade zooplanctônica ....................................................................................................... 25

4.2.1 Densidade total do zooplâncton............................................................................................ 25

4.2.2 Grandes grupos do zooplâncton ........................................................................................... 26

4.3 MOLLUSCA MEROPLANCTÔNICO (LARVAS)................................................................... 27

4.4 DECAPODA ............................................................................................................................... 29

4.5 CHAETOGNATHA.................................................................................................................... 30

4.6 SALPIDAE.................................................................................................................................. 31

4.7 APENDICULARIA..................................................................................................................... 32

4.8 PTEROPODA ............................................................................................................................. 33

4.9 COPEPODA................................................................................................................................ 34

4.9.1 Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade para Copepoda ...................................... 42

vii

4.10 CLADOCERA .......................................................................................................................... 45

4.10.1 Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade para Cladocera .................................... 48

4.11 Variáveis ambientais e comunidade zooplanctônica ................................................................. 50

5.0 DISCUSSÃO................................................................................................................................... 54

6.0 CONCLUSÕES............................................................................................................................... 62

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 63

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de localização do litoral do estado de Santa Catarina com as amostras oceanográficas

realizadas em Primavera de 2005 e Outono de 2006 dentro do Projeto PROSAR. .............................. 20

Figura 2 – Diagramas TS e classificação das massas de água referentes aos cruzeiros de Primavera de

2005 (A) e Outono de 2006 (B) do projeto PROSAR (modificado de Hille et al., 2007) com valores

médios da coluna de água. Sendo AC= Água Costeira, ASP= Água Subtropical de Plataforma,

ACAS= Água Central do Atlântico Sul, AT= Água tropical e APP= Água da Pluma do Prata. .......... 25

Figura 3 – Distribuição espacial dos valores de densidade para o zooplâncton total (Org. m-3) em (A)

Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................ 26

Figura 10 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de larvas de Mollusca bentônicos nos

cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ................................................................. 28

Figura 7 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Larvas de Decapoda nos cruzeiros de (A)

Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................ 29

Figura 6 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Chaetognatha nos cruzeiros de (A)

Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................ 30

Figura 5 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Salpidae nos cruzeiros de (A) Primavera

de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................................. 31

Figura 9 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Apendicularia nos cruzeiros de (A)

Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................ 32

Figura 8 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Pteropoda nos cruzeiros de (A) Primavera

de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................................. 33

Figura 11 - Distribuição espacial da densidade (Org. m3) de Copepoda nos cruzeiros de (A) Primavera

de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................................. 34

Figura 12 - Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Copepoda: (A) Acartia

lilljeborgi, (B) Centropages velificatus, (C) Oithona Plumifera, (D) Oncaea clevei, (E) Temora

stylifera, (F) Temora turbinata, referente ao cruzeiro de Primavera de 2005....................................... 37

Figura 13 - Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) da espécie de Copepoda Undinula vulgaris,

referente ao cruzeiro de Primavera de 2005. ......................................................................................... 38

Figura 14 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Copepoda: (A) Acartia

lilljeborgi¸ (B) Clausocalanus furcatus, (C) Temora stylifera, (D) Temora turbinata, (E) Oncaea

clevei, (F) Oithona plumifera, referente ao cruzeiro de Outono de 2006.............................................. 39

Figura 15 - Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Copepoda: (A) Temora

turbinata, (B) Subeucalanus pileatus, (C) Corycaeus speciosus, (D) Nannocalanus minor, (E)

Euchaeta marina, (F) Macrosetella gracilis referente ao cruzeiro Outono de 2006............................. 41

ix

Figura 16 - Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Copepoda (A) Neocalanus

gracilis e (B) Undinula vulgaris, referente ao cruzeiro de Outono de 2006. ........................................ 42

Figura 17 - Distribuição espacial da Riqueza de espécies (Nits) para o grupo de Copepoda nos

cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ................................................................. 43

Figura 18 - Distribuição espacial da Diversidade (Nits) para o grupo de Copepoda nos cruzeiros de (A)

Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................ 43

Figura 19 - Distribuição espacial da Equitabilidade (Nits) para o grupo de Copepoda nos cruzeiros de

(A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ..................................................................................... 44

Figura 20 - Distribuição espacial da densidade (Org. m3) de Cladocera nos cruzeiros de (A) Primavera

de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................................. 45

Figura 21 - Distribuição espacial da densidade (Org. m--3) das espécies de Cladocera: (A) Penilia

avirostris, (B) Pleopis schmackeri, (C) Evadne spinifera, (D) Pseudoevadne tergestina, referente ao

cruzeiro de Primavera de 2005.............................................................................................................. 46

Figura 22 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Cladocera: (A) Penilia

avirostris, (B) Pleopis schmackeri, (C) Pseudoevadne spinifera, (D) Pseudoevadne tergestina

referente ao cruzeiro de Outono de 2006. ............................................................................................. 47

Figura 23 – Distribuição espacial da Riqueza de espécies (Nits) para Cladocera nos cruzeiros de

Primavera de 2005 e Outono de 2006. .................................................................................................. 48

Figura 24 – Distribuição espacial da Diversidade (Nits) para Cladocera nos cruzeiros de Primavera de

2005 e Outono de 2006. ........................................................................................................................ 49

Figura 25 – Distribuição espacial da Equitabilidade (Nits) para Cladocera nos cruzeiros de Primavera

de 2005 e Outono de 2006..................................................................................................................... 49

Figura 26 - Resultado da ACP para a comunidade zooplanctônica e os parâmetros ambientais referente

ao cruzeiro de Primavera de 2005. ........................................................................................................ 51

Figura 27 - Resultado da ACP para a comunidade zooplanctônica e os parâmetros ambientais referente

ao cruzeiro de Outono de 2006.............................................................................................................. 53

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores mínimos, médios e máximos de Salinidade e temperatura (ºC) referentes aos

cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006 do projeto PROSAR modificado de Hille et al.

(2008). ................................................................................................................................................... 24

Tabela 2 - Abundância relativa média (%) dos grandes grupos ocorrentes para o cruzeiro de (A)

Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006. ............................................................................................ 27

Tabela 3 - Frequência de Ocorrência (%) dos grandes grupos do zooplâncton para o cruzeiro de

Primavera de 2005 e Outono de 2006. .................................................................................................. 27

Tabela 4 - Frequência de Ocorrência (FO) e Abundância Relativa (AR) para as espécies de Copepoda

observados nos cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006. .................................................... 35

Tabela 5 - Frequência de Ocorrência (FO) e Abundância Relativa (AR) para as espécies de Cladocera

referente aos cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006. ........................................................ 45

Tabela 6 – Peso das variáveis para ACP da comunidade zooplanctônica e parâmetros ambientais

referente ao cruzeiro de Primavera de 2005. ......................................................................................... 50

Tabela 7 – Peso das variáveis para ACP da comunidade zooplanctônica e parâmetros ambientais

referente ao cruzeiro de Outono de 2006. ............................................................................................. 52

xi

RESUMO

Estudos exclusivamente destinados a investigação da comunidade zooplanctônica para a

plataforma continental do Estado de Santa Catarina ainda não haviam sido realizados apesar

da importância econômica e ecológica da área. Esta região costeira do sul do Brasil apresenta

processos oceanográficos de alta relevância como forte influência de aportes continentais,

ressurgência no Cabo de Santa Marta Grande e influência da Frente do Prata ao sul. Devido a

esta complexidade hidrológica foram realizados dois cruzeiros em Primavera de 2005 e

Outono de 2006 com o objetivo de estudar as variações temporais destes processos e suas

influências sobre a biota. Para este estudo foram analisados amostras de zooplâncton obtidas

por arrastos oblíquos com rede Bongo em 33 pontos amostrais dispostos em perfis

perpendiculares a costa para cada cruzeiro. Os grupos dominantes nas amostras foram

Copepoda, Cladocera, Salpas e Chaetognatha, apresentando maiores densidades nos pontos

mais costeiros. Para o cruzeiro de Primavera de 2005 os gradientes de salinidade e

temperatura perpendiculares a costa, promovidos pelos aportes continentais ao norte e pela

ressurgência ao sul da área, determinaram os limites de distribuição de Acartia lilljeborgi e

Penilia avirostris. No cruzeiro de Outono de 2006, devido a menor variação da temperatura e

salinidade, os gradientes longitudinais a costa não explicaram a variação da distribuição das

espécies, indicando que forçantes bióticos poderiam estar atuando na ecologia do sistema.

xii

ABSTRACT

Studies intended exclusively for the investigation of the zooplankton community from the

continental shelf of Santa Catarina State had not yet been achieved despite the economic and

ecological importance of the area. This coastal region of southern Brazil presents high

relevant oceanographic processes as a strong influence of continental inputs, upwelling at

Cape Santa Marta Grande and the influence of the Plate Front from the south. Due to this

complexity hydrology two cruises were made, December 2005 and May 2006, aiming to

study the temporal variations of these processes and their influences on biota. For this study,

samples of zooplankton collected by oblique hauls with Bongo net at 33 sampling points

arranged in profiles perpendicular to the coast for each cruise were analyzed. The dominant

groups in the samples were Copepoda, Cladocera, Chaetognatha and salps, with highest

densities in coastal points. For the cruise of December 2005 the temperature and salinity

gradients perpendicular to the coast, driven by continental inputs on north and upwelling on

south of the area, determined the distribution limits of Acartia lilljeborgi and Penilia

avirostris. In May 2006 cruise, due to less variation in temperature and salinity, the

longitudinal gradients to coast could not explain the variation of species distribution,

indicating that biotic forcings could be acting in the ecology of the system.

13

1.0 INTRODUÇÃO

A comunidade zooplanctônica tem uma posição relevante na cadeia alimentar

pelágica marinha, uma vez que transfere a energia produzida pelas algas unicelulares

fotossintetizantes aos níveis tróficos superiores (LENZ, 2000). Por essa razão, o

conhecimento de sua abundância, distribuição espacial e temporal são necessários para o

entendimento dos ciclos biogeoquímicos e da dinâmica das comunidades marinhas

(WISNHER et al., 1998). Além disto, na comunidade zooplanctônica, estão incluídas muitas

larvas de importantes recursos pesqueiros e de interesse comercial, como larvas de crustáceos,

moluscos e de peixes. De forma geral, a estrutura e a distribuição do zooplâncton são

influenciadas por predação, competição, bem como por processos físicos que atuam em

diferentes escalas temporais e espaciais (ASHJIAN, 1993; WIAFE & FRID, 1996).

O estudo do zooplâncton da plataforma continental brasileira conta com diversos

trabalhos que abordam a sistemática (BJÖRNBERG, 1967; CAMPANER, 1978. ALVAREZ,

1986; VEGA-PÉREZ & BOWMAN, 1992; BERSANO & BOXSHALL, 1994), aspectos

ecológicos (MOREIRA, 1973; BJÖRNBERG, 1980; CAMPANER, 1985; LIANG & VEGA-

PÉREZ, 1994; 1995; VEGA- PEREZ & HERNANDEZ, 1997), fisiológicos (YAMASHITA,

1977; YAMASHITA & MOREIRA, 1981) e biogeográficos (e.g. PALÁCIO, 1982) de

diferentes grupos taxonômicos.

Na costa de Santa Catarina existe uma carência de informações sobre a comunidade

zooplanctônica, o que vem sendo destacado por trabalhos sobre a revisão do tema

apresentados por Valentin et al. (1994) e por Brandini et al. (1997). Entretanto, as

características biogeográficas do zooplâncton da costa catarinense em comparação com outras

áreas mais exaustivamente investigadas ao norte e ao sul do estado, tais como São Paulo,

Paraná e Rio Grande do Sul foram apresentadas por Resgalla Jr. (no prelo).

Dentre os grupos do zooplâncton marinho, merecem destaque os Copepoda e

Cladocera como os mais importantes representantes do holopâncton costeiro (OMORI &

IKEDA, 1984). Por apresentarem altas freqüências de ocorrência e abundância, estes grupos

foram estudados ao nível de espécie com o intuito de relacionar as suas ocorrências com as

massas de água típicas da plataforma continental do estado de Santa Catarina, sul do Brasil,

em dois períodos e com processos oceanográficos distintos.

14

1.1 Copepoda e Cladocera

A Classe Maxillopoda, Subclasse Copepoda constitui os organismos do

mesozooplâncton mais representativos nas amostras do zooplâncton marinho. Na costa

brasileira, estudos de Björnberg (1981); Bersano (1994); Bradford-Grieve et al. (1999);

Cavalcanti & Larrazabál (2004); Sant’anna & Björnberg (2006); Sterza & Fernandez (2006);

Cornils et al. (2007) e Nunes (2007) apontam o grupo Copepoda como o responsável pela

maior diversidade de riqueza de espécies. Sua importância é tal que praticamente toda a

ecologia pelágica é dependente direta ou indiretamente destes organismos. É um grupo que

tem sido utilizado como indicador biológico ao longo da história da oceanografia brasileira.

Para a costa brasileira, este grupo tem sido utilizado como indicadores de

ressurgências (VALENTIN et al., 1976), de impacto ambiental (RESGALLA Jr., 2001) e de

produção biológica em ambientes costeiros (MONTÚ, 1980).

Estes organismos são, historicamente, bons indicadores de massas de água

(BJÖRNBERG, 1981 e BAKER et al.,1990). Em um estudo de abrangência da presente área

de estudo, Muxagata (1999) relacionou agrupamentos de espécies de Copepoda com as

massas de água, estabelecendo assembléias zooplanctônicas da Plataforma Continental

Sudeste Brasileira, durante o inverno de 1995.

Para a zona de arrebentação da Praia de Tramandaí, RS, Ávila et al. (2009) definiu a

variação temporal do zooplâncton dando ênfase aos Copepoda por apresentar melhor

descrição e maior conhecimento no Oceano Atlântico Sul (BOLTOVSKOY, 1999).

A antiga ordem Cladocera (Ctenopoda e Onychopoda) agrega representantes

marinhos de distribuição preferencialmente costeiros e com poucas espécies registradas no

mundo mas igualmente importantes na ecologia pelágica marinha.

Apesar de sua baixa diversidade, é um grupo abundante e que reflete diretamente a

produção primária de uma área (RAMIREZ, 1981) sendo excelentes indicadores de massas de

água e de processos oceanográficas ocorrentes nas regiões costeiras (RESGALLA Jr. &

MONTÚ, 1993). Além disto, este grupo pode ser significativo em águas costeiras e próximas

a estuários, servindo como um elo importante nas transferências energéticas da cadeia

alimentar (ONBÉ, 1977).

15

Posta (2006) estudou a influência de fatores ambientais sobre a distribuição dos

Cladocera marinho em um estuário em Ubatuba (SP). Trabalhos abrangendo a plataforma sul

do Brasil, como os de Resgalla Jr. & Montú (1993) e Muxagata & Montú (2006), são

importantes referências já que existem poucos estudos com este grupo quando comparado aos

ambientes de água doce.

1.2 Massas de Água

A circulação na PCSE, segundo Castro (1996), é determinada pelos regimes de

ventos e ação da Corrente do Brasil (CB) na região. De uma maneira geral, durante o verão,

os ventos mais frequentes apontam de NE para SW causando um transporte superficial de

água da costa para o mar. A divergência superficial costeira, possibilita a penetração da

ACAS (ressurgência) sobre a plataforma e a diminuição do nível do mar junto a costa,

levando, consequentemente, um empilhamento de água em regiões de quebra da plataforma.

Segundo Castro et al. (1987) esses movimentos opostos podem gerar uma estratificação em

duas camadas, uma acima e outra abaixo da termoclina permanente.

Já durante o inverno a situação se reverte e os ventos apontam de SW para NE,

também com componentes paralelos a costa, causando assim um transporte de água

superficial do mar aberto para a costa. A convergência superficial costeira, assim causada,

condiciona a elevação do nível do mar junto à costa e o afastamento da ACAS.

A energia fornecida pelo sol, na forma de radiação solar, é o fator fundamental para a

circulação oceânica e a distribuição e estratificação de massas de água. Estes processos físicos

determinam a formação de uma termoclina sazonal e a conseqüente estratificação vertical em

duas camadas durante o verão, seguida do desaparecimento da termoclina sazonal e

relaxamento da estratificação vertical durante o inverno, fazendo com que a parte interna da

plataforma continental seja ocupada por águas com características físicas mais homogêneas

durante este período (CASTRO et al, 1987; CASTRO, 1996).

A identificação das diversas massas de água da costa até a borda da plataforma pode

seguir as características apresentadas por Emílsson (1961), Miranda (1982) e Castro &

Miranda (1998), acrescidas de algumas informações sobre nutrientes (CASTRO, B.M.;

LORENZZETTI, J.A.; SILVEIRA, I.C.A. & MIRANDA, L.B. de, 2006).

16

Água Tropical (AT) – Água quente com reduzido teor de nutrientes. Temperatura

superior a 20ºC e salinidade maior que 36,4. A AT é transportada em direção sudoeste pela

camada superficial (0-200 m) da Corrente do Brasil (CB), próximo à borda da plataforma.

Água Central do Atlântico Sul (ACAS) – Água fria e rica em nutrientes. Temperaturas

inferiores a 20ºC e salinidade entre 35 e 36,4. Esse índice termohalino é o mais indicado para

definir a ACAS entre 22ºS e 25ºS (MIRANDA, 1982). A ACAS apresenta as mesmas

propriedades da massa de água formada na zona de confluência entre as correntes do Brasil

(CB) e das Malvinas, fluindo ao longo do talude continental pela camada inferior da CB (200-

500 m), próximo à borda da plataforma. Altos teores de nutrientes caracterizam essas águas,

não raro evidenciando afloramentos de águas em regiões sobre a plataforma.

Água Costeira (AC) – É uma mistura de água doce oriunda da drenagem continental

com as águas da plataforma continental. Temperatura com variação sazonal e salinidade

inferior a 35. Apresenta salinidade baixa devido à influencia de vários estuários de pequeno e

médio porte presentes na costa sudeste-sul do Brasil, sendo caracterizada por alto teor de

silicato e teores significativos de nitrato e fosfato, segundo a maior ou menor influência

continental.

Água de Plataforma (AP) – Origina-se da mistura entre duas massas de água: a AT e a

AC (SILVA et al., 2004; SILVA et al., 2005). A temperatura é variável e a salinidade entre

35 e 36. Apresenta teores variáveis em nutrientes. Esta AP pode ser definida como Água

Subtropical de Plataforma (ASP), formada pela mistura da Água da Pluma do Prata com a

Água Tropical (MÖLLER JR. et al., 2008 apud HILLE, 2009).

Água da Pluma do Prata (APP)- É uma água de baixa salinidade influenciada pela

vazão do Rio da Prata. As características físico-quimicas desta massa de água sofre variações

sazonais, principalmente pelo regime de ventos (MÖLLER JR. et al., 2008 apud HILLE, 20).

1.3 Processos Oceanográficos na Região de Estudo

Na Plataforma de Santa Catarina ocorre diversos processos oceanográficos, como a

Ressurgência que é o movimento de ascensão de águas de subsuperfície, mais frias, até a

superfície, resultante da divergência positiva do transporte horizontal induzido pelo vento na

camada superior do oceano (RODRIGUES, 1997). A divergência positiva do transporte na

camada superior pode ocorrer próxima a costa, sendo por isso denominada ressurgência

costeira. A topografia de fundo, nestes casos, é um dos fatores principais no desencadeamento

17

desse fenômeno. As ressurgências trazem para a zona fótica importante quantidade de

nutrientes das camadas mais profundas, promovendo o aumento do potencial trófico local.

Há também os aportes de águas continentais representam a entrada de água

proveniente da drenagem continental e de estuários nos sistemas costeiros, contribuindo para

a diminuição da salinidade e a alteração na composição química da água, promovendo

alterações na constância das proporções entre os elementos maiores da água do mar. Isto

causa enriquecimento em nutrientes, sobretudo em silicato, que caracteriza esses aportes.

Influencias antropogênicas também podem ser evidenciadas nos aportes continentais via

sinais de poluição, como efluentes e lixos domésticos.

A influência da Frente do Prata, embora o estuário do Prata esteja a mais de 1.000

km ao sul, pode ser detectada durante o período de inverno quando as condições

oceanográficas das correntes do Brasil e das Malvinas favorecem o deslocamento de águas de

baixa salinidade para o norte. Embora seja um processo ainda pouco explorado, esta “frente”

pode chegar até o litoral do Rio de Janeiro (PIOLA et al., 2005). Borzone et al. (1999)

observaram águas de salinidade inferior a 32 em toda a coluna de água em uma região de 40

m de profundidade numa região cerca de 100 km ao norte da área de estudo, o que reforça o

efeito do rio da Prata na região durante os meses de inverno (SCHETINNI, 2005).

18

2.0 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo analisar a comunidade zooplanctônica da

plataforma de Santa Catarina em dois períodos distintos, Primavera de 2005 e Outono de

2006.

2.2 Objetivos Específicos

• Diagnosticar os grupos zooplanctônicos mais representativos nas amostras da

plataforma de Santa Catarina para Primavera de 2005 e Outono de 2006.

• Descrever a composição e distribuição espacial das espécies de Copepoda e Cladocera

ocorrentes na plataforma de Santa Catarina.

• Relacionar a ocorrência das espécies mais abundantes e freqüentes de Copepoda e

Cladocera com as massas de águas encontradas.

• Comparar as espécies de Copepoda e Cladocera a outras áreas da costa brasileira, ao

sul e ao norte da área de estudo.

19

3.0 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área de Estudo

A região do presente estudo abrange a Plataforma Continental do estado de Santa

Catarina, desde a fronteira com o Rio Grande do Sul até a fronteira com o Paraná, e entre as

isóbatas de 10 até 150 metros (Fig. 1).

A maior parte da plataforma continental catarinense está inserida na Plataforma

Continental Sudeste do Brasil (PCSE), ao norte do Cabo de Santa Marta, e sua porção mais

austral está na Plataforma Continental Sul do Brasil (PCS), que se estende do Cabo de Santa

Marta até o Arroio Chuí. No trecho da PCSE, o alinhamento da costa é aproximadamente

norte-sul, e no trecho da PCS o alinhamento é nordeste-sudoeste.

A quebra de plataforma se dá a uma profundidade que varia de 120 à 180 metros, e a

largura varia entre 100 à 220 quilômetros, no Cabo de Santa Marta e na Baía da Babitonga,

respectivamente. As principais massas de água presentes neste trecho do litoral brasileiro são:

Água Tropical - AT, (ii) Água Central do Atlântico Sul – ACAS, (iii) Água de Plataforma –

AP, (iv) Água Costeira – AC, e Água da Pluma do Prata – APP. Estas massas de água foram

descritas anteriormente para a região por Castro Filho (1977); Miranda (1982); Lentini

(1997); Carvalho et al. (1998); Mémery et al. (2000); Piola et al. (2000 e 2005); Silva et al.

(2004); Schettini et al. (2005) e Möller Jr. et al. (2008).

3.2 Amostras

As amostras utilizadas neste estudo originaram do projeto “Prospecção de ovos e

larvas da Sardinha-Verdadeira (Sardinella brasiliensis) na costa catarinense” (PROSAR)

executado pela Universidade do Vale do Itajaí em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores

da Indústria de Pesca de Itajaí (SITRAPESCA) e o Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos

Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul (CEPSUL/IBAMA).

Neste projeto foram realizados cruzeiros oceanográficos entre os anos de 2005 e

2006 na costa de Santa Catarina, limitadas pelas fronteiras com os estados do Paraná (ao

20

norte) e do Rio Grande do Sul (ao sul) (Lat. 26° 00` S à 29° 30` S e Long. 49° 41` W à 47°

05` W) e entre as isóbatas de 10 a 150 m.

Os cruzeiros foram realizados pelo Navio de Pesquisa do IBAMA Soloncy Moura

em duas campanhas em Primavera de 2005 e Outono de 2006. O plano amostral constou em

estações amostrais distribuídas em 10 perfis perpendiculares a costa totalizando 33 amostras

por cruzeiro (Fig. 1).

Os dados de temperatura e salinidade foram obtidos em cada cruzeiro mediante o uso

de uma sonda tipo CTD, marca SAIV S/A modelo SD204 em perfis verticais em cada estação

oceanográfica (HILLE et al., 2008).

Figura 1 – Mapa de localização do litoral do estado de Santa Catarina com as amostras oceanográficas realizadas em Primavera de 2005 e Outono de 2006 dentro do Projeto PROSAR.

As amostras de zooplâncton foram obtidas mediante arrastos oblíquos integrando da

superfície ao fundo utilizando uma rede tipo Bongo de 330 µm de tamanho de malha, 60 cm

de diâmetro de boca equipada com fluxômetro calibrado. Após as coletas, as amostras foram

fixadas em solução de formaldeido a 4% e estocadas no Laboratório de Oceanografia

Biológica do CTTMar/UNIVALI.

Em laboratório, as análises qualitativas e quantitativas foram realizadas em câmaras

do tipo Bogorov sob microscópio estereoscópico segundo as recomendações de Boltovskoy

(1981), que constou na retirada de alíquotas que variaram de 3 a 10% da amostra total, através

21

do sub-amostrador do tipo pistão. Foram quantificados todos os organismos zooplanctônicos

presentes nas amostras e a classificação ao menor nível taxonômico possível com o auxílio

dos trabalhos de Ramirez (1981) e Onbé (1999) para Cladocera e Björnberg (1981), Bradford-

Grieve et al. (1999) e Hernandez & Morales (1994) para Copepoda.

Dados de densidade foram obtidos a partir das estimativas de densidade total da

amostra que foram expressos pelo número de organismos por metro cúbico (Org. m-3) de água

filtrada pela rede. Além disto, foram calculados os índices de riqueza de Margalef (OMORI &

IKEDA, 1984), de diversidade de Shannon-Weaver (LUDWIG & REYNOLDS, 1988) e de

equitabilidade de Pielou (PIELOU, 1966).

Índice de Riqueza de Margalef (D)

LnN

SD

1−= (1)

Sendo:

S = número de espécies

N = número total de indivíduos

Índice de Diversidade de Shannon-Weaver (H’)

∑=

×−=

S

i NnLn

NnH ii

1

' (2)

Sendo:

S = número total de espécies amostradas

N = número total de indivíduos

ni = número de indivíduos amostrados para a i-ésima espécie

Índice de Equitabilidade de Pielou (J’)

max

''

H

HJ = (3)

Sendo:

Hmax = ln(S)

22

O tratamento dos dados constou na caracterização das associações de espécies de

Copepoda e Cladocera e sua associação com as massas de água ocorrentes apresentadas por

Hille et al. (2008). Para isto foi aplicado a análise de ordenação (Análises de Componentes

Principais – ACP) (PIELOU, 1984) para identificação dos grupos de espécies de similares

exigências ecológicas e identificação de forçantes ambientais que poderiam influenciar a

formação dos grupos. Para este caso, foram utilizadas as espécies que apresentaram uma

freqüência de ocorrência superior a 20%, além de dados de temperatura e salinidade dos

pontos intermediários a coluna de água amostrada nos arrastos oblíquos (Fig. 1). Com o

intuito de aproximar a distribuição dos dados a uma distribuição normal, os valores das

variáveis bióticas e abióticas foram previamente transformados em Log (x+1).

As comparações faunísticas com outras áreas geográficas, tanto ao norte como ao sul

do estado de Santa Catarina, foram realizadas a partir de comparações, entre outros, com os

trabalhos de Sartori & Lopes (2000), Muxagata (1999), Oliveira (1999), Resgalla Jr. & Montú

(1993), Vega-Perez (1993), Fernández Aráoz (1991) e Rocha (1977). Para a identificação dos

indicadores de ressurgências foram utilizados os trabalhos de Valentin (1988) e Valentin et al.

(1976).

23

4.0 RESULTADOS

4.1 Condições oceanográficas durante o período de estudo

Para o período de estudo deste trabalho, as condições oceanográficas foram

estudadas por Hille et al. (2008) que identificou as massas de água ocorrentes na região. De

uma maneira geral, para Primavera de 2005, as águas foram caracterizadas por baixas

salinidades e altas temperaturas, principalmente entre São Francisco do Sul e a Península de

Porto Belo, indicando forte influência de aportes continentais e a formação da Água Costeira

disposta localmente pelo aporte de água doce proveniente dos principais rios da região como

o Itajaí-Açú, Itapocu e Tijucas. Essas Regiões de Influência Fluvial (RIFs) destacam-se por

serem ricas em nutrientes e, conseqüentemente, apresentam alto valor em termos de recursos

pesqueiros (HILLE et al., 2008; SCHETTINI, et al., 2005). Já ao Sul, ocorreram as águas de

altas salinidades e baixas temperaturas. As águas de menores temperaturas foram observadas

nos pontos amostrais próximos ao Cabo de Santa Marta. Para a salinidade, os maiores valores

(>34) estiveram concentrados nos pontos ao sul da Ilha de Santa Catarina, sugerindo a

intrusão da ACAS na região. Externamente a isóbata de 100 m a Água Tropical (AT)

dominou ao longo da plataforma. Este cruzeiro foi o que apresentou maior variação de

temperatura entre os pontos amostrais, com valor mínimo de 14,0 e máximo de 24,6ºC

(Tabela 1).

Já no cruzeiro de Outono de 2006, as águas que se concentram ao norte foram

essencialmente de altas temperaturas e salinidades (AT), enquanto ao sul, baixas temperaturas

e salinidades foram observadas. Esta mancha de baixa salinidade penetrou na plataforma

proveniente do sul do Estado devido a influencia da Frente do Prata (mistura da Corrente das

Malvinas com a descarga do Rio da Prata e, em menor escala, da Lagoa dos Patos). Uma faixa

com valores de salinidade mais elevados foi observada em quase toda área de estudo

localizada externamente a isóbata de 100 m indicando a presença das AT.

Devido a técnica de amostragem empregada para as coletas dos organismos

zooplanctônicos, que envolveu o uso de rede Bongo integrando da superfície ao fundo da

coluna de água (máximo de 130 m de profundidade), foi estimado os valores médios da

24

temperatura e salinidade e caracterizado as massas de água dominantes em grupos de pontos

amostrais para cada cruzeiro (Fig. 2). Desta forma, águas típicas descritas por Hille et al.

(2008) foram redefinidas como: Água Costeira (AC) na região de RIFs para o cruzeiro de

Primavera de 2005, ainda para este cruzeiro foram definidas a Água Subtropical de

Plataforma (ASP) na plataforma externa e Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na

ressurgência do Cabo de Santa Marta. Já o cruzeiro de Outono de 2006 foi caracterizado pela

presença de ASP na região dos RIFs, Água Tropical (AT) na região central da plataforma e

Água da Pluma do Prata (APP) na altura do Cabo de Santa Marta.

Tabela 1 - Valores mínimos, médios e máximos de Salinidade e temperatura (ºC) referentes aos cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006 do projeto PROSAR modificado de Hille et al. (2008).

Salinidade Temperatura

Mínima Média Máxima Mínima Média Máxima Primavera 2005 10,99 35,02 36,79 14,00ºC 20,07ºC 24,61ºC Outono 2006 9,92 34,66 36,86 18,16ºC 21,58ºC 25,29ºC

25

Figura 2 – Diagramas TS e classificação das massas de água referentes aos cruzeiros de Primavera de 2005 (A) e Outono de 2006 (B) do projeto PROSAR (modificado de Hille et al., 2007) com valores médios da coluna de água. Sendo AC= Água Costeira, ASP= Água Subtropical de Plataforma, ACAS= Água Central do Atlântico Sul, AT= Água tropical e APP= Água da Pluma do Prata.

4.2 Comunidade zooplanctônica

4.2.1 Densidade total do zooplâncton

Em termos de densidade da comunidade zooplanctônica total na plataforma

catarinense não foi observado um padrão claro de variações sazonais e espaciais. Observou-

se, entretanto, tendências dos pontos amostrais mais costeiros apresentarem as maiores

concentrações de organismos zooplanctônicos. Entre os cruzeiros, os valores médios de

densidade observados foram de 482 Org. m-3 para Primavera de 2005 e 593 Org. m-3 para

Outono de 2006 (Fig. 3).

26

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

Figura 3 – Distribuição espacial dos valores de densidade para o zooplâncton total (Org. m-3) em (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

4.2.2 Grandes grupos do zooplâncton

A comunidade zooplanctônica da plataforma de Santa Catarina foi composta por 14

grandes grupos zooplanctônicos. Em Primavera de 2005 o grupo mais abundante foi o de

Copepoda (51,7%), seguido por Cladocera (15,7%) e Salpas (13,6%), enquanto que em

Outono de 2006, Copepoda também foi o dominante (74,6%), mas houve diminuição da

representatividade dos demais grupos como Salpas (7,3%), Chaetognatha (5,69%) e

Cladocera (3,7%) (Tabela 2). Grupos menos representativos envolveram Siphonophorae,

Hydromedusae, Polychaeta, larvas de Mollusca, Ostracoda, larvas de Cirripedia, Amphipoda,

Euphausiacea e Pteropoda (Tabela 3).

A B

27

Tabela 2 - Frequência de Ocorrência (%) dos grandes grupos do zooplâncton para o cruzeiro de Primavera de 2005 e Outono de 2006.

FO (%) Grupos Primavera

2005 Outono

2006 Siphonoforae 27,27 33,33

Hydromedusae 21,21 12,12

Polychaeta 0,00 3,03

Mollusca 48,48 69,7

Cladocera 100 90,91

Ostracoda 0,00 9,09

Copepoda 100 100

Cirripedia 0,00 30,3

Amphipoda 39,39 0,00

Euphausiae 6,06 3,03

Decapoda 100 100

Chaetognatha 100 93,94

Salpidae 69,7 57,58

Appendicularia 57,58 57,58

Pteropoda 66,67 51,52

Tabela 3 - Abundância relativa média (%) dos grandes grupos ocorrentes para o cruzeiro de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

Grupos Primavera 2005 Outono 2006

Copepoda 60,38 71,94

Cladocera 12,46 3,98

Decapoda 4,14 5,12

Chaetognatha 3,40 8,18

Salpidae 14,08 5,22

Appendicularia 2,45 0,68

Outros 1,80 3,92

28

4.3 MOLLUSCA MEROPLANCTÔNICO (LARVAS)

Para o grupo de larvas de Mollusca, foram observados formas véligers de Gastropoda

e Bivalvia ao longo da plataforma, mas sem um padrão espacial bem definido (Fig. 10). Os

valores médios de densidade foram de 1 Org. m-3 em Primavera de 2005 e 7 Org. m-3 em

Outono de 2006.

Figura 4 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de larvas de Mollusca bentônicos nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

A B

SC

29

4.4 DECAPODA

As larvas de Decapoda apresentaram uma ampla distribuição e ocorreram em todos

os pontos amostrais nos dois cruzeiros, mas com altos valores na região costeira. Foram

registradas 4 estágios de desenvolvimento (protozoea, mysis, zoea e decapodito) e 1 espécie

holoplanctônica Lucifer faxoni (Fig. 7). Os valores médios de densidade foram de 12 Org. m-3

em Primavera de 2005 e 11 Org. m-3 em Outono de 2006.

Figura 5 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Larvas de Decapoda nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

A B

SC

30

4.5 CHAETOGNATHA

Este grupo apresentou alta freqüência de ocorrência, e uma tendência de maiores

valores de densidade nos pontos mais costeiros. Esta evidência ficou mais clara no cruzeiro de

Outono de 2006 (Fig. 6). Os valores médios de densidade foram de 7 Org. m-3 em Primavera

de 2005 e 15 Org. m-3 em Outono de 2006.

Figura 6 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Chaetognatha nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

A B

31

4.6 SALPIDAE Em Primavera de 2005, as salpas ocorrem em 69,7% das amostras com preferência

pelos pontos costeiros ao sul da área de estudo associada a Água de Plataforma sob influência

da ressurgência do Cabo de Santa Marta. Já em Outono de 2006, dos 57,58% dos pontos

amostrais em que ocorreram, quase todos se encontraram ao norte de Laguna e sem um

padrão espacial (Fig. 5). Os valores médios de densidade foram de 36 Org. m-3 em Primavera

de 2005 e 19 Org. m-3 em Outono de 2006.

Figura 7 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Salpidae nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

A B

SC

32

4.7 APENDICULARIA

Grupo representado por uma única espécie, Oikopleura dioica, e sem um padrão de

distribuição sobre plataforma nos dois períodos amostrais (Fig. 9). Os valores médios de

densidade foram de 7 Org. m-3 em Primavera de 2005 e 1 Org. m-3 em Outono de 2006.

Figura 8 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Apendicularia nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

A B

33

4.8 PTEROPODA

A espécie Cresseis sp foi a única representante deste grupo e em formas juvenis,

ocorrendo com maior freqüência e densidade no cruzeiro de Primavera de 2005. No geral,

este grupo apresentou distribuição em baixas densidades e evitando pontos amostrais

costeiros (Fig. 8). Os valores médios de densidade foram de 3 Org. m-3 em Primavera de 2005

e 1 Org. m-3 em Outono de 2006.

Figura 9 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) de Pteropoda nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

A B

SC

34

4.9 COPEPODA

Em termos de distribuição espacial, Copepoda apresentou os maiores valores de

densidade nos pontos amostrais na costa e na plataforma interna em ambos os cruzeiros (Fig.

11).

Figura 10 - Distribuição espacial da densidade (Org. m3) de Copepoda nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

Foram registrados, nos dois cruzeiros, 43 taxa de Copepoda, entre ordem, família,

gênero e espécies. Os médios de densidade foram de 153 Org. m-3 em Primavera de 2005 e

196 Org. m-3 em Outono de 2006.

Para o cruzeiro de Primavera de 2005, as espécies de maiores densidades foram

Temora stylifera (média de 40 Org. m-3), Oithona plumifera (média de 18 Org. m-3), Oncaea

clevei (média de 17 Org. m-3), Temora turbinata (média de 16 Org. m-3), Centropages

velificatus (média de 10 Org. m-3) e Acartia lilljeborgi (média de 4 Org. m-3) (Tabela 4).

A B

35

Tabela 4 - Frequência de Ocorrência (FO) e Abundância Relativa (AR) para as espécies de Copepoda observados nos cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006.

FO (%) AR (%) Taxa

Primavera 2005 Outono 2006 Primavera 2005 Outono 2006 COPEPODA 100,00 100,00 60,38 71,95

Copepodito 100,00 84,21 14,69 10,54

Naupliu 24,24 21,05 0,64 0,34

Acartia sp 6,06 0,00 0,04 0,00

Acartia lilljeborgi Giesbrecht, 1889 36,36 39,47 1,78 10,96

Aetideopsis carinata Bradford, 1969 3,03 2,63 0,01 0,02

Calanoides carinatus (Krøyer, 1849) 3,03 2,63 0,08 0,00

Calocalanus pavo (Dana, 1852) 3,03 23,68 0,08 0,38

Candacia curta (Dana, 1849) 6,06 26,32 0,08 0,28

Candacia pachydactila (Dana, 1849) 3,03 21,05 0,02 0,25

Centropages velificatus (Oliveira, 1947) 57,58 60,53 6,39 1,74

Clausocalanus furcatus (Brady, 1883) 0,00 57,89 0,00 15,87

Copilia mirabilis Dana, 1852 0,00 10,53 0,00 0,12

Corycaues giesbrecthi (F. Dahl, 1894) 6,06 63,16 0,27 4,37

Corycaeus speciosus Dana, 1849 72,73 57,89 0,03 3,45 Corycaeus sp 3,03 7,89 5,38 0,83

Eucalanus sp 54,55 28,95 6,26 1,79

Euchaeta marina (Prestandrea, 1833) 3,03 36,84 0,04 0,54

Euchaeta media Giesbrecht, 1888 3,03 2,63 0,03 0,01

Farranula gracilis (Dana, 1849) 3,03 7,89 0,04 0,22

Labidocera fluviatilis Dahl, 1894 12,12 13,16 0,13 0,14

Lucicutia flavicornis (Claus, 1863) 0,00 5,26 0,00 0,02

Macrosetella gracilis (Dana, 1847) 0,00 26,32 0,00 0,17

Microsetella rosea (Dana, 1849) 15,15 2,63 0,32 0,04

Miracia efferata Dana, 1849 0,00 13,16 0,00 0,13

Nannocalanus minor (Claus,1863) 0,00 50,00 0,00 2,36

Neocalanus gracilis (Dana, 1849) 6,06 18,42 0,21 0,33

Oithona plumifera Baird, 1843 87,88 76,32 12,81 7,64

Oithona setigera (Dana, 1849) 0,00 5,26 0,00 0,03

Oncaea sp 21,21 5,26 1,85 0,71

Oncaea Antarctica Heron, 1977 0,00 10,53 0,00 0,07

Oncaea clevei Früchtl, 1923 63,64 84,21 11,98 12,54

Paracalanus sp 63,64 0,00 1,28 0,00

Paracalanus quasimodo Bowman, 1971 9,09 2,63 0,46 0,01

Paracandacia simplex (Giesbrecht, 1889) 0,00 10,53 0,00 0,07

Pareucalanus sewelli (Fleminger, 1973) 3,03 10,52 0,03 12,55

Temora stylifera (Dana, 1849) 96,97 81,58 25,75 6,66

Temora turbinata (Dana, 1849) 78,79 55,26 7,30 0,04

Sapphirina sp 3,03 7,89 0,26 0,01

Scolecithrix bradyi Giesbrecht, 1888 0,00 5,26 0,00 0,23

Scolecithrix danae (Lubbock, 1856) 3,03 21,05 0,02 0,34

Subeucalanus crassus (Giesbrecht, 1888) 0,00 10,52 0,00 2,76

Subeucalanus pielatus (Giesbrecht, 1888) 9,09 47,26 0,95 1,20

Undinula vulgaris (Dana, 1849) 24,24 39,47 0,78 0,05

36

A espécie Acartia lilljeborgi ocorreu nos pontos bem próximos da costa, assim como

Centropages velificatus e Temora turbinata. Contrariamente, Oithona plumifera e Oncaea

clevei aumentam em densidade em direção aos pontos da plataforma externa. Já Temora

stylifera apresentou-se bem distribuída em toda a plataforma catarinense (Fig. 12).

37

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

A

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

B

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

C

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

D

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

E

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

F

Figura 11 - Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Copepoda: (A) Acartia lilljeborgi, (B) Centropages velificatus, (C) Oithona Plumifera, (D) Oncaea clevei, (E) Temora stylifera, (F) Temora turbinata, referente ao cruzeiro de Primavera de 2005.

38

A espécie Undinula vulgaris ocorreu em pontos esparsos, porém limitados a região

norte da área de estudo (Fig. 13).

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

G

Figura 12 - Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) da espécie de Copepoda Undinula

vulgaris, referente ao cruzeiro de Primavera de 2005.

Para a amostragem de Outono de 2006 as espécies mais abundantes foram Acartia

lilljeborgi (média de 71 Org. m-3)¸ Clausocalanus furcatus (média de 23 Org. m-3), Temora

stylifera (média de 18 Org. m-3), Temora turbinata (média de 18 Org. m-3), Oncaea clevei

(média de 16 Org. m-3), Oithona plumifera (média de 8 Org. m-3), Corycaeus giesbrechti

(média de 6 Org. m-3) e Subeucalanus pileatus (média de 5 Org. m-3) (Tabela 3).

Em relação a distribuição espacial, Acartia lilljeborgi ocorreu em toda a plataforma,

mas com os maiores valores de densidade observados ao norte da Ilha de Santa Catarina. A

espécie Clausocalanus furcatus Corycaeus giesbrecthi, Oithona plumifera, Oncaea clevei e

Temora stylifera não apresentaram um padrão definido de distribuição, ocorrendo em toda a

plataforma (Fig. 14). Temora turbinata apresentou preferência por ocorrências em pontos

amostrais mais costeiros e Subeucalanus pileatus mostrou maiores densidades ao sul da área

de estudo (Fig. 15).

39

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

A

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

F

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

O

47° W48° W49° W50° W26

° S

27°

S28

° S

29°

S

SC

P

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

N

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

M

Figura 13 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Copepoda: (A) Acartia

lilljeborgi¸ (B) Clausocalanus furcatus, (C) Temora stylifera, (D) Temora turbinata, (E) Oncaea clevei, (F) Oithona plumifera, referente ao cruzeiro de Outono de 2006.

A B

C D

E F

40

A distribuição de outros Copepoda, como Corycaeus speciosus e Nannocalanus

minor mostram-se sem padrão definido na distribuição espacial. Para estas espécies, sugere-se

que os maiores valores de densidade estiveram próximos da influencia dos RIFs. Já as

espécies Euchaeta marina, Macrosetella gracilis e Neocalanus gracilis mostraram-se

presentes em pontos afastados da costa, porém em baixa densidade entre 1 e 10 Org. m-3 (Fig.

15 e 16).

41

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

P

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

R

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

H

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

K

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

I

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

J

Figura 14 - Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Copepoda: (A) Temora turbinata, (B) Subeucalanus pileatus, (C) Corycaeus speciosus, (D) Nannocalanus minor, (E) Euchaeta

marina, (F) Macrosetella gracilis referente ao cruzeiro Outono de 2006.

A B

C D

E F

42

O Copepoda Undinula vulgaris também não apresenta padrão em relação a

distribuição, mas foi possível visualizar maiores densidades ao sul da Ilha de Santa Catarina

(Fig. 16).

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

L

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

S

Figura 15 - Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Copepoda (A) Neocalanus

gracilis e (B) Undinula vulgaris, referente ao cruzeiro de Outono de 2006.

4.9.1 Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade para Copepoda

Para os Copepoda, os maiores índices de riqueza ocorreram em Outono de 2006

(0,92 para Primavera e 1,90 para Outono), assim como há uma tendência dos pontos mais

externos da plataforma serem os mais ricos (Fig. 17), enquanto que para o cruzeiro de

Primavera de 2005 não foi observado um padrão claro de distribuição espacial.

A B

43

Figura 16 - Distribuição espacial da Riqueza de espécies (Nits) para o grupo de Copepoda nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

De maneira geral, a diversidade, nos pontos mais costeiros, se manteve baixa para os

dois cruzeiros, contudo, um gradiente em direção a plataforma externa só foi observado em

Outono de 2006 (Fig. 18). A diversidade média para Copepoda foi de 0,98 Nits para o

cruzeiro de Primavera de 2005 e de 1,67 Nits para Outono de 2006.

Figura 17 - Distribuição espacial da Diversidade (Nits) para o grupo de Copepoda nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

A B

A B

SC

SC

44

Para a equitabilidade, foi possível observar um gradiente perpendicular a costa em

Primavera de 2005, com menores índices próximo a costa. No cruzeiro de Outono de 2006

não há um padrão na distribuição (Fig. 19). Os valores médios de Equitabilidade foram de

0,59 Nits para Primavera de 2005 e 0,71 para Outono de 2006.

Figura 18 - Distribuição espacial da Equitabilidade (Nits) para o grupo de Copepoda nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

A B

45

4.10 CLADOCERA

Este grupo apresentou distribuição espacial preferencialmente costeiro, com

ocorrências ao longo da costa para o cruzeiros de Primavera de 2005 e limitada a região norte

da área de estudo e associada a RIFs em Outono de 2006 (Fig. 20). Os valores médios de

densidade para Cladocera foram de 42 Org. m-3 para Primavera de 2005 e 10 Org. m-3 para

Outono de 2006.

Figura 19 - Distribuição espacial da densidade (Org. m3) de Cladocera nos cruzeiros de (A) Primavera de 2005 e (B) Outono de 2006.

Foram observados 4 taxa de Cladocera em ambos os cruzeiros. A espécie Penilia

avirostris foi a mais abundante e freqüente das espécies, seguido por Pseudoevadne tergestina

(Tabela 5).

Tabela 5 - Frequência de Ocorrência (FO) e Abundância Relativa (AR) para as espécies de Cladocera referente aos cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006.

FO (%) AR (%) Taxa

Primavera 2005 Outono 2006 Primavera 2005 Outono 2006 CLADOCERA 100,00 91,00 12,47 3,99

Penilia avirostris Dana, 1852 93,94 51,52 63,37 33,77

Pleopsis schmackeri (Poppe, 1889) 18,18 27,27 3,51 4,61

Evadne spinifera Müller, 1868 33,33 36,36 11,14 12,23

Pseudevadne tergestina (Claus, 1877) 72,73 75,76 21,98 40,30

SC SC

A B

46

Para o cruzeiro de Primavera de 2005, Penilia avirostris foi a espécie de Cladocera

mais abundante (média de 36 Org. m-3) e sua distribuição não apresentou um padrão claro

ocorrendo em toda a plataforma catarinense. Pleopis schmackeri ocorreu em pontos dispersos

pela costa e em baixa densidade (média de < 1 Org. m-3), mas esteve associada a Água de

Plataforma. Já Evadne spinifera distribuiu preferencialmente nos pontos externos da

plataforma associada a mistura entre a Água Tropical e ACAS. Pseudoevadne tergestina, que

foi a segunda espécie mais freqüente, apresentou maiores densidade ao sul da área de estudo

(Fig. 21).

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

H

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

I

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

J

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

K

Figura 20 - Distribuição espacial da densidade (Org. m--3) das espécies de Cladocera: (A) Penilia

avirostris, (B) Pleopis schmackeri, (C) Evadne spinifera, (D) Pseudoevadne tergestina, referente ao cruzeiro de Primavera de 2005.

A B

C D

C

47

Em Outono de 2006, Penilia avirostris apresentou uma distribuição mais específica,

ocorrendo principalmente no norte da área de estudo, com os maiores valores na região dos

RIFs (Fig. 22). Pleopis schmackeri apresentou distribuição próximo a costa associada a Água

de Plataforma e Tropical, enquanto Pseudoevadne spinifera mostrou preferências por pontos

na plataforma externa. Pseudoevadne tergestina foi a espécie de Cladocera mais freqüente, e

apresentou uma ampla distribuição, mas evitando a região das RIFs ao norte da área de

estudo.

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

T

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

U

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

V

47° W48° W49° W50° W

26°

S27

° S

28°

S29

° S

SC

X

Figura 21 – Distribuição espacial da densidade (Org. m-3) das espécies de Cladocera: (A) Penilia

avirostris, (B) Pleopis schmackeri, (C) Pseudoevadne spinifera, (D) Pseudoevadne tergestina referente ao cruzeiro de Outono de 2006.

A

C

B

C

C

C

D

C

48

4.10.1 Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade para Cladocera

Os valores de riqueza para o grupo Cladocera foram mais baixos do que os

Copepoda, porém o padrão de distribuição se mantém semelhante, de modo que os pontos

mais costeiros apresentam baixa riqueza (Fig. 23). Os valores médios de Riqueza para

Cladocera foram de 0,44 Nits para Primavera de 2005 e de 0,42 Nits para Outono de 2006.

Figura 22 – Distribuição espacial da Riqueza de espécies (Nits) para Cladocera nos cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006.

Em relação a diversidade, alguns pontos com valores maiores ocorrem,

esparsamente, ao longo da costa, principalmente em Primavera de 2005, porém não

mostraram um padrão espacial em ambos os cruzeiros (Fig. 24). Os valores médios de

diversidade para Cladocera foram de 0,52 Nits para Primavera de 2005 e de 0,39 Nits para

Outono de 2006.

A B

SC

49

Figura 23 – Distribuição espacial da Diversidade (Nits) para Cladocera nos cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006.

O índice de equitabilidade se distribuiu sem um padrão definido nos dois cruzeiros

(Fig. 25). Os valores médios de Equitabilidade para Cladocera foram de 0,75 Nits para

Primavera de 2005 e de 0,62 Nits para Outono de 2006.

Figura 24 – Distribuição espacial da Equitabilidade (Nits) para Cladocera nos cruzeiros de Primavera de 2005 e Outono de 2006.

A B

SC

A B

50

4.11 Variáveis ambientais e comunidade zooplanctônica

O resultado das Análises de Componentes Principais (ACP), para o cruzeiro de

Primavera de 2005 apresentou uma percentagem acumulada de explicabilidade de 56,01%

para os dois primeiros eixos, mostrando a temperatura e a salinidade com alto peso sobre o

eixo 1, sendo a temperatura positivamente correlacionada e a salinidade negativamente

correlacionada. Estas variáveis correlacionaram um grupo de espécies constituído por

Centropages velificatus, Acartia lilljeborgi, Temora turbinata e Penilia avirostris como

espécies de maiores temperaturas e baixas salinidades (Tabela 6 e Fig. 26).

Tabela 6 – Peso das variáveis para ACP da comunidade zooplanctônica e parâmetros ambientais referente ao cruzeiro de Primavera de 2005.

Primavera 2005 Axis 1 Axis 2

Porcentagem acumulada de explicabilidade

38,55 56,01

Acartia lilljeborgi 0,374 0,101

Centropages velificatus 0,395 -0,017

Oithona plumifera -0,285 0,247

Oncaea clevei -0,29 0,307

Temora stylifera 0,053 0,492

Temora turbinata 0,302 -0,128

Undinula vulgaris 0,05 0,387

Penilia avirostris 0,307 0,101

Pleopsis schmackeri -0,016 -0,412

Evadne spinifera -0,211 0,203

Pseudoevadne tergestina -0,175 -0,42

Salinidade -0,338 -0,167

Temperatura 0,397 -0,006

51

Figura 25 - Resultado da ACP para a comunidade zooplanctônica e os parâmetros ambientais referente ao cruzeiro de Primavera de 2005.

A ACP das amostragens de Outono de 2006 não apresentou um alto peso das

variáveis abióticas (temperatura e salinidade) com o eixo 1, e uma menor explicabilidade dos

dois primeiros eixos (43,7%). Observou-se, em base do ordenamento do eixo 1 dois grupos de

espécies, um positivamente correlacionado constituído por Calocalanus pavo, Clausocalanus

furcatus, Corycaeus giesbrechti, Corycaeus speciosus, Euchaeta marina, Macrosetella

gracilis, Nannocalanus minor, Neocalanus gracilis, Oithona plumifera, Oncaea clevei,

Scolecithrix danae e Undinula vulgaris e outro negativamente correlacionado constituído

somente por Acartia lilljeborgi (Tabela 7 e Fig. 27).

Para o eixo 2, Centropages velificatus e Pleopsis schmackeri apresentaram relação

inversa com a temperatura e salinidade (Fig. 27).

52

Tabela 7 – Peso das variáveis para ACP da comunidade zooplanctônica e parâmetros ambientais referente ao cruzeiro de Outono de 2006.

Outono 2006 Axis 1 Axis 2 Porcentagem acumulada de explicabilidade

28,28% 43,70%

Acartia lilljeborgi -0,212 0,109 Calocalanus pavo 0,227 0,14 Candacia curta 0,146 0,293 Candacia pachydactila 0,129 0,226 Centropages velificatus 0,058 -0,435 Clausocalanus furcatus 0,316 0,03 Corycaeus giesbrechti 0,222 -0,112 Corycaeus speciosus 0,277 0,019 Euchaeta marina 0,294 0,098 Macrosetella gracilis 0,168 0,026 Nannocalanus minor 0,26 0,006 Neocalanus gracilis 0,18 0,048 Oithona plumifera 0,256 -0,05 Oncaea clevei 0,254 -0,021 Temora stylifera 0,11 -0,229 Temora turbinata -0,132 -0,294 Scolecithrix danae 0,247 0,08 Subeucalanus pileatus 0,191 -0,296 Undinula vulgaris 0,304 -0,006 Penilia avirostris -0,059 0,089 Pleopsis schmackeri -0,09 -0,229 Pseudoevadne spinifera 0,128 0,14 Pseudoevadne tergestina 0,192 -0,3 Salinidade -0,003 0,395 Temperatura -0,085 0,231

53

Figura 26 - Resultado da ACP para a comunidade zooplanctônica e os parâmetros ambientais referente ao cruzeiro de Outono de 2006.

54

5.0 DISCUSSÃO

A Plataforma Continental Catarinense tem sido amplamente estudada devido a

ocorrência de uma alta diversidade de fenômenos oceanográficos. Por estar inserida, ao norte

do Cabo de Santa Marta na Plataforma Continental Sudeste do Brasil (PCSE) e ao sul na

Plataforma Continental Sul do Brasil (PCS), apresentam processos físicos como a advecção

para sul e meandramento da Corrente do Brasil (AT), a presença da ACAS em sub-superfície

e sua ressurgência no Cabo de Santa Marta, e a advecção para norte da Frente do Prata, além

das contribuições fluviais locais (HILLE, et al., 2008; SCHETTINI, et al., 2005). Esta

complexidade hidrológica determina também uma complexidade faunística que muitas vezes

restringem o uso dos organismos zooplanctônicos como indicadores hidrológicos quando

existem limitações do amostrador. No presente estudo, o emprego de um amostrador que

integra a coluna de água prejudica um refinamento na ocorrência e distribuição dos

organismos indicadores.

A composição da comunidade zooplanctônica foi caracterizada por 14 grandes

grupos e a distribuição espacial encontrada, para os dois cruzeiros, foi semelhante a relatada

por Vega-Pérez (1993), Muxagata (1999) e Sant’anna & Björnberg (2006) em estudos da

costa sul e sudeste brasileira, ou seja, as maiores abundâncias foram observadas na plataforma

interna.

Dos grupos holoplanctônicos observados nas amostras, Salpas, Chaetogntha,

Copepoda e Cladocera sempre foram os grupos mais representativos em águas costeiras do

estado de Santa Catarina (RESGALLA Jr., no prelo).

Pelo padrão de distribuição do grupo Salpidae, em Primavera de 2005, verificou-se

uma maior concentração na região do Cabo de Santa Marta, indicando associação com a

intrusão da ACAS como destacado por Hille et al. (2008). Muxagata (1999) encontrou num

ponto situado ao sudoeste da Baía de Guanabara/RJ a maior concentração de Salpidae

associada a presença de AT e ACAS. No trabalho de Resgalla Jr. (no prelo) é destacado que

este organismo pode estar relacionado com processos de ressurgência de curta duração devido

ao domínio de ventos nordeste nesta região. Nestas intrusões da água de maior profundidade

para a zona eufótica ocorre o aumento da biomassa do fitoplâncton e que não é consumido

pelo zooplâncton devido a intermitência do processo, ficando um excedente de produção

55

primária que entra na alça microbiana, o que favorece o desenvolvimento de organismos que

se alimentam por muco (RESGALLA et. al., 2001).

O grupo Chaetognatha ocorreu preferencialmente nos pontos costeiros da área de

estudo. A distribuição deste grupo tem sido relacionada com a ocorrência de Copepoda, seu

item alimentar preferencial (BOLTOVSKOY, 1981b). Liang & Vega-Pérez (1994) também

sugeriram esta relação entre os grupos para a região de Ubatuba, relatando que as maiores

densidades de Chaetognatha foram encontradas em águas costeiras, também mais ricas em

Copepoda. Muxagata (1999) encontrou as maiores concentrações destes organismos na área

ao norte de Cabo Frio/RJ, ao sul de São Sebastião/SP e ao norte de Paranaguá/PR e sugeriu

uma ocorrência prévia de ressurgência na região de Cabo Frio. Segundo Parsons et al. (1984),

valores elevados de predadores são costumeiros após os primeiros dias de ressurgência,

quando já existe uma elevada densidade de organismos herbívoros. Apesar da ampla

distribuição de Copepoda e Chaetognatha observados no presente estudo, pouca relação pôde

ser observada entre estes grupos.

As larvas Decapoda ocorreram em toda a área de estudo, com maiores densidades

nos pontos da plataforma interna. A ocorrência deste grupo e sua importância já tem sido

destacada em trabalhos anteriores na costa de Santa Catarina (RESGALLA JR. et al., 2008).

Também Muxagata (1999) caracterizou as larvas de Decapoda como sendo abundantes nas

regiões costeiras de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Além do interesse comercial, este

grupo é importante nos processos ecológicos dos ambientes aquáticos, pois atuam em

diferentes níveis da cadeia trófica, quer como herbívoros, predadores, necrófagos ou presas de

outros grupos (MAGALHÃES, 2000).

O Pteropoda Cresseis sp é um indicador da corrente do Brasil (VAN DER SPOEL &

BOLTOVSKOY, 1981). As altas densidades deste Mollusco planctônico também foram

observadas nos meses quentes entre a primavera e outono dos anos de 1997 e 2003 em

Garopaba e Governador Celso Ramos em acumulações massivas de conchas nas praias

(RESGALLA JR., no prelo). A ocorrência destes organismos apresenta similaridade com as

Salpas e podem estar associadas a processos de ressurgências, fato não confirmado neste

estudo.

A espécie Oikopleura dioica, única representante neste estudo do grupo

Appendicularia, obteve ampla distribuição, porém com baixas densidades em águas de alta

salinidade. A ocorrência desta espécie foi relatada por Campos (2004) entre a Belomonte/BA

56

e São Tomé/RJ, em Arraial do Cabo/RJ e entre Cabo Frio/RJ e Cabo de Santa Marta

Grande/SC, sendo que no primeiro e último trecho estavam sob influência da ACAS.

Os Mollusca meroplanctônicos, representados pelas larvas de Gastropoda e Bivalvia,

ocorreram em toda a área de estudo sendo que a ocorrência conjunta destas formas larvais

podem ser explicadas pela proximidade do fundo e da presença de estoques reprodutores de

adultos bentônicos (VAN DER SPOEL & BOLTOVSKOY, 1981).

5.1 COPEPODA

Entre os grupos, Copepoda foi o dominante em densidade e riqueza, grupo

reconhecidamente importante no zooplâncton marinho (OMORI & IKEDA, 1984). Foram 43

taxa de Copepoda, entre ordem, família, gênero e espécie, onde as espécies de maiores

abundâncias em Primavera de 2005 foram Acartia lilljeborgi, Centropages velificatus,

Oithona plumifera, Oncaea clevei, Temora turbinata e Temora stylifera. Em Outono de 2006,

as espécies de maior abundância foram: Acartia lilljeborgi, Clausocalanus furcatus,

Corycaeus giesbrecthi, Oithona plumifera, Oncaea clevei, Temora stylifera, Temora

turbinata e Subeucalanus pileatus. Todas estas espécies são consideradas típicas da costa

brasileira segundo Björnberg (1981).

O número de taxa foi maior para o cruzeiro de Outono de 2006, apresentando 11

espécies exclusivas. Este fato sugere que as condições oceanográficas observadas para este

período indicam menores gradientes abióticos, fato confirmado pelos diagramas TS

apresentado na figura 1.

Os gradientes perpendiculares a costa registrados para Primavera de 2005 e os

longitudinais para Outono de 2006 também refletiram na distribuição espacial das espécies de

Copepoda. Exemplos são: A. lilljeborgi foi costeira em Primavera e limitou-se a região norte

em Outono. Da mesma forma, O. plumifera e O. clevei ocorreram na plataforma externa em

Primavera passando a ter ampla distribuição em Outono. Somado a isto, a grande maioria das

espécies exclusivas do cruzeiro de Outono de 2006 como Clausocalanus furcatus e

Corycaeus giesbrechti apresentaram ampla distribuição sobre a plataforma continental. Este

padrão de distribuição, formado por gradientes abióticos, são frequentemente citados nos

estudos de indicadores biológicos aplicados ao zooplâncton (BOLTOVSKOY, 1979 e

RESGALLA Jr., 2008).

57

Em termos de importância quanto a densidade e frequência de ocorrência, podem ser

descritas as seguintes espécies de Copepoda para uso na caracterização ambiental da

plataforma do Estado de Santa Catarina:

Acartia lilljeborgi é uma espécie freqüente em estudos na costa catarinense, como na

enseada do Saco dos Limões (Florianópolis) e na enseada da Armação do Itapocoroi (Penha)

(VEADO, 2002; VEADO & RESGALLA Jr, 2005; NUNES, 2007). Esteve relacionada com

AT e AC, indicando gradientes abióticos nos dois cruzeiros estudados.

Clausocalanus furcatus e Corycaeus giesbrecthi também são espécies comumente

encontradas na plataforma catarinense, registradas em todos os pontos amostrais no trabalho

de Muxagata (1999) na plataforma continental sudeste do Brasil. Esteve presente somente no

cruzeiro de Outono de 2006 e são indicadoras da Corrente do Brasil sobre a plataforma sul do

Brasil (BJORNBERG, 1981).

Oithona plumifera tem ampla distribuição em águas tropicais e subtropicais nos

oceanos Atlântico, Pacífico e Índico (BJORNBERG,1981; MONTÚ & GLOEDEN, 1986;

BRADFORD-GRIEVE, et al.,1999; DIAS & ARAUJO, 2006). É abundante no nordeste

brasileiro (CAVALCANTI & LARRAZABÁL, 2004). É uma espécie típica da costa de Santa

Catarina e indicadora de águas quentes (RESGALLA Jr., no prelo), Neste trabalho respondeu

aos gradientes abióticos perpendiculares a costa.

Oncaea clevei apresentou ampla distribuição. Para a PCSE, Muxagata (1999)

encontrou a espécie junto com AT, ACAS e água costeira fria. Já Bjornberg (1981) associou

esta espécie com Água subantártica e subtropical. Neste estudo ocorreu em ambos os

cruzeiros e respondeu aos gradientes abióticos, similar a Oithona plumifera.

Temora stylifera, abundante e frequente em águas quentes costeiras, água de

plataforma na superfície e no fundo e em águas tropicais. Para este estudo, teve maior

densidade no cruzeiro de Primavera de 2005, onde a temperatura média foi maior. Lopes et al.

(1999) relacionou T. stylifera com massas de água de temperatura mais elevada em frente a

Cabo Frio/RJ. Lindley & Daykin (2005) observaram que a abundância da espécie no norte do

Oceano Atlântico responde positivamente com a temperatura.

Temora turbinata apresentou distribuição mais costeira em relação a T. stylifera e

mais tolerante a água de menores salinidades (RESGALLA Jr. et al., 2008). É considerada

espécie invasora na costa brasileira por Lopes (2004).

58

Centropages velificatus é uma espécie tipicamente costeira, ocorre nas costas norte,

nordeste, central e sul do Brasil (BJORNBERG, 1981; BRADFORD-GRIEVE, et al.,1999;

DIAS & ARAUJO, 2006). Foi uma espécie dominante também na enseada da Armação do

Itapocoroi (Penha, SC) (NUNES, 2007).

Subeucalanus pileatus tem sido descrita por Ávila et al. (2009) como típica da costa

do Rio Grande do Sul, sendo tolerante ao deslocamento para água de maior profundidade. Pra

este estudo, sua maior densidade esteve relacionada com a água de plataforma sob influência

da ressurgência da ACAS em Primavera de 2005.

A diversidade de Copepoda mostrou diferenças entre os cruzeiros sendo determinada

pela equitabilidade em Primavera de 2005 e pela riqueza em Outono de 2006. Estes resultados

indicam forçantes bióticos para o último cruzeiro.

5.2 CLADOCERA

O grupo Cladocera foi freqüente e abundante nos dois cruzeiros analisados. É um

grupo tipicamente costeiro e indicador para áreas de estudos próximos a costa (RAMIREZ,

1981). A presença deste grupo esteve normalmente associada a águas de baixas salinidades.

As espécies encontradas, Evadne spinifera, Penilia avirostris, Pleopis schmackeri, e

Pseudoevadne tergestina, estão de acordo com as encontradas por Muxagata (1999) e Rocha

(1985) na costa de São Paulo e típicas de águas quentes costeiras e de plataforma.

Evadne spinifera mostrou preferência por pontos amostrais na plataforma externa

para os dois cruzeiros. Segundo Raymont (1983) é a menos costeira dos Cladocera, sendo que

aparentemente evita água de baixas salinidades e de menor qualidade.

Penilia avirostris, típica de AC, foi a única espécie a ser encontrada em toda a

plataforma. Em Outono de 2006, apresentou preferência pelo norte da área de estudo, onde a

temperatura da água foi mais alta. Este comportamento em relação a baixa temperatura é

facilmente explicada devido a natureza termófila desta espécie (RAMIREZ, 1981;

RAYMONT, 1983; ROCHA, 1985). Das espécies de Cladocera, foi a que apresentou resposta

aos gradientes abióticos perpendiculares e longitudinais a costa.

Pleopsis schmackeri ocorreu em pontos mais costeiros associada a AP. Considerada

uma espécie invasora, mas já está estabelecida nas águas costeiras do Brasil e com registro

desde a Baía da Guanabara até o Rio Grande do Sul (LOPES, 2004 e CASTRO, 2008). Indica

águas quentes e junto com a ocorrência de P. avirostris tem sido relacionada com a

59

dominância da Corrente do Brasil, caracterizada por apresentar água limpa e com alta

salinidade, na região costeira do Rio Grande do Sul (RESGALLA Jr. & MONTÚ, 1993 e

RESGALLA Jr., 2008) e na região costeira do Rio de Janeiro (MARAZZO; VALENTIN,

2003).

Pseudoevadne tergestina indica águas quentes costeiras e oceânicas e pode estar

presente em águas temperadas e tropicais em ambos hemisférios (RAMIREZ, 1981; ONBÉ,

1999). Ocorreu em toda a plataforma sem nenhum padrão de distribuição, porém com maior

densidade em Outono de 2006. Posta (2006) observou altas densidades da espécie durante o

inverno na região de Ubatuba/SP.

Como é um grupo representado por poucas espécies, os índices de diversidade não

demonstraram variações importantes que possam determinar alguma informação ecológica da

plataforma em estudo.

5.3 ASSOCIAÇÕES E INDICADORES HIDROLÓGICOS

Segundo a classificação das massas de água apresentada na figura 1, destaca-se que

os forçantes abióticos de temperatura e salinidade foram mais evidentes para o cruzeiro de

Primavera de 2005, envolvendo neste caso, gradientes perpendiculares a costa. Para o cruzeiro

de Outono de 2006, somente a salinidade apresentou gradientes longitudinais a costa.

Estas diferenças foram evidentes para as espécies de Copepoda e Cladocera mais

abundantes, demonstrando para Acartia lilljeborgi distribuição ao longo dos pontos amostrais

da plataforma interna em Primavera de 2005 e limitada ao norte da área de estudo em Outono

de 2006. O mesmo comportamento foi observado para Penilia avirostris, indicando, que estas

espécies típicas de águas costeiras quentes, as estratificações horizontais na área de estudo.

Para a Análise de Componentes Principais (ACP) de Primavera de 2005, as variáveis

ambientais apresentaram maior peso sobre o primeiro eixo indicando que estes forçantes

podem explicar a distribuição das espécies zooplanctônicas. Nas amostragens de Outono de

2006, pelo contrário, a ausência de altos pesos das variáveis abióticas (temperatura e

salinidade) com o eixo 1 e ao menor percentual de explicabilidade dos eixos sugerem que

forçantes bióticos podem apresentar maior peso sobre a distribuição das espécies ocorrentes

na área de estudo. Segundo Fager (1963) a medida que forçantes abióticos diminuem a

variação, maior é a influência dos forçantes bióticos. Desta forma, as análises de ACP

confirmam alguns padrões de distribuição das espécies, ou seja, distinção entre espécies

60

costeiras e de plataforma externa para o cruzeiro de Primavera de 2005 e ampla distribuição

para grande maioria no cruzeiro de Outono de 2006.

Entretanto, os processos físicos de ressurgência e da entrada da frente do Prata na

área de estudo não demonstraram associações típicas segundo estudos realizados por outros

autores. Calanoides carinatus, observada em ambos os períodos, é indicadora de processos de

ressurgências, mas somente associada a ocorrência de Ctenocalanus vanus (não observada

neste estudo), como destacado por VALENTIN et al. (1976); CAMPANER (1985);

VALENTIN (1988) e MONTEIRO-RIBAS (1988) na região de Cabo Frio (RJ). Desta forma,

estes processos de entrada de águas de menores temperaturas, destacados pelos parâmetros

físicos-químicos, não foram confirmados pelos indicadores biológicos, como por exemplo a

ausência das espécies de Cladocera Pleopis polyphemoides e Podon intermedius já citados em

estudos na costa de Santa Catarina. O tipo de amostrador utilizado (limitação de

profundidade) e o período de amostragem realizada (estágio inicial de desenvolvimento do

processo físico) podem ter limitado o uso dos indicadores hidrológicos.

Por outro lado, as análises de ACP indicaram espécies típicas das RIFs, ou seja,

espécies inversamente correlacionadas com as altas salinidades como Acartia lilljeborgi,

Temora turbina, Centropages velificatus e Penilia avirostris para o cruzeiro de Primavera de

2005. Para Outono de 2006, os forçantes bióticos, que normalmente são de difícil explicação

como competições, predações e outros (RESGALLA Jr., 2008), separaram Acartia lilljeborgi

do grupo de Calocalanus pavo, Clausocalanus furcatus, Corycaeus giesbrechti, Corycaeus

speciosus, Euchaeta marina, Macrosetella gracilis, Nannocalanus minor, Neocalanus

gracilis, Oithona plumifera, Oncaea clevei, Scolecithrix danae e Undinula vulgaris.

5.4 COMPARAÇÃO DAS ESPÉCIES DE COPEPODA E CLADOCERA COM OUTRAS ÁREAS DA COSTA BRASILEIRA

A comunidade zooplanctônica da Plataforma Continental Catarinense, caracterizada

neste estudo, foi semelhante a relatada em outros trabalhos na costa brasileira, como em

Vega-Pérez (1993) e Muxagata (1999), com maiores densidades nas regiões costeiras e

predomínio de Copepoda em todos os pontos amostrais.

As espécies Acartia lilljeborgi, Oithona plumifera. Penilia avirostris, Pleopis

schmackeri, ocorrentes nos dois cruzeiros do presente estudo, são comuns na costa brasileira e

podem ser encontradas desde o estado do Pará até Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, a

61

ocorrência destas espécies foram registradas em estudos na Baia do Itapocoroi, Estuário do

Rio Itajaí-Açu, Praia Navegantes, Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Ilha de SC.

Outras espécies ocorrentes, como U. vulgaris, E. marina, C. speciosus e T. stylifera,

são consideradas, segundo Omori & Ikeda (1984), “espécies-chave”, pois ocorrem durante

todo o ano em abundância na região nordeste do Brasil (MAFALDA Jr. et al., 2009). Este

padrão pode ser observado neste trabalho por ocorrerem em dois períodos distintos.

A não ocorrência de algumas espécies, como Pleopis polyphemoides, Evadne

nordmanni, que são representantes de água fria é relevante visto que P. polyphemoides é

comum em estudos na PCSE e E. nordmanni foi registrada em uma praia do Rio Grande do

Sul. Além disto, os diferentes processos que ocorrem na plataforma catarinense influenciam

diretamente na diversidade de espécies.

Resgalla Jr. (no prelo) sugere que a costa é uma área de transição entre as faunas

tropical, subtropical e temperado entre as regiões sul e sudeste do Brasil. A mistura ou a

sobreposição vertical das massas de água podem gerar áreas de transição faunística,

caracterizadas pela coexistência de espécies que integram as diferentes associações (LOPES,

et al., 2006). Por ser um dos poucos trabalhos que abrange toda a plataforma catarinense, a

comparação com outros períodos ficou prejudicada, além disto, há diversos processos

oceanográficos que tornam o ambiente instável para estabelecimento de grupos bem definidos

de espécies, porém, foi possível verificar uma fauna similar a encontrada nas regiões sudeste,

central e nordeste do Brasil, onde prevalecem águas costeiras quentes.

62

6.0 CONCLUSÕES

1. A comunidade zooplanctônica da costa de Santa Catarina apresenta grupos típicos do

holoplâncton marinho, onde 14 grupos, como Copepoda, Cladocera, Salpas e

Chaetognatha, apresentaram as maiores abundâncias em pontos amostrais próximos a

costa.

2. A metodologia aplicada no estudo para coleta dos dados biológicos foi elaborada para

coleta do ictioplâncton, sendo portanto um obstáculo na caracterização mais completa

do padrão de distribuição dos organismos zooplanctônicos indicadores.

3. A ocorrência de Salpas na região do Cabo de Santa Marta indicou associação com a

intrusão da ACAS.

4. As espécies de Copepoda e Cladocera registradas indicam grande similaridade com a

fauna da região sudeste e nordeste do Brasil, típicas de águas quentes costeiras e de

plataforma, confirmado pela abundância de Acartia lilljeborgi, Oithona plumifera,

Penilia avirostris e Pleopis schmackeri, sendo encontradas desde o estado do Pará até

Rio Grande do Sul.

5. Os gradientes abióticos perpendiculares e longitudinais a costa proporcionados por

processos de aportes continentais, ressurgências e a frente do Prata podem determinar

a distribuição das espécies mais abundantes como Acartia lilljeborgi e Penilia

avirostris, sendo os gradientes perpendiculares (aportes continentais e ressurgências)

mais determinantes que os longitudinais (frente do Prata). Este fato pode explicar o

maior número de espécies exclusivas em Outono de 2006, onde a maioria destas,

como Clausocalanus furcatus e Corycaeus giesbrechti apresentaram ampla

distribuição sobre a plataforma continental.

6. Os diferentes processos que ocorrem na plataforma catarinense influenciam

diretamente na diversidade de espécies e indicaram, para o período de estudo, uma

fauna tropical com uma grande similaridade também com o nordeste do Brasil.

63

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