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2358-8136 Professor cpad.com.br Lições Bíblicas 4º trimestre 2018 O VENTO SOPRA ONDE QUER O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua operação na vida da Igreja WWW.ESCOLA-EBD.COM.BR

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2358-8136

Professorcpad.com.br

L i ç õ e s B í b l i c a s

4º trimestre 2018

O VENTOSOPRA

ONDE QUERO Ensino Bíblico do Espírito Santo e

sua operação na vida da Igreja

WWW.ESCOLA-EBD.COM.BR

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Professorcpad.com.br

O VENTO SOPRA ONDE QUERO Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua Operação na Vida da Igreja

Comentarista: Alexandre Coelho

L i ç õ e s B í b l i c a s

4º trimestre 2018

Lição 1O QUE É O MOVIMENTO PENTECOSTAL 3

Lição 2COMO OS PENTECOSTAIS INTERPRETAM A BÍBLIA 11

Lição 3OS LIVROS DE LUCAS E ATOS — A BASE DA DOUTRINA PENTECOSTAL 18

Lição 4O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO 26

Lição 5A CONTEMPORANEIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS 33

Lição 6O DOM DE LÍNGUAS 40

Lição 7O GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL 46

Lição 8A PROFECIA NA EXPERIÊNCIA PENTECOSTAL 54

Lição 9 A MARAVILHOSA CURA DIVINA 61

Lição 10A ORAÇÃO E O JEJUM NA PERSPECTIVA PENTECOSTAL 69

Lição 11SINAIS E PRODÍGIOS CONFIRMAM A PREGAÇÃO DO EVANGELHO 76

Lição 12A PRIORIDADE MISSIONÁRIA DOS PENTECOSTAIS 83

Lição 13O VENTO AINDA SOPRA ONDE QUER 90

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Presidente da Convenção Geral dasAssembleias de Deus no BrasilJosé Wellington Costa JuniorConselho AdministrativoJosé Wellington Bezerra da CostaDiretor ExecutivoRonaldo Rodrigues de SouzaGerente de PublicaçõesAlexandre Claudino CoelhoConsultoria Doutrinária e TeológicaAntonio Gilberto e Claudionor de AndradeGerente FinanceiroJosafá Franklin Santos BomfimGerente de Produção Jarbas Ramires SilvaGerente ComercialCícero da SilvaGerente da Rede de LojasJoão Batista Guilherme da SilvaChefe de Arte & DesignWagner de AlmeidaChefe do Setor de Educação CristãCésar Moisés CarvalhoComentaristaAlexandre CoelhoRedatoraTelma BuenoDiagramação e CapaSuzane BarbozaFotosShutterstock

CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

Comunique-se com a redatora da revista de JovensPor carta: Av. Brasil, 34.401 - BanguCEP: 21852-002 - Rio de Janeiro/RJPor e-mail: [email protected]

RIO DE JANEIROCPAD MatrizAv. Brasil, 34.401 - Bangu - CEP21852-002Rio de Janeiro - RJTel.: (21) 2406-7373 - Fax: (21) 2406-7326E-mail: [email protected]

Telemarketing 0800-021-7373 Ligação gratuitaSegunda a sexta: 8h às 18h - Sábado de 8h às 14h.

Livraria Virtual http://www.cpad.com.br

O VENTO SOPRA ONDE QUER

O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua

Operação na Vida da IgrejaCom a graça do Pai, chegamos ao

último trimestre do ano. Juntos, apren-demos importantes e preciosas lições da Palavra de Deus. Estudamos o Evangelho de Mateus, as Epístolas de Paulo aos Tessalonicenses, os Milagres de Jesus e concluiremos com o tema Movimento Pentecostal, de autoria do pastor Ale-xandre Coelho.

O Movimento Pentecostal não foi

criado por homem algum e não é exclusi-vidade de uma única denominação. Ele é divino. É o cumprimento da promessa de Joel 2.28. Uma das provas da sua origem divina está atrelado ao seu crescimento ao longo dos mais de 100 anos de sua existência. Cremos que Deus continua edificando a sua Igreja e realizando milagres e maravilhas, batizando com o Espírito Santo e concedendo dons espirituais aos homens.

Esperamos que os temas aborda-dos nas lições levem você a ser cheio do Espírito Santo. E que você tenha a

convicção de que o Pentecostes é para o nosso tempo e que “essa história é a nossa história”.

Seja cheio do Espírito Santo.

Os Editores.

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JOVENS 3

L I Ç Ã O

1

O QUE É O MOVIMENTO PENTECOSTAL

TEXTO DO DIA“E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome,

expulsarão demônios; falarão novas línguas.” (Mc 16.17)

SÍNTESE O Movimento Pentecostal,

iniciado no livro de Atos e que continua em nossos dias, é a

materialização da promessa de revestimento de poder da parte

do Senhor Jesus Cristo para a sua Igreja.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Dt 16.1Deus relembra ao povo o livramento recebido

TERÇA – Dt 16.10O Pentecostes vinha depois da Páscoa

QUARTA – Dt 16.11O Pentecostes trazia alegria aos hebreus e a outras pessoas

QUINTA – At 1.14O Pentecostes começa com oração

SEXTA – At 2.4Uma promessa cumprida

SÁBADO – At 2.39Uma promessa para os nossos dias

07/10/2018

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4 JOVENS

OBJETIVOS

• APRESENTAR um panorama bíblico do Pentecostes;• RECONHECER que a promessa divina do derramamento

do Espírito foi feita ainda no Antigo Testamento; • CONSCIENTIZAR de que o Pentecostes é uma promessa

cumprida em nossos dias.

INTERAÇÃO

Prezado(a) professor(a), pela graça de Deus estamos iniciando um novo trimestre, o último do ano de 2018. Com certeza esse foi um ano de crescimento e muito aprendizado para você e seus alunos. Depois de estudar acerca dos milagres de Jesus, veremos um assunto de extrema relevância para os que professam a fé pentecostal e que também envolve fé e milagres, pois cremos que o Mestre continua salvando, libertando, curando e batizando com o Espírito Santo. Estudaremos a respeito do Movimento Pentecostal e o comentarista é o pastor Alexandre Coelho. Ele está à frente da Gerência de Publicações da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, coordenando todo trabalho editorial (Bíblias, Livros e revistas de Escola Dominical) da Casa. O pastor Alexandre também atua como palestrante nos eventos de Educação Cristã da CPAD (Capeds, Congressos e Conferências). É Licenciado em Letras, Bacharel em Direito e possui várias obras publicadas pela CPAD. Que esse trimestre seja marcado pelo mover e o agir do Espírito Santo em sua vida e na vida de seus alunos.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Sugerimos que você inicie a aula escrevendo no quadro a indagação que é o título da lição: “O que é o Movimento Pentecostal?” Em seguida divida a turma em grupos e dê um tempo para que, em grupo, os alunos discutam a questão. Depois, reúna os alunos formando um único grupo. Ouça as respostas e faça as considerações que achar necessárias. Em seguida explique que o Movimento Pentecostal não é resultado da vontade humana ou exclusivo das Assembleias de Deus. Diga que ele teve seu início no livro de Atos e que tal Movimento é a materialização da promessa de revesti-mento de poder da parte do Senhor Jesus para a sua Igreja. Conclua a atividade enfatizando que embora o Movimento Pentecostal não seja exclusivo das Assembleias de Deus, atualmente ela é a maior denominação pentecostal do país. Segundo dados do IBGE a cada dia aumenta o número de pentecostais assembleianos em nossa nação.

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JOVENS 5

I – UM PANORAMA BÍBLICO DO PENTECOSTES1. O Pentecostes em Israel. Para que

possamos iniciar o estudo do pentecos-talismo, é necessário que comecemos com as bases bíblicas que servem de referência ao Movimento Pentecostal. Pentecostes é o nome grego dado a

uma festa judaica: a Festa das Colheitas. Os hebreus foram orientados, por Deus, a comemorar: 1) a festa da Páscoa, que celebrava a libertação do povo hebreu da escravidão egípcia, quando o Senhor

Joel 2.28-32

28Ehádeser que, depois,derramareio meu Espírito sobre toda a carne, e vossosfilhosevossasfilhasprofetiza-rão, os vossos velhos terão sonhos, os vossosjovensterãovisões. 

29 Etambémsobreosservosesobreasservas, naqueles dias, derramarei o meuEspírito. 

30 E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue,efogo,ecolunasdefumaça. 

31 O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande eterríveldiadoSENHOR. 

32 Ehádeser que todoaquelequein-vocaronomedoSENHOR serásalvo;porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o SE-NHOR temdito,enosrestantesqueoSENHOR chamar.

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

Há pouco mais de um século, cris-tãos em vários lugares do mundo passaram a experimentar em seus cultos um avivamento sem pre-cedentes. Viu-se entre eles sinais como os descritos em Atos dos Apóstolos, como falar em outras línguas, curas, libertação de pessoas oprimidas pelo Diabo, profecias, e uma forte e profunda convicção da presença de Deus, confissão de pecados e salvação. Esse aviva-mento foi chamado de Movimento Pentecostal. Tais manifestações da presença de Deus ocorreram antes na história, mas desta vez foi dife-rente, pois a mensagem pentecostal se espalhou pelo mundo e trouxe profundas modificações na forma de pensar da teologia cristã, como também na própria prática cristã. Neste trimestre, estudaremos o que é o pentecostalismo, sua doutrina e a sua importância para o cristianismo do século XXI.

COMENTÁRIO

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6 JOVENS

não pertenciam à família dos israelitas,

e deveria ser um momento alegre.

Pentecostes não era um momento de

tristeza, ou de arrependimento, mas de

satisfação, pois estavam em um período

de sega do trigo e da cevada que Deus

lhes dera. Essa festa durava um dia, pois

o povo estava em plena atividade de

colheita da safra de grãos. Da mesma

forma, Pentecostes traz alegria em

nossos dias por ser a realização de uma

das promessas mais importantes de

Deus para com aqueles que creem nEle.

3. O Dia de Pentecostes em Atos

dos Apóstolos. No Novo Testamento,

Deus se utiliza dessa comemoração

nacional judaica para fazer com que os

seguidores de Jesus fossem cheios do

Espírito Santo. Antes de sua ascensão aos

céus, Jesus ordenou aos seus discípulos

que permanecessem em Jerusalém, até

que recebessem, da parte de Deus, um

revestimento de poder, de autoridade

para proclamar o nome do Senhor (Lc

24.49). Os discípulos estavam em oração,

como se entende, em um cenáculo, um

cômodo em um pavimento superior de

uma construção. Aqueles discípulos já

conheciam a Jesus, e tinham recebido

a salvação dada por Deus, mas estavam

esperando o cumprimento da promessa

do Pai: “Porque, na verdade, João batizou

com água, mas vós sereis batizados com

o Espírito Santo, não muito depois destes

dias” (At 1.5). O próprio Senhor Jesus falou

do batismo com o Espírito Santo aos seus

seguidores como uma promessa do Pai.

E esse evento teve tal importância que

chamou a atenção de outras pessoas

que estavam em Jerusalém, abrindo a

oportunidade para Pedro falar de Jesus

e do cumprimento da profecia de Joel

naquele dia.

Pentecostes não era um

momento de tristeza, ou de

arrependimento, mas de

satisfação, pois estavam em um

período de sega do trigo e da

cevada que Deus lhes dera.

passou por sobre o Egito e julgou aque-la nação com a praga da morte dos primogênitosdosegípcios;2)afestadas Colheitas, comemorada cinquenta dias após a Páscoa, e que celebrava a

colheitadotrigoedacevada;e3)afestados Tabernáculos, que recordava aos hebreus o período em que habitavam em tendas. Essas festas eram ordena-das pelo Senhor, como ajuntamentos

públicos, que sempre, deveriam levar o povo a se lembrar de Deus e comemorar a sua intervenção na história.

Havia outras datas que os judeus observavam, como por exemplo, a festa das Trombetas, que marcava o

ano novo civil, onde o povo fazia uma reflexãoarespeitodasuarelaçãocomDeus;oDiadaExpiação;oPurim,paracomemorar o livramento que Deus concedeu aos judeus por intermédio da rainha Ester.

2. Motivo de alegria. A Festa das Colheitas ou Pentecostes deveria ser, conforme preconiza a lei, motivo de

grande júbilo para os hebreus. O Senhor diz: “E te alegrarás perante o SENHOR, teu Deus [...]” (Dt 16.11). Essa orientação divinaincluíaosfilhos,osservos,osle-vitas, estrangeiros, órfãos e viúvas que estivessem ali. A celebração ordenada por Deus deveria ser um motivo de confraternização que incluía até os que

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JOVENS 7

Pense!Deus ordenou aos hebreus que observassem algumas festividades. Tais comemorações tinham como propósito a celebração de momentos específicos da história, e numa dessas festas Ele revestiu os discípulos com poder.

Ponto Importante O povo de Israel, com o passar do tempo, criou outros momentos de celebração. Essas comemorações eram uma forma de agradecer a Deus pelas suas intervenções e livramentos.

II – A PROMESSA FEITA NO AN-TIGO TESTAMENTO 1. O contexto de Joel. Joel foi um

profeta que exerceu seu ministério noReinodeJudá.Seunomesignifica“Jeová é Deus”, e sua atuação profética se deu antes da destruição do Templo. Sua profecia começa com a seguinte afirmação:“PalavradoSenhorquefoidirigida a Joel, filho de Petuel” (Jl 1.1).

No livro de Joel, vemos que uma praga de gafanhotos destruiu a colheita de grãos de cevada e de trigo, e depois de tal tragédia, há uma conclamação ao jejumeàoração(1.14;2.15).Deuschamao povo para que se converta, de todo o coração, a Ele (2.12).

O profeta também fala de um tempo onde haverá fartura, pois o Senhor há de abençoar a terra. Finalmente, Deus usa o profeta para falar que haveria o grande Dia do Senhor, mas que antes o Todo-Poderoso derramaria do seu Espírito sobre toda a carne.

2. A promessa feita. “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre

todaacarne,evossosfilhosevossas

filhas profetizarão, os vossos velhos

terão sonhos, os vossos jovens terão

visões. E também sobre os servos e sobre

as servas, naqueles dias, derramarei o

meu Espírito” (Jl 2.28,29). Essa profecia

mostra que no futuro, Deus visitaria a

humanidade trazendo sobre ela um

derramar do seu Espírito. Esse derramar

do Espírito faria com que eventos como

profecias, sonhos e visões, que no Antigo

Testamento eram concedidos somente

aos profetas, fossem dados de forma

ampla a todos. Joel inclui pessoas que

tinham poucos direitos e eram tidas por

“inferiores” em algumas sociedades,

como por exemplo, os servos. Eles tam-

bém seriam contemplados pelo alcance

dessa promessa divina.

3. O alcance dessa promessa. As

palavras proferidas por Joel foram

relembradas pelo apóstolo Pedro, por

ocasião do seu discurso no Dia de Pen-

tecostes, logo após terem sido cheios

do Espírito Santo e falado em outras

línguas. Lembremo-nos de que a Bíblia

dos primeiros cristãos era o Antigo

Testamento ao qual recorriam a fim

deverificarasprofeciasqueestavam

se cumprindo. Pedro de imediato não

apenas reconheceu que a profecia de

Joel se cumprira naquele dia, mas que

esse cumprimento tinha inicialmente

dois objetivos: o derramar do Espíri-

to sobre todos e o cumprimento da

promessa que Jesus fez antes de sua

ascensão: “E eis que sobre vós envio

apromessademeuPai;ficai,porém,

na cidade de Jerusalém, até que o alto

sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

Pedro ainda deixou claro que apesar

deJesustersidocrucificado,Elefoi

feito Cristo, o Messias: “Saiba, pois,

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8 JOVENS

com certeza, toda a casa de Israel que

aesseJesus,aquemvóscrucificastes,

Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36).

O Senhor ressurreto, o Messias, havia

mandado o seu Santo Espírito, como

prometera.

Pense!Será que temos feito como os primeiros cristãos, que buscavam, nas Escrituras Sagradas, orientações para saber se as manifestações espirituais que estavam acontecendo em seus dias eram realmente de Deus?

Ponto ImportanteA Igreja do Novo Testamento fazia uso constante do Antigo Testamento para ver o cumprimento das promessas de Deus em seus dias.

III – PENTECOSTES, UMA PROMES-SA CUMPRIDA EM NOSSOS DIAS 1. O Pentecostes antes do século

XX. É certo que ao longo da história,

Deus jamais deixou de manifestar os

dons espirituais em diversas comu-

nidades e grupos cristãos. No século

II da nossa era, Irineu de Lion disse

que “temos em nossas igrejas irmãos

que possuem dons proféticos e, pelo

Espírito Santo, falam toda classe de

idiomas”. Mas a manifestação do poder

de Deus não se restringe ao falar em

outras línguas. A história relata casos

em que pessoas usadas por Deus foram

portadoras de mensagens proféticas

específicas, como John Welch, um

escocês do século XVI, que após orar

sobre o caso de dois mercadores de

tecido que queriam passar pela cidade

de Ayr, onde ele residia, Welch disse

aos magistrados que havia uma praga

nos rolos de tecido daqueles mercado-

res, e os homens foram impedidos de

entrar. Aqueles homens seguiram para

uma cidade vizinha, e lá uma praga se

espalhou matando diversas pessoas.

Como vemos, Deus jamais deixou de

manifestar seus dons por meio de seus

servos. Um estudo honesto sobre a

história da Igreja mostra que o dom

de línguas e outros dons ocorreram

de forma espontânea em diversos

países, e com pessoas de diferentes

denominações.

2. No início do século XX. As ma-

nifestações pentecostais ressurgiram,

deformasistemática,nofimdoséculo

XIX, e se multiplicaram no século XX. Na

Suécia, em 1902, um pregador batista

chamado Lewi Petrus recebeu o batismo

com o Espírito Santo e falou em línguas,

tornando-se um dos mais importantes

nomes pentecostais de seu país.

Nos Estados Unidos, em 1905, William

Seymour recebeu a mensagem pente-

costal de Charles Fox Parham e se tornou

um dos líderes do pentecostalismo na

Rua Azuza. E na China, em 1907, por in-

termédio da missionária Nettie Normam,

que recebeu o batismo com o Espírito

Santo na Rua Azuza, muitos chineses

foram visitados por Deus. Da mesma

forma que a Reforma Protestante foi um

divisor de águas na história da Igreja,

o pentecostalismo trouxe um grande

avivamento ao cristianismo em várias

partes do mundo.

3. O Pentecostes no Brasil. É notório

que o Pentecostes alcançou o Brasil no

início do século XX. Deus trouxe, em

1910, dois missionários batistas suecos

que haviam recebido o batismo com

o Espírito Santo, Daniel Berg e Gunnar

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JOVENS 9

“Pentecostal

Palavra usada a partir de 1907, na Grã-Bretanha, pelas igrejas históricas tradicionais (anglicanas, episcopais, metodistas, evangélicas), para se re-ferir aos crentes que criam e recebiam o batismo no Espírito Santo, por causa da analogia entre esse movimento e o dia de Pentecostes (At 2.1-13), isto é, por causa da efusão do Espírito e das manifestações de poder, que eram observadas por toda a parte nas ilhas britânicas.

Por sua vez, ‘pentecostal’ é o crente que crê (adepto) nas possibilidades de receber a mesma experiência do Espírito Santo que os apóstolos receberam, no dia de Pentecostes.

A diversidade mundial do pentecos-talismo torna quase impossível falar de ‘uma’ teologia pentecostal. Nem ainda se conseguiu amadurecer uma teologia da fé cristã sob a perspectiva do pentecostalismo clássico. Todavia, existem certas correntes teológicas entre os pentecostais que são dignas de serem exploradas. O que segue, é uma tentativa de explorar uma quantidade das principais linhas de pensamento relacionadas na tarefa contínuadesefazerreflexãoteoló-

gica entre os pentecostais brasileiros clássicos e neopentecostais” (ARAUJO, Isael. Dicionário do Movimento Pen-

tecostal. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007, pp. 553-557).

SUBSÍDIOVingren, para evangelizar no Brasil. Es-ses dois homens, com suas esposas, fundaram as Assembleias de Deus e sua mensagem era acompanhada de milagres, testemunhos de cura e transformação de vidas. A mensagem pentecostal foi se espalhando por nossa nação, e hoje

os pentecostais representam, no Brasil, a maior ala do segmento cristão evangélico, pelos dados do IBGE.

Há, no Brasil, aproximadamente 12 milhões de cidadãos que se dizem pertencentes às Assembleias de Deus

(IBGE 2010). Note-se que em nossos dias, as Assembleias de Deus não são a única denominação pentecostal, há muitas igrejasemsolopátrioquefizeramdamensagem pentecostal a sua vocação, seja por origem, seja por mudança de pensamento por ocorrência de aviva-mentos e manifestação espontânea dos dons espirituais. As igrejas pentecostais comprometidas com a pregação e o ensino da Palavra de Deus têm como foco de sua mensagem a necessidade da salvação, do arrependimento de pecados, da realidade da vida eterna, da cura divina, da vida em santidade e

da prática do testemunho da pessoa de Jesus Cristo.

Pense!Você crê que o batismo no Espírito Santo é para todos aqueles que creem em Jesus Cristo como Salvador e Senhor?

Ponto Importante A promessa do derramamento e revestimento de poder mediante o batismo com o Espírito Santo é para todos os cristãos. Na atualidade, muitas são as igrejas que fizeram da mensagem pentecostal a sua vocação.

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

• HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

HORA DA REVISÃO1. Quais as três principais festas anuais judaicas? Os hebreus foram orientados, por Deus, a comemorarem três festas anuais,

a saber: a Páscoa, que celebrava a libertação do povo hebreu da escravidão

egípcia; a Festa das Colheitas, comemorada cinquenta dias após a Páscoa, e

que celebrava a colheita do trigo e da cevada e a Festa dos Tabernáculos, que

recordava aos hebreus o período em que habitavam em tendas.

2. O que a Páscoa celebrava?A Páscoa celebrava a libertação do povo hebreu da escravidão egípcia, quando

o Senhor passou por sobre o Egito e julgou aquela nação com a praga da morte

dos primogênitos dos egípcios.

3. Fale a respeito da Festa das Trombetas.Os filhos, os servos, os levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas que estivessem ali. A ce-

lebração ordenada por Deus deveria ser um motivo de confraternização que incluía

até os que não pertenciam à família dos israelitas, e deveria ser um momento alegre.

4. Qual a profecia de Joel citada por Pedro em seu discurso no Dia de Pentecostes?“E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos

filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jo-

vens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias,

derramarei o meu Espírito” (Joel 2.28,29).

5. Quais foram os missionários suecos pioneiros do movimento Pentecostal no Brasil? Daniel Berg e Gunnar Vingren.

CONCLUSÃODeus declarou que seu Espírito seria derramado sobre toda a carne, e essa promessa foi cumprida após o retorno de Jesus aos céus, no Dia de Pentecostes. Em um mundo repleto de pensamentos que se voltam cada dia mais contra Deus, a mensagem pentecostal e o poder de Deus dão à Igreja a autoridade para testemunhar de Jesus, trazendo libertação aos oprimidos, cura aos enfermos e salvação aos perdidos.

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JOVENS 11

L I Ç Ã O

2

COMO OS PENTECOSTAIS INTERPRETAM A BÍBLIA

TEXTO DO DIA“Escondi a tua palavra nomeu coração, para eu não

pecar contra ti.”(Sl 119.11)

SÍNTESE Ler a Bíblia de forma correta

é importante não apenas para que entendamos perfeitamente a sua mensagem, mas também

para que a pratiquemos.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – At 18.4A Palavra usada de modo correto convence as pessoas

TERÇA – At 8.30Entendes o que lês?

QUARTA – Sl 119.97O amor à Lei de Deus

QUINTA – Os 4.6A falta de entendimento faz o povo perecer

SEXTA – Mt 7.24Construindo sobre um alicerce sólido

SÁBADO – Tg 1.22Sejamos praticantes da Palavra de Deus

14/10/2018

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12 JOVENS

OBJETIVOS

• COMPREENDER a importância de ler e interpretar a Bíblia corretamente;

• MOSTRAR a forma como o pentecostal lê a Bíblia; • CONSCIENTIZAR de que o livro de Atos tem caráter

descritivo e prescritivo.

INTERAÇÃO

Existem vários métodos de interpretação das Sagradas Escrituras, porém não podemos nos esquecer de que precisamos compreender o texto sagrado corretamen-te e praticá-lo (Tg 1.22). Muitos veem o livro de Atos, e algumas partes da Bíblia, apenas como uma narrativa histórica com acontecimentos que fizeram parte somente de uma época da história da Igreja, como por exemplo, o batismo com o Espírito Santo. A falta de conhecimento leva as pessoas a rejeitarem e a falarem mal daquilo que não conhecem com profundidade. Que a aula de hoje venha contribuir para que seus alunos tenham uma visão correta a respeito do livro de Atos e da forma como o interpretamos. Pois, o Espírito Santo não é um mito, uma força, um vento. Ele é a Terceira Pessoa da Trindade que foi enviado a este mundo com uma missão específica: convencer o homem do pecado, da justiça, do juízo e edificar os crentes e a Igreja do Senhor mediante a concessão de dons espirituais.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), escreva no quadro as palavras hermenêu-tica bíblica. Em seguida pergunte os alunos: “O que é hermenêutica bíblica?” Incentive a participação de todos e ouça-os com atenção. Explique que a hermenêutica bíblica é uma disciplina da Teologia que nos permite conhecer as regras para interpretar e aplicar as Escri-turas corretamente. A hermenêutica tem como objetivo estabelecer regras gerais de interpretação, a fim de que tenhamos uma interpretação correta do texto bíblico. Diga que nós pentecostais também fazemos uso dessa ciência. Não interpretamos e aplicamos os textos bíbli-cos baseados apenas em emocionalismo e experiências pessoais como alguns fazem questão de afirmar alguns. O Movimento Pentecostal preza pela interpretação e aplicação correta dos textos bíblicos.

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JOVENS 13

I – POR QUE LER E INTERPRETAR A BÍBLIA CORRETAMENTE1. Ler corretamente para entender

corretamente. Um dos segredos para uma vida cristã sadia é o correto enten-

dimento do texto sagrado. Se pensarmos que a Bíblia foi produzida em um contexto diferente do nosso, devemos então acatar princípios que nos ajudem a entendê-la. Para isso, a Teologia elaborou um mé-todo que direciona de forma acertada

INTRODUÇÃO

Um dos maiores desafios dos grupos cristãos evangélicos tem sido a leitura da Bíblia e a sua correta interpretação. A forma como vão expor seus ensinos e principalmente aplicá-los, depende da maneira como leem e interpretam as Sagradas Es-crituras. Por isso, há regras que norteiam a interpretação da Bíblia, dirigindo o leitor não apenas ao perfeito entendimento do texto bíblico, mas acima de tudo, motivando-o à aplicação correta. Se lermos o texto sagra-do e o interpretamos de maneira imprópria, a aplicação também será imprópria. E de que forma os pentecostais leem a Palavra de Deus? Sua interpretação acerca dos textos de Atos, sobre a vinda do Espírito Santo e o falar em línguas, é correta? Será que os dons espirituais seriam para os nossos dias? As respostas a essas perguntas passam pelo processo de leitura e interpretação corre-tas da Palavra de Deus.

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

Atos 2.1-13

1  Cumprindo-seodiadePentecostes,estavam todos reunidos no mesmo lugar; 

2  e,derepente,veiodocéuumsom,comodeumventoveemente e im-petuoso, e encheu toda a casa em queestavamassentados. 

3  Eforamvistasporeleslínguasre-partidas, como que de fogo, as quais pousaramsobrecadaumdeles. 

4  EtodosforamcheiosdoEspíritoSantoe começaram a falar em outras lín-guas,conformeoEspíritoSantolhesconcedia que falassem.

5  EemJerusalémestavamhabitandojudeus, varões religiosos, de todas as naçõesqueestãodebaixodocéu. 

6  E,correndoaquelavoz,ajuntou-seuma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. 

7  Etodospasmavamesemaravilhavam,dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estãofalando? 

8  Comopoisosouvimos,cadaum,nanossa própria língua em que somos nascidos? 

9  Partosemedos,elamitaseosquehabitamnaMesopotâmia,eJudeia,eCapadócia,ePonto,eÁsia, 

10 eFrígia,ePanfília,EgitoepartesdaLíbia,juntoaCirene,eforasteirosro-manos(tantojudeuscomoprosélitos), 

11 ecretenses,eárabes,todosostemosouvido em nossas próprias línguas falardasgrandezasdeDeus. 

12 Etodossemaravilhavameestavamsuspensos, dizendo uns para os outros: Quequeristodizer? 

13 Eoutros,zombando,diziam:Estãocheios de mosto.

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14 JOVENS

comoumcristãodeveleraBíblia.Epor

qual motivo isso foi feito? Para que todo

cristão, em sua leitura, leve em conta

os princípios que lhe permitirão aplicar

aleiturabíblicaàssuasvidas.Odesafio

de ser um praticante da Palavra de Deus

passa, portanto, pela interpretação correta.

Não temos dúvida de que certos textos

têm uma aplicabilidade imediata, pois não

necessita de muitas explicações para a

suacompreensão,jáqueamensagem

traz elementos que são conhecidos de

praticamente todas as pessoas, como

por exemplo, os Dez Mandamentos:

“Nãoadulterarás.”“Nãofurtarás.”“Não

dirásfalsotestemunhocontraoteu

próximo”(Êx20.14-16).Outrostextos,

como o que se refere a Melquisedeque

emcomparaçãoaoSenhorJesus,“reide

justiça e depois também rei de Salém,

que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem

genealogia, não tendo princípio de dias

nemfimdevida”(Hb7.2,3),precisamde

uma explicação, pois corremos o risco de

entendermos que Melquisedeque surgiu

do nada, que não teve pai ou mãe. Na

verdade, a genealogia de Melquisedeque

não é apresentada no texto sagrado,

mas ele, como qualquer ser humano,

tinha pai e mãe.

O entendimento correto de um tex-

to passa pela sua leitura correta. Tais

princípios não têm por objetivo cercear

a leitura da Palavra de Deus, e sim fazer

com que essa leitura se enquadre dentro

do objetivo que o escritor tinha quando

foi inspirado a materializar a revelação

de Deus de forma escrita.

2. Ler corretamente para ensinar e

aplicar. Um dos propósitos da leitura

corretadasEscrituraséoensinocorreto

dela. Se uma leitura e interpretação do

texto sacro forem dirigidas por premissas

equivocadas, tais premissas acarretarão

um ensino equivocado da Palavra de Deus.

Por sua vez, um ensino equivocado traz

práticasequivocadasedanosasparaa

IgrejadeCristo.Nãoéàtoaque,aolongo

do texto sagrado, Deus se encarrega de

usar seus servos para que exortem o seu

povo a que pratiquem obras corretas e

vivam uma existência que, efetivamente,

agradaaDeus.CremosquequandoDeus

inspirou os escritores a redigirem o texto

sagrado,Eleofezparaqueasuavontade

fosse praticada (2 Tm 3.16,17).

3. O respeito para com o texto sagra-

do. Deus, ao inspirar seus servos a que

escrevessem sua Palavra, o fez em um

contexto diferente do nosso. A Bíblia não

foi escrita em nenhuma versão em portu-

guêsdoséculoXXI,noBrasil.Foiescrita

em pelo menos três línguas diferentes:

o hebraico, o grego e algumas porções

emaramaico.Homensemposiçõesso-

ciais diferentes, lugares diferentes e em

tempos diferentes compuseram o texto

que temos hoje em mãos, e para que

haja uma correta interpretação desses

textos é preciso que respeitemos essas

observações. O cristão cuidadoso vai ler

o texto sagrado estudando o contexto

emqueaEscriturafoiproduzida.

II – COMO O PENTECOSTAL LÊ A BÍBLIA 1. Privilegiando o texto primeira-

mente na sua literalidade.Crentes

pentecostais valorizam a literalidade do

texto.SeJesusdissequeemseunome

expulsaríamos demônios, pentecostais

não discutem se é possível ou não a

libertação de pessoas possessas por

espíritos imundos em nossos dias. Sim-

plesmente oram e, crendo nas palavras

deJesus,expulsamdemônios.SeJesus

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JOVENS 15

disse que em seu nome seus discípulos

falariam em novas línguas, pentecostais

entendem que tal evento seria cumprido

por Deus (Mc 16.14-20).

É evidente que pentecostais não

atribuem literalidade a um texto que

não deve ser entendido literalmente.

Hátextoscujosentidoéfigurado,como

nocasoemqueJesusdissequeEle

era a porta, o caminho, o pão do céu.

EntendemosqueoSenhorsevaleude

elementos conhecidos do seu tempo

para comunicar verdades por meio de

comparações, e que esses elementos

não são sempre literais.

O que não se pode é acreditar que,

no processo de interpretação da Bíblia,

podemos mudar as regras conforme a

nossa conveniência.

2. Respeitando o contexto histórico e

os gêneros literários. A Palavra de Deus

tevesuaescritaencerradahápouco

menosdedoismilanos.Portanto,háum

hiato de tempo entre nós e os aconteci-

mentos descritos na Bíblia que deve ser

observado na leitura e interpretação do

texto, pois não se pode esquecer que

o tempo, os costumes, a forma como

viviam os homens e mulheres daquela

época eram diferentes dos nossos. Na

Bíbliahátextoshistóricosqueregistram

acontecimentos dentro e fora de Israel,

para que fossem conhecidos pelas gera-

çõesseguintes(Dt6.20,21).Há,naBíblia,

poesia descrita com sensibilidade por

pessoas que registraram suas emoções

com alegria, tristeza, desapontamento e

contentamento,mastambémconfiança

emDeus(Sl42.10,11).Hátextosprofé-

ticos nos quais Deus usa seus servos

paradeclararoqueocorreránofuturo

e advertir seu próprio povo a que viva

uma vida justa e honre ao Senhor com

uma adoração genuína e respeite seus

irmãos (Mq 6.8). A Bíblia traz cartas dos

apóstolos a pessoas e a igrejas, tendo

em vista que os leitores, que agora pro-

fessavam uma nova fé, precisavam ser

instruídos sobre como poderiam viver

nestemundo.Essesdetalhesprecisam

ser respeitados no momento da leitura

da Bíblia, ou faremos interpretações

equivocadas da revelação divina.

3. Entendendo que a Bíblia é a Palavra

de Deus. Crentespentecostaisconsideram

a Bíblia como a Palavra de Deus. Isso impli-

ca reconhecer igualmente que a chamada

revelação escriturística se completou

comoencerramentodoCânon,eque

qualquer outra revelação trazida por meio

intelectual ou por dons espirituais precisa

se curvar à revelação inspirada por Deus

emsuaPalavra.CremosqueDeus,paraa

edificaçãodaIgreja,concededonsespi-

rituais que podem trazer, eventualmente,

novas diretrizes a grupos ou pessoas, mas

nenhuma revelação trazida em nossos

dias, seja por profecia, seja pela palavra

do conhecimento, pode ser entendida

como sendo da parte de Deus se estiver

contráriaaoqueoSenhorjádeclarouem

sua Palavra.

III – O LIVRO DE ATOS – DESCRI-TIVO OU PRESCRITIVO1. A ação do Espírito Santo na Igreja.

O livro de Atos recebe esse nome por ser

o registro dos feitos dos apóstolos após a

ascensãodeJesus,masacimadetudo,

éoregistrodosatosdoEspíritoSantona

Igreja e por meio dela. Lucas não apenas

se preocupa em registrar o crescimento

da Igreja, mas também a forma com

que Deus agia para que a mensagem

doEvangelhotransformassepessoase

fizessecresceraIgreja(At2.47b).

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16 JOVENS

2. A interpretação de Pedro. Por

ocasiãodadescidadoEspíritoSanto

nocenáculo,comosinaldefalaroutras

línguas que transmitiam as grandezas

de Deus, o apóstolo Pedro não hesitou

ematribuirofatoàprofeciadeJoel,de

queoEspíritodeDeusseriaderramado

em toda a carne. É curioso o fato de que

haja crentes em nossos dias que não

veem problema na forma como Pedro

aplicouapassagemdeJoelaoquehavia

acontecido no Dia de Pentecostes, mas

rejeitamqueessederramamentodoEs-

pírito de Deus é para os nossos dias. Se

examinarmosbemasEscrituras,veremos

quetantoJesusquantoosdiscípulos

conheciam a Palavra e a interpretavam

de forma correta.

3. Atos é descritivo ou prescritivo?

Essaéumaquestãoqueprecisaser

entendida,afimdequeolhemosolivro

de Atos como mais do que um livro de

história. Quando dizemos que o livro de

Atos é meramente uma descrição do que

se passou nos primeiros 35 anos da Igreja,

queremos dizer que a sua narrativa serve

somente de registro histórico, e que não

tem a intenção de indicar que os eventos

iniciadospeloEspíritoSantodevemse

repetir em nossos dias. De acordo com

essa possibilidade de interpretação, as

línguas, as curas, as operações de mi-

lagres, revelações e outras ocorrências

não deveriam ser correntes na Igreja de

nossos dias, pois o livro de Atos tem

carátermeramentedescritivo.Masseo

livrodeAtostiverocaráterdescritivoe

prescritivo, então podemos crer que as

experiências relatadas por Lucas podem

serepetiremnossosdiaseoEspíritode

Deuséoresponsávelpormilagres,curas

e manifestação dos dons operados tanto

na Igreja quanto no ministério pessoal.

“Nós, pentecostais, nunca vimos o abismo que separa o nosso mundo do mundo do texto em sentido geral.

Combinarnossoshorizontescomodotexto ocorre naturalmente, sem muita reflexão, em grande parte porque o nosso mundo e o do texto são bastante semelhantes. Tendo em vista que os teólogos e acadêmicos ocidentais dos últimos dois séculos empregaram grandes esforços para saber como interpretar os textos bíblicos que fa-lam da atividade milagrosa de Deus, os pentecostais não foram afligidos

comessetipodemal-estar.EnquantoRudolph Bultmann desenvolveu sua demitologização ao Novo Testamento, os pentecostais silenciosamente oravam pelos enfermos e expulsavam demô-nios.Enquantoosteólogosevangélicos,seguindoospassosdeB.B.Warfield,procuravam explicar por que deve-mos aceitar a realidade dos milagres

registrados no Novo Testamento, mas, ao mesmo tempo, não esperar que ocorram hoje, os pentecostais estavam testemunhandoqueJesusoperava‘prodígios e sinais’ contemporâneos quando estabeleceu a igreja.

Não, a hermenêutica da maioria dos crentes pentecostais não é exclusi-vamentecomplexa.Nãoestácheiadequestõessobreaconfiabilidadehistórica ou repleta de cosmovisões

ultrapassadas. Não é excessivamente reflexivasobreossistemasteológicos,adistância cultural ou as estratégias lite-rárias”(MENZIES,Robert.Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1.ed. RiodeJaneiro:CPAD,2016,pp.21,22).

SUBSÍDIO

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.

HORA DA REVISÃO1. Segundo a lição, qual o segredo para uma vida cristã sadia?

Um dos segredos para uma vida cristã sadia é o correto entendimento do texto

sagrado.

2. Oqueénecessárioparaumentendimentocorretodeumtexto?É necessário ler o texto corretamente.

3. CiteumdospropósitosdaleituracorretadasEscrituras.Ensinar e aplicar corretamente o texto sagrado.

4. Quais são as línguas originais da Bíblia?Hebraico e grego.

5. ComoocrentepentecostallêaBíblia?

Privilegiando o texto primeiramente na sua literalidade; respeitando o contexto

histórico e os gêneros literários e entendendo que a Bíblia é a Palavra de Deus.

CONCLUSÃOLer e interpretar corretamente a Palavra de Deus é um requisito necessário para que todo cristão cresça na vida espiritual e pessoal. Pentecostais leem as Sagradas Escrituras com zelo e esclarecimento, de maneira que busquem sempre a interpretação correta do texto sagrado. Esse cuidado se dá pela certeza de que a correta interpretação do texto gerará a correta aplicação, e esta redundará na vivência debaixo da vontade e da bênção de Deus.

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18 JOVENS

L I Ç Ã O

3

OS LIVROS DE LUCAS E ATOS — A BASE DA DOUTRINA PENTECOSTAL

TEXTO DO DIA“Então, começou a dizer-

lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.”

(Lc 4.21)

SÍNTESE O Movimento Pentecostal

está alicerçado nas Escrituras Sagradas, especificamente no Evangelho de Lucas e no livro

de Atos, obras que mostram de forma contundente a atuação

irrestrita do Espírito Santo.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Lc 1.3Um estudo feito de forma minuciosa

TERÇA –Lc 4.1O Espírito Santo conduz Jesus

QUARTA – Lc 4.18O Espírito Santo em Jesus

QUINTA – At 2.4O Espírito Santo é derramado sobre os discípulos

SEXTA – At 13.2O Espírito Santo escolhe obreiros

SÁBADO –At 19.6O Espírito Santo nas línguas e na profecia

21/10/2018

WWW.ESCOLA-EBD.COM.BR

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JOVENS 19

OBJETIVOS

• COMPREENDER porque Lucas é considerado um autor pentecostal;

• MOSTRAR pontos relevantes do Evangelho de Lucas para o Movimento Pentecostal;

• REFLETIR a respeito de pontos importantes do livro de Atos.

INTERAÇÃO

Professor(a), você crê que o Movimento Pentecostal tem a sua base doutrinária na Palavra de Deus? Se sua resposta foi afirmativa, com certeza você não terá dificuldades em trabalhar o conteúdo dessa lição com seus alunos. Infelizmente muitos crentes, até mesmos os que se dizem pentecostais têm um conceito errado a respeito da Terceira Pessoa da Trindade e desconhecem a origem do Movimento Pentecostal. Segundo Stanley Horton o “Espírito Santo tem sido negligenciado no decurso dos séculos”. O Consolador não é uma força ou uma influência, Ele é Deus e tem revelado à humanidade o Deus Pai e o Deus Filho mediante os dons espirituais. Nesta lição estudaremos a respeito de dois importan-tes livros das Sagradas Escrituras que são tidos como a base do Movimento Pentecostal. Não se esqueça de que você pode e deve contar com o Espírito Santo para o preparo e a execução dessa aula.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), na lição de hoje estudaremos, ainda que de forma resumida, o Evangelho de Lucas e o livro de Atos. Lucas, o autor desses livros, apresenta as bases doutrinárias do Movimento Pentecostal e para facili-tar a abordagem do tema, sugerimos que reproduza o quadro da página 20. Esses quadros vão permitir que os alunos tenham uma visão panorâmica desses livros e do trabalho de Lucas.

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20 JOVENS

TEXTO BÍBLICO

Lucas 1.1-3

1  Tendo,pois,muitosempreendidopôremordemanarraçãodosfatosqueentrenóssecumpriram, 

2  segundonostransmitiramosmesmosqueospresenciaramdesdeoprincípioeforamministrosdapalavra, 

3  pareceu-metambémamimconvenien-tedescrevê-losati,óexcelentíssimoTeófilo,porsuaordem,havendo-mejáinformadominuciosamentedetudodesdeoprincípio, 

Atos 1.1-9

1  Fizoprimeirotratado,óTeófilo,acercadetudoqueJesuscomeçou,nãosóafazer,masaensinar, 

EVANGELHO DE LUCAS LIVRO DE ATOS

AUTOR: Lucas AUTOR: Lucas

TEMA: Jesus, o Salvador Divino-Humano TEMA: A propagação do Evangelho pelo poder do Espírito Santo

PROPÓSITO: Lucas escreveu este Evangelho aos gentios para proporcionar-lhes um

registro completo e exato de “tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao

dia que foi recebido em cima” (At 1.1).

PROPÓSITOS: (1) Demonstrar que o evangelho avançou triunfalmente das

ronteiras do judaísmo para o mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a missão do Espírito Santo na vida e no papel da Igreja e enfatizar o batismo no Espírito

Santo como a provisão de Deus para capacitar a Igreja a proclamar o Evangelho e a dar

continuidade ao ministério de Jesus.

ESBOÇO TEOLÓGICO DE LUCASESBOÇO TEOLÓGICO

DE ATOS

A história dos nascimentos 1-2 A igreja em Jerusalém 1-7

A preparação 3 A expansão para Samaria 8-9

Na Galileia 4-9 A inclusão dos gentios 10-15

A viagem a Jerusalém 10-19 A evangelização do mundo 16-19

Jerusalém 20-21 A prisão de Paulo 20-28

A paixão 22-24

2  atéaodiaemquefoirecebidoemcima,depoisdeterdadomandamentos,peloEspíritoSanto,aosapóstolosqueescolhera; 

3  aosquaistambém,depoisdeterpade-cido,seapresentouvivo,commuitaseinfalíveisprovas,sendovistoporelesporespaçodequarentadiasefalandodoquerespeitaaoReinodeDeus. 

4  E,estandocomeles,determinou-lhesquenãoseausentassemdeJerusalém,masque esperassemapromessadoPai,que (disseele) demim ouvistes. 

5  Porque, naverdade,Joãobatizoucomágua, masvóssereisbatizadoscomoEspíritoSanto,nãomuitodepoisdestesdias.

Bíblia de Estudo Pentecostal e Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 651,706.

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JOVENS 21

INTRODUÇÃO

Nesta lição, destacaremos os escri-tos de Lucas, considerado o autor pentecostal por excelência do Novo Testamento.

COMENTÁRIO

I - LUCAS, O ESCRITOR PENTE-COSTAL1. Quem foi Lucas?Lucasfoium

médicogregoconvertidoaocristianismo,equesetornoudepoiscompanheirodePauloemsuasviagensmissionárias.Desuasmãossaíramdoisdocumentosquerepresentapraticamente25%dotextodoNovoTestamento.Essesdoisdocumentos,oEvangelhodeLucaseosAtosdosApóstolos,foramdirigidosinicialmenteaumhomemchamadoTeófilo,possivelmenteumconvertidointeressadonahistóriadeJesusedos

apóstolosequepossivelmentefinanciouoprojetoliteráriodeLucas.

Peloconteúdodoseutexto,Lucasdemonstraqueteveumaeducação

diferenciada,poisseusescritostrazememtornode800palavrasquenãoocorremnosdemaistextosdoNovoTestamento,emumgregorefinado.Esuanarrativa,comoelemesmoexpõe,foifeitadeformaordenada,tendosidoinvestigadososfatosdeacordocomaordememqueocorreram:“[...]porsuaordem,havendo-mejáinforma-dominuciosamentedetudodesdeoprincípio”(Lc1.3).LucaséoúnicoquetrazorelatodavidadeJesusdeforma

cronológica,procurandoregistrartodososacontecimentosnaordememqueocorreram.DeacordocomatradiçãodaIgreja,Lucasteriamorridocommaisdeoitentaanos.

2. A produção literária de Lucas.LucaséoautorquedescreveavidadeJesusdeformamaisamplaemseuprimeirolivro,oEvangelhodeLucas,equepormeiodeumsegundolivro,AtosdosApóstolos,mostraaforma

comqueosdiscípulosdeJesusderamprosseguimentoàsobrasdoMestre.Porsermédico,relatacomdetalhescertasdoençaseregistrasuascuras,comonoscasosdasogradePedro(Lc4.37-39),dohomemquetinhaumadasmãosmirrada(Lc6.6-11)edoservodocenturião(Lc7.1-10).Porsergentio,apresentaJesusfalandodoreinodeDeusapessoasqueasociedadejudaicanãoprezava,comoZaqueu(Lc19),erecebendocriançasparaabençoar(Lc18.15-17).SuanarrativaseiniciacomosrelatosdeantesmesmodonascimentodeJesusCristo.Noseu

Evangelho,vemosumfartomaterialdeparábolas,históriasqueJesuscontouparailustrarverdadesdoReinodeDeus,comotambémumrelatoarespeitodasapariçõesdeJesusressurretoaosseusdiscípulos.EmAtos,Lucasdáprossegui-

6  Aqueles,pois,quesehaviamreunidoperguntaram-lhe,dizendo:Senhor,restaurarástunestetempooreinoaIsrael? 

7  Edisse-lhes: NãovospertencesaberostemposouasestaçõesqueoPaiestabeleceupeloseuprópriopoder. 

8  Masrecebereisavirtudedo EspíritoSanto,quehádevirsobrevós;eser-me--eis testemunhastantoemJerusalémcomoemtodaaJudeiaeSamariaeatéaosconfinsdaterra. 

9  E,quandodiziaisto,vendo-oeles,foielevadoàsalturas,eumanuvemorecebeu, ocultando-o aseusolhos. 

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22 JOVENS

mentoànarrativaevangélica,destavezmostrandooqueosdiscípulosdeCristofizeramapósoSenhorretornaraoscéus.

3. Fontes dos escritos de Lucas.

Lucas,noseuEvangelho,mostraorelatodetestemunhasocularesdos

fatosnarrados.ElebuscoupessoasquehaviamconvividocomJesus,vistoseusmilagres,ouvidoseusensinosequeforamlibertasdedoençaseespíritosimundospelopoderdoSalvador.NolivrodeAtos,Lucaschegaaparticipardeacontecimentosqueelemesmodescreve,deixandodeserummeroouvintederelatosparaserumdosprotagonistasdapróprianarrativa.Isso

podeservistonasvezesemqueeleusaopronomepessoal“nós”,indicandoserumprotagonistadosrelatos,comonavoltadePauloparaaÁsia(At20.13),naviagemdevoltaaJerusalém(At21.7)e

naviagemdenaviodePauloaRoma(At27.2).SuaênfaserecainaatuaçãodoEs-píritoSantotantonavidaeministériodeJesuscomonasobrasqueosdiscípulosdesenvolveramnosprimeirosanosdaIgreja,chegandoamostrarPauloantesdeseumartírio.

II – O EVANGELHO DE LUCAS1. Um livro que prima pela ora-

ção. OEvangelhodeLucaséiniciado,mostrandoumarespostadeoração.

Zacarias,futuropaideJoãoBatista,temaoportunidadedeoferecerincensoporocasiãodeseuofíciosacerdotal,quandorecebeavisitadoanjoGabrielejuntocomeleainformaçãodequeseriapai(Lc1.13).ABíblianãoregistraaoraçãodeZacarias,masdeixaclaroqueeleoravaaoSenhor,equesuaoraçãofoirespondida,concedendo-lheDeusapaternidadedoprecursordoMessias.

LucasmostraJesusorandoquandofoibatizadoeoEspíritoSantodesceusobreEle(Lc3.21,22).JesusungidopeloEspíritoSanto,seretira,depoisdeseubatismo,paraodesertoafimdeorare,posteriormente,sertentadopeloDiabo(Lc4.1;5.16).Jesusoraumanoiteinteiranaocasiãoemqueestáprestesaesco-lherseusdiscípulos(Lc6.12).EsomenteLucasregistraqueJesus,nacruz,orouparaqueosseuscrucificadoresfossemalcançadospeloperdãodeDeus.

2. O Espírito de Deus enchendo e

orientando pessoas. Lucastemumcui-dadoespecialaoregistraraaçãodiretadoEspíritoSantonavidadaspessoasqueconviveramcomJesus,oouviramecreramnEle,eissoantesmesmodo

ministériodeJesuscomeçar.ÉditoporelequeMaria,mesmosendovirgem,seriamãedeJesusporobradoEspíritoSanto(Lc1.35),equeporessaaçãoJe-susseriachamado“FilhodoAltíssimo”(Lc1.32).AprimadamãedoSalvador,

Isabel,aoreceberasaudaçãodeMaria,écheiadoEspíritoSantoeJoãoBatistasaltaaindanoventredesuamãe(Lc1.41).EstemesmoEspíritoSantoestavasobreSimeão,umhomemjustoetementeaDeus,quefoilevadoaoTemplopeloEspíritoparaverasalvaçãodeIsrael,oprópriomeninoJesus,porocasiãoda

apresentaçãodestenoTemplo(Lc2.25-

O Espírito Santo é responsável

por realizar sinais e maravilhas,

e direcionar os caminhos

pelos quais a sua obra vai se

desenvolver.

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JOVENS 23

27).ÉoEspíritoSantoquecapacitataispessoasafalaremdeformaprofética,

revelando-lhesinformaçõessobreJesus.LucasregistraaordemdeJesusaos

discípulos,queficassememJerusalémparaseremrevestidosdepoderesertestemunhasdoSenhor,completandoassim,seuevangelho(Lc24.49).

3. O Espírito de Deus agindo em

Jesus.Jesus,jáadulto,ébatizadopor

João,enessemomentooEspíritoSantoveiosobreEleem“formacorpórea,comoumapomba”(Lc3.22).PelavirtudedoEs-píritovoltaparasuaterra,aGalileia,paraensinarnassinagogas,etendochegadoaNazaré,leuotextodeIsaiasquedizia:“OEspíritodoSenhorésobremim[...]”(Lc4.18).ÉnesteEvangelhoquenoséditoquea“avirtudedoSenhorestavacomeleparacurar”(Lc5.17).

Jesus,comorelatadoporLucas,deupoderaosseusdiscípulosparaexpulsaremdemôniosecuraremosenfermos(Lc9.1,2),virtudequesópoderiaserdadapeloEspíritoSanto,queestavaemJesus,oqueéditoposteriormentepelomesmoLucas,destavezemAtos,

III – OS ATOS DOS APÓSTOLOS1. A vinda do Espírito Santo.Lucas

registraadescidadoEspíritoSantonãoapenascomoumapromessafeitapeloSenhorJesusCristo,mastambémaspalavrasdoapóstoloPedro,associandooevento,noPentecostes,àprofeciadeJoel.EsseéoregistrodaprimeirainterpretaçãodaprofeciadeJoelsecumprindonaquelesdias.

DamesmaformaqueLucaspriorizaosrelatosdeoraçãonoEvangelho,eleofaznolivrodeAtos.OsdiscípulosdeJesus,noDiadePentecostes,não

estavamcomemorandoafesta,comoeradecostume,masestavamorandonocenáculo,atéquereceberamavir-tudedoEspírito.Osdiscípulosoraramquandoameaçados,epediramqueDeusestendessesuamãoparacuraremanifestarsinaiseprodígios(At4.30).

2. O poder do Espírito Santo.LucasregistraadescidadoEspíritoSantoeaconversãodequasetrêsmilpessoas

noDiadePentecostes.Pedro,cheiodoEspíritoSanto,respondeuaosprincipaisdasinagogaarespeitodacuradocoxo,naPortaFormosa,quefoirealizadaemnomedeJesus(At4.1-11).OmesmoEspíritoSantoencheoutrosdiscípulosdeJesusquando,ameaçadospelasautoridades,oravampedindoousadiaparatestemunhar,epediamqueDeusfizessesinaiseprodígios(At4.24-31).OEspíritodeDeus,deformapoderosa,

encheuEstêvãodiantedeseusinimigos,detalformaquenãopodiamresistir“àsabedoriaeaoEspíritocomquefalava”(At6.10),elhepermitiuveropróprioSenhorJesusempéàdireitadeDeusmomentosantesdeencontrarcomseuSalvador(At7.55,56).PercebemosqueoEspíritoagiatantoparatrazerapalavraadequadadetestemunhoarespeitodeJesusquantoparaoperarmilagres,numaatuaçãodiversificada.

LucasregistraemAtosquenase-gundaviagemmissionária,porduasvezesseguidas,Paulo,SilaseTimóteo

tentaramentraremduasregiões,eforamimpedidospeloEspírito(At16.6,7),umareferênciaclaradequeEleestavadireta-menteligadoàexpansãomissionáriadaigreja.OEspíritoSantoéresponsávelporrealizarsinaisemaravilhas,edirecionaroscaminhospelosquaisasuaobravaisedesenvolver.

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24 JOVENS

“A estrutura de Lucas-Atos

TodoestudiosodoNovoTestamentoqueseprezediráqueLucas4.16-30,oimpressionantesermãodeJesusem

Nazaré,éparadigmáticoparaoEvange-lhodeLucas.TodososprincipaistemasqueserãomostradosnoEvangelhosãoprenunciadosaqui:aobradoEspíritoSanto;auniversalidadedoevangelho;agraçadeDeus;arejeiçãodeJesus.EesteéopontosignificativoemqueacronologiadoEvangelhodeLucasédiferentedoEvangelhodeMarcos.Aqui,LucastomaumeventodomeiodoministériodeJesuseocolocabemlánafrenteparainauguraroministério

deJesus.Lucasfazissoporqueenten-dequeesseevento—emespecialarecitaçãodeJesusdeIsaías61.1,2esuadeclaraçãodequeessaprofeciaestáagorasendocumpridaemseuministério—forneceinsightsimportantessobreanaturezadeJesusesuamissão.Essapassagem,então,forneceummodeloparaoministérioposteriordeJesus.

SUBSÍDIO

3. Os Atos do Espírito Santo.Maisque

registraratosdosdiscípulosdeJesus,

LucasregistraosatosdoEspíritoSanto.

SeusescritosmostramqueDeusestáno

controledahistória,guiaseusdiscípulos,

operamilagresefaladiretamentecom

seusservos.

Lucasmostraquetantojudeuscomo

gentiosforamcheiosdoEspíritoSanto,

falaramemlínguasereceberampoder

paraseremtestemunhasdeCristo(At

10.44-48).ÉLucasquemnarraqueum

homemchamadoBarnabé,cheiodoEs-

píritoSanto(At11.22-24),foimandadopara

ÉinteressanteobservarqueLucasfor-neceumtiposemelhantedeintroduçãoparadigmáticaaosegundovolume,olivrodeAtos.DepoisdavindadoEspíritonodiadePentecostes,Pedrofazumsermão(At2.14-41)que,emmuitosaspectos,seassemelhaaodeJesusemLucas4.Nosermão,PedrotambémserefereaumaprofeciadoAntigoTestamentosobreavindado

Espírito,destavezJoel2.28-32,edeclaraqueessaprofeciaagoratambémestásecumprindo(At2.17-21).Amensageméclara.AssimcomoJesusfoiungidopeloEspíritoparacumprirsuachamadaprofética,assimtambémosdiscípulosdeJesusforamungidoscomoprofetasdofimdostemposparaproclamaraPalavradeDeus.OtextodeJoel2.28-32queécitadoaqui,comotambémapassagemparadigmáticaemLucas4,mostrasinaisdeediçãocuidadosaporpartedeLucas”(MENZIES,Robert.Pentecostes:Essa História é a Nossa Hstória.1.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2016,p.26).

Antioquia,eláviuagraçadeDeusentreos

crentesgentios.Énessamesmaigrejaque

oEspíritoSantodeDeus,temposdepois,

dissequeseparassemaSauloeBarnabé

paraumaobraespecífica(At13.1-3).

Pense!Existe fundamentação bíblica para o cessacionismo?

Ponto ImportanteSomos pentecostais e não temos dúvidas quanto à atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia:

Uma Análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

HORA DA REVISÃO1. FaçaumpequenoresumoarespeitodeLucas.

Lucas foi um médico grego convertido ao cristianismo, e que se tornou depois

companheiro de Paulo em suas viagens missionárias. De suas mãos saíram dois

documentos que representa praticamente 25% do texto do Novo Testamento.

2. QuaiseramasfontesdosescritosdeLucas?Lucas, no seu Evangelho, mostra o relato de testemunhas oculares dos fatos

narrados. Ele buscou pessoas que haviam convivido com Jesus, visto seus

milagres, ouvido seus ensinos e que foram libertas de doenças e espíritos

imundos pelo poder do Salvador. No livro de Atos, Lucas chega a participar de

acontecimentos que ele mesmo descreve.

3. Cite,deacordocomalição,umdosenfoquesdoEvangelhodeLucas.

Sua ênfase recai na atuação do Espírito Santo tanto na vida e ministério de Jesus

como nas obras que os discípulos desenvolveram nos primeiros anos da Igreja,

chegando a mostrar Paulo antes de seu martírio.

4. OEspíritoSantoagiu,atuounavidadeJesus?Faleaesserespeito.Jesus, já adulto, é batizado por João, e nesse momento o Espírito Santo veio sobre

Ele em “forma corpórea, como uma pomba” (Lc 3.22). Pela virtude do Espírito volta

para sua terra, a Galileia, para ensinar nas sinagogas, e tendo chegado a Nazaré,

leu o texto de Isaias que dizia: “O Espírito do Senhor é sobre mim [...]” (Lc 4.18).

5. Segundoalição,oquemostramosescritosdeLucas?Seus escritos mostram que Deus está no controle da história, guia seus discí-

pulos, opera milagres e fala diretamente com seus servos.

CONCLUSÃOA Bíblia é rica em detalhes de como o Espírito Santo veio habitar naqueles gentios e judeus que aceitaram a Jesus. Essa habitação traz consigo santidade, poder para resistir ao mal e testemunhar de Jesus. Não há um verso nas Sagradas Escrituras que nos permita inferir que o batismo com o Espírito Santo, seguido do falar em outras línguas, ficou restrito ao tempo dos apóstolos. Lucas registra o início da obra do Santo Espírito, e sabiamente, não descreveu um encerramento dessa atividade, pois o Espírito de Deus continua a mover pessoas com seu poder, acima de tudo, para testemunhar de Cristo com autoridade. Lucas é efetivamente um escritor que dá ênfase à presença do Espírito Santo em seus dois livros e suas obras são fontes primárias da doutrina pentecostal.

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26 JOVENS

L I Ç Ã O

4

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

TEXTO DO DIA “Porque a promessa vos diz

respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso

Senhor, chamar.” (At 2.39)

SÍNTESE O batismo com o Espírito Santo é uma experiência

dada por Deus para o revestimento de poder.

AGENDA DE LEITURASEGUNDA – At 4.31Cheios do Espírito Santo após a oraçãoTERÇA – At 1.5O batismo com o Espírito Santo é diferente do batismo de JoãoQUARTA – At 19.6O batismo com o Espírito Santo dado por imposição de mãosQUINTA – Mt 3.11Jesus é quem batiza com o Espírito Santo SEXTA – At 10.47,48O batismo com o Espírito Santo é para todosSÁBADO – Lc 11.13O Espírito Santo será dado a quem pedir

28/10/2018

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OBJETIVOS

• DEFINIR o batismo com o Espírito Santo;• MOSTRAR o que não é o batismo com o Espírito Santo;• CONSCIENTIZAR de que o falar em línguas é uma

evidência do batismo com o Espírito Santo.

INTERAÇÃO

Professor(a), na lição de hoje estudaremos a respeito de uma das maiores dádivas divinas depois da salvação — o batismo com o Espírito Santo. Esse revestimento de poder não foi somente para os crentes do primeiro século e ele não cessou, pois enquanto a Igreja permanecer neste mundo. Então, não deixe de aproveitar essa oportuni-dade para orar por seus alunos que ainda não foram batizados com o Espírito Santo. É importante, antes de orar, que você ressalte que esse revestimento de poder não é concedido por nossos méritos (1 Co 12.7), mas é fruto da graça e da misericórdia divina. Diga também que para os pentecostais o falar em línguas estranhas é uma evidência do batismo com o Espírito Santo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), acreditamos que é importante que você e seus alunos conheçam algumas descrições teológicas utilizadas para descrever os grupos de crentes em re-lação aos pentecostais. Então, sugerimos que reproduza o quadro abaixo e discuta com os alunos as definições.

Pentecostal: “Cristão que crê que o livro de Atos fornece um modelo para a igreja contemporânea e, nesta base, incentiva todos os crentes a experimentar o batismo no Espírito (At 2.4), entendido como capacitação para a missão, distinto da regeneração, que é marcado por falar em línguas, e afirma que ‘sinais e maravilhas’, inclusive todos os dons mencionados em 1 Coríntios 12.8-10, devem caracterizar a vida da igreja hoje.”

Neopentecostal: “Cristão que concorda e age em conformidade com todos os princípios listados acima, exceto a afirmação de que o falar em línguas serve de sinal normativo para o batismo no Espírito.”

Carismático: “Cristão que crê que todos os dons listado em 1 Coríntios 12.8-10, incluindo profecia, línguas e curas, estão disponíveis para a igreja hoje; mas rejeita a afirmação de que o batismo no Espírito (At 2.4) é capacitação para a missão distinta da regeneração.”

MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa história é a nossa história. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p.16.

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28 JOVENS

I – DEFININDO O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO1. O batismo com o Espírito Santo. É

um revestimento de poder cuja finalida-de é levar os crentes a testemunharem da pessoa de Jesus Cristo. Na Decla-ração de Fé das Assembleias de Deus, é definido como “[...] uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em línguas (At 2.4).”

Essa experiência foi notória na Igreja em Atos, tanto na Igreja de origem judai-ca quanto na de origem grega, e pelo relato de Lucas em Atos 19, chegou a ser acompanhada de profecias.

2. É uma realidade para os nossos

dias. Quando se trata deste assunto, há pessoas que acreditam que o re-vestimento de poder, conforme rela-tado em Atos, está fora do alcance da

Atos 10.34-47

34 E, abrindo Pedro a boca, disse: Reco-nheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;

35 mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.

36 A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos),

37 esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judeia, começando pela Galileia, depois do batismo que João pregou;

38 como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.

39 E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judeia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro.

40 A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e fez que se manifestasse,

41 não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dos mortos.

42 E nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos.

43 A este dão testemunho todos os pro-fetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome.

44 E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.

45 E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, ma-ravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios.

46 Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus.

47 Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo?

INTRODUÇÃO

Como está registrado na Palavra de Deus, o Espírito Santo foi derrama-do sobre os discípulos de Jesus no Dia de Pentecostes. A esse derra-mamento denominamos “batismo com o Espírito Santo”, expressão corrente entre os pentecostais. A Palavra de Deus também utiliza a expressão “ser cheio do Espírito” em alguns textos como um sinônimo da experiência do batismo com o Espírito Santo. A certeza que preci-samos ter é de que essa experiência está disponível a todos os crentes hoje, como sempre esteve desde o Dia de Pentecostes em Atos 2.

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

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JOVENS 29

experiência cristã de nossos dias. Tal

entendimento se dá por força de uma

visão mais voltada a um intelectualis-

mo de cunho pós-moderno, que vê a

experiência pessoal com pouco valor.

Na prática, um pensamento teológico

que rejeita a experiência do batismo

com o Espírito Santo como um evento

real para os nossos dias o faz puramente

por um prisma racionalista, que rejeita

a experiência por entender que ela é

subjetiva, ou seja, cada pessoa tem a

sua, e por isso não tem valor. Mas com

o respaldo da Palavra de Deus, tendo

em vista que o próprio Jesus disse que

“estes sinais seguirão aos que crerem:

em meu nome expulsarão demônios;

falarão novas línguas” (Mc 16.17), cremos

que o batismo com o Espírito Santo e o

falar em línguas é, sim, uma experiência

de Deus para os nossos dias.

3. O batismo com o Espírito Santo

não é designativo de espiritualidade.

Em hipótese alguma um pentecostal

genuíno, que manifesta o fruto do Espírito,

pode se achar superior a qualquer outro

cristão não pentecostal. O batismo com

o Espírito Santo é um revestimento de

poder, não um designativo de superio-

ridade ou de santidade. Ser revestido

de poder por meio do batismo com o

Espírito Santo exige de nós humildade,

pois não fomos nós mesmos que nos

revestimos. O revestimento de poder

não é coisa de homens, mas de Deus,

e cremos que este revestimento é dado

por Ele não para que venhamos ser

testemunhas da obra de Cristo e do

motivo pelo qual o Filho de Deus veio

ao mundo (1 Jo 3.8). Portanto, ser cheio

do Espírito é uma promessa de Jesus a

todos os crentes, mas para que sejam

testemunhas dEle.

II – O QUE NÃO É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO1. A conversão. É uma experiência

que ocorre no momento em que a pessoa, arrependida de seus pecados, e tendo sido convencida pelo Espírito Santo, decide renunciar a vida de pe-cados, aceitando a Jesus como seu único Senhor e Salvador. Uma vez que ocorre a conversão, o pecador é trans-formado em uma nova criatura e feito filho de Deus. Essa transformação, de

pecador e inimigo de Deus para filho, é uma mudança poderosa operada pelo próprio Senhor. O homem pode ouvir a mensagem do evangelho, ser conven-

cido de seus pecados e aceitar a Jesus, mas ser transformado é somente pelo poder de Deus (Jo 1.11-13). Ser feito um filho de Deus é um poder concedido

para fazer de nós novas criaturas, mas a conversão não é o batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é para pessoas que já experimentaram a salvação. Uma pessoa pode receber o batismo com o Espírito segundos após ter se arrependido de seus pecados e

aceitado a Jesus, mas são experiências diferentes.

2. O selo do Espírito. Paulo descreve que quando recebemos Jesus como nosso Salvador, fomos selados, marcados pela glória dEle para a eternidade. É o chamado “selo do Espírito Santo” para os que creem nEle (Ef 1.13,14). Paulo, escrevendo aos efésios, não menciona ser o chamado “selo do Espírito Santo” o revestimento de poder para teste-munhar. O selo nos tempos antigos servia para garantir a fidelidade de um documento ou a inviolabilidade de um

estabelecimento. Neste caso, Paulo diz que os que estão em Cristo, que creram

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30 JOVENS

nEle depois da exposição da Palavra,

foram selados, separados pelo Espírito

Santo para que Deus seja glorificado. É

uma experiência da salvação, genuína

e para todos os crentes, mas não pode

ser confundida com o revestimento de

poder do Espírito Santo.

3. O fruto do Espírito. O fruto do Espí-

rito não é o batismo com o Espírito Santo,

pois enquanto este é o derramamento

do Espírito para revestimento de poder,

aquele é a manifestação do Espírito nas

atitudes daqueles que foram alcançados

pelo evangelho. Enquanto o batismo com

o Espírito vem da parte de Deus, o fruto

do Espírito é a forma como os cristãos

demonstram seu caráter transformado

pelo evangelho, e isso é necessário a

todo cristão, independente de sua linha

doutrinária ser pentecostal ou não. O

fruto do Espírito é o resultado de uma

maturação na vida do crente, de passar

por experiências em que Deus o vai

moldando de acordo com a sua Palavra.

III – O FALAR EM LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA1. Falam todos em línguas? Um dos

equívocos mais comuns na interpretação

de 1 Coríntios 12.30 é acerca da pergun-

ta de Paulo sobre os dons espirituais:

“Têm todos o dom de curar? Falam

todos diversas línguas? Interpretam

todos?” Alegar que esse texto indica

que nem todas as pessoas batizadas

com o Espírito Santo falam em línguas

é forçar uma interpretação, pois esse

texto trata especificamente a respeito

dos dons espirituais, e não sobre o falar

em línguas como evidência do batismo

com o Espírito Santo. É próprio de uma

vertente teológica pós-moderna dizer

que o livro de Atos é meramente histórico

quando se trata do falar em línguas. Os

Evangelhos também são históricos, e

nem por isso são desprezados.

2. No Cenáculo. Lucas menciona em

três ocasiões que o falar em línguas é

observado como evidência inicial do

batismo com o Espírito Santo. A primeira

é em Atos 2, no cenáculo, em que os

discípulos estavam orando (At 2.4). Nesse

primeiro registro, as línguas são direta-

mente associadas à visitação do Espírito

Santo aos crentes em oração. Além do

som como de um vento impetuoso que

encheu o lugar de oração, e línguas de

fogo, vistas sobre aqueles crentes, o

que chamou a atenção dos visitantes

de Jerusalém foi que ouviram os crentes

falando em outras línguas. E antes de

falar de Jesus à multidão, Pedro falou

em línguas no local de oração.

3. Na casa de Cornélio. A segunda

ocorrência é mostrada por Lucas em

Atos 10.44-46. Este relato nos remete à

primeira visitação do Espírito Santo aos

gentios, na casa de Cornélio, o centurião

romano. Pedro fora informado de que

deveria se dirigir à casa de Cornélio e

falar com ele, e Lucas relata que antes

que Pedro terminasse a pregação, o

Espírito de Deus veio sobre aqueles

que ouviam suas palavras. Até aquele

momento, não havia registros de que

os apóstolos em Jerusalém tivessem

testemunhado o batismo com o Espírito

Santo em gentios. Na verdade, como

vemos por Atos 7 a 10, os discípulos de

Jesus permaneceram em Jerusalém, e

somente com uma perseguição é que se

espalharam e foram pregar o evangelho

por onde passavam. O evangelho chegou

a Samaria com Felipe, Saulo encontrou

Jesus no caminho de Damasco e então

surge o relato de Cornélio. O impacto

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JOVENS 31

“A distinção e as evidências do batismo no Espírito Santo são estudadas em primeiro lugar porque delas depende a maioria das posições teológicas no tocante às demais questões. Isto é, as posições adotadas quanto a esses dois primeiros tópicos definem as questões nas demais áreas. A questão da disponibilidade hoje do batismo no Espírito Santo é muito discutida. Por um lado, muitos estudiosos da Bíblia responderão que o batismo no Espírito Santo está à disposição dos crentes atuais, mas apenas parte da conversão. Por outro lado, quando os pentecostais afirmam que o Espírito está disponível, argumentam em favor de uma experi-ência distinta da regeneração, em certo sentido, e acompanhada pela evidência física inicial do falar em línguas. Além disso, embora a distinção e as línguas como evidência estejam estreitamente relacionadas entre si, não deixam de ser questões separadas. Pela lógica, existem quatro possíveis posições quanto à distinção e as línguas como evidência. [...] Há os que pensam ser o batismo no Espírito Santo parte da experiência da conversão, sem qualquer evidência inicial, como o falar em outras línguas.{...] Há os que defendem o batismo no Espírito Santo como uma experiência geralmente ocorrida após a regeneração e sempre acompanhada pela evidência especial do falar em outras línguas. Esta é a posição de igrejas pentecostais como as Assembleias de Deus” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 432).

SUBSÍDIOfoi tão grande na vida de Pedro, após os gentios terem sido cheios do Espírito Santo, que ele não negou o batismo àqueles que tinham recebido o Espírito Santo. Mesmo depois de retornar a Je-rusalém o apóstolo teve de se explicar aos “da circuncisão”, e deixou claro: “[...]

quem era, então, eu, para que pudesse resistir a Deus?” (At 11.17). Se Deus trouxe seu Espírito aos gentios, nada mais restou aos de Jerusalém, senão glorificarem a Deus (At 11.18).

4. Em Éfeso. A terceira menção de Lucas aparece em Atos 19. Paulo chega a Éfeso e se depara com um grupo de

homens que já conheciam o evangelho, mas não haviam recebido o batismo com o Espírito Santo. “E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.5,6). Eles já eram sal-vos, foram convencidos de seus pecados pelo Espírito, já tinham se arrependido e eram batizados. Entretanto, eles nem mesmo sabiam da existência da Pessoa do Espírito Santo. Após receberem a imposição de mãos do apóstolo Paulo, foram cheios e falaram em outras línguas. Esse é o segundo relato de gentios sendo cheios do Espírito no livro de Atos.

Pense!Essas três referências à experi-ência do batismo com o Espírito Santo não são suficientes para que creiamos que o falar em línguas é a evidência inicial do revestimento de poder?

Ponto ImportanteLucas deixa claro que o revestimento de poder para testemunhar tem como sinal distintivo o falar em línguas.

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

WHITE, Robert. A Igreja Revestida de Poder: O Espírito Santo na Igreja. 1.ed. Rio de Janeiro:

CPAD, 2007.

HORA DA REVISÃO1. Segundo a lição, o que é o batismo com o Espírito Santo?

É um revestimento de poder cuja finalidade é levar os crentes a testemunharem

da pessoa de Cristo. Sua evidência física é o falar em línguas.

2. Como a Declaração de Fé das Assembleias de Deus define o batismo com oEspírito Santo?

Na Declaração de Fé das Assembleias de Deus, é definido como “[...] uma expe-

riência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada

da evidência física inicial do falar em línguas (At 2.4).”

3. O que é a conversão?É uma experiência que ocorre no momento em que a pessoa, arrependida de

seus pecados, e tendo sido convencida pelo Espírito Santo, decide renunciar a

vida de pecados, aceitando a Jesus como seu único Senhor e Salvador.

4. Segundo a lição, o que não é o batismo com o Espírito Santo?A conversão; o selo do Espírito e o fruto do Espírito.

5. Em quantas ocasiões Lucas mostra que o falar em línguas é evidência do batismocom o Espírito Santo?Resposta pessoal.

CONCLUSÃOO batismo com o Espírito Santo é mais do que uma promessa. É o cum-primento do projeto de Deus de revestir seus filhos com um poder para testemunhar das suas grandezas, da salvação e da vida porvir. Essa promessa jamais foi revogada por Deus, e até que o Senhor Jesus, que é perfeito, seja manifesto, podemos contar com o cumprimento dessa promessa. Como os discípulos em oração, podemos receber esse mesmo revestimento de poder em nossos dias.

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JOVENS 33

L I Ç Ã O

5

A CONTEMPORANEIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS

TEXTO DO DIA“Mas a manifestação do

Espírito é dada a cada um para o que for útil.”

(1 Co 12.7)

SÍNTESE

Os dons espirituais, conforme relatados em 1 Coríntios, não ficaram perdidos na história, nem devem ser desprezados,

pois o propósito é a edifi-cação da Igreja.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – 1 Co 12.1Não podemos ser ignorantes para com os donsTERÇA–1 Co 12.4O mesmo Espírito opera todos os donsQUARTA – 1 Co 12.11O Espírito reparte os dons como querQUINTA – 1 Co 14.1Devemos buscar o dom de profetizarSEXTA – 1 Co 12.30Nem todos têm os mesmos donsSÁBADO–1 Co 14.39 O falar em línguas não deve ser proibido

04/11/2018

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34 JOVENS

OBJETIVOS

• REFLETIR a respeito da utilidade dos dons espirituais;• EXPLICAR os dons espirituais a partir de 1 Coríntios;• DISCUTIR o cessacionismo e o continuísmo.

INTERAÇÃO

Professor(a), na lição de hoje estudaremos as dádivas do Espírito Santo para a Igreja — os dons espirituais. Eles não foram somente ofertados e distribuídos para os crentes do primeiro século e não cessaram, pois enquanto a Igreja permanecer neste mundo, ela precisa dessas concessões divinas para sua expansão, edificação, exortação e consolo. Como pentecostais, sabemos que os dons são ferramentas divina que contribuem para que a Igreja cumpra com a sua missão de proclamar o Evangelho. Contudo, é importante ressaltar que os dons espirituais não são evidências de espiritualidade e que não devem ser utilizados para o nosso próprio deleite, mas para o fortalecimento da Igreja de Cristo até que Ele volte (1 Co 12.7).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), sugerimos que para a aula de hoje você elabore um estudo de caso. O objetivo é debater a con-temporaneidade dos dons espirituais de forma dinâmica, mostrando as duas principais teorias a respeito desse tema. Será preciso dividir a classe em dois grupos e criar uma situação que envolva um diálogo entre dois crentes, um que é cessacionista (reformado) e o outro que acredita no continuísmo dos dons (pentecostal). Os alunos terão que apresentar argumentos que repre-sentem os dois grupos e discutir a questão entre eles expondo para a turma o pensamento do grupo. Conclua enfatizando que na Bíblia não encontramos nenhuma referência que confirme o fato de que os dons tenham uma “data de validade”, ou seja, que deixariam de existir a partir de uma determinada data.

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JOVENS 35

I – A UTILIDADE DOS DONS ES-PIRITUAIS1. O contexto dos dons em 1 Corín-

tios. O que levou Lucas a registrar no livro de Atos e na Epístola aos Coríntios, por inspiração do Espírito Santo, o falar em línguas, profecias, revelações, ope-ração de milagres e curas? O que fez com que Paulo na Primeira Carta aos Coríntios mencionasse um conjunto de dotações do Espírito Santo aos crentes da igreja local? Os registros a respeito dos dons espirituais nos mostram que, após o Pentecostes, o Espírito Santo

não apenas continuou a batizar pessoas, mas também concedeu à Igreja dons, presentes. Paulo escreveu a respeito

1 Coríntios 12.1-11

1  Acercados dons espirituais,nãoquero,irmãos,quesejaisignorantes. 

2  Vósbemsabeisqueéreisgentios,levados aos ídolos mudos, conforme éreisguiados. 

3  Portanto,vosquerofazercompreenderque ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém podedizerqueJesus é oSenhor,senãopelo Espírito Santo.

4  Ora,hádiversidadededons,masoEspírito é omesmo. 

5  Ehádiversidadedeministérios,masoSenhor é omesmo. 

6  Ehádiversidadedeoperações,masé o mesmo Deus que opera tudo em todos. 

7  MasamanifestaçãodoEspíritoédadaacadaumparaoqueforútil. 

8  Porqueaum,peloEspírito,édadaapalavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmoEspírito,apalavradaciência; 

9  eaoutro,pelomesmoEspírito,afé;ea outro, pelo mesmo Espírito, os dons decurar; 

10 eaoutro,aoperaçãodemaravilhas;eaoutro,aprofecia;eaoutro,o dom dediscernir os espíritos; e a outro, a va-riedade de línguas; e a outro, a inter-pretaçãodaslínguas. 

11 MasumsóeomesmoEspíritooperatodas essas coisas, repartindo particu-larmente a cada um como quer.

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

No último século, a história cristã registrou em diversas igrejas a ocorrência de manifestações es-pirituais semelhantes às relatadas por Lucas em Atos e pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12. Muitos cristãos passaram a ser usados por dotações do Espírito Santo, os dons espirituais, e milhares de igrejas experimentaram um mover de Deus sem precedentes. Seriam essas manifestações espirituais realmente vindas de Deus, e se sim, com que propósito? Seriam para os nossos dias, ou estariam restritas aos tempos bíblicos, e, portanto, inoperantes ou inexis-tentes em nossos dias? É sobre a contemporaneidade dos dons do Espírito Santo, uma das marcas mais importantes do pentecosta-lismo, que estudaremos.

COMENTÁRIO

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36 JOVENS

desse assunto, para que os crentes de

Corinto aprendessem a lidar com essas

manifestações, tanto na igreja quanto

fora dela (1 Co 12.1).

2. A edificação da Igreja por meio dos

dons. Paulo deixa claro que “a manifes-

tação do Espírito é dada a cada um para

o que for útil” (1 Co 12.7), ou seja, os dons

espirituaistêmcomopropósitoaedifi-

cação da Igreja. Não raro, os críticos da

doutrina pentecostal alegam que a igreja

mais pentecostal do Novo Testamento

(a igreja de Corinto) era também a mais

desordenada e confusa, como se os dons

espirituais fossem os responsáveis pelos

problemas daquela igreja. Se analisarmos

o contexto da Primeira Carta de Paulo

aos Coríntios, veremos que, antes de

tratar dos dons espirituais, ele abordou

a respeito do comportamento daqueles

cristãos. Esta carta é um retrato de uma

Igreja que estava começando, e que, no

processo de crescimento, precisava de

educaçãoedisciplina.Masdentrodesse

mesmo contexto, Paulo não diz que

esses problemas, naquela Igreja, eram

atribuídos aos dons espirituais.

QuantoaosdonsPauloafirma:“Não

quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1

Co 12.1); “não proibais falar línguas” (1

Co 14.39) e “procurai com zelo os dons

espirituais, mas principalmente o de

profetizar” (1 Co 14.1). Essa é a Palavra

doSenhor.Seacreditarmosqueosdons

espirituais eram os responsáveis pela

desordem daquela igreja, então vamos

atribuir esse problema também a Deus,

poisfoiElequedeuosdons.Mas,não

é esse o caso, pois tudo que Deus faz

é perfeito.

3. Os dons espirituais glorificam

a Deus. Como os dons espirituais são

dados pelo próprio Espírito Santo, que

“opera todas essas coisas, repartindo

particularmente a cada um como quer”

(1 Co 12.11), precisamos compreender

que essas operações têm o objetivo

de glorificar a Deus. Por isso, quem

recebe os dons espirituais precisa fazer

uso deles com temor, de forma correta,

adequada e bíblica.

Aqui cabe uma observação: Como

osdonsespirituaisglorificamaDeuse

edificamaIgreja,Satanásfazopossível

para que essas dotações sejam imitadas,

e muitos crentes, de forma inadvertida,

decidem rejeitar os dons espirituais por

causadasfalsificaçõesdeSatanás.Como

crentes, devemos usar de sabedoria

e não deixar de fora da vida da Igreja

os verdadeiros dons, pois estes não

podem ser rejeitados pelos simulacros

do Inimigo. Só porque Satanás pode

imitar algumas manifestações, vamos

penalizar as manifestações verdadeiras

do Espírito? Realmente não é razoável

agir com esse entendimento. As imitações

malignas não podem nos fazer descrer

do verdadeiro poder de Deus manifesto

pelos dons espirituais.

II – OS DONS ESPIRITUAIS EM 1 CORÍNTIOS1. Dons de elocução.Oschamados

dons de elocução, assim descritos, são

manifestos pela fala, a saber: a profecia,

a variedade de línguas e a interpretação

das línguas. A profecia se trata de uma

mensagem dada diretamente por Deus,

trazida pela vontade do Espírito e trans-

mitida de forma consciente, e como se

depreende, é emitida na própria língua

da pessoa que está falando. A varieda-

de de línguas e a interpretação dessas

línguas são dons que andam juntos,

tendo em vista que essas línguas, pelo

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JOVENS 37

contexto apresentado por Paulo, não

são as mesmas que a pessoa fala para

edificarasimesma.Deacordocomas

Escrituras Sagradas, as línguas, quando

interpretadas, têm o peso de uma profe-

cia,poisedificamaIgreja,enãoapenas

a pessoa que está falando.

2. Dons de sabedoria. A palavra do

conhecimento,apalavradasabedoria

ou o discernimento de espíritos são ca-

pacitações que Deus dá aos crentes para

que,porumconhecimentopuramente

divino,venhamtomardecisões;saibam

de acontecimentos que somente Deus

poderia mostrar; para que possam dis-

cernir se uma atividade ou manifestação

estão sendo produzidas realmente por

Deus ou se são um simulacro de Satanás.

3. Dons de poder. A fé, a operação de

maravilhaseosdonsdecurar(noplural,

como descrito na Bíblia) são os carismas

que se manifestam de forma sobrenatural

em prol dos servos de Deus, trazendo a

cura divina, a ocorrência de um milagre

oumesmoumaconfiançaforadocomum

sobrealgoqueDeushádefazer.

III – CESSACIONISMO E CONTI-NUÍSMO1. O que é o cessacionismo? É a teoria

que acredita que os dons espirituais,

como relatados no Novo Testamento, só

existiramnoprimeiroperíododahistória

da Igreja. Essa época em que os dons

teriam cessado situa-se, para alguns, no

momento da morte do último apóstolo,

João,nofimdoprimeiroséculo.Outros

colocam o quarto século de nossa era

comoadatadofimdavalidadedosdons

espirituais. Essa teoria é divulgada predo-

minantemente por cristãos que aderem

àdenominadalinha“reformada”dein-

terpretação da Bíblia. Entre as alegações

para o cessacionismo está a convicção

de que milagres e sinais foram usados

por Deus para reiterar a mensagem do

evangelho,equeumavezqueocânon

sagrado foi completado, os dons não

teriammaisrazãodeexistir.Seocânon

jáfoicompletado,nãohámaisespaço

para novas revelações na Igreja. É dito

ainda que todos os cristãos possuem o

domdoEspírito,equeahistóriamostra

que os dons cessaram.

2. O que é o continuísmo? É a corren-

te teológica adotada por pentecostais,

que creem que os dons espirituais, como

mencionados por Paulo em 1 Coríntios,

são correntes em nossos dias. Pente-

costais não consideram uma palavra

profética, trazida por meio do dom de

profecia, uma palavra equivalente à uma

nova revelação escriturística, pois sabem

que qualquer manifestação espiritual

precisa ser avaliada à luz da Palavra de

Deus.Reconhecemosoministériopas-

toral, dos presbíteros e diáconos, mas

entendemos que Deus continua, por

meiodosdonsespirituais,edificandoa

Igreja. Todos os que nasceram de novo

foram selados por Deus, mas esse selo

não é o batismo com o Espírito Santo,

pois este se trata de um revestimento

depoderparatestemunhardeJesus.

3. O que a Bíblia diz? Para que pos-

samosfinalizaresteassunto,devemos

recorrer à Bíblia, autoridade máxima acei-

ta por todo crente comprometido com

aVerdade.Enquantováriospensadores

cristãos, avessos à contemporaneidade

dos dons, ensinam que eles deixaram de

existir quando o último apóstolo morreu,

a própria Bíblia jamais disse que os dons

tinhamuma“datadevalidade”,ouseja,

que deixariam de existir a partir de uma

determinada data.

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38 JOVENS

Teólogos que criticam o continuísmo

se valem da ideia de que alguns dos

pais da Igreja não viam, em seus dias,

as manifestações espirituais conforme

relatadas no Novo Testamento, e por

isso, esses pais da Igreja entenderam

que os dons cessaram por não serem

mais necessários para os seus dias.

OfatodeoschamadospaisdaIgreja

não mencionarem as manifestações

dosdonsaolongodahistórianãose

comprova um argumento idôneo para

questionar o continuísmo. Um estudo

honestoeprofundoarespeitodahis-

tóriadaIgrejamostraquehouve,sim,

várias ocorrências de manifestações ao

longodahistória.Alémdisso,aideiade

que os dons cessaram por que não são

mais necessários não é um argumento

bíblico, e sim uma opinião meramente

humana.

O ensino de Paulo aos Coríntios

não proíbe a manifestação das lín-

guas, mas orienta os coríntios sob a

forma correta dessa manifestação (1

Co 14.26-28). Se analisarmos o texto

de Paulo, veremos que ele pede que

os dons sejam manifestos com ordem

noculto,sematrapalharaliturgiada

congregação. Na prática, o apóstolo

corrige não os dons, mas sua utilização

desestruturada no culto. E ele mesmo

deixa claro: “Portanto, irmãos, procurai,

com zelo, profetizar e não proibais

falar línguas” (1 Co 14.39). Essa é a

orientação de Deus para a Igreja em

nossos dias. Podemos, sim, praticar

os dons espirituais, se os recebermos.

Paulo não proibiu os dons espirituais,

apenas ensinou a Igreja a tratar deles

de forma correta. E essa é a Palavra do

Senhor,nãosendo,portanto,passível

de ser contradita.

“Os dons espirituais, que são pela graça,

mediante a fé, encontram-se na palavra

grega mais usada para descrevê-los:

charismata,‘donslivreegraciosamente

concedidos’, palavra esta que se deriva

decharis,graça,oimerecidofavordivino.

Os carismas são dons que merecemos

semosmerecermos.Dãotestemunho

da bondade de Deus, e não da virtude

de quem os receberam.

Uma das falácias que frequentemente

engana as pessoas é a ideia de como

Deus abençoa ou usa alguém; isso signi-

ficaqueEleaprovatudooqueapessoa

fazouensina.Mesmoquandoparece

haveruma‘unção’,nãohágarantiadis-

so.QuandoApolochegouaÉfesopela

primeira vez, não somente era eloquente

emsuapregação;eratambém‘fervoroso

deespírito’.Tinhaofogo.MasPriscilae

Áquila perceberam que faltava algo. Logo,

o levaram (provavelmente, para casa, a

fimdeparticipardeumarefeição),elhe

explicaramcommaisexatidãoocaminho

deDeus(At18.25,26).Era,poisocaminho

de Deus a respeito dos dons espirituais,

que Paulo, como um pai, desejava explicar

com mais exatidão aos coríntios. A esses

donseledáonomede‘espirituais’em1

Coríntios 12.1 (a palavra dom não se en-

contra no grego). A palavra, por si mesma,

inclui algo dirigido pelo Espírito Santo e

expressoatravésdecrentescheiosdo

poder. Nesta passagem, porém, Paulo

limita a palavra no sentido dos dons

gratuitos, ou carismas, que passam a ser

mencionados repetidas vezes” (HORTON,

StanleyM.ADoutrina do Espírito Santo

no Antigo e Novo Testamento. 12. ed. Rio

de Janeiro, CPAD, 2012, p. 225).

SUBSÍDIO

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo

no Antigo e Novo Testamento. 12. ed. Rio de

Janeiro, CPAD, 2012.

HORA DA REVISÃO1. O que fez com que Paulo na Primeira Carta aos Coríntios mencionasse um con-

junto de dotações do Espírito Santo aos crentes da igreja local?Paulo escreveu a respeito desse assunto para que os crentes de Corinto apren-

dessem a lidar com essas manifestações, tanto na igreja quanto fora dela. Ele

deixa claro que não quer que os coríntios sejam ignorantes, que desconheçam

a existência e a forma correta de se tratar desses dons (1 Co 12.1).

2. Qual é o propósito dos dons espirituais?Os dons espirituais têm como propósito a edificação da Igreja.

3. Relacione os dons de poder.Fé, operação de maravilhas e dons de curar.

4. O que é o cessacionismo?

É a teoria que acredita que os dons espirituais, como relatados no Novo Testa-

mento, só existiram durante um período da história da Igreja.

5. O que é o continuísmo?É a corrente teológica adotada por pentecostais, que creem que os dons espiri-

tuais, como mencionados por Paulo em 1 Coríntios, são correntes em nossos dias.

CONCLUSÃOCremos que os dons espirituais são para os nossos dias, pois não há um versículo nas Sagradas Escritura que comprove a sua revogação. O Corpo de Cristo continua sendo edificado por meio dessas manifestações espirituais. A Primeira Carta aos Coríntios não é uma forma de dizer à Igreja que pare de trabalhar com os dons em nossos dias, mas sim que ela não deixe de buscar os dons espirituais e que os utilizem de forma correta. O Deus que operou orientando os coríntios é o mesmo que opera em nossos dias, repartindo os dons a cada um, conforme lhe aprouver.

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40 JOVENS

L I Ç Ã O

6

O DOM DE LÍNGUAS

TEXTO DO DIA“Pelo que, o que fala em

língua estranha, ore para que a possa interpretar.”

(1 Co 14.13)

SÍNTESE A manifestação do dom de

línguas, tanto na Igreja quanto na devoção pessoal, é plano de Deus para os crentes em

nossos dias.

AGENDA DE LEITURASEGUNDA – 1 Co 14.2 Quem fala em línguas estranhas fala com DeusTERÇA –1 Co 14.5 Busquemos falar em línguas e profetizarQUARTA – 1 Co 14.27 Falando em línguas e interpretandoQUINTA – 1 Co 14.22 As línguas são um sinal para os infiéisSEXTA – 1 Co 13.8 Profecias, o dom de línguas e de ciência um dia acabarãoSÁBADO – 1 Co 14.39 Não proibais falar em línguas estranhas

11/11/2018

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JOVENS 41

OBJETIVOS

• REFUTAR o argumento de que o dom de línguas ébíblico, mas não é para os nossos dias;

• MOSTRAR que o falar em línguas edifica a nossa vidapessoal.

INTERAÇÃO

Professor(a), você já recebeu o batismo com o Espírito Santo e experimentou o falar em línguas estranhas? Então, não se esqueça de partilhar com seus alunos como se deu tal experiência e o que mudou em sua vida. Pois, estudaremos acerca do dom de línguas. No decorrer da aula, procure enfatizar que o falar em línguas, glossolalia, era e é um sinal divino para evidenciar o batismo com o Espírito Santo. Como pentecostais cremos que os dons não foram somente para os crentes do primeiro século e que o ser cheio do Espírito é uma recomendação do Pai para os crentes da atualidade (Ef 5.18). O Senhor conti-nua o mesmo e seu desejo de que vivamos na plenitude do Espírito não foi alterado pelo fato de que algumas pessoas não crerem na promessa de Joel 2.28 que teve o seu cumprimento em Atos 2. É importante ressaltar que as línguas (gr. glossa) podem ser humanas, atualmente faladas (At 2.6), ou desconhecidas na terra (cf. 1 Co 13.1) e que a fala jamais será extática.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), para iniciar a lição peça que os alunos citem algumas ideias erradas a respeito do dom de línguas. Em seguida apresente o quadro abaixo e discuta com os alunos algumas questões importantes a respeito do falar em línguas.

1. É uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo.2. Não é uma fala extática.3. É um sinal externo do batismo com o Espírito Santo.4. Este dom tem dois propósitos principais: O falar noutras

línguas seguido de interpretação, em culto público, como mensagem verbal à congregação para sua edificação espiri-tual (1 Co 14.5,6,13-17). O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas devoções particulares e,deste modo, edificar sua vida espiritual (1 Co 14.4).

5. Somente devem ser aceitas se elas procederem do Espírito Santo.

6. Cremos na atualidade desse dom.Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p. 1631.

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42 JOVENS

I - O FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS1. As línguas em Marcos 16. Inicie-

mos nosso estudo a respeito do dom de línguas remontando às palavras de Jesus no Evangelho de Marcos 16.17,18. Marcos, um escritor que tem o propósito de demonstrar Jesus como o Filho de

Deus, com poder e autoridade, registra que parte desse poder, recebido de Deus, seria manifestado entre aqueles que creriam em Jesus. Seus discípulos teriam poder para expulsar espíritos malignos, curar enfermidades e falar em outras línguas.

2. O ensino paulino a respeito das

línguas. Paulo dá prosseguimento à sua Primeira Carta aos Coríntios fazendo uma distinção sobre o uso do dom de línguas e o uso da profecia. Deixemos claro que o ensino paulino não restringe o falar em línguas, e sim o regulamenta. Qualquer entendimento diferente deste deturpa a ideia original do escritor, e consequente-mente, ataca a própria inspiração divina, que moveu Paulo a escrever a respeito desse assunto.

1 Coríntios 14.1-5, 12-15

1 Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 

2  Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. 

3  Mas o que profetiza fala aos ho-mens para edificação, exortação e consolação. 

4  O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 

5  E eu quero que todos vós faleis lín-guas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas estra-nhas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação.

12  Assim, também vós, como dese-jais dons espirituais, procurai sobe-jar neles, para a edificação da igreja.

13  Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar. 

14  Porque, se eu orar em língua estra-nha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. 

15  Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendi-mento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, trata a respeito das lín-guas estranhas e da profecia no uso coletivo e individual. Ainda dentro da perspectiva de que as línguas e a profecia são dons do Espírito Santo para a edificação da Igreja, o apóstolo traz orientações sobre como a Igreja deve se portar nesse aspecto. Na prática, o servo de Deus não ensina que esses dons devem deixar de ser exercitados, mas orienta que sejam usados da forma correta, tendo em vista que a sua principal função é edificar o corpo de Cristo.

COMENTÁRIO

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JOVENS 43

uma revelação muito séria, pois o falar em

línguas tem sido combatido por cristãos

cessacionistas, que acreditam que essa

manifestação não seria um dom para a

Igreja de hoje. Eles se baseiam no fato de

que a revelação de Deus já está toda na

Escritura, mas curiosamente, para eles,

esta parte da revelação não teria valor

normativo (a recomendação de orar em

línguas) seriam relatos que não deveriam

ser reproduzidos na vida cristã em nossos

dias. Como Paulo não demonstrou esse

mesmo entendimento, cremos que o falar

em línguas inicia uma comunhão mais

íntima com Deus no momento em que o

dom é manifesto, e é isso que a Bíblia diz.

2. Edificação pessoal. “O que fala

língua estranha edifica-se a si mesmo,

mas o que profetiza edifica a igreja” (1 Co

14.4). Paulo mostra a primeira diferença

entre o ato de profetizar — e aqui não é

a pregação da Palavra de Deus — e o

falar em línguas. O ato de profetizar traz

uma edificação coletiva, ao passo que o

falar em línguas traz edificação pessoal.

É inegável que o ato de profetizar na

língua vernácula traga uma edificação

muito maior, pois a profecia alcança a

congregação. Mas é igualmente inegável

que o falar em línguas fortalece quem

fala, e isso é o apóstolo Paulo que está

ensinando. Contradizer esse princípio

equivale a refutar o restante dos escritos

paulinos, pois não há um escrito mais

inspirado e outro menos. Não é pecado

edificar a si mesmo. Na Igreja de Cristo há

espaço para os que profetizam e edificam

a Igreja, e há espaço para os que falam em

línguas edificando a si próprios. A utilidade

de cada dom tem sua oportunidade e

espaço para a glória de Deus. É notório

que há cristãos que intelectualmente

entendem ser a profecia um dom de

3. Orar em línguas. “Porque, se eu

orar em língua estranha, o meu espírito

ora bem, mas o meu entendimento fica

sem fruto” (1 Co 14.14). Paulo continua

seu ensino tratando, agora, a respeito

de oração. A comunicação com Deus

é inserida em seu discurso, desta vez

incluindo a oração em línguas, uma

manifestação que entendemos ser ge-

nuinamente pentecostal, mas não restrita

aos arraiais pentecostais. Lembremo-nos

de que a promessa do derramamento do

Espírito Santo é para toda a carne, e não

é patrimônio de uma única igreja.

Uma característica destacada por

Paulo no assunto das línguas é que

quando utilizadas na oração, fazem com

que o espírito ore bem. Parece que não há

qualquer impedimento na oração ao Pai

Celeste quando se utiliza o falar em lín-

guas. Paulo também destaca que quando

se ora em línguas “o entendimento fica

sem fruto”, ou seja, é como se o intelecto

da pessoa não tivesse participação, não

entendesse efetivamente o que está

sendo falado. Paulo menciona isso, mas

não dá a entender que o texto seja uma

condenação ao fato de orar em línguas.

Ele mesmo diz que “o meu espírito ora

bem”. Com certeza, pela revelação do

Senhor trazida a Paulo, orar em línguas

manifesta uma conexão mais íntima e

profunda com o Espírito Santo de Deus.

II - O FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS NA VIDA PESSOAL1. Línguas para falar com Deus (1 Co

14.2). Uma das verdades acerca do dom

de línguas é que quem se utiliza dele fala

com Deus. Por mais que os homens não

entendam o que está sendo pronunciado,

a Palavra de Deus diz que há uma comu-

nicação entre a pessoa e Deus. Essa é

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44 JOVENS

alcance plural, mas rejeitam sua mani-

festação genuína em suas Igrejas. Para

que sejamos honestos intelectualmente

é preciso que sejamos coerentes com o

que a Palavra de Deus fala.

3. Agradecendo a Deus (1 Co 14.17).

A gratidão é uma das características que

traz contentamento a Deus em nossa

relação com Ele. Tão importante quanto à

santidade, que nos desafia a ser pessoas

separadas para o Senhor, a gratidão faz

de nós pessoas que reconhecem que o

Todo-Poderoso nos beneficiou, nos fez

um favor, seja por meio de uma resposta

de oração, seja simplesmente por um ato

de sua vontade para conosco sem que

tivéssemos pensado ou pedido.

Paulo mostra que, apesar do fato de

as línguas serem um instrumento de ma-

nifestação de gratidão por parte de quem

fala, essa manifestação não edifica outras

pessoas. A observação do apóstolo torna

a mostrar que o falar em línguas tem um

caráter pessoal quando visto sobre a pers-

pectiva do alcance da coletividade. Não há

impedimento para que se fale em línguas

na congregação, pois tal manifestação inclui

a nossa gratidão a Deus. Concordamos

que no contexto paulino há uma diferen-

ciação a respeito do alcance coletivo e

o individual, mas entendemos que essa

diferenciação tem um caráter educativo, ou

seja, o objetivo é efetivamente incentivar

o dom de uso coletivo sem desprezar o

dom de alcance individual.

Pense!Você tem procurado com zelo os dons espirituais?

Ponto ImportanteO falar em línguas tem a capacidade de edificar o falante, mas se este a in-terpretar, tem equiparação à profecia.

“Ressaltamos que os pentecostais têm uma hermenêutica distintiva, um modo particular de ler a Bíblia. Nós, pentecostais, sempre lemos a

narrativa de Atos e, particularmente, o relato do derramamento pente-costal do Espírito Santo (At 2) como modelo para a vida. As histórias de Atos são as nossas histórias, e nós as lemos com um sentimento de grande expectativa.

Estou convencido de que essa her-

menêutica simples, essa abordagem direta à leitura de Atos como mo-delo para a igreja hoje, é uma das principais razões por que a ênfase no falar em línguas desempenhou papel tão importante na formação

do movimento pentecostal moderno. A ligação entre o falar em línguas e o batismo no Espírito Santo marca o movimento pentecostal moderno

desde o início e, sem essa ligação, é duvidoso se o movimento teria visto a luz do dia, muito menos sobrevivido.

A glossolal ia é de importância crucial para os pentecostais de todo o mundo, por muitas razões, mas gostaria de propor que duas são de particular importância. Pri-meiro, o falar em língua destaca, encarna e valida à maneira única como os pentecostais entendem o livro de Atos: Atos não é um do-

cumento histórico; Atos apresenta um modelo para a vida da igreja contemporânea” (MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, pp. 57,58).

SUBSÍDIO

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

BRANDT, R. L. Falar em Línguas: O maior dom? 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

HORA DA REVISÃO1. Transcreva o texto do Evangelho de Marcos que trata a respeito do falar em

línguas estranhas. “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios;

falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e se beberem alguma coisa

mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e

os curarão” (Mc 16.17,18).

2. O orar em línguas é restrito aos crentes pentecostais? É patrimônio de uma única Igreja?Não. A oração em línguas, uma manifestação que entendemos ser genuinamente

pentecostal, mas não restrita aos arraiais pentecostais. Lembremo-nos de que

a promessa do derramamento do Espírito Santo é para toda a carne, e não é

patrimônio de uma única igreja.

3. Segundo 1 Coríntios 14.22, as línguas são um sinal para os crentes ou para os incrédulos?As línguas são um sinal para os infiéis (1 Co 14.22).

4. O que os crentes cessacionistas dizem a respeito do dom de línguas para a igreja atual?Eles dizem que essa manifestação não seria um dom para a Igreja de hoje.

5. Você crê que o dom de línguas é para a igreja da atualidade?Resposta pessoal. Mas é imporante ler Marcos 16.17,18.

CONCLUSÃOA Bíblia é enfática em dizer que o dom de línguas não pode ser desprezado, mas o culto deve ter ordem. Que o dom de línguas ache espaço entre nós, em nossas orações e momentos com Deus, mas também na Igreja, onde Deus se valerá de intérpretes para trazer o entendimento do que está sendo falado.

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46 JOVENS

L I Ç Ã O

7

O GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL

TEXTO DO DIA“Que fareis, pois, irmãos? Quan-do vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem in-terpretação. Faça-se tudo para

edificação.” (1 Co 14.26)

SÍNTESE

O culto pentecostal genuíno tem a presença de Deus

nos louvores, na oração, na manifestação dos dons e na

pregação da Palavra.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Cl 3.16 A Palavra de Deus deve estar entre nós

TERÇA - Rm 12.1 Nosso culto deve ser racional

QUARTA 1 Co 14.31 A profecia serve para ensino e consolo

QUINTA - Ef 5.19 Culto com salmos, hinos e cânticos espirituais

SEXTA – 1 Tm 2.8 Orando e levantando mãos santas

SÁBADO – 1 Co 14.33 Deus não é Deus de confusão

18/11/2018

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JOVENS 47

OBJETIVOS

• SABER como eram as reuniões do povo de Deus em Atos;• CONSCIENTIZAR de que é preciso manter a ordem e

decência no culto;• RECONHECER a importância e o papel da música

dentro do culto cristão.

INTERAÇÃO

Na lição de hoje refletiremos a respeito do genuíno culto pentecostal. Para compreender bem esse tema preci-samos fazer algumas indagações importantes: “O que é mais importante em um culto?” “A liturgia?” “Aqueles que estão prestando um serviço a Deus?” “O que torna um culto genuinamente pentecostal?” Procure analisar essas questões com seus alunos e enfatize que o culto é para Deus, por isso, seja um culto pentecostal ou não, precisa ser conduzido com reverência e temor. Somos pentecostais, cremos nos dons do Espírito, mas também cremos que o nosso culto deve ser racional (Rm 12.1).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Para a aula de hoje sugerimos que você inicie fazendo a seguinte indagação: “O que significa cultuar a Deus?” Em seguida apresente o quadro abaixo e discuta com os alunos o real significado da palavra “culto”. Esse é um conceito importante para a aula de hoje e precisa ser bem compreendido por todos.

CULTO1. Definição etimológica e antropológica. A palavra culto é originária do vocábulo latino ‘culto’, e significa adoração ou homenagem que se presta ao Supremo Ser. No grego, temos duas palavras para culto: ‘latréia’, significando adoração; e ‘proskuneo’, reverenciar, prestar obediência, render homenagem. 2. Definição teológica. O culto é o momento da adoração que tributamos a Deus; marca o encontro do Supremo Ser com os seus adoradores. Eis porque, durante o seu transcurso, cada membro da congregação deve sentir-se e agir com in-tegrante dessa comunidade de adoração — a Igreja de Cristo. Se o culto aos ídolos induz o ser humano às mais abjetas práticas, a adoração cristã enleva-nos ao coração do Criador. O teólogo Karl Barth via o culto cristão como ‘o ato mais importante, mais relevante e mais glorioso na vida do homem.

Extraído de ANDRADE, Claudionor. As Disciplinas da Vida Cristã: Como alcançar a verdadeira espiritualidade. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp. 58,59.

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48 JOVENS

João 4.19-24

19 Disse-lheamulher:Senhor,vejoqueésprofeta. 

20 Nossospaisadoraramnestemonte,evósdizeisqueéemJerusalémolugarondesedeveadorar. 

21 Disse-lheJesus: Mulher,crê-mequea horavememquenemnestemontenememJerusalémadorareisoPai. 

22 Vós adoraisoquenãosabeis;nósadoramosoquesabemos porqueasalvaçãovemdosjudeus. 

23 Masahoravem,eagoraé,emqueosverdadeirosadoradoresadorarãooPai emespírito eemverdade,porqueoPaiprocuraataisqueassimoadorem. 

24Deusé Espírito,eimportaqueosqueoadoramoadorememespíritoeemverdade.

Efésios 5. 15-21

15 Portanto,vedeprudentementecomoandais,nãocomonéscios,mascomosábios, 

16 remindootempo,porquantoosdiassãomaus. 

17 Peloquenãosejaisinsensatos,masentendeiqualsejaavontadedoSenhor. 

18 Enãovosembriagueiscomvinho,emquehácontenda,masenchei-vosdoEspírito, 

19 falandoentrevóscomsalmos,ehinos,ecânticosespirituais,cantandoesal-modiandoaoSenhornovossocoração, 

20 dandosempregraçasportudoanossoDeusePai,emnomedenossoSenhorJesusCristo, 

21 sujeitando-vosunsaosoutrosnotemordeDeus.

INTRODUÇÃO

O Deus vivo e verdadeiro é adora-do e louvado por suas obras, atri-butos e misericórdia, e a adoração, feita por aqueles que o amam e o temem, tem princípios que não podem ser desprezados. Cantar louvores, orar, contribuir e receber a Palavra são atitudes que fazem parte do culto cristão. Além disso, são elementos do culto a ordem e a racionalidade. Os pentecostais reúnem-se em nome de Jesus para celebrar o Senhor Deus, e nesse culto podemos ver curas, batismo com o Espírito Santo, salvação e libertação de pessoas. Veremos nesta lição como o culto ao Senhor é apresentado na Bíblia e como a nossa adoração deve se moldar dentro desses parâmetros.

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

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JOVENS 49

I-AS REUNIÕES DO POVO DE DEUS EM ATOS1. Reuniões com oração. Oscultos

genuinamentepentecostaissãoreu-

niõesemqueháapráticadaoração.

Atos2nosmostraqueosdiscípulos

deJesus,noDiadePentecostes,não

estavamfestejandoaqueladataco-

memorativa.Elesestavamorandono

cenáculo.Nãoexisteproblemaalgum

emsecomemorarumadatapátriaou

festiva,comoaniversários,casamen-

tos,ouumferiadonacional.Opróprio

Deusinstituiudatasdecelebrações

nacionaisparaoshebreus.Masno

casodaigrejaemJerusalém,quando

foramcheiosdoEspíritoSanto,foram

achadosemoração.

OrarétãoimportantequeoSenhor

Jesusnãoapenasoravacomfrequência,

masnosensinoutambémaorar.Ele

orouatéomomentoemqueentregou

oespíritoaDeus.EDeusnãodepende

denossasoraçõesparaagiremcertas

ocasiões,masEleesperaqueseupovo

oreefaçadaoraçãoumaprática.

Reuniõespentecostaisdevemsempre

primar,aexemplodeAtos2,pelaoração

noscultos.OagirdeDeuséobservado

apósperíodosemqueseupovoestava

orando.Paraopentecostal,aoração

devefazeradiferençaemtodosos

aspectosdesuavida.

2. Reuniões marcadas pelo temor

a Deus. Umacaracterísticadoculto

genuinamentepentecostaléacerteza

dequeestamosentrandonapresença

deDeus,equeanossaadoraçãoao

Eternodeveserdeformarespeitosa,

comtemor.Diantedasantidadede

Deusoserhumanodevechegarcom

quebrantamento,masigualmentecom

confiança,lembrando-sedequenão

hámaisseparaçãoentrenóseDeus.

Entretanto,nemtodasaspessoastêma

consciênciadequeindoparaumculto,

estãodiantedeDeus.Jesusgarantiu

que“[...]ondeestiveremdoisoutrês

reunidosemmeunome,aíestoueu

[...]”(Mt18.20),masnemsempreessa

presençaérespeitada.OlivrodeAtos

mostrapelomenosduasocasiõesem

queapresençadeDeusemumareunião

foitidacomodemenorimportânciapor

crentessemtemor.Ananiasesuaesposa,

Safira,tentaramenganarosapóstolos

nahoradaoferta,eLucasregistraa

consequênciadafaltadetemordaquele

crente(At5.4,5).

3. Reuniões com exposição da Pa-

lavra. Tãoimportantequantoaoraçãoe

otemor,nocultopentecostal,éaexpo-

siçãodaPalavradeDeus.Nãopodeser

compreensívelumcultoemqueDeus

sefaçapresenteapenasnosmomentos

deoraçãoecânticos,eausentenomo-

mentodapregação.Porisso,aexposição

dasverdadesbíblicasdeveserlevadaa

sérionãoapenasnaescolhadotextoa

sertrabalhado,mastambémnaforma

comoaapresentaçãoocorre.

II - ORDEM E DECÊNCIA NO CULTO1. Cultos e liturgia. Ocultopente-

costalnãoédesprovidodeumaliturgia.

Estapalavraéoriundadalínguagrega,

leitourgeion,deondevemanossapalavra

liturgia,etrazaideiadeumserviçoou

deverpúblico.Leitougeiontambémé

traduzidacomoministério.Elaaparece

emAtos13.1,2,quandonoséditoque

naigrejadeAntioquiahaviadoutorese

profetas,e“servindoelesaoSenhore

jejuando”,oEspíritoSantoordenouque

SauloeBarnabéfossemseparadospara

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50 JOVENS

umaobraqueDeusjálhesreservara.A

palavra“servindo”(leitourgeion)indicaque

osdiscípulosserviamaoSenhordefor-

mapública,enodecorrerdesseserviço

ouviramoEspíritoSanto.Nãoéerrado

terumaliturgia,emqueocultovaiser

seguidodeetapasquenosconduzem

aDeusnaadoração,leituradaPalavra,

oração,contribuição,testemunhospú-

blicosepregaçãodaPalavra.Oquenão

écertoéfazercomquealiturgiaseja

maisimportantedoqueaorientaçãoe

omoverdoEspíritodeDeusnoculto.

2. O uso do intelecto associado aos

dons.Paulonosadvertequeonosso

cultodeveserracional(Rm12.1).Isso

significaquedevemosadoraraDeus

cominteligênciaesabedoria.Pormeio

dapregaçãobíblicaDeusfalaaosnossos

corações;pormeiodosdonsespirituais

aIgrejaéedificada.Pormeiodaoração

falamoscomoSenhor,eemtodosesses

momentosocristãonãoperdeasua

capacidadedesecomunicar,deenten-

der,derefletirsobreoqueédito.Não

podemosfazerdomomentodecultoum

horárioparamanifestaçõesparticulares

deespiritualidade.SercheiodoEspírito

nãoretiradenósodomíniopróprio,pois

esteéjustamenteumacaracterísticado

frutodoEspíritoregistradoemGálatas5.

3. O espírito do profeta é sujeito

ao profeta. Paraquehajaordemno

culto,Paulodeixaclaro:“Porquetodos

podereisprofetizar,unsdepoisdosou-

tros,paraquetodosaprendametodos

sejamconsolados. Eosespíritosdos

profetasestãosujeitosaosprofetas” (1

Co14.31,32).Aorientaçãobíblicaécla-

ranoquetangeàsmanifestaçõesde

profecianocultoaoSenhor.Hágrupos

cristãosque,acreditandoqueodom

deprofetizarésomenteapregaçãoda

PalavradeDeus,nãoapenasimpedem

quehajaprofeciasgenuínasnaIgreja,

comotambémensinamqueessedom

cessou.MasoapóstoloPaulofalausando

otemponopresente:“Eosespíritosdos

profetasestãosujeitosaosprofetas”.Ele

nãodizqueeramsujeitosequedepoisdo

terceiroséculodenossaeranãoseriam

mais.Oobjetivodessaorientaçãoéclaro:

“PorqueDeusnãoé Deus deconfusão,

senãodepaz,comoemtodasasigrejas

dossantos”(1Co14.33).Essetextoindica

queaquelesquetêmodomdeprofetizar

devemsesujeitaràdecênciaeàordem,

enãoatrapalharoandamentodoculto

paraprofetizar.Amensagemprofética

trazidaaumhomemoumulherdeDeus

nãoédesculpaparaqueomomento

decultosetornedesregrado,oucom

manifestaçõescondenáveisnaPalavra

deDeus.

4. Adorando a Deus em espírito e

em verdade.João,emseuEvangelho,

mostraumdiálogoentreJesuseuma

mulhersamaritanajuntoaopoçode

Jacó.Jesustratoucomelaarespeito

dasalvação,eamulherquissaber

sobreolugarondesedeveriaadorar

aDeus.Ossamaritanossóaceitavam

oPentateuco,erejeitavamosprofetas

edemaislivrosdoAntigoTestamento,

aoqueJesuslherespondequeeles

adoravamoquenãosabiam,equea

salvaçãovemdosjudeus.Jesuscomple-

taasentençadeixandodefocarolugar

daadoraçãoparafocarnaformacomo

seadoraeaquemDeusbuscaparao

adorar(Jo4.23).Aadoração,queantes

estavaenquadradaemumateologia

queprivilegiavaoslugares,agoratem

umcaráterpessoal,emespírito;não

umaideiapálidadequeméDeus,e

emverdade,poisElejáserevelouem

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JOVENS 51

Jesus.Anossaadoraçãodeverefletir

esseprincípio.Precisamosadorara

Deusdeformarealmenteespiritual,

comonovascriaturas,divorciadosdas

regrasqueregiamnossaformaantiga

deviver. 

III - A MUSICALIDADE DENTRO DO CULTO CRISTÃO1. Deus valoriza a música e a adora-

ção. Amúsicafazpartedocultocristão.

Deusdeusabedoriaparaqueoshomens

criasseminstrumentosmusicais,ecriou

ohomemcomcordasvocaisparaque

pudessecantar.EssemesmoDeuscon-

clamaquetodoscantemlouvoresemsua

presença(Sl47.6-8).DeusperguntaaJó

ondeeleestavaquando,porocasiãoda

criaçãodomundo,“asestrelasdaalva

juntasalegrementecantavam,etodos

osfilhosdeDeusserejubilavam”(Jo

38.7).MesmonolivrodoApocalipseé

possívelverquenocéuháadoração

commúsica,ondeosquatroanimaise

osvinteequatroanciãoscantavamum

novocântico(Ap5.8,9).

Jesuscantouumhinoantesdeirao

Getsêmani(Mt26.30),eaIgrejaPrimiti-

vaadoravaaDeuscommúsica.Paulo

falaaosefésiosqueelesdeveriamser

cheiosdoEspírito“falandoentrevós

comsalmos,ehinos,ecânticosespiri-

tuais”(Ef5.19).Observequeaexpressão

“falandoentrevós”apontaparaalém

daadoraçãonoculto,eavançaparaas

esferasderelaçõespessoais.Adorarcom

umamúsicadequalidade,bíblica,sem

cantoresemúsicosdisputandoquem

tocamelhoroumaisalto,comcerteza

agradaaDeus.

2. Salmos e hinos.OsSalmos,ou

saltériodeIsrael,sãoumconjuntode

hinosqueoshebreuscantavamemsuas

festas.Taishinosrepresentavamaforma

comoosfilhosdeAbraãopercebiama

presençadeDeus—ouaausênciadEle

—emsuasvidas.Asemoçõeshumanas

—tãocondenadasemcertosmeiosevan-

gélicosdenossosdias—sãovistasde

formaclaranosSalmos.Oshebreusnão

tinhamnenhumproblemaemcantarseus

momentosdealegriaoutristezadiante

deDeus,eensinaraoutrospormeio

dessescânticos.Asafefalaquequando

olhouparaosímpios,seuspésquase

vacilaram(Sl73.2,3).Osdescendentesde

Corécantaramque“atéopardalencon-

troucasa,eaandorinha,ninhoparasie

parasuaprole,juntodosteusaltares”(Sl

84.3).Davi,quandoperseguidoporSaul,

cantouqueDeus“derramaluznasminhas

trevas”(Sl18.28-ARA),e“atuagraçaé

melhorqueavida”(Sl63.3-ARA).Aigreja

cristãadotouousodossalmosemseus

cultos,enóspodemosfazeromesmo.

3. Cânticos espirituais. Nosparece

adequadocrerqueessaexpressão,cânti-

cosespirituais,serefiraahinosentoados

emoutraslínguasporpessoascheiasdo

EspíritoSanto.Independentedaforma

comoseinterpreteessaexpressão,é

certoquesomentepessoascheiasdo

Espíritopodemtrazeressaadoraçãoem

umculto,poistaismanifestaçõessão

frutodevidascheiasdoEspírito.

Oatodecantarsalmos,hinose

cânticosespirituaiséconsequênciade

umaadoraçãoquevemdocoração,

nãoforçada,masvoluntária,“cantando

esalmodiandoaoSenhornovosso

coração”(Ef5.19).Oscrentescheiosdo

Espíritodevemexteriorizaroqueestá

realmentedentrodeseuscoraçõesem

louvoresaDeus.Eesselouvordeveter

açõesdegraçasportudooqueJesus

temfeitopornós.

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52 JOVENS

“A Pregação Pentecostal

Queimagemlhevemàmentequandoouveafrasepregaçãopentecostal?Euouçoumsom,comodeumventoveementeeimpetuoso,queenchetodooauditório.Aspalavrasdopregadorsãodivinamenteinspiradas,fáceisdeentender,poderosasnocontexto.Têmopoderdeatirarumaflechaqueatingeemcheioocoraçãodopecadoratéqueestesedobreemagonia,clamandopeloperdãodivino.Issoépregaçãopentecostal!Quaisoselementosdapregaçãopentecostal?Sãodistintosdeoutrostiposdepregação?Hádi-ferençadeestiloousubstânciadossermõesentreguesnaigrejatradicionaloumesmonaigrejaevangélica?Eusustentoquevaimuitoalémdosfatosemocionais.Observotrêsdistintivosqueserelacionamcomapregaçãopentecostal:aunção,aestruturadosermãoepregaçãoporresultados.Antes,porém,dedefinirmososestiloseaestruturadosermãopentecostal,examinemosaintrodução.Hátrêspro-pósitosbásicosparaaintroduçãodeumsermão:obteratenção,apresentaraproposiçãooutemaecriarinteresse.Sejaextremamentecuidadosoemseuscomentáriosintrodutórios.Tenhacuidadoparaevitarserrepetitivo.Eviteimprovisação—oresultadopodeserumaobservaçãoofensivaquenãofoidevidamenteconsiderada.Nãoleiaotextodediversastraduçõesdiferentes—ficaenfadonho.Enãolevemuitotempoparachegaraocorpodamensagem”(MOEM,ErnestJ.O Pastor Pentecostal:Um Mandato para o Século XXI.2.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2009,pp.638,639).

“Provisóriaeprecariamente,podemosdescreveradoraçãoelouvorcomoumestadodeconsciênciaondesereconhe-cesimultaneamenteagrandiosidadedeDeuseaefemeridadedacondiçãohumana.Ou,buscainsaciávelpormaisdapessoadeDeus,semnenhuminteressealheioaessefim.Ouporfim,desejopessoaldededicaromáximodesiaDeuseaosdemaisfilhosqueoSenhoramorosamentecriou.Partindodestasideiasficaevidentequeexistemníveiseintensidadesdiferentesnaadoraçãoelouvor,nãonecessariamenteumahierarquiaouumaescala.Adoraçãonãopodesermecanizada.Celebraçõescomo‘tardedeadoração’,‘noitedosadoradores’podemterumótimoapelomidiático,masnãopossuemgarantiasespirituais.Épossívelarealizaçãodecultoscomoutrosfins–políticos,eco-nômicos,pessoais–quenãoaadoração.Nuncasedeveassociaraadoraçãoeolouvoraumasequênciadeprotocolosaseremseguidos,comonumareceitadebolo.Aadoraçãoelouvor,porvezes,estãorelacionadosnaBíbliaasituaçõesdefortessentimentos,arrebatamentos,emuitasvezessurpreendentes(Dn10.7-10;At22.7).Aofalararespeitodo‘perfeitolouvor’,Jesuscitaapurezaesimplicidadedascrianças(Mt21.16).LogodevemosentenderquelouvaraDeus,aindaquesejaalgofeitoemumcontextocoletivo,éumaatitudequedevemosfazerlivremente,pormeiodagratidão,quebrantamentoehumilhação”(BRAZIL,Thiago.Em Espírito e em Verdade:A Essência da Adoração Cristã.1.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2016,p.27).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

GARLOW, James L. Deus e seu Povo:

A História da Igreja como Reino de Deus.

2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

HORA DA REVISÃO1. Deacordocomalição,apresenteumacaracterísticadocultopentecostal.

Uma característica do culto genuinamente pentecostal é a certeza de que es-

tamos entrando na presença de Deus, e que a nossa adoração ao Eterno deve

ser de forma respeitosa, com temor.

2. Citedoisexemplos,nolivrodeAtos,depessoasquedesrespeitaramaDeusemsuasatitudes.Ananias e Safira.

3. Qualaorigemdapalavraliturgiaequaloseusignificado?

Esta palavra é oriunda da língua grega, leitourgeion, de onde vem a nossa palavra

liturgia, e traz a ideia de um serviço ou dever público. Leitougeion também é

traduzida como ministério. Ela aparece em Atos 13.1,2, quando nos é dito que

na igreja de Antioquia, havia doutores e profetas, e “servindo eles ao Senhor e

jejuando”, o Espírito Santo ordenou que Saulo e Barnabé fossem separados

para uma obra que Deus já lhes reservara.

4. Oqueindicaotextobíblicode1Coríntios14.33?Esse texto indica que aqueles que têm o dom de profetizar devem se sujeitar

à decência e à ordem, e não atrapalhar o andamento do culto para profetizar.

5. Oqueaexpressão“falandoentrevós”aponta?A expressão “falando entre vós” aponta para além da adoração no culto, e

avança para as esferas de relações pessoais.

CONCLUSÃOO nosso culto deve ser prestado de forma ordeira, inteligente e debaixo da graça divina. Cada momento dele deve refletir nosso temor a Deus, nossa comunhão com Ele e com nossos irmãos e o respeito pelo uso dos dons espirituais e da Palavra que será ministrada.

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54 JOVENS

L I Ç Ã O

8

A PROFECIA NA EXPERIÊNCIA PENTECOSTAL

TEXTO DO DIA“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são

mandamentos do Senhor.” (1Co 14.37)

SÍNTESE O dom de profecia é

concedido pelo Espírito Santo. Ele continua sendo

necessário para a Igreja em nossos dias.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Hb 1.1Deus falou por meio de profetas aos pais

TERÇA – Am 3.7Deus revela seus planos aos profetas

QUARTA – 1 Co 14.31Profetas também devem aprender

QUINTA – 1 Co 13.8Profecia, línguas e ciência vão desaparecer

SEXTA – Am 3.8,9Quando Deus manda profetizar

SÁBADO – Mt 7.15O cuidado com os falsos profetas

25/11/2018

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JOVENS 55

OBJETIVOS

• CONCEITUAR os termos profecia e profeta;• RECONHECER a importância das profecias nas Sagradas

Escrituras; • APRESENTAR as funções da profecia.

INTERAÇÃOPrezado(a) professor(a), nessa lição estudaremos a respeito de um dos dons mais discutido no meio pentecostal e fora dele. Na atualidade temos visto que muitos pseudoprofetas têm se levantado, mas isso não invalida a importância desse dom para a igreja na atualidade. Cremos que toda a profecia precisa ser julgada segundo as Escrituras Sagradas, pois essa sim é a inerrante Palavra de Deus. Profecia alguma pode contradizer o Livro de Deus. A profecia também não pode ser utilizada para promover pessoas ou alcançar objetivos próprios, pois ela tem como propósito exortar, edificar e consolar toda a Igreja do Senhor. Paulo, um dos escritores sagrados que mais ensinou a respeito dos dons, ressaltou o valor da profecia nos cultos, pois o que fala em línguas estranhas fala para os infiéis, mas o que fala línguas estranhas e as interpretam fala para edificação da igreja. Como pentecostais cremos na atualidade dos dons espirituais e entendemos que o dom de profecia continua sendo para a Igreja da atualidade.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAPara a aula de hoje sugerimos que você inicie a lição fazendo a seguinte indagação: “Devemos buscar o dom de profecia?” Incentive a participação de todos e ouça os alunos. Em seguida leia 1 Coríntios 14.1 para mostrar que Paulo incentivava os crentes de Corinto a buscarem com zelo os dons espirituais e em especial o de profecia. Depois apresente o quadro abaixo e discuta com os alunos a importância do dom de línguas e o de profecia.

PROFECIA DOM DE LÍNGUAS

Edifica a igreja, mais que as línguas sem interpretação

(1 Co 14.1-4).

A profecia, e as línguas com interpretação, têm igual

importância na igreja (1 Co 14.5).

A profecia é mais útil do que as línguas sem interpretação, visto que a profecia leva à convicção do pecado e a consciência da

presença de Deus.

Falar em línguas no culto público, sem interpretação, não beneficia outros (1 Co 14.6-12).

O falar em línguas e o profetizar devem ser

regulados a fim de que prevaleça a ordem na igreja.

Os que falam ou oram em línguas na igreja, devem orar

pedindo o dom da interpretação, para assim edificarem a igreja.

Adaptado Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p. 1770.

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56 JOVENS

I - ESCLARECENDO OS TERMOS 1. Profeta, dom ou ministério? A

profecia é uma mensagem espontâ-nea da parte de Deus para a sua Igreja ou para indivíduos, com o objetivo de edificar, consolar, exortar e revelar o futuro. A pregação da Palavra de Deus, considerada por muitos teólogos como uma profecia, tem por base Efésios 4, onde Paulo apresenta os chamados dons ministeriais, ou seja, aqueles talentos que o Senhor confere a determinadas pessoas, como por exemplo, apósto-los, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Neste caso, profetas aqui são equiparados àqueles que pregam a Palavra de Deus.

2. A pregação da Palavra de Deus.

A palavra pregação, na língua do Novo

Testamento, é kerygma, e traz a ideia de proclamação por um arauto. Kerygma é a proclamação, e keryx, o mensageiro. Esta palavra não aparece no capítulo 14 de 1 Coríntios, o capítulo que fala a respeito da profecia no culto público. Portanto, não há que se considerar que o profeta de 1 Coríntios 14 é aquele que prega a Palavra de Deus, pois o texto não traz a ideia de uma exposição dos escritos

1 Coríntios 14.1-5; 26-33

1  Seguioamoreprocuraicomzeloos dons espirituais,masprincipalmenteodeprofetizar. 

2  Porqueoquefalalíngua estranha nãofala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende,eemespíritofalademistérios. 

3  Mas o que profetiza fala aos ho-mens para edificação,exortaçãoeconsolação. 

4  Oquefalalíngua estranha edifica-seasimesmo,masoqueprofetizaedificaaigreja. 

5  Eeuqueroquetodosvósfaleislín-guas estranhas; mas muito maisqueprofetizeis, porque o que profetiza é maiordoqueoquefalalínguas estra-nhas, anãoserquetambéminterprete,paraqueaigrejarecebaedificação.

26 Quefareis,pois,irmãos?Quandovosajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 

27 E,sealguémfalarlíngua estranha,faça-seisso pordoisou,quandomuito,três,eporsuavez,ehajaintérprete. 

28Mas,senãohouverintérprete,estejacalado na igreja e fale consigo mesmo ecomDeus. 

29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. 

30Mas,seaoutro,queestiverassentado,forrevelada algumacoisa, cale-seoprimeiro. 

31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendametodossejamconsolados. 

32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aosprofetas. 

33PorqueDeusnãoé Deus deconfusão,senão de paz, como em todas as igrejas dossantos. 

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

A profecia tem sido alvo de estudos em todos os segmentos cristãos, e por meio dela é possível ver o plano e o agir de Deus ao longo da história. Na Bíblia, encontramos vários profetas, mas seria a profecia um dom do Espírito Santo para os nossos dias, ou tal dom estaria sepultado na história da Igreja? É o que veremos nesta lição.

COMENTÁRIO

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JOVENS 57

do Antigo Testamento, que era a Bíblia

dos primeiros cristãos. A palavra para

pregação e suas derivadas, kerygma,

aparecememtextoscomoMateus9.35,

com Jesus ensinando nas sinagogas e

pregando o Evangelho do Reino. Aparece

emMarcos16.15,comJesusordenando

aos discípulos que preguem o Evangelho.

Aparece também em Romanos 10.14, em

“como ouvirão, se não há quem pregue”.

Nesses textos vemos com clareza que

a pregação não é descrita como profe-

cia, mas como a proclamação de uma

mensagem.

3. A profecia trazida pelo Espírito

Santo. Enquanto a pregação é uma

proclamação, um anúncio, a palavra

profeteiatrazosignificadodeprofecia.

Não se trata aqui de pregação, mas de

uma efetiva palavra da parte de Deus ao

seupovoparaaedificação,exortação,

consolação e revelação do futuro, na lín-

gua corrente dos falantes. Nem sempre a

pessoa que traz a profecia é literalmente

chamada de profeta, mas suas palavras

sãoidentificadascomoprofecias.Esses

são os casos em que Jesus profetizou

que Jerusalém, a cidade que matava

os profetas e apedrejava aqueles que

lhe eram enviados, seria destruída (Lc

13.34), e que Pedro negaria o Senhor três

vezes(Mt26.34).Outrostextosjáqua-

lificamofalante,comonosdoiscasos

de Ágabo, em Atos. Ágabo, um profeta

de Jerusalém, “dava a entender, pelo

Espírito, que haveria uma grande fome

em todo o mundo, e isso aconteceu

no tempo de Cláudio César” (At 11.28).

Esta profecia fez com que irmãos de

Antioquia enviassem socorro aos irmãos

que habitavam na Judeia. Esse mesmo

Ágabo, em Atos 21, foi a Cesareia, onde

Paulo estava, e advertiu-lhe que ele seria

preso se fosse a Jerusalém (vv. 10-13),

profecia que se cumpriu (At 21.33). Ele

não é chamado de arauto, o keryx, mas

de profeta, profetés (At 11.27).

II - A PROFECIA NAS SAGRA-DAS ESCRITURAS1. A profecia no Antigo Testamento e

nos Evangelhos. A Epístola de Hebreus

começa dizendo que Deus falou aos pais,

muitas vezes e de muitas formas, pelos

profetas. Essa menção remete ao Antigo

Testamento, onde Deus estabeleceu

líderes para que conduzissem o povo

até o Senhor: os sacerdotes, por ocasião

da entrega da Lei, os juízes, na terra

conquistada, e os reis, que governaram

osisraelitas.Masmesmonosperíodos

em que esses líderes trabalharam, Deus

enviou profetas para advertir o povo sobre

os seus pecados, a injustiça para com

os mais fracos e o descaso com Deus e

seu culto, e até para transmitir mensa-

gens de graça e misericórdia, como foi

o caso de Jonas. No Antigo Testamento

os profetas eram chamados de nabi. Se

Deus mostrava ao profeta algo por meio

de visões, ele era chamado de hozé, o

vidente (1 Sm 9.9). Foi nesse contexto

que Saul foi encontrar Samuel.

2. A profecia depois do Pentecostes.

Após o Pentecostes de Atos 2, há diversas

referências a profecias transmitidas no

Novo Testamento, como nos casos de

Jesus, Ágabo, Paulo, Pedro e o próprio

João, no Apocalipse. Essas referências

não são para pregação, mas para a

profecia legítima. Uma pregação é fruto,

como se entende em nossos dias, de

uma preparação conjunta entre a oração,

o estudo da Escrituras e a escolha de

um assunto para se tratar a partir das

Escrituras. A profecia, por sua vez é uma

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58 JOVENS

mensagem do próprio Deus por meio de

um dos seus servos, espontaneamente,

que ocorria na igreja no Novo Testamento.

3. Não desprezeis as profecias. Paulo

recomendou que as profecias fossem

julgadas por outros profetas (1 Co 14.29).

Talprocedimentoeraeficienteparaa

Igreja, pois por meio do julgamento todos

aprendiameeramconsolados.Oatode

exercer juízo em uma palavra profética

não é contradizer o que realmente Deus

disse, mas impedir que uma pessoa seja

usada por si mesma em nome de Deus.

Jesus predisse que surgiriam falsos

cristosefalsosprofetas(Mc13.22).O

assistente da Besta é o falso profeta,

e o apóstolo João advertiu: “Amados,

não creiais em todo espírito, mas provai

se os espíritos são de Deus, porque já

muitos falsos profetas se têm levantado

no mundo” (1 Jo 4.1).

III - FUNÇÕES DA PROFECIA1. Exortar, edificar e consolar. A pro-

fecia é descrita como sendo usada para

“edificação,exortaçãoeconsolação”(1Co

14.3). Essas expressões têm por objetivo

fortalecer o corpo de Cristo. A palavra

exortação (paramuthian) traz a ideia de

encorajar. Não tem a ideia específica

de repreensão, mas de fortalecimento.

Edificaréoikodomen, construir, colocar

uma base, e consolar, vem do grego pa-

ráklesin, e apresenta a ideia de despertar,

acalmarouconsolar,deficaraoladode

uma pessoa para trazer conforto. Essas

expressões devem ser entendidas como

a base da atuação da profecia como dom

do Espírito Santo.

2. O que está por vir. Não se pode

esquecer de que a profecia no Novo

Testamento também é preditiva. Profetas

foram usados por Deus para profetizar

sobreofimdostemposnoAntigoTesta-mento e, no Novo, há profecias também a respeito desse assunto. A história já foi delimitada por Deus, que por sua graça nos revelou o que vai acontecer.

Não há muitas novidades para os servos de Deus que leem a Bíblia e já sabem como tudo vai terminar. A Igreja será arrebatada, estaremos no céu, o Inimigo será preso e aniquilado, e o Senhor Jesus governará soberano.

3. Para que a profecia não serve. A profecia como dom do Espírito Santo

não tem a função de dirigir administrati-vamente a igreja. Decisões relacionadas ao dia a dia não são objeto da profecia, pois cremos que Deus dá o dom da palavra da sabedoria aos líderes da igreja, a fim de que eles zelem pela

obra de Deus. Decisões relacionadas a pintura da igreja, modelos de bancos, organização da Escola Dominical ou horário de culto são administrativas, e portanto de responsabilidade da lide-rança da igreja.

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JOVENS 59

“Em 1 Coríntios 14, a profecia refere-se a várias mensagens espontâneas, inspiradas pelo Espírito, numa língua conhecidaaquemfala‘paraedifica-ção [especialmente na fé], exortação [especialmente para avançar na fidelidadeenoamor]econsolação[que anima e revifica a esperança e a expectativa]’. Com esse dom, o

Espírito ilumina o progresso do Reino de Deus, revela os segredos dos corações das pessoas e submete o pecado à convicção (1 Co 14.24,25).

Um exemplo típico é Atos 15.32: ‘Judas e Silas que também eram profetas, exortarameconfirmaramosirmãoscom muitas palavras’.

Aqueles usados regularmente com o dom de profecia eram chamados

profetas.Qualquercrente,noentanto,podeexerceressedom.Masdeveser aquilatado cuidadosamente (e em público) pelos ‘outros’, ou seja, pela congregação (1 Co 14.29). Essa avaliação deve ainda explicar qual o propósito de Deus no assunto, a fimdequetodospossamaprenderetirarbenefícios”(HORTON,Stan-leyM.Teologia Sistemática: Uma

Perspectiva Pentecostal. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 474).

“Otermoprophetes(profeta)nãotemumsignificadouniformenoNovoTes-tamento. Pode representar um grupo distinto em uma congregação (At 13.1), ou pode ser amplamente usado para designar qualquer pessoa que for impelida por um impulso profético. Embora na prática o dom de profecia seja limitado a um círculo relativamen-te pequeno, Paulo indica, pelo menos teoricamente, que está disponível a todos (1 Co 14.5, 24, 31). Algumas passagens indicam que os profetas estavam em constante movimento. Odomdaprofecianãoérestritoaoshomens. A profecia de Joel, citada por Pedro no dia de Pentecostes, diz: ‘vossosfilhosefilhasprofetizarão’(At2.17).Filipetevequatrofilhassoltei-ras que profetizaram, e Paulo falou anteriormente, nessa carta, sobre as mulheres que profetizavam na Igreja (1 Co 11.5) ” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1018).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-

Cultural do Novo Testamento. 7.ed. Rio de

Janeiro: CPAD, 2012.

HORA DA REVISÃO1. Segundoalição,comopodemosdefiniraprofecia?

A profecia é uma mensagem espontânea da parte de Deus para a sua Igreja ou

para indivíduos, com o objetivo de edificar, consolar, exortar e predizer o futuro.

2. Qualosignificadodapalavrapregação?A palavra pregação, na língua do Novo Testamento, é kerygma, e traz a ideia de

proclamação por um arauto. Kerygma é a proclamação, e keryx, o mensageiro.

3. ComoeramchamadososprofetasnoAntigoTestamento?No Antigo Testamento os profetas eram chamados de nabi. Se Deus mostrava

ao profeta algo por meio de visões, ele era chamado de hozé, o vidente.

4. Qualopropósitodaprofecia?Exortar, consolar e edificar a igreja.

5. Paraqueaprofecianãoserve?

A profecia como dom do Espírito Santo não tem a função de dirigir administrativa-

mente a igreja. A profecia também não serve para unir pessoas pelo casamento.

CONCLUSÃOA profecia é um dom do Espírito Santo que não dever ser confundido com a pregação, dom ministerial. A igreja local deve cultivar o dom de profecia, pois o seu propósito é edificar todo o Corpo de Cristo.

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JOVENS 61

L I Ç Ã O

9

A MARAVILHOSACURA DIVINA

TEXTO DO DIA“Mas ele foi ferido pelas nossas

transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo

que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras,

fomos sarados.” (Is 53.5)

SÍNTESE A cura divina, da mesma forma que o batismo no

Espírito Santo, é uma realidade para os nossos dias.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Mt 8.2

Jesus quer e pode curar

TERÇA – Mt 9.8

A cura glorifica a Deus

QUARTA – Lc 17.16

Cura e gratidão

QUINTA – Lc 13.11

Espíritos de enfermidade

SEXTA – Tg 5.15

Cura e perdão dos pecados

SÁBADO – 2 Cr 32.25

Correspondendo à cura recebida

02/12/2018

WWW.ESCOLA-EBD.COM.BR

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62 JOVENS

OBJETIVOS

• MOSTRAR a origem das enfermidades;• RECONHECER a cura como uma dádiva divina para

os nossos dias; • CONSCIENTIZAR de que Deus tem poder para curar.

INTERAÇÃO

Prezado(a) professor(a), você crê que os dons de curar são para os nossos dias? Por que iniciamos com uma indagação como essa? Pois, infelizmente muitos que se dizem pente-costais já não acreditam mais nas intervenções milagrosas do Espírito Santo em nossos dias. Mas nós sabemos que Deus é imutável e que Ele continua curando e agindo em nosso favor, ainda que não sejamos merecedores. Não podemos jamais nos esquecer de que o Senhor é imutável e que as curas têm como propósito exaltar e glorificar o seu nome, ajudando a propagar a mensagem do Evangelho. Os milagres e curas são uma marca do Movimento Pentecostal e um dos fatores que ajudou no seu crescimento.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Inicie a atividade fazendo a seguinte indagação: “Quais são os dons mais úteis na atualidade?” Ouça os alunos com atenção e procure incentivar a participação de todos. Explique que todos os dons são úteis e que Paulo nos ensina que não há um dom que seja superior ao outro. Eles precisam ser utilizados com sabedoria e jamais devem ser empregados para autopromoção. Mas, infelizmente vivemos tempos trabalhosos, onde alguns não creem mais na atualidade dos dons. Outros os utilizam, em especial os dons de curar, para autopromoção. Depois reproduza no quadro o esquema abaixo e veja com os alunos algu-mas curas que foram efetuadas pelos discípulos de Jesus depois do Pentecostes. Enfatize que os discípulos, antes do revestimento de poder, eram medrosos e tímidos, mas depois do Pentecostes, com ousadia realizaram a missão que lhes foi conferida pelo Mestre. Conclua a atividade mostrando que os dons de curar são uma das principais características do Movimento Pentecostal.

Pedro e João – Cura do paralítico na porta do templo At 3.1-8

Filipe – Muitos paralíticos e coxos eram curados At 8.6,7

Pedro – A cura de Enéias e de Tabita At 9.32-34; 36-42

Paulo – Sinais e prodígios eram feitos por suas mãos Atos 14.3

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JOVENS 63

I - ORIGENS DAS ENFERMIDADES1. Consequência do pecado. Deus

criou um mundo bom e perfeito. Não há o registro de que até Gênesis 3 haja alguma referência às doenças. Vivendo no estado de perfeição, no Éden, Adão e Eva tinham comunhão com Deus e uma saúde perfeita, e isso incluía a ausência da morte. Não eram eternos, pois foram criados, mas gozavam da imortalidade, até que decidiram ouvir a serpente e por ela serem orientados a desobedecer a Deus. O pecado afetou a constituição física do primeiro casal, que passou a se deteriorar, e seus descendentes

passaram a herdar igualmente a possibi-lidade de contrair doenças. Estas, como fruto do pecado, passaram a coexistir com a humanidade como um vetor de envelhecimento e morte.

2. Ação de Satanás. O Inimigo, em algumas ocasiões, é responsável pela

existência de algumas doenças. A Bíblia descreve que Jesus libertou uma mulher numa sinagoga, no sábado, que era prisioneira de Satanás, pois “tinha um

Atos 9.32-35

32 E aconteceu que, passando Pedro por toda parte, veio também aos santos que habitavam em Lida.

33 E achou ali certo homem chamado Eneias, jazendo numa cama havia oito anos, o qual era paralítico.

34 E disse-lhe Pedro: Eneias, Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou.

35 E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor.

Atos 14.8-10

8 E estava assentado em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o seu nascimento, o qual nunca tinha andado.

9 Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado,

10 disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou.

Tiago 5.13-16

13 Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.

14 Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;

15 e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver come-tido pecados, ser-lhe-ão perdoados.

16 Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.

INTRODUÇÃO

A cura divina é uma promessa de nosso Senhor Jesus, de que seus discípulos imporiam as mãos sobre os enfermos e os curariam. O Pentecostes, descrito em Atos 2, deu prosseguimento às curas divinas e operação de milagres iniciadas por Jesus nos Evange-lhos. E na atualidade? Podemos contar com a mão de Deus para operar curas em nome de Jesus?

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

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64 JOVENS

espírito de enfermidade” (Lc 13.11). Há de-zoito anos aquela mulher, a quem Jesus chama de filha de Abraão, só andava en-curvada. Não parece ser uma referência a uma possessão maligna, mas sim a uma doença colocada naquela mulher por Satanás.

3. Outros fatores. A Palavra de Deus registra que o Eterno deu permissão a Satanás para que atacasse Jó. Mas a Bíblia não diz que todas as doenças são fruto da ação direta do Inimigo e da permissão de Deus. Um caso rela-tado nas Escrituras é o de Miriã, irmã de Moisés, que ficou leprosa após ser disciplinada pelo Senhor por ter se voltado contra seu irmão (Nm 12). Este caso foi uma ação direta de Deus con-tra a irmã de Moisés, que logo depois ficou curada.

O câncer, tabagismo, doenças causadas pelo uso de bebidas alcolicas, uso de drogas e até falta de exercícios físicos e má alimentação, também con-tribuem para o aumento do número de

pessoas enfermas. E há ainda os grupos

de pessoas que tem o fator hereditário

como facilitador para determinados

problemas, como por exemplo, hiper-

tensão e diabetes. Não nos parece que

nesses casos mencionados haja uma

ação direta de Satanás, mas muitas

vezes a própria pessoa se coloca em

um grupo de risco de doenças por estar

em contínuos períodos de preocupação,

trabalhando em excesso, descuidando

do seu próprio corpo ou se envolvendo

com vícios que aceleram a chegada

de doenças.

Pense!Será que todas as doenças são fruto de ações malignas?

Ponto ImportanteDeus criou o ser humano em perfeito estado, não sujeito nem à morte nem às doenças.

II - DEUS TEM PODER PARA CURAR1. “Se quiseres, podes tornar-me lim-

po.” Mateus 8 relata que após o Sermão

do Monte, Jesus desce seguido de uma

grande multidão, ao que se aproxima

dEle um leproso, o adora e diz: “Senhor,

se quiseres, podes tornar-me limpo”.

Esse homem, excluído da sociedade,

percebe em Jesus duas características

em relação à cura: o querer e o poder.

Querer não é necessariamente poder, e

poder não representa necessariamente

uma vontade de agir. Muitas “divindades”

podem prometerem cura e não podem

cumprir o que prometem, mas Jesus tem

o poder para curar.

A resposta de Jesus traz o desejo

de Deus em relação à cura divina e a fé

daquele homem: Ele quer, e Ele pode.    

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JOVENS 65

2. A cura divina glorifica a Deus. A

cura divina manifesta a glória de Deus

e o seu nome é exaltado. A mulher

encurvada que Jesus curou, glorificou

a Deus (Lc 13.13). O coxo da porta For-

mosa louvou a Deus pulando e saltando

dentro do Templo (At 3.8). A multidão

que viu Jesus curando um paralítico

em Cafarnaum também deu glórias a

Deus (Mt 9.8).

3. A fé para a cura divina. A Bíblia

mostra que a fé é importante para a

cura divina. Marcos conta que após

libertar um gadareno, curar a mulher do

fluxo de sangue e ressuscitar a filha de

Jairo, o Senhor se dirigiu a Nazaré, sua

terra, para falar na sinagoga. As pesso-

as daquela localidade, mesmo vendo

Jesus falando, não creram nEle. Em

vez de valorizarem ali a sua presença,

desprezaram o Senhor. A incredulidade

deles e a desonra com que trataram o

Senhor foi tão grande que Jesus “não

podia fazer ali obras maravilhosas; so-

mente curou alguns poucos enfermos,

impondo-lhes as mãos” (Mc 6.5). Se

recorrermos ao mesmo evangelista,

no capítulo 2, vemos que um paralítico

foi trazido por quatro amigos para ser

curado por Jesus. Como o local em

que Jesus estava foi cercado por uma

multidão, aqueles homens fizeram um

buraco no teto e baixaram por ele o pa-

ralítico. “E Jesus, vendo-lhes a fé, disse

ao paralítico: Filho, perdoados estão

os teus pecados” (Mc 2.5). Nesses dois

casos, há clara associação entre ter fé

para ser curado e não ter. O centurião

romano pede a Jesus que cure o seu

servo, e Jesus, à distância mesmo, curou

aquele enfermo, acrescentando acerca

daquele centurião: “Nem em Israel vi

tamanha fé” (Lc 7.4,9). 

Pense!Por que temos visto tão poucos milagres de cura em nossos cultos?

Ponto ImportanteA fé é um elemento indispensável para a cura divina.

III – A CURA DIVINA EM NOS-SOS DIAS 1. Devemos orar pelos enfermos.

Tiago recomenda: “Está alguém entre

vós doente? Chame os presbíteros da

igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com

azeite em nome do Senhor; e a oração

da fé salvará o doente, e o Senhor o

levantará; e, se houver cometido peca-

dos, ser-lhe-ão perdoados (Tg 5.14,15).

A orientação é clara no fato de que os

doentes devem buscar os presbíteros da

igreja e receberem a oração e a unção

com o óleo. A Igreja Primitiva tinha em

grande conta seus líderes, e os presbí-

teros receberam a orientação de orar

pelos enfermos.

O texto de Tiago menciona que a

oração da fé curará o enfermo e perdo-

ará seus pecados. Doença e pecado na

ótica judaica andavam bem próximos,

e muitas moléstias eram efetivamente

vistas como um julgamento de Deus

ao pecado cometido. Tiago não diz que

as doenças são fruto de um pecado

particular, mas menciona que a oração

que vai pedir a cura levantará o doente

e perdoará pecados, caso tenham sido

cometidos. Mas os crentes podem, e

devem, orar por pessoas enfermas. Jesus

disse que quem cresse nEle imporia as

mãos sobre enfermos e os curariam (Mc

16.18b). Deus usa pessoas que não per-

tencem ao ministério para realizar curas.

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66 JOVENS

2. A cura divina e a soberania de

Deus. Em Deus há cura para todas as doenças, tanto as da alma quanto as do corpo. Uma das realidades com as quais temos de nos deparar é com o

fato de que Deus pode decidir não curar todas as pessoas. Todavia, isso em nada diminui a realidade da cura divina em nossos dias, nem diminui o poder de Deus. Muitos servos e servas do Altíssi-mo partiram para a eternidade sem ter experimentado a cura, enquanto outros foram alcançados pela cura vinda do Senhor. Em sua sabedoria, Deus recolhe alguns e preserva por mais um tempo a outros. Isaías 57.1 diz que “perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, e os homens compassivos são retirados, sem que alguém considere que o justo é levado antes do mal”. Essa resposta do profeta não abrange todas as pessoas, mas serve de advertência para que não falemos sem conhecer os propósitos de Deus. Há casos em que Deus cura pessoas e estas não correspondem ao projeto dEle, como foi o caso de Ezequias, rei de Israel. Ezequias ficou doente e, tendo sido

notificado de sua iminente morte, pediu a Deus que Ele agisse com misericórdia, e Deus o ouviu e lhe deu mais quinze anos de vida. Poderíamos esperar que

Ezequias aproveitasse esse período de

tempo para ser útil a Deus, mas vemos:

“Mas não correspondeu Ezequias ao

benefício que se lhe fez, porque o seu

coração se exaltou [...]” (2 Cr 32.25). Deus

pode postergar certas sentenças de

morte, mas isso não significa que será

benéfico para as pessoas envolvidas

naquela situação.

3. A questão da medicina. A Bíblia

registra que nos tempos antigos havia

médicos. Lucas, um dos escritores da

Bíblia, era médico, e por seu talento

descreve diversas curas que o Senhor

realizou. Desde que o homem se mul-

tiplicou, e as doenças também, houve

um interesse em se descobrir as causas

das doenças e como curá-las. Pessoas

dedicadas ao estudo do corpo humano

ampliaram seus conhecimentos, e em

nossos dias temos uma medicina bem

avançada, capaz de transplantar órgãos

e preservar a vida. Deus pode usar os

recursos da medicina para prover a

cura. Crentes precisam ir aos médicos

para fazerem exames de rotina e trata-

mentos, e isso não significa que estão

descrendo do poder de Deus. Se uma

pessoa sente dores e não sabe do que

se trata, deve buscar o diagnóstico mé-

dico até para orar ao Senhor. O templo

do Espírito Santo precisa ser cuidado,

e esse cuidado Deus deixa sob a nossa

responsabilidade.

Pense!Todos podem orar pelos enfermos ou somente os presbíteros?

Ponto ImportanteDeus cura, mas a responsabi-lidade de cuidar do corpo e da saúde é nosso.

Crentes precisam ir aos médicos

para fazerem exames de rotina

e tratamentos, e isso não

significa que estão descrendo

do poder de Deus.

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JOVENS 67

“[...] O termo ‘terceira onda’ refere-se a um movimento do Espírito, que come-çou na década de 1980, posterior aos primeiros movimentos pentecostais e carismáticos. Essa ‘terceira onda’ do Espírito provocou um movimento que foi significativamente impactado por John Wimber e que recebeu muitos outros evangélicos conservadores que haviam sido dispensacionalistas e cessacionistas. De acordo com Hacking, os proponentes da terceira onda apresentam a prática de cura e exorcismo, o que John Wimber chama de ‘fazer as coisas’, como ministérios normativos para a igreja contemporânea.

Central à teologia da terceira onda

está não apenas a prática do próprio Jesus, mas também a mentoração e o comissionamento que Ele deu aos discípulos. Os preponentes da terceira onda, como seus irmãos pentecostais, enfatizam que Jesus

modelou e comissionou os discípulos para anunciar e demonstrar por meio de prodígios e sinais a presença do Reino de Deus. Hacking examina a base bíblica proposta para as reivin-

dicações (e poderíamos acrescentar pentecostais) da terceira onda. Ele se concentra especialmente nas narrativas de comissionamento e nos ensinos sobre o discipulado encontra-dos nos Evangelhos Sinóticos e Atos” (MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a nossa História. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p.85).

A Cura Divina

“Há pelo menos quatro razões para crermos que Deus continua curando hoje em dia. A primeira é que a cura divina encontra-se na Bíblia, e a Bíblia, por ser inspirada pelo Espírito Santo, é válida para hoje. O Cristo revelado nas Escrituras como nosso Médico é o mesmo Senhor a quem servimos hoje (Hb 13.8).

A segunda razão para crermos na cura divina é estar ela incluída na obra expiatória de Cristo. O ensino

bíblico sobre a cura forma um paralelo com o da salvação. A salvação inclui sanear os aspectos da nossa vida, e tudo ‘provém da expiação’. Todo dom perfeito que provém do céu é resultado da cruz de Cristo.

A terceira razão acha-se na conver-gência dos ensinos bíblicos sobre a

salvação e a natureza da humanidade. Já que o ser humano não é uma as-sociação desconexa de corpo, alma e espírito, mas, de modo muito real, uma unidade, a salvação se aplica a

todas as facetas da existência humana. É um tema genuinamente bíblico, que precisa ser reiterado — o Evangelho inteiro é para a pessoa inteira” (HOR-TON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1 ed. Rio de Janeiro, 1996, pp. 501,502).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de

Janeiro: CPAD, 2008.

HORA DA REVISÃO1. De acordo com a lição, quais são as origens das enfermidades?

As enfermidades podem ser consideradas como consequência do pecado e

a ação de Satanás.

2. Quais são as duas características em relação à cura que Mateus 8 revela?

Mateus 8 relata o querer e o poder. Querer não é necessariamente poder, e po-

der não representa necessariamente uma vontade de agir. Muitas “divindades”

podem prometer cura e não podem cumprir o que prometeram, mas Jesus tem

o poder para curar.

3. Qual o propósito da cura?A cura divina tem como propósito manifestar a glória de Deus e exaltar seu nome.

4. O que é indispensável para a cura divina?A Bíblia mostra que a fé é importante para a cura divina.

5. Fale a respeito da cura divina e a soberania de Deus.Deus tem poder para curar toda e qualquer enfermidade, mas Ele é soberano

e sabe que muitos vão retribuir a cura de forma errada.

CONCLUSÃOA cura divina é para os nossos dias, pois não há um texto na Bíblia que diga que o tempo do Senhor operar curando enfermos e salvando pessoas acabou. Em Cristo há cura para as doenças do corpo e da alma, e Ele quer usar crentes cheios do Espírito para, em seu nome, orar por enfermos e virem curas sendo manifestas. Creiamos em Deus, cuidemos de nossa saúde e oremos por enfermos até que o Senhor retorne para nos buscar.

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JOVENS 69

L I Ç Ã O

10

A ORAÇÃO E O JEJUM NA PERSPECTIVA PENTECOSTAL

SÍNTESE A oração, o jejum e a vigilância são sempre necessários a todos

os cristãos.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Jo 14.14Orar ao Pai em nome de Jesus

TERÇA – Mt 6.5Não ore para ser recompensado pelos homens

QUARTA – At 19.6Oração com imposição de mãos

QUINTA – Mt 6.16 Não jejue para ser recompensado pelos homens

SEXTA – 2 Cr 33.13Deus ouve a oração de um pecador arrependido

SÁBADO – Ef 6.18Vigiar também é necessário

09/12/2018

TEXTO DO DIA“E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar

com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza.”

(Dn 9.3)

DIA DABÍBLIA

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70 JOVENS

OBJETIVOS

• APRESENTAR o que a Bíblia diz a respeito da oração;• SABER o que a Bíblia trata a respeito do jejum; • COMPREENDER a importância da oração e da vigi-

lância.

INTERAÇÃO

Professor(a), a oração e o jejum são duas práticas mar-cantes na vida dos crentes pentecostais. Nas Escrituras Sagradas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, encontramos várias referências ao jejum e a oração. Jesus, o Filho de Deus, teve uma vida de oração e jejum. Diversas vezes Ele se afastou para lugares desertos a fim de orar. Antes de enfrentar a cruz orou no jardim do Getsêmani. O Salvador também jejuou e disse que chegaria o dia que seus discípulos também teriam que jejuar. Ele não revogou tais práticas. Jesus nunca pediu nada aos discípulos que Ele mesmo não tenha feito. Aproveite esta oportunidade ímpar para incentivar seus alunos a jejuarem e orarem, pois tais costumes são bíblicos e válidos para os cristãos de todas as épocas.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), escreva no quadro as palavras “jejum” e “oração”. Pergunte aos alunos o que vem à mente deles quando ouvem essas palavras. À medida que forem falando, vá relacionando as palavras no quadro. Depois de ouvi-los, explique que em geral os crentes têm uma vida de oração. Em seguida faça a seguintes indagações: “Mas, quanto ao jejum?” “Precisamos ainda manter essa prática?” Ouça-os e em seguida exponha que o jejum é a abstinência total ou parcial de alimentos por um período de tempo e que era muito utilizada no Antigo e Novo Testamento. Peça que os alunos leiam Mateus 4.2 e explique que Jesus não aboliu tal prática, mas a reforçou ao jejuar durante 40 dias. O Mestre não somente jejuou, mas também ensinou qual deve ser o procedimento quando se jejua. Em seguida peça que leiam Mateus 6.16-18 e observem o procedimento que a agrada a Deus durante um jejum. Conclua enfatizando que no Dia de Pentecostes os irmãos estavam no cenáculo orando quando foram cheios do Espírito Santo.

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JOVENS 71

I - O QUE A BÍBLIA FALA A RES-PEITO DA ORAÇÃO 1. No Antigo Testamento. Homens e

mulheres no Antigo Testamento receberam destaque por suas orações. Abraão inter-cedeu a Deus por Ló, e o Eterno o livrou da destruição de Sodoma (Gn 18.17-33). Isaque orou por vinte anos até receber a promessa de Deus: ser pai (Gn 25.19-26). Ana, uma mulher estéril, entrou para a história sagrada quando orou ao Senhor

pedindo um filho, e Deus lhe deu Samuel, o profeta, e mais cinco outros filhos (1 Sm 1.1-20; 2.21). Mesmo Sansão, cego e escravo dos filisteus após desobedecer ao Senhor, teve sua oração ouvida antes de morrer e trazer livramento a Israel (Jz 16.23-31).

Mesmo um homem ímpio como Ma-nassés teve suas orações respondidas quando se arrependeu e se humilhou diante do Senhor. Manassés era um rei tão ímpio, que “fez errar a Judá e aos

moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído” (2 Cr 33.9). Esse rei, quando julgado por Deus e preso, se humilhou e orou ao Senhor, e Ele o ouviu (2 Cr 33.13).

Essas referências nos mostram que orar é uma ação comumente vista na Bíblia para as pessoas que temiam a Deus, ou por aqueles que tinham sido quebrantados por algum julgamento e se arrependido de seus erros.

João 14.12-15

12 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.

13 E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.

14 Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.

15 Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.

Atos 13.1-4

1 Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

2 E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3 Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

4 E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

1 Pedro 5.6-9

6 Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte,

7 lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

8 Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;

9 ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

De que forma, efetivamente, a oração e o jejum podem fazer diferença na vida de um cristão? E Deus espera que, além de orar e jejuar, estejamos atentos às coisas que nos cercam? É isso que veremos nesta lição.

COMENTÁRIO

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72 JOVENS

nossos olhos, Deus demorar a atender

nossas orações (Lc 18.1-8). A oração

sacerdotal de Jesus, relatada em João

17, mostra o cuidado do Senhor em

interceder pelos que criam e iriam crer

nEle. Nesse mesmo Evangelho, Jesus diz

que devemos orar, e que temos garantia

de que Deus ouve as nossas orações (Jo

14.13,14; 15.7,16; 16.23,24).

II - O QUE A BÍBLIA FALA A RES-PEITO DO JEJUM 1. O jejum no Antigo Testamento.

Chamamos de jejum o ato de não ingerir

alimentos por um período de tempo, para

finalidades médicas ou espirituais. A Palavra

de Deus nos mostra que em alguns casos

o jejum é associado à oração, em uma

atitude de humilhação e reconhecimento

de pecados. Neemias ao ouvir a notícias

de que Jerusalém estava destruída, orou

e jejuou lamentando pelos filhos de Israel

terem pecado e trazido o julgamento divino.

Esdras jejuou pedindo segurança para

sua viagem de retorno a Jerusalém, e

Deus o ouviu, fazendo-o chegar em se-

gurança à cidade, e assim, poder realizar

a reconstrução dos muros.

O jejum é mais do que abster-se de

alimentos. Ele requer que tenhamos

atitudes de humildade, disposição de

obedecer a Deus e praticar a justiça. O

profeta Isaías fala do tipo de jejum que

agrada ao Senhor, e ainda menciona uma

imagem interessante: Vamos clamar e

Deus é que vai dizer: “Eis-me aqui”. Se

antes o Eterno chamava o homem e

ouvia essa resposta, desta vez é Ele que

vai nos responder.

2. O jejum sob a ótica de Jesus. Diferen-

te do que pensavam os líderes religiosos

de sua época, Jesus ensina que o jejum

não deve ser uma prática a ser exposta pu-

2. No Novo Testamento. O pai de

João Batista, Zacarias, orava para ser

pai mesmo sendo um homem já idoso,

e Deus ouviu sua oração (Lc 1.5-20).

Pedro recebeu a orientação para falar

com Cornélio quando foi orar (At 10), e

Paulo, após seu encontro com Jesus, em

Damasco, teve uma visão quando orava,

e recebeu a visita de Ananias para que,

por meio da imposição de mãos, fosse

curado (At 9.1-18). A Igreja orou por Pedro,

quando preso, e Deus proveu o livramento

da morte para o seu servo (At 12).

A oração dos seguidores de Jesus

precedeu a vinda do Espírito Santo. É

evidente que havia uma promessa de

Jesus sobre o revestimento de poder, e

quando o Espírito de Deus se manifestou

na vida dos discípulos, os encontrou no

cenáculo, em comunhão uns com os

outros e orando. Eles estavam em co-

munhão falando com Deus, e naquele

ambiente foram revestidos de poder

para testemunharem do Cristo ressurreto.

Depois dessa experiência, na frente do

Templo, justamente na hora da oração,

Deus usa Pedro e João para levantarem

um paralítico, que após curado, entrou no

Templo pulando e louvando a Deus (At 3.1-

10). Foi buscando um lugar para orar em

Filipos que Paulo encontrou uma mulher

chamada Lidia, que servia ao Senhor e

foi alcançada pela pregação, tendo sido

depois batizada com sua família (At 16).

3. A Oração na ótica de Jesus. Jesus

é o personagem principal no Novo Tes-

tamento quando se trata de oração. Ele

ensinou que deveríamos orar crendo

que receberíamos respostas de Deus, e

que seríamos recompensados por Ele.

Quando contou a parábola da viúva e

do juiz iníquo, Jesus ensinou que não

deveríamos desanimar no caso de, aos

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JOVENS 73

blicamente (Mt 6.17,18). Naqueles tempos,

existiam pessoas que faziam do Jejum uma

propaganda de piedade, um marketing

pessoal de santidade e proximidade com

Deus. Os hipócritas, assim chamados por

Jesus, desfiguravam seus rostos a fim de

que as pessoas percebessem que eles

estavam jejuando. Pelas palavras de Jesus,

podemos entender que nem a higiene

pessoal — lavar o rosto e ungir a cabeça —

eles faziam nesse período. Jesus ordenou

aos seus ouvintes que não procedessem

dessa forma, por dois motivos: o primeiro,

por que aqueles praticantes do jejum não

tinham a intenção aparente de estarem

mais próximos de Deus, e sim de serem

reconhecidos pelos homens. Jesus deixa

claro que essas pessoas, por esse motivo,

“já receberam o seu galardão”. Em outras

palavras, Deus não tem nada a tratar com

esse tipo de pessoa. Ou nosso jejum é para

Deus ou para os homens. E o segundo

motivo é que se fizermos o jejum com

discrição, sem parecer aos homens que

estamos jejuando, e sim ao nosso Deus,

Ele nos recompensará.

Pense!Você crê que a prática do jejum é para os nossos dias?

Ponto ImportanteO jejum bíblico é mais do que sim-plesmente abster-se de alimentos; seus efeitos devem alcançar a vida de quem o faz no convívio com outras pessoas.

III - ORANDO E VIGIANDO 1. A oração na vida pessoal e con-

gregacional. A oração para o crente não

deve ser opcional, mas uma necessidade.

É um ato consciente pelo qual a pessoa

dirige-se a Deus para se comunicar com

Ele e buscar a sua ajuda por meio de

palavras ou pensamento. Jesus não abriu

mão de estar com o Pai em oração, pois

sabia que o seu ministério dependia de

uma intensa intimidade com o Pai.

Pentecostais são conhecidos pelas

reuniões de oração que costumam fazer,

onde Deus manifesta seu poder com

curas, profecias, respondendo orações e

batizando crentes com seu Espírito Santo.

Muitos livramentos e vitórias o Todo-Po-

deroso oferece pela intercessão dos

santos nas reuniões de orações. Por isso,

pentecostais fazem questão de orar tanto

na coletividade, em reuniões de oração,

quanto particularmente, em seus lares

ou outros lugares em que estejam a sós.

2. Vigiando em todo o tempo. Uma das

mais importantes atitudes de um cristão é a

vigilância. Estar alerta a sinais que possam

nos levar ao pecado, a falta de comunhão

com Deus, é algo que deve ser aprendido.

Jesus recomendou que a oração fosse

acompanhada da vigilância para que os

discípulos não caíssem em tentação (Mt

26.41). Ele também orientou que fossemos

vigilantes porque não sabemos o dia em

que o Senhor voltaria para nos buscar

(Mt 24.42-44), e essa recomendação é

tão séria que é repetida por Jesus em

Apocalipse 16.15: “Eis que venho como o

ladrão. Bem aventurado aquele que vigia

e guarda as suas vestes [...]”. Paulo inclui

a oração associada à vigilância quando

trata da armadura espiritual (Ef 6.18). Ele

sabia que ter a armadura espiritual e não

estar em oração e vigilância certamente

não traria benefícios na batalha espiritual.

Vigiar exige foco. É preciso que o

cristão esteja atento em todo momento às

circunstâncias em que vive. Pedro diz que

devemos ser sóbrios e vigiar pois temos

um adversário que anda em derredor (1

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74 JOVENS

“A oração não é apenas uma práti-ca; têm firmes e provados alicerces bíblicos e teológicos. Não é uma in-

venção humana; é uma necessidade que Deus nos colocou no coração e plantou-nos na alma. Quando lemos a Bíblia, deparamo-nos com notáveis exemplos de homens e mulheres que, movidos pela fé, lograram realizar o impossível através da oração. Noé escapou do dilúvio juntamente com a sua família. Abraão, Isaque e Jacó, apesar de peregrinos em terra nada

amistosa e idólatra, vieram a possuir toda aquela área como intransferível promessa. Moisés arrancou, com poderoso braço, os filhos de Israel do Egito.

A oração jamais se ausentou da Igreja; sem aquela, inexistiria esta. Se Jesus foi um exemplo de oração, por que, diferentemente, agiram seus discípu-los? Veja, por exemplo, Paulo. Seja em Atos, seja em suas epístolas, depa-ramo-nos com o doutor dos gentios endereçando a Deus as mais ferventes orações. Depois da era apostólica, os pais da igreja, além de suas lides teológicas, congregavam-se à oração.Com o Movimento Pentecostal a Igreja de Cristo desfez-se em orações e súplicas por aqueles que sem ter esperanças de ver Deus, caminhavam para o inferno. Em suas orações pes-soais, Daniel Berg e Gunnar Vingren descrevem suas ricas experiências oriundas de uma vida de profunda oração” (ANDRADE, Claudionor. As

Disciplinas da Vida Cristã: Como Alcançar a Verdadeira Espiritualidade. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 36).

SUBSÍDIOPe 5.8,9), a quem devemos resistir com

firmeza não em nosso preparo intelectual

ou experiência, e sim na fé. A recompensa

de ser uma pessoa vigilante é resistir a

Satanás, não tomar atitudes precipitadas

nem se deixar levar pelo pecado.

3. Oração com imposição de mãos.

Há casos na Bíblia em que a oração ou a

transmissão de uma bênção foi feita com

imposição de mãos. Jesus é descrito como

recebendo crianças em seus braços e

abençoando-as com imposição de mãos

(Mc 10.16). Ananias impôs as mãos sobre

Saulo para que ele fosse curado. Paulo

impôs as mãos sobre os efésios para que

eles fossem cheios do Espírito Santo, e

lembra a Timóteo que não despreze o

dom que recebeu por imposição de mãos

do presbitério e por profecia (1 Tm 4.14).

O mesmo Paulo recomendou para

que Timóteo não impusesse as mãos

precipitadamente sobre ninguém (1 Tm

5.22), resguardando o pastor inclusive de

ser participante dos pecados de outras pes-

soas. Imaginemos um apóstolo impondo as

mãos em uma pessoa reconhecidamente

pecadora, que pede oração para fazer aquilo

que é contrário à Palavra de Deus. Tal obreiro

pode acabar participando dos pecados dos

outros, por isso a recomendação paulina

de não ser precipitado numa hora tão séria

como essa. Impor as mãos durante a oração

é um mandamento bíblico, mas que deve

ser feito com cuidado e vigilância.

Pense!Você está vigilante? Tem orado, jejuado e buscado obedecer a Deus diariamente?

Ponto ImportanteSomos chamados para orar e jejuar, mas também para andar de forma vi-gilante, atentos àquilo que nos cerca.

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

BRANDT, Robert L; BICKET, Zenas. Teologia

Bíblica da Oração: O Espírito nos ajuda a orar.

6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

HORA DA REVISÃO1. Segundo a lição, o que é a oração?

A oração é o ato de falar com Deus, manifestando gratidão, temor, pedindo

auxílio para nós mesmos ou para outras pessoas. Mas a oração é igualmente

uma forma de estreitarmos os laços com o nosso Deus por meio da comunhão.

2. Quem é o personagem principal no Novo Testamento quando se trata de oração?O Senhor Jesus Cristo.

3. O que é o jejum? E qual é o jejum que agrada a Deus?Chamamos de jejum o ato de não ingerir alimentos por um período de tempo,

para finalidades médicas ou espirituais. O jejum que agrada a Deus é realizado

com atitude de humildade, disposição de obedecer a Deus e praticar a justiça.

4. Para que o jejum não se torne apenas um ato onde nos abstemos de alimentos,quais atitudes devemos tomar?Agir com justiça, ajudar os oprimidos, repartir o pão com o faminto e ajudar os pobres.

5. Por que não devemos impor as mãos precipitadamente sobre as pessoas (1 Tm 5.22)?Para nos resguardar de ser participante dos pecados de outras pessoas. Impor

as mãos durante a oração é um mandamento bíblico, mas que deve ser feito

com cuidado e vigilância.

CONCLUSÃOOrar, jejuar e vigiar são disciplinas das quais todos os servos de Deus deveriam ser praticantes dado à sua importância para a vida espiritual. O Inimigo deseja que nos esqueçamos de ter uma vida de oração, jejum e que sejamos desatentos às circunstâncias que nos cercam. Por isso, é necessário que oremos em todo o tempo, estejamos vigilantes e tenhamos momentos com Deus em jejum, e que esses elementos façam a diferença em nossas vidas e nas vidas daqueles que nos cercam.

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76 JOVENS

L I Ç Ã O

11

SINAIS E PRODÍGIOS CONFIRMAM A PREGAÇÃO DO EVANGELHO

TEXTO DO DIA“Varões israelitas, escutai estas

palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez

no meio de vós, como vós bem sabeis.” (At 2.22)

SÍNTESE Sinais e prodígios são para os nossos dias, tanto para confirmar a pregação do

evangelho como para ajudar e abençoar necessitados.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Sl 77.14Deus opera milagres

TERÇA – Mt 19.26O impossível aos homens não o é para Deus

QUARTA – Mt 12.31Blasfêmia contra o Espírito Santo

QUINTA – 1 Sm 12.17Milagre na natureza

SEXTA – At 6.8Sinais e prodígios por Estêvão

SÁBADO – Sl 77.11Lembremo-nos das maravilhas do Senhor

16/12/2018

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JOVENS 77

OBJETIVOS

• COMPREENDER que os sinais e prodígios tinham como objetivo confirmar o ministério de Jesus;

• RECONHECER que os sinais e prodígios confirmam o ministério da Igreja.

INTERAÇÃOPrezado(a) professor(a), na lição de hoje estudaremos a respeito dos sinais e prodígios. Veremos que eles contri-buíram para a confirmação do evangelho e o crescimento da igreja. Contudo, atualmente estamos vivendo tempos trabalhosos, onde muitos crentes estão perdendo a vi-são do Reino de Deus, e fixando seus olhos nas ilusões passageiras deste mundo, e muitos já não creem mais na operação de milagres e que o Pai Celeste realiza o que é impossível aos homens. Faça seu planejamento com antecedência, mas não deixe de orar e pedir a Deus unção e sabedoria para que o ensino dessa lição conscientize seus alunos de que o Todo-Poderoso continua a realizar o impossível em favor daqueles que creem.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), escreva no quadro as palavras “sinais” e “prodígios”. Pergunte os alunos o que vem à mente deles quando ouvem essas palavras. À medida que forem falando, vá relacionando as palavras no quadro. Depois de ouvi-los e comentar as palavras relacionadas, explique que, nós pentecostais, cremos que o Senhor Jesus, ao comissionar seus discípulos para anunciar o Reino, os outorgou autoridade e poder para que em seu nome fossem realizados sinais e prodígios. Esses sinais e prodígios era uma confirmação visível da pre-sença do Reino de Deus. Cremos que o Espírito Santo concede dons espirituais para a igreja atual a fim de que sinais e prodígios continuem sendo realizados até a volta de Jesus. Explique que a incredulidade cega as pessoas e impede o agir do Senhor, talvez por isso não temos visto tantos sinais e prodígios em nosso tempo. Leia Mateus 13.58 com os alunos e mostre que Jesus não realizou muitos sinais em sua terra “por causa da incredulidade deles”.

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78 JOVENS

Atos 4.26-31

26 Levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se ajuntaram à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido.

27 Porque, verdadeiramente, contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel,

28 para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.

29 Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra,

30 enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus.

31 E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.

Atos 9.36-42

36 E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que, traduzido, se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia.

37 E aconteceu, naqueles dias, que, enfer-mando ela, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto.

38 E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois varões, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles.

39 E, levantando-se Pedro, foi com eles. Quando chegou, o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestes que Dorcas fizera quando estava com elas.

40 Mas Pedro, fazendo-as sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se.

41 E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apre-sentou-lha viva.

42 E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor.

INTRODUÇÃO

Sinais e prodígios vêm acompa-nhando a história do Movimento Pentecostal. Milhões de pessoas testemunham que foram curadas, libertas, receberam livramentos miraculosos e tiveram suas vidas restauradas. Para muitos desses cristãos, o poder de Deus manifesto em sinais e prodígios abriu a porta da fé. Outros cristãos acreditam que os milagres deixaram de existir há séculos, pois foram necessários somente quando a Igreja estava começando e precisava se diferen-çar das outras culturas religiosas. O que a Bíblia diz a respeito desse assunto? O fato de Deus ter ins-pirado pessoas a registrarem a ocorrência de milagres não nos indica que Ele continua operando em nossos dias para ajudar pessoas e glorificar seu nome? É o que veremos nesta lição.

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

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JOVENS 79

I - SINAIS E PRODÍGIOS CONFIR-MAM O MINISTÉRIO DE JESUS1. Definindo os termos sinais e ma-

ravilhas. A palavra sinal, na língua do

Novo Testamento, é semeia, no plural, e

traz a ideia de avisos, marcas ou símbo-

los. Por meio de um semeion, um sinal,

uma pessoa poderia ser reconhecida,

distinguida dentre a multidão. Platão

deu a entender que essa palavra trazia a

ideia também do caráter de uma pessoa.

Essa expressão, além do significado

de uma marca distintiva, traz a ideia

também da realização de um milagre,

e este, sendo realizado, corrobora a

missão divina, tanto de Jesus quanto

dos seus apóstolos.

A expressão terata, maravilhas, é

usada como um sinônimo para sinais,

e traz a ideia de algo sobrenatural, fora

do comum, que está acontecendo ou

acontecerá. Semeion e terata, sinais e

maravilhas, são mencionados juntos

para mostrar os milagres realizados por

Jesus e seus discípulos.

2. Sinais e prodígios na história de

Israel. Os hebreus têm vários exemplos

de intervenção sobrenatural na sua

história. A paternidade de Abraão aos

cem anos, as pragas que se abateram

sobre o Egito ou mesmo a chuva que

Samuel disse que teria quando estavam

colhendo trigo, numa época do ano

em que não havia chuva (1 Sm 12.17).

Por três anos não choveu em Israel, de

acordo com a palavra de Elias (Tg 5.17),

e esse mesmo profeta fez chover fogo

do céu para uma audiência incrédula

(1 Rs 18.38).

3. Por que Jesus operou sinais e

prodígios? Quando o Senhor Jesus ini-

ciou seu ministério, Ele o fez pregando,

ensinando e realizando milagres. Essas

ações sobrenaturais acompanhavam o

ministério do Senhor, atraíam pessoas

e proporcionava a certeza de que algo

diferente estava acontecendo. Se aten-

tarmos para a profundidade dos relatos

registrados nos Evangelhos, veremos

que as operações miraculosas do Se-

nhor manifestavam o poder de Deus e

socorriam pessoas.

4. Uma geração má e adúltera pede

um sinal. É notório que muitas pessoas,

como na atualidade, se aproximavam de

Jesus como meros expectadores, so-

mente para assistir àquilo que o Senhor

estava fazendo, sem qualquer intenção

de crer nEle ou de segui-lo. Assim era

um grupo de pessoas que pediram um

sinal a Jesus. O Mestre havia acabado

de libertar um homem possesso de

um espírito que lhe causava a mudez,

e uma vez liberto, o mudo falou. Esse

milagre deixou a multidão espantada,

mas não os críticos de plantão, que

desafiaram Jesus pedindo um sinal

do céu, e ainda comentaram que Ele

expulsava demônios por Belzebu, o

maioral dos demônios (Lc 11.15). Jesus

acusou-os de serem uma geração

perversa e adúltera pedindo um sinal.

Eles acabaram de ver a expulsão de

demônios e uma cura, e ainda assim

não quiseram reconhecer Jesus como

o Filho de Deus.

II - SINAIS E PRODÍGIOS CONFIR-MAM O MINISTÉRIO DA IGREJA1. Sinais e prodígios mostram o poder

de Deus. Centenas de pessoas creem

em Jesus não apenas pela Palavra que

lhes é ministrada, mas também por

meio de sinais que acontecem. Quando

se manifestavam tais sinais, as pessoas

glorificavam ao Senhor, pois reconheciam

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80 JOVENS

o prodígio como um distintivo de que Deus estava com Jesus.

2. Sinais e prodígios atendem à

necessidades das pessoas. Deus não faz sinais e milagres simplesmente por fazer, sem um objetivo. Se virmos os Evangelhos e o livro de Atos, per-ceberemos que os sinais e maravilhas

ali relatados, além de glorificar a Deus, tinham a função de ajudar pessoas. A Bíblia registra que muitos no tempo de Jesus eram doentes, e buscavam a cura: “[...] e ajuntava-se muita gente para ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades” (Lc 5.15). Essas pessoas queriam ser alcançadas por Deus e ter suas vidas restauradas.

Quando o Mestre trouxe de volta à vida o filho único de uma mulher viúva, um sinal claro do poder de Deus e da autoridade de Jesus, “de todos se apo-derou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo” (Lc 7.16). Esse milagre distinguiu Jesus como profeta aos olhos do povo e fez com que glorificassem a Deus. Trazer

de volta da morte o filho único de uma viúva foi uma bênção de Deus para a mãe do rapaz.

3. O devido cuidado com a proce-

dência dos milagres. Uma das críti-

cas dos cessacionistas, pessoas que

ensinam que os milagres conforme

relatados no Novo Testamento não são

para os dias de hoje, reside na ideia de

que os milagres hoje manifestos seriam

imitações malignas, pois Deus não mais

faria os mesmos milagres em nossos

dias. Segundo esses, os prodígios como

relatados na Bíblia, foram correntes nos

dias dos apóstolos, mas depois que o

cânon foi fechado, não se necessitaria

mais de milagres. É preciso ter cuidado

para não descrer das coisas de Deus,

como os fariseus faziam quando viam

Jesus operando sinais e prodígios.

Deus nunca disse em sua Palavra que

a partir do terceiro século de nossa era

os milagres deixariam de existir. Essa

opinião despreza a certeza de que Deus

tem todo o poder e pode agir como

lhe convier.

Os cessacionistas interpretam a

Bíblia com a convicção de que Deus

não interfere mais no mundo hoje

como interferia antes, e que basta a

pregação da Palavra para atrair pessoas.

Com base nisso, quando ouvem falar

de milagres, de curas maravilhosas,

de manifestações do poder de Deus,

atribuem tais coisas ao Inimigo ou

a uma manipulação psicológica de

pregadores avivalistas.

Pense!O que pode nos acontecer se, em vez de os milagres nos seguirem, nós seguirmos os sinais?

Ponto ImportanteCremos em milagres, mas também somos desafiados a crer naquilo que Deus nos ordenou em sua Palavra.

Se virmos os Evangelhos e o

livro de Atos, perceberemos

que os sinais e maravilhas

ali relatados, além de glorificar

a Deus, tinham a função de

ajudar pessoas.

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JOVENS 81

“E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos (At 5.12). Enquanto 1 Coríntios 12.9,10 relaciona ‘dons de curar’ e ‘operação de maravilhas’ entre os dons espirituais dados pelo Espírito Santo, 2 Coríntios 12.12 identifica ‘sinais’, ‘prodígios’ e ‘maravilhas’ como ‘sinais de apostola-do’. O livro de Atos descreve milagres admiráveis semelhantes àqueles que Jesus realizou, e podemos esperar tais milagres hoje em dia.

Pensamentos a Respeito de Milagres

Os naturalistas insistem que o universo material é tudo que existe. O que quer que aconteça deve, portanto, ser o re-sultado de leis naturais, e os milagres simplesmente não podem acontecer. Relatos das obras milagrosas de Deus no Antigo Testamento e dos milagres de Jesus são rejeitados perempto-riamente ou então se dedica muita energia tentando encontrar causas naturais razoáveis que os explicam.

O sobrenaturalista acredita que existe uma realidade além de nosso universo material. O cristão, baseando sua fé na auto-revelação de Deus nas Escrituras, tem confiança no Deus que é o Criador e o Sustentador do universo físico. Nós também percebemos que não existe um abismo intransponível entre o natural e o sobrenatural. Deus frequentemente transpôs esse abismo, e mostrou que Ele é perfeitamente capaz de agir no mundo material” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testa-mento. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 260).

“Glorificar a Deus

Os milagres são uma resposta de Deus ao sofrimento humano; todavia eles não se centralizam no homem, mas em Deus. Os milagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento encontramos os profetas buscando chamar a atenção para si. Quem tentou fazer isso e se beneficiar de

forma indevida dos milagres de Deus foi Geazi, o moço de Eliseu. Quando assim procedeu foi punido de uma forma dura (2 Rs 5.20-27). Em o Novo Testamento observamos Pedro e Paulo pondo em destaque esse fato e mostrando que Deus e não os homens devem ser glorificados” (GONÇALVES, José. Porção Dobrada: Uma Análise Bíblica, Teológica e Devocional sobre os Ministérios Proféticos de Elias e Eliseu. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 121).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

BOYER, Orlando. Espada Cortante. Lucas, João e Atos. Vol 2. 1.ed. Rio de Janeiro:

CPAD, 2007.

HORA DA REVISÃO1. Qual a palavra utilizada na língua grega para sinal? Qual o seu significado?

A palavra sinal, na língua do Novo Testamento, é semeia, no plural, e traz a ideia

de avisos, marcas ou símbolos.

2. Por que as palavras gregas semeion e tetara são mencionadas juntas?Semeion e terata, sinais e maravilhas, são mencionados juntos para mostrar os

milagres realizados por Jesus e seus discípulos.

3. Apresente, de acordo com a lição, alguns sinais e prodígios vistos na históriade Israel.A paternidade de Abraão aos cem anos, as pragas que se abateram sobre o

Egito ou mesmo a chuva que Samuel disse que teria quando estavam colhendo

trigo, numa época do ano em que não havia chuva. Por três anos não choveu

em Israel, de acordo com a palavra de Elias, e esse mesmo profeta fez chover

fogo do céu para uma audiência incrédula.

4. Qual é o real propósito dos milagres?Manifestar o poder de Deus e socorrer as pessoas.

5. Sinais e prodígios são válidos para os nossos dias? O que você pensa a esserespeito?Resposta pessoal.

CONCLUSÃOComo pentecostais, cremos no que Jesus falou; não seguimos os sinais, pois eles é que devem nos seguir. Milagres abrem as portas para a pregação do evangelho, ocorrem para glorificar a Deus e abençoar pessoas. Pela fé cremos, e pela fé podemos ver Deus operando.

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JOVENS 83

L I Ç Ã O

12

A PRIORIDADE MISSIONÁRIA DOS PENTECOSTAIS

TEXTO DO DIA“E como pregarão, se não

forem enviados?”[...]. (Rm 10.15)

SÍNTESE Somos chamados por

Deus para fazer missões na era do Espírito Santo até

os confins da Terra.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Rm 11.32Deus usa de misericórdia para com todos

TERÇA – Rm 10.15É preciso enviar pregadores

QUARTA – At 19.2Falando sobre o batismo com o Espírito Santo

QUINTA – At 8.1A perseguição como instrumento de Deus

SEXTA – 2 Co 5.19Deus, em Jesus, reconcilia o mundo

SÁBADO – Tt 2.11A graça de Deus é para todos

23/12/2018

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84 JOVENS

OBJETIVOS

• ANALISAR a salvação dentro de uma perspectiva pentecostal e bíblica;

• REFLETIR a respeito da obra missionária no Novo Testamento.

INTERAÇÃO

Nessa lição, estudaremos a respeito da prioridade missionária dos pentecostais — anunciar a salvação. Salvação que recebemos mediante a fé em Jesus Cristo. Ela é resultado da graça divina, mas Cristo pagou um alto preço. Nós fomos chamados por Deus e revestidos de poder, pelo Espírito Santo, para evangelizar até os confins da Terra. Que jamais venhamos negligenciar o mandato de Cristo: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

O enfoque da lição de hoje é o chamado que recebemos de Deus para fazermos missões na era do Espírito Santo. Não estamos sozinhos em nossa missão, mas isso não impede que venhamos desenvolver algumas estratégias para realizarmos, da melhor maneira possível, o mandato que nos foi confiado pelo Senhor. Então, inicie a aula conversando com a turma a respeito da necessidade de estabelecermos estratégias para realizarmos a obra missionária. Jesus, o nosso Mestre, também fez uso de uma estratégia de sucesso para anunciar a todos o Reino de Deus. Em seguida, escreva no quadro uma definição de estratégia: “Parte da arte militar que trata das operações e movimento de um exército”. Depois peça que os alunos formem três grupos. Cada grupo deverá tirar uma tira de papel (de um pote) com a estratégia utilizada para evangelizar. Essa estratégia deverá ser analisada e explicada pelo grupo. Para concluir peça que formem um único grupo. Cada grupo terá 10 minutos para explicar a estratégia que o personagem utilizou. 1- A estratégia utilizada por Jesus para anunciar o Reino de Deus;2- A estratégia dos crentes da Igreja Primitiva;3- A estratégia adotada por Paulo para alcançar as nações.Conclua enfatizando que mesmo não dispondo dos recursos que temos na atualidade, Jesus, a Igreja do pri-meiro século e Paulo obtiveram sucesso em sua missão.

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JOVENS 85

TEXTO BÍBLICO

Efésios 2.4-9

4 Mas Deus, que é riquíssimo em mise-ricórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,

5 estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),

6 e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;

7 para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.

8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.

9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.

Tito 2.11-14

11 Porque a graça de Deus se há mani-festado, trazendo salvação a todos os homens,

12 ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mun-danas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente,

13 aguardando a bem-aventurada es-perança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo,

14 o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.

INTRODUÇÃO

Os pentecostais são conhecidos por seu fervor missionário. Da mesma forma que os discípulos foram cheios do Espírito para testemunhar do Se-nhor Jesus, os pentecostais do século XX foram muito usados por Deus para alcançar pessoas que antes não conheciam a Jesus. Com a mensagem da salvação, anunciaram também o batismo com o Espírito Santo, a contemporaneidade dos dons, a cura divina e a volta de Jesus. E Deus confirmou a mensagem pentecostal, é o que veremos nessa lição.

COMENTÁRIO

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86 JOVENS

I - A SALVAÇÃO NA PERSPECTIVA PENTECOSTAL E BÍBLICA 1. Deus amou o mundo. Para que

iniciemos esta lição é preciso entender a mensagem que os pentecostais trazem em relação a missões. Evangelizamos e enviamos missionários porque cremos que a salvação é uma obra de Deus e do seu amor. Uma verdade fundamental para que compreendamos a salvação é que Deus estende seu amor e misericórdia a todos os homens (Rm 11.32). Não há dúvidas a respeito da vontade de Deus de que todas as pessoas venham a se arrepender (2 Pe 3.9). O próprio Senhor Jesus Cristo disse que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não

pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Cremos que a salvação é ofertada a to-dos indistintamente, e que o alcance do sacrifício de Jesus Cristo não se restringe a algumas pessoas escolhidas por uma soberania divina determinista. Pregamos o evangelho porque entendemos que todos podem ser alcançados pela sal-vação, embora tenhamos a consciência de que realmente nem todos aceitarão a mensagem de Jesus.

2. A salvação pela graça. Desde que Adão e Eva decidiram desobedecer a Deus, receberam não apenas o estado pecaminoso, mas também a capacidade

de transmitir aos seus descendentes a

tendência ao pecado. O homem nasce

com a semente do pecado dentro de si. Ao

longo da vida essa semente irá germinar

e dar seus frutos e, como consequências,

haverá o afastamento de Deus, a ausência

do perdão dos pecados e a condenação

para o inferno. A salvação é justamente

a mudança no estado da pessoa do pe-

cador que, de condenado eternamente,

passará a ser uma pessoa perdoada de

seus pecados, amiga de Deus e futura

participante da vida eterna.

3. É oferecida a todos. Pentecostais

fazem missões porque entendem que

a graça não é limitada. Acreditam que a

provisão da salvação é para todos, uni-

versal, ainda que nem todos se apropriem

dela. Visto que “Deus estava em Cristo

reconciliando consigo o mundo” (2 Co

5.19), um cristão pentecostal não pode

restringir o que Deus planejou para que

fosse de alcance amplo.

E essa graça é ministrada a todos:

“Porque a graça de Deus se há mani-

festado, trazendo salvação a todos os

homens” (Tt 2.11). Paulo deixa claro em

sua carta pastoral a Tito que a graça de

Deus não é manifesta a alguns escolhi-

dos, mas a todos os homens.

Pense!Fazemos missões por que cremos que a graça de Deus se manifes-tou a todos os homens.

Ponto ImportanteA salvação é oferecida a todos os homens ou apenas a uma parcela da humanidade?

II - MISSÕES NO NOVO TESTAMENTO1. Os discípulos de Jesus. Eles foram

missionários. De dois em dois, foram co-

Cremos que a salvação é ofertada

a todos indistintamente, e que

o alcance do sacrifício de Jesus

Cristo não se restringe a algumas

pessoas escolhidas por uma so-

berania divina determinista.

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JOVENS 87

missionados a curar enfermos e a dizer

que o Reino de Deus havia chegado.

Quando retornavam, vinham eufóricos,

pois até os espíritos malignos se sujei-

tavam a eles (Lc 10.1-17).

Marcos menciona que os discípulos,

“tendo partido, pregaram por todas as

partes, cooperando com eles o Senhor

e confirmando a palavra com os sinais

que se seguiram” (Mc 16.20). Esse texto

nos mostra que a equipe de Jesus era

formada por missionários, pessoas dis-

postas, cheias do Espírito, cuja mensa-

gem era acompanhada de sinais que os

designavam arautos do Jesus Ressurreto.

2. Jerusalém, Judeia, Samaria e con-

fins da terra. A ordem de Jesus era clara:

que seus discípulos fossem suas teste-

munhas em Jerusalém, Judeia, Samaria e

até os confins da terra. Da mesma forma

que Ele ordenou que os discípulos es-

tivessem esperando o cumprimento da

promessa de revestimento de poder em

Jerusalém — o que fizeram em oração e

foram cheios do Espírito Santo — o Senhor

ordenou que eles se dirigissem a esses

lugares para falarem dEle. Essa orientação

não era que primeiro a mensagem fosse

conhecida em Jerusalém, para depois ser

conhecida na Judeia, Samaria e confins

da terra; os discípulos deveriam falar do

Senhor simultaneamente. Mesmo com

as diferenças culturais existentes nesses

lugares, os seguidores de Jesus deveriam

alcançar a todos.

3. Ensinando a respeito do batismo

com o Espírito Santo. Missões pentecos-

tais não podem deixar de ensinar o batis-

mo com o Espírito Santo. Vejamos o caso

da terceira viagem missionária de Paulo,

quando esteve em Éfeso. Essa cidade

portuária recebeu a visita de Apolo, um

judeu alexandrino “instruído no caminho

do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava

e ensinava diligentemente as coisas do

Senhor, conhecendo somente o batismo

de João” (At 18.24,25). Este evangelista creu

em Jesus e foi salvo, mas não conhecia

o batismo com o Espírito Santo. Quando

Apolo se dirigiu para Corinto, Paulo foi

visitar Éfeso, e tendo encontrado lá dis-

cípulos de Jesus - com certeza fruto do

trabalho de Apolo – perguntou-lhes: “[...]

Recebestes vós já o Espírito Santo quando

crestes?” (At 19.2). A resposta dos irmãos foi

sincera: “Nós nem ainda ouvimos que haja

Espírito Santo” (At 19.2). Aqueles homens

já haviam recebido a Jesus, pois Lucas

os chama de discípulos. Entretanto, ainda

não haviam sido batizados em nome de

Jesus, nem no Espírito Santo. No verso 6,

lemos que Paulo impôs as mãos sobre

esses irmãos, uns doze servos de Deus,

“e falavam línguas e profetizavam”. Deste

texto tiraremos duas lições importantes. A

primeira: que eles já tinham sido conven-

cidos pelo Espírito Santo para a salvação,

mas não tinham sido revestidos de poder.

A segunda: que eles falaram em línguas

e profetizaram quando Paulo lhes impôs

as mãos, uma prática que nos parece

comum na época. Se Paulo impôs as

mãos para que aqueles crentes fossem

cheios do Espírito, não há por que haver

críticas a essa prática.

Pense!A mensagem pentecostal genuína afirma que Jesus salva, cura, liberta, batiza com o Espírito Santo e em breve voltará.

Ponto ImportanteDa mesma forma que Paulo fez com os crentes em Éfeso, deve-mos ensinar a respeito do batismo com o Espírito Santo.

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88 JOVENS

“A importância do evangelismo pes-soal vê-se no fato de que a evange-lização dos pecadores foi o último

assunto de Jesus aos discípulos antes de ascender ao céu. Nessa ocasião, Ele ordenou à Igreja o encargo da evangelização do mundo (Mc 16.15). O alvo do Evangelismo Pessoal é tríplice: salvar os perdidos, restaurar os desviados e edificar os crentes.

Ganhar alma foi a suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra (Lc 19.10). Paulo, o grande homem de Deus, do Novo Testamento, tinha o mesmo alvo e visão (1 Co 9.20). Uma grande parte dos crentes pensa que a obra de ganhar almas para Jesus é para os pregadores, pastores e obreiros em geral. Contentam-se em, como-

damente sentados, ouvir os sermões, culto após culto, enquanto os campos estão brancos para a ceifa, como disse o Senhor da seara (Jo 4.35). O ‘ide’ de Jesus para irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos, mas a todos, indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto, a evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos. Cada crente pode e deve ser um ganhador de almas. Nada o pode impedir, irmão, de ganhar almas para Jesus, se propuser isso agora em seu coração. A chamada especial de Deus para o ministério está reservada a de-terminados crentes, mas a chamada geral para ganhar almas é feita a todos os crentes” (GILBERTO, Antonio. Prática

do Evangelismo Pessoal. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1983, p. 10).

SUBSÍDIO 1

“O mandato para as missões acha-se em cada evangelho e em Atos dos Apóstolos. Porque toda a autoridade nos céus e na terra foi entregue a Jesus (Mt 28.19-20).

‘Vão’ (gr. poreuthentes) não é um imperativo. Significa, literalmente,

‘tendo ido’. Jesus toma por certo que os crentes irão, quer por vocação, por lazer, ou por perseguição. O único imperativo nesse trecho bíblico é ‘façam discípulos’ (gr. mathêteusate), que inclui batizá-los e ensiná-los continuamente.

Marcos 16.15 também registra esse mandamento: ‘Tendo ido por todo o mundo, proclamem (anunciem, declarem e demonstrem) as boas novas a toda a criação’ (tradução

literal)” (HORTON, Stanley M. Teologia

Sistemática: Uma Perspectiva Pen-tecostal. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 584).

SUBSÍDIO 2

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

ARRINGTON, French L. (Ed.). Comentário

Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed.

Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

HORA DA REVISÃO1. Qual a mensagem dos pentecostais em relação a missões?

A mensagem é que Deus amou o mundo.

2. A salvação é ofertada a todos, sem distinção?Sim. Cremos que Deus estende seu amor e misericórdia a todos os homens.

3. Os discípulos de Jesus foram missionários? Qual foi a estratégia de Jesus paraenviá-los?Sim, eles foram missionários. A estratégia de Jesus foi enviá-los de dois

em dois e comissioná-los para curar enfermos e dizer que o Reino de Deus

havia chegado.

4. A ordem de Jesus em Atos 1.8 era simultânea? Ou devemos primeiro alcançarJerusalém?

Sim. Os discípulos deveriam falar do Senhor simultaneamente. Mesmo com as

diferenças culturais existentes nesses lugares, os seguidores de Jesus deveriam

alcançar a todos.

5. O que missões pentecostais não podem deixar de ensinar?A respeito do batismo com o Espírito Santo evidenciado pelo falar em línguas

estranhas.

CONCLUSÃODa mesma forma que a Igreja do Novo Testamento era pentecostal e mis-sionária, cheia do Espírito Santo e desejosa de ver pessoas se achegando a Cristo, devemos ser nós também. Que não nos falte o ardor missionário, e que Deus nos use para tornar seu nome conhecido.

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90 JOVENS

L I Ç Ã O

13

O VENTO AINDA SOPRA ONDE QUER

TEXTO DO DIA“E há de ser que, depois, der-ramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os

vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.”

(Jl 2.28)

SÍNTESE O mover do Espírito e

a obra de Deus não estão restritos a uma teologia ou

à vontade do homem.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Mt 3.11Jesus batiza com o Espírito Santo

TERÇA – Jl 2.28Deus derrama do seu Espírito

QUARTA – At 5.39Cuidado para não lutar contra Deus

QUINTA – At 2.13Um espírito crítico e sem entendimento

SEXTA – At 2.38Recebendo o dom do Espírito Santo

SÁBADO – At 1.5Sereis batizados em breve

30/12/2018

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JOVENS 91

OBJETIVOS

• CONSCIENTIZAR da importância da igreja atual vol-tar-se para Atos 2;

• SABER o que ocorre quando o poder de Deus chega; • MOSTRAR que o vento do Espírito sopra onde quer.

INTERAÇÃO

Professor(a), com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais, você e seus alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados mediante os estudos a respeito do Movi-mento Pentecostal. O Pentecostes não foi estabelecido por homem algum, ele é uma promessa divina feita ainda no Antigo Testamento pelo profeta Joel (Jl 2.28). Você faz parte dessa promessa e desse Movimento, por isso não fique com vergonha ou medo de declarar a sua fé em Jesus e que Ele batiza com o Espírito Santo. Concluiremos nossa série de estudos mostrando que o mover do Espírito e a obra de Deus não estão restritas a uma teologia ou à vontade humana. Então, use seus dons e talentos para que a Igreja prossiga testemunhando de Cristo e dando continuidade à obra do Senhor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Chegamos ao final de um trimestre e essa é uma boa oportunidade para fazer uma avaliação a fim de verificar o que os alunos realmente compreenderam das lições e do tema geral. Por isso, sugerimos uma atividade em grupo que vai permitir que você faça uma avaliação a respeito do interesse dos alunos sobre o tema e a real assimilação dos conteúdos. Para tal, será preciso que você chegue com antecedência à classe e reproduza no quadro a tabela abaixo com as questões. Providência papel e caneta. Peça que os alunos formem três gru-pos. Cada grupo ficará com uma questão. Depois que os alunos terminarem a discussão e responderem a questão, forme um único grupo, mostre o que os alunos produziram e discuta com eles os assuntos. O MOVIMENTO PENTECOSTAL

GRUPO 1 “Por que os pentecostais falam tanto a respeito do batismo com o Espírito Santo?

GRUPO 2 “O que queremos dizer quando afirmamos: ‘Sou pentecostal’?

GRUPO 3 Qual o papel do dom de línguas na igreja atual?

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92 JOVENS

I - VOLTANDO A ATOS 21. Oração em meio à comemoração.

Lucas nos diz que a descida do Espírito

Santo se deu no dia de Pentecostes, uma

festa tradicional em Israel. Em Jerusalém

havia judeus vindos de diversas partes

do império para celebrar a festa das

colheitas. Enquanto a maior parte dos

habitantes de Jerusalém festejava, um

grupo de pessoas orava. Enquanto a

cidade comemorava uma festa nacio-

nal, um grupo de judeus se retirava da

aglomeração para esperar a resposta de

Deus. Foi naquele grupo de pessoas, em

Israel, que Deus inaugurou o que pode-

mos chamar de “era do Espírito Santo”.

Esse grupo de pessoas tinha recebido

uma orientação de Jesus, a de ficar em

Jerusalém e aguardar pelo batismo com

o Espírito Santo (At 1.4,5).

TEXTO BÍBLICO

Atos 2.14-18; 37-39

14 Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.

15 Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia.

16 Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:

17 E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;

18 e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão;

37 Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?

38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.

39 Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.

INTRODUÇÃO

Chegamos ao fim do trimestre, e mediante o estudo de cada lição observamos que Deus não se vê limitado pelo pensamento humano. Ele pode agir da forma que lhe convier. Sua vontade é que sejamos todos revestidos de poder para testemunhar a respeito da obra de salvação efetuada por Cristo. Ele também deseja que sejamos usados com os dons espi-rituais para a edificação da Igreja. E de que forma você tem res-pondido ao presente de Deus, o batismo com o Espírito Santo? Você tem, realmente, levado a sério aquilo que Deus disse a esse respeito?

COMENTÁRIO

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JOVENS 93

2. O Espírito Santo lhes concedia que

falassem línguas estranhas. As línguas

que os discípulos de Jesus falaram lhes

foram concedidas pelo Espírito Santo, e

nenhum estudioso pode dizer o contrário,

pois Lucas o registrou dessa forma. Não

haviam sido aprendidas de forma peda-

gógica ou natural, pela convivência com

pessoas estrangeiras e o contato com sua

forma de falar. Lucas relata que foram

reconhecidas línguas de pelo menos 11

grupos étnicos, pessoas que estavam

em Jerusalém no dia de Pentecostes (At

2.9-11). A vinda do Espírito Santo no dia

de Pentecostes não apenas glorificou a

Deus, mas trouxe um revestimento de

poder aos que estavam esperando o

cumprimento daquela promessa.

3. Temor e zombaria do lado de fora.

Uma característica peculiar sobre o falar

em línguas é que pode causar temor ou

desrespeito por parte dos que estão em

volta (At 2.12,13). Lucas é claro ao dizer

que a descida do Espírito Santo no dia

de Pentecostes trouxe dupla reação

aos que não participavam do evento no

cenáculo: temor e zombaria. Algumas

pessoas estavam surpresas pelo fato de

que na terceira hora do dia, às 9 horas

da manhã, um grupo de pessoas esti-

vesse falando das maravilhas de Deus.

Outras pessoas, por sua vez, deixaram

de ser tomadas por um espírito crítico e

debochado, dizendo que os discípulos

estavam bêbados, algo questionável

naquela hora do dia. O certo é que

aquelas línguas vinham do Espírito,

independente da opinião das pessoas

que as estavam ouvindo. Mesmo hoje

há pessoas, até ditas estudiosas, que

tentam com suas pesquisas desqualificar

aquilo que o próprio Deus vem fazendo

em nossos dias.

Pense!Como temos visto, em nossas igre-jas, o mover de Deus? Com respeito ou com escárnio e incredulidade?

Ponto ImportanteA concessão do falar em línguas é uma obra do Espírito de Deus, não um frenesi coletivo desregrado e alienado.

II - QUANDO O PODER DE DEUS CHEGA 1. Necessidade de sabedoria na

manifestação dos dons. Cremos que as

operações do Espírito Santo são reais e

edificam a Igreja, pois esse é o seu pro-

pósito. Por serem manifestações de um

poder não humano, podem trazer reações

que precisam ser tratadas com prudên-

cia, para que o testemunho dos dons

não seja esvaziado. No verdadeiro culto

cristão não há espaço para a ausência

de domínio próprio por parte daqueles

que, uma vez portadores de um dom do

Espírito, irão ser usados para a edificação

do Corpo de Cristo. Ser usado por Deus

não retira da pessoa a inteligência nem

o domínio próprio, e caso isso venha a

ocorrer, a pessoa deve ser orientada e

aprender a forma adequada com que

será usada por Deus.

2. Incredulidade. Em nenhum lugar

no Novo Testamento é dito que após o

fechamento do cânon sagrado ou após

a morte do último apóstolo de Jesus que

os dons seriam encerrados.

Cremos que o Movimento Pentecostal

é, efetivamente, o derramar de Deus sobre

toda a carne, conforme está descrito nas

Escrituras. Também é dada ao homem a

opção de rejeitar crer no mover de Deus

e, nesse aspecto, mesmo aqueles que

condenam o livre-arbítrio, fazem uso

dele para desacreditar o Movimento

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94 JOVENS

Pentecostal. Dizer que o batismo com o

Espírito Santo, como nos relata a Bíblia,

não é para os nossos dias, é questioná-

vel, mas o desafio a que experimentem

esse poder de Deus está aberto a todos,

mesmo aos que não creem nele.

Pense!O que acontece quando o poder de Deus chega?

Ponto ImportanteCremos que o Movimento Pente-costal é, efetivamente, o derramar de Deus sobre toda a carne, con-forme está descrito nas Escrituras.

III - O VENTO SOPRA ONDE QUER1. O vento como uma representação do

Espírito Santo. Jesus, ao encontrar-se com

Nicodemos, mestre da lei, não hesitou em

comunicar a ele a necessidade do novo

nascimento. A estrutura religiosa a que

Nicodemos pertencia não era adequada

à realidade do Reino de Deus que Jesus

estava trazendo, e o Senhor disse a ele que

era necessário nascer de novo, ter uma nova

experiência com Deus. Jesus trouxe uma

forma dinâmica de relacionamento com o Pai.

O Espírito Santo é comparado ao

vento, que como disse Jesus, “assopra

aonde quer, e ouves a sua voz, mas não

sabes donde vem, nem para onde vai”

(Jo 3.8). O que Jesus ensinou é que um

fenômeno como o vento não pode ser

comandado pelo homem. O homem

fez barcos a vela, que conduziram as

grandes navegações, e utiliza a ener-

gia eólica para gerar eletricidade com

grandes torres, mas não pode controlar

a corrente natural de ar. Somente Deus

controla a origem e a direção do vento.

2. Assim é todo aquele que é nascido

do Espírito. Ser nascido do Espírito de

Deus é ter a experiência do novo nasci-

mento, um nascimento espiritual. E ser

cheio do Espírito é o desejo de Deus

para os nossos dias. Quem é nascido do

Espírito é guiado por Ele, em uma nova

visão de mundo, sob a perspectiva de

Deus. Quem nasce do Espírito ouve a voz

de Deus e aprende a ficar em sintonia

com o que Ele quer.

No Pentecostes, os discípulos foram

cheios e falaram em línguas, e logo após

Pedro, revestido do poder de Deus, não

apenas falou em línguas, mas testemu-

nhou de Jesus, e como resultado de

sua palavra quase três mil pessoas se

arrependeram e foram salvas. Há críticos

da doutrina pentecostal que dizem que o

batismo com o Espírito Santo só ocorreu

com os discípulos em Atos 2, e não com

a multidão que recebeu a Cristo após a

pregação de Pedro. Com esse pensa-

mento, alegam que a experiência do

batismo com o Espírito Santo não foi para

todos naquele dia. O que tais críticos não

percebem é que Lucas também não diz

que aqueles que se converteram naquele

dia foram cheios do Espírito Santo. Eles

receberam a Cristo sim, e não falaram em

línguas, mas também não foram cheios

do Espírito naquele dia. Há, portanto, uma

diferença clara entre receber a Cristo e

ser cheio do Espírito de Deus.

3. A fé para receber o revestimento

de poder. Deus espera que em nossa vida

cristã tenhamos fé. Mas ter fé em quê?

Naquilo que Deus disse. Jesus ordenou

que seus discípulos aguardassem em

Jerusalém para serem visitados pelo

Espírito Santo, e o que os discípulos

fizeram? Foram viajar, ou saíram de

Jerusalém? Não. Eles aguardaram com

fé, crendo no que o Senhor Jesus disse,

e foram recompensados.

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JOVENS 95

“Para os pentecostais, Atos apresen-ta modelos claros que têm de ser imitados e diretrizes que têm de ser seguidas. Nossa análise de Lucas-A-tos, embora baseadas em métodos hermenêuticos modernos, justifica essa abordagem simples e direta. O propósito de Lucas é fornecer

aos leitores modelos para a missão, modelos para a vida e ministério como cristãos. Suas histórias são nossas histórias. Lucas deseja que a igreja leia sua obra em dois volumes exatamente assim.

Por fim, essa leitura de Lucas-Atos também destaca a importância e sig-nificância simbólica das experiências do Espírito Santo que inspiraram o falar em línguas. Elas nos lembram de nossa ligação experiencial com

a igreja apostólica e nossas chama-das semelhantes. Sua experiência é nossa experiência; sua chamada é nossa chamada. As verdades que descrevemos aqui não são apenas

entendidas, mas podem ser sentidas.

A compreensão cognitiva e as ex-periências que tocam as emoções são importantes; elas informam e influenciam uma às outras. Como vimos, o falar em línguas incorpora

de maneira única essas duas dimen-sões. Serve, de certa forma, como sacramento. É um sinal exterior de realidade espiritual” (MENZIES, Ro-bert. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p.116).

SUBSÍDIOA Bíblia é clara quando diz que sem fé

é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). O

revestimento de poder é bíblico, agrada

a Deus e está disponível para aqueles

que creem.

A fé no que Deus diz é tão importante

para qualquer aspecto da nossa vida,

que Tiago diz que se alguém precisa

de sabedoria, que peça a Deus, mas

que o faça com fé. O irmão do Senhor

deixa claro que aquele que duvida é

como a onda do mar, sem rumo, e que

não receberá do Senhor coisa alguma.

Veja que aquilo que começa com um

pedido de sabedoria alcança qualquer

esfera de nossa vida, se pedirmos com

ou sem fé. O que é para Deus nos dar

sabedoria? Algo tão simples para Deus

é um referencial para outras coisas mais

elaboradas e complexas.

O mesmo aconteceu com a experi-

ência do batismo com o Espírito Santo.

A promessa está relatada em Joel e no

Evangelho de Marcos. O cumprimento

está registrado nos Atos dos Apóstolos

e em nossos dias. Não é uma promessa

apenas para pentecostais, mas para

todos os crentes. Do que mais preci-

samos para acreditar que Deus deseja

revestir seus servos e servas com poder

para testemunhar? Se não crermos nas

promessas e projetos de Deus, em que

creremos?

Pense!Deus espera que em nossa vida cris-tã tenhamos fé. Mas ter fé em quê?

Ponto ImportanteA Bíblia é clara quando diz que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). O revestimento de poder é bíblico, agrada a Deus e está dis-ponível para aqueles que creem.

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ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de

Janeiro: CPAD, 2006.

HORA DA REVISÃO1. As línguas que os discípulos de Jesus falaram lhes foram concedidas por quem?

As línguas que os discípulos de Jesus falaram lhes foram concedidas pelo Es-

pírito Santo, e nenhum estudioso pode dizer o contrário, pois Lucas o registrou

dessa forma.

2. O que é o Movimento Pentecostal?Efetivamente, o derramar de Deus sobre toda a carne, conforme está descrito

na Palavra de Deus.

3. Segundo a lição, o que cremos acerca do Movimento Pentecostal?Cremos que o Movimento Pentecostal é, efetivamente, o derramar de Deus

sobre toda a carne, conforme está descrito nas Escrituras.

4. Segundo a lição, o que é ser nascido do Espírito de Deus?

Ser nascido do Espírito de Deus é ter a experiência do novo nascimento, um nas-

cimento espiritual. E ser cheio do Espírito é o desejo de Deus para os nossos dias.

5. O que é necessário para o revestimento de poder?É necessário ter fé naquilo que Deus disse.

CONCLUSÃODa mesma forma que o vento, que não é restrito a nenhum comando ou pensa-mento humano, o Espírito Santo de Deus não se vê limitado a uma denominação, a uma teologia acadêmica ou a um pensamento. O vento sopra aonde quer. Não podemos necessariamente saber para onde ele vai, mas podemos ouvir a sua voz e ser dirigidos por Ele. O vento do Espírito vai continuar soprando até que Deus termine seus planos para com a Igreja nesta Terra, e até lá, Ele vai revestir pessoas com seu poder para testemunhar de Jesus Cristo.

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Lucas, mais que um evangelista, um teólogo carismático

O termo “carismático”, teologicamente falando, tem de ser distinguido do seu significado contemporâneo, a saber, con-forme é usado para descrever o movimento neopentecostal que penetrou nas denominações históricas das décadas de 1960 e 1970. Por “carismático”, refere-se ao dom (gr. charis-ma) de Deus do seu Espírito para os seus servos, individual ou coletivamente, para ungir, capacitar ou os inspirar para o serviço divino. Conforme está registrado nas Escrituras, a atividade carismática é, necessariamente, um fenômeno experiencial.

Lucas ao escrever seu evangelho e os Atos dos Apóstolos, o fez como teólogo carismático, dando o devido destaque a atuação do Consolador na história de Cristo e da igreja nas-cente. Seu entendimento do Espírito foi moldado pelo que ele entendia de Jesus e da natureza da igreja primitiva e, por meio de seus escritos, Lucas faz uma importante e exclusi-va contribuição para a compreensão da pneumatologia do Novo Testamento que reverbera até hoje, especialmente na pregação e na prática pentecostal que crê que Deus, ainda hoje, distribui os dons do Espírito – os carismas – para que a Igreja cumpra seu papel no mundo.

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