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1 O USO DOS EPI’s POR PROFISSIONAIS DE MANICURO E PEDICURO. Bárbara Eufrásio 1 Cássia dos Santos 2 Vânia Regina Novotny 3 Resumo: Os serviços oferecidos pelos profissionais de manicuro e pedicuro estão sempre em evidência, há buscas constantes desses profissionais para realização do embelezamento de mãos e pés. São imprescindíveis os cuidados e orientações que estes profissionais devem ter para realizar de forma segura e eficaz seu trabalho. A pesquisa de campo realizada teve como objetivo identificar as barreiras que os encontram que os impedem de trabalhar paramentados de forma correta, evitando os riscos de transmissão de doenças, resultantes da falta de uso dos EPI`s. O presente estudo utilizou metodologia do tipo exploratório descritivo com abordagem quantitativa, tendo a aplicação de um questionário estruturado com perguntas fechadas, realizada com 32 profissionais de manicuro e pedicuro de 28 salões de beleza cadastrados pela Vigilância Sanitária da cidade de Balneário Piçarras SC, durante o mês de novembro de 2011. Ao analisar os resultados obtidos com a aplicação do questionário, constatou-se escassez de informações referentes aos EPI`s e suas funções, a falta de conscientização das doenças transmissíveis, e os riscos susceptíveis a saúde do profissional no ambiente de trabalho. Palavras-chaves: Biossegurança. Manicuro e Pedicuro. Qualidade. EPI`s 1 INTRODUÇÃO A procura por profissionais da beleza especialmente na área de manicuro e pedicuro vem aumentando, é de suma importância a conscientização desses profissionais quanto aos riscos existentes no exercício desta profissão, riscos estes, que podem causar danos à saúde, como a contaminação e transmissão de doenças infecciosas através dos materiais utilizados no âmbito de trabalho. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, biossegurança é considerada um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação 1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected]

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O USO DOS EPI’s POR PROFISSIONAIS DE MANICURO E PEDICURO.

Bárbara Eufrásio 1 Cássia dos Santos 2

Vânia Regina Novotny 3

Resumo: Os serviços oferecidos pelos profissionais de manicuro e pedicuro estão sempre em evidência, há buscas constantes desses profissionais para realização do embelezamento de mãos e pés. São imprescindíveis os cuidados e orientações que estes profissionais devem ter para realizar de forma segura e eficaz seu trabalho. A pesquisa de campo realizada teve como objetivo identificar as barreiras que os encontram que os impedem de trabalhar paramentados de forma correta, evitando os riscos de transmissão de doenças, resultantes da falta de uso dos EPI`s. O presente estudo utilizou metodologia do tipo exploratório descritivo com abordagem quantitativa, tendo a aplicação de um questionário estruturado com perguntas fechadas, realizada com 32 profissionais de manicuro e pedicuro de 28 salões de beleza cadastrados pela Vigilância Sanitária da cidade de Balneário Piçarras – SC, durante o mês de novembro de 2011. Ao analisar os resultados obtidos com a aplicação do questionário, constatou-se escassez de informações referentes aos EPI`s e suas funções, a falta de conscientização das doenças transmissíveis, e os riscos susceptíveis a saúde do profissional no ambiente de trabalho. Palavras-chaves: Biossegurança. Manicuro e Pedicuro. Qualidade. EPI`s 1 INTRODUÇÃO

A procura por profissionais da beleza especialmente na área de manicuro e pedicuro

vem aumentando, é de suma importância a conscientização desses profissionais

quanto aos riscos existentes no exercício desta profissão, riscos estes, que podem

causar danos à saúde, como a contaminação e transmissão de doenças infecciosas

através dos materiais utilizados no âmbito de trabalho.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, biossegurança é considerada um conjunto de

ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às

atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação

1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí –

UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected]

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de serviços, podendo comprometer a saúde do homem, animais, plantas, do meio

ambiente e a qualidade no trabalho desenvolvido (TEIXEIRA; VALLE, 1996).

Para Nogueira (1996) um dos principais objetivos em uma empresa é com a

biossegurança, sendo vista, como a realização de práticas destinadas a conhecer e

controlar os riscos que o trabalho em saúde, e também em estética, pode aportar ao

ambiente e a vida.

Uma das ações de biossegurança para a proteção da saúde humana durante a

prestação de serviços é o uso correto dos EPI’s (equipamentos de segurança

individual), tais como luvas, máscara, touca, jaleco, óculos de proteção e sapatos

fechados. (RAMOS, 2009)

Sendo inúmeros os riscos que os profissionais de manicuro e pedicuro são expostos

no dia a dia de trabalho, as doenças infecciosas virais como hepatites, HIV e outros

microorganismos, podem ser transmitidas ao profissional quando não há o uso de

equipamento de proteção individual.

Merece atenção especial a gestão de qualidade no ambiente de trabalho, devido a

fatores relacionados à educação e treinamento no serviço do profissional, assim

favorecendo que o mesmo possa vir a cumprir suas tarefas de forma correta e

segura.

O objetivo da presente pesquisa é identificar os aspectos que impedem o uso de

EPI’s pelos profissionais de manicuro e pedicuro. Sendo aplicados questionários em

salões de beleza da cidade de Balneário Piçarras, para a identificação sobre o uso

adequado dos EPI’s na realização destes serviços. Haverá distribuição para esses

profissionais de folders informativos, nos quais conterão instruções sobre os EPI`s,

doenças transmissíveis no ambiente de trabalho e os riscos provenientes da falta

dos mesmos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A construção de um conceito de biossegurança se desenvolveu na Califórnia, na

década de 70, na reunião de Asilomar, onde a comunidade científica iniciou a

discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade (COSTA;

COSTA apud SCHMIDLIN, 2005).

O termo biossegurança vem sofrendo alterações significativas ao longo do tempo,

sendo que, na norma específica do Ministério da Saúde, a biossegurança está

destinada a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações que visam

controlar, prevenir, reduzir ou eliminar riscos ligados às atividades que possam vir a

comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente (BRASIL, 2010).

Em um ambiente de trabalho, Nogueira (1996) afirma que a biossegurança deve ser

completada através de estratégias comunicacionais adotadas pelos membros

constituintes de um estabelecimento, assim sistematizando normas de boas

práticas, renovando a instituição e obtendo a gestão de qualidade na empresa.

Dentro do raciocínio a Sociedade Americana para a Qualidade (AQS), define a

qualidade no trabalho por características de serviço ou produto, que dão

sustentação a sua habilidade em satisfazer requisitos específicos ou necessidades

implícitas (QUALIDADE.ENG, 2011).

O profissional de manicuro é definido no Dicionário Michaelis (1998) como

profissional que trata das mãos de seus clientes aparando, polindo e esmaltando-

lhes as unhas. O Instituto Nacional de Salões de Beleza e Estética e Similares -

INBES, 2011), complementa informando que manicuro e pedicuro são profissionais

que cuidam da saúde e embelezamento das unhas das mãos e dos pés, por meio de

técnicas de uso de instrumentos específicos de seu trabalho, como alicates,

cortadores e lixas, a fim de cortar, aparar e lixar as unhas, remover cutículas e por

fim a aplicação de esmalte.

Todos que exercem funções em um estabelecimento de beleza segundo Ramos

(2009) devem evitar contato direto com matéria orgânica, para isto, é imprescindível

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o uso de barreiras protetoras que irão reduzir as chances de exposição com a pele e

das mucosas a materiais infectados.

E estas barreiras, de acordo com o Ministério de Trabalho na Norma

Regulamentadora NR6, são equipamentos de proteção individual – EPI, todo

dispositivo de produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a

proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e saúde no trabalho

(BRASIL,1978).

Para o trabalho de manicuro e pedicuro Ramos (2009) recomenda a utilização dos

seguintes EPI’s pelos profissionais:

Luvas: São indicadas sempre que houver contato com mucosas, secreções e

sangue durante a manipulação de substâncias químicas e de artigos

contaminados, servindo também para proteção das mãos contra qualquer tipo

de sujidades.

Jaleco/Aventais: Os jalecos e aventais têm como função prevenir contra a

exposição da pele e das roupas do profissional a fluídos como secreções

orgânicas, exsudatos e sangue, além de prevenir também contra a

contaminação por produtos químicos.

Máscaras: São responsáveis pela proteção das mucosas da boca e do nariz

contra a ingestão ou inalação de partículas e aerossóis contendo micro-

organismos, especialmente durante o espirro, a tosse e até mesmo a fala.

Porém não são eficazes para a filtração de vapores, gases e substâncias

químicas.

Gorro: O gorro evita a queda dos cabelos na área do procedimento, além de

oferecer barreira mecânica contra as possibilidades de contaminações, pois

os cabelos podem servir como via de contaminação, contendo diversos micro-

organismos.

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Óculos de proteção: É importante, pois a mucosa ocular apresenta menor

barreira de proteção que a pele, sendo assim, os óculos oferece proteção

contra infecções, privando os profissionais dos riscos de contato com fluidos

contaminados, como sangue, exsudatos, secreções, substâncias químicas e

até mesmo pequenas partículas de unhas que podem atingir os olhos quando

cortadas.

Sapatos Fechados: A utilização de sapatos fechados impede acidentes com

materiais pontiagudos e perfurocortantes durante o trabalho.

Para a obtenção na qualidade do trabalho desses profissionais, é preciso suprir

alguns requisitos como o gerenciamento de qualidade de serviço e produto, tempo,

valor agregado, higienização e organização dos materiais no ambiente de trabalho, e

o uso correto dos EPI’s em cada procedimento, evitando dessa forma a transmissão

de doenças.

2.1 Doenças Transmissíveis

Doenças causadas por agentes específicos que resultam na transferência desses

agentes de forma direta ou indireta de um reservatório para um hospedeiro

suscetível (AMATO NETO; BALDY, 1991).

No presente estudo serão focadas as doenças principais que podem ser

transmitidas pelo contato com o sangue na atividade de manicuro e pedicuro com a

utilização de instrumentos perfurocortantes, como é o caso da AIDS, Hepatite B e C.

2.2 AIDS

Síndrome Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é um conjunto de sintomas e sinais

caracterizado por transtorno do sistema imunológico, adquirido por uma infecção

viral, sendo HIV o vírus causador (RUBIO, 1997).

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O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um retrovírus que ataca os linfócitos T

auxiliadores CD4, sendo estes, células de defesa que tem como principal função

ativar outros linfócitos para a proteção do corpo humano (CANINI et al., 2011).

A transmissão ocorre durante o ato sexual, por meio de inoculação do sangue e

derivados, da mãe para o filho durante a gestação, no momento do parto e durante a

amamentação (RACHID; SCHECHTER, 2003).

Em sua fase mais avançada o sistema imunológico torna-se incapaz de produzir

anticorpos em resposta aos antígenos mais comuns que nele penetram assim o

sistema imune começa a entrar em colapso, e o organismo começa a ficar

susceptível a infecções oportunistas (SOARES, 2001).

2.3 Hepatites Virais

Provocadas por diferentes agentes etiológico, com preferência pelos tecidos

hepáticos, apresentam características epidemiológicas, laboratoriais e clínicas

semelhantes, porém há algumas peculiaridades que as diferem uma das outras.

(BRASIL, 2003).

No entender de Baldy (1991) hepatite por vírus é uma doença infecciosa que afeta o

fígado, causada por agentes denominados vírus da hepatite A, B, delta, Não A-não

B. Sendo nomeada a hepatite Não A-não B por hepatite C, e a hepatite delta

classificada como D.

2.3.1 Hepatite B

VHB é o vírus DNA causador da hepatite B, seu principal veículo de transmissão é o

sangue, a contaminação pode ser no ato de transfusões através de materiais não

esterilizados, relação sexual, após o parto, instrumentos cirúrgicos, perfurocortantes

entre outros (STÉFANO, 2011).

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Alicates de unhas infectados podem ser transmissores do vírus VHB, conforme

Turcato (2011) o vírus da hepatite B é muito resistente e potencialmente infectante,

podendo permanecer nesse tipo de instrumento por mais de uma semana.

O risco da hepatite B evoluir para hepatite crônica aumenta com a idade do portador,

considerando que muitos indivíduos infectados são assintomáticos e que as

infecções sintomáticas são insuficientemente notificadas. A freqüência da hepatite B

é, certamente, ainda subestimada (FERRERA; SILVEIRA, 2004).

Existem vacinas para a prevenção da Hepatite B, já para os portadores há

tratamentos com medicamentos e acompanhamento médico, no caso de crônicos

agudos há o recurso de transplante de fígado (RAMOS, 2009).

2.3.2 Hepatite C

A hepatite C é uma doença do fígado adquirida pelo contato do sangue ou outros

fluidos corporais infectados, sendo uma doença assintomática na maioria dos casos,

pode levar de 20 a 30 anos para ser diagnosticada, depende de como reage cada

organismo (VARALDO, 2000).

As formas de contaminação pelo vírus HCV pode ocorrer através de transfusão de

sangue, relações sexuais, instrumentos mal esterilizados, ferimentos recentes, e

durante a gravidez da mãe para o filho (JENKINS, 2001).

O portador deve ser acompanhado pelo seu médico periodicamente sendo o

tratamento através de medicamentos que podem gerar alguns efeitos colaterais

como náusea e anemia (BRASIL, 2003).

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa se caracteriza por uma metodologia do tipo exploratório

descritivo com abordagem quantitativa.

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Segundo Marconi e Lakatos (2003), estudo exploratório é visto como o primeiro

passo de todo o trabalho científico. Este tipo de pesquisa tem por finalidade

proporcionar maiores informações sobre um assunto, facilitar a delimitação de uma

temática de estudo, definir os objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa

ou, ainda, descobrir um novo enfoque para o estudo que se pretende realizar. Pode-

se dizer que a pesquisa exploratória tem como objetivo principal o aprimoramento de

idéias ou a descoberta de intuições.

Segundo Richardson (1999) o método quantitativo é caracterizado pelo emprego da

quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento

delas por meio de técnicas estatísticas. Oliveira (2002, p. 115) define o método

quantitativo como:

Quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como porcentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até os de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc., normalmente utilizados em defesas de teses.

Este estudo foi realizado na cidade de Balneário Piçarras, estado de Santa Catarina,

em 28 salões de beleza devidamente registrado na vigilância sanitária, com 32

profissionais de manicuro e pedicuro, durante o horário de funcionamento do

estabelecimento, no mês de novembro de 2011. As informações referentes à

vigilância sanitária foram coletadas junto ao órgão responsável.

Obtiveram-se os resultados dos dados por meio da aplicação de questionário

(APÊNDICE III) composto de 15 perguntas fechadas de múltipla escolha, que,

segundo Andrade (1999, p. 131), “são aquelas que indicam três ou quatros opções

de respostas ou se limitam a respostas afirmativas ou negativas, e já trazem

espaços destinados à marcação da escolha [...]”.

Os dados coletados foram tabulados em planilha do Excel 2007 e apresentados por

meios de gráficos, imagem, quadro, entre outros. Será entregue aos profissionais

um folder informativo elaborado pelas acadêmicas referente às doenças que podem

ser transmitidas e quais são os EPI`s que devem ser utilizados pelo profissional

manicuro e pedicuro.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Público entrevistado

Na presente pesquisa o público alvo foram profissionais de manicuro e pedicuro que

trabalham em salões de beleza na cidade de Balneário Piçarras, observando-se que

todos os profissionais que constituíram esta pesquisa eram do sexo feminino.

Obteve-se 32 questionários respondidos em 28 salões de beleza, resultantes da

perda amostral em 7 estabelecimentos, onde os profissionais não aderiram a

pesquisa, por alguns motivos nos quais: sentiram-se intimidados ao lerem o termo

de consentimento e participação da pesquisa (ANEXO II), insegurança, por não

terem total conhecimento referente as normas de biossegurança relacionados aos

EPI’s.

Mesmo orientados que suas identidades seriam preservadas e permaneceriam em

total sigilo e que seriam esclarecidas quaisquer dúvidas relacionadas ao

questionário, os profissionais não se sentiram seguros e optaram por não participar.

O gráfico 1, apresenta o percentual referente ao tempo de trabalho dessas

profissionais na área de manicuro e pedicuro, identificando que 37% atuam entre 1 a

5 anos de trabalho; 47% acima dos 5 anos e 16% apenas alguns meses no ofício.

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Gráfico 1: Tempo de trabalho na área de manicuro e pedicuro. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

4.2 Análises referentes ao trabalho dos profissionais de manicuro e pedicuro

quanto ao uso da biossegurança relacionado aos EPI`s.

A demanda por manicuros/pedicuros está em destaque no mercado de trabalho,

segundo dados do Senac (2011) só em 2010 na região de Florianópolis 284 salões

de beleza entraram em contato disponibilizando 385 vagas, porém, ainda há a falta

de profissionais capacitados na área.

No gráfico 2, verifica-se que 58% das profissionais responderam que iniciaram a

prática de manicuro e pedicuro sozinhas, em suas próprias casas, 23% foram outras

pessoas que as ensinaram, 19% se especializaram em cursos para entrar no

mercado de trabalho. Em relação à idade destas profissionais, 31% têm entre 16 a

25 anos, 40% entre 25 a 35 anos e 29% acima dos 35 anos de idade.

Gráfico 2: Forma que iniciou na profissão de manicuro e pedicuro. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

No gráfico 3, obteve-se que suas clientes optam por utilizar os materiais de trabalho

oferecidos pelo profissional ao usarem os seus individuais. Confirmando este

resultado, 52% dos profissionais responderam que suas clientes nunca levam o

próprio material para realização dos procedimentos; 48% responderam que alguns

clientes sempre levam os seus materiais e em nenhum estabelecimento houve a

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resposta no qual todas as clientes preferem seus próprios materiais, resultando em

0% na pesquisa referente a essa questão.

Gráfico 3: Clientes costumam levar seus próprios materiais. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

O gráfico 4 aborda a questão do conhecimento dessas profissionais quanto ao

EPI`S, 52% não souberam o que especificamente significa equipamentos de

proteção individual para manicuros e pedicuros, onde algumas chegaram a

mencionar as estufas e esterilização; 48% afirmaram ter conhecimento referente a

esses equipamentos.

Gráfico 4: Você sabe o que são EPI`s.

Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

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O gráfico 5 representa o resultado obtido pela questão 6 do questionário, conforme

faz-se o uso dos EPI’s no dia-a-dia de trabalho, os 32 entrevistados responderam

esta questão de múltipla escolha entre 6 opções. As luvas foram destacadas por 11

manicuros totalizando 27%; avental/jaleco por 17 (41%); máscaras apenas 2

assinalaram (5%); o uso de sapatos fechados durante os procedimentos apenas 1

assinalou (3%); o gorro e os óculos de proteção não obtiveram nenhuma indicação

(0%). 10 profissionais (24%) não responderam esta questão por não utilizarem os

EPI’s citados. Para Ramos (2009) o uso de barreiras protetoras como luvas,

aventais, máscara, gorros e óculos irão reduzir as chances de exposição da pele e

das mucosas a materiais infectados.

Gráfico 5: Faz o uso de algum item. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

Quanto ao uso de luvas descartáveis nos procedimentos, o gráfico 6 demonstra que

63% responderam que não conseguem manusear os instrumentos utilizado-as; 12%

responderam que não gostam de utilizar porquê se rompem com facilidade, havendo

necessidade de troca durante o procedimento; 25% afirmam que não há

interferência no manuseio sendo apenas questão de conscientização e hábito de

uso.

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Gráfico 6: Quanto ao uso de luvas descartáveis, há alguma interferência.

Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

Observa-se no gráfico 7, 25% apontam a conscientização dos clientes em relação

aos riscos inerentes ao procedimento de manicuro e pedicuro; 9% relataram que

suas clientes não questionam quanto ao uso; 4% afirmaram serem questionadas

sobre o porquê do uso; 62% optaram em deixar em branco, não assinalaram

nenhum item dessa questão, porque não fazem o uso dos EPI`s.

Gráfico 7: Utilização dos EPI`s corretamente, qual a reação de seus clientes. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

De acordo com o gráfico 8, há a conscientização dos profissionais quanto a

transmissão de doenças através dos materiais de trabalho, 76% responderam que

sim, sabem que pode haver transmissão no âmbito do trabalho; porém 24%

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responderam não estarem conscientes dos riscos que geram aos seus clientes e a si

mesmos.

Independente da quantidade de sangue ou soro pode haver contaminação no caso

de inoculação percutânea, contato com a superfície ocular ou outras mucosas e

ainda por uma exposição inadvertida através de cortes e arranhões preexistentes na

pele ou na mucosa (YOSHIDA, 1996).

Gráfico 8: Transmissão de doenças através dos materiais de trabalho.

Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

Em relação a doenças como Hepatites, 62,5% destes profissionais sabem o que é a

doenças e quais os tipos são transmissíveis no ambiente de trabalho, já 37,5%

afirmam saber o que é a doença, porém há duvidas em relação aos tipos que são

transmissíveis no ato do trabalho.

O gráfico 9 demonstra que as doenças como HIV, hepatites do tipo B e C podem ser

transmitidas pela falta do uso dos EPI’s. Em relação a conscientização dos riscos

oferecidos aos profissionais e clientes, 74% responderam ter consciência; 26%

afirmaram nunca terem sido informadas, houve indagação referente aos tipos de

hepatites transmissíveis e quanto ao risco de contaminação por vírus HIV.

Conforme Rubio (1999) o fato de que muitas pessoas continuem tendo

comportamentos de risco e de que o número de casos de AIDS e hepatites virais

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continue aumentando em todo o mundo, demonstra que a informação de que dispõe

a sociedade é insuficiente.

Gráfico 9: Doenças como HIV,hepatite B e C, transmissiveis pela falta do uso dos EPI’s. Fonte: Pesquisa de campo (Elaborado pelas acadêmicas, 2011).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente é imprescindível a conscientização dos profissionais quanto os riscos em

trabalho, riscos esses que podem acarretar em doenças por transmissões virais

como HIV, Hepatites do tipo B e C. Por isso a importância do uso de EPI`s cujo

principal objetivo é a preservação da saúde dos indivíduos e do meio ambiente.

Apesar dos resultados terem sido positivos, a realidade dos manicuros e pedicuros

não condiz com suas respostas no questionário. Observa-se que durante a

aplicação muitas confundiram a parte de esterilização com os EPI`s, havia dúvidas

sobre os tipos de hepatites, e algumas chegaram a questionar sobre o tempo que os

vírus permaneciam nos instrumentos de trabalho, confirmando a falta de

conhecimento dos mesmos.

A análise resulta que a maioria dos manicuros e pedicuros exercem suas funções a

mais de 5 anos, e que estas iniciaram a prática em suas próprias casas, o que

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contribui em deficiência de informações básicas sobre as doenças e riscos de

contaminação no ambiente de trabalho.

No Brasil não existe lei regulamentadora para os profissionais de manicuro e

pedicuro, sendo assim, não há exigências e cobranças referentes às normas de

biossegurança, ao uso dos EPI`s e a capacitação técnica dos mesmos.

Ao finalizar esta pesquisa percebe-se que ainda há carência de informações

referente aos riscos e a forma de prevenção. Acredita-se que o folder elaborado

auxilie nas duvidas em relação aos EPI`s – equipamento de proteção individual e as

doenças transmissíveis por contato de sangue.

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REFERÊNCIAS

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MICHAELIS. Moderno dicionário da lingual portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998. NOGUEIRA, Roberto Passos. Gestão da qualidade e biossegurança.. In:TEIXEIRA, Pedro; VALLE, Silvio (Orgs.). Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. cap. 4, p. 65-74. OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI,TCC, monografias, dissertações e teses. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. QUALIDADE.ENG.BR. Qualidade, meio ambiente e normas. Disponível em: <http://www.qualidade.eng.br/>. Acesso em: 22 set. 2011. RACHID, Marcia; SCHECHTER, Mauro. Manual de HIV/AIDS. 7. Ed. São Paulo: Evinter, 2003. RAMOS, J. M.P. Biossegurança em estabelecimentos de beleza e afins. São Paulo: Ed. Atheneu, 2009. RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. RUBIO, Alfonso Delgado. 96 Respostas sobre AIDS. São Paulo: Ed. Scipione, 1997. SENAC. Faltam manicures e pedicures no mercado de trabalho. Disponível em: <http://portal.sc.senac.br/senac/WebForms/interna.aspx?campo=292&secao_id=20>. Acesso em: 04 nov. 2011. SCHMIDLIM, K.C.S. Biossegurança na Estética: equipamentos de proteção individual – EPI`s. Revista Personalité, São Paulo, Ano VIII, n.44, p.80. dez. 2005/jan.2006. SOARES, Marcelo. A AIDS. São Paulo: Publifolha, 2001. STEFANO, Jorge Gonçalves. Hepatite B: introdução e epidemiologia hepatologia medica. Disponível em: <http://hepcentro.com.br/hepatite_b.htm>. Acesso em: 14 out. 2011. TEIXEIRA, P.; VALLE, S. (Orgs.) Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ, 1996. TURCATO, Gilberto. Hepatite B. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/hepatite-b-3/>. Acesso em: 14 out. 2011. VARALDO, Carlos. Convivendo com a hepatite C: experiências e informações de um portador do vírus. Rio de Janeiro: Ed Autor. 2000.

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YOSHIDA, Clara F.T. Hepatite B como doença ocupacional.. In:TEIXEIRA, Pedro; VALLE, Silvio (Orgs.). Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. cap. 14, p. 257-272.

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APÊNDICE 1

TERMO DE ANUÊNCIA DE INSTITUIÇÃO PARA COLETA DE DADOS DE

PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS

Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas

complementares, e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento do

projeto de pesquisa intitulada , autorizo as pesquisadoras Prof. Vânia R. Novotny e

acadêmicas Bárbara Eufrásio e Cássia dos Santos, a execução deste estudo.O USO

DOS EPI’s POR PROFISSIONAIS DE MANICURO E PEDICURO.

Nome da instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – LABORATÓRIO DE

COSMETOLOGIA E ESTÉTICA

Nome completo do responsável legal: MARIA ENÓI DOS SANTOS MIRANDA

Cargo: COORDENADORA DO CURSO DE COSMETOLOGIA E ESTÉTICA

Assinatura:

Data:

APÊNDICE 2

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após esclarecido (a) sobre informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado (a) de forma alguma. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto A resistência das profissionais de manicuro e pedicuro quanto ao uso dos EPI`s Pesquisadoras responsáveis: Vânia R Novotny, Bárbara Eufrásio, Cássia dos Santos. Contato: [email protected] (047) 9234-0678; [email protected] (48) 8423-2434; [email protected] (47) 9677-0873. Esta pesquisa tem por objetivo identificar os aspectos referentes à resistência ao uso de EPI’s pelos profissionais de manicuro e pedicuro.

Após o término do estudo e análise dos dados, os resultados obtidos serão divulgados aos participantes e à instituição que mediou à pesquisa.

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Todos os dados obtidos através da pesquisa estarão sob sigilo, sendo que o participante tem o direito de retirar o consentimento a qualquer hora durante a pesquisa, não influenciando na competição além de não ter nenhum bônus pela participação na pesquisa. Os dados coletados na pesquisa serão analisados e os resultados serão apresentados por meio de gráficos do Excel, demonstrando a percepção dos participantes em relação ao tema abordado e utilizados como base para a realização do trabalho de conclusão de curso das acadêmicas,Bárbara Eufrásio, Cássia dos Santos, 5º período de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí, sob orientação da professora Vânia Regina Novotny. Todas e quaisquer informações utilizadas neste trabalho não geraram custos para a instituição de ensino, nem para as acadêmicas e nem para o entrevistado. CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO Eu,_______________________________________________, RG_________________, CPF________________ abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção na competição. Local e data:_____________________________________________________ Nome:__________________________________________________________ Assinatura:______________________________________________________ Telefone para contato______________________________________________

APÊNDICE B - TERMO DE ANUÊNCIA DE INSTITUIÇÃO PARA COLETA DE

DADOS DE PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS

Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento do projeto de pesquisa intitulada em A resistência dos profissionais de manicuro e pedicuro quanto ao uso dos EPI`s autorizo as pesquisadoras Prof. Vânia R novotny e acadêmicas Bárbara Eufrásio e Cássia dos Santos a execução deste estudo.

Nome da instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – LABORATÓRIO DE

COSMETOLOGIA E ESTÉTICA

Nome completo do responsável legal: MARIA ENÓI DOS SANTOS MIRANDA

Cargo: COORDENADORA DO CURSO DE COSMETOLOGIA E ESTÉTICA

Assinatura:

Data:

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APÊNDICE 3 Questionário

1. Qual sua idade:

( ) 16 a 25 anos ( )25 a 35anos ( ) Mais de 35 anos

2. Há quanto tempo trabalha de manicuro/pedicuro?

( ) Há alguns meses ( ) 1 até 5 anos ( ) Acima de 5 anos

3. Qual a forma que você iniciou como profissional de manicuro/pedicuro?

( ) Sozinha, aprendi fazendo em casa

( ) Uma outra pessoa me ensinou e fui aperfeiçoando minhas técnicas

( ) Através de curso especializado da área

4. Suas clientes costumam trazer os seus próprios materiais como alicates,

cortadores, lixas e espátulas?

( ) Sim ( ) Algumas

( ) Nunca, sempre utilizam os meus

5. Você sabe o que é EPI`s?

( ) Sim ( ) Não

6. Você faz o uso de algum item abaixo:

( ) Luvas ( ) Avental/Jaleco ( ) Máscara

( ) Óculos ( ) Gorro ( ) Sapatos Fechados

7. Quanto o uso de luvas descartáveis, há alguma interferência no manuseio de

algum objeto na hora do procedimento?

( ) Sim, são frágeis e rasgam com facilidade

( ) Não consigo trabalhar utilizando

( ) Não há interferência

8. Se você faz o uso de luvas, quantos pares utilizam por dia?

( ) Troco apenas quando rasgam

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( ) Troco um no final do expediente da manhã, e um no expediente da tarde

( ) 1 par de luvas novas, a cada cliente

9. Você acha necessário estar utilizando óculos de proteção quando esta realizando

o procedimento?

( ) Sim ( ) Nunca vi usar ( ) Não acho necessário

10. Quanto aos calçados fechados, há incômodo nos dias quentes em utilizar?

( ) Sim, não costumo utilizar nesses dias

( ) Não

11. Se você utiliza no ambiente de trabalho os EPI`s corretamente, qual a reação

dos clientes?

( ) Ficam desconfiadas, porém, não perguntam nada

( ) Questionam o que está acontecendo no local e perguntam o porque do uso

( ) Não questionam, as pessoas estão conscientes dos riscos que pode haver no

ambiente de trabalho

12. Você considera o uso de EPI’s um diferencial no ambiente de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

13. Você sabe que pode haver transmissão de doenças através dos materiais de

trabalho?

( ) Sim ( ) Não

14. Você sabe o que é Hepatite, e quais tipos são transmissíveis no trabalho de

manicuro/pedicuro?

( ) Sim ( )Não

15. Doenças como HIV, hepatites B e C são transmissiveis pela falta do uso dos

EPI`s, você tem consciência dos riscos que pode estar oferecendo tanto a você

quanto seus clientes?

( ) Sim, tenho consciência

( )Não, nunca fui informada que poderia oferecer estes riscos a mim e meus clientes

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APÊNDICE 4

Todos que exercem funções em um estabelecimento de beleza, devem evitar

contato direto com matéria orgânica, para isso é imprescindível o uso de barreiras

protetoras que irão reduzir as chances de exposição com a pele e das mucosas, á

materiais infectados. Essas barreiras são os EPI’s – Equipamento de Proteção

Individual.

EPI: É todo dispositivo de produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,

destinado a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e saúde no

trabalho.

Assim, para o trabalho de manicuro e pedicuro recomenda-se a utilização dos

seguintes EPI’s pelos profissionais:

É indicado sempre que houver contato com mucosas, secreções, sangue durante

manipulação de substâncias químicas e de artigos contaminados, servindo também

para proteção das mãos contra qualquer tipo de sujidades.

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Os jalecos e aventais têm por função prevenir contra a exposição da pele e das

roupas do profissional a fluídos como secreções orgânicas, exsudatos, sangue, além

de prevenir também contra a contaminação por produtos químicos.

Responsável pela proteção das mucosas da boca e do nariz contra a ingestão ou

inalação de partículas e aerossóis contendo micro-organismos, especialmente

durante o espirro, a tosse e até mesmo a fala. Porém não são eficazes para a

filtração de vapores, gases e substâncias químicas.

O gorro evita a queda dos cabelos na área do procedimento além de oferecer

barreira mecânica para as possibilidades de contaminações, sendo que os cabelos

podem ser vias de contaminação, podendo conter diversos micro-organismos.

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É importante, pois a mucosa ocular apresenta menor barreira de proteção que a

pele, sendo assim, o óculos é fonte de proteção contra transmissão de infecções,

havendo proteção para os profissionais, diante dos riscos de fluidos contaminado

como sangue, exsudatos, secreção, substâncias químicas e até mesmo pequenas

partículas de unhas que podem atingir os olhos no ato do profissional estar

cortando-as.

A utilização de sapatos fechados impede que aos materiais pontiagudos e

perfurocortantes atinjam os pés do profissional no mau manuseio na hora do

trabalho.

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As principais doenças que podem ser transmitidas pelo contato com o sangue na

atividade de manicuro e pedicuro com a utilização de instrumentos perfurocortantes,

são: AIDS, Hepatite B e C.

Síndrome Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é um conjunto de sintomas e sinais

caracterizado por transtorno do sistema imunológico, adquirido por uma infecção

viral, sendo HIV o vírus causador. A probabilidade de contágio ocupacional é pouca,

porém vale ressaltar que o vírus HIV sobrevive por até 15 minutos em um

instrumento que tenha tido contato com sangue contaminado.

VHB é o vírus DNA causador da hepatite B, seu principal veículo de transmissão é o

sangue, a contaminação pode ser no ato de transfusões através de materiais não

esterilizados, perfurocortantes contaminados e outros. O vírus pode ficar até duas

semanas em um material infectado seco e a maioria dos desinfetantes não possuem

ação sobre ele; Por isso devem-se utilizar métodos adequados de esterilização para

eliminá-los.

A hepatite C é uma doença do fígado adquirida pelo contato do sangue ou outros

fluidos corporais infectados. As formas de contaminação podem ser através de

transfusão de sangue, instrumentos contaminados e/ou mal esterilizados, ferimentos

recentes sem curativos e outros.