o treinamento funcional como proposta de …unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/51865.pdf ·...
TRANSCRIPT
UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Educação Física
Emiliza Rodrigues de Sá Molina
João Rufino da Silva Junior
Luis Henrique Manganotti
O TREINAMENTO FUNCIONAL COMO PROPOSTA
DE INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO MOTOR DE
CRIANÇAS PRATICANTES DE NATAÇÃO
LINS-SP
2010
EMILIZA RODRIGUES DE SÁ MOLINA
JOÃO RUFINO DA SILVA JUNIOR
LUIS HENRIQUE MANGANOTTI
O TREINAMENTO FUNCIONAL COMO PROPOSTA DE INFLUÊNCIA NO
DESEMPENHO MOTOR DE CRIANÇAS PRATICANTES DE NATAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física sob a orientação da Profa Giseli de Barros Silva e orientação técnica da Profa Esp. Ana Beatriz Lima.
LINS-SP
2010
EMILIZA RODRGUES DE SÁ MOLINA
JOÃO RUFINO DA SILVA
LUIS HENRIQE MANGANOTTI
O TREINAMENTO FUNCIONAL COMO PROPOSTA DE INFLUÊNCIA NO
DESEMPENHO MOTOR DE CRIANÇAS PRATICANTES DE NATAÇÃO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharelado em Educação física
Aprovada em: ___/___/2010
Banca examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Giseli de Barros Silva
Titulação: Especialista em Fisiologia do Exercício
Assinatura:__________________________
1o Prof(a) _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: __________________________
2o Prof(a) _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: __________________________
Dedico este trabalho:
À minha família por sempre me orientar e por acreditar na minha capacidade de crescer dentro de minha escolha acadêmica.
Luis Henrique À minha Tia Solange e meu Tio Benê, por me apoiarem em todos os momentos difíceis que passei nessa pequena fase da minha vida! Obrigado por vocês existirem!!
Luis Henrique
Aos meus amigos: Milóka, agradeço por poder fazer parte desse trabalho junto com você. Sei que as dificuldades foram muitas durante esses 4 anos, mas agradeço por ter estado ao seu lado em todas elas! Obrigado... Pela amizade de todos os dias. E pelos momentos que me deixou chorar e sorrir com você! Desejo a você todo sucesso do mundo e a felicidade que você merece! Continue contando comigo para o que precisar, para todo o sempre!
Luis Henrique Rufino, também parceiro de monografia e de muitas horas. Obrigado pela sua amizade. Amigo que pretendo levar comigo para sempre! Acredite naquilo que você escolher, meu amigo, e seja o melhor!
Luis Henrique À sala toda do 4º ano de Educação física bacharelado 2010, momentos que serão guardados no coração de cada um!
Luis Henrique
Às pessoas que confiaram em mim e que me deram as primeiras oportunidades: Lauro, Gi, Jefinho, Cláudia! Muito Obrigado a todos vocês!
Luis Henrique
Ao meu PAI, que deve estar me olhando de algum lugar! Orgulhoso, sabendo o quanto foi difícil chegar aqui! MÃE, obrigado pela devoção durante todos esses anos!
Luis Henrique
Aos meus pais, que sempre me apoiaram ao longo dessa jornada, além de terem sido os principais responsáveis por me influenciar, indiretamente, a escolher a Educação Física que, por sinal, foi uma ótima escolha!!
Obrigado por tudo...Amo vocês!! Emiliza
A minha irmã, que apesar de tudo, é MUITO especial em minha vida... Te amo Polaitiana!!
Emiliza
Aos meus quatro avós, que são simplesmente essenciais em minha vida.. Amo vocês!!
Emiliza
Ao meu namorado Fernando, que apesar de distante, esteve ao meu lado durante esses quatro anos. Nos momentos bons e nos ruins, sempre me apoiando e me ajudando...
TE AMO MUITO MEU AMOR!! Emiliza
Ao Luis Henrique, que é um grande amigo, praticamente um irmão...Obrigado por você estar ao meu lado sempre...
Te adoro!! Emiliza
Ao Rufino, que desde o início foi muito companheiro e muito amigo... Eu o considero muito Rufiste....
Te adoro!! Emiliza
E a todos os professores que participaram da minha vida acadêmica, em especial a Gi que ajudou a desenvolver esse trabalho!!
OBRIGADA A TODOS!!!! Emiliza
À meus Pais: Sem essas duas pessoas na minha vida, eu não conseguiria realizar nem metade de alguns objetivos que conquistei, pois sei que posso contar com eles em qualquer situação. Devo a vocês minha vida, obrigado por SEMPRE estarem perto de mim, me trazendo segurança, tranquilidade e muito amor. Agradeço a Deus por ter me dado Pais tão atenciosos! Amo para sempre vocês. Obrigado.
João Rufino Às minhas irmãs: Um dos sentimentos mais maravilhosos que existe é o da amizade em casa tenho duas amigas que jamais trocarei por qualquer outra coisa. Uma amizade diferente, forte, verdadeira, que deseja sempre o melhor, e sei que em qualquer momento de minha vida, seja ele bom ou ruim, vou poder contar com o amor e a amizade de minhas IRMÃS. Amo muito vocês!
João Rufino À minha namorada Manu: Não apenas minha namorada, mas uma amiga para qualquer parada, seja para uma boa conversa, ou um desabafo, sobre algum assunto de minha vida, ou sobre minha vida profissional, sempre ela está lá a todo ouvido para mim. É totalmente especial na minha vida, e como ajudou pra que eu crescesse socialmente e, principalmente, profissionalmente! Obrigado. Te amo para todo o sempre!
João Rufino Aos meus amigos: Cito aqui grandes pessoas que passaram na minha vida durante esses quatro anos de faculdade, de trabalho, de dedicação a essa profissão que tanto amo, agradeço aos professores: Carlos Amadeu, Guilherme Giorgi e Afonso Cracco, por ter me proporcionado tantos bons momentos e tantas experiências vividas. Como vocês vão fazer falta em minha vida! Parceiros de trabalho, AMO VOCÊS!
João Rufino À Emiliza e ao Luis Henrique: Não só meus parceiros de monografia, também grandes amigos de faculdade, que levarei no meu coração pro resto de minha vida. Passamos juntos por momentos de alegria, de tristeza, de irritação pela monografia que parecia atrasada, mas enfim, se eu pudesse escolher grandes amigos que tive durante minha faculdade, aqueles amigos do coração, com certeza vocês dois seriam escolhidos, AMO VOCÊS! E boa sorte, Professores!
João Rufino Ao Futsal Feminino Colégio Salesiano de Lins: Se hoje sou um profissional que é apaixonado pelo que faz, isso é graças a essa equipe, a todas as meninas que passaram por lá e trouxeram a mim experiência, conquistas, amizades, tantas coisas boas. Espero, sinceramente, que todo esse projeto que começamos em 2007 não se acabe. A todas as meninas, a toda comissão técnica, a todos aqueles que nos ajudaram nesses 4 anos de Futsal, muito OBRIGADO!
João Rufino
AGRADECIMENTOS
A Deus:
Aquele que olha por nós e nos abençoa em todos os momentos de nossas vida, e nos mostra
sempre o caminho correto a seguir. Obrigado, Senhor, por sempre estar ao nosso lado, proporcionando
grandes momentos de alegrias e realizações como essa.
Emiliza, João Rufino e Luis Henrique
À Professora Giseli:
Além de professora e orientadora, uma grande amiga, no qual esteve presente sempre,
disposta a nos orientar da melhor forma. Agradecemos por todas as informações e aprendizado e,
claro, por sua paciência. Nunca nos esqueceremos dessa grande amizade que criamos ao longo desses
quatro anos.
Emiliza, João Rufino e Luis Henrique
Aos Professores da faculdade:
Todos que passaram em nossas vidas ao longo desses quatro anos. Nosso humilde
agradecimento, por tanto conhecimento, aprendizado, vínculos de amizades e momentos inesquecíveis.
Devemos a vocês nosso futuro em nossa profissão. Muito obrigado.
Emiliza, João Rufino e Luis Henrique
Aos Amigos de classe
Passarão dias, semanas, anos e décadas, podem ter certeza que nunca nos esqueceremos de
vocês. Nossos grandes amigos que lutaram, batalharam e se esforçaram juntamente conosco. Nosso
muito obrigado por terem se tornado amigos fiéis e nos ajudado nessa grande conquista.
Emiliza, João Rufino e Luis Henrique
Às Crianças
Graças a elas, foi possível realizar esta pesquisa. Foram 2 meses de dedicação e, por isso,
agradecemos a cada uma delas..
O NOSSO MUITO OBRIGADO!!
Emiliza, João Rufino e Luis Henrique
RESUMO
Nos últimos anos, o treinamento funcional vem sendo uma opção muito utilizada na melhora da performance dos atletas, além de beneficiá-los nas capacidades utilizadas no cotidiano. Diante disso, o presente estudo tem por objetivo analisar a influência do treinamento funcional na composição corporal e nas capacidades motoras aplicado em praticantes de natação. Para a pesquisa foram selecionados (11) onze sujeitos com idade 11,54 ± 1,57, de ambos os gêneros, os quais foram divididos em (2) dois grupos, sendo (6) seis do grupo feminino e (5) cinco do grupo masculino. Sendo assim, foram avaliadas e comparadas as variáveis de peso, estatura, índice de massa corporal (IMC) e percentual de gordura. Além disso foi avaliado também o desempenho motor como flexibilidade (FLEX), abdominal (ABD), teste na barra fixa modificada (BF) e um teste para medir o tempo utilizado em uma piscina de 20 metros (TP), na situação pré e pós treinamento. O treinamento funcional teve duração de (2) dois meses, (2) duas vezes na semana com duração de quarenta (40) minutos cada sessão e, ambos os grupos praticaram natação (2) duas vezes na semana durante esse período. Para análise dos dados, foi utilizada a média e o desvio padrão e, para a comparação dos dados foi ultilizada a análise de variância (ANOVA two-wey) seguido do teste post hoc de tuckey, com nível significante p ≤ 0,05. Após a análise, foram obtidos os seguintes resultados para o grupo feminino na situação pré e pós, respectivamente: peso (45,6 ± 9,98; 45,6 ± 9,76), estatura (150,8 ± 7,70; 151,8 ±7,38), IMC (19,95 ± 3,26; 19,7 ± 2,94), % GORD (23,42 ± 5,22; 21,5 ± 5,05), flexibilidade (29,6 ± 6,37; 30,5 ± 7,47), força abdominal (33 ± 7,12; 41,1 ± 9,49), barra fixa (3,6 ± 3,38; 6,3 ± 2,06) e tempo de piscina (20,1 ± 1,80; 18,58 ± 1,06). Para o grupo masculino foram obtidos os seguintes resultados na situação pré e pós, respectivamente: peso (51,9 ± 5,28; 52,2 ± 4,51), estatura (156,6 ± 9,01; 157,4 ±8,96), IMC (21,1 ± 2,18; 21,1 ± 1,93), % GORD (27,5 ± 11,11; 27,4 ± 12), flexibilidade (28,4 ± 6,58; 30 ± 5,24), força abdominal (18,8 ± 10,87; 28,8 ± 13,3), barra fixa (4,8 ± 5,84; 5,66 ± 6,94) e tempo de piscina (20,7 ± 3,46; 19 ± 3,98). Em relação às características dos sujeitos, houve uma diferença estatisticamente significante no %GORD para o grupo feminino após o treinamento. Já em relação ao desempenho motor, é importante observar uma melhora significativa em todas as variáveis, embora seja possível perceber que houve diferença estatisticamente significante nas variáveis de força abdominal, barra e no tempo de piscina, após o treinamento funcional. O grupo masculino também mostrou diferença estatisticamente significante na flexibilidade e barra, comprovando a eficácia do treinamento funcional na melhora do desempenho motor.
Palavras-chave: Treinamento funcional. Desempenho motor. Natação.
ABSTRACT
In recent years functional training has been a training option widely used in improving the performance of athletes, as well as benefit them in the skills used in everyday life. Thus, the present study aims to examine the influence of functional training on body composition and motor skills applied in the swimmers. For this research we selected 11 subjects aged 11.54 ± 1.57, for both genders were divided into two (2) groups, (6) six females and five (5) of the male group. Thus, we evaluated and compared the variables of weight, height, BMI and% fat and motor performance and flexibility (FLEX), abdominal (ABD), test the modified push-ups (BF) and a test to measure the time spent in a 20 meter pool (TP) in the pre and post training. Functional training lasted two (2) months, (2) twice a week lasting 40 minutes each session, and both groups practiced swimming (2) twice a week during this period. For data analysis we used mean and standard deviation, and comparing the data was ultilizando the analysis of variance (ANOVA two-wey) followed by Tukey's post hoc test with significant level p ≤ 0.05. After this analysis, we obtained the following results for the female group in the pre and post respectively, weight (45.6 ± 9.98, 45.6 ± 9.76), height (150.8 ± 7.70, 151 , 8 ± 7.38), BMI (19.95 ± 3.26, 19.7 ± 2.94),% FAT (23.42 ± 5.22, 21.5 ± 5.05), flexibility (29 , 6 ± 6.37, 30.5 ± 7.47), abdominal strength (33 ± 7.12, 41.1 ± 9.49), flat bar (3.6 ± 3.38 and 6.3 ± 2 , 06), length of pool (20.1 ± 1.80, 18.58 ± 1.06). For the male group the following results were obtained in the pre and post respectively, weight (51.9 ± 5.28, 52.2 ± 4.51), height (156.6 ± 9.01, 157.4 ± 8,96), BMI (21.1 ± 2.18, 21.1 ± 1.93),% FAT (27.5 ± 11.11, 27.4 ± 12), flexibility (28.4 ± 6.58 , 30 ± 5.24), abdominal strength (18.8 ± 10.87, 28.8 ± 13.3), flat bar (4.8 ± 5.84, 5.66 ± 6.94), time of pool (20.7 ± 3.46; 19 ± 3.98). With this analysis compared the characteristics of the subjects there was a statistically significant difference in% FAT in the female group after training. In relation to motor performance, it is important to note a significant improvement in all variables. Although it is possible to see that there was a statistically significant difference after training on abdominal strength variables, bar and pool time. The male group also showed statistically significant differences in flexibility and bar, proving the effectiveness of functional training in improving motor performance. Key words: functional coaching, motor performance, swimming.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Corda ........................................................................................ 25
Figura 2 Elástico ..................................................................................... 26
Figura 3 Prancha de Instabilidade .......................................................... 26
Figura 4 Bolsa Bosu................................................................................ 27
Figura 5 Bola de 65cm, 45cm e mini bola de basquete .......................... 27
Figura 6 Halteres .................................................................................... 28
Figura 7 Cama Elástica........................................................................... 28
Figura 8 Caneleiras................................................................................. 29
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Fórmulas da Composição Corporal para crianças (GUEDES E
GUEDES, 2003) .......................................................................................... 31
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Comparação das características dos sujeitos no pré e pós
treinamento, grupo feminino (GF) e grupo masculino (GM)...................... 34
Tabela 2 Comparação das capacidades físicas dos sujeitos no pré
e no pós treinamento, grupo feminino (GF) e grupo masculino (GM) ....... 35
LISTA DE SIGLAS
% G: Percentual de Gordura
GF: Grupo Feminino
GM: Grupo Masculino
IMC: Índice de Massa Corporal
SNC: Sistema Nervoso Central
SNP: Sistema Nervoso Periférico
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 14
1 CONCEITOS PRELIMINARES................................................. 15
1.1 Treinamento Funcional ............................................................. 16
1.1.1 Controle neuromuscular e sistema sensório, propriocepção e
sistema sensório-motor no treinamento funcional..................... 17
1.1.2 Características do treinamento funcional.................................. 18
1.1.3 Treinamento funcional par crianças.......................................... 18
1.2 Natação .................................................................................... 20
1.2.1 Nado Craw................................................................................ 20
1.2.2 Natação e Treinamento Funcional............................................ 21
1.2.3 A importância do treinamento funcional na natação ................. 21
1.3 Desempenho Motor .................................................................. 22
1.3.1 Força......................................................................................... 22
1.3.2 Flexibilidade.............................................................................. 22
1.3.3 Equilíbrio................................................................................... 23
1.3.4 Velocidade de Potência ............................................................ 24
2 CASUÍSTICAS E MÉTODOS ................................................... 24
2.1 Condições Ambientais .............................................................. 24
2.2 Sujeitos ..................................................................................... 24 2.3 Materiais ................................................................................... 25
2.3.1 Materiais de Avaliação.............................................................. 25
2.3.2 Materiais de Treinamento ......................................................... 25
2.4 Testes ....................................................................................... 29
2.4.1 Protocolos................................................................................. 29
2.4.1.1 Protocolo I (antropometria) ....................................................... 29
2.4.1.2 Protocolo II (composição corporal) ........................................... 30
2.4.1.3 Protocolo III (Bateria de testes de desempenho motor)............ 31
2.4.1.4.1 Força (puxada em suspensão na barra “modificado”................ 32
2.4.1.4.2 Velocidade “Modificada” ........................................................... 32
2.4.1.4.3 Abdominal................................................................................. 32
2.4.1.4.4 Flexibilidade (sentar e alcançar) ............................................... 33
2.5 Procedimentos .......................................................................... 33
2.5.1 Procedimentos da Avaliação .................................................... 33
2.5.2 Procedimentos do treinamento ................................................. 33
2.6 Análise Estatística..................................................................... 34
2.7 RESULTADOS ......................................................................... 34 2.8 DISCUSSÃO............................................................................. 36
2.9 CONCLUSÃO........................................................................... 42 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 43 APÊNDICES ............................................................................................. 48
ANEXOS .................................................................................................. 54
14
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o treinamento funcional vem sendo uma opção muito
utilizada na melhora da performance dos atletas, além de beneficiá-los nas
capacidades utilizadas no cotidiano.
Segundo Michaelis (apud EVANGELISTA; MONTEIRO, 2010, p. 14)
treinamento funcional refere-se a um conjunto de exercícios praticados como
preparo físico ou com o fim de apurar habilidades, podendo apresentar
propósitos específicos, geralmente reproduzindo ações motoras que serão
utilizadas no cotidiano.
A essência do treinamento funcional está baseada na melhora dos
aspectos neurológicos que afetam a capacidade funcional do corpo humano,
através de exercícios que desafiam os diversos componentes do sistema
nervoso, e por isso estimulam sua adaptação. Isso resulta numa melhoria das
principais qualidades físicas utilizadas tanto do dia-a-dia como nos gestos
esportivos (CAMPOS; CORAUCCI NETO, 2004, p. 1).
Segundo Evangelista e Monteiro (2010), um argumento a favor do
treinamento funcional é o fato de que há uma melhora no desempenho obtido
nas tarefas funcionais e até nas esportivas.
Sendo assim é muito raro que um programa de exercícios tenha como
objetivo principal o desenvolvimento aos outros componentes da aptidão física,
que estão relacionados ao desempenho motor como o equilíbrio, coordenação,
agilidade, velocidade e potência (GALLAHUE; OZMUN apud EVANGELISTA;
MONTEIRO, 2010, p. 14).
Baseado em Haywood (apud COUTO; SILVA, 1999, p. 23), “o
desenvolvimento motor é um processo seqüencial e continuado onde o
indivíduo progride de um movimento simples até conseguir habilidades motoras
complexas e organizadas acompanhando o envelhecimento”.
De acordo com Silva (2006), o processo de desenvolvimento motor é de
competência do profissional de educação física e esporte, assim como o
processo de alfabetização que se deve dar formalmente na escola e abranger
todas as crianças. Uma criança que durante sua fase motora fundamental
15
teve oportunidade, instrução e encorajamento para se aproximar e vivenciar uma gama diferenciada de habilidades fundamentais tende a manifestar estágios maduros e a possuir, em seu acervo motor, um amplo repertório de movimentos (SILVA, 2006, p. 175).
Segundo Sumulong (2004), quando se considera um exercício para um
esporte específico é importante assegurar-se de que o exercício possa ser
transferido à atividade desejada, ou seja, o exercício deve ser planejado com a
consciência de que poderá ser transferido de forma positiva no rendimento do
esporte, no caso, da natação.
Essa pesquisa se propõe a uma investigação na área fisiológica,
limitando-se a investigar a influência do treinamento funcional na resposta do
desempenho motor em crianças praticantes de natação.
O treinamento foi realizado na academia Polemi Aqua Sport, situada na
cidade de Cafelândia, Estado de São Paulo.
O objetivo geral do estudo é demonstrar a influência do treinamento
funcional na resposta do desempenho motor em crianças praticantes de
natação.
A pesquisa será norteada pela seguinte pergunta problema: O
treinamento funcional pode influenciar no desempenho motor de crianças
praticantes de natação?
Tem-se como pressuposto que, o treinamento específico pode
influenciar as variáveis selecionadas nessa pesquisa, trazendo, assim,
benefícios para o dia-a-dia e para o esporte aqui escolhido.
Segundo Campos e Coraucci Neto (2004), o treinamento funcional
resistido é a mais recente maneira de se melhorar o condicionamento físico e a
saúde geral, com ênfase no aprimoramento da capacidade funcional do corpo
humano, respeitando a individualidade biológica e permitindo que o corpo
humano seja estimulado, melhorando todas as qualidades do sistema
musculoesquelético e seus sistemas independentes.
1 CONCEITOS PRELIMINARES
16
1.1 Treinamento Funcional
De acordo com Gelatti (2009), o treinamento funcional é aquele que
ajuda o corpo a realizar movimentos de forma integrada e eficiente,
fortalecendo músculos, melhorando as funções cerebrais responsáveis por
tudo que nosso corpo faz e cria. Neste tipo de treinamento os músculos não
trabalham de forma isolada, e sim em sinergismo.
Todo movimento, realizado nesse treinamento, se origina do que é
chamado de core, ou núcleo corporal, no qual consiste em recrutar os
músculos abdominais, lombares e glúteos, trabalhando assim equilíbrio e
propiocepção. (GELATTI, 2009)
Para o mesmo autor, o treinamento funcional simula os movimentos
cotidianos ou de alguma modalidade esportiva através de exercícios que
melhoram os encaixes articulares.
Para Ramalho (2009), qualidades como: força, velocidade, equilíbrio,
coordenação, flexibilidade e resistência são trabalhadas a fim de proporcionar
ganhos significativos de performance para o indivíduo em sua atividade física
específica. São usados exercícios que se relacionam com atividade física
específica do indivíduo. Ele não só treina os músculos, mas também os
movimentos multi-articulares e multi-planares com o envolvimento da
propriocepção que, nos exercícios convencionais, isso não acontece.
O treinamento funcional ou treinamento funcional resistido consiste em
reproduzir de forma mais eficiente possível os gestos motores e sistemas
energéticos específicos do esporte praticado e também da vida diária,
adaptando o organismo para a prática do esporte, isto é, um tipo de
treinamento para trabalhar o corpo de forma integrada desenvolvendo as
capacidades físicas envolvidas na atividade e componentes neurológicos,
como equilíbrio e propriocepção que são importantíssimos na vida humana de
forma geral, não só no meio esportivo. Além de ser mais dinâmico, prazeroso e
menos monótono para quem o realiza. (CALOMENI; ALMEIDA, 2008)
17
1.1.1 Controle neuromuscular, propriocepção e sistema sensório-motor no
treinamento funcional
Para um melhor entendimento de todo o processo que ocorre no
treinamento funcional é necessário, primeiramente, a distinção dos sistemas
sensório-motor e proprioceptivo, com o intuito de identificar sua função no
organismo. (CAMPOS; CORAUCCI NETO, 2004)
a) Divisão sensorial
De acordo com Campos e Coraucci Neto (2004), a divisão sensorial, ou
aferente, é responsável por carregar as informações da periferia em direção ao
sistema nervoso central (SNC). Os neurônios sensoriais carregam impulsos
para as áreas apropriadas do SNC, onde a informação é processada e
integrada com outras que chegam.
b) Divisão motora
O SNC transmite informações para várias partes do corpo através da
divisão motora, ou eferente, do Sistema Nervoso Periférico (SNP). Uma vez
que o SNC processa a informação, que é recebida da divisão sensorial, ele
decide como o corpo deverá responder a esse estímulo. (CAMPOS;
CORAUCCI NETO, 2004) Para o mesmo autor, para que o corpo possa responder aos estímulos
sensoriais, as divisões sensoriais e motoras do sistema nervoso devem
funcionar juntas, numa sequência específica de eventos descrita da seguinte
maneira:
18
a) um estímulo sensorial é recebido por receptores sensoriais;
b) o impulso sensorial é transmitido ao longo dos neurônios sensoriais
para o SNC;
c) o SNC interpreta a informação sensorial que entra e determina qual
resposta é mais apropriada;
d) os sinais para as respostas são transmitidos do SNC através de
neurônios motores;
e) o impulso motor é transmitido para o músculo, e a resposta ocorre.
1.1.2 Características do treinamento funcional
O treinamento funcional tem como característica realizar a convergência
das habilidades biomotoras fundamentais do ser humano para a produção de
movimentos mais eficientes. A vantagem desse método de treinamento é a de
atender tanto o indivíduo mais condicionado como o menos condicionado,
criando um ambiente dinâmico de treino. (GOLDENBERG; TWIST, 2002)
Segundo Hilarino (2009), esse tipo de treinamento caracteriza-se por
exercícios que utilizam o corpo de maneira global, diferente da musculação e
da ginástica local que atuam de maneira segmentada.
De acordo com Normman (2009), o treinamento funcional não é
caracterizado, único e, exclusivamente, por um método de treino, o ideal é que
se combinem vários movimentos, estimulando, assim, não só um único grupo
muscular.
1.1.3 Treinamento funcional para crianças
Acredita-se que as crianças devem desenvolver músculos, ossos, tendões, e ligamentos fortes, que lhes permitam realizar atividade física com sucesso e com mais segurança, diminuindo riscos de lesões. Além disso, um sistema musculoesquelético forte pode potencializar o desempenho esportivo como é proposto nesse caso. Já se ouviu por aí que crianças não
19
apresentam níveis suficientes de testosterona para formar músculos e adquirir força. Trata-se de uma suposição falsa. Embora pré-adolescentes tenham pouca testosterona, eles podem aumentar sua força muscular em até 74% em apenas dois meses de treinamento, possivelmente porque o desenvolvimento da força não depende somente dos níveis hormonais, mas também de vários fatores neuromusculares. (FAINGENBAUM; WESTCOTT, 2001, p. 6).
Segundo Pérez et al. (2006), outra concepção errada diz respeito ao
retardamento do crescimento de crianças que treinam com cargas. Se houver
um planejamento correto acompanhado de uma supervisão durante os treinos,
não há com que se preocupar, pois exercícios que desenvolvem a força tornam
os ossos fortes e resistentes a lesões. Entretanto, um treinamento de força não
torna as crianças mais altas, mas contribui para o desenvolvimento físico de
seus músculos, ossos, tendões e ligamentos.
Nas crianças e nos adolescentes em processo de maturação, são
evidentes algumas alterações na composição corporal que podem contribuir
positivamente com o desempenho esportivo, inclusive em nadadores. (PÉREZ
et al., 2006)
De acordo com Normman, (2009), as vantagens do Treinamento
Funcional são:
a) os exercícios, podem ser realizados por pessoas de todas as idades,
desde adolescentes a idosos;
b) aprimoramento da postura;
c) desenvolvimento, de forma equilibrada de todas as capacidades
físicas como: equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade
e resistência;
d) indicado não só para aqueles que buscam resultados estéticos, mas
também para os que buscam melhora nas capacidades físicas e
motoras;
e) ideal para ser aplicado em reabilitação de pacientes vítimas de
sequelas;
f) melhora o desempenho de praticantes de outras modalidades
esportivas;
g) previne lesões;
20
h) oferece grande variação de exercícios e, com isso, é mais difícil
enjoar;
i) ampliação do leque de oportunidades no mercado de trabalho;
j) uma vez habilitado, o profissional se mostrará adaptado às inovações
da área e frente aos demais profissionais.
1.2 Natação
De acordo com Santos (1996), o planeta terra, geograficamente, é
cercado de água por todos os lados. Várias circunstâncias levam o
homem a relacionar-se com o meio aquático, ou por sobrevivência ou
por lazer.
Segundo a Federação Internacional de Natação Amadora (FINA), natação “é a
ação de autopropulsão e auto-sustentação na água que o homem aprendeu
por instinto ou observando os animais. É um dos exercícios físicos mais
completos.” (COUTO; SILVA, 1999, p. 43).
1.2.1 Nado Crawl
De acordo com Velasco (1997), existe contradição em relação a que
nado foi o primeiro a surgir, embora algumas bibliografias dizem que foi o
crawl.
Para o mesmo autor, esse estilo foi aperfeiçoado em 1893 por um
inglês, J. Arthur Trudgen, através das experiências com os nativos da América
do Sul.
Os movimentos dos membros inferiores eram de tesoura e que só evoluiu quando o inglês Frederick Caviel foi para a Austrália, onde os indígenas moviam com freqüência os membros inferiores na superfície da água, adotando assim o estilo crawl australiano, com o qual seu filho
21
Richard, bateu o recorde mundial em 1900 das 100 jardas (VELASCO; 1997, p. 31).
De acordo com Couto e Silva (1999), o nado crawl adquiriu grande
popularidade, não só pela facilidade de seu aprendizado e execução, como
pelas distâncias que se pode atingir. Além disso é, atualmente, o nado mais
veloz que se conhece.
1.2.2 Natação e Treinamento Funcional
O desenvolvimento de uma musculatura central forte junto com um
treinamento funcional para a natação é extremamente bem vindo, pois essa
musculatura, denominada core, é muito utilizada. (SUMULONG, 2004)
De acordo com Guiselini (2010), o core é uma unidade integrada
composta de 29 pares de músculos que suportam o complexo quadril-pélvico-
lombar. Ele é responsável por manter um adequado alinhamento da coluna
lombar contra a ação da gravidade, estabilizar a coluna e pélvis durante os
movimentos e gerar força para os movimentos do tronco e prevenir lesões.
Segundo Sumulong (2004), o alinhamento apropriado do corpo na água
pode realmente reduzir a resistência da água e incrementar a potência central
(CORE), permitindo, assim, nadar mais rápido e com menos esforço, com
maior eficiência e por um maior período de tempo.
1.2.3 A importância do treinamento funcional na natação
Para Sumulong (2004), o treinamento funcional pode melhorar a
habilidade do corpo para gerar potência a partir da musculatura central, porque
quando se treina corretamente, estes músculos atuam de maneira sinergética
para melhorar dramaticamente seu rendimento esportivo.
22
1.3 Desempenho Motor
Durante a infância e a adolescência, o organismo encontra-se sensível a
influências de fatores ambientais e comportamentais. Sendo assim, o
acompanhamento dos índices de desempenho motor, de crianças e
adolescentes, pode contribuir de forma decisiva na tentativa de promover a
prática de atividades físicas no presente e para toda a vida. (GUEDES;
GUEDES, 2006)
Segundo Weineck (1999), os requisitos motores podem ser subdivididos
de modo simplificado e esquemático em capacidades condicionantes e
capacidades coordenativas.
As capacidades motoras condicionantes identificam-se com atributos associados à resistência, à força, à velocidade e às suas combinações. Por outro lado, as capacidades motoras coordenativas se fundamentam na assunção, na elaboração, no processamento de informações e no controle da execução dos movimentos por meio dos analisadores táteis, visuais, acústicos, estático-dinâmicos e cinestésicos. (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 95).
1.3.1 Força
De acordo com Platonov, (2008), força é a capacidade do indivíduo de
superar uma resistência ou agir contra ela pela atividade muscular, podendo
ser um trabalho isométrico (estático) ou isotônico (dinâmico).
Na execução do trabalho isométrico não há presença de movimento
articular, contrário ao trabalho isotônico onde há este movimento.
1.3.2 Flexibilidade
Segundo Bompa (2002), a flexibilidade refere-se à amplitude de
movimento de uma articulação. A capacidade de executar com sucesso os
23
movimentos e habilidades depende dessa amplitude.
A insuficiência de flexibilidade dificulta e atrasa o processo das habilidades motoras, limita o nível de manifestação das capacidades de coordenação, velocidade e força, deteriora a coordenação inter e intra muscular, diminui a economia de trabalho e aumenta o risco de danos aos músculos, tendões e ligamentos. (PLATONOV, 2008, p. 415).
Na maioria dos esportes ocorrem tensões musculares, rupturas e
distensões devido a movimentos repetitivos, quase sempre com amplitude de
movimento limitado.
Para Bompa (2002), com o aumento progressivo da flexibilidade,
alongará os músculos, diminuindo a tensão e auxiliando na prevenção de
lesões.
1.3.3 Equilíbrio
Segundo Campos e Coraucci Neto (2004), o equilíbrio é o processo de
manter o centro de gravidade dentro da base de suporte do corpo.
A posição do corpo em relação à gravidade e ao ambiente ao redor é
determinada por combinação de impulsos visuais, vestibular e
somatossesoriais, sendo explicados assim:
a) visuais que orientam os olhos e a cabeça em relação aos objetos ao
redor;
b) somatossensoriais que fornecem informações em relação a
orientação entre as partes do corpo e entre o corpo e a superfície
suporte;
c) impulsos vestibulares que suprem informações que medem
acelerações gravitacionais, lineares e angulares da cabeça no espaço,
sendo este o que menos participa na manutenção do equilíbrio em
relação aos impulsos visuais e somatossensoriais.
24
1.3.4 Velocidade de Potência
Potência muscular é a habilidade de utilizar a força de maneira rápida e
eficaz, sendo que junto com a velocidade, pode ser trabalhada a fim de
aperfeiçoar a propulsão dentro da água. (VILAS-BOAS; FERNANDES;
KOLMOGOROV, apud DANTAS; TUCHER; GOMES, 2008, p. 171)
Para o mesmo autor a capacidade propulsiva é de fundamental
importância para o nadador e depende principalmente do desenvolvimento das
capacidades técnicas e das qualidades físicas que sustentam a expressão
mecânica da força. Nesse sentido, a capacidade propulsiva é dependente da
potência mecânica propulsiva, que se dá pela interação da força de arrasto
hidrodinâmico com a velocidade que o nadador é capaz de gerar para o seu
deslocamento, tornando uma importante competência para o sucesso na
modalidade.
2 CASUÍSTICAS E MÉTODOS
2.1 Condições ambientais
As avaliações e a aplicação do treinamento funcional foram realizados
na academia Polemi Aqua Sport, situada na cidade de Cafelândia no período
da tarde entre 13:00h e 17:00h, sendo supervisionados pela professora Giseli
de Barros Silva responsável pela pesquisa.
2.2 Sujeitos
A amostra experimental foi composta por 11 sujeitos de ambos os
gêneros, com idade entre 9 a 14 anos, sendo todos praticantes de natação.
25
A amostra do gênero feminino realizou as avaliações do pré e pós
treinamento, no período pós menstrual, para não sofrer interferências
hormonais nos resultados.
2.3 Materiais
2.3.1 Materiais de Avaliação
Balança (Plenna), Estadiômetro (Filizole), Adipômetro (Cescorf),
Dinamômetro (Jamar®), Banco de Wells, Barra Fixa, Cronômetro e Colchonete.
2.3.2 Materiais de treinamento
Fonte elaborada pelos autores, 2010. Figura1: Corda
26
Fonte elaborada pelos autores, 2010. Figura 2: Elástico
Fonte elaborada pelos autores, 2010. Figura 3: Plataforma de instabilidade
27
Fonte elaborada pelos autores, 2010. Figura 4: Bola Bosu
Fonte elaborada pelos autores, 2010. Figura 5: Bola (65 cm), bola (45 cm) e mini bola de basquete
28
Fonte elaborada pelos autores, 2010. Figura 6: Halteres
Fonte elaborada pelos autores, 2010. Figura 7: Cama elástica
29
Fonte elaborada pelos autores, 2010. Figura 8: Caneleiras
2.4 Testes
2.4.1 Protocolos
2.4.1.1 Protocolo I (antropometria)
Estatura - O avaliado deve estar em apnéia inspiratória com as partes
posteriores dos calcanhares, da cintura pélvica, da cintura escapular e da
região occipital em contato com a escala de medida. (GUEDES; GUEDES
2006) Peso - O avaliado deve estar com o mínimo de roupa possível e
descalço. O mesmo deve posicionar-se em pé com afastamento lateral das
pernas e colocar-se cuidadosamente sobre a plataforma com o peso distribuído
igualmente em ambos os pés. (GUEDES; GUEDES 2006)
30
Índice de Massa Corporal (IMC) - na visão de Marins e Giannichi (2003)
é chamado de Índice de Massa Corporal ou Índice de Quetelet. O cálculo do
IMC representa um procedimento extremamente prático para avaliar a questão
do sobrepeso de sujeitos não atletas. Basta obter o registro do peso corporal e
da estatura que já é possível desenvolver algumas conclusões gerais sobre a
questão da obesidade. Com o registro das duas variáveis, aplica-se a seguinte
equação:
IMC= Peso corporal (Kg)
Estatura(m)2
Fernando Filho (2003) afirma que o IMC não diferencia peso de gordura
de peso livre de gordura, não sendo sensível às respectivas contribuições de
massa muscular e gordurosa ao peso corporal. O IMC possui uma moderada
correlação (r=0,70) com o percentual de gordura predito a partir da pesagem
hidrostática.
Uma interpretação cautelosa dos valores IMC deve ser realizada como
uma medida direta do grau de gordura. As regras do IMC podem implicar que,
quanto maior for o valor do IMC, maior será o percentual de gordura. Esse
pode não ser o caso de indivíduos com grandes quantidades de massa magra.
(FERNANDO FILHO, 2003)
2.4.1.2 Protocolo II (Composição corporal)
As dobras cutâneas das crianças foram mensuradas a partir do
protocolo de GUEDES E GUEDES (2006), sendo que essas foram feitas da
mesma maneira que em adultos, através da classificação maturacional de
TANNER (1962).
Triciptal e subscapular foram as dobras cutâneas utilizadas.
Para o cálculo do percentual de gordura, é preciso obter a somatória (∑2)
31
das médias das dobras e aplicar a fórmula adequada:
QUADRO 1 – Fórmulas para cálculo de dobras cutâneas em crianças
∑2 ≤ 35mm
Rapazes brancos:
Pré-púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 1,7
Púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 3,4
Pós-púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 5,5
Rapazes Negros:
Pré-púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 3,5
Púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 5,2
Pós-púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 6,8
Moças brancas e negras de qualquer nível maturacional:
% gord = 1,33(∑2) – 0,013(∑2)² - 2,5
∑2 > 35mm
Rapazes brancos e negros de qualquer nível maturacional:
% gord = 0,783(∑2) + 1,6
Moças brancas e negras de qualquer nível maturacional:
% gord = 0,546(∑2) + 9,7 Fonte : Guedes e Guedes, 2003 Quadro 1: Formula da Composição Corporal
2.4.1.3 Protocolo III (Bateria de testes de Desempenho Motor)
32
2.4.1.3.1 Força (puxada em suspensão na barra “modificado”)
O avaliado deve estar em decúbito dorsal no solo e com ambos os
braços estendidos para cima. Já na posição inicial, o avaliado coloca-se
pendurado com os cotovelos em extenção com a empunhadura dorsal e a
barra em direção a seus ombros. A distância dos braços é de acordo com a
largura dos ombros do avaliado, estando o corpo ereto e apenas os
calcanhares em contato com solo.
Sendo assim, o avaliado tenta elevar seu corpo até que a região da
garganta toque a linha de demarcação colocada a dois espaços abaixo da
barra e, então, retorna o corpo à posição inicial. Esse movimento deve ser
repetido o máximo de vezes, sem limite de tempo.
2.4.1.3.2 Velocidade “Modificada”
O avaliado deve posicionar-se em uma das bordas da piscina na
posição de partida do nado crawl, percorrendo a distância de 20 metros, sendo
que, após os 10 primeiros metros realiza-se uma virada olímpica para retornar
os 10 metros finais. O avaliador deve ter um cronômetro as mãos para marcar
o tempo exato do percurso.
2.4.1.3.3 Abdominal
É realizado na posição de decúbito dorsal sobre um colchonete, joelhos
flexionados e planta dos pés voltada para o solo. Com os braços cruzados
sobre o tórax e a palma das mãos voltada para este na altura dos ombros
opostos. O avaliador deve fixar os pés do avaliado para que eles fiquem em
contato permanente com o solo, realizando o máximo de flexões abdominais,
encostando os cotovelos nos joelhos em 1 minuto. (GUEDES; GUEDES, 2006).
33
2.4.1.3.4 Flexibilidade (sentar e alcançar)
O avaliado deve estar descalço, de frente para o aparelho, com as
pernas embaixo da caixa, os joelhos completamente estendidos e a planta de
ambos os pés totalmente em contato com a caixa. O avaliador deve apoiar os
joelhos do avaliado para assegurar que eles permaneçam devidamente
estendidos durante o movimento de extensibilidade.
Com as mãos uma sobre a outra, o avaliado deve deslizá-las sobre a
superfície da caixa, com a palma das mãos voltadas para baixo procurando
alcançar a maior distância possível em movimento lento e sem solavancos.
São oferecidas três tentativas ao avaliado, sendo que, a cada tentativa,
a distância alcançada deve ser mantida por aproximadamente dois segundos.
2.5 Procedimentos
2.5.1 Procedimentos da Avaliação
As avaliações foram divididas em avaliações iniciais e após oito
semanas. Foram realizados os mesmos protocolos de avaliações para
comparação dos dados obtidos.
Os sujeitos foram selecionados de acordo com a idade, pela técnica do
nado crawl e por serem praticantes de natação.
2.5.2 Procedimentos do treinamento
As sessões foram realizadas durante 45 minutos, sendo 3 séries de 15
repetições com intervalo de 50 a 60 segundos para cada exercício.
Os exercícios realizados foram:
34
a) abdominal sobre a bola (flexão e extensão de pernas);
b) abdominal sobre o Bosu;
c) flexão e extensão de pernas sobre a bola com elevação de quadril;
d) equilíbrio na cama elástica;
e) agachamento no Bosu;
f) equilíbrio na prancha instável;
g) equilíbrio sobre a bola com movimentação da mesma;
h) pull over com elástico;
i) braçadas do crawl com elástico sobre a bola;
j) batimento de pernas com caneleiras sobre a bola;
k) rotação de quadril (decúbito dorsal) com a bola entre as pernas.
2.6 Análise Estatística
Para a análise dos dados, serão utilizados os testes de média e desvio
padrão e para a comparação dos dados pareados foi utilizada a análise de
variância (ANOVA two-wey), seguida do test post hoc de tuckey, com nível
significante p ≤ 0,05.
2.7 RESULTADOS
Para comparação dos dados, os resultados serão apresentados
conforme as tabelas seguintes:
TABELA 1 - Comparação das características dos sujeitos no pré e pós
treinamento, grupo feminino (GF) e grupo masculino (GM)
35
GF Pré
(n=6)
GF Pós
(n=6)
GM Pré
(n=5)
GM Pós
(n=5)
Idade 11,6 ± 1,63 11,6 ± 1,63 11,4 ± 1,67 11,4 ± 1,67
Peso 45,6 ± 9,98 45,6 ± 9,76 51,9 ± 5,28# 52,2 ± 4,51β
Estatura 150,8 ± 7,70 151,8 ± 7,38 156,6 ± 9,01# 157,4 ± 8,96β
IMC 19,95 ± 3,26 19,7 ± 2,94 21,1 ± 2,18 21,1 ± 1,93
% GORD 23,42 ± 5,22 21,5 ± 5,05* 27,5 ±11,11# 27,4 ± 12β Fonte: elaborada pelos autores, 2010. *P≤0,05 em relação à avaliação pré com pós do grupo.# P≤0,05 em relação à avaliação pré com pré entre os grupos, & P≤ 0,05 em relação à avaliação pós com pós entre os grupos
Na tabela acima foram expressos os dados em média e desvio padrão
das variáveis de idade, peso, estatura, índice de massa corporal (IMC) e
percentual de gordura (%GORD). Para tais análises, foram encontradas
diferenças estatisticamente significantes em relação ao pré com pós
treinamento apenas na variável de %GORD no GF, em comparação ao pré
com pré entre os grupos observa-se uma diferença significante nas variáveis
de peso, estatura e %GORD, podendo dizer que o grupo feminino é diferente
do grupo masculino em relação ao pós com pós os resultados apresentam as
mesmas diferenças da comparação feita na relação pré.
TABELA 2 - Comparação das capacidades físicas dos sujeitos, no pré e pós
treinamento, grupo feminino (GF) e grupo masculino (GM)
Fonte: elaborada pelos autores, 2010. *P≤0,05 em relação à avaliação pré com pós do grupo. # P≤0,05 em relação à avaliação pré com pré entre os grupos, & P≤ 0,05 em relação à avaliação pós com pós entre os grupos
GF
Pré (n=6)
GF
Pós (n=6)
GM
Pré (n=5)
GM
Pós (n=5)
FLEX 29,6 ± 6,37 30,5 ± 7,47 28,4 ± 6,58 30 ± 5,24*
ABD 33 ± 7,12 41,1 ± 9,49* 18,8 ± 10,87# 28,8 ±13,3*β
BARRA 3,6 ± 3,38 6,3 ± 2,06* 4,8 ± 5,84# 5,66 ± 6,94
PISC 20,1 ± 1,80 18,58 ± 1,06* 20,7 ± 3,46 19 ± 3,98
36
Na tabela acima quando comparados os resultados em pré e pós
treinamento, encontrou-se diferenças estatisticamente significantes nas
variáveis de abdômen, barra e piscina para o grupo feminino, e flexibilidade e
abdômen para o grupo masculino. Para a comparação das variáveis no pré
com pré entre os grupos encontra-se diferença estatisticamente significante
nas variáveis de abdômen e barra, e para a comparação da situação pós com
pós entre os grupos observa-se diferença estatisticamente significante apenas
na variável de abdômen.
2.8 DISCUSSÂO
O treinamento funcional tem sido muito difundido na área do
condicionamento físico. Muitos profissionais de educação física têm aderido a
esse treinamento, associando instabilidade na execução dos exercícios, sejam
eles voltados ao desempenho esportivo ou à melhora da qualidade de vida. Em
um conceito mais técnico, Evangelista e Monteiro (2001), diz que movimentos
funcionais referem-se a movimentos integrados, multi-planares de estabilização
e produção de força, ideais para atletas de natação que utilizam diversos
planos e eixos para se deslocarem com eficiência. Essa metodologia também
aderi a prevenção de lesões envolvendo diferentes ações musculares.
A presente pesquisa foi realizada em uma escola de natação, na qual
foram selecionados 11 sujeitos, sendo 6 do gênero feminino e 5 do gênero
masculino, variando a faixa etária entre 9 e 14 anos e que soubessem o nado
crawl com técnica, independente da classificação maturacional, pois o objetivo
principal desse estudo foi observar a melhora geral que o treinamento funcional
pode promover no grupo praticante de natação.
Em um estudo realizado por Bonfim e colaboradores (2006), observam
que as meninas que atingiram a menarca passam por modificações muito
significantes da estatura e da composição corporal. Nesse mesmo estudo, as
meninas apresentaram maior estatura quanto maior o tempo de menarca, a
massa livre de gordura e a massa de gordura foram, respectivamente, maiores
e menores, quando comparadas de acordo com os períodos pré e até um ano
37
após a menarca. Duart (1987), analisou os dados de escolares e constatou que
as meninas com menarca possuíam valores superiores para os parâmetros
antropométricos em relação àquelas que não haviam passado pela experiência
de menarca.
Ainda comparando os gêneros, é possível citar um estudo de Galvão e
colaboradores (2006), que comparou o desempenho motor de meninos e
meninas em diferentes estágios maturacionais, sendo avaliado pelo teste de
flexão e extensão dos cotovelos na barra, indicando que as diferenças maturacionais (pré- púberes e púberes) afetam, com maior relevância, os
meninos em relação as meninas.
Como visto anteriormente, muitos estudos mostram que há diferenças
no desenvolvimento de crianças do gênero feminino e do masculino, porém na
presente pesquisa, nenhum dos sujeitos haviam atingido o estagio pós púbere.
No grupo feminino, 3 meninas haviam tido a menarca, mas fazia menos de um
ano, não interferindo assim, de forma discrepante nos resultados. Seguindo os
dados coletados na pesquisa, observou-se uma variação em relação à
maturação sexual dos sujeitos, sendo 2 classificados como pré-pubere, 1 do
grupo masculino e 1 do grupo feminino e 9 púberes, sendo 4 do grupo
masculino e 5 do grupo feminino.
Alguns estudos relacionam o desempenho motor à maturação
esquelética. Arruda e Braz (2008), encontraram uma correlação positiva e
significante entre o estágio de maturação biológica e o nível de desempenho
motor.
Segundo o estudo de Ferreira e Bohme (1998), constatou-se que, dentre
as variáveis antropométricas, a adiposidade corporal foi a única que sofreu
diferença significante entre os sexos, sendo superior no grupo feminino. Eles
também citam que os meninos tiveram melhores resultados no desempenho
motor que as meninas. Todavia, na pesquisa, não foi controlada a seleção dos
sujeitos com relação às características físicas, constatando que o grupo
masculino apresentou uma diferença estatisticamente significante maior nas
variáveis, peso, estatura e % GORD, antes da aplicação do treinamento, o qual
também se observa valores altos no desvio padrão destas características.
A presente pesquisa está de acordo com o estudo de Ferreira e Bohme,
pois antes da aplicação do treinamento, o grupo masculino já apresentava
38
melhor desempenho motor em geral comparando-se com o grupo feminino.
Para Arruda e Braz (2008), ao ser investigada a relação do desempenho
motor com idade cronológica, procurou-se diagnosticar as possíveis diferenças
biológicas entre indivíduos da mesma idade no desempenho das tarefas
motoras. Na presente pesquisa, além de ter em mão a idade cronológica, a
idade biológica, também foi possível ser analisada, através da classificação
maturacional de Tanner (1962). No mesmo estudo de Arruda e Braz (2008),
eles citam que não foram observadas diferenças significantes na maioria das
comparações entre grupos de diferentes estágios maturacionais, dentro de
uma mesma faixa etária e indicam que os diferentes estágios maturacionais
não foram decisivos para uma melhor performance nos testes de desempenho
motor.
Um estudo de Ferreira e Bohme (1998), observa que, em geral, os
diferentes aspectos da constituição física influenciam a capacidade de
desempenho motor, porém em graus que variam consideravelmente de acordo
com o sexo, faixa etária, característica antropométrica analisada e tarefa
motora testada.
Guedes e Guedes (1995), dizem que em crianças e adolescentes, as
modificações que presumivelmente ocorrem até que atinjam o estágio de
maturidade podem ser tão grandes ou maiores até do que as próprias
adaptações resultantes de um programa de atividade física. Nesse sentido,
parece fundamental, em estudos realizados com crianças, que se diferenciem
os efeitos do treinamento e dos possíveis efeitos provocados pela ação do
crescimento, desenvolvimento e maturação.
Na presente pesquisa, a variação encontrada entre os sujeitos
referentes ao nível maturacional pode não ter sido um fator negativo para os
resultados pois nota-se a eficácia do treinamento funcional em algumas
variáveis, principalmente no grupo feminino de modo geral, não apenas no
ganho de força, mas também na resistência.
Por muitos anos, a prática do treinamento com a utilização de resistência
(pesos livres) para aumentar a força muscular e resistência em meninos pré-
puberes e adolescentes era altamente controvertido. Meninos e meninas eram
desencorajados a utilizar pesos livres sob a alegação de que poderiam
machucar-se e interromper, prematuramente, o processo de crescimento. Além
39
disso, muitos cientistas especularam que o treinamento com resistência teria
pouco ou nenhum efeito na musculatura dos meninos pré-púberes, porque os
seus níveis de androgênio circulante estavam ainda baixos.
Estudos em animais sugerem que resistências pesadas podem deixar os
ossos mais fortes, largos e compactos. Mas esses estudos não têm contribuído
muito para o entendimento dos riscos e benefícios associados a essa forma de
atividade em humanos, porque é impossível relacionar a carga imposta a esses
animais com a carga que poderia ser aplicada a um jovem. Muitos estudos têm
sidos realizados nos sentido de que pré-púberes e adolescentes têm
participado em treinamento com resistência. Kraemer e Fleck (1999),
concluíram que o risco de lesão é muito baixo. Na verdade, o treinamento com
resistência pode oferecer alguma proteção contra as lesões, por exemplo,
fortalecer os músculos que cruzam uma junta. Uma abordagem conservadora é
ainda recomendada na prescrição do treinamento com resistência para criança,
particularmente pré-púberes.
Em um estudo feito por Simão (2002), onde meninos e meninas pré-
púberes fizeram parte de um programa de treinamento de resistência de 9
semanas, suas capacidades de força tiveram um aumento de 42,9%,
comparado com um aumento de 9,5% no grupo controle dos não treinados. O
aumento no grupo dos não treinados era esperado, em função do crescimento
físico nesse período de tempo.
Num estudo final citado por Barbosa (2006), 33 garotos pré-púberes,
púberes, e pós-adolescentes foram submetidos a um programa de treinamento
com resistência de 9 semanas. Todos os 3 grupos obtiveram ganhos
significativos na força. Os pesquisadores hipotizaram que o grupo dos púberes
obteriam o maior ganho de força devido ao aumento drástico do nível de
testosterona durante esse período, mas isso não foi o caso. Na verdade, o
grupo dos garotos pré-púberes obteve maiores ganhos do que o grupo dos
garotos púberes em muitos testes de força.
A força é uma das principais formas de exigência motora, daí a
importância do treinamento, principalmente na sua contribuição para o
desempenho esportivo. São incontestáveis os benefícios promovidos pelo
treinamento da fase adulta do ser humano, no entanto existe muita dúvida na
aplicação desse tipo de trabalho no período compreendido pela infância e
40
adolescência.
Weineck (1986), retratando-se ao treinamento de força para a criança e
o adolescente cita que o treinamento de força tem um papel importante na
formação corporal polivalente das crianças e adolescentes.
Na fase da puberdade, entre os 12 e 13 e entre os 18 e 19 anos,
segundo Weineck (1991), atenta para a pequena e passageira desarmonia nas
dimensões corporais dificultando as relações de alavanca. Grande influência
hormonal na maturação, orgânica, principalmente óssea, tendo, assim, uma
capacidade de suportar uma capacidade elevada menor. Contudo, com o
passar da idade nessa fase, já é possível treinamentos com métodos
dinâmicos e estáticos, que irão refletir na força máxima do indivíduo, até
mesmo pela utilização de cargas adicionais como o peso corporal do colega e
instrumentos adaptados.
Com embasamento na afirmação acima, pode-se citar a evolução no
teste de abdominal e no teste de barra, tanto nas meninas quanto nos meninos,
embora alguns valores de desvio padrão tenham sido altos em ambos os
grupos.
Porém, quando observadas, estatisticamente, as diferenças encontradas
no grupo feminino foi no teste abdominal e no da barra. No grupo masculino,
apenas no abdominal, podendo mostrar a eficácia do treinamento funcional no
qual tem como característica a força e a resistência abdominal e desenvolve
também a força de empunhadura, pois os exercícios têm aplicação de força de
tração e força em relação ao próprio corpo.
Embora a variável abdômen tenha apresentado uma melhora
estatisticamente significante no grupo masculino, observou-se um alto valor no
desvio padrão devido a baixa capacidade de força abdominal de alguns
sujeitos para realizar as avaliações, tanto pré como pós.
A flexibilidade também foi uma variável avaliada na presente pesquisa,
sendo que Farinatti (2000), cita em seu estudo que na natação, sem dúvida,
pode-se encontrar a maior quantidade de trabalhos demonstrando evidências
de como a flexibilidade influencia no desempenho de uma modalidade
esportiva.
Na presente pesquisa, a variável flexibilidade não apresentou diferenças
entre os gêneros antes da aplicação do treinamento, mas o grupo masculino
41
apresentou diferença estatisticamente significante após a aplicação do
treinamento funcional.
Segundo Sumulong (2004), o treinamento funcional pode melhorar a
habilidade do corpo para gerar potência a partir da musculatura central. Como
visto anteriormente na pesquisa, foi aplicado o teste de força abdominal e,
provando a afirmação acima, houve melhora dos sujeitos em relação a esta
variável.
Verificou-se em um estudo realizado por Costa (2006), onde foram
avaliadas 26 atletas de natação do gênero feminino na categoria infantil,
correlacionando a maturação sexual com a força, potência e velocidade.
Observou-se, que quanto mais altos os níveis de maturação sexual,
principalmente em relação aos pelos pubianos, apresentavam maiores os
resultados comparados a estas variáveis, obtendo resultados superiores tanto
em competições quanto em treinamento. Nesta pesquisa, houve diferença
estatisticamente significante no tempo de piscina quando comparado os
resultados para o gênero feminino. Entretanto, em um estudo realizado por
Barbosa e Andries Junior (2006), é citado que ganhos de força muscular fora
da água não se transferem para o desempenho dos nadadores dentro dela,
apesar de gerar alterações positivas e significantes fora dela.
Segundo Antes (2008), praticando-se uma tarefa qualquer,
suficientemente, o nível das capacidades motoras aumenta e, por
conseqüência, aumenta o nível das habilidades motoras. Então, o nível de
sucesso que uma pessoa pode atingir em uma determinada habilidade motora
depende em grande parte do grau das capacidades que se fazem necessárias
para tal habilidade que essa pessoa possui.
Muitos estudos citam as diferenças existentes nas características
e no desempenho motor entre os gêneros, porém, procurou-se explorar nesta
pesquisa a melhora que o treinamento funcional traz às crianças que praticam
natação como um todo, independente do gênero.
O treinamento aplicado foi todo composto por exercícios que
trabalhassem as capacidades físicas, como: equilíbrio, força, flexibilidade, força
abdominal, entre outras, mas, sempre respeitando a individualidade biológica
de cada sujeito. Como citado no estudo de Cabral; Mansolo; Lima (2006), as
categorias de base da natação são divididas segundo a idade cronológica das
42
crianças e essas são submetidas ao mesmo tipo de treinamento (vol. e int.)
desrespeitando o princípio da individualidade biológica, podendo levar a
sobrecarga muscular e esquelética, já que em seu estudo foram encontrados
os três estágios de maturação sexual.
2.9 CONCLUSÃO
Apesar de o tempo de treinamento ter sido de apenas dois meses, os
resultados apresentados na pesquisa foram influentes para a melhora das
capacidades físicas avaliadas.
As características físicas dos sujeitos não sofreram mudanças
consideráveis após a aplicação do treinamento. Tal fato pode ter se dado pela
baixa frequência com que foi aplicado, sendo apenas duas vezes por semana.
Com relação ao desempenho motor de ambos os grupos, observa-se
uma melhora significativa em todas as variáveis, independente dos valores de
desvio padrão.
Porém, quando se comparam os dados em valores estatísticos, observa-
se diferença significante na força abdominal, barra e tempo de piscina no grupo
feminino e teste abdominal no grupo masculino.
A heterogeneidade encontrada entre os sujeitos resultou em valores de
desvio padrão relativamente altos. O presente estudo foi capaz de analisar a
metodologia do treinamento funcional, mostrando sua eficácia para a melhora
do desempenho motor de crianças praticantes de natação.
Observando os sujeitos, individualmente, pode-se afirmar que os
resultados obtidos após o treinamento aplicado foram positivos, mostrando,
assim, a eficácia do treinamento funcional tanto para o desempenho motor,
como para o desenvolvimento da habilidade de nadar.
É interessante notar que o número de praticantes do treinamento
funcional e de artigos científicos publicados nessa área vem aumentando, o
que deve expressar a motivação que os praticantes relatam sentir, além da
curiosidade dos pesquisadores para a solução de algumas dúvidas que ainda
pairam sobre esse tipo de treinamento.
43
REFERÊNCIAS
ANTES, D. L. Natação e musculação atuando sobre o equilíbrio e a propriocepção em prol da qualidade de vida. Efdeportes.com, Buenos Aires, 2008. Disponível em: G:\monografia\artigo para equilibrio.mht Acesso em 17 out. 2010. ARRUDA, M; BRAZ, T. V. Diagnóstico do desempenho motor em crianças e adolescentes praticantes de futebol. Googleacademico.com.br, Espírito Santo do Pinhal, SP, 2008. Disponível em: Googleacademico.com.br. Acesso em: 29 out. 2010. BARBOSA, A. C; ANDRIES JÚNIOR, O. Efeito do Treinamento de força no desempenho motor. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo, v.20, n.2, p. 141-150, abril/junho 2006. BOMPA, T. O.; Treinamento Total para Jovens Campeões. Barueri, SP: Manole, 2002. BONFIM, M. R; et al. Diferenças na composição corporal de meninas nos estágios pré e pós menarca. São Paulo, 2006. Disponível em: A Globalização do Esporte e da Atividade Física. CABRAL, V.; MANSOLO, A. C.; LIMA, J. P. Maturação sexual e desempenho físico em nadadores de 11 a 14 anos de idade. São Paulo, 2006. Disponível em: A Globalização do Esporte e da Atividade Física. CALOMENI, M; ALMEIDA, M. Treinamento funcional – Uma revolução na preparação desportiva. Shvoong.com, [s.l.] 25 mar. 2008. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1794537-treinamento-funcional/> Acesso em: 07 mar. 2010. CAMPOS, M. A.; NETO, B. C.; Treinamento Funcional Resistido: Para Melhoria da Capacidade Funcional e Reabilitação de Lesões Musculoesqueléticas. Rio de Janeiro, RJ: Revinter, 2004. COSTA, S. X.; ALVAS, R. GOMES, A. L. M. Estudo comparativo entre o estágio maturacional e a força e atletas de natação na categoria infantil feminino. Fitness & Performance Journal, v. 5, n° 1, p.31 - 38, 2006.
44
COUTO, A.C.P.; SILVA, C. I.; Manual do Treinador de Natação. Belo Horizonte, MG: Edições FAM, 1999. CYRINO, E. S. et al. Efeitos do treinamento de futsal sobre a composição corporal e o desempenho motor de jovens atletas. Portalrevistas.ucb.br, Brasília, SP, 2002. Disponível em: http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/414/467 Acesso em: 25 out. 2010. DAMASCENO, L. G.; Natação, Psicomotricidade e Desenvolvimento. Brasília, DF: Secretaria dos Desportos da Presidência da República, 1992. DANTAS, E.H.M; GOMES, A.L.M; TUCHER, G. Relação entre a potência mecânica de nado e o rendimento na natação. Google Acadêmico, 26 out. 2008. Disponível em: http://74.125.155.132/scholar?q=cache:-X0cWdGkPTYJ:scholar.google.com/+RELA%C3%87%C3%83O+ENTRE+A+POT%C3%8ANCIA+MEC%C3%82NICA++DE+NADO+E+O+RENDIMENTO+NA+NATA%C3%87%C3%83O&hl=pt-BR&as_sdt=2000> Acesso em: 10 abr. 2010. DE LA ROSA, A. F.; FARTO, E.R. Treinamento Desportivo- Do Ortodoxo ao Contemporâneo. São Paulo, SP: Phorte, 2007. DUART, M. F. S. Maturação Física: Uma Revisão da Literatura, com Especial Atenção à Criança Brasileira. Scielo.br, Rio de Janeiro, RJ, 1993. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/csp/v9s1/08.pdf> Acesso em: 24 out. 2010. EVANGELISTA, A. L.; MONTEIRO, A. G.; Treinamento Funcional: Uma abordagem prática. São Paulo, SP: Phorte, 2010. FAIGENBAUM, A. D.; WESTCOTT, W. L. Força e Potência para Atletas Jovens. Barueri, SP: Manole, 2001. FARINATTI, P. T. V. Flexibilidade e Esporte: Uma Revisão da Literatura. portalsaúdebrasil.com. São Paulo, jan/jun. 2000. Disponível em: http://portalsaudebrasil.com/artigos/artigo0131.pdf Acesso em: 29 out. 2010. FERNANDO FILHO, J. A Prática da Avaliação Física. 2 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
45
FERREIRA, M; BOHME, M. T. S. Diferenças sexuais no desempenho motor de crianças: Influência da adiposidade corporal. Citrus.uspnet.usp.br, São Paulo, SP, 1998. Disponível em: <http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v12%20n2%20artigo7.pdf> Acesso em: 25 out. 2010. FLECK SJ, KRAEMER WJ. Fundamentos do treinamento de força muscular. Ed. ARTMED: Porto Alegre, 1999. FRAINER, D. E. S; OLIVEIRA, F. R; PAZIN, J. Efeito da Maturação Sexual, Idade cronológica e Índices de Crescimento no Limiar de Lactato e no Desempenho Motor da Corrida de 20 minutos. São Paulo, v.12, n.3, p. 139-144, maio/junho. 2006. GALVÃO, J. S; et al. Influência da maturação na composição corporal e desempenho motor de escolares. São Paulo, 2006. Disponível em: A Globalização do Esporte e da Atividade Física. GELATTI, P. O gladiador do futuro. Combat Sport. São Paulo, n. 46, p. 12-14, fev/mar. 2009. GOLDENBERG; TWIST. Treinamento funcional. wikipedia.com.br [s.l.; s.d.] Disponível em: <http//www.google.com.br> Acesso em 24 jul. 2010. GUEDES, D, P; GUEDES, J. E. R. P.; Manual Prático para Avaliação em Educação Física. Barueri, SP: Manole, 2006.
GUEDES, D. P; GUEDES, J. E. R. P. Crescimento, Composição Corporal e Desempenho Motor de Crianças e Adolescentes. São Paulo: Barueri, 1995.
GUEDES, D. P; GUEDES, J. E. R. P. Composição Corporal, Atividade Física e Nutrição. 2 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. GUISELINI, M. Treinamento funcional e core training. Artur Monteiro.com.br [s.l.], 25 jan. 2010. Disponível em: <http://www.arturmonteiro.com.br/2010/01/2090/> Acesso em: 10 jul. 2010. HILARINO, M. J. Treinamento funcional otimiza a performance. Treino total.com.br, [s.l.] 21 set. 2009. Disponível em: <http://www.treinototal.com.br/revista/2009/09/21/treinamento-funcional-performance-corrida-natacao/> Acesso em: 01 mar. 2010.
46
MONTEIRO, A. G.; Treinamento Personalizado: Uma abordagem Didático- Metodológico. São Paulo, SP: Phorte, 2000. NORMMAN, T. Treinamento funcional: o novo divisor de águas. Treino total.com.br, [s.l.] 17 jul. 2009. Disponível em: <http://www.treinototal.com.br/revista/2009/07/17/treinamento-funcional-academia-musculacao-treino/> Acesso em: 01 mar. 2010. OKANO, A. H, et al. Comparação entre o desempenho motor de crianças de diferentes sexos e grupos étnicos. Portalrevistas.ucb.br, Brasília, SP, 2001. Disponível em: <http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/392/445> Acesso em: 25 out. 2010. PEREIRA, C. A.; Treinamento de Força Funcional: Desafiando o Controle Postural. Jundiaí, SP: Fontoura, 2009. PLATONOV, N. V.; Tratado Geral de Treinamento Desportivo. São Paulo, SP: Phorte, 2008. RAMALHO, E. Ainda tem dúvidas sobre o que é treinamento funcional? Treino total.com.br, [s.l.] 26 nov. 2009. Disponível em: <http://www.treinototal.com.br/revista/2009/11/26/ainda-tem-duvidas-sobre-o-que-e-treinamento-funcional/> Acesso em: 07 mar. 2010. SANTOS, C. A.; Natação: Ensino e Aprendizagem. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 1996. SILVA, L. R. R.; Desempenho Esportivo: Treinamento com crianças e adolescentes. São Paulo, SP: Phorte, 2006. SIMÃO R. Fundamentos Fisiológicos para o Treinamento de Força e Potência. Editora Phorte: São Paulo, 2002. SUMULONG, H. Treinamento funcional para natação. Aquabarra.com.br, [s.l.] 22 nov. 2004. Disponível em: <http://www.aquabarra.com.br/artigos/treinamento/TREINAMENTO_FUNCIONAL_PARA_A_NATACAO.pdf> Acesso em: 10 abr. 2010.
47
VELASCO, C. G.; Natação Segundo a Psicomotricidade. 2. Ed. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 1997. WEINECK, J.; Treinamento Ideal: Instruções Técnicas sobre desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. São Paulo, SP: Manole, 1999. WEINECK, J. Biologia do esporte. Editora Manole, São Paulo, SP, 1991. WEINECK, J. Manual de treinamento esportivo. Editora Manole, São Paulo, SP, 1986.
48
APÊNDICES
49
APÊNDICE A - Autorização
Autorização Eu,________________________________________,R.G._______________, responsável por__________________________________________, autorizo-o a participar das avaliações e treinamentos do trabalho de conclusão de curso (TCC) dos alunos Emiliza Molina, João Rufino da Silva e Luis Henrique Manganotti, graduandos do curso de Educação Física Bacharelado do Unisalesiano. _________________________________ Assinatura do responsável
50
APÊNDICE B- Carta aos pais
Senhores Pais e/ou Responsáveis,
Queremos pedir a autorização de V. Senhoria para que seus filhos
participem de testes para o desenvolvimento da nossa monografia, cujo tema é
“O treinamento funcional como proposta de influência no desempenho motor de
crianças praticantes de natação”.
Seu filho será submetido a dois testes: um no começo deste mês de
maio e outro no começo de julho. Estes testes serão compostos por:
composição corporal (medição de peso, altura, porcentual de gordura entre
outros),
Além destes testes, será aplicado um treinamento ao longo de dois
meses, duas vezes por semana, o qual será realizado na sala de aparelhos da
POLEMI AQUA SPORT.
O estudo será acompanhado pela professora Giseli Barros, orientadora.
Caso aceite nos ajudar, preencha abaixo.
Assinale o melhor dia e melhor horário para seu filho realizar o primeiro
teste.
( ) Sexta 07/05/2010 das 14:00h às 17:00h
( ) Sábado 08/05/2010 das 8:00h às 11:00h
Em caso de não haver disponibilidade de nenhum destes dias, entrar em
contato conosco.
Para a aplicação do treinamento, quais dias e qual horário não há
disponibilidade?
Agradecemos sua colaboração.
Emiliza, Luis Henrique e João Rufino
51
APÊNDICE C- Avaliação física
(Trabalho de Conclusão de Curso- Emiliza, João Rufino e Luis Henrique-
Educação Física Bacharelado-2010)
Data:___/___/______ Avaliador: _________________
Nome:__________________________________________________________
Idade:______ Data de nascimento:___/___/______
Medidas Antropométricas
Estatura:________ Peso: ________ IMC:________
Classificação Maturacional: _____________________________
Dobras Cutâneas
Triciptal __________, __________, __________ Média: __________
Subscapular: __________, __________, __________ Média: __________
Teste Abdominal: __________________________________________
Teste de Resistência/ Força: __________________________________
Dinamometria: Direito _____________ Esquerdo ________________
52
Teste Equilíbrio
Membro Inferior:
Tempo:
53
APÊNDICE D – TABELAS DOS VALORES DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
E DESEMPENHO MOTOR DOS SUJEITOS
Grupo Treinamento Pré Grupo Treinamento Pós
54
ANEXOS
55
QUADRO 1 – Fórmulas para cálculo de dobras cutâneas em crianças
∑2 ≤ 35mm
Rapazes brancos:
Pré-púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 1 7
Púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 3,4
Pós-púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 5,5
Rapazes Negros:
Pré-púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2) - 3,5
Púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 5,2
Pós-púbere % gord = 1,21(∑2) – 0,008(∑2)² - 6,8
Moças brancas e negras de qualquer nível maturacional:
% gord = 1,33(∑2) – 0,013(∑2)² - 2,5
∑2 > 35mm
Rapazes brancos e negros de qualquer nível maturacional:
% gord = 0,783(∑2) + 1,6
Moças brancas e negras de qualquer nível maturacional:
% gord = 0,546(∑2) + 9,7 Fonte : Guedes e Guedes, 2003 Quadro 2: Formula da Composição Corporal