o texto e o leitor

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Técnicas de sedução do leitor 'We Like Lists Because We Don't Want to Die' Umberto Eco

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Utilizado nas aulas do curso de férias de jornalismo literário ministrado pelo prof. doutor Paulo Fernando de Carvalho Lopes e pela jornalista Francilene Oliveira em Teresina, PI, na Universidade Federal do Piauí

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Page 1: O Texto E O Leitor

Técnicas de sedução do leitor

'We Like Lists Because We Don't Want to Die'

Umberto Eco

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Quem é o leitor?

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O leitor típico da Folha tem 40 anos e um alto padrão de renda e de escolaridade. Se uma pessoa for escolhida ao acaso no universo de leitores do jornal, a probabilidade de que seja homem é idêntica à de que seja mulher. Sua faixa etária estará no intervalo que vai de 30 a 49 anos (a idade média é 40,3).

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Além disso, esse leitor-síntese teria formação superior, seria casado, estaria empregado no setor formal da economia, teria renda individual na faixa que vai até 15 salários mínimos (R$ 2.265) e familiar na que ultrapassa os 30 mínimos (R$ 4.530). Faria parte ou da classe A ou da B. Seria católico, possuiria TV por assinatura e utilizaria a Internet. Esses são resultados preliminares da versão 2000 da pesquisa 'Perfil do Leitor' do Datafolha.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/80anos/quem_e_o_leitor.shtml

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• O leitor, esse idiota. Não pule para conclusões, veja do que se trata. Como jornalista, estou cansado de ver o leitor sendo tratado como idiota ou incapaz, isso em plena era da informação democratizada. E não duvido que muitos outros colegas de profissão também concordem com isso.

• http://oleitoresseidiota.wordpress.com/2007/09/28/quem-e-o-leitor-de-que-tantos-colegas-falam/

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•O texto é um lugar da incompletudes: de si e do outro.

•O texto é sempre um lugar de encontro.

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• Ao escrever um texto o autor inicia um jogo implícito com seu leitor.

• Segundo Pereira Lima (2004), este jogo possibilita contato e atração.

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•O autor busca captar o leitor, tirá-lo do seu mundo mental e emocional, cativá-lo a fim dele se afastar do seu mundo e mergulhar no mundo proposto pelo texto.

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•No mundo representado existem elementos que devem tocar o leitor, sensibilizá-lo, estimulá-lo a mover-se a fim de que a comunicação ocorra.

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•O leitor tem um papel ativo uma vez que possui componentes que reverberam nos planos intelectual, emocional ou mesmo de ondas quânticas.

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• “Por associações de idéias, memórias, identificações e projeções – no nível intelectual e emocional -, o leitor pode se sentir familiarizado com o mundo contido no livro, inclinado a penetrá-lo.”(p.143)

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• O autor deve penetrar no universo dos símbolos comuns entre ele, a obra e o leitor.• Ele só conseguirá atrair se propor ao leitor uma viagem onde ele encontre traços de valores e realidades universais à humanidade como espécie.

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Construindo textos...

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Narração

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“Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado:

•                                      onde ? •                                         |•          quando?  ---      FATO    --- com quem?•                                         |•                                     como?

•  A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio.”

http://www.brasilescola.com/redacao/narracao.htm

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• “A narração está vinculada à nossa vida, pois sempre temos algo a contar.Narrar é relatar fatos e acontecimentos, reais ou fictícios, vividos por indivíduos, envolvendo ação e movimento.”

• “A narrativa impõe certas normas: • a) o fato: que deve ter seqüência ordenada; a sucessão

de tais seqüências recebe o nome de enredo, trama ou ação;b) a personagem;c) o ambiente: o lugar onde ocorreu o fato;d) o momento: o tempo da ação

• O relato de um episódio implica interferência dos seguintes elementos:

• fato - o quê?personagem - quem?ambiente - onde?momento - quando?”

• www.algosobre.com.br/redacao/narracao.html

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• A narração consiste em arranjar uma seqüência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa.

O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito.

• Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo. Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:

Esquematizando temos:

- Apresentação; - Complicação ou desenvolvimento; - Clímax; - Desfecho.

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• “ordenação dos fatos, de natureza diversa, externos ao relator(...). No texto comunicativo, os acontecimentos (...), situados no nível de uma seqüência temporal, constituem uma narrativa” (SODRÉ, FERRARI, 1977,p.77)

• Para estes autores a narração tem os seguintes elementos essenciais:

• Situação – unidade básica do acontecimento: o que ocorreu, quando, onde, como, quem está envolvido e eventualmente o porquê.

• Intensidade – ressonância emocional do acontecimento.

• Ambiente – traços do meio físico ou mental que cercam o fato.

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• “(...), a narração edifica-se, quase sempre, a partir de uma ação dada, mas privilegiando a intensidade e, menos freqüentemente, o ambiente. (...) pode-se dizer que qualquer acontecimento forma um primeiro círculo, constrito cruamente às suas unidades básicas. Em torno desse primeiro círculo, está um segundo, formado pela ressonância emocional que o fato desperta. Ao redor do terceiro, encontra-se o ambiente imediato.” (p.148)

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• Segundo Pereira Lima (2004), vale mais o relato carregado do seu substrato emocional e ambiental do que apenas cru, pois se esvai rapidamente. Existe a necessidade de relatar a situação com força, precisão, clareza e impacto.

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“Quanto maior a necessidade de o autor efetuar um corte verticalizado, mais terá que expandir a sua lente narrativa, enriquecendo-a com as realidades de um mesmo fato imanentes ao acontecimento nuclear, (...).” (p.148)

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• Exercício:

• “Maria era uma boa moça, da turma lá do Gantois, ...

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• era maria vai com as outras, Maria de coser, Maria de casar, porém o que ninguém sabia era que tinha um particular...

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• Maria que não foi com as outras, Maria que não foi pro mar. No dia 02 de fevereiro...”

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Descrição

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• “Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com palavras.”

http://www.brasilescola.com/redacao/narracao.htm

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• Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (carcterização subjetiva).  

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• Características• Situa seres e objetos no espaço (fotografia). • Estrutura• Introdução – A perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto e

distingue seus aspectos gerais.Desenvolvimento – Capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se encontram no espaço, caracterizando-os objetiva e subjetivamente, física e psicologicamente.Conclusão – Não há um procedimento específico para conclusão. Considera-se concluído o texto quando se completa a caracterização.

• Recursos• Uso dos cinco sentidos: audição, gustação, olfato, tato e visão que,

combinados, produzem a sinestesia. Adjetivação farta, verbos de estado, linguagem metafórica, comparações e prosopopéias.

• O que se pede• Sensibilidade para combinar e transmitir sensações física (cores,

formas, sons, gestos, odores) e psicológicas (impressões subjetivas, comportamentos).

• www.algosobre.com.br/redacao/narracao.html

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•Entendida como a representação particularizada de seres, objetos e ambientes. •Segundo Torquato (1984) os tipos mais comuns de descrição são:

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• Descrição pictórica – se faz pela soma dos detalhes, o observador imóvel em relação ao que é observado;

• Descrição topográfica – dá mais ênfase a certos aspectos do que é observado, normalmente massa ou volume;

• Descrição cinematográfica – destaca a luz e o jogo de luzes ou sombras sobre o objeto observado;

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• Descrição prosopografica – descreve fisicamente pessoas;

• Descrição cronográfica – descreve épocas ou circunstâncias temporais.

• Descrição cena a cena – descreve diversos cenários/cenas, aparentemente com ou sem vínculos, e depois vai construindo elos de ligação.

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Darcy Ribeiro• Um dos mais brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro

provou ao mundo que um homem de nada mais precisa além da coragem e da força de vontade para modificar aquilo que, por covardia, simplesmente ignoramos. Ouvi-lo, mesmo que por alguns instantes, nos levava a conhecer sua sabedoria e simplicidade, era um verdadeiro intelectual cuja convivência com os índios o fez adquirir invejável formação humanística.

• Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante a seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir.

• Com seu espírito jovem e obstinado, Darcy Ribeiro estava sempre aprendendo e ensinando, ele sabia como ninguém pensar com serenidade e defender aquilo em que acreditava, porém era realista o suficiente para não se perder em “devaneios utópicos”.

André Luiz Diniz Costa

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Exposição

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• “Apresentação de um fato e suas circunstancias, com a análise das causas e efeitos de maneira muito pessoal ou não” (SODRÉ,FERRARI,1977,p.110)

• Usada quando o autor quer discutir uma questão básica e argumentar de modo a tentar convencer o leitor a comungar sua visão do problema.

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• Ex: textos sobre Cuba, URSS, Che Guevara, Brasil etc.