o texto descritivo_ft

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  • 8/14/2019 O Texto Descritivo_FT

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    excedia a das criaturas humanas. Via-o fitar um ponto no vazio,

    acompanhar uma presena invisvel, para a qual latia, demonstrando ser

    um animal dotado de poderes sobrenaturais: um cozinho vidente. Nessas

    condies, nem precisava entender a nossa linguagem: podia captar

    directamente os pensamentos...

    O cachorrinho engraadinho recebia as visitas com grande efuso. Mordia-

    as de brincadeira nas pernas e nos braos, s vezes puxava um fio de

    meia - mas era muito engraadinho - dava saltos verticais que nem um

    bailarino, e, como estava na muda dos dentes, babava as pessoas com

    muito entusiasmo e de vez em quando deixava cair por cima delas um de

    seus dentinhos, to brancos e primorosos que pareciam de matria

    plstica.

    Alm de receber as visitas, o cachorrinho engraadinho sentava-se ao lado

    delas, acompanhava com os olhos as suas expresses, despedia-se delas

    com muita gentileza.

    Acostumou-se de tal modo famlia que no quis mais dormir sozinho,

    passou a ocupar o melhor lugar das camas, como ocupava o das

    poltronas. E quis tambm comer mesa, escolhendo uma cadeira e

    colocando-as.

    E quis tambm comer mesa, escolhendo uma cadeira e colocando as

    patinhas no lugar que a etiqueta recomenda, e que j bem poucas pessoas

    conhecem como se pode observar em qualquer restaurante.

    At certo ponto o cachorrinho engraadinho foi um divertimento, salvo

    quando molhava os tapetes ou as almofadas.

    Vocabulrio:

    artificial - postio, fabricado, no natural

    captar - entender, compreender

    cogitar - pensar, raciocinar, imaginar

    dotado - favorecido, beneficiado, que tem o dom natural

    efuso - fervor de amizade, com grande alegria

    enfastiar - entendiar, aborrecer

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    etiqueta - conjunto de cerimnias no trato de muitas pessoas, regra

    estilo

    exceder - superar, ultrapassar

    fitar - olhar, fixar a vista, o pensamento, a ateno em alguma coisa

    lustroso - reluzente, brilhante, polido

    Pinscher - raa de cachorro de baixa estatura e de porte pequeno

    primoroso - perfeito, distinto, excelente

    salvo - excepto, afora

    sedosos - que tem seda, semelhante seda, peludo, macio

    sobrenatural - superior ao natural, excessivo, sobre-humano, que

    excede as foras da natureza, que no tem explicao

    vidente - que profetiza, que tem a faculdade de viso sobrenatural

    de cenas futuras

    I

    1 - Explique com suas palavras as frases abaixo, considerando que o

    sentido da palavra artificial o mesmo do texto.

    a) Sentia uma alegria artificial.

    b) Deram-lhe um osso artificial.

    c) Comprei flores artificiais na floricultura.

    d) O cachorrinho tinha uma vida artificial.

    2 - Reescreva as frases, substituindo as palavras sublinhadas por

    sinnimos.

    Consulte o vocabulrio do texto ou o dicionrio.

    a) "Os brinquedos, afinal, so mquinas e acabam por enfastiar".

    b) Pensando bem, era muito mais feliz que o menino de cuja felicidade se

    cogitava".

    c) "Sua inteligncia excedia a das criaturas humanas".

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    d) "Nem precisava entender a nossa linguagem: podia captar

    directamente os pensamentos".

    Nas questes de 3 a 5, assinale com um (X) a opo que melhor explique

    o significado das palavras nas frases.

    3 - "O cachorrinho engraadinho recebia as visitas com efuso".

    a) (__) timidez

    b) (__) fervor de amizade

    c) (__) balanando o rabinho

    4 - "O cachorrinho foi um divertimento, salvo quando molhava os tapetes

    ou as almofadas".

    a) (__) afora

    b) (__) contrrio

    c) (__) permitido

    5 - "E quis tambm comer mesa, escolhendo uma cadeira e colocando

    as patinhas no lugar que a etiqueta recomenda".

    a) (__) costume

    b) (__) selo de compra

    c) (__) normas, regras

    6 - Numere os parnteses de acordo com a ordem dos acontecimentos no

    texto.

    a) (____) Todos ficaram encantadssimos com o cachorrinho.

    b) (____) A famlia resolveu comprar um cachorrinho para o menino.

    c) (____) medida que o tempo passava, o cachorrinho foi se

    tornando um membro da famlia e at sentava-se mesa.

    d) (____) O nico fato que contrastava com sua inteligncia e o

    colocava na condio de animal era que molhava os tapetes e as

    almofadas.

    e) (____) O animalzinho se adaptou facilmente ao convvio com a

    famlia.

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    7 - Retire do primeiro pargrafo a pergunta com a qual a autora se dirige

    ao leitor.

    8 - De acordo com a descrio que a autora faz do cachorrinho, vamos

    fazer uma ficha com suas caractersticas.

    a) raa: ________________________________________________________

    b) tamanho: ____________________________________________________

    c) cor: _________________________________________________________

    d) plo: ________________________________________________________

    e) focinho e corpo: _______________________________________________

    f) orelhas: ______________________________________________________

    g) rabo: ________________________________________________________

    II

    Como deves ter observado, neste texto a inteno da autora descrever o

    comportamento do cachorrinho no convvio familiar e apresent-lo

    fisicamente.

    As caractersticas fsicas (aquilo que externo, que est fora) so

    percebidas pela viso, audio, tacto, paladar e olfacto. J as

    caractersticas psicolgicas (aquilo que interno) retratam os aspectos

    emocionais de uma pessoa.

    1 - Qual a diferena entre brinquedo mecnico e o cachorrinho, segundo o

    texto?

    2 - Na descrio, usa-se muito o recurso da comparao para caracterizar

    melhor o que estamos descrevendo. No texto, com o que e com quem o

    animalzinho comparado?

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    3 - Os animais no apresentam caractersticas psicolgicas, e sim de

    comportamento. Qual o comportamento do cachorrinho a partir do

    momento que chegou nova morada?

    4 - A autora descreve muito pouco o ambiente e a famlia com a qual o

    cachorrinho foi morar. Observe com ateno todos os detalhes que o texto

    fornece e responda.

    Qual a classe social da famlia? Por qu?

    5 - Quando o cachorrinho chegou, puseram-lhe nome. Que nome voc

    daria a ele?

    6 - Voc concorda que o cachorro o melhor amigo do homem? Justifique.

    7 - Como voc imagina o menino do texto quanto ao

    a) aspecto fsico?

    b) aspecto psicolgico?

    8 - Assinale a opo correcta. Qual era o comportamento do animalzinho

    com as visitas?

    a) (__) raivoso, bravo

    b) (__) indiferente, no ligava para nada

    c) (__) alegre, contente

    9 - Assinale a opo correcta. O cachorrinho do texto descrito

    a) (__) pelo menino.

    b) (__) pelos pais.

    c) (__) pelo descritor do texto.

    10 - Explique a frase: "Os brinquedos, afinal, so mquinas e acabam por

    enfastiar."

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    11 - Voc concorda que um cachorro possa ocupar, dentro de casa, o

    lugar de uma pessoa? Justifique sua resposta.

    12 - Que outro ttulo voc daria ao texto?

    DESCRIO DE PESSOA

    Existem pessoas que so comuns, mas, aos nossos olhos, so especiais.

    Assim era Julieta para seu primo.

    Prima Julieta

    Murilo Mendes

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    Prima Julieta, jovem viva, aparecia de vez em quando na casa de meus

    pais ou na de minhas tias. O marido, que lhe deixara uma fortuna

    substancial, pertencia ao ramo rico da famlia Monteiro de Barros. Ns

    ramos do ramo pobre. Prima Julieta possua uma casa no Rio e outra em

    Juiz de Fora. Morava em companhia de uma filha adoptiva. E j fora trs

    vezes Europa.

    Prima Julieta irradiava um fascnio singular. Era a feminilidade em pessoa.

    Quando a conheci, sendo ainda garoto e j sensibilssimo ao charme

    feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos de idade.

    Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virglio de

    outra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabea

    para trs, remando os belos braos brancos. A cabeleira loura inclua

    reflexos metlicos. Ancas poderosas. Os olhos de um verde azulado

    borboleteavam. A voz rouca e cida, em dois planos; voz de pessoa da alta

    sociedade. Uma vez descobri admirado sua nuca, que naquele tempo

    chamavam de cangote, nome

    expressivo: pressupe jugo e domnio. No caso somos ns, homens, a

    sofrer a canga. Descobri por intuio a beleza do cangote e do pescoo

    feminino, no querendo com isso dizer que desprezava outras regies do

    universo.

    Vocabulrio:

    anca - ndega, quadril

    domnio - dominao, autoridade

    fascnio - encantamento, fascinao, atraco irresistvel

    fortuna - riqueza

    irradiar - lanar, emitir, espalhar

    jugo - submisso, opresso

    ramo - diviso, descendncia

    singular - individual, nico

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    b) "Descobri por intuio a beleza do cangote e do pescoo

    feminino, no querendo com isso dizer que subestimava outras

    regies do universo".

    Observe:

    A descrio de Prima Julieta implica movimento. Marque a alternativa que

    se adequa melhor s palavras sublinhadas nas frases abaixo.

    1 - "Remando os belos braos brancos".

    a) (__) balanando

    b) (__) sacudindo

    c) (__) acenando

    2 - "Os olhos de um verde azulado borboleteavam".

    a) (__) voavam

    b) (__) viravam

    c) (__) piscavam

    3 - Cite trs caractersticas fsicas da personagem.

    II

    Esse texto um exemplo de descrio de pessoa. Nele o escritor no se

    limita em descrever a personagem apenas fisicamente (por fora), mas

    tambm marcando os traos psicolgicos (jeito de ser) da personagem,

    seleccionando aspectos considerados importantes para a caracterizao

    do ser.

    Nas questes 1 e 2, assinale com um (X) a nica opo correcta.

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    1 - Nesse texto o descritor

    a) (__) Murilo Mendes

    b) (__) o primo de Julieta

    c) (__) o marido de Julieta

    2 - Leia atentamente, o perodo abaixo:

    "Uma vez descobri admirado sua nuca, que naquele tempo chamavam de

    cangote, nome expressivo: pressupe jugo e domnio. No caso somos ns,

    homens, a sofrer a canga."

    Que viso o descritor procura passar da figura feminina em relao ao

    homem?

    a) (__) indiferente

    b) (__) possessiva

    c) (__) sedutora

    d) (__) tmida

    e) (__) autoritria

    3 - Qual a idade do rapaz quando conheceu Julieta? E ela quantos anos

    tinha?

    4 - No texto predomina a descrio fsica ou a psicolgica? Comprove com

    duas expresses do texto.

    Assinale com um (X) as opes correctas de acordo com o texto.

    5 - Pela forma como Julieta descrita, podemos deduzir que o primo a

    acha

    a) (__) linda.

    b) (__) nem feia, nem bonita.

    c) (__) pouco atraente.

    d) (__) feminina.

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    e) (__) fascinante.

    6 - Apesar de o descritor ser ainda garoto, ele sentia grande atraco pela

    prima.

    Podemos perceber isso atravs das seguintes descries:

    a) (__) "Era a feminilidade em pessoa."

    b) (__) "Morava em companhia de uma filha adotiva."

    c) (__) "Ancas poderosas."

    d) (__) "A voz rouca e cida..."

    e) (__) "Descobri por intuio a beleza do cangote e do pescoo

    feminino..."

    7 - Voc, com certeza, conheceu algum to especial quanto Julieta.

    Conte-nos como era essa pessoa.

    DESCRIO DE AMBIENTE

    Voc j se imaginou vivendo numa cidadezinha calma, tranquila, limpa,

    onde viver em paz possvel?

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    Cidadezinha

    Mrio Quintana

    Cidadezinha cheia de graa...

    To pequenina que at causa d...

    Com seus burricos a pastar na praa...

    Sua igrejinha de uma torre s...

    Nuvens que vm, nuvens e asas,

    No param nunca, nem um s segundo...

    E fica a torre, sobre as velhas casas,

    Fica cismando como vasto o mundo !

    Eu que de longe venho perdido,

    Sem pouso fixo (a triste sina!),

    Ah, quem me dera ter l nascido !

    L toda a vida poder morar !

    Cidadezinha... To pequenina

    Que toda cabe num s olhar !

    Vocabulrio:

    cismar - pensar

    sina - destino, sorte

    vasto - grande, muito extenso

    I

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    2 - Esse texto pode ser considerado uma descrio? Por qu?

    3 - A expresso: "... at causa d...", no texto, no significa pena,

    compaixo para com a cidade, pois o poeta gosta muito dela. Na

    verdade, o que significa ento? Assinale a resposta certa.

    a) (__) Uma forma carinhosa de se referir cidade.

    b) (__) Uma forma potica de demonstrar descaso para com a

    cidade.

    4 - O que, no texto, quebra o sossego e a monotomia da cidadezinha?

    5 - D sua opinio sobre o modo de vida na cidade em que voc mora.

    III

    Voc tem, a seguir, duas propostas para produo de texto. Escolha uma

    delas e escreva seu texto. No se esquea de que ele dever ser

    descritivo. Para tanto, voc dever observar as caractersticas da

    descrio: tempo esttico, uso de comparaes e adjectivos.

    Proposta 1

  • 8/14/2019 O Texto Descritivo_FT

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    Escolha uma pessoa de quem voc gosta muito.

    Pode ser namorado(a), pai, me, filho(a), amigo(a), av, av ou outra.

    Faa uma descrio dessa pessoa, procurando retratar particularidades de

    comportamento, aco e do seu jeito de ser. Pode, ainda, fazer seu auto-

    retrato, isto , escrever sobre voc mesmo.

    Proposta 2

    Descreva sua cidade observando todos os aspectos que fazem dela um

    lugar especial para voc: sua paisagem (ruas, avenidas, prdios e casas);

    as reas de lazer; o jeito de ser das pessoas que vivem nela; o sistema de

    transporte colectivo; as indstrias; o comrcio; o ritmo de vida de sua

    gente etc.

    Imagine que seu texto ser publicado num folheto turstico e dever

    convencer o leitor de que vale a pena visit-la.