o templo de deus é santo e esse templo sois...

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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT o templo de Deus é santo e esse templo sois vós. 1 Cor 17b JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 345 | AGOSTO DE 2018

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““1 Cor 17b

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 345 | AGOSTO DE 2018

“Os bichos só são feios se não entendermos os seus padrões de beleza. Um pouco como as pessoas. Ser feio é complexo e

pode ser apenas um problema de quem observa”[Valter Hugo Mãe, romancista português contemporâneo]

Vez ou outra, é possível colocar-se a pensar sobre o rosto autêntico da Igreja ou sobre as características

determinantes de um cristão. Haveria um modo de estabelecer critérios objetivos para essa definição? Pois, seria tarefa ár-dua produzir uma série de indicações e paradigmas que restringissem as fronteiras entre o ser cristão ou não o ser. A meu ver, a forma mais justa de se definir o ser cris-tão deveria ser estritamente uma relação profunda com o Mestre de Nazaré.

A partir do momento que alguém assu-me essa experiência fundamental em sua vida, todas as escolhas, as metas e os iti-nerários vitais estarão minimamente em compatibilidade com o permanecer com

Jesus. Os Evangelhos e os escritos bíblicos neotestamentários indicam a fundamental relevância de um encontro que modifica as trajetórias de vocações nomináveis (Paulo de Tarso, Maria Madalena, Mateus etc.) e inúmeras histórias anônimas transforma-das pelo encontro com Jesus Cristo.

Quando pensamos em vocação, não deve ser diferente, pois essa deveria se definir estritamente como resposta pessoal a um chamado íntimo e total iniciado pelo próprio Deus que convoca todos os seus filhos a viver o amor e a fraternidade. Ob-viamente, o chamado que o Senhor cons-tantemente faz é à santidade, que propicia o surgimento de vocações específicas, po-rém sem a busca pela santificação, quais-

quer vocações se perdem ou se esvaziam pela distância do elemento central: Jesus Cristo.

Na Igreja, a multiplicidade vocacional é fruto do Espírito Santo a renovar constan-temente a comunidade dos seguidores de Cristo com novos ares a fim de responder às necessidades de cada tempo histórico.

Nesta edição, contemplaremos jus-tamente essa pluralidade vocacional, ao mesmo tempo, marcada pela unidade na santidade que caracteriza os filhos da Igre-ja, leigos ou ordenados. Preparemos nos-so olhar para perceber na diferença e na diversidade a riqueza da ação do Espírito Santo que não cessa jamais de nos surpre-ender para nos santificar.

editorial

voz do pastor

expediente

Durante este mês, estaremos rezando pelas vocações. É um tempo marca-do por iniciativas múltiplas como os

dias dos padre, dos pais, dos religiosos e religiosas, dos catequistas.

Como Deus chama – vocaciona homens e mulheres em todo tempo – continua cha-mando também em nossos dias. Os que foram marcados pelo Senhor são sempre chamados em vista de um bem, uma mis-são. Deus prepara os corações daqueles e daquelas com uma vida digna e santa. É de muita responsabilidade acolher tal chama-do. Muitos conseguem fazer um caminho de santidade numa entrega total e sem reservas.

Um caminho de santidade cotidiano é aquele vivido na vida da Igreja – a grande família de Jesus. Nela aprendemos a convi-

ver e a exercitar a fraternidade. Na Igreja, encontramos todos os elementos que nos indicam como devemos viver a vida huma-na e cristã. Por isso, a Igreja é sempre sinal do reino.

Como qualquer comunidade humana, a Igreja marcada por fragilidades e limites, é também caracterizada por conquistas e grandes empreendimentos que trazem as marcas em seus membros.

Um outro modo excelente de se buscar e viver a santidade é o matrimônio, o casa-mento, e a vida familiar são uma verdadei-ra Igreja Doméstica. Encontramos também aqui todos os ingredientes para se alcançar a santidade.

Jesus amplia o conceito de família quando no Evangelho alguém chega e diz que sua mãe e seus irmãos o aguardam

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoLUIZ FERNANDO GOMESJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

VOCAÇÃO À SANTIDADE

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

fora da casa, onde estão muitos a ouvir o Mestre. Jesus então pergunta quem seriam seus irmãos e mãe senão aqueles que fa-zem a vontade de Deus.

A verdadeira vocação à santidade está no coração desta grande família que é a Igreja de Jesus Cristo. Permaneçamos nela e nos esforcemos para sermos mais pareci-dos com nosso Deus: uma comunidade de amor.

Demos ao mês de agosto esta caracte-rística vocacional que nos chama à respon-sabilidade de uma consciência de que a ini-ciativa do chamado é sempre de Deus e a cada um de nós cabe apenas uma resposta cheia de decisão e de amor.

Rezemos por todos os que se esforçam e acreditam que a humanidade é vocacio-nada à santidade.

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

Os três meses que se seguem, na dinâmi-ca da Igreja no Brasil, possuem acentos especiais que indicam a ação divina na

vida de seu Povo: o Deus que nos chama (agos-to, mês vocacional), nos forma em sua Palavra (setembro, mês da Bíblia), e nos envia em mis-são (outubro, mês das missões). Essa sequência que expressa a presença e ação do Senhor nos indica que na raiz da caminhada cristã existe o chamado divino; o primeiro gesto de Deus, após nos dar a vida, é nos chamar amorosamente.

No sentido do que foi descrito acima enten-demos o significado da questão vocacional na vida da Igreja.  A promoção vocacional é uma di-mensão da evangelização, e não uma pastoral anexa ou paralela a ela, pois na origem da vida cristã há uma vocação, um chamamento divino. O contexto atual, com sua enorme complexida-de, carrega em si possibilidades de caminhos a serem percorridos e desafios a serem enfrenta-dos. No presente texto, pretendemos sinalizar, sinteticamente, em uma visão de esperança, a questão vocacional no referido contexto. Apon-taremos três desafios e três caminhos no que se refere à questão vocacional na atualidade.

EIS OS TRÊS DESAFIOS: 1. Vivência utilitarista da religião: quando a re-

ligião e a fé, como acontece frequentemente em nosso tempo, são procuradas apenas quando surgem as aflições e dificuldades da vida ou quando Deus é buscado apenas para atender às necessidades individuais da pes-soa, se dá algo problemático: perde-se a no-ção do chamado de Deus, do gesto de amor de Deus de nos convidar, de nos querer perto Dele. E mais ainda: o desejo de responder ao seu chamado com empenho, entusiasmo e alegria se torna inexistente. Busca-se, neste caso, a Deus apenas por interesse pessoal. Quando este é atendido já não precisa mais de Deus, Ele já realizou o que a pessoa de-sejava. Esta vivência utilitarista e interesseira da fé e da religião pode ser contado entre um dos maiores desafios que rivalizam contra a vivência das vocações na Igreja.  

2. Superficialidade pastoral: na esteira do Papa Francisco, que propõe com insistên-cia uma renovação pastoral em chave mis-sionária, podemos dizer que a pastoral de manutenção também é um desafio em rela-ção à questão vocacional. Aquela estrutura pastoral na qual a maioria dos agentes faz por obrigação (e não por vocação), aque-les grupos pastorais que não têm o devido apoio e incentivo dos pastores, aquelas expressões pastorais nas quais se perdeu o espírito inovador, a alegria de servir, o en-canto pela evangelização: esses podem cair na superficialidade pastoral. E nesse caso não há vivência vocacional, pois, a pastoral é realizada como uma tarefa costumeira obrigatória, sem alma, sem brilho, sem vida; não se faz com convicção por Deus ter nos chamado e encantado com sua proposta chamativa, mas simplesmente permanece

na superfície de uma rotina pastoral fria.   

3. Esquecimento da responsabilidade eclesial geral pelas vocações: é sempre importante lembrar que a tarefa de promover as voca-ções não é exclusiva do clero, mas, de toda Igreja. Bispo, padres, animadores vocacio-nais clérigos são, sim, os primeiros responsá-veis, mas não apenas eles. É tarefa irrecusá-vel da Igreja inteira a responsabilidade pelas vocações. Os leigos com sua oração e in-centivo, os grupos pastorais com suas várias possibilidades de promoção vocacional (na catequese, nos encontros de famílias e ca-sais, nas reuniões de jovens etc.), os padres (pois a maior propaganda vocacional – para o sacerdócio ministerial – é o testemunho de um padre feliz) com sua pastoral vocacional,

os religiosos e as religiosas com sua promo-ção vocacional específica... Toda Igreja é au-tora da promoção vocacional! Caso isso for esquecido, a tarefa da promoção vocacional ficará nas mãos de uns poucos. Nesse caso, não se alarga muito e se enfraquece sempre mais.  

EIS OS TRÊS CAMINHOS: 1. A criação de uma cultura vocacional: certa-

mente o caminho prioritário no trabalho com as vocações hoje é o de criar, no ambiente das comunidades e no coração de seus membros, uma cultura vocacional.   Signifi-ca vocacionalizar a ação pastoral na Igreja. O padre exerce o ministério porque foi cha-mado pelo Senhor, os agentes realizam seu serviço pastoral porque o mesmo Senhor os

opiniãoVOCAÇÃO NOS DIAS DE HOJE: DESAFIOS E CAMINHOS

chamou e encantou com sua proposta, os pais cristãos cuidam das famílias e educam os filhos com todo amor e responsabilidade porque este foi o chamado divino. A sacrali-dade do chamamento divino e o encanto e entusiasmo que dele brotam, são, na cultu-ra vocacional, o grande impulso para a vida cristã e para a ação pastoral. A criação da cultura vocacional pode ser um fator forte para o crescimento de uma comunidade.

2. A valorização dos ministérios não ordena-dos: fala-se, já há algum tempo, da necessi-dade de “desclericalizar as vocações”. Este caminho continua atual e válido na promo-ção vocacional. A vocação, evidentemente, não se limita aos ministérios ordenados. Vo-cação não a tem apenas o bispo, o padre e o diácono, como também não a tem apenas os religiosos e as religiosas. A vida é uma gran-de vocação, a graça batismal é outra grande vocação e o desdobramento desta, bem vivi-do, torna o cristão apto a assumir com firme-za sua missão. Gestos e atividades simples na caminhada pastoral podem ajudar nesse caminho: a celebração do dia do catequista, as bênçãos de casais que celebram bodas durante as celebrações, o envio nas missas da comunidade de agentes de pastoral para serviços de evangelização, a instituição do ministro das exéquias e ministro da Palavra.

3. O acolhimento das fragilidades: é marca do nosso tempo, nas pessoas em geral, a fragili-dade no assumir compromissos duradouros e tarefas desafiadoras. É muito comum ouvir de leigos que não querem compromisso, e ver na realidade dos jovens marcas fortes de inconstância e desinteresse. Essa dificulda-de, ao invés de ser motivo de queixas e desâ-nimo, se são acolhidas e orientadas, podem constituir um caminho de promoção voca-cional. Respeitar os prazos e os tempos das pessoas, acolher sem preconceito, oferecer motivações entusiasmadoras podem ser pistas de ação para promover a vivência da vocação cristã. O cristão do presente possui essas marcas de fragilidade. Se acolhidas, a partir desta perspectiva, pode se encontrar um caminho para ajudar este mesmo cristão a viver sua vocação.

Pode se considerar, por fim, que, mesmo diante da complexidade do presente, é possível ver luzes para iluminar um caminho vocacional a ser percorrido. E, diante dele, assumir a tarefa da dimensão evangelizadora que é a promoção vocacional. Vocações são fruto de uma Igreja que reza e que trabalha por elas. O futuro da Igreja depende, em parte, da seriedade com que trabalhamos as vocações no presente. Nas palavras do Mestre compadecido diante da multidão abatida nos inspiremos sempre para trabalhar e rezar: “A messe é grande, mas pou-cos os trabalhadores. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para a colheita” (Mt 9, 37-38).

Por padre Eder Carlos de Oliveira, coordenador diocesano do Serviço de Animação Vocacional

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

notícias

Texto/Imagens: Ana Lúcia Carlini Scassiotti

Texto: Assessoria de Comunicação/ Imagem: padre Henrique NevestonTexto/Imagem: Divulgação

Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação

São Domingos celebra Jubileu de Ouro, em Poços de Caldas

Área Pastoral na Serra da Canastra recebe visita após um ano de criação

CNBB divulga vencedor do concurso do cartaz da CF 2019

Formação Cristã destaca ‘Alegria do Evangelho’ em encontro diocesanoA Paróquia São Do-

mingos completou 50 anos de criação

em 2018. Criada pelo en-tão bispo diocesano dom José de Almeida Batista Pereira, no dia 2 de junho de 1968, tornou-se a quin-ta paróquia em Poços de Caldas.

Em preparação ao jubileu, foi realizado um tríduo que contou com a presença de dois padres que atuaram na paróquia. No primeiro dia do tríduo, padre Rodrigo Costa Papi presidiu a celebração eucarística e contou um pouco de sua história com a paróquia. No segundo dia, padre José Au-gusto da Silva presidiu a celebração eucarística e ressaltou a importância que uma comunidade paroquial tem em ser missionária. O atual pároco, padre Hiansen Vieira Franco, celebrou o terceiro dia do tríduo.

No dia 2 de junho, a missa foi solenemente celebrada pelo bispo diocesano, dom José Lan-za Neto, ocasião em que conferiu a vinte e cinco

Nos dias 13 e 14 de julho, o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, e o coordenador diocesano de pastoral, padre Henrique

Neveston, visitaram a área pastoral Canastra, criada há um ano. A primeira área criada fica em Delfinópolis, mais especificamente na Serra da Canastra. O município possui uma extensão ter-ritorial de 200 mil metros quadrados.

A região turística e montanhosa é de difícil acesso com uma distância de 40 quilômetros da cidade mais próxima. A distância entre as comuni-dades pode chegar até a 60 quilômetros. A agro-pecuária é a principal fonte de renda com produtos como banana, café, cana de açúcar e leite, além do turismo que já é desenvolvido na região.

Há dois distritos atendidos pelo padre Cé-lio Laurindo na região pastoral: Olhos d’ Água e Ponte Alta, além de algumas comunidades rurais espalhadas pela região da Serra da Canastra. Os distritos já possuem uma estrutura física com igre-

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou o vencedor do concurso do cartaz da Campanha da

Fraternidade 2019 (CF 2019), o religioso pauli-no, padre Erivaldo Dantas.

A CF 2019 tem como tema ‘Fraternidade e Políticas Públicas’ e o lema ‘Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1,27)’.

A arte do cartaz, segundo padre Erival-do, busca expressar questões relacionadas à educação, saúde, meio-ambiente e de-senvolvimento social.

“O cartaz visa ser a imagem que norte-ará o desejo da Igreja do Brasil de ajudar a sociedade a refletir sobre a importância das políticas públicas, como meio de asse-gurar as condições mais elementares para construção e manutenção da sociedade, de modo que as pessoas possam viver dig-namente nas suas várias realidades”, expli-ca padre Erivaldo.

A CAMPANHA O tema das políticas públicas foi defini-

do pelo Conselho Episcopal Pastoral (Con-sep) da CNBB no decorrer do ano de 2017 considerando o processo que se faz todos os anos junto às dioceses por ocasião da avaliação da Campanha da Fraternidade.

“[A Igreja] Acompanha a humanidade em to-dos os seus processos, por mais duros e demo-rados que sejam. Conhece as longas esperas e a suportação apostólica” (Alegria do Evangelho 24).

A partir das exortações apostólicas Alegria do Evangelho e Alegrai-vos e Exultai do papa Fran-cisco, o Encontro Diocesano da Formação Cristã foi realizado no dia 7 de julho, na Cúria Diocesana em Guaxupé.

O encontro assessorado pelo padre José Au-gusto da Silva, professor de Filosofia e Teologia, reuniu mais de 100 agentes de pastoral de todos os setores pastorais da diocese. O evento desta-cou a importância de uma formação cristã que

jovens o sacramento da Crisma.

Dom José agra-deceu a presença das irmãs dominicanas que, ao longo dos cin-quenta anos, fizeram história na paróquia contribuindo com o serviço pastoral e com orações.

A celebração contou com a pre-sença de ex-alunas do antigo Colégio São Domingos que

vieram celebrar com a paróquia o jubileu de ouro de sua formatura.

Após a celebração eucarística, os participantes confraternizaram com um jantar alegre, que contou com a presença dos padres José Augusto e Hiansen.

Ainda dentro das festividades do jubileu, foi preparada uma exposição fotográfica na lateral direita da igreja matriz São Domingos, contando a história da paróquia desde a construção da igreja até os dias atuais. Essa mostra ficou exposta du-rante todo o mês de junho.

atenda às demandas para uma Igreja em Saída.A crise do compromisso comunitário foi trata-

da pelo assessor como desafio a ser identificado e combatido pela comunidade cristã. Algumas características perceptíveis na atualidade devem ser iluminadas à luz do Evangelho, como o para-doxo entre desenvolvimento tecnológico e a indi-vidualização social, que produzem uma realidade excludente e idolátrica.

“O segredo para não cair nas ciladas do mundo é manter vivo o Espírito em nós que nos aponta a simplicidade de Cristo manifesta nos po-bres”, apontou o assessor como via necessária à fidelidade da proposta cristã.

A CF 2019 vai aprofundar o que são as po-líticas públicas enquanto garantidoras de di-reitos, buscará fazer a distinção entre política de governo e políticas de estado, bem como vai tratar do processo de uma política pública – da agenda à avaliação e monitoramento.

jas, centro de pastoral, salão paroquial e espaço de eventos. Além dos distritos, os visitantes esti-veram em algumas comunidades da região.

Foram realizados diversos encontros com uma presença considerável de fiéis: missas, refei-ções, orações, quermesse, visitas. Nas homilias, dom Lanza demonstrou sua satisfação da realida-de pastoral visitada destacando a relevância da concretização da dimensão missionária de uma Igreja em saída.

Entusiasmado com a visita, padre Henrique vislumbrou a potencialidade da área pastoral. “É um povo com desenvolvimento econômico, com um bom nível cultural. As pessoas têm todos os recursos necessários para seu desenvolvimento. A única dificuldade são as estradas de terra e o relevo acidentado”. O desafio, segundo ele, é “intensificar a formação para os serviços e os mi-nistérios da Igreja e o engajamento dos leigos na vida comunitária”.

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

missão

Santa Cruz de la Sier-ra, na Bolívia, nos dias 10 a 14 de julho,

tornou-se um grande vér-tice da dimensão missio-nária da Igreja na América na 5ª edição do Congresso Latino Americano (CAM). Mais de 2500 missioná-rios vindos de 24 países de toda a América.

Além de cinco grandes conferências, o congresso ofereceu também 12 ofi-cinas sobre vários temas ligados à missão, cinco sub-assembleias e quatro conversatórios. A meta central do CAM é fortale-cer a identidade e o com-promisso missionário ad gentes da Igreja na Amé-rica, anunciando a alegria do Evangelho a todos os povos, com especial aten-ção às periferias do mundo de hoje e no serviço de governos mais jus-tos, solidários e fraternos.

Desde a 5ª Conferência do Episcopado Latino Americano, em Aparecida (2007), as Igrejas particulares das Américas estão comprometidas com a missão. Missão de Anunciar a Boa Notícia de Jesus Cristo na desafiante realidade social do continente americano marcado por profundas e rápi-das mudanças que trazem oportunidades, mas também impactos que desconsideram os povos no âmbito cultural e religioso.

Nesse contexto, hoje a missão deman-da das comunidades uma resposta genero-sa e ardorosa, atenta aos apelos do Papa Francisco que nos impulsiona a um profun-do processo evangelizador de nosso con-tinente.

ALEGRIA DO EVANGELHO“Pode um cristão ser triste? Pode um

cristão ter uma cara de vinagre?” Com es-sas duas perguntas, o bispo de Choluteca (Honduras), dom Guido Charbonneo, ini-ciou sua conferência no CAM 5. “A missão não é algo frio. Ela toca as fibras mais pro-fundas da pessoa do missionário”, prosse-guiu dom Guido que falou sobre A alegria

Pai de bondade, criador de todas as coisas, concede-nos tua misericórdiapara que nos liberte da tristeza egoísta que brota do coração voraz,de uma vida doentia de caprichos e de consciência fechada aos demais.Ajude-nos no encontro com Teu Filho Jesus Cristo, que Ele cative nosso coração,de modo que Seu olhar sereno nos fortaleça na fé e nos abra aos irmãos e irmãs.E apesar de nossos limites, sejamos capazes de mostrar ao mundoa alegria de uma vida nova que surge de Seu divino coração.Que tua Igreja, motivada pela doce e confortadora alegria de evangelizar

CAM 5: CONGRESSO MISSIONÁRIO VALORIZAPROFETISMO E SOLIDARIEDADE NA MISSÃO DA IGREJA

Por Pontifícias Obras Missionárias

apaixonante do Evangelho, a conferência de abertura do congresso.

“Em nosso mundo cheio de más notí-cias, o anúncio do evangelho é o anúncio gozoso da morte e ressurreição de Cristo”, sublinhou o conferencista. Em sua opinião, a alegria do evangelho tem origem em Deus e se manifesta no encontro da pessoa com Cristo ressuscitado.

Para dom Guido, as bem-aventuranças são o fundamento da opção preferencial pelos pobres. Relacionando as bem-a-venturanças com o cântico do Magnificat, cantado por Maria em sua visita a Isabel, o bispo afirmou que, através de Maria, Deus devolve a esperança aos encurvados e abatidos e aos pobres de Javé. “Unir-se a Maria em seu canto nos permite identificar--nos com ela no descobrimento gozoso do Deus dos pobres”, sublinhou.

PROFETISMOProfetismo e missão foi um dos temas

do CAM 5, apresentado pelo arcebispo de Tunja (Colômbia), dom Luís Augusto Castro Quiroga. Servindo-se de várias pequenas histórias, muito apreciadas pelos delega-dos do congresso, o arcebispo definiu o

que é um profeta e qual a tarefa do pro-fetismo.

Segundo dom Quiroga, profetismo é a luta contra a idolatria que se manifesta nos rivais de Deus e na manipulação de Deus. “Os rivais de Deus são realidades munda-nas, mas absolutizadas, que havia no tem-po dos profetas, quando até mesmo o rei se declarava deus. Elas existem também hoje, como se pode constatar vendo qual-quer noticiário e, por serem contrárias ao Deus vivo, é necessário evangelizá-las. Por isso, o profetismo é extremamente neces-sário”, explicou o arcebispo.

SOLIDARIEDADEA situação de violência vivida por pa-

íses como Honduras, Haiti, Nicarágua e Venezuela foi lembrada pelos participan-tes do CAM 5. Em comunicado lido pelo diretor das Pontifícias Obras Missionárias do Paraguai, padre Leonardo Rodríguez, os participantes repudiaram a violência que as populações desses países têm sido víti-ma e fizeram um “radical apelo” aos gover-nantes: “Em nome do Senhor, rechaçamos toda ação violenta e fazemos um radical apelo aos responsáveis, especialmente aos

governantes de cada nação, a se compro-meterem em viver e promover uma autên-tica cultura de defesa e promoção da vida e do bem comum, da verdade, da justiça e da paz. Hoje, mais do que nunca, com-preendemos que a missão da Igreja deve seguir o caminho do encontro, da escuta, do diálogo, do perdão e da reconciliação”, destaque da mensagem assinada pelos participantes do CAM 5.

PRÓXIMO CONGRESSO Com grande entusiasmo, Porto Rico re-

cebeu a notícia de que será a nova sede do 6º Congresso Missionário Americano (CAM 6) em 2023. O anúncio foi realizado por dom Sergio Gualberti, arcebispo da Ar-quidiocese de Santa Cruz (Bolívia), ao final da celebração de encerramento do CAM 5.

Foi entregue à delegação de Porto Rico um símbolo esculpido em madeira, que carrega a cruz de Evangelização (sinal do caminho) dentro da imagem de Cristo res-suscitado. O símbolo também tem a ima-gem da Virgem de Guadalupe, Padroeira das Américas, e a figura de Jesus abraçan-do uma pessoa, que representa a todos a quem a Alegria do Evangelho deve vir.

ORAÇÃO DO 5º CONGRESSO MISSIONÁRIO AMERICANO (CAM 5)e fecundada por novos filhos e filhas,possa contemplar agradecida, na força renovadora do Espírito Santo,sua expansão, origem e desenvolvimento na bondade, verdade e beleza.Que a Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização,nos faça descobrir a força da humildade e da ternura,nos momentos áridos e difíceis.Sua materna intercessão nos conforte e ensine a depositar em Ti toda nossa confiança, sustentando-nos uns aos outros com a oração. Amém.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

em pautaO ROSTO DA SANTIDADE

“Buscar a santidade nos dias de hoje vem sendo uma meta para poucos, a maio-ria das pessoas só pensa em diversão e em aproveitar cada segundo para comemorar a qualquer custo. Concordo que temos que aproveitar [a vida], mas esse aproveitar deve ser com responsabilidade. Porém, perdemos o foco que deveria ser o prin-cipal: buscar a santidade de vida! Muitos desistem, pois pensam que para ser santo é preciso fazer algo de inusitado, sendo que o extraordinário acontece na simplicidade de vida, no lutar contra nossas fraquezas, no tomar a cruz e ser mensageiro da fé, transmitindo o amor de Cristo para as pessoas que estão perdidas perante um mundo tão iludido com o que se passa. Nunca será tarde demais para buscar a santidade, basta mudar seus atos. Não tenhais medo de ser santo!” Lucas Pereira, Paróquia São Sebastião - Alpinópolis

O chamado à santidade é feito a todas as pessoas, nas diversas situações e estados de vida em que elas se encontram. Em mais um documento de seu pontificado, papa Francisco fala sobre o chamado à santidade no mundo atual: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e nas mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa; nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nessa constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade

da Igreja militante. Essa é, muitas vezes, a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus” (Gaudete et Exsultate 7). A santidade é o rosto belo da Igreja, na medida em que todo batizado toma consciência de sua missão de transformar a realidade que o cerca. Parafraseando São Tomás de Aquino, a

santidade não consiste em saber muito, meditar muito, pensar muito. O grande mistério da santidade é amar muito. O amor é o caminho que leva a criatura para o encontro com o Criador e com os irmãos e irmãs. Não existe santidade sem amor, sem serviço, sem doação, sem comprometimento. Cada cristão, quanto mais se santifica, tanto mais fecundo se torna para o mundo.

O mundo atual carece de pessoas comprometidas, que anunciem com a vida o Reino do Pai e que tenham firmeza interior, que é obra da graça, para suportar as contrariedades, as vicis-situdes da vida e também as agressões dos outros, suas infidelidades e seus defeitos (Gaudete et Exsultate 112).

O rosto da santidade é apresentado por pessoas de diferentes cidades e estados de vida que almejam ser discípulos de Cristo, sinais de sua presença na vivência fraterna.

“A santidade é a primeira vocação na Igreja, antes de abraçar qualquer outra - seja ela religiosa, consagrada, matrimonial - é preciso compreender que há uma vo-cação precípua. É o próprio Deus que nos diz ‘Sede santos porque eu sou Santo’ (cf. 1 Pe 1, 16). A santidade não é somente para os santos de altares, os místicos, mas para todo cristão batizado. Portanto, refletir so-bre santidade de vida exige a abertura do coração para compreender que Deus quer unir-se a nós no ordinário da nossa vida, da nossa história. O Papa Francisco em sua nova exortação apostólica Gaudete et Exsultate fala-nos sobre a santidade ao pé da porta, fazendo-nos refletir sobre as realidades comuns que po-dem e devem nos santificar. São nos atos simples e corriqueiros de nossa vida que Cristo revela-Se e nos diz: Sede santos! Nossa Diocese de Guaxupé ganhou um presente do céu com a abertura do processo de beatificação de Dom Inácio, um homem do povo que viveu na sua essência a vocação à santidade. Sua história deve despertar em nós o desejo de viver como homens e mulheres enraizados em Cristo e com o coração voltado para Ele”. Sabrina Verola, Comunidade de Vida Doce Consolo - Areado

“Atualmente ser santo não é diferente do que foi no passado, que, em suma, é viver o amor através dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, o que é o amor? E aqui, sim, podemos detectar uma gigantesca diferença do passado: hoje se perderam totalmente o sentido e o verda-deiro significado da palavra Amor. Amor não é sentimento, mas, sim, sacrifício. Não há verdadeiro amor se não houver a cruz. Amamos bem pouco hoje porque não queremos nos sacrificar por nada nem por ninguém, nem mesmo por nós mesmos. Nossa vida atual em busca frenética por conforto e prazer tem nos deixado cada vez mais fracos para carregar a cruz, por mais leve que esta seja. Precisamos aprender a sofrer para aprender a amar e três coisas são necessárias para tal: 1) Estudar a doutrina católica que nos é transmitida através do Catecismo, documentos dos Papas e ensinamentos dos Santos; 2) Frequentar os Sacramentos; 3) Penitências frequentes e orações diárias, sobretudo, pela reza do santo terço/rosário. E como nos ensina o Concílio Vaticano 2º, não nos esqueçamos de que ‘todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: «esta é a vontade de Deus, a vossa santificação» (cf. 1 Ts 4,3)’ (Lumen Gentium 39)”. Marcelo Souza, casado e pai – Passos

A lógica do dom e da cruzCondição essencial para avançar no discernimento é educar-se para a paciência de Deus e os seus tempos, que nunca são os nossos. Ele não faz descer fogo do céu sobre os incrédulos (cf. Lc 9, 54), nem

permite aos zelosos arrancar o joio que cresce juntamente com o trigo (cf. Mt 13, 29). Além disso requer-se generosidade, porque «a felicidade está mais em dar do que em receber» (At 20, 35). Faz-se discer-nimento, não para descobrir que mais proveito podemos tirar desta vida, mas para reconhecer como podemos cumprir melhor a missão que nos foi confiada no Batismo, e isto implica estar disposto a fazer renúncias até dar tudo. Com efeito, a felicidade é paradoxal, proporcionando-nos as melhores experiências quando aceitamos aquela lógica misteriosa que não é deste mundo, mas «é a nossa lógica», como dizia São Boaventura, referindo-se à cruz. Quando uma pessoa assume esta dinâmica, não deixa anestesiar a sua consciência e abre-se generosamente ao discernimento.

Quando perscrutamos na presença de Deus os caminhos da vida, não há espaços que fiquem excluídos. Em todos os aspetos da existência, podemos continuar a crescer e dar algo mais a Deus, mesmo naqueles em que experimentamos as dificuldades mais fortes. Mas é necessário pedir ao Espírito Santo que nos liberte e expulse aquele medo que nos leva a negar-Lhe a entrada nalguns aspetos da nossa vida. Aquele que pede tudo, também dá tudo, e não quer entrar em nós para mutilar ou enfraquecer, mas para levar à perfeição. Isto mostra-nos que o discernimento não é uma autoanálise presuntuosa, uma introspeção egoísta, mas uma verdadeira saída de nós mesmos para o mistério de Deus, que nos ajuda a viver a missão para a qual nos chamou a bem dos irmãos.

Papa Francisco, Gaudete et Exsultate (174 - 175)  

6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

Por Douglas Ribeiro Lima, seminarista - Teologia

“Ser santo nos dias de hoje é ser uma pessoa a serviço de Deus, é aceitar que Jesus é nosso Salvador. Não significa ser-mos perfeitos, mas sermos puros diante de Deus. Para ser santo não precisa ser um religioso ou uma religiosa, nos tornamos santos quando aceitamos o chamado do Pai, mas, muitos não querem ouvir esse chamado para servir ao Reino. É preciso viver com amor, com o nosso testemunho cristão em todos os lugares, por onde passarmos, seja no nosso trabalho, no lazer, em nossos ensinamentos às pessoas de nosso convívio. Quando somos chamados a nos tornar santos, somos chamados a partilhar a nossa alegria com as pessoas que estão juntas a nós. Ser Santo parece algo impossível, mas, no momento em que nos permitimos isso, a graça acontece em nossos corações. É só deixar que Deus, através do Espírito Santo, possa agir em nossa vida, transformando-a todos os dias e nos tornando pessoas melhores a seu serviço e de nossos irmãos e irmãs”. Denise Benjamin, professora – Monte Belo

“Ser santo nos dias atuais? Excelente e difícil pergunta, visto que teoricamente seria apenas dizer: Dedicar-se a uma vida de renúncia de todo o mal, trilhando os en-sinamentos deixados por Cristo e, pronto, viveríamos a santidade. Mas sabemos que esta busca da vida próxima a Deus exige muito mais que teorias. Ainda nessa sema-na, quando me propus a escrever sobre esse tema, aqui em minha casa, recebe-mos oito casais do ECC, o Grupo São José, e nos foi proposto o tema ‘fé, esperança e cari-dade’ na reunião. São as virtudes teologais que, por sinal, era um termo desconhecido por nós. E concluímos que se vivermos a fé, motivados a entregar todo o nosso ser Àquele que é maior que nós, Cristo, se depositarmos n’Ele nossa confiança, cultivando a esperança, enten-deremos que a santidade consiste no amor de Deus, que é a virtude perfeita. Agindo assim em nossas vidas, seguindo o que o Criador nos deixou, podemos, sim, dizer que vivemos a Santidade no amor. Sermos santos não é sermos perfeitos, enquanto homens e mulheres, em especial no matrimônio. Mas é jamais deixar de praticar estas virtudes, tanto na vida em família, quanto na vida em comunidade”. Silmara Vasconcelos, casada e mãe – Paraguaçu

“Nos dias atuais é um grande desafio viver e buscar a santidade em um mundo marcado pelo individualismo e a cultura do descartável. Para alcançá-la devemos seguir os passos de Cristo e moldar nos-sos corações baseados nos Seus ensina-mentos, o que não é uma tarefa fácil: nos colocar à disposição da vontade de Deus, meditar Sua palavra, colocá-la em prática, ajudar o próximo, nunca se esquecendo do maior mandamento que Ele nos deixou: ‘Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei’ (cf. Jo 15, 12). Amar o próximo, aí está a chave que abre as portas para essa nova vida. Jesus baseou toda sua existência e seus ensinamentos no amor e nós somos convidados a fazer o mesmo. Nesse sentido, a devoção e o exemplo da Virgem Maria, Mãe de Deus, nos ajuda a viver e buscar a santidade. Maria, ao responder de modo livre e consciente à Palavra de Deus, revela ser uma mulher que tem liberdade e, ao mesmo tempo, convicção de sua fé. O sentido de toda a nossa santidade está em Deus, no qual encontramos, como fez a Virgem, o ‘sim’ de nossa felicidade”. Luiz Henrique da Silva, seminarista – Teologia  

A lógica do dom e da cruzCondição essencial para avançar no discernimento é educar-se para a paciência de Deus e os seus tempos, que nunca são os nossos. Ele não faz descer fogo do céu sobre os incrédulos (cf. Lc 9, 54), nem

permite aos zelosos arrancar o joio que cresce juntamente com o trigo (cf. Mt 13, 29). Além disso requer-se generosidade, porque «a felicidade está mais em dar do que em receber» (At 20, 35). Faz-se discer-nimento, não para descobrir que mais proveito podemos tirar desta vida, mas para reconhecer como podemos cumprir melhor a missão que nos foi confiada no Batismo, e isto implica estar disposto a fazer renúncias até dar tudo. Com efeito, a felicidade é paradoxal, proporcionando-nos as melhores experiências quando aceitamos aquela lógica misteriosa que não é deste mundo, mas «é a nossa lógica», como dizia São Boaventura, referindo-se à cruz. Quando uma pessoa assume esta dinâmica, não deixa anestesiar a sua consciência e abre-se generosamente ao discernimento.

Quando perscrutamos na presença de Deus os caminhos da vida, não há espaços que fiquem excluídos. Em todos os aspetos da existência, podemos continuar a crescer e dar algo mais a Deus, mesmo naqueles em que experimentamos as dificuldades mais fortes. Mas é necessário pedir ao Espírito Santo que nos liberte e expulse aquele medo que nos leva a negar-Lhe a entrada nalguns aspetos da nossa vida. Aquele que pede tudo, também dá tudo, e não quer entrar em nós para mutilar ou enfraquecer, mas para levar à perfeição. Isto mostra-nos que o discernimento não é uma autoanálise presuntuosa, uma introspeção egoísta, mas uma verdadeira saída de nós mesmos para o mistério de Deus, que nos ajuda a viver a missão para a qual nos chamou a bem dos irmãos.

Papa Francisco, Gaudete et Exsultate (174 - 175)  

“‘Sede Santos porque eu sou san-to’.  Para alcançarmos a meta que recebe-mos no batismo – o chamado e/ou voca-ção à santidade – é preciso colocar-nos no seguimento de Jesus Cristo e na boa nova do Reino do Pai. Ou seja, ser no mundo Sal e Luz. Para isso, a coerência de vida é fun-damental e a mesma revelará se busco ou não viver a vocação primeira citada. A ora-ção e os exercícios de piedade são meios e não garantia de santidade. Eles nos auxiliam no chamado à meditação e à entrega total nas mãos de Deus. Mas não podemos nos iludir que são o suficiente por si mesmos. Quem alme-ja viver a santidade há de se desdobrar na vivência do Evangelho do Cristo e um itinerário a ser seguido são as bem-aventuranças (cf. Mt 5, 1 - 12) e também as obras de Misericórdia (cf. Mt 25, 31ss). Todas estas práticas que nos fazem solidários aos irmãos e irmãs nos levam a ficar mais perto daquilo que Jesus ensinou e viveu e do projeto de Deus para todos nós – sermos santos como o Pai celeste é. Portanto, ser santo ontem ou hoje não difere da vi-vência do Evangelho e do amor a Deus e ao próximo”. padre Gladstone Miguel da Fonseca, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Paraguaçu

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

novas comunidades

para assistir

O CAMINHO FORMATIVO PARA NOVAS FUNDAÇÕES

CUSTÓDIA

O núcleo das novas fundações, pre-sentes na diocese de Guaxupé, está promovendo uma escola de formação

para comunidades novas, já em profunda vivência de seu carisma e para aqueles gru-pos de pessoas que, julgando-se chamadas a essa realidade, sejam ajudadas e direcio-nadas em seu discernimento e amadureci-mento. O retiro formativo é conduzido pela comunidade católica Oásis, de Caxias do Sul (RS), através de seus membros, que celebra-ram 30 anos de fundação e estão munidos do reconhecimento oficial daquela diocese.

Mediante às novas formas de consagra-ção, (que São João Paulo II, em sua homilia, por ocasião da celebração solene de Pente-costes de 1998, chamou de “expressões pro-videnciais da nova primavera suscitada pelo Espírito com o Vaticano II”), faz-se necessário um caminho de orientação que favoreça prin-cipalmente o “discernimento dos carismas” [Vita Consecrata (VC) 62], bem como sua au-tenticidade, haja vista os eminentes riscos de enganos e desvios a que sempre o ser huma-no está exposto, por mais honesta e justa que seja sua intenção.

A Igreja, que sempre se ateve ao prima-do do Evangelho e da Santa Tradição, cuida, ininterruptamente, para que todas as coisas estejam ordenadas para Cristo e sua palavra. Por isso mesmo, a Christifidelis Laici (29) ao reconhecer “a liberdade associativa dos fiéis leigos na Igreja” destaca também que tudo deve “ser sempre vivido dentro da comunhão da Igreja”.

Em atenção à generosa acolhida da San-ta Igreja às novas fundações, bem como ao

Lançado em julho deste ano no Brasil, o filme Custódia (Jusqu’à la garde, 2017) apresenta uma característica bem mar-

cante do cinema francês em destacar dramas familiares a partir de um visão realista das re-lações humanas.

Em Custódia, Miriam e Antoine Besson se divorciaram, e Miriam está procurando a cus-tódia exclusiva de seu filho Julien, para pro-

Por padre Glauco Siqueira Santos, pároco em Conceição da Aparecida

Texto/Imagem: Divulgação

seu pedido de cuidado e acompanhamento, acontecem, desde fevereiro, em nossa dio-cese, os módulos da referida escola de for-mação. No ano corrente já aconteceram dois módulos (fevereiro e maio) e está previsto o terceiro para setembro. No próximo ano, outros três módulos estão previstos, quando acontece, portanto, o encerramento desta es-cola de formação.

Aqui, nos reservaremos a apresentar os principais pontos do primeiro módulo, quando foi tratado a respeito do “carisma da fundação e carisma de fundador”, tema que toca no que há de mais importante dentro do processo inicial de fundação e que estará presente em todas as etapas de uma nova comunidade, pois todas as coisas conver-gem, se sustentam e estão direcionadas para a graça do carisma.

Durante o desenvolvimento dos ensinos deste primeiro módulo destacou-se, sobrema-neira, que a iniciativa de uma vocação, de uma fundação, de uma realidade eclesial é sempre de Deus. É dele que emana toda graça, toda luz e todo desígnio de salvação. Para que seu Projeto conduzisse a história, Deus sempre se serviu de homens e mulheres como instrumen-tos que, embora frágeis e errantes, desdobras-sem, nos dias de outrora e de agora, o plano maioral de seu amor redentor.

Para essa dinâmica de salvação o Senhor suscita, no tempo, realidades eternas. É o que acena o documento da vida consagrada (VC 62) ao constatar que o Espírito Santo não parou de assistir a Igreja através da distribui-ção de novos carismas. E esses carismas são concedidos segundo os critérios do Senhor

a fim de que, no tempo, o que é eterno seja manifestado e vivido.

O carisma de uma fundação nova é sem-pre algo de Cristo, é sempre um aspecto di-vino de sua vida, é uma nova forma de viver determinada página do Evangelho. É viver para fazer viver o Cristo que aquele tempo ou este tempo precisa. Não se trata de uma novidade no sentido de inovação vazia e in-fundada, mas uma novidade que remonta ao que nunca passa ou que nunca deveria ser esquecido. Um carisma vem recordar o que não pode ser perdido ou deixar de ser vivido. É uma graça específica que aqueles homens e mulheres chamados a ele deverão fazer manifestar no tempo, no aqui e agora, no hoje da história. Trazendo, assim, uma contri-buição original para a Igreja de Cristo.

Para que tudo isso seja possível, o Senhor concede a quem lhe parece melhor, o carisma de fundação. Será aquele ou aquela que “tor-nará visível um carisma novo para a Igreja”, como explica Emmir Nogueira, cofundadora da Comunidade Shalom. Nessa ação pura do

Espírito Santo, o fundador surge, na verdade, como um instrumento da manifestação da gra-ça. É nele que se verá o carisma vivido, mes-mo em meio às suas imperfeições. É através dele que tantos outros verão uma resposta providencial para suas vidas e encontrarão um norte libertador para sua existência no que se refere ao chamado vocacional. Um dos aspec-tos fortes que mostram a autenticidade de um carisma é a livre adesão das pessoas à graça que o fundador traz em sua vida.

Quando falamos em carisma da fundação e/ou carisma de fundador, estamos nos refe-rindo, segundo Maria Francisca, fundadora da comunidade Oasis, a um “Deus que visi-ta e enche da graça que Ele mesmo pede”. E a graça maior, em meio a isso tudo, é que carisma de fundador e da fundação estão a serviço do reino e quer fazer a Igreja chegar em todas as periferias existenciais, como tan-to quer o papa Francisco. Mas, antes de ser uma tarefa, uma missão ou um serviço, o ca-risma é uma graça a ser sempre descoberta, assimilada e vivida.

tegê-lo de um pai que ela afirma ser violento. Antoine defende seu caso como um pai des-prezado e a juíza decide a favor da custódia compartilhada. Refém do crescente conflito entre seus pais, Julien é levado ao limite para evitar que o pior aconteça.

A partir de cenas do cotidiano desse gru-po familiar, vai se estabelecendo um retrato claro dos eventos ocorridos anteriormente e

que desembocaram na separação do casal. O filme discute a violência doméstica e os im-pactos do divórcio para todos os envolvidos, sobretudo os filhos do casal.

Diferente de um simples filme de entrete-nimento, Custódia propõe uma reflexão bas-tante profunda sobre os deveres e os direitos dos pais em relação à guarda compartilhada de seus filhos.

“Os movimentos eclesiais e as comunidades novas são hoje sinal luminoso da beleza de Cristo e da Igreja, sua

Esposa.” Bento XVI

8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

entrevistaMONSENHOR REIS: “UMA NECESSIDADEDE EVANGELIZAR CADA VEZ MAIS E MELHOR”

Quando percebeu o chamado ao sacer-dócio?

Minha história vocacional remonta aos meus 7 aninhos. Ainda não me havia ma-triculado na escola e, certa vez, minha mãe Francisca, estando eu recostado a seu lado e sentados diante do fogão de lenha, pergun-tou-me ela: “José, que você irá ser, quando crescer?” Respondi: “Não sei. Mas... o que a senhora quer que eu seja?” Ela: “Caso você queira, eu desejaria que fosse padre!” Eu, tomado primeiramente de uma espécie de susto, pensei, refleti, e decidido, com a ge-nerosidade de uma criança que deseja, cla-ro, agradar sua mamãe: Pois então vou ser sacerdote. Parece brincadeira, mas aquela pergunta e aquela resposta, de fato, decidiu a minha vida!

Como foram os primeiros passos para a concretização dessa decisão e a prepara-ção para servir à Igreja?

Matriculei-me na escola Coronel José Candido, em São Sebastião do Paraíso, con-cluí o primário, como se dizia então, procurei o padre Lino Cagliari, superior do Seminário de Sion de São Sebastião do Paraíso e entrei assim na Congregação dos Padres Missioná-rios de Sion. Lá completei o curso ginasial de l945 a 1949.

Em seguida, fui para Guarulhos, ao lado

Da redação

de São Paulo, onde fiz Noviciado: um ano completo. Em seguida, completei com mais dois anos de Filosofia e História da Filosofia, findos os quais na data de fevereiro de 1952. Após a profissão temporária de três anos, na mesma Congregação, fui enviado a São Sebastião do Paraíso, onde fui professor du-rante mais dois anos: 1953 e 1954. Em 1955 voltei a São Paulo, no Ipiranga, no seminário maior da mesma Congregação. Aí completei os 4 anos de Teologia, na Faculdade Nossa Senhora da Assunção e, no dia 20 de julho de l958, fui ordenado sacerdote da mesma Congregação na Matriz de São Sebastião do Paraíso, onde permaneci mais cinco anos até 1963. Nesse tempo fui também coadjutor do reverendíssimo monsenhor Jerônimo Madu-reira Mancini.

Em 1963, fui enviado a Guarulhos como ajudante de Mestre de Noviços. Em 1964, tive que me dirigir à cidade de Castro, no Paraná, Seminário menor de São José. Aí lecionei Por-tuguês e Grego. Aí também fui capelão das irmãs do Preventório.

Como foi a transição da vida religiosa para o serviço diocesano?

Em 1966, enviaram-me para a Paróquia São José do Ipiranga, onde fui coadjutor até 1971. Nesse ano saí da Congregação, incardi-nando-me à Diocese de Santo André. Depois

de alguns anos na Paróquia Santa Rita de Cássia, na Diocese de Santo André, e desejo-so de ficar próximo aos meus familiares, pedi incardinação na Diocese de Guaxupé, sendo empossado como pároco de Campestre em primeiro de fevereiro de 1978. Quando che-guei em Campestre, fui com o coração aber-to, e desejoso de permanecer aqui até o fim da minha vida. Foi como se eu tivesse me ca-sado com a Paróquia Nossa Senhora do Car-mo. Tenho a cidade de Campestre com minha casa, minha família. Passados 35 anos de pa-roquiato em Campestre, decidi apresentar ao bispo dom [José] Lanza minha disposição em deixar a administração da paróquia, para que outro padre pudesse continuar a caminhada da comunidade.

O que mais lhe inspira na vida cristã, e por consequência no ministério ordena-do?

Claro que nem sempre a gente está inspi-rado na vida! Mas, se se trata da vida cristã, temos sempre que estar procurando inspira-ção. Procuro inspiração na oração, no estudo, na leitura, na meditação, na reflexão, nas visi-tas ao Santíssimo Sacramento, enfim na refle-xão sobre o sentido da vida, dos problemas que me surpreendem etc.

Sobre os desafios e as alegrias do minis-tério presbiteral?

O ministério presbiteral, para mim foi e é uma contínua escola de vida, que me amadu-receu e continua a fazê-lo, fazendo-me sofrer com os que sofrem, alegrar-me com os que se alegram. São tantos os problemas de to-dos que, quando os vejo e sinto, acabo por chegar à conclusão de que meus problemas não são nada em comparação com os mui-tos e graves dos meus irmãos e irmãs, aqui na terra.

Como percebe a constante transforma-ção social e a evangelização atualmente?

Percebo essa transformação como uma necessidade de evangelizar cada vez mais e melhor para nós sacerdotes.

Ao fazer uso de inúmeras ferramentas de comunicação, inclusive o ambiente digital. Quais são as potencialidades e os riscos da virtualização nos dias de hoje?

Acho que o perigo para nós é querermos virtualizar tudo, esquecendo-nos da dura rea-lidade da vida e situação das pessoas, sobre-tudo as mais carentes e necessitadas.

Monsenhor José dos Reis celebra 50 anos de vida sacerdotal e revela sua caminhada vocacional nesta entrevista, além de partilhar sua experiência diante das transformações na evangelização e na vida das pessoas.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

direito canônicoASPECTOS CANÔNICOS E PASTORAIS DO DÍZIMO

Por padre Francisco Clóvis Nery, vigário judicial – Diocese de Guaxupé

Fonte: Consíílio Vaticano II

Antes de qualquer reflexão, devemos retomar o concei-to básico apresentado no

Documento 106 da CNBB: O que é o dízimo? Se trata da contribuição sistemática e periódica dos fiéis, por meio da qual cada comunida-de assume corresponsavelmente sua sustentação e a da Igreja. É um compromisso de fé pois está rela-cionado com a experiência de Deus. Exprime a pertença efetiva à Igreja vivida em uma comunidade concre-ta. Manifesta a amizade que circula entre os membros da comunidade.

A questão relativa aos dízimos bem como às doações pias ou ofertas eclesiais remonta à própria história da humanidade, não se po-dendo com grau de certeza afirmar o exato momento de sua origem. Todavia, sabe-se que tanto os dízi-mos como as demais doações ecle-siásticas tiveram origem no coração humano como um ato de gratidão e reconhecimento perante Deus.

No Código de Direito Canônico (CIC), mesmo não utilizando o termo específico, a função do dízimo é clara, pois assim dispõe o Cânone 222 ao apresentar os Direitos e Deveres de todos os fiéis: § 1. Os fiéis têm a obrigação de prover as necessidades da Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade, e para a honesta sustentação dos seus ministros, e ainda, § 2. Têm ainda a obrigação de pro-

mover a justiça social e, lembrados do pre-ceito do Senhor, de auxiliar os pobres com os seus próprios recursos.

Encontramos no parágrafo 2043 do Ca-tecismo da Igreja Católica (CatIC): Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja.

O dízimo está profundamente relacio-nado à vivência da fé e à pertença a uma comunidade eclesial. A dimensão religiosa revela a maturidade religiosa na relação

do cristão com Deus; a dimensão eclesial desperta a consciência de ser membro da Igreja e corresponsável, para que a co-munidade disponha do necessário para a realização do culto divino e para o desen-volvimento de sua missão; a dimensão mis-sionária permite a partilha de recursos, ma-nifestando a comunhão que há entre elas, e a dimensão caritativa é constitutiva da missão da Igreja e expressão irrenunciável da sua própria essência”.

Com a implantação do dízimo nas Paró-

quias ou em sua reestruturação, as festas das comunidades não preci-sam ser abolidas, mas devem estar inseridas no conjunto da ação evan-gelizadora e claramente relaciona-das com a dimensão de convivência fraterna e de comemoração. Podem, também, ser promovidas tendo em vista a arrecadação de recursos para cobrirem despesas extraordi-nárias, ou com finalidades especí-ficas, de contribuição missionária ou de solidariedade. O mesmo se aplica às campanhas e coletas com finalidades específicas, porém sem tirar o foco ou afetar a consciência da contribuição com o dízimo.

Onde se opta por fazer o reco-lhimento da contribuição com o dízi-mo durante a Missa, deve-se evitar confundi-lo com as ofertas. Do pon-to de vista da legislação, o dízimo se caracteriza como doação, por isso recomenda-se registrar o valor de cada contribuição e que se dê,

a cada dizimista que solicitar, o recibo da contribuição.

Na pastoral de conjunto o dízimo con-tribui para concretizar a comunhão eclesial e a organicidade de sua ação evangeliza-dora; a solidariedade que o dízimo promo-ve é vivência concreta de catolicidade da Igreja e de sua missionariedade; a conso-lidação do dízimo, como meio ordinário de manutenção eclesial, reforça o sentido de pertença a uma Igreja particular concreta. Promove-se o dízimo cultivando a fé.

patrimônioGAUDIUM ET SPES: ASPIRAÇÕES MAIS UNIVERSAIS DO GÊNERO HUMANO (GS 9)Entretanto, vai crescendo a convicção de

que o gênero humano não só pode e deve aumentar cada vez mais o seu do-

mínio sobre as coisas criadas, mas também lhe compete estabelecer uma ordem política, social e econômica, que o sirva cada vez me-lhor e ajude indivíduos e grupos a afirmarem e desenvolverem a própria dignidade.

Daqui vem a insistência com que muitos reivindicam aqueles bens de que, com uma consciência muito viva, se julgam privados por injustiça ou por desigual distribuição. As nações em vias de desenvolvimento, e as de

recente independência desejam participar dos bens da civilização, não só no campo po-lítico mas também no econômico, e aspiram a desempenhar livremente o seu papel no pla-no mundial; e, no entanto, aumenta cada dia mais a sua distância, e muitas vezes, simulta-neamente, a sua dependência mesmo econô-mica com relação às outras nações mais ricas e de mais rápido progresso. Os povos oprimi-dos pela fome interpelam os povos mais ricos. As mulheres reivindicam, onde ainda a não al-cançaram, a paridade de direito e de fato com os homens. Os operários e os camponeses

querem não apenas ganhar o necessário para viver, mas desenvolver, graças ao trabalho, as próprias qualidades; mais ainda, querem participar na organização da vida econômica, social, política e cultural. Pela primeira vez na história dos homens, todos os povos têm já a convicção de que os bens da cultura podem e devem estender-se efetivamente a todos.

Subjacente a todas estas exigências, es-conde-se, porém, uma aspiração mais profun-da e universal: as pessoas e os grupos anelam por uma vida plena e livre, digna do homem, pondo ao próprio serviço tudo quanto o mun-

“Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento” (2 Cor 9,7)

do de hoje lhes pode proporcionar em tanta abundância. E as nações fazem esforços cada dia maiores por chegar a uma certa comuni-dade universal.

O mundo atual apresenta-se, assim, si-multaneamente poderoso e débil, capaz do melhor e do pior, tendo patente diante de si o caminho da liberdade ou da servidão, do pro-gresso ou da regressão, da fraternidade ou do ódio. E o homem torna-se consciente de que a ele compete dirigir as forças que suscitou, e que tanto o podem esmagar como servir. Por isso se interroga a si mesmo.

10 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

juventudeDEIXAR O JOVEM FALAR E OUVIR O QUE O JOVEM TEM A DIZER: UM SÍNODO DA JUVENTUDE

Por padre Vinícius Pereira Silva, assessor diocesano do Setor Juventude

Falar de juventude é sempre um gran-de desafio. Falar com o jovem é uma tarefa ainda mais exigente. Mas ouvir

os jovens é, com toda certeza, uma ne-cessidade urgente. É justamente nesse caminho que se insere o Sínodo Ordinário dos Bispos, a se realizar em outubro de 2018. O Sínodo dos Bispos é uma reunião do episcopado do mundo em torno de um tema específico, este ano com o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Antes de acontecer a reunião, porém, há um longo processo. Quatro foram as fontes principais de trabalho para a reali-zação do Sínodo. Em janeiro de 2017, foi lançado um documento preparatório, jun-tamente com uma carta do Santo Padre, destinada aos jovens. Já nessa carta, papa Francisco manifesta o porquê de um Sí-nodo da Juventude: “Porque vos trago no coração”. No mesmo ano, em setembro, re-alizou-se um Seminário Internacional sobre a condição juvenil, levantando a realidade dos jovens no mundo de hoje. A essas duas fontes, juntou-se um questionário on-line, que recebeu um retorno de mais de cem mil jovens; e uma reunião pré-sinodal, ocorrida em Roma, em março de 2018. Com todas essas contribuições foi elabora-do um Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho - IT), como base das atividades do sínodo que se aproxima.

Os bispos, juntamente com o Santo Pa-dre, querem recordar a missão da Igreja em cuidar dos jovens, como parte fundamental de sua evangelização (IT,1). Para isso, de-senvolveram o texto do Instrumentum La-boris em três eixos principais: reconhecer a realidade dos jovens, interpretar a mes-ma com os olhares bíblico, antropológico e teológico, e escolher os passos concretos que o Espírito convida a Igreja a dar. Esses passos devem ser assumidos com alegria

pela pastoral da Igreja, colocando-se como acompanhantes dos jovens no belo itinerá-rio da vida cristã.

Na primeira parte, o documento apon-ta que olhar a realidade dos jovens “não se trata de acumular dados e evidências sociológicas” (IT, 4), mas reconhecer, den-tro da realidade dos jovens, os apelos do Espírito. Assim, reconhece-se nos jovens grande buscadores de significado. Família, vocação, profissão, educação e religião po-dem ser instituições de crescimento para os jovens, mas em muitas realidades tais instâncias não significam mais nada. Aqui se insere a necessidade de uma linguagem mais clara. “Hoje, os jovens procuram uma Igreja autêntica. (...) a Igreja atrai a atenção dos jovens na medida em que está enrai-zada em Jesus Cristo” (Documento Pré-Si-nodal, 11).

A segunda parte recorda Jesus como o “Jovem entre os jovens”, destacando que Cristo passou pelas mesmas inquietações próprias da juventude e, mais, santificou essa idade, ao passar por ela (IT, 75). Je-sus quer caminhar com os jovens, como fez

com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35) e por isso a Igreja deve fazer o mesmo. Os jovens desejam uma Igreja que os ajude no caminho da vocação com toda a abran-gência que a palavra contém (IT, 85). O do-cumento apresenta, em seguida, a vocação de seguimento de Jesus, desde o Batismo e as inúmeras vocações específicas dentro da Igreja, “que não devem ser pensadas de modo independente, mas (...) no intercâm-bio de dons que realizam” (IT, 99). Discernir e acompanhar devem ser o papel da Igreja no horizonte vocacional dos jovens.

Por fim, a terceira parte foca na pers-pectiva, no estilo e nos instrumentos mais adequados à Igreja para desempenhar sua missão de acompanhar os jovens. O acen-to aqui se dá para que a Igreja esteja em saída, na direção do jovem. A Igreja deve transparecer o povo de Deus, do qual os jo-vens são parte importante. Nada disso terá sentido se a busca da Igreja for pelo jovem fora de sua realidade. Pelo contrário, é ali, em meio aos estudos, às festas, no traba-lho, na família, e também na comunidade cristã, que os jovens estão. É ali que a Igre-

ja deve estar com eles, sendo próxima e dando suporte, para que o jovem responda aos desafios da vida, iluminado pela Pala-vra de Deus e amparado pelo ensinamento da Igreja.

Ainda aponta o documento que os jo-vens não vão à Igreja para buscar algo que encontrariam em qualquer lugar, mas sim, encontrar a autenticidade de uma comu-nidade que vive a fé e a liturgia. Quando a liturgia e a ars celebrandi (arte de cele-brar) são bem realizadas, há sempre uma presença significativa de jovens ativos e participantes, sem a necessidade de efei-tos mirabolantes, ou reflexões sentimen-talistas, que acabam por não sustentar a caminhada do jovem, e torná-lo superficial (IT, 187-189). A catequese também deve se destacar unindo experiência com Cristo e conteúdo doutrinal, nutrindo a fé do jovem.

Assim, reconhecendo o jovem como sujeito eclesial que tem sua participação e deseja falar, e não apenas servir como mão-de-obra em quermesses, embora pos-sa e deva fazê-lo; interpretando a voz do Espírito Santo na voz dos jovens, e esco-lhendo caminhar com eles, a Igreja pode-rá confiar mais no jovem, e receber dele a confiança. Ainda há muito preconceito, em muitos setores da pastoral, para com os jovens. Duvida-se de sua capaci-dade, seu comprometimento e sua dispo-nibilidade. Urge ouvir mais que exigir, mo-tivar mais que duvidar, acompanhar mais que dar uma ordem, caminhar junto mais que relegar à própria sorte. Os problemas e os anseios dos jovens são problemas e anseios da Igreja. A santidade dos jovens é a santidade da Igreja. A Igreja deve ouvir os jovens. Os jovens devem ouvir a Igreja. Juntos, ouvindo a Deus, caminharão na senda da santidade, que é o “rosto mais belo da Igreja” (Gaudete et Exsultate, 9).

Acompanhe todas as informações em synod2018.va

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

comunicaçõesaniversários agosto

agenda pastoral

Natalício7 Padre Edson Alves de Oliveira 12 Padre Clayton Bueno Mendonça15 Padre João Pedro de Faria 15 Padre Júlio César Martins

4 Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral – Guaxupé Dia do Padre5 27º Um dia com Maria no Santuário Mãe Rainha – Poços de Caldas Encontro dos MECE’s – Setor Passos8 Reunião da Pastoral Presbiteral – Guaxupé11 Reunião da Coordenação Diocesana dos MECEs – Guaxupé Reunião da Equipe Diocesana de Comunicação – Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana dos Grupos de Reflexão – Guaxupé Reunião do Conselho Diocesano do ECC – Botelhos12 Dia dos Pais

15 Padre Lucas de Souza Muniz 18 Padre Antônio Donizeti de Oliveira19 Padre Sebastião Marcos Ferreira29 Padre João Batista da Silva

12 - 18 Semana Nacional da Família15 Reunião Ampliada do COMIRE – Belo Horizonte18 Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs)19 Assembleia Diocesana do Cursilho20 Assunção de Nossa Senhora24 - 26 Encontro Vocacional no Seminário São José – Guaxupé26 Encontro Diocesano dos Coordenadores de Grupos de Jovens – Guaxupé29 Encontro com os Presbíteros até 5 anos de ministério – Carmo do Rio Claro30 Reunião do Conselho de Formação Presbiteral – Guaxupé Encontro Vocacional no Seminário São José em Guaxupé

Ordenação 8 Padre Wellington Cristian Tavares10 Padre Gladstone Miguel da Fonseca11 Dom Messias dos Reis Silveira (pres-biteral)

16 Padre Claudemir Lopes13 Padre Adirson Costa Morais20 Padre José Ronaldo Neto24 Padre Riva Rodrigues de Paula30 Padre Gilmar Antônio Pimenta

atos da cúria semana da família

in memoriam

FAMÍLIAS EM BUSCA DA PAZ

PADRE CLAUDIONOR: A MANIFESTAÇÃO DA MANSIDÃO DE DEUS

Com um olhar cuidadoso e vigilante, a equipe diocesana do Setor Família preparou com carinho e empenho os

encontros que iremos refletir na Semana da Família. Os trabalhos e os debates para a produção do subsídio visaram ao bem-estar de nossas famílias, almejando conquistar a paz que vem do amor num esforço constan-te de seus membros.

Sem a fé, o compromisso, o diálogo e o Evangelho da Paz corremos o risco de desa-creditarmos definitivamente na família como um bem e um dom de Deus. Os fatos da vida dão grande destaque à realidade, permitin-do que muitos obstáculos sejam superados.

Os encontros são iluminados com o tema “Famílias em busca da paz” e o lema “Felizes os que promovem a paz, que serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). No primeiro encon-tro, refletimos sobre a situação atual das famílias e seus desafios. O Papa Francisco no Sínodo das Famílias (2015) já nos questionava quais eram as maiores dificuldades na Pastoral Familiar e como as famílias se cons-tituem hoje. A afirmação “O bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja” (Motu Proprio Summa Familiae Cura, 2017) nos desperta e nos coloca numa atitude de compromisso e responsabilidade.

No segundo encontro, o Evange-lho da Paz é o alicerce, a base e o fun-damento da vida de todo cristão e, em especial, para quem vive em família e em comunidade. A promoção da paz se torna um ministério de todo cristão, uma paz partilhada por Jesus: “Deixo--vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou”

No dia 19 de julho, o clero da Diocese de Guaxupé sofreu a per-

da do padre Claudionor de Barros, vítima de uma parada cardíaca, com 41 anos.

Nascido em Machado, o padre iniciou seus estudos no Seminário São José, em Guaxupé, nos cursos de Fi-losofia e Letras. Prosseguiu com o estudo da Teologia no Seminário Santo Antônio em Pouso Alegre.

Padre Claudionor foi or-denado em 2008 pelo bispo diocesano dom José Lanza Neto. Trabalhou

Nomeia-se os  AUDITORES  nos Pro-cessos de Via Ordinária e o INSTRU-TOR  nos Processos de Rito Breve,

exercendo os presentes encargo na Câmara Eclesiástica da Diocese de Guaxupé junto ao Tribunal Eclesiástico Diocesano de Divi-nópolis, tendo valor por 5 anos, podendo ser renovada:

- Pe. Vinícius Pereira Silva;- Pe. Claudemir Lopes;- Pe. Norival Sardinha Filho;- Pe. Lucas de Souza Muniz;- Pe. Michel Donizetti Pires;- Pe. Jeremias Nicanor A. Moreira;- Sr. Edon Fonseca Borges;- Sra. Neusa Avelar;- Sr. Geilton Xavier Matos (instrutor);

(Jo 14,27). Certamente, cultivar o diálogo na família é algo indispensável, é o que tratamos no terceiro encontro. O diálogo é uma comuni-cação que nos leva ao conhecimento profun-do do outro e se torna condição básica para o amor.

Cremos que temos nestes encontros algo fundamental para nossa reflexão e nos-sa oração, todo empenho é válido e com a ajuda e bênçãos da Sagrada Família de Na-zaré saberemos vencer as grandes dificul-dades.

Fazemos votos de um bom trabalho a todos!

Dom José Lanza NetoBispo de Guaxupé

- Pe. Luiz Gonzaga Lemos.  Nomeia-se como notária da Câmara

Eclesiástica da Diocese de Guaxupé junto ao Tribunal Eclesiástico Diocesano de Divi-nópolis a senhora Áurea Coelho Ribeiro.

Concede-se o indulto de retorno às ativi-dades presbiterais junto o presbitério desta Diocese de Guaxupé o Revmo. padre Claiton Ramos, nomeando-o como membro da Co-missão Patrimonial Diocesana.

nas cidades de Cássia (Paró-quia Santa Rita), Passos (Pa-róquia São Benedito), Poços de Caldas (Paróquia Nossa Senhora da Esperança) e Guaxupé (Catedral Nossa Se-nhora das Dores). Em 2016, o padre se afastou de suas ati-vidades pastorais para cuidar de problemas de saúde.

O velório foi realizado na Igreja Matriz da Paróquia São José, em Machado. A missa exequial foi celebrada na manhã do dia 20 de julho, logo em seguida aconteceu o

sepultamento no cemitério local.

DIOCESE DE GUAXUPÉ

tema: famílias em busca da paz

lema: felizes os que promovem a paz,porque serão chamados filhos de deus (mt 5,9)

Semana Naci�alda Família 2018

De 12 a 18 de agosto

12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ