o sistema cooperativista em um olhar antropologico

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0 O SISTEMA COOPERATIVISTA EM UM OLHAR ANTROPOLÓGICO PAULO JACOB STRIEDER 1 RESUMO Este estudo lança um olhar antropológico sobre o sistema cooperativista. É possível verificar neste artigo que muito se evoluiu em matéria de relações trabalhistas, sociais e econômicas com o surgimento do sistema cooperativista. Através da cooperação este sistema propõe o crescimento de todos os homens junto, em conjunto, com todos usufruindo dos mesmos benefícios, se desenvolvendo junto. Tem-se então uma chamada economia solidária, onde um indivíduo vela e olha pelo outro, onde o sucesso de um é o sucesso e o desenvolvimento de todos. Através de pesquisa bibliográfica este estudo atingiu seu objetivo de verificar de forma antropológica o sistema cooperativista concluindo que é possível através de sistemas como este fazer uma economia, uma sociedade um pouco mais igualitária e assim, levar o homem a maiores possibilidades de desenvolvimento. Palavras chaves: cooperativismo, economia solidária, antropologia. ABSTRACT This study it launches a antropológico look on the cooperativista system. It is possible to verify in this article that much was evolved in substance of working, social and economic relations with relation and the sprouting of the cooperativista system. Through the cooperation this system considers the growth of all the men together, in set, with all usufructing of the same benefits, if developing together. A call is had then solidary economy, where an individual candle and looks at for the other, where the success of one is the success and the development of all. Through bibliographical research this study it reached its objective to verify of antropológica form the cooperativista system concluding that it is possible through systems as this to make a economy, a society a little igualitária, thus having to take the man the biggest possibilities of development. Words keys: cooperativismo, solidary economy, anthropology. 1 Mestre em Educação nas Ciências, professor do Programa de Pós- Graduação do Athenas Grupo Educacional. E-mail: [email protected]

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    O SISTEMA COOPERATIVISTA EM UM OLHAR ANTROPOLGICO

    PAULO JACOB STRIEDER1 RESUMO

    Este estudo lana um olhar antropolgico sobre o sistema cooperativista. possvel verificar neste artigo que muito se evoluiu em matria de relaes trabalhistas, sociais e econmicas com o surgimento do sistema cooperativista. Atravs da cooperao este sistema prope o crescimento de todos os homens junto, em conjunto, com todos usufruindo dos mesmos benefcios, se desenvolvendo junto. Tem-se ento uma chamada economia solidria, onde um indivduo vela e olha pelo outro, onde o sucesso de um o sucesso e o desenvolvimento de todos. Atravs de pesquisa bibliogrfica este estudo atingiu seu objetivo de verificar de forma antropolgica o sistema cooperativista concluindo que possvel atravs de sistemas como este fazer uma economia, uma sociedade um pouco mais igualitria e assim, levar o homem a maiores possibilidades de desenvolvimento. Palavras chaves: cooperativismo, economia solidria, antropologia. ABSTRACT

    This study it launches a antropolgico look on the cooperativista system. It is

    possible to verify in this article that much was evolved in substance of working, social

    and economic relations with relation and the sprouting of the cooperativista system.

    Through the cooperation this system considers the growth of all the men together, in

    set, with all usufructing of the same benefits, if developing together. A call is had then

    solidary economy, where an individual candle and looks at for the other, where the

    success of one is the success and the development of all. Through bibliographical

    research this study it reached its objective to verify of antropolgica form the

    cooperativista system concluding that it is possible through systems as this to make a

    economy, a society a little igualitria, thus having to take the man the biggest

    possibilities of development.

    Words keys: cooperativismo, solidary economy, anthropology.

    1 Mestre em Educao nas Cincias, professor do Programa de Ps- Graduao do Athenas Grupo

    Educacional. E-mail: [email protected]

  • 1

    1. INTRODUO

    A nova gesto dos processos produtivos sinaliza profundas transformaes

    sociais e econmicas, que se materializam na necessidade de flexibilizao das

    relaes entre capital e trabalho.

    O fato que o ndice de automao cada vez maior, conjugado mo-de-

    obra globalizada, ocasionou a perda de espao dos trabalhadores na concorrncia

    com os detentores do poder econmico atualmente mais interessados nos lucros

    advindos do mercado financeiro, do que na produo propriamente dita. Desta

    forma, a nova lgica do capital distanciou os trabalhadores das instncias de

    deciso e tornou sem razo de ser a manuteno das garantias asseguradas pelo

    Welfare State.

    Nesse sentido, as constantes manifestaes de trabalhadores contrrios

    flexibilizao destas garantias sociais, ocorridas em diversos pases, inclusive pases

    do primeiro mundo, devem ser compreendidas como uma resposta presso que o

    poderio econmico tem exercido sobre o Estado, objetivando assegurar a

    supremacia de seus interesses e conseqente manuteno de seus lucros,

    relegando os direitos da classe trabalhadora a um segundo plano.

    No entanto, acredita-se que a flexibilizao constituiu-se em uma tentativa

    de reduzir o desemprego, mesmo retrocedendo no que diz respeito manuteno

    das garantias trabalhistas.

    Foi neste contexto de inflao, desemprego e recesso que as sociedades

    cooperativas no Brasil ganharam foras e o objetivo do estudo ora apresentado

    verificar de forma antropolgica o sistema de economia cooperativa.

    2. O SISTEMA DE ECONOMIA COOPERATIVA 2.1 A PS-MODERNIDADE E AS TRASNFORMAES ANTROPOLOGICAS

    SOCIAIS DO TRABALHO

    As grandes conquistas trabalhistas do sculo XX tiveram como dnamo os

    movimentos sindicais e a implantao do socialismo em vrios pases. O prprio

    processo produtivo foi modificado. Neste ponto passou a no mais utilizar o modelo

    de produo, sendo que se deu prioridade a pulverizao da produo, gerando

    fora maior ao trabalho, a atividade terciria e a prestao de servios. Gerou-se

  • 2

    ento um menor aglomerado de trabalhadores, findando em acarretar as

    reivindicaes por melhorias nas condies de trabalho.

    A segurana social que possui representatividade nestas polticas pblicas

    foi abandonada e a idia do risco passou a habitar o cotidiano de forma mais

    intensa. Surgiam as incertezas e os trabalhadores passaram a conviver com o risco

    da perda do emprego2.

    A modernidade vivida hoje exige certa abstinncia de idias, luta constante

    pelo dia-a-dia, falta de solidariedade, exigncias no tocante a qualificao e

    aprimoramento constante para s ento conseguir um lugar no mercado de trabalho,

    objetivando uma melhoria de vida frente s dificuldades sociais prprias de pases

    em desenvolvimento como o caso do Brasil.

    Antes de tudo, necessrio delimitar o terreno onde se trava essa

    discusso, ou seja, da distino entre a modernidade e a ps-modernidade. No

    incomum a opinio de que a reflexo sobre a ps-modernidade incua, pois as

    mudanas focalizadas seriam apenas alguns pontos do capitalismo por demais

    conhecido.

    Neste ponto destacam-se certos pontos de um era chamada de ps-

    modernidade, sendo que para a investigao destas teorias, nota-se que os

    acontecimentos na Europa so tomados como um tipo de parmetro como forma de

    medir as mudanas que ocorreram nas ltimas dcadas que finalizaram o sculo

    XX, promovendo fortes impactos na sociedade.

    Neste ponto da Histria fortes movimentos e acontecimentos marcam a

    passagem dos dois perodos histricos presentes, onde estudiosos detectam que a

    vida moderna resulta de esforos e dificuldades de perodos passados e outros

    associam a vida atual da sociedade a manuteno de idias capitalistas. Como

    salienta Krishan Kumar (...) uma concepo caudalosa e unificadora dos problemas

    contemporneos, que d conta de tudo, no parece o horizonte imediato do debate

    pois, todas as teorias so parciais; sua fecundidade reside nos tipos de questo que

    levantam. 3

    2 GUSMO, Neusa M. M. Antropologia e Educao: origens de um dilogo. Caderno Cedes

    Campinas, S.P.: CEDES/Papirus. Ano XVIII, n.43 dez, 1997.

  • 3

    Sob o prisma das relaes trabalhistas, teorias como estas produzem

    conseqncias como uma a reduo dos direitos trabalhistas. Redues como estas

    podem ser vistas sendo chamadas de "flexibilizao", colocadas na vida social do

    homem como formas de moldar o Direito do Trabalho frente s novidades do

    mercado produtivo, sendo apontada a flexibilizao como forma de sanar

    problemas como o desemprego e baixo salrio.

    Fredric Jameson4 usa o termo ps-modernidade para fazer uma descrio

    da poca atual em que a modernizao, em seu estgio mais avanado, no se

    defronta mais com nenhum obstculo a ser superado. A atual realidade desse novo

    mundo mostra, ao contrrio da "modernizao incompleta", uma verso mais

    acabada do capitalismo clssico, ou melhor, um terceiro estgio que seria o

    capitalismo multinacional, substituto imediato do capitalismo monopolista da Era dos

    Imprios, (Modernismo) o qual por sua vez sucedeu o capitalismo de concorrncias

    de mercado (Realismo).

    Jameson mostra como sintomas da era da globalizao fatores como a

    nova diviso internacional do trabalho, a dinmica vertiginosa das transaes

    financeiras, as novas maneiras das mdias se inter-relacionarem e a enorme troca de

    informaes.

    Assim, atravs de aes sociais, uma economia mais avanada, melhores

    formas de produo e ao tanto para produo de bens, como para modo de

    trabalho e regulamentao, surge uma nova poca, em que se vislumbra o comeo

    da modernidade que hoje se vive, ou ainda a idia primaria do que hoje a

    globalizao.

    Sendo que o que se vislumbrava eram modificaes grandes e influentes,

    uma vez que o trabalhador no mais era visto como escravo, onde a Igreja e toda a

    sociedade notaram e auxiliaram na necessidade de um maior amparo ao

    trabalhador, promovendo ou ajudando a promover o que hoje so os direitos

    trabalhistas.

    3

    KUMAR, Krishan. Da sociedade ps-industrial ps-moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 1997, p. 07 4 JAMESON, Fredric. A cultura do dinheiro: ensaios sobre a globalizao. 3 ed. Traduo de Maria

    Elisa Cevasco e Marcos Csar de Paula Soares. Petrpolis: Vozes, 2001, p.66.

  • 4

    2.2 O COOPERATIVISMO A idia do cooperativismo surgiu no sculo XIX, na Inglaterra, foi defendida

    por alguns reformadores sociais, como Robert Owen, e representava uma forma de

    tornar menos penosa a vida dos operrios ingleses que viviam constantemente sob

    a presso do sistema capitalista liberal, surgido e difundido com a Revoluo

    Industrial.

    Neste sentido, h algumas primeiras experincias cooperativas que

    merecem destaque, como os kolkhozes, cooperativas de consumo, de produo

    agrcola e de trabalho institudas na Unio Sovitica a partir de 1917, cuja finalidade

    era poltica e, segundo Bulgarelli,5 foram criadas para preparar o advento do

    coletivismo, criando nos associados mentalidade comunitria; as comunas (de

    produo) e as cooperativas de crdito rural na China Comunista; e os kibutzin

    (produo agrcola) no Estado de Israel.

    Inicialmente as normas do cooperativismo vieram das prticas dos teceles

    que seguiam estatutos e normas para agilizar e aprimorar o funcionamento de suas

    cooperativas, padronizando as aes neste sentido. Surge ento uma expanso do

    cooperativismo na Europa, passando posteriormente para todo o mundo.

    O cooperativismo um tipo de associao formada por um grupo de

    operrios que se unem com o escopo de desenvolver uma atividade econmica

    aproveitada por todos, sem o objetivo de lucro e sem vnculo empregatcio.

    Bulgarelli6 revela que o cooperativismo como sistema de entre-ajuda crist,

    concebido para unir os homens na realizao de suas necessidades comuns, paga,

    por todo o bem que pretende fazer, a pena de ser ignorado e incompreendido,

    sobretudo fora do crculo estreito dos seus adeptos.

    A doutrina enumera vrios conceitos legais sobre cooperativa, como o

    acima citado onde o autor destaca a funo social e quase crist do cooperativismo.

    De acordo com Lilian Petry Wissman,7 a Cooperativa :

    [...] uma sociedade de natureza civil, formada por pessoas unidas pela cooperao e ajuda mtua, gerida de forma democrtica e participativa, com objetivos econmicos e sociais comuns e cujos aspectos legais e

    5 BULGARELLI, Waldirio, Elaborao do direito cooperativo - um ensaio de autonomia. So Paulo:

    Atlas, 1990 6 BULGARELLI ,Ibid

    7 WISSMAN, Lilian Petry. Cooperativa. Disponvel em: . Acesso: 22 fev 2007.

  • 5

    doutrinrios so distintos das outras sociedades. Fundamenta-se na economia solidria e se prope a obter um desempenho eficiente, atravs da qualidade e da valorao dos servios que presta a seus prprios associados e usurios.

    H muitos outros conceitos onde autores como Amador Paes de Almeida

    esclarecem que sociedade cooperativa a sociedade de pessoas com capital

    varivel, que se prope, mediante a cooperao de todos os scios, a um fim

    econmico.8

    Muitos conceitos doutrinrios acabam incidindo no erro de ficar enumerando

    as caractersticas das sociedades cooperativas.

    Cooperativa a sociedade de pessoas que tem por objetivo a organizao

    de esforos em comum para a consecuo de determinado fim.

    Do conceito, nota-se que as cooperativas so sociedades de pessoas. No

    importa o capital para a configurao da sociedade, mas as pessoas envolvidas,

    que, mediante iniciativa em comum, objetivam atingir determinado fim. Na sociedade

    de capital, como nas sociedades annimas de capital aberto, pouco importa quem

    so as pessoas que adquirem as aes mas, efetivamente, o capital. A sociedade

    cooperativa intuitu personae, em funo de determinadas pessoas e no do capital

    subscrito. Tem por caractersticas as pessoas envolvidas, a solidariedade e

    comunho de interesses entre os associados para a consecuo de determinado

    fim9.

    As cooperativas so, de maneira geral, sociedades formadas por pessoas

    fsicas, no entanto, possvel que existam cooperativas de pessoas jurdicas, para

    adquirir bens por preo inferior ao de mercado.

    Mesmo no tendo subordinao entre os membros de uma cooperativa,

    existe e predomina um sentimento de cooperao entre eles.

    O objetivo da cooperativa a cooperao entre as pessoas para

    determinao do fim comum, visando melhoria das condies de vida de seus

    participantes.

    Conforme Bulgarelli10, o ponto essencial na definio do cooperativismo est

    na observncia dos princpios doutrinrios e, sobretudo, no campo prtico da

    8 ALMEIDA, Amador Paes. Manual das sociedades comerciais. 10 ed. So Paulo: Saraiva, 1998,

    p.342. 9 GUSMO, ibid

    10 BULGARELLI , Ibid

  • 6

    distribuio dos proventos que auferir como entidade econmica, o que vem

    caracteriz-la como sociedade tpica, diferente e separada das demais existentes na

    economia capitalista.

    As cooperativas possuem valores como auxlio mtuo, participao,

    democracia e solidariedade. Logo, tradicionalmente os componentes de uma

    cooperativa seguem regras de tica, responsabilidade social, preocupao e

    cuidado com o prximo e honestidade.

    Os princpios de cooperao so as linhas mestras atravs das quais as

    cooperativas conduzem os seus valores prtica.

    Assim, como todo sistema de produo e trabalho, a cooperativa tem toda

    uma gama de princpios que a regem e que, se no forem respeitados e seguidos,

    podem causar prejuzos para os associados e para a prpria cooperativa. Quando

    surgiram as primeiras cooperativas, era reduzido o nmero dos princpios que as

    regiam. Com o passar do tempo, o nmero de princpios foi aumentando mas se

    tornando mais maleveis, razo pela qual muitos deles no so cumpridos causando

    grandes danos s cooperativas e a seus associados.

    2.2 A IMPORTNCIA DAS COOPERATIVAS PARA A ECONOMIA E PARA O

    CONTEXTO ANTROPOLOGICO NO BRASIL

    Como j vimos o sistema de cooperativismo tem a ambio de construir

    toda a sociedade sobre novos alicerces: os da cooperao mtua em razo de bem

    estar para todos.

    O sistema de cooperativismo pode influenciar muito, beneficamente, para a

    economia brasileira. Eliminando o motivo nico e exclusivo do lucro, assegurando ao

    trabalhador um salrio condigno e a liberdade e independncia necessrias para o

    bom desempenho de sua tarefa e, finalmente, criando uma economia a servio do

    consumidor, as cooperativas fizeram da economia brasileira aquilo que ela deve ser:

    um instrumento a servio de toda uma sociedade, congregando indivduos e suas

    classes, levando todos a produzir e a trabalhar para o bem de cada um e do nosso

    prprio pas.

    Embora o cooperativismo no seja e no deva ser monopolista, excluindo a

    concorrncia leal de outras formas de organizao econmica, imprescindvel que

    o sistema de cooperativas constitua o arcabouo de toda a nossa organizao

  • 7

    econmica.

    As cooperativas possuem muitas vantagens econmicas para o Brasil. O

    sistema capitalista onera a produo e a distribuio dos produtos por uma serie de

    despesas parasitrias. Suprimindo-as, as cooperativas economizam para o

    consumidor. Bem organizadas, elas eliminam o lucro, juros alto, intermedirios e

    atravessadores, agentes e promotores de vendas, especulaes, propagandas

    dispendiosas, limitando os seus clientes a pagar os custos da produo, da

    distribuio e do desenvolvimento de suas instalaes e servios e, finalmente, de

    um til e necessrio trabalho educativo.

    O sistema de cooperativismo tem a ambio de construir toda a sociedade

    sobre novos alicerces: os da cooperao mtua em razo de bem estar para todos.

    Este sistema de trabalho e cooperao pode influenciar muito, beneficamente, a

    economia brasileira.

    Eliminando o motivo nico e exclusivo do lucro, assegurando ao trabalhador

    um salrio condigno, a liberdade e independncia necessrias para o bom

    desempenho de sua tarefa e, finalmente, criando uma economia a servio do

    consumidor, as cooperativas fizeram da economia brasileira aquilo que ela deve ser:

    um instrumento a servio de toda uma sociedade, congregando indivduos e suas

    classes, levando todos a produzir e a trabalhar para o bem de cada um e do prprio

    pas11.

    Embora o cooperativismo no seja e no deva ser monopolista, excluindo a

    concorrncia leal de outras formas de organizao econmica, imprescindvel que

    o sistema de cooperativas constitua o arcabouo de toda a organizao econmica.

    Nos estudos de Veras Neto12 destaca-se que as cooperativas proporcionam muitas

    vantagens econmicas para o Brasil.

    O sistema capitalista onera a produo e a distribuio dos produtos por

    uma srie de despesas parasitrias. Suprimindo-as, as cooperativas economizam

    para o consumidor. Bem organizadas, elas eliminam o lucro, juros alto,

    intermedirios e atravessadores, agentes e promotores de vendas, especulaes,

    propagandas dispendiosas, limitando os seus clientes a pagar os custos da

    produo, da distribuio e do desenvolvimento de suas instalaes e servios e,

    11

    LARAIA, Roque de B. Cultura: um conceito antropolgico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1986.

    12 VERAS NETO, F. Q. Cooperativismo: nova abordagem scio-jurdica. Curitiba: Juru, 2002.

  • 8

    finalmente, de um til e necessrio trabalho educativo.

    O cooperativismo brasileiro ganhou fora com a poltica de Estado para o

    campo, e no de se espantar que a responsabilidade em relao s cooperativas,

    at 2003, estivesse sob a tutela do Ministrio da Agricultura e Abastecimento.

    Diferentemente do que ocorreu na revoluo burguesa inglesa que destruiu

    o campesinato, o Brasil industrializou-se, mantendo intacta a estrutura rural. As

    cooperativas apresentam-se como poltica pblica para o rural, e no como

    movimento de oposio ao capital. Vinculadas estrutura de Estado, as

    cooperativas no se apresentam como forma diferenciada de organizao de

    trabalho, mas to-somente, como forma de organizao de produtores para alcanar

    financiamento pblico.

    2.3 ECONOMIA SOLIDRIA E O SISTEMA COOPERATIVISTA

    Para Singer13, a economia solidria uma criao em processo contnuo de

    trabalhadores em oposio e confronto com o capitalismo. Desta forma, ela

    comeou a existir concomitantemente ao capitalismo industrial. O autor identifica a

    histria da economia solidria com a prpria histria do cooperativismo que surgiu

    como modo de produo e distribuio alternativo ao capitalismo.

    Essa anlise leva a uma linearidade na histria do cooperativismo que pode

    encobrir diferenas significativas. O movimento cooperativista ingls aflorou como

    uma forte contestao ao capital, porm, ao difundir-se pelo mundo, o

    cooperativismo adaptou-se satisfatoriamente s necessidades do sistema capitalista.

    Singer14 percebe a economia solidria como modo de produo alternativo

    ao capitalismo, que rene, alm do princpio da unidade entre posse e uso dos

    meios de produo e distribuio de bens, o da sua socializao.

    O autor alerta que o modo solidrio de produo aparentemente constitui-se

    como um hbrido entre o capitalismo e a pequena produo de mercadorias, mas na

    realidade, ele constitui uma sntese que supera a ambos 15.

    A cooperativa de produo a unidade tpica da economia solidria, e seus

    princpios organizativos so:

    13

    SINGER, Paul. Introduo Economia Solidria. So Paulo: Fundao Perseu Abramo, 2002. 14

    Idem 15

    Idem

  • 9

    posse coletiva dos meios de produo pelas pessoas que as utilizam para produzir; gesto democrtica da empresa ou por participao direta (quando o nmero de cooperados no demasiado) ou por representao; repartio da receita lquida entre os cooperadores por critrios aprovados aps discusses e negociaes entre todos; destinao do excedente anual (denominado sobras) tambm por critrios acertados entre todos os cooperadores16.

    Luxemburgo17, ao tratar das cooperativas de produo inglesa, parte da

    mesma constatao elas se constituem como instituies de natureza hbrida, mas

    chega ao resultado inverso do exposto por Singer.

    Para a autora, as cooperativas

    constituem uma produo em miniatura que acompanhada por uma troca capitalista. Mas na economia capitalista a troca domina a produo; por causa da concorrncia exige, para que a empresa possa sobreviver, uma impiedosa explorao da fora de trabalho, quer dizer, a dominao completa do processo de produo pelos interesses capitalistas18.

    Desse modo, a forma de organizao das cooperativas traduz-se na

    necessidade de intensificao do trabalho, na durao da jornada de trabalho, que

    se encurta ou se alonga em razo da conjuntura, na contratao ou dispensa de

    fora de trabalho conforme as necessidades do mercado. Ou seja, praticam-se os

    mesmos mtodos que permitem a uma empresa capitalista sustentar a concorrncia

    das outras empresas.

    A cooperativa de produo tem a necessidade contraditria para os

    operrios, de se governar a si prpria, com toda a autoridade absoluta necessria e

    de os seus elementos desempenharem entre si o papel de empresrios

    capitalistas19.

    A economia solidria recebeu uma influncia significativa das cooperativas

    de produo, sobretudo, no que diz respeito organizao administrativa do

    trabalho, e, nesse sentido, so pertinentes para a economia solidria os dilemas e

    contradies que o cooperativismo enfrenta, mas a economia solidria constitui uma

    realidade extremamente complexa, na qual se observa uma imensa variedade de

    iniciativas,

    16

    Idem, pg. 13 17

    LUXEMBURGO, Rosa. Reforma social ou revoluo? 2. ed. So Paulo: Global editora, 1990. 18

    Idem, pg. 19 19

    Idem, pg. 88

  • 10

    como Sistemas Locais de Emprego e Comrcio (...), Sistemas Locais de Trocas (SEL), Sistemas Comunitrios de Intercmbio (SEC), Rede Global de Trocas, Economia de Comunho, Autogesto de Empresas pelos Trabalhadores, Sistemas de Micro-Crdito, Sistemas de Crdito Recproco, Bancos do Povo, Bancos ticos, Fair Trade ou Comrcio tico e Solidrio, Agricultura Ecolgica, Consumo Crtico, Consumo Solidrio, Grupos de Compras Comunitrias, Movimentos de Boicote, Sistemas Locais de Moedas Alternativas, difuso de Softwares Livres (Free Softwares) e inmeras outras20.

    Dentre as cooperativas existe, tambm, significativa diferena entre elas. H

    cooperativas de grande porte, que detm alta tecnologia, se mostram competitivas

    no mercado nacional e internacional e movimentam grande volume financeiro. H

    cooperativas de pequeno porte, com um capital modesto, que empregam

    tecnologias obsoletas e enfrentam relativa dificuldade para manter-se no mercado.

    H cooperativas de trabalho que dispem apenas da fora-de-trabalho de

    seus scios como capital, e que normalmente, procuram vender servios de limpeza,

    manuteno, coleta de resduos slidos, dentre outros. H ainda as pequenas

    associaes, algumas ainda sem estatuto jurdico, formadas por trabalhadores com

    grande dificuldade para inserirem-se no mercado de trabalho, como ex-dependentes

    qumicos, ex-detentos, que normalmente precisam de doaes ou apoio externo

    para sobreviver.

    No Brasil, a economia solidria teve uma trajetria peculiar. Conta com uma

    forte presena de instituies externas aos empreendimentos, universidades,

    instituies de assessoria e o prprio Estado, e encerra concepes terico-polticas

    heterogneas para o enfrentamento desse momento histrico21.

    Entretanto, no h consenso entre as instituies, nem mesmo no tocante

    denominao de economia solidria. Alguns utilizam socioeconomia popular e

    solidria, outros, economia popular e solidria, e outros, ainda, economia de

    solidariedade.

    O conceito que fundamenta a economia solidria tambm est em debate.

    Para Nuez22, a economia solidria (ecosol) no pode ser concebida ou

    desenvolvida fora de um contexto de projeto revolucionrio; para o autor, a diferena

    20

    GOMES, Rosemary e MANCE, Euclides Andr. Construindo a Socioeconomia popular e solidria no Brasil. Proposta.. Rio de Janeiro, n. 93/94, 2002 21

    OLIVEN, Ruben G. A antropologia de grupos urbanos. Petrpolis, R.J.: Vozes, 1985. 22

    NUEZ, Orlando. Os caminhos da Revoluo e a Economia Solidria. Proposta. Rio de Janeiro, n. 75, 1997.

  • 11

    entre a economia solidria e as revolues anteriores que no necessrio

    esperar a tomada de poder poltico para iniciar o processo revolucionrio. Como nas

    revolues burguesas, preciso criar as bases econmicas para a tomada de poder

    poltico, papel potencial da ecosol.

    Razeto23 analisa a questo, dizendo que necessrio colocar o trabalho

    acima do capital. O autor insiste na centralidade do trabalho e no predomnio da

    solidariedade sobre o individualismo e do ser humano sobre os produtos e fatores

    materiais. A economia de solidariedade enuncia, para o autor, um projeto, ou uma

    orientao terica e prtica, fundamentalmente transformadora.

    Razeto24 distingue os empreendimentos de economia solidria (EES) do

    cooperativismo tradicional. Segundo o autor, a economia solidria comeou suas

    atividades na dcada de 1980 e se multiplicou na dcada de 1990, em decorrncia

    do contexto de desemprego que se intensificava no Brasil, diferenciando-se, dessa

    forma, do cooperativismo tradicional, que para a autora, constitui-se em uma opo

    organizativa e jurdica de acordo com os limites permitidos pelo capital. A economia

    solidria, ao contrrio, apresenta-se como um campo de construo de alternativas

    econmicas ao modelo dominante.

    Para Barbosa (2005), a economia solidria apresenta-se como um modo de

    produzir, mas no um modo de produo diferente do capitalista, e s pode ser

    compreendida como totalidade inserida no capitalismo. A economia solidria denota

    uma perspectiva voluntarista do trabalho com discursos de exaltao da liberdade,

    independncia do trabalho por conta prpria, argumentando que essa modalidade

    de trabalho subverte a opresso da condio de empregado subordinado. Para a

    autora, a cultura do auto-emprego apresentada como alternativa positiva, pela

    cooperao para auto-suficincia local e grupal, provoca diminuio da presso por

    assistncia pblica.

    O autor acima considera, ainda, que essas velhas prticas, aparecem como

    resposta para a crise e esto centralizadas na baixa do custo do trabalhador por

    meio de processos de informalizao e precarizao e destaca ser esse um

    diferencial importante no estudo da economia social (e solidria).

    O debate terico acerca da economia solidria bastante frtil, e no interior

    23

    RAZETO, Luis. O papel central do trabalho e a economia de solidariedade. Proposta. Rio de Janeiro, n.75, 1997. 24

    Idem

  • 12

    do prprio movimento podem-se distinguir tendncias terico-polticas distintas.

    Dentre elas, destacam-se: a ao social da Igreja, as aes das incubadoras sociais,

    as entidades de apoio, que grosso modo, podem-se caracterizar como organizaes

    no-governamentais (ONGs) como o Instituto Brasileiro de Anlises Sociais e

    Economias (Ibase), Associao Nacional de Trabalhadores de Empresas de Auto-

    Gesto (Anteag), Federao de rgos para a Assistncia Social e Educacional

    (Fase), movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra

    (MST) e a Central nica dos Trabalhadores (CUT) e rgos pblicos como o

    Ministrio do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria Nacional de Economia

    Solidria (Senaes).

    Barbosa25 considera que

    a vinculao da economia solidria a movimento social e a narrativas anticapitalistas indicia uma proposio distinta de enfrentamento do desemprego estrutural e da informalidade do trabalho. Entretanto, uma controvrsia se instala na base argumentativa e de atuao dos sujeitos polticos envolvidos. A economia solidria acompanha as recentes tendncias dominantes no mundo capitalista contemporneo quanto a programas de gerao de renda em consonncia com a reestruturao produtiva e desregulao no campo da proteo social. Responde a isso material e ideologicamente, fomentando formas de ocupao, algumas vezes ampliando o espao econmico nas periferias e reas empobrecidas do campo e da cidade, enquanto, igualmente, fomenta a cultura do auto-emprego, contribuindo para essas novas idias das classes dominantes.

    No Brasil, o crescimento da economia solidria est vinculado ao

    desemprego estrutural, que comeou a se intensificar no pas em meados da dcada

    de 1990, vinculado ao problema da crise capitalista da dcada de 197027. Um de

    seus expoentes a Associao Nacional dos Trabalhadores em Empresas de

    Autogesto e Participao Acionria (Anteag), fundada em 1991, para assessorar

    empreendimentos de trabalhadores que organizam cooperativas a partir da massa

    falida de empresas.

    Outro forte representante da economia solidria so as Incubadoras

    Tecnolgicas de Cooperativas Populares (ITCPs), vinculadas s universidades

    brasileiras. Existe em todo pas uma grande variedade de instituies que prestam

    assessoria aos empreendimentos, algumas ligadas Central nica dos

    25

    BARBOSA, Rosangela Nair de. A economia solidria como poltica pblica: uma tendncia de gerao de renda e ressignificao do trabalho no Brasi, 2005. Tese (Doutorado) Programa de Ps-Graduao em Servio Social da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP), So Paulo.

  • 13

    Trabalhadores (CUT). A CUT criou em 1999 a Agncia de Desenvolvimento

    Solidrio (ADS), cujo intuito promover a constituio, fortalecimento e articulao

    de empreendimentos autogestionrios, buscando a gerao de trabalho e renda,

    atravs da organizao econmica, social e poltica dos trabalhadores, inseridos

    num processo de desenvolvimento sustentvel e solidrio (CUT, 2007). A ADS

    articula-se com o movimento de economia solidria, fomentando aes de economia

    solidria e desenvolvimento sustentvel e de constituio de cooperativas e

    empreendimentos coletivos solidrios como um meio de gerar trabalho e renda para

    trabalhadores que buscam formas alternativas de insero social26.

    O MST, por sua vez, em sua forma de organizao, optou, em alguns de

    seus assentamentos, pela organizao coletiva da produo, obtida pela criao de

    associaes, grupos coletivos de trabalho e cooperativas:

    optou-se pela criao do Sistema Cooperativista dos Assentados SCA, com objetivo de buscar maior articulao e afinidade entre as diversas formas de cooperao, elaborar e aplicar polticas homogneas de desenvolvimento, formar quadros organizadores da cooperao, elaborar programas de capacitao em todos os nveis, elevar a produo agropecuria, melhorar a produtividade do trabalho nos assentamentos, e com tudo isto atingir melhorias significativas nas condies de vida das famlias assentadas. (MST, Apud Barbosa, 2005, p. 195)

    No que se refere ao carter ideopoltico, percebe-se que a economia

    solidria encerra uma complexidade reveladora de contradies e dilemas.

    Existem divergncias e congruncias que merecem ateno. Singer27 chama

    a ateno para a necessidade de reconceituar a revoluo social socialista. Para o

    autor, o fracasso do socialismo real implica a necessidade de construo do

    socialismo pela livre iniciativa dos trabalhadores de baixo para cima. Reafirma que o

    socialismo pressupe a transferncia do controle efetivo dos meios de produo

    para os trabalhadores, mas essa transferncia no pode se dar por um ato jurdico-

    poltico e sim pelo desejo dos trabalhadores, o que pressupe longo tempo, pois

    implica uma revoluo cultural da qual, trabalhadores assalariados se transformem

    em empreendedores coletivos.

    26

    CENTRAL nica do Trabalhadores (CUT). Disponvel em http://www.cut.org.br. Acesso em maio de 2008. 27

    Idem

  • 14

    CONSIDERAES FINAIS

    Conclui-se que por meio da complexa cooperao do atual estgio da relao

    capital e trabalho, que ao capitalismo descentralizar a produo de mercadorias, a

    explorao do trabalho ocorre, tambm no tocante terceirizao do trabalho e sua

    precarizao, que comprime os salrios, permitindo o barateamento do custo das

    mercadorias que a grande indstria processa.

    Ocultando-se na circulao de mercadorias a apropriao do capitalista da

    mais-valia extrada no processo produtivo de cooperativas e experincias de

    economia solidria.

    Em outras palavras, a cooperativa serve ao sistema capitalista de trs formas:

    a) garante subsistncia para uma parcela da populao que no alcana outros

    postos de trabalho, e, em alguns casos, a prepara para consegui-lo: de qualquer

    feita, ameniza os impactos da crise do capital; b) realiza o trabalho dispendioso de

    separao do rejeito e do resduo slido que pode ser reciclado, entregando ao

    grande capitalista, a baixo custo, a matriaprima com a qual ele far seu marketing

    de empresa recicladora, to bem visto pela sociedade; c) colabora com a

    acumulao do capital.

    Engendra-se um mecanismo complexo no qual os prprios trabalhadores

    sujeitam-se auto-explorao, em um trabalho cujo resultado material redunda em

    subsistncia, ao extremamente necessrio para sua reproduo. Contudo, esse tipo

    de trabalho pode ser visto como estratgia de sobrevivncia, pois que h parcelas

    da populao que no alcanam o mercado de trabalho, no so alcanadas pela

    poltica social, e esto fadadas pauperizao absoluta, expressa na misria.

    O desenvolvimento do capitalismo complexifica a diviso social do trabalho,

    que no se restringe s unidades produtivas, mas que se mundializa. Tambm no

    interior das sociedades, essa diviso processa-se com a destinao do trabalho

    desgastante, braal, mecnico parcela mais pobre da populao. Nesse sentido,

    pode-se perceber o trabalho de coleta e de reciclagem de resduos slidos como

    integrante de uma complexa diviso social do trabalho que destina populao que

    tem acesso a outros postos de trabalho a tarefa de buscar reverter as aes

    destrutivas impingidas pelo sistema capitalista natureza.

  • 15

    BIBLIOGRAFIA

    ALMEIDA, Amador Paes. Manual das sociedades comerciais. 10 ed. So Paulo: Saraiva, 1998. BARBOSA, Rosangela Nair de. A economia solidria como poltica pblica: uma tendncia de gerao de renda e ressignificao do trabalho no Brasi, 2005. Tese (Doutorado) Programa de Ps-Graduao em Servio Social da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP), So Paulo. BULGARELLI, Waldirio, Elaborao do direito cooperativo - um ensaio de autonomia. So Paulo: Atlas, 1990. CENTRAL nica do Trabalhadores (CUT). Disponvel em http://www.cut.org.br. Acesso em maio de 2008. GOMES, Rosemary e MANCE, Euclides Andr. Construindo a Socioeconomia popular e solidria no Brasil. Proposta.. Rio de Janeiro, n. 93/94, 2002. GUSMO, Neusa M. M. Antropologia e Educao: origens de um dilogo. Caderno Cedes Campinas, S.P.: CEDES/Papirus. Ano XVIII, n.43 dez, 1997. JAMESON, Fredric. A cultura do dinheiro: ensaios sobre a globalizao. 3 ed. Traduo de Maria Elisa Cevasco e Marcos Csar de Paula Soares. Petrpolis: Vozes, 2001. KUMAR, Krishan. Da sociedade ps-industrial ps-moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 1997. LARAIA, Roque de B. Cultura: um conceito antropolgico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1986. LARAIA, Roque de B. Cultura: um conceito antropolgico. Rio de Janeiro: Jorge LUXEMBURGO, Rosa. Reforma social ou revoluo? 2. ed. So Paulo: Global editora, 1990. NUEZ, Orlando. Os caminhos da Revoluo e a Economia Solidria. Proposta. Rio de Janeiro, n. 75, 1997. OLIVEN, Ruben G. A antropologia de grupos urbanos. Petrpolis, R.J.: Vozes, 1985. RAZETO, Luis. O papel central do trabalho e a economia de solidariedade. Proposta. Rio de Janeiro, n.75, 1997. SINGER, Paul. Introduo Economia Solidria. So Paulo: Fundao Perseu Abramo, 2002. VERAS NETO, F. Q. Cooperativismo: nova abordagem scio-jurdica. Curitiba: Juru, 2002.

  • 16

    WISSMAN, Lilian Petry. Cooperativa. Disponvel em: . Acesso maio de 2008.