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O Silêncio de Cristo Sob o Sofrimento

. R. M. M ’Cheyne

“Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro,

e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.” (Isaías 53:7)

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Traduzido do original em Inglês

Christ's Silence Under Suffering

By R. M. M'Cheyne

Extraído da obra original, em volume único:

The Sermons of the Rev. Robert Murray M'Cheyne

Minister of St. Peter's Church, Dundee.

Via: Books.Google.com.br

Tradução por Gabriel Costa

Revisão por Camila Almeida

Capa por William Teixeira

1ª Edição: dezembro de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative

Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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O Silêncio de Cristo Sob o Sofrimento

Por Robert Murray M´Cheyne

“Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado

ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não

abriu a sua boca.” (Isaías 53:7)

Quando os sacerdotes judeus costumavam levar o tenro e afável cordeiro para ser imolado

no templo, ele não lutava, ele não opunha-se. Dessa forma, quando o tosquiador está cor-

tando o alvo pelo das ovelhas, elas não lutam, não se opõem. Exatamente assim, quando

Deus entregou o Seu Filho até a morte por todos nós, Ele não lutou, Ele não Se queixou.

Quando o Cordeiro de Deus foi levado ao matadouro, Ele não murmurou. Quando os quatro

soldados repartiram as Suas vestes entre eles, e por Sua vestimenta lançaram sortes;

quando estes “tosquiadores” cruéis roubaram Sua alva pelagem, Ele esteve mudo, não

abriu a boca.

Quando Ele foi oprimido e afligido pelo homem, Ele não respondeu uma palavra sequer.

Por Deus igualmente foi oprimido e afligido, mas não murmurou. Agradou ao Senhor moê-

lO. Ele O expôs à aflição. Ele esteve aflito, ferido por Deus, e oprimido. No entanto, Ele não

falou. Ele não Se virou e exclamou: “Pai Justo, isto é injusto”; “Por que Eu deveria sofrer

por pecados que Eu não cometi?”; “Senhor, Tu sabes que Eu sou imaculável e

irrepreensível; Tu sabes que Eu não conheço o pecado, nem dolo algum se achou em Minha

boca”. Ele foi oprimido e afligido, tanto por Deus quanto pelo homem, mas não abriu a Sua

boca. “Como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus

tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca” [Isaías 53:7].

Doutrina: Cristo ficou em silêncio sob Seus sofrimentos.

Em primeiro lugar, o fato de que Cristo esteve verdadeiramente em silêncio sob Seus sofri-

mentos; em segundo lugar, o motivo pelo qual Ele ficou em silêncio; em terceiro lugar, como

isso é mostrado na Ceia do Senhor.

I. O fato de que Cristo esteve em silêncio sob Seus sofrimentos.

1. Ele ficou em silêncio diante do homem. Ele foi oprimido e afligido pelas mãos de homens

ímpios; e ainda assim Ele não justificou-Se diante deles.

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(1). Assim ocorreu quando Ele foi preso. Jesus estava no jardim do Getsêmani, e era noite,

quando uma multidão veio até Ele com lanternas e tochas; espadas e paus. Ele fugiu, dali?

Não. Ele fez oposição? Não. Seus discípulos disseram: “Lancemos mãos à espada?”, e

Pedro na realidade usou a espada; mas Jesus proibiu-os. Ele poderia ter chamado até doze

legiões de anjos. Ele poderia ter tirado o fôlego de vida daqueles, de modo que eles mor-

reriam. Mas não; Ele disse, “Esta é a vossa hora e o poder das trevas”. “O cálice que o Pai

me deu, não hei eu de beber?”. “Como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ove-

lha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”.

(2). E isto se cumpriu em Seu julgamento diante de Caifás. Eles amarraram Jesus no jardim,

e levaram-nO para a casa de Caifás, o sumo sacerdote. Os principais dos sacerdotes,

anciãos, e os escribas que estavam ali simularam um julgamento do Cordeiro de Deus.

Muitas línguas mentirosas levantaram falso testemunho contra Ele. Porventura, Ele

respondeu? Não. Ele não respondeu uma palavra sequer. O sumo sacerdote levantou-se

no meio deles e disse: “Não respondes nada?”, mas Ele Se calou, e nada respondeu. “Co-

mo um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquia-

dores, assim ele não abriu a sua boca”.

(3). Isso ocorreu em Seu julgamento perante Pilatos. 1. De Caifás, eles O levaram para o

governador romano, Pilatos: “E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos

anciãos, nada respondeu. Disse-lhe então Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti?

E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o presidente estava muito maravilhado”

Mateus (27:12-14). Ah! o romano cego não sabia que Ele era o Cordeiro de Deus, que

carregava os pecados de muitos. 2. Outra vez, Pilatos enviou-O a Herodes. Herodes inter-

rogou-O; os judeus acusaram-nO veementemente; os soldados de Herodes escarneciam

dEle, no entanto, está escrito: “Ele nada lhes respondeu”; Ele ainda era o Cordeiro mudo.

3. Quando, Herodes mandou-O de volta a Pilatos, Pilatos ali assentou-se em corte de

julgamento, e declarou: “Eu não encontrei nenhuma culpa nele”. “Ele lavou as mãos e disse:

Sou inocente do sangue deste homem, justo”. E ainda assim ele O sentenciou a ser cruci-

ficado. Clamou Jesus: '‘injusto!''? Será que Ele exclamou, “Eu fico perante o tribunal de

César, Eu apelo para César”? Não. “Como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a

ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”.

Novamente, sobre a cruz Ele foi oprimido e afligido pelo homem. Os que passavam manea-

vam a cabeça para Ele, e diziam: “Desce da cruz”. Os sacerdotes, igualmente, zombavam

dEle, como um desamparado por Deus. Os próprios ladrões fizeram o mesmo diante dEle

por três horas sombrias. Será que Ele Se queixou? Não. Ele reconheceu ser verdade que

Ele estava desamparado do Seu Deus. Ele não respondeu uma palavra. “Como um cordeiro

foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele

não abriu a sua boca”.

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2. Todavia, Cristo esteve em silêncio, diante de Deus, em Seus sofrimentos.

(1). Você se lembra dEle no jardim; lembre-se de como Ele esteve afligido naquele lugar,

quando “o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão”

[Lucas 22:44]. Ali Deus depositou o cálice da Sua ira diante dEle, para mostrar a Ele o que

tomaria. Ele poderia ter dito: “Este cálice não Me pertence; deixe-os beber os que estão

cheios dos seus próprios pecados. Mas não; Ele apenas clama que se possível passe dEle

aquilo: “Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice”. A oração é o clamor de quem

sabe não ter o direito de exigir. Se Ele tivesse considerado ser injusto o dar-Lhe tal cálice,

Ele diria: “Pai Justo, essa não é Minha porção. Não fará Justiça o Juiz de toda a terra?”.

Mas, não; Ele reconheceu que aquilo era justo, se o Pai assim o queria. Na segunda vez,

Ele ora, ele diz: “Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se

a tua vontade”. Ele concorda com a justiça de Deus em dar-lhe tal cálice para beber. Ele é

o Cordeiro de Deus. “Como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda

perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”.

(2). Você se lembra dEle na cruz? Naquele lugar, Deus escondeu o rosto dEle. Durante três

horas o sol se recusou a brilhar sobre a cruz; trevas pairaram sobre a terra. Todavia, mais

profunda era a escuridão remoendo a alma do Redentor. O rosto de Deus se recusou a

brilhar sobre Seu Filho. Todavia, disse Ele que aquilo era injusto? Não. Ele disse: “Pai, per-

doa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Ele disse: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. À

hora nona clamou: “Eloi, Eloi, lama sabactâni”, palavras não de murmuração, mas de ago-

nia. Uma vez mais, Ele clamou: “Tenho sede”. E depois exclamou: “Está consumado. Pai,

nas tuas mãos entrego o Meu espírito”. Estas são todas as palavras que Jesus disse sobre

a cruz. Ele não lamentou: “Por que estou aqui? Eu sou o Senhor da glória; por que Eu deve-

ria estar pendurado entre o céu e a terra? Pai Justo, Eu jamais pequei, sempre fui santo,

inocente sem imperfeição; por que Eu deveria sofrer assim?”. Mas, não; Ele esteve em

silêncio sob Seus sofrimentos, tanto da parte de Deus e do homem. “Como um cordeiro foi

levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não

abriu a sua boca”.

II. Indaguemos os motivos pelos quais Cristo esteve em silêncio sob Seus sofrimentos.

1. Porque Ele sabia que Seus sofrimentos eram todos infinitamente justos. Quando uma

pessoa está passando por um julgamento; uma vez acusada, prestado testemunho, e con-

denada; se ela é realmente culpada dos crimes atribuídos, ela se silencia, e diz: eu mereço

tudo isso. Se ela tem qualquer senso de justiça em sua alma, ela estará convencida e con-

tristada; não responderá a uma palavra; ela sente que sua condenação é justa e honesta,

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e, portanto, ela está muda. Exatamente assim foi com Cristo. Ele tinha um senso infinito de

justiça; e por esse motivo, tanto em suas acusações pelos homens quanto em suas

pisaduras sob a ira de Deus, Ele não respondeu uma palavra. Ele era um Cordeiro mudo.

Pergunta. Como era justo Cristo que deveria padecer, quando Ele não tinha cometido as

coisas que lhes foram atribuídas?

Resposta. De fato, Ele era santo. Ele era o Filho de Deus, infinitamente santo! Quando Ele

Se tornou homem, ainda sim, Ele era algo santo. Durante toda a Sua vida Ele foi santo,

inocente, sem imperfeição, e separado dos pecadores; e em Sua morte ele era O Cordeiro

sem mancha e sem defeito. Entretanto, ainda assim Ele era o Substituto no lugar dos peca-

dores. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; [para que nele fôssemos

feitos justiça de Deus]”. Aquele que era o Filho do Deus Bendito tornou-Se maldição por

nós. As injúrias que eram nossas, caíram sobre Ele. Ele estava no lugar de blasfemos, glu-

tões, bebedores, enganadores, ladrões e assassinos, os desamparados de Deus; e, por-

tanto, era muito justo que os sofrimentos devidos a estes pecadores caíssem sobre Ele; e

assim, quando foi acusado e condenado, Ele não abriu a boca: “Como um cordeiro foi le-

vado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não

abriu a sua boca”. Você está unido a Cristo? Então, há uma poderosa consolação para

você. Se foi justo que Cristo sofresse, então não é justo que você sofra. Ele ficou em silêncio

e não abriu a Sua boca quando a ira de Deu foi derramada sobre Ele. Mas, ah! Ele clamaria

em voz altíssima se a ira fosse derramada sobre você. Você já foi condenado, esbofeteado,

e cuspido, você já foi ferido. Você nunca terá que sofrer nada mais sob a ira de Deus. “Quem

intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que

condena? Pois é Cristo quem morreu, [ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual

está à direita de Deus, e também intercede por nós.]”.

2. Porque Ele quis manter a Sua parte na Aliança. Antes que o mundo o mundo existisse,

Ele fez Aliança com o Pai de que Ele permaneceria como Substituto pelos pecadores; e,

portanto, quando Ele veio a sofrer, a Sua própria retidão o susteve, e Ele pôs o Seu rosto

como um seixo. Quando um homem fraco compromete-se com alguma parte difícil do

serviço, muitas vezes, ele é altivo e arrogante antes de começar; mas, quando ele chega

até a ocasião, sua coragem desfalece, e ele volta atrás em sua palavra. Não foi assim com

o Filho de Deus. Ele prometeu que Ele suportaria a maldição que pairava sobre os

pecadores. Ele apertou a mão do Pai, Ele seria o Jonas deles, a deitar-Se sobre o mar da

Sua ira: “Levantai-Me”, ele disse, “lançai-Me ao mar da ira”. E assim, Quando, as ondas e

vagas vieram sobre Ele, ele não reclamou nem murmurou. Ele pôs o Seu rosto com firmeza.

Ele tinha jurado uma vez, pela Sua santidade, e Ele não Se desviaria daquilo. Ele não

mudaria o que tinha saído de Seus lábios. “Como um cordeiro foi levado ao matadouro, e

como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”.

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Uma palavra ao que está despertado. Confie em Cristo como Salvador. Ele é digno de toda

a sua confiança. Se eu tivesse dito que o Filho de Deus Se comprometeu a sofrer no lugar

dos pecadores, certamente isso deveria dar-lhe paz; pois se Ele Se comprometeu, Ele o

cumpriria. Mas, somos enviados para dizer-lhe que Ele cumpriu aquilo com que Se

comprometeu. Ele é fiel e cumpridor dos Seus pactos. Venha e olhe para aquele Cordeiro

mudo. Veja-O conduzido desde o jardim a Caifás, de Caifás a Pilatos, e de Pilatos a

Herodes, de Herodes a Pilatos novamente, e de Pilatos até o Calvário. Veja Ele carregando

aquela cruz pesada sobre os ombros; veja-O levar a ira de Deus sobre a Sua cabeça; e

ainda assim jamais murmurar. Ele não diz: “Pai, esses pecados não são Meus”. Não; Ele

mantém a verdade para sempre. “Como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a

ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”. E como você

retribui a tudo isso? Você diz: “Eu não me atrevo a acreditar”. Ah! Ele merece isto da sua

parte, que O chames de mentiroso? Aquele que não crê em Deus, faz dEle mentiroso.

3. Devido ao Seu amor. Foi o amor por pecadores que pereciam que fez o Filho de Deus

entrar em aliança com o Seu Pai e suportar a ira em lugar deles. Foi o mesmo amor em

Seu seio que fez Ele manter a aliança que Ele tinha feito. Ah! Foi o amor que O fez calar.

As cordas com que os soldados prendiam-nO estavam apertadas e fortes; mas, oh! Seu

amor estava amarrando-O mais firmemente do que tudo. Os pregos que perfuraram as

Suas mãos e pés O prendiam firmemente na cruz sangrenta; mas, oh! Seu amor foi o prego

mais forte; e era mais forte do que a morte. Quando os judeus O acusavam, e Ele não

respondeu uma palavra, foi amor aos pecadores que O fez calar. Quando Herodes O

questionou, e Pilatos O condenou, a Sua humanidade trêmula disse: Não sou culpado. Mas,

oh! O Seu amor disse: “Sim; Eu sou culpado de tudo”. Quando o Seu pai O feriu com fardos

de desconhecida agonia, no jardim e na cruz; quando a ira infinita do Deus infinito foi

condensada num sofrimento de três horas; quando tudo isso curvou a Sua cabeça bendita,

Sua encolhida humanidade disse, interiormente: “Eu nunca pequei, esta ira não é Minha;

Eu não deveria suportá-la”. Mas, ah! O Seu amor disse: “Ou Eu, ou o Meu povo deve

suportá-la; Eu vou suportar isso por eles”. Oh, crentes! eis como ele vos ama. Certamente

este amor era mais forte do que a morte. Um dilúvio de ira não poderia apagar esse amor.

Você pode contar as gotas do oceano? Então, você poderá sondar as profundezas de Seu

amor por você. Você pode medir a distância entre o mais alto trono nos céus, e a mais

profunda masmorra no Inferno? Essa é a medida de Seu amor por você.

Alguns de vocês ousam não crer em Jesus. Ah! É esta a maneira que você retribui o amor

do mudo Cordeiro de Deus? Ele não respondeu quando foi acusado. Ele não murmurou,

quando condenado. Quando Deus derramou ira sobre Ele [...] Ele consentiu em suportar a

ira, para que todo pecador que O olhasse [com fé] pudesse ser liberto; e ainda assim, você

não olhará para o Cordeiro de Deus. Oh! você ofende-O e crucifica-O de novo.

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4. Ele ficou em silêncio, porque Ele procurou a glória de Seu Pai. Eu frequentemente tentei

mostrar-lhes que é mais glorioso para Deus quando o pecado é punido em Seu próprio

filho, ao invés de em nós vermes desprezíveis que o cometeram. Se os pecadores carregam

os seus próprios pecados, então eles devem sofrer eternamente, de modo que a justiça de

Deus nunca ficará satisfeita. Eles sempre terão mais a sofrer, e Deus nunca terá plena

glória a partir deles. Mas quando Cristo sofre no lugar de um pecador, então Deus é

satisfeito de uma só vez. Ele é infinitamente glorificado. Agora, Cristo sabe disso muito bem

disto. Ele veio buscar a glória de Seu Pai: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha

vontade, mas a vontade daquele que me enviou” [João 6:38]. Por isso, ele esteve mudo,

para que Deus pudesse ter mais glória nos sofrimentos consumados de Seu próprio Filho,

do que nos sofrimentos eternos dos pecadores. “Ó profundidade das riquezas, tanto da

sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão

inescrutáveis os seus caminhos!”. Por isso Ele disse: “Deleito-me em fazer a tua vontade,

ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração” [Salmos 40:8]. Por isso, Ele Se

apressou a ir para Jerusalém.

Uma palavra ao que está despertado. Alguns de vocês se recusam a crer, com receio de

manchar a glória de Deus. Você teme que não pode ser compatível com a glória do tão

puro e santo Deus recebê-lo, perdoá-lo e dar-lhe paz. Tu és mais sábio do que Cristo?

Cristo temia que Deus perderia uma porção de Sua glória se os pecadores pudessem pagar

por seus próprios pecados, pois a justiça infinita nunca chegaria a um patamar suficiente.

Por isso Ele esteve mudo sob a ira de Deus, para que a justiça pudesse ser plenamente

satisfeita em Seus sofrimentos infinitos. Seja sábio, eu suplico a você; Deus é mais

glorificado por seu sofrimento em Cristo, do que pelo seu próprio sofrimento no Inferno.

Será muito mais honroso a Deus, se você se apegar Àquele ferido, mudo Cordeiro, do que

se você tiver que suportar a ira de Deus para todo o sempre. “Dai glória ao Senhor vosso

Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes

tenebrosos” [Jeremias 13:16].

III. O pão partido representa os sofrimentos silenciosos de Cristo.

Hoje, meus amigos, eu ponho diante de vós a mais simples e sincera figura dos sofrimentos

silenciosos de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus. Naquela noite em que Ele foi traído, tomou

o pão. Por que o pão? 1. Devido à Sua simplicidade e caráter comum. Ele não tomou a

prata, nem ouro, nem joias, para representar o Seu corpo, mas pão, simples pão, para

mostrar-lhes que, quando Ele veio ser um Fiador para os pecadores, Ele não veio em sua

glória original, com os anjos do Pai. Ele não tomou sobre Si a natureza dos anjos, Ele Se

tornou homem. 2. Ele escolheu o pão para mostrar-lhes que Ele era mudo, e não abriu a

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boca. Quando eu parto o pão não há resistência, ele não se queixa, ele cede à minha mão.

Assim foi com Cristo; Ele não resistiu, não reclamou, Ele cedeu à mão da justiça infinita.

“Como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus

tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”.

Alguns de vocês não creem. Vocês não consentem em tomar este Cordeiro mudo como

uma oferta pelo pecado da vossa alma. Assim como não sentem a sua necessidade dEle,

ou não têm fé para olhar para Ele. Todavia se vocês realmente não olharem para Ele, não

sejam tão imprudentes, e tão ousados, tão inconsistentes em tomar o pão e o vinho.

Alguns de vocês creem no mudo Cordeiro de Deus. Vocês dizem: “Foi o meu pecado que

tanto pesou em Seu coração. Meus pecados eram os espinhos que perfuraram a Sua

fronte. Meus pecados foram os pregos que perfuraram as Suas mãos e pés. Meus pecados

eram a lança que perfurou o Seu coração. Ele me amou, e Se entregou por mim”. Venham,

então, para o pão partido e o vinho derramado, se alimentem deles, apropriem-se de Cristo

neles; e enquanto vocês alimentam-se de Cristo [espiritualmente], façam isso em memória

dEle.

Dundee, 1837.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvífico de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

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Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

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Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.