o significado físico dos principais paralelos da terra · aqui que se localizam, quer os desertos...

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O significado físico dos principais paralelos da Terra É possível traçar uma infinidade de paralelos, mas há na Terra quatro que delimitam zonas de características geográficas relativamente homogéneas. Para além disso, a latitude destes paralelos está relacionada com o movimento de translação da Terra, as mudanças da inclinação do eixo da Terra ao longo do ano e o movimento anual aparente do Sol. Assim, esses paralelos são: a) Hemisfério Norte: Círculo Polar Árctico; Trópico de Câncer. b) Hemisfério Sul: Círculo Polar Antárctico; Trópico de Capricórnio. Entre os dois trópicos está localizada a Zona Quente ou Intertropical (Fig.1). Como o próprio nome indica é a zona da Terra onde se registam as temperaturas mais elevadas. É aqui que se localizam, quer os desertos quentes (Fig.3), quer a savana e a floresta equatorial (Fig.2) Os círculos Polares delimitam as zonas frias: O Círculo Polar Árctico, delimita a Zona Fria do Norte; O Círculo Polar Antárctico delimita a Zona Fria do Sul Entre a Zona Quente e a Zona Fria estão as Zonas Temperadas: A Zona Temperada do Norte, entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Árctico; A Zona Temperada do Sul, entre o T4rópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antárctico. As zonas temperadas marcam a transição entre a Zona Quente e as Zonas Frias. Por serem zonas de transição são aquelas Figura 1 Zonas climáticas da Terra e principais paralelos Figura 2 – Floresta equatorial Figura 3 – Desertos quentes Figura 4 - Savana

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O significado físico dos principais paralelos da Terra

É possível traçar uma infinidade de paralelos, mas há na Terra quatro que delimitam zonas de características geográficas relativamente homogéneas. Para além disso, a latitude destes paralelos está relacionada com o movimento de translação da Terra, as mudanças da inclinação do eixo da Terra ao longo do ano e o movimento anual aparente do Sol. Assim, esses paralelos são: a) Hemisfério Norte: Círculo Polar Árctico; Trópico de Câncer. b) Hemisfério Sul: Círculo Polar Antárctico; Trópico de Capricórnio. Entre os dois trópicos está localizada a Zona Quente ou Intertropical (Fig.1). Como o próprio nome indica é a zona da Terra onde se registam as temperaturas mais elevadas. É aqui que se localizam, quer os desertos quentes (Fig.3), quer a savana e a floresta equatorial (Fig.2) Os círculos Polares delimitam as zonas frias:

• O Círculo Polar Árctico, delimita a Zona Fria do Norte; • O Círculo Polar Antárctico delimita a Zona Fria do Sul

Entre a Zona Quente e a Zona Fria estão as Zonas Temperadas:

• A Zona Temperada do Norte, entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Árctico;

• A Zona Temperada do Sul, entre o T4rópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antárctico.

As zonas temperadas marcam a transição entre a Zona Quente e as Zonas Frias. Por serem zonas de transição são aquelas

Figura 1 – Zonas climáticas da Terra e principais paralelos

Figura 2 – Floresta equatorial

Figura 3 – Desertos quentes

Figura 4 - Savana

dotadas de maior heterogeneidade geográfica e as de mais complexa definição. Fazem parte destas zonas, por exemplo, regiões de clima ameno, como as mediterrâneas em que vivemos e outras de clima bem mais rigoroso, como as situadas na Ásia Central. Estas zonas, delimitadas por estes paralelos, marcam também limites relacionados com o movimento anual aparente do Sol: Os trópicos também demarcam a zona onde, pelo menos uma vez por ano, os raios solares podem incidir na vertical. Nos trópicos os raios solares incidem na vertical durante os solstícios (ver mais à rente). Por sua vez, os círculos polares determinam zonas que têm períodos de dia e noite de 24 horas. Dentro do Círculo polar Árctico, por exemplo, estão regiões que têm noites polares durante o solstício de Dezembro, ou seja, noite durante 24 horas. No Círculo Polar Antárctico o processo é inverso

Figura 5 – Movimento de translação da Terra e estações do ano. Como se pode observar na Figura 5, no Solstício de Inverno (21 de Dezembro), o Hemisfério Sul recebe mais radiação solar que o hemisfério Norte. A Noite Polar ocorre no Árctico, enquanto na Antárctida há dia durante 24 horas, pois o Pólo Sul encontra-se totalmente exposto à radiação solar (Fig.6). Em consequência, o Hemisfério Sul está mais quente e as temperaturas mais elevadas registam-se nas áreas continentais do Trópico de Capricórnio, onde o Sol incide, nesta altura do ano, na vertical (Fig.7).Os valores mais elevados registam-se, então, no interior da Austrália, no interior da América do Sul e na região interior da África meridional. No Solstício de Verão (21 de Junho) a Terra deu meia volta em torno do Sol relativamente ao Solstício de Inverno. Agora é o Hemisfério Norte que recebe mais energia calorífica, em virtude de se encontrar mais exposto à radiação solar (Fig.6). As temperaturas mais elevadas registam-se, agora, nas regiões continentais do hemisfério Norte à latitude do Trópico de Câncer (Deserto do Saara,, Deserto da Arábia, Deserto do nevada e interior da Ásia meridional (Fig.7)) Nos equinócios (de Setembro e de Março, o dia é igual à noite em toda a parte da Terra. Os raios solares incidem na vertical no Equador. Assim, no Equador, o Sol incide na vertical duas vezes por ano, nos equinócios.

CURIOSIDADE

Sol da meia-noite

O Sol quase toca na linha do horizonte e, a partir deste ponto, volta a subir. Não chega a ficar noite

Figura 6 – Os Solstícios

Figura 7 – Distribuição das temperaturas em Janeiro (em cima) e em Julho (em baixo).

Figura 8 –A inclinação dos raios solares de acordo com as três zonas climáticas O maior aquecimento nas regiões equatoriais e o registo de temperaturas muito baixas nas regiões polares está relacionado com o ângulo de incidência dos raios solares à superfície (Fig.8). Uma incidência mais na vertical implica que o mesmo raio de sol tem menos atmosfera para atravessar e menor área à superfície para aquecer. Sendo assim, é mais eficaz no elevar das temperaturas. O contrário passa-se junto aos pólos, onde a maior obliquidade da radiação solar não só implica que maiores quantidades são reflectidas para o espaço, com também é mais elevada a massa atmosférica a atravessar, dificultando o aquecimento (Fig.9).

Figura 9 – Obliquidade dos raios solares